Logo Passei Direto
Buscar
Sugeridos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 1
 - Janeiro / Fevereiro de 2
0
0
6
Janeiro / Fevereiro de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 1
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Traumato
• Mastectomia e amplitude de movimento do ombro
• Risco de trombose venosa profunda
• Osteoartrite do joelho e fortalecimento do quadríceps
Ultra-som
• Conformidade e manutenção dos equipamentos
Infecção
• Agentes patogênicos em eletrodos de borracha
• Staphylococcus aureus em serviços de fisioterapia
Respiratório
• Mobilidade torácica durante a gestação
• Amplitude tóraco-abdominal em indivíduos jovens
• Fisioterapia e bipap pós cirurgia cardíaca
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 1/2/2006 18:21:021/2/2006 18:21:02
Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 2
 - M
arço / A
bril de 2
0
0
6
Março / Abril de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 2
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Traumato
• Instabilidade patelofemoral 
• Alongamento músculos isquiotibiais 
Anatomia
• Síndrome do piriforme
Lombalgia
• Lombalgia e gestação
• Isostretching e lombalgia crônica
• Quebec Back Pain Disability Scale
Respiratório
• EMG em portadores de distrofinopatias 
Ultra-som
• Interação com os tecidos biológicos
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 7/4/2006 13:47:097/4/2006 13:47:09
Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 3
 - M
aio / Junho de 2
0
0
6
Maio / Junho de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 3
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Cardiorespiratório
• Lupus eritematoso sistêmico 
• Capacidade vital em crianças
• Força muscular respiratória em idosos
Traumato-ortopedia
• Lesões músculo-esqueléticas e ginástica rítmica
• Alongamento e força dos isquiotibiais
Sáude da mulher
• Fisioterapia na sala de parto
Paralisia cerebral
• Fisioterapia em crianças com paralisia cerebral
• Estimulação elétrica neuromuscular na paralisia espástica
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 3/7/2006 19:05:263/7/2006 19:05:26
Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 4
 - Julho / A
gosto de 2
0
0
6
Julho / Agosto de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 4
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Postura
• Lombalgia em motoristas de ônibus
• Postura sentada da criança escolar
• Sintomas osteomusculares em professores
Saúde da mulher
• Força muscular do períneo
• Fatores de risco da incontinência urinária
Hidroterapia
• Temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial
Esporte
• Treinamento respiratório em atletas de natação
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 30/8/2006 19:30:3030/8/2006 19:30:30
Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 5
 - S
etem
bro / O
utubro de 2
0
0
6
Setembro / Outubro de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 5
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Paralisia cerebral
• Equoterapia e encefalopatia espástica
• Estimulação elétrica neuromuscular em paralisia cerebral
• Estilo de vida e paralisia cerebral
Traumato
• Lesões músculo-esquelético por arma de fogo
• Flexão do joelho e alongamento do fêmur pelo método de Ilizarov
Gravidez
• Adaptações fisiológicas do período gestacional
Ergonomia
• Fisioterapia preventiva na avaliação ergonômica de um escritório
Profissão
• Há preferência pelo sexo do fisioterapeuta para a terapia?
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 14/11/2006 16:55:3514/11/2006 16:55:35
Fisioterapia B
rasil - V
olum
e 7
 - N
úm
ero 6
 - N
ovem
bro / D
ezem
bro de 2
0
0
6
Novembro / Dezembro de 2006
Fi
sio
ter
ap
iaB
 r
 a
 s
 i
 l
An
o 
7 
- n
o 6
www.atlanticaeditora.com.br
ISSN 1518-9740
Fisiologia
• Força de preensão e lateralidade em crianças
Ergonomia
• Análise qualitativa da postura estática
• Condição Ergonômica dos postos de trabalhos
• Intervenção da fisioterapia em funcionários de indústria têxtil
Dermato
• Vacuoterapia no fibro edema gelóide
Acupuntura
• Acupuntura para pacientes com hérnia de disco lombar
• Acupuntura na reabilitação da terceira idade
!Capa.indd 1!Capa.indd 1 15/1/2007 17:51:1015/1/2007 17:51:10
Fisioterapia Brasil
(vol.7, nº1 janeiro/fevereiro 2006 - 1~80)
EDITORIAL
Seis anos de revista e muito trabalho pela frente, Jean-Louis Peytavin ................................................................................................... 3
ASSOCIAÇÃO
Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher - ABRAFISM, 
Cristine Homsi Jorge Ferreira ................................................................................................................................................................................ 4
ARTIGOS ORIGINAIS
Mobilidade torácica e pressões respiratórias máximas durante a gestação, 
Fátima Caromano, Eliane Sayuri, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz, Juliana Monteiro Candeloro, 
Juliana Schulze Burti, Luciana Zazyki de Andrade ............................................................................................................................................. 5
Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória convencional associada à aplicação 
de BiPAP no pós-operatório de cirurgia cardíaca, Kamilla Tays Marrara, 
Aline Marques Franco, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, Fernanda Negrini, Sérgio Luzzi ...................................................................... 8
Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos utilizados na Estimulação 
Nervosa Elétrica Transcutânea nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ, 
José Tadeu Madeira de Oliveira, Antônio Neres Norberg, Fábio dos Santos Borges, 
Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, Ingrid Jardim de Azeredo Souza, Rafael Jardim de Azeredo Souza, 
Ailton da Silva Gonçalves, Betânia Martins Alhan de Oliveira, Fabiano Sanches Guerra ......................................................................... 14
Risco de trombose venosa profunda em pacientes traumato–ortopédicos hospitalizados, 
Luciano Pereira de Oliveira, Vagner Wilian Batista e Sá .................................................................................................................................. 18
Ocorrência de Staphylococcus aureus em fi sioterapeutas que atuam em clínicas 
e hospitais de Governador Valadares MG, Daniel de Assis Santos, Mariane Cândida Medeiros Oliveira, 
Liliane Lisboa Oliveira, Ludmila Reis Milardi, Sabrina Ferreira Almeida, Lígia Jordão Valentim, 
Bartira Pereira Neves, Mario Antonio Baraúna, Ruiz Angelo Ventura da Silva ........................................................................................... 22
Medida da amplitude tóraco-abdominal como método de avaliação dos movimentos 
do tórax e abdome em indivíduos jovens saudáveis, Audrey Borghi-Silva, Renata Gonçalves Mendes, 
Elisabeth Santos Silva, Higia L. Paulucci, Paula C. Picchi, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo ................................................................. 25
Análise da amplitude de movimento do ombro de mulheres mastectomizadas submetidas 
a um programa de exercícios e alongamentos musculares, Ana Cristina da Nóbrega Marinho, 
Alexsandro Alcantara de Macedo ........................................................................................................................................................................ 30
Comparação dos lasers diodo 904 nm e 670 nm na viabilidade do retalho cutâneo 
randômico isquêmico em ratos, Lívia Ribeiro de Assis, Alexandre Marcio Marcolino, 
Carlos Eduardo Pinfi ldi, Rodrigo Paschoal Prado, Fábio Lourencin, Lydia Masako
Ferreira ................................................................... 36
Comportamento do lactato sanguíneo de pacientes com síndrome isquêmica aguda 
nas 48 horas de internação na unidade coronariana submetidos à reabilitação cardíaca fase I, 
Cintia Godinho Junqueira, Regina Roque da Glória, Sílvia Mesquita, Miguel Houri Neto ....................................................................... 40
Correlação entre estresse e dor em pilotos de helicópteros do Grupamento 
de Radio Patrulha Aérea da Polícia Militar na cidade de São Paulo, Kelly Cristina Diniz, 
Tabajara de Oliveira Gonzalez, João Pedro Arantes, Emílio Luiz Santana Panhosa, Cezar Gallettii Júnior ........................................... 44
REVISÕES
Fatores que interferem na reabilitação protética de idosos amputados de membros inferiores, 
Júnea Mara Gonçalves Moraes, Daniele Sirineu Pereira, Gisele de Cássia Gomes, Leani Souza Máximo Pereira ................................. 49
O exercício físico e a regeneração muscular, Fabiana Elisa Toressan Faria, Viviane Balisardo Minamoto ..................................... 55
Importância da conformidade dos equipamentos de ultra-som terapêutico com a NBR-IEC 1689, 
Elton Antônio Valentini, Carlos Dias Maciel, Nivaldo Antonio Parizotto ................................................................................................... 59
Osteogenese imperfeita – características clínicas, moleculares e tratamento, 
Gabriela Pinheiro Rebouças Martins, Marcus Vinicius Amaral, Henrique Douglas Melo Coutinho ....................................................... 66
ESTUDOS DE CASO
Distrofi a muscular intermediária entre Duchenne e Becker, Elaine Maria Bueno da Silva, 
Thaís Helena Brunheroto Nucci, Cristina Iwabe, Maria da Graça Baldo Deloroso ................................................................................... 69
Benefícios de um programa de fortalecimento excêntrico do quadríceps no tratamento 
da osteoartrite de joelho, Andressa Souza Milagres, Igor Magalhães e Souza, Johnathan O. Coura Pereira, 
Roger Duarte da Paz, Flávia Maria Campos de Abreu .................................................................................................................................... 73
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................................................................................... 79
EVENTOS .......................................................................................................................................................................................................... 80
Fisioterapia_v7n1.indb 1Fisioterapia_v7n1.indb 1 1/2/2006 18:46:331/2/2006 18:46:33
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20062
© ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída 
por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, 
Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades 
ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo 
o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma 
garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
w w w . a t l a n t i c a e d i t o r a . c o m . b r
Ilustração da capa: Músculos do pescoso, ilustração de G. Devy, Traité d’anatomie humaine de Leon Testut, Paris, 1904.
Rio de Janeiro
Rua da Lapa, 180/1103
20021-180 – Rio de Janeiro – RJ
Tel./Fax: (21) 2221-4164 / 2517-2749
E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br
www.atlanticaeditora.com.br
São Paulo
Praça Ramos Azevedo, 206/1910
01037-010 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3362-2097
Recife
Monica Pedrosa Miranda
Rua Dona Rita de Souza, 212
52061-480 – Recife – PE
Tel.: (81) 3444-2083 / 9204-0346
E-mail: atlanticarecife@terra.com.br
Assinaturas
6 números ao ano:
Brasil - 1 ano: R$ 156,00
América Latina - 1 ano: US$ 160,00
Europa - 1 ano: € 150,00
Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editores associados
Dr. André Luís Santos Silva
Drª. Tiene Deccache
Colaboradoras da Redação
Ingrid Haig
Guillermina Arias
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Publicidade e marketing
René Caldeira Delpy Jr.
rene@atlanticaeditora.com.br
Atendimento ao assinante
Edilaine Silva
atlantica@atlanticaeditora.com.br
Todo o material a ser publicado deve ser 
enviado para o seguinte endereço
por correio ou por e-mail aos cuidados de
Jean-Louis Peytavin
Rua da Lapa, 180/1103
20021-180 – Rio de Janeiro – RJ
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Fisioterapia Brasil
www.fisioterapiabrasil.com.br
Revista Indexada na LILACS - Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde
Editor científico
Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ – Rio de Janeiro)
Conselho científico
Prof. Dr. Dirceu Costa (UFSCAR – São Paulo)
Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti – Paraná)
Profa. Dra. Fátima Aparecida Caromano (USP – São Paulo)
Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina)
Prof. Dr. José Rubens Rebelatto (UFSCAR – São Paulo)
Prof. Dr. LC Cameron (UNIRIO – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU – Estados Unidos)
Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro – UNIT – Minas Gerais)
Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba – UFPB – João Pessoa)
Profº Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCAR – São Paulo) 
Prof. Dr. Norberto Peña (Univ. Federal da Bahia – UFBA – Bahia)
Prof. Dr. Roberto Sotto (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Profa Dra Tania de Fátima Salvini (UFSCAR – São Paulo) 
Grupo de assessores
Dr. Antonio Neme Khoury (HGI – Rio de Janeiro)
Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro)
Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE – Salvador) 
Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo)
Dr. Farley Campos (UCB – Rio de Janeiro)
Profa Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB – Rio de Janeiro)
Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro)
Prof. Dr. João Santos Pereira (UERJ – Rio de Janeiro)
Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina)
Dr. Jorge Tamaki (PUC – Paraná)
Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo)
Dra. Luci Fabiane Scheffer Moraes (Univ. do Sul de Santa Catarina)
Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá – Rio de Janeiro)
Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (UNIRB – Bahia)
Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID – São Paulo)
Dr. Philippe E. Souchard (Instituto Philippe Souchard)
Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA – HFAG – Rio de Janeiro)
Fisioterapia_v7n1.indb 2Fisioterapia_v7n1.indb 2 1/2/2006 18:49:391/2/2006 18:49:39
3Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Editorial
Seis anos de revista 
e muito trabalho pela frente
Jean-Louis Peytavin, editor
A sua revista Fisioterapia Brasil entra no sétimo ano de 
existência, com mais de 400 artigos já publicados, e mais de 
1000 artigos na lista de espera. Não há dia que não recebemos 
artigos e agradecemos por sua confi ança e pela qualidade, 
cada vez melhor, dos trabalhos enviados.
Diante desta enorme produção dos fisioterapeutas 
brasileiros, vamos tentar, com a sua ajuda, desenvolver os 
nossos serviços.
Em primeiro lugar, estamos aumentando a cada ano o 
número de páginas, para publicar cada vez mais artigos. São 
quase 500 páginas por ano, e em breve 600 e mais. Estamos 
também
melhorando o procedimento de avaliação dos traba-
lhos, com os mais renomados professores das universidades 
brasileiras. Temos de agradecer aqui a todos os membros do 
conselho científi co da revista que não poupam o seu tempo 
para redigir pareceres documentados e de grande interesse 
para os autores. Refi ro-me em particular a José Rubens 
Rebelatto, Dirceu Costa e Tânia de Fátima Salvini, da Ufscar, 
a Fátima Caromano, da USP, sem esquecer Esperidião Elias 
Aquim do Paraná, ou ainda nosso amigo Mario Antônio 
Baraúna de Uberlândia, nem todos os revisores anônimos 
que nos ajudam a construir uma revista que seja o espelho 
da pesquisa em fi sioterapia.
Nosso objetivo é publicar o melhor da produção e criar 
ferramentas úteis para a consulta e pesquisa. Por isso, estamos 
reformando o nosso site, para apresentar, de uma maneira 
efi ciente, os artigos, os autores e os temas. Está demorando 
um pouco, mas estará pronto em breve. Todos os assinantes 
receberão uma senha para consultar à vontade os arquivos 
da revista e dos congressos.
Não se desesperem se o seu artigo não está ainda publi-
cado, estamos trabalhando para enviar uma resposta a todos. 
Do seu lado, ajudem-nos respeitando as normas de publica-
ção e diminuindo o comprimento dos artigos: quanto mais 
curtos, mais têm chances de serem publicados rapidamente, 
e também mais chances têm de serem lidos...
Estamos também preparando outras publicações e edi-
ções, para utilizar o melhor possível o material que recebe-
mos, com o objetivo de criar pouco a pouco uma verdadeira 
enciclopédia da fi sioterapia nacional.
Com a sua ajuda e suas assinaturas, conseguimos construir, 
em seis anos, uma revista independente, hoje indispensável. 
Temos ainda muito trabalho pela frente, para torná-la uma 
revista de nível internacional e representativa da variedade dos 
temas de pesquisa da fi sioterapia, que cresce, a cada ano, na 
área das ciências da saúde. Mas acreditamos que não vamos 
esperar mais seis anos para chegar lá.
Fisioterapia_v7n1.indb 3Fisioterapia_v7n1.indb 3 1/2/2006 18:49:391/2/2006 18:49:39
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20064
Associação
Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em 
Saúde da Mulher (ABRAFISM)
Profa. Dra. Cristine Homsi Jorge Ferreira
Presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher 
A saúde das mulheres é um importante indicador da 
saúde de uma nação. Isso porque, historicamente, têm sido 
atribuídos às mulheres os cuidados com os demais membros 
da família, e porque estas representam o maior contingente 
de cuidadoras formais na área da saúde. Além disso, as mul-
heres necessitam de cuidados especifi camente voltados à sua 
saúde reprodutiva, que devem incluir desde a possibilidade 
de escolher e utilizar um método contraceptivo, até uma as-
sistência multiprofi ssional de qualidade na gestação, parto, 
puerpério e climatério. Essas são algumas das razões que 
justifi cam a necessidade de programas específi cos de saúde 
da mulher. Nesse sentido, diversos esforços mundiais têm 
sido empreendidos para melhorar os indicadores de saúde da 
mulher, envolvendo também a fi sioterapia. Um exemplo im-
portante é a International Organization of Physical Therapy 
in Women’ s Health (IOPTWH), um subgrupo da World 
Confederation of Physical Therapy (WCPT) que tem como 
objetivos difundir e incentivar a prática clínica e a pesquisa em 
fi sioterapia na saúde da mulher, além de incentivar a criação 
de outros grupos no mundo.
No Brasil, fi sioterapeutas de todo o país reunidos em 
assembléia que ocorreu no XVI Congresso Brasileiro de 
Fisioterapia em São Paulo, no dia 07/10/2005, criaram a 
Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher 
(ABRAFISM). O encontro começou com o discurso da se-
cretária geral da WCPT, Dra. Brenda Myers, que falou sobre a 
importância das associações para o crescimento da fi sioterapia. 
Os principais objetivos desta nova associação foram declara-
dos na sua criação e são: encorajar a promoção à Saúde da 
Mulher; promover a cooperação entre os fi sioterapeutas que 
trabalham na área de Saúde da Mulher; encorajar a melhora 
na assistência fi sioterapêutica prestada em Saúde da Mulher; 
contribuir para defi nir o papel da fi sioterapia em Saúde da 
Mulher no âmbito público e privado; facilitar o aprimoramento 
da prática fi sioterapêutica em Saúde da Mulher através da troca 
de informações em âmbito nacional e internacional; difundir o 
papel da fi sioterapia em Saúde da Mulher junto aos fi siotera-
peutas, outros profi ssionais da área da saúde e comunidade 
leiga através da promoção de fóruns, debates, campanhas, 
simpósios e congressos; encorajar a pesquisa científi ca e co-
laborar para o desenvolvimento de novos conhecimentos na 
área de Saúde da Mulher; colaborar para ampliação e preser-
vação do mercado de trabalho do fi sioterapeuta na área de 
Saúde da Mulher; buscar apoio e cooperação com associações 
nacionais e internacionais que tenham objetivos semelhantes, 
e ainda incentivar a criação de uma especialidade na área de 
fi sioterapia, em Saúde da Mulher. 
Esses objetivos só serão concretizados se houver uma 
participação crescente dos fi sioterapeutas que atuam na 
área de Saúde da Mulher na vida associativa. A diretoria da 
ABRAFISM, eleita por unanimidade, agradece a confi ança e 
está extremamente motivada a trabalhar para que os fi siotera-
peutas possam ocupar o seu espaço e contribuir, com suas 
habilidades e competências, para uma melhor qualidade de 
vida e saúde das mulheres brasileiras. 
Diretoria da ABRAFISM
Presidente: Cristine Homsi Jorge Ferreira 
 (SP)
Vice-presidente: Elza Baracho (MG)
Secretária Geral: Andréa Marques (SP)
Diretora Científi ca: Adriana Moreno (SP)
Diretora de Defesa Profi ssional: Elaine Caldeira Guirro (SP)
Diretora Tesoureira: Maria Cristina Cortes Carneiro 
 Meirelles (SP)
Diretora de Comunicação: Pollyana Dórea (BA)
Diretora Cultural: Telma Chiarapa (MS)
Conselheira Consultiva: Débora Bevilaqua Grossi (SP)
Para informar-se sobre como se tornar um membro da 
ABRAFISM, envie e-mail para abrafi sm@yahoo.com.br 
Fisioterapia_v7n1.indb 4Fisioterapia_v7n1.indb 4 1/2/2006 18:49:401/2/2006 18:49:40
5Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Mobilidade torácica e pressões respiratórias 
máximas durante a gestação
Thoracic mobility and maximum breathing pressures 
during the pregnancy
Fátima Caromano, D.Sc.*, Eliane Sayuri**, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz**, Juliana Monteiro Candeloro**, 
Juliana Schulze Burti***, Luciana Zazyki de Andrade***
*Profa. Dra. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental 
do Curso de Fisioterapia da USP (LaFi-ReaCom) **Fisioterapeuta e Pesquisadora Voluntária do LaFi – ReaCom, 
***Graduanda do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP
Resumo
A fi sioterapia atua no preparo físico/funcional da mulher 
durante o período gestacional e na recuperação pós-parto. Parte 
essencial das intervenções fi sioterapêuticas inclui a reeducação 
respiratória, que deve ser adaptada para as diferentes fases deste 
período. Com o objetivo em compreender melhor as alterações 
funcionais respiratórias decorrentes da gestação, este estudo analisou 
as pressões inspiratória e expiratória máximas e toracometria num 
grupo de 200 mulheres, sendo 150 gestantes divididas em três gru-
pos, 50 no primeiro trimestre de gestação, 50 no segundo trimestre 
e 50 no terceiro trimestre de gestação, sendo que 50 mulheres não 
gestantes formaram o grupo controle. Encontrou-se que a diminui-
ção da mobilidade torácica e das pressões respiratórias ocorre a 
partir do primeiro trimestre, aumentando com o desenvolver da 
gravidez e é dependente dos reajustes hormonais e das adaptações 
biomecânicas.
Palavras-chave: gestação,
respiração, avaliação e fi sioterapia.
Artigo original
Abstract
Physical therapy prepares pregnants during pregnancy and 
after delivery. A essential part of the physical therapy interventions 
includes the respiratory reeducation that have to be adapted to the 
different phases of this period. Aiming a better comprehension of 
the respiratory changes that occurs during pregnancy, the objective 
of this study was to analyse maximal inspiratory and expiratory 
pressures in a group of 200 women. In this group 150 women were 
pregnant and 50 not pregnant. In the pregnant group, 50 were in 
the fi rst trimester, 50 in the second and 50 in the third trimester. 
It was found that decrease of the thoracic mobility and breathing 
pressures starts from the fi rst trimester, increases with the develop-
ment of the pregnancy and is dependent of hormonal readjustment 
and biomechanical adaptations.
Key-words: pregnancy, breathing, evaluation, physical therapy.
Recebido 10 de maio de 2004; aceito 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Profa. Dra. Fátima Caromano Curso de Fisioterapia da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental, 
Rua Cipotânea, 51 Cidade Universitária da USP 05360-000 São Paulo SP, E-mail: fcaromano@uol.com.br.
Introdução
A gravidez provoca grandes mudanças no organismo a 
fi m de prepará-lo para implantar, formar e desenvolver uma 
nova vida durante a gestação. No primeiro trimestre ocor-
rem diversas alterações endócrinas, sendo que o elemento 
básico para tais alterações é a placenta, que sintetiza vários 
hormônios com funções próprias durante a gestação, como 
a gonadotropina coriônica (HCG), a somatotropina placen-
tária, a tireotropina placentária, os estrógenos, a progesterona 
e os andrógenos. A tireóide, o pâncreas, a supra-renal e a 
hipófi se também têm suas atividades aumentadas nesta fase, 
alterando o metabolismo materno e, desta forma, fazendo 
com que coração, rins e pulmões trabalhem de forma mais 
intensa [1].
Quanto às alterações cardiopulmonares, o aumento da 
progesterona, particularmente, provoca uma diminuição na 
tensão alveolar, podendo haver congestão tissular e hiper-
secreção no trato respiratório superior, além de diminuição 
na pressão diastólica logo no início da gestação, devido à 
Fisioterapia_v7n1.indb 5Fisioterapia_v7n1.indb 5 1/2/2006 18:49:411/2/2006 18:49:41
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20066
diminuição na resistência vascular periférica. Como há um 
aumento de 15 a 20% no consumo de oxigênio, somado a um 
estado natural de hiperventilação (pela maior necessidade de 
O2 na gestação e pela sensibilização do centro respiratório na 
medula pela progesterona), o trabalho respiratório aumenta, 
podendo-se observar dispnéia durante exercícios leves logo 
nas primeiras semanas. Ocorrem alterações biomecânicas na 
função dos arcos costais (estimuladas por hormônios) que 
precedem o crescimento uterino, observado pelo aumento 
progressivo do ângulo subcostal, que desloca as costelas para 
cima e para fora e pelo aumento dos diâmetros torácicos ân-
tero-posterior e transverso em cerca de dois a três centímetros 
cada (a circunferência torácica total aumenta de 5 a 7 cm). 
Devido às alterações na posição das costelas o diafragma ele-
va-se aproximadamente quatro centímetros. Curiosamente, a 
freqüência respiratória não se altera, mas ocorre um aumento 
da incursão da respiração; o volume corrente e a ventilação 
por minuto aumentam, mas a capacidade pulmonar não se 
altera ou diminui [2].
No segundo trimestre, o crescimento do bebê que se 
alimenta pela placenta prevalece. Ocorre um aumento na 
atividade da tireóide materna, o que eleva ainda mais o me-
tabolismo e a prolactina produzida pela hipófi se dobra de 
quantidade. Pode continuar ocorrendo dispnéia pela inade-
quação entre a demanda e a resposta ventilatória e podem 
surgir palpitações quando a gestante faz exercícios físicos de 
baixa a moderada intensidade, já que sua freqüência cardíaca 
de repouso apresenta uma média de 15 batimentos por 
minuto a mais que a da mulher não grávida [3]. 
No terceiro trimestre a expansão do útero impede a descida 
total do diafragma durante a inspiração, sendo que, perto do 
parto, este músculo pode elevar-se até quatro centímetros ou 
mais. A pressão que o feto faz para cima pode deslocar as cos-
telas, aumentando o perímetro costal inferior da mãe de 10 a 15 
cm e aumentando o ângulo subcostal. Nessa fase da gestação a 
excursão respiratória fi ca limitada nas bases dos pulmões e torna-
se mais ativa no ápice e na região medial, o que aumenta ainda 
mais a difi culdade de respirar no fi nal da gravidez [2].
A relaxina torna as articulações costocondrais mais 
móveis, tornando mais comum a ocorrência de dores, con-
tusões e até rompimentos [4]. Durante toda a gestação as 
glândulas mamárias são estimuladas pelos hormônios de 
forma a aumentar seu volume, adaptando-se para o período 
de lactação. Esse aumento no volume da mama por um au-
mento da massa, causa uma resistência à mobilidade na parte 
superior anterior do tórax, difi cultando ainda mais as inspira-
ções, principalmente na postura de decúbito dorsal [5].
Do ponto de vista biomecânico, ocorre um aumento da 
base de sustentação para compensar o deslocamento cor-
poral anterior provocado pelo útero aumentado. A maioria 
das grávidas refere dores nas costas e pode-se observar um 
aumento na lordose lombar [4]. Esta adaptação modifi ca 
o posicionamento das inserções dos pilares posteriores do 
músculo diafragma, diminuindo sua efi ciência biomecânica. 
 Há aumento na volemia e, em conseqüência, na pré-carga 
cardíaca devido ao aumento da freqüência cardíaca e ao au-
mento no condicionamento das fi bras cardíacas em resposta 
aos estrógenos, visando melhorar a irrigação uterina [6]. 
As paratireóides da mãe passam a fi car maiores e mais 
funcionantes nesse período para suprir as necessidades fetais 
de cálcio. A prolactina dobra de quantidade novamente e 
as concentrações de HCG e progesterona caem quando se 
aproxima o período do parto para que possam ocorrer as con-
trações uterinas e a conseqüente expulsão do feto [1]. Quando 
se iniciam as contrações há um refl exo neuroendócrino que, via 
medula e hipotálamo, leva à liberação de ocitocina que auxilia 
na dilatação para o parto (por meio das contrações) e na con-
tração das células mioepiteliais em volta das aréolas mamárias 
para que haja ejeção do leite para a amamentação [5].
Verifi ca-se que, desde a concepção, ocorrem mudanças 
fi siológicas e biomecânicas que alteram a função respiratória 
da gestante, não existindo na literatura índices que quanti-
fi quem os efeitos das alterações nas pressões inspiratória e 
expiratória na mobilidade do tórax.
Objetivo
Frente ao colocado, este estudo se propõe a avaliar a 
mobilidade torácica em três fases gestacionais, utilizando 
a mensuração da toracometria e das medidas das pressões 
respiratórias máximas.
Material e métodos
Foram selecionadas 200 mulheres, com biotipos semel-
hantes e faixa etária entre 18-25 anos. As participantes foram 
divididas em quatro grupos: 50 não grávidas (controle – NG), 
50 gestantes na primeira quinzena do terceiro mês de gesta-
ção (grupo 1 – G1), 50 mulheres na primeira quinzena do 
sexto mês de gestação (grupo 2 – G2) e 50 participantes na 
primeira quinzena do nono mês de gestação (grupo3 – G3). 
Para a mensuração da toracometria, foram utilizados um 
manuvacuômetro e fi ta métrica.
As participantes foram gestantes que eram acompanhadas 
no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital 
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de 
São Paulo, sendo que todas deveriam ser saudáveis, sem 
nenhuma complicação, estarem na primeira gestação, com 
biotipo e faixa etária semelhantes. Todas foram convidadas 
e assinaram
um termo de consentimento pós-informado 
sobre o estudo.
As gestantes e as mulheres do grupo controle foram sub-
metidas a mensurações de toracometria utilizando a técnica 
de cirtometria dirigida [7], quando foram coletadas medidas 
de três regiões: axilar, processo xifóide e últimos arcos costais, 
durante bipedestação. As mulheres eram orientadas a expirar 
profundamente, e o fi sioterapeuta realizava a primeira medida, 
depois faziam a inspiração profunda para a realização da 
Fisioterapia_v7n1.indb 6Fisioterapia_v7n1.indb 6 1/2/2006 18:49:411/2/2006 18:49:41
7Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
segunda medida. Em seguida calculava-se a diferença entre 
as duas medidas. O procedimento era repetido três vezes, 
utilizando-se para o estudo a maior das três medidas. Em 
seguida, realizava-se as medidas das pressões inspiratória e 
expiratória máximas, com as mulheres em postura sentada, 
por meio de manovacuômetro. Também foram coletadas três 
medidas em cada teste e, para efeito de estudo, utilizou-se 
a maior das três medidas. Entre cada coleta de medida foi 
feito um intervalo de três minutos para repouso. Foi realizada 
análise estatística descritiva e teste t de Student.
Resultados e discussão
Não foi encontrada diferença estatisticamente signifi cativa 
(p < 0,005) na idade e altura entre os quatro grupos e, como 
esperado, encontrou-se diferença signifi cativa de peso entre os 
grupos – em função do ganho de peso durante a gestação. Os 
dados mostram que os grupos estudados eram semelhantes 
quanto à idade, altura e peso no grupo NG (Tabela I).
Tabela I - Valores das médias de idade, peso e altura nos quatro grupos 
estudados.
Grupo Idade Peso Altura
Não gestante - NG 23,5 ± 1,9 52,6 ± 3,9 1,57 ± 0,02
Grupo 1 22,9 ± 2,1 53,1 ± 5,0 1,57 ± 0,03
Grupo 2 23,1 ± 1,2 61,7 ± 7,8 1,55 ± 0,05
Grupo 3 23,3 ±1,8 63,2 ± 5,3 1,56 ± 0,03
Verifi cou-se que a mobilidade torácica, nos três segmentos 
avaliados e as pressões inspiratória e expiratória máximas di-
minuíram de forma signifi cativa (p < 0,005) entre os grupos 
NG e G1, G1 e G2 e, G2 e G3, demonstrando uma sobre-
carga orgânica que se inicia no primeiro trimestre, decorrente 
principalmente das alterações hormonais e cardiocirculatórias 
e, que se acentuam com o desenvolvimento do feto e con-
seqüente compressão biomecânica do coração e pulmões 
associada com a mudança dos ângulos de origem e inserção 
dos músculos respiratórios (Tabela II e III).
Tabela II - Valores das médias da PIMáx (pressão inspiratória máxima) 
e PEMáx (pressão expiratória máxima) nos quatro grupos estudados.
Grupos Pressão Inspi- Pressão Expi- 
 ratória Máxima ratória Máxima
Não gestante - NG -81,2 ± 15,1 +80,9 ± 23,9
Grupo 1 - G1 -54,6 ± 12,6 +52,7 ± 13,6
Grupo 2 - G2 -41,7 ± 9,3 +47,6 ± 11,0
Grupo 3 - G3 -33,9 ± 10,9 +41,5 ± 12,4
Pode-se observar na Tabela II que a alteração mais signifi -
cativa nas pressões respiratórias máximas ocorre no primeiro 
trimestre de gestação, desfazendo o mito de que a gestante 
vai apresentar maior difi culdade para respirar somente no 
fi nal da gravidez, em função da compressão do diafragma 
desencadeada pelo crescimento do feto.
Também é interessante observar que a pressão inspiratória 
máxima é a medida que diminui de forma mais acentuada, o 
que explica a difi culdade para respirar durante a realização de 
pequenos a médios esforços no fi nal da gestação.
Tabela III - Valores das médias das diferenças das cirtometrias em inspi-
ração profunda e expiração profunda.
Grupos Axilar Xifóidea Abdominal
Não gestante - NG 8,1 ± 0,5 6,9 ± 0,8 1,2 ± 1,2
Grupo 1 - G1 6,2 ± 0,8 5,3 ± 0,3 0,7 ± 0,3
Grupo 2 - G2 5,4 ± 1,3 4,8 ± 1,1 0,5 ± 0,9
Grupo 3 - G3 5,1 ± 2,0 4,5 ± 1,8 0,3 ± 1,2
Como pode ser observado na Tabela III, a mobilidade 
torácica da população estudada era predominantemente 
axilar. A diminuição da expansibilidade diminuiu em aproxi-
madamente um terço nas regiões axilar e xifóide, quando 
comparamos os quatro grupos e, chama a atenção o fato da 
mobilidade dos últimos arcos costais, no grupo G3, ser um 
quarto do valor encontrado no grupo NG, demonstrando o 
efeito biomecânico que ocorre em função da expansão do 
volume abdominal em direção à caixa torácica.
Conclusão
Os achados são compatíveis com as informações sobre as 
modifi cações impostas à gestante pelas alterações orgânicas 
que ocorrem a partir do primeiro trimestre. Desta forma, os 
programas de atividade física a serem elaborados para esta 
população devem considerar os exercícios compatíveis com a 
sobrecarga imposta, a possibilidade de execução de movimen-
tos compensatórios durante o período de gestação, especial-
mente de musculatura respiratória, o treinamento das posturas 
de repouso e o controle voluntário da respiração, dentro do 
padrão respiratório mais funcional para a gestante.
Referências
1. Peixoto S. Pré-Natal. 2 ed. São Paulo: Manole; 1981.
2. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos – Fundamentos e 
técnicas. 3 ed. São Paulo: Manole; 1998.
3. Polden M, Mantle J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. 
7 ed. São Paulo: Livraria Santos; 1997.
4. Tedesco JJA. A grávida. Suas indagações e as duvidas do ob-
stetra. São Paulo: Atheneu; 2000.
5. Martins JAP. Manual de obstetrícia. 1 Fisiologia. São Paulo: 
EDUSP; 1982.
6. Guyton e Hall. Fisiologia humana e o mecanismo das doenças. 
6 ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2000.
7. Caromano FA, Durigon OFS, Landaburu C, Pardo MS. Es-
tudo comparativo de duas técnicas de avaliação da mobilidade 
torácica em mulheres jovens e idosas saudáveis. Fisioter Bras 
2003;4(5):349-52.
Fisioterapia_v7n1.indb 7Fisioterapia_v7n1.indb 7 1/2/2006 18:49:421/2/2006 18:49:42
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20068
Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos 
utilizados na Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea 
nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ
Occurrence of pathogenic bioagents on electrodes used in 
Transcutaneous Nerve Stimulation in physical therapy services 
in Baixada Fluminense RJ
José Tadeu Madeira de Oliveira, M.Sc.*, Antônio Neres Norberg, D.Sc.*, Fábio dos Santos Borges, M.Sc.*, 
Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, M.Sc.*, Ingrid Jardim de Azeredo Souza**, Rafael Jardim de Azeredo Souza***, 
Ailton da Silva Gonçalves****, Betânia Martins Alhan de Oliveira*****, Fabiano Sanches Guerra******
*Docentes da Universidade Iguaçu, **Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, 
***Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, ****Farmacêutico graduado pela Universidade Iguaçu, 
*****Farmacêutica graduada pela Universidade Iguaçu, Especialista em Parasitologia, ******Iniciação científi ca da Universidade Iguaçu
Resumo 
A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) é uma 
corrente de baixa intensidade, onde o contato entre o eletrodo e 
a pele são mecanismos indispensáveis da técnica terapêutica. Os 
eletrodos são constituídos de borracha siliconizada, acoplados à 
superfície cutânea com o uso de um gel eletricamente condutivo. 
Esses eletrodos de tamanho e marcas diversifi cadas, utilizados em 
pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal com o auxílio de 
um suabe, em um tempo máximo de duas horas e foram semeados 
em meio de cultura Brewer e Sabouraud. O crescimento obtido foi 
repicado para meios de cultura Agar-sangue, Agar-hipertônico-
manitol e meio seletivo para Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias 
foram identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas de 
identifi cação, através de sistema BioMerieux Vitek. O crescimento 
fúngico foi identifi cado por caracteres morfológicos, culturais, pro-
vas bioquímicas e morfológicas quando necessárias. Os resultados 
demonstraram 59,5 % de positividade nas amostras avaliadas
para 
a presença de agentes fúngicos e bacterianos. Sugere-se uma neces-
sidade de prevenção da transmissão de bioagentes por contato, e 
melhoria na qualidade do atendimento em fi sioterapia. 
Palavras-chave: bioagentes patogênicos, eletrodos.
Artigo original
Abstract 
The transcutaneous Nerve Stimulation (TNS) is a low intensity 
current where contact between electrode and skin are indispensable 
mechanisms of therapy. The electrodes are made of silicone rubber 
coupling to cutaneous surface using a electrically conductive gel. 
These electrodes of size and mark diversifi ed used in patients, 
were submitted to longitudinal friction with support of a swab, 
in maximum time of two hours and were seed in Brewer and 
Sabouraud medium. The growth obtained was transplanted to 
Agar-blood media, Agar-hipertonic-manitol and selective medium 
to Pseudomonas and Staphylococcus. The colonies were identifi ed by 
characters of culture and biochemical proof of identifi cation 
through the BioMerieux Vitek system. The fungal growth was 
identifi ed by morphological characters, cultural, biochemical and 
morfological proof when necessary. The results showed 59,5 % 
of positivity in evaluated samples for the presence of fungal and 
bacterium agents. Its suggested necessity of preventing bioagents 
transmission by contact and advance in attendance quality in 
physical therapy.
Key-words: Pathogenic bioagents, electrodes.
Artigo recebido em 3 de agosto de 2004; aceito em 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: José Tadeu Madeira de Oliveira, Av. Mirandela, 1354 casa 02 Centro 26520-099 Nilópolis RJ, Tel: (21) 3761-
7152/9614-8940, E-mail: tadeumadeira@bol.com.br
Introdução
Durante séculos, a estimulação elétrica vem sendo 
utilizada para o alívio da dor. Na Grécia, enguias elétricas 
foram utilizadas pelos antigos egípcios no tratamento de 
lesões e dores de cabeça [1]. Em Roma, um escravo de 
nome Antero, emancipado pelo Imperador Tibério, pas-
seava às margens do rio Tibre, tropeçou em um peixe 
elétrico e curou-se de sua crise de gota. Fatos históricos 
relataram outras situações. William Gilbert, no século XVI 
Fisioterapia_v7n1.indb 8Fisioterapia_v7n1.indb 8 1/2/2006 18:49:431/2/2006 18:49:43
9Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
considerado pai da eletroterapia moderna, Joham Jottob 
Krugger, em 1744, e Jean Louis Jalbert também utilizaram 
a eletricidade como recursos terapêuticos e novos adventos 
impulsionaram a eletroterapia como conhecimento cientí-
fi co. O reconhecimento da eletroterapia como recurso 
oriundo da eletricidade estática e a corrente galvânica que 
surgiu após a Revolução Francesa mostram a evolução deste 
procedimento terapêutico [2].
Na década de 60, após a publicação da Teoria da Compor-
ta por Melzack & Wall em 1965, os aparelhos de estimulação 
elétrica passaram a ser utilizados no controle da dor [2].
A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) 
é uma corrente de baixa intensidade onde o contato entre o 
eletrodo e a pele são mecanismos indispensáveis na técnica 
terapêutica. Esses dados foram ratifi cados por Kitchen & 
Basin [3]. 
Os eletrodos são constituídos de borracha siliconizada 
com impregnação de carbono. Tais eletrodos são reutilizáveis, 
geralmente acoplados à superfície cutânea com o uso de 
um gel eletricamente condutivo. Existem outros tipos de 
eletrodos disponíveis, porém Nolan relatou que os eletrodos 
de borracha-silicone são mais efi cazes e economicamente 
viáveis [4].
Jadassohn [5] observou uma reação eczematosa em pacien-
te medicado com iodofórmio, utilizado como cicatrizante. 
Alguns dias após, já com a melhora do quadro clínico, o autor 
reaplicou iodofórmio no tegumento do paciente, obtendo 
intensa reação eczematosa. No V Congresso Alemão de Der-
matologia, Jadassohn comunicou sua observação, relatou que 
os agentes externos, chamados de contactantes representam 
uma grande fonte de contaminação.
Andrade et al. [6] relataram que o meio hospitalar, incluin-
do o ar, a água e as superfícies inanimadas que cercam o pa-
ciente, guardam íntima relação com as infecções hospitalares, 
podendo proporcionar focos de contato e de transmissão. 
Apesar das principais causas de infecção hospitalar estarem 
relacionadas com a susceptibilidade do doente à infecção e 
com os métodos de diagnóstico e terapêuticos, não se pode 
deixar de considerar os aspectos de assepsia e de higiene do 
ambiente hospitalar.
Muitos recursos para se evitar a ocorrência do problema 
vêm sendo utilizados. O Center for Disease Control [7] referiu 
que as organizações de saúde têm desenvolvido normas de 
assepsia e higiene hospitalar. Schaefer [8] ratifi cou que essas 
normas são universais porque devem ser aplicadas a todos 
os doentes, em todos os tipos de tratamentos e para todos 
os instrumentos e equipamentos. Os protocolos propostos 
atribuem ênfase especial às barreiras de proteção contra os 
microrganismos.
Segundo Russo et al. [9], a crescente incidência de 
doenças transmissíveis conduz à necessidade de uma cons-
cientização sobre os riscos reais de contaminação das mais 
diversifi cadas formas terapêuticas, dentre elas em especial 
a fi sioterapia.
Sabe-se que, em termos de fi sioterapia, pouco se conhe-
ce sobre os aspectos microbiológicos que envolvem esta 
atividade, fato que despertou receio e apreensão sobre o 
mecanismo de se identifi car focos de contato e de trans-
missão de agentes patogênicos, dentre elas os causadores 
de dermatite de contato, com registros em outros países, 
evidenciando-se a necessidade de reconhecer a situação 
para estabelecermos uma abordagem mais específi ca com 
resultados mais concretos.
Material e métodos
Foram coletadas 24 amostras para pesquisa nos serviços 
de fi sioterapia, situados na região da Baixada Fluminense, 
Rio de Janeiro, no período de maio a julho de 2002. A 
análise dos materiais foi realizada no laboratório de micro-
biologia e imunologia do programa de mestrado em ciências 
biológicas da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
da Universidade Iguaçu. Os eletrodos condutores de eletro-
estimulação, de tamanho e marcas diversifi cadas utilizados 
em pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal na 
superfície horizontal com o auxílio de um suabe embebido 
em solução salina (cloreto de sódio 0,9 %). No tempo 
máximo de duas horas após a coleta foram semeadas em 
meio de cultura de Brewer e Sabouraud. O meio de Brewer 
foi incubado em estufa a 37º C por 24 horas. O crescimento 
obtido foi repicado para meios de cultura Agar-sangue, 
Agar-hipertônico-manitol e meio seletivo para os gêneros 
Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias desenvolvidas foram 
identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas 
de identifi cação, através do sistema BioMerieux Vitek. O 
crescimento fúngico no meio de Sabouraud foi identifi cado 
por caracteres morfológicos, culturais e provas bioquímicas 
quando necessárias.
Resultados
Das 24 amostras dos eletrodos de borracha siliconizada 
carbonizada de eletroestimulação analisadas, 59,5 % apresen-
taram a ocorrência de agentes bacterianos e/ou agentes fún-
gicos, nos serviços de fi sioterapia por municípios pesquisados 
na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
Encontrou-se uma freqüência mais elevada para os 
bioagentes fúngicos (42,5 %), enquanto que os bacterianos 
apresentaram 17,0 % (Tabela I).
De acordo com a ocorrência de agentes bacterianos nos 
eletrodos de eletroestimulação, foi encontrada uma freqüência 
igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa e Staphylo-
coccus aureus (Tabela II).
Na ocorrência de agentes fúngicos, houve uma freqüência 
bem distribuída de acordo com a seguinte ordem: Alternaria 
spp. 4,25 %, Aspergillus spp. 8,5 %, Cladosporium spp. 4,25 %, 
Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %,
Nigrospora spp. 
4,25 %, Sporothrix spp. 4,25 % (Tabela III).
Fisioterapia_v7n1.indb 9Fisioterapia_v7n1.indb 9 1/2/2006 18:49:441/2/2006 18:49:44
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200610
Tabela I - Distribuição de bioagentes bacterianos e fúngicos em 24 
amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos serviços 
de fi sioterapia por municípios pesquisados.
Municípios Agentes Agentes Totais
 bacterianos fúngicos
 Nº (%) Nº (%) Nº (%)
Belford Roxo 00 00 02 8,5 02 8,5
Mesquita 02 8,5 04 17,0 06 25,5
Nova Iguaçu 01 4,25 00 00 01 4,25
Japerí 01 4,25 02 8,5 03 12,75
Queimados 00 00 02 8,5 02 8,5
São João de Meriti 00 00 00 00 00 00
Totais 04 17,0 10 42,5 14 59,5
Tabela II - Ocorrência de agentes bacterianos por gênero e espécies em 
24 amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos 
serviços de fi sioterapia.
Gênero e especies Nº (%)
Pseudomonas aeruginosa 02 8,5
Staphylococcus aureus 02 8,5
Totais 04 17,0
Tabela III - Ocorrência de agentes fúngicos por gênero e espécies em 24 
amostras coletadas nos eletrodos de Eletroestimulação, utilizados nos 
serviços de fi sioterapia pesquisados.
Gênero e especies Nº Amostras + (%)
Alternaria spp 01 4,25
Aspergillus spp 02 8,5
Candida albicans 02 8,5
Cladosporium spp 01 4,25
Nigrospora spp 01 4,25
Penicillium spp 02 8,5
Sporothrix schenckii 01 4,25
Totais 10 42,5
Discussão
Lima et al. [10] relataram que grande parte das infecções 
cutâneas é causada por fungos e bactérias, estando estas isoladas 
ou em conjunto. Enfatiza-se a possibilidade da ocorrência de 
infecção hospitalar, não somente pela existência de bioagentes 
patogênicos, mas pela suscetibilidade do indivíduo à infecção 
independente dos aspectos de limpeza do ambiente e respectivos 
equipamentos. Schaefer [8] relatou a importância das normas 
universais de assepsia, desinfecção e esterilização para todos os 
pacientes, instrumentos e equipamentos como forma de controle 
de infecção e biossegurança, chamando-nos a atenção para a 
realização de um estudo mais específi co voltado à fi sioterapia.
Santos [11] corroborou com Rey [12], quando disse que 
a alta umidade entre diversos segmentos corporais suporta a 
atividade e o crescimento de grande quantidade de bactérias, 
fungos e leveduras. Em nossos estudos, das 24 amostras dos 
eletrodos de borracha siliconizada carbonizada de eletroes-
timulação analisadas, houve uma freqüência de 59,5 % de 
agentes bacterianos e/ou fúngicos, confi rmando a necessidade 
de conscientização dos profi ssionais de fi sioterapia sobre os 
riscos de contaminação por microrganismos. Silva [13] defi niu 
que a infecção implica a colonização de células, tecidos ou ca-
vidades corporais do hospedeiro, enquanto que a colonização 
indica a presença do microrganismo sem causar doença.
Diaz & Rojas [14] alertaram para o fato de que todas as super-
fícies, principalmente as horizontais, devem ser limpas, pois a força 
de gravidade facilita a produção e proliferação de microrganismos 
veiculadores de contaminação e infecção. Rey [12] relatou que 
a pele apresenta uma microbiota, com predomínio de espécies 
do gênero Staphylococcus aureus, além de bacilos gram-negativos, 
representados principalmente por enterobactérias. A freqüência 
de positividade nos eletrodos de eletroestimulação em nosso 
estudo para agentes bacterianos apresentou-se menor que para 
agentes fúngicos (17,0 % e 42,5 %, respectivamente).
Com relação aos agentes bacterianos, foi encontrada uma 
freqüência igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa 
(50 %) e Staphylococcus aureus. Adams et al. [15], Levy et al. [16], 
Santos et al. [17], Santos et al. [18] e Gould [19] ratifi caram que 
o Staphylococcus aureus, enquanto um dos membros patogênicos 
da microbiota do homem, é encontrado em inúmeras partes do 
corpo, como fossas nasais, mãos, garganta, intestino, e princi-
palmente pele e mucosas. O mesmo foi descrito por Zaits et al. 
[20] quanto aos elementos fúngicos, citando a candidose como 
ubíqua e a Candida albicans como integrante desta microbiota. 
E este microorganismo pode ser transmitido de pessoa para 
pessoa, através do contato direto ou indireto [21,22].
Morrinson et al. [23], Hosking et al. [24], Jantunem et al. 
[25], Verscharaegen et al. [26], Wald et al. [27] evidenciaram 
que as infecções por Aspergillus representam a segunda causa 
mais comum de infecção por fungos em pacientes. Cahill 
[328], ao realizar biópsias de pele com aspergilose cutânea 
por Aspergillus niger, confi rmou sua patogenia colocando a 
pele contaminada como transmissor e a água como veicula-
dora do patógeno, o que ratifi ca a possibilidade de as placas 
eletrocondutoras serem mediadoras destes patógenos com a 
pele. Enquanto que Austwich & Longbottom [29] se referiram 
a uma outra espécie, o Aspergillus fumigatus, como sendo de 
importância clínica nas infecções e alergias. Nossos estudos 
apontaram para uma freqüência bem distribuída de agentes 
fúngicos na seguinte ordem: Alternaria spp. 4,5 %, Aspergillus 
spp. 8,5 %, Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %, 
Cladosporium spp. 4,25 %, Nigrospora spp. 4,25 % e Sporothrix 
spp. 4,25 %. Frampton [1] alertou sobre a irritação cutânea 
durante a aplicação prolongada, fazendo-se necessária a lim-
peza da área a serem aplicados os eletrodos a fi m de evitar 
essas irritações.
