Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
RESUMO IED – Prof. Renato Poltronieri Condições da incidência: validade, vigência e eficácia Validade de uma norma de direito pode ser vista sob três aspectos: o da validade formal ou técnico-jurídica (vigência) o da validade social (eficácia ou efetividade) e o da validade ética (fundamental). A norma válida vige a partir de sua publicação. Simultaneamente está apta a produzir efeitos. Eficácia se refere à aplicação ou execução da norma jurídica, ou seja, é a regra jurídica enquanto momento da conduta humana. possibilidade de produção de efeitos. (desde já para o futuro ou para o passado) # Incidência efeito produzido Existência: a lei passa a existir (“nasce”) com a sanção (“regra”). não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes.. Lei é toda relação necessária, de ordem casual ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos, segundo a natureza que lhes é própria. Período de vacância: 45 dias (se não estipulado + tempo) Ato jurídico: protege o titular que exerce o ato Direito adquirido: protege o direito, o ato Coisa julgada: o que é posto pelo tribunal não pode ser mudado Norma de competência: confere poder para estabelecer outras normas. Norma de conduta: estabelece linhas de ação, às quais imputam consequências. Trata-se da consumação de um ato por ela previsto. Doutrina da Irretroatividade: cumpre a função de possibilitar a solução de conflitos com o mínimo de perturbação social. o ordenamento é de fato reconhecido como lacunoso através da equidade podemos: expandir uma obrigação – criando deveres adicionais para além dos que constam de um contrato ou decorrem expressamente de lei; limitar o exercício de direitos para prevenir abusos; criar regras para situações que se alteraram. Analogia: consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso semelhante. Requisitos: o caso deve ser absolutamente não previsto em lei; existência de elemento semelhante entre caso previsto e não previsto; este elemento deve ser essencial. Analogia legis: entende-se como parte de um único preceito legal e aplica-o a casos semelhantes. Analogia juris: parte de vários preceitos, obtendo, por indução, princípios que lhe são comuns, os quais, então são aplicados aos casos não direta e expressamente previstos pelos dispositivos legais. Lacunas: é a falta ou omissão da lei sobre determinado assunto fático. A analogia permite constatar e preencher a lacuna. Autênticas: quando a partir da lei uma decisão não é possível, não pode ser encontrada. Não autênticas: quando um fato-tipo é previsto pela lei, mas a solução é considerada indesejável. Intencionais: o legislador deixa conscientemente uma questão em aberto, incumbindo a outra pessoa (ex. juiz) a tarefa de encontrar a regra específica. Não intencionais: o legislador não percebeu a problemática da questão plenamente (lacuna de previsão) No direito objetivo: Teoria da vontade, na qual o direito subjetivo é o poder da vontade humana garantida pelo ordenamento jurídico. Essa vontade humana, por sua vez, seria o "dado existencial", ou seja, parte integrante, da essência humana. Todos nós temos o poder de optar e a partir dessa opção, agir. Essa ação, por sua vez, está atrelada a condição de responsabilidade moral e judicial que o ser humano tem e que está sujeita a coações. Teoria da Garantia: visa o fundamento do direito subjetivo na garantia da ordem judiciária das relações jurídicas. Todo impedimento, que derivando da liberdade, torne impossível a coexistência das liberdades, deve ser removido pela força ou faculdade de coagir essa vinculada ao direito. O direito subjetivo é a garantia conferida pelo direito objetivo, a qual é invocada quando a liberdade é violada. Teoria do Interesse: O convívio humano revela conflitos de interesse, sendo que alguns se tornam juridicamente protegidos pelo ordenamento e constitui assim o direito subjetivo. Esta teoria cobre os casos das crianças, loucos, nascituros que têm interesses que antecedem ao próprio ordenamento, o qual, para permitir a convivência da liberdade de um contra o outro, os harmoniza. Dicotomia: que