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Bombas e Compressores Prof. Rodrigo S. Vieira UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS I Máquinas de fluxo São máquinas que aproveitam a energia de um fluido para transformação em outra forma de energia, ou recebem energia de uma fonte externa e transmitem ao fluido. O fluido cede energia à máquina, que transforma esta energia em trabalho mecânico. Ex.: turbinas, moinhos de vento, etc A máquina cede energia ao fluído, resultando um aumento de energia do fluído. Ex.: bombas, ventiladores, compressores, etc. Deslocamento de fluidos É usualmente necessário adicionar energia a um fluido para mantê-lo em escoamento. Esta energia é adicionada para compensar as perdas por atrito ou contribuir para aumentar a velocidade, pressão ou cota do fluido. Bombeamento → deslocamento de líquidos. Compressão → deslocamento de gases. O projeto de um sistema de bombeamento ou compressão deve considerar o correto dimensionamento das bombas ou compressores. Bombas As bombas são equipamentos mecânicos que fornecem energia mecânica a um fluido incompressível. No caso de fluidos compressíveis são denominados compressores e ventiladores. Finalidade: deslocar líquidos por escoamento. O modo pelo qual é feita a transformação do trabalho em energia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido aumentando sua pressão e ou velocidade permitem classificar as bombas em: Bombas Volumétricas Bombas de Deslocamento Positivo Possuem uma ou mais câmaras, em cujo interior o movimento de um órgão propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando o seu escoamento. Uma porção de fluido é presa numa câmara, e pela ação de um pistão ou peças rotativas o fluido é impulsionado para fora. Dividem-se: Alternativas (chamadas de sistema de pistão) em que o escoamento é intermitente Rotativas (escoamento contínuo) Bombas Alternativas Princípio de Funcionamento O órgão que produz o movimento do líquido é um pistão que se desloca, com movimento alternativo, dentro de um cilindro. b a c do Esquema Típico de Bomba Êmbolo A partícula de “a” de líquido é aspirada em “o” segue a trajetória do pistão “b” e sai com pressão comunicada pelo êmbolo “d”. Deslocamento de Líquido Simples Efeito e Simplex Figura 1. Funcionamento de uma bomba com pistão (www.animatedsoftware.com/pumpglos/pumpglos.htm) Bombas alternativas Eficiência volumétrica (hv): volume real deslocado < volume total do cilindro devido a vazamentos ou enchimento incompleto do cilindro. hv > 95% para bombas bem ajustadas. Eficiência mecânica (hm): hm < 100%, devido a perdas por atrito mecânico e atrito ao fluido. cilindro do totalvolume deslocado volume hv bomba à suprida energia fluido ao suprida energia hm Bombas alternativas Aplicações: • bombeamento de água de alimentação de caldeiras, óleos e de lamas. • imprimem as pressões mais elevadas dentre as bombas; • pequena capacidade (vazão volumétrica); Vantagens: • podem operar com líquidos voláteis e muitos viscosos; • são capazes de produzir pressões muito altas. Desvantagens: •capacidade: intervalo limitado; • opera com baixa velocidade; • necessita de mais manutenção. • É um nome genérico para designar uma grande variedade de bombas, todas elas volumétricas e comandadas por um movimento de rotação. Princípio de Funcionamento Bombas Rotativas • O rotor da bomba provoca uma pressão reduzida no lado da entrada, o que possibilita a admissão do líquido à bomba, pelo efeito da pressão externa. • À medida que o elemento gira, o líquido fica retido entre os componentes do rotor e a carcaça da bomba Classificação Tipos: • Engrenagens (para óleos): atuada externamente ( as 2 engrenagens giram em sentidos opostos); atuada internamente ( só um rotor motriz ); • rotores lobulares: bastante usada em alimentos; • parafusos helicoidais: maiores pressões; • palhetas deslizantes: fluidos pouco viscosos e lubrificantes; • peristáltica: pequenas vazões, permite transporte asséptico. Com o movimento das engrenagens, no sentido indicado, o fluido, aprisionado nos vazios