Prévia do material em texto
Monte Everest,no Nepal, a maisalta montanhado mundo,visto a partir de Kala Pattar. (Michael C. Klesius/National Geographic/Getty Images] A grandereconstrução64 WILLIAM BLAKE Convecçãodomanto:o mecanismo motordatectônicadeplacas68 A teoriadatectônicadeplacaseo métodocientífico71 Alitosfera - acamadamaisexterna,rígidaeresis- tentedaTerra- é fragmentadaemcercade 12 placas,quedeslizam,convergemouseseparam umasemrelaçãoàsoutrasàmedidaquesemovemsobre a astenosfera,menosresistentee dúctil.As placassão criadasondeseseparamerecicladasondeconvergem,em umprocessocontínuodecriaçãoe destruição.Os conti- nentes,encravadosnalitosfera,migramjuntocomaspla- casemmovimento.A teoriadatectônicadeplacasdes- creveo movimentodasplacase asforçasatuantesentre elas.Explica tambéma distribuiçãode muitasfeições geológicasdegrandesproporçõesqueresultamdomovi- mentoao longodos limitesdeplaca,como:cadeiasde montanhas,associaçõesderochas,estruturasnofundodo mar,vulcõese terremotos.A tectônicadeplacasfornece umabaseconceitualparagrandepartedestelivroe,naverdade,tambémdaGeologia. Estecapítuloapresentaráateoriadatectônicadeplacaseexaminarácomoasfor- çasquecontrolamomovimentodasplacasestãorelacionadascomosistemade convecçãodomanto. Ii-~~~;-' J~~escobertada tectônicade placas Na décadade1960,umagranderevoluçãonopensamentosacudiuo mundodaGeo- logia.Por quase200anos,osgeólogosdesenvolveramdiversasteoriastectônicas(do gregotekton,"construtor")- o termogeralqueelesusaramparadescreveraformação demontanhas,ovulcanismoeoutrosprocessosqueformamfeiçõesgeológicasnasu- perfíciedaTerra.No entanto,atéadescobertadatectônicadeplacas,nenhumateoria conseguia,isoladamente,explicardemodosatisfatóriotodaavariedadedeprocessos geológicos.A tectônicadeplacasnãoé apenasabrangente,mastambémelegante: muitasobservaçõespodemserexplicadasporalgunspoucosprincípiossimples.Na históriadaciência,asteoriassimplesqueexplicammuitasobservaçõesgeralmentese A descobertadatectônicadeplacas47 O mosaicodeplacas51 Velocidadedasplacasehistóriados movimentos58 '0 queagoraestáprovadofoi umavezapenas imaginado." 48 ParaEntender a Terra mostrammaisduradouras.A Físicateveumarevoluçãocompa- rá\"elno início do séculoXX, quandoa teoriadarelatividade unificouasleisfísicasquegovernamoespaço,otempo,amas- sa e o movimento.A Biologia tambémteveumarevolução comparávelnametadedomesmoséculo,quandoa descoberta do DNA permitiuaosbiólogosexplicarcomoos organismos transmitemasinformaçõesquecontrolamseucrescimento,de- senvolvimentoefuncionamentodegeraçãoageração. As idéiasbásicasdatectônicade placasforamreunidas comoumateoriaunificadadaGeologiahámenosde40anos. A síntesecientíficaqueconduziuaessateoria,noentanto,co- meçoumuitoantes,aindano séculoXX, com o reconheci- mentodasevidênciasdaderivacontinental. A derivacontinental Taismudançasnaspartessuperficiaisdoglobopareciam,para mim,improváveisdeacontecersea Terrafossesólidaatéo centro. Dessemodo,imagineiqueaspartesinternaspoderiamserum fluido maisdensoededensidadeespecíficamaiorquequalquer outrosólidoqueconhecemos,queassimpoderianadarno ou sobre aquelefluido. Dessemodo,a superfícieda Terraseriaumacasca capazdeserquebradaedesordenadapelosmovimentosviolentos dofluido sobreo qualrepousa. (BenjaminFrank:lin,1782,emumacartaparao ge61ogoFrancêsAbbé1.L. Giraud-Soulavie) oconceitodederiva continental- movimentosdegran- deproporçãosobreo globo- existehámuitotempo.No final doséculoXVI enoséculoXVII, cientistaseuropeusnotaram o encaixedoquebra-cabeçadaslinhascosteirasemambosos ladosdoAtlântico,comoseasAméricas,aEuropae liÁfrica tivessemestadojuntasemumadeterminadaépocae,depois, seafastadoporderiva.Ao finaldoséculoXIX, o geólogoaus- tríacoEduardSuessencaixoualgumasdaspeçasdo quebra- cabeçaepostulouqueo conjuntodoscontinentesmeridionais atuaisformara,certavez,umúnicocontinentegigante,cha- madoTerradeGondwana(ou Gondwana).Em 1915,Alfred Wegener,ummeteorologistaalemãoqueestavaserecuperan- dodeferimentossofridosnaPrimeiraGuerraMundial,escre- veuumlivro sobrea fragmentaçãoe derivadoscontinentes. Nele, apresentouassimilaridadesmarcantesentreasrochas, as estruturasgeológicase os fósseisdos lados opostosdo Atlântico.Nos anosseguintes,Wegenerpostulouumsuper- continente,quedenominoudePangéiaI(dogrego"todasas terras"),quesefragmentounoscontinentescomoosconhece- moshoje(Figura 2.1). EmboraWegenerestivessecorretoemafirmarqueosconti- nentestinhamseafastadopor deriva,suahipóteseacercade quãorápidoelessemoviame quaisforçasosempurravamna uperfícieterrestremostrou-seerrônea,o quereduziusuacre- dibilidadeentreoutroscientistas.Apóscercadeumadécadade \"igorosodebate,osfísicosconvenceramosgeólogosdequeas amadasexternasdaTerraerammuitorígidasparaquea deri- \-acontinentalocorresse,o quefezcomqueeasidéiasdeWe- genercaíssememdescrédito,excetoentreunspoucosgeólogos naEuropa,naÁfricadoSul enaAustrália. Figura2.1 Os encaixesdo quebra-cabeçados continentesque bordejamo OceanoAtlânticoconstruídoscombasenateoriada derivacontinentalde AlfredWegener.EmseulivroTheOriginof ContinentsandOceans,Wegenercitou comoevidênciaadicionala similaridadedefeiçõesgeológicasnos lados opostos do Atlântico.O encaixede rochascristalinasmuitoantigasé mostradoemregiõesadjacentesda Américado Sul e daÁfrica,e daAméricado Norte e da Europa.[Encaixegeográficoa partir dos dados de E.C. Bullard;dadosgeológicosde P.M. Hurley] Os defensoresdahipótesedaderivamostraramnãoapenas o encaixegeográfico,mastambémassimilaridadesgeológicas dasidadesdasrochasedasorientaçõesdasestruturasgeológi- casnosladosopostosdoAtlântico(verFigura2.1).Eles tam- bémapresentaramargumentos,aceitosatéhojecomoboasevi- dênciasdaderiva,baseadosemfósseisedadosclimatológicos. Fósseisidênticosaumréptilde300milhõesdeanos,porexem- plo, foramencontradosapenasnaÁfrica e naAméricadoSul, sugerindoqueosdoiscontinentesestavamjuntosnaqueletem- po (Figura 2.2).Os animaise asplantasdosdiferentesconti- nentesmostraramsimilaridadesnaevoluçãoatéo tempopostu- ladoparaafragmentação.Apósisso,seguiramcaminhosevolu- CAPíTULO 2 • Tectônicade Placas:a Teoria Unificadora ~ ~~~) AMÉRICA~ L DO SUL\ FósseisdeMesosaurusforamencontradosnaAméricado SulenaÁfrica. ÁFRICA Figura2.2 Fósseisdo réptilMesosaurus,comidadede 300 milhõesde anos,foram encontradosapenasnaAméricado Sul e naÁfrica.Se o Mesosauruspudesseatravessaro OceanoAtlânticoSul nadando,ele poderiater cruzadooutros oceanose se espalhado maisamplamente.O fato de ele nãoter se espalhadosugerequea Américado Sule a Áfricaestavamconectadasnaqueletempo.[Fonte:A. Hallam,"ContinentalDrift andthe FossilRecord",SeientifieAmerican(November1972):57-66] à\'osdivergentes,presumivelmentedevidoaoisolamentoe às mudançasambientaisdasmassascontinentaisemseparação. Alémdisso,depósitosassociadoscomgeleirasqueexistiamhá .::ercade300milhõesdeanosestãoagoradistribuídosnaAmé- ;:i adoSul,naÁfrica,naÍndiaenaAustrália.Seoscontinentes tlleridionaisfossemreunidosparaformaraTerradeGondwana ?IóximoaoPólo Sul,umaúnicageleirapoderiaexplicartodos - depósitosglaciais. Expansãodo assoalhooceânico2 .-\evidênciageológicanãoconvenceuoscéticos,osquaisman- jyeram quea derivacontinentalerafisicamenteimpossível. _-inguémhaviaproposto,ainda,umaforçamotoraplausível uepudesseterfragmentadoaPangéiaeseparadooscontinen- :es.Wegener,porexemplo,pensavaqueoscontinentesflutua- \'amcomobarcossobreacrostaoceânicasólida,arrastadospe- forçasdasmarés,dosoledalua! A rupturaveioquandooscientistasderam-secontadeque aconvecçãodomantodaTerra(discutidanoCapítulo1)pode- riaempurrarepuxaroscontinentesàparte,formandoumano- yacrostaoceânica,pormeiodoprocessodeexpansãodo as- oalhooceânico.Em 1928,o geólogobritânicoArthurHolmes ~tevepertodeexpressarasnoçõesmodernasdaderivaconti- entaledaexpansãodoassoalhooceânico,quandopropôsque correntesdeconvecção"arrastaramasduasmetadesdocon- tinenteoriginalàparte,comconseqüenteformaçãodemonta- nhasnabordaondeascorrentesestãodescendoedesenvolvi- mentodeassoalhooceâniconolugardaabertura,ondeascor- ~ntesestãoascendendo".Considerandoosargumentosdosfí- si osdequeacrostaeo mantodaTerrasãorígidose imóveis, Holmesadmitiuque"idéiaspuramenteespeculativasdesseti- po,especialmenteinventadasparaatendercertaspostulações, podemnãotervalorcientíficoatéqueadquiramo suportede evidênciasindependentes". As evidênciasconvincentescomeçaramaemergircomoum resultadodaintensaexploraçãodofundooceânicoocorridaapós aSegundaGuerraMundial.O mapeamentodaDorsal3Mesoa- tlânticasubmarinae adescobertadovaleprofundonaformade fenda,ourifte,4estendendo-seaolongodeseucentro,desperta- rammuitasespeculações(Figura2.3).Osgeólogosdescobriram quequasetodosos terremotosnoOceanoAtlânticoocorreram próximosaessevaleemrifte.Umavezqueamaioriadosterre- motosé geradaporfalhamentotectônico,essesresultadosindi- caramqueo rifteeraumafeiçãotectonicamenteativa.Outras dorsaismesoceânicas5comformaseatividadesísmicasimilares foramencontradasnosoceanosPacíficoe Índico. No iníciodadécadade1960,HarryHess,daUniversidade dePrinceton,eRobertDietz,daInstituiçãoScrippsdeOceano- grafia,6propuseramquea crostasepara-seao longoderiftes nasdorsaismesoceânicasequeo novofundooceânicoforma- sepelaascensãodeumanovacrostaquentenessasfraturas.O novoassoalhooceânico- naverdade,o topodanovalitosfera criada- expande-selateralmenteapartirdoriftee ésubstituí- doporumacrostaaindamaisnova,numprocessocontínuode formaçãodeplaca. A grandesíntese:1963-1968 A hipótesedeexpansãodo assoalhooceânicoapresentadapor HesseDietzem1962explicoucomooscontinentespoderiam separar-sepormeiodacriaçãodeumanovalitosferaemriftes ( 5 O ParaEntender a Terra , '.' ÁFRICA'. . , caracterizouos trêstiposbásicosdelimitesondeasplacasse- param-se,aproximam-seoudeslizamlateralmenteumaemre- laçãoà outra.Em umarápidasucessãodedescobertase avan- çosteóricos,outroscientistasmostraramquequasetodasasde- formaçõestectônÍcasatuaisestãoconcentradasnesseslimites. Elesmediramastaxasedireçõesdosmovimentostectônicose demonstraramqueosmesmoserammatematicamenteconsis- tentescomo sistemadeplacasrígidasmovendo-senasuperfí- cieesféricadoplaneta.Oselementosbásicosdateoriadatectô- nÍcadeplacasforamestabelecidosaofinalde1968.Por volta de 1970,asevidênciasdatectônÍcadeplacastornaram-setão persuasivas,devidoasuaabundância,quequasetodososgeo- cientistasadotaram-na.Os livros-textoforam revisadose muitosespecialistascomeçaramaconsiderarasimplicaçõesdo novoconceitoemseuscamposdeatuação.Paraumaseqüência deeventosmarcantesqueconduziramàteoriadatectônicade placas,consulteoApêndice3. AMÉRICA DO NORTE' Figura2.3 O assoalhooceânicodo Atlântico Norte, mostrandoos valesemrifteemforma de fendasao longo do centroda DorsalMesoatlânticae os terremotosassociados(pontos pretos). mesoceânicos.Poderiamo assoalhooceânicoe sualitosfera subjacenteserdestruídosereciclados,retomandoaointeriorda Terra?Do contrário,a áreada superfícieterrestredeveriater aumentadoaolongodotempo,demodoquenossoplanetade- veriaterficadocadavezmaior.Por certotempo,no início da décadade 1960,algunsfísicosegeólogosrealmenteacredita- ramnessaidéiadeumaTerraemexpansão,baseadosemuma modificaçãoatualmentedesacreditadadateoriadagravitação de Einstein.Outrosgeólogosreconheceramqueo assoalho oceânicoestavanaverdadesendorecicladonasregiõesdein- tensaatividadevulcânicae sísmicaao longodasmargensda baciadoOceanoPacífico,conhecidascoletivamentecomoCír- culodeFogo(Figura2.4).Os detalhesdesseprocesso,todavia, permaneceramobscuros. Em 1965,o geólogocanadense1.TuzoWilsondescreveu, pelaprimeiravez,atectônicaemtornodogloboemtermosde "placas"rígidasmovendo-sesobrea superfícieterrestre.Ele CAPíTULO 2 • Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ Figura2.4 O Círculode Fogodo Pacífico,mostrandoos vulcõesativos (círculosvermelhosgrandes)e terremotos(círculospretospequenos). '\ \,',osaicodeplacas Deacordocomateoriadatectônicadeplacas,alitosferarígida nãoéumacapacontínua,masestáfragmentadaemummosai- co decercadeumadúziadegrandesplacasrígidasqueestão emmovimentosobreasuperfícieterrestre.Cadaplacamove-se comoumaunidaderígidadistinta,cavalgandosobreaastenos- fera,quetambémestáemmovimento.As placasmaioreseseus movimentosatuaisestãorepresentadosnaFigura 2.5.A maior é aPlacaPacífica,7quecompreendeamaiorpartedabaciado OceanoPacífico.Algumasdasplacasrecebemo nomedoscon- tinentesqueelascontêm,porém,emnenhumcasoumaplacaé idênticaaumcontinente.A PlacaNorte-Americana,porexem- plo,estende-sedesdeacostaoestedaAméricadoNorteatéo meiodoOceanoAtlântico,ondeselimitacomasPlacasEura- sianaeAfricana. Além dasplacasmaiores,existeumasériedeoutrasmeno- res.Um exemploé aminúsculaPlacadeJuandeFuca,umpe- daçodalitosferaoceânicaaprisionadoentreasgigantesplacas Pacífica e Norte-Americana,na costanoroestedos Estados linidos. Outrassãofragmentoscontinentais,comoa pequena PlacaAnatoliana,queincluiamaiorpartedaTurquia.