pretende realçar que o direito é um fenômeno objetivo, que não pertence a ninguém socialmente, que é um dado cultural, composto por normas, instituições, mas é também um fenômeno subjetivo, porque faz dos sujeitos titulares de poderes, obrigações, faculdades, estabelecendo entre eles a relação (ex: Direito à sucessão de um herdeiro - algo que lhe pertence) Direito: Conjunto de regras obrigatórias que garantem a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um dos seus membros. A sua missão não é apenas a de garantir a segurança do homem, mas também de promover o bem comum que implica justiça, segurança, bem estar e progresso. Tipos de direito: Direito Privado (predomínio do interesse particular) e Direito Público (predomínio do interesse público) Direito é norma. E norma é uma proposição hipotética, cuja estrutura é a seguinte: “Se A é, deve ser B”. Em que A é a condição jurídica (por exemplo, um furto) e B a consequência jurídica (no caso, a pena da prisão). Ou, dada a não prestação deve ser a sanção: “Dada a não P, deve ser S”. (ex. Se o cidadão não votou, deve ser multado) relação entre Direito e Sociedade: para viver em sociedade para atingir seus objetivos, o homem é levado a formar grupos sociais, família, escola, etc. Como consequência, surgem relações de coordenação, subordinação, integração e delimitação, relações essas que não se dão sem o aparecimento de normas de organização de conduta social. SOCIEDADE → NORMAS → EQUILÍBRIO SOCIAL conduta e norma: Conduta e Norma realizam o “dever ser”. A norma estabelece a conduta. Podemos considerar como conduta o procedimento moral, que pode ser bom ou mau comportamento e norma como sendo regra, modelo, forma ou tudo que se estabelece em lei ou regulamento para servir de pauta ou padrão na maneira de agir. Formas de controle da conduta: através de normas técnicas e éticas. As técnicas determinam o modo pelo qual tem de ser feita às coisas para atingir um resultado perfeito, visando à obtenção de melhores condições de segurança e de conforto. Estão vinculadas à engenharia, medicina, economia, educação, etc. e indicam como executar um objetivo pretendido. As Normas Éticas são reguladoras do inter-relacionamento humano que estabelecem deveres, obrigações para garantirem direitos. São normas éticas as normas de religião, moral e direito. Direito como Norma é o conjunto de regras jurídicas (código civil, código penal, CLT, etc.). Entende-se como ciência o saber que se adquire através do conhecimento e Direito como Ciência como sendo a ciência jurídica estudando o conhecimento. Já o Direito como Ideal de Justiça é a teoria crítica dos conceitos de valores, sobretudo, morais e éticos; e como Faculdade é a capacidade de exigir o seu direito, podendo “abrir mão” dele (“facultas agendi” – direito subjetivo). A “norma agendi” (direito positivo) assegura a “facultas agendi” (direito subjetivo). Direito como Fenômeno Social é o estudo objetivo das relações sociais (pessoas) em uma determinada sociedade. Direito Subjetivo e Positivo: Subjetivo, o poder de ação assegurada legalmente para defesa e proteção de toda e qualquer espécie de bens materiais ou imateriais, do qual decorre a faculdade de exigir a prestação ou abstenção dos atos, ou o cumprimento da obrigação, a que outrem esteja sujeito. Direito Positivo é o conjunto de regras jurídicas que se impõe às pessoas sob a coação ou sanção da força pública em qualquer dos aspectos que se manifeste. Teoria tridimensional do Direito: aspecto Normativo, direito como ordenamento e sua respectiva ciência. - aspecto Fático, o direito como fato - aspecto Axiológico, direito como valor de justiça. O Direito se caracteriza por sua estrutura tridimensional na qual fatos e valores dialetizam, ou seja, obedecem a um processo dinâmico. NORMA ↔ VALOR ↔ FATO Direito Natural é aquele que fixa regras de validade universal, não fundamentadas em regras impostas ao indivíduo pelo Estado. Ele se impõe a todos os povos pela própria força dos princípios supremos dos quais resulta, constituído pela própria natureza e não pela criação dos homens (ex. direito de viver). Direito Positivo é o