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Apostila de Parasitologia

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Livro didático – 2ª edição - 2007 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – RS 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Dra. Sílvia Gonzalez Monteiro 
Professora de Parasitologia Veterinária 
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Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este livro didático tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinária no 
estudo dos parasitas dos animais domésticos. 
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INDICE: 
 
 
• Conteúdo Programático 13
• Conceitos em Parasitologia 17
• Tipos de Parasitos 17
• Tipos de Hospedeiros 18
• Tipos de Ciclo dos Parasitos 18
• Especificidade dos Parasitos 18
• Ação do Parasito sobre o Hospedeiro 18
• Períodos de Parasitismo 19
• Classificação dos Seres Vivos 19
• Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica 20
• Filo Arthropoda 22
• Classe Arachnida 23
• Ordem Acari (Acarina) 24
• Subordem Mesostigmata 24
• Família Dermanyssidae 24
o Gênero Dermanyssus 24
• Família Macronyssidae 25
o Gênero Ornithonyssus 26
• Família Laelapidae 26
o Gênero Laelaps 26
• Família Macrochelidae 27
o Gênero Macrocheles 27
• Família Varroidae 28
o Gênero Varroa 28
• Família Raillietidae 29
o Gênero Raillietia 29
• Subordem Metastigmata (Carrapatos) 30
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• Família Ixodidae (carrapatos duros) 30
o Gênero Rhipicephalus 33
o Gênero Boophilus 35
o Gênero Amblyomma 37
o Gênero Anocentor 38
• Família Argasidae (carrapatos moles) 38
o Gênero Argas 39
o Gênero Ornithodorus 40
o Gênero Otobius 41
• Pôster Carrapatos 42
• Subordem Astigmata (sarnas) 43
• Morfologia das Sarnas 44
• Família Sarcoptidae 45
o Gênero Sarcoptes 45
o Gênero Notoedres 45
• Família Cnemidocoptidae 46
o Gênero Cnemidocoptes 46
• Família Psoroptidae 47
o Gênero Psoroptes 47
o Gênero Otodectes 48
o Gênero Chorioptes 48
• Subordem Actinedida (Prostigmata) 54
• Família Cheyletidae 54
o Gênero Cheyletiella 54
• Família Myobiidae 54
o Gênero Myobia 54
• Família Demodecidae 55
o Gênero Demodex 55
• Família Trombiculidae 57
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o Gênero Trombicula, Eutrombicula 57
• Subordem Cryptostigmata 58
• Família Oribatidae 58
• Classe Insecta 59
• Classificação dos insetos 64
• Ordem Phthiraptera (Piolhos) 65
• Subordem Amblycera (Antenas escondidas) 66
o Gênero Menopon 67
o Gênero Menacanthus 67
o Gênero Heterodoxus 68
• Subordem Ischnocera (Antenas livres) 68
o Gênero Trichodectes 68
o Gênero Bovicola 69
o Gênero Felicola 69
o Gênero Goniodes 69
o Gênero Lipeurus 70
• Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores) 70
o Gênero Pediculus 70
o Gênero Pthirus 72
o Gênero Haematopinus 73
o Gênero Linognathus 74
• Pôster Piolhos 76
• Ordem Hemiptera 77
o Família Reduviidae (Barbeiros) 77
• Gênero Panstrongylus 78
• Gênero Triatoma 78
• Gênero Rhodnius 79
o Família Cimicidae (Percevejos) 79
• Gênero Cimex 79
Versão 
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o Gênero Ornithocoris 80
• Ordem Siphonaptera (Pulgas) 82
o Gênero Tunga 83
o Gênero Ctenocephalides 84
o Gênero Pulex 85
o Gênero Xenopsylla 85
• Pôster Pulgas 87
• Ordem Diptera 88
• Classificação dos Diptera 89
• Subordem Nematocera - Classificação 91
• Subordem Nematocera (Mosquitos) 92
o Gênero Anopheles 92
o Gênero Aedes 93
o Gênero Culex 94
o Gênero Culicoides 96
o Gênero Lutzomyia 98
• Gênero Simulium 100
• Subordem Brachycera Tabanomorpha (Mutucas) 102
o Gênero Chrysops 104
o Gênero Tabanus 105
• Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas) 107
o Gênero Musca 108
o Gênero Fannia 109
o Gênero Stomoxys 109
o Gênero Haematobia 110
o Gênero Cochliomyia 111
o Gênero Chrysomyia 113
o Gênero Phaenicia 114
o Gênero Sarcophaga 114
Versão 
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• Gênero Oestrus 115
• Gênero Dermatobia 116
o Gênero Gasterophilus 118
• Seção Pupipara 119
• Família Hippoboscidae 119
o Gênero Hippobosca 119
o Gênero Pseudolinchia 119
o Gênero Lipoptena 120
o Gênero Melophagus 120
• Filo Protozoa – Chave de Classificação 121
• Filo Protozoa (Unicelulares) 122
• Subfilo Sarcomastigophora 123
• Classe Mastigophora – Locomoção por Flagelos 124
o Gênero Tritrichomonas 125
o Gênero Giardia 126
o Gênero Histomonas 127
o Gênero Trypanosoma 128
o Gênero Leishmania 131
• Subfilo Apicomplexa 134
• Classe Sporoazida ou Coccidia 134
o Gênero Eimeria 136
o Gênero Isospora 137
o Gênero Cryptosporidium 138
o Gênero Toxoplasma 139
o Gênero Cystoisospora 137
o Gênero Neospora 140
o Gênero Hepatozoon 142
• Classe Piroplasmasida 144
o Gênero Babesia 144
Versão 
de 
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• Ordem Rickettsias 147
o Gênero Ehrlichia 147
o Gênero Anaplasma 149
• Helmintologia (Metazoários) 151
• Filo Plathelmintos (Vermes Achatados) 151
• Classe Trematoda (Vermes em forma de folha) 152
o Gênero Fasciola 153
o Gênero Eurytrema 154
o Gênero Paramphistomum 156
o Gênero Schistosoma 156
• Classe Cestoda (Vermes segmentados) 159
o Gênero Taenia 161
o Gênero Echinococcus 163
o Gênero Davainea 165
o Gênero Raillietina 165
o Gênero Dipylidium 166
o Gênero Amoebotaenia 167
o Gênero Anoplocephala 168
o Gênero Paranoplocephala 168
o Gênero Moniezia 170
o Gênero Thysanosoma 171
• Filo Nemathelminto (Vermes redondos) – Chave de 
Classificação 
173
• Classe Nematoda 174
• Ordem Rhabditida 176
o Gênero Strongyloides 176
• Ordem Oxyurida 178
o Gênero Oxyuris 178
• Ordem Ascaridida 179
o Gênero Heterakis 179
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
o Gênero Ascaridia 180
o Gênero Ascaris 180
o Gênero Parascaris 181
o Gênero Neoascaris 182
o Gênero Toxocara 182
o Gênero Toxascaris 183
• Ordem Strongylida 184
o Gênero Strongylus 185
o Gênero Triodontophorus 188
o Gênero Syngamus 189
o Gênero Stephanurus 190
o Gênero Oesophagostomum 192
o Gênero Ancylostoma 194
o Gênero Bunostomum 196
o Gênero Trichostrongylus 198
o Gênero Haemonchus 199
o Gênero Cooperia 201
o Gênero Ostertagia 202
o Gênero Hyostrongylus 203
o Gênero Dictyocaulus 205
o Gênero Nematodirus 206
• Ordem Spirurida 207
o Gênero Habronema 207
o Gênero Draschia 208
o Gênero Dipetalonema 209
o Gênero Dirofilaria 210
• Ordem Enoplida 211
o Gênero Trichuris 211
o Gênero Capillaria 213
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
o Gênero Dioctophyma 213
• TÉCNICAS 215
• Coleta e montagem de endoparasitas 215
• Pesquisa de ectoparasitas 217
• Pesquisa e coletade ácaros produtores de sarna 220
• Técnicas helmintológicas 221
• Técnica de Willis 222
• Técnica de Hoffman 222
• Técnica de Baermann 223
• Técnica de Sedimentação pelo acetato de etila 224
• Técnica de centrífugo-flutuação 225
• Técnica de Mac Master 225
• Exame direto de fezes 227
• Coprocultura 227
• Esfregaço direto de fezes 228
• Método da gota espessa 228
• Fórmulas 230
• Exame de fezes de cão e gato 232
• Exame de fezes de ruminantes 238
• Exame de fezes de suínos 246
• Exame de fezes de equinos 251
• Exame de fezes de aves 257
• Diagnóstico dos principias protozoários 261
• Principais
artefatos encontrados em exame de fezes 271
 
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
______________________________________________________________________________________________ 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
Disciplina: Parasitologia Veterinária 
Curso: Medicina Veterinária 
Departamento: Microbiologia e Parasitologia 
Horas/aula: 90 
Validade: a partir de 2002 
 
EMENTA: Estudo morfológico, ecológico, 
biológico e sistemático dos principais parasitas 
dos animais domésticos. Estudo do controle e 
diagnóstico. 
 
OBJETIVOS: 
Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina 
Veterinária: 
Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura, 
sinonímias, morfologia, fisiologia, localização e 
hospedeiros dos parasitos dos animais 
domésticos. 
Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a 
epidemiologia e a importância econômica dos 
parasitos dos animais domésticos. 
Aplicação das técnicas de diagnóstico 
parasitológico para identificação dos parasitas 
dos animais domésticos. 
 
MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS: 
Jaleco, Agulha histológica, pinça. 
 
AVALIAÇÕES: 
Os alunos serão avaliados através de duas 
provas (práticas, escritas e/ou orais) e 
apresentação de coleção de parasitas. 
 
COLEÇÃO: 
A coleção é composta por seis alunos. 
Os ectoparasitos devem ser entregues em 
álcool 70oC, identificados com nome do 
espécime, data e local da coleta. A etiqueta 
deve ser escrita em papel de seda à lápis e 
imersa dentro do vidro onde está o parasito. 
 
Os endoparasitos devem ser fixados em Railliet-
Henry (ácido acético+formol+água), 
identificados com nome do espécime, data e 
local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em 
papel de seda a lápis e imersa dentro do vidro 
onde está o parasito. 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA: 
 
UNIDADE I 
 
INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA 
- Conceito 
- Definição de Parasito 
- Tipos de parasito 
- Tipos de Hospedeiro 
- Tipos de ciclos do parasito 
- Especificidade dos Parasitos 
- Ação do parasito sobre o hospedeiro 
- Períodos de Parasitismo 
 
REGRAS INTERNACIONAIS DE 
NOMENCLATURA 
-Classificação dos seres vivos 
-Classificação das Espécies, Gêneros, Famílias, 
-Ordem e Classes. 
 
UNIDADE II 
FILO ARTHROPODA 
1.1-CLASSE ARACHNIDA 
1.1.1-Ordem Acarina 
Subordem Mesostigmata 
13
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
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______________________________________________________________________________________________ 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
-Família Dermanyssidae 
-Família Macronyssidae 
-Família Laelapidae 
-Família Macrochelidae 
-Família Varroidae 
-Família Raillietidae 
 
Sub-Ordem Metastigmata 
- Família Ixodidae 
- Família Argasidae 
 
Sub-Ordem Astigmata 
- Família Sarcoptidae 
- Família knemidocoptidae 
- Família Psoroptidae 
 
Sub-Ordem Prostigmata 
Famílias: 
- Demodecidae- Demodex 
- Myobiidae- Myobia 
-Cheyletidae- Cheyletiella 
-Trombiculidae- Trombicula 
 
Sub-Ordem Cryptostigmata 
- Família Oribatidae 
 
1.2.- CLASSE INSECTA 
1.2.1. – Ordem Phthiraptera 
a- Sub-Ordem Amblycera 
- Família Menoponidae 
- Família Boopidae 
 
b- Sub-Ordem Ischnocera 
- Família Trichodectidae 
- Família Philopteridae 
 
c- Sub-Ordem Anoplura 
- Família Haematopinidae 
- Família Pediculidae 
 
1.2.2. – Ordem Hemiptera 
a- Sub-Ordem Gymnocerata 
- Família Reduviidae 
- Família Cimicidae 
 
1.2.3. – Ordem Siphonaptera 
a- Sub-Ordem Fracticipta 
- Família Hystrichopsyllidae 
 
b- Sub-Ordem Integricipta 
- Família Hectopsyllidae 
- Família Pulicidae 
 
1.2.4. –Ordem Diptera 
a- Sub-Ordem Nematocera 
- Família Culicidae 
- Família Ceratopogonidae 
- Família Simulidae 
- Família Psychodidae 
 
b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha 
- Família Tabanidae 
 
c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha 
- Família Muscidae 
- Família Calliphoridae 
- Família Sarcophagidae 
- Família Oestridae 
- Família Cuterebridae 
- Família Gasterophilidae 
- Família Hippoboscidae 
 
UNIDADE III 
Protozoários 
- Conceito. Morfologia Geral 
- Endamoebidae, Trichomonadidae 
14
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
- Hexamitidae, Mastigoamoebidae 
- Trypanosomatidae 
- Eimeridae 
- Sarcocystidae 
- Plasmodidae, Haemoproteidae, 
- Hepatozoidae 
- Babesiidae, Theileridae 
- Anaplasmataceae e Rickettsiaceae 
 
UNIDADE IV 
Trematoda 
- Conceito. Morfologia Geral 
- Fasciolidae, Dicrocoelidae 
- Paramphistomatidae 
- Schistosomatidae 
- Técnicas de exames de fezes 
 
UNIDADE V 
Cestoda 
- Conceito. Morfologia Geral 
- Taeniidae. 
- Davaineidae, Hymenolepidae 
- Dilepididae, Anoplocephalidae. 
 
UNIDADE VI 
Nematoda 
- Conceito. Morfologia Geral 
- Rhabditidae, Strongyloididae 
- Oxyuridae 
- Ascaridae, Subuluridae, Heterakidae 
- Ancylostomatidae, Syngamidae, 
- Stephanuridae. 
- Trichostrongylidae. 
- Protostrongylidae, Dioctophymatidae. 
- Spiruridae, Ascaropidae. 
- Physalopteridae. 
- Acuriidae, Tetrameridae, Thelazidae. 
- Dipetalonematidae, Filariidae, 
- Trichuriidae 
 
AULAS PRÁTICAS 
 
- Coleta e conservação de Artrópodes 
- Mallophaga e Anoplura 
- Diptera 
- Culicidae,Ceratopogonidae, Psychodidae e 
Simulidae 
- Brachycera e Muscidae 
- Calliphoridae, Sarcophagidae, Oestridae, 
Cuterebridae, Gasterophilidae 
- Acari, Gamasida e Oribatida 
- Ixodida e Acaridida 
- Coleta e conservação de Helmintos 
- Técnicas de exame de fezes 
- Morfologia de ovos e oocistos 
- Diagnóstico de Hemoparasitos 
- Identificação de larvas de Trichostrongylidae 
- Morfologia de Nematódeos 
- Morfologia de Cestódeos 
- Morfologia de Trematódeos 
- Morfologia de Protozoários 
 
BIBLIOGRAFIA 
BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades 
Parasitarias de los animales domésticos em la 
américa latina. Editorial Germinal, Santiago do 
Chile. 1a edição. 247 p. 
 
CARRERA, M. 1991. Insetos de Interesse 
Médico-Veterinário. Editora UFPR. 1a edição 
228 p. 
 
COSTA LIMA, A 1960. Insetos do Brasil – vols. 
1, 2 e 4. Ed. ENA/UFRRJ. 
 
15
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
FLECHTMANN, C. H. W. 1975. Elementos de 
Acarologia. Editora Nobel. 344p. 
 
FORATINI, O. P. 1973. Entomologia Médica. 
Volume 1-4 1a edição Universidade de São 
Paulo, 535 p. 
 
FORTES, E. 1987. Parasitologia Veterinária – 
Editora Sulina 453 p. 
 
FREITAS, M. G. et al – 1982. Manual de 
Acarologia Médica e Veterinária
6a edição 
UFMG, 252 p. 
 
GEORGI, J.R. Parasitologia veterinária. 
Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. 
 
HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. 
Entomology in Human and Animal Health, 548 p 
HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnóstico de 
Parasitismo Veterinário. Editora Sulina. 156 p. 
 
NEVES, J. 1983. Diagnóstico e Tratamento das 
Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de 
Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p. 
 
PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Médica – 
10a edição Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 
851 p. 
 
PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse 
Médico Veterinário. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 
375 p. 
 
REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p. 
 
REY. L. 2002. Bases da Parasitologia Médica. 
Editora Guanabara-Koogan. Segunda edição. 
380 p. 
 
SLOSS, M. W. 1999. Parasitologia clínica 
veterinária. 60edição. Editora Manole. 208 p. 
 
SOULSBY, E. J. L. 1977. Helminths, Arthropods 
& Protozoa of Domestic Animals. 6aed. Lea & 
Febiger 824 p. 
 
URQUART,G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.; 
DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W. 1998. 
Parasitologia Veterinária. Segunda edição. 
Editora Guanabara koogan. 273 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-mail: sgmonteiro@uol.com.br 
Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia 
E-mail laboratório:parasito@w3.ufsm.br 
16
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
______________________________________________________________________________________________ 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA 
 
1) PARASITO: 
 Origem grega significa ser que se alimenta de 
outro (hospedeiro). 
Indivíduo que necessita outro ser para ter 
abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a 
espécie. A relação parasita - hospedeiro é muito 
importante, por exemplo: 
 - Acantocéfalos e cestóides: têm uma 
dependência de 100 % do hospedeiro, pois 
necessitam deles para sua nutrição. 
 - Nematóides: têm uma dependência menor, 
pois possuem tubo digestivo e obtêm seu O2 no 
próprio habitat. 
 