Fisioterapia_v7n1.indb 10Fisioterapia_v7n1.indb 10 1/2/2006 18:49:451/2/2006 18:49:45
11Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Frampton [1] ratifi cou que a resposta alérgica aos eletrodos, 
à fi ta adesiva, ou ao gel representam o principal problema à 
aplicação do TENS. A Organização Mundial de Saúde (OMS/
WHO) considera as parasitoses como elementos de máxima im-
portância nas ciências da Saúde. Baseados nessas informações, 
Madeira-Oliveira et al. [30] relataram a relevância da inclusão da 
disciplina de parasitologia na formação acadêmica de fi siotera-
pia, da qual pouco se conhece sobre os aspectos microbiológicos 
que envolvem a prática terapêutica. O resultado da pesquisa 
aponta para a necessidade de um protocolo de assepsia efi caz 
destes eletrodos, nos serviços de fi sioterapia, promovendo o 
bem estar físico e a integridade dos pacientes. 
Conclusão
Registra-se na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, 
nos serviços de fi sioterapia, a ocorrência de bioagentes patogê-
nicos nos eletrodos de borracha siliconizada com impregnação 
de carbono, utilizados na eletroanalgesia transcutânea.
Entre as amostras analisadas, 59,5 % conferiram posi-
tividade de patógenos com predominância dos elementos 
fúngicos em 42,5 % e bacterianos em 17 %.
Levanta-se a suposição de que a freqüência de microrga-
nismos patogênicos nos eletrodos associados a microbiota 
cutânea do homem, baixa do sistema imune e técnica ina-
dequada de aplicação promovam a ocorrência de possíveis 
doenças dermatológicas.
Considerando-se a análise dos resultados, relata-se a ne-
cessidade da realização de técnica asséptica na região cutânea 
de aplicação da eletroanalgesia no homem e nos eletrodos.
Faz-se necessário um cuidado preventivo e de biossegurança 
no que se refere à prática fi sioterapêutica em relação a bioagen-
tes patogênicos. É preciso, também, que se dê continuidade na 
pesquisa com fundamentação na investigação dos bioagentes 
patogênicos na abordagem fi sioterapêutica, identifi cando procedi-
mentos apropriados para desinfecção dos eletrodos e da pele.
Referências 
1. Frampton VM. Pain control with the aid of transcutaneous 
nerve stimulation. Physiotherapy 1982;68(3):77-81.
2. Leitão A, Leitão V. Clínica de reabilitação. 1a ed. São Paulo: 
Atheneu; 1995. p.313-4.
3. Kitchen S, Basin S. Eletroterapia de Clayton. 10a ed. São Paulo: 
Manole; 1998. p.350.
4. Nolan MF. Conducticve differences
in electrodes used with 
transcutaneous electrical nerve stimulation devices. Phys Ther 
1991;71:746-51.
5. Jadassohn J. [1985]. Tur Kenntnis Der Medikamentosen Derma-
tosen. Verhandeugen. Deutchen Dermatigishen Gereleschaet. 
Finster Congrees. Graz Wien: W Braunmiller; 1896. p.106.
6. Andrade D, Angerami ELS, Padovani CR. Condição microbi-
ológica dos leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. 
Rev Saúde Pública 2000;34(2):163-9.
7. Center For Disease Control. Measles on a college Campus 
– Ohio. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 1990;39(1):29. 
8. Schaefer MB. The new CDC surgical water recommendations: 
why they should be implemented and what they require. Com-
pend Contin Educ Dent 1996;17(6):612-20.
9. Russo EMA, Carvalho RC, Lorenzo JL, Garone Netto N, Car-
doso MV, Grossi E. Avaliação da intensidade de contaminação 
de pontas de seringa tríplice. Pesqui Odontol Bras 2000;14(3).
10. Lima EO, Chaves LM., Oliveira, NMC. Isolamento de derma-
tófi tos geofílicos da região litorânea de João Pessoa - Paraíba 
- Brasil. An Bras Dermatol 1999;74(2):127-32.
11. Santos BMO. Estudo longitudinal sobre portador são de 
Staphylococcus aureus em alunos de um curso de auxiliar de 
enfermagem. Rev Soc Bras Med Trop 1999;4(32):41-4.
12. Rey L. Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde. São 
Paulo: Guanabara Koogan 1999; p.825.
13. Silva CHPM. Bacteriologia: texto ilustrado. Rio de Janeiro: 
Eventos; 1999. p.53.
14. Diaz CAA, Rojas FJC. Processo de limpieza en el hospital. Todo 
Hosp 1996;126:49-53.
15. Adams BC, Marrie TTJ. Hand carriage of aerobic gram-negative 
rods may not be transient. J Hyg 1982;89:33-46.
16. Levy CE, Costa JC, Lama J, Furlan MLS, Toloy RC, Pasti MJ, 
Takeda E. Papel epidemiológico das mãos nas infecções hos-
pitalares. Rev Soc Bras Med Trop 1988;21:89.
17. Santos BMO, Aguillar OM, Takakura MS. Colonização si-
multânea de Staphylococcus aureus na cavidade nasal e mãos 
de portadores sãos de um hospital escola. Rev Microbiol 
1990;21:309-14.
18. Santos BMO, Scochi CGS, Garcia E, Souza MT. Prevalência 
de portadores sãos de Staphylococcus aureus em pessoal de 
enfermagem de unidades pediátricas de um hospital geral escola. 
Parte I. Rev Paul Hosp 1990;83:24-9.
19. Gould D. Nurses’ hands as vectors of hospital-acquired infec-
tion: a review. J Adv Nurs 1991;16:1216-25.
20. Zaitz C, Campbell I, Marques SA, Ruiz LRB, Souza VM. Compên-
dio de micologia médica. São Paulo: MEDSI; 1998. p. 82.
21. Davis BD, Dulbecco R, Eisen HN, Ginsberg HS, Wood WB. 
Relações hospedeiro-parasita nas doenças bacterianas. In: Davis 
BD, Dulbecco R, Eisen HN, Ginsberg HS, Wood WB (eds). 
Microbiology. São Paulo: Edart; 1973. p. 9-54.
22. Rouquayrol MZ, Veras FMF. Doenças transmissíveis e modos 
de transmissão. In: Rouquayrol MZ (ed). Epidemiologia e saúde. 
4a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1994. p. 217-68.
23. Morrinson VA, Haake RJ, Weisdorf DJ. Non-Candida fungal 
infections after bone marrow transplantation: risk factors and 
outcome. Am J Med 1994;96:497-503.
24. Hosking M, Macdonald N, Cornel G. Liposomal amphotericin 
B for postoperative Aspergillus fumigatus endocarditis. Ann 
Thorac Surg 1995;19:859-60.
25. Jantunen E, Ruutu P, Niskanen L, Volin L, Parkkali T, Koukila-
Kahkola P, Ruutu T. Incidence and risk factors for invasive 
fungal infections in allogeneic BMT recipients. Bone Marrow 
Transplant 1997;19(8):801-8.
26. Verschraegen CF, Van Besien KW, Dignani C, Hester JP, Ander-
son BS, Anaissie E. Invasive Aspergillus sinusitis during bone 
marrow transplantation. Scand J Infect Dis 1997;29:436-8.
27. Wald A, Leisenring W, Van Burik J, Bowden RA. Epidemiology 
of Aspergillus infections in a large cohort of patients undergoing 
bone marrow transplantation. J Infect Dis 1997;175:1459-66.
28. Cahill KM, Mofty AM, Kawaguchi TP. Primary cutaneous 
Aspergillosis. Arch Dermatol 1967;96:545-7.
29. Austwick PKC, Longbottom JL. Medically important Aspergil-
lus species. In: Lennette EH, Balows A, Hausler Jr WJ, Truant JP. 
Manual of clinical microbiology. 3a ed. Washington: American 
Society for Microbiology; 1980; p.55-8.
30. Madeira-Oliveira JT, Machado RO, Werneck JGE, Mata LJF. 
Sugestão para inclusão da disciplina ou conhecimento de para-
sitologia no currículo pleno da graduação em fi sioterapia. 52a 
Reunião da SBPC. Universidade de Brasília, DF; 2000.
Fisioterapia_v7n1.indb 11Fisioterapia_v7n1.indb 11 1/2/2006 18:49:461/2/2006 18:49:46
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200612
Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória 
convencional associada à aplicação de BiPAP 
no pós-operatório de cirurgia cardíaca
Physiological effects of the conventional respiratory physical therapy 
associated to BiPAP in post cardiac surgery
Kamilla Tays Marrara*, Aline Marques Franco*, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, D.Sc.**, Fernanda Negrini, M.Sc.***, 
Sérgio Luzzi****
*Graduandas do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, **Professora do Departamento de Fisioterapia da 
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, ***Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, 
****Médico cirurgião da equipe de cirurgia cardíaca da Santa Casa de Misericórdia de Araraquara 
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações da função 
pulmonar pela Força Muscular Respiratória (FMR-PImax e 
PEmax), Capacidade Vital (CV), Freqüência Respiratória (FR) e 
Oxigenação (SpO2) do pré-operatório ao 1º pós-operatório (PO) 
e deste à pré-alta; e verifi car a efi cácia da Fisioterapia Respiratória 
Convencional (FRC) associada à Ventilação não-invasiva (BiPAP) 
no PO de cirurgia cardíaca. Incluiu-se 27 pacientes, 12 tratados com 
FRC associada à BiPAP (Grupo1-G1) e 15 com FRC (Grupo2-
G2), com avaliação das variáveis citadas no pré-operatório, 1ºPO, 
3ºPO e pré-alta. Para a análise utilizou-se Friedman ANOVA e 
Mann-Whitney (p ≤ 0,05). Quanto a FMR, apenas G1 aumentou 
signifi cativamente do 1ºPO para pré-alta, e os valores de PImax 
apresentaram-se signifi cativamente maiores que G2. Em ambos os 
grupos, a CV aumentou signifi cativamente do 1º para o 3ºPO, mas 
apenas G1 mostrou valores da pré-alta próximos ao pré-operatório. 
A oxigenação aumentou do 3ºPO à pré-alta para ambos, mas apenas 
o G1 aproximou-se dos valores do pré-operatório. Quanto à FR, 
apenas o G1 reduziu signifi cativamente no PO. A FRC associada à 
BiPAP mostrou-se mais efi ciente do que a FRC isolada, no aumento 
da FMR, CV e oxigenação, e na reversão da FR, apesar dos valores 
não terem sido recuperados completamente até a pré-alta. 
Palavras-chave: ventilação não-invasiva, cirurgia cardíaca, 
fi sioterapia respiratória, função pulmonar. 
Artigo original
Abstract
The aim of this study was to evaluate the pulmonary function 
alterations by the Respiratory Muscular Force (RMF- MIP and MEP), 
Vital Capacity (VC), Breathing Frequency (BF) and Oxigenation 
(SpO2) from the Pre-operation to the 1st post-operation (PO) and 
from that one to the pre-discharge; and to verify the effi ciency of 
the Conventional Respiratory Physical Therapy (CRP) associated to 
the Non-invasive ventilation (BiPAP) in the cardiac surgery PO. 27 
patients were included; 12 of them were treated with FRC associated 
to the BiPAP (Group 1-G1) and 15 with FRC (Group 2-G2). These 
patients were evaluated in the pre-operation ,1st PO, 3rd PO and 
pre-discharge as for the mentioned variables. To the analysis were 
used Friedman ANOVA and Mann-Whitney (p ≤ 0,05). As for 
the RMF, only G1 increased signifi cantly from the fi rst PO to the 
pre-discharge, and the values of MIP were signifi cantly bigger than 
G2. In both groups, the VC increased signifi cantly from the 1st to 
the 3rd PO, but only G1 presented pre-discharge values near to 
the pre-operation. The oxigenation increased from the 3rd
PO to 
the pre-discharge for both, but only the G1 came near to the pre-
operation values. As for RF, only the G1 decreased signifi cantly in 
the PO. In conclusion, the CRF associated to the BiPAP seemed 
be more effi cient than the isolated CRF, in the RMF increasing, VC 
and oxigenation, and in the RF reversion, despite of the values have 
not been completely recuperated until the pre-discharge.
Key-words: non-invasive ventilation, cardiac surgery, respiratory 
physical therapy, pulmonary function.
Artigo recebido em 4 de junho de 2004; aceito em 15 de janeiro de 2006. 
Endereço para correspondência: Kamilla Tays Marrara, Av. Filomeno Rispoli, 179 Parque Santa Marta 13564-200 São Carlos SP, Tel.: (16) 33762559, 
E-mail: kamillatm@bol.com.br 
Introdução
A cirurgia cardíaca predispõe a alterações sistêmicas 
que demandam cuidados específi cos no Pós-Operatório 
(PO) [1]. Dentre essas alterações destacam-se o tempo de 
Circulação Extra-Corpórea (CEC), uso de anestésicos, dor 
pós-operatória, medo, presença de fatores de risco, entre 
outros, sendo comum ocorrer mudanças no padrão respira-
Fisioterapia_v7n1.indb 12Fisioterapia_v7n1.indb 12 1/2/2006 18:49:471/2/2006 18:49:47
13Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
tório, incoordenação muscular e diminuição na complacência 
pulmonar devido às alterações nas propriedades mecânicas 
do pulmão e da parede torácica. A anestesia está associada 
a efeitos deletérios sobre a função pulmonar, sendo que a 
alteração do padrão respiratório, que se torna superfi cial, e 
a disfunção diafragmática causam a hipoventilação alveolar, 
redução da resposta ventilatória e hipoxemia. 
As alterações fi siológicas e mecânicas somam-se para 
diminuir a função pulmonar e a Força Muscular Respiratória 
(FMR), de maneira a comprometer a recuperação do paciente 
no PO de cirurgia cardíaca, pois a manutenção adequada da 
FMR é essencial para a ventilação pulmonar e para a facilita-
ção da desobstrução das vias aéreas [2]. A anormalidade na 
mecânica pulmonar após cirurgia cardíaca é caracterizada por 
um padrão restritivo com redução da Capacidade Vital (CV) 
e da Capacidade Residual Funcional (CRF) [3]. A CV está 
geralmente reduzida a aproximadamente 40% dos valores pré-
operatórios, durante um período de no mínimo dez a quatorze 
dias [4,5]. Para prevenção e tratamento dessas complicações 
pós-operatórias, a Fisioterapia Respiratória Convencional 
(FRC) tem sido amplamente utilizada, demonstrando ser 
tão efi ciente quanto outras técnicas de expansão pulmonar, 
recuperando a função pulmonar. Os pacientes que receberam 
FRC associada à Ventilação Não-Invasiva (VNI) por dois 
níveis de pressão positiva (BiPAP) [6], também apresentaram 
diminuição signifi cativa da incidência dessas complicações, 
em comparação aos pacientes que não realizaram qualquer 
abordagem fi sioterapêutica [7-9]. O uso da VNI reduz o 
trabalho respiratório e aumenta a complacência do sistema 
respiratório por reverter microatelectasias do pulmão e, tanto 
o padrão respiratório restritivo, como a hipoxemia não podem 
ser prevenidos, mas modifi cados [10], sem mudança nos índi-
ces de FMR [9,11], não dependendo do esforço do paciente 
para gerar inspirações profundas. Sendo assim, apresenta 
uma vantagem em relação a outros métodos, principalmente 
em PO imediato, no qual o paciente é pouco cooperativo ou 
incapaz de realizar inspiração máxima, promovendo aumento 
dos valores de volumes e capacidades pulmonares [12]. É 
também verifi cado que a utilização de VNI, por pelo menos 
dois a três dias após a cirurgia, leva a efeitos benéfi cos na 
função pulmonar e índices de oxigenação [7]. 
Tendo em vista o número de complicações que ocorrem 
no PO de cirurgia cardíaca e os efeitos benéfi cos da FRC 
associada à BiPAP constatados na literatura, justifi ca-se a 
realização deste estudo, contribuindo com maior número de 
trabalhos científi cos que fundamentem a associação desta 
técnica de ventilação como forma de reversão das compli-
cações pós-operatórias.
Os objetivos deste estudo foram avaliar as alterações da 
função pulmonar do pré-operatório para o 1º PO e verifi car 
a evolução das medidas de FMR, CV, Freqüência Respiratória 
(FR) e Oxigenação (SpO2) no 1º PO até a pré-alta, verifi cando 
a efi cácia da aplicação de BiPAP na diminuição das alterações 
da mecânica pulmonar frente ao ato cirúrgico. 
Material e métodos
Foram avaliados 40 pacientes, com idade média de 58,1 ± 
9,06 anos, submetidos a cirurgia cardíaca eletiva de revascu-
larização do miocárdio com incisão mediana e CEC realizada 
no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, dos 
quais 13 não concluíram o protocolo de tratamento devido a 
instabilidade hemodinâmica, arritmias não-controladas e de-
sistência do tratamento no PO. Todos os pacientes assinaram 
um Termo de Consentimento mediante orientações sobre 
o protocolo proposto, em atendimento à resolução 196/96 
do CNS, e este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética 
do Centro Universitário de Araraquara. Foram excluídos os 
pacientes submetidos a cirurgia de emergência, baixo nível 
de compreensão e idade inferior a 50 anos. 
Os pacientes foram selecionados e agrupados randomi-
camente em dois grupos, compondo um Grupo 1 (G1) com 
12 pacientes, tratado com FRC associada a aplicações de 
BiPAP (duas vezes ao dia, com duração de 30 minutos cada 
aplicação), e Grupo 2 (G2) com 15 pacientes, tratado com 
FRC, duas vezes ao dia.
As avaliações foram realizadas no pré-operatório, 1º PO, 
3º PO e pré-alta, sendo que no pré-operatório os pacientes 
receberam informações sobre os procedimentos cirúrgicos e 
fi sioterapêuticos a serem executados nos diferentes períodos 
de sua recuperação (período de internação), sendo todos sub-
metidos a uma avaliação clínica na qual constavam os dados 
pessoais, antropométricos, diagnóstico médico, antecedentes 
pessoais, dados relacionados à cirurgia, além de medidas es-
pecífi cas como: FMR (PImax e PEmax), CV, FR e SpO2.
A FMR foi obtida com um manovacuômetro da marca 
Ger-Ar escalonado em cmH2O, segundo metodologia pro-
posta por Black&Hyatt [13]. Para a realização da manobra 
o paciente foi instruído a realizar um esforço inspiratório 
máximo após expiração completa para a mensuração da 
Pressão Inspiratória Máxima (PImax). Da mesma forma, 
o paciente foi instruído a realizar um esforço expiratório 
máximo ao fi nal de uma inspiração máxima para a mensura-
ção da Pressão Expiratória Máxima (PEmax).
Para a obtenção da CV utilizou-se um Ventilômetro de 
Wright da marca Omedha, e o paciente foi instruído a inspirar 
profundamente e expirar lentamente, através de um bucal, 
até soltar todo ar, utilizando clipe nasal. A FR foi mensurada 
pelos movimentos da caixa torácica durante os ciclos respi-
ratórios realizados em um minuto.
A SpO2 foi obtida de forma não invasiva através do oxí-
metro de pulso portátil 1001 acoplado a um dos dedos do 
paciente, indicador ou anular, sendo verifi cado sem utilização 
de máscara de oxigênio e antes da aplicação de BiPAP. 
Essas medidas específi cas foram obtidas de forma pa-
dronizada pelo mesmo examinador, com o paciente sentado 
de forma confortável. Após a realização da cirurgia cardíaca, 
os pacientes receberam o tratamento proposto de acordo 
com o seu grupo, sendo que a FRC constava de exercícios 
Fisioterapia_v7n1.indb 13Fisioterapia_v7n1.indb 13 1/2/2006 18:49:481/2/2006 18:49:48
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200614
Figura 1 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01. 
respiratórios diafragmáticos associados à movimentação ativa 
e/ou ativo-assistida nos membros superiores, mobilização de 
membros inferiores, manobras desobstrutivas, auxílio da tosse 
e técnicas reexpansivas.
A aplicação de BiPAP foi utilizada 
na modalidade espontânea, ciclada em dois níveis de pressão 
positiva, com um nível pressórico durante a inspiração (IPAP) 
de 8 a 12 cmH2O e um nível pressórico durante a expiração 
(EPAP) de 4 a 6 cmH2O.
Para cada variável estudada foi realizado o cálculo das 
Médias e dos Desvios Padrões e aplicada a análise de Friedman 
ANOVA (p ≤ 0,05) entre as situações, e a análise Mann-Whitney 
para comparação dos grupos quanto ao Índice de Ganho do 
1º PO à pré-alta ( =((Pré-alta – 1ºPO)/1ºPO*100) ).
Resultados 
A Tabela I mostra as características antropométricas, 
demográfi cas, clínicas e cirúrgicas dos pacientes envolvidos 
neste estudo para G1 e G2. As fi guras 1, 2, 3 e 4 ilustram 
o comportamento dos valores de FMR (PImax e PEmax), 
onde se pode constatar uma queda signifi cativa entre o pré-
operatório e o 1º PO tanto para G1 como para G2. Apenas 
para o G1 (FRC + BiPAP) houve aumento signifi cativo 
dos valores do 1º PO para pré-alta, sendo este aumento 
observado a partir do 3º PO. Quando comparado o Índice 
de Ganho, em percentual, do 1º PO para pré-alta hospitalar, 
nos diferentes protocolos utilizados, observou-se que o G1 
apresentou valores de PImax signifi cativamente maiores do 
que os do G2, sendo que para PEmáx, o Índice de Ganho 
entre os grupos não se mostrou signifi cativo. 
No que se refere a CV, as fi guras 5 e 6 demonstram os re-
sultados obtidos entre as fases pré-operatório e pré-alta, sendo 
observado, do pré-operatório para 1º PO, diminuição signifi cativa 
dos valores, tanto para G1 como para G2, e um aumento signifi -
cativo de 1º para 3º PO, mas apenas o grupo tratado com FRC 
associada à BiPAP mostrou valores de pré-alta próximos aos de 
pré-operatório. Quando comparados G1 e G2, quanto ao Índice 
de Ganho de 1º PO para pré-alta hospitalar, foi observado que 
não houve diferença signifi cativa entre eles.
Tabela I - Características antropométricas, clínicas e cirúrgicas em média 
e desvio padrão dos pacientes estudados.
Variáveis G1 G2
Idade (anos) 58,7 ± 8,5 57,7 ± 9,76
Sexo 11 homens / 1 mulher 11 homens / 4 mulheres
Peso (kg) 76,6 ± 14 67,00 ± 11,3
Altura (m) 1,70 ± 0,11 1,64 ± 0,07
Índice de massa 
corpórea 24,22 25,00 
Tempo total 
de cirurgia (horas) 3,08 ± 0,6 2,95 ± 0,65
Tempo de perfusão 
(min) 71,75 ± 10,96 77,81 ± 26,35
Figura 2 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01. 
Figura 3 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
Fisioterapia_v7n1.indb 14Fisioterapia_v7n1.indb 14 1/2/2006 18:49:491/2/2006 18:49:49
15Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Figura 6 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no pré-
operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01.
Figura 4 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
Figura 5 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no 
pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. **p<0,01.
Figura 7 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 no pré-
operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p < 0,01.
Em relação à oxigenação, verifi cou-se redução signifi cativa 
dos valores de pré-operatório à 1º PO para ambos os grupos, 
assim como um aumento também signifi cativo de 3º PO à 
pré-alta, mas apenas os resultados do grupo tratado com 
FRC associada à BiPAP aproximaram-se dos valores do pré-
operatório, como pode ser verifi cado nas fi guras 7 e 8. No 
que se refere ao Índice de Ganho, em percentual, para SpO2 
entre G1 e G2, do 1º PO para pré-alta, não foi observada 
alteração signifi cativa.
Quanto à FR, não foram observados valores signifi cativos 
entre as situações de pré-operatório à pré-alta, tanto para G1 
como G2, mas em relação ao Índice de Ganho do 1º PO 
para pré-alta, comparando-se ambos os grupos, verifi cou-se 
redução signifi cativa dos valores no grupo tratado com FRC 
associada à BiPAP, em comparação ao grupo tratado com 
FRC isolada, como pode ser verifi cado na Tabela II. 
Figura 8 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
Fisioterapia_v7n1.indb 15Fisioterapia_v7n1.indb 15 1/2/2006 18:49:501/2/2006 18:49:50
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200616
Tabela II - Pressão Inspiratória Máxima e Freqüência Respiratória média, Delta de PImáx e da FR do 1º PO à Pré-alta para G1 e G2.
 PImáx média FR média ∆PImáx ∆FR 
 1º PO Pré-alta 1º PO Pré-alta
G1 28,4 ± 14,8 55,6 ± 27,7 21,2 ± 4,9 18,1 ± 3,0 48,4 ± 15,4* -11,9 ± 16,6*
G2 39,2 ± 12,7 42,4 ± 16,8 20 ± 3,1 21,5 ± 2,6 -2,37 ± 43,4 14,9 ± 21,5
Valores expressos em Média e Desvio Padrão; PImáx média no 1º PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em cmH2O; FR média no 1º 
PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em rpm; ∆PImáx = Delta de PImáx ((Pré-alta – 1º PO)/1º PO * 100); e ∆FR = Delta de FR; *p < 
0,05-Mann-Whitney. 
Discussão
Este estudo investigou os efeitos da cirurgia cardíaca 
associada à CEC, com relação à função pulmonar em 
pacientes submetidos a rotina de FRC associada à BiPAP 
e FRC isolada. Com relação a FMR, observou-se que a 
cirurgia cardíaca associada à CEC produz prejuízos sobre 
a mecânica respiratória, reduzindo, assim, a capacidade 
dos músculos inspiratórios e expiratórios em gerar tensão 
sufi ciente para vencer o trabalho imposto, por desvantagem 
mecânica ou por dor pós-operatória. Têm sido constatados 
valores menores de PImáx e PEmáx em relação aos valores 
pré-operatórios nos pacientes em PO de cirurgia cardíaca 
[14], estando esta diminuição relacionada ao trauma que os 
músculos respiratórios são submetidos durante esse procedi-
mento cirúrgico e ao aparecimento de alta taxa de complica-
ções pulmonares [15] e, apesar desses valores aumentarem 
com o passar dos dias da recuperação, não retornam aos 
valores pré-operatórios até oito semanas após a ocorrência 
da cirurgia [1,2,16]. Neste estudo verifi cou-se que, mesmo 
com uma redução dos valores de FMR (PImáx e PEmáx) do 
pré-operatório para o 1º PO, para ambas as variáveis, apenas 
o G1 (FRC associada a BiPAP) apresentou aumento do 1º 
PO à pré-alta hospitalar. 
Quanto à CV, em alguns estudos, como o de Matte et al. 
[17], quando se associou aplicação de BiPAP à FRC, obser-
vou-se aumento dos valores desta variável, assim como os 
apresentados neste estudo, sendo que os valores de pré-alta 
aproximaram-se dos verifi cados no pré-operatório. A uti-
lização de BiPAP leva a um menor trabalho da musculatura 
respiratória e aumento dos valores de volumes e capacidades 
pulmonares, não necessitando do esforço do paciente para 
gerar inspirações profundas [12]. 
Em relação à oxigenação, os resultados apresentados 
por Ferreira et al. [7], Matte et al. [17] e Ingwersen et al. [18] 
demonstraram melhora dos valores de SpO2 com a utiliza-
ção de FRC associada à BiPAP, assim como os resultados 
apresentados por Joris et al. [19] em PO de gastroplastia, 
sendo que este resultado também pôde ser verifi cado neste 
estudo, observando-se que os valores da pré-alta mostraram-
se bem próximos dos valores do pré-operatório. Sugerindo 
que o aumento da Oxigenação deveu-se ao aumento da 
Pressão Parcial de Oxigênio (PaO2), da relação V/Q, da 
relação PaO2/FiO2, diminuição do shunt pulmonar e da 
diferença alvéolo-arterial, apesar destas variáveis não terem 
sido estudadas. 
No que se refere a FR observada neste estudo, verifi cou-se 
menores valores para o grupo tratado com FRC associado 
à BiPAP quando comparado ao grupo tratado apenas com 
FRC na pré-alta hospitalar, estando de
acordo com os resul-
tados apresentados por Matte et al. [17], devendo-se à maior 
abertura alveolar e melhora da complacência. 
Alguns autores relatam que a efetividade da VNI depende 
do ajuste adequado dos parâmetros do ventilador, sendo que 
para BiPAP utiliza-se pressão inspiratória fi xada entre 8 e 12 
cmH2O, enquanto a expiratória varia de 4 a 6 cmH2O, e para 
tais níveis pressóricos obteve-se ganho dos valores de CV 
e SpO2 [7,17], assim como os resultados observados neste 
estudo, em que ambas as variáveis na pré-alta mostraram 
valores próximos aos do pré-operatório. 
Este estudo apresentou algumas limitações, tais como 
número de pacientes avaliados em cada grupo e o número e 
tempo de aplicações diárias de BiPAP, assim como controle 
das complicações no PO pela análise radiográfi ca; e a ausên-
cia de um grupo controle (sem tratamento). Entretanto, em 
nosso estudo, todos os pacientes foram tratados, seguindo 
uma rotina estabelecida pelo setor de fi sioterapia. 
Conclusão 
Em conclusão, foi verifi cado que os pacientes submetidos 
a cirurgia cardíaca associada à CEC apresentaram prejuízos 
sobre a função pulmonar, e a utilização da FRC associada 
à BiPAP aplicada aos pacientes no PO de cirurgia cardíaca 
foi efi caz no ganho de FMR (PImáx) e no aumento da CV 
e oxigenação, assim como na reversão da FR. Observando-
se, dessa forma, maior efi ciência quando a FRC é associada 
a BiPAP do que quando aplicada isoladamente, porém os 
valores basais de função pulmonar não foram recuperados 
completamente até a pré-alta hospitalar. 
Referências 
1. Johnson D, Hurst, T, Thomson D, Mycyk T, Burbridge BT, May-
ers I. Respiratory function after cardiac surgery. J Cardiothorac 
Vasc Anesth 1996;10:571-7. 
Fisioterapia_v7n1.indb 16Fisioterapia_v7n1.indb 16 1/2/2006 18:49:511/2/2006 18:49:51
17Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
2. Garcia RCP, Costa D. Treinamento muscular respiratório em 
pós-operatório de cirurgia cardíaca eletiva. Rev Bras Fisioter 
2002;6:139-46.
3. Craig DB. Postoperative recovery of pulmonary function. 
Anesth Analg 1981;60:46-52.
4. Lindberg P, Gunnarsson L, Tokics L, Secher E, Lundquist H, 
Brismar B, et al.. Atelectasis and lung function in the postopera-
tive period. Acta Anaesthesiol Scand 1992;36:546-53.
5. Stock MC, Dows JB, Gauer PK, Alster JM. Prevention of 
postoperative pulmonary complications with CPAP, incentive 
spirometry, and conservative therapy. Chest 1985;87:151-7.
6. Matos JP, Madureira KT, Filho DS, Parreira VF. Efi cácia da 
espirometria de incentivo na prevenção de complicações 
pulmonares após cirurgias torácicas e abdominais - revisão de 
Literatura. Rev Bras Fisioter 2003;7:93-9.
7. Ferreira FR, Moreira FB, Parreira VF. Ventilação não invasiva 
no pós-operatório de cirurgias abdominais e cardíacas: revisão 
de literatura. Rev Bras Fisioter 2002;6:47-54.
8. Hall JC, Talara R, Harris L, Tapper J, Christiansen K. Incentive 
spirometry versus routine chest physiotherapy for prevention 
of pulmonary complications after abdominal sugery. Lancet 
1991;337:953-6.
9. Oikkonen M, Karjalainen K, Kähärä V, Kuosa R, Schavikin L. 
Comparison of incentive spirometry and intermittent positive 
pressure breathing after coronary artery bypass graft. Chest 
1991;99:60-5.
10. Rezaiguia S, Jayr C. Prévention des complications respira-
toires après chirurgie abdominale. Ann Fr Anesth Reanim 
1996;15:623-46.
11. Meyer TJ, Hill NS. Noninvasive positive pressure ventilation to 
treat respiratory failure. Ann Intern Med 1994;105:337-8.
12. Lindner KH, Lotz P, Ahnefeld FW. Continuous positive airway 
pressure effect on functional residual capacity, vital capacity and 
its subdivisions. Chest 1987;92:66-70.
13. Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures in general-
ized muscular disease. Am Rev Resp Dis 1971;103:641-50.
14. Locke TJ, Griffi this TL, Mould H, Gibson GJ. Rib cage mechan-
ics after median sternotomy. Thorax 1990;45:465-8.
15. Hiroaki N, Kobayashi R, Fuyuno G, Morinaga S, Yashima H. 
Preoperative respiratory muscle training. Chest 1994;6:1782-
8.
16. Elias DGE, Pires VA, Jamami M, Oishi J, Costa D. Efeitos do 
treinamento muscular respiratório no pré e pós-operatório de 
cirurgia cardíaca. Rev Bras Ter Intensiva 1999;5:95-101.
17. Matte P, Jacquet L, Van Dyck M, Goenen M. Effects of con-
vencional physiotherapy, continuous positive airway pressure 
and non-invasive ventilatory suppot with bilevel positive airway 
pressure after coronary artery bypass grafting. Acta Anaesthesiol 
Scand 2002;44:75-81.
18. Ingwersen UM, Larsen KR, Bertelsen MT, Nielsen KK, Laub 
M, Sandermann J. Three different mask physiotherapy regimens 
for prevention of postoperative pulmonary complications after 
heart and pulmonary surgery. Intensive Care Med 1993;19:294-
8.
19. Joris JL, Sottiaux TM, Chiche JD, Desaive CJ, Lamy ML. Effect 
of Bi-level positive airway pressure (BiPAP) nasal ventilation on 
postoperative pulmonary restrictive syndrome in obese patients 
undergoing gastroplasty. Chest 1997;111:665-9.
Fisioterapia_v7n1.indb 17Fisioterapia_v7n1.indb 17 1/2/2006 18:49:521/2/2006 18:49:52
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200618
Risco de trombose venosa profunda em pacientes 
traumato-ortopédicos hospitalizados
Risk of deep-vein thrombosis in hospitalized orthopedic patients
Luciano Pereira de Oliveira*, Vagner Wilian Batista e Sá, M.Sc.**
*Acadêmico do 8º período do Curso de Fisioterapia, Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos, 
**Fisioterapeuta - MSB, UCB, UNIGRANRIO, Hospital Estadual Rocha Faria – RJ
Resumo 
A trombose venosa profunda (TVP) é um transtorno comum 
em pacientes hospitalizados, principalmente naqueles em fase 
pós-operatória, restritos ao leito e imobilizados. O objetivo deste 
estudo foi identifi car e classifi car o risco para desenvolvimento de 
TVP nos pacientes internados na enfermaria de traumato-orto-
pedia do Hospital Estadual Rocha Faria (HERF) - Rio de Janeiro. 
Foi utilizado o delineamento de estudo epidemiológico descritivo, 
prospectivo, aleatório, de prevalência, por um período de quatro 
meses (maio/2003 a agosto/2003). A coleta de dados baseou-se no 
protocolo de profi laxia de TVP modifi cado. A amostra foi composta 
por 96 pacientes, 53 do sexo feminino e 43 do sexo masculino 
masculino, com idade variando de 04 a 97 anos; (média de 54,4 ± 
24,1; p < 0,05). Dos 96 pacientes, 8 (8%) foram classifi cados no 
risco baixo, 44 (46%) no risco médio e 44 (46%) no risco alto para 
desenvolvimento de TVP. Identifi cou-se alta prevalência (92%) para 
o risco de desenvolvimento de TVP na amostra estudada. 
Palavras-chave: trombose venosa profunda, prevalência, 
pacientes hospitalizados, traumato-ortopedia.
Artigo original
Abstract
Deep vein thrombosis (DVT) is a common disease in 
hospitalized patients, mainly in postoperative ones and immobilized. 
The aim of this study was to identify and to classify the risk for 
development of DVT in patients hospitalized in orthopedic 
infi rmary of the Rocha Faria Hospital (RFH) – RJ-Brazil. It was a 
descriptive, prospective and prevalence study for a period of four 
months (2003/may to 2003/aug). The collection of data was based 
on the protocol of DVT prophylaxis modifi ed. The sample was 
composed for 96 patients, 53 female and 43 male, with age varying 
of 04 to 97 years old; (average of 54,4 ± 24,1; p < 0.05). 8 patients 
(8%) were classifi ed in low risk, 44 (46%) in intermediate risk and 
44 (46%) in high risk for DVT development. It was concluded 
that exists high prevalence (92%) for DVT development in the 
studied sample.
Key-words: deep vein thrombosis, prevalence, hospitalized 
patients, orthopedic diseases.
Artigo recebido em 28 de setembro de 2004; aceito em 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência:
Luciano Pereira de Oliveira, Condomínio Fazenda Mombaça, 05 km 481 BR 101, 23900-000 Angra dos Reis RJ, Tel: 
(21)9447-1243, E-mail: oliveira.lp@uol.com.br.
Introdução
A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição na 
qual um coágulo forma-se no interior de uma veia profunda, 
geralmente dos membros inferiores e mais raramente dos 
membros superiores, apresentando predominantemente 
fi brina e hemácias com quantidade variável de plaquetas e 
leucócitos [1]. Este trombo pode tomar proporções capazes 
de ocluir totalmente a passagem de sangue pelo vaso aco-
metido, o que levaria a uma recanalização vascular, fato con-
tribuinte para o não aparecimento de sinais e sintomas como 
dor local e edema distal em até 50% dos pacientes [2-5]. 
A TVP é um transtorno grave, de difícil diagnóstico [5,6] 
e com alta incidência na população feminina, principalmente 
nas idosas onde há um maior risco, abrangendo todas as 
etnias [7]. Porém, outros estudos [8,9] têm demonstrado que 
Fisioterapia_v7n1.indb 18Fisioterapia_v7n1.indb 18 1/2/2006 18:49:521/2/2006 18:49:52
19Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
adolescentes e crianças com idade inferior a 12 anos, assim 
como neonatos, apresentam igual risco para desenvolverem 
TVP, despertando a atenção quanto à presença real do risco 
em todas as faixas etárias. 
As complicações da TVP constituem alto risco para a 
vida do paciente. A mais temida é a embolia, provocada pelo 
desprendimento do trombo de uma veia proximal. Este des-
prendimento de trombo é perigoso, pois é capaz de ocluir 
totalmente um vaso sangüíneo de pequeno calibre no pulmão. 
A esse fenômeno dá-se o nome de tromboembolia pulmonar 
(TEP), condição de custo oneroso para seu tratamento, que 
apresenta alta incidência em pacientes hospitalizados e é 
identifi cada como causa de mortes [2,10-14].
Possibilidades terapêuticas farmacológicas, físicas e 
cirúrgicas têm sido utilizadas para tratar a TVP. No entanto, 
a prevenção é a melhor estratégia para os pacientes interna-
dos [15,16]. Segundo o consenso estabelecido no V Fórum 
Nacional da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia 
Vascular – SBACV [17], sobre Profi laxia da TVP e Trombo-
embolismo Pulmonar, a profi laxia é recomendada a todos os 
pacientes, clínicos ou cirúrgicos hospitalizados, bem como 
para aqueles em domicílio, que necessitem permanecer aca-
mados por tempo prolongado. O método de escolha, físico 
e/ou farmacológico, é determinado de acordo com a clas-
sifi cação do risco de cada paciente em baixo, médio ou alto, 
de sua condição clínica e da disponibilidade dos diferentes 
métodos em cada hospital.
É consenso que todos os pacientes hospitalizados devam 
começar a deambular precocemente, seja qual for o risco para 
desenvolvimento de TVP [17-19]. No entanto, esse método 
físico nem sempre é possível, devido às condições clínicas 
apresentadas pelo paciente, principalmente os restritos ao 
leito. Dessa forma, torna-se indispensável a presença de um 
fi sioterapeuta para acompanhar de perto a evolução de cada 
paciente hospitalizado, bem como para prescrever e imple-
mentar o método físico mais adequado para cada caso.
A alta prevalência de distúrbios traumato-ortopédicos, 
principalmente fraturas dos membros inferiores com indica-
ções cirúrgicas, documentada por Sá [20] nas enfermarias de 
traumato-ortopedia do Hospital Estadual Rocha Faria – HERF, 
levou-nos a questionar se os pacientes internados nas diversas 
clínicas deste hospital apresentariam risco para desenvolverem 
TVP, e se a afi rmativa fosse verdadeira, qual seria o índice de 
risco para desenvolvimento de TVP nesta população. Sendo 
assim, o objetivo deste estudo foi identifi car e classifi car o risco 
para desenvolvimento de TVP nos pacientes internados na 
enfermaria de traumato-ortopedia do HERF - RJ. 
Material e métodos
A população pesquisada contou com indivíduos internados 
na enfermaria de traumato-ortopedia do HERF, oriundos de 
diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro, com as mais 
variadas condições traumato-ortopédicas, no período de maio 
a agosto de 2003. A amostra foi composta por 96 indivíduos (n 
= 96), dos quais 53 (55%) eram do sexo feminino e 43 (45%), 
do sexo masculino, com média de idade 54,4 ± 4,8 anos (p < 
0,05). O delineamento de estudo foi o epidemiológico descri-
tivo, prospectivo, randomizado de prevalência.
Para a coleta dos dados, utilizou-se um formulário pa-
drão onde constava o nome do paciente, idade, sexo, peso, 
altura, diagnóstico médico, etiologia e procedimento médico 
prescrito e o protocolo de profi laxia de TVP de Bastos et 
al. [21], obedecendo aos critérios de risco propostos na IV 
Conferência de Consenso de Terapia Antitrombótica [22], 
como demonstra a Figura 1.
Figura 1 - Formulário padrão utilizado para coleta de dados e classifi cação de risco de TVP [21].
Nome Idade Sexo Peso (kg) Altura (m) IMC Clínica: Leito:
Diagnóstico Proc. Terapêutico Etiologia 
Fatores de Risco:
• Idade > 40 anos • Eclâmpsia • Síndrome nefrótica • Cirurgia prolongada + 60`
• Idade > 65 anos* • Pré-eclâmpsia • Infarto agudo Miocárdio • Trauma grave*
• Infecção grave • Puerpério • TVP/EP + 2 anos • Trauma
• Variz de grosso calibre • Neoplasia • Doença autoimune • AVE
• Grande queimadura • Ileíte regional • Restrição ao leito > 5h* • ICC
• Obesidade (IMC ≥ 30) • Retocolite ulcerativa • Imobilização • TRM**
• Anticoncepcional oral • Diabetes • Anestesia geral • Outros
**Alto risco: 
 Classificação do risco:
• Grande cirurgia ortopédica quadril/joelho • Trombofilia (síndrome pró-trombótica) • BAIXO (0 a 1 ponto)
• Prostectomia trans. / grande cirurgia p/ câncer • MÉDIO (2 a 4 pontos)
• Traumatismo raquimedular • TVP/EP a menos de 2 anos • ALTO (5 ou mais pontos)
Legenda: IMC – Índice de Massa corporal; TRM – Traumatismo Raquimedular; AVE – Acidente Vascular Encefálico; ICC – Insuficiência 
Cardíaca Congestiva; TVP/EP – Trombose Venosa Profunda/Embolia Pulmonar 
Fisioterapia_v7n1.indb 19Fisioterapia_v7n1.indb 19 1/2/2006 18:49:531/2/2006 18:49:53
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200620
A utilização do protocolo é dada da seguinte forma: para 
cada fator de risco assinalado conta-se 1 ponto, para os fatores 
de risco marcados por um asterisco (*) conta-se 2 pontos. 
Então, o somatório de todos os fatores de risco assinalados 
determina se o paciente em questão pertence a uma classe 
de risco baixo, se for somado zero ou 1 ponto; risco médio, 
se somarem 2 a 4 pontos; ou alto, se a pontuação for igual 
ou maior a 5 pontos. Os fatores de risco: “Grande cirurgia 
ortopédica quadril/joelho”, “Prostectomia trans./Grande 
cirurgia p/câncer”, “Traumatismo raquimedular”, “Trom-
bofi lia -Síndrome pró-trombótica” e “TVP/EP” (Trombose 
Venosa Profunda/Embolia Pulmonar a menos de dois anos) 
são considerados fatores de alto risco. 
Os dados foram coletados por fi sioterapeuta, semanal-
mente, diretamente do prontuário e por entrevista com o 
paciente ou o seu responsável. 
Não foram solicitados exames complementares com o 
objetivo de avaliar todas as condições patológicas contidas no 
formulário padrão. Somente foram assinaladas as patologias 
diagnosticadas que constavam no prontuário do paciente, ou 
relatadas pelo próprio paciente ou familiar.
Toda fratura fechada foi considerada como perten-
cente ao fator de risco “trauma”, enquanto que as fraturas 
expostas, os politraumatismos e as amputações (cirúrgica 
ou traumática) foram considerados como fator de risco 
“trauma grave”. 
As infecções de pós-operatório e as pseudoartroses in-
fectadas pertenceram ao fator de risco “infecção grave”.
Determinou-se um tempo de restrição no leito em cinco 
horas tendo como base o estudo de Campos [23], pois o fator 
de risco “Restrição prolongada no leito” contida no protocolo 
de
Bastos [21] não contemplava tal informação. 
O item Traumatismo raquimedular (TRM), foi acrescido 
de dois asteriscos (**) para indicação direta de alto risco de 
desenvolvimento de TVP. 
Resultados e discussão
Dos 96 pacientes avaliados, 25 (26 % ± 9%, p < 0,05) 
apresentavam idade abaixo dos 40 anos; 35 (36,5 % ± 10% 
p < 0,05) entre 40 e 65 anos; e 36 (37,5 % ± 10%, p < 0,05) 
pacientes acima de 65 anos. O trauma, incluindo o trauma 
grave, foi o fator de risco que mais esteve presente nas 
avalia ções. Noventa e dois pacientes (95,8% ± 4%, p < 0,05) 
tiveram confi rmado o diagnóstico de fratura. Tal condição 
contribuiu para a alta freqüência de imobilizações (54 % ± 
10%, p < 0,05) e restrições ao leito por um tempo maior que 
5 horas (50% ± 10%, p < 0,05). 
A Tabela I demonstra a distribuição da amostra de acordo 
com os fatores de risco e freqüência das condições.
O tempo médio dos procedimentos cirúrgicos realizados 
nos pacientes foi de duas horas, contadas a partir da sedação. 
Portanto, estes pacientes já possuíam risco baixo de desen-
volvimento de TVP. 
Ao fi nal de cada avaliação, obteve-se a identifi cação da 
classe de risco para desenvolvimento de TVP do paciente. O 
risco baixo teve a menor prevalência, somente 8 (8%) pacien-
tes. Quanto ao risco médio e alto, houve uma equivalência na 
prevalência, para ambos, de 44 (46%). 
Tabela 1 - Distribuição da amostra nos principais fatores de risco de 
TVP avaliados em 96 pacientes internados nas enfermarias de traumato-
ortopedia do HERF.
Fatores de risco Freqüência %
Trauma 83 86,46
Imobilização 52 54,17
Restrição ao leito > 5h 48 50,00
Idade > 65 anos 36 37,50
Idade entre 40 e 65 anos 35 36,46
Cirurgia prolongada > 60 minutos 12 12,50
Outros 12 12,50
Trauma grave 9 9,38
Diabetes 7 7,29
Infecção grave 5 5,21
Anestesia geral 6 6,25
Obesidade 2 2,08
Grande cirurgia ortopédica Quadril/Joelho 2 2,08
Síndrome nefrótica 1 1,04
Infarto Agudo do Miocárdio 1 1,04
Acidente Vascular Encefálico 1 1,04
A fi gura 2 ilustra a distribuição da amostra na classifi cação 
de risco para desenvolvimento de TVP. 
Figura 2 - Distribuição percentual da classifi cação de risco de desenvolvi-
mento na amostra estudada. 
Os resultados obtidos neste estudo são semelhantes aos 
encontrados por Bergqvist et al. [24], realizado no Hospital 
Geral de Malmo, na Suécia, para prevenção de trombose 
venosa profunda após cirurgia. Os autores identifi caram uma 
incidência menor que 10%, para o risco baixo, enquanto que 
para o risco médio esse número elevou-se, atingindo uma 
incidência de 10 a 40% e para o risco alto de 40 a 80%.
Fisioterapia_v7n1.indb 20Fisioterapia_v7n1.indb 20 1/2/2006 18:49:531/2/2006 18:49:53
21Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Conclusão
O risco baixo para desenvolvimento de TVP teve a menor 
prevalência, somente 8 (8%) pacientes. Quanto ao risco mé-
dio e alto, houve uma mesma prevalência, para ambos, de 44 
(46%), estando o trauma, a idade avançada, a imobilização e 
a restrição ao leito associados diretamente com o alto risco 
para desenvolvimento de TVP, seja no paciente hospitalizado 
ou domiciliado.
Estudos futuros devem abordar ações terapêuticas e pro-
fi láticas para redução do risco de desenvolvimento de TVP 
em pacientes hospitalizados ou domiciliados. 
Referências
1. Hirsh J, Hull RD, Raskob GE. Tromboembolismo venoso, 
epidemiologia e patogênese da trombose venosa. J Am Coll 
Cardiol 1986;8:104B-13. 
2. Mitchel C, Cotran RS. Distúrbios hemodinâmicos, trombose e 
choque. In: Cotran RS, Kumar V, Collins T. Robins, patologia 
estrutural e funcional. 6a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 
2000. p. 101-23.
3. Goodman CC, Snyder TEK. Diagnóstico diferencial em fi siote-
rapia. 3a ed.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 124.
4. Molnar LJ. Diagnóstico por métodos não-invasivos. In: XXXII 
Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular; 1997; 
Curitiba. Anais. Curitiba: SBACV; 1997. p.292-5.
5. Pulido LS. Trombosis venosa profunda. Rev Sanid Def Nac 
(Santiago de Chile) 1987;4(3):260-4.
6. Leyja AV, Ramírez FR. Doppler a color (dúplex) comparado 
com fl ebografi a en el diagnóstico de miembros inferiores. Rev 
Sanid Mil 1998;52(5):242-50. 
7. Rivera M, Contreras F, de la Parte M, Méndez O, Colmenares 
Y, Velasco M.. Aspectos clínicos y terapéuticos de las trombosis 
venosas y arteriales. AVFT 2000;19(2):1-15.
8. Doria S, Nuguchi DT, Paccez JD. Trombose venosa profunda na 
faixa etária pediátrica. Rev Bras Ter Intensiva 2001;13(1):15-20.
9. Maffei FHA. Epidemiologia do tromboembolismo venoso no 
Brasil. In: XXXII Congresso brasileiro de angiologia e cirurgia 
vascular; 1997; Curitiba. Anais. Curitiba: SBACV; 1997. p.283-4.
10. Lindbland B, Sternby NH, Bergqvist D. Incidence of venous 
thromboembolism verifi ed by necropsy over 30 years. BMJ 
1991;302:709-11. 
11. Kottke FJ, Lehmann JF. Tratado de medicina física e reabilitação 
de Krusen. 4a ed. São Paulo: Manole; 1994. Vol. 2. p.898-9.
12. Dusilek COL, Melek I, Guilherme CE, Iurkiv R. Profi laxia de 
tromboembolismo – diagnóstico de 200 pacientes internados 
em um hospital geral. Rev Bras Ter Intensiva 2000;12(1):24-7.
13. Maffei FHA et al. Contribuição ao estudo da incidência e anato-
mia patológica do tromboembolismo pulmonar em autópsias. 
AMB Rev Assoc Med Bras 1980;26(1):7-10. 
