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Resumo de Fundamentos das Ciências Sociais AV1

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Enviado por Paulo Oliveira em

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Resumo de Fundamentos das Ciências Sociais – AV1
O conhecimento como característica da humanidade – o homem, como uma dentre as várias espécies animais existentes, também desenvolveu processos de convivência, reprodução, acasalamento e defesa. Porém, quer por dificuldades impostas pelo ambiente, quer por particularidades da própria espécie, o homem também desenvolveu habilidades e comportamentos que dependem de aprendizado Assim as crianças aprendem a conter sua fome e comer em horários regulares.
Tornar-se Humano – para se tornar humano, o homem tem que aprender com seus semelhantes uma serie de atitudes que jamais poderia desenvolver no isolamento. Para que um bebê humano se transforme em um homem propriamente dito, capaz de agir, viver e se reproduzir como tal, é necessário um longo aprendizado, em que as gerações mais velhas transmitem as mais novas suas experiências e conhecimentos. O pensamento humano é único, pois demonstrou ser capaz de transformar a experiência vivida em um discurso com significado e de assim transmiti-la aos demais seres de sua espécie e a seus descendentes. O conhecimento do mundo – organizado, comunicado e compartilhado com seus semelhantes e transmitido à descendência – transformou-se em um legado cumulativo fundamental para interpretar a realidade e agir sobre ela, ou seja, deu origem à cultura humana. Gerando uma multiplicidade ilimitada de interpretações da realidade que nos cerca. É por isso que encontramos padrões de vida, de crenças e de pensamento tão diversos. Uma vez que cada cultura tem raízes, significados e características próprias, todas elas revelam, como processos cognitivos, a mesma complexidade.
As Culturas Humanas como processos – a capacidade de pensar o mundo, de atribuir significado à realidade e de transmiti-lo aos seus descendentes assegurou ao homem um conjunto de informações e sentidos que é denominado conhecimento. Podemos então conceber as diferentes culturas como essencialmente dinâmicas, desenvolvendo mecanismos de conservação e mudança em permanente ajuste. As diferenças culturais devem-se às circunstancias que as cercam, plenas de necessidades e obstáculos a serem ultrapassados e de tradições herdadas do passado.
Ciência como ramo do conhecimento – os povos desenvolvem diferentes formas de explicação a respeito da vida e da natureza. Menos preocupados com a religião e a vida após a morte, os gregos foram os precursores de uma forma de pensar à qual se deu o nome de ciência, uma atividade com objetivos próprios, eminentemente cognitivos.
O milagre grego “o espírito especulativo” – Em todos os momentos de transformação social e econômica, o pensamento racional foi cada vez mais exigido. Deu-se o nome de milagre grego a este salto qualitativo do conhecimento humano sobre si e a natureza, em que se abandonou a explicação mítica e o princípio da interferência das forças sobrenaturais nos destinos dos homens. 
História da Sociologia – Enquanto a sociedade comercial e manufatureira desenvolvida pelos gregos perdurou ao longo do Império Romano, a razão esteve a serviço do homem e da sociedade. Porém, após a queda do Império, durante a Idade Média, período de hegemonia da Igreja Católica, a racionalidade passou a ser considerada mero instrumento auxiliar da fé. A fé e a crença, como nas sociedades agrícolas míticas, voltavam a condicionar o comportamento humano e a sociedade, e a explicá-los. No Renascimento, entretanto, o homem ocidental redescobre os textos antigos e o prazer de investigar o mundo – uma atividade válida por si mesma, livre de suas implicações religiosas e metafísicas. Ao crescente progresso desse método de conhecimento – a ciência – destinado à descoberta das leis que regem a relação dos homens entre si e a realidade que o rodeia. Aprimoram-se as técnicas e os utensílios de medição, desenvolveram-se as universidades e demais instituições cientificas, e tanto a imprensa como tantos outros meios de comunicação espalharam o conhecimento a um número crescente de pessoas. Foi em meio a esse movimento de idéias que surgiu, no século XIX, uma ciência nova – a sociologia, a ciência da sociedade. Foi ela resultado da necessidade dos homens de compreender as relações que estabelecem entre si e a natureza da vida coletiva sob uma perspectiva nova, deixando de ser tratado como tema religioso ou de senso comum. A partir de então, o homem começou à experimentar métodos e instrumentos de análise capazes de interpretar e explicar a Experiência social segundo os princípios do conhecimento cientifico. 