2) ENDOPARASITOS: 
São aqueles que têm contato profundo com 
tecidos e órgãos dos hospedeiros. Ex: helmintos 
e protozoários. 
 
3) ECTOPARASITOS: 
São aqueles que têm contato com a pele dos 
hospedeiros. Ex: artrópodes (ácaros e insetos) 
como berne, carrapatos, pulgas. 
 
4) INFECÇÃO: 
 Invasão de um hospedeiro por organismos 
(vírus, bactérias, protozoários, helmintos).Termo 
 
 
 
utilizado para endoparasitos (pode ocorrer 
infecção sem haver manifestação de doença). 
 
5) INFESTAÇÃO: 
 É o estado ou condição de ser infestado, 
restrito à presença de parasitas externos.Termo 
utilizado para ectoparasitos. 
 
 
II - TIPOS DE PARASITOS: 
1) OBRIGATÓRIO: 
Aquele que precisa de um hospedeiro para 
sobreviver. Ex: Toxoplasma. 
 
2) FACULTATIVO: 
Aquele que pode ou não viver parasitando, ou 
seja têm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae 
(As moscas são atraídas pelo exsudato das 
lesões, botam ovos, eclodem as larvas que se 
alimentam do tecido necrosado. Normalmente 
essas larvas são encontradas em animais em 
putrefação. 
 
3) ACIDENTAL: 
Acidentalmente entra em contato com o 
hospedeiro porém não evolui nele. Aquele que 
vai a outro lugar que não o ideal e fica por 
acaso. Ex.: Dipylidium. 
 
4) TEMPORÁRIO: 
Procura o hospedeiro somente para se 
alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos. 
 
CAPÍTULO I 
 Conceitos e Classificação 
____________________________________________________________________________________ 
17
Versão 
de 
avaliação 
 
Contato: 
sgmonteiro@uol.com.br 
______________________________________________________________________________________________ 
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Livro didático de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria 
Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
5) PERMANENTE: 
Permanece no hospedeiro em todas suas fases. 
Ex.: sarnas. 
 
6) PERIÓDICO: 
 Apenas em uma determinada fase de sua vida 
é parasito. Aquele que parasita por tempo 
determinado. Ex: carrapato, berne, miíase. 
 
III - TIPOS DE HOSPEDEIROS 
 
1) DEFINITIVO (HD): 
É aquele onde o parasito é encontrado na sua 
forma adulta. Em protozoários, ele se encontra 
na fase sexuada. 
 
2) INTERMEDIÁRIO (HI): 
É aquele onde se encontra a forma imatura do 
parasito. Em protozoários, ele se encontra na 
fase assexuada. Ex: Anopheles (HI do 
Plasmodium). 
 
3) PARATÊNICO: 
Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga 
o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo 
por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do 
Histomonas). 
 
4) VETOR: 
Usado para Artrópodes. 
Podem ser: 
 - Mecânico: 
Mero transportador. Ex: o ácaro Macrocheles 
usa o besouro para se transportar. 
 - Biológico: 
 É como um HI, pois vai haver um 
desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do 
berne ovipõe na mosca de estábulo e passa de 
ovo à larva. 
 
IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 
 
1) MONOXENO: 
Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem 
necessitar de HI. Ex: Haemonchus. 
 
2) HETEROXENO: 
Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: 
Ciclo de Dipylidium, Fasciola. 
 
V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS 
 
1) ESTENOXENOS: 
Quando são muito específicos, só aceitam 
aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium . 
 
2) EURIXENOS: 
Quando são pouco específicos, tendo uma 
variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma . 
 
VI - AÇÃO DO PARASITO SOBRE O 
HOSPEDEIRO 
 
1) AÇÃO MECÂNICA: 
 A) Obstrução: como a de Ascaris, formam 
bolos de vermes no intestino e o obstruem. 
 
 B) Compressão: como a do cisto hidático, 
que conforme vai crescendo vai comprimindo os 
orgãos. 
 
2) AÇÃO ESPOLIADORA: 
Seqüestram nutrientes e fluidos do hospedeiro. 
Ex: Haemonchus. 
 
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3) AÇÃO INFLAMATÓRIA/ IRRITANTE: 
Penetração ativa de larvas na pele. Ex: 
Strongyloides papillosus. 
 
4) AÇÃO DE TRANSMISSÃO: 
Transmitem agentes patogênicos. Ex: Carrapato 
transmitindo Babesia. 
 
VII - PERÍODOS DE PARASITISMO 
 
1) PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP): 
Do momento da infecção até a maturidade 
sexual. 
 
2) PERÍODO PATENTE (PP): 
Da fase adulta até a fase de fim da vida dos 
parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é 
a fase de reprodução sexuada. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS 
 
-NECESSIDADE: 
Distribuição dos seres em grupos formados 
segundo as afinidades mais ou menos íntimas e 
que pareçam evidentes para o especialista. 
 
CLASSIFICAÇÃO NATURAL: 
Apoia-se em dados filogenéticos (estuda a 
evolução de um grupo ou espécie de plantas ou 
animais, estudo da evolução das espécies), 
ontogênicos (estudo da origem e 
desenvolvimento desde o nascimento até 
adulto) e biogeografia procurando evidenciar as 
diferenças e as relações de parentesco entre os 
pontos extremos da árvore genealógica dos 
seres vivos e que representam as espécies
atuais conhecidas. Desta forma procura-se 
esclarecer a história da evolução destes seres. 
 
CLASSIFICAÇÃO ARTIFICIAL: 
Apoia-se em caracteres de certos órgãos 
estudados pelo especialista e por ele escolhidos 
arbitrariamente. 
 
DIVISÕES: 
 
ESPÉCIE - é a reunião de indivíduos que 
possuem características semelhantes e que ao 
reproduzirem-se transmitem a sua descendência 
esses mesmos caracteres, dando origem assim 
a novos indivíduos igualmente semelhantes. 
A espécie distingue-se pelos seus caracteres 
próprios, porém podem possuir certo número de 
caracteres comuns com outros organismos que 
lhes são vizinhos. Descendência comum: Graus 
de variação quase que imperceptíveis; até em 
indivíduos da mesma geração, há grande 
semelhança entre eles. Cada grupo de 
indivíduos representante da unidade zoológica 
constitui uma espécie. São tão semelhantes 
entre si como os descendentes de um só 
indivíduo, tendo traços comuns a todos eles e 
que são denominados de caracteres 
específicos. 
 
VARIEDADE E RAÇA: 
Na mesma espécie podem ocorrer um ou mais 
grupos com uma ou várias pequenas diferenças 
da forma específica típica, e que se perpetuam 
na geração. Este grupo ou grupos recebem o 
nome de variedade ou raça. 
Pode desaparecer ao modificar o meio em que 
vivem. 
 
SUB-ESPÉCIE: 
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Formas intermediárias entre espécie e 
variedade. Grupo de indivíduos que apresenta 
dentro da espécie alguma característica 
particular que se transmite por herança. Ex: 
Felis catus domesticus. 
 
GÊNERO: 
A reunião de espécies chama-se de GÊNERO. 
Muitos gêneros, além dos caracteres que lhes 
são peculiares, apresentam (em comum com 
outros gêneros) certo número de caracteres 
também semelhantes, e a reunião desses 
grupos todos constituem um conjunto mais vasto 
que se denomina FAMÍLIA. 
Grupos de espécies consideradas próximas 
entre si pela comunidade de certos caracteres 
denominados genéricos, recebendo cada grupo 
o nome de gênero (genus). A validade dos 
caracteres genéricos apoiados em poucos 
caracteres podem carecer de base, pois a 
descoberta de grupos intermediários de 
espécies nas quais estes aspectos apresentam 
grande gama de variação, levam o especialista 
a agrupar vários gêneros sob uma designação 
única. 
 
GRUPOS SUPERIORES AO GÊNERO: 
Família – Terminam sempre em idae. Conjunto 
de gêneros que mantêm entre si grandes 
afinidades, oferecendo certo número de traços 
comuns. No caso da existência de famílias 
também com certo número de características 
comuns com outras famílias, sua reunião vai se 
constituir numa ORDEM. 
Ordem – Conjunto de Famílias. As diversas 
ORDENS do mesmo modo podem reunir-se 
formando uma CLASSE. 
Classe – Conjunto de Ordens. 
Ramo ou Filo – Conjunto de Classes. 
Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino 
animal ou ao Reino vegetal. 
 
TERMOS INTERMEDIÁRIOS: 
Há necessidade, em diversos casos, de 
fazermos grupamentos intermediários entre os 
diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou 
super conforme o grupamento situar-se 
respectivamente abaixo ou acima de um certo 
grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO – sub-
filo, CLASSE – sub-classe. 
ORDEM – sub-ordem – super-família – FAMÍLIA 
– sub-família – Tribu. 
GÊNERO – sub-gênero – ESPÉCIE – sub-
espécie – variedade. 
 
REGRAS INTERNACIONAIS DE 
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 
 
Código que visa impedir confusões na 
designação científica dos animais 
uniformizando-a. Tem como ponto de partida a 
classificação de Linnaeus 1758. 
 
Nomenclatura Zoológica é o sistema de nomes 
científicos aplicados aos animais vivos ou 
fósseis. A nomenclatura zoológica é 
independente de outros sistemas. 
 
Uma só palavra (uninominal): 
O nome de um grupo superior à espécie. Ex: 
Necator (gênero), Ancylostomidae (família), 
Strongyloidea (superfamília), Nematoda 
(Classe). 
 
Duas palavras (binominal): 
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O nome de espécie. Ex: Necator americanus, 
Ancylostoma caninum. 
 
Três palavras (trinominal): 
O nome de subespécie. Ex: Hymenolepis nana 
fraterna, Trypanosoma vivax vienes. 
 
Parênteses: 
O nome de um subgênero é escrito dentro de 
parênteses, entre o nome genérico e o nome 
específico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, 
Oesophagostomum (Bovicola) radiatum. 
 
A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; 
se for uma combinação arbitrária de letras deve 
ser formado de modo a ser tratado como palavra 
latina. 
 
O nome genérico (gênero) deve ser empregado 
como substantivo no nominativo singular e 
sempre escrito com a primeira letra maiúscula. 
Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi. 
 
O nome específico (espécie) deve ser sempre 
escrito em letra minúscula. Um nome específico 
dedicado a uma mulher deve terminar em ae e 
se for para homem em i. Ex: cuvieri – ruthae. 
 
-O nome de uma sub-família é formado 
acrescentando-se inae. Ex: Culicinae 
 
-O nome de família é formado acrescentando-se 
idae. Ex: Eimeriidae 
 
-O nome de uma superfamília deve ter a 
terminação oidea. Ex: Strongyloidea 
 
-Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini 
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FILO ARTHROPODA (ARTHRON= 
ARTICULAÇÃO, E PODOS=PÉS) 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Apêndices articulados. 
- Simetria bilateral. 
- Corpo geralmente segmentado (somitos, 
metâmeros) e articulado exteriormente. 
- Cabeça, tórax e abdômen diferenciados 
(insetos) ou fusionados (ácaros). 
- Exoesqueleto endurecido (quitina). 
- Fazem mudas. 
 
 
- Tubo digestivo completo. 
- Sistema circulatório aberto (a hemolinfa não 
está contida em vasos, é transparente, contém 
hemócitos e circula entre os órgãos). 
- Respiração por traquéias, brânquias e/ou 
pulmões. 
- Fecundação interna. 
- Presença de órgãos de sentido como antenas, 
pêlos sensitivos. 
- Reprodução sexuada. 
 
 
CLASSES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRI A: 
 
Classes ARACHNIDA INSECTA PENTASTOMIDA 
Exemplos Aranha, escorpião, 
carrapato e sarna. 
Piolho, pulga, mosca, 
mosquito. 
Linguatul ídeos. 
Regiões do corpo Cefalotórax, abdômen Cabeça, tórax, abdômen Corpo lanceolado 
Peças bucais Quelíceras, palpos Labro, mandíbulas, 
maxilas e lábio 
Dois pares de ganchos 
No de Antenas Áceros Díceros Áceros 
Pares de patas 4 pares patas 3 pares patas Ápodes 
Ciclo evolutivo Direto, exceto acarinos indireto Indireto 
CAPÍTULO II 
 Artrópodes 
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CLASSE ARACHNIDA 
Ordem Acarina (Acari) 
 
MESOSTIGMATA 
(sem dentes no hipostômio) 
 
METASTIGMATA 
(Estigma entre o 3o e 4o par 
de patas ou atrás do 4o par 
de patas e hipostômio com 
dentes recurrentes) 
 
PROSTIGMATA 
(estigma situado 
anteriormente) 
 
ASTIGMATA 
(sem estigma respiratório) 
 
ORIBATIDA 
Cryptostigmata 
(respiração 
cutânea) 
 
Dermanyssidae -Dermanyssus 
 
Macronyssidae- Ornythonissus 
 
Laelapidae- Laelaps 
 
Varroidae- Varroa 
 
Macrochelidae - Macrocheles 
 
Railletidae- Railletia 
 
 
 Argas 
Argasidae- Ornithodorus 
 Otobius 
 
 
Ixodidae- Rhipicephalus 
 Boophilus 
 Amblyomma 
 Anocentor 
 
 
Demodecidae- Demodex 
 
 
Myobiidae- Myobia 
 
Cheyletidae - Cheyletiella 
 
 
Trombiculidae- Trombicula 
(só a larva é parasita, com 
3 pares de patas) 
 
 Notoedres 
Sarcoptidae - Sarcoptes 
 
Knemidocoptidae- Knemidocoptes 
 
Psoroptidae- Psoroptes 
 Otodectes 
 Chorioptes 
 
 
 Myocoptidae- Myocoptes 
 
Analgidae- Megninia 
 
Acaridae - Ácaros da poeira 
 
 
Oribatuloidea 
 
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Ácaros - Mesostigmata 
FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA 
 
ORDEM ACARI (ACARINA) 
CARACTERÍSTICAS: 
- Ácaros de pequeno porte. 
- Quelíceras modificadas e palpos curtos. 
- Cefalotórax e abdômen fusionados. 
- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. 
- Larvas com três pares de patas. 
- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. 
- Respiração cutânea ou traqueal. 
 
SUBORDEM MESOSTIGMATA (Gamasida) 
(meso - mediano; stigmata - espiráculo) 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Um par de estigmas respiratórios ao nível da 
coxa II e III abrindo-se em peritremas 
alongados. 
- Presença de escudo dorsal. 
- Hipostômio desprovido de dentes recurrentes. 
- Podem ser de vida livre ou parasitas internos 
(vias respiratórias) ou externos de répteis, 
aves e mamíferos. 
- Podem ser vetores de agentes patogênicos, 
provocar reações cutâneas e alguns podem 
causar anemia. 
- Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - 
adultos 
 
FAMÍLIA DERMANYSSIDAE 
 
GÊNERO: Dermanyssus 
ESPÉCIE: Dermanyssus gallinae 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Escudo dorsal redondo. 
- Quelíceras que terminam em quelas 
(bifurcação). 
- Todas as patas com garras e carúnculas. 
- Escudos truncados posteriormente. 
- Chamado vulgarmente de piolhinho, ácaro 
vermelho das aves). 
- Passa a maior parte do tempo fora do 
hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no 
hospedeiro, preferem a região da cloaca. 
- Especificidade baixa e ciclo rápido (45 dias). 
 
HOSPEDEIROS: 
Parasita de galinhas e outras aves 
(principalmente canários). 
 
CICLO: 
PARTE I 
 Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 1. Visão dorsal do ácaro das aves, 
Dermanyssus sp. 
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A fêmea desse ácaro inicia a postura 12 a 24 
horas após se alimentar de sangue no 
hospedeiro. Ovos são depositados em fendas 
ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos 
das galinhas ou de outras aves. As fêmeas 
fazem várias posturas sucessivas, sendo cada 
postura precedida de uma alimentação de 
sangue. 48 a 72 horas após a postura há a 
eclosão das larvas (estas não se alimentam) e 
em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 
horas passam a deutoninfa (estas se alimentam) 
e em mais 24 a 48 horas passam a adultos. 
O ciclo todo pode ser completado em 7 dias. 
Adultos podem sobreviver até 4 a 5 meses no 
ambiente sem alimentação. 
O hábito alimentar é noturno. De dia são 
encontrados nos ninhos e frestas dos 
galinheiros. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
- Provoca diminuição da postura, perda de 
peso, irritação, anemia, influencia no 
desenvolvimento das aves jovens. 
- Pode atacar o homem causando dermatites. 
- Podem ser vetores de agentes patogênicos 
(vírus, bactérias). 
- A anemia pode levar a morte dos animais. 
 
- CONTROLE: 
- Remoção dos ninhos das aves. 
- Limpeza dos galinheiros, gaiolas. 
- Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos 
das instalações. 
- Higiene e isolamento das aves parasitadas. 
- Aquisição de aves livres de ácaros. 
 
FAMÍLIA MACRONYSSIDAE 
GÊNERO Ornithonyssus 
ESPÉCIES: Ornithonyssus bursa, 
Ornithonyssus sylviarum 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Escudo dorsal pontiagudo. 
- Quelíceras finas e longas. 
- Especificidade baixa e ciclo rápido. 
- Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. 
- Hematófago. 
- Fora do hospedeiro pode sobreviver até dois 
meses sem alimentação. 
- Localização preferida é na cloaca que fica com 
aparência de suja (escura), mas em grandes 
infestações é encontrado em todo o corpo da 
ave. 
 
HOSPEDEIROS: 
Galinhas e outras aves domésticas (perus, 
patos) e silvestres (pombos, pardais). 
 
ESPÉCIE: Ornithonyssus bacoti 
Figura 2. Dermanyssus sp. montado em 
lâmina 
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Ácaros - Mesostigmata 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar 
ratos brancos e camundongos, pois podem 
entrar em laboratórios. 
 