(Nemto- dasasplacaspequenassãomostradasnaFigura2.5.) Se vocêquervera geologiaemação,visiteumlimitede placa.Dependendodequalvocêforver,encontrarátéh'emotos, \l1lcões,montanhas,riftesestreitose longos,etc.Muitasfei- çõesgeológicasdesenvolvem-sepormeiodainteraçãodaspla- casemseuslimites.Os trêstiposbásicosdelimitesdeplacas sãomostradosnaFigura2.5ediscutidosnaspróximaspáginas. • Em limitesdivergentes,asplacasafastam-seeumanovalitos- feraécriada(aáreadaplacaaumenta). • Em limitesconvergentes,asplacasjuntam-seeumadelasére- ciclada,retomandoaomanto(aáreadaplacadiminui). • Em limitestransformantes,asplacasdeslizamhorizontalmen- teumaemrelaçãoàoutra(aáreadaplacapermanececonstante). Comoemmuitosmodelosdanatureza,ostrêstiposdepla- casmostradosnaFigura2.5sãoidealizados.Alémdessestrêsti- posbásicos,existem"limitesoblíquos"quecombinamdiver- gênciaouconvergênciacomalgumaquantidadedefalhamento transforrnante.Ainda,oquedefatoacontecenumlimitedepla- cadependedo tipodelitosferaenvolvida,porqueaslitosferas oceânicaecontinentalcomportam-sedemodoumtantodiferen- te.A crostacontinentalé formadaderochasquesãomaisleves emenosresistentesqueacrostaoceânicaouo mantoabaixoda crosta.Os capítulosposterioresirão examinaressadiferença composicionalemmaisdetalhe,mas,porenquanto,vocêneces- sitaapenasteremmenteduasconseqüências:(1) porsermais leve,acrostacontinentalnãoé tãofacilmenterecicladacomoa crostaoceânica;(2)comoacrostacontinentalémenosresisten- te,os limitesdeplacaqueaenvolvemtendema sermaisespa- lhadosecomplicadosqueoslimitesdasplacasoceânicas. ~ ParaEntendera Terra 60' 20' O' 40' 20' 40' 60' 140' 140'160'180' Em limitesconvergentes,as placascolidem e umadelasé puxadaparao mantoe reciclada. 160'140' ) 120'100' Em limitesdivergentes,as placasafastam-see formam umanova litosfera. 80'60'40'20' Em limitesde falhas transformantes, as placasdeslocam-sehorizontalmente umaem relaçãoà outra. A L1TOSFERA DA TERRA É FEITA DE PLACAS QUE SE MOVEM CAPíTULO 2 • Tedônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ 20" O" 20" 40" 60" 140" 120" 100" 80" 60" 40" 20" O" Figura2.5 A configuraçãodo mosaicoatuale dos tipos de limitesde placas.Estavista cartográficada Terrae do relevodo fundo do marmostraos trêstipos básicosde limites de placas:limitesdivergentes,ondeas placasseparam-se(~~); limitesconvergentes, onde asplacasaproximam-se(~~); e limitesde falhastransformantes,ondeas placas deslizamumaemrelaçãoà outra (~~). As setasmostramemquaisdireçõesas placas estãose movendoemrelaçãoàsoutrase aos seuslimitescomuns.Os númerospróximos a elasindicamasvelocidadesrelativasdasplacasemmm/ano.[Limitede placaspor Peter Bird,UCLA] 54 ?ara Entender a Terra 'mites divergentes 0- limitesdivergentesdentrodasbaciasoceânicassãorifteses- eito queseaproximamdaidealizaçãodatectônicadeplacas. _-\diyergênciadentrodoscontinentesgeralmenteémaiscom- pli adaedistribuídasobreumaáreamaislarga.Essadiferença éilustradanaFigura 2.6. SeparaçãodeplacasnosoceanosNofundodomar,o limite entreasplacasemseparaçãoémarcadoporumadorsalmeso- ceânicaqueexibevulcanismoativo,terremotose rifteamento causadospor forçasextensionais(estiramento)queestãopu- xandoasduasplacasàparte.A Figura2.6amostrao queacon- teceemumexemplo,aDorsalMesoatlântica.Aqui aexpansão do assoalhooceânicoestáocorrendoà medidaqueasplaca Norte-Americanae Eurasianaseparam-see o novoassoalho oceânicodoAtlânticoécriadoporascensãodomanto.(Umre- tratomaisdetalhadodaDorsalMesoatlânticafoi mostradona Figura2.3.)A ilha da IslândiaexpõeumsegmentodaDorsal o rifteamentoe a expansãoao longo de uma zona estreitacriarama Dorsal Mesoatlãntica, umacadeiade montanhasmesoceânicasonde vulcõese terremotos estão concentrados. (a) ~ Dorsal Mesoatlântica y ,l( No leste da África, um estágio inicial de rifteamento criou valesparalelosem uma zona com vulcõese terremotos. (b) ,l( Figura2.6 (a) O rifteamentoe a expansãodo assoalhooceãniconaDorsalMesoatlânticacriamuma cadeiade montanhasvulcanogênicasondefalhamento,terremotose vulcanismoestãoconcentrados ao longo de umestreitocentrode expansãomesoceãnico.(b) Estágiosiniciaisdo rifteamentoe separaçãodasplacas,agoraocorrendono lestedaÁfrica,onde valesemriftemúltiplose seu vulcanismo,falhamentoe terremotosassociadosestãodistribuídossobreumazonamaislarga. Figura 2.7 A DorsalMesoatlântica,umlimitede placa divergente,afloraacimado níveldo marna Islândia.O valeem riftecomformade fraturapreenchidocomrochasvulcânicas novasindicaqueas placasestãosendoafastadas.(GudmundurE. Sigvaldason,Nordic Volcanologicallnstitute1 YIesoatlântica,queemoutrascircunstânciasestásubmersa,for- necendoaosgeólogosumaoportunidadede observardireta- menteo processodeseparaçãodeplacaseexpansãodofundo oceânico(Figura2.7).A DorsalMesoatlânticaédiscernÍvelno OceanoÁrtico,aonortedaIslândia,econecta-sea umsistema dedorsaismesoceânicasquequasecircundao globoe serpen- leiaatravésdosoceanosÍndicoePacífico,terminandoaolongo dacostaoestedaAméricadoNorte.Essescentrosdeexpan- sãooriginaramosmilhõesdequilômetrosquadradosdecrosta oceânicaquesãoatualmenteo assoalhodetodosoceanos. SeparaçãodeplacasnoscontinentesOs estágiosiniciaisda eparaçãode placas,comoo grandevaleem rifte do Leste .Uricano(Figura2.6b),podemserencontradosemalgunscon- tinentes.Esseslimitesdivergentessãocaracterizadosporvales em rifte, atividadevulcânicae terremotosdistribuídossobre umazonamaislargaqueadoscentrosdeexpansãooceânicos. O Mar Vermelhoe o Golfo daCalifórniasãoriftesqueseen- ontramnumestágiomaisavançadodeexpansão(Figura2.8). _ essescasos,oscontinentesjá sesepararamo suficientepara CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ queo novoassoalhooceânicopudesseserformadoaolongodo eixo deexpansãoe os valesemrifte fosseminundadospelo oceano.Algumasvezes,o fendimentocontinentalpodetomar- semaislentooupararantesdehaveraseparaçãodocontinente e a aberturadeurnanovabaciaoceânica.O ValedoReno,ao longodafronteiradaAlemanhae daFrança,é umrifteconti- nentalfracamenteativoquepodeseressetipode"centrodeex- pansãoquefracassou".Seráqueo riftedoLesteAfricanovai continuaraabrir-se,levandoaSubplacaSomalianaaseparar-se completamentedaÁfrica e formarumanovabaciaoceânica, comoaconteceuentreaÁfricaea ilhadeMadagascar,ouiráo espalhamentotornar-semaislentoefinalmenteparar,comopa- receestaracontecendonoOestedaEuropa?Osgeólogosainda nãoconhecemasrespostas. Limitesconvergentes As placascobremtodoo globo,demodoque,seelassesepa- ramemcertolugar,deverãoconvergiremoutro,conservando, assim,aáreadasuperfícieterrestre.(Tantoquantopodemosdi- zer,nossoplanetanãoestáseexpandindo!)Ondeasplacasco- lidemfrontalmente,elasfonDamlimitesconvergentes.A profu- sãodeeventosgeológicosresultantesdacolisãodeplacastor- naos limitesconvergentesosmaiscomplexosobservadosna tectônicadeplacas. Convergênciaoceano-oceanoSe asduasplacasenvolvidas sãooceânicas,umadesceabaixodaoutraemumprocessoco- nhecidocomosubducção8(Figura 2.9a).A litosferaoceânica daplacaqueestáemsubducçãoafundanaastenosferae épor fimrecicladapelosistemadeconvecçãodomanto.Esseencur- vamentoparabaixoproduzumalongae estreitafossademar profundo.Na FossadasMarianas,no Oestedo Pacífico, o oceanoatingesuamaiorprofundidade,de cercade 10km - maisqueaalturadoMonteEverest.À medidaqueaplacalitos- féricafriadesce,apressãoaumenta;aáguaaprisionadanasro- chasdacrostaoceânicasubduzidaé "espremida"e ascendeà astenosferaacimadaplaca.Essefluidocausafusãodomanto, produzindoumacadeiadevulcões,denominadaarcodeilhas,9 nofundooceânicoatrásdafossa.A subducçãodaPlacaPacífi- caformouasIlhasAleutas,aoestedoAlasca,quesãovulcani- camenteativas,bemcomoosarcosdeilhasabundantesnoOes- tedoPacífico.Os tenemotosquepodemocorreremprofundi- dadesquechegamaaté600kmabaixodessesarcosdeilhasde- lineiamasplacasfriasdalitosferaàmedidaqueelasseafun- damnomanto. Convergênciaoceano-continenteSe uma placa temuma bordacontinental,elacavalgaaplacaoceânica,porqueacros- ta continentalé mais levee subduzmaisdificilmentequea crostaoceânica(Figura2.9b).A bordacontinentalfica enru- gadae é soerguidanumcinturãodemontanhasaproximada- menteparaleloàfossademarprofundo.As enormesforçasde colisãoe subducçãoproduzemgrandesterremotosao longo dainterfacedesubducção.Ao longodotempo,materiaissão raspadosdaplacadescendentee incorporadosnasmontanhas adjacentes,deixandoaosgeólogosumcomplexo(e freqüen- tementeconfuso)registrodo processode subducção.Como nocasodaconvergênciaoceano-oceano,aáguacarregadapa- rabaixopelaplacaoceânicamergulhantecausaafusãodacu- 56 ParaEntender a Terra (a) Figura 2.8 (a) O Mar Vermelho(direita,abaixo)divide-separa formaro Golfo de Suez,à esquerda,e o Golfo de 'Aqaba,10 à direita.A PenínsulaArábica,à direita,ao separar-seda África,à esquerda,abriuessesgrandesriftes,queagoraforaminundados pelo mar.O Rio Nilo (extremaesquerda)flui parao norteno Mar nhadomantoe aformaçãodevulcõesnoscinturõesdemon- tanhasatrásdafossa. A costaoestedaAméricadoSul, ondeaPlacaSul-Ameri- canacolidecomaPlacadeNazca,denaturezaoceânica,éuma zona de subducçãodessetipo. Uma grandecadeiade altas montanhas,osAndes,eleva-senoladocontinentaldolimiteco- lidenteeumafossademarprofundositua-sepróximoàcosta. Os vulcõesaquisãoativosemortais.Um deles,o NevadodeI Ruiz, naColômbia,matou25mil pessoasporocasiãodeuma erupçãoem 1985.Alguns dosmaioresterremotosdo mundo tambémforamregistradosaolongodesselimite.Outroexem- plo ocorreondeapequenaPlacadeJuan deFucaestásubdu- zindo a Placa Norte-Americanaao longo da costaoesteda Américado orte.Esselimiteconvergentedeuorigemaospe- rigo o vulcõesdaCadeiaCasca~e,IIqueproduziuaerupção de1980doMonteSantaHelena.A medidaquecresceo enten- dimentodazonadesubducçãodeCascadia,oscientistastor- nam-semaispreocupadoscomapossibilidadedeocorrênciade umgrandeterremotonessaregião,o quecausariadanoconsi- derávelaolongodascostasdosestadosdeOregon,Washington e ColúmbiaBritânica. Convergênciacontinente-continenteOnde a convergência deplacasenvolvedoiscontinentes(Figura2.9c),a