entre o dentes e a carcaça, é empurrado pelos dentes e forçado a sair pela tubulação da direita. Novos espaços formam-se do lado esquerdo, sendo preenchido pelo fluido, e assim sucessivamente. Figura 12: Esquema de uma bomba de dois lóbulos (http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/ luc_gab/bombas1.html#G ) Figura 13: Funcionamento de uma bomba de três lóbulos (http://www.animatedsoftware.com/pumpglos/ pistpump.htm) Compostas por dois parafusos que tem movimentos sincronizados através de engrenagens. O fluido é admitido pelas extremidades e, devido ao movimento de rotação e aos filetes dos parafusos é empurrado para a parte central onde é descarregado. Bombas rotativas Características: • a vazão do fluido é função do tamanho da bomba e da velocidade de rotação, só ligeiramente dependente da pressão de descarga; • fornecem vazões quase constantes; • são eficientes para fluidos viscosos, graxas, melados e tintas; • operam em faixas moderadas de pressão; • têm capacidade pequena e média; • são utilizadas para medir "volumes líquidos“. Aplicações: • nas indústrias farmacêuticas, de alimentos e de petróleo. Bombas centrífugas Caracterizadas por possuírem um dispositivo rotatório dotado de pás, chamado de rotor, que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. A finalidade do rotor, ou impelidor, é comunicar à massa líquida aceleração, para que adquira energia cinética. A energia cinética adquirida pelo fluido é então convertida em pressão quando o fluido sai do rotor para a carcaça espiral ( voluta ou difusor). A bomba centrífuga geralmente opera a velocidade constante e a capacidade da bomba depende somente da pressão total do projeto e das condições de sucção. São usadas para diferenciais de pressão elevados com cargas relativamente baixas. Bombas centrífugas Princípio de funcionamento O líquido entra axialmente e circula radialmente. O impulsor gira rapidamente dentro da carcaça e seu movimento produz uma zona de vácuo (no centro) e outra de alta pressão (na periferia). Bomba centrífuga. Carcaça Rotor Sucção Pás Descarga Voluta A energia é fornecida continuamente ao fluido por um rotor, aumentando a sua energia cinética. Posteriormente a energia cinética é transformada em energia de pressão. Bombas centrífugas Rotor: é o coração da bomba. É constituído de diversas palhetas ou lâminas conformadas de modo a proporcionarem um escoamento suave do fluido: • rotores grandes, aletas estreitas - grandes alturas e pequenas vazões; • rotores pequenos, aletas longas - pequenas alturas e grandes vazões. Carcaça: transforma energia cinética em energia de pressão com pequena perda por turbulência: • serve de contentor para o fluido; • oferece bocais de entrada (sucção) e saída (recalque) para ele; • podem ser de dois tipos: em voluta e com pás difusoras; Bombas centrífugas Em voluta: o rotor descarrega fluido num canal de área de seção reta contínua e crescente. Aumentando a área, a velocidade diminui, reduzindo assim a formação de turbilhões. São as mais utilizadas (alta eficiência e baixo custo). Com pás difusoras: são aletas estacionárias que oferecem ao fluido um canal de área crescente desde o rotor até a carcaça. . Em voluta. Com pás difusoras. Bombas Centrífugas Bombas centrífugas Vantagens: • trabalham em regime permanente (vazão constante); • apresentam flexibilidade operacional que podem ser realizadas: restrição de válvula na descarga, mudança do rotor, variação de velocidade; • requerem menos manutenção; • cobrem amplas faixas de vazões (desde 1L/min até milhares de L/min); • apresentam relação custo-benefício favorável. • permitem bombear líquidos com sólidos em suspensão; Desvantagens: • baixa eficiência para vazões muito baixas e diferenciais de pressão muito altos; • baixa eficiência para fluidos com alta viscosidade; • redução de sua capacidade pelos gases dissolvidos no líquido. Carga de uma bomba ou compressor Carga de uma bomba ou compressor (HB) é a energia fornecida pela máquina por unidade de peso do fluido. Hman - altura manométrica, em [m]; Ho - desnível