CICLO: 
As fêmeas fazem a postura sobre o hospedeiro 
ou nos ninhos, sendo grande o número de ovos 
nas plumas das aves - As larvas eclodem em 
cerca de três dias (não se alimentam) - em 17 
horas passam a protoninfas que se alimentam - 
mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a 
2 dias à adultos. 
Ciclo pode ser completado em 7 dias. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
Mesmo do gênero Dermanyssus. 
 
CONTROLE: 
Mesmo do gênero Dermanyssus, porém os 
animais devem ser tratados com acaricidas. 
 
FAMÍLIA LAELAPIDAE 
GÊNERO Laelaps 
ESPÉCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps
echidninus 
 
- O 1o par de patas é em forma de S e projeta-
se anteriormente. 
- Placa genito-ventral ou placa epiginial em 
forma de gota e escavada posteriormente. 
- Presença de cerdas no corpo. 
- Placa dorsal não é dividida e cobre quase todo 
o dorso. 
 
HOSPEDEIROS: 
Ratos 
 
CICLO: 
São ovovivíparos. A fêmea dá nascimento a 
larvas que não se alimentam após 10 a 12 horas 
da fecundação - em 3 a 8 dias passam a 
protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e 
em mais 5 a 6 dias a adultos. 
Habitam os ninhos dos ratos. 
Figura 4. Ácaro Laelaps sp. 
Figura 3. Ornithonyssus adulto. 
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Ácaros - Mesostigmata 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
Tem importância em animais de laboratório. O 
Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de 
um protozoário (Hepatozoon muris) que se aloja 
no fígado dos ratos. 
Os ácaros adquirem o protozoário ao 
parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o 
ácaro adquire a infecção. 
O Echinolaelaps pode provocar dermatite no 
homem. 
 
CONTROLE: 
Limpeza das gaiolas, esterilizá-las com calor, 
vapor, acaricidas. 
Aplicação de acaricida nos ratos. 
 
FAMÍLIA MACROCHELIDAE 
GÊNERO Macrocheles 
ESPÉCIE Macrocheles muscaedomesticae 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Quelíceras queladas fortemente. 
- Placa dorsal única. 
- Primeiro par de patas mais fino, mais longo e 
sem carúnculas e garras que os demais. 
- Escudo ventral e genital separados. 
- Encontra-se em fezes de ruminantes, eqüinos 
e aves de postura. 
- Alimentam-se de larvas de moscas e 
nematóides. 
- Funciona como controle biológico dos outros, 
pois os insetos carregam agentes patogênicos 
(bactérias). 
- Parasita outros artrópodes. 
 
HOSPEDEIROS: 
Moscas (principalmente Musca domestica) e 
outros insetos. 
 
CICLO: 
As fêmeas deste ácaro utilizam-se das moscas 
e outros insetos para dispersão e efetuam a 
postura nos locais de criação de mosca (fezes). 
As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam 
3 pares de patas e não se alimentam. Em 6 a 11 
horas mudam para protoninfas, em 13 a 24 
horas para deutoninfas e levam quase 24 horas 
da fase de deutoninfa à adultos. 
Figura 5. Ácaro Macrocheles sp. 
Figura 6. Ácaro Macrocheles parasitando 
Musca domestica. 
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Ácaros - Mesostigmata 
O ciclo é completado em 2 a 3 dias. 
Enquanto a mosca completa 1 geração o ácaro 
completa 3 gerações. 
As fêmeas podem ficar ovipositando por até 24 
dias e cada uma coloca um total de 90 ovos. 
 
IMPORTÂNCIA: 
- Os adultos são predadores dos ovos e larvas 
de 1o ínstar de moscas, enquanto que as 
ninfas alimentam-se mais comumente de 
nematóides promovendo um controle 
biológico. 
- É problemático em insetos criados em 
laboratório. 
 
CONTROLE: 
- Por ser um problema em laboratórios, 
recomenda-se o uso de telas nas janelas e 
portas para impedir o acesso de moscas, já 
que estas podem estar dispersando os ácaros. 
- Pulverizar as fezes para controlar as larvas 
(não é ideal porque mata também os 
predadores e passada a ação do inseticida há 
uma superpopulação de larvas) e pulverizar o 
ambiente (instalações). 
 
CONTROLE BIOLÓGICO: 
É complicado por requerer ambiente úmido, 
porém não fluído e não se alimentam de larvas 
de 2o e 3o ínstar, consomem em média dez 
presas por dia, não são muito longevos (a fêmea 
vive em média três semanas). 
 
FAMÍLIA VARROIDAE 
GÊNERO Varroa 
ESPÉCIE Varroa jacobsoni 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Escudos desenvolvidos e bastante 
quitinizados (ex: escudo metapodal ou 
metapodossomal). 
- Patas bem desenvolvidas com ventosas. 
- Corpo mais largo do que longo. 
- A larva da abelha morre ou tem disfunção de 
alguma estrutura devido à alimentação do 
ácaro com hemolinfa. 
 
HOSPEDEIROS: 
Abelhas. 
 
CICLO: 
Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a 
Figura 7. Visão ventral (acima) e dorsal de 
Varroa jacobsoni. 
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Ácaros - Mesostigmata 
preferência desse ácaro por zangões, pois estes 
têm livre acesso a outras colméias, levando a 
dispersão do ácaro. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Ocorrem grandes prejuízos em apiários, 
principalmente em regiões frias pelo estresse, o 
ácaro parasita principalmente larvas e pupas, o 
que causa má formação dos insetos ou morte. 
Quando os insetos adultos são 
parasitados eles tem diminuição na sua 
produção e no caso de zangões há o perigo do 
ácaro alastrar-se para 
outras colméias 
Os prejuízos maiores são em colméias puras 
onde os insetos são mais sensíveis (Europa, 
EUA), no Brasil com os 
cruzamentos das espécies melíferas, estas 
adquirem maior resistência a esse ácaro. 
 
FAMÍLIA RAILLIETIDAE 
GÊNERO Raillietia 
CARACTERÍSTICAS: 
- Parasita o conduto auditivo externo. 
- Escudo dorsal sem forma. 
- Presença de placa anal. 
 
ESPÉCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia 
auris, Raillietia caprae. 
 
HOSPEDEIROS: 
Raillietia flecthmanni - búfalos e bovinos 
Raillietia auris - bovinos 
Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos 
 
CICLO: 
As fêmeas, machos e larvas localizam-se no 
ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas 
no meio ambiente. As fêmeas dão nascimento 
as larvas (ovovivíparas) que não se alimentam. 
Esse ácaro provoca escarificação da pele do 
animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o 
que leva a uma otite bacteriana subclínica 
(facilita a penetração das bactérias). Os 
zebuínos são mais sensíveis a esse ácaro do 
que o gado europeu, e a presença do ácaro no 
ouvido é comum nos animais (20-40 ácaros por 
ouvido). 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
Tem importância apenas como porta de entrada 
para bactérias e conseqüentemente otites 
bacterianas. 
 
CONTROLE: 
Limpeza e aplicação de acaricida no conduto 
auditivo, pois a presença do ácaro pode levar a 
otite. 
 
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Carrapatos - Metastigmata 
FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA 
 
ORDEM ACARI (ACARINA) 
CARACTERÍSTICAS: 
- Ácaros de pequeno porte. 
- Quelíceras modificadas e palpos curtos. 
- Cefalotórax e abdômen fusionados. 
- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais.
- Larvas com três pares de patas. 
- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. 
- Respiração cutânea ou traqueal. 
 
SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos) 
(meta - atrás; stigmata - espiráculo) 
 
FAMÍLIA IXODIDAE 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Possuem um par de estigmas respiratórios ao 
nível da coxa IV abrindo-se em peritremas 
curtos. 
- Fêmeas com área porosa na base do capítulo. 
- Hipostômio com dentes recurrentes. 
- Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a 
face dorsal no macho e somente 1/3 face 
dorsal da fêmea, ninfa e larva. 
- Podem ser vetores de agentes patogênicos, 
provocarem reações cutâneas e causarem 
anemia. 
- Dimorfismo sexual nítido. 
- Ciclo: ovo - larva - ninfa – adultos. 
 
CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS: 
As fêmeas após se destacarem dos hospedeiros 
procuram um abrigo próximo ao solo, onde 
põem grande quantidade de ovos. 
O período de ovipostura é de vários dias. 
Terminada a oviposição as fêmeas morrem. 
Os ovos são castanhos, esféricos e pequenos. 
O desenvolvimento do ovo até adulto depende 
muito das condições de temperatura. As baixas 
temperaturas prolongam os estádios de 
desenvolvimento. 
Figura 9. Teleógina de carrapato. 
PARTE II 
 Carrapatos 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 8. Escudo incompleto na fêmea e 
completo no macho de Ixodidae. 
Escudo 
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Durante o desenvolvimento os ixodídeos 
passam pelos estádios de larva hexápoda, ninfa 
octópoda e adulto. 
Larvas eclodidas sobem pelas gramíneas e 
arbustos e esperam a passagem do hospedeiro 
para os quais se transferem. 
Após sugar o sangue dos hospedeiros durante 
alguns dias, a larva sofre muda da cutícula e se 
transforma em ninfa. Esta que é octópoda 
espera alguns dias para o enrijecimento da 
cutícula, ingurgita-se de sangue e muda 
novamente de cutícula para se transformar em 
adultos (macho ou fêmea). 
As fêmeas repletas de sangue se desprendem 
do hospedeiro e no solo após um período de 
descanso, iniciam a ovipostura. 
Os machos permanecem mais tempo no 
hospedeiro. A cópula usualmente ocorre sobre o 
hospedeiro. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CICLO DE ACORDO 
COM O NÚMERO DE HOSPEDEIROS: 
1- Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro 
– É quando todos os três estádios (larva, ninfa e 
adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro, 
Figura 11. Ciclo de Boophilus microplus. 
Figura 10. Postura de Ixodidae. 
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onde também realizam as mudas. 
 
2- Dioxeno – Carrapato de dois hospedeiros – 
Os estádios de larva e ninfa são no mesmo 
hospedeiro, onde também é realizada a primeira 
ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o 
ixodídeo adulto procura um segundo 
hospedeiro. 
 
3- Trioxeno – Carrapato de três hospedeiros – 
Para cada estádio há um hospedeiro, todas as 
mudas são feitas fora do hospedeiro. 
 
Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno. 
Amblyomma (Trioxeno)
Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno. 
1- Larvas se alimentam no animal 
e ingurgitam. 
2- Larva muda para ninfa no solo. 
3- Ninfa se alimenta, ingurgita e 
deixa o animal. 
4- Ninfa muda para macho ou 
fêmea 
5- Machos e fêmeas copulam e se 
alimentam no animal. 
6- Fêmea vai ao solo fazer 
postura. 
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Chave para identificação dos gêneros da família Ixodidae encontrados no Brasil 
1- Escudo sem ornamentação 
 Escudo com ornamentação 
2 
4 
2- Olhos ausentes 
 Olhos presentes 
3 
4 
3- Festões ausentes e sulco anal anterior ao ânus 
 Festões presentes, sulco anal posterior ao ânus, segundo artículo dos palpos angular 
lateralmente 
Ixodes 
Haemaphysalis 
4- Festões presentes 
 Festões ausentes 
5 
6 
5- Com 11 festões e olhos presentes 
 Com 7 festões e olhos presentes 
Festões presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentação, coxa I 
com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas) 
Amblyomma 
Anocentor 
Rhipicephalus 
6- Sulco pós-anal ausente nas fêmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois 
espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas 
Boophilus 
 
 
GÊNERO: Rhipicephalus 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Palpos e rostro curtos. 
- Base do gnatossoma geralmente hexagonal. 
Figura 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus. 
Base do 
capítulo 
hexagonal 
Figura 15. Macho de Rhipicephalus 
sanguineus. 
Placas adanais 
OBS: 
Larvas – Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. 
Ninfas – Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. 
Fêmeas – Possuem 4 pares de patas e aparelho genital. 
Machos- Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital. 
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- Escudo sem ornamentação; olhos e festões 
presentes, coxa I bífida. 
- Machos com um par de placas adanais 
desenvolvidas e um par rudimentar. 
- Peritremas em forma de vírgula acentuados no 
macho e pouco acentuados na fêmea. 
 
ESPÉCIE: Rhipicephalus sanguineus 
 
HOSPEDEIROS: - Parasita de cães, mas pode 
parasitar também gato e carnívoros silvestres. 
 
CICLO: É um carrapato que exige três 
hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), 
pois todas as mudas são feitas fora dos 
hospedeiros. 
As fêmeas põem de 2000 a 3000 ovos em toda 
sua vida. 
 
 
PARÂMETROS BIOLÓGICOS 
PERÍODO DIAS 
Pré- postura 
Incubação 
Sucção da larva 
Muda da larva 
Sucção da ninfa 
Muda da ninfa 
Sucção da fêmea 
3 
17-60 
2-7 
5-23 
4-9 
11-73 
6-30 
 
 
SOBREVIVÊNCIA 
As larvas não alimentadas podem sobreviver até 
oito meses e meio. 
As ninfas seis meses. 
Adultos até 19 meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
Este carrapato é comum em cães. 
Altas infestações provocam desde leves 
irritações até anemia por ação espoliadora. 
O carrapato pode atacar qualquer região do 
corpo, porém é mais freqüente nos membros 
anteriores e nas orelhas. É considerado o 
principal transmissor da babesiose
canina; a 
transmissão pode ser transovariana ou 
transestadial, pode também transmitir vírus e 
Figura 16. Cão parasitado por Rhipicephalus 
sanguineus. 
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Carrapatos - Metastigmata 
bactérias. Pode atacar o homem causando 
dermatites. 
 
CONTROLE: 
-Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, 
repetindo-se o tratamento duas ou três vezes 
com intervalos de 14 dias. 
-Limpeza dos canis. 
-Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e 
piso das instalações. 
-Higiene e isolamento dos cães. 
 
GÊNERO Boophilus ou 
Rhipicephalus 
Atualmente, após sequenciamento genético o 
gênero Boophilus passou a ser subgênero de 
Rhipicephalus, passando então a se chamar 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos 
lateral e dorsalmente. 
- Base do gnatossoma hexagonal. 
- Escudo sem ornamentação. 
- Olhos presentes. 
- Festões ausentes. 
- Peritremas arredondados ou ovais. 
- Machos com dois pares de placas adanais 
desenvolvidas e geralmente com 
prolongamento caudal. 
 
ESPÉCIE Rhipicephalus (Boophilus) 
microplus 
 
HOSPEDEIROS: 
Bovídeos, pode ser encontrado em outros 
hospedeiros domésticos e silvestres. 
 
CICLO: 
O R.(B.) microplus é um carrapato de um só 
hospedeiro (monoxeno). 
As fêmeas ingurgitadas (denominadas 
teleóginas) e prestes a darem início a 
ovoposição desprendem-se naturalmente do 
hospedeiro e no solo procuram um lugar 
apropriado para a ovipostura. 
A oviposição pode durar vários dias. As 
teleóginas realizam a postura de 3000 a 4000 
ovos que permanecem aglutinados. Terminada 
a ovoposição a fêmea morre. 
Figura 18. Macho de Boophilus microplus. 
Figura 17. Gnatossoma de 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus 
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A duração do ciclo não parasitário varia muito 
dependendo das condições climáticas, sendo 27 
0C e 80% umidade as condições ideais para o 
desenvolvimento do ciclo. 
 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA: 
1- Dano direto causado pela picada do 
carrapato, com irritação local e perda de sangue 
-A picada do carrapato provoca irritação e 
predispõe o animal a ataques de moscas – 
miíases. 
-A pele irritada serve de via de acesso para 
infecções secundárias. 
-Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de 
sangue, o que provoca anemia e perda na 
produtividade de carne e leite. 
-Desvio de energia: Há um enorme esforço do 
animal para compensar os danos causados pelo 
carrapato o que representa um desvio de 
energia que seria convertida para produção. 
-Desvalorização dos couros e diminuição na 
produção das vacas leiteiras. 
 
2- Inoculação de toxinas 
-Durante a sucção eles injetam substâncias 
tóxicas prejudiciais a saúde dos bovinos. 
-As picadas podem produzir uma paralisia que 
se inicia nos membros anteriores e em poucos 
dias atinge todos os órgãos. Não se tem notícia 
disso no Brasil. 
 
3- Transmissão de doenças 
-Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes 
causadores da tristeza parasitária bovina. 
-Pode transmitir também viroses e bactérias. 
 
CONTROLE: 
*NAS PASTAGENS: 
a)Limpeza das pastagens 
Mudança de vegetação através de drenagem, 
calagem e gradagem do solo diminui 
consideravelmente a quantidade de larvas na 
pastagem. 
A limpeza, com corte de pastos, de arbustos 
(abrigos naturais das larvas) contribui para 
diminuição da infestação dos rebanhos. 
 
b)Rotação das pastagens 
Consiste na mudança dos rebanhos para novas 
pastagens em épocas estratégicas, de acordo 
com a biologia do carrapato. 
A pastagem deve permanecer em descanso por 
determinado tempo até que as larvas morram 
por falta de alimentação. 
 
c)Queima das pastagens 
É um método bastante utilizado no Brasil, porém 
pouco eficaz, pois algumas larvas não morrem 
porque penetram no solo ou nas partes mais 
profundas da vegetação. 
 
d)Tratamento das pastagens com 
carrapaticida 
Não compensa, é uma operação difícil e 
onerosa. 
 
*CONTROLE NO HOSPEDEIRO 
a)Banho de Imersão 
É o método preferido há vários anos. 
Utilizado para propriedades com grande número 
de animais, pois o custo das instalações e gasto 
com produtos químicos é alto. 
 
b)Aspersão ou spray 
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É econômico e prático, utilizado em pequenas 
propriedades. 
Os resultados dependem muito da habilidade e 
do cuidado do operador. 
O jato de deve molhar o animal no sentido 
oposto a implantação do pelos. 
É mais seguro que o de imersão para animais 
novos e vacas gestantes. 
Deve-se seguir a risca as instruções dos 
fabricantes dos carrapaticidas. 
 
