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SOROTERAPIA E PRODUÇÃO DE SORO Profª. Drª. Rejâne M. Lira-da-Silva Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, UFBA HISTÓRICO: Apollodrus, Aristóteles, Deoclécio, Atheneu, Plínio, Galeno e Sostratus – Grécia Antiga 1877 – Domenico Fornara 1879 – H. Sewal 1889 – M. Kaufman Primeiros a estudar sistematicamente o propriedades de antivenenos Otto Edward Henry Wucherer (1820-1873) Faculdade de Medicina da Bahia 1867 – “Sobre mordeduras das cobras e o seu tratamento” 1877 – Phisalyx & Gabriel Bertrand (1867-1962) Museu de História Natural de Paris “Sobre a propriedade antitóxica do sangue dos Animais vacinados contra o veneno de víbora” 1894 – Ganham o Prêmio de Fisiologia Experimental da Academia de ciências por seus trabalhos sobre a vacinação antivenenosa Atenuação do veneno pelo calor Albert Calmette (1863-1933) Instituto Pasteur 1894 – “Imunização artificial dos animais contra o veneno de cobra – FABRICAÇÃO DO SORO ANTIOFÍDICO” Vital Brazil Mineiro de Campanha (1865-1950) Instituto Soroterápico - Butantan 1901 – “Do envenenamento ofídico ao seu tratamento” ESPECIFIDADE DO SORO ANTIOFÍDICO • Tratamentos superisticiosos e empíricos - Curador de Cobras (garrafadas) - Simpatias (palavras cabalísticas, orações a São Bento) • Tratamentos químicos-fisiológicos - Impedir a penetração do veneno (ligadura, fumo) - Destruir “in loco” o veneno inoculado (ferro quente, brasa) (sais: permanganato de potássio, cloreto de ouro, soda) TERAPÊUTICA • O que é o soro? Solução que contém anticorpos que neutralizam as principais toxinas responsáveis por sua ação sistêmica ou local) TRATAMENTO SOROTERÁPICO • Como se fabrica o soro? 1) Extração de veneno (serpentário) • Como se fabrica o soro? 1) Na Fazenda: - Hiperimunização (inoculação do veneno) - Sangria exploratória (15 a 20 dias) - Sangria final (15 litros em 2 etapas, 48h) - Plasmaferese (5L) - Reintrodução das hemácias 2) No Laboratório: Fracionamento do plasma animal (IgG, fragmentos divalentes F(ab´)2 ou monovalente Fab. Cardoso et al., 2009; Gutiérrez & León, 2009 • Como se fabrica o soro? 3) Na Produção: - Industrialização Cardoso et al., 2009 - Purificação e Concentração Gutiérrez & León, 2009 Cardoso et al., 2009 Cardoso et al., 2009 - Controle de Qualidade a) atividade pirogênica b) Esterilidade c) Inocuidade d) Pirogênio • Instituto Butantan (SP), Fundação Ezequiel Dias (MG), Instituto Vital Brazil (RJ), Centro de Produção e Pesquisas em Imunobiológicos, Paraná PRODUÇÃO DE ANTIVENENO NO BRASIL Cardoso et al., 2009 Apresentação: forma líquida Conservação: 2 a 8ºC ADMINISTRAÇÃO •Dose única, não fracionada •Via endovenosa, diluído ou não •Quantidades iguais para crianças e adultos •No de ampolas proporcional à gravidade do acidente histamina leucotrienos prostaglandinas fator quimiotático de neutrófilos fator quimiotático de eosinófilos REAÇÕES PRECOCES AO SORO HETERÓLOGO ANAFILÁTICA ANAFILACTÓIDE IgE C’ ? constricção brônquica vasodilataçãoaumento da permeabilidade vascular FATORES PREDISPONENTES • tipo de soro • dose de soro • velocidade de infusão soroterapia prévia • sensibilidade individual MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • CUTÂNEAS: prurido, urticária, rubor • GASTROINTESTINAIS: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia • RESPIRATÓRIAS: estridor laríngeo, roncoespasmo, edema de glote • CARDIOVASCULARES: angioedema, hipotensão, choque MEDIDAS PARA PREVENÇÃO/ REDUÇÃO DAS REAÇÕES PRECOCES • teste de sensibilidade • diluição • pré-medicação anti- histamínicos bloqueador H1 prometazina dextroclorfeniramina difenidramina bloqueador H2 cimetidina ranitidina corticosteróides TRATAMENTO DAS REAÇÕES PRECOCES Suspender temporariamente a soroterapia Na crise asmatiforme: bronco-dilatador b2, tipo fenoterol aminofilina 3-5 mg/kg/dose iv 6/6h Adrenalina (1:1000) – 0,1 mL/kg, até 3,0 mL I.V., it (diluída a 1:10), sc repetir até 3 vezes com intervalo de 5 min. Hidrocotrtizona – 30mg/kg IV com dose máxima de 1000mg Prometazina – 0,5 mg/kg IV com dose máxima de 50 mg Expansão da volemia – SF ou Solução de Ringr lactato 20 ml/kg Prednisona: 1 mg/kg/dia (máximo 60mg) vo, 5-7 dias febre tremores calafrios Reações pirogênicas Reações tardias (Doença do soro) febre artralgia urticária adenomegalia hepatoesplenomegalia proteinúria Butantã apresenta primeiro soro antiofídico em pó do país - Fonte: Agência Brasil, 2004 O Instituto Butantã, órgão da secretaria da Saúde de São Paulo , anuncia amanhã, na 6ª Jornada de Doenças Tropicais do Baixo Amazonas, em Santarém (PA), o primeiro soro antiofídico liofilizado (em pó) do país. O produto, segundo os técnicos, facilita a armazenagem e distribuição de soro, pois dispensa refrigeração e tem uma vida mínima de cinco anos, dois a mais que o soro líquido convencional. O Instituto Butantã conseguiu transformar em pó soros contra serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca e jararacuçu), Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (coral). Para aplicar, basta diluí-lo a água esterilizada, do tipo WFI. Previsto para ser lançado em 2005, o novo soro foi disponibilizado para as Forças Armadas em 2001, para a realização de testes de estabilidade em campo, e será encaminhado, depois de testes finais, para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aos países tropicais que adotem esse tipo de soro, mas até agora só a Europa desenvolveu o produto. "O soro em pó será uma alternativa para pessoas que vivem em regiões longínquas e com menos estrutura. Com o soro líquido é preciso energia elétrica para manter e refrigeração, o que não é necessário com o novo produto", afirma o diretor do Instituto Butantã, Otávio Azevedo Mercadante. Ele será distribuído gratuitamente para todas as secretarias estaduais e municipais de Saúde. COMO PREVENIR ACIDENTES? uso de botas pedaço de pau limpeza da área não segurar o animal examinar as roupas filhotes têm veneno proteção aos predadores atenção O QUE FAZER APÓS O ACIDENTE?