14. O`Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia avaliação e tratamento. 
2a ed.. São Paulo: Manole; 1993. p.635-6.
15. THRIFT (Thromboembolic Risk Factors) Consensus Group. 
Risk and prophylaxis for venous thromboembolism in hospital 
patients. BMJ 1992;305:567-74. 
16. Clagett GP, Anderson FA, Levine MN, et al. Prevention of 
venous thromboembolism. Chest 1992;102(4):391S. 
17. Evangelista SSM et al. Profi laxia da trombose venosa profunda e 
da tromboembolia pulmonar. In: V Fórum Nacional da SBACV. 
Fórum Brasil SBACV – edição especial; 1999. p.25-8.
18. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e 
técnicas. 3a ed. São Paulo: Manole; 1998. p. 622-4.
19. Lowe GDO et al. Risco e profi laxia de tromboembolia venosa 
em pacientes hospitalizados. Comitê de consenso sobre os fa-
tores de risco tromboembólicos (THRIFT). BMJ 1992;305:567-
74.
20. Sá VWB. Distúrbios ortopédicos e traumatológicos: análise 
prospectiva de 732 casos em enfermaria de ortopedia. Fisioter 
Bras 2003;4(4):239-42.
21. Bastos M et al. A brazilian registry establishing risk factors for 
venous thromboembolic events and use of thromboprophylaxis 
in hospitalized and surgical patients. Blood 2001;98(11):265A.
22. Clagett GP et al.. Prevention of venous thromboembolism. 
Chest 1995;108(4suppl):312S-34. 
23. Campos W. Trombose venosa profunda ocupacional. SBACV. 
Boletim informativo regional São Paulo 2001;(15).
24. Bergqvist D, Lowe GDO, Berstad A et al. Prevention of venous 
thromboembolism after surgery: a review of enoxaparin. Br J 
Surg 1992;79:495-8. 
Fisioterapia_v7n1.indb 21Fisioterapia_v7n1.indb 21 1/2/2006 18:49:541/2/2006 18:49:54
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200622
Ocorrência de Staphylococcus aureus em fi sioterapeutas 
que atuam em clínicas e hospitais de Governador 
Valadares – Minas Gerais
Staphylococcus aureus occurrence in physical therapists 
of Governador Valadares – Minas Gerais
Daniel de Assis Santos*, Mariane Cândida Medeiros Oliveira**, Liliane Lisboa Oliveira**, Ludmila Reis Milardi**, 
Sabrina Ferreira Almeida**, Lígia Jordão Valentim**, Bartira Pereira Neves**, Mario Antonio Baraúna***, 
Ruiz Angelo Ventura da Silva****
*Doutorando em Microbiologia, Universidade Vale do Rio Doce UNIVALE, **Acadêmicos de fi sioterapia – Universidade Vale 
do Rio Doce UNIVALE, ***Doutor em Motricidade Humana – Centro Universitário do Triângulo UNITRI, 
****Mestre em Fisioterapia – Centro
Universitário do Triângulo UNITRI 
Resumo
Trinta profi ssionais fi sioterapeutas foram selecionados para 
verifi car o estado de portador de Staphylococcus aureus na mu-
cosa nasal. A coleta foi realizada por meio de um swab esterilizado 
que, posteriormente foi inserido em um tubo contendo caldo de 
enriquecimento. Para o isolamento e identifi cação utilizaram-se as 
provas bioquímicas manita, Dnase, catalase e coagulase. Verifi cou-se 
que todos os indivíduos pesquisados eram portadores de uma espé-
cie de estafi lococo, sendo que 52% eram portadores de S. aureus, 
43% de S. epidermidis e 5% possuíam S. saprophyticcus. Fatores 
como idade, sexo, área de atuação profi ssional, internações prévias 
e uso de medicamentos não infl uenciaram de forma signifi cativa os 
resultados obtidos (p<0,05). O presente estudo demonstrou que a 
maioria dos profi ssionais pesquisados possuía S. aureus na mucosa 
nasal. O estado de portador assintomático desse microrganismo 
pelos fi sioterapeutas pode apresentar risco potencial de transmissão 
aos pacientes por eles atendidos.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, portador assintomático, 
fi sioterapeuta.
Artigo original
Abstract
Thirty physical therapists from Governador Valadares 
(Southeast of Brazil) were selected to investigate the nasal carrier 
occurrence of Staphylococcus aureus. Specimens for culture were 
collected from the nares with cotton swabs. The nasal swabs were 
cultured on enrichment broth. After that, culture was transferred 
to manitol salt agar, Dnase agar and citrated serum to identify the 
isolates. Our data revealed that all investigated professionals were 
nasal carrier of one Staphylococcus specie (52% - S. aureus; 43% 
- S. epidermidis; 5% - S. saprophyticcus). Conditions as age, sex, 
place of work, medicine use and previous diseases didn’t signifi cantly 
infl uence obtained results (p<0.05). This work demonstrated that 
the majority of investigated professionals was nasal carriers of S. 
aureus, and there is a transmission risk of the microorganism to 
their patients.
Key-words: Staphylococcus aureus, nasal carrier, physical 
therapist.
Recebido 17 de fevereiro de 2005; aceito 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Daniel de Assis Santos, Laboratório de Microbiologia, Universidade Vale do Rio Doce, E-mail: danielassisantos@yahoo.com.
br
Introdução
O gênero Staphylococcus compreende patógenos comuns 
ao homem e outros animais, os quais, ocasionalmente, 
provocam doenças que representam risco à vida. As 
infecções estafilocócicas correspondem, na maioria das 
vezes, a condições comuns da pele de ferimentos. A 
maioria dessas doenças decorre de transferência de esta-
filococos presentes na microbiota normal de indivíduos 
infectados, porém assintomáticos, para um indivíduo 
susceptível [1,2]. 
Os estafi lococos são cocos gram-positivos, não formadores 
de esporos, resistentes ao dessecamento, sendo prontamente 
disseminados pelas partículas de poeira presentes no ar e na 
superfície. Três são as espécies de Staphylococcus que apresentam 
importância para o homem: Staphylococcus saprophyticcus, Staphylo-
Fisioterapia_v7n1.indb 22Fisioterapia_v7n1.indb 22 1/2/2006 18:49:551/2/2006 18:49:55
23Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
coccus epidermidis e Staphylococcus aureus. Embora todas essas espé-
cies possam ser encontradas na microbiota normal do trato 
respiratório (especialmente narinas e garganta) e pele, elas são 
potencialmente patogênicas, sendo que a espécie S. aureus 
está relacionado às doenças humanas com maior freqüência 
[1,3]. 
As bactérias acima mencionadas, principalmente S. 
aureus, causam uma variedade de doenças, incluindo acne, 
piodermite, furúnculos, pústulas, impetigo, pneumonia, 
osteomielite, endocardite e artrite. Certas linhagens são 
responsáveis pela Síndrome do Choque Tóxico (SCT), que 
se caracteriza por febre alta, vômitos, diarréias, e ocasional-
mente, o óbito. Além disso, pode ocorrer a contaminação do 
alimento por uma toxina produzida pelo S. aureus, que depois 
de ingerida, promove um aumento da permeabilidade intes-
tinal, podendo levar a graves diarréias e vômitos. A espécie 
S. epidermidis é freqüentemente responsável por infecções 
de indivíduos submetidos a cateter endovenoso, enquanto 
que S. saprophyticus pode provocar condições infecciosas no 
trato urinário [1].
Indivíduos hígidos podem ser portadores e, na maioria 
dos casos, esses estafilococos não provocam doenças. 
As crianças são freqüentemente infectadas durante a 
primeira semana de vida por meio de contato com a 
mãe ou outro indivíduo com quem mantenha contato 
próximo. Condições infecciosas graves ocorrem quando 
a resistência do hospedeiro encontra-se debilitada em 
decorrência de alterações hormonais, enfermidades imu-
nossupressoras (como a AIDS), ferimentos, tratamento 
com esteróides ou outras drogas que comprometam o 
sistema imune [1].
O uso indiscriminado de antibacterianos resulta em uma 
seleção natural de linhagens resistentes de estafi lococos, 
principalmente S. aureus, que possui uma grande capacidade 
de adquirir resistência aos antibióticos (2). As infecções hos-
pitalares causadas por isolados resistentes aos antimicrobianos 
ocorrem com maior freqüência nos indivíduos debilitados. 
Dessa forma, os pacientes se contaminam com estafi loco-
cos oriundos dos profi ssionais hospitalares, dentre estes, 
fi sioterapeutas, os quais podem ser portadores assintomáti-
cos. Embora algumas infecções adquiridas na comunidade 
possam ser tratadas com penicilina, as amostras de S. aureus 
causadoras de doenças devem ser analisadas individualmente 
quanto à susceptibilidade e resistência aos fármacos antibac-
terianos [1].
A prevenção de infecções estafi locócicas é problemática, 
uma vez que muitos indivíduos são portadores assintomáti-
cos e pelo fato de algumas doenças, como a acne, poderem 
ser transmitidas pelo simples contato com os dedos contami-
nados. Em ambientes hospitalares, tais como alas cirúrgicas 
e berçários, os profi ssionais infectados por S. aureus devem 
ser excluídos ou tratados com drogas antibacterianas de 
uso tópico e, ou sistêmico, a fi m de erradicar a condição 
de portador [1,2]. É difícil impedir a disseminação dos 
estafi lococos de uma pessoa para outra e procedimentos 
simples como coberturas de superfícies cutâneas expostas 
por meio de feridas cirúrgicas podem minimizar o risco de 
contaminação [4]. 
O presente trabalho teve, como principal objetivo, a 
averiguação do estado de portador nasal assintomático de 
bactérias do gênero Staphylococcus em profi ssionais fi siotera-
peutas que atuam em diferentes centros, clínicas e hospitais 
na cidade de Governador Valadares, Minas Gerais. A análise 
do perfi l de portador é importante, pois pode auxiliar na 
prevenção da disseminação, do profi ssional para seus pacien-
tes, de S. aureus.
Material e métodos
Foram selecionados 30 profi ssionais fi sioterapeutas, 
sendo 23 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, que atuam 
em diferentes centros, clínicas de fi sioterapia e hospitais 
de Governador Valadares em Minas Gerais, para verifi car 
a ocorrência de S. aureus na mucosa nasal. Informações 
como área de atuação profi ssional, uso de medicamentos e 
internações prévias foram anotadas para posterior análise de 
correlação com os resultados dos testes de identifi cação dos 
isolados. Os profi ssionais foram submetidos a um swab nasal 
que foi, imediatamente, inserido em um tubo contendo caldo 
de enriquecimento. Em seguida os tubos foram incubados a 
37ºC por um período de 24 horas. Decorrido o período de 
incubação, foram executados o isolamento e a identifi cação 
das espécies de Staphylococcus segundo Oplustil et al. [5]. O 
isolamento foi feito pela transferência de uma pequena 
alíquota do caldo de enriquecimento para ágar manita, 
que
foi incubado a 37ºC por 24 horas. As colônias obtidas 
foram submetidas às provas bioquímicas Dnase, coagulase e 
catalase. A leitura dos resultados foi executada visualmente 
e, por observação do conjunto das provas bioquímicas, os 
isolados foram classifi cados em S. aureus, S. epidermidis ou 
S. saprophyticus. A análise da correlação dos resultados de 
portador assintomático em relação ao sexo, idade, área de 
atuação, internações prévias e uso de medicamentos foi 
realizada por meio do teste não-paramétrico de Wilcoxon. 
Um valor de p < 0,05 foi considerado como estatisticamente 
signifi cativo.
Resultados
Foi verifi cado que 100% dos indivíduos pesquisados 
possuíam, em sua microbiota nasal, uma espécie de Staphy-
lococcus, sendo que em 52% a espécie identifi cada foi S. au-
reus, em 43% foi S. epidermidis e em 5% foi S. saprophyticcus, 
como demonstra a Figura 1. A análise estatística revelou 
que nenhum dos parâmetros analisados (idade, sexo, área 
de atuação profi ssional, internações prévias e uso de medi-
camentos) infl uenciou de forma signifi cativa os resultados 
observados (p<0,05).
Fisioterapia_v7n1.indb 23Fisioterapia_v7n1.indb 23 1/2/2006 18:49:561/2/2006 18:49:56
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200624
Figura 1 - Ocorrência de espécies de Staphylococcus nos profi ssionais 
fi sioterapeutas pesquisados.
portador nasofaríngeo assintomático constitui a fonte mais 
freqüente desses microrganismos. Esse fato demonstra existir 
um risco potencial para os pacientes atendidos por fi siotera-
peutas portadores do microrganismo, principalmente se os 
profi ssionais atuarem em áreas ou locais nos quais predomi-
nem pacientes imunocomprometidos. Além da simples deter-
minação do estado de portador assintomático, seria desejável 
a determinação do perfi l de susceptibilidade e resistência a 
drogas antibacterianas das bactérias isoladas para que uma 
intervenção terapêutica com o intuito de eliminar o estado de 
portador fosse corretamente selecionada, evitando casos de 
falha da terapêutica, reduzindo a possibilidade da seleção de 
mutantes resistentes do microrganismo e, conseqüentemente, 
diminuindo o risco de contaminação de pacientes.
Conclusão
Concluindo, estudos de determinação da ocorrência de S. 
aureus em profi ssionais da saúde, não só em fi sioterapeutas, 
são ainda necessários para confi rmar os dados aqui apresen-
tados e alertar a comunidade sobre as condições causadas por 
esse microrganismo, conscientizando sobre a possibilidade 
de preveni-las.
Referências
1. Madigan MT, Martinko JM, Parker J. Doenças microbianas de 
transmissão interpessoal. Microbiologia de brock. 2 ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall; 2004.
2. Laupland KB, Conly JM. Treatment of staphylococcus aureus 
colonization and prophylaxis for infection with topical intra-
nasal mupirocin: An evidence based review. Clin Infect Dis 
2003;37:933-38.
3. Peacock SJ, Silva I, Lowy FD. What determines nasal carriage 
of staphylococcus aureus? Trends Microbiol 2001;9:605-10.
4. Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Staphy-
lococcus e microrganismos correlatos. Microbiologia médica. 
3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. p. 147-57.
5. Oplustil CP, Zoccoli CM, Tobouti NR, Sinto SI. Cultura de 
amostras do trato respiratório superior. Procedimentos básicos 
em microbiologia clínica. São Paulo: Sarvier; 2004. p.136-140.
6. Cole AM et al. Determinants of Staphylococcus aureus nasal 
carriage. Clin Diagn Lab Immunol 2001;8:1064-69.
7. Bischoff WE, Wallis ML, Tucker KB, Reboussin BA, Sherertz 
RJ. Staphylococcus aureus nasal carriage in a student commu-
nity: prevalence, clonal relationships, and risk factors. Infect 
Control Hosp Epidemiol 2004;25:485-91.
8. Pena C, et al. Staphylococcus aureus nasal carriage in patients 
on haemodialysis: role of cutaneous colonization. J Hosp Infect 
2004;58:20-7.
9. Nagaraju U, Bhat G, Kuruvila M, Pai, GS, Jayalakshmi, Babu 
RP. Methicilin-resistant Staphylococcus aureus in community-
acquired pyoderma. Int J Dermatol 2004;43:412-14.
Discussão
Não há, disponível na literatura da área, qualquer trabalho 
objetivando a determinação do estado de portador assin-
tomático de S. aureus em profi ssionais fi sioterapeutas. Dessa 
forma, o presente estudo é pioneiro no que diz respeito à 
população analisada e os dados aqui apresentados são, adiante, 
comparados aos resultados obtidos por pesquisadores que 
executaram a detecção da bactéria em questão em populações 
diversas.
Cole et al. [6], buscando identifi car fatores que deter-
minassem o estado de portador de S. aureus verifi caram, 
pesquisando jovens universitários, que a ocorrência foi 
maior em homens, diferindo dos dados aqui apresentados 
em que a análise estatística revelou não haver diferença es-
tatisticamente signifi cativa entre homens e mulheres. Além 
disso, a freqüência da ocorrência aqui encontrada (52% 
dos indivíduos possuíam S. aureus na microbiota nasal) foi 
superior àquela verifi cada por Cole et al. [6], que foi de 27%. 
Bischoff et al. [7] obtiveram resultados semelhantes aos de 
Cole et al. [6], classifi cando 29% dos indivíduos pesquisados 
como portadores de S. aureus. Por outro lado, Pena et al. [8], 
em experimentos similares aos realizados no presente estudo, 
pesquisaram 71 pacientes em hemodiálise e averiguaram a 
ocorrência de S. aureus em 55%, semelhante ao valor aqui 
apresentado (52%).
Ao estudar 250 pacientes portadores de piodermite, Naga-
raju et al. [9] isolaram S. aureus de 80,8%, confi rmando a etio-
logia dessa condição e reforçando o fato de que a mesma pode 
ser transmitida por meio de portadores assintomáticos do 
microrganismo. A detecção de S. aureus realizada em profi s-
sionais da fi sioterapia e demais profi ssionais de saúde deveria 
ser executada rotineiramente, visto que a bactéria se encontra 
colonizando uma parte considerável da população mundial 
como mencionado acima (27% a 80,8%). Segundo Murray 
et al. [4], a disseminação dos microrganismos resistentes aos 
antibióticos é muito difícil de se controlar, pois o estado de 
Fisioterapia_v7n1.indb 24Fisioterapia_v7n1.indb 24 1/2/2006 18:49:571/2/2006 18:49:57
25Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Medida da amplitude tóraco-abdominal 
como método de avaliação dos movimentos 
do tórax e abdome em indivíduos jovens saudáveis
Thoracoabdominal amplitude as evaluation method 
of thorax and abdomen movement in healthy young individual
Audrey Borghi-Silva, D.Sc.*, Renata Gonçalves Mendes**, Elisabeth Santos Silva**, Higia L. Paulucci**, 
Paula C. Picchi**, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, D.Sc.***
*Profa Dra do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular – UFSCar, 
**Alunas do Curso de Fisioterapia da UNIARA, ***Profa Dra do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos, 
Laboratório de Eletromiografi a e Espirometria, UFSCar, Trabalho referente à iniciação científi ca do curso de Fisioterapia 
do centro universitário de Araraquara – UNIARA 
Resumo 
Introdução: A medida da amplitude tóraco-abdominal (ATA), por 
meio da cirtometria, é um método utilizado para avaliar os movi-
mentos do tórax e abdome de pacientes submetidos à reabilitação 
pulmonar, durante intervenções terapêuticas e cirúrgicas. Objetivos: 
Padronizar a medida de expansibilidade tóraco-abdominal por meio 
da cirtometria de indivíduos jovens saudáveis, realizando-a por três 
examinadores diferentes, em dias alternados. Método: Foram estuda-
dos 100 indivíduos jovens saudáveis, com 20,8 ± 2 anos, sendo 50 
do sexo masculino e 50 do sexo feminino. A medida da ATA foi 
realizada durante 3 inspirações e expirações máximas nos pontos 
da prega axilar, processo xifóide e cicatriz umbilical, por meio de 
fi ta métrica, por três examinadores
diferentes, em dias alternados, 
considerando a maior medida para análise. Resultados: Não foram 
observadas diferenças estatisticamente signifi cativas pela ANOVA 
entre as medidas. O padrão respiratório costal foi predominante, 
em ambos os sexos, entretanto, este maior no sexo feminino (p < 
0,05). Conclusão: Pela padronização da medida da amplitude dos 
movimentos tóraco-abdominais proposta neste estudo, foi possível 
verifi car que esta metodologia mostrou-se confi ável na avaliação 
fi sioterapêutica quando obtida por diferentes examinadores.
Palavras-chave: amplitude tóraco-abdominal, fi sioterapia, 
cirtometria.
Artigo original
Abstract
Introduction: The thoracoabdominal amplitude measurement, 
by cirtometry, is a method that has been used to evaluate the 
thoracoabdominal movements of patients submitted to the 
pulmonary rehabilitation, during therapeutical interventions 
and surgeries. Objectives: To standardize the thoracoabdominal 
expansibility measurement by cirtometry in health young individual 
realized by different examiners on alternate dates. Method: One 
hundred individual, with 20,8 ± years, being 50 men and 50 women, 
were studied. The thoracoabdominal amplitude measurement 
was realized, during 3 maximal inspirations and expirations, at 
the axillary fold, xiphoid process and umbilical scar, using a tape 
measure by 3 different examiners on alternate dates, it has being 
considered the highest measure to the analysis. Results: No were 
observed by ANOVA signifi cant statistical differences among 
the three examiners measures. The respiratory pattern presented 
costal predominance in both sexes, but it was higher in the female 
sex, p < 0,05. Conclusion: By measurement standardization of the 
thoracoabdominal amplitude proposed in this study was possible 
observed that this methodology was reliable in the physiotherapeutic 
evaluate when obtained by different examiners.
Key-words: thoracoabdominal amplitude, physical therapy, 
cirtometry.
Recebido 30 de março de 2005; aceito 5 de janeiro de 2006.
Endereço para correspondência: Audrey Borghi e Silva, Av. Caetano Mirabelli, 79, 13564-210 São Carlos SP, Tel: (16) 270-8607, E-mail: audreybs@uol.
com.br
Fisioterapia_v7n1.indb 25Fisioterapia_v7n1.indb 25 1/2/2006 18:49:581/2/2006 18:49:58
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200626
Introdução
A medida das amplitudes de movimento do tórax e ab-
dome tem sido amplamente utilizada na avaliação de diversas 
patologias e durante intervenções terapêuticas. Por meio do 
estudo da mobilidade tóraco-abdominal, Silva et al. [1] obser-
varam importantes repercussões da cirurgia abdominal sobre 
os músculos respiratórios. Na cirurgia cardíaca, Pires et al. 
[2] e Garcia et al. [3] esta avaliação permitiu detectar a disfun-
ção diafragmática, bem como a efetividade do treinamento 
muscular respiratório nestes pacientes. Em indivíduos com 
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Maciel et al. [4] 
avaliaram os efeitos da administração do broncodilatador pela 
mobilidade tóraco-abdominal, e Aliverti et al. [5] estudaram 
a cinemática da caixa torácica e volumes compartimentais 
durante o exercício. Já outro estudo [6] verifi cou estes movi-
mentos antes e após episódios agudos de asma. Os efeitos do 
envelhecimento [7] e da obesidade [8] na mobilidade torácica 
também foram estudados, bem como o comportamento da 
parede torácica durante a respiração em repouso [9] 
Na literatura têm sido propostos alguns métodos de 
mensurações das amplitudes de movimento do tórax e 
abdome. Segundo Manczurc et al. [10] a pletismografi a 
pode mensurar parâmetros respiratórios tão confi áveis 
quanto um sistema de pneumotacógrafo, porém não é tão 
acessível devido ao seu alto custo e a necessidade de pes-
soal especializado para sua realização. Martuci et al. [11] 
realizaram um estudo para estabelecer a confi guração da 
parede torácica em sujeitos normais respirando livremente 
ou contra uma carga resistiva, utilizando um magnetômetro. 
Por meio de radiogramas simples de tórax, Pires et al. [2] 
mensuraram a amplitude de movimento hemidiafragmático 
na incidência póstero-anterior e De Groot et al. [9]. avaliaram 
os movimentos da parede torácica utilizando um analisador 
automático (ELITE).
Além desses métodos de avaliação das amplitudes do tórax 
e do abdome, a medida por meio da cirtometria também tem 
sido utilizada para quantifi car tais amplitudes de movimentos 
[8], sobretudo após a realização de intervenções terapêuticas 
[12] e cirúrgicas [3,13]. A partir da cirtometria, nas fases da 
inspiração e expiração máximas, são obtidos os valores de ex-
pansibilidade e retração dos movimentos tóraco-abdominais 
[14] com a utilização de fi ta métrica. Este método tem sido 
proposto devido a seu baixo custo, facilidade em sua execução 
e também como forma de defi nir o padrão respiratório de 
determinadas populações [8].
Nas avaliações fi sioterapêuticas a cirtometria tem sido 
utilizada para investigar a infl uência de técnicas sobre as 
amplitudes de movimento do tórax e abdome, em várias 
patologias. Costa et al. [8] avaliaram os efeitos da Reeduca-
ção Funcional Respiratória (RFR) em indivíduos obesos por 
meio das medidas de força muscular respiratória (FMR) e 
cirtometria e observaram aumento na FMR e nas amplitudes 
tóraco-abdominais desses indivíduos após RFR.
Jamami et al. [12] avaliaram os efeitos da Reabilitação 
Pulmonar (RP) em 22 pacientes com DPOC utilizando a 
espirometria simples, teste de caminhada, oximetria de pulso e 
além disso, foi proposta a avaliação da cirtometria e do índice 
de amplitude, por meio de cálculo matemático. Os resultados 
demonstraram que o programa de RP promoveu melhora na 
tolerância ao exercício e expansibilidade tóraco-abdominal 
dos pacientes estudados.
Apesar de vários autores estudarem as amplitudes tóraco-
abdominais, por meio da cirtometria, e pelo fato desta ser 
utilizada na prática de avaliação fi sioterapêutica, ainda perdura 
a necessidade de padronização, bem como da comprovação 
cientifi ca de sua confi abilidade enquanto método de avaliação, 
especialmente por depender exclusivamente de critério indi-
vidual de quem coleta as medidas, sujeito a erro de interpre-
tação. Nesse sentido e com o objetivo de minimizar possíveis 
erros metodológicos, este estudo se propôs a padronizar a 
obtenção da medida de expansibilidade tóraco-abdominal 
por meio da cirtometria de indivíduos saudáveis, realizada 
por três examinadores diferentes em dias alternados. 
Material e método
Para a realização deste estudo foram avaliados 100 volun-
tários com idade entre 18 a 25 anos, sendo 50 indivíduos 
do sexo feminino e 50 do sexo masculino, que consentiram 
em participar desta pesquisa. Este estudo foi aprovado pelo 
comitê de Ética em pesquisa da Instituição. Foram excluídos 
os voluntários que apresentaram patologias respiratórias, de-
formidades torácicas ou neurológicas ou que não concluíram 
o procedimento experimental. A tabela 1 apresenta as carac-
terísticas individuais dos sujeitos estudados.
Tabela I - Características dos indivíduos estudados quanto à idade, peso, altura 
e IMC e resultados estatísticos (Teste t) entre o sexo masculino e feminino. 
 Masculino (n = 50) Feminino (n = 50)
Idade (anos) 20,6 ± 3,6 20,5 ± 3,4
Peso (kg) 73,3 ± 14,5 54,25 ± 9,2*
Altura(m) 1,73 ± 0,2 1,60 ± 0,2*
IMC (kg/m2) 23,1 ± 4,1 20,1 ± 3,3*
Valores expressos em Média ± DP. *Diferença significativa 
(p<0,05).
A medida da amplitude tóraco-abdominal foi obtida por 
meio da cirtometria, utilizando-se uma fi ta métrica, escalo-
nada em centímetro (cm), sendo esta realizada por 3 diferentes 
examinadores diferentes e em dias alternados. 
Esta medida foi realizada horizontalmente em três 
níveis: axilar, xifoidiano e abdominal. Na região axilar os 
examinadores colocaram a fi ta métrica logo
abaixo da prega 
axilar, tomando o cuidado para que esta fi casse fi rmemente 
posicionada em uma linha reta, a partir da prega em questão. 
A seguir, os examinadores orientaram o voluntário para 
Fisioterapia_v7n1.indb 26Fisioterapia_v7n1.indb 26 1/2/2006 18:49:581/2/2006 18:49:58
27Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
que realizassem uma inspiração máxima e logo após uma 
expiração máxima, sem direcionar o ar para uma ou outra 
região específi ca, deixando que a fi ta percorresse seus dedos 
durante a manobra.
Em seguida, de maneira semelhante, os examinadores verifi -
caram a amplitude xifoidiana, tomando como ponto de referência 
à borda inferior do apêndice xifóide e por último verifi caram a 
amplitude abdominal tendo a cicatriz umbilical como base.
Para todas as medidas a fi ta métrica foi fi rmemente colocada 
sobre o tórax ou abdome, sem folgas e nem apertada em demasia, 
permitindo mobilidade durante a medida. Todos os examinadores 
receberam as orientações quanto aos pontos de referências que 
deveriam ser tomados como base durante as medidas. 
Em cada ponto de referência foram realizadas 3 inspi-
rações e expirações máximas sob o comando de voz dos 
examinadores. Os voluntários foram examinados na posição 
ortostática, com o tórax desnudo e foram orientados a inspirar 
e expirar profundamente, sendo anotados os 3 valores de 
inspiração e expiração máximas em cada ponto, bem como as 
diferenças obtidas entre a inspiração e expiração. Entretanto, 
para a análise dos dados foi considerado o maior valor obtido 
das 3 medidas realizadas. 
Os resultados obtidos foram utilizados para calcular o Ín-
dice de Amplitude (IA), proposto por Jamami et al. [13] com 
a fi nalidade de atenuar as diferentes dimensões de tórax e ab-
dome para a amostra estudada, através da seguinte fórmula:
Em que, INS = valor da cirtometria durante a inspiração 
máxima e EXP = valor da cirtometria durante a expiração 
máxima.
Os resultados obtidos foram agrupados em tabelas, em 
média e desvio-padrão e ilustrados em fi gura. Para análise es-
tatística dos dados, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) 
para mais de 2 situações pareadas. Quando foram constatadas 
diferenças, foi aplicado o teste de Duncan para diferenciar as 
situações ou grupos. Para avaliar as diferenças entre o sexo 
masculino com o feminino foi utilizado o teste t Student não 
pareado. Utilizou-se como nível de signifi cância p < 0,05.
Resultados
Na tabela I, onde estão apresentadas as características 
dos indivíduos quanto à idade, peso, altura e IMC, separados 
por sexo, foram constatadas diferenças signifi cativas dessas 
variáveis, com exceção da idade, entre o sexo masculino e 
feminino (73,3 ± 14,5 versus 54,2 ± 9,2 kg; 1,73 ± 0,2 versus 
1,60 ± 0,2 metros; e 23,1 ± 4,1 versus 20,1 ± 3,3 do IMC, 
respectivamente).
Os resultados em média e desvio padrão das amplitudes 
de movimento axilar, xifoidiano e abdominal, obtidas na ins-
piração e na expiração máxima, bem como a diferença entre 
a inspiração e a expiração, para o sexo masculino e feminino 
estão apresentados na tabela II.
Tabela II - Médias e desvios-padrão dos valores das amplitudes axilar, xifoidiano e abdominal na inspiração e expiração, bem como dos índices de am-
plitude (IA).
Amplitude Feminino Masculino
 Insp Exp IA Insp Exp IA
Axilar 85,6 ± 5,1 80,9 ± 5,2 4,7 ± 1,8 100,9 ± 6,8 95,7 ±7,3 5,1 ± 2,2
Xifoidiana 78,1 ± 5,2 74,6 ± 5,7 3,5 ± 1,4 93,0 ± 5,7 88,7 ± 6,5 4,3 ± 1,6
Abdominal 75,7 ± 6,8 76,1 ± 6,8 -0,4 ± 1,8 83,4 ± 8,5 84 ± 8,3 -0,7 ± 2,6
Insp: inspiração Exp: expiração IA: índice de amplitude 
Nas tabelas III (sexo masculino) e IV (sexo feminino) 
estão relacionadas às médias e desvios padrões dos índices 
de amplitude obtidos dos diferentes examinadores, onde se 
observou pela ANOVA que não houve diferença signifi cativa 
entre eles. 
Tabela III - Médias e desvios-padrão dos valores dos índices de ampli-
tude (IA) axilar, xifoidiano e abdominal no sexo masculino e resultados 
estatísticos entre os examinadores.
IA Examinador 1 Examinador 2 Examinador 3 ANOVA
Axilar 7,8 ± 3,6 8,3 ± 3,8 7,8 ± 4,3 NS
Xifoidiana 7,2 ± 2,9 7,2 ± 3,8 7,3 ± 2,9 NS
Abdominal -1,2 ± 4,7 -0,9 ± 5,2 -1,1 ± 4,9 NS
*Diferenças entre os examinadores (p<0,05), NS Não significativo.
Tabela IV - Médias e desvios-padrão dos valores dos índices de ampli-
tude (IA) axilar, xifoidiano e abdominal do sexo feminino e resultados 
estatísticos entre os diferentes examinadores.
IA Examinador 1 Examinador 2 Examinador 3 ANOVA
Axilar 8,4 ± 3,2 8,7 ± 3,4 8,5 ± 3,3 NS
Xifoidiana 7,0 ± 3,0 7,6 ± 3,1 7,1 ± 2,8 NS
Abdominal -0,9 ± 3,6 -1,2 ± 7,3 -0,9 ± 4,8 NS
*Diferenças entre os examinadores (p<0,05), NS Não significativo.
Os dados referentes aos índices de amplitude estão 
demonstrados na tabela V na qual pode ser observada dife-
rença signifi cativa para o sexo feminino quando comparado 
com o sexo masculino somente para o IAax (8,5 ± 0,1 versus 
8,0 ± 0,3 respectivamente), com p < 0,05. 
Fisioterapia_v7n1.indb 27Fisioterapia_v7n1.indb 27 1/2/2006 18:49:591/2/2006 18:49:59
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200628
Tabela V - Médias e desvios-padrão dos valores dos índices de amplitude 
axilar, xifoidiano e abdominal para o sexo masculino e feminino.
IA Feminino Masculino Teste t
Axilar 8,5 ± 0,1 8,0 ± 0,3 *
Xifoidiana 7,2 ± 0,2 7,3 ± 0,1 NS
Abdominal -0,89 ± 0,3 -1 ± 0,09 NS
*Diferenças entre os examinadores (p<0,05), NS Não signifi-
cativo.
Além disso, quanto ao comportamento da mobilidade 
tóraco-abdominal entre o sexo masculino e feminino, ilustra-
do na fi gura 1, pode-se constatar diferenças estatisticamente 
signifi cantes entre os IAax e IAxif quando comparados ao 
IAabd. Porém o IAax e o IAxif não foram diferentes entre 
si.
Figura 1 - Diferenças entre os Índices de amplitude axilar, xifoidiano e 
abdominal no sexo feminino e masculino. 
Discussão
A medida da amplitude dos movimentos tóraco-ab-
dominais tem sido utilizada como método de avaliação 
fi sioterapêutica da mobilidade e/ou amplitude, bem como 
da imobilidade ou rigidez torácica e abdominal, durante os 
movimentos respiratórios. 
Estudos têm propostos diferentes métodos de mensura-
ção das amplitudes tóraco-abdominais, porém muitos deles, 
não são acessíveis devido a seu alto custo e necessidade de 
avaliadores treinados para execução das medidas. O presente 
estudo abordou a cirtometria, que é um método bastante 
acessível, considerando seu baixo custo com a utilização de 
apenas uma fi ta métrica e a facilidade de realização.
Apesar da cirtometria ser um instrumento bastante uti-
lizado na prática clínica, não foram encontrados estudos sobre 
a padronização deste método, bem como da comprovação 
cientifi ca de sua confi abilidade enquanto método de avaliação, 
o qual pode estar sujeito a erros interindividuais. Além disso, 
carece de estudos avaliando a mobilidade tóraco-abdominal 
de uma população de jovens saudáveis. O presente estudo 
analisou a aplicação deste método em voluntários jovens de 
18 a 25 anos e saudáveis e a partir dos resultados, pode-se 
constatar que a medida de amplitude tóraco-abdominal por 
meio da cirtometria mostrou ser um método confi ável, uma 
vez que não foram encontradas diferenças entre os exami-
nadores. 
Além disso, pode-se constatar que em ambos os sexos 
houve maior mobilidade/expansibilidade da região axilar 
(padrão respiratório costal), e maior tendência do padrão 
respiratório apical no sexo feminino. McArdle et al. [15] con-
stataram que aproximadamente 70% da expansão pulmonar 
são devidos ao aumento antero-posterior e 30% são devidos 
ao movimento diafragmático, justifi cando a expansão redu-
zida do abdome em relação ao tórax nos indivíduos avaliados 
neste estudo. 
Diversos estudos têm utilizado a medida da amplitude
tóraco-abdominal por meio da cirtometria como um método 
avaliação da evolução clínica de pacientes submetidos a in-
tervenções na área de fi sioterapia respiratória. Sampaio [16] 
observou que o treinamento físico e muscular respiratório 
modifi cou o padrão respiratório de pacientes asmáticos e Ja-
mami et al. [12] e Silva [17] observaram que após programa de 
intervenção fi sioterapêutica na RP de pacientes com DPOC, 
houve uma melhora do padrão respiratório desses pacientes 
com aumento da expansibilidade tóraco-abdominal.
Outros estudos que utilizaram esta medida como método 
de avaliação também podem ser citados, realçando a grande 
utilidade e importância deste estudo na padronização do 
método. Costa et al. [8] estudaram que a obesidade leva a im-
portantes alterações da função pulmonar e que a reeducação 
funcional respiratória levou a aumentos dos IA. Garcia et al. 
[3] observaram que o treinamento muscular respiratório pro-
porcionou aumento das amplitudes de movimento do tórax 
em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Já Maciel et al. 
[4] relataram aumento da expansibilidade, após a aplicação 
de broncodilatador em pacientes com DPOC e Cardoso et 
al.[18] observaram reduções da expansibilidade do tórax em 
pacientes parkinsonianos, quando comparados com indi-
víduos não-parkinsonianos.
Conclusão
Finalizando, concluímos, por meio dos resultados ob-
tidos neste estudo, que a cirtometria tóraco-abdominal é 
um método simples, barato e confi ável de avaliação da mo-
bilidade/expansibilidade tóraco-abdominal e dos índices de 
amplitude axilar, xifoidiano e abdominal. Além disso, foi pos-
sível constatar que a cirtometria, quando realizada de forma 
padronizada, mostrou-se um método confi ável de avaliação 
Fisioterapia_v7n1.indb 28Fisioterapia_v7n1.indb 28 1/2/2006 18:50:001/2/2006 18:50:00
29Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
das amplitudes tóraco-abdominais de indivíduos saudáveis 
na faixa etária estudada, quando utilizada por diferentes exa-
minadores. No entanto, este estudo remete a necessidade de 
futuras pesquisas, sobre a efi cácia da cirtometria em relação 
a outros métodos de avaliação das amplitudes de movimento 
tóraco-abdominal, bem como em diferentes populações.
Referências
1. Silva EF, Guedes RP, Ribeiro EC. Estudo das repercussões das 
cirurgias abdominais sobre os músculos respiratórios. Fisioter 
Mov 2003;16(1):51-6.
2. Pires AC, Saporito WF, Grandini M, Oliveira AC, Zambon JP, 
Ávila MP. Avaliação da Disfunção Diafragmática no Pós-Op-
eratório de Cirurgia Cardíaca. Arq Med ABC 1999;22(1/2):13-
7. 
3. Garcia RCP, Costa D. Treinamento muscular respiratório em 
pós-operatório de cirurgia cardíaca eletiva. Rev Bras Fisioter 
2002;6(3):139-46.
4. Maciel SS, Paulo MQ, Souza CO, Silva LG, Tavares RR. Efei-
tos do broncodilatador do Acanthosperum hispidum DC, nos 
pacientes pulmonares obstrutivos crônicos (DPOC). Rev Bras 
Cienc Saúde 1997;1(1/3):23-30.
5. Aliverti A, Stevenson N, Dellaca RL, Lo Mauro A, Pedotti A, 
Calverley PM. Regional chest wall volumes during exercise in 
chronic obstructive pulmonary disease. Thorax 2004;59(3):210-
6.
6. Ringel ER, Loring SH, McFadden ER Jr, Ingram RH Jr. Chest 
wall confi gurational changes before and during acute obstructive 
episodes in asthma. Am Rev Respir Dis 1983;128(4):607-10.
7. Caromano FA, Durigon OFS, Landaburu C, Pardo MS. Es-
tudo comparativo de duas técnicas de avaliação da mobilidade 
torácica em mulheres jovens e idosas saudáveis. Fisioter Bras 
2003;4(5):348-52.
8. Costa D, Sampaio LMM, Pires Di Lorenzo VA, Jamami M, Da-
maso AR. Avaliação da força muscular respiratória e amplitudes 
torácicas e abdominais após RFR em indivíduos obesos. Latin 
American Journal of nursing 2003;11(6):156-60.
9. De Groote A, Wantier M, Cheron G, Estenne M, Paiva M. 
Chest wall motion during tidal breathing. J Appl Physiol 
1997;83(5):1531-7.
10. Manczur T, Greenough A, Hooper R, Allen K, Latham S, Price 
JF et al. Tidal breathing parameters in young children: compari-
son of measurement by respiratory inductance plethysmography 
to a facemask pneumotachograph system. Pediatr Pulmonol 
1999;28(6):436-41.
11. Martucci RC, Lopes JM, Jardim JRB Chest wall confi guration 
in normal subjects in the sit and supine positions breathing free 
and though a linear resistence. J Pneumol 1992;18(3):93-100.
12. Jamami M, Pires VA., Oishi J, Costa D. Efeitos da Interven-
ção Fisioterápica na Reabilitação Pulmonar de Pacientes com 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Rev Fisioter 
Univ São Paulo 1999;6(2):140-53.
13. Salomão PDN, Silva AL. Repercussões respiratórias funcionais 
da hernioplastia incisional abdominal longitudinal. Rev Col Bras 
Cir 1995;22(1):33-41.
14. Costa, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Ath-
eneu;1999.
15. Mcardle WD, Katch FI., Katch VL. Fisiologia do exercício. 
4ºed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.
16. Sampaio LMM. Adaptações Fisiológicas do Paciente Asmático 
ao Exercício Físico. [Dissertação] São Carlos SP: Universidade 
Federal de São Carlos; 2002.
17. Silva AB. Efeitos da suplementação de L-carnitina em pacientes 
com DPOC submetidos a um programa de Reabilitação Pul-
monar. [Dissertação] São Carlos: Universidade Federal de São 
Carlos; 2002.154p.
18. Cardoso RX, Pereira JS. Análise da função respiratória na doença 
de Parkinson. Arq Neuro-Psiquiatr 2002;60(1):91-5.
Fisioterapia_v7n1.indb 29Fisioterapia_v7n1.indb 29 1/2/2006 18:50:011/2/2006 18:50:01
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200630
Análise da amplitude de movimento do ombro 
de mulheres mastectomizadas submetidas a um 
programa de exercícios e alongamentos musculares
Motion range analysis of shoulder in women with mastectomy 
after exercises and stretching program
Ana Cristina da Nóbrega Marinho*, Alexsandro Alcantara de Macedo**
*Professora Visitante da Universidade Estadual da Paraíba, Doutoranda em Ciências da Saúde pela UFRN, 
**Graduado no Curso de Fisioterapia pela UEPB, Pós Graduado em Recursos Cinesioterapêuticos pela UFPB
Resumo
A retirada da mama tende a desencadear muitos problemas 
subseqüentes à cirurgia. Diante disso, este trabalho teve como 
obje tivo analisar a amplitude de movimento do ombro de mulheres 
mastectomizadas, antes e após a prática de um programa cinesiotera-
pêutico. Participaram deste estudo 10 mulheres que fazem parte do 
serviço de fi sioterapia da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), 
da cidade de Campina Grande-PB. O programa foi realizado no 
período de Outubro a Dezembro de 2004, com freqüência de 2 
vezes por semana, num total de 16 sessões. Os dados apontaram 
que todas as pacientes apresentaram diminuição da amplitude de 
movimentos antes da realização do programa cinesioterapêutico, 
para os movimentos de fl exão e abdução, e que após a realização 
do mesmo, os movimentos de fl exão e abdução apresentaram 
melhora na amplitude de movimento em 100% das pacientes. Para 
o movimento de fl exão, 80% das pacientes passaram a apresentar 
uma diferença de 0-10° e, para o movimento de abdução, 90% 
também apresentaram uma diferença em relação ao lado contra-
lateral à cirurgia, de 0-10°, aprovando a importância e efi cácia de 
um programa de exercícios e alongamentos, que vem melhorar a 
qualidade de vida da paciente mastectomizada.
Palavras-chave: câncer de mama, mastectomia, amplitude de 
movimento, cinesioterapia.
Artigo original
Abstract
The breast withdrawal causes many subsequent problems to 
the surgery. Ahead of this, the aim of this study was to analyze 
the range of motion of women shoulder with mastectomy, before 
and after a physical therapy program. Ten women participated 
to this study which are part of the service of Physical Therapy 
of the Assistencial Foundation of the Paraíba (FAP), of the
city 
of Campina Grande-PB. The program was carried through the 
period of 2004 october to december, twice a week, with a total of 
sixteen sessions. The data pointed out that all the patients presented 
reduction of the motion range before the physical therapy program, 
for the movements of fl exion and abduction, and after the program, 
the flexion abduction movements improved in 100% of the 
patients. To the fl exion movement, 80% of the patients presented 
a difference of 0-10° and for the movement of abduction, 90% also 
the surgery presented a difference in relation to the other side, of 
0-10°, approving the importance and effectiveness of a program 
of exercises and stretching, that comes to improve the quality of 
life of the patient with mastectomy.
Key-words: breast cancer, mastectomy, range motion, 
kinesitherapy.
Artigo recebido em 30 de março de 2005; aceito em 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Ana Cristina da Nóbrega Marinho, rua Adiel Valdivino, 102 Centenário 58108-025 Campina Grande PB, Tel: (83) 
3211135, E-mail: anacrnm@hotmail.com
Fisioterapia_v7n1.indb 30Fisioterapia_v7n1.indb 30 1/2/2006 18:50:021/2/2006 18:50:02
31Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Introdução
O câncer de mama representa, hoje, a primeira causa de 
morte de câncer entre as mulheres brasileiras. No Brasil, há 
a tendência de aumento do número de morte pela doença 
em mulheres com idade inferior a 49 anos. Estimativas do 
INCA (Instituto Nacional de Câncer) indicam que são espe-
rados cerca de 30.000 casos novos e 7.000 mortes por ano 
no país, sendo que nos últimos 20 anos houve um aumento 
da incidência de 68% [1].
De acordo com Gomes e Gomes [2], esta é a forma mais 
freqüente de câncer entre mulheres com idade superior a 
40 anos e, segundo as estatísticas, sua incidência aumenta a 
cada ano, principalmente nos países em desenvolvimento. 
Apesar dos avanços no tratamento, a retirada da mama, ou 
mastectomia, continua sendo empregada em muitos casos. 
Este procedimento cirúrgico visa, além da prevenção da dis-
seminação da doença, um melhor índice de sobrevida destas 
pacientes. Contudo, a ablação desta parte do corpo pode 
trazer danos psicológicos, sociais e complicações que afetam 
o bem-estar e auto-estima da mulher. 
O sucesso nos resultados do tratamento de câncer de 
mama pode ser obtido por diversas formas terapêuticas como 
a cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia, 
desses a cirurgia continua sendo o principal recurso terapêu-
tico para desempenhar a função de controle locorregional da 
doença, prevenindo a sua disseminação [3].
Os tratamentos do câncer de mama vêm sofrendo sig-
nifi cativas mudanças, como técnicas mais conservadoras, 
estéticas e menos agressivas e mutiladoras. As cirurgias de 
mama levam a alterações funcionais, sociais e psicológicas na 
paciente, modifi cando sua auto-estima. Portanto, a reabilita-
ção funcional não só se faz necessária, como é fundamental 
[4].
Segundo Kisner e Colby [5], as alterações na amplitude 
articular do ombro do lado envolvido surgem como uma 
das seqüelas de grande incidência neste grupo, além da dor, 
linfedema e aderências na parede torácica, e infl uenciam e 
interferem na vida diária e na qualidade de vida da mulher 
mastectomizada.
Portanto, é de suma importância que o fi sioterapeuta 
que irá lidar com casos de mulheres que foram submetidas 
a mastectomia, tenha consciência das modifi cações que esse 
tipo de cirurgia irá causar nessas mulheres, e de como estas 
poderão interferir na qualidade de vida das mesmas.
A fisioterapia, utilizando recursos específicos (físicos e 
naturais), desempenha um papel fundamental nesta nova 
etapa da vida da paciente, por representar um conjunto 
de possibilidades terapêuticas físicas suscetível de inter-
vir desde a recuperação funcional da cintura escapular 
e membros superiores até a profilaxia de complicações 
como a retração, aderência cicatricial, fibrose, linfedema, 
que são responsáveis pela dificuldade da paciente em 
realizar suas AVDs. 
Material e métodos
Marconi e Lakatos [6] referem que a pesquisa é uma 
atividade voltada para a solução de problemas, através do 
emprego de processos científi cos. A pesquisa parte de uma 
dúvida ou problema e, com o uso do método científi co, busca 
uma solução ou resposta. Tomando por base esses conceitos, 
realizamos esta investigação do tipo descritiva, analítica, de 
caráter exploratório com abordagem qualiquantitativa.
De acordo com a fi nalidade deste estudo, pode-se dizer 
que esta pesquisa é de caráter exploratório com abordagem 
qualiquantitativa, pois tem como objetivo proporcionar maior 
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explí-
cito ou a constituir hipóteses [7]. Também pode ser dita como 
uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo primordial a 
descrição das características de determinada população ou fenô-
meno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Participaram da população de estudo 10 pacientes mas-
tectomizadas que fazem parte do serviço de fi sioterapia 
da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), da cidade de 
Campina Grande-PB.
Para traçar o perfi l do grupo, as informações foram coletadas 
a partir da utilização de um questionário, por meio da técnica de 
entrevista semi-estruturada e de conteúdo não-disfarçado, com 
perguntas fechadas. Para análise da amplitude de movimento, 
foi utilizado um goniômetro simples, que serviu como fonte de 
registro e quantifi cação das eventuais alterações na amplitude de 
movimento do ombro homolateral, posteriormente à cirurgia, 
antes e após o programa cinesioterapêutico proposto.
Inicialmente foi realizada a seleção dos indivíduos que assi-
naram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, caso con-
cordassem com os requisitos da pesquisa. Após a formação do 
grupo, primeiro foi aplicado um questionário contendo questões 
relacionadas ao perfi l do grupo e foi feita uma avaliação da 
amplitude de movimento do ombro, com a utilização do goniô-
metro. Na segunda fase da pesquisa, foi elaborado e aplicado 
um protocolo de tratamento cinesioterapêutico (com exercícios 
e alongamentos musculares), voltados pra ganho de amplitude 
articular do ombro (Anexo 1). O programa foi realizado em 
grupo, durante os meses de outubro a dezembro, num total de 
16 sessões, sendo 2 vazes por semana, 30 minutos por sessão. 
Em uma terceira fase, todas as pacientes foram submetidas a 
uma nova avaliação e os foram dados analisados e comparados 
com os obtidos antes da realização das 16 sessões. 
Para coleta dos dados necessários, foram adotados os 
princípios éticos da privacidade e do anonimato necessários 
à pesquisa envolvendo seres humanos, dispostos na resolução 
196/96 do Conselho Nacional da Saúde [8], que visa assegu-
rar aos participantes da pesquisa, informações, anonimato, 
privacidade e o livre consentimento.
Os dados foram transportados para planilhas e armazena-
das no programa Software Excel, distribuídos e avaliados 
através das freqüências absolutas e relativas e apresentados 
sob forma de tabelas e quadros. 