RECOMENDAÇÕES NA APLICAÇÃO DOS 
BANHOS: 
- Verificar o nível da suspensão ou emulsão no 
tanque carrapaticida, ajustando o volume com 
adição de água ou de carrapaticida. 
- Homogeneizar a emulsão ou suspensão, 
revolvendo o sedimento antes de banhar o 
gado. 
- Fazer a recarga do banheiro de acordo com as 
instruções do fabricante. 
- Banhar os animais descansados e sem sede. 
- Banhar os animais nas horas mais frescas do 
dia. 
- Evitar exposição dos animais ao sol quente. 
- Evitar banhar os animais em dias de chuva, e 
não deixar que entrem em açudes após o 
banho. 
- Enviar ao laboratório se preciso, amostras do 
banho para medir concentração do 
medicamento. 
 
GÊNERO Amblyomma 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Palpos e hipostômio longos. 
- Geralmente ornamentado. 
- Olhos e festões presentes. 
- Base do gnatossoma de formas variadas. 
- Placas adanais ausentes no macho. 
- Peritremas em forma de vírgula ou triangular. 
 
ESPÉCIE Amblyomma cajennense 
 
HOSPEDEIROS: 
- Parasita a maioria dos animais domésticos e 
alguns silvestres. 
- Pode parasitar o homem. 
 
CICLO: Figura 19. Peritrema de Amblyomma. 
Figura 20. Carrapato Amblyomma sp. 
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É um carrapato que exige três hospedeiros para 
completar o ciclo (trioxeno), pois todas as 
mudas são feitas fora dos hospedeiros. 
A fêmea põe de 6000 a 8000 ovos em toda sua 
vida. 
 
IMPORTÂNCIA:
Pode transmitir vários agentes patogênicos, 
como Borrelia, agente da doença de Lyme e 
Rickettsia rickettsi causadora da febre 
maculosa. 
A sua picada pode originar ferimentos na pele 
de cura demorada. 
 
CONTROLE: 
Mesmo do Rhipicephalus. 
 
GÊNERO Anocentor 
. 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Rostro e palpos relativamente curtos. 
- Peritremas circulares (parece um dial de 
telefone). 
- Escudo sem ornamentação. 
- Com sete festões. 
- Coxas IV muito maiores que as demais. 
- Sem placas adanais. 
 
ESPÉCIE Anocentor nitens 
 
HOSPEDEIROS: Eqüídeos. 
 
LOCALIZAÇÃO: Principalmente no pavilhão 
auricular. 
 
CICLO: 
Monoxeno. 
As fêmeas põem em média 3000 ovos no solo. 
As larvas podem resistir até 71 dias sem se 
alimentar quando as condições são favoráveis. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Pode transmitir vários agentes patogênicos 
como Babesia. 
A sua picada pode originar ferimentos na pele 
com até perda da orelha. 
Favorece miíases. 
 
FAMÍLIA ARGASIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Não possuem escudo. 
- Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e 
anterior nas larvas. Figura 21. Peritrema de Anocentor 
nitens
Figura 22. Fêmea de A. nitens 
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- Palpos livres. 
- Orifício genital entre as coxas I e II. 
- Fêmeas sem áreas porosas na base do 
capítulo. 
- Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. 
- Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. 
- Dimorfismo sexual pouco acentuado. 
 
GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA: 
Argas, Ornithodorus e Otobius. 
 
GÊNERO Argas 
CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: 
- Face dorsal separada da ventral por um bordo 
lateral nítido. 
- Achatado dorso-ventralmente. 
- Aparelho bucal na face ventral. 
 
HOSPEDEIROS: 
Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato 
comum em galinheiros. 
 
CICLO: 
− Durante o dia os adultos permanecem 
escondidos em buracos e frestas, sob cascas de 
árvores, lugares protegidos da luz. 
− À noite saem dos esconderijos e sobem nas 
aves para sucção que dura em média 30 
minutos. 
− Após a alimentação as ninfas e adultos 
voltam para os esconderijos e as fêmeas se 
preparam para postura. 
− Cada sucção corresponde a uma postura de 
120 a 180 ovos. 
− A fêmea põe ao todo uns 600 ovos. 
− O período de incubação dos ovos é de três 
semanas dependendo da temperatura e 
umidade. 
− A larva hexápoda ataca as aves, fixando-se 
geralmente na pele do peito e sob as asas onde 
Figura 23. Carrapato Argas sp. 
Figura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp.. 
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Carrapatos - Metastigmata 
suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela 
retorna ao esconderijo. 
− Depois de ingurgitada ela volta ao 
esconderijo onde muda a cutícula 
transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa). 
− Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por 
30 a 60 min. 
− Regressa ao abrigo e muda para N2. 
− Esta também procura o hospedeiro se 
alimenta e muda. 
− Após a muda aparecem os adultos. 
− Ciclo biológico em condições favoráveis de 
temperatura e umidade se completa em 2 
meses. 
− Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos 
esconderijos, e as fêmeas só realizam postura 
após o repasto sangüíneo. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
-Tem importância pela sua ação espoliadora 
levando à anemia e mortalidade de aves, 
principalmente as jovens. 
- Há lesões hemorrágicas na pele. 
-Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a 
pele e conseqüentemente há diminuição da 
postura. 
-Há desenvolvimento retardado das aves novas. 
-Serve como transmissor de microorganismos 
(Borreliose). 
 
DIAGNÓSTICO: 
Procurar os ácaros à noite, larvas a qualquer 
hora do dia principalmente embaixo das asas. 
 
GÊNERO Ornithodorus 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Argasidae sem limitação das faces dorsal e 
ventral. 
- Formato de corpo retangular. 
-Hipostômio bem desenvolvido nos adultos. 
 
HOSPEDEIROS: 
Homem e animais domésticos. 
 
CICLO: 
Vivem em solo arenoso, em áreas sombreadas, 
ao redor de árvores. 
Muito parecido com o anterior, só mudam os 
hospedeiros e passam por duas ou mais fases 
de ninfa antes de chegarem a adultos. 
Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas. 
 
1- Adultos ingurgitam sobre a ave. 
2- Fêmea cai e faz postura dos ovos. 
3- Larvas fixam-se na ave. 
4- Larvas ingurgitam. 
5- Larvas caem e fazem ecdise. 
6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam. 
7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2 
8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam. 
9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fêmea. 
10- Adultos sobem na ave e alimentam-se. 
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Carrapatos - Metastigmata 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
E SAÚDE PÚBLICA: 
-Transmissor da Borrelia causadora da doença 
de Lyme. 
-São hematófagos e provocam grande irritação. 
 
CONTROLE: 
Destruição dos esconderijos, aplicação de 
acaricidas. 
 
GÊNERO Otobius 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Argasidae com tegumento granuloso no 
estádio adulto. 
- Olhos ausentes. 
- Hipostômio bem desenvolvido na ninfa e 
vestigial nos adultos. 
 
HOSPEDEIROS: 
- Eqüinos. 
- Ruminantes. 
- Suínos. 
- Caninos. 
- Homem. 
 
ESPÉCIE: Otobius megnini 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas 
de eqüídeos, bovinos, ovinos e outras 
espécies. 
- Os adultos não são parasitos. 
- Todas as mudas são realizadas no 
hospedeiro. 
- Os parasitos sugam sangue e causam 
irritação que resulta em inflamações. 
- As larvas e ninfas localizam-se na orelha. 
- Os adultos vivem em esconderijos como 
galhos de árvores onde ocorre a cópula e a 
postura (adultos não se alimentam). 
- As larvas eclodem, vão até o hospedeiro 
(orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 – 
ninfa2 – podem ficar até seis meses na orelha 
– deixam o hospedeiro e vão para lugares 
altos e secos onde se transformam em 
adultos. 
 
DIAGNÓSTICO: 
Otoscopia para visualizar larvas e ninfas. 
Figura 26. Vista dorsal e ventral de 
Ornithodorus sp. 
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Carrapatos - Metastigmata 
 
Laboratório de Parasitologia Veterinária da UFSM
Responsável: Dra Silvia Gonzalez Monteiro
Principais Carrapatos de Importância Médica Veterinária
Boophilus
Anocentor
Amblyomma
Amblyomma (peritrema)
Anocentor (peritrema)
Boophilus (peritrema)
Rhipicephalus
Rhipicephalus (Peritrema)
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Sarnas - Astigmata 
SUBORDEM: SARCOPTIFORMES OU 
ASTIGMATA 
 
CARACTERÍSTICAS: 
-Ácaros sem estigmas respiratórios (trocas 
gasosas pela pele). 
-Coxas fundidas a face ventral do corpo. 
-Quelíceras com quelas. 
-Corpo pouco quitinizado. 
-Tarsos com empódio unciforme ou em forma de 
ventosa. 
-Olhos ausentes. 
 
TRANSMISSÃO: 
Ocorre quando os ácaros são transferidos para 
 
um hospedeiro susceptível. Contato direto entre 
os animais e fômites. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 
Varia com a espécie, susceptibilidade do 
hospedeiro, número de ácaros transferidos e 
local de transferência. Varia de 2 a 6 semanas. 
 
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO: 
Ovos, larvas, duas gerações de ninfas e adultos. 
 
CICLO COMPLETO 
 -Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a 
20 dias. 
 
Família Gênero Hospedeiro Vertebrado Espécie 
Sarcoptes Homem 
Eqüinos 
Cães 
Suínos 
Bovinos 
Ovinos 
Caprinos 
Sarcoptes scabiei 
S. scabiei var. equi 
S. scabiei var. canis 
S. scabiei var. suis 
S. scabiei var. bovis 
S. scabiei var. ovis 
Sarcoptidae 
(Ácaros escavadores) 
Notoedres Gatos, coelhos,rato Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris 
Cnemidocoptidae 
(Ácaros escavadores) 
Cnemidocoptes 
(sarna podal das aves) 
Galiformes 
Galiformes 
Periquito 
Cnemidocoptes gallinae 
Cnemidocoptes mutans 
Cnemidocoptes pilae 
 
 
Psoroptes 
 
 
Eqüinos 
Coelhos 
Ovinos 
Bovinos 
 
Psoroptes equi 
Psoroptes cuniculi 
Psoroptes ovis 
Psoroptes natalensis 
Psoroptes bovis 
Psoroptes caprae 
 
Chorioptes 
 
Ruminantes, eqüinos e coelhos 
 
Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes 
equi, Chorioptes cuniculi 
 
 
 
Psoroptidae 
(Ácaros superficiais) 
Otodectes Cão, Gato, e outros carnívoros Otodectes cynotis 
PARTE III 
 Sarnas 
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Sarnas - Astigmata 
MORFOLOGIA DAS SARNAS: 
 
 
 
Figura 29. 
Cnemidocoptes sp. 
Figura 27. Sarcoptes sp.
Figura 28. Notoedres sp. 
Figura 32. Otodectes sp. 
Figura 31. Chorioptes sp. 
Figura 30. Psoroptes sp 
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Sarnas - Astigmata 
1-FAMÍLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES) 
- Escavam galerias na pele (intradérmicas) na 
qual penetram profundamente provocando um 
espessamento da pele, sem formação de 
crostas. 
- Corpo globoso. 
- Rostro curto e largo. 
- Patas curtas e grossas 
- Patas posteriores encaixadas total ou 
parcialmente no idiossoma (parte final do 
corpo). 
- Machos sem ventosas copuladoras adanais. 
- Gêneros: Sarcoptes, Notoedres. 
 
GÊNERO: Sarcoptes 
ESPÉCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var. 
canis, var. suis. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- 0,2 a 0,5 mm 
- Gnatossoma cônico, tão longo quanto largo. 
- Corpo estriado com áreas escamosas e 
espinhos curtos e grossos na face dorsal. 
- Machos com ventosas nas patas I, II, e IV. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I e II. 
- Ânus terminal. 
- Pedicelo longo e simples 
- Corpo globoso. 
GÊNERO: Notoedres 
ESPÉCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato) 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Sarna da cabeça do gato. 
- Ânus dorsal. 
- Corpo globoso. 
- 0,1 a 0,25 mm. 
- Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4. 
- Fêmeas com ventosas nas patas 1 e 2. 
Figura 33. Túneis escavados por Sarcoptes e 
Notoedres na epiderme. 
Figura 34. Sarna do gênero Sarcoptes sp. 
Presença de 
espinhos 
Figura 35. Sarna do gênero 
Notoedres
Ânus dorsal 
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- Face dorsal com escamas rombas. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
GÊNERO Sarcoptes e Notoedres 
Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de 
ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea 
imatura e fêmea adulta ou ovígera. A 
transformação da fêmea imatura em adulta 
ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada 
escava galerias na epiderme, onde se nutre de 
linfa. À medida que escava seu túnel, vai 
efetuando a postura dos ovos. Esses vão 
surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se 
sucedem durante dois meses, ficando para trás 
os mais velhos. A fêmea gasta cerca de meia 
hora para atravessar a camada córnea da pele. 
O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo 
aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas 
que a fêmea vai deixando. Os ovos dão 
nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas 
hexápodes que passam para a superfície da 
pele onde procuram alimento, abrigo e passam 
por uma ecdise, surgindo as ninfas, octópodes. 
Após nova muda de pele, surgem os machos e 
as fêmeas imaturas; o primeiro procura essas 
últimas para a fertilização. Passados alguns 
dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por 
nova ecdise resultando na fêmea adulta, que 
procura penetrar na pele recomeçando o ciclo. 
Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias. 
 
2- FAMÍLIA CNEMIDOCOPTIDAE 
GÊNERO Cnemidocoptes 
ESPÉCIE Cnemidocoptes mutans 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Sarna podal dos galináceos. 
- Não possuem espinhos na face dorsal. 
- Corpo estriado, face dorsal com saliências 
mamelonadas. 
- Gnatossoma mais largo do que longo. 
- Fêmeas sem ventosas nas patas. 
- Machos com cerdas longas e ventosas em 
todas as patas. 
- Pedicelos não segmentados. 
- Ânus terminal 
- Apresentam duas cerdas ao lado do ânus 
 
Ciclo biológico do gênero Cnemidocoptes 
As fêmeas não praticam galerias como fazem as 
do gênero Sarcoptes; elas permanecem 
sedentárias e sua presença determina uma 
proliferação epidérmica acompanhada de 
aumento da substância córnea. Essa 
Figura 36. Sarna do gênero Cnemidocoptes 
Gnatossoma mais 
largo que longo 
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proliferação é bem marcada nas excrescências 
das patas, resultado de um tecido alveolar 
tomado de numerosas pequenas câmaras, 
repletas de ácaros em todos os estágios do 
desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a 
epiderme, penetrando no folículo plumoso ou 
atravessando diretamente a camada córnea 
epidérmica, Instala-se nas camadas superficiais 
da epiderme, danificando-a em direção à derme. 
Ao mesmo tempo os bordos da depressão por 
onde penetrou reagem produzindo uma 
abundante quantidade de substância córnea que 
vai recobrir totalmente a depressão, 
transformando-a em uma pequena bolsa 
fechada. No estágio seguinte as células 
epidérmicas entram em proliferação, englobando 
o ácaro. No interior da câmara o ácaro 
permanece separado do estrato por germinativo 
da pele por uma fina camada de queratina. 
Pouco a pouco a câmara vai se aprofundando 
na derme. Parece que todo o desenvolvimento 
do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. 
Em certo momento a bolsa primitiva dará 
origem, por meio de um mecanismo semelhante 
ao brotamento, a uma bolsa secundária que 
acaba por se separar da bolsa mãe. A repetição 
do mecanismo conduz finalmente à produção de 
um tecido esponjoso. 
Apenas na fase inicial da invasão das camadas 
superficiais da epiderme pelo ácaro estabelece-
se uma reação inflamatória; esta consiste em 
uma necrose focal da parte da derme ou 
epiderme imediatamente subjacente ao ponto de 
penetração do ácaro. Observa-se também a 
presença de um exsudato inflamatório. Logo que 
o ácaro se instala mais profundamente na 
epiderme, essas manifestações inflamatórias 
desaparecem e durante os estágios seguintes, 
em que se desenvolve o tecido esponjoso, não 
se nota mais qualquer sinal de inflamação. 
 
3- FAMÍLIA PSOROPTIDAE – ácaros não 
escavadores 
- São ácaros superficiais, produzem formação 
de crostas espessas. 
- Corpo ovóide. 
- Face dorsal sem espinhos. 
- Rostro longo e cônico. 
- Machos com ventosas (copuladoras) adanais. 
- Patas longas e espessas, 40 par de patas nos 
machos é menor que o terceiro. 
- Gêneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes. 
 
GÊNERO Psoroptes 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Corpo ovóide. 
- Parasitas de eqüídeos, bovinos, ovinos,e 
coelhos. 
- 0,5 a 0,8 mm. 
Figura 37. Sarna do gênero Psoroptes 
Pedicelo triarticulado 
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- Gnatossoma mais longo que largo. 
- Patas grossas e longas terminando em longos 
pedicelos tri-segmentados 
- Machos com ventosas nas patas I, II e III. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I, II e IV. 
- Machos apresentam duas ventosas 
copulatórias ao lado do ânus 
- Machos com 40 par de patas bem reduzido. 
- Ânus terminal. 
 
GÊNERO Otodectes 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Sarna auricular de cães e gatos. 
- 0,3 a 0,5 mm. 
- Ventosas com pedicelos curtos e simples, 
sem segmentação. 
- Corpo ovóide. 
- O 40 par de patas das fêmeas é muito 
pequeno. 
- Gnatossoma em forma de cone. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I e II. 
- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. 
- Machos sem tubérculos abdominais. 
 