conjunto de regras estabelecidas pelo poder político em vigor num determinado país e em uma determinada época. Objetivamente estabelecido é encontrado em leis, códigos, decretos, etc. É importante destacar que para alguns autores, a existência do Direito Natural é um complemento do Direito Positivo, ambos constituem uma só unidade para integração Direito vigente. Hermenêutica = Interpretação. três tarefas: . Dizer – no sentido de afirmar algo . Explicar – na medida que vamos explicando estamos esclarecendo . Traduzir – Tornar claro o que é escuro Tem como objeto a interpretação. Interpretação: ação mediadora que procura compreender aquilo que foi dito ou escrito por outra pessoa. Elementos da interpretação: fixação de sentido, toda norma tem uma finalidade – alcance, campo de atuação, área de abrangência - norma jurídica, abrange as normas constitucionais até as de caráter individual. Fato jurídico abrange: fatos naturais, alheios a vontade humana, ou para os quais a vontade concorre apenas indiretamente - ações humanas, ato jurídico É todo ato humano voluntário e lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Ato ilícito são ações contrárias à lei, que produzem efeitos jurídicos independentemente da vontade do agente. origem violenta do Estado advém do uso da força Teoria da formação natural do Estado: parte da formação da família (que origina a sociedade) Teoria da formação jurídica do Estado: se baseia na Constituição → enquanto não há Constituição, o Estado não nasce Teoria do ‘livre-arbítrio’: os povos podem dispor de seu próprio destino em decorrência da vontade nacional Para existir regras deverá haver alguma força que possa produzi-las, aplicá-las e mantê-las = poder constitucional Evitar a concentração de poder → o poder corrompe os homens Sentido formal: caracteriza o conjunto de regras (cm máxima eficácia) → concerne à organização e ao funcionamento do Estado → é a lei fundamental de um povo Sentido material: expressão de valores de convivência de um povo, consagrada na Constituição Poder Ideológico: homem passa a ser o centro da destinação do poder político-administrativo Seminário Unidade, Completude e Coerência Jurídica 3 características fundamentais do ordenamento jurídico: a unidade, coerência e completude A complexidade de um ordenamento deriva da necessidade de regras de conduta numa sociedade O ordenamento regula o comportamento jurídico e o modo pelo qual se devem produzir as regras → Normas de comportamento e normas de estrutura Norma Fundamental: atribui ao Poder Constituinte a faculdade de produzir normas jurídicas; é o princípio unificador das normas de um ordenamento; é o critério que permite estabelecer se uma norma pertence a um ordenamento e é o fundamento de validade de todas as normas do sistema 2 tipos de Sistemas Jurídicos: estático – relação através do conteúdo da prescrição; e dinâmico – relação através da autoridade que a colocou. Antinomias: normas incompatíveis entre si. ╚► para ocorrer antinomias, são necessárias duas condições: as duas normas devem pertencer ao mesmo ordenamento e as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade ╚► 3 tipos de Antinomias: a) Total-total: em nenhum caso uma das duas normas pode ser aplicada sem entrar em conflito com a outra. b) Parcial-parcial: cada uma das normas tem um campo de aplicação no qual o conflito não existe. c) Total-parcial: A primeira norma não pode ser em nenhum caso aplicada sem entrar em conflito com a segunda; a segunda tem uma esfera de aplicação em que não entra em conflito com a primeira ╚► Antinomias solúveis = aparentes ≠ Antinomias insolúveis = reais ╚►3 critérios para a solução das antinomias: o critério cronológico, o critério hierárquico e o critério da especialidade Contrariedade: uma norma ordena a fazer algo e outra proíbe fazê-lo. Contraditoriedade: uma norma ordena fazer, e outra permite fazer. / uma norma proíbe fazer e outra permite. não existe nenhuma regra de coerência. duas normas incompatíveis do mesmo nível e contemporâneas são ambas válidas. a coerência não é condição de validade, mas é sempre condição para a justiça do ordenamento.