Fisioterapia_v7n1.indb 31Fisioterapia_v7n1.indb 31 1/2/2006 18:50:021/2/2006 18:50:02
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200632
Resultados
Aqui serão apresentados e, simultaneamente analisados, os 
dados desta pesquisa na seguinte seqüência: características só-
cio-econômico-demográfi cas das pacientes; tipos de cirurgia; 
fatores de risco; tratamentos complementares; diferença do 
grau de amplitude de movimento do ombro homolateral com 
o contra-lateral à cirurgia.
Características sócio-econômico-demográficas
Tabela I - Distribuição percentual das características sócio-econômico-
demográfi cas das pacientes com diminuição da amplitude de movimento do
ombro, que foram submetidas a mastectomia.
Idade f %
30-40 1 10
41-50 2 20
51-60 2 10
+ 60 5 50
Estado civil
Solteira 5 50
Casadas 4 40
Viúvas 1 10
Grau de instrução
Sem instrução 4 40
Ensino Fundamental 5 50
Ensino Médio 1 10
Profissão 
Dona de casa 6 60
Costureira 1 10
Agente administrativo 1 10
Agricultora 2 20
Renda 
1-3 SM 10 100
Procedencia
Campina Grande 4 40
Outras cidades da Paraíba 6 50
Outro estado 0,0 0,0
Cor 
Branca 9 90
Negra 1 10
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, f- Freqüência absoluta (número de pacientes)
De acordo com a Tabela I, observa-se que a maioria das pa-
cientes estudadas tinha idade superior a 60 anos (50%). Segundo 
Leal [9], a incidência de câncer de mama aumenta com a idade, 
isso porque o envelhecimento desencadeia mudanças celulares 
que elevam a sua suscetibilidade a transformação maligna, além 
do fato das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo 
aos diferentes fatores de risco preditores do câncer.
Com relação ao grau de escolaridade observa-se que 
apenas uma paciente (10%) concluiu o ensino médio. Por 
essas mulheres terem baixa instrução de ensino, geralmente 
recebem poucas informações e tendem a sofrer de proble-
mas de saúde, dentre estes destaca-se o câncer de mama. 
Vale ressaltar que muitas não tinham o conhecimento sobre 
a percepção dos benefícios e barreiras a respeito da prática 
do auto-exame, além de existirem também preconceitos e 
timidez de algumas mulheres no que se refere à realização 
de visitas médicas, aumentando as chances de aparecimento 
da doença e difi cultando seu possível tratamento.
Verifi ca-se, quanto à profi ssão, que a maioria das pacientes 
estudadas referia ser dona de casa (60%). Dados semelhantes 
a esses foram encontrados no estudo de Davim et al. [10], que 
observaram que, dentre as 109 mulheres por ele pesquisadas, 
66% referiram ser donas de casa.
De acordo com a Tabela I, das 10 mulheres entrevistadas, 
4 (40%) residiam na cidade de Campina Grande e 6 (60%) 
residiam em outras cidades da Paraíba. Este fato reside na 
idéia de que Campina Grande é uma cidade pólo para trata-
mento de saúde de pessoas vindas de outras localidades da 
Paraíba. Pode-se ressaltar que todas as pacientes entrevistadas 
tinham renda familiar mensal entre 1 e 3 salários mínimos 
(100%). Marinho et al. [11] encontraram dados, em seu estudo, 
referentes à baixa renda familiar (67,1%). É possível que esses 
resultados estejam relacionados à situação demográfi ca das 
usuárias, uma vez que o maior contingente de entrevistadas 
tem baixa renda familiar, baixo nível educacional e são pro-
venientes de outras cidades, como foi citado anteriormente. 
Pessoas em condições sócio-econômicas desfavoráveis têm 
maior difi culdade de acesso ao sistema de saúde e, conse-
qüentemente, estão expostas ao diagnóstico tardio de varias 
doenças, inclusive o câncer de mama.
Pode-se, ainda, identifi car que há uma maior prevalência 
nas mulheres de cor branca (90%), visto que só uma (10%) 
mulher de raça negra participou desta pesquisa. Estes dados 
semelhantes também foram encontrados nos estudos de 
Panobianco e Mamede [12], os quais observaram que, das 17 
mulheres submetidas à cirurgia de mama por câncer, 16 delas 
(94,1%) eram brancas e uma da raça negra (5,9%). 
Tipo de cirurgia realizada
De acordo com a Tabela II pode-se verifi car que a maioria 
(6-60%) das pacientes mastectomizadas que fi zeram parte 
do presente estudo foi submetida a mastectomia radical 
modifi cada do tipo Madden. Segundo Schwartz et al. [13], 
este tipo de cirurgia é indicado nos tumores de até 3,0 cm, e 
consiste na remoção da glândula mamária, com preservação 
dos músculos peitoral maior e menor, além do esvaziamento 
axilar nos três níveis e linfonodos interpeitorais. Estudos 
realizados por Orikassa e Brito [14] encontraram dados con-
traditórios, onde a maioria (40%) das pacientes foi submetida 
a mastectomia radical simples, seguida de 32% das pacientes 
que se submeteram a mastectomia radical modifi cada do 
tipo Madden. Os primeiros procedimentos cirúrgicos em 
oncologia mamária, descritos por Halsted, são amplos e mu-
Fisioterapia_v7n1.indb 32Fisioterapia_v7n1.indb 32 1/2/2006 18:50:031/2/2006 18:50:03
33Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
tiladores e, apesar das perspectivas de cura, muitas vezes não 
são os mais justifi cáveis pelas seqüelas psicofísicas deixadas. 
Segundo Chaves [15] e Goffi [16] além do melhor resultado 
estético, a sobrevida das pacientes submetidas às cirurgias 
conservadoras, combinadas com as terapêuticas complemen-
tares, tem-se mostrado equânime e funcionalmente superior 
nos casos potencialmente curáveis, sobretudo nos estágios 
iniciais da doença, quando comparadas à sobrevida daquelas 
submetidas ao tratamento radical. Porém, é importante reali-
zar uma seleção criteriosa do fator de segurança ao se optar 
por uma dessas técnicas.
Tabela II - Distribuição percentual por tipo de cirurgia das pacientes 
mastectomizadas.
Tipo de Cirurgia realizada f %
Mastectomia radical Modificada a Patey 1 10
Mastectomia radical Halsted 2 20
Mastectomia radical Modificada a Madden 6 60
Quadrantectomia 1 10
Total 10 100
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, f- Freqüência absoluta (número de pacientes)
Tempo de cirurgia
Tabela III - Distribuição percentual por tempo de cirurgia das pacientes 
mastectomizadas.
Tempo de cirurgia f %
0-2 7 70
3-5 3 30
+6 0 0
Total 10 100
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, f- Freqüência absoluta (número de pacientes)
No que se refere ao tempo de cirurgia, a maioria das 
pacientes estudas (7-70%) encontrava-se no primeiro ao 
segundo ano de pós-operatório e 3 (30%) estavam no ter-
ceiro ao quinto ano. Para Prado [17], esses períodos são de 
grande importância para o enfrentamento das difi culdades 
decorrentes do procedimento cirúrgico, pois é no decorrer 
deles que as mulheres encontram maior difi culdade para 
alcançar toda a amplitude de movimento do braço do lado 
operado, como também para incorporar procedimentos de 
autocuidado, prevenção de bloqueio articular e alterações 
posturais.
Fatores de risco
Observa-se, no quadro I, que 5 pacientes (50%) tinham 
história de câncer de mama na família, e 5 (50%) fi zeram 
uso de pílulas anticoncepcionais. De acordo com Leal [9], o 
histórico familiar é evidente. Alguns autores demonstram que 
irmãs e fi lhas de mulheres com câncer de mama apresentam 
um risco 3 vezes maior de desenvolver esta patologia, e um 
risco 5 vezes maior quando as pacientes apresentam doença 
bilateral. Por fi m, um risco superior a 50 vezes em relação às 
irmãs de pacien tes com câncer da mama cujas mães também 
eram afetadas. Isso denota a infl uência do fator hereditário 
prognosticador da neoplasia, confi rmado pelo resultado da 
tabela. 
Quadro I - Distribuição percentual por fatores de risco das pacientes 
mastectomizadas.
Fatores de risco f %
Etilismo 0,0 0,0
Tabagismo 2 20
Uso anticoncepcional 5 50
Câncer de mama na família 5 50
Obesidade 1 10
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, f- Freqüência absoluta (número de pacientes)
Com relação ao papel dos anticoncepcionais no desen-
volvimento dos tumores malignos da glândula mamária, 
há opiniões divergentes. Porém, estudos mais recentes têm 
mostrado que o uso prolongado de anticoncepcionais orais 
em pacientes que apresentaram a primeira gestação muito 
cedo, e que tiveram uma menarca um tanto precoce, em pa-
cientes com ciclos onovulatórios do tipo hiperrestrogênico e 
em mulheres na pré-menopausa que fazem uso prolongado 
da pílula, coloca estas pacientes no grupo de alto risco para 
o desenvolvimento do câncer de mama.
Tratamentos complementares
Quadro II - Distribuição percentual por tratamentos complementares 
das pacientes mastectomizadas.
Tratamentos complementares f %
Quimioterapia 9 90
Radioterapia
9 90
Não fez tratamento 1 10
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, f- Freqüência absoluta (número de pacientes)
O Quadro II mostra o percentual dos tratamentos com-
plementares realizados pelos indivíduos do grupo estudado. 
Nove pacientes (90%) foram submetidas a tratamento de 
quimioterapia e radioterapia. Estudos de Panobianco e Ma-
mede [12] estão em sintonia com dados obtidos no presente 
estudo, visto que, das 17 mulheres estudadas em sua pesquisa, 
14 (82,3%) também foram submetidas a esses tipos de trata-
mentos complementares.
De acordo com Magalhães, Erlich e Erlich [18], grandes 
passos foram dados no sentido terapêutico, como a quimiote-
rapia adjuvante, que aumenta a sobrevida livre da doença, 
sendo que em alguns casos pode-se falar até mesmo em cura; 
Fisioterapia_v7n1.indb 33Fisioterapia_v7n1.indb 33 1/2/2006 18:50:041/2/2006 18:50:04
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200634
a quimioterapia neoadjuvante aumenta em cerca de 20% as 
chances de sobrevida livre da doença por 5 anos nos estágios 
iniciais e dobra na doença localmente avançada.
Segundo Magalhães, Erlich e Erlich [18], a radioterapia 
representa uma arma importante no combate ao câncer, por 
que ela possui grande capacidade de destruir células malignas 
remanescentes no leito tumoral com alta efi cácia. Schlwartz 
et al. [13] relatam que a adição da radioterapia no tratamento 
do câncer tem reduzido signifi cativamente a incidência de 
recidiva locorregional, potencializando a sobrevida e a quali-
dade de vida dessas mulheres.
Porém, a radiação pode causar fi brose no cavo axilar, 
destruindo os linfáticos e contribui para o acúmulo de 
linfa no membro homolateral. A mobilidade da articulação 
glenoumeral pode ser podada pelo peso do membro linfede-
matoso e também pela fraqueza pós-operatória dos músculos 
da cintura escapular [5].
Diferença de grau de amplitude de movi-
mento antes do programa cinesioterapêutico.
Tabela IV - Distribuição percentual por diferença de grau de amplitude 
de movimento, do ombro homolateral em reação ao contra-lateral à cirurgia, 
antes do programa cinesioterapêutico.
Diferença em Movimentos analisados
graus da ADM
 Flexão Extensão Abdução
 f % f % f %
0 |—| 10° 5 50 10 100 9 90
11° |—| 20° 3 30 0 0 1 10
21° |—| 30° 1 10 0 0 0 0
31° |—| 50° 1 10 0 0 0 0
Total 10 100 10 100 10 100
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, ADM: Amplitude de movimento, f- Freqüência 
absoluta (número de pacientes)
De acordo com a Tabela IV, para o movimento de fl exão, 
5 (50%) pacientes apresentaram uma diferença entre 0 e 
10°, 3 (30%) de 11° a 20°, 1 (10%) de 21° a 30°, e apenas 
1 (10%) apresentou diferença de 31° a 50°, isso sempre em 
comparação ao lado contra-lateral à cirurgia. Esses dados 
estão em consonância com os resultados do estudo feito 
no departamento de cirurgia do Hospital St. Elizabeth, na 
Holanda, onde, das 148 pacientes mastectomizadas, 12% 
apresentaram uma diferença de mais de 20° na fl exão do 
ombro homolateral à cirurgia, em comparação com o lado 
contra-lateral [19].
Baraúna et al. [19] avaliaram a morbidez e a limitação da 
amplitude de movimento, onde foi comprovada a diminui-
ção da fl exão do ombro envolvido em 4% das pacientes 
mastectomizadas.
Em relação ao movimento de extensão, verifi ca-se na 
Tabela IV que 10 (100%) pacientes envolvidas na pesquisa 
apresentaram diminuição entre 0° e 10°, isso implica dizer 
a extensão foi o movimento que sofreu menor diminuição 
após a retirada da mama.
Para o movimento de abdução, a Tabela IV mostra que 
9 (90%) pacientes apresentaram uma diferença de 0° a 10° 
e apenas 1 (10%) apresentou diminuição de 11° a 20°, em 
comparação com o ombro contra-lateral à cirurgia.
Ainda analisando a Tabela IV, percebe-se que todas as 
pacientes avaliadas antes do programa cinesioterapêutico pro-
posto na pesquisa apresentaram diminuição da amplitude de 
movimento do ombro homolateral à cirurgia, para os movi-
mentos de fl exão, extensão, abdução, sendo que houve uma 
diminuição mais signifi cativa para o movimento de fl exão. 
Comparando os dados da Tabela IV com os dados da 
tabela III, observa-se que ocorreu diminuição na amplitude de 
movimento do ombro envolvido na cirurgia, mesmo estando 
as pacientes em um pós-operatório bastante tardio (3 a 5). 
Esses dados confrontam com os resultados encontrados em 
um estudo feito pelo Hospital Universitário de St. Vincent, 
em Dublin, na Irlanda, onde foi verifi cado, através do goniô-
metro, que as pacientes mastectomizadas estudadas por eles 
apresentaram diminuição da amplitude de movimento do 
ombro envolvido, notadamente na primeira semana após a 
cirurgia, com retorno ao normal em até 6 meses. Porém, os 
dados do presente estudo corroboram com um estudo mais 
recente feito no Ambulatório de Mastologia do Departa-
mento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal 
de Uberlândia, no qual, com utilização da biofotogrametria 
computadorizada, verifi cou-se que a amplitude de movimento 
do ombro envolvido fi cou comprometida mesmo após 6 
meses de cirurgia [19].
Estes dados sugerem que o profi ssional de fi sioterapia 
deve estar inserido dentro da equipe de profi ssionais que 
tratam essas pacientes, e que o acompanhamento deve ser 
feito não apenas no pós-operatório imediato, e sim até mesmo 
após 6 meses de cirurgia.
Diferença de grau de amplitude de movi-
mento após o programa cinesioterapêutico.
A Tabela V mostra que, depois de executado o programa 
cinesioterapêutico proposto, todas as pacientes tiveram ganho 
de amplitude de movimento para o movimento de fl exão, 
80% das pacientes apresentaram uma diferença de 0° a 10º 
no ombro homolateral em relação ao ombro contra-lateral 
à cirurgia, ou seja, antes, 5 pacientes apresentaram essa dife-
rença e após o término do programa esse número aumentou 
para 8. Quanto ao movimento de extensão, não ocorreu 
alteração signifi cativa após as 16 sessões, em comparação ao 
início do programa cinesioterapêutico. Já para o movimento 
abdução ocorreu ganho de amplitude após as 16 sessões 
(100% das pacientes passaram a apresentar uma diminuição 
entre 0 a 10°, comparando o ombro envolvido e o ombro 
contra-lateral à cirurgia).
Fisioterapia_v7n1.indb 34Fisioterapia_v7n1.indb 34 1/2/2006 18:50:051/2/2006 18:50:05
35Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Tabela V - Distribuição percentual por diferença de grau de amplitude de 
movimento, do ombro homolateral em relação ao contra-lateral à cirurgia, 
após o programa cinesioterapêutico.
Dif. graus ADM Movimentos analisados
 Flexão Extensão Abdução
 f % f % f %
0 |—| 10° 8 80 10 100 10 100
11° |—| 20° 1 10 0 0 0 10
21° |—| 30° 1 10 0 0 0 0
31° |—| 50° 0 0 0 0 0 0
Total 10 100 10 100 10 100
Fonte: pesquisa de campo/ FAP/, ADM: Amplitude de movimento, f- Freqüência 
absoluta (número de pacientes)
Em um estudo realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas 
Oncológicas (CEPON), onde foi utilizado também o goniômetro 
para análise da amplitude do ombro, foram encontrados dados 
semelhantes ao presente estudo. Para o movimento de fl exão e 
abdução, após 10 sessões de fi sioterapia, em 4 sessões, as pacientes 
recuperaram 80% da função do ombro envolvido [20].
Conclusão
Estes dados sugerem que o profi ssional de fi sioterapia 
deve estar inserido na equipe de profi ssionais que tratam 
essas pacientes, e que o acompanhamento deve ser feito não 
apenas no pós-operatório imediato, e sim até mesmo após 
6 meses de cirurgia.
De acordo com dados literários, todas as pacientes 
mastectomizadas sofrem complicações no pós-cirúrgico 
imediato e tardio e, caso não sejam tratadas, há um retardo 
na recuperação, difi cultando o retorno às atividades de vida 
diária. A diminuição da amplitude de movimento é uma 
destas complicações, e geralmente só é tratada por
meio 
de procedimentos fi sioterapêuticos, em especial através da 
prática de exercícios e alongamentos.
Referências
1. Lopes ER, Abreu E, Mello RC. Câncer. INCA – Ministério da Saúde. 
[citado 2004 jul 23]. Disponível em: URL: http://www.inca.org.br
2. Gomes ALRR, Gomes CC. Epidemiologia. In: Chaves IG, et al. 
Mastologia: aspectos multidisciplinares. Rio de Janeiro: Medsi; 
1999. p. 93-107.
3. Serravalle N. Fisioterapia em mastectomizadas. [citado 2004 set 07]. 
Disponível em: URL: http://www.ufpe.br/fi sioterapia/mastec. 
4. Câncer de mama. [citado 2004 nov 29]. Disponível em: URL: 
http://www.cancerdemama.com.br 
5. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e 
técnicas. 3a ed. São Paulo: Manole; 1998.
6. Marconi MA, Lakatos EM. Metodologia científi ca. 3a ed. São 
Paulo: Atlas; 2000. 
7. Gil AC. Métodos e técnicas da pesquisa social. 2a ed. São Paulo: 
Atlas; 1989. 
8. Brasil, Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Dir-
etrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres 
humanos. Resolução 196/96. [citado 2003 mar 10]. Disponível 
em: URL: http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/res19696.htm. 
9. Leal CS. Diagnóstico clínico do câncer de mama. In: Chaves E. 
Câncer de mama – diagnóstico, tratamento e prognóstico. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.
10. Davim RMB et al. Auto-exame de mama: conhecimento de 
usuárias atendidas no ambulatório de uma maternidade escola. 
Rev Latinoam Enfermagem 2003;11(1).
11. Marinho LAB, Costa-Gurgel MS, Cecatti JG et al. Conheci-
mento, atitude e prática do auto-exame das mamas em centros 
de saúde. Rev Saúde Pública 2003;37(5). 
12. Panobianco MS, Mamede MV. Complicações e intercorrências 
associadas ao edema de braço nos três primeiros meses pós 
mastectomia. Rev Latinoam Enfermagem 2002;10(4).
13. Schwartz SI et al. Princípios de cirurgia. 6a ed. Rio de Janeiro; 
1996. 
14. Orikassa RM, Brito MAP. A ação da fi sioterapia em pacientes 
em pós-operatório de mastectomia prevenindo as complicações 
[monografi a]. Jaú: Faculdades Adamantinenses Integradas; 2003.
15. Chaves E. Câncer de mama – diagnóstico, tratamento e prog-
nóstico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.
16. Goffi FS. Bases anatômicas, fi siopatológicas e técnicas da 
cirurgia. 4a ed. São Paulo: Atheneu; 1996.
17. Prado MA. A prática da atividade física em mulheres submetidas 
à cirurgia de câncer de mama: percepção de barreiras e benefí-
cios. [citado 2004 nov 29]. Disponível em: URL: http://www.
scielo.php.br
18. Magalhães MAF, Erlich DH, Erlich R. Quimioterapia citotóxica no 
câncer de mama. In: Chaves E. Câncer de mama – diagnóstico, trata-
mento e prognóstico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.
19. Baraúna MA, et al. Avaliação da amplitude de movimento do 
ombro em mulheres mastectomizadas pela biofotogrametria 
computadorizada. Rev Bras Cancerol 2003;50(1). 
20. Dias M. Recuperação funcional de membro superior em paci-
entes pós mastectomia radical modifi cada. [citado 2004 jan 12]. 
Disponível em: URL: http://www.udesc.br/cefi d/pos/fi siote-
rapia/mirella.htm
Anexo 1
Programa cinesioterapêutico adaptado de Camargo e Marx 
1- Flexão anterior do braço;
2- Abdução do braço;
3- Extensão do braço;
4- Rotação interna e externa dos ombros;
5- Elevação simultânea e relaxamento dos ombros;
6- Inclinação da cabeça;
7- Elevação alternada dos ombros;
8- Mãos apoiadas sobre o queixo, abertura dos cotovelos o 
máximo possível e abaixá-los até tocarem entre si;
9- Mãos apoiadas sobre o queixo, cotovelos abertos, colocar 
as mãos sobre a cabeça e a partir daí elevação dos ombros;
10- Extensão total dos braços, depois apoiar mãos sobre a 
cabeça e inclinar os braços alternadamente;
11- Mão sobre a cabeça, elevar lentamente até extensão total 
do braço;
12- Mãos apoiadas por trás da nuca, cotovelos abertos, em 
seguida fechá-los e abri-los;
13- Inclinação do tronco, abdução do braço, com as mãos 
entrelaçadas;
14- Flexão anterior total dos braços, com inclinações laterais 
(usar bastão).
Fisioterapia_v7n1.indb 35Fisioterapia_v7n1.indb 35 1/2/2006 18:50:061/2/2006 18:50:06
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200636
Comparação dos lasers diodo 904 nm e 670 nm 
na viabilidade do retalho cutâneo randômico 
isquêmico em ratos
Comparison of the 904 nm and 670 nm diode lasers 
in the viability of random skin fl ap
Lívia Ribeiro de Assis*, Alexandre Marcio Marcolino*, Carlos Eduardo Pinfi ldi M.Sc.**, Rodrigo Paschoal Prado M.Sc.**, 
Fábio Lourencin, M.Sc***, Lydia Masako Ferreira, D.Sc. **** 
*Graduado em Fisioterapia pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva IMES-FAFICA, **Docente do IMES-FAFICA, 
Professor da Pós-Graduação Latu Sensu de Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica, Universidade de São Marco, Instituto 
Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte - Webtvinterativa, ***Docente da Universidade Paulista, campus de São José de Rio 
Preto, ****Professora Titular da Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM e Coordenadora do Pro-
grama de Pós-Graduação em Cirurgia Plástica Reparadora da UNIFESP - EPM
Resumo
O presente estudo teve como objetivo comparar a efi cácia do 
laser diodo (904 nm) e do laser diodo (670 nm) na viabilidade do 
retalho cutâneo randômico em ratos. Este se constituiu de 36 ratos 
da linhagem Wistar, distribuídos ao acaso em 3 grupos de 12 animais 
cada. O retalho cutâneo randômico foi realizado com as medidas de 
10 x 4 cm, com uma barreira plástica interposta entre o mesmo e o 
leito doador. O Grupo 1 (controle) foi submetido a uma simulação 
de tratamento de radiação. O Grupo 2 submeteu-se a radiação do 
laser diodo (904 nm). O Grupo 3 recebeu a radiação laser diodo 
(670 nm). Foi utilizada a técnica pontual com contato, em um ponto 
localizado a 2,5 cm da base cranial do retalho com densidade de 
energia de 16 J/cm2 imediatamente após a operação e nos 4 dias 
subseqüentes. As porcentagens da área de necrose de todos os 
grupos foram avaliadas no 7 dia pós-operatório com o método de 
Gabarito de papel. Obtivemos como resultado no Grupo 1 média 
de área de necrose de 48 %; o Grupo 2 - 37 % e o Grupo 3 - 27 %. 
Após a análise estatística, os resultados mostraram que os grupos 
experimentais obtiveram valores estatisticamente signifi cativas em 
comparação ao grupo controle e que, o Grupo 3 apresentou uma 
menor área de necrose (p < 0,001). Concluímos que a radiação 
laser diodo foi efi caz no aumento da viabilidade do retalho cutâneo 
randômico em ratos sendo que a radiação laser diodo 670 nm (G3) 
foi a mais efi caz no aumento da viabilidade do retalho cutâneo 
randômico em ratos comparado ao grupo 1 e grupo 2.
Palavras-chave: terapia a laser de baixa intensidade, retalho 
cirúrgico, necrose, ratos.
Artigo original
Abstract
The aim of this study was to compare the role of AsGa (904 nm) 
diode laser irradiation and GaAlAs (670 nm) diode laser irradiation 
in the viability of random skin fl ap in rats. Were used 36 Wistar 
rats, weighed and randomly divided in 3 groups with 12 rats in each 
group. The random skin fl ap was performed measuring of 10 x 4 
cm, with a plastic sheet interposed between the fl ap and the donor 
site. The Group 1 (control) underwent sham irradiation. Group 2 
was submitted to diode laser (AsGa) irradiation and Group 3 was 
submitted to diode laser (GaAlAs) irradiation. The laser irradiation 
was used with the punctual contact technique with target tissue on 
a point at 2,5 cm cranial from the fl ap base immediately after the 
surgery and for the four subsequent days, and the energy density 
was 16 J/cm2. The percentage of necrotic area of the three groups 
was calculated at the seventh postoperative day through a paper 
template method. Results: The Group 1 obtained the average 
necrotic area of 48%, the Group 2 - 37
% and the Group 3 - 27 %. 
After the ANOVA test, the results showed that all experimental 
groups obtained values statistically signifi cant compared to the 
control group, and the group 3 was the best group compared all 
groups of this study (p < 0,001). Conclusion: The laser irradiation 
was effi cient in increasing random skin fl ap viability in rats and the 
diode laser irradiation GaAlAs (group 3) was the most effi cient in 
increasing random skin fl ap viability in rats compared to the group 
1 and the group 2.
Key-words: laser therapy low level, skin fl ap, necrosis, rats. 
Recebido 3 de maio de 2005; aceito 10 de janeiro de 2006.
Endereços para correspondência: Rodrigo Paschoal Prado, rua Rio Grande do Sul, 801 Higienópolis 15804-040 Catanduva SP, Tel: (17) 97175734, 
E-mail: paschoalrp@hotmail.com; Carlos Eduardo Pinfi ldi, rua Aracajú, 1352 Vila Santo Antônio 15801-250 Catanduva SP, Tel: (17) 35248203, E-mail: 
cepinfi ldi@hotmail.com. 
Fisioterapia_v7n1.indb 36Fisioterapia_v7n1.indb 36 1/2/2006 18:50:071/2/2006 18:50:07
37Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Introdução
Os retalhos cutâneos são utilizados com grande freqüência 
em todos os ramos da cirurgia plástica, porém a isquemia 
continua a ser a principal complicação dessas intervenções, 
podendo levar a necrose tecidual e a um insucesso no trata-
mento [1]. 
Em função disso, pesquisas estão voltadas à melhora 
do aporte sangüíneo para os mesmos, diminuindo assim a 
condição isquêmica e prevenindo a necrose [2-5].
Recentemente, surgiram pesquisas utilizando o laser de 
baixa intensidade e estas merecem destaque pelos resultados 
satisfatórios e pela facilidade de aplicação, no entanto há 
ainda incerteza sobre sua efi cácia nos procedimentos com 
retalhos cutâneos [6,7], principalmente em relação a qual 
comprimento de onda seria mais efi caz. Dessa forma, esse 
trabalho teve por objetivo investigar o efeito dos lasers diodo 
904 nm e 670 nm na viabilidade do retalho cutâneo randômico 
isquêmicos em ratos.
Materias e métodos
Utilizou-se 36 ratos (Rattus norvegicus: var. albinus, Rodentia, 
Mammalia), adultos, com cerca de 3 meses de idade, pesando 
entre 280 gramas a 310 gramas, machos pesando 260 a 320 
gramas, da linhagem Wistar, sendo estes distribuídos rando-
micamente em 3 grupos de 12 animais cada. Este estudo foi 
aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Medicina de 
Catanduva.
Os animais do estudo foram anestesiados, por via intra-
peritoneal, com uma associação eqüitativa de cloridrato de 
tiletamina e cloridrato de zolazepam, em uma dose total de 
50 mg/kg. Após a anestesia, foi realizada a depilação digital 
no dorso do animal.
Logo após, foi realizado um retalho de base cranial, com 
10 cm de comprimento e 4 cm de largura no dorso dos 
animais. O retalho teve como limites os ângulos inferiores 
das escápulas e os ossos superiores da cintura pélvica [8] 
(Figura 1).
Figura 1 – Retalho planejado (10 x 4 cm).
Fonte: Dados do Autor
Os retalhos foram elevados a partir da fáscia profunda dos 
músculos e continham a fáscia superfi cial, panículo carnoso 
e pele (Figura 2).
Figura 2 –Retalho cutâneo randômico de base cranial elevado.
Fonte: Dados do Autor
Um fi lme plástico foi interposto entre o retalho e o leito 
doador, impedindo a revascularização do retalho por meio 
dos vasos do leito [9,10]. A seguir, suturou-se o retalho com 
pontos separados simples de fi o de náilon monofi lamentar 4-0 
na mesma posição original (“área doadora”), com a distância 
de 1 cm entre os pontos (Figura 3) [4].
Figura 3 - Retalho suturado após a interposição da barreira plástica.
Fonte: Dados do Autor
Imediatamente após o procedimento operatório, os 
animais do Grupo 1 (controle) mantiveram-se anestesiados 
por mais 30 minutos, quando submeteram-se à simulação do 
tratamento laser diodo, o grupo 2 submeteu-se a uma radiação 
do laser diodo 904 nm e o grupo 3 recebeu a radiação do 
laser diodo 670 nm.
Foi utilizada a técnica pontual com contato em um ponto 
localizado a 2,5 cm da base cranial do retalho. A radiação 
laser foi realizada imediatamente após a operação e nos 4 
dias subseqüentes, no mesmo horário e com densidade de 
energia de 16 J/cm2 [11].
Durante a realização da aplicação do laser, foi utilizado um 
molde plástico sobre o retalho para a demarcação do ponto 
Fisioterapia_v7n1.indb 37Fisioterapia_v7n1.indb 37 1/2/2006 18:50:071/2/2006 18:50:07
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200638
referente aos grupos (Figura 4). Foi utilizado um equipamento 
laser com comprimento de onda 904nm, potência de 15 mW 
área do feixe de 0,125 cm2 no grupo 2 e no grupo 3 o laser 
diodo de onda 670 nm, potência de 30 mW e área do feixe 
de 0,07 cm2.
Figura 4 - Local da irradiação laser.
Fonte: Dados do Autor
A porcentagem de área de necrose dos retalhos foi veri-
fi cada, no sétimo dia após a operação, por meio do método 
do gabarito de papel [12]. O limite entre o tecido viável (pele 
macia, rósea, quente e com pêlos) e o necrosado (pele rígida, 
escurecida, fria e sem pêlos) foi demarcado nos animais com 
caneta esferográfi ca diretamente no retalho.
Um molde de todo o retalho foi desenhado, onde se 
delimitou a área necrosada da área viável do retalho e logo 
após foi recortado em papel transparente vegetal, sendo a 
seguir aferido em balança de precisão (erro de ± 0,0001 g). 
Foi recortada deste fragmento também, apenas a área cor-
respondente à necrose do retalho que também foi aferida. 
Em seguida foi aplicada a seguinte fórmula:
porcentagem de área = peso do gabarito de papel de necrose do retalho x 100
de necrose do retalho peso do gabarito de papel da área total do retalho
Resultados
A porcentagem das áreas de necrose foram as seguintes: 
Grupo 1 (48%), Grupo 2 (37%) e Grupo 3 (27%). Foi uti-
lizado o este ANOVA para a realização dos resultados sendo 
que os grupos experimentais foram estatisticamente signifi -
cativos comparados ao grupo controle, sendo que o Grupo 3 
o que obteve uma menor área de necrose do retalho cutâneo 
comparado aos demais grupos do estudo.
Discussão
Atualmente vários fi sioterapeutas e médicos utilizam 
o laser de baixa intensidade na prática clínica em úlceras 
venosas, por pressão e diabéticas, objetivando um aumento 
da microcirculação e do fl uxo sanguíneo, acarretando uma 
cicatrização mais rápida e efi caz [13-16]
No entanto há ainda incerteza sobre qual comprimento 
de onda seria mais efi caz nos procedimentos com retalhos 
cutâneos [6,7].
Tabela I - Porcentagem da área de necrose no sétimo dia pós-operatório.
Animal Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
01 57 44 34
02 48 39 29
03 47 49 19
04 50 52 35
05 45 38 31
06 46 35 2
07 48 40 30
08 42 30 32
09 51 34 22
10 49 41 28
11 46 33 24
12 52 11 30
Média 48 37 27
G3< G2< G1 Teste ANOVA p<0,001
G1- Grupo 1 (Controle)
G2- Grupo 2 (904 nm)
G3- Grupo 3 (670 nm)
Em virtude deste conhecimento, resolveu-se pesquisar 
os efeitos deste aumento de fl uxo sangüíneo causado pela 
irradiação laser na viabilidade do retalho cutâneo randômico 
isquêmico, utilizado com grande freqüência principalmente 
nas operações plásticas reconstrutoras. 
O rato foi escolhido, como modelo experimental, devido 
às facilidades de obtenção, de manipulação laboratorial e por 
ter sido utilizado em diversos experimentos semelhantes 
[4-7]
O modelo de retalho cutâneo que evolui com isquemia em 
sua porção distal, com as medidas de 10 x 4 cm, proposto e 
aceito consensualmente desde 1965 por McFarlane et al. [8], 
foi escolhido para o experimento por se tratar de um retalho 
bem defi nido no estudo da isquemia e por ser uma linha de 
pesquisa muito estudada no Programa de Pós-graduação 
em Cirurgia Plástica da UNIFESP-EPM, apresentando uma 
porcentagem de necrose entre 25 a 50% a partir de
sua porção 
distal, apesar que em 5,7% dos casos de retalhos isquêmicos 
não ocorre necrose signifi cativa [4,5]. Para garantir e padroni-
zar o grau de isquemia adotou-se a conduta de interpor um 
fi lme plástico entre o retalho e o leito doador, para impedir 
a revascularização do retalho por meio dos vasos do leito, 
conforme proposto por Ugland [9] e revisto por Kaufman 
et al. [10].
A área de necrose do retalho foi avaliada no 7º dia pós-
operatório por meio do método do gabarito de papel. Este 
método foi eleito também, devido à ampla utilização na litera-
tura pesquisada, e também por ser de rápida e fácil execução, 
com uma margem de erro de apenas 5% [12].
Fisioterapia_v7n1.indb 38Fisioterapia_v7n1.indb 38 1/2/2006 18:50:081/2/2006 18:50:08
39Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Os resultados deste estudo demonstraram que o laser 
diodo foi efi caz no aumento da viabilidade do retalho cutâneo 
isquêmico e que o grupo 3 foi o que obteve uma menor área 
de necrose comparado aos outros grupos experimentais (p 
< 0,001).
A técnica de aplicação deste estudo foi a pontual com 
contato [11,13,17] em um ponto localizado a 2,5 cm da base 
cranial do retalho [17], utilizando um molde plástico para 
padronizar o local de aplicação [8], sendo que a aplicação foi 
realizada imediatamente após o ato operatório e nos 4 dias 
subsequentes [17].
A dosimetria utilizada no estudo foi de 16 J/cm2 baseado 
em Kami et al. [11] sendo que este utilizou o laser diodo com 
comprimento de onda de 830 nm.
Sugerimos a partir deste estudo que novas pesquisas 
sejam realizadas com esses mesmos comprimentos de onda, 
podendo ser diversifi cado o local de aplicação, número de 
pontos e dosimetria.
Conclusão
A radiação laser de baixa intensidade foi efi caz na via-
bilidade do retalho cutâneo em ratos, sendo que a radiação 
670 nm (grupo 3) mostrou-se o mais efi ciente comparados 
aos demais grupos.
Referências
1. Kerrigan CL. Skin fl ap failure: pathophysiology. Plast Reconstr 
Surg 1983;72:766-77.
2. Kjartansson J, Lundeberg T. Effects of electrical nerve stimula-
tion (ENS) in ischemic tissue. Scand J Plast Reconstr Hand Surg 
1990;24:129-34.
3. Jurell G, Jonsson CE. Increased Survival of experimental skin 
fl aps in rats following tretment with antiadrenergic drugs. Scand 
J Plast Reconstr Surg 1976;10:169.
4. Duarte SI, Gomes HFC, Ferreira LM. Effect of dimethyl 
sulphoxide on necrosis of skin fl aps in rats. Can J Plast Surg 
1998;6:93-7.
5. Liebano RE, Ferreira LM, Sabino Neto M. Transcutaneous 
electrical nerve stimulation on viability of random skin fl ap in 
rats. Can J Plast Surg 2002;10:151-4.
6. Kubota J, Oshiro T. The effects of diode laser LLLT on fl ap 
survival: measurement of fl ap microcirculation with laser 
speckle fl owmetry. Laser Ther 1996;8:241-6.
7. Amir A, Solomon AS, Giler S, Cordoba M, Hauben DJ. The 
infl uence of helium-neon laser irradiation on the viability of 
skin fl aps in the rat. Br J Plast Surg 2000;53:58-62.
8. McFarlane RM, Deyoung G, Henry RA. The design of a pedicle 
fl ap in the rat to study necrosis and its prevention. Plast Reconstr 
Surg 1965;35:177-82.
9. Ugland O. Flaps and fl ap necrosis. Acta Chir Scand 1966;131:408-
12.
10. Kaufman T, Angel MF, Eichenlaub EH, Levin M, Hurwitz DJ, 
Futrell JW. The salutary effects of the bed on the survival of 
experimental fl aps. Ann Plast Surg 1985; 14:64-73.
11. Kami T, Yoshimura Y, Nakajima T, Ohshiro T, Fujino T. Ef-
fects of low-power diode lasers on fl ap survival. Ann Plast Surg 
1985;14:278-83.
12. Sasaki GH, Pang CY. Hemodinamics and viability of acute 
neurovascular island skin fl ap in rats. Plast Reconstr Surg 
1980;65:152-8.
13. Smith RJ. The effect of low-energy laser on skin-fl ap sur-
vival in the rat and porcine animal models. Plast Reconstr Surg 
1992;89:306-10. 
14. Schindl A, Schindl M, Schindl L, Jureka W, Honigsmann H, 
Breier F. Increased dermal angiogenesis after low intensity 
laser therapy for chronic radiation ulcer determined by a video 
measuring system. J Am Acad Dermatol 1999;40:481-4.
15. Ortiz MCS, Carrinho PM, Santos AAS, Gonçalves RC, Parizotto 
NA. Laser de baixa intensidade: princípios e generalidades 
- parte 1. Fisioter Bras 2001;2:221-40.
16. Kitchen SS, Partridge CJ. A review of low level laser therapy. 
Physiotherapy 1991;77:161-8.
17. Prado RP, Pinfi ldi CE, Liebano RE, Ferreira LM, Hochman B. 
Diode laser in viability of random skin fl ap in rats.. Photomedi-
cine and Laser Surgery 2005;23(1):89-151.
18. Pinfi ldi CE, Prado RP, Liebano RE, Ferreira LM, Hochman 
B. Helium-neon laser in viability of random skin fl ap in rats. 
Photomedicine and Laser Surgery 2005;23(1):89-151. 
Fisioterapia_v7n1.indb 39Fisioterapia_v7n1.indb 39 1/2/2006 18:50:091/2/2006 18:50:09
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200640
Comportamento do lactato sanguíneo de pacientes 
com síndrome isquêmica aguda nas 48 horas 
de internação na unidade coronariana submetidos 
à reabilitação cardíaca fase I 
Behaviour of sanguineous lactate in pacients with acute 
ischemic syndrome among 48 hours of in-patient (phase I) 
cardiac reabilitation in coronary unit
Cintia Godinho Junqueira*, Regina Roque da Glória*, Sílvia Mesquita**, Miguel Houri Neto, D.Sc.***
*Fisioterapeutas e preceptoras da residência em fi sioterapia pneumofuncional do hospital Biocor, especialistas em fi sioterapia pneumofuncional e em 
exercícios físicos aplicados à reabilitação cardíaca e populações especiais, **Fisioterapeuta do Hospital Vera Cruz, especialista em fi sioterapia pneu-
mofuncional e em exercícios físicos aplicados à reabilitação cardíaca e populações especiais, ***Professor de Bioestatística no Mestrado em Ciência 
da Saúde - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)
Resumo
Avaliou-se a infl uência do exercício precoce pós Síndrome 
Isquêmica Aguda (SIA) no nível do lactato sanguíneo, nas 48 horas 
de evolução dos pacientes em unidade coronariana. Foram medidos 
12 indivíduos com idade média de 69,4 ± 12,7 anos, sendo 8 do sexo 
masculino e 4 do sexo feminino, submetidos à análise laboratorial 
por coleta de amostra sanguínea, antes e após a reabilitação cardíaca 
na fase 1, segundo o protocolo estabelecido pelo American College 
of Sports Medicine (ACSM), dentro das 48 horas da admissão na 
referida unidade. Não houve diferença signifi cativa (p < 0,05) dos 
níveis de lactato obtidos no período de 48 horas da admissão pós 
SIA, demonstrando que o exercício físico precoce na fase aguda 
desta síndrome impediu o pico do lactato em torno das 48 horas 
de evolução.
Palavras-chave: lactato sanguíneo, reabilitação cardíaca, 
miocárdio, infarto.
Artigo original
Abstract
Was evaluated the effect of early exercise post Acute Ischemic 
Syndrome (AIS) on the level of the blood lactate within 48 hours of 
evolution of patients in the coronary unit. The data collection, which 
included 12 AIS patients, 69,4 ± 12,7 years old, being 8 males and 4 
females, subject to laboratorial analyses by means of blood sample 
collection before and after the cardiac rehabilitation in phase 1, in 
compliance with the protocol established by American College of 
Sports Medicine (ACMS), within the 48 hours of admission in the 
mentioned unit. There was no signifi cant difference (p < 0,05) on 
the levels obtained in the period of 48 hours of admission post AIS 
showing that the early exercise in the acute phase of this syndrome 
prevented the lactate peak close to the 48 hours of evolution.
Key-words: sanguineous lactate, cardiac rehabilitation, 
myocardium, heart attack.
Artigo recebido em 15 de julho de 2005; aceito em 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Regina Roque da Glória, Rua Desembargador Alfredo de Albuquerque, 20/502 Santo Antônio
30330-250 Belo Horizonte 
MG, Tel: (31) 3297-8872, E-mail: reginaroque@terra.com.br
Fisioterapia_v7n1.indb 40Fisioterapia_v7n1.indb 40 1/2/2006 18:50:101/2/2006 18:50:10
41Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Introdução
A Síndrome Isquêmica Aguda representa o evento decor-
rente de uma diminuição do aporte de oxigênio ao miocárdio, 
em caráter agudo, ocasionando graus variados de sofrimento, 
que podem culminar em morte tecidual em maior ou menor 
grau. Compreende a angina instável e o infarto agudo do 
miocárdio. O diagnóstico da SIA baseia-se no quadro clínico 
de dor precordial, alterações eletrocardiográfi cas do segmento 
ST e alterações enzimáticas [1,2]. 
A isquemia cardíaca leva a um acúmulo de metabólitos 
e liberação de enzimas que existem no tecido, em níveis ele-
vados. Esses marcadores isquêmicos são úteis para auxiliar 
tanto no diagnóstico quanto no prognóstico dos pacientes 
com IAM. São mensuradas as enzimas creatinoquinase-MB 
(CK-MB), a mioglobina, a troponina I e a desidrogenase 
lática (LDH). A evolução no tempo dos marcadores bio-
químicos de lesão miocárdica é variável de acordo com 
cada enzima. A LDH apresenta uma elevação em torno 
de 12 a 18 horas, pico entre 24 a 48 horas e normalização 
em torno de 10 dias, tornando-se, assim, um marcador 
importante para avaliar os benefícios do exercício sobre a 
evolução dos pacientes nesta fase, havendo prazo para se 
iniciar a reabilitação cardíaca por apresentar um pico mais 
tardio [3,4].
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a reabili-
tação cardíaca é parte integrante da terapêutica cardiológica. 
Um programa de exercícios físicos supervisionados deve 
ser iniciado tão logo o quadro do paciente se estabilize. A 
mobilização precoce tem o objetivo de reduzir os efeitos 
deletérios do repouso prolongado no leito, evitar compli-
cações pulmonares, osteomusculares e vasomotoras e ainda 
controlar as alterações psicológicas e promover redução da 
permanência hospitalar [5-9].
O exercício de leve intensidade pode favorecer o sítio de 
liberação de lactato pelos músculos, fígado, intestino e pele, 
ou seja, diminuir a concentração de lactato e assim promover 
o equilíbrio entre a sua produção e remoção [10]. Em uma 
situação de isquemia, em que está havendo um desequilíbrio, 
o exercício pode contribuir para a remoção do lactato, mini-
mizando os efeitos deletérios de sua concentração aumentada, 
nesta fase precoce da SIA
O objetivo deste estudo foi avaliar a infl uência do exercício 
precoce pós SIA no curso do lactato sanguíneo nas 48 horas 
de evolução dos pacientes.
Material e métodos
A coleta de dados abrangeu o período de junho a agosto 
de 2004, incluindo uma amostra de 12 pacientes com idade 
média de 69,4 ± 12,7 anos, sendo 8 do sexo masculino e 4 
do sexo feminino, realizado no Hospital Biocor, em Nova 
Lima, MG, conforme demonstra a Tabela I.
Tabela I - Idade, sexo e evolução individual dos pacientes.
Pacientes Idade (anos) Sexo Evolução
1 79 Masculino Alta
2 71 Feminino Alta
3 82 Masculino Alta
4 81 Masculino Alta
5 71 Feminino Alta
6 49 Masculino Alta
7 47 Masculino Alta
8 69 Masculino Alta
9 82 Masculino Alta
10 78 Feminino Alta
11 70 Feminino Alta
12 54 Masculino Alta
Considerando a SIA como o evento decorrente de uma 
diminuição do aporte de oxigênio ao miocárdio, em caráter 
agudo, ocasionando graus variados de sofrimento, que po-
dem culminar em morte tecidual em maior ou menor grau, 
foram incluídos no estudo os pacientes admitidos na Unidade 
Coronariana, com presença de pelo menos 2 dos seguintes 
critérios: 1) história clínica de dor, 2) alteração ECG, 3) alte-
ração enzimática; que evoluíram sem complicações clínicas 
e/ou hemodinâmicas como recorrência de dor, edema agudo 
de pulmão, arritmias e intervenção mecânica.
Esses pacientes foram submetidos à análise laboratorial 
por coleta de amostra de sangue arterial e venoso, por canula-
ção arterial braquial ou venosa; tendo sido colhidas amostras 
de acordo com o protocolo de admissão do UCO nas 48 
horas. As amostras foram avaliadas pelo aparelho gasômetro 
ABL 735 Radiometer Copenhagem.
Os pacientes foram submetidos à reabilitação cardíaca na 
fase 1 após 6 a 12 horas da admissão, logo que se apresentassem 
estáveis clínica e hemodinamicamente, sendo monitorizados por 
eletrocardiografi a direta contínua. O programa de exercícios 
seguiu o protocolo estabelecido no hospital, baseado no American 
College of Sports Medicine (ACSM) e supervisionado diretamente 
pelo fi sioterapeuta. O protocolo estabelece atividades de baixa 
intensidade, com gasto calórico entre 1,5 a 3 METS, proporcional 
ao metabolismo utilizado para as atividades habituais diárias. 
O programa foi realizado duas vezes ao dia com duração em 
torno de 15 minutos, e inclui exercícios de mobilização ativa de 
membros superiores e membros inferiores e intensidade limitada 
pela variação da freqüência cardíaca. A progressão foi graduada 
da posição supina a ortostática e pelo número de repetições. Os 
critérios utilizados para interromper a sessão foram a queixa do 
paciente de cansaço ou dor, a variação da freqüência cardíaca 
de 20 bpm e alteração eletrocardiográfi ca.
Resultados
A análise estatística foi feita através do teste de pareamento 
fundamentado no teste t de Student para uma probabilidade 
de erro de 5% (p < 0,05).
Fisioterapia_v7n1.indb 41Fisioterapia_v7n1.indb 41 1/2/2006 18:50:101/2/2006 18:50:10
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200642
A tabela II mostra os parâmetros bioquímicos de lactato 
à admissão e após as 48 horas de evolução.
Tabela II - Níveis individuais de lactato na admissão e após 48 horas.
 Lactato 
Pacientes Admissão 48 horas
1 8 8
2 9 11
3 13 14
4 11 16
5 10 10
6 20 11
7 13 15
8 12 15
9 8 9
10 19 12
11 9 9
12 24 18
 13,00 ± 5,24 12,33 ± 3,20
O intervalo de confi ança da média (IC) dos desvios de 
lactato (0,16 ± 1,2545), por apresentar uma amplitude de 
variação que contém o valor zero, indica a não signifi cância 
dos níveis dessa substância no período de 48 horas, sendo 
expresso pela equação:
IC =
Onde:
X = Valor médio das diferenças individuais;
T = Constante obtida da tabela T de student para:
α = nível de erro para 5%;
GL = 11 graus de liberdade;
s = desvio padrão associado à média das diferenças;
n = número amostral.
Discussão
Este estudo demonstra que a variação não signifi cativa 
do lactato, devido à reabilitação precoce, evitou que não se 
atingisse o seu pico usualmente esperado, o que se explica 
pela remoção mais rápida e efi caz do ácido lático por oxi-
dação nos músculos esqueléticos e cardíaco, com exercícios 
de baixa intensidade, minimizando os efeitos do acúmulo de 
lactato sanguíneo. 
Na revisão da literatura, não há descrição de trabalhos que 
relacionem os efeitos do exercício sobre o lactato na reabilita-
ção cardíaca fase 1, mas há várias citações na fase 2 [11-13]. 
A energia para a função normal da célula em condições 
de repouso e de exercício é obtida predominantemente pela 
via aeróbica, através do sistema ATP-CP, onde a oxidação 
da glicose ou glicogênio produz ATP pelo ciclo de Krebs. 
Sabe-se ainda que, em condições de anaerobiose, a falta de 
oxigênio ativa a enzima LDH que reduz o ácido pirúvico em 
ácido lático [14,15].
O metabolismo da glicose, sem a presença de oxigênio, 
como ocorre na isquemia miocárdica, produz ácido lático, que 
é o produto fi nal do metabolismo anaeróbio lático. O infarto 
agudo do miocárdio é o resultado de um foco de isquemia 
tecidual causada por uma perfusão tissular inadequada. 