GÊNERO Chorioptes: 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqüinos. 
- 0,3 a 0,6 mm. 
- Gnatossoma tão longo quanto largo. 
- Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I,II e IV. 
- Pedicelo curto e simples, sem segmentação. 
- Peças bucais arredondadas. 
- Machos com tubérculos abdominais. 
 
Ciclo biológico dos gêneros Psoroptes, 
Otodectes e Chorioptes 
As sarnas psorópticas são produzidas por 
ácaros dos gêneros Psoroptes, Otodectes e 
Chorioptes, da família Psoroptidae dos ácaros 
Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem 
sarnas não penetrantes, superficiais, em que o 
agente causal não pratica galerias dentro da 
Figura 39. Ácaro Chorioptes sp. 
Pedicelo curto 
Ápódemas 
divergentes 
Figura 38. Macho de Otodectes sp. 
Ápódemas 
convergentes 
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pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regiões 
lanosas ou bem dotadas de pêlos dos animais. 
Elas apresentam as mesmas fases evolutivas 
em seu ciclo que Sarcoptes scabiei, no entanto, 
não praticam galerias no interior da pele. Esses 
ácaros picam a pele causando irritação, 
descamação e exsudação de soro, vivem e se 
multiplicam sob a descamação provocada e a 
sua contínua atividade provoca o agravamento 
da lesão. Alastra-se de preferência nas regiões 
bem dotadas de pêlos do corpo do animal. 
 
DIAGNÓSTICO DAS SARNAS: 
Detecção dos ácaros nas galerias (extração 
mediante agulhas) ou em raspados de pele. A 
verificação dos túneis, das vesículas que se 
formam na parte terminal desses e a distribuição 
zonal das lesões são elementos para o 
diagnóstico. A sua confirmação é obtida 
fazendo um raspado do material cutâneo para a 
obtenção de exemplares do ácaro e observação 
microscópica. 
 
EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCÓPTICA: 
A sarna sarcóptica humana é conhecida desde 
remota antigüidade. A infecção alastra-se 
rapidamente em grupos de pessoas como em 
hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais 
etc., causando sérios inconvenientes. O 
contágio se realiza quando as fêmeas do ácaro 
passam do indivíduo atacado para o indivíduo 
sadio; é favorecido pelo uso de roupas de cama 
ocupados anteriormente por pessoas infestadas, 
peças do vestuário e quase sempre é noturno. O 
contágio é facilitado pela falta de higiene e 
promiscuidade. O ácaro localiza-se na epiderme, 
sob a camada córnea, predominantemente nos 
espaços interdigitais, cotovelos, axilas, sulco 
intermamário, escroto, regiões glúteas, podendo, 
no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo 
raro no rosto. O papel patogênico não reside 
somente na lesão produzida pelo ácaro mas 
também na contaminação secundária desta ou 
das escoriações provocadas pelo indivíduo ao 
se coçar. 
Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais 
domésticos podem infestar o homem, porém a 
de origem animal é muito menos grave do que a 
humana, porque os ácaros não escavam a pele 
e não se multiplicam. Ocorre apenas uma 
erupção papular avermelhada, com prurido que 
desaparece em poucas semanas. 
Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos 
animais domésticos são estruturalmente 
semelhantes à espécie que causa a escabiose 
humana, mas representam subespécies de S. 
scabiei, pois não são facilmente transferidas de 
um hospedeiro para outro. 
 
SINTOMAS: 
Família Sarcoptidae: 
Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e 
engrossamento da pele. 
Uma das características principais dessa 
parasitose é o prurido que vem sobretudo à 
noite, quando o indivíduo deita para dormir. A 
lesão cutânea é típica:
observam-se áreas 
eritematosas, pápulas foliculares e vesículas nas 
regiões afetadas. 
A maioria dos sintomas cutâneos é devida a 
infecções secundárias. Há indicações de que a 
primeira infestação pelo ácaro não determina 
coceira imediata; depois de cerca de um mês 
aparece o prurido e então se instala a coceira - o 
paciente tornou-se agora sensível ao ácaro. 
Após ter sido infestado uma vez, ao se 
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reinfestar, a inflamação tem lugar em poucas 
horas. Uma pessoa já sensibilizada começa a se 
coçar imediatamente e freqüentemente remove 
o ácaro, terminando a infecção, enquanto que 
na pessoa não sensibilizada o parasita se 
desenvolve por cerca de um mês antes que o 
hospedeiro tome conhecimento. 
 
- Na cabra a sarna sarcóptica geralmente se 
inicia pela cabeça e orelhas, podendo 
generalizar-se e invadir o corpo e membros. 
Caracteriza-se pela formação de crostas 
acompanhada de coceira, perda de pêlos e 
espessamento da pele. 
 
- No cão a sarna sarcóptica manifesta-se no 
início por um prurido ou coceira que coincide 
com o aparecimento de pequenos pontos 
vermelhos na pele, semelhantes a picadas de 
pulgas, que se localizam inicialmente na cabeça, 
focinho, ao redor dos olhos e principalmente na 
margem da orelha, mais tarde as máculas são 
substituídas por vesículas (pequenas bolsas 
cheias de líquido). Os pêlos caem 
progressivamente e com o ato de coçar há 
exsudação de soro que, secando, origina 
crostas salientes que se iniciam, sobretudo no 
bordo posterior da orelha. Quando se desconfia 
que um cão está atacado por sarna sempre se 
deve examinar a parte inferior da margem 
posterior das orelhas. Nessa região a sarna 
provoca um grande número de pequenas 
saliências no tamanho de grãos de areia de 
modo que, quando se aperta e se passa essa 
região entre os dedos, se tem uma sensação de 
aspereza semelhante à uma superfície 
granulosa”. Nos cães novos as lesões se 
manifestam pelo desprendimento de pequenas 
escamas semelhantes às da caspa. Não sendo 
tratada, a sarna sarcóptica prejudica muito a 
saúde dos animais que passam por um período 
de desnutrição progressiva terminando com a 
morte do animal. 
 
- A sarna sarcóptica do carneiro e ovelhas se 
desenvolve nas partes não recobertas de lã, 
portanto, na cabeça do animal. Provoca coceira 
intensa, determinando o ato de coçar 
ocasionando lesões cutâneas; freqüentemente 
há infecção nos olhos que podem conduzir à 
perda da visão. 
 
- Na sarna sarcóptica dos cavalos, as primeiras 
lesões visíveis ocorrem na cernelha e em torno 
da cabeça, podendo também se iniciar pelo 
peito e pelos flancos. A intensa coceira obriga o 
animal a se esfregar fortemente contra objetos 
que o rodeiam. A presença e a atividade dos 
ácaros causa intensa irritação; a pele inflama-se, 
aparecendo vesículas em torno do ponto de 
penetração dos ácaros. As vesículas, sendo 
rompidas, libertam o seu conteúdo que, 
secando, dá origem às crostas. Nas áreas 
afetadas os pêlos mantêm-se eretos e muitos 
caem. Do ato de coçar resulta injúria mecânica 
com a formação de grandes crostas firmemente 
aderentes aos tecidos subjacentes. Com a 
movimentação do animal podem romper-se e o 
soro e sangue conferem uma coloração amarelo 
- avermelhada às lesões. A parasitose pode ter 
curso rápido e ser até mortal. A sarna sarcóptica 
eqüina é geralmente transmitida por contato 
direto entre os animais; no entanto, arreios, 
selas e outros também podem ser responsáveis 
pelo contágio. 
 
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- No coelho a sarna sarcóptica manifesta-se no 
focinho, lábios, queixo, base das unhas, orelhas 
e planta dos pés. É acompanhada de intensa 
coceira e de formações crostosas. Dissemina-se 
facilmente nas criações e quando não tratada é 
mortal. 
 
- No gado bovino a sarna sarcóptica é pouco 
freqüente; geralmente se inicia na parte interna 
das coxas, na face inferior do pescoço e na base 
da cauda, de onde pode alastrar-se para todo o 
corpo. 
 
- Também o porco é um animal sujeito ao 
ataque por S. scabiei, onde a sarna se instala de 
início na cabeça, principalmente nas orelhas e 
ao redor dos olhos, de onde pode alastrar-se por 
todo o corpo. Manifesta-se por intensa coceira e 
pela formação de crostas, sendo mais severa 
em leitões. 
 
Sarna Notoédrica: 
- Em gatos localiza-se principalmente nas 
orelhas e na cabeça do animal, podendo 
estender-se para outras partes do corpo, 
sobretudo em torno dos órgãos genitais. Os 
sintomas incluem coceira, formação de crostas 
que se espessam, endurecem e se desenvolvem 
à custa de exsudações de soro e 
extravasamento de sangue. Eventualmente 
pode se transferir para o homem. 
 
- Em coelhos ocorre prurido nos lábios e região 
nasal. Essa sarna é cefálica, iniciando-se nas 
orelhas e depois descendo pela parte ventral do 
pescoço, podendo estender-se às patas e região 
dos órgãos genitais. As lesões iniciais 
constituem-se de pequenas pápulas que vão 
formando cadeias, principalmente na borda das 
orelhas, deformando o contorno destas; em 
seguida aparecem crostas cinzentas-
amareladas, provocando a queda dos pelos. 
 
Sarna Cnemidocóptica: 
Aves andam com dificuldade, prurido moderado, 
patas com aspecto engrossado e descamação 
da pele, má formação das patas. 
 
Sarna Psoróptica: 
- Psoroptes bovis (Gerlach, 1857) é a causadora 
da sarna psoróptica em bovinos, cujos 
primeiros sintomas são coceira intensa da pele 
na cernelha, na base da cauda ou nas partes 
látero - dorsais do pescoço. Dessas regiões 
pode alastrar-se pelo dorso e flancos do animal, 
atingindo eventualmente todo o corpo. À medida 
que os ácaros se multiplicam, infligem uma série 
de pequenos ferimentos a pele, seguidos de 
coceira, formação de pápulas, inflamação e 
exsudação de soro. O soro que vem a superfície 
mistura-se com sujeira e solidifica-se formando 
escamas amarelo - acinzentadas, 
freqüentemente mostrando também manchas de 
Figura 40. Lesão de sarna notoédrica em 
gato. 
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sangue. Inicialmente as escamas têm cerca de 
0,5 cm de diâmetro; à medida que os ácaros vão 
passando para a pele sadia circunjacente, a 
lesão gradativamente aumenta. Com o avançar 
da parasitose, extensas áreas ficam desnudas e 
cobertas de crostas. A pele espessa-se, a 
coceira é intensa e o animal é constantemente 
irritado. 
 
- Psoroptes caprae causa a sarna psoróptica em 
cabras,
tendo a parasitose desenvolvimento 
idêntico à observada na espécie bovina, 
podendo aparecer em qualquer parte do corpo; 
parece haver tendência a se limitar às orelhas 
da cabra, determinando sarna auricular que 
embora rara, pode causar surdez, perda de 
apetite e, em casos extremos, a morte do 
animal. 
 
- Psoroptes ovis é a responsável pela sarna 
psoróptica de carneiros e ovelhas, em que 
provoca desmerecimento do couro e da lã, e 
assume tal aspecto de gravidade que chega a 
determinar a morte dos animais parasitados. A 
irritação é severa e freqüentemente se observa 
os animais infestados coçarem-se e mesmo se 
morderem. 
 
- Psoroptes equi, a sarna psoróptica em cavalos 
é semelhante àquela descrita para bovinos, 
sendo as primeiras lesões observadas na 
cabeça. 
 
- Psoroptes cuniculi ataca coelhos, restringindo-
se geralmente ao pavilhão da orelha (sarna 
auricular não penetrante); pode expandir-se 
infestando outras partes da cabeça, pescoço e 
mesmo as patas. As primeiras manifestações da 
infestação são indicadas por hiperemia (excesso 
de fluxo sangüíneo na superfície do corpo) e 
pela formação de crostas vermelho castanhas 
próximo da base do pavilhão auricular; com o 
avançar da parasitose, pode afetar toda a 
superfície interna da orelha. A complicação mais 
séria é a infecção piogênica do ouvido médio 
que pode se estender ao ouvido interno. A 
invasão das lesões por bactérias pode levar à 
formação de ulcerações. A presença de ácaros 
no ouvido médio resulta também em distúrbios 
nervosos; os animais assim atacados 
freqüentemente sacodem a cabeça e raspam 
com as unhas a base do pavilhão auditivo 
produzindo ferimentos que ainda mais 
intensificam as dores. 
 
Sarna Otodécica: 
Essa espécie determina irritação no conduto 
auditivo de cães e gatos; não pratica galerias 
no tegumento, mas alimenta-se de fluidos 
tissulares na profundidade do canal auditivo, 
próximo do tímpano. Da porção média do 
conduto auditivo para o tímpano aparecem 
crostas; o tímpano pode mostrar-se 
hemorrágico. Em virtude da intensa irritação 
provocada pelo ácaro, o canal vai acumulando 
produtos inflamatórios, cera alterada e ácaros. 
Freqüentemente ambos os ouvidos são 
afetados. 
Em casos de parasitoses intensas os animais 
mostram sinais de distúrbios nervosos, 
freqüentemente se movendo em círculos ou 
sacudindo a cabeça. O ato de coçar muitas 
vezes conduz ao aparecimento de hematomas 
na orelha. Infecções bacterianas secundárias as 
vezes resultam em inflamações do ouvido 
médio e mesmo das meninges. 
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Sarnas - Astigmata 
O. cynotis também ataca o furão. 
 
Sarna Chorióptica: 
- Chorioptes ovis, parece ser a única espécie do 
gênero assinalada no Brasil (Freire, 1955), 
causa a sarna chorióptica em carneiros e 
ovelhas, localizando-se principalmente nas 
rugas da bolsa escrotal dos carneiros, e que não 
invade as partes do corpo revestidas de lã 
comprida. Por esse motivo foi também 
designada de sarna das partes baixas. Ataca 
também os pés e os membros, subindo até a 
face interna das coxas, região escrotal dos 
carneiros e da mama das ovelhas. As regiões 
parasitadas se recobrem de crostas e produzem 
prurido bastante intenso. Parece não atacar a 
cabeça e demais partes do corpo. 
 
- Chorioptes cuniculi determina em coelhos uma 
parasitose quase indistinguível da sarna 
auricular não penetrante, causada por 
Psoroptes, no entanto, é bem menos séria. 
 
- Chorioptes equi determina uma parasitose 
semelhante àquela causada por Psoroptes, mas, 
as lesões estão geralmente confinadas às partes 
inferiores das patas, notadamente do boleto, 
sendo por isso também denominada sarna das 
patas dos cavalos. 
 
- Chorioptes bovis é responsável pela sarna 
chorióptica do gado bovino, bastante 
semelhante a sarna psoróptica, porém 
localizada e menos séria. Geralmente restringe-
se à cauda e aos boletos das patas anteriores e 
posteriores e via de regra não se alastra. 
 
PROFILAXIA: 
Separação dos animais infestados, alimentação 
adequada, condições de higiene do recinto 
satisfatórias, esterilizar o material de uso nos 
animais (arreios, coleiras) com acaricida sendo 
melhor não utilizá-los antes de 14 à 17 dias. 
 
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Ácaros - Prostigmata 
FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA 
 
ORDEM ACARI (ACARINA) 
SUBORDEM ACTINEDIDA (PROSTIGMATA) 
CARACTERÍSTICAS: 
- Estigmas respiratórios quando presentes, 
situados anteriormente. 
- Ovo –Larva – Protoninfa – Deutoninfa – 
Adultos. 
- Famílias: Cheyletidae, Myobiidae, 
Demodecidae e Trombiculidae. 
FAMÍLIA CHEYLETIDAE 
 
GÊNERO Cheyletiella 
 
HOSPEDEIROS: 
Coelhos, cães e gatos. 
 
ESPÉCIES: 
-Cheyletiella yasguri – Comumente encontrada 
em cães. 
-Cheyletiella blakei – Comumente encontrada 
em gatos. 
-Cheyletiella parasitovorax – Comumente 
encontrada em coelhos. 
Todas as espécies podem ser transmitidas para 
outros animais e ao homem. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Os ácaros são grandes (385 µm), vivem sobre 
a superfície da pele e seus ovos ficam presos 
em fios do pêlo. 
CICLO: 
- O ciclo desses ácaros é em média de 21 a 35 
dias sobre o hospedeiro, mas adultos podem 
sobreviver fora do hospedeiro por 2-14 dias, por 
isso a infestação pode ser adquirida do 
ambiente (Ex: cama) ou por contato direto. 
PATOGENIA: 
- Provoca caspa, dermatite descamante. 
- No homem causa irritação na pele e coceira. 
- O grande número de ácaros brancos movendo-
se sobre a superfície da pele é chamado de 
“caspa ambulante”. 
 
FAMÍLIA MYOBIIDAE 
GÊNERO Myobia 
PARTE IV 
 Prostigmata 
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Figura 41. Adulto de Cheyletiella 
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Ácaros - Prostigmata 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Causa sarna em camundongos, com coceira e 
perda de pêlo. 
- 1o par de patas modificado. 
- Alargamento na lateral do corpo. 
- Cerdas na extremidade posterior. 
 
CONTROLE 
Higiene, manutenção adequada alimentar, tratar 
o animal doente e evitar contato com outros 
animais e fômites. 
 