subducção dotipooceânicanãopodeacontecer.As conseqüênciasgeoló- Mediterrâneo(topo). [EarthSatelliteCorporation] (b) O Golfo da Califórnia,umoceanoemprocessode aberturaresultantedo movimentoda placa,marcaumriftequeestásendoalargado entrea BaixaCalifórniae o México. [Worldsat International/PhotoResearchers] gicasdessetipodecolisãosãoconsideráveis.A colisãodaspla- casIndianaeEurasiana,ambascomcontinentesemsuaborda frontal,forneceomelhorexemplo.A PlacaEurasianacavalgaa Placa Indiana,masa Índia e a Ásia mantêm-seflutuantes, criandoumaespessuradupladacrostaeformandoacordilhei- rademontanhasmaisaltadomundo,o Himalaia,bemcomoo vastoe altoPlanaltodoTibete.Nessaeemoutraszonasdeco- lisãocontinente-continente,ocorremterremotosviolentosna crostaqueestásofrendoenrugamento. Limites de falhas transformantes Em limitesondeasplacasdeslizamumaemrelaçãoàoutra,a litosferanãoénemcriadanemdestruída.Esseslimitessãofa- lhas transformantes:fraturasaolongodasquaisocorreum deslocamentorelativoàmedidaqueo deslizamentohorizontal aconteceentreblocosadjacentes.Os limitesdefalhastransfor- mantessãotipicamenteencontradosaolongodedorsaismeso- ceânicas,ondeo limitedivergentetemsuacontinuidadeque- brada,sendodeslocadonumpadrãosemelhanteaumescalona- mento.A FalhadeSantoAndrénaCalifórnia,ondeaPlacaPa- cíficadeslizaemrelaçãoàPlacaNorte-Americana,éumótimo exemplodeumafalhatransformanteemcontinente,comomos- tradonaFigura 2.10.Pelofatodeasplacasteremsedeslocado umasemrelaçãoàsoutrasdurantemilhõesdeanos,asrochas CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ uando duas placasoceânicasconvergem, <ormamuma fossa de mar profundo e um arco de ilhas vulcânico. Ilhas Japonesas -i..;r•.:: / (arco de i1:a~j';>"'"",4~ . ,.;~. -. ~/ Fossado Japâo '!Í Quando uma placa oceânica encontra uma placa continental, a placa oceânica entra em subducçâo e um cinturâo de monta- nhasvulcânico éformado na margemda placa continental. Cordilheira dos Andes c) Quando duas placascontinentais colidem, a crosta é amassadae espessada,formando altas montanhase um amplo planalto. tgUra 2.9 Trêstipos de limitesconvergentes.(a) Subducçãode umaplacaoceânica - outraplacaoceânica,formandoumafossaprofundae umarcode ilhavulcãnico.(b) =_3ducçãode umaplacaoceãnicaemumamargemcontinental,formandoumcinturãode tanhasvulcãniconamargemdeformadado continenteemvezde umarcode ilha.(c) a colisãode placacontinente-continente,queamassae espessaa crostacontinental, I andoaltasmontanhase umamploplanalto. 58 Para Entendera Terra oÀ medidaque as placas Pacíficae Norte-Americana movem-seumaem relaçãoà outra em direçõesopostas... o...o canalde um riacho que atravessaa falhavai sendo deslocado. Figura 2.10 Umavistaparao noroesteao longoda Falhade SantoAndrénaPlaníciede Carrizo,naCalifórniaCentral.Santo Andréé umafalhatransformante,formandoumapartedo limite it contíguasnosdoisladosdafalhasãodetipose idadesdiferen-I' tesoGrandesterremotos,comoo quedestruiua cidadedeSan Franciscoem1906,podemocorrernoslimitesdeplacastrans- formantes.Existemuitapreocupaçãodequeumrepentinodes- locamentopossaocorreraolongodafalhadeSantoAndréou de outrasfalhasrelacionadaspróximasa Los Angelese San Franciscodentrode, aproximadamente,25 anos,resultando numterremotoextremamentedestrutivo. As falhastransformantestambémpodemconectarlimites deplacasdivergentescomlimitesconvergentese limitescon- vergentescomoutroslimitesconvergentes.Vocêpoderiaen- contraroutrosexemplosdetiposdelimitesdefalhastransfor- mantesnaFigura2.5? Combinação de limites de placas Cadaplacaélimitadaporumacombinaçãodelimitestransfor- mantes,convergentesedivergentes.Comopodeserobservado naFigura2.5,aPlacadeNazca,noPacífico,temtrêsladosli- mitadospor zonasdivergentes,ondeumanovalitosferaé ge- radaao longode segmentosdadorsalmesoceânica,osquais são deslocadossegundoumpadrãoescalonadopelasfalhas transformantes.O outroladoélimitadopelazonadesubduc- çãodo Peru-Chile,ondea litosferaé consumidanumafossa oceânicaprofunda.A PlacaNorte-Americanaélimitadaales- tepelaDorsalMesoatlântica,queéumazonadedivergência; a oeste.pelafalhade SantoAndré e outroslimitestransfor- mantes;e,anoroeste,porzonasdesubducçãoe limitestrans- formantesqueseestendemdesdeo estadodeOregon(EUA) atéaCadeiadasAleutas. Figura panorâmica 2.11 Um levantamentooceanográfico sobre a Cadeiade Reykjanes,parteda Dorsal Mesoatlântica,a sudoesteda Islândia,mostrouumpadrãode camposde anomaliasmagnéticas(direita,acima).Estafigura ilustracomo os cientistasdescobrirama explicaçãoparaessepadrãoem deslizanteentrea PlacaPacífica,à esquerda,e a PlacaNorte- Americana,à direita.Notecomoo movimentodafalhadeslocouos canaisdos riachosquecorremao longoda mesma.[JohnSheltonJ . ;\1 cidadedasplacase história ,smovimentos Quãorápidoasplacassemovem?Algumasmovem-semaisrá- pidoqueoutras,porquê?As velocidadesatuaisdosmovimen- tosdasplacassãoasmesmasqueno passadogeológico?Os geólogostêmdesenvolvidométodosengenhosospararespon- deressasquestõese,dessemodo,entendermelhora tectônica deplacas.Nestaseção,examinaremostrêsdessesmétodos. o fundo oceânico como um gravador magnético DuranteaSegundaGuerraMundial,foramdesenvolvidosins- trumentosextremamentesensíveisparadetectarsubmarinosa partirdoscamposmagnéticosemanadosporsuascouraçasde aço.Os geólogosmodificaramligeiramenteessesinstrumentos e rebocaram-nosatrásde naviosde pesquisasparamediro campomagnéticolocalcriadoporrochasmagnetizadasnofun- dodomar.Cruzandoosoceanosrepetidasvezes,oscientistas marinhosdescobriramsupreendentespadrõesregularesnain- tensidadedocampomagnéticolocal.Em muitasáreas,o cam- po magnéticoalternavaentrevaloresaltose baixosdispostos embandaslongaseestreitaschamadasdeanomaliasmagnéti- cas,queeramparalelasequaseperfeitamentesimétricasàcris- tadadorsalmesoceânica.Um exemploé mostradonaFigura panorâmica2.11.A detecçãodessespadrõesfoi umadentreas grandesdescobertasqueconfirmarama expansãodoassoalho oceânicoe levaramà teoriadatectônicadeplacas.A detecção dessespadrõestambémpermitiuaosgeólogosmedirosmovi- termosde duasteorias:(1) de que o campomagnéticoda Terra revertea suadireção emintervalosde dezenasa milharesde anos,e (2) de que a expansãodo assoalho oceânico move gradualmentea crosta recentementemagnetizadaparalonge da crista da dorsal. CAPíTULO 2 • Tedônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ oMAPEAMENTO MAGNÉTICO PODE MEDIR A TAXA DE EXPANSÃO DO ASSOALHO OCEÃNICO Um naviorebocandoum sensívelmagnetõmetro registrouas anomalias magnéticas... --- As bandasmostraram-se aproximadamentesimétricasem ambosos ladosda Dorsal Mesoatlântica.Mas qual é o significadodessasanomalias? Os vulcõesforneceriamumadica. ___ 2,0 Dadosde tempo magnéticoobtidos a partir de derrames de lavasforamusadosparadataranomaliasmagnéticas do assoalho oceânico. , 3',3 2,5 1 1 2,5 Os cientistasconcluíramqueascamadas de lavaeramo registrodo campo magnéticodaTerracongeladono tempo. As camadas"lembram"o campo magnético(magnetizaçâo termorremanescente). As camadasmaisantigas(maisprofundas) preservama direçâodo campomagné- tico naépocado resfriamento:umre- gistromagnéticocongeladono tempo. Dorsal mesoceânica\Milhões de Presente ~ oceânica atual Épocanormal de Brunhes O campomagnéticoter- restrerevertesuadire- çâo em intervalosde de- zenasa milharesde anos. Épocareversa de Matuyama As épocasmagnéticassâo grandesperíodos de cercade meio milhãode anos,mas podem ser interrompidaspor eventosreversoscurtos. Os cientistasconcluíramque as bandasde anomalias no fundo marinhoeramumregistroda expansâodo assoalho oceânico,que agecomo umgravador. O cálculoda velocidadede expansãodo assoalho oceânicopode ser feito (velocidade=distância/tempo). Os cientistas,estudandolavas vulcânicas,tambémobservaram anomaliasmagnéticas. Quando a lavaricaemferro resfria-se,torna-se magnetizadade acordo com a direçâodo campo magnéticoda Terra. y Épocareversa Épocanormal de Gilbert de Gauss ~ I A partir de muitosregistros desseseventosem lavas,as reversõesmagnéticaspodemser determinadasde modo a criar-se umalinhade tempo magnético. 5,0 Ma ~==-~-er2 Tem - Ia asaolongodotempogeológico.Paraentender ,0-.pre isamosolharmaisdetidamentecomoasro- ::-----w;:nam- magnetizadas. oregistrorochosodasreversõesmagnéticasda Terra Há '":: -e -!DO anos.os cientistassabemqueumaagulhadeuma . ,--ola apontaparao pólomagnéticonorte(próximoaoPólo _-onegeográfico)devidoaocampomagnéticodaTerra.Imagi- ;}~mquãoestupefatoselesficaramhápoucasdécadasquando en ontraramevidênciasnoregistrogeológicodeque,aolongo do tempo,o campomagnéticofreqüentementesereverte- ou eja.trocaopólomagnéticonortepelopólomagnéticosul.Du- rantecercademetadedo tempogeológico,a agulhadeuma bússolaapontariaparao sul! o iníciodadécadade1960,osgeólogosdescobriramqueo registroprecisodessecomportamentopeculiarpodeserobtidoapanirdederramesacamadosdelavavulcânica.Quandolavasri- casemferroresfriam-seempresençadocampomagnéticoter- restre,tomam-selevementemagnetizadassegundoa direção dessecampo.Talfenômenoéchamadodemagnetizaçãotermor- remanescente,porquea rocha"recorda-se"da magnetização muitodepoisdeo campomagnetizadorexistenteaotempode suaformaçãotersidomudado.(Comoasrochastomam-semag- netizadasserádiscutidomaisdetalhadamentenoCapítulo21.) Em derramesdelávasacamados,cadacamadaderochado rapoparaabasedaseqüênciarepresentaumperíododetempo geológicomaisantigo,eaidadedecadacamadapodeserdeter- minadapormétodosdedataçãoprecisa(descritosnoCapítulo 10). As mediçõesda magnetizaçãotermorremanescentede amostrasderochadecadacamadafornecemadireçãodocam- po magnéticoterrestrenelascongeladaquandode seures- friamento(verFigurapanorâmica2.11). Por meiodarepetição dessasmedidasváriosde lugaresnomundo,os geólogosdes- vendaramahistóriadetalhadadasreversõesmagnéticasaolon- godotempogeológico.A escaladetempomagnéticodosúlti- mos5milhõesdeanoséapresentadanaFigurapanorâmica2.11. Cercademetadedetodasas rochasestudadasmostrou-se magnetizadanumadireçãoopostaaocampomagnéticoterrestre atual.Aparentemente,o campoinverteu-semuitasvezesnotem- pogeológico,ecamposnOlmais(osmesmosdeagora)ereversos (opostosao de agora)sãoigualmenteprováveis.Os períodos maislongosdocamponormaloureversosãochamadosdeépo- casmaonéticas;elasparecemdurarcercade meiomilhãode anos.emborao padrãodereversão,quandoretrocedemosno tempogeológico,tome-sealtamenteirregular.Superpostasàs épocasmaiores,estãoasreversõescurtasetransicionaisdocam- po. onhecidascomoeventosmagnéticos,quepodemdurardes- dealgun milharesaté200mil anos. Padrõesdeanomaliasmagnéticasno assoalhooceânicoOs peculiarespadrõesmagnéticosbandadoslocalizadosnofundo dooceano( erFigurapanorâmica2.11) deixaramoscientistas curiososaté1963,quandodoisingleses,F. 1.VineeD. H. Ma- thews- e,independentemente,doiscanadenses,L. MorleyeA. Larochelle- formularamumapropostasurpreendente.Com baseemnovasevidênciasparaasreversõesmagnéticascoleta- dasporgeólogosemderramesdelavasnocontinente,elesargu- mentaramqueasbandasmagnéticasaltase baixascorrespon- diamabandasderochasdofundosubmarinoqueforammagne- tizadasduranteepisódiosancestraisdocampomagnéticonor- malereverso.Ou seja,quandoonaviodepesquisaestivesseso- brerochasmagnetizadasnadireçãonormal,eleregistrariaum campomagnéticolocalmentemais forte, ou umaanomalia magnéticapositiva,equandoestivessesobrerochasmagnetiza- dasnadireçãoreversa,registrariaumcampolocalmentemais fraco,ouumaanomaliamagnéticanegativa. Essaidéiaforneceuumpoderosotesteparaa hipóteseda expansãodoassoalhooceânico,quepostulaqueo fundosub- marinonovoé formadoao longo dosriftesdeumacristada dorsalmesoceânica,àmedidaqueasplacasseseparam(verFi- gurapanorâmica2.11). O magmafluindodointeriorsolidifica- senasfraturase toma-semagnetizadona direçãodo campo magnéticoterrestredaépoca.