Portanto, o fl uxo arterial baixo, baixa retenção de oxigênio 
e presença de glicólise anaeróbia caracterizam a isquemia 
miocárdica [16]. Essa situação resulta em privação de oxigênio 
acompanhada de remoção inadequada
de metabólitos, e como 
a hipóxia inibe o metabolismo aeróbio, as reservas intracelu-
lares de ATP podem fi car depletadas. 
A hipóxia decorrente da isquemia miocárdica também afe-
ta a produção de energia pelo miocárdio, devido ao acúmulo 
de metabólitos tóxicos e acidose. Estes metabólitos resultam 
em desvio parcial da produção de ATP aeróbia habitual para 
o tipo anaeróbio menos característico; utilizando o metabo-
lismo dos carboidratos como o combustível predominante e 
um acentuado aumento na produção de ácido lático.
Numa situação normal, o coração é protegido contra 
a fadiga pela enzima LDH, que transforma o ácido lático 
produzido em pequena quantidade, em ácido pirúvico. 
Entretanto, durante a isquemia, esse processo é invertido, 
sendo importante o equilíbrio entre a produção e a remoção 
do lactato.
A remoção do lactato ocorre pelo ciclo de Cori, tampo-
namento e utilização por outras células, como musculares, 
esqueléticas e cardíacas [17,18].
Sabendo que o exercício de leve intensidade pode fa-
vorecer o sítio de liberação de lactato pelos músculos, fígado, 
intestino e pele, ou seja, que o objetivo do exercício é diminuir 
a concentração de lactato e assim promover o steady-state 
entre a produção e a remoção do lactato, e sabendo que numa 
situação de isquemia miocárdica está havendo um desequilí-
brio, presume-se que o exercício possa contribuir na remoção 
do lactato nesta fase precoce da SAI [19].
O ácido lático é oxidado após o exercício, ou seja, ele 
é convertido em ácido pirúvico e utilizado como substrato 
pelo coração e pelo músculo esquelético, sendo a remoção 
do ácido lático mais rápida quando realizado um exercício 
leve contínuo, do que quando na recuperação em repouso. 
Isto seria explicado pelo fato de o exercício leve aumentar a 
oxidação do ácido lático pelo músculo que está trabalhando. 
Estima-se que a intensidade ideal de exercício para promover 
a remoção do ácido lático seja de cerca de 30-40% do VO2 
máximo, e que exercícios de intensidade mais elevada pode-
riam acarretar um aumento na produção de ácido lático e, 
conseqüentemente, impedir a sua remoção. 
Possivelmente, o treinamento promoveria um fl uxo san-
guíneo melhorado para o fígado, permitindo uma remoção 
aumentada de lactato. Vários trabalhos publicados na litera-
tura científi ca demonstram os efeitos benéfi cos do exercício 
sobre o metabolismo dos indivíduos [20].
Fisioterapia_v7n1.indb 42Fisioterapia_v7n1.indb 42 1/2/2006 18:50:111/2/2006 18:50:11
43Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Estudos com lactato marcado metabolizado por animais 
concluíram que a oxidação é a principal via de sua eliminação 
no repouso (40-50% do lactato produzido) e nos exercícios 
leves (55-87% do lactato produzido). 
Em outro estudo com pacientes pós IAM, antes e após 
reabilitação cardíaca por 3 semanas, concluíram que este 
período foi efi ciente para causar adaptações, evidenciadas 
pelo decréscimo da FC e PA sistólica, bem como redução 
no ácido lático [21].
Assim, com base nos trabalhos publicados na fase 2 e 3 
da reabilitação cardíaca [22,23], afi rmando que o treinamento 
físico tem como um de seus objetivos diminuir a concentração 
de lactato progressivamente ao longo dos dias, e sabendo que 
a remoção do lactato começa a ocorrer durante o exercício 
e pode durar até mais de 60 minutos após a interrupção do 
exercício, observa-se que, ainda na fase 1 da reabilitação 
cardíaca, ocorrem resultados benéfi cos do exercício sobre 
a concentração de lactato sanguíneo nos pacientes pós SIA 
[21,24]. 
Conclusão
A partir dos resultados obtidos neste estudo, em que não 
houve a variação signifi cativa do lactato no curso das 48 horas 
após a SIA, não atingindo o pico de seus valores como seria 
esperado de acordo com a literatura, conclui-se que a reabili-
tação cardíaca na fase 1, além dos benefícios comprovados 
para auxiliar a recuperação dos pacientes e para a redução 
da morbimortalidade cardiovascular, contribui também para 
melhor remoção do lactato. 
Os resultados encontrados, apesar de obtidos com 
número amostral estatisticamente sustentável, indicam que 
uma pesquisa desta natureza seja feita com um maior número 
de pacientes para que se defi na uma média mais próxima 
do universo populacional e a real instabilidade da resposta 
medida.
Referências
1. Knobel L, Baruzzi ACA, Brilhante JJ, Feher J. Infarto agudo 
do miocárdio. In: Knobel L. Condutas no paciente grave. São 
Paulo: Atheneu; 1997. p.26-44.
2. Piegas LS. III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do 
miocárdio. Arq Bras Cardiol 2004;83(4).
3. Jensen AE, Reikvan A, Asberg A. Diagnostic effi ciency of lac-
tate dehydrogenase isoenzymes in serum after acute myocardial 
infarction. Scand J Clin Lab Invest 1990;50:285-9. 
4. Timerman A, Timerman S. Projeto Emerge Brasil: síndromes 
coronárias agudas. São Paulo; 2000.
5. Bloch A, Maeder JP. Early mobilization after myocardial infarc-
tion. A controled study. Am J Cardiol 1974;34:152-7. 
6. Fontaine TPL, Gordon NF. Redução global do risco cardíaco 
nos pacientes com doença arterial coronariana. In: Roitman 
JL. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes 
de esforço e sua prescrição. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2003. p.263-73.
7. Piper C, Horstkotte D. Myocardial lactate dehydrogenase pat-
terns in volume or pressure overloaded left ventricules. Eur J 
Heart Fail 2002;4:587-91. 
8. Vivacqua R, Hespanha R. Reabilitação cardiovascular e pre-
scrição de exercício. In: Vivacqua R, Hespanha R. Ergometria 
e reabilitação em cardiologia. Rio de Janeiro: Medsi; 1992. 
p.361-407.
9. Castro I, Gil CA, Brito FS, Ribeiro JP, Mastrocola LE. Re-
abilitação após infarto agudo do miocárdio. Arq Bras Cardiol 
1995;64(3):289-96. 
10. Powers SK, Howley ET. Metabolismo do exercício. In: Powers 
SK, Howley ET. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao 
condicionamento e ao desempenho. 3a ed. São Paulo: Manole; 
2000 p.46-59.
11. Clausen JP. Circulatory adjustmentes to dynamic exercise and 
effect of physical training in normal subjects and in patients with 
coronary artery disease. Prog Cardiovasc Dis 1976;17(17):9459-
95.
12. Giannuzzi P. Long term physical training and left ventricular 
remodeling after anterior myocardial infarction (EAMI) trial. J 
Am Coll Cardiol 1996;22(7):1821-9.
13. Piaconi MA, Auler JOC. Efeitos dos fármacos vasoativos na 
acidose lática conseqüente à CEC em cirurgia cardíaca. Rev 
Bras Anestesiol 1999;49(3):151-9.
14. Wolfson S, Rose LI, Bousser JE, Parisi AF, Acosta AE, Cooper 
KH, et al. Serum enzyme levels during exercise in patients 
with coronary heart disease: effects of training. Am Heart J 
1972;84(4):478-83. 
15. Ramos RF. Marcadores séricos de necrose miocárdica. Rev Soc 
Cardiol Estado de São Paulo 2001;4:751-61.
16. Cohen RD, Simpson R. Lactate metabolism. Anesthesiology 
1975;43(6):661-73. 
17. Majeed R, Jaleel A, Siddiqui SA, Sandila P, Baseer A. Comparison 
of troponin and enzyme levels in acute myocardial and skeletal 
muscle injure. J Ayub Med Coll Abbottabad 2002;14(4):5-7
18. Alves F. O valor prognóstico do curso hemodinâmico inicial 
de pacientes com falência circulatória. Rev Bras Ter Intensiva 
1998;10(2):68-75. 
19. Tsuji H, Burini RC. Aspectos positivos da participação do lactato 
na atividade muscular. Rev Bras Cienc Mov 1989;3(3):51-9.
20. Hoffman MD. Adaptações ao treinamento aeróbico. In: Fron-
tera WR, Dawson DM, Slovik DM. Exercício físico e reabilita-
ção. São Paulo: Artmed; 2001. p.71-84.
21. Deskur E, Przwarska I. Exercise-induced increase in hydrogen 
peroxide plasma levels in diminished by endurance training after 
myocardial infarction. Int J Cardiol 1998;67:219-24. 
22. Sanches PCR, Moffa PJ. Fisiologia do exercício: respostas dos 
sistemas respiratórios, metabólico
e outros. In: Chalela WA, 
Moffa PJ, Meneghetti JC. Estresse cardiovascular: princípios e 
aplicações clínicas. São Paulo: Roca; 2004. p.37-44.
23. Mc Ardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício 
clínico para reabilitação oncológica, cardiovascular e pulmonar. 
In: Mc Ardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: 
energia, nutrição e desempenho humano. 5a ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan; 2003. p.930-92.
24. Brodie DA, Liu X, Jackson M. Changes in serum biochemical 
responses during cardiac reabilitation. Med Sci Sports Exerc 
2003;35(5):741-6.
Fisioterapia_v7n1.indb 43Fisioterapia_v7n1.indb 43 1/2/2006 18:50:121/2/2006 18:50:12
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200644
Correlação entre estresse e dor em pilotos de 
helicópteros do Grupamento de Radio Patrulha 
Aérea da Polícia Militar na cidade de São Paulo
Correlation between stress and pain related by helicopters pilots from 
the Military Police Flying Group in the city of São Paulo
Kelly Cristina Diniz*, Tabajara de Oliveira Gonzalez**, João Pedro Arantes***, Emílio Luiz Santana Panhosa****, 
Cezar Gallettii Júnior*****
*Jornalista profi ssional pela Universidade de Taubaté (UNITAU), Graduanda de Fisioterapia pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), 
**Coordenador de estágio supervisionado na área Musculoesquelética e Professor de Fisioterapia Preventiva (UMC), Mestre em Ciências da Saúde, 
***Professor no curso de Educação Física (UMC), Mestre em Psicologia pela PUCCAMP, ****Major Comandante do Grupamento de Rádio 
Patrulha Aérea da Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo (GRPAe), *****Capitão Médico do GRPAe, Chefe Seção Saúde do GRPAe
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a correlação entre estres-
se e dor musculoesquética em pilotos comandantes de helicópteros 
do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar (PM) do 
Estado de São Paulo (GRPAe), unidade Campo de Marte, na cidade 
de São Paulo. O estudo foi realizado com a participação de 15 pilotos 
voluntários, que responderam a dois questionários: o Inventário de 
Sintomas de Stress para Adultos de Lipp, devidamente autorizado, 
e o Inventário de Dor de Wisconsin adaptado. As informações 
obtidas foram analisadas pela estatística descritiva linear coefi ciente 
de correlação de Pearson (r). Os resultados mostraram alta taxa de 
desconforto musculoesquelético relacionado ao trabalho (60%). 
Entre os sintomáticos, a prevalência de dor foi 34,4% em ombro, 
seguido da coluna lombar (25%). Entre os sintomáticos de estresse 
(40%), 33% apresentavam-se na fase de “resistência” e 7% “quase-
exaustão”, com sintomatologias prevalentes psicológicas (57%). A 
análise linear descritiva, pelo Coefi ciente de Correlação de Pearson, 
demonstrou alta correlação (r = 0,90) entre estresse e ocorrência 
de dor entre esses profi ssionais. Os resultados sugeriram que a 
profi ssão possui riscos ocupacionais de lesão musculoesquelética.
Palavras-chave: dor musculoesquelética, pilotos de helicópteros; 
estresse.
Artigo original
Abstract
The aim of this study was to assess stress level presented by 
helicopter pilots from the Military Police Group of Flying from the 
State of São Paulo (GRPAe), in the city of Sao Paulo, and correlated 
with musculosketal pain prevalence. Fifteen commandants pilots 
participated in this study, asking two questionnaires: Lipp’s Symptom 
Inventory of Stress to Adults (ISSL), properly authorized, and 
the Wisconsin Adapted Inventory of Pain. Data were analyzed by 
linear descriptive statistics Coeffi cient of Correlation of Pearson (r). 
The results indicated a high prevalence rate of symptoms among 
helicopters pilots (60%). The prevalence of pain involved the 
shoulder (34,4%) and the lumbar spine (25%). Among those who 
presented signs of stress (40%), 33% was in the resistance phase 
and 7% presented almost-exhaustion phase, with psychological 
symptomatology of stress prevailed (57%). The Coeffi cient of 
Correlation of Pearson was 0,90. The results indicated occupational 
risks for the musculoskeletal system.
Key-words: musculosketal pain, helicopters pilots, stress.
Recebido 21 de setembro de 2005; aceito 10 de janeiro de 2006.
Endereço para correspondência: Kelly Cristina Diniz, Av. José Benedito Braga, 514/01 Vila Mogilar 08773-020 Mogi das Cruzes SP, Tel: (11) 4699-
1460 / 8165-1323, E-mail:llydiniz@terra.com.br / diniz.k@bol.com.br 
Introdução
O trabalho dos pilotos de helicópteros do Grupamento de 
Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar (PM) do Estado de São 
Paulo (GRPAe) incorpora muito dos fatores desencadeantes 
e/ou agravantes do estresse no ambiente de trabalho descritos 
na literatura [1].
O estresse é defi nido como uma mobilização química 
coordenada do corpo humano para atender à demanda de 
adaptação do organismo frente a uma situação ameaçadora 
Fisioterapia_v7n1.indb 44Fisioterapia_v7n1.indb 44 1/2/2006 18:50:131/2/2006 18:50:13
45Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
da homeostase, seja a natureza do estressor real ou imagi-
nário. Dessa maneira, um elevado estado de ansiedade, que 
é caracterizado como um sintoma de estresse, pode infl uir na 
habilidade cognitiva devido à redução do nível de concentra-
ção na execução de tarefas [2].
Padrão postural sedentário, ou trabalho sentado na maior 
parte do tempo, estado de alerta constante em atividades de risco 
de morte e contatos com situações de tragédia são comuns no 
meio de trabalho da PM [3]; somando-se à atividade de pilota-
gem, a complexidade de tarefas num ambiente de velocidade e 
temporalidade acentuam as pressões diárias de serviço.
No desempenho de suas atividades aéreas, principalmente, 
os pilotos de helicópteros estão submetidos a uma postura 
muscular estática e assimétrica, de tensões contínuas durante o 
tempo de vôo. Nessa atitude postural, sob vibrações constantes, 
quadros dolorosos podem ser desencadeados em regiões mus-
culares e/ou osteotendíneas adjacentes a coluna vertebral [4].
Contudo, a dor musculoesquelética pode ser exacerbada 
por fatores pessoais, que dizem respeito à forma com que o 
indivíduo interage com o meio em que trabalha; episódios 
constantes de tensão emocional por fatores individuais e/ou 
sobrecarga de trabalho podem gerar o estresse ocupacional, 
que se caracteriza por desconfortos orgânicos sintomáticos, 
perda de desempenho profi ssional e falta de motivação [5].
Numa abordagem atual de investigação das causas dos 
acidentes aéreos, envolvendo o complexo homem-meio-
máquina, o estresse é apontado como fator de infl uência na 
gênese e/ou no contexto do acidente [6]. Esse fato dinamizou 
o conceito de segurança de vôo no meio aeronáutico através 
da repercussão e conscientização do assunto; contudo, segu-
rança não signifi ca ausência de risco. 
Segundo último relato estatístico disponível pelo De-
partamento de Aviação Civil (DAC), no ano de 2003, foram 
registrados 18 acidentes com helicópteros civis homologados, 
o que corresponde a 26% do total da aviação civil conside-
rando um aumento de 125% em relação a 2002, que consta 
de oito ocorrências. Ainda, segundo dados do DAC, entre 
os anos de 1990 a 2000, as investigações sobre acidentes 
aeronáuticos em toda a aviação apontam a falha operacional 
como resultado de erro de julgamento do piloto em 42% 
como o maior índice estatístico.
As novas tecnologias oferecem muitas maneiras capazes 
de melhorar os índices de segurança de vôo dos sistemas de 
prevenção já bastante seguros, apesar do rápido crescimento 
do tráfego nas últimas décadas. Porém, os erros por fator 
humano representam desafi os difíceis de superar, uma vez 
que o homem não pode ser programado para não errar [7].
Materiais e métodos
Foram voluntários desse estudo 15 pilotos comandantes 
de vôo de helicópteros, no Grupamento de
Rádio Patrulha 
Aérea da Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo 
(GRPAe), unidade Campo de Marte, na cidade de São Paulo, 
sendo todos do sexo masculinos, casados e com formação 
universitária, com idades entre 34 e 47 anos (38,8 ± 3,38), 
tempo de trabalho na Instituição entre 3 e 216 meses (133,2 
± 59,43), tempo de vôo semanais entre 3h e 30 horas (8 ± 7,6) 
e tempo de vôo catalogados na CIV (Caderneta Individual 
de Vôo) entre 800h e 4.000 horas (2.278 ± 1.210). Do turno 
de trabalho, 86,6% operam em categoria mista (diurno e 
noturno) e 13,33% apenas em diurno.
Foram utilizados dois questionários para a coleta de dados: 
o ISSL - Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de 
Lipp [8], com sua devida autorização, e o Inventário de Dor 
de Wisconsin [9] adaptado pela pesquisadora e analisado 
pelo seu orientador.
O ISSL identifi ca a sintomatologia que o indivíduo apre-
senta, avaliando se ele possui sintomas de estresse, o tipo de 
sintomas existentes (se somáticos ou psicológicos) e a fase 
de estresse em que se encontra. O questionário é composto 
de três partes que se referem respectivamente às três fases 
do estresse: alerta, resistência e exaustão. O ISSL pode ser 
requisitado e avaliado tão somente por profi ssional da área da 
saúde com formação no curso específi co, sendo esse desen-
volvido e promovido pela própria criadora do instrumento, 
na cidade de Campinas (SP).
A autorização para a realização da pesquisa foi requisitada 
por Carta de Solicitação, ao Major Comandante Ofi cial do 
GRPAe, unidade Campo de Marte, seguida de uma cópia 
do Projeto de Pesquisa. Após a aprovação do Projeto de 
Pesquisa pelo Comitê de Ética da UMC, a entrega dos ques-
tionários foi feita por intermédio de um Tenente Psicólogo 
da corporação, sendo esse responsável eleito pelo Capitão 
Médico da Corporação. Após o reconhecimento do Termo 
de Consentimento e mediante a assinatura da Declaração do 
Voluntário, cada participante recebeu uma cópia do Termo 
de Consentimento e uma outra da Declaração de sua par-
ticipação voluntária. 
A coleta dos dados foi estabelecida para dia e horário pré-
determinados pelo Major Comandante Ofi cial da Corporação 
após serem reunidos todos os instrumentos em data instituída 
aos pilotos para a entrega do material. O dados obtidos foram 
organizados em planilhas do software Excel, considerando o 
nível de signifi cância de 0,05 índice compatível com as ciên-
cias contemporâneas na área da saúde para garantir a validade 
do resultado da pesquisa e assegurar a confi abilidade do saber 
geral, utilizando-se para a análise estatística o coefi ciente de 
correlação de Pearson. 
Este cálculo foi realizado para determinar a correlação 
linear entre Estresse e Dor. O coefi ciente “r” varia de -1 a 
+1, com o valor 0 (zero) signifi cando que as duas variáveis 
não variam em conjunto.
Resultados
Dos 15 participantes, 60% relataram ter sentido algum 
tipo de dor ou desconforto musculoesquelético relacionado 
Fisioterapia_v7n1.indb 45Fisioterapia_v7n1.indb 45 1/2/2006 18:50:141/2/2006 18:50:14
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200646
ao trabalho, enquanto 40% eram assintomáticos de dor. O 
Gráfi co 1 apresenta o porcentual de sintomas relatados pelos 
sujeitos sintomáticos por região corporal, na qual se obteve 
maior concentração dos sintomas nos membros superiores 
(53,3%), onde a região de ombros prevaleceu com 34,4%. 
Em membros inferiores, a concentração foi de 50% com 
destaque para a região de coluna lombar (25%).
Gráfi co 1 - Porcentual dos sintomas de desconfortos musculoesqueléticos 
apontados por regiões corporais.
Quanto à intensidade de dor na última semana, 20% 
citaram como forte, 20% como moderada e outros 20% 
como fraca (Gráfi co 2). Sendo a dor fraca caracterizada pelo 
apontamento de uma única região; já para as intensidades 
moderada e intensa pelo menos duas regiões foram citadas 
no diagrama do corpo humano.
Dos assintomáticos de dor/desconforto na última semana 
(40%), a presença de dor após um dia de trabalho se deu 
em região lombar (70%) ou em região de ombros (30%), 
encontran do-se as regiões apontadas unicamente. Dos sin-
tomáticos de dor na última semana, porém sem sintomas de 
estresse, a prevalência de dor deu-se 66,6% em ombros e 
lombar concomitantes com variações apenas em intensidades, 
e 33,3% apenas em ombro, não havendo apontamento único 
para lombar.
Gráfi co 2 - Porcentual das diferentes intensidades de dor caracterizadas 
pelos pilotos na última semana.
O Gráfi co 3 demonstra o diagnóstico do estresse por 
caracterização da fase em que se encontram o sujeitos sin-
tomáticos, sendo que 60% dos participantes do estudo não 
apresentaram estresse, enquanto 40% situaram-se de forma 
prevalente na fase de “resistência”. Não houve registro para 
a fase “alerta”; e a fase de “quase-exaustão” foi singular sob 
o aspecto da sintomatologia psicossomática do indivíduo 
participante.
Gráfi co 3 - Porcentual dos sujeitos em cada fase do estresse, segundo 
critério diagnóstico do ISSL.
O Gráfi co 4 retrata a sintomatologia de estresse preva-
lente encontrada entre os sujeitos sintomáticos. A natureza 
psicológica dos principais achados sugere o desgaste mental 
da profi ssão, uma vez que todos os sujeitos sintomáticos de 
estresse referiram algum tipo de dor. Porém, cabe ressaltar 
que dos sintomáticos de dor nem todos tinham estresse.
Gráfi co 4 - Sintomatologia predominante apresentada pelos pilotos com 
estresse positivo.
O gráfi co 5, considerando-se nesse estudo os valores 
numéricos: 1 = “não tem estresse”; 2 = “resistência”; e 
3 = “quase exaustão”, a correlação para estresse e dor na 
última semana foi positiva moderada (r = 0,61), ou seja, os 
sintomáticos de estresse relataram algum tipo de dor mus-
culoesquelética.
Gráfi co 5 - Correlação entre nível de estresse e percepção de dor (EVA) 
presente na última semana.
Fisioterapia_v7n1.indb 46Fisioterapia_v7n1.indb 46 1/2/2006 18:50:151/2/2006 18:50:15
47Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
O maior índice de correlação desse estudo deu-se no 
grupo sintomático de estresse e de dor (r = 0,90) em relação 
ao tempo de trabalho no GRPAe como piloto de helicóptero, 
como demonstra o Gráfi co 6. Vale salientar que nesse grupo 
comportam-se os sujeitos, entre os quais, com maior experiên-
cia de trabalho de atividade aérea.
Gráfi co 6 - Correlação entre tempo de trabalho (meses) e escala de dor 
(EVA) referida na última semana.
de coluna cervical, citados ombros e pescoço com 47% das 
queixas, e a coluna lombar (25% das queixas). Essas regiões 
foram também identifi cadas como relevantes em outro estudo 
[12], acrescentando-se os sintomas de membro inferior (3,1% 
das queixas de dor em regiões de tornozelos e pés), que se 
destacou nesse estudo com taxa semelhante ao das queixas 
em regiões de punhos e mãos (3,1%). Aparentemente, o 
desconforto ou dor nas regiões de colunas cervical (ombros 
e pescoço) e lombar são decorrentes das posturas adotadas 
por esses profi ssionais durante a atividade de pilotagem do 
helicóptero.
Na maior parte do tempo da atividade aérea, os tripulantes 
de comando mantêm o cotovelo direito em fl exão e sem apoio 
para o antebraço, submetido à posição neutra para preensão 
do cíclico. Além disso, ocorre uma contração isométrica dos 
músculos do pescoço, coluna vertebral e membro superior, 
visando a estabilização do braço, de maneira a permitir que 
os movimentos precisos da mão sejam realizados. Também, 
para manter o olhar sobre o painel de instrumentos, acomo-
dando ainda o suporte capacete de proteção, a manutenção da 
postura estática dos segmentos corporais proximais à cabeça 
requer considerável nível de contração muscular isométrica, o 
que predispõe a ocorrência de fadiga e desconforto muscular 
nessa
região [12-15].
Uma outra possibilidade para a ativação muscular não-
voluntária isométrica é a atividade muscular exercida com a 
fi nalidade de estabilizar a cabeça, ombros e braços, visando 
permitir os movimentos de punhos e mãos. Essa ativação 
muscular contínua gera mudanças metabólicas locais que 
podem levar a um padrão refl exo de propagação da dor [1,16]. 
Por meio desse mecanismo, à medida que as fi bras começam 
a se tornar fatigadas, outras fi bras em cadeia são ativadas 
refl examente, que também serão sobrecarregadas em decor-
rência da alta demanda física e cognitiva do trabalho.
No que diz respeito às variáveis envolvendo tempo de 
exposição ao trabalho (anos de profi ssão, horas de vôo CIV), 
estresse e dor na última semana, a correlação signifi cativa 
de 0,90 demonstra que níveis de estresse nas fases de “re-
sistência” e “quase-exaustão” desencadeiam sintomas psicos-
somáticos. Contudo, a correlação moderada entre estresse e 
dor na última semana (r = 0,61), demonstra que dor e estresse 
podem ou não estar presentes concomitantemente. Ou seja, 
nos sujeitos assintomáticos de estresse (60%), três sujeitos 
não relataram qualquer tipo de dor na última semana (33,3%); 
outros três (33,3%) não referiram dor na última semana, 
porém, a memória subjetiva da dor, após um dia de trabalho, 
indicou duas citações para dor lombar e uma para região dos 
ombros. Já os assintomáticos de estresse, porém, com dor na 
última semana (33,3%), relataram diferentes intensidades da 
dor, sendo as regiões lombar e cervical as mais indicadas.
Nos sujeitos sintomáticos de estresse (40%), todos 
referem qualquer tipo de dor na última semana. Embora a 
sintomatologia psicológica de estresse foi prevalente no grupo 
em fase de “resistência”, o sujeito na fase de “quase-exautão” 
O Gráfi co 7 monstra as alterações gerais para melhor vi-
sualização da presença de qualquer alteração no desempenho 
das AVDs na última semana, tanto em sujeitos sintomáticos 
de dor como em assintomáticos.
Gráfi co 7 - Caracterização em alterações, total ou parcial, nos desempenhos 
das AVDs na última semana.
Discussão
As prevalências encontradas nessa investigação suportam 
as hipóteses levantadas na literatura [7, 10, 11] no tocante as 
infl uências dos fatores de riscos ocupacionais na higidez dos 
pilotos de helicópteros, repercutindo, assim, na qualidade de 
vida desses trabalhadores e, conseqüentemente, na segurança 
de vôo. Os fatores associados ao estresse também foram 
consistentes com os achados nesses estudos, incluindo fatores 
importantes como tempo de carreira, idade e aspectos da 
organização do trabalho como a produtividade.
Dentre as regiões corporais mais acometidas nos sujeitos 
sintomáticos de dor após um dia de trabalho estão as regiões 
Fisioterapia_v7n1.indb 47Fisioterapia_v7n1.indb 47 1/2/2006 18:50:161/2/2006 18:50:16
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200648
apresentou igualmente sinais físicos e psicológicos de estresse. 
Entre esses sujeitos estão os relatos de dor referida, em 
regiões de cabeça, mãos, abdominal, coxa, tríceps sural e pés, 
comumente indicados no questionário de Wisconsin.
Portanto, considera-se uma evidência desse estudo que 
as fases de “resistência” e de “quase-exaustão”, que se carac-
terizam por sintomatização de alterações fi siológicas decor-
rentes da percepção de um agente estressor, por um período 
superior a uma semana, demonstrando uma incapacidade 
psico-comportamental de enfrentamento da situação ou do 
agente de estresse e/ou uma sobrecarga orgânica devido à 
alta demanda cognitiva [7].
O fato de não haver nesse estudo a caracterização da fase 
“alerta” de estresse pode ser um indicativo de que os sujeitos 
assintomáticos de estresse, porém com memória da dor após 
um dia de trabalho, apresentem essa qualifi cação transitória. 
Pois, a fase de alerta é caracterizada por sintomas alarmes 
de cansaço que regridem após um período de repouso, 
restabelecendo-se, assim, a homeostase. Contudo, essa pos-
sibilidade não é uma afi rmativa dessa análise. O estresse tal 
qual é compreendido na literatura trata-se de um processo, 
abrangendo esferas do complexo social-individual, ou seja, 
a forma com que o sujeito age e interage em seu ambiente 
de convívio com o outro e consigo mesmo.
A fase de “alerta” pode ser caracterizada como o ins-
tante em que o organismo percebe o agente estressor e 
ativa o sistema de “luta ou fuga”, reagindo com a liberação 
de adrenalina pelo Sistema Nervoso Autônomo Simpático, 
desencadeando hiper-ventilação, taquicardia e elevação da 
pressão arterial. Na fase de “resistência”, há uma latência 
do agente estressor com o organismo, que utiliza as reservas 
de energia adaptativa, caracterizando falta de concentração, 
mal-estar e dúvidas quanto a si mesmos, tornando o indi-
víduo mais suscetível a doenças. A fase de “quase-exaustão” 
qualifi ca o organismo enfraquecido, com manifestações de 
algumas patologias não tão graves, com baixa energia adapta-
tiva à demanda do trabalho [17].
Conclusão
Portanto, esse estudo sobre o trabalhador piloto de he-
licóptero reporta ao estresse no ambiente de trabalho como 
uma desordem psicofi siológica, de natureza cumulativa, em 
face ao desempenho das tarefas e uma sensação de indis-
posição às altas exigências da atividade profi ssional. A cor-
relação apreciável desse estudo (r = 0,90) para os itens dor e 
tempo de trabalho no GRPAe aponta para a relação estresse e 
dor no ambiente de trabalho, comprovando que quanto mais 
tempo de profi ssão, tanto maior apresentam-se a prevalência 
e a intensidade de sintomas dolorosos musculoesqueléticos.
Referências 
1. Walsh IA, Gil Coury H. Evolução espontânea de sintomas 
musculoesqueléticos relacionados ao trabalho: um estudo pro-
spectivo. Rev Bras Fisioter 2002;6(3):155-158.
2. Rosa GMM, Souza VCS, Pistarino LD, Gaban GA, Serafi m 
AD, Faria ETB. Análise da infl uência do estresse no equilíbrio 
postural. Fisioter Bras 2004;5(1):50-54. 
3. Lipp, MN. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e 
grupos de riscos. 2a ed. Campinas: Papirus; 2001.
4. Oliveira, CG, Nadal J. Transmissibility of helicopter vibration 
in the spines of pilots in fl ight. Aviat Space Environ Med 2005; 
76(6): 576-580. 
5. Greenberg JS. Administração do estresse. 1a ed. Traduzida. São 
Paulo: Manole, 2002.
6. Reinhart RO. Fit for fl ight: fl ight physiology and human factors 
for aircrew. 2a ed. Ames: Iowa state University Press; 1999. 
7. Loterio, CP. Percepção de comandantes de boeing 767 da 
Aviação Civil Brasileira sobre as repercussões das condições 
de trabalho na sua saúde [dissertação]. Rio de Janeiro: ENSP-
FIOCRUZ; 1998.
8. Lipp MN. Manual do inventário de sintomas de estresse para 
adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo; 2003.
9. Teixeira MJ, Pimenta CAM. Avaliação do paciente com dor. 
In: Teixeira et al. Dor: epidemiologia, fi siopatologia, avaliação 
síndromes dolorosas e tratamento. São Paulo: Grupo Editorial 
Moreira Júnior; 2001.
10. Bernard BP. Musculosketal disorders and wokplace factors: 
a critical review of epidemiologic evidence for work-related 
musculosketal disorders of the neck, upper extremity and low-
back [citado 24 october 2000]. Disponível em: <http://www.
cdc.gov/niosh/ergosci1.html>.
11. Burnett AF, Naumann FL, Burton, EJ. Flight-training effect on 
the cervical muscle isometric strength of trainee pilots. Aviat 
Space Environ Med 2004; 75(7): 611-615.
12. Sedat TA, Tubedar E, Demi AH, Teti KO, Akin A, Doral MN. 
Cervical and lumbar spinal changes diagnose in four-view 
radiographs of 732 military pilots. Aviat Space Environ Med 
2003; 75(2): 154-157.
13. Vicenzi Júnior L. Fisiologia do vôo de helicóptero. In: Curso 
Segurança de Vôo by Nvtec Institute. São Paulo; 2002. CD-
ROM.
14. Ang B, Linder J, Harms-Ringdahl
K. Neck strength and myo-
electric fatigue in fi ghter an helicopter pilots with a history of 
neck pain. Aviat Space Environ Med 2005; 76(4): 375-380.
15. Graeber C, Connel LJ, Schreiber HG, Weiner EL. Aircrew sleep 
and fadigue in short-haul fl ight operations. In: Annual Inter-
national Air Safety Seminar. Boston: Flight Safety Foundation; 
1985.
16. Santos Filho SB, Barreto SM. Atividade ocupacional e pre-
valência de dor osteomuscular em cirurgiões-dentistas de Belo 
Horizonte: contribuição ao debate sobre distúrbios osteomus-
culares relacionados ao trabalho. Cad. Saúde Pública 2001; 
17(1):181-193.
17. Cusatis Neto R, Lima JLM. Nível de estresse na Polícia Militar. 
Fisioter Bras 2003;4(2):108-116.
Fisioterapia_v7n1.indb 48Fisioterapia_v7n1.indb 48 1/2/2006 18:50:171/2/2006 18:50:17
49Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Fatores que interferem na reabilitação protética 
de idosos amputados de membros inferiores
Aspects that infl uence the prosthetic rehabilitation 
of elderly lower limb amputee 
Júnea Mara Gonçalves Moraes*, Daniele Sirineu Pereira*, Gisele de Cássia Gomes, M.Sc.**, 
Leani Souza Máximo Pereira, D.Sc.***
*Fisioterapeutas pela Universidade Federal de Minas Gerais, **Profª Assistente do Departamento de Fisioterapia da UFMG, 
***Profª Adjunta do Departamento de Fisioterapia da UFMG
Resumo
Amputações de membros inferiores (AMI) têm relevante im-
pacto na capacidade funcional e na qualidade de vida dos idosos. 
O uso da prótese por pacientes geriátricos pode promover maior 
independência e aumento da expectativa de vida. Entretanto, a rea-
bilitação protética de idosos com AMI é tarefa complexa, em que 
vários fatores devem ser considerados. O objetivo deste estudo foi 
realizar uma revisão da literatura sobre os fatores que interferem na 
reabilitação protética de idosos com AMI. Os fatores reportados na 
literatura, com impacto na reabilitação de idosos com AMI, foram: 
idade, nível e tipo de amputação, comorbidades, cicatrização, ream-
putações, condições físicas, psicológicas e cognitivas. Orientações 
pré e pós-operatórias, cuidados com o coto e a escolha da prótese 
também interferem no sucesso da reabilitação. De acordo com a lite-
ratura, inúmeros fatores podem interferir na protetização do idoso 
com AMI. Contudo, o sucesso na reabilitação pode ser alcançado 
desde que as propostas terapêuticas considerem as características 
peculiares dessa população.
Palavras-chave: idoso, amputação, reabilitação, próteses.
Revisão
Abstract
Lower limb amputation (LLA) represents a signifi cant impact 
to the elderly functional capacity, with consequences in their quality 
of life. The use of prosthesis for geriatric patients provides them 
with a greater independence and improved life expectancy. However, 
the prosthetic rehabilitation of elderly with LLA is a complex 
task, with several aspects that should be considered. The aim of 
this study was to make a literature review about the aspects that 
infl uence the prosthetic rehabilitation of the elderly with LLA. The 
aspects reported in the literature which have impact on the elderly 
with LLA rehabilitation were: age, level and type of amputation, 
co-morbidities, scarring, reamputation, physical, psychological and 
cognitive conditions. Pre and post surgery recommendations, caring 
of the stump and the selection of the prosthesis also infl uence the 
rehabilitation success. In accordance with the literature, innumerable 
aspects can infl uence the prosthetization of elderly with LLA. 
However, success in rehabilitation can be achieved provided the 
therapeutic approaches take into account the particularities of this 
population.
Key-words: aged, amputation, rehabilitation, prostheses.
Artigo recebido em 15 de dezembro de 2004; aceito em 15 de janeiro de 2006.
Endereço para correspondência: Daniele Sirineu Pereira, Rua Rio de Janeiro, 1186/1704 Centro 30160-041 Belo Horizonte MG, Tel: (31)3224-
5923/8821-1228, E-mail: danisirineu@yahoo.com.br 
Introdução
O fenômeno de crescimento da população idosa brasileira 
é acompanhado por um aumento na prevalência de doenças 
crônico-degenerativas [1,2]. Neste contexto, as vasculopatias 
periféricas assumem um lugar de destaque entre as causas de 
incapacidade e óbito em idosos, sendo apontadas pela literatura 
como as principais responsáveis pelas amputações de membros 
inferiores (AMI) nestes indivíduos [2-4]. As AMI representam 
um importante impacto sócio-econômico, com diminuição da 
capacidade funcional, de socialização e conseqüentemente, da 
qualidade de vida do indivíduo [5-8]. Além disso, o mito de 
que idosos não possuem perspectiva de protetização acaba 
conduzindo-os à inatividade e ao declínio funcional.
Fisioterapia_v7n1.indb 49Fisioterapia_v7n1.indb 49 1/2/2006 18:50:181/2/2006 18:50:18
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200650
Embora o prognóstico do idoso amputado seja permeado 
por uma alta taxa de mortalidade, vários estudos têm demons-
trado otimismo em relação à reabilitação funcional desses 
pacientes após a amputação [6,9-12], mesmo que as metas 
sejam menos ambiciosas.
A utilização de dispositivos protéticos por pacientes 
geriátricos promove maior independência funcional, autono-
mia e aumento da expectativa de vida dos idosos com AMI 
[13-15]. Entretanto, é necessário considerar a complexidade 
do processo de reabilitação protética (RP) de um idoso, pois 
geralmente, além da amputação, outras comorbidades estão 
presentes nesses indivíduos [3,13,16,17].
O presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão 
bibliográfi ca sobre os fatores que interferem na RP de idosos 
submetidos à AMI.
Material e métodos
As bases eletrônicas de dados Medline, Lilacs e Scielo foram 
pesquisadas, com busca restrita ao período de 1993-2004. As 
palavras-chave utilizadas foram elderly, amputation, lower limb, 
rehabilitation, prosthetic. A busca restringiu-se a artigos publi-
cados em inglês e português, cujas pesquisas fossem realizadas 
com humanos de faixa etária acima de 60 anos de idade. A 
seleção dos artigos foi realizada por meio dos seguintes crité-
rios: 1. população: idosos amputados de membros inferiores; 
2. etiologia da amputação: vasculopatia periférica, uma vez 
que a maioria das amputações na população geriátrica ocorre 
devido às mesmas; 3. tipo de amputação: unilateral ou bilateral; 
4. nível da amputação: transtibial, transfemural ou desarticula-
ção do quadril; 5. desfecho investigado: ênfase no processo de 
reabilitação. Foram encontrados 58 artigos científi cos, sendo 
incluídos 35 pela concordância com os critérios defi nidos, den-
tre eles ensaios clínicos experimentais ou quasi-experimentais, 
estudos transversais e relato de caso.
Resultados
Para que um programa de reabilitação tenha sucesso, o 
idoso deve passar por uma avaliação pré-operatória minuciosa 
em que condições clínicas, como situação física e mental, e 
condições sócio-econômicas do indivíduo devem ser con-
sideradas. A análise de tais fatores contribui não só para de-
terminar o melhor nível de amputação, mas para estabelecer 
objetivos realistas para reabilitação [16].
Os fatores reportados na literatura que podem interferir, 
com grande impacto, na reabilitação de idosos com AMI 
foram a idade elevada, o nível e tipo de amputação, a inte-
gridade da pele, a presença de comorbidades, reamputações, 
além do declínio das condições físicas, psicológicas e cogni-
tivas [9,13,14,17,18].
A idade encontra-se fortemente relacionada à presença 
de comorbidades e à motivação, variáveis que interferem no 
resultado da reabilitação do idoso [7].
Ao investigar a infl uência da idade avançada na RP de am-
putados, Kerstein et al. [19] verifi caram que esta se relacionou 
com níveis mais altos de amputação, incidência de amputa-
ções
bilaterais e maior tempo necessário para a reabilitação. 
Sakuma et al. [11] constataram que a maioria dos amputados 
idosos capazes de deambular com a prótese era 10 anos mais 
jovem, em comparação àqueles que não conseguiram a mar-
cha. Flecher et al. [20] identifi caram a idade avançada como 
um preditor negativo para o sucesso com prótese, enquanto 
Bilodeau et al. [10] observaram que a utilização do dispositivo 
protético decresce com a idade.
Entretanto, mesmo o aumento da idade sendo apontado 
como um dos principais fatores que interferem na RP, ele sozi-
nho não é contra-indicação para tal [3,9,11]. Em um estudo 
de caso, duas idosas com mais de 90 anos, com amputação 
transtibial por doença vascular periférica (DVP), conseguiram 
marcha comunitária, apesar de infecções recorrentes do coto 
e comprometimentos circulatórios severos [12].
Em relação aos tipos de AMI, unilateral ou bilateral, 
Sakuma et al. [11], considerando a capacidade de deambular 
com a prótese, encontraram taxas de sucesso de 78% nas 
amputações transtibiais bilaterais e de 15% nas transfemorais 
bilaterais. De Fretes et al. [21] reportaram que 80,6% dos 
amputados bilaterais foram protetizados ainda no hospital. 
Já em um estudo brasileiro, Diogo [22] verifi cou que 58% 
dos idosos com AMI unilateral foram protetizados, contra 
22% dos idosos com AMI bilateral, sendo que nestes últimos 
a dependência funcional foi maior. 
O nível de amputação aparece como um dos parâme-
tros mais fortes para obtenção de sucesso com a prótese 
[9,13,18,20]. No estudo de Leung et al. [13], do grupo con-
siderado sucesso na RP, 76% eram amputados transtibiais e 
apenas 20%, amputados transfemorais. 
Em uma análise prospectiva sobre o sucesso da RP de 
116 idosos com AMI, 100% dos amputados transtibiais 
foram protetizados, sendo que destes, 73% deambulavam 
com a prótese por tempo integral. Em contraste, 73% dos 
indivíduos amputados transfemorais colocaram a prótese, e 
destes apenas 50% deambulavam com a prótese por tempo 
integral. A taxa de protetização dos amputados bilaterais 
neste estudo foi de 83%, sendo que 27% destes utilizavam a 
prótese por tempo integral [9].
Em um estudo com 241 pacientes idosos com AMI, não 
ocorreu relação entre o nível de amputação e a existência 
ou não de diabetes, nível de atividade de vida diária (AVD), 
mobilidade e cognição no período pré-operatório [4]. Níveis 
de amputação acima do joelho associaram-se a um risco 
maior de quedas [23], à baixa confi ança no equilíbrio e menor 
mobilidade protética em relação àqueles com amputações 
abaixo do joelho [24].
Estudos relatam correlação negativa entre o número de 
comorbidades e maiores níveis de independência na deam-
bulação e sucesso no uso da prótese [13,17,25]. Na literatura, 
os fatores associados ao insucesso na RP foram doenças 
Fisioterapia_v7n1.indb 50Fisioterapia_v7n1.indb 50 1/2/2006 18:50:181/2/2006 18:50:18
51Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
cardiopulmonares e cerebrovasculares; alterações visuais e 
comprometimento cognitivo [9,14,26]. Entretanto, Steim-
berg et al. consideram que a protetização do idoso apenas 
seria contra-indicada quando essas comorbidades estão em 
estágio severo o sufi ciente para impor rígidas limitações na 
tolerância ao esforço [27]. 
Não se observou vínculo entre a presença de diabetes 
com o processo de adaptação com a prótese e o desempenho 
funcional entre indivíduos com AMI [7,14], assim como 
não foram constatadas diferenças na prevalência do nível de 
amputação e na presença de comorbidades entre amputados 
diabéticos e não diabéticos [8].
Davis et al. [16] referem que as contraturas da articulação 
do joelho difi cultam e podem, até mesmo, impossibilitar o 
uso da prótese, corroborando com o estudo de Fletcher et al. 
[20], em que as contraturas em fl exão também constituíram 
um fator para o insucesso no uso da prótese.
O estudo de Melchiorre et al. [25], ao avaliar o índice de 
independência funcional e o tempo de reabilitação de am-
putados de etiologia vascular e traumática, não demonstrou 
diferença entre os dois grupos. Do mesmo modo, a causa 
da amputação não afetou o tempo gasto na reabilitação em 
estudo de Scremin et al. [28].
A integridade da pele do membro residual exerce infl uên-
cia relevante na colocação da prótese [9,14,20]. McWhinnie 
et al. [14] relatam que a má cicatrização do coto ocorreu em 
25% dos pacientes amputados abaixo do joelho, enquanto 
que não houve problemas de cicatrização nas AMI acima do 
joelho. Já em um estudo de Scremin et al. [28], o maior tempo 
para a cicatrização se associou mais à idade do que à causa 
da amputação. A presença de infecção e úlceras no coto foi 
descrita como fator relacionado ao atraso na adaptação da 
prótese [11,14], à falha na RP [9] e à menor funcionalidade 
no momento da alta da reabilitação [25].
A ocorrência de reamputações em idosos com AMI 
também é um fator relevante na RP desses indivíduos, sendo 
apontada como um dos motivos para o insucesso no uso da 
prótese [18,20]. Estudos demonstram que, após 5 anos de 
amputação de causa vascular, o risco de se perder o membro 
contralateral é de 20 a 50% [3], enquanto a taxa de reamputa-
ção, após 8 anos, para um nível mais alto, foi de 44% e de 
66%, considerando também a perda do membro contralateral 
[29]. McWhinnie et al. [14] verifi caram que o número de re-
amputações foi maior entre os pacientes diabéticos quando 
comparado aos pacientes não diabéticos. 
A presença de fatores como idade, sexo, dor residual, 
gangrena, diabetes, doença isquêmica do coração, tabagismo 
e reconstrução vascular prévia não infl uenciaram a inde-
pendência com a prótese [7,30,31]. Já o VO2 máx mostrou-se 
relevante preditor da capacidade funcional e do sucesso na RP 
de amputados por DVP [32]. Campbell e Ridler [33] encon-
traram o nível de mobilidade e a independência no período 
anterior à amputação como bons preditores para indicar o 
uso da prótese por pacientes com AMI devido à DVP.
Também indicadas na literatura como fatores fundamen-
tais no sucesso da RP, são as orientações dadas aos pacientes 
antes e após a cirurgia de AMI. Diogo [34] menciona que 
orientações quanto à higiene, realização adequada do curativo 
e enfaixamento, posicionamento e exercícios são procedi-
mentos essenciais para o bom preparo do coto, visando à 
colocação da prótese.
A escolha adequada da prótese é outro aspecto impor-
tante ao se iniciar a RP. Critérios como idade, peso, nível de 
amputação, estado geral do coto, condições físicas, nível de 
atividade física, ocupação do paciente, ambiente de moradia 
e trabalho, condições econômicas, a aparência do dispositivo 
protético, assim como as peculiaridades de cada indivíduo 
devem ser consideradas no momento da protetização [35,36]. 
A observação de todos estes critérios facilita a adaptação e a 
aquisição da prótese [35]. 
Outro fator que parece interferir no uso da prótese é a 
utilização da cadeira de rodas (CR), pelo idoso, como primeira 
opção para a locomoção. O uso da CR entre os idosos com 
AMI é muito comum, mesmo em indivíduos com condições 
de iniciar a marcha com andador ou muletas. Tal fato leva o 
paciente a acomodar-se, não desenvolvendo sua habilidade 
para a marcha e posterior protetização [37,38]. Em um estudo 
de Bilodeau et al. [10], o fato de o indivíduo possuir CR não 
contribuiu para o menor uso da prótese.
A experiência de quedas, o medo de cair e a falta de con-
fi ança no próprio equilíbrio são prevalentes entre indivíduos 
comunitários com AMI [23,24]. Entretanto, Miller et al. [24] 
verifi caram que a baixa confi ança no próprio equilíbrio foi o 
único fator que afetou a mobilidade com a prótese e o nível 
de participação social. A experiência com quedas e o medo 
de cair não exercem infl uência signifi cativa na mobilidade 
protética [24].
Discussão
Mesmo que a reabilitação de idosos com AMI apresente 
inúmeras difi culdades, um percentual signifi cativo desses 
pacientes pode obter sucesso com a RP, tornando-se inde-
pendente na deambulação com a prótese, no auto cuidado 
e, assim, retornar à vida comunitária.
Atualmente, a taxa de sucesso na RP de idosos varia entre 
30 e 60%, dependendo principalmente do nível da amputação 
[9,29]. Quanto mais proximal a amputação, maior é o gasto 
energético para deambulação com a prótese, difi cultando o 
seu uso pelos idosos. Tal difi culdade ocorre pela prevalência 
de doenças cardiopulmonares e a baixa tolerância ao exercício 
na população geriátrica. Dessa forma, idosos com AMI proxi-
mais obtêm menor sucesso na deambulação com a prótese, 
pois o esforço exigido durante a marcha pode exceder a sua 
capacidade física [9,11,32].
Além disso, a perda do joelho aumenta a demanda ener-
gética, diminui a propriocepção, o equilíbrio e a efi ciência da 
marcha [39]. A preservação do joelho, portanto, é importante 
Fisioterapia_v7n1.indb 51Fisioterapia_v7n1.indb 51 1/2/2006 18:50:191/2/2006 18:50:19
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200652
para a RP, pois diminui o gasto energético e, biomecanica-
mente, minimiza as alterações do centro de massa, que ocor-
rem durante a marcha e as transferências [39].
Apesar da reserva cardiopulmonar muitas vezes limitar 
a capacidade de deambulação do idoso com a prótese, é 
ne cessário considerar os outros benefícios proporcionados 
pelo uso da mesma, como a realização de atividades de vida 
diária básicas, garantindo um mínimo de funcionalidade para 
o paciente. Bilodeau et al. [10] constataram que 83% dos 
idosos com AMI estavam satisfeitos com a prótese, mesmo 
aqueles com baixo nível de atividade. Além disso, o dispositivo 
protético promove melhor imagem corporal, ajudando-os a 
desenvolver confi ança em suas habilidades físicas [10].