FAMÍLIA DEMODECIDAE 
GÊNERO Demodex 
ESPÉCIES: Demodex canis (cão), D. 
phylloides(suino), D. pholiculorum (homem) 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Patas curtas. 
- Dois estádios ninfais. 
- Corpo dividido numa parte anterior curta e uma 
posterior alongada e com estriações. 
ESPÉCIES: 
-Demodex canis (cão)
-D. phylloides (suino) 
-D. pholiculorum (homem) 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Sarna profunda, que vive no folículo piloso, 
glândulas sebáceas e sudoríparas por isso tem 
o corpo alongado. Podem viver em linfonodos e 
outros órgãos internos como o rim, fígado. 
- O estabelecimento da doença está relacionado 
à imunidade. Normalmente atinge filhotes de 3 a 
6 meses. 
- Aparecem áreas circunscritas de alopecia na 
cabeça, ao redor dos olhos e na parte inferior da 
pata (projeções ósseas nas extremidades). 
Figura 43. Ácaro Demodex humano 
(acima) e de cão (abaixo). 
Figura 42. Ácaro de roedores 
Myobia sp. 
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Ácaros - Prostigmata 
- Há formação de crostas, pontos vermelhos, 
queda acentuada de pêlos. Não há evidência de 
prurido. 
- Tipos: Úmido, quando tem pus (infecção 
secundária-imunodepressão). 
 Seco, com prurido intenso e crosta 
superficial. Geralmente inicial e passa para o 
estado úmido. 
- Atacam mais os animais jovens e de pêlo 
curto. Animais sadios podem ter mesmo sem 
apresentar a doença. 
- A maioria dos casos é branda e a recuperação 
espontânea, mas em alguns casos pode levar 
até a morte (nesses casos os pêlos se tornam 
esparsos sobre regiões cada vez maiores e a 
pele se torna áspera e seca - é a sarna 
vermelha). 
 
CICLO: 
Ácaros dentro do folículo piloso, glândulas 
sebáceas e glândulas sudoríparas (no cão 
principalmente no folículo piloso e glândulas 
sudoríparas). Ocorre a eclosão das larvas 
dentro do folículo, estas passam para a fase 
ninfal chamada protoninfa e após para 
deutoninfa, ocorre a diferenciação para machos 
e fêmeas, que vão para a superfície da pele a 
fim de copularem (fase de contaminação). Após 
a cópula as fêmeas ovígeras (já fecundadas) e 
os machos voltam para o folículo piloso. Pode 
ocorrer o rompimento do folículo e o ácaro 
mover -se para outros órgãos (ex. fígado) mas 
não há danos. 
 
CONTROLE: 
Como é uma sarna de ocorrência natural na 
pele que produz doença em imunodeprimidos, 
deve-se pesquisar a causa da imunodepressão 
(mudança de casa, na alimentação, stress) e 
evitar contato da mãe doente com a ninhada. 
* D. foliculorum e D. brevi atingem humanos, 
sendo que a primeira nos folículos pilosos do 
rosto e a segunda nas glândulas sebáceas do 
mesmo. 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Através da coleta de 
material: 
1)Para ácaros que penetram profundamente, 
como Sarcoptes, Notoedres e Demodex. 
? Mergulhe a lâmina de bisturi em óleo mineral, 
pegue uma prega de pele e raspe mantendo um 
ângulo reto com a pele até produzir um leve 
sangramento. 
2)Cnemidocoptes. 
? Amoleça as crostas com água morna e óleo 
mineral. Remova as crostas mais soltas, macere 
e olhe no microscópio. 
3)Sarnas superficiais (Psoroptes, Chorioptes e 
Otodectes). 
? Raspe as crostas soltas e guarde em pote 
bem fechado. Macere algumas crostas com óleo 
Figura 44. Lesões de sarna demodécica. 
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Ácaros - Prostigmata 
mineral, coloque em uma lâmina e olhe no 
microscópio com objetiva de 10X. 
 
FAMÍLIA TROMBICULIDAE 
GÊNERO Eutrombicula, trombicula 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Hematófaga. 
- Conhecida como micuim. 
- Escudo com cerdas ramificadas. 
- Febre fluvial é transmitida pelos 
 trombiculídeos. 
-Transmitem Rickettsia a roedores silvestres que 
não desenvolvem a doença, mas podem mais 
tarde transmitir ao homem. 
- Saliva tóxica – Causa prurido 
- Cheio de cerdas nas patas. 
- Quelíceras pontiagudas 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
São ácaros de vida livre, ninfas e adultos vivem 
e alimentam-se em matéria orgânica. No solo as 
fêmeas põem os ovos em áreas abrigadas, em 
uma semana eclodem as larvas que possuem 
três pares de patas e é a fase parasitária. 
Quando um animal ou homem se aproxima as 
larvas laranja-amarelada ou laranja-
avermelhada rastejam na superfície de terra 
ativadas pelo CO2 da respiração, fixam-se, 
alimentam-se no animal e após vão ao solo 
onde mudam para ninfas e posteriormente para 
adultos. Adultos normalmente vivem em lugares 
protegidos e ficam mais ativos na primavera. A 
ninfa, como o ácaro adulto, tem oito patas. Os 
corpos são normalmente cabeludos. As ninfas e 
adultos alimentam de insetos pequenos ou 
outros organismos. O ciclo de vida inteiro pode 
requerer de dois meses a um ano, sendo que 1 
a 5 gerações podem ser produzidas por ano, 
fato esse que vai depender da temperatura, 
umidade, e localização. As larvas ficam 15 dias 
no hospedeiro e caus am dermatite intensa, pois 
inoculam saliva tóxica que lesa as células . As 
larvas se alimentam-se de linfa. 
 
 
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Ácaros - Cryptostigmata 
FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA 
 
ORDEM ACARI (ACARINA) 
SUBORDEM CRYPTOSTIGMATA OU 
ORIBATIDA 
SUPER FAMÍLIA GALUMNOIDEA 
FAMÍLIA GALUMNIDAE 
 
SUPER FAMÍLIA ORIBATULOIDEA 
FAMÍLIA ORIBATIDAE 
 
CARACTERÍSTICAS: 
? Os ácaros incluídos na subordem Oribatei ou 
Cryptostigmata constituem um dos mais 
numerosos grupos de artrópodes do solo, 
tanto em número de espécies quanto em 
número de indivíduos. Eles têm um papel 
importante na decomposição de substâncias 
orgânicas no solo. 
? Respiração por tubos traqueais que se abrem 
em estigmas respiratórios na base das patas. 
 
HOSPEDEIROS: 
Não possuem, são ácaros de vida livre. 
 
CICLO: 
Ovo - larva - 3 fases ninfais (protoninfa, 
deutoninfa e tritoninfa) e adultos. 
Habitam as camadas superficiais do solo, onde 
alimentam-se de fezes (coprófagos) podendo 
desse modo adquirir os ovos de cestóides. 
Vivendo no solo, sobem pelas hastes do capim 
onde são ingeridos pelos animais; no trato 
digestivo dos animais ocorre a libertação do 
cestóide que vai parasitar o bovino (eqüino). 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRI A 
E SAÚDE PÚBLICA: 
É importante por agir como transporte de 
cestóides para os animais. 
 
CONTROLE: 
Não se tem medidas adequadas para o controle 
no pasto. 
 
PARTE V 
 Cryptostigmata 
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Figura 45. Ácaro Cryptostigmata. 
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CLASSE INSECTA 
 
MORFOLOGIA EXTERNA: 
• Os insetos são artrópodes com o corpo dividido 
em três regiões bem distintas: cabeça, tórax e 
abdômen. 
• Com um par de antenas. 
• Com três pares de pernas; É também 
conhecida por classe hexápoda. 
• Adultos geralmente, com um ou dois pares de 
asas. 
• Respiração traqueal. 
• Orifício genital situado na extremidade 
posterior do abdome. 
• Simetria bilateral. 
• As antenas são divididas em escapo (parte 
articulada na cabeça), pedicelo e flagelo (1 a 10 
segmentos). Pode ou não existir arista nos 
flagelos. 
• Os olhos compostos (omátides) são formados 
por centenas de omatídeos. Visão bastante 
ampla para o inseto. 
• Dois a três ocelos, auxiliares na parte dorsal da 
cabeça, entre os olhos compostos. 
• Aparelho bucal com um par de mandíbulas, 1 
par de maxilas (pode ter palpos maxilares), 1 
labro dorsal, 1 lábio ventral e 1 hipofaringe. 
• Na extremidade da probóscida existe um par 
de labelas, que varia de tamanho com o tipo de 
aparelho bucal (mastigador: mandíbulas 
desenvolvidas ou picador: estiletes perfurantes) 
• O tórax é dividido em 3 segmentos: Protórax, 
Mesotórax e Metatórax e cada um desses é 
dividido em 4: um segmento dorsal (noto), dois 
segmentos laterais (pleura) e um segmento 
ventral (esterno). 
• Cada par de patas é inserido em um segmento 
torácico. 
• A pata se divide em coxa, trocanter, fêmur, 
tíbia e tarsos. 
• Os tarsos são divididos em três a cinco 
segmentos e nesses estão as garras e 
estruturas membranosas chamadas empódio 
que podem ou não ter dois apêndices 
posteriores chamados de pulvilo. 
 
ASAS 
Os insetos podem ser ápteros (sem asas - 
pulgas e piolhos) ou dípteros (com 1 ou 2 pares 
de asas).As asas são estruturas membranosas 
com escamas, cerdas ou espinhos. São 
compostas por nervuras ou veias e suas 
características identificam famílias ou gêneros. 
1. Nervura Costa (C) - completa ou incompleta 
2. Nervura Subcosta (SC) 
3. Nervura Radial (R) 
4. Nervura Mediana (M) - bifurcação da nervura 
Radial 
5. Nervura Cubital (Cu) 
6. Nervura Anal (A) 
OBS: Cada área delimitada por nervuras chama-
se célula. Essa pode ser apical e fechada ou 
discal. As nervuras costa e subcosta não se 
ramificam. 
 
ABDÔMEN 
Segmentos em anéis, sem apêndices e com 
cerdas. É onde aparece a abertura genital. 
Apresenta na região pleural (lateral) os estigmas 
respiratórios ou espiráculos. Essa região é 
menos quitinizada para permitir a distensão 
abdominal. Os três últimos anéis não 
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apresentam espiráculos. Há insetos com 
espiráculos no tórax. 
 
MORFOLOGIA INTERNA DOS INSETOS 
 
1.Sistema Digestivo – 
Nos insetos o canal alimentar consiste de um 
tubo quase reto, que se estende da boca, 
situada na extremidade anterior, até o ânus, 
situado posteriormente. 
Este tubo é diferenciado em três regiões 
distintas: 
- Intestino anterior ou estomodeu. 
- Intestino médio ou mesêntero. 
- Intestino posterior ou proctodeu. 
 
Estomodeu: 
Inicia na boca ou cavidade bucal e está dividido 
nas seguintes porções: faringe, esôfago, papo e 
proventrículo. 
- A faringe, nos insetos sugadores, possui 
musculatura poderosa, e funciona como uma 
bomba de sucção. 
- O esôfago é um tubo simples que se prolonga 
até o tórax; sua porção posterior se dilata, em 
alguns insetos, para formar o papo. Ao papo 
segue-se o proventrículo que se caracteriza pela 
forte musculatura das suas paredes e pela 
presença de dentes e espinhos. 
 
 Função do estomodeu: 
É armazenar os alimentos e triturá-los; aí 
começa também a digestão, graças às enzimas 
de várias naturezas que variam de acordo com o 
tipo de alimentação do inseto. 
 
Mesêntero: 
Varia de forma segundo o grupo dos insetos. 
Funções: Digestão e absorção dos alimentos. 
Em alguns insetos há divertículos, geralmente 
situados na parte anterior do estômago, 
denominados cecos gástricos. 
 
Proctodeu, 
Freqüentemente, está dividido em três partes: 
- Intestino delgado ou íleo. 
- Intestino grosso ou cólon. 
- Reto. 
O íleo é tubular, o colo é dilatado e o reto 
globular ou piriforme. Este possui número 
variável de papilas - chamadas papilas retais - e 
termina pelo ânus. 
 
Glândulas salivares: 
Ao nível da cavidade bucal abre-se o duto das 
glândulas salivares situadas no tórax ou se 
prolongam até o abdome. 
As glândulas salivares variam nos diferentes 
insetos, podendo ser simples ou lobadas, 
colocadas simetricamente uma de cada lado do 
corpo do inseto. 
De cada lado sai um duto salivar que se reúnem 
para formar um canal coletor único, por onde se 
escoa a secreção salivar. 
 
Natureza da secreção salivar 
Varia muito nos vários grupos de insetos; as 
espécies que se alimentam de sangue de 
vertebrados, freqüentemente produzem 
secreção salivar que contém uma substância 
anticoagulante. 
A inoculação da secreção salivar por insetos 
hematófagos, durante o ato de alimentação, 
provoca nos hospedeiros uma reação cutânea 
variável de intensidade, de quase imperceptível 
até severa. 
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2. Sistema Excretor – 
Ao nível da junção do mesêntero com o 
proctodeu abrem-se os tubos de malpighi, de 
função excretora. 
A excreção nos insetos se realiza, 
principalmente, pelos tubos de Malpighi, que 
funcionam corno se fossem rins. 
 Os tubos de Malpighi, cujo número e tamanho 
variam de inseto para inseto, consistem de 
vários túbulos alongados fechados na 
extremidade livre e que se abrem na luz 
intestinal pela outra extremidade. 
A urina, que é filtrada através das células que 
forram internamente os túbulos, cai na luz 
destes túbulos e escoa para o intestino, onde é 
misturada com as fezes. Antes de ser eliminada 
pelo ânus, uma grande quantidade de água é 
reabsorvida pelas glândulas retais e retida no 
organismo do inseto. Este poder de retenção da 
água varia com o inseto e com seu estádio de 
desenvolvimento. 
 
3. Sistema Respiratório – 
- Os insetos possuem um sistema de tubos 
denominados sistema traqueal . 
- As traquéias se abrem para o exterior através 
de orifícios, localizados lateralmente nos 
segmentos torácicos e abdominais, chamados 
estigmas ou espiráculos respiratórios. 
- Os estigmas possuem estruturas destinadas a 
regularizar a entrada e saída do ar no corpo do 
inseto. 
Regra geral existem 10 pares de estigmas; nas 
formas típicas há um par no mesotórax, um na 
margem anterior do metatórax e um par em 
cada um dos primeiros sete ou oito segmentos 
do abdome. 
Alguns insetos aquáticos possuem brânquias. 
 
4. Sistema Circulatório – 
Os insetos têm circulação aberta. 
Há apenas um vaso que se estende 
dorsalmente do tórax ao abdome, acima do 
aparelho digestivo, e que se chama vaso dorsal. 
 
Coração: 
 É a porção dilatada
do vaso dorsal, constituída 
de várias câmaras, situada posteriormente. 
A porção mais delgada, situada anteriormente, é 
a aorta dorsal. 
O sangue penetra pelos ostíolos, e daí pela 
contração do coração é impulsionado para a 
aorta dorsal. 
O sangue ou hemolinfa sai da aorta para banhar 
os vários órgãos internos, situados na 
hemocele, deslocando-se no sentido antero-
posterior. 
 
Hemolinfa: 
É um líquido claro, esverdeado ou amarelado, 
raramente vermelho, que serve de meio de 
trocas químicas necessárias ao funcionamento 
dos tecidos e órgãos. 
- A hemolinfa contém numerosas células 
denominadas hemócitos. 
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Função da hemolinfa: 
Consiste no transporte do material nutritivo para 
os tecidos e recolher os produtos de excreção 
para os órgãos excretores. 
 
Hemócitos: 
Funções: a mesma dos leucócitos dos 
mamíferos. 
Alguns fagocitam células estranhas ao 
organismo e são, especialmente ativos nos 
processos de mudas e metamorfoses. 
Às vezes, os hemócitos se congregam ao redor 
de corpos estranhos ou de larvas de filarídeos. 
 
5. Sistema Nervoso – 
Cérebro: 
 Situado na região do esôfago encontra-se o 
gânglio supra-esofageano, também chamado 
cérebro. 
Do cérebro parte uma dupla cadeia de gânglios 
ventrais que se dirige para a extremidade 
posterior do corpo. Os gânglios se 
intercomunicam com o cérebro por meio de 
conexões longitudinais. Usualmente para cada 
segmento abdominal corresponde um par de 
gânglios. Desse conjunto partem fibras que 
inervam as várias partes do corpo. Este conjunto 
constitui o sistema nervoso periférico. 
Na frente do cérebro há um gânglio que constitui 
o sistema nervoso simpático e que inerva as 
vísceras do inseto. 
Nos insetos os órgãos dos sentidos são muito 
desenvolvidos. Há várias células situadas em 
várias partes do corpo, que estão associadas a 
pelos e cerdas. 
 Os insetos possuem órgãos especiais dos 
sentidos da visão, da audição, da gustação, do 
olfato, etc. O complexo das células sensoriais é 
conhecido por "sensilia". 
 
Pêlos do corpo dos insetos 
Funcionam como órgãos sensoriais que captam 
vários estímulos mecânicos e químicos. 
Percevejos e as pulgas - possuem órgãos que 
detém pequenas alterações na temperatura, 
orientando-os para os seus hospedeiros. 
Piolhos - possuem órgãos receptores da 
umidade. 
 