À medidaqueo assoalhooceâni- co separa-see afasta-sedacrista,aproximadamentemetadedo materialmagnetizadonumcertomomentomove-separaumla- do,emetadeparao outro,formandoduasbandasmagnetizadas simétricas.Um novomaterialpreencheasfraturas,continuan- doo processo.Dessemodo,o assoalhosubmarinofuncionaco- moumgravadorquecodificaahistóriadeaberturadosoceanos pormeiodaimpressãomagnéticadasreversõesdocan1pomag- néticodaTerra. Passadosalgunsanos,oscientistasmarinhosforamcapazes demostrarqueessemodeloforneciaumaexplicaçãoconsisten- teparaospadrõessimétricosdasanomaliasmagnéticasdoas- soalhooceânicoencontradosnasdorsaismesoceânicasemto- doo mundo.Alémdisso,essemodeloforneceu-lhesumaferra- mentaprecisaparamediras taxasde expansãodo assoalho oceânicoatuaise dopassadogeológico.Essaevidênciacontri- buiu substancialmenteparaa descobertae a confirmaçãoda tectônicadeplacas. Inferindo asidadesdofnndooceânicoeasvelocidadesrela· tivasdasplacas Por meiodousodasidadesdasreversõesque foramdeterminadasapartirdelavasmagnetizadasnosconti- nentes,osgeólogospuderamindicaridadesparaasbandasde rochasmagnetizadasnofundooceânico.Elespuderamcalcu- lar,então,quãorápidoosoceanosseabriram,usandoafórmu- lavelocidade=distância/tempo,sendoqueadistânciafoi me- didaapartirdoeixodadorsale o tempo,igualadoà idadedo fundooceânico.Por exemplo:o padrãodeanomaliamagnética daFigurapanorâmica2.11mostrouqueo limiteentreaépoca nOlmaldeGaussea épocareversadeGilbert,queforamdata- dasapartirdederramesdelavasem3,3milhõesdeanos,esta- valocalizadoa cercade30kmdacristadaCadeiadeReykja- nes.Aqui, a expansãodo fundooceânicoseparouas placas Norte-AmericanaeEurasianaporcercade60km em3,3mi- lhõesdeanos,fornecendoumataxadeexpansãode 18kmpor milhãodeanoou,deoutromodo,18mm/ano. Numlimitedivergentedeplacas,acombinaçãodataxade expansãoedadireçãodeexpansãofornecea velocidaderela- tivadaplaca:avelocidadecomqueumaplacamove-serelati- vamenteaoutra. SevocêolharaFigura2.5,vaiverquea taxadeexpansão paraaDorsalMesoatlânticaaosuldaIslândiaéexageradamen- te baixaquandocomparadacoma de muitosoutroslugares dessamesmadorsal.O recordedevelocidadedeexpansãopo- deserencontradonaDorsaldoPacíficoOriental12somenteno suldoequador,ondeasplacasPacíficaedeNazcaestãosese- parandoa umataxade150mm/ano- umaordemdemagnitu- - ;naisrápidaqueataxadoAtlânticoNorte.Umamédiaesti- -nparaasdorsaismesoceânicasdomundoédecercade50 'ano.Isso é aproximadamentea taxade crescimentode unhas,e mostraque,emtermosdegeologia,taistaxas :.--e:xpansãofornecemdadosimportantesparao estudodosis- -=:nadeconvecçãodomanto,tópicoa queretomaremosmais :!.:iantenestecapítulo. Podemosseguira escaladetempomagnéticoa partirdas - 'ras reversõesdo campomagnéticoterrestre.As bandas - _ éticascorrespondentesno assoalhooceânico,quepodem -"'r pensadascomobandasde idades,têmsidomapeadasem - r.alheapartirdascristasdasdorsaismesoceânicasdasvárias - :asoceânicas,cobrindoumintervalodetempoqueexcedea milhõesdeanos. O podereaconveniênciadeusaramagnetizaçãodoassoalho cinico paradescobrirahistóriadasbaciasoceânicasnãopo- -an ersobreenfatizados.Os geólogoscalcularamasidadesde : -asregiõesdofundooceânicosemsequerexaminaramostras -' rochas.Elessimplesmentecruzaramosoceanos,medindoos _:mlPOS magnéticosdasrochasdofundosubmalino,e correla- _ naramospadrõesdereversãocomasseqüênciasdetempoes- lecidaspelosmétodosanteriormentedescritos.Na verdade, ~-~aprenderamcomo"tocarafitanovamente". CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria UnifícadoR 61 A simplicidadee a elegânciada magnetizaçãodo fundo oceânicotornaram-naumaferramentamuitoefetiva.Maselaé ummétodoindiretoou desensoriamentoremoto,poisas ro- chasnãoforamrecuperadasdofundooceânicoe,portanto,suas idadesnão foramdiretamentedeterminadasem laboratólio. Umaevidênciadiretadaexpansãodofundooceânicoedomo- vimentodeplacasaindasefazianecessáriaparaconvenceral- gunspoucoscéticosremanescentes.A perfuraçãodofundodo marveiosupriressasevidênciasquefaltavam. Perfuração de mar profundo Em 1968,umprogramadeperfuraçõesdofundodosoceanos foi lançadocomoumprojetointegradopelasmaioresinstitui- çõesoceanográficase a FundaçãoNacionaldeCiência13(Re- portagem2.1).Mais tarde,outrasnaçõesjuntaram-seaessees- forço.Esseexperimentoglobaltinhaporobjetivoperfurar,re- cuperareestudarasrochasdofundooceânicodemuitosluga- resdomundo.Usandoperfuratrizesrotativas,oscientistastrou- xeramtestemunhoscontendosecçõesde rochasdo assoalho oceânico;emalgunscasos,aperfuraçãopenetroumilharesde metrosabaixodasuperfíciedofundooceânico.Assim,osgeó- Jogostiveramaoportunidadededesvendarahistóriadasbacias oceânicasapartirdeevidênciasdiretas. 2.1 Perfurando em mar profundo Onavio jQIDES Reso/uiion, que perfuraem mar profundo,tem 143 m de comprimento.No meio,carregaumatorre de perfuraçãode 61 mde altura.Eleé o úniconaviode suaes- péciecom capacidadede perfuraraté o oceano maisprofun- do. Elepode baixarcanos de perfuraçãopor milharesde me- tros até atingiro fundo submarinoe,depois, perfuraros sedi- mentose a crostabasálticasubjacenteporoutros milharesde metros. Antes de poder alcançaressafaçanha,foi necessáriauma descobertatecnológica.Foiprecisoencontrarumamaneirade mantê-Ioestacionárioduranteo processode perfuração,inde- pendentementedascorrentese dos ventos;de outro modo,o cano de perfuraçãoseria rompido. O problemafoi resolvido graçasao movimentode umartefatode posicionamentoque usaondasde somtransmitidaspor sensoresacústicosimplan- tados no fundo do mar.Qualquer mudançana posiçãodo na- vio é detectadapor umcomputadorque monitoraas mudan- çasdetempo de chegadados pulsos sonorosa partir de cada emissor.O mesmocomputadorcontrolaa velocidadee o leme paramantero navioparado. A perfuração em oceano profundo foi a resposta para aquelesque diziam,quando a exploraçãoda Lua foi iniciada, que era"melhorexploraro fundo dos oceanos que o lado es- curo da Lua".Nós terminamospor fazeros dois. Q programa de perfuraçãoemmar profundo, agoraconhecido como Pro- gramade PerfuraçãoOceãnica,temmaisde 35 anose tornou- se de escopo internacional. Os cientistasa bordo de umnaviode perfuraçãotiram amostrasde sedimentosrecuperadosdo fundo do mar.Essas amostraspodemseranalisadaspararevelara históriadas baciasoceânicase ascondiçõesclimáticasantigas.[Cortesia do Programade PerfuraçãoOceânica/TAMA] 62?2 =me der a Terra L::nadascoisasmaisimportantesa serdeterminadaeraa:h~de adaamostra.Pequenaspartículascaindoatravésda -~ oceânica- poeiradaatmosfera,materialorgânicodeplan- animaismalinhos- acumulam-secomosedimentosno fundodo marà medidaqueumanovacrostaoceânicavai se :armando.Dessemodo,a idadedossedimentosmaisantigos do [e temunhosdesondagem,ouseja,daquelesimediatamen- [esobreacrosta,forneceuaosgeólogosaidadedofundooceâ- niconaqueledeterminadoponto.A idadedossedimentoséob- tidaplimeiramenteapartirdeesqueletosfósseisdeminúsculos animaisunicelulares,quevivemnooceanoe afundamquando morrem(verCapítulo10).Observou-sequeostestemunhosde sondagemdesedimentostornavam-semaisantigoscomo au- mentodadistânciaa partirdasdorsaismesoceânicase queas idadesdasrochasdoftmdosubmarinoconcordavamquaseper- feitamentecomaquelasdeterminadasapartirdosdadosdere- versãomagnética.A concordânciavalidouadataçãomagnética do fundosubmarinoe confirmouo conceitode expansãodo fundodomar. Medidas do movimento de placa pela Geodésia Em suaspublicaçõesemdefesadaderivacontinental,Alfred Wegenercometeuumgrandeerro:elepropôsqueaAmélicado Nortee aEuropaestavamafastando-sea umataxadeaproxi- madamente30m/ano- mil vezesmaisrápidoqueaexpansão realdo assoalhodoAtlântico!Essavelocidadeinacreditavel- mentealtafoi umadasrazõesquelevarammuitoscientistasa rejeitarfrancamenteasnoçõesdederivacontinental.Wegener fez essasestimativasporassumirincorretamentequeosconti- nentesestavamjuntos,constituindoaPangéia,numtempotão recentequantoo daúltimaidadeglacial(queocorreuháapenas 20mil anos).Suacrençaemumarápidataxatambémenvolveu certadosedeotimismo.Emparticular,eleesperavaqueahipó- teseda derivapudesseserconfirmadapor repetidasmedidas acuradasdadistânciaatravésdoOceanoAtlânticousandoopo- sicionamentoastronômico. PosicionamentoastronômicoO posicionamentoastronômico - medidadaposiçãodasestrelasnocéunoturnoparadetermi- narondevocêestá- é umatécnicadaGeodésia,aciênciaan- cestraldemediraformadaTerraeposicionarpontosnasuasu- perfície.Os navegadoresutilizaramo posicionamentoastronô- mico duranteséculosparadeterminaros limitesgeográficos das[errase os malinheirosfizeramo mesmoparadirecionar eu naYiosno mar.Há 4 mil anos,os construtoresegípcios usarames atécnicaparaposicionara GrandePirâmideperfei- tamenteparao norte. WegenerimaginouqueaGeodésiapudesseserusadapara medira deriyacontinentaldaseguintemaneira.Dois observa- dores,umnaEuropaeo outronaAmélicadoNorte,determina- riamsimultaneamenteassuasposiçõesrelativasa estrelasfi- xas.A partirdessasposições,elespodeliamcalcularadistância entreosdoispontosdeobservaçãoemcadainstante.Então,re- petiriamessasmedidasdedistânciaapartirdosmesmospostos deobservaçãoalgumtempodepois,digamos,apósumano.Se oscontinentesestivessemàderiva,entãoadistânciadeveliater aumentadoe o valordo incrementodeterminariaa velocidade damesma. Figura2.12 Umadas250 estaçõesGPS de umaredeque coletaobservaçõesde satéliteao longo de falhasao sulda Califórnia.Essesinstrumentosusamsinaisde satélitesGPS orbitandoa Terraparadetectarpequenosdeslocamentosna superfície,a partirdos quaiso movimentodasplacase as deformaçõesde seuslimitespodemsercalculados.Observações dessesmovimentospodemauxiliaros cientistasa avaliara ocorrênciade futurosterremotos.