Nos estudos revisados, as comorbidades encontradas 
como principais preditores de insucesso foram doenças car-
diopulmonares e alterações cognitivas [9,11,19,27]. Alguns 
autores são de opinião que os idosos com comorbidades não 
estão aptos à protetização, enquanto para outros, a gravidade 
da comorbidade é o que determina se o paciente é candidato 
ou não à protetização [14,20,27]. Dessa forma, não existe 
na literatura um consenso sobre a maneira de se identifi car 
com clareza um candidato potencial para colocação da pró-
tese. Isso reafi rma a necessidade de uma avaliação criteriosa 
sobre as reais condições de saúde do idoso amputado para 
se descartar a possibilidade de protetização.
Os achados de Miller et al. [24] acerca da baixa confi ança 
no equilíbrio em amputados de membro inferior também 
sugerem que tal condição deve receber atenção especial 
no processo de reabilitação. Um programa constituído por 
atividades que desenvolvam força, coordenação e equilíbrio 
pode aumentar ou, até mesmo, restabelecer a confi ança do 
indivíduo em seu equilíbrio, promovendo maior funcionali-
dade e participação social.
A presença de contraturas constitui um problema especial 
no processo de RP, podendo se desenvolver antes mesmo da 
amputação e, em muitos casos, torna-se um fator impedi-
tivo para colocação da prótese. Todavia, as contraturas são 
evitáveis através do posicionamento adequado do membro 
acometido e da abordagem fi sioterapêutica, medidas que 
podem ser implementadas precocemente, antes mesmo da 
amputação.
Ainda que a difi culdade de protetização em idosos am-
putados bilaterais seja maior, esta não é uma condição que 
contra-indica o uso de prótese nesta população. Considerando 
todos os fatores que interferem no uso da prótese, a percenta-
gem de idosos amputados bilaterais protetizados é bastante 
signifi cativa. Um ponto em comum em todos os estudos foi 
o uso de dispositivos de auxílio à marcha por estes pacientes, 
fato que pode ter contribuído para o sucesso da reabilitação 
desses indivíduos.
Outro fator que infl uencia negativamente a reabilitação de 
idosos com AMI é o grande número de reamputações nesses 
indivíduos [11,18,20]. Atualmente, o que parece acontecer é 
a opção por uma amputação primária proximal, mesmo que 
a protetização de um idoso amputado transfemoral seja mais 
difícil. De acordo com os estudos revisados, isto ocorre, prin-
cipalmente, para se evitar reamputações e conseqüentemente 
maior tempo de internação e declínio funcional. Adunsky et al. 
[4] reportam que a opção por uma amputação proximal é re-
sultado de um alto grau de comprometimento e gravidade das 
doenças vasculares nos idosos e da alta incidência de infecções 
no coto no pós-operatório. Estudos indicam que a amputação 
primária em um nível proximal aumenta a chance de sucesso 
na recuperação no período pós-amputação e a relacionam a 
uma menor necessidade de reamputação [11,30].
O aumento da idade também se mostrou como um fator 
relevante na reabilitação de idosos com AMI [10,20,28]. No 
entanto, apesar das prováveis difi culdades, o idoso de idade 
mais avançada com AMI não está fadado ao fracasso na 
colocação de uma prótese.
Resultados positivos na reabilitação protética de pacientes 
geriátricos, em muitos estudos, confi rmam que a idade avan-
çada como fator isolado não é contra-indicação para o uso da 
prótese [9,11,12]. Contudo, para o sucesso na protetização 
de indivíduos idosos é imprescindível um enfoque amplo e 
específi co que respeite o tempo e as limitações dos mesmos. 
Em alguns estudos, foi encontrada relação entre idade e 
tempo necessário para reabilitação [19,28], evidenciando 
que o idoso exige um tempo maior para obter sucesso com 
a prótese. Segundo Scremin et al. [28], tal achado mostra o 
grande investimento necessário para que o idoso chegue a 
um nível de independência satisfatório, o que só pode ser 
obtido através da internação do paciente ou de tratamento 
ambulatorial intensivo.
Assim, uma reabilitação bem feita é um ponto chave para 
o sucesso no uso da prótese por um amputado de membro 
inferior, principalmente se este é um idoso com múltiplos 
acometimentos. Fletcher et al. [20] relataram que de 199 
pacientes idosos, 74% daqueles com amputação unilateral, 
reabilitados em uma clínica especializada, obtiveram sucesso 
com a prótese, em contraste com 9% que não receberam 
reabilitação especializada. Adunsky et al. [4], ao encontrarem 
resultados insatisfatórios quanto a protetização de idosos 
com AMI, consideraram que o tempo para a reabilitação 
foi insufi ciente e que a solução seria um período maior de 
treinamento funcional. 
De acordo com a literatura, existe uma grande probabi-
lidade de sucesso na protetização de pacientes geriátricos. 
Entretanto, a indicação de prótese para esses pacientes não 
deve ser generalizada, sendo necessário o conhecimento dos 
fatores que interferem na protetização e no uso da prótese, 
ponderando custo/benefício, para realização de uma reabili-
tação mais realista e sem tentativas frustrantes. Sobretudo, 
torna-se evidente a necessidade de uma equipe multidisci-
plinar experiente e bem treinada envolvida no processo de 
reabilitação do idoso amputado.
Os demais fatores, como integridade da pele, hábitos 
sociais, nível de mobilidade e independência anteriores à 
Fisioterapia_v7n1.indb 52Fisioterapia_v7n1.indb 52 1/2/2006 18:50:201/2/2006 18:50:20
53Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
amputação, orientações recebidas no pré e pós-operatório, 
quedas e medo de cair e demais condições físicas, psicológi-
cas e cognitivas são achados muitas vezes isolados que não 
permitem conclusões quanto ao seu real impacto na RP 
dessa população.
Conclusão
A variedade de instrumentos e defi nições utilizadas nos 
estudos para defi nir a adaptação com a prótese, o sucesso na 
reabilitação e demais variáveis constituíram
uma difi culdade 
para a comparação entre os resultados e a determinação da 
relevância dos fatores que interferem signifi cativamente na 
reabilitação de idosos com AMI. O que existe é uma grande 
similaridade dos achados e uma tendência dos resultados em 
favor da presença de comorbidades, idade, reamputações, 
tipo e nível de amputação como os principais fatores que 
interferem na protetização de idosos com AMI.
Referências 
1. Ramos LR, Rosa TEC, Oliveira ZM, Medina MCG, Santos 
FRG. Perfi l do idoso em área metropolitana na região sudeste 
do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Rev Saúde Pública 
1993;27(2):87-94.
2. DATASUS. Informações do Datasul; base de dados. [citado 
2004 jul 7]. Disponível em URL: http://www.datasus.gov.
br/tabnet/tabnet.htm
3. Cutson TM, Bongiorni DR. Rehabilitation of the older lower 
limb amputee: a brief review. J Am Geriatr Soc 1996;44(11):1388-
93.
4. Adunsky A, Wershawski M, Arad M, Heruti R, Siev-Ner I, Heim 
M. Non-traumatic lower limb older amputees a database survey 
from a geriatric centre. Disabil Rehabil 2001;23(2):80-4.
5. Peters EJG, Childs MR, Wunderlich RP, Harkless LB, Armstrong 
DG, Lavery LA. Functional status of persons with diabetes-
related lower-extremity. Diabetes Care 2001;24(10):1799-804.
6. Spichler ERS, Spichler D, Franco LJ, Lessa I, Forti AC, LaPorte 
R. Estudo brasileiro de monitorização global de amputações de 
membros inferiores. [citado 2004 set 28] Disponível em URL: 
http://members.tripod.com/ladufpr/mami.htm
7. Greive AC, Lankhorst GJ. Functional outcome of lower-limb 
amputees: a prospective descriptive study in a general hospital. 
Prosthet Orthot Int 1996;20:79-87.
8. Frykberg RG, Arora S, Pomposelli FB, LoGerfo F. Functional 
outcome in the elderly following lower extremity amputation. 
J Foot Ankle Surg 1998;37(3):181-5.
9. Steinberg FU, Sunwoo I, Roettger RF. Prosthetic rehabilitation 
of geriatric amputee patients: a follow-up study. Arch Phys Med 
Rehabil 1985;66:742-5.
10. Bilodeau S, Hébert R, Desrosiers J. Lower limb prosthesis utilisa-
tion by elderly amputees. Prosthet Orthot Int 2000;24:126-32.
11. Sakuma J, Hinterbuchner C, Green RF, Silber M. Rehabilitation 
of geriatric patients having bilateral lower extremity amputa-
tions. Arch Phys Med Rehabil 1974;55:101-11.
12. Graham LA, Fyfe NCM. Prosthetic rehabilitation of am-
putees aged over 90 is usually successful. Disabil Rehabil 
2002;24(13):700-1.
13. Leung EC-C, Rush PJ, Devlin M. Predicting prosthetic reha-
bilitation outcome in lower limb amputee patients with the 
functional independence measure. Arch Phys Med Rehabil 
1996;77:605-8.
14. McWhinnie DL, Gordon AC, Collin J, Gray DWR, Morrison 
JD. Rehabilitation outcome 5 years after 100 lower-limb amputa-
tions. Br J Surg 1994;81:1596-9.
15. Rommers GM, Vos LDW, Groothoff JW, Eisma WH. Clinical 
rehabilitation of the amputee: a retrospective study. Prosthet 
Orthot Int 1996;20:72-8.
16. Davis WC, Bianchard RS, Jackson FC. Rehabilitation of the 
geriatric amputee: a plea for moderation. Arch Phys Med Rehabil 
1967;48(1):31-6.
17. Legro MW, Reiber GD, Smith DG, Aguila M, Larsen J, Boone 
D. Prosthesis evaluation questionnaire for persons with lower 
limb amputations: assessing prosthesis-related quality of life. 
Arch Phys Med Rehabil 1998;79:931-8.
18. Fletcher DD, Andrews KL, Hallett JW, Butters MA, Rowland 
CM, Jacobsen SJ. Trends in rehabilitation after amputation 
for geriatric patients with vascular disease: implications for 
future health resource allocation. Arch Phys Med Rehabil 
2002;83:1389-93.
19. Kerstein MD, Zimmer H, Dugdale FE, Lerner E. What infl u-
ence does age have on rehabilitation of amputees. Geriatrics 
1975;12:67-71.
20. Fletcher DD, Andrews KL, Butters MA, Jacobsen SJ, Rowland 
CM, Hallett JW. Rehabilitation of the geriatric vascular ampu-
tee patient: a population-based study. Arch Phys Med Rehabil 
2001;82:776-9.
21. De Fretes A, Boonstra AM, Vos DW. Functional outcome of 
rehabilitated bilateral lower limb amputees. Prosthet Orthot Int 
1994;18:18-24.
22. Diogo MJD’E. Avaliação funcional de idosos com amputação 
de membros inferiores atendidos em um hospital universitário. 
Rev Latinoam Enfermagem 2003;11(1):59-65.
23. Miller WC, Speechley M, Deathe B. The prevalence and risk 
factors of falling and fear of falling among lower extremity 
amputees. Arch Phys Med Rehabil 2001;82:1031-7.
24. Miller WC, Speechley M, Deathe B. The infl uence of falling, 
fear of falling, and balance confi dence on prosthetic mobility 
and social activity among individuals with a lower extremity 
amputation. Arch Phys Med Rehabil 2001;82:1238-44.
25. Melchiorre PJ, Findley T, Boda W. Functional outcome and 
comorbidity indexes in the rehabilitation of the traumatic 
versus the vascular unilateral lower limb amputee. Am J Phys 
Med Rehabil 1996;75:9-14.
26. Siriwardena GJA, Bertrand PV. Factors infl uencing rehabilita-
tion of arteiosclerotic lower limb amputees. J Rehabil Res Dev 
1991;28(3):35-44.
27. Steinberg FU, Garcia WJ, Roettger RF, Shelton DJ. Rehabilitation 
of the geriatric amputee. J Am Geriatr Soc 1974;22(2):62-6.
28. Scremin AME, Tapia JI, Vichick DA, Leach C, Salas R. Effect of 
age on progression through temporary prostheses after below-
knee amputation. Am J Phys Med Rehabil 1993;72:350-54.
29. Hermodsson Y, Persson BM. Cost of prostheses in patients 
with unilateral transtibial amputation for vascular disease. Acta 
Orthop Scand 1998;69(6):603-7.
30. Eneroth M, Persson BM. Risk factors for failed healing in ampu-
tation for vascular disease. Acta Orthop Scand 1993;64(3):369-
72.
Fisioterapia_v7n1.indb 53Fisioterapia_v7n1.indb 53 1/2/2006 18:50:211/2/2006 18:50:21
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200654
31. White SA, Thompson MM, Zickerman AM, Broomhead P, 
Critchley P, Barrie WW. Lower limb amputation and grade of 
surgeon. Br J Surg 1997;84:509-11.
32. Chin T, Sawamura S, Fujita H, Ojima I, Oyabu H, Nagakura 
Y, et al. %VO2 max as an indicator of prosthetic rehabilitation 
outcome after dysvascular amputation. Prosthet Orthot Int 
2002;26:44-9.
33. Campbell WB, Ridler BMF. Predicting the use of prostheses by 
vascular amputees. Eur J Vasc Endovasc Surg 1996;12:342-5.
34. Diogo MJD’E. A problemática do idoso submetido à amputa-
ção de membros inferiores [dissertação]. São Paulo: Escola de 
Enfermagem da Universidade de São Paulo; 1990.
35. Carvalho JA. Amputações de membros inferiores: em busca da 
plena reabilitação. 2a ed. São Paulo: Manole; 2003.
36. Walters J. Coping with a leg amputation. Am J Nurs 
1981;81(7):1349-52.
37. Diogo MJD’E, Campedelli MC. O idoso submetido à Amputa-
ção de membros inferiores e as alterações nas atividades da vida 
diária. Rev Paul Enfermagem 1992;11(2):92-9.
38. Diogo MJD’E. A dinâmica dependência-autonomia: pos-
sibilidades em idosos submetidos à amputação de membros 
inferiores. Rev Paul Enfermagem 1995;14(2/3):98-103.
39. Waters R, Perry J, Antonelli D, Hislop H. Energy cost of walk-
ing of amputees: infl uence of level of amputation. J Bone Joint 
Surg Am 1976;58:42-5.
Fisioterapia_v7n1.indb 54Fisioterapia_v7n1.indb 54 1/2/2006 18:50:221/2/2006 18:50:22
55Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
O exercício físico e a regeneração muscular
The exercise and the muscle regeneration
Fabiana Elisa Toressan Faria*, Viviane Balisardo Minamoto, D.Sc.**
*Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Metodista de Piracicaba, 
**Docente do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Metodista de Piracicaba
Resumo
Um dos mais importantes avanços no tratamento das lesões 
musculoesqueléticas provém da compreensão de que o início rápido 
da atividade pode promover a recuperação
da função, enquanto 
o tratamento desta com repouso prolongado poderá retardar a 
recuperação, desfavorecendo a regeneração muscular. Esta revisão 
objetiva estabelecer os mecanismos envolvidos na regeneração 
muscular e apresentar resultados de estudos relacionados ao efeito 
da mobilização no tratamento das lesões musculares. Os estudos 
apresentados recomendam a prática do exercício físico para auxiliar 
o processo de regeneração muscular, embora algumas variáveis 
como tempo de início, duração, intensidade e tipo de exercício 
devam ser alvos de pesquisas futuras.
Palavras-chave: lesão muscular, mobilização, imobilização, 
regeneração.
Revisão
Abstract
One of the best advance in the treatment of skeletal muscle 
injuries are related to the knowledge that exercise is important to 
improve muscle healing, while the use of inactivity can impair the 
healing process. The aim of this review is to present the mechanisms 
involved in the muscle regeneration and also to show the results of 
studies related to the effect of mobilization in the treatment of these 
muscle injuries. The studies suggest to use the physical exercise to 
improve the muscle regeneration process, although some variables 
such as the early or late onset, duration and intensity of exercise 
and the type of exercise should be studied in more detail. 
Key-words: muscle lesion, mobilization, immobilization, muscle 
regeneration.
Artigo recebido em 15 de abril de 2005; aceito em 15 de novembro de 2005.
Endereço para correspondência: Profa. Dra. Viviane Balisardo Minamoto, Curso de Mestrado em Fisioterapia, Universidade Metodista de Piracicaba, Rodovia 
do Açúcar, Km 156 Campus Taquaral 13417-530 Piracicaba SP, Tel: (19) 3124 1558, Fax (19) 3124 1659, E-mail: vbminamo@unimep.br
Introdução
As lesões musculares representam um grande número 
de lesões esportivas, profi ssionais e recreacionais. Estas 
lesões ocorrem através de vários mecanismos que variam do 
trauma direto, incluindo laceração e contusão muscular, até 
lesões indiretas associadas à distensão, isquemia e disfunções 
neurológicas [1].
O diagnóstico e o tratamento inapropriado dessas lesões 
podem comprometer a participação do atleta no treinamento 
e na competição. Deste modo, não é surpresa que profi s-
sionais da área de medicina esportiva estejam empenhados em 
descobrir como favorecer e acelerar a recuperação de lesões 
musculares. Nestas circunstâncias, a questão da imobilização 
x mobilização pós-lesão apresenta crescente atenção, tanto na 
prática clínica quanto em pesquisas experimentais.
Um dos mais importantes avanços no tratamento das 
lesões musculoesqueléticas provém da compreensão de que 
o início rápido da atividade pode promover a recuperação 
da função, enquanto o tratamento desta com repouso pro-
longado poderá retardar a recuperação desfavorecendo a 
regeneração muscular [2].
Entretanto, algumas variáveis como intensidade, duração 
e início do exercício ainda merecem estudos, pois existe 
divergência na literatura em relação ao melhor protocolo de 
exercício realizado após lesão muscular.
Sendo assim, a fi m de apresentar o efeito da mobilização 
no tratamento das lesões musculares, este artigo de revisão 
primeiramente estabelece os mecanismos envolvidos na re-
generação muscular e posteriormente apresenta resultados 
de estudos relacionados ao uso da mobilização em músculos 
previamente lesados. 
Fisioterapia_v7n1.indb 55Fisioterapia_v7n1.indb 55 1/2/2006 18:50:231/2/2006 18:50:23
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200656
Para isso, foi realizada uma busca na base de dados 
Medline (palavras-chaves utilizadas: skeletal muscle injury, 
mobilization, immobilization, healing process), no período de 
1985 a 2003, complementada com a busca de estudos citados 
nessas referências bibliográfi cas.
Regeneração muscular
O músculo esquelético é capaz de notável regeneração 
após lesão. Diferentes eventos ocorrem para ativar a completa 
regeneração muscular: fagocitose de fragmentos musculares, 
revascularização, ativação, proliferação e diferenciação de 
células precursoras musculares e reinervação [3].
Nos modelos experimentais de lesão muscular, a natureza 
da lesão determina a extensão na qual a revascularização, 
fagocitose, reinervação e miogênese devem ocorrem para 
regenerar o músculo [4]. Com exceção da fagocitose das fi bras 
fragmentadas, os eventos celulares e moleculares que ocor-
rem após lesão são semelhantes aos que ocorrem durante a 
miogênese do embrião. Inicialmente, a lesão causa dissolução 
do sarcolema que leva a rápida necrose da fi bra muscular, com 
posterior aumento do número de células infl amatórias no local 
da lesão, sendo estas as principais características histopatológi-
cas observadas na fase inicial do trauma muscular [5].
Assim, a fase inicial da lesão muscular é acompanhada pela 
ativação de células infl amatórias e miogênicas. Pesquisas recentes 
revelam que fatores liberados pelo músculo lesado ativam células 
infl amatórias intramusculares, que promoverão sinais quimiotáti-
cos para células infl amatórias oriundas da circulação [5].
Os neutrófi los são as primeiras células infl amatórias a in-
vadir o músculo lesado, liberando bradicinina, prostaglandina 
e histamina, causando vasodilatação e aumentando a permea-
bilidade dos pequenos vasos [6], aumentando em quantidade 
de 1-6 horas após a lesão e permanecendo presentes poucas 
horas após a lesão [5,7]. 
Após a infi ltração de neutrófi los (~48h), os macrófagos 
tornam-se as células infl amatórias predominantes no local 
da lesão. Essas células mononucleares infi ltram-se no local 
para fagocitar o tecido lesado, condição importante para a 
regeneração muscular [8], ativar e regular a atividade mitótica 
das células miogênicas [5,7], além de liberar fatores de cresci-
mento após a lesão [9,10].
A degeneração é seguida pela ativação do processo de re-
paro muscular. A proliferação celular é um evento necessário 
para a regeneração muscular. A expansão das células miogêni-
cas promove uma fonte sufi ciente de novos mionúcleos para 
o reparo muscular. As células miogênicas diferenciam-se e 
fundem-se às fi bras lesadas para reparo e/ou formação de 
novas miofi bras [5].
As células miogênicas responsáveis pela regeneração são 
as células satélites (CS), inicialmente descritas por Mauro 
[11]. Elas fazem parte de uma população de células com 
grande atividade mitogênica que contribui para o crescimento 
muscular pós-natal, reparo das fi bras musculares danifi cadas 
e manutenção do músculo esquelético adulto. Foram assim 
denominadas por sua localização anatômica na periferia 
de fi bras musculares multinucleadas maduras. São células 
indiferenciadas e mononucleadas, cuja membrana basal está 
em continuidade com a membrana basal da fi bra muscular. 
Enquanto o tecido muscular esquelético mantém-se livre de 
agressões, as CS permanecem em estado de quiescência (re-
pouso). Entretanto, em resposta a estímulos como crescimen-
to, remodelação ou trauma, as CS são ativadas, proliferam-se 
e expressam marcadores da linhagem miogênica. Essas células 
se fundem a fi bras musculares já existentes ou se fundem à 
CS vizinhas para gerar novas fi bras musculares [12].
A revascularização é fator importante para o sucesso e for-
mação de nova fi bra muscular após uma severa lesão, levando 
nutrientes e oxigenação aos tecidos adjacentes para o reparo 
do tecido [9,13,14]. Deste modo, se a lesão levar a um compro-
metimento vascular, o processo regenerativo será mais lento, 
devido ao retardo da fagocitose pelas células infl amatórias [15]. 
Além do suprimento sanguíneo, a integridade da lâmina basal 
também é importante no sucesso da regeneração, servindo 
como base para a formação do novo miotubo (precursor das 
miofi brilas) e o desenvolvimento mínimo de fi brose [8].
Resumindo, para que
aconteça a regeneração, o tecido 
muscular passa por três fases. A primeira é a de destruição ou 
infl amatória aguda (zero a sete dias), a qual é caracterizada por 
formação de hematoma, necrose miofi brilar e reação celular 
infl amatória. A segunda é a fase de reparo ou proliferativa 
(sete a vinte e um dias), a qual consiste de fagocitose do tecido 
necrosado, regeneração das miofi brilas, produção do tecido 
conectivo de cicatrização e crescimento capilar. Já a terceira 
e última fase, de remodelação ou maturação (após vinte e um 
dias), caracteriza-se pela maturação das miofi brilas, contração 
e reorganização do tecido de cicatrização e restauração da 
capacidade funcional muscular [13,16].
O exercício e a regeneração muscular
O rápido e completo reparo do tecido muscular lesado é 
objetivo óbvio, principalmente em caso de lesões em atletas, 
justifi cando as tentativas experimentais para se encontrar um 
tratamento viável que favoreça o reparo do músculo. 
Durante muito tempo, a imobilização foi utilizada para 
o tratamento das lesões musculares, sendo que na prática 
clínica os membros lesados são imobilizados por tempo 
sufi ciente para resultar em atrofi a das miofi brilas. Vários fa-
tores podem afetar a severidade da atrofi a, assim como idade, 
sexo, duração da imobilização, tipo de fi bra predominante 
no músculo, grupo muscular e posição em que o músculo é 
imobilizado [17]. Além da atrofi a, redução da força e fl exi-
bilidade muscular, a imobilização resulta em risco de nova 
lesão [18], fi brose intramuscular, perda de capilares, e várias 
alterações histoquímicas e bioquímicas [16], sendo que as 
alterações mais notáveis ocorrem durante a primeira semana 
de imobilização [19].
Fisioterapia_v7n1.indb 56Fisioterapia_v7n1.indb 56 1/2/2006 18:50:231/2/2006 18:50:23
57Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Atualmente, os efeitos deletérios da imobilização são 
bem enfatizados e a mobilização tem sido favorecida como 
forma de tratamento, sendo sua superioridade, em relação 
à imobilização, documentada em vários estudos clínicos 
[20,21]. Deste modo, é bem estabelecido que o tratamento 
que utiliza a mobilização é importante para a regeneração da 
fi bra muscular e para reativar a propriedade tênsil original 
do músculo.
A mobilização provoca aumento do número de miotubos, 
rápido e intenso crescimento dos capilares, formação e orien-
tação do tecido de cicatrização e ganho da força tênsil. Além 
disso, a força tênsil provida do exercício provoca alinhamento 
dos miotubos, transmitindo força de contração aos miofi bro-
blastos no tecido de cicatrização, guiando o direcionamento 
e crescimento das miofi bras [6,18].
Entretanto, trabalho prévio realizado por Sayers & Clark-
son [22] avaliou o efeito da mobilização x imobilização após 
lesão muscular, não sendo encontrada diferença muscular 
funcional entre os dois protocolos de tratamento. Esses autores 
verifi caram se exercícios leves poderiam resultar ou não em 
favorecimento da função dos músculos fl exores do cotovelo, 
previamente lesados por exercício excêntrico. O exercício leve 
empregado foi um regime de atividade diária que promoveu 
aumento na atividade muscular sem induzir lesões adicionais. 
Os indivíduos submeteram-se a quatro dias de exercício diário 
de duas séries de 25 movimentos de fl exo-extensão do cotovelo 
em toda amplitude de movimento, em velocidade lenta, cadên-
cia constante, com período de repouso de dois minutos entre as 
séries. Ambos os tratamentos, exercícios leves e imobilização, 
dois regimes de tratamento opostos, resultaram no favoreci-
mento da recuperação da força isométrica máxima. Entretanto, 
os exercícios leves ainda reduziram os índices de dor muscular 
nos quatro primeiros dias do experimento quando comparado 
ao grupo imobilizado, que apresentou exacerbação do quadro 
álgico. Sendo assim, mesmo não havendo diferença da força 
muscular entre os dois regimes de tratamento utilizados, o 
exercício mostrou-se mais efi ciente do que a imobilização em 
relação aos sintomas relacionados com a lesão muscular.
Em outro estudo, Saxton & Donnely [23] mostraram 
que o exercício concêntrico leve, realizado durante 4 dias 
após lesão por exercício excêntrico máximo nos fl exores 
do antebraço, teve benefícios tanto na recuperação da força 
muscular quanto no alívio da dor quando comparado ao 
grupo controle. 
Pesquisando também os efeitos de contrações concêntri-
cas leves na lesão muscular, porém no músculo quadríceps 
femoral, Sorichter et al. [24] empregaram os exercícios no dia 
anterior a lesão e após duas horas, durando até 9 dias da carga 
excêntrica. Baseados em imagens obtidas por ressonância 
magnética, marcadores infl amatórios e creatina quinase (CK), 
eles observaram que as contrações concêntricas adicionais 
não tiveram efeito signifi cativo na lesão muscular, sugerindo 
que o exercício concêntrico leve não acelera e nem prejudica 
o processo de regeneração muscular.
A intensidade do exercício também foi alvo de estudos. 
Trabalho prévio mostra que as contrações excêntricas leves 
foram utilizadas como forma de tratamento durante o 
período de recuperação pós-lesão em fl exores e extensores 
do cotovelo [25]. O exercício teve início no dia posterior à 
lesão, durante 14 dias. O grupo não exercitado apresentou 
dor e fraqueza muscular, alterações na fl exibilidade articular 
e aumento dos níveis da CK no sangue. O grupo exercitado 
apresentou menores alterações em todos os parâmetros 
citados, sugerindo que a prática do exercício excêntrico leve 
após lesão foi benéfi ca para a recuperação muscular. 
Do mesmo modo, exercício de alta intensidade, como o 
exercício excêntrico máximo [26] foi empregado após lesão 
muscular, também induzida pelo exercício excêntrico. Neste 
trabalho a eletromiografi a, entre outros marcadores de lesão 
muscular, foi utilizada para analisar a resposta muscular 
após exercício. O autor concluiu que uma segunda série de 
exercícios excêntricos máximos realizados após três dias não 
aumenta a lesão e não retarda a recuperação, mesmo sendo 
esta série de exercícios mais extenuante que a inicial. Estudos 
prévios utilizando o exercício excêntrico máximo apresen-
taram resultados similares, demonstrando que existe uma 
adaptação à carga, observada pela redução nos indicadores de 
lesão muscular (força, amplitude de movimento, dor, edema 
e circulação de proteínas no sangue) [27,28].
Uma outra variável bastante questionada em relação à 
mobilização é a determinação do início do retorno à ativi-
dade pós-lesão muscular. Embora muitos atletas e não atletas 
defendam a continuidade da atividade na presença de dor 
muscular, não é sabido se esta prática irá exacerbar a lesão 
ou favorecer a recuperação da função muscular.
Baseado em evidências clínicas, existem fortes evidências 
de que o melhor tratamento por meio da mobilização é aquele 
no qual a atividade inicia-se após curto período de imobiliza-
ção, variando de um a cinco dias pós-trauma, seguido então 
de mobilização [18].
A maioria dos autores revela que a mobilização imediata-
mente após a lesão pode causar novas rupturas e fraqueza do 
tecido na área lesada, devendo ser evitada nos primeiros dias 
após a lesão [18,21]. Estudos de Lehto et al. [29] e Clancy & 
Clarkson [30] sugerem que uma redução na atividade entre 3 
a 5 dias é benéfi ca na recuperação da função muscular. 
Entretanto, esses resultados não foram encontrados por 
Gregory et al. [31]. Neste estudo, os autores compararam o re-
sultado da atividade no reparo da contusão muscular resultante 
do trauma mecânico no tibial anterior do rato, empregando 
quatro regimes de exercício: corrida ou natação, sendo iniciadas 
imediatamente (após 1 hora) e após 72 horas da indução da 
lesão. O grupo controle não se exercitou. Em relação a dura-
ção das atividades, a corrida foi realizada
em uma esteira com 
inclinação de 10º, a 25m/min, por 15 minutos, e a natação foi 
realizada com a mesma duração, utilizando-se carga equivalente 
a 2% do peso corporal para evitar a fl utuação durante o exer-
cício. Os animais exercitaram-se entre 1 e 32 dias. O processo 
Fisioterapia_v7n1.indb 57Fisioterapia_v7n1.indb 57 1/2/2006 18:50:241/2/2006 18:50:24
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200658
de resolução da contusão muscular foi analisado por meio da 
contagem manual de eritrócitos, leucócitos e fi bras colágenas. 
Os autores concluíram que a corrida com início imediato é o 
regime que mais favoreceu o processo de reparo da contusão 
muscular. Embora o emprego de qualquer regime de ativi-
dade tenha sido melhor que a não atividade, o início imediato 
mostrou favorecer o processo de reparo da contusão e a corrida 
demonstrou resultados superiores à natação. 
Conclusão
Os estudos disponíveis limitam maiores considerações a 
respeito da mobilização por não existir uma variedade de pes-
quisas utilizando os mesmos protocolos de indução de lesão 
ou métodos para análise do processo de reparo muscular. 
Entretanto, os estudos apresentados mostram que, na 
maioria das vezes, a mobilização é um método muito favorável 
e efi caz para o tratamento de lesões musculares, tanto para 
a diminuição da dor quanto para a recuperação funcional do 
músculo. Deste modo, com base nos relatos apresentados, 
o exercício físico, recurso comum utilizado como parte do 
tratamento fi sioterapêutico, deve ser recomendado para o 
auxílio no processo de regeneração muscular, embora algumas 
variáveis como tempo de início, duração, intensidade e tipo 
de exercício devam ser alvos de pesquisas futuras.
Referências
1. Kasemkijwattana C, Menetrey J, Somogyi G, Moreland M, Fu 
F, Buranapanitkit B, et al. Development of approaches to im-
prove the healing following muscle contusion. Cell Transplant 
1998;7:585-98.
2. Buckwalter J. Activity vs. rest in the treatment of bone, soft 
tissue and joint injuries. Iowa Orthop J 1995;15:29-42.
3. Chambers RL, McDermott JC. Molecular basis of skeletal 
muscle regeneration. Can J Appl Physiol 1996;21:155-84.
4. Marsh DR, Criiswell DS, Carson JA, Booth FW. Myogenic 
regulatory factors during regeneration of skeletal muscle in 
yong, adult and old rats. J Appl Physiol 1997;83(4):1270-5.
5. Chargé S, Rudnicki M. Cellular and molecular regulation of 
muscle regeneration. Physiol Rev 2004;84:209-38.
6. Leech SJ. Review of muscle healing. New Zealand Journal of 
Physiotherapy 1997;25:15-8.
7. Cantini M, Massimino M, Bruson A, Catani C, Libera L, Carraro 
U. Macrophages regulate proliferation and differentiation of 
satellite cells. Biochem Biophys Res Commun 1994;202:1688-
96.
8. Sverzult A, Chimmelli L. O papel das células satélite nas res-
postas adaptativas do tecido muscular esquelético. Rev Fisioter 
Univ São Paulo 1999;6:132-9.
9. Grounds MD. Towards understanding skeletal muscle regenera-
tion. Pathol Res Pract 1991;187:1-22.
10. Robertson T, Male M, Grounds M, Papadimitriou M. The role 
of macrophages in skeletal muscle regeneration with particular 
referebce to chemotaxis. Exp Cell Res 1993;207:321-31.
11. Mauro A. Satellite cell of skeletal muscle fi bers J Cell Biol 
1961;9:493-5.
12. Foschini R, Ramalho F, Bicas H. Células satélites musculares. 
Arq Bras Oftalmol 2004;67(4):681-7.
13. Järvinen T, Kääriäinen M, Järvinen M. Muscle strain injuries. 
Curr Opin Rheumatol 2000;12:155-61.
14. Kaunhanen S, Salmi A, Boguslawski K, Asko-Seljavaara S, 
Leivo I. Satellite cell proliferation, reinnervation and revascu-
larization in human free microvascular muscle fl aps. J Surg Res 
2003;115(2):191-9.
15. Lefauchier J, Sébille A. The cellular events of injured muscle 
regeneration depend on the nature of the injury. Neuromuscul 
Disord 1995;5:501-9.
16. Kannus P, Jozsa L, Kvist M, Järvinen T, Järvinen M. Effects of 
immobilization and subsequent low- and high-intensity exercise 
on morphology of rat calf muscles. Scand J Med Sci Sports 
1998;8:160-71.
17. Appell J. Muscular atrophy following immobilization: a review. 
Sports Med 1990;10:42-58.
18. Lehto M, Järvinen M. Muscle injuries, their healing process and 
treatment. Ann Chir Gynaecol 1991;80:102-8.
19. Venojärvi M, Kvist M, Atalay M, Jozsa L, Kalimo H. Recovery 
from immobilization: responses of fast-twitch muscle fi bres to 
spontaneous and intensive exercise in rat calf muscles. Patho-
physiology 2004;11:17-22.
20. Knight K. Guidelines for rehabilitation of sports injuries. Clin 
Sports Med 1985;4:405-16.
21. Järvinen M, Lehto M. The effects of early mobilisation and im-
mobilisation on the healing process following muscle injuries. 
Sports Med 1993;15(2):78-89.
22. Sayers S, Clarkson P, Lee J. Activity and immobilization after 
eccentric exercise: I. Recovery of muscle function. Med Sci 
Sports Exerc 2000;32(9):1587-92.
23. Saxton J, Donnelly A. Light concentric exercise during recov-
ery from exercise-induced muscle damage. Int J Sports Med 
1995;16(6):347-51.
24. Sorichter S, Koller A, Haid C, Wicke K, Judmaier W, Werner 
P, et al. Ligth concentric exercise and heavy eccentric muscle 
loading: effects on CK, MRI and markers of infl ammation. Int 
J Sports Med 1995;16:288-92.
25. Donnelly A, Clarkson P, Maughan R. Exercise-induced muscle 
damage: effects of light exercise on damaged muscle. Eur J 
Appl Physiol 1992;64:350-3.
26. Chen T. Effects of a second bout of maximal eccentric exercise 
on muscle damage and electromyographic activity. Eur J Appl 
Physiol 2003;89:115-21.
27. Clarkson P, Nosaka K, Braun B. Muscle function after exercise-
induced muscle damage and rapid adaptation. Med Sci Sports 
Exerc 1992;24:512-20.
28. McHugh M, Connolly D, Eston R, Gleim G. Exercise-induced 
muscle damage and potential mechanisms for the repeated bout 
effect. Sports Med 1999;27:157-70.
29. Lehto M, Duance V, Restall D. Collagen and fi bronectin in a 
healing skeletal muscle injury: an immunohistological study of 
the effects of physical activity on the repair of injuried gastroc-
nemius muscle in the rat. J Bone Joint Surg 1985;67(5):820-8.
30. Clancy S, Clarkson P. Immobilization during recovery from ec-
centric exercise-induced muscle damage. Med Sci Sports Exerc 
1990;22:S37.
31. Gregory T, Heckmann R, Francis R. The effect of exercise on 
the presence of leukocytes and collagen fi bers in skeletal muscle 
after contusion. J Manipulative Physiol Ther 1995;18:72-8.
Fisioterapia_v7n1.indb 58Fisioterapia_v7n1.indb 58 1/2/2006 18:50:251/2/2006 18:50:25
59Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Importância da conformidade dos equipamentos 
de ultra-som terapêutico com a NBR-IEC 1689 
The importance of equipments accordance of therapeutic ultrasound 
with the NBR-IEC 1689
Elton Antônio Valentini*, Carlos Dias Maciel, D.Sc.**, Nivaldo Antonio Parizotto, D.Sc.***
*Mestrando, Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia, Escola Engenharia de São Carlos (EESC), 
Universidade de São Paulo (USP), São Carlos, São Paulo, **Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia, 
Escola Engenharia de São Carlos (EESC), Universidade de São Paulo (USP), São Carlos, São Paulo, ***Laboratório de Eletrotermofototera-
pia, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo 
Resumo
O ultra-som é um aparelho muito utilizado na prática clínica 
em fi sioterapia. Estudos referentes a sua efi cácia nas mais variadas 
doenças tratadas pela fi sioterapia são freqüentemente publicados, 
adotando os mais variados parâmetros acústicos possíveis com o 
equipamento ultra-sônico para efetivar o tratamento. Do mesmo 
modo, muitos trabalhos com o intuito de caracterizar o campo 
acústico produzido
por este equipamento, bem como avaliação 
deste campo acústico foram realizados. Grande parte dos trabalhos 
realizados com avaliação de equipamentos de ultra-som mostra que 
a maioria deles apresenta um ou mais parâmetros fora de calibração. 
O escopo deste artigo é alertar sobre a importância da calibração e 
familiarizar o fi sioterapeuta com a NBR-IEC 1689, que é a norma 
em vigência no Brasil, que prescreve sobre o desempenho e os 
métodos de medição de campo acústico de aparelhos de ultra-som 
terapêutico com faixa de freqüência de 0,5 a 5 MHz.
Palavras-chave: instrumentação, normas, técnicas de fi sioterapia, 
ultra-som.
Revisão
Abstract
The ultrasound is a much used device on physical therapy 
clinical practice. Studies on its effi cacy in a large group of diseases 
treated by physical therapy are frequently published, adopting many 
possible acoustic parameters with the ultrasonic equipment to obtain 
the cure. In a similar way many works that intend to characterize 
the acoustic fi eld produced by this device, as well as the evaluation 
of ultrasound equipments show that most part of them brings 
two or more parameters out of the calibration. The scope of this 
paper is to advise the physical therapist on the importance of the 
calibration and the importance of this familiarization in accordance 
with the NBR-IEC 1689, which is the nowadays standard in Brazil 
that prescribes the performance and methods of measurement 
of acoustic fi eld for therapeutic ultrasonic devices with frequency 
band from 0.5 to 5 MHz.
Key-words: instrumentation, standard, physical therapy technics, 
ultrasound.
Recebido 2 de agosto de 2005; aceito 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Prof. Dr. Carlos Dias Maciel, Universidade de São Paulo-USP, Escola de Engenharia de São Carlos, Rua Trabalhador 
Sancarlense, 400, 13560-000 São Carlos SP, Tel: (16) 3373-9350, E-mail:maciel@sel.eesc.usp.br
Introdução
Dizer que o ultra-som é uma modalidade terapêutica 
freqüentemente utilizada na prática da fi sioterapia é uma 
minimização da realidade. Pesquisas revelam números incon-
testáveis de sua importância na clínica. De acordo com Daniel 
& Rupert [1], nos Estados Unidos, 72,1% dos profi ssionais 
quiropratas entrevistados usam ultra-som em suas clínicas, já 
entre os fi sioterapeutas o uso é de 94%, segundo Lindsay [2]. 
Segundo Roebroeck et al. [3] no Canadá 94% dos fi siotera-
peutas utilizam esta modalidade. Aproximadamente 54% dos 
atendimentos particulares britânicos e 20% dos atendimentos 
no National Health Service envolvem o uso do ultra-som [4]. Na 
Austrália 90% dos fi sioterapeutas tem acesso ao ultra-som, e 
80% deles o usam diariamente [5]. 
Apesar desta grande utilização, os mecanismos pelo qual o 
ultra-som produz efeitos terapêuticos são bastante controver-
sos. Speed [6] diz que estudos in vitro demonstram numero-
Fisioterapia_v7n1.indb 59Fisioterapia_v7n1.indb 59 1/2/2006 18:50:261/2/2006 18:50:26
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200660
sos mecanismos (estimulação no reparo pelos fi broblastos, 
síntese do colágeno, regeneração tecidual, consolidação de 
fratura óssea), mas in vivo estes mecanismos são de difícil 
reprodução e visualização. 
Já Ter Haar [7] diz que apesar deste elevado uso, há uma 
escassez de trabalhos clínicos científi cos na área de ultra-som 
para fi sioterapia, fazendo com que os tratamentos sejam 
determinados em grande parte empiricamente.
Gam & Johannsen [8] em uma análise de pesquisas sobre 
a efi cácia do ultra-som, comentam que o principal problema 
destas pesquisas está na metodologia utilizada (tempos de 
aplicação variados, parâmetros com valores variados, falta de 
especifi cação de parâmetros, falta de descrição se os apare-
lhos estavam calibrados). Da mesma maneira Van der Windt 
et al. [9] descrevem problemas metodológicos nas pesquisas 
sobre os mecanismos de ação do ultra-som. Uma das formas 
de minimizar estes problemas metodológicos é conhecer os 
parâmetros que efetivamente caracterizam o campo acústico. 
Mas também de nada adianta conhecer os parâmetros e não 
se ter certeza se o equipamento utilizado está calibrado.
Sendo assim a discussão sobre a efi cácia do ultra-som 
terapêutico no tratamento de lesões deve começar com a preo-
cupação se os aparelhos utilizados estão ou não calibrados. 
 Para descobrir se o aparelho de ultra-som está calibrado 
é necessário avaliar o campo acústico gerado pelo transdutor. 
Para isto, muitas técnicas podem ser usadas. A norma vigente no 
Brasil para avaliação de campo acústico é a NBR-IEC 1689.
Neste sentido, conhecer a NBR-IEC 1689 é dar o primeiro 
passo para estudar os efeitos do ultra-som pra utilização 
clínica em condições adequadas.
Na NBR-IEC 1689 são especifi cados métodos e caracteri-
zação do desempenho da saída de equipamento de Fisioterapia 
baseado em ensaios de referência de rotina. Também especifi ca 
as características a serem declaradas pelo fabricante de equi-
pamentos ultra-sônicos para Fisioterapia; prescrições para o 
desempenho e segurança do campo ultra-sônico gerado pelo 
equipamento de Fisioterapia; critérios de aceitação para aspectos 
de desempenho de equipamento ultra-sônico de Fisioterapia. 
No intuito de apresentar a NBR-IEC 1689, serão descri-
tos os parâmetros que devem ser avaliados de acordo com 
a norma, que também são um importante subsídio para 
o conhecimento do campo acústico gerado pelo aparelho 
de ultra-som. Em seguida serão descritos os dois métodos 
propostos pela norma para a avaliação e caracterização do 
feixe ultra-sônico. Por fi m serão apresentados alguns traba-
lhos realizados nas últimas décadas que procuraram avaliar a 
calibração dos aparelhos utilizados em fi sioterapia.
Parâmetros a serem avaliados pela NBR-IEC 
1689
Os parâmetros avaliados pela NBR-IEC 1689 podem ser 
divididos nos que estão relacionados com o feixe no tempo e 
aqueles que estão relacionados com o feixe no espaço.
Os parâmetros temporais e espectrais são: a freqüência 
de trabalho acústica, duração de pulso, período de repetição, 
fator de operação, potência de saída declarada, intensidade 
efetiva, intensidade máxima do feixe e forma de onda de 
modulação.
Já os parâmetros espaciais são: a área de radiação efetiva 
(ARE), relação de não uniformidade do feixe (RNF) e tipo de 
feixe.
O ultra-som é transmitido na forma de onda longitudi-
nal, onda transversal ou de onda de superfície. No tecido 
biológico a principal forma de propagação é a longitudinal, 
onde a agitação das partículas se dá paralelamente à direção 
de propagação da onda, constituindo zonas de compressão 
e rarefação. Nas zonas de compressão ocorre um aumento 
da pressão em relação ao equilíbrio. Nas zonas de rarefação 
ocorre uma diminuição na pressão em relação ao equilíbrio. 
As ondas ultra-sônicas apresentam características dos demais 
tipos de ondas, como o comprimento, a amplitude, o período 
e a freqüência [10].
A freqüência de uma onda de ultra-som é o número de 
vezes que se repetem zonas de compressão ou zonas de 
rarefação por segundo. Sua unidade é Hertz (Hz) sendo uti-
lizados os valores KHz (1000 Hz) e MHz (1.000.000 Hz).
A freqüência do transdutor depende da freqüência de res-
sonância da cerâmica piezoelétrica localizada no cabeçote do 
transdutor ultra-sônico. Piezoeletricidade é a propriedade de 
alguns tipos especiais de cristais, responsável pela produção 
de polarização elétrica quando há aplicação de uma pressão 
mecânica proporcional. O efeito oposto também é obser-
vado, a geração de uma deformação mecânica devido a uma 
polarização elétrica [11].
À medida que a cerâmica piezoelétrica do cabeçote se 
desloca para frente e para trás, forma uma onda ultra-sônica 
que se propagará no tecido [12].
A freqüência de ressonância da cerâmica piezoelétrica está 
intimamente relacionada
com os materiais que a compõe e 
com a espessura da cerâmica. 
Quando o ultra-som está sendo transmitido no modo 
pulsado, há interrupções freqüentes na geração da onda 
acústica. Desta forma ocorrem no meio irradiado intervalos 
de tempo onde ocorrem mudanças de pressão (deslocamento 
da onda) e intervalos de tempo onde a pressão permanece 
inalterada (Figura 1). O intervalo de tempo que ocorre estes 
aumentos e diminuições na pressão do meio é a duração 
do pulso. 
No período de repetição de pulso considera-se o intervalo 
de tempo onde ocorrem as mudanças de pressão no meio 
(pulso ultra-sônico) e o intervalo de tempo em que a pressão 
permanece inalterada. Pode-se defi nir período de repetição 
de pulso o valor absoluto do intervalo de tempo após o 
qual ocorrem as mesmas características de uma forma de 
onda periódica, sendo o valor de referência igual a soma da 
amplitude da pressão mínima e 10% da diferença entre as 
amplitudes das pressões mínima e máxima [13].
Fisioterapia_v7n1.indb 60Fisioterapia_v7n1.indb 60 1/2/2006 18:50:271/2/2006 18:50:27
61Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Na utilização do modo pulsado há, portanto dois tipos 
de freqüências a serem consideradas, a freqüência de onda 
(f) e a freqüência de repetição de pulso (fr) [14].
O fator de operação é a relação entre a duração do pulso 
e o período de repetição do pulso. 
Figura 1 - Esquema da duração de pulso e período de repetição do pulso.
intensidade de pico espacial e pico temporal (Intensity spacial 
peak and temporal peak – ISPTP). Já se a medida for em uma área 
grande, com um intervalo de tempo maior onde teremos a 
média de pressão ou a potência média, obtém-se uma inten-
sidade média espacial e média temporal (Intensity spacial avarege 
and tempotal avarege – ISATA). Para obter-se a intensidade média 
espacial e pico temporal (Intensity spacial avarege and temporal peak 
– ISATP) deve-se medir a intensidade em um pico de pressão 
ou pico de potência em uma área grande. Quando se deseja 
uma intensidade de pico espacial e média temporal (Intensity 
spacial peak and temporal avarege – ISPTA) a aquisição dos dados 
se dá em um ponto de área muito pequena num intervalo 
de tempo grande o sufi ciente para se adquirir a média das 
pressões ou então a potência média.
O campo de um disco piezoelétrico circular é complexo. 
Nas proximidades do transdutor há muitos picos e vales de 
pressão espalhados de maneira desordenada. À medida que 
se afasta do transdutor, o padrão do campo se torna mais 
uniforme [15]. A região próxima ao transdutor é conhecida 
como campo próximo ou zona de Fresnel; a região para 
além do campo próximo é o campo distante, ou zona de 
Fraunhoffer [12].
Figura 2 - Ilustração conceitual da distribuição de intensidade e do feixe 
ultra-sônico (modifi cado de Wells [15]).
Quando uma onda sonora se propaga no meio, ela trans-
mite energia. A potência de um aparelho de ultra-som é a 
quantidade de energia ultra-sônica gerada em um intervalo de 
tempo, é expressa em Watts. Quando se refere à potência de 
pico, fala-se do máximo pico de pressão da onda sonora em 
um intervalo de tempo. Já quando se fala em potência média, 
são todas as oscilações na pressão divididas pelo intervalo de 
tempo transcorrido; a potência média sempre vai ser menor 
que a potência de pico. Observando a fi gura 1, a potência 
média pode diminuir quando se aumenta o tempo de pulso 
desligado, mantendo o período de repetição do pulso e a 
duração de pulso. Mas aumentando-se a duração de pulso e 
mantendo-se o período de repetição do pulso, aumenta-se 
a potência média.
A potência de saída declarada pode ser mensurada utili-
zando-se uma balança de força de radiação. Neste caso tem-se 
a potência média.
Para a avaliação da potência devem-se ajustar os controles 
do aparelho de forma que este produza a máxima potência 
de saída no cabeçote aplicador. Esta potência é avaliada em 
todos os valores de tensão de rede permitida, pois, depen-
dendo da qualidade da rede elétrica utilizada no aparelho de 
ultra-som, a potência de saída pode variar com a variação de 
tensão. Além disto a norma também pede que se varie a tensão 
10% acima e abaixo das tensões nominais permitidas, para 
avaliar como se comporta a potência de saída no cabeçote 
aplicador. A NBR-IEC 1689 permite uma variação de 20% 
entre a potência de saída declarada no aparelho e a potência 
que o aparelho está produzindo. 
Intensidade acústica é a energia (E) que atravessa uma 
área (S) em um intervalo de tempo (t), expressa em Watts/
cm2 [4]. 