6. Sistema Reprodutor – 
Os insetos, regra geral, são artrópodes de sexos 
separados. 
Há raros casos de hermafroditismo. Em algumas 
espécies a ocorrência de partenogênese é 
normal. 
Nos insetos de vida social, como as abelhas, as 
formigas e os cupins, algumas formas - as 
operárias - são incapazes de se reproduzirem. 
 
a. Aparelho Genital Feminino – 
É constituído de dois ovários que por sua vez 
são formados de vários ovaríolos, onde se 
originam as células germinais. 
Hemolinfa 
Figura 46 . Pata de carrapato seccionada mos-
trando a hemolinfa. 
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Os ovaríolos se reúnem e formam os ovidutos, 
um de cada ovário; estes vão constituir o oviduto 
comum, cuja parte posterior é a vagina. 
Associada à vagina, na sua extremidade 
posterior, há uma câmara genital, em forma de 
saco, que é a espermateca ou receptáculo 
seminal onde se armazenam os 
espermatozóides. Ainda anexas à vagina estão 
as glândulas anexas, que fornecem o material 
para o revestimento do ovo. 
 
b. Aparelho Genital Masculino – 
O aparelho genital masculino é formado de dois 
testículos, um de cada lado do canal alimentar, 
dos quais originam-se os dutos eferentes. Estes 
se reúnem para constituírem o duto ejaculatório 
que se abre para o exterior. Cada duto eferente 
se dilata para formar uma vesícula seminal, 
onde se alojam os espermatozóides, antes de 
serem injetados na fêmea. Associadas ao 
aparelho genital masculino existem as glândulas 
acessórias que lançam no duto ejaculatório o 
fluido seminal destinado a acompanhar os 
espermatozóides. O duto ejaculatório termina 
pelo edeago que é o órgão copulador. 
Externamente a genitália masculina está 
relacionada com a copulação e transferência do 
esperma para os órgãos genitais femininos. 
 
DESENVOLVIMENTO E METAMORFOSE 
 
Os insetos são, na maioria, ovíparos. 
Excepcionalmente existem algumas espécies 
vivíparas. 
Geralmente os ovos são ovais, esféricos ou 
alongados, mas há fêmeas que põem ovos em 
forma de tonel ou de disco. A casca que envolve 
o ovo varia muito, em espessura, forma e cor. 
Alguns ovos possuem espinhos ou outras 
estruturas características na casca. 
 
Postura: 
É realizada, geralmente, em lugares que 
oferecem condições adequadas ao 
desenvolvimento das formas jovens. Algumas 
espécies põem ovos isolados uns dos outros, 
enquanto outras põem os ovos aglomerados. 
 
Mudas: 
Durante o desenvolvimento do ovo até o estádio 
adulto o inseto sofre uma série de 
transformações nas suas estruturas, com 
eliminação e renovação da cutícula, cujo 
fenômeno é conhecido por metamorfose dos 
insetos. 
 
Exsúvia: 
 A cutícula eliminada é denominada exsúvia. 
Antes de atingir a fase adulta, o inseto muda 
várias vezes de cutícula. 
 
Estádio: 
É a forma dos insetos entre duas mudas. O 
crescimento do inseto somente se realiza na 
ocasião da muda, pela ruptura da cutícula do 
estádio anterior. 
A cutícula nova, pela ação do ar, vai aos poucos 
adquirindo consistência e assumindo a 
coloração natural dos insetos. 
 
Ametabolia: 
Quando os insetos se desenvolvem sem 
apresentarem transformações substanciais. As 
formas jovens são semelhantes às formas 
adultas, diferindo apenas pela dimensão. Este 
tipo de desenvolvimento é chamado de 
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ametabolia e os insetos são chamados de 
ametábolos. 
 
Tipos fundamentais de formas imaturas: 
As ninfas e as larvas. As ninfas diferem dos 
adultos pela ausência de órgãos genitais e pelos 
rudimentos de asas. As larvas, entretanto, são 
muito diferentes dos adultos, tanto sob o 
aspecto morfológico como biológico. A 
passagem do estádio de larva para adulto se dá 
através de um estádio intermediário que é a 
pupa. 
Dois tipos fundamentais de metamorfose podem 
ocorrer no desenvolvimento dos insetos: 
(1) - metamorfose incompleta ou hemimetabolia 
(2) - metamorfose completa ou holometabolia 
 
 
(1) Metamorfose incompleta - hemimetabolia. 
Neste tipo de metamorfose os estádios jovens, 
que são ninfas, são semelhantes aos adultos. 
As principais diferenças observadas entre
as 
formas imaturas e os adultos são o tamanho e 
proporções do corpo, o tamanho das asas, 
desenvolvimento dos ocelos, quando presentes, 
formas das antenas e peças bucais. 
 Inclui-se neste tipo de metamorfose os insetos 
das ordens Hemiptera e Phtiraptera. 
Os insetos deste grupo são conhecidos por 
hemimetábolos ou hemimetabólicos. 
 
(2). Metamorfose Completa - holometabolia. 
Neste tipo os estádios jovens são muito 
diferentes dos adultos, tanto sob o ponto de 
vista morfológico como sob o ponto de vista de 
hábitos. 
 O indivíduo recém eclodido é a larva e o estádio 
imediatamente anterior ao adulto é a pupa. 
A pupa não se alimenta. 
 Os insetos deste tipo são conhecidos por 
holometábolos ou holometabólicos. Neste grupo 
incluem-se os insetos das ordens Diptera e 
Siphonaptera (Pulgas). 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
A classe Insecta compreende 26 ordens, das 
quais as seguintes incluem espécies de 
interesse na patologia médica e veterinária: 
 
• Ordem Diptera (moscas e mosquitos) 
• Ordem Hemiptera (barbeiros e percevejos) 
• Ordem Siphonaptera (pulgas) 
• Ordem Phtiraptera (piolhos) 
 
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Phthiraptera-Piolhos 
CLASSE INSECTA 
ORDEM PHTHIRAPTERA 
 
Parasita de aves e mamíferos. Os piolhos 
mastigadores possuem a cabeça mais larga do 
que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a 
cabeça mais estreita que o tórax. 
 
Três Subordens: 
-Amblycera (antena escondida)- Piolhos 
mastigadores. 
-Ischnocera (antena livre).- Piolhos 
mastigadores. 
-Anoplura – Piolhos sugadores. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS PIOLHOS 
MASTIGADORES (MALÓFAGOS): 
 Cerdas pelo corpo. 
 Ausência de asas. 
 Passam toda a vida no hospedeiro, 
agarrados aos pêlos ou penas. 
 Metamorfose incompleta 
(hemimetábolos). 
 Certa especificidade para cada espécie, 
mas o mesmo animal pode ser 
parasitado por várias espécies. 
 Maior quantidade de piolhos no inverno 
(por causa da temperatura) pela 
aglomeração de indivíduos. 
 A fêmea produz uma substância 
cimentante nas suas glândulas 
coletéricas que permite que os ovos 
fiquem colados ao pelo ou penas. 
 
IMP. MED.VET DOS PIOLHOS: 
O animal se coça, não se alimenta bem, fica 
irritado, com má aparência e podem aparecer 
Figura 48. Ovo (lêndea) de piolho de aves 
fixado à pena. 
PARTE VI 
 Piolhos 
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Figura 47. Características de um piolho 
anoplura (sugador). 
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infecções secundárias, o que gera perda de 
peso e queda na produtividade. 
As espécies que infestam aves são mais 
daninhas que aquelas ectoparasitas de 
mamíferos. 
Quando a infestação é muito grande, o animal 
torna-se irritadiço, espoja-se na terra, coça-se 
muito, não descansa, adquire péssima 
aparência e pouco se reproduz. De tanto se 
coçarem acabam arrancando as penas ou os 
pêlos, escarificando a pele, o que resulta em 
ferimentos agravados por invasão bacteriana. 
A espécie Trichodectes canis pode servir como 
hospedeiro intermediário do Dipylidium caninum 
um cestódeo parasito do cão e ocasionalmente 
do homem (através da ingestão do piolho 
contendo a larva do cestódeo). 
As espécies que vivem rentes à pele das aves 
podem causar sérios prejuízos. Menacanthus 
stramineus (piolho de aves) irrita a pele 
provocando descamação epitelial e afloramento 
de sangue do qual se alimentam. 
 
PERÍODO EMBRIONÁRIO - Dura cerca de uma 
semana. 
 
CICLO BIOLÓGICO GERAL DOS 
MALÓFAGOS (PIOLHOS MASTIGADORES): 
Ovo – ninfa 1 – ninfa 2 – ninfa 3 – adulto. 
Ninfas são parecidas com os adultos, exceto 
pela ausência de edeago no macho e 
gonopódios nas fêmeas. 
 
DURAÇÃO DO CICLO: 
Mais ou menos 20 dias. 
 
ALIMENTAÇÃO: 
Os piolhos mastigadores se alimentam de 
bárbulas de penas e de células de descamação 
da pele. Algumas espécies ingerem sangue que 
aflora à superfície da pele. 
 
DISSEMINAÇÃO: 
Através de contato direto, fora do hospedeiro 
morrem em três a sete dias. 
 
LONGEVIDADE SOBRE O ANIMAL: 
20 a 40 dias 
 
ESPECIFICIDADE: 
Possuem alta especificidade. (Um mesmo 
hospedeiro pode ser parasitado por várias 
espécies de malófagos, mas dificilmente 1 sp. 
de malófago adapta-se a outro hospedeiro que 
não o seu). São mais ou menos adaptados a 
determinadas regiões do corpo. 
 
CONTROLE: 
 Tratar e manter os animais isolados e em 
boas condições de higiene. 
 A ocorrência de malófagos é bastante 
comum, principalmente, nos meses mais 
frios. 
 Deve-se tratar com inseticidas duas vezes 
por semana durante três a quatro semanas. 
 Os malófagos passam toda a sua vida entre 
as penas e os pêlos de seus hospedeiros, 
onde põem os seus ovos, em grandes 
massas, sempre colados ao substrato. 
 Tratar com inseticidas repetindo após 10 a 
14 dias. 
 
SUBORDEM AMBLYCERA 
CARACTERÍSTICAS: 
 Palpos maxilares presentes. 
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Phthiraptera-Piolhos 
 Antenas com quatro segmentos. 
 Fossetas antenais (depressão para guardar 
as antenas). 
 Piolhos mastigadores. 
 
FAMÍLIA MENOPONIDAE 
GÊNERO: Menopon 
ESPÉCIE Menopon gallinae 
HOSPEDEIROS: Aves. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Possui a cabeça mais larga que o tórax. 
 Apresenta dois tufos de cerdas no quinto 
segmento abdominal. 
 Menores que um centímetro. 
 Ápteros. 
 Abdômen com uma fileira de cerdas dorsal 
em cada segmento. 
 Espinhos gástricos visíveis. 
 Tarso com duas garras. 
 
GÊNERO: Menacanthus 
ESPÉCIE Menacanthus stramineus 
HOSPEDEIROS: Aves. Parasita de galinhas, 
perus, faisões e excepcionalmente pombos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Duas fileiras de cerdas longas e curtas nos 
segmentos abdominais. 
 Fronte provida de processo espinhoso 
Figura 51. Menopon sp. piolho mastigador 
das aves. 
Figura 52. Menacanthus sp. piolho mastigador de 
aves. 
Tufos de 
cerdas 
Figura 50. Segmento abdominal de 
Menopon mostrando os tufos de cerdas 
Figura 49. Cabeça de um Amblycera. 
Palpo
Antena 
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Phthiraptera-Piolhos 
recurvo para trás e para baixo.
Antenas com quatro segmentos. 
 Possuem palpos. 
 
FAMÍLIA BOOPIDAE 
GÊNERO Heterodoxus 
ESPÉCIE Heterodoxus spiniger 
HOSPEDEIROS: Cão 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Dois espinhos na região dorsal da cabeça 
 Cabeça subtriangular 
 Têmporas estreitas, não salientes. 
 Parte inferior da cabeça com 2 ganchos 
voltados para trás e implantados junto à 
base dos palpos maxilares 
 Palpos maxilares com 4 artículos 
 Protórax livre 
 Uma fileira de cerdas longas no abdômen 
com tergitos e pleuritos bem quitinizados 
 Duas garras nos tarsos 
 Parasito de cães 
 
SUBORDEM ISCHNOCERA 
 
CARACTERÍSTICAS 
 Palpos maxilares ausentes. 
 Antenas filiformes (três a cinco segmentos). 
 Sem fossetas antenais (antenas livres). 
 Piolhos mastigadores. 
 
FAMÍLIA TRICHODECTIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Três segmentos antenais. 
 Uma garra ligada ao hospedeiro. 
 
GENERO Trichodectes 
ESPÉCIE Trichodectes canis 
HOSPEDEIROS: Cão 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça hexagonal. 
 Uma só garra. 
 Antenas com três segmentos. 
 Têmporas sem lobos posteriores. 
 Fronte arredondada. 
 Todos segmentos abdominais com placas 
pleurais (pleuritos). 
 Estigmas respiratórios do segundo ao 
sétimo segmento (seis pares). 
 Cerdas abdominais longas. 
 Edeago grande. 
 Não tem palpos. 
 Vetor de Dipylidium caninum para cães. 
 
Figura 54. Trichodectes sp., piolho 
mastigador de cães. 
Placas pleurais 
Figura 53. Heterodoxus sp. piolho 
mastigador de cães. 
Tergitos 
Pleuritos 
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Phthiraptera-Piolhos 
GÊNERO Bovicola 
ESPÉCIE Bovicola sp. 
HOSPEDEIROS: Ruminantes 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça arredondada com a “bochecha” 
repartida. 
 Cerdas abdominais curtas, iguais e em filas 
transversais. 
 Manchas nos tergitos. 
 Cabeça tão larga quanto longa 
 
GÊNERO Felicola 
ESPÉCIE Felicola subrostrata 
HOSPEDEIROS: Felinos 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça com aspecto pentagonal, olhos 
atrás das antenas. 
 Três pares de estigmas respiratórios 
abdominais. 
 Cerdas abdominais muito curtas. 
 Abdômen do macho com pequena saliência 
posterior formada pelo último segmento. 
 Antenas sem dimorfismo sexual. 
 
FAMÍLIA PHILOPTERIDAE 
Cinco segmentos antenais com 2 garras ligadas 
ao hospedeiros. 
 
GÊNERO Goniodes 
ESPÉCIE Goniodes sp 
HOSPEDEIROS: Aves 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça em forma de chapéu e com 2 
cerdas longas nas extremidades laterais. 
 Tarsos com duas garras. 
 Antenas com cinco segmentos imbricados 
nos dois sexos, o último segmento não 
Figura 56. Felicola, piolho 
mastigador de felinos. Figura 57. Goniodes sp., piolho 
mastigador de aves. 
Figura 55. Bovicola sp., piolho 
mastigador de ruminantes. 
Tergitos 
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Phthiraptera-Piolhos 
clavado. 
 Tem apêndices recurvos em gancho na 
frente 
 
GÊNERO Lipeurus 
ESPÉCIE Lipeurus sp 
HOSPEDEIROS: Aves. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
-Corpo e cabeça alongados. 
-Fronte larga, arredondada no ápice. 
-Mancha mediana no tórax. 
 
SUBORDEM ANOPLURA 
CARACTERÍSTICAS 
 Piolhos picadores-sugadores (hematófagos). 
 Ausência de asas. 
 Garras grandes. 
 Passam toda a vida agarrados aos pêlos do 
hospedeiro. 
 Metamorfose incompleta (Hemimetábolos). 
 Transmissores de Rickettsia prowasekii 
causador da febre das trincheiras em 
situações de guerra, microorganismo que 
fica no piolho e através das fezes deste, 
penetra nas feridas. 
 
FAMÍLIA PEDICULIDAE 
GÊNERO Pediculus 
ESPÉCIE Pediculus humanus 
HOSPEDEIROS: Humanos 
LOCAL: Cabeça 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Olhos grandes. 
 Corpo alongado, cabeça ovóide. 
 Tórax sem segmentos aparentes. 
 Cinco segmentos nas antenas. 
 Olhos simples. 
 Abdômen com sete segmentos. 
 Presença de um rostelo ou dentes pré-
estomais para cortar a pele. 
 Placas pleurais bem quitinizadas. 
 Presença de gonopódios nas fêmeas (duas 
saliências côncavas internamente e situadas 
uma de cada lado do orifício genital) com 
que se prende aos pêlos durante a 
ovipostura para o alinhamento dos ovos. 
 
Figura 58. Lipeurus sp. piolho 
mastigador de aves. 
Figura 59. Olhos de Pediculus sp. 
Olhos 
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Phthiraptera-Piolhos 
BIOLOGIA: 
A fêmea põe ovos operculados nas bases dos 
pêlos ou nos fios das vestimentas (conforme 
subespécie). A fixação no pêlo ou fio se dá por 
uma substância secretada por glândulas 
especiais (glândulas coletéricas). 
Cada fêmea põe cerca de 7 a 10 ovos 
diariamente (Lêndeas). 
Período de incubação dos ovos - 8 a 9 dias em 
condições ideais de temperatura e umidade (33 
a 40o C e 90% U. R.). 
Hemimetabólicos- ovo- ninfa (três mudas) – 
adulto. 
Desenvolvimento pós-embrionário: 8 a 9 dias. 
Longevidade dos adultos – 9 a 10 dias. 
 
CICLO TOTAL – Em média 18 dias (em 
condições favoráveis de temperatura e 
umidade). 
Picam o homem intermitentemente (picada dura 
3 a 10 minutos ou mais). São mais ativos à noite 
ou durante o descanso do paciente. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA: 
São encontrados em indivíduos de baixo 
escalão social, principalmente que não tem 
muita higiene. 
As picadas provocam prurido e erupções na 
pele, agravadas pela invasão de agentes 
secundários. Há correlação entre o grau de 
infestação e o comprimento dos cabelos 
(Mulheres são mais parasitadas que homens). 
 
DOENÇAS QUE TRANSMITEM: 
1-Tifo exantemático - Causado pela Rickettsia 
prowaseki - os piolhos se infectam ao sugarem 
sangue de um indivíduo doente. A transmissão 
não se dá pela picada do inseto, nem pela via 
transovariana. A transmissão da infecção se dá 
pela contaminação de feridas da pele com as 
fezes dos piolhos ou pelo esmagamento do 
conteúdo intestinal em áreas em abrasão. Os 
piolhos morrem da infecção em poucos dias. 
(invade os tecidos dos piolhos destruindo as 
células.) O ato de esmagar o piolho com os 
polegares possivelmente ocasiona a infecção. A 
rickettsia pode permanecer viva e virulenta nas 
fezes do piolho durante 66 dias. 
 