[SouthernCalifornia EarthquakeCenter] No entanto,paraessatécnicafuncionar,asposiçõesrelativas dospostosdeobservaçãodeveriamserdeterminadasdemodo suficientementeacuradoparamediromovimento.Na épocade Wegener,aacuráciadoposicionamentoastronômicoerapobre; oserrosnafixaçãodasdistânciasintercontinentaisexcediama 100metros.Dessemodo,mesmoasaltastaxasdedelivaqueele estavapropondoexigiriamumcertonúmerodeanosparaserem observadas.Ele argumentouqueduasdeterminaçõesastronômi- casdadistânciaentreaEuropae aGroelândia(ondetrabalhou comometeorologista),tomadascomumintervalodeseisanos, suportavamsuasaltastaxas,maseleestavaequivocadonova- mente.SabemoshojequeodeslocamentodaDorsalMesoatlân- ticaentreamedidadeumlevantamentoeo seguinteédeapenas 1/10demetro,mil vezesmenosqueonecessmoparaserobser- vadopelastécnicasqueestavamdisponíveisentão. Em funçãodaaltaexatidãorequeridaparaobservardireta- menteo movimentodasplacas,astécnicasgeodésicasnãoexer- cerampapelsignificativonadescobertadatectônicadeplacas. Os geólogostiveramde confiarnaevidênciadaexpansãodo fundooceânicoapartirdoregistrogeológico- astirasmagnéti- caseasidadesdosfósseisdescritasanteliormente.No entanto, ummétododeposicionamentoastronômicoiniciadonofinalda décadade 1970usousinaisdedistantes"fontesderádioquase ~'2 =- Le der a Terra dascoisa maisimportantesa serdeterminadaeraa e adaamostra.Pequenaspartículascaindoatravésda - =,...3. eania- poeiradaatmosfera,materialorgânicodeplan- - - e animaismarinhos- acumulam-secomosedimentosno fundodo marà medidaqueumanovacrostaoceânicavai se formando.Dessemodo,a idadedossedimentosmaisantigos doste temunhosdesondagem,ouseja,daquelesimediatamen- [esobreacrosta,forneceuaosgeólogosa idadedofundooceâ- niconaqueledeterminadoponto.A idadedossedimentosé ob- tidaprimeiramenteapartirdeesqueletosfósseisdeminúsculos animaisunicelulares,quevivemnooceanoeafundamquando morrem(verCapítulo10).Observou-sequeostestemunhosde sondagemdesedimentostornavam-semaisantigoscomo au- mentodadistânciaapartirdasdorsaismesoceânicasequeas idadesdasrochasdofundosubmarinoconcordavamquaseper- feitamentecomaquelasdeterminadasapartirdosdadosdere- versãomagnética.A concordânciavalidouadataçãomagnética do fundosubmarinoe confirmouo conceitodeexpansãodo fundodomar. Medidas do movimento de placa pela Geodésia Em suaspublicaçõesemdefesadaderivacontinental,Alfred Wegenercometeuumgrandeerro:elepropôsqueaAméricado Nortee aEuropaestavamafastando-seaumataxadeaproxi- madamente30m/ano- mil vezesmaisrápidoquea expansão realdo assoalhodoAtlântico!Essavelocidadeinacreditavel- mentealtafoi umadasrazõesquelevarammuitoscientistasa rejeitarfrancamenteasnoçõesdederivacontinental.Wegener fez essasestimativasporassumirincorretamentequeosconti- nentesestavamjuntos,constituindoaPangéia,numtempotão recentequantoo daúltimaidadeglacial(queocorreuháapenas 20mil anos).Suacrençaemumarápidataxatambémenvolveu certadosedeotimismo.Emparticular,eleesperavaqueahipó- teseda derivapudesseserconfirmadapor repetidasmedidas acuradasdadistânciaatravésdoOceanoAtlânticousandoo po- sicionamentoastronômico. PosicionamentoastronômicoO posicionamentoastronômico - medidadaposiçãodasestrelasnocéunoturnoparadetermi- narondevocêestá- éumatécnicadaGeodésia,a ciênciaan- cestraldemediraformadaTerraeposicionarpontosnasuasu- perfície.Os navegadoresutilizaramo posicionamentoastronô- mico duranteséculosparadeterminaroslimitesgeográficos dasterrase os marinheirosfizeramo mesmoparadirecionar seusnaviosno mar.Há 4 mil anos,os construtoresegípcios usaramessatécnicaparaposicionaraGrandePirâmideperfei- tamenteparao norte. Wegenerimaginouquea Geodésiapudesseserusadapara mediraderivacontinentaldaseguintemaneira.Dois observa- dores,umnaEuropaeooutronaAméricadoNorte,determina- riamsimultaneamenteassuasposiçõesrelativasa estrelasfi- xas.A partirdessasposições,elespoderiamcalcularadistância entreosdoispontosdeobservaçãoemcadainstante.Então,re- petiriamessasmedidasdedistânciaapartirdosmesmospostos deobservaçãoalgumtempodepois,digamos,apósumano.Se os ontinentesestivessemàderiva,entãoadistânciadeveriater aumentadoe o valordo incrementodeterminariaavelocidade dame ma. Figura2.12 Umadas250 estaçõesGPS de umaredeque coletaobservaçõesde satéliteao longo de falhasao sulda Califórnia.Essesinstrumentosusamsinaisde satélitesGPS orbitando a Terraparadetectarpequenosdeslocamentosna superfície,a partirdos quaiso movimentodasplacase as deformaçõesde seuslimitespodemsercalculados.Observações dessesmovimentospodemauxiliaros cientistasa avaliara ocorrênciade futurosterremotos.[SouthernCalifornia EarthquakeCenter] No entanto,paraessatécnicafuncionar,asposiçõesrelativas dospostosdeobservaçãodeveriamserdeterminadasdemodo suficientementeacuradoparamediro movimento.Na épocade Wegener,aacuráciadoposicionamentoastronômicoerapobre; oserrosnafixaçãodasdistânciasintercontinentaisexcediama 100metros.Dessemodo,mesmoasaltastaxasdederivaqueele estavapropondoexigiriamumcertonúmerodeanosparaserem observadas.Ele argumentouqueduasdeterminaçõesastronômi- casdadistânciaentreaEuropae aGroelândia(ondetrabalhou comometeorologista),tomadascomumintervalodeseisanos, suportavamsuasaltastaxas,maseleestavaequivocadonova- mente.SabemoshojequeodeslocamentodaDorsalMesoatlân- ticaentreamedidadeumlevantamentoeoseguinteédeapenas 1/10demetro,mil vezesmenosqueo necessárioparaserobser- vadopelastécnicasqueestavamdisponíveisentão. Em funçãodaaltaexatidãorequeridaparaobservardireta- menteo movimentodasplacas,astécnicasgeodésicasnãoexer- cerampapelsignificativonadescobertadatectônicadeplacas. Os geólogostiveramdeconfiarna evidênciada expansãodo fundooceânicoapartirdoregistrogeológico- astirasmagnéti- caseasidadesdosfósseisdescritasanteriormente.No entanto, ummétododeposicionamentoastronômicoiniciadonofinalda décadade1970usousinaisdedistantes"fontesderádioquase " (quasares)registradosporenormesantenasemforma to.Essemétodopodemedirdistânciasintercontinentais :unaexatidãoadmiráveldeaté1mm.Em 1986,umgrupo - _-~ntistaspublicouumconjuntodemedidasbaseadasnessa ~ -::aquemostrouqueasdistânciasentreasantenasnaEuro- -uécia)e naAméricadoNorte(Massachusetts)tinhamau- - do 19mm/anonumperíododecincoanos,muitopróximo ~ito pormodelosgeológicosdatectônicadeplacas.O so- - - deWegenerdemediraderivacontinentaldiretamentepor - - ionamentoastronômicofoi finalmenterealizado! _-ata:Hoje, a GrandePirâmidedoEgito nãoseencontra -5 perfeitamentedirecionadapara o norte,comoafirmado rionnente,maslevementea nordeste.Seráqueosastrô- "TUJS egípciosancestraiscometeramesseerroao orientá-Ia séculosatrás?14 Os arqueólogospensamqueprovavel- enão.Duranteesseperíodo,aÁfrica derivouo sufiGien- ragirar apirâmidefora doalinhamentocomoverdadei- arte. ma deposicionamentolocal As operaçõesgeodésicas comgrandesradiotelescópiossãomuitocarasenãosão a ferramentapráticaparainvestigaçãodetalhadadomovi- -~ todasplacastectônicasemáreasremotas.Desdemeados CAPíTULO 2 •Tectônicade Placas:aTeoriaUnificadora~ dadécadade 1980,os geólogostêmconseguidotirarvanta- gemdeumanovaconstelaçãode24 satélitesorbitadoresda Terra, chamadosde Sistema de Po icionamentoGlobal (GPSI5),parafazerosmesmostiposdemedidascoma mes- maimpressionanteexatidão,usandoreceptoresderádiospor- táteis,muitomaisbaratose menoresqueestelivro (Figura 2.12).Os receptoresdeGPS registramondasderádiodealta freqüênciasincronizadascomrelógiosatômicosprecisossi- tuadosàbordodossatélites.A constelaçãodesatélitesserve comoumsistemadereferênciaexterna,domesmomodoque asestrelasfixase osquasaresfazememumposicionamento astronômico. As mudançasdadistânciaentreosreceptoresdeGPS basea- dosnasuperfícieterrestredediferentesplacaseregistradosao longodemuitosanosconcordamemmagnitudee direçãocom aquelasdeterminadasapartirdasanomaliasmagnéticasdoas- soalhooceânico.Essesexperimentosindicamqueosmovimen- tosdasplacassãonotavelmenteconstantesduranteperíodosde tempoquevariamdepoucosanosamilhõesdeanos.Os geólo- gosestãoagorausandoo GPS paramediranualmenteosmovi- mentosdasplacasemmuitaslocalidadesdoglobo(Figura2.13). Além dedeterminarasvelocidadesdasplacas,asobserva- çõesporGPS mostraramqueaconvergênciaentreasplacasde 80· 100' 120' 140' 160' 180' 160' 140' 120' 100'20' 40' Asvelocidadeshorizontaissãodeter- minadasa partirdesinaisdesatélites gravadospor receptoresterrestres. 60· As placasestãosemovendo muitomaisrapidamente nooestedo Pacífico... 80' 60' 40' 20· O' O' O' Lgura 2.13 O SistemadePosicionamentoGlobal(GPS)é ....sadoparamediro movimentodasplacasemmuitoslocaisda -erra.Asvelocidadesmostradasaquisãodeterminadasapartir deestaçõesqueregistramcontinuamenteosdadosdeGPS. [MichaelHeflin,JPL/CaITech] ",,'2 - <:eder a Terra _-!!L ea ul-.-\mericanapodeserdivididaemtrêspartes.Cer- _ .•~ -WCé edãopordeslizamento,suaveecontínuo,entreas "?la as.Cercade20%ocorremcomodeformaçãoaolon- godabordadaplaca,quecausao soerguimentodaCordilheira do- .-\ndes.Cercade 40% ocorremem grandesterremotos, quandoa interfaceentreasduasplacasrompe-seedesloca-se r pentinamente.Por definição,umaplacarígidanãodeveria eformar.O queestáacontecendo,então?Vamosaprendermais are peitodosprocessosdedeformaçãodasplacasquandoes- rudarmososterremotosnoCapítulo19. ota:Atualmente,os receptoresdeGPS estãosendousa- dosemautomóveiscomopartedeumsistemadenavegação quelevao motoristaa endereçosespecíficosnasruas.É inte- ressantequeoscientistasquedesenvolveramosrelógiosatô- micosusadosemGPS ofizeramparapesquisaemfísicafun- damental,semter idéiadequeestariamcriandoumaindús- tria demuitosbilhõesdedólares.Juntocomo transistor,o la- sere muitasoutrastecnologias,o GPS demonstraa maneira afortunadapelaqualapesquisabásicadáretornoà socieda- dequeafinancia. Cada banda colorida representaum intervalo de tempo correspondente à idade do segmentoda crosta por ela delimitado. 60' 30' O' 30' 60' -\ ';, . ,{'i\ y1andereconstrução ocontinentePangéiaeraa únicagrandemassadeterrasque existiahá 250milhõesde anos.Um dosgrandestriunfosda geologiamodernaé areconstruçãodoseventosquelevammà agIutinaçãodaPangéiaeasuaposteriorfragmentaçãonoscon- tinentesqueconhecemoshoje.Vamosusaroqueaprendemosa respeitodatectônicadeplacasparavercomoessadescoberta foi alcançada. Isócronasdo assoalhooceânico O mapacoloridodaFigura 2.14mostraasidadesdosassoa- lhosoceânicosdomundo,asquaisforamdeterminadasapartir dosdadosdereversãomagnéticaedefósseisobtidosnasperfu- raçõesdemarprofundo.Cadabandacoloridarepresentaumin- tervalodetempocorrespondenteà idadedacrostadentroda- quelabanda.Os limitesentreasbandas,chamadosdeisócro- nas, sãocurvasdecontornoquedelimitamrochasdemesma idade.As isócronasfornecem-noso tempoquedecorreudesde Os limitesentre as bandas são contornos de mesmaidade chamados de isócronas. O' 30' 60' O' 30' 60' 90' 120' 150' 180' 210' 240' 270' 300' 330' O' o 11 20 33 40 48 56 68 84 120 132 148 127 140 154 180 Milhões de anos (Ma) Figura 2.14 A idade da crostaoceânica.Cada bandacolorida representaumintervalode tempoquecobre a idadedo segmentoda crostapor eladelimitado.Os limitesentreas bandassão linhasde contorno denominadasisócronas.Elas fornecema idadedo assoalhooceânicoemmilhõesde anos, desdesuacriaçãonasdorsaismesoceânicas.A cor cinza-clara indicaterra;a cinza-escura,águasrasassobre plataformas continentais.Asdorsaismesoceânicas,ao longo dasquaisum novoassoalho submarinoéextrudado,coincidemcomo fundo submarinomaisjovem(vermelho).Uaurnal af Geaphysical Research 102 (1997): 3211-3214.Cortesiade R. DietmarMüller] -:.-=asrochascrustaisforaminjetadascomomagmaemumrif- .~illêsoceânicoe,dessemodo,indicamaquantidadedeexpan- ; bavidadesdequeelasforamgeradas.Notecomoo assoa- - oceânicotoma-seprogressivamentemaisantigoemambos - ladosdos riftesmesoceânicos.Por exemplo,a distânciaa ;~ do eixo da dorsalde umaisócronade 140milhõesde (limiteentrebandasverdese azuis)correspondeà exten- '; donovoassoalhooceânicocriadonesseintervalodetempo. -.:::isócronasmaisespaçadas(asbandascoloridasmaislargas) - PacíficoOrientalindicamtaxasdeexpansãomaisrápidas _-= asdoAtlântico. Em 1990,apósumabuscade 20 anos,os geólogosen- .muraramasrochasoceânicasmaisantigaspormeiodaper- - ,ão do assoalhodo Pacífico Ocidental.Essasrochasti- ::-JaIll umaidadedecercade200milhõesdeanos,o quere- =eentaapenas4% dahistóriadaTerra.Isso indica o quão 5=010gicamentejovemé o fundodooceano,quandocompa- o comos continentes.Em um períodode 100a 200 mi- ·-=s de anos,em algunslugares,e apenasdezenasde mi- ...:iÕedeanos,emoutros,alitosferaoceânicaéformada,ex- ;<illde-se,resfria-seemergulhadevoltano mantosubjacen- -=.Diferentemente,asrochascontinentaismaisantigastêm _=_ ade4 bilhõesdeanos. ~econstruindo a história dos ovimentos das placas _--= placasdaTerracomportam-secomocorposrígidos.Ou se- ._ a distânciaentretrêspontosnamesmaplacarígida- diga- .