Sendo assim, medindo-se um pico de pressão ou pico de 
potência, em um ponto de área muito pequena tem-se uma 
Devido a esta complexidade do campo próximo é impor-
tante caracterizar no campo acústico as intensidades de pico 
espacial e pico temporal, que é a intensidade que, quando 
muito alta, pode ser lesiva ao tecido. Se adquirirmos apenas 
intensidades de média espacial e média temporal ignora-se 
os picos de pressão que estão presentes no campo acústico. 
Quando se avalia o campo acústico através dos métodos 
sugeridos pela NBR-IEC 1689 tem-se condições de localizar 
estes pontos de intensidade de pico espacial e pico temporal, 
pois as medidas são realizadas pontualmente pelo hidrofone 
(transdutor, com área de recepção muito pequena, que produz 
sinais elétricos em resposta a sinais acústicos lançados na água 
pelo cabeçote de ultra-som).
A intensidade efetiva é obtida da relação da potência de 
saída declarada pela área de radiação efetiva. Esta intensidade 
não pode ser maior que 3,0 W/cm2.
A área de radiação efetiva do cabeçote aplicador (ARE) é 
a região na face do transdutor que realmente emite campo 
ultra-sônico. Esta área não é igual à área da face do cabeçote 
Fisioterapia_v7n1.indb 61Fisioterapia_v7n1.indb 61 1/2/2006 18:50:281/2/2006 18:50:28
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200662
aplicador e nem sempre é igual à área da cerâmica piezoelé-
trica, pois quando a cerâmica vibra, as estruturas próximas 
a ela também vibram, podendo emitir energia ultra-sônica. 
Este efeito é conhecido como efeito de borda.
Segundo a NBR-IEC 1689 para se ter o conhecimento 
da área de radiação efetiva é necessário descobrir a área de 
seção transversal do feixe de cada um dos quatro planos da 
varredura. A área de seção transversal do feixe (ASTF) é a 
região no plano varrido que contém 75% da energia total 
do feixe ultra-sônico. Após a verifi cação da área de seção 
transversal nos quatro planos varridos faz-se uma regressão 
linear do plano mais distante da face do transdutor até a face 
do transdutor e encontra-se a área de radiação efetiva do 
cabeçote aplicador (Figura 3). 
Figura 3 - Aquisição da área de radiação efetiva do cabeçote aplicador.
Ao se realizar um corte transversal no eixo axial do feixe 
ultra-sônico será visualizado o tipo de feixe produzido pelo 
transdutor de ultra-som, que pode ser colimado, divergente 
ou convergente (Figura 5). No caso de um feixe colimado 
a intensidade média mantém-se quase inalterada quando o 
feixe está se afastando do transdutor. No feixe convergente a 
intensidade média aumentará e atingirá o máximo ao chegar 
no foco. No caso de um feixe divergente a intensidade média 
diminui quando o feixe se afasta do transdutor. O tipo de 
feixe ideal para transdutores de fi sioterapia é o colimado, onde 
teoricamente a intensidade média se mantém inalterada. 
Figura 5 - “Tipos de feixe”. (a) colimado; (b) convergente; (c) diver-
gente.
Realizando um corte transversal no campo acústico 
gerado pelo cabeçote aplicador de ultra-som espera-se que o 
formato deste campo seja um círculo perfeito. Na realidade o 
formato do campo normalmente não é um círculo perfeito. 
Esta irregularidade na forma do feixe num corte transversal 
e a
variação das intensidades ao longo do feixe é chamada 
de não-uniformidade do feixe (Figura 4). Quanto menor a 
relação de não-uniformidade, ou seja, quanto mais circular o 
feixe num corte transversal, mais simétrico será o feixe. 
A relação de não uniformidade do feixe é a relação entre o 
quadrado da pressão acústica efi caz máxima e a média espacial 
do quadrado da pressão acústica efi caz, tomada sobre a área 
de radiação efetiva. A NBR-IEC 1689 diz que transdutores 
de ultra-som para fi sioterapia devem ter uma RNF ≤ 8.
Figura 4 - Corte transversal no campo ultra-sônico mostrando a não- 
uniformidade do feixe.
A forma de onda de modulação é como se apresenta 
a onda acústica ao observar vários pulsos e traçada uma 
envoltória por um tempo sufi cientemente longo para incluir 
toda informação acústica signifi cativa na onda modulada 
por amplitude.
Podem ser encontrados vários tipos de forma de onda, 
entre elas forma retangular, dente de serra, irregular, contínua 
e triangular (Figura 6).
Figura 6 - Formas de onda de modulação. (a) dente de serra, (b) retan-
gular, (c) triangular.
Metodologia para a avaliação do campo 
acústico
Para as técnicas de varredura global e varredura de linha ou 
diametral são necessários um tanque acústico, um hidrofone 
e um cabeçote aplicador de ultra-som.
Fisioterapia_v7n1.indb 62Fisioterapia_v7n1.indb 62 1/2/2006 18:50:291/2/2006 18:50:29
63Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
O tanque acústico deve estar cheio de água desgaseifi cada 
para evitar a cavitação das ondas ultra-sônicas. O tamanho 
deste tanque deve ser sufi cientemente grande para permitir 
a imersão tanto do cabeçote quanto do hidrofone.
O hidrofone é um transdutor que produz sinais elétricos 
em resposta a sinais acústicos lançados na água pelo cabeçote 
de ultra-som. Este hidrofone deve estar em um suporte que 
permita movimentação no mínimo em três graus de liber-
dade (Fig.7). O elemento ativo do hidrofone deve ter um 
raio máximo de 0.5 mm quando a freqüência do transdutor 
é menor ou igual a 3 MHz [12].
O transdutor que irá ser avaliado também deve ter um 
suporte com três graus de liberdade de movimentação (Figura 
7). Tanto os suportes do hidrofone e do cabeçote quanto as 
paredes do tanque acústico deve ser bons ou revestidos de 
bons absorvedores de energia ultra-sônica para que ocorra 
o mínimo de reverberação.
Figura 7 - Graus de liberdade do transdutor e do hidrofone.
Na varredura global o hidrofone varrerá quatro planos 
paralelos à face do cabeçote (Figura 7). Para a aquisição dos 
quatro planos desloca-se o hidrofone em uma linha per-
pendicular à face do transdutor, chamada de eixo de alinha-
mento, até o mais distante possível desta face. O hidrofone 
é deslocado novamente em direção a face do transdutor até 
encontrar o primeiro pico de pressão acústica, que se refere 
a fronteira entre o campo distante e o campo próximo, neste 
sítio se localizará um plano de varredura, com os outros três 
se localizando entre este plano e a face do cabeçote. Todas as 
varreduras globais devem ser grades quadradas com o ponto 
central no eixo de alinhamento do feixe. A varredura não deve 
ter um movimento contínuo, mas deve ser realizada em passos 
discretos com os valores de tensão efi caz ou de pico medidos 
a cada passo. O tamanho do passo deve estar entre 0,5 mm e 
1,0 mm, e não maior que 2,0 mm. E o número de pontos da 
varredura deve ser no mínimo 100, uma matriz 10x10.
Na varredura de linha ou diametral os procedimentos 
para a aquisição dos quatro planos de medição são iguais 
à varredura global. O ponto central ou comum das quatro 
varreduras de linha deve encontrar-se no eixo de alinhamento 
do feixe. 
No plano a ser varrido, o hidrofone desloca-se no eixo Y, 
passando pelo ponto central que está localizado no eixo de 
alinhamento, captando os sinais em uma linha de varredura. 
Esta linha deve ter o mesmo número de pontos de cada lado 
do ponto central. Após a varredura desta linha gira-se o ca-
beçote do ultra-som 45º e varre-se outra linha, até completar 
quatro linhas que se cruzam no ponto central de alinhamento. 
Estas quatro linhas dividirão o plano em oito áreas iguais, e 
deve conter no mínimo 50 passos cada linha. Após a aquisição 
destes pontos calcula-se a área de secção transversal do feixe. 
Repete-se o procedimento nos outros três planos.
Neste procedimento o hidrofone só precisará de dois 
graus de liberdade para realizar a varredura.
Figura 8 - Esquema da varredura de linha ou diametral.
Nos dois métodos para a avaliação, os dados são coletados 
pontualmente, nos dando a real aparência do campo acústico, 
principalmente nos mostrando a localização das regiões de 
pontos quentes (picos de pressão e intensidade), que podem 
causar lesões teciduais quando muito altas. 
Resultados de trabalhos que realizaram a 
avaliação do campo acústico de transdutores 
de ultra-som para fisioterapia
Nas últimas três décadas muitos trabalhos, em várias par-
tes do mundo, foram realizados no sentido de analisar campo 
acústico gerado por aparelho de ultra-som para fi sioterapia.
Fipe e Parnell [16] mediram, conforme a IEC 150, a área 
de radiação efetiva, a potência de saída e a intensidade de 18 
equipamentos. Destes, 78% estavam operando fora da tolerân-
cia especifi cada. Este trabalho foi realizado na Austrália.
No Canadá, Snow [17] avaliou a potência de saída, a 
freqüência e o temporizador de 26 equipamentos. Obser-
vou que 81% dos equipamentos tinham níveis de potência 
variando ± 20% do indicado no painel, 27% estavam com 
o temporizador sem exatidão. A freqüência foi considerada 
inaceitável em apenas 1 aparelho.
Também no Canadá, Ross et al. [18] testaram 89 equipa-
mentos. Os parâmetros avaliados foram potência, intensidade, 
exatidão do temporizador e freqüência. Observaram que 78% 
Fisioterapia_v7n1.indb 63Fisioterapia_v7n1.indb 63 1/2/2006 18:50:301/2/2006 18:50:30
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200664
tinham erros extrapolando ± 20% da potência especifi cada. 
No parâmetro intensidade, 63% dos aparelhos estavam fora 
da tolerância de ± 20%. O temporizador de 23% dos equi-
pamentos estava fora de padronização, e 13% das unidades 
estavam com freqüência fora do limite de ± 5%.
Na Holanda, Hekkenberg et al. [19] examinaram a inten-
sidade, a área de radiação específi ca, a potência e a relação 
de não uniformidade do feixe de 28 aparelhos. Verifi caram 
que 79% dos aparelhos não atendiam completamente aos 
limites de tolerância.
Lloyd e Evans [20] mediram 67 cabeçotes Reino Unido. 
Avaliaram intensidades de 0,25; 0,50; 1,00 e 2,00 W/cm2. Dos 
cabeçotes testados, 59% estavam fora do limite de tolerância 
de ± 30%.
Na Escócia, Pye e Milford [21] analisaram 85 aparelhos 
de ultra-som, verifi cando os parâmetros de potência acústica 
de saída, freqüência, tempo de pulso e exatidão do tempo-
rizador. A potência estava fora do limite de tolerância de ± 
30% em 69% das unidades. Todos os equipamentos estavam 
dentro da tolerância de ± 5% para a freqüência. A exatidão 
do temporizador estava fora do especifi cado no painel do 
aparelho em 87% dos equipamentos.
Artho et al. [22] testaram nos Estados Unidos 83 unidades 
de ultra-som usados em clínicas. Os equipamentos foram 
analisados em 4 intensidades diferentes (0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 
W/cm2) usando freqüência de 1 MHz no modo contínuo. Os 
parâmetros medidos foram a potência de saída e precisão do 
temporizador. Dos equipamentos testados 39% estavam com 
potência de saída fora do limite de tolerância de ± 20%, e 52% 
estavam com o temporizador funcionando incorretamente.
No Brasil dois trabalhos apresentam avaliação de campo 
acústico gerados por aparelhos de ultra-som. Em Piracicaba, 
São Paulo, Guirro et al. [23] analisaram a potência em 31 
equipamentos.
Nas intensidades de 0,1; 0,2; 0,5; 0,8; 1,0; 1,5; 
2,0; 2,5 e 3,0 W/cm2, na freqüência de 1.0 MHz. Nenhum 
dos equipamentos avaliados condizia com as especifi cações 
dos fabricantes. No Rio de Janeiro, Ishikawa [24] realizou a 
avaliação de 33 aparelhos de serviços públicos e privados 
daquela cidade. Foram avaliados todos os parâmetros pedidos 
pela NBR-IEC 1689. De todos os equipamentos avaliados, 
nenhum atendeu completamente a norma.
Discussão
A avaliação de campo acústico gerado por aparelho de 
ultra-som é uma preocupação mundial. Apesar das diferenças 
de metodologia utilizadas nos trabalhos citados encontramos 
resultados que podem ser relacionados entre si. Em todos 
os trabalhos, a maioria dos aparelhos estava fora do limite 
de tolerância. 
No exterior a média de aparelhos que estavam fora do 
limite de tolerância é de 69%, um índice muito alto. Se os 
parâmetros estiverem abaixo do limite inferior de tolerância, 
pode não ocorrer efeito nenhum, acarretando em perda 
de tempo e de dinheiro. Já, o que é pior, se os parâmetros 
estiverem acima dos limites de tolerância, os riscos de lesão 
tecidual são muito grandes.
Num trabalho realizado por Cunha et al. [25], cujos re-
sultados mostram que apenas alterando o modo de emissão 
do ultra-som de pulsado para contínuo, o que produz um 
acúmulo de calor no sítio da aplicação, houve piora no desem-
penho deste método para reparação do tendão em ratos. Estes 
dados demonstram o quanto devemos nos preocupar com 
alterações nos parâmetros de emissão de um equipamento 
de ultra-som na área de Fisioterapia [25].
No Brasil esta realidade é ainda mais preocupante. Nos 
dois trabalhos citados nenhum dos aparelhos conseguiu 
atender totalmente as especifi cações exigidas.
O trabalho de Ishikawa [24], que avaliou todos os parâme-
tros pedidos pela norma, encontrou problemas como a falta 
de especifi cação de alguns parâmetros no manual de alguns 
equipamentos, parâmetros abaixo do limite de tolerância, 
parâmetros acima do limite de tolerância e parâmetros que 
constavam na norma e não eram produzidos pelo aparelho. 
Apesar do tema já ser debatido há muito tempo e muitos 
acharem que já é um assunto esgotado, enquanto os equi-
pamentos continuarem sendo avaliados e apresentarem pro-
blemas, os usuários desta tecnologia continuarão perdendo 
tempo, dinheiro e principalmente pondo sua integridade 
física em risco. 
Utilizando o sistema de medicina baseada em evidências, 
Robertson e Baker [26] mostraram que há pouca evidência 
sobre a efetividade clínica do ultra-som ativo comparado 
com o placebo no tratamento da dor e de lesões muscu-
loesqueléticas, além do reparo de tecidos moles. Muitos 
dos equipamentos utilizados nestes trabalhos não referem 
se haviam sido submetidos a uma calibração ou checagem 
da intensidade de emissão do campo ultra-sônico. Apesar 
disso, a preocupação com a segurança e confi abilidade dos 
equipamentos tem sido uma constante através da história da 
utilização clínica do ultra-som terapêutico [27].
O fato de continuar havendo uso não controlado dos 
equipamentos como se encontra na atualidade, de tal forma 
que a norma existe, mas não há mecanismos de controle sobre 
o cumprimento integral das normas por parte das empresas 
e principalmente por parte dos profi ssionais que fazem uso 
desta ferramenta de trabalho, certamente haverá uma grande 
perda de investimentos na área de atendimento da saúde da 
população. Isso decorre pelo fato de que muitos profi ssionais 
acham que estão efetuando seus tratamentos corretamente, 
mas os seus clientes não estão recebendo aquilo que foi 
planejado para atuar sobre o alvo do tratamento. O aspecto 
ético se agrava ainda mais sob esta ótica.
Conclusão
A tecnologia de ultra-som é muito utilizada na rotina 
clínica do fi sioterapeuta. E a correta calibração dos aparelhos 
Fisioterapia_v7n1.indb 64Fisioterapia_v7n1.indb 64 1/2/2006 18:50:311/2/2006 18:50:31
65Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
de ultra-som é fundamental para a efi ciência dos mesmos no 
tratamento das diferentes lesões.
Trabalhos com avaliação de campo acústico gerado 
por aparelhos de ultra-som mostram que a maioria dos 
equipamentos utilizados na clínica apresenta problemas na 
calibração.
A correta calibração dos equipamentos de ultra-som é 
a base para a compreensão dos mecanismos de ação deste 
como uma modalidade terapêutica efi caz. Pois de nada adianta 
conhecer os parâmetros que caracterizam o campo acústico e 
os mecanismos de ação do ultra-som no reparo de lesões se 
os aparelhos não estiverem corretamente calibrados. Por isto 
é importante que o fi sioterapeuta conheça o equipamento que 
está em suas mãos, e conheça a norma vigente, adquirindo 
assim subsídios para reivindicar que os aparelhos estejam de 
acordo com o exigido, para a sua segurança e segurança de 
seu paciente. 
Referências
1. Daniel DM, Rupert RL. Calibration and electrical safety status 
of therapeutic ultrasound used by chiropractic physicians. J 
Manipulative Physiol Ther 2003;26:171-5.
2. Lindsay DM, Dearness J, McGinley CC. A Electrotherapy usage 
trends in private physiotherapy practice in Alberta. Physio-
therapy Canada 1995;47:30-4.
3. Roebroeck ME, Dekker J, Oostendorp RAB. The use of thera-
peutic ultrasound in physical therapy: practice patterns in Dutch 
primary healt care. Phys Ther 1998;78: 470-8.
4. Ter Haar G. Physic of therapheutic ultrasound. Physiotherapy 
1987;73:110-3.
5. Lindsay D, Dearness J, Richardson C, Chapman A, Cuskelly 
G. A survey of electro modality usage in private physiotherapy 
practices. Aust J Physiother 1990;36:249–56.
6. Speed CA. Therapeutic ultrasound in soft tissue lesions. Rheu-
matology, 2001;40:1331-6.
7. Ter Haar G. Therapeutic ultrasound. Eur J Ultrasound 1999;9:3-
9.
8. Gam AN, Johennsen F. Ultrasound therapy in musculskeletal 
disords: a meta-analysis. Pain 1995;77:75-9.
9. Van der Windt DMWM, Van der Heijden GJMG, Van der Berg 
SGM, Ter Rieta G, Winter AF, Bouter LM. Ultrasound therapy 
for musculoskeletal disords: a systematic review. Pain 1999; 
81:257-71. 
10. Who - World Health Organization – Division of Environmental 
Health, Environmental Health Criteria for Ultrasound. Genebra; 
1982.
11. Scalassara PR. Medidas de características físicas de tecidos 
biológicos por inspeção de ultra-som. [Monografi a Engen-
haria Elétrica]. Londrina: Universidade Estadual de Londrina; 
2003.
12. Ter Haar G. Princípios eletrofísicos. In: Kitchen S, Bazin S. 
Eletroterapia de Clayton. 10ª São Paulo: Manole; 1998. p. 23-
30.
13. ABNT - Associação Brasileira de Normas e Técnicas. NBR-IEC 
1689: Ultra-som- Sistemas de Fisioterapia- Prescrições para o 
desempenho e métodos de medição na faixa de freqüências de 
0,5 MHz a 5MHz. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
14. Bassoli DA. Avaliação dos efeitos do ultra-som pulsado de 
baixa intensidade na regeneração de músculos esqueléticos com 
vistas à aplicabilidade em clínica fi sioterapêutica. [Dissertação]. 
São Carlos: USP Programa de Interunidades em Bioengenharia 
– EESC; 2001.
15. Wells PNP. Biomedical ultrasonics. Londres: Academic Press; 
1977.
16. Fype MC, Parnell SM. The importance of measurement of ef-
fective transducer radiating area in the testing and calibration 
of therapeutic ultrasonic instruments. Health Phys 1982;43:377-
81.
17. Snow CJ. Ultrasound therapy units in Manitoba and Northwest-
ern Ontario: performance evaluation. Physiotherapy Canada 
1982;34:185-9.
18. Ross RN, Sourkes AM, Sandeman JM. Survey of ultrasound 
therapy devices in Manitoba. Health Phys 1994;47:595-601.
19. Hekkenberg RT, Oosterbaan WA, Van Beekum W T. Evaluda-
tion of ultrasound therapy devices. Physiotherapy 1986;72:390-
5
20. Lloyd JJ, Evans JA. A calibration survey of Physiotherapy ul-
trasound equipment in North
Wales. Physiotherapy 1998;74:56-
61.
21. Pye SD, Milford C. The performance of ultrasound physio-
therapy machines in Lothian Region, Scotland, 1992. Ultrasound 
Med Biol 1994;20:347-59.
22. Artho PA, Thyne JG, Warring BP et al. A calibration study of 
therapeutic ultrasound unids. Phys Ther 2002;82:257-63.
23. Guirro R, Serrão F, Elias D, Bucalon A J. Calibration of Acoustic 
Intensity of Therapeutic Ultrasound Equipment in use in the 
City of Piracicaba. Rev Bras Fisioter 1997;2: 35-7.
24. Ishikawa NM. Avaliação de Equipamentos de Ultra-som para 
Fisioterapia Segundo a Norma NBR IEC 1689 da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. [Dissertação]. Rio de Janeiro: 
Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE; 2001.
25. Cunha A, Vidal BC, Parizotto NA The effect of therapeutic 
ultrasound on repair of the Achilles tendon (tendo calcaneus) 
of the rat. Ultrasound Med Biol 2001;27: 1691-6.
26. Robertson VJ; Baker KG A review of therapeutic ultrasound: 
Effectiveness studies. Physical Therapy 2001;81:1339-50.
27. Nyborg WL Biological effects of ultrasound: Development of 
safety guidelines. Ultrasound Med Biol 2000;26:911-64.
Fisioterapia_v7n1.indb 65Fisioterapia_v7n1.indb 65 1/2/2006 18:50:321/2/2006 18:50:32
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200666
Osteogenese imperfeita – características clínicas, 
moleculares e tratamento 
Osteogenesis imperfecta – treatment, clinical and molecular traits 
Gabriela Pinheiro Rebouças Martins*, Marcus Vinicius Amaral**, Henrique Douglas Melo Coutinho, M.Sc.***
*Discente, Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte FMJ, **Discente, Universidade Federal do Ceará UFC, ***Docente, Universidade 
Regional do Cariri, URCA
Resumo
Osteogênese imperfeita (OI) é um distúrbio hereditário na 
formação óssea, que resulta principalmente em fragilidade óssea. 
Possui uma grande variabilidade fenotípica, que segue desde um leve 
aumento na incidência de fraturas a fraturas intrauterinas e morte 
no período perinatal. Mutações nos genes COL1A1 ou COL1A2 
que codifi cam respectivamente as cadeias proα1(I) e proα2(I) do 
colágeno tipo I são responsáveis por mais de 90% dos casos de OI. 
Nesta artigo são revisadas as variantes clínicas e moleculares bem 
como as perspectivas de tratamento mais atuais utilizadas para OI. 
Foi realizada uma revisão na bibliografi a especializada utilizando os 
bancos de dados internacionais Scielo, Lilacs, Highwire e Pubmed. 
A busca pela terapia gênica trás grandes perspectivas com relação 
à cura para OI. 
Palavras-chave: Osteogênese imperfeita, COL1A1, COL1A2, 
colágeno tipo I.
Revisão
Abstract
Osteogenesis imperfecta is a heritable disorder of bone 
formation with bone fragility being the major clinical feacture. It 
exhibits a broad range of phenotype variability, ranging from light 
increase in the incidence of the fractures to multiple fracturing 
in uteru and perinatal death. Mutations in either the COL1A1 or 
COL1A2 that encode the chains proα1(I) and proα2(I) of type 
I collagen are responsible for more than 90% of the cases of 
OI. In this article is revised the clinical and molecular variants as 
well as the more current perspectives of treatment for OI. It was 
made a review using the especialized bibliography disponible in 
the international databanks Scielo, Lilacs, Highwire and Pubmed.
The search for the gene therapy introduces great perspectives with 
relation to the cure for OI. 
Key-words: osteogenesis imperfecta, COL1A1, COL1A2, collagen 
type I.
Recebido 9 de novembro de 2005; aceito 10 de janeiro de 2006.
Endereço para correspondência: Henrique Douglas Melo Coutinho, Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Centro de Ciências Exatas e da Natureza 
– CCEN, Departamento de Biologia Molecular – DBM, Laboratório de Biologia Molecular E Ecologia – LABIME 58051-900 João Pessoa PB, E-mail: 
hdouglas@zipmail.com.br, h-douglas@bol.com.br
Introdução
Osteogênese imperfeita (OI) é um distúrbio hereditário 
no metabolismo do colágeno I, comprometendo generaliza-
damente o tecido conjuntivo [1]. É uma doença heterogenia 
que resulta principalmente em fragilidade óssea, mas também 
pode ocorrer esclera azulada, dentinogênese imperfeita, e 
perda auditiva [2].
Exibe uma abrangência com relação à severidade clínica, 
variando de múltiplas fraturas intra-útero e morte perinatal, a 
estatura adulta normal com baixa incidência de fraturas [3].
É atualmente classifi cada em sete tipos baseados em apre-
sentações clínicas e arquitetura óssea. Mutações nos genes 
do colágeno I (COL1A1 e COL1A2) estão comumente asso-
ciadas à osteogênese imperfeita, mas não sendo considerado 
um pré-requisito para o diagnóstico, pois as novas formas de 
OI (tipos V, VI, VII) não estão associadas com defeitos nos 
genes do colágeno I [3].
Mais de 200 mutações diferentes que afetam a síntese 
ou a estrutura do colágeno tipo I já foram encontradas em 
pacientes com OI. A heterogeneidade clínica desta doença 
refl ete uma heterogeneidade ainda maior em nível molecular 
[4,5,6].
Por muito tempo, o tratamento da OI limitou-se ás 
medidas conservadoras, com mínima atividade física e 
eventuais correções cirúrgicas das deformidades. Ultima-
mente, no entanto, o uso dos bifosfonatos, componentes 
inibidores da reabsorção óssea, como tratamento para OI 
mudou a qualidade de vida dos pacientes [7]. Por ser uma 
doença genética considerada incurável, terapias celulares e 
terapias gênicas estão sendo investigadas como potencial 
tratamento [9].
Fisioterapia_v7n1.indb 66Fisioterapia_v7n1.indb 66 1/2/2006 18:50:321/2/2006 18:50:32
67Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Osteogênese imperfeita e sua diversidade 
clínica
Uma grande gama de variações clínicas já foi reconhecida, 
desde a forma letal perinatal até apenas um leve aumento na 
freqüência de fraturas. A heterogeneidade clínica pode ser 
explicada pelo menos em parte, pela heterogeneidade alélica: 
os fenótipos variam de acordo com a cadeia do protocolágeno 
I que está afetada, e de acordo com o tipo e a localização da 
mutação no lócus [6]. 
O sistema de classifi cação de Sillence divide a OI em 
quatro tipos (I a IV) priorizando para analise dessa classifi -
cação a arquitetura óssea. As novas formas de OI (tipos V a 
VII), baseando-se apenas em apresentações clínicas poderiam 
estar todas incluídas no tipo IV de OI [3].
O tipo I é a forma mais branda, não sendo deformante e 
resultando em pacientes com estatura normal e tipicamente 
apresentando esclera azulada. Fraturas não são comumente 
observadas no nascimento sendo mais comuns durante o 
desenvolvimento infantil e decrescendo após a puberdade 
[3], é dividida em dois subtipos A e B baseado na presença 
ou ausência de dentinogênese imperfeita [10]. 
O tipo II é a forma mais severa sendo letal no período 
perinatal. Pacientes com OI tipo II mostram severas de-
formidades nos ossos longos, tórax e fraturas intra-útero. 
Insufi ciência pulmonar é a principal causa de morte. Aproxi-
madamente 60% dos afetados morrem no primeiro dia de 
vida e 80% morrem no primeiro mês principalmente por 
infecções ou insufi ciência cardíaca congestiva [10]. 
O tipo III é uma rara doença autossômica recessiva carac-
terizada por moderada a severa fragilidade óssea. É a mais 
severa forma compatível com a sobrevivência após o período 
perinatal [7]. Fraturas intrauterinas, deformidade óssea, baixa 
estatura e face triangular são características de pacientes com 
OI tipo III [9]. 
O tipo IV é clinicamente o grupo mais diverso na clas-
sifi cação de Sillence e engloba todos os pacientes que não 
se encaixam nos tipos (I a III). O fenótipo pode variar de 
severo a brando, com os pacientes mais severamente afetados 
apresentando fraturas no nascimento, sofrendo moderada 
deformidade esquelética e adquirindo
baixa estatura [3].
Estrutura normal do colágeno e sua relação 
com a osteogenese imperfeita
Algumas características do colágeno tipo I normal são 
essenciais na avaliação da patogenia da doença [6]. É a 
maior proteína da matriz extracelular da pele, ossos, tendões 
e muitos outros tecidos conjuntivos [11], trata-se de uma 
proteína trimérica (tendo três subunidades) com uma estru-
tura tripla hélice [3]. É codifi cada por dois genes: COL1A1 
e COL1A2, localizados no braço longo do cromossomo 17 
(17q21. 31-17q22.05), e no cromossomo 7 (7q21.3-7q22.1) 
respectivamente [12]. Tem sua formação a partir de uma 
proteína precursora, o pró-colágeno tipo I [13]. A molécula 
de pró-colágeno tipo I é formada por duas cadeias proα1(I) 
codifi cadas no cromossomo 17 e uma cadeia similar mais 
distinta, de proα2(I) codifi cada no cromossomo 7 [6]. 
A via desde a seqüência de DNA até a proteína fi nal de 
colágeno I envolve muitas etapas. A complexidade desta via 
cria muitas oportunidades para erros, na replicação, tran-
scrição, tradução ou modifi cação pós-traducional, que podem 
causar a doença [13]. 
Natureza das mutações
Diversas mutações têm sido descobertas nos dois genes do 
colágeno tipo I, (COL1A1 e COL1A2), e estão sendo tabuladas 
nos arquivos das mutações do colágeno humano [3,8]. Aproxi-
madamente 95% dos casos de OI são causados por mutações 
heterozigotas dominante nos genes COL1A1 e COL1A2 [14]. A 
maioria das mutações que causam a doença é de ação dominante 
[6], como citado a cima, mas algumas são recessivas, por exemplo, 
as mutações que causam OI tipo III, que são freqüentemente do 
tipo sentido trocado nos códons da glicina [6]. 
Estudos do colágeno I tem revelado dois tipos de defeitos, 
pacientes com OI leve (tipo I) tem uma redução na produção 
de colágeno [1], que está associada com mutações que resultam 
na interferência da síntese de mRNA por um alelo COL1A1, 
levando à metade a síntese de colágeno I [10], sendo carac-
terizado como efeito quantitativo, pacientes com a forma 
moderada ou severa de OI produzem uma estrutura anormal 
do colágeno I, caracterizando um defeito qualitativo [1].
Cerca de 85% das mutações são descritas como uma sim-
ples mudança de nucleotídeo, responsável pela substituição da 
glicina na tripla hélice, estas mutações afetam a propagação e o 
dobramento da proteína, Na matriz extracelular ela pode afe-
tar o processamento do pró-colágeno ou interferir na relação 
colágeno-colágeno, ou ainda a interação colágeno-proteína da 
matriz extracelular [10]. Outras mutações incluem substitui-
ções sem sentido nos códons da arginina ou glutamina, e uma 
variedade de mutações em íntrons [3]. Códons fi nalizadores 
prematuros, pequenos trechos de inserção ou deleção (em 
geral de 1 ou dois pares de bases) ou mutações de sítio de 
corte constituem a maioria das mutações [6]. 
Genótipo x fenótipo
A relacionamento entre genótipo e fenótipo em OI ainda 
está incompletamente entendido. Em geral, defeitos qualita-
tivos são mais severos que os defeitos quantitativos. Dentre 
as mutações estruturais do colágeno uma ampla variedade de 
características fenotípicas tem sido detectada [10]. Existem 
algumas razões para explicar estas variações [3]. Primeiro, a 
tripla hélice do colágeno não é uma estrutura uniforme [3], e o 
papel bioquímico da cadeia onde ocorreu a mutação também 
é uma importante variante [10]. Segundo, as conseqüências 
intracelulares das mutações não são constantes. Finalmente, 
Fisioterapia_v7n1.indb 67Fisioterapia_v7n1.indb 67 1/2/2006 18:50:331/2/2006 18:50:33
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200668
as mutações genéticas não ocorrem isoladamente, mas outros 
fatores podem infl uenciar na resistência óssea. Estes fatores 
podem ser devidos a variações ambientais nutricionais ou gené-
ticas entre os diferentes indivíduos, e provavelmente explica o 
fato de algumas mutações comumente observadas poderem ser 
associadas com uma grande variedade de fenótipos [3].
Tratamento
Historicamente, o tratamento tem sido limitado a vita-
minas, suplementos hormonais, analgésicos para aliviar as 
dores ósseas crônicas, a detecção rápida de fraturas, uso de 
apoios ortopédicos e hastes intramedulares pra prevenir a 
deformidade progressiva [5]. Terapias farmacológicas têm 
sido usadas com pouco sucesso. Agentes usados na terapia 
farmacológica incluem, cálcio, fl úor, calcitonin, esteróides 
anabólicos e magnésio. Recentemente, entretanto, o uso dos 
bifosfonatos em crianças com OI vem mostrando alguns 
efeitos na redução da incidência de fraturas [9]. Os bifosfo-
natos possuem componentes sintéticos que são análogos ao 
pirofosfato, um inibidor endógeno da reabsorção óssea [5]. 
Administrações endovenosas de bifosfanatos, desenvolvida no 
começo dos anos 90, estavam dentro dos primeiros agente que 
proporcionavam aos pediatras uma oportunidade para tratar 
crianças com OI [1]. Dentre os efeitos benéfi cos já relatados da 
terapia com bifosfonatos em OI estão, o aumento da densidade 
mineral óssea, diminuição da taxa de fraturas, normalização do 
metabolismo ósseo e signifi cativa redução nas dores ósseas, 
e conseqüente melhoramento na qualidade de vida [5]. Tera-
pias com bifosfonatos não são a cura para a OI, pois embora 
melhore a resistência óssea aumentando a qualidade de vida 
do paciente, não corrigi os defeitos genéticos [3].
A perspectivas sobre a possibilidade de cura pela terapia 
gênica vêm aumentando a cada dia. Terapia gênica consiste 
na introdução de um gene em uma célula com o fi m de 
obter um efeito terapêutico [13], entretanto, utiliza-la para 
OI é um grande desafi o, pois a maioria das mutações é do 
tipo dominante negativa, e apenas fornecer o gene normal 
sem suprimir o gene mutante pode não causar um benefício 
signifi cante. Em contraste em algumas mutações onde ocorre 
apenas a perda de função, onde um alelo não é expresso ou 
é ausente, podem ser bem susceptíveis à terapia gênica, pois 
a introdução de cópias funcionais dos genes seria sufi ciente 
para a correção [9]. Muitas pesquisas estão sendo feitas com 
relação à terapia gênica para OI, mais ainda não existe um 
protocolo com efi cácia comprovada. Com o advento da 
terapia gênica surgirão novas perspectivas para melhorar a 
qualidade de vida das pessoas com OI, é preciso lembra que 
essa busca recém se inicia.
Conclusão
A OI representa um conjunto de alterações genéticas que 
afetam a estrutura ou a síntese do colágeno tipo I, acarretando 
fragilidade óssea e possível morte. Esta alteração genética 
ocorre em uma frequência de 1/10000 ou 1/12000. Devido 
ao fato de ser uma malformação genética, os mecanismos 
de tratamento ainda não são defi nitivos, sendo esta uma das 
áreas de expectativa de ação da terapia gênica. De qualquer 
forma, atualmente existem diversos métodos bioquímicos e 
moleculares tanto para diagnosticar durante o pré-natal, logo 
após o nascimento ou o risco de incidência deste problema. 
Uma vez detectado, os profi ssionais que trabalham na área 
de ortopedia (tanto médicos quanto fi sioterapeutas) devem 
indicar aos pais cuidados respiratórios e precaução contra 
danos ósseos, além do tratamento com suplementação ali-
mentar e a base de bifosfonatos.
Referências
1. Maasalu K, Haviko T, Martson A. Treatment of children with 
osteogenesis imperfecta in Estonia. Acta Paediatr 2003;92:452-
5.
2. Cole WG. The molecular pathology of osteogenesis Imperfecta. 
Clin Orthop Relat Res 1997;343:235-48.
3. Roughley PJ, Rauch F, Glorieux FH. Osteogenesis imperfecta 
- clinical and molecular diversity. Eur Cell Mater 2003;5:41-7.
4. Benusiené E, Kucinskas V. COL1A mutation analysis in 
lithuanion patients with osteogenesis imperfecta. J Appl Genet 
2002;44(1):95-102.
5. Falk MS, Heeger S, Lynch KA, DeCaro KR, Bohach D, Gibson 
KS et al. Intravenous biphosphonate
therapy in children with 
osteogenesis imperfecta. Pediatrics 2003;3(3):573-8.
6. Nussom RL, Mc Innes RR, Willard HF. Thompson e Thomp-
son: Genética Médica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 
2002.
7. Assis MC, Plotkin M, Glorieux FH. Osteogenesis imperfecta: 
novos conceitos. Rev Bras Ortop 2002;37(8):323-7.
8. Galicka AG. Mutations in type I collagen genes resulting in 
osteogenesis imperfecta in humans. Acta Biochim Polonica 
2002;49(2):433-41.
9. Niyibizi C, Smith P, Mi Z, Robbins P, Evans C. Potential of 
gene therapy for treating osteogenesis imperfecta. Clin Orthop 
Relat Res 2000;379:126-33.
10. Marini JC, Forlino A. Osteogenesis imperfecta: prospects for 
molecular therapeutics. Molecular Genetics and Metabolism 
2000;71:225-32.
11. Galicka A, Wolczynski S, Gindzienski A. Studies on type I col-
lagen in skin fi broblasts cultured from twins with lethal osteo-
genesis imperfecta. Acta Biochim Polonica 2003;50(2):481-8.
12. Mooney SD, Teri E. Structural Models of Osteogenesis Im-
perfecta- associated Variants in the COL1A1 gene. Molecular 
e Cellular Proteomics 2002;11(1):862-75.
13. Jorde LB, Carey JC, Bamshad MJ, White RL. Genética Médica. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. Cap 14.
14. Lund AM, Hansen M, Kollerup G, Juul A, Teisner B, Skovby F. 
Collagen-derived marker of bone metabolism in osteogenesisis 
imperfecta. Acta Paediatr 1998;87:1131-7.
Fisioterapia_v7n1.indb 68Fisioterapia_v7n1.indb 68 1/2/2006 18:50:341/2/2006 18:50:34
69Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Distrofi a muscular intermediária 
entre Duchenne e Becker
Intermediate muscular dystrophy between Duchenne and Becker
Elaine Maria Bueno da Silva*, Thaís Helena Brunheroto Nucci*, Cristina Iwabe, M.Sc.**, 
Maria da Graça Baldo Deloroso, M.Sc.***
*Fisioterapeutas graduadas pelo Centro Universitário Hermínio Ometto Uniararas, **Fisioterapeuta graduada pela USP, 
especialista em neurologia infantil Unicamp, docente do curso de fi sioterapia Uniararas, supervisora do curso de fi sioterapia Unip Campinas, 
***Fisioterapeuta graduada pela Unimep, docente do curso de fi sioterapia Uniararas e Fafi ca/Catanduva 
Resumo
As miopatias são caracterizadas por distúrbios bioquímicos nas 
fi bras musculares, decorrentes de alteração na produção e função 
de proteínas musculares (distrofi na). Dentre os principais tipos de 
distrofi a muscular, destacam-se a distrofi a muscular de Duchenne 
e a distrofi a muscular de Becker. Existe, porém, uma forma inter-
mediária de miopatia com características intermediárias entre Duch-
enne e Becker. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um 
indivíduo do sexo masculino, nove anos de idade, com diagnóstico 
de distrofi a intermediária entre Duchenne e Becker. Inicialmente foi 
realizada anamnese com o responsável e avaliação do sujeito quanto 
à força muscular e, posteriormente, avaliação funcional de acordo 
com a escala de Vignos. O sujeito apresentou atraso e difi culdade na 
aquisição de algumas atividades motoras como fi car de pé e marcha; 
aos seis anos de idade apresentou início dos sintomas com quedas 
freqüentes; aos nove anos apresentou difi culdade na deambulação, 
aumento da lordose lombar, défi cit de equilíbrio, fraqueza muscular 
e diminuição da funcionalidade, principalmente de membros infe-
riores. O quadro clínico da distrofi a intermediária é semelhante à 
distrofi a muscular de Duchenne, porém com início um pouco mais 
tardio, assemelhando-se à distrofi a muscular de Becker. 
Palavras-chave: distrofi a muscular de Duchenne, distrofi a 
muscular de Becker, distrofi a muscular intermediária.
Estudo de caso
Abstract
The myopathy is characterized by biochemical defi ciencies in 
muscle tissue due to alteration in the production and function of 
muscle proteins (dystrophin). Among the main types of muscular 
dystrophy they are distinguished Duchenne muscular dystrophy and 
Becker muscular dystrophy. It exists, however, one intermediate form 
of myopathy with intermediate characteristics between Duchenne 
and Becker. The objective of this study was to relate the case of 
an individual male, nine years old, with diagnosis of intermediate 
dystrophy between Duchenne and Becker. Initially it was done 
anamneses with tutors, then it was analysed muscle strength and 
functional evaluation with Vignos scale. The subject demonstrated 
delay and diffi culty in the acquisition of some motor activities like 
standing and gait; frequent falls at six years; at nine years, diffi culty 
in the gait, increase of lumbar lordosis, balance defi cit, muscular 
weakness and reduction of the functionality, mainly of lower limbs. 
In conclusion, the clinical process of the intermediate dystrophy is 
similar to the Duchenne muscular dystrophy, however with delay in 
the onset, it is similar to Becker muscular dystrophy.
Key-words: Duchenne muscular dystrophy, Becker muscular 
dystrophy, intermediate muscular dystrophy.
Artigo recebido em 20 de outubro de 2004; aceito em 5 de janeiro de 2006.
Endereço para correspondência: Profa. Cristina Iwabe, Rua Sacramento, 1091/32 Centro 13023-185 Campinas SP, E-mail: cristinaiwabe@uniararas.br 
Introdução
Dentre as principais doenças neuromusculares, pode-se 
citar a Distrofi a Muscular de Duchenne (DMD), a Distrofi a 
Muscular de Becker (DMB) e, atualmente, tem-se obser-
vado um tipo intermediário a estas duas, com características 
semelhantes.
A DMD e DMB formam um conjunto de miopatias 
degenerativas, geneticamente determinadas (doença ligada 
ao sexo), ocasionando a falta de uma proteína muscular 
denominada distrofi na. Tal défi cit resulta em “fragilidade” 
muscular com inclusão de fi brose e gordura entre as fi bras 
musculares, as quais se tornam incapazes de responder aos 
estímulos do sistema nervoso central que chegam até o mús-
Fisioterapia_v7n1.indb 69Fisioterapia_v7n1.indb 69 1/2/2006 18:50:351/2/2006 18:50:35
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200670
culo e, conseqüentemente, de se contraírem. Acomete todos 
os grupos musculares de fi bras estriadas, caracterizando-se 
por degeneração, necrose, variações de forma e volume (fi bras 
atrófi cas e hipertrófi cas), aumento dos núcleos centrais das 
fi bras musculares e interposição progressiva de conjuntivo e 
tecido gorduroso entre elas [1].
Na DMD, a criança apresenta aparente desenvolvimento 
motor normal, porém, por volta dos três anos de idade, inicia 
história de quedas freqüentes, marcha digitígrada e difi cul-
dade para subir e descer escadas. Ao se levantar do chão, 
utiliza-se de uma manobra característica, denominada levan-
tar de Gower [2,3]. A perda progressiva da força muscular 
geralmente é simétrica, iniciando nas regiões proximais dos 
membros, progredindo para regiões distais. O desequilíbrio 
na ação da musculatura, perda da força muscular e a ação 
da gravidade podem ocasionar deformidades articulares, 
como escolioses, que prejudicam o alinhamento postural do 
indivíduo. Outro sinal característico é a pseudo-hipertrofi a 
de tríceps sural (panturrilha), quadríceps, glúteo e deltóide, 
devido ao acúmulo de gordura entre as fi bras musculares, 
e também ocorre o aumento da lordose lombar durante a 
marcha [2,3]. Por volta dos sete a oito anos de idade, a cri-
ança perde a capacidade de deambulação, sendo necessária 
a locomoção na cadeira de rodas. Geralmente, progridem 
para óbito durante a segunda ou terceira década de vida, em 
conseqüência da imobilidade geral, principalmente da mus-
culatura respiratória. Há rigidez da parede torácica, microa-
telectasia pulmonar, aspiração e difi culdade para eliminação 
das secreções, devido à capacidade reduzida de tossir [3-5]. As 
anormalidades cardíacas podem ser detectadas precocemente, 
logo ao nascimento, aumentando com a idade, até que esteja 
presente em todos os pacientes aos
18 anos. Em relação à 
parte cognitiva, acreditava-se antigamente que essas crianças 
apresentassem inteligência normal, mas diversos autores 
descreveram defi ciência cognitiva e apatia, em porcentagem 
signifi cativa, desses pacientes [3]. 
A DMB é uma forma de miopatia menos grave do que 
a DMD, sendo seu curso também progressivo, porém de 
início mais tardio e lento, iniciando-se aproximadamente na 
adolescência, podendo ocasionar a perda de capacidade de 
locomoção na segunda ou terceira década de vida [6]. A car-
diomiopatia pode ocorrer em cerca de 50% dos indivíduos, da 
mesma forma que a instalação das deformidades articulares e 
escolioses, as quais podem surgir mais tardiamente do que na 
DMD. O óbito é raro antes de 21 anos, ocorrendo geralmente 
próximo dos 40 anos ou devido às complicações respiratórias 
e cardíacas. O quadro clínico da DMB apresenta variabilidade 
muito maior que a do tipo Duchenne, tanto no surgimento 
dos primeiros sinais, como na evolução da doença. Assim, 
é comum encontrarmos em uma mesma família, indivíduos 
afetados pela DMB que apresentam diferentes graus de 
comprometimento [4]. 
Tanto para o diagnóstico da DMD, quanto para DMB 
são utilizados os exames laboratoriais (análise da creatinafos-
foquinase – CK, DNA), eletromiografi a (EMG) e a biópsia 
muscular [7].
A forma intermediária de miopatia é um tipo raro de 
doença neuromuscular, com características motoras semel-
hantes à DMD e DMB, porém não há base literária sufi ciente 
para a sua descrição. Desse modo, o objetivo desse trabalho 
é relatar o caso raro de um indivíduo com distrofi a muscular 
intermediária e, através da descrição do caso clínico, serão 
acrescentadas a seguir as principais características encontradas 
nesse tipo de distrofi a.
Material e métodos
Foi analisado no setor de pediatria da clínica de fi sioterapia 
do Centro Universitário Hermínio Ometto – Uniararas, um 
sujeito do sexo masculino, nove anos de idade, com diag-
nóstico clínico de distrofi a muscular intermediária.
Inicialmente, foi realizada anamnese com o responsável, a 
fi m de verifi car dados da gestação e parto, as principais etapas 
do desenvolvimento neuromotor, o início dos sintomas e 
os exames laboratoriais para diagnóstico. Após a anamnese, 
o sujeito foi avaliado segundo a fi cha de avaliação fi sioter-
apêutica da Clínica de Fisioterapia da Faculdade Hermínio 
Ometto - Uniararas, no setor de pediatria, quantifi cando a 
força de grupos musculares de membros superiores (MMSS) e 
inferiores (MMII), e a avaliação funcional de MMSS e MMII, 
segundo a escala modifi cada de Vignos et al. [8] (quadro I). 
Quadro I - Escala de avaliação funcional de Vignos et al. [8]
Grau 1: Caminha e sobe escadas sem necessitar de ajuda
Grau 2: Anda e sobe escadas com ajuda do corrimão
Grau 3: Caminha e sobe escadas lentamente, apoiando-se no 
corrimão. 
Grau 4: Anda sem ajuda e se levanta da cadeira, mas não 
consegue subir escadas.
Grau 5: Anda sem ajuda, mas não é capaz de levantar-se da 
cadeira ou de escalar degraus.
Grau 6: Caminha somente com ajuda de aparelhos ortopédi-
cos longos para membros inferiores.
Grau 7: Caminha com auxilio de aparelhos ortopédicos longos 
para os membros inferiores, mas precisa de ajuda para equili-
brar-se.
Grau 8: Mantém-se em pé com auxilio dos aparelhos ortopédi-
cos, porém não consegue andar, nem mesmo com ajuda.
Grau 9: Confinada à cadeira de rodas. Os flexores do cotovelo 
vencem a ação da gravidade.
Grau 10: Confinada à cadeira de rodas. Os flexores do coto-
velo não conseguem vencer a ação da gravidade.
Resultados
Sujeito do sexo masculino, nove anos de idade, segundo o 
relato da mãe, é fi lho adotivo, sendo o primeiro fi lho da mãe 
biológica, não apresentando nenhum caso dessa patologia 
Fisioterapia_v7n1.indb 70Fisioterapia_v7n1.indb 70 1/2/2006 18:50:361/2/2006 18:50:36
71Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
na família. Nasceu de parto normal, a termo, peso de 2,5 
kg, apresentando parada cardiorrespiratória ao nascimento, 
permanecendo internado por sete dias na unidade de terapia 
intensiva, evoluindo sem seqüelas motoras. Em relação ao 
desenvolvimento motor, apresentou atraso no sentar sem 
apoio, não engatinhou, iniciou aos nove meses a postura de 
pé com apoio e aos dois anos a marcha independente. Aos 
seis anos, apresentou quedas freqüentes, alterações na postura 
em pé, com défi cit de equilíbrio, base alargada, além de iniciar 
a marcha digitígrada. Aos nove anos, apresentou difi culdade 
para subir e descer escadas, com maiores défi cits de força e 
equilíbrio, principalmente em MMII, aumentado a difi culdade 
para deambulação independente.
Em relação à força muscular, apresenta fraqueza muscular 
mais acentuada nos músculos proximais dos MMII compara-
dos com os MMSS (Tabela I).
Tabela I - Análise da força muscular em MMSS e MMII no indivíduo 
com Distrofi a Muscular Intermediária. 
Músculo Grau de força muscular
MMSS
Flexor de ombro 4
Extensor de ombro 4
Abdutor de ombro 4
Adutor de ombro 4
Rotador interno 3
Rotador externo 3
Pronador 4
Supinador 4
Flexor de cotovelo 4
Extensor de cotovelo 4
Flexor de dedos 4
Extensor de dedos 4
Flexor de punho 4
Extensor de punho 4
MMII
Flexor de quadril 2
Extensor de quadril 2
Abdutor de quadril 2
Adutor de quadril 2
Rotador interno 3
Rotador externo 3
Flexor do joelho 3
Extensor do joelho 3
Dorsiflexor tornozelo 3
Flexor plantar tornozelo 4
Flexor de dedos 3
Extensor de dedos 3
Em relação à avaliação funcional de MMSS e MMII 
verifi cou-se maior grau de funcionalidade nos MMSS (Ta-
bela II).