geométrico, em [m]; pr- pressão no reservatório de recalque, em [kg/m 2]; pa - pressão no reservatório de sucção, em [kg/m 2]; - peso específico do fluido, em [kg/m3] ΔH- perda de carga nas tubulações e acessórios, em [m]. POTÊNCIA DE UMA BOMBA LD 2 D2 BS 2 S1 hy g2 v g p Hy g2 v g p HB= altura manométrica ou carga da bomba (energia por unidade de peso do fluido que deve ser fornecido ao sistema) hL = perda de carga do sistema (sucção e recalque) LSD 2 S 2 D12 B hyy g2 vv g pp H (1) De (1) (2) “ TAXA DE CONSUMO DE ENERGIA NECESSÁRIA PARA TRANSPORTAR UMA CERTA QUANTIDADE DE FLUIDO A UMA DETERMINADA ALTURA MANOMÉTRICA” Potência que deve ser fornecida ao sistema: Pútil B . Bútil gHmQHP Potência Real(Preal): fornecida pelo motor = h útilP h : rendimento ou eficiência da bomba Então: h B . real gHm P (3) (4) POTÊNCIA DE UMA BOMBA Seleção de bombas Necessário conhecer o líquido a ser deslocado, a carga total do sistema, as cargas de sucção e descarga, e, em muitos casos, a temperatura, viscosidade, pressão de vapor, e massa específica; São fatores fundamentais na escolha de uma bomba: • faixa de operação; • materiais de construção; • Presença de sólidos. Viabilidade do Ponto de Operação da Bomba: BALANÇO DE ENERGIA EQUAÇÃO DE BERNOULLI MODIFICADA PERDA DE CARGA DO SISTEMA PERDA DE CARGA BOMBA BOMBAS E CURVAS CARACTERÍSTICAS CASO A: SUCÇÃO OU ASPIRAÇAO DESCARGA OU RECALQUE S OU YS D OU YD 1 2 hLS hLD hLS + hLD HT HD HS Sendo: S ou Ys: Altura de sucção D ou YD: Altura de descarga HB BOMBAS E CURVAS CARACTERÍSTICAS CASO B: S OU YS D OU YD hLD hLS + hLD hLS HT HB Sendo: S ou Ys: Altura de sucção D ou YD: Altura de descarga BOMBAS E CURVAS CARACTERÍSTICAS CASO C: S OU YS hLS D OU YD hLS + hLD hLD HT HB Sendo: S ou Ys: Altura de sucção D ou YD: Altura de descarga BALANÇO DE ENERGIA Das figuras: Casos (A), (B) e (C) CASO GERAL: HB = HD - HS HS = (YS + hLS) e HD = (YD + hLD) HB = HS + HD Caso A: Ys Positivo HB = HD - ( HS) = HD - HS = YD - YS + hLS + hLD Caso (B) e (C): HS Negativo (YS) HB = HD - (- HS) = HD + HS = YD + YS + hLS + hLD Curva da Bomba x Curva do Sistema Curva da Bomba H x Q : fornecida pelo fabricante da bomba Estabelece o que a bomba pode fornecer descarga(energia) para vazão do sistema H Q Centrífuga Exemplo de Curva da Bomba Curva do Sistema A curva do sistema fornece qual será a carga (energia) necessária para cada vazão H Q Utilizando em conjunto HB(bomba) x Q e HB (sistema) x Q HB Q Ponto de operação As curvas em conjunto bomba-sistema mostrará a viabilidade de utilização da bomba e o ponto de operação H B Q sistema bomba Conjunto Inviável Conjunto Viável Região de funcionamento Alteração da curva do sistema (alteração de hL: válvula)) (bomba não adequada) Ponto de operação ou de trabalho: ÚNICO NA MONTAGEM: única condição possível de funcionamento (par Q, H). Tubulações envelhecem. Perdas de carga e H aumentam: diminui as vazões. Variar ponto de operação: variar a curva da tubulação ou a curva da bomba: - fechando parcialmente uma válvula ( ℓW e a curva “sobe”); - variando as pressões dos reservatórios*; - mudando o diâmetro das tubulações*; - variando a rotação do motor (se for, por exemplo, de corrente contínua) - cortando o rotor da bomba*; - mudando o fluido. *Por alterarem substancialmente a tubulação ou a bomba, são considerados como uma nova curva e não simples modificação, como no caso de fechar (ou abrir) uma válvula. W Exemplo prático Uma bomba centrífuga, cujas características são dadas abaixo, é usada para elevar água (T=27oC) através do sistema da figura, composto de 8m de tubulação de ferro fundido de 2,5”(schedule 40) na sucção de 65 m de 2” (schedule 40), na descarga. Considere as válvulas do tipo gaveta totalmente abertas e cotovelos padrão 90o. (1) (2) S=7m D = 16,5m Calcular: a) Vazão de água que circula pela tubulação b) Potência consumida pela bomba Curva Característica da Bomba Vazão(l/min) (m3/s)*103 Carga(m) Rendimento(%) 0 0 36,6 0 37,8 0,63 36,4 13 75,6 1,26 35,7 23,5 151,2 2,52 32,8 37,5 227,0 3,78 28,4 42,5 264,4 4,40 25,9 41,7 302,5 5,04 23,5 39,5