=.os, ovaYork,MiamieBermuda,naPlacaNorte-Americana - ;:lliomudamuito,independentementedoquãodistanteapIa- =.-emova.Mas adistânciaentre,digamos,NovaYork eLis- aumentaporqueasduascidadesestãoemplacasdiferentes, ...:.quaisestãosendoseparadasaolongodeumazonaestreitade ansãonaDorsalMesoatlântica.A direçãodomovimentode a placaemrelaçãoàoutradependedeprincípiosgeométri- . - quegovernamo comportamentodeplacasrígidasnumasu- .=crfícieesférica.Dois princípiosprimáriossão: Oslimitestransjormantesindicamasdireçõesdemovimentos = ativosdaplaca.Compoucasexceções,nãoocorresobreposi- ;:'!o,flambagemouseparaçãoaolongodelimitestransformantes =picose nosoceanos.As duasplacasmeramentesedeslocam emrelaçãoàoutra,semcriaçãooudestruiçãodematerialde bas.Procureumlimitetransformantesequiserdeduziradire- ~ domovimentorelativodeumaplaca,porqueaorientaçãoda ::"::lhaéadireçãonaqualumaplacasedeslocaemrelaçãoaou- _ comomostraaFigura2.10. ~ .-\5 isócronasdoassoalhooceânicorevelamasposiçõesdeli- ·.esdivergentesemtemposanteriores.As isócronasnoassoa- ...:i.Ooceânicosãogrosseiramenteparalelasesimétricascomo ei- ~odadorsalmesoceânicaaolongodaqualforamgeradas.A Fi- ~ 2.14ilustraessaobservação.Devidoaofatodequecada _'-ÓCronacoincidiacomolimitedeseparaçãodaplacanumtem- : anterior,aquelasqueapresentamamesmaidade,porémem - osopostosdeumadorsalmesoceânica,podemserreaproxi- :ill!.dasparamostrara posiçãodasplacase a configuraçãodos _ ntinentesnelasencravadosnaquelaépocaanterior. CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ A fragmentação da Pangéia Usandoessesprincípios,osgeólogosreconstruíramaabertura doOceanoAtlânticoe afragmentaçãodaPangéia.Essesuper- continenteémostradocomoexistiuhá240milhõesdeanosna Figura 2.1Sa.Ele começouafragmentar-secomorifteamento daAméricadoNorte,queseseparoudaEuropahácercade200 milhõesdeanos(Figura2.l5b).A aberturadoAtlânticoNorte foi acompanhadapelaseparaçãodoscontinentesdonorte(Lau- rásia),dosul(TerradeGondwana,ouGondwana)epeloriftea- mentodeGondwanaaolongodoqueé hojea CostaLesteda África (Figura2.l5c). A fragmentaçãodeGondwana,porsua vez,separouaAméricado Sul, aÁfrica, a ÍndiaeaAntártida, criandoo AtlânticoSul e os oceanosdo sul e estreitandoo OceanoTethys16(Figura2.l5d). A separaçãodaAustráliaa partirdaAntártidae a "martelada"daIndianaEurásiafecha- ramo OceanoTethys,formandoo mundocomonóso vemos hoje(Figura2.l5e). Os movimentosdasplacasnãocessaram,éclaro,demodo queaconfiguraçãodoscontinentesvaicontinuaraevoluir.Um cenárioplausívelparaadistribuiçãodoscontinentese limites deplacasem50milhõesdeanosnofuturoémostradonaFigu- ra2.l5f. A aglutinação da Pangéia pela deriva continental O mapadeisócronasdaFigura2.14informa-nosdequetodoo fundooceânicoexistentenasuperfícieterrestrefoi criadodes- deafragmentaçãodaPangéia.No entanto,sabemosapartirdos registrosgeológicosde cinturõesde montanhascontinentais maisantigosqueatectônicadeplacasestavaoperandohábi- lhõesdeanosantesdessafragmentação.Evidentemente,aex- pansãodoassoalhooceânicoocorriacomohojeeexistiramepi- sódiospréviosdederivacontinentalecolisão.O assoalhooceâ- nicocriadonessestemposanterioresfoi destruídopelasubduc- ção,retomandoaomanto,demodoquesãoasevidênciasmais antigaspreservadasnoscontinentesquepossibilitamidentificar ecartografaro movimentodesses"paleocontinentes". Os cinturõesdemontanhasmaisantigos,comoosApala- chesnaAméricadoNorteeosUrais,queseparamaEuropada Ásia, auxiliamaposicionarcolisõesancestraisdepaleoconti- nentes.Em muitoslugares,asrochasrevelamepisódio ances- traisderifteamentoesubducção.Tiposderochasefós ei tam- bémindicamadistribuiçãodemaresancestrais,geleiras,terras baixas,montanhaseclimas.O conhecimentodosclimasances- trais possibilitaaos geólogosposicionaremas latitude nas quaisasrochascontinentaisforamformadas,o que,por sua vez,osauxiliaareconstituiro quebra-cabeçado ontinentes ancestrais.Quandoo vulcanismoouaformaçãodemontanhas produzrochascontinentaisnovas,elastambémregistramadi- reçãodo campomagnéticodaTerra,da mesmamaneiraque acontececomasrochasoceânicasquandosãocriadasporex- pansãodofundodomar.Comoumabú solacongeladanotem- po,omagnetismofóssildeumfragmentocontinentalregistraa suaorientaçãoeposiçãoancestrais. A Figura2.15mostraumdo últimosesforcospararepre- sentaraconfiguraçãodoscontinentesantesdaPangéia.É uma demonstraçãoimpressionantee verdadeirade quea ciência 66 ParaEntendera Terra oOs geólogos têm usado várias evidências,incluindo paleomagnetismoe informações sobre climasancestrais,para reconstruir o padrão de deriva continental Pré-Pangéia. FORMAÇÃO DA PANGÉIA RODíNIA Proterozóico Superior, 750 Ma oO supercontinente de Rodínia formou-se há cerca de 1,1 bilhão de anos e começou a se fragmentar há cerca de 750 milhõesde anos. oO supercontinente Pangéiajá estavaagregado há 237 Ma, circundado por um superoceano chamado Pantalassa(grego para "todos os mares"), o Oceano Pacífico ancestral.O Oceano Tethys,entre a África e a Eurásia,foi o ancestraldo Mar Mediterrâneo. PANGÉIA (a) Triássico Inferior, 237 Ma Figura2.15 A formaçãoe fragmentaçãoda Pangéia,desde750 milhõesde anosatrásaté50 milhõesde anosdepois. [Mapapaleogeográficopor ChristopherR. Scotese,2003. ProjetoPALEOMAPA(www.scotese.com)] FRAGMENTAÇÃO -:JAPANGÉIA (b) jurássicoInferior,195Ma DHácercade150Ma,a Pangéiaestava nosseusestágiosiniciaisdefragmentação.O Oceano Atlânticoabriu-separcialmente,o OceanoTethys contraiu-see oscontinentesdo Norte(laurásia) tinhamsidotodosseparadosdaquelesdoSul. Gondwana(índia,Antártidae Austrália)começou a separar-sedaÁfrica. (d) o MUNDO MODERNO E FUTURO CAPíTULO 2 • Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ DA fragmentaçãodaPangéiafoi assinaladapelaabertura deriftesa partirdosquaislavasextravasaram.Assembléias derochasrelictuaisdessegrandeeventopodem serencontradashojecomorochasvulcãnicasde200 milhõesdeanosdesdea NovaEscóciaatéo NortedaCarolinae nasescarpasdasPalisades,ao longo do RioHudson.Essasrochasnosdizemquea fragmentaçãoe o iníciodaderivaocorreramhácerca de200 Ma. mHá66 Ma,a costadoAtlânticoSulabriu-see alargou-se,Madagascarseparou-sedaÁfricae a índiaestavanoseucaminhoemdireçãoao Nortee à Ásia.O Tethysestavasefechandode modoaformarummarintracontinental,o Mediterrâneo.Depoisdecercade 135Made deriva,a configuraçãomodernadoscontinentes tornou-sediscernível.Os pontosvermelhos marcamo localdo impactodo bólidoquecausoua extinçãodosdinossaurose muitas outrasformasdevida. DO mundomodernofoi configuradoduranteos últimos 65 Ma.A índiacolidiucomaÁsia,terminandoa suaviagem atravésdo oceano,e aindaestásendoempurradaemdireção aoNorte,naÁsia.A Austráliaseparou-sedaAntártida. (f) Próximos50 Ma,nofuturo 68 Para Entendera Terra modernapoderecuperara geografiadesseestranhomundode -emenasdemilhõesdeanosatrás.A evidênciaapartirdetipos dp ro has,fósseis,climaepaleomagnetismopermitiuaoscien- ri ta reconstruirumsupercontinenteanterior,chamadoRodf- nia.queseformouhácercade1,1bilhãodeanosecomeçoua efragmentarhácercade750milhõesdeanos.Eles foramca- pazesdecartografaros fragmentosdessesupercontinenteao longodos500milhõesdeanossubseqüentesàmedidaquede- ri"avameserearranjavamnosupercontinentePangéia.Osgeó- logos estãocontinuamentedescobrindomais detalhesdesse quebra-cabeçacomplexo,noqualcadafragmentomudadefor- manodecorrerdotempogeológico. Implicações da grande reconstrução DificilmentealgumramodaGeologiapassouincólumeporessa grandereconstruçãodoscontinentes.Os geólogosda áreade prospecçãousaramo encaixedoscontinentesparaencontrarde- pósitosmineraisedepetróleopormeiodacorrelaçãodeforma- cõesrochosasexistentesnumcontinentecomsuascontra-partes pré-derivaemoutro.Ospaleontólogosrepensaramalgunsaspec- tosdaevoluçãoàluzdaderivacontinental.Osgeólogosamplia- ramseufocodeumageologiadeumaregiãoparticularparaum cenárioqueabrangeo mundo,poiso conceitodatectônicade placasforneceumamaneiradeinterpretar,emtermosglobais, processosgeológicoscomoformaçãoderochas,soerguimento demontanhasemudançasclimáticas. Os oceanógrafosestãoreconstruindoas correntescomo possamterexistidoemoceanosancestraisparaentenderme- lhoracirculaçãomodernaeexplicarasvariaçõesdossedimen- tos do marprofundoquesãoafetadaspor taiscorrentes.Os cientistasestão"predizendo"paratrásnotempoparadescrever temperaturas,ventos,extensãodegeleirascontinentaisecomo eramosníveisdosmaresemtemposanterioresà deriva.Eles esperamaprendercomo passado,demodoquepossampredi- zero futuro- umassuntodegrandeurgência,devidoàspossi- bilidadesdoaquecimentoglobaldeflagradopelaatividadehu- mana.Quetestemunhomelhordotriunfodessahipótese,outro- raconsideradaultrajante,doquesuahabilidadepararevitalizar e lançarluz emtantostópicosdiversos? vecção do manto: o ,ecanismo motor da tectônica de placas Tudoo quefoi discutidoatéagorapodeserdenominadodetec- tônicadeplacasdescritiva.Mas dificilmenteumadescriçãoé umaexplicação.Não entenderemostotalmentea tectônicade placasatéquetenhamosumateoriamaiscompreensivaque possaexplicarporqueasplacassemovem.Descobrirtalteoria éumdosmaisimportantesdesafiosqueconfrontamoscientis- tasqueestudamo sistemaTerra.Nestaseção,discutiremosdi- versosaspectosdesseproblemaquetemsidocentralparaapes- quisarecentedessescientistas. ComoArthurHolmese os outrosdefensorespioneirosda deri"acontinentalperceberam,aconvecçãodomantoéo "mo- ror"quecontrolaosprocessostectônicosdegrandeproporção queoperamnasuperfícieterrestre.No Capítulo1,descrevemos o mantocomoumsólidoquentecapazdemover-secomoum fluidoviscoso(ceraquenteoumeladofrio,porexemplo).O ca- lor queescapado interiordaTerraprovocaaconvecçãodesse material(circulaçãoascendentee descendente)a velocidades depoucasdezenasdemilímetrosporano. Quasetodososcientistasatualmenteaceitamqueasplacasli- tosféricasdealgummodoparticipamdofluxodessesistemade convecçãodomanto.No entanto,comoédepraxe,"o truquees- tánosdetalhes".Muitashipótesesdiferentestêmsidopropostas combasenumaounoutrapeçadeevidência,masninguémfor- neceuumateoriasatisfatóriae abrangentequeamarrassetodos oselementos.A seguir,apresentaremostrêsquestõesquereme- temaoâmagodoassuntoeforneceremosnossasopiniõesares- peitodesuasrespostas.Mas vocêdevesercuidadosoemnão aceitaressasrespostastentativascomoum fato.Nossacom- preensãodo sistemadeconvecçãodomantopermanececomo umtrabalhoemandamento,o qual,talvez,tenhamosquealterar àmedidaquenovasevidênciasestiveremdisponíveis.As edições futurasdestelivropoderãoconterrespostasdiferentes! Onde se originam as forças que movem as placas? Veja um experimentoquevocêpodefazerem suacozinha: aqueçaumapanelacomáguaatéqueestejapróximadoponto defervuraeadicionealgumasfolhasdecháseconocentrode- la.Vocêvaiobservarqueasfolhasdechámovem-senasuper- fíciedaágua,arrastadaspelascorrentesdeconvecçãodapane- la. Seráqueé dessemodoqueasplacassemovem,passiva- mentearrastadasdeumladoparaoutronascostasdascorren- tesdeconvecçãoqueascendemdomanto? A respostaparecesernão.A evidênciaprincipalvemdasta- xasdemovimentodasplacasdiscutidasanteriormentenesteca- pítulo.A partirdaFigura2.5,podemosobservarqueasplacas queestãosemovendomaisrápido(asplacasPacífica,deNaz- ca,deCocoseÍndica)estãoemprocessodesubducçãoousen- doconsumidasaolongodeumagrandepartedesuasbordas. Em contraste,asplacasqueestãosemovendodevagar(placas Norte-Americana,Sul-Americana,Africana,Eurasianae An- tártica)nãotêmporçõessignificativasdelascasdescendentes. Essasobservaçõessugeremqueo movimentorápidodasplacas é causadopelasforçasgravitacionaisexercidaspelaslascas maisantigase friasdalitosfera(porissopesadas).Em outras palavras,asplacasnãosãoarrastadasporcorrentesdeconvec- çãoapartirdomantoprofundo,mas,emvezdisso,"caemde volta"parao mantosobaaçãodoseuprópriopeso.De acordo comessahipótese,a expansãodo assoalhooceânicoé decor- rentede umaascensãopassivadematerialdo mantoondeas placastêmsidoafastadaspelasforçasdesubducção. Mas, espere- sea únicaforçaimportantenatectônicade placaséo arrastegravitacionaldaslascasqueestãoemproces- so desubducção,porqueentãoa Pangéiafragmentou-see o OceanoAtlânticofoi formado?A únicaporçãodalitosferaem subducçãoqueatualmenteestáfixadaàsplacasNortee Sul- Americanaéencontradanospequenosarcosdeilhasquelimi- tamosmaresdoCaribeedeScotia,osquaissãoconsiderados muitofracosparaabriro Atlântico.Umapossibilidadeé a de queasplacascavalgantes,comoasqueestãoemsubducção,se- jam puxadasem direçãoaos seuslimitesconvergentes.Por A gravidadeempurraa placadesli- zandoa partirda dorsalmesoceânica. mesoceânica oceânica CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ A lascalitosféricamergulhante puxaa placaoceânica. Figura2.16 Secçãoesquemáticadascamadasexternasda Terrailustrandotodas as =orçasconsideradasimportantesno controleda tectônicade placas:a forçade puxãode _malascalitosféricamergulhantee a força de empurrãode placasoperandonasdorsais esoceânicas.