Tabela II - Avaliação da capacidade funcional no indivíduo com Distrofi a 
Muscular Intermediaria segundo escala de Vignos et al. [8]
Membros Grau de funcionalidade
MMSS 3
MMII 2
Para confi rmação do diagnóstico clínico foi realizado o 
exame laboratorial de CK (945 US/ml, com valores normais de 
aproximadamente 40 US/ml para idade até 14 anos) e clínico 
de DNA, observando deleção molecular no gene da distrofi na, 
compatíveis com o diagnóstico de Distrofi a Muscular Pro-
gressiva Xp21, o qual abrange tanto a DMD quanto a DMB. 
Devido ao resultado dos exames laboratoriais e à análise do 
quadro clínico demonstrado pelo sujeito, o qual não apresenta 
características compatíveis isoladamente com a DMD ou com 
a DMB, foi caracterizada a Distrofi a Muscular Intermediária. 
Discussão
Através do caso relatado, pode-se observar que o primeiro 
sintoma a ser observado na Distrofi a Muscular Intermediária 
assemelha-se a DMD, o qual se caracteriza por início da mar-
cha digitígrada e quedas freqüentes [5]. Porém, nessa forma 
de distrofi a intermediária, o indivíduo apresentou início dos 
sintomas aos seis anos de idade, ou seja, em período mais tardio 
do que a DMD, pois esta inicia seus primeiros sintomas entre 
3-5 anos de idade e aos sete ocasiona a perda da capacidade de 
andar. Por outro lado, apresenta início precoce para caracterizar 
DMB, onde os primeiros sintomas são mais lentos, mantendo-
se a marcha inalterada até os 15 anos de idade [6]. 
Para realização do diagnóstico clínico, pode ser realizado o 
teste enzimático de CK, no qual o indivíduo no início da DMD 
geralmente apresenta o índice de CK até 50 vezes elevado [2], 
fato observado no sujeito analisado. Pode ser realizado também 
o exame de DNA, o qual pode ser utilizado para identifi cação 
da localização anormal do gene em Xp21 e que são particu-
larmente úteis em conjunto com o teste de CK sérica para o 
diagnóstico clínico [5]. Segundo estudos de Leitão et al. [1], 60 
a 70% dos indivíduos diagnosticados como DMD ou DMB 
apresentam uma deleção molecular no gene da distrofi na, 
característica observada no indivíduo do nosso estudo, o qual 
apresentou exame compatível com distrofi a muscular progres-
siva Xp21. Essa denominação abrange as distrofi as musculares,
tanto do tipo Duchenne, como do tipo Becker, que são doenças 
genéticas de herança recessiva ligada ao cromossomo X, e que 
afeta indivíduos do sexo masculino. 
Devido à escassez na literatura, deve-se valorizar prin-
cipalmente a descrição clínica e os achados dos testes de 
genética molecular para realização do seu diagnóstico clínico. 
Calcula-se que aproximadamente 15% dos pacientes que 
recebem inicialmente o diagnóstico de DMD apresentam 
início do acometimento motor tardiamente ou evoluem com 
acometimento moderado [6].
Fisioterapia_v7n1.indb 71Fisioterapia_v7n1.indb 71 1/2/2006 18:50:371/2/2006 18:50:37
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200672
Em relação ao quadro motor do sujeito, verifi cou-se iní-
cio da fraqueza muscular na região proximal dos membros, 
principalmente em MMII, concordando com relatos de Burns 
e Macdonald [3]. A marcha do indivíduo analisado também 
apresenta alterações semelhantes à DMD, como oscilações 
laterais do tronco, abdução do membro inferior ipsilateral, 
devido à fraqueza do glúteo médio, aumento da fl exão do 
quadril, a fi m de compensar a fraqueza dos músculos dor-
sifl exores de tornozelo. Tais características manifestam-se à 
medida que a força muscular dos membros diminui [3]. Em 
alguns casos de DMD pode-se observar atraso no desenvolvi-
mento motor [2], fato também observado no nosso estudo, 
no qual o sujeito apresentou atraso nas aquisições de posturas 
altas como sentar, fi car de pé e andar. 
Em relação à capacidade funcional, nas distrofi as muscu-
lares, os MMSS tendem a manter a sua capacidade funcional 
por mais tempo do que os MMII, porém, devido ao início 
da fraqueza muscular mais proximal (cintura escapular), o 
indivíduo apresenta difi culdade para manipulação e preensão 
de objetos, conseqüente à falta de estabilidade proximal [3]. 
Essa característica foi observada no nosso estudo, o qual 
o indivíduo apresentou maior grau de funcionalidade em 
MMSS. Essa maior funcionalidade do MMSS deve-se princi-
palmente ao maior grau de força muscular apresentado pelo 
indivíduo, além de não apresentar deformidades articulares. 
Isso demonstra que a manutenção do comprimento ideal do 
músculo possibilita maior geração de força e, conseqüente-
mente, maior uso do membro [9,10].
A força de contração muscular (tensão) gerada pelo 
músculo é quantifi cada pela freqüência de disparos dos 
neurônios motores alfa e proporcional ao número de fi bras 
extra-fusais estimuladas por este neurônio motor [7,9,10]. 
Para que o músculo possa gerar contração ativa máxima, é 
necessário também que se encontre em um comprimento 
ideal (comprimento de repouso) que corresponde à posição 
na qual o músculo deve agir com força e efi ciência. A tensão 
gerada pelo músculo pode cair se esse comprimento for 
inferior ou exceder o de repouso, pois, se for maior, haverá 
menos ligações cruzadas de actina e miosina disponível para 
interagir e, se for menor, ocorrerá interferência entre as 
moléculas, porque a sobreposição é muito grande. Portanto, 
alterações posturais podem mudar esse comprimento de 
repouso e diminuir a capacidade do músculo de gerar tensão 
[10]. A fraqueza muscular não apenas resulta em perda do 
movimento ou de estabilidade de uma determinada articula-
ção, mas também gera um estado de desequilíbrio muscular 
que afeta todos os grupos musculares referentes à produção 
de movimentos coordenados [10]. Desse modo, a fraqueza 
muscular encontrada nos músculos proximais dos membros 
do indivíduo pode afetar a produção de força dos músculos 
adjacentes, alterando assim a sua funcionalidade, característica 
observada nos MMII do sujeito. Além disso, é importante 
que os músculos mantenham seu comprimento de repouso 
ideal, a fi m de possibilitar a geração de força. 
Conclusão
Devido à variabilidade de tipos de doenças neuromuscula-
res, é importante conhecer e identifi car todas as características 
clínicas de cada patologia a fi m de possibilitar o diagnóstico 
e tratamento preciso. Devido às características clínicas en-
contradas, principalmente o início dos sintomas motores, a 
Distrofi a Muscular Intermediária apresenta quadros motores 
semelhantes à DMD, porém com início dos sintomas no 
período entre a DMD e DMB, ou seja, aproximadamente 
aos seis anos de idade. A evolução motora tende a seguir os 
mesmos sintomas relatados para a DMD e DMB, com perda 
progressiva da força muscular, da capacidade funcional, até 
atingir a perda da deambulação independente, locomovendo-
se em cadeira de rodas, porém em idades intermediárias 
àquelas relatadas para a DMD e DMB. Devido à probabili-
dade de acometimento cardíaco e à perda progressiva de fi bras 
musculares, como nos demais tipos de distrofi a, o óbito pode 
ser ocasionado devido à insufi ciência respiratória associada. O 
diagnóstico deve ser realizado com base nos exames laborato-
riais, clínicos, mas, principalmente, no conhecimento prévio 
das demais patologias neuromusculares e na análise do quadro 
motor do indivíduo. O tratamento fi sioterapêutico deve ser 
iniciado o mais precocemente possível, a fi m de prevenir a 
instalação de deformidades articulares, retardar a perda da 
força muscular e aperfeiçoar a capacidade respiratória e fun-
cional do indivíduo, da mesma forma já relatada nos casos 
de DMD e DMB. È necessário, portanto, o conhecimento 
das características da patologia a fi m de propor o tratamento 
terapêutico adequado, considerando sempre a evolução da 
própria patologia. 
Referências 
1. Leitão AVA et al. Progressive muscular dystrophy - Duchenne 
type: controversies of the kinesitherapy treatment. São Paulo 
Med J 1995;113(5):995-9. 
2. Shepherd RB. Fisioterapia em pediatria.3a ed. São Paulo: Santos; 
1998.
3. Burns W, Mac Donald J. Fisioterapia e crescimento na infância. 
São Paulo: Santos; 1999.
4. Stokes M. Neurologia para fi sioterapeutas. São Paulo: Premier; 
2000.
5. Diament A, Cypel S. Neurologia infantil. 3a ed. São Paulo: 
Atheneu; 1998.
6. Kudo et al. Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional 
em pediatria. São Paulo: Sarvier; 1997. p.49-55.
7. Gardiner MD. Manual de terapia por exercícios. 4a ed. São 
Paulo: Santos; 1995. p.175-91.
8. Vignos PJ, Spencer GE, Archibalt KC. Management of progres-
sive muscular dystrophy of childhood. JAMA 1963;184:89-96.
9. Rab GT. Músculos. In: Gamble JG, Rose J. Marcha humana. 2a 
ed. São Paulo: Premier; 1998. p. 107-28.
10. Kandel ER, Schwartz JH, Jessel TM. Fundamentos da neuro-
ciência e do comportamento. Rio de Janeiro: Prentice Hall do 
Brasil; 2000. p. 591.
Fisioterapia_v7n1.indb 72Fisioterapia_v7n1.indb 72 1/2/2006 18:50:371/2/2006 18:50:37
73Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Benefícios de um programa 
de fortalecimento excêntrico do quadríceps 
no tratamento da osteoartrite de joelho
Benefi ts of an eccentric strengthening program 
of the quadriceps in the treatment of knee osteoarthritis
Andressa Souza Milagres*, Igor Magalhães e Souza**, Johnathan O. Coura Pereira*, Roger Duarte da Paz*, 
Flávia Maria Campos de Abreu***
*Fisioterapeuta Graduado na Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC, Barbacena MG, **Fisioterapeuta, Membro do Grupo Latino 
Americano para a Maturidade -GDLAM, Laboratório de Biociências da Motricidade Humana-LABHIM RJ, ***Fisioterapeuta Graduada 
na UEMG, Membro do Grupo Latino Americano para a Maturidade-GDLAM, Laboratório de Biociências da Motricidade Humana-LAB-
HIM RJ, Docente Titular de Fisioterapia Aplicada à Geriatria UNIPAC
Resumo
O presente trabalho foi realizado através da seleção de um 
individuo idoso portador de osteoartrite de joelho, no qual foram 
utilizados para confi rmação da patologia o diagnóstico médico, o 
exame radiológico e a sintomatologia clínica. Foram realizados um 
total de 36 sessões de fi sioterapia exclusivamente
de alongamento 
estático e fortalecimento excêntrico do quadríceps femoral, com 
freqüência de três sessões por semana, com duração média de 50 
minutos cada sessão. Foram utilizadas as escalas de força manual, 
goniometria passiva, perimetria, índice algo-funcional de Lequesne 
e escala de Cincinnati, para mensuração, com obtenção de ganhos 
signifi cativos, demonstrados em forma de gráfi cos. Devemos con-
siderar que apesar de haverem possíveis variáveis nesta pesquisa 
por ter sido realizada somente com uma amostra, concluímos que 
o exercício excêntrico de quadríceps femoral produz uma melho-
ra substancial no quadro álgico e incapacitante em indivíduos 
portadores de osteoartrite de joelho, resultando em uma melhor 
qualidade de vida. 
Palavras-chave: idoso, osteoartrite, exercício excêntrico, 
qualidade de vida.
Estudo de caso
Abstract
The current work was performed through the selection of an 
elderly individual with knee osteoarthritis, confi rmed by medical 
diagnostic, radiology examination, and clinical symptoms. A total 
of 36 physical therapy sessions exclusively of static stretching and 
eccentric strengthening of the femoral quadriceps were performed, 
with a frequency of three sessions per week, with an average 
duration of 50 minutes each session. The manual force scales, the 
passive goniometry, perimetry, Lequesne index and Cincinnati scale 
used for mensuration with signifi cant gains, shown in graphs were 
also performed. We should consider that although there might be 
possible variables in this research, since it was performed only with 
one person, we concluded that the eccentric exercise of femoral 
quadriceps produces a substantial improvement in the algic and 
disability process in patients with knee osteoarthritis, resulting in 
a better quality of life.
Key-words: elderly, osteoarthritis, eccentric exercise, quality of 
life.
Recebido 18 de maio de 2005; aceito 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Igor Magalhães e Souza, Av. João Monlevade, 498 B Pioneiros 36420-000 Ouro Branco MG, Tel: (31)3741-3869 /9731-
8363 ou (32)3331-1911, E-mail: igaofi sio@zipmail.com.br
Introdução
Segundo dados do IBGE, no ano de 2030 o Brasil terá 
a sexta população mundial em número absoluto de idosos 
[1,2].
Ao longo da segunda metade do século XX, os idosos, 
a velhice e o processo de envelhecimento humano vêm 
ganhando espaços cada vez maiores no cenário nacional, 
alcançando o verdadeiro ápice gerontológico em sua última 
década [3,4,5].
A osteoartrite, também denominada doença degenera-
tiva articular, é uma patologia muito freqüente que envolve 
degeneração da cartilagem, remodelagem do osso subcon-
dral, crescimento excessivo de osso nas margens articulares, 
Fisioterapia_v7n1.indb 73Fisioterapia_v7n1.indb 73 1/2/2006 18:50:381/2/2006 18:50:38
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200674
derrame articular e espessamento da sinóvia ou da cápsula 
articular [6].
Esta patologia está associada a alterações nas fi bras de 
colágeno, proteoglicanas, na síntese de condrócitos, na hi-
dratação e nas propriedades mecânicas da cartilagem afetada. 
É comum a ocorrência da osteoartrite em articulações que 
sofrem maior descarga de peso corporal, como os joelhos. 
Os primeiros sintomas são dor, rigidez matinal, diminuição 
ou perda de movimento, crepitações, edema, fraqueza e es-
pasmos musculares [7,8,9].
Se existir movimento, na articulação acometida, o osso 
subcondral torna-se esclerótico, e se não existe movimento 
considerável, o osso e toda a musculatura adjacente sofre 
atrofi a. Também é comum estarem presentes áreas de foco de 
sinovite crônica secundária, caracterizada por infi ltrado de lin-
fócitos, em casos de osteoartrite mais avançados [10,11,12]. 
A osteoartrite é uma doença multifatorial, dentre as cau-
sas incluem-se fatores genéticos, metabólicos, enzimáticos, 
biomecânicos, sexo feminino, e idade avançada. Existem dife-
renças na patogênese entre homens e mulheres. Nas mulheres 
a osteoartrite está associada à obesidade ou estresse articular 
e é freqüentemente bilateral, enquanto nos homens ocorre 
por trauma ou lesão, sempre unilateralmente[13,14].
Na última década, cientistas e fi siologistas do exercício 
têm intensifi cado e focalizado as pesquisas em relação ao 
treinamento de força para pessoas idosas, com o objetivo de 
minimizar ou reverter à redução da força muscular relacionada 
com a idade [15,16]. 
Nos exercícios isotônicos excêntricos ocorre um tipo de 
sobrecarga muscular dinâmica que geram tensão e alonga-
mento muscular quando aplicada a uma força externa e ocor-
rem em muitas funções diárias tais como, abaixar o corpo 
contra a gravidade e descer escadas, além de proporcionar 
uma maior fonte de absorção de choque. Acredita-se que as 
contrações musculares excêntricas forneçam uma maior quan-
tidade de força ao músculo do que as contrações concêntricas. 
Em relação à contração isométrica, as contrações excêntricas 
geram uma maior quantidade de tensão no músculo, além de 
um menor consumo de oxigênio e energia [17].
A realização de exercícios físicos pela população idosa 
é de fundamental importância quando considerarmos seus 
benefícios para aumentar a independência funcional [18].
O presente estudo visa realizar um programa de fortaleci-
mento com exercícios exêntricos em ambos os joelhos em 
uma idosa de 75 anos, buscando a minimização do quadro 
àlgico, melhora da força muscular, melhora da A.D.M. e 
melhora da qualidade de vida nos aspectos psicológicos, 
emocionais e funcionais.
Material e métodos
O presente trabalho foi realizado através da seleção de 
um individuo portador de osteoartrite de joelho, no qual 
foram utilizados para confi rmação da patologia o diagnóstico 
médico, o exame radiológico, a idade, o sexo e sintomatologias 
clínicas. Nos critérios de inclusão, constam: idade mínima 
de 70 anos, bom estado mental, lucidez e cooperação ao 
tratamento, presença de edema, dor e crepitações no joelho, 
presença de limitação funcional no joelho, fraqueza muscular 
em membros inferiores, confi rmação de osteoartrite de joe-
lho pela visualização dos sinais característicos no RX. Nos 
critérios de exclusão, constam: presença de patologias graves, 
como câncer, cardiopatias e doenças pulmonares.
O tratamento foi realizado no IMAF (Instituto Mauro 
Alcides Ferreira) na cidade de Barbacena MG, tendo início 
no dia 15/03/2004 com término no dia 25/06/2004.
Os materiais utilizados no estudo foram: goniômetro 
(marca ISP), fi ta métrica, tornozeleira de 1 e de 2 kg, esfi g-
momanômetro (marca Solidor), estetoscópio (marca Rap-
paport Premium), Escala de Pontuação de Cincinnati, Índice 
Algo-Funcional de Lequesne para artrose de joelho e Escala 
de Força Manual. 
Na avaliação inicial foi constatado tratar-se de um indi-
víduo independente em suas atividades diárias, porém com 
certas restrições, onde suas principais queixas eram a dor 
freqüente nos joelhos, onde também interferia na qualidade 
do sono noturno, fraqueza em membros inferiores no cami-
nhar, subir escadas e agachar-se. 
Foram observadas a presença de crepitações em ambos 
os joelhos, edema no joelho esquerdo, hipotrofi a muscular 
em todos os músculos do membro inferior bilateralmente, 
com maior acometimento do lado esquerdo onde possuía 
um maior grau de artrite.
No aspecto psicológico, trata-se de um paciente seden-
tário, depressivo, ansioso, com pouca atividade social e pouco 
comunicativa.
Através da avaliação pelo teste de graduação manual de 
força muscular, foram detectados pequenos défi cits no grau 
de força muscular dos músculos do membro inferior, com 
exceção dos músculos adutores do quadril, fl exor dos dedos 
e extensor dos dedos, bilateralmente. Também foram de-
tectadas alterações na fl exibilidade e no equilíbrio, com maior 
ênfase
no membro inferior esquerdo, detectado através da 
análise da goniometria. A análise do trofi smo muscular tam-
bém foi realizada bilateralmente, através da perimetria. Foram 
utilizadas as escalas de Índice-Algo Funcional de Lequesne, 
para artrose de joelho e Escala de Pontuação de Cincin-
nati. O Índice-Algo Funcional de Lequesne compreende 
um questionário administrado ao paciente com perguntas 
relacionadas a dor e ao comprometimento funcional e sua 
utilização representa um importante auxilio na avaliação das 
ações terapêuticas a serem seguidas.
Em cada sessão foram realizadas três séries de dez 
repetições para cada exercício, com um total de 36 sessões 
fi sioterapêuticas, com uma freqüência de três sessões por se-
mana, com duração média de 50 minutos cada sessão. A cada 
doze sessões foram feitas reavaliações idênticas à primeira 
para se observar à evolução da paciente. 
Fisioterapia_v7n1.indb 74Fisioterapia_v7n1.indb 74 1/2/2006 18:50:391/2/2006 18:50:39
75Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Os sinais vitais foram monitorados no início e no fi nal de 
cada sessão, sendo eles formados pela medição da pressão 
arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória.
A partir dos dados encontrados na avaliação inicial, esta-
beleceu-se um programa de treinamento baseado no ganho 
de força e endurance muscular para o músculo quadríceps 
femoral, na intenção de minimizar os efeitos limitantes causa-
dos por uma osteoartrite de joelho presente.
Ao fi nal da avaliação foram reunidas todas as informações 
colhidas e planejado o tratamento fi sioterapêutico dando 
início assim ao tratamento a seguir: alongamento estático 
dos músculos quadríceps, ísquio tibiais, tríceps sural e tibial 
anterior, bilateralmente (3 séries de 20 segundos cada), exer-
cício ativo resistido isotônico excêntrico para quadríceps, 
1 – começando com uma tornozeleira de 1 kg, evoluindo 
para uma tornozeleira de 2 kg ao fi nal do tratamento, para 
retorno de extensão de joelho (paciente sentada na maca com 
os MMII pendentes, sem realizar a contração concêntrica de 
quadríceps, sendo realizado passivamente pelo terapeuta); 2 
– com resistência manual para o movimento de retorno de 
fl exão de joelho, com o quadril a 90º de fl exão e estabilizado, 
paciente em decúbito dorsal (resistência executado pelo mes-
mo terapeuta durante todo tratamento); 3 – com resistência 
manual para o movimento de retorno de fl exão de joelho e 
quadril, paciente em decúbito dorsal (resistência executada 
pelo mesmo terapeuta durante todo tratamento). 
Resultados e discussão
Os resultados seguintes foram baseados em uma compa-
ração entre os dados obtidos na primeira avaliação, antes da 
execução do tratamento proposto, e os dados da avaliação 
pós-tratamento.
Ao fi nal do programa observou-se uma melhora no 
aspecto psicológico do indivíduo. Existe uma relação entre 
a saúde dos idosos e relacionamentos sociais, onde se pode 
observar, uma melhor saúde no idoso quando ele se encontra 
envolvido com a sociedade [19,20].
Houve uma melhora signifi cativa no quadro da paciente 
através do teste de graduação manual da força e a progressão 
da carga nos exercícios de fortalecimento. 
No teste de graduação manual de força muscular houve 
um aumento no escore obtido. Mesmo se tratando de um 
teste subjetivo, este é um teste válido e reconhecido, por isso 
foram tomadas algumas precauções para que certas infl uên-
cias externas não interferissem no tratamento, sendo elas: a 
avaliação inicial e reavaliações seguintes foram realizadas por 
um mesmo avaliador; o avaliador não teve acesso aos resulta-
dos obtidos na avaliação anterior durante a reavaliação.
Os membros inferiores, que representaram o alvo do pro-
grama de treinamento obtiveram melhora nos graus de força 
em todos os grupos musculares. Os grupos dos músculos 
extensores e fl exores do quadril e do joelho receberam ini-
cialmente grau 3 de força na escala manual de força; o grupo 
dos abdutores de quadril esquerdo receberam inicialmente 
grau 3 de força muscular e o grupo do lado direito grau 4; o 
grupo dos adutores de quadril receberam inicialmente grau 5 
de força; o grupo dos dorsifl exores do tornozelo receberam 
grau 3 de força; o grupo dos plantifl exores do tornozelo 
receberam grau 4 inicialmente e bilateralmente na escala 
manual de força. 
Na reavaliação fi nal, depois de 36 sessões realizadas, o 
grupo dos fl exores de quadril mantiveram grau 5 de força 
bilateralmente; o grupo dos extensores de quadril mantiveram 
com grau 4 de força; o grupo dos abdutores de quadril man-
tiveram grau 5 de força bilateralmente; o grupo dos adutores 
de quadril mantiveram grau 5 de força bilateralmente; o grupo 
dos extensores do joelho direito permaneceu com grau 5, 
e o joelho esquerdo permaneceu em grau 4; o grupo dos 
fl exores de joelho direito evoluíram para grau 5, e o grupo 
esquerdo manteve grau 4 de força; o grupo dos dorsifl exores 
do tornozelo direito evoluiu para grau 5 de força e o grupo 
do lado esquerdo evoluiu para grau 4 de força; o grupo dos 
plantifl exores evoluíram para grau 5 de força.
Gráfi co I - Escala manual de força muscular
Existem recentes pesquisas que apontam que os indiví duos 
idosos podem benefi ciar-se dos exercícios aumentando não 
só a resistência e a força muscular, mas também o equilíbrio 
e a mobilidade, causando uma signifi cativa redução nos riscos 
de quedas e lesões, melhorando a capacidade funcional total. 
Com o envelhecimento, a perda de força é maior em membros 
inferiores do que superiores, já que estes permanecem mais 
ativos. Treinamento físico pode não restaurar tecidos que já 
foram destruídos, mas geram uma certa proteção contra um 
número de doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento. 
O mais importante é maximizar as funções fi siológicas do 
organismo que ainda permanecem preservadas [21,22,23]. 
Devemos levar em conta o ganho signifi cativo em relação 
à carga imposta durante a primeira e a ultima sessão, que 
obteve um aumento de 100% nesta carga o que nos leva a 
concluir um ganho expressivo de força muscular, pois do 
contrário não conseguiríamos aumentar esta carga em tão 
pouco tempo de treinamento.
Fisioterapia_v7n1.indb 75Fisioterapia_v7n1.indb 75 1/2/2006 18:50:401/2/2006 18:50:40
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200676
Houve uma melhora signifi cativa na amplitude de movi-
mento (A.D.M.) dos membros inferiores da paciente sendo 
mensurada através da goniometria passiva. 
Os dados relatados a seguir correspondem à diferença 
entre a avaliação inicial e a fi nal, apesar de terem sido realizadas 
a goniometria em cada reavaliação. No grupo muscular dos 
fl exores de quadril do lado direito houve um ganho de 20% 
na A.D.M. e do lado esquerdo o ganho foi de 25%; o grupo 
dos extensores de quadril do lado direito teve um ganho de 
80% e do lado esquerdo de 100%; no grupo dos abdutores de 
quadril direito houve um ganho de 55% e no lado esquerdo 
houve um ganho de 50%; no grupo dos adutores de quadril 
direito houve um ganho de 35% e do lado esquerdo houve um 
ganho de 27%; no grupo dos fl exores de joelho direito houve 
um ganho de 22% e do lado esquerdo houve um ganho de 
19,5%; no grupo dos extensores de joelho não houve alteração; 
no grupo dos dorsifl exores do tornozelo direito houve um 
ganho de 33% e do lado esquerdo houve um ganho de 60%; 
no grupo dos plantifl exores do lado direito houve um ganho 
de 50% e do lado esquerdo houve um ganho de 42%. 
Gráfi co II - Goniômetria.
amplitude de movimento, maior facilidade nas atividades de 
desgaste, pois serve como um sinalizador para os músculos 
que estão prestes a serem utilizados, melhora na consciência 
corporal, ativa a circulação e auxilia na liberação de movi-
mentos bloqueados por tensões emocionais [24].
Um aspecto importante
na saúde física é a integridade do 
sistema músculo esquelético que é formado por três compo-
nentes básicos: força muscular, resistência e fl exibilidade. Se 
houver um comprometimento de um desse três componentes 
a adaptação músculo esquelética também estará comprometi-
da e poderá causar um grande impacto na saúde e bem estar 
deste indivíduo. Portanto, realizar programas de treinamento 
que incluam estes três componentes é de grande valor para 
uma manutenção da qualidade da saúde [24,25]. 
Na avaliação inicial foram realizadas medidas métricas, 
através da perimetria, sendo elas infra e supra-patelar. Na 
avaliação fi nal constatou-se um pequeno ganho no trofi smo 
muscular de todo o membro inferior bilateralmente, princi-
palmente no músculo quadríceps femoral, mesmo não sendo 
o objetivo principal do treinamento. Mas também sabemos 
que é inevitável um ganho de força muscular, sem obtermos 
um ganho de trofi smo muscular, por menor que seja. 
Sempre que a contração muscular encontrar uma resistên-
cia irá ocorrer uma tensão em todas as estruturas do músculo. 
Esse aumento na tensão estimula os mecanismos de hiper-
trofi a, hiperplasia e proliferação conjuntiva. A hipertrofi a é 
o maior causador de aumento de volume dos músculos e 
consiste no acúmulo de proteína contrátil nas fi bras brancas 
e vermelhas. Já a hiperplasia muscular consiste no aumento 
do número de fi bras. A proliferação do tecido conjuntivo 
funcional do músculo, camadas formadas pelo endomísio, 
perimísio e epimísio apresentam uma pequena contribuição 
para o volume muscular [26]. 
Em relação aos ganhos obtidos, na medida infra-patelar 
do joelho direito houve um ganho de 11% e no joelho es-
querdo de 13%; na medida supra-patelar houve um ganho de 
3% bilateralmente. Conclui-se então que, apesar da pequena 
diferença encontrada no resultado pré e pós-teste em ambos 
membros inferiores, houve um pequeno ganho no trofi smo 
muscular do músculo quadríceps femoral. 
Gráfi co III - Perimetria.
Os alongamentos são importantes elos contra uma vida 
sedentária, onde se mantém os músculos mais fl exíveis, prepa-
rando-os para o movimento e ajudando na mudança de uma 
vida de inatividade para uma vida mais ativa e demonstra que 
estes devem ser realizados de forma correta, pois poderão 
trazer mais prejuízos do que benefícios [14].
Os alongamentos podem ser realizados antes e depois 
das atividades causando uma manutenção da fl exibilidade e 
ajudando na prevenção de lesões. Entre outros benefícios, 
na prática do alongamento encontra-se redução das tensões 
musculares, sensação de relaxamento, melhora da coorde-
nação motora pela facilitação dos movimentos, aumento na 
Fisioterapia_v7n1.indb 76Fisioterapia_v7n1.indb 76 1/2/2006 18:50:411/2/2006 18:50:41
77Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
O sistema de classifi cação mais utilizado atualmente na 
dor e capacidade funcional de um indivíduo portador de uma 
osteoartrite de joelho é o Índice Algo-Funcional de Lequesne, 
onde avalia as condições físico-funcionais do paciente e a 
gravidade da lesão, além de avaliar a dor ou incômodo, a 
capacidade de distância máxima de marcha e a difi culdade 
da vida cotidiana, como por exemplo subir e descer escadas 
ou agachar-se completamente. O escore varia entre 1 e 24 
pontos, proporcionando uma classifi cação da gravidade da 
osteoartrite em leve, moderada, grave, muito grave e extrema-
mente grave [10]. 
O Índice-Algo Funcional de Lequesne, compreende 
um questionário administrado ao paciente com perguntas 
relacionadas a dor e ao comprometimento funcional e sua 
utilização representa um importante auxilio na avaliação das 
ações terapêuticas a serem seguidas [27]. 
Gráfi co IV -Índice Algo-funcional de Lequensne.
Gráfi co V - Escala de Cincinnati.
No Índice Algo-Funcional de Lequesne obteve-se um 
ganho de 94% em relação á primeira e última avaliação rea-
lizada. Na avaliação inicial, obteve-se uma pontuação na escala 
igual a 17,5 pontos, sendo que na última avaliação obteve-se 
um escore de 9,0 pontos.
Concluímos que houve um ganho signifi cativo no quadro 
álgico e capacidade funcional da paciente pesquisada, quando 
avaliada pela escala em questão. 
O Cincinnati Rating System possui a pontuação máxima 
de 100 pontos onde o escore de 95 a 100 pontos é con-
siderado excelente, 84 a 94 bom, 65 a 83 razoável e 64 ou 
menos pontos insatisfatório. O questionário Cincinnati é 
viável para ser usado como método de acompanhamento e 
documentação de um tratamento realizado e apresenta-se 
sensível às alterações dos sintomas dos pacientes com o 
passar do tempo [28]. 
Na Escala de Pontuação de Cincinnati obteve-se um 
aumento de 292% no escore total do joelho direito, onde 
na avaliação inicial tinha-se um valor de 28 pontos na escala 
e na avaliação fi nal obteve-se 82 pontos. Porém no joelho 
esquerdo obteve-se um ganho de 345 % com valor inicial de 
22 pontos e 76 pontos na avaliação fi nal.
Concluímos assim que houve um ganho considerável na 
Escala de Pontuação de Cincinnati onde foram avaliadas as 
características de dor e capacidade funcional, entre outras. 
Conclusão
É importante ressaltar que se torna cada vez mais ne-
cessário uma melhor qualidade de vida na população idosa, 
visto que em 2030 o Brasil terá a sexta população mundial em 
número absoluto de idosos, o que nos força cada vez mais 
a buscar por conhecimentos e pesquisas sobre as patologias 
que geram a incapacidade funcional e os possíveis tratamentos 
desses indivíduos.
Diante disso, obteve-se resultados satisfatórios através do 
programa de fortalecimento muscular excêntrico do quadrí-
ceps femoral no tratamento da osteoartrite de joelho em 
uma idosa de 75 anos. Com os resultados pode-se concluir 
haver um grande benefício com o programa de alongamento 
estático e exercício excêntrico para se obter ganho no forta-
lecimento muscular, na fl exibilidade e na hipertrofi a muscular, 
ou seja, na capacidade funcional total deste indivíduo. 
Outros fatores importantes visíveis nos benefícios do 
programa de exercícios realizado foram à melhora no fator 
psicológico, no nível de ansiedade, no quadro de depressão 
e um maior convívio social.
Deve-se considerar que apesar de haverem possíveis 
variáveis nesta pesquisa por ter sido realizada somente com 
uma amostra, foram alcançados os objetivos principais do es-
tudo, onde se conclui que o exercício excêntrico de quadríceps 
femoral produz uma melhora substancial no quadro álgico 
e incapacitante em indivíduos portadores de osteoartrite de 
joelho, resultando em uma melhor qualidade de vida.
É importante que sejam realizadas mais pesquisas sobre o 
programa de fortalecimento exclusivamente excêntrico, bus-
cando uma maior população, de forma randomizada, na busca 
de uma comprovação científi ca sobre os efeitos fi siológicos 
presentes ao fi nal do programa de exercício excêntrico.
Fisioterapia_v7n1.indb 77Fisioterapia_v7n1.indb 77 1/2/2006 18:50:421/2/2006 18:50:42
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200678
Referências
1. Coloma AL et al. Adaptações ao treinamento de força na terceira 
idade. [citado 2004 oct 28]. Revista On-line 2004;(7). Disponível 
em URL:http://www.phorte.com/phorteonline.
2. Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável 
em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São 
Paulo. Cad Saúde Pública 2003;19(3).
3. Baraúna MA et al. Estudo do equilíbrio estático de idosos e sua 
correlação com quedas. Fisioter Bras 2004;5(2):136-41.
4. Geib LTC et al. Sono e envelhecimento. Revista Psiquiátrica 
2003;25(3).
5. Prado SD, Sayd JD. A pesquisa sobre envelhecimento humano 
no Brasil: grupos e linhas de pesquisa. Ciência & Saúde Coletiva 
2004;9(1).
6. Kauffman T. A Importância dos exercícios físicos na terceira 
idade. In: Kauffman
T. Manual de reabilitação geriátrica. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p. 75-82.
7. Duarte YAO, Diogo MJD. Envelhecimento e atendimento do-
miciliário. In: Filho WJ. Atendimento domiciliar – Um enfoque 
gerontológico. São Paulo: Atheneu; 2000. p.22-23.
8. Freitas EV et al. Exercícios físicos na terceira idade. In: Freitas 
EV. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan; 2002. p.122-9.
9. Vitanzo PC, Mcshane JM. The osteoarthritic knee. McGraw-
Hill; 2000.
10. Freitas MC et al. Perspectivas das pesquisas em gerontolo-
gia e geriatria: revisão bibliográfi ca. Rev Latinoam Enferm 
2002;10(2).
11. Gould III JA. Exercícios excêntricos. In: Gould III JA. Fisiote-
rapia na ortopedia e na medicina do esporte. 2 ed. São Paulo: 
Manole; 1993. p. 61-6.
12. Matsudo SM et al. Evolução do perfi l neuromotor e capacidade 
funcional de mulheres fi sicamente ativas de acordo com a idade 
cronológica. Rev Bras Med Esporte 2003;9(6).
13. Coimbra, IB et al. Consenso brasileiro para tratamento de 
osteoartrite. Rev Bras Reumat 2002;42:371-4.
14. O’Reilly SC, Muirt KR, Dohert M. Occupation and knee pain: A 
comunnity study. Journal of the Osteoarthritis Research Society 
International 2000;8:78-81.
15. Silvestre JA, Costa Neto MM. Abordagem do idoso em pro-
gramas de saúde da família. Cad Saúde Pública 2003;19(3)
16. Dantas EHM, Oliveira RJ. Exercício, maturidade e qualidade 
de vida. Rio de Janeiro: Shape; 2003. p.304. 
17. Kisner C, Colby LA. Exercícios resistidos. In: Kisner C, Colby 
LA. Exercícios terapêuticos: Fundamentos e técnicas. São Paulo: 
Manole; 1998. p. 55-74.
18. Hall CM .Tipos de exercícios. In: Hall CM, Brody LT. Exercí-
cio terapêutico na busca da função. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2001. p. 182-9.
19. Ramos MP. Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias 
2002;25(3).
20. Veloz MCT et al. Representações sociais do envelhecimento. 
Revista de Psicologia: Refl exão e Crítica 1999;12(2).
21. Alves RV et al. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: in-
fl uência da hidroginástica. Rev Bras Med Esporte 2004;10(1).
22. Dantas EHM, Vale RGS. Autonomia do idoso: Protocolo 
GDLAM de avaliação da autonomia funcional. Fitness & Per-
formance 2004;3(3):175-83.
23. Moraes LC. O peso da idade e a volta por cima. [citado 2004 nov 
28]. Disponível em: http://www.cdof.com.br/ idosos2.htm.
24. Norm A, Hanson B. Alongamento. [citado 2004 oct 03]. Dis-
ponível em URL : http://www.cdof.com.br/along3.htm.
25. Vale RGS, Aragão JCB, Dantas EHM. Flexibilidade e autonomia 
– A fl exibilidade na autonomia funcional de idosas independen-
tes. Fitness & Performance 2003;2(1). 
26. Pereira MIR, Gomes PSC. Testes de força e resistência muscular: 
confi abilidade e predição de uma repetição máxima - Revisão e 
novas evidências. Rev Bras Med Esporte 2003;9(5).
27. Lequesne M et al. Indexes of severity for osteoarthritis of the 
hip and knee. Scand Journal Rheumatology 1987;9(5):85-9.
28. Abdalla RJ et al. Estudo comparativo entre os questionários de 
avaliação funcional do joelho: IKDC, Cincinnati e Lysholm. 
Revista do Joelho SBCJ 2001;1(1):11-4.
Fisioterapia_v7n1.indb 78Fisioterapia_v7n1.indb 78 1/2/2006 18:50:421/2/2006 18:50:42
79Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
A revista Fisioterapia Brasil é uma publicação com periodicidade bimestral 
e está aberta para a publicação e divulgação de artigos científi cos das áreas 
relacionadas à Fisioterapia. 
Os artigos publicados em Fisioterapia Brasil poderão também ser publicados 
na versão eletrônica da revista (Internet) assim como em outros meios eletrônicos 
(CD-ROM) ou outros que surjam no futuro, sendo que pela publicação na revista 
os autores já aceitem estas condições.
A revista Fisioterapia Brasil assume o “estilo Vancouver” (Uniform require-
ments for manuscripts submitted to biomedical journals, N Engl J Med. 1997; 
336(4): 309-315) preconizado pelo Comitê Internacional de Diretores de Revistas 
Médicas, com as especifi cações que são resumidas a seguir. Ver o texto completo 
em inglês desses Requisitos Uniformes no site do International Committee of 
Medical Journal Editors (ICMJE), htpp://www.icmje.org, na versão atualizada 
de outubro de 2001.
Os autores que desejarem colaborar em alguma das seções da revista podem 
enviar sua contribuição (em arquivo eletrônico/e-mail) para nossa redação, 
sendo que fi ca entendido que isto não implica na aceitação do mesmo, que será 
notifi cado ao autor.
O Comitê Editorial poderá devolver, sugerir trocas ou retorno de acordo com 
a circunstância, realizar modifi cações nos textos recebidos; neste último caso não 
se alterará o conteúdo científi co, limitando-se unicamente ao estilo literário.
1. Artigos originais
São trabalhos resultantes de pesquisa científi ca apresentando dados originais de 
descobertas com relaçaõ a aspectos experimentais ou observacionais, e inclui análise 
descritiva e/ou inferências de dados próprios. Sua estrutura é a convencional que traz 
os seguintes itens: Introdução, Métodos, Resultados, Discussão e Conclusão.
Texto: Recomendamos que não seja superior a 12 páginas, formato A4, 
fonte English Times (Times Roman) tamanho 12, com todas as formatações 
de texto, tais como negrito, itálico, sobre-escrito, etc.
Tabelas: Considerar no máximo seis tabelas, no formato Excel/Word.
Figuras: Considerar no máximo 8 fi guras, digitalizadas (formato .tif ou .gif) 
ou que possam ser editados em Power-Point, Excel, etc.
Bibliografi a: É aconselhável no máximo 50 referências bibliográfi cas.
Os critérios que valorizarão a aceitação dos trabalhos serão o de rigor 
metodológico científi co, novidade, interesse profi ssional, concisão da exposição, 
assim como a qualidade literária do texto.
2. Revisão
São trabalhos que versem sobre alguma das áreas relacionadas à Fisioterapia, 
que têm por objeto resumir, analisar, avaliar ou sintetizar trabalhos de inves-
tigação já publicados em revistas científi cas. Quanto aos limites do trabalho, 
aconselha-se o mesmo dos artigos originais.
3. Atualização ou divulgação
São trabalhos que relatam informações geralmente atuais sobre tema de 
interesse dos profi ssionais de Fisioterapia (novas técnicas, legislação, por exem-
plo) e que têm características distintas de um artigo de revisão.
4. Estudo de caso
São artigos de dados descritivos de um ou mais casos explorando um 
método ou problema através de exemplo. Apresenta as características do indi-
víduo estudado, com indicação de sexo, idade e pode ser realizado em humano 
ou animal.
5. Comunicação breve
Esta seção permitirá a publicação de artigos curtos, com maior rapidez. Isto 
facilita que os autores apresentem observações, resultados iniciais de estudos em 
curso, e inclusive realizar comentários a trabalhos já editados na revista, com 
condições de argumentação mais extensa que na seção de cartas do leitor.
PREPARAÇÃO DO TEXTO
1. Normas gerais
1.1 Os artigos enviados deverão estar digitados em processador de texto 
(Word), em página de formato A4, formatado da seguinte maneira: fonte Times 
Roman (English Times) tamanho 12, com todas as formatações de texto, tais 
como negrito, itálico, sobrescrito, etc.
1.2 Numere as tabelas em romano, com as legendas para cada tabela junto 
à mesma.
1.3 Numere as fi guras em arábico, e envie de acordo com as especifi cações 
anteriores.
As imagens devem estar em tons de cinza, jamais coloridas, e com qualidade 
ótima (qualidade gráfi ca – 300 dpi). Fotos e desenhos devem estar digitalizados 
e nos formatos .tif ou .gif.
1.4 As seções dos artigos originais são estas: resumo, introdução, material e mé-
todos, resultados, discussão, conclusão e bibliografi a. O autor deve ser o responsável 
pela tradução do resumo para o inglês e também das palavras-chave (key-words). O 
envio deve ser efetuado
em arquivo, por meio de disquete, CD-ROM ou e-mail. 
Para os artigos enviados por correio em mídia magnética (disquetes, etc) anexar 
uma cópia impressa e identifi car com etiqueta no disquete ou CD-ROM o nome 
do artigo, data e autor.
2. Página de apresentação
A primeira página do artigo apresentará as seguintes informações:
- Título em português e inglês.
- Nome completo dos autores, com a qualifi cação curricular e títulos acadêmi-
cos.
- Local de trabalho dos autores.
- Autor que se responsabiliza pela correspondência, com o respectivo endereço, 
telefone e E-mail.
- Título abreviado do artigo, com não mais de 40 toques, para paginação.
- As fontes de contribuição ao artigo, tais como equipe, aparelhos, etc.
3. Autoria
Todas as pessoas consignadas como autores devem ter par ti cipado do trab-
alho o sufi ciente para assumir a res pon sabilidade pública do seu conteúdo.
O crédito como autor se baseará unicamente nas contribuições essenciais 
que são: a) a concepção e desenvolvimento, a análise e interpretação dos da-
dos; b) a redação do artigo ou a revisão crítica de uma parte importante de seu 
conteúdo intelectual; c) a aprovação defi nitiva da versão que será publicada. 
Deverão ser cumpridas simultaneamente as condições a), b) e c). A participação 
exclusivamente na obtenção de recursos ou na coleta de dados não justifi ca a 
participação como autor. A supervisão geral do grupo de pesquisa também 
não é sufi ciente.
4. Resumo e palavras-chave (Abstract, Key-words)
Na segunda página deverá conter um resumo (com no máximo 150 palavras 
para resumos não estruturados e 200 palavras para os estruturados), seguido 
da versão em inglês.
O conteúdo do resumo deve conter as seguintes informações:
- Objetivos do estudo.
- Procedimentos básicos empregados (amostragem, metodolo gia, análise).
- Descobertas principais do estudo (dados concretos e estatísticos).
- Conclusão do estudo, destacando os aspectos de maior novidade.
Em seguida os autores deverão indicar quatro palavras-chave para facilitar 
a indexação do artigo. Para tanto deverão utilizar os termos utilizados na lista 
dos DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) da Biblioteca Virtual da Saúde, 
que se encontra no endereço internet seguinte: http://decs.bvs.br. Na medida 
do possível, é melhor usar os descritores existentes.
5. Agradecimentos
Os agradecimentos de pessoas, colaboradores, auxílio fi nanceiro e material, 
incluindo auxílio governamental e/ou de laboratórios farmacêuticos devem ser 
inseridos no fi nal do artigo, antes as referências, em uma secção especial.
6. Referências
As referências bibliográfi cas devem seguir o estilo Vancouver defi nido nos 
Requisitos Uniformes. As referências bibliográfi cas devem ser numeradas por 
numerais arábicos entre parênteses e relacionadas em ordem na qual aparecem 
no texto.
Os artigos, cartas e resumos devem ser enviados para:
Jean-Louis Peytavin – Atlantica Editora
Rua da Lapa, 180/1103 – Lapa – 20021-180 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21) 2221 4164 – E-mail: jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Consulte o texto completo das Normas em nosso site:
www.atlanticaeditora.com.br
Normas de publicação Fisioterapia Brasil
Fisioterapia_v7n1.indb 79Fisioterapia_v7n1.indb 79 1/2/2006 18:50:431/2/2006 18:50:43
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200680
Calendário de eventos
2006
Março
20 a 25 de março
5th International Conference on Advances in 
Pulmonary Rehabilitation and Management of 
Chronic Respiratory Failure
Stresa, Itália
Informações: congressi@effetti.it
22 de março
Evidence-Based Cognitive Rehabilitation 
New Orleans, Estados Unidos
Informações: info@cforums.com
Abril
6 a 9 de abril
Reatech – V Feira Internacional de tecnologias em 
reabilitação e inclusão
Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo
Informações: www.cipanet.com.br
28 de abril a 1 de maio
40º Encontro Nacional de Atividade Física, 
Fisioterapia e Nutrição
Poços de Caldas, MG
Tel: (35) 3222-2344
Maio
12 a 14 de maio
IIº Congresso Goiano de Fisioterapia
Castro´s Park Hotel, Goiânia, GO
Informações: cgofisio@terra.com.br
25 a 27 de maio
XXVII Congresso da Sociedade de cardiologia do 
Estado de São Paulo
XII Simpósio de Fisioterapia
Campos do Jordão, SP
Informações: www.socesp.org.br
Junho
15 a 18 de junho
19º Congresso paulista de Educação Física
Jundiaí, SP
Tel: (11) 4587-9611
23 a 25 de junho
Congresso Internacional de Fisioterapia e Terapia 
Manual
Hotel Intercontinental, Rio de Janeiro
Informações: Tel.:(21) 9449-0372
bruna@rygy.com.br
29 de junho a 1 de junho
Cardiovascular Prevention 2006 – Setting up a 
Rehabilitation Clinic
Sophia-Antipolis, France
Informações: sdeambrosis@escardio.org
Setembro
6 a 9 de setembro
13º Simpósio Internacional de Fisioterapia 
Respiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva
Unicenp, Curitiba, PR
Informações: www.sifr2006.com.br
13 a 16 de setembro
XII Congresso Latinoamericano de Fisioterapia e 
Kinesiologia
Bogotá, Colômbia
Informações: congresoclafk@ascofi.org.co 
22 e 23 de setembro
III Congresso Brasileiro de Fisioterapia da 
Escoliose
UniFMU, São Paulo, SP
Informações: www.escoliose.fst.br
E-mail: nepebiomec@uol.com.br
Tel: (11) 3283 –1157
Outubro
6 a 9 de outubro
V CONNEFI – Congresso Norte Nordeste de 
Fisioterapia
Hotel Tropical, Manaus, AM
Organização: SOAMFI (Sociedade Amazonense de 
Fisioterapia)
Informações: Adriana (92) 8812-7674, Dr. Marcos Cortez 
(92) 8111-1030, www.soamfi.org.
18 a 21 de outubro
6th Mediterranean Congress on Physical and 
Rehabilitation Medicine
Algarve, Portugal
Informações: werner@medicongress.com
Fisioterapia_v7n1.indb 80Fisioterapia_v7n1.indb 80 1/2/2006 18:50:441/2/2006 18:50:44
Fisioterapia Brasil
(vol.7, nº2 março/abril 2006 - 81~164)
EDITORIAL
Sobre verdades e mentiras nas publicações cientifi cas, Marco Antonio Guimarães da Silva ........................................................ 83
ARTIGOS ORIGINAIS
Avaliação do ensino-aprendizagem em ventilação mecânica nos cursos de fi sioterapia no Paraná, 
Erica Fernanda Osaku, Heitor Silvério Lopes, Esperidião Elias Aquim .......................................................................................... 84
Incidência de patologia respiratória em portadores de refl uxo gastroesofágico, 
Eloisa Aparecida Nelli, Ana Beatriz de Lima Poloni, Carolise Bonilha, Alceu Sergio Trindade Junior ............................................. 87
Variações anatômicas entre o nervo isquiático e o músculo piriforme e sua relação 
com a síndrome do piriforme, Luciany Everardo Atencio Santamaría Fagundes, 
Fábio Urbini Carnevalli, Osvaldo Pelozo Júnior, Silvio Antônio Garbelotti Júnior ......................................................................... 90
Aspectos clínicos e anatomopatológicos da reparação de defeito osteocondral 
experimental da cabeça umeral de cães, após aplicação de laser a diodo 
de arsenieto de gálio, Cristina Boock de Souza Rodrigues, Ricardo Junqueira Del Carlo, 
Celber René Limonge, Betânia de Souza Monteiro, Lisandra Cristina Perez Pinheiro, 
Antônio José Natali, Taise Domingues de Souza ............................................................................................................................ 95
Isostretching no tratamento da lombalgia crônica, Paola Moreira Lopes, 
Th ais Cristina Mackert, Moacir Chien-Min Haruo Yau, Ligia Maria Facci .................................................................................... 99
Comportamento das forças de reação do solo na marcha em condições 
de instabilidade patelofemoral, Fernanda Ishida Corrêa, João Carlos Ferrari Corrêa, 
José Luís Martinelli, Marco Antônio Araújo, Eduardo Filoni, José Augusto Peres ........................................................................ 104
Análise histomorfométrica e funcional do miocárdio de ratos wistar

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?