A Sociologia um conhecimento de todos – Com o desenvolvimento da sociologia multiplicaram-se os métodos e técnicas de investigação da vida social. Esse conhecimento, entretanto, não ficou restrito aos cientistas sociais, mas acabou sendo apropriado pelo cidadão comum e passou a fazer parte de seu cotidiano. Palavras e expressões como: contexto social, movimentos e classe social. São sobejamente veiculadas pelos meios de comunicação de massa. As pessoas intuem, mesmo diante da grande diversidade humana, que há regularidades na nossa forma de comportameto.
O uso da sociologia nos diversos campos da atividade humana – profissionais das mais diversas áreas não ignoram a validade instrumental da sociologia, como para empreender uma campanha publicitária, lançar um produto, uma campanha política, sempre é necessário procurar dados da população, para o êxito das mesmas. A ação consciente e programada exige pesquisa, planejamento e método. Sendo por esse e outros motivos que o sociólogo integra equipes nos mais diversos setores da vida social.
Desafios da sociologia Hoje – o capitalismo hoje vive uma profunda reestruturação que está exigindo dos cidadãos, dos governos e das nações uma revisão completa não só de conceitos como dos mecanismos de funcionamento da sociedade. Essa reestruturação torna mais necessário ainda desenvolver a capacidade de entender os acontecimentos e planejar nossas ações. Valores básicos da sociedade capitalista – como o trabalho – são deixados em segundo plano, enquanto o lazer e o consumo se transformam em necessidades sociais. Enfim, é hora de repensar os padrões, as regularidades que ordenam a vida social e hierarquiza-los.
O darwinismo social – foi uma escola de pensamento, baseada em Charles Darwin em sua teoria da evolução biológica das espécies animais e a idéia da seleção natural, aonde os mais fortes sobrevivem. Baseado nessa teoria os paises Europeus justificaram seu colonialismo, exaltando em relação a sua cultura. Eles faziam isso através da “missão civilizadora” onde paises como Inglaterra , França, Holanda, Alemanha, Itália se apoderavam de regiões do mundo cujo modo de vida era totalmente diferente do capitalismo europeu, buscando transformar radicalmente sua tradição, seus hábitos e costumes. A civilização era oferecida mesmo contra vontade dos dominados, como forma de elevar essas nações do seu estado primitivo a um nível mais desenvolvido.
Organicismo – procuravam características universais da espécie humana deixando de lado suas particularidades.
Evolucionismo e história da humanidade – a concepção de que a dinâmica das espécies sociais está relacionada a um grande movimento geral da humanidade, que iria de uma origem comum a um fim semelhante. Montesquieu foi um dos primeiros autores tentar entende as diferentes sociedades humanas, sem abandonar a crença em um destino comum que estaria por trás da trajetória do homem sobre a Terra. Nesse caso, a lei que rege a história seria semelhante as leis naturais que agem de forma espontânea mesmo os seres que ela governa, não tem consciência dela. Outros autores procuraram compreender os fatos históricos e as diferenças sociais como manifestações de uma ordenação geral que governaria o mundo. Aléxis de Tocqueville tornou-se ferrenho defensor da democracia, regime que parecia fazer coincidir, pela sua estrutura federativa, a igualdade com a liberdade.