[Adaptadada Figura1 do artigode D. ForsythandS. Uyeda,Geophys.). ay Astr. Soco 43 (1975):163-200] =xemplo,à medidaquea PlacadeNazcaé consumidasoba _-\méricadoSul, elapodefazercomqueo limitedeplacasao longodafossaPeru-ChileregridaemdireçãoaoPacífico,"su- ~do" aPlacaSul-Americanaparaoeste. UmaoutrapossibilidadeéadequeaPangéiacomportou-se :ornoumcobertorde isolamento,impedindoqueo calordei- xasseo mantodaTerra(comogeralmenteo faz por meiodo processodeexpansãodoassoalhooceânico).Essecalorpresu- ;nivelmenteacumuladoatravésdotempocausariaaformação c!~protuberânciasquentesnomantosobo supercontinente.Es- protuberânciassoerguerama Pangéia(levemente)e foram sponsáveispor suaderivanumaespéciede"escorregamento dosolo"dassuasporçõessituadasnotopo.Essasforçasgravi- :li ionaiscontinuaramacontrolaraexpansãodoassoalhooceâ- nicoàmedidaqueasplacasdeslizavammorroabaixoapartir dascristasdaDorsalMesoatlântica.Os terremotosquealgu- lias vezesocorremno interiordasplacasmostramevidências diretasdacompressãoqueelassofremporaçãodessasforças de"empurrão"dadorsalmesoceânica. Comovocêpodeperceberapartirdessabrevediscussão,as forçasquecontrolama tectônicadeplacasprovavelmenteen- '."olvemdiversostiposdeinterações.Todassãomanifestações daconvecçãodo manto,no sentidodequeenvolvemmatéria aquecidaque ascendeem um local e matériaresfriadaque afundaemoutro(Figura 2.16).Emboramuitasquestõesper- maneçamabertas,podemosterumacertezarazoáveldeque: 1) asplacasexercemumpapelativonessesistemae(2)asfor-:asassociadascomaslascasmergulhanteseascristaselevadas sãoprovavelmenteosfatoresmaisimportantesparagovernaras raxasdemovimentodasplacas.Oscientistasestãotentandore- "olveressae outrasquestõeslevantadasnessadiscussãopor meiodacomparaçãodeobservaçõescommodeloscomputado- rizadosdedetalhedosistemadeconvecçãomantélica.Alguns resultadosserãodiscutidosnoCapítulo21. Qual éa profundidade em que a reciclagem de placas ocorre? Paraqueatectônicadeplacasfuncione,o materiallitosférico queé consumidonazonadesubducçãodeveserrecicladono mantoe,porfim,retomarà superfícieà medidaqueanovali- tosferaé criadaao longodoscentrosdeexpansãodasdorsais mesoceânicas.Qualaprofundidadequeesseprocessodereci- clagemalcançanomanto?Ou seja,ondeé o limiteinferiordo sistemadeconvecçãodomanto? A maiorprofundidadequepodeseralcançadaédecercade 2.900kmabaixodasuperfícieexternadaTerra,ondeumlimi- teabruptoseparao mantodonúcleo.O líquidorico emferro abaixodesselimitenúcleo-mantoémuitomaisdenoquea ro- chassólidasdomanto,prevenindoqualquerintercâmbiosigni- ficativodematerialentreasduascamadas.De semodo,pode- mosimaginarumsistemadeconvecção"totaldo manto"em quetodoo materialdasplacascirculaporele.atingindoo limi- temanto-núcleo(Figura 2.17a). Nosprimórdiosdateoriadatectônicadeplacas,noentanto, muitoscientistasestavamconvencidosdequeareciclagemdas placasoconianosníveismenosprofundo domanto.A evidên- ciaéfornecidapelostenemotosdefocoprofundoquemarcam o consumode placaslitosféricasem zonasde subducção.A profundidademáximadessestenemotosé variáveldeacordo coma zonadesubducção,dependendode quãofria estãoas porçõesmergulhantesdaplaca,masosgeólogosdescobriram 70 ara Entender a Terra A convecçãodo mantoenvolvida natectônicadeplacascirculaem níveistãoprofundosquantoo do limitenúcleo-manto. (a) Convecçãototaldo manto Litosferaoceânica Mantoinferior Núcleoexterno (b) Convecçãoestratificada o limitepróximoa 700 kmsepara osdoissistemasdeconvecção. --------------t------- Convecçãodo mantoinferiormais lentaquea domantosuperior. Figura2.17 Modelos e duashipótesescompetidorasparao sistemade convecçãodo manto. que nenhumterremotoestavaocorrendoabaixode aproxi- madamente700km.Mais ainda,aspropriedadesdosterremo- tosnessasgrandesprofundidadesindicaramqueaslascasmer- gulhantesestavamencontrandomaterialmaisrígidoquedimi- nuíae,talvez,atébloqueavaaprogressãodadescida. Combasenessaseemoutrasevidências,oscientistasconcluí- ramqueaconvecçãopodeserdivididaemduascamadas:umsis- temadomantosuperiornosprimeiros700kmdeprofundidade, ondeareciclagemdalitosferaocorre,eumsistemadomantoin- ferior,de700kmdeprofundidadeatéo limitenúcleo-manto,on- deaconvecçãoémuitomaislenta.Deacordocomessahipótese, chamadade"convecçãoestratificada",aseparaçãoentreosdois i temasmantém-seporqueo sistemasuperioré constituídode rochasmaislevesqueasdo inferiore,assim,flutuanotopo,da mesmamaneiraqueomantoflutuanonúcleo(Figura2.17b). A maneiradetestaressasduashipótesesemcompetiçãoé procurarpor"cemitérioslitosféricos"abaixodaszonasconver- gentes.ondeplacasantigasmergulharamemsubducção.A li- to feraantigaconsumidaémaisfriaqueomantocircundantee, de: emodo.podeser"percebida"comousodeondassísmicas produzidaspor terremoto(do mesmomodoqueos médicos u amonda de ultra-somparaexaminarnossocorpo).Além dis o.de\"eriaha\"ermuitasdelasláembaixo.A partirdoconhe- irnentodo mo\"irnentodasplacasno passado,podemosesti- marque.apenasdesdea fragmentaçãodaPangéia,a 1itosfera recicladade\"oltaparao mantototalizaumaáreaequivalenteà dasuperfícieterrestre.Certamente,oscientistasencontraram regiõesdematerialmai frio nomantoprofundosobasAméri- casdo orteedoSul, oLestedaÁsiaeoutrossítiosadjacentes aoslimitesdecolisãodeplacas.Essaszonasocorremcomoex- tensõesdelascaslitosféricasdescendentese algumasparecem ir atéprofundidadestãograndesquantoo limitenúcleo-manto. A partirdessaevidência,a maioriadoscientistasconcluiuque areciclagemdasplacasOCOITepormeiodeconvecçãoqueafe- tao mantointeiro,maisdoqueconvecçãoestratificada. Qual éa natureza das correntes de convecção ascendentes? A convecçãodomantoimplicaqueaquiloquedescedevesubir. OscientistasaprenderammuitoarespeitodasCOITentesdecon- vecçãodescendentesporqueelassãomarcadasporestreitaszo- nasdelitosferafriamergu1hantequepodeserdetectadaporon- dasdeterremoto.E oquesepoderiadizersobreasCOITentesde convecçãoascendentesdematerialdomantonecessáriaspara equilibrarasubducção?Existemzonasdeascensãodematerial mantélicoemformadecamadasdiretamenteabaixodasdorsais mesoceânicas?A maioriadoscientistasqueestudamo assunto pensaquenão.Em vezdisso,acreditaqueascorrentesascen- dentessãomaislentaseespalhadassobregiõesmaislargas.Es- savisãoéconsistentecomaidéia,discutidaantes,dequeaex- pansãodoassoalhooceânicoéumprocessomaispassivo:pra- ticamenteemqualquerlugarondevocêafastarasplacas,vaiser geradoumcentrodeexpansão. Existe,noentanto,umagrandeexceção:umtipodeCOITen- teascendenteemformadejato,chamadodeplumadomanto (Figura 2.18).A melhorevidênciaparaasplumasdo manto vemderegiõesdevulcanismointensoe localizado(chamadas depontosquentes),comooHavaÍ,ondeenormesvulcõesestão sendoformadosno meiodeplacas,distantesdequalquercen- trodeexpansão.As plumassãoentendidascomocilindrosfi- nos,demenosde100kmdediâmetro,dematerialqueascende Plumasfinas de material que ascenderapidamente a partir do manto inferior. :apidamente,a partirdo mantoprofundo,talvezformadoem ~ões muitoquentespróximasdo limite núcleo-manto.As ..,Jumasdomantosãotãointensasquepodemliteralmentefor- ::narburacosnasplacaseextravasargrandesvolumesdelava. _-\5 plumaspodemserresponsáveispelosmaciçosderramesde ~ya- commilhõesdequilômetroscúbicos- encontradosem :ugarescomoaSibériaeoPlanaltoColúmbia,nolestedeWas- ::llngtone Oregon(EUA). Alguns desses"derrames"de lavas -"oramtãograndese ocorreramtãorapidamentequepodemter illudadoo climadaTerrae aniquiladomuitasformasdevida :=ID eventosdeextinçãoemmassa(verCapítulo1).Veremoso ,,-ulcanismodeplumascommaisdetalhesnoCapítulo6. A hipótesedaplumafoi primeiramentepropostapor um dosfundadoresdatectônicadeplacas,W. JasonMorgan,da LniversidadedePrinceton,em 1970,logo apóso estabeleci- mentodessateoria.Comooutrosaspectosdo sistemadecon- ';ecçãodomanto,noentanto,asobservaçõessobreascorrentes deconvecçãoascendentessãoindiretaseahipótesedasplumas permanecebastantecontrovertida. oriadatectônicadeplacaseo etodocientífico ~o capítuloanterior,abordamoso métodocientíficoe asma- neiraspormeiodasquaiseleguiao trabalhodosgeólogos.No ontextodométodocientífico,atectônicadeplacasnãoéum dogma,masumateoriaconfirmada,17cujaforçaresideemsua simplicidade,generalidadee consistênciacommuitostiposde observações.As teoriaspodemsersemprerevertidasoumodi- ficadas.Comovimosanteriormente,váriashipótesescompeti- dorastêmsidodesenvolvidasacercadomodocomoaconvec- çãogeraatectônicadeplacas.Mas ateoriadatectônicadepla- cas- comoasteoriasdaidadedaTerra,daevoluçãodavidae dagenética- explicamuitoetãobem,quetemsobrevividoa CAPíTULO 2 •Tedônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ Figura2.18 Ummodeloda hipóteseda plumado manto. muitosesforçosparafalseá-Ia,demodoqueosgeólogosatra- tamcomofato. A perguntaquepermaneceé:porqueatectânicadeplacas nãofoi descobertamaiscedo?Por queacomunidadecientífica demoroutantoparamudardo ceticismoa respeitoda deriva continentalparaaaceitaçãodateoriadatectônicadeplacas?Os cientistastrabalhamcomdiferentesestilos.Suasmentesparticu- larmenteinquiridoras,desinibidase sintetizantesfazemcom que,freqüentemente,sejamosprimeirosaperceberasgrandes verdades.Emborasuapercepçãocomumentepossamostrar-se falsa(pensenoserrosqueWegenercometeunaproposiçãoda derivacontinental),essesvisionários,namaioriadasvezes,são osprimeirosa enxergarasgrandesgeneralizaçõesdaciência. Merecidamente,elessãoosdequeahistóriaselembra. A maioriadoscientistas,noentanto,procedemaiscautelo- samenteeesperaumlentoprocessodecoletadeevidênciasque dêemsuporteàteoria.Aderivacontinentaleaexpansãodoas- soalhooceânicoforamlentamenteaceitasporqueasidéiasau- daciosasforamapresentadasmuitoantesdasfirmesevidências. Osoceanostiveramdeserexplorados,novosinstrumentospre- cisaramserdesenvolvidose utilizadose foi necessárioqueo marprofundofosseperfuradoparaver o queexistialá antes queamaioriadelespudesseserconvencida.Hoje,muitoscien- tistasaindaestãoesperandoserconvencidosda idéiasarespei- todecomoo sistemadecon'ecçãorealmentefunciona. I RESUMO oqueé a teoriada tectônÍCade placas? De acordocoma teoriadatectônicadeplacas,a litosferaestáfragmentadaem cercade12placasrígidasquesemovimentam.Trêstiposdeli- mitesdeplacassãodefinidospelomovimentorelativodasmes- mas:divergente,convergenteefalhatransformante. 