2-Febre das trincheiras- Transmitida pela 
Rickettsia quintana- O nome surgiu porque a 
doença apareceu entre os soldados que 
combatiam nas trincheiras durante a primeira 
guerra mundial (mais de 1 milhão de casos). O 
doente apresenta febre com dores 
generalizadas somente durante cinco dias, por 
isso é denominada quintana. O sangue, porém é 
infectante por quase dois meses. Não é injuriosa 
aos piolhos (se multiplica no
lúmem intestinal) 
Fonte de infecção é a picada ou fezes. Fezes 
secas conservam poder infectante durante muito 
tempo, de modo que a infecção pode ser 
transmitida também por inalações. 
 
Figura 60. Pediculus humanus piolho 
sugador de humanos. 
Placas pleurais 
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Phthiraptera-Piolhos 
3-Febre recorrente-Transmitida pela Borrelia 
recurrentis (É uma espiroqueta que se 
desenvolve na hemocele do inseto). O homem 
só se infecta pelo esmagamento do inseto e 
libertação do conteúdo da hemocele em 
qualquer ferimento da pele. 
 
GÊNERO Pthirus 
ESPÉCIE Pthirus pubis 
HOSPEDEIROS: Humanos. 
LOCALIZAÇÃO: Púbis, axilas, sobrancelhas, 
cílios (regiões de bastante cabelo). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Garras enormes. 
 Tórax mais largo que o abdômen. 
 Pernas robustas. 
 Primeiro par de patas é menos 
desenvolvido. 
 Unhas do segundo e terceiro par de patas 
fortemente recurvadas. 
 Abdômen com os cinco primeiros 
segmentos fusionados. 
 Abdômen apresenta lateralmente quatro 
tubérculos salientes com cerdas nas 
extremidades. 
 Os espiráculos 3, 4 e 5 estão na mesma 
linha transversal. 
 
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS: 
 É chamado de “chato” porque é achatado. 
 Precisam da temperatura corporal para 
sobreviver. Só suportam dois dias fora do 
hospedeiro. 
 Ciclo de ± 16 dias (de ovo a ovo ± 30 dias), 
com 30 dias de vida adulta. 
 
BIOLOGIA: 
Não é de muita atividade, permanecendo preso 
a dois pêlos durante vários dias, quase sempre 
com as peças bucais presas na pele do 
hospedeiro. 
Além da região pubiana pode ser encontrado em 
regiões densamente pilosas (cabeça, 
sobrancelhas, axilas, etc.). 
Após a cópula que se realiza no hospedeiro, a 
fêmea põe ovos nos pêlos da região pubiana ou 
de outras. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 7 a 8 dias. 
 
DESENVOLVIMENTO: 13 a 16 dias. 
 
CICLO TOTAL: 30 dias. 
 
SOBREVIVÊNCIA FORA DO HOSPEDEIRO: 
Adultos e ninfas vivem dois a três dias. 
 
LONGEVIDADE NO HOSPEDEIRO: 30 dias. 
 
Figura 61. Pthirus sp., conhecido por 
chato, piolho sugador de humanos. 
Tubérculos 
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Phthiraptera-Piolhos 
DISSEMINAÇÃO: Principalmente por via 
sexual. Também através de toalhas, roupas, 
assentos de privadas, etc.. 
OBS: Não se conhece transmissão de doenças, 
mas sua presença causa prurido mais ou menos 
intenso, que incomoda o indivíduo. As picadas 
produzem manchas azuladas na pele devido a 
saliva das glândulas reniformes. 
 
FAMÍLIA HAEMATOPINIDAE 
GÊNERO Haematopinus 
HOSPEDEIROS: Ruminantes, suínos, bubalinos 
e eqüinos. 
 
-Haematopinus eurysternus (bovino)- 
-Ocorre mais freqüentemente em animais 
adultos. 
-Clima temperado - No inverno os animais ficam 
confinados no interior de estábulos ocorrendo 
aumento considerável da população de piolhos. 
-Regiões corporais - Pescoço, base da cauda e 
chifres, nas infestações altas a parasitose se 
generaliza por todo o corpo. 
-Verão - os piolhos são raros, limitando-se à 
orelha e locais onde os pêlos são mais longos. 
-Brasil - Não constitui problema de grande 
significação, provavelmente devido ao fato 
de não resistirem aos raios solares diretos e a 
temperatura elevada do corpo do animal. 
 
-Haematopinus quadripertusus- (bovino) 
-Ocorre no Brasil (espécie mais prevalecente 
nos trópicos). 
-Fêmeas põem ovos quase que exclusivamente 
nos pêlos da cauda do animal. 
-Ninfas sobem para regiões da cabeça, do 
pescoço e outras onde se tornam adultas. 
 
-Haematopinus suis-(suínos) 
-Piolho dos animais domésticos. 
-Muito comum no Brasil. 
-Regiões mais freqüentes - Dobras do pescoço, 
base das orelhas e entre as pernas. 
 
-H. asini- (equídeos) 
-Base da crina e base da cauda. 
 
-H. tuberculatus- (búfalos) 
-Podem parasitar bovinos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Cabeça estreita e alongada. 
 Sem olhos. 
 Antenas com 5 segmentos. 
 Tórax largo. 
 Coxim tibial entre a base da tíbia e tarso. 
 Abdômen alargado. 
 Todas as patas iguais. 
 Placas pleurais e parapleurais. 
 Tubérculos pós-antenais. 
 Machos possuem um pênis ou edeago. 
 
Figura 62. Haematopinus sp. piolho 
sugador de ruminantes, suínos e eqüinos. 
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Phthiraptera-Piolhos 
 
BIOLOGIA: 
 Ectoparasitos de animais domésticos com 
ciclo biológico parecido ao descrito dos 
piolhos humanos. 
 Fêmeas põem ovos nos pêlos dos 
hospedeiros fixando-os com uma substância 
cimentante. 
 Fêmea põe em média 3 a 6 ovos/dia. 
 Ciclo de 9 a 19 dias. Adultos vivem 30 dias. 
 Concentra-se em pêlos longos. 
 Três estádios ninfais, cada estádio: três a 
quatro dias. 
 Hemimetabólicos. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
É de 9 a 19 dias dependendo da espécie, das 
condições de temperatura e umidade e do meio 
em que são mantidos os animais (ovos não se 
desenvolvem em temperatura inferior a 25o). 
 
PERÍODO DE PRÉ-OVIPOSIÇÃO: 
É em média de três dias, a fêmea inicia postura 
que dura vários dias. 
Número de ovos varia com a espécie (um a 
quatro por dia). H. suis (mais ou menos 90 ovos, 
cerca de 3 a 6 por dia). 
 
CICLO TOTAL-20 a 40 dias dependendo da 
espécie e fatores ambientais. 
 
IMP.MED.VET: 
-Leva a perda de produtividade dos animais. 
-A picada do piolho, com inoculação de saliva 
irritante, provoca prurido, obrigando o animal a 
se coçar e morder o local da picada para se 
livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar 
ferida que se agrava pela invasão de germes, 
com evidente prejuízo para saúde dos animais. 
A pele pode se tornar seca com aspecto de 
sarna. Os animais parasitados, injuriados 
permanentemente pelos piolhos, não se 
alimentam direito nem descansam, o que origina 
queda de produção e prejuízo para os 
fazendeiros. 
 
FAMÍLIA LINOGNATHIDAE 
GÊNERO Linognathus 
Linognathus setosus (cães) 
L. vituli (bovinos) 
L. pedalis (ovinos) 
 
HOSPEDEIROS: Cães, ruminantes. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 Sem placas quitinizadas. 
 Abdômen membranoso. 
 Primeiro par de patas é menor que o 
segundo e o terceiro. 
 Cinco segmentos nas antenas. 
 
HOSPEDEIROS: 
Figura 63. Linognathus sp., piolho sugador 
de cães e ruminantes. 
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Phthiraptera-Piolhos 
L. vituli - bovinos leiteiros e animais novos. 
Encontrados no pescoço, barbelas, espáduas, 
períneo, etc.. 
L. setosus - Cães (novos e velhos)- mais 
comum em cães de pêlos longos do que de 
pelagem curta. 
 
BIOLOGIA: 
 Parecida com Haematopinus. 
 Fêmeas depositam ovos nos pêlos do 
hospedeiro. 
 Três estádios ninfais. 
 Duração do ciclo 30 a 40 dias (depende da 
espécie). 
 
TRATAMENTO DOS PIOLHOS EM GERAL: 
-Medidas de higiene. 
-Aplicação de inseticida. 
-Alguns Inseticidas não agem sobre lêndeas, 
então, recomenda-se uma segunda aplicação 
após 10 a 14 dias. 
 
ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA: 
Identificação das espécies, direcionar o 
tratamento para a espécie afetada (hospedeiro). 
Importante para o diagnóstico e medidas de 
controle. 
 
CICLO BIOLÓGICO DOS PIOLHOS EM 
GERAL: 
 No hospedeiro (Anoplura e Mallophaga): 
ovo- ninfa- adulto (macho e fêmea). 
 Hemimetábolos. 
 Completa-se em 25 a 35 dias. 
 Ovos (lêndeas) são colocados presos ao 
pêlo e em contato com a pele eclodem as 
ninfas, passam a adultos que se locomovem 
pelo corpo do animal (Mastigadores) ou 
permanecem presos ao pelo (Anoplura). 
 
LOCALIZAÇÃO NO HOSPEDEIRO: 
Preferencialmente na parte superior do corpo, 
desde a cabeça até a cauda. 
Há exceções: 
 H. quadripertusus (vassoura da cauda). 
 H. suis (nas dobras da pele atrás da orelha 
e região púbica= início da infestação). 
 Menopon/Menacanthus - (penas que 
cobrem o corpo). 
 
SAZONALIDADE: 
Mais freqüente no inverno. 
O pêlo cresce e forma um micro-habitat. 
No RS há problemas nesta época do ano por 
causa do frio (animais ficam mais próximos uns 
dos outros ou são estabulados). Deve-se tratar 
antes os animais. 
 
IMPORTÂNCIA DOS PIOLHOS: 
Os anopluras são mais patogênicos do que os 
mastigadores, pois provocam perda de sangue, 
tem capacidade de transmitir agentes 
patogênicos, abrem uma porta de entrada para 
infecções secundárias, há o enfraquecimento 
dos animais e irritações na pele. 
 
CONTROLE DOS PIOLHOS: 
-Produtos químicos em banhos de imersão ou 
aspersão com pressão. Repetir em 10 a 14 dias. 
-Pente fino. 
-Inseticida em pó nos ninhos. 
-Limpeza e esterilização dos fômites. 
-Produtos pour-on. 
-Ivermectinas para sugadores. 
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Phthiraptera-Piolhos 
 
Principais Piolhos de Importância Médica Veterinária
Trichodectes Heterodoxus Felicola
Linognathus
Haematopinus
Bovicola
Struthiolipeurus
Lipeurus
Columbicola
Pediculus
Chelopistes
Goniodes
Pthirus
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Hemípteras – Barbeiros e 
percevejos 
ORDEM HEMÍPTERA 
CONCEITOS BÁSICOS: 
• Dois pares de asas. 
• Corpo grande e achatado dorso ventralmente. 
• Alimentação: podem ser hematófagos (rostro 
curto e reto com três segmentos), predadores ou 
entomófagos (rostro curvo em forma de arco) e 
fitófagos (rostro (hipostômio + quelíceras) longo 
e com quatro segmentos). 
• Olhos bem grandes. 
• Geralmente apresentam dois pares de asas 
um par anterior do tipo hemiélitro, ou seja, asa 
com parte apical membranosa e parte basal 
coriácea (dura), que serve para proteção das 
asas posteriores (membranosas, destinadas ao 
vôo) quando em repouso. 
• Hemimetabólicos (metamorfose incompleta): 
ovo - ninfa (cinco fases) – adulto. 
 
SUBORDEM CRYPTOCERATA – aquáticos. 
 
SUBORDEM GIMNOCERATA 
FAMÍLIA REDUVIIDAE - barbeiros 
SUBFAMÍLIA TRIATOMINAE 
 
NUTRIÇÃO: 
São hematófagos em todos os estágios de 
evolução (ninfas, fêmeas e adultas). Após a 
alimentação defecam. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Depois da última muda para adultos, a fêmea e 
o macho copulam. Não precisa alimentação 
prévia. A fêmea copula apenas uma vez e faz 
postura parcelada (1 a 40 ovos em cada 
postura) num total de quase duzentos ovos em 
toda a sua vida. O macho copula várias vezes. 
Após a postura os ovos são brancos e 
operculados. Depois escurecem e quando o 
embrião está formado ficam rosados. Período de 
incubação: 15 a 30 dias. 
Os ovos do gênero Triatoma e Panstrongylus 
são isolados, os do gênero Rhodnius são 
aderidos. 
A duração do ciclo depende da temperatura, 
PARTE VII 
 Hemípteras 
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Figura 64. Asa em hemiélitro. 
Parte 
coriáceaParte 
membranosa
Figura 65. Adulto, ovos e ninfas de barbeiro. 
Conexivo 
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Hemípteras – Barbeiros e 
percevejos 
alimentação, umidade relativa e espécie de 
barbeiro. Em média de 180 a 300 dias. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Os gêneros dessa família servem de hospedeiro 
intermediário para o agente causador da doença 
de chagas (Trypanosoma cruzi que é transmitido 
pelas fezes do barbeiro). 
 
HABITAT: 
Habitam locais escondidos (toca de tatu, copa 
de árvores, frestas na casa) e possuem hábito 
noturno. 
 
GÊNEROS: 
Temos três gêneros de importância nessa 
família: Rhodnius, Triatoma e Panstrongylus. 
Eles são diferenciados principalmente pela 
inserção do tubérculo antenífero. 
O Triatoma possui o tubérculo na porção medial 
da cabeça. 
O Panstrongylus possui o tubérculo inserido 
bem próximo aos olhos compostos (omatídeos) . 
O Rhodnius possui o tubérculo inserido próximo 
ao rostro (aparelho bucal). 
 
GÊNERO Panstrongylus 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Tamanho grande. 
• Cabeça curta e grossa. 
• Tubérculo antenal bem próximo ao olho. 
 
GÊNERO Triatoma 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Conexivo (parte dorsal onde a asa não cobre) 
amarelado. 
• Tubérculo da antena entre o olho e a 
extremidade da cabeça. 
Figura 67. Cabeça de Panstrongylus 
sp. 
Figura 68. Cabeça de Triatoma sp. 
Figura 66 Inserção do tubérculo antenal 
dos triatomíneos de importância veterinária. 
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Hemípteras – Barbeiros e 
percevejos 
 
GÊNERO Rhodnius 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Tubérculo antenal bem perto do ápice. 
• Cabeça muito longa e delgada, mais longa 
que o tórax. 
• Conexivo de cor amarelada com manchas 
oblongas negras. 
• Antenas com quatro segmentos. 
 
OBS: Barbeiro peridomiciliar
- chega perto, mas 
não consegue ovopositar. 
Barbeiro domiciliar - capacidade de colonizar a 
habitação humana (principalmente casas mal 
construídas). 
**Um bom transmissor é aquele que tem 
capacidade de domicialização, susceptibilidade 
ao T. cruzi, tamanho da colônia, grau de 
antropofilia e outros. 
 
CONTROLE: 
Uso de inseticidas, condições decentes de 
moradia humana e animal, telas nas janelas, 
destruir ninhos dos barbeiros próximos as 
casas. 
 
FAMÍLIA CIMICIDAE - percevejos da cama 
CARACTERÍSTICAS: 
• Corpo bem menor que o dos barbeiros. 
• Asas atrofiadas. 
• Não transmitem doenças. 
• Fazem seus ninhos próximo de onde a 
pessoa dorme e saem a noite para se alimentar. 
 
GÊNERO Cimex 
HOSPEDEIROS: Morcego e homem. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Pronoto bem pronunciado e largo no 
Figura 69. Cabeça de Rhodnius sp. 
Figura 70. Lesão em homem provocada pelo 
percevejo Cimex. 
Figura 71. Cimex sp. conhecido como 
percevejo. 
Pronoto 
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percevejos 
comprimento (quatro vezes mais largo que alto). 
• Um par de cerdas no ângulo posterior do 
protórax. 
• Ápteros. 
• Muito peludos. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A fêmea põe um a cinco ovos por dia. Ela pode 
pôr um total de 200 ovos quando bem 
alimentada e em temperaturas superiores a 28° 
C. Os ovos são pegajosos quando recém postos 
e aderem ao objeto no qual eles são colocados. 
Ovos chocam de seis a 17 dias. 
Ninfas recentemente eclodidas alimentam-se 
imediatamente quando há comida disponível. 
Elas mudam cinco vezes (trocam a pele externa 
ou exosqueleto para crescerem) antes de 
alcançarem a maturidade, alimentando-se entre 
cada muda. Pode haver três ou mais gerações 
por ano. Todas as fases são encontradas em 
uma população que está reproduzindo. 
Podem viver durante várias semanas sem 
alimentar-se se a temperatura está amena e 
durante vários meses se a temperatura está 
baixa. O hemíptera vive em média 10 meses 
com alimentação disponível. Em algumas 
condições, pode viver um ano ou mais sem 
comida. 
Um adulto ingurgita-se com sangue em 
aproximadamente 10 a 15 minutos, e um jovem 
(ninfa) em três a cinco minutos. Ele então 
retorna para o seu esconderijo para fazer a 
digestão do sangue. Faz alimentações 
repetidas. 
 
GÊNERO Ornithocoris 
HOSPEDEIROS: Aves. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Pronoto com a parte anterior mais estreita que 
a posterior parecendo uma figura trapezoidal. 
• Dois pares de cerdas nos ângulos posteriores 
do protórax. 
• Rostro atingindo a coxa um. 
• Antenas