 Da filosofia social a sociologia – Cada uma dessas escolas de pensamento, partindo de uma atitude laica
e pragmática em relação ao comportamento humano, procurava identificar os princípios que governam a vida social do homem. Foi, entretanto, o positivismo que logrou, de uma forma pioneira, sistematizar o pensamento sociológico. Foi ele a definir o precisamente o objeto, a estabelecer conceitos e uma metodologia de investigação e, alem disso, a definir a especificidade do estudo cientifico da sociedade. O nome “positivismo” tem sua origem no adjetivo “positivo”, que significa certo seguro, definitivo. Como escola filosófica, derivou do “cientificismo”, isto é, da crença no poder dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da vida do home, da natureza e do próprio universo. O positivismo reconhecia que os princípios reguladores do mundo físico e do mundo social diferiam quanto sua essência. Entretanto, a crença na origem natural de ambos teve o poder de aproximá-los. Auguste Comte, antes de criar o termo “sociologia”, chamou de “física social” as suas analises da sociedade. Essa filosofia social positivista se inspirava no método de investigação das ciências da natureza, assim como procurava identificar na vida social as mesmas relações e princípios com os quais os cientista explicavam a vida natural. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico, por isso o positivismo também era chamado de “organicismo”. O positivismo procurava resolver os conflitos sociais por meio da exaltação a coesão e harmonia natural entre os indivíduos, ao bem estar do todo social. Foram as primeiras formulações objetivas sobre a sociabilidade humana, também foram teorias que abriram as portas para uma nova concepção da realidade social com suas especificidades e regras.
A Sociologia de Durkheim 
O que é fato social – Imbuído dos princípios positivistas, Durkheim queria definir com rigor a sociologia como ciência, estabelecendo seus princípios e limites e rompendo com as idéias de senso comum, que interpretavam a realidade social de maneira vulgar e sem critérios. Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais. O fato social é experimentado pelo individuo como uma realidade independente e preexistente. Assim, são três as características básicas que distinguem os fatos sociais. A primeira delas é a “coerção social”, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se as regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Nessas circunstancias, o ser humano experimenta a força da sociedade sobre si. A força coercitiva dos fatos sociais se torna evidente pelas “sanções legais” ou “espontâneas” a que o individuo está sujeito quando tenta rebelar-se contra ela. “Legais” são as sanções prescritas pela sociedade, sob forma de leis, nas quais se define a infração e se estabelece a penalidade correspondente. “Espontâneas” são as que afloram como resposta a uma conduta considerada inadequada por um grupo ou por uma sociedade. Multas de transito são exemplo das coerções legais. Já os olhares de reprovação de que somos alvo quando comparecemos a um local com roupa inadequada, são exemplos de sanções espontâneas. O comportamento desviante num grupo social pode não ter penalidade prevista por lei, mas o grupo pode espontaneamente reagir castigando quem se comporta de forma discordante em relação a determinados valores e princípios. A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, sendo, assim, “exteriores aos indivíduos”. Ao nascermos já encontramos regras sociais, costumes e leis que somos coagidos a aceitar por meio de mecanismos de coerção social, como a educação. A terceira característica é a “generalidade”, é social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles; que ocorre em distintas sociedade, em um determinado momento ou ao longo do tempo.
A objetividade do fato social – Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia. Para ele, como para positivista de maneira geral, a explicação cientifica exige que o pesquisador estabeleça e mantenha certa distancia e neutralidade em relação aos fatos, procurando preservar a objetividade de sua analise. O sociólogo deve deixar de lado suas prenoções (valores e sentimentos pessoais em ralação aquilo que esta sendo estudado). Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos sociais como “coisas”, isto é, objetos que lhe são exteriores. Diante deles, o cientista isento de paixão, desejo ou preconceito, dispõe de métodos objetivos, como a observação, a descrição, a comparação e o cálculo estatístico, para apreender suas regularidades. Durkheim propõe o exercício da duvida metódica, ou seja, a necessidade do cientista inquirir sempre sobre a veracidade e objetividade dos fatos estudados. Para identificar os fatos sociais, Durkheim orienta ao sociólogo ater-se aqueles acontecimentos mais gerais e repetitivos e que apresentam características exteriores comuns, são fatos sociais, por exemplo, os crimes (existem em toda sociedade e provoca uma reação negativa da sociedade contra quem os pratica).