72 ParaEntenderaTerra I Conceitos e termos-chave Quaís sãoas característicasgeológicasdos limitesdaspla- cas?Além doscinturõesdeterremotos,muitasfeiçõesgeológi- degrandesproporções,comoestreitoscinturõesdemonta- nhasecadeiasdevulcões,estãoassociadascomos limitesdas placas.As margensconvergentessãomarcadasporfossasdemar profundo,cinturõesdeterremotos,montanhasevulcões.OsAn- deseasfossasdooestedaAméricadoSulsãoexemplosmoder- nos.As convergênciasancestraispodemmostrar-secomoantigos cinturõesdemontanhas,comoosApalacheseosUrais.Oslimi- tesdivergentessãotipicamentemarcadosporatividadevulcâni- caeterremotosnacristadasdorsaismesoceânicas,comoaDor- salMesoatlântica.Oslimitesdasfalhastransformantes,aolongo dasquaisasplacasdeslizamumaemrelaçãoaoutra,podemser reconhecidosporformaslinearesdorelevo,atividadesdeterre- motosedeslocamentonasbandasdeanomaliasmagnéticas. Como se pode determinara idadedo assoalhooceânico? Issopodeserfeitopormeiodacomparaçãodasbandasde.ano- maliasmagnéticasmapeadasnofundooceânicocomaseqüên- ciadereversõesmagnéticasdeterminadasemterra.O procedi- mentotemsidoverificadoe estendidopelaperfuraçãodemar profundo.Osgeólogospodem,atualmente,desenharisócronas paraamaioriadosoceanos,habilitando-seareconstruirahis- tóriadaexpansãodoassoalhooceânicoduranteosúltimos200 milhõesdeanos.Usandoessesmétodose outrosdadosgeoló- gicos,osgeólogosconstruíramummodelodetalhadodecomo aPangéiafragmentou-seeoscontinentesderivaramparaasua presenteconfiguração. Qual éo motor quemovea tectôDÍcadeplacas? O sistema datectônicadeplacasé movidopelaconvecçãodomantoe a energiavemdocalorinternodaTerra.As placastêmumpapel ativonessesistema.Porexemplo,asforçasmaisimportantesna tectônicadeplacasvêmdalitosferaemresfriamentoàmedida queeladeslizado centrodeexpansãoe mergulhadevoltano mantoemzonasdesubducção.As lascaslitosféricasestendem- setãoprofundamentequealcançamatéo limitenúcleo-manto, indicandoquetodoo mantoestáenvolvidonosistemadecon- vecçãoquereciclaasplacas.As correntesdeconvecçãoascen- dentespodemincluirplumasdomanto,quesãointensosjorros domantoprofundo,causandovulcanismolocalizadoempon- tosquentes,comonoHavaí. • anomaliasmagnéticas(p.58) • arcodeilhas(p.55) • centrosdeexpansão(p.55) • derivacontinental(p.48) • escaladetempomagnético (p.60) • expansãodoassoalhooceâ- ni o (p. 49) • falhastransformantes(p.56) • isócronas(p.64) • Pangéia(p.48) • subducção(p.55) • tectônicadeplacas(p.47) • velocidaderelativadaplaca (p.60) Exercícios Esteíconeindicaqueháumaanimaçãodisponívelnosítioele- CONECTARWE8 trônicoquepodeajudá-Ionaresposta. 1111. Forneçaumexemplogeográficomodernodecadatipodeli- mitedeplaca. W 2. QueevidênciasugerequeaPangéiadefatoexistiu? 3. Comopodemsercalculadasastaxasdemovimentoentreasplacas? W 4. O queacontecequandodoiscontinentescolidemnumlimite dotipoconvergente?Dêalgunsexemplos. 5. Quaissãoasforçasmotorasdatectônicadeplacas? Questões para pensar Esteíconeinaicaqueháumaanimaçãodisponívelnosítioele- trônicoquepodeajudá-Ianaresposta. CONECTARID 1. ComoseliaaTerraseatectônicadeplacasnãoexistisse? 2. Seatectônicadeplacasexplicatantodageologia,porquedemo- rouatéadécadade1960paraqueamaioriadosgeólogosaceitasse oconceito? 3. Vocêcaracterizariaatectônicadeplacascomoumahipótese,uma teoriaouumfato?Porquê?Justifique. 4. NaFigura2.14asisócronasestãosimetricamentedistribuídasno OceanoAtlântico,masnãonoPacífico.Porexemplo,o fundooceâni- comaisantigo(noazulmaisescuro)éencontradonoOceanoPacífico Ocidental,masnãonoLestedesseoceano.Porquê? 5. Vocêpodeimaginarumexperimentoquedemonstrassequaissão asforçasmaisimportantesparaativaratectônicadeplacas? 6. Quaisevidênciasvocêprocurariaparaverseatectônicadeplacas estáacontecendoemoutrosplanetasterrestres? 7. Bandasdeanomaliasmagnéticaspositivasenegativasremanescen- tes,comoaquelasencontradasnaTerra,foram,recentemente,desco- bertasemMarte.Feiçõesdesuperfícieassociadascomatectônicade placasestão,noentanto,ausentes.Especulesobreopossívelsignifica- dodessasobservações. W 8. A teoriadatectônicadeplacasnãofoilargamenteaceitaatéa descobertadasbandasmagnéticasdofundooceânico.À luzdepensa- mentosanteriores- oencaixegeométricodoscontinentes,aocorrên- ciadefósseisdemesmaformadevidaemambososladosdoAtlânti- coe ascondiçõespaleoclimáticas-, porqueasbandasmagnéticas constituíramumaevidência-chave? 9. A Terraéoúnicoplanetadonossosistemasolarquemostratan- toumagrandediversidadedevidacomoumatectônicadeplacas. Existealgumarazãoparaacreditarqueatectônicadeplacastenha efeitosnapresençaenanaturezadasformasdevida?Setem,quais sãoessesefeitos? Sugestões de leitura Anderson,R. N. 1986.Marine Geology.NewYork:Wiley. Beloussov,V.V. 1979.Why I donotacceptplatetectonics.Eos60: ~---_10. (VejatambémoscomentáriosarespeitodessetrabalhoporA. S. SengoreK. Burkenasmesmaspáginas.) Carlson,R. W. 1997.Do continentspartpassivelyor dotheyneed _ s;OOve?Science278:240-241. Conrad,C. P.,andCarolineLithgow-Bertelloni.2002.Howmande ~ driveplatetectonics.Science298(October4),p. 207-209. Cox,A. (ed.).1973.Plate TectonicsandGeomagneticReversals. Francisco:W. H. Freeman. Dalziel,L W. D. 1995.EarthbeforePangaea.ScientifcAmerican :=nuary):58-63. Hallam,A. 1973.A Revolutionin theEarthSciences:FromConti- =1101Drift to Plate Tectonics.New York: Oxford UniversityPress OarendonPress). Kearey,P.,andF. J. Vine. 1990.Global Tectonics.Oxford:Black- "li Scientific. Macdonald,K. C. 1998.Exploringthemid-oceanridge.Oceanus 1):2-8. McKenzie, D. 1999.Plate tectonicson Mars?Nature399:307- Muller,R. D., etaI. 1997.Digital isochronsof theworld'socean ~r. Journal ofGeophysicalResearch102:3211-3214. ationalAcademyof Science.1999.WhentheEarthmoves:Sea- ;:''OOrspreadingandplatetectonics.BeyondDiscovery:ThePathfrom 3esearchtoHumanBenefit.www.beyonddiscovery.org. orabuena,E., etaI. 1998.SpacegeodeticobservationsofNazca- SouthAmericaconvergenceacrossthecentralAndes.Science279: ::- -362. Oreskes,N., 1999.TheRejectionof ContinentalDrift. NewYork: OxfordUniversityPress. Oreskes,N., ed.,withHomerLe Grand.2001.PlateTectonics:An !nsider'sHistoryof theModernTheoryof Earth.Boulder,CO: Wes- :,iew Press. Parsons,T., etaI. 1998.A newviewintotheCascadiasubduction zoneandvolcanicarc:Implicationsfor earthquakehazardsalongthe ';Yashingtonmargin.Geology26:199-202. Phillips,J. D., andD. Forsyth.1972.Platetectonics,paleomagne- :ism,andtheopeningoftheAtlantic.BulletinoftheGeologicalSociety ojAmerica83(6):1579-1600. Richards,M.A. 1999.Prospectingfor Jurassicslabs.Nature397: _03-204. Scotese,C. R. 2001.Atlas of Earth History,Vol. 1, Paleogeo- graphy.PALEOMAP Project,Arlington,TX. Smith,DeborahK., andJ. R. Cann.1993.Buildingthecrustatthe ~1id-AtlanticRidge.Nature365:707-714. VanderHilst,R. D., S.Widiyantoro,andE. R. Engdahl.1997.Evi- dencefordeepmandecirculationfromglobaltomography.Nature386: -78-584. Wessel,G. R. 1986.The Geologyof Plate Margins. Geological SocietyofAmerica,Map andChartSeriesMC-59. CAPíTULO 2 •Tectônica de Placas:a Teoria Unificadora ~ Sugestões de leitura em português Allegre,C. 1988.A EspumadaTerra.Lisboa:Gradiva. BaptistaNeto,J. A., Ponzi,V.R.A. eSichel,S. E. (orgs.)2004.In- troduçãoà geologiamarinha.Rio deJaneiro:Interciência. Rose,S. Van. 1994.Atlasda Terra:asforçasqueformame mol- damnossoplaneta.(IlustradoporRichardBonson).SãoPaulo:Martins Fontes. Tassinari,C. 2000.Tectônicaglobal.In: Teixeira,w.,Toledo,M. C. M., deFairchild.eT.R.; Taioli,F. (orgs.)2000.Decifrandoa Terra. SãoPaulo:OficinadeTextos.p. 97-112. Time-Life/Abril Coleções.1996.PlanetaTerra.SãoPaulo:Abril Livros. Uyeda,S. NovaTectônicaglobal.Lisboa:Gradiva. Weiner,J. 1988.OplanetaTerra.SãoPaulo:MartinsFontes. I Notas de tradução 1 O substantivofeminino"pangéia"é encontradocomessagrafiana maioriadosdicionários. 2 Entreasváriaspossibilidadesdetraduçãodeseafloorspreading, encontram-senaliteraturabrasileira"espalhamento","espraiamen- to" e "expansão"do "assoalho","fundo"ou "leito" "oceânico"ou "submarino".Optou-sepor"expansãodofundooceânico"comoa melhorexpressãoparadesignaro contínuoacrescentamentodema- teriala partirde umcentro,desortea constituirum objetotridi- mensional,a crostaoceânica,quevai seexpandindolateralmente. Tanto"espalhamento"como"espraiamento"sãovocábulosmais apropriadosparaexpressaro derramamentode líquidos,embora tambémvenhamsendoutilizados.Dentreosvocábulos"assoalho", "fundo"e "leito",o primeiroé o quemelhordesignaqueo evento refere-sea umobjetotridimensional,qualseja,a crostaoceânica, cujafacesuperiorvema sero fundoouo leitosubmarinoouoceâ- nico. 3O termomid-atlanticridgetêmsidotradicionalmentetraduzidoem portuguêscomo"dorsalmesoatlântica",embora,tambémsejaen- contradocomo"cadeia"OLl "cordilheira".Preferimos"dorsal"aos demaistermos,emboranãodetodoerrôneos,por serdeusomais antigoepordesignardeformamenosambíguaumafeiçãoexclusi- vado assoalhooceânicoe muitodistintadascadeiase cordilheiras continentaise mesmodeoutraselevaçõessubmarinas.Além disso, o vocábuloinglêsridgedenotaaomesmotempo"crista"e "sulco", sendobemapropriadoparadesignarumaelevaçãoqueemseucen- tro temduascristasseparadasporumvaleemrifte.Porém,o mes- mo nãoocorrecom seuspossíveiscorrelatosemportuguês,"ca- deia" ou "cordilheira",quenão designamvale de afundamento, mas,pelocontrário,"sucessãoextensademontanhas". 4 O vocábulo"rifte", derivadodo inglêsrift,significando"brecha, fenda",estádicionarizadoemSuguio(1998,Dicionário deGeolo- gia Sedimentar)e no Dicionário Houaissda Língua Portuguesa, sendoequivalentea "valedeafundamento"ou, também,"valede desabamentotectônico". De:c E Iender a Terra ':O amepoiu\'o"meso"nãorequerhífen.Quandoprecedeumapala- TIl queiniciapor"o", comoemmesooceânico,optou-seporgrafar apen omum"o", resultandoem"mesoceânico". ScrippsInstitutionof Oeeanography. - .-\designaçãodasplacasemportuguêsnãoéuniformizada.Enquan- [Q adesignaçãoeminglêséfeitamedianteaadiçãodoadjetivogen- rilico aosubstantivo"placa",comoemPaeifiePlateeAfrieanPla- re. emportuguêsnãoháumaregraclara.Na presenteobra,adotou- searegradeposporo adjetivogentílicoaosubstantivo"placa".On- deo adjetivogentl1icoéincomum,comoemPlacadeJuandeFuca, optou-sepordeixaradesignaçãocomapreposição"de",assimco- moemPlacadeNazcae PlacadeCocos. O vocábulo"subducção"(eminglês,subduetion)nãoestádiciona- rizado,bemcomoo verbo"subductar",utilizadosnaliteraturageo- lógicabrasileira.Eles sãoderivadosdaspalavraslatinassub("por baixo")eductus("levar,conduzir,transportar")e significam,por- tanto,"conduzir,levar,transportarporbaixode". 9Tambémdenominadode"arcoinsular". toTambémgrafadoemportuguêscomoÁcaba. 11TambémtraduzidocomoCadeiadasCascatas. 12Nometradicionaldessafeição,queeventualmentetambémé grafa- dacomoCadeiadoLestedoPacífico. 13NationalScienceFoundation. 14A GrandePirâmidedeQuéops,construídade2606a2583a.c., tem 146m dealturaeumabasecujoladodoquadradomede230m.Fo- ramutilizadoscercade2,6milhõesdeblocosdegranitodispostos em201fileiras,tendoa maisinferior 1,5m dealturae a do topo, 0,55m. 15 SigladaexpressãoinglesaGlobalPositioningSystem. 16O vocábuloTethysestádicionarizadoemSuguio(1998,Dicionário deGeologiaSedimentar). 17No original,eonfirmedtheory.Porém,segundoosmodernoscon- ceitosdaEpistemologia,é melhordizer-se,nessecaso,"teoriacor- roborada"doque"confirmada".