Suicídio – Durkheim estudou profundamente o suicídio, utilizando nesse trabalho toda metodologia defendida e propagada por ele. Considerou-o fato social por sua presença universal em toda e qualquer sociedade por suas características exteriores e mensuráveis, completamente independentes das razões que levam cada suicida a acabar coma própria vida. Para Durkheim, a prova de que o suicídio depende de leis sociais e não da vontade dos sujeitos estava na regularidade com que variavam as taxas de suicídio de acordo com as alternâncias das condições históricas. Ele verificou, por exemplo, que as taxas de suicídio aumentavam nas sociedades em que havia a aceitação profunda de uma fé religiosa que prometesse a felicidade após a morte. 
Sociedade: um organismo em adaptação – Para Durkheim, a sociologia tinha pro finalidade não só explicar a sociedade como também encontrar soluções para a vida social,.a sociedade apresenta estados que podem ser considerados “normais” ou “patológicos”, isto é, saudáveis ou doentios. Durkheim considera um fato social “normal” quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou sua evolução. Assim, o crime é normal não apenas por ser encontrado em toda sociedade e em todos os tempos, mas também por representar um fato social que integra as pessoas em torno de determinados valores. Punindo o criminoso, os membros de uma coletividade reforçam seus princípios, renovando-os. Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e portanto, a adaptação e evolução da sociedade, estamos diante de um acontecimento de caráter mórbido e de uma sociedade doente. “Normal” é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. “Patológico” é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moram vigente. Os fatos patológicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais.
A consciência coletiva – Toda teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrara que os fatos sociais tem existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada individuo em particular. Embora todos possuam sua “consciência individual”, podem-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento. Esta constatação esta na base do que Durkheim chamou de “consciência coletiva”. Trata-se do “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns a media dos membros de uma mesma sociedade” que “forma um sistema determinado com a vida própria”. Ela esta espalhada por toda sociedade, e define,
o que é considerado “imoral’, “reprovável” ou “criminoso”.
Morfologia social: as espécies sociais – A sociologia deveria ter ainda por objeto comparar as diversas sociedades. Constituiu assim o campo da morfologia social, ou seja, a classificação das espécies sociais, numa nítida referencia as espécies estudadas em biologia. Durkheim considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda, a forma social mais simples. Desse ponto de partida, foi possível uma serie de combinações das quais originaram-se outras espécies sociais identificáveis no passado e no presente, tais como os clãs e as tribos. Para Durkheim, o trabalho de classificação das sociedades, deveria ser efetuado com base em apurada observação experimental. Guiado por esse procedimento, estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para solidariedade orgânica como motor de transformação de toda e qualquer sociedade.
SOLIDARIEDADE MECÂNICA – Para Durkheim, era aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costume, permanecendo em geral independente e autônomos em relação a divisão do trabalho social. A consciência coletiva exerce aqui todo o seu poder de coerção sobre os indivíduos. 
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA – É aquela típica das sociedades capitalistas, em que, pela acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornavam interdependentes. Essa interdependência garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas, como ocorre nas sociedades contemporâneas. Nas sociedades capitalistas, a consciência coletiva se afrouxa, ao mesmo tempo em que os indivíduos tornam-se mutuamente dependente, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.
Durkheim e a sociologia científica – Ele se distingue dos demais positivistas porque suas idéias ultrapassaram a reflexão filosófica e chegaram a construir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre a sociedade. Observação, mensuração e interpretação eram aspectos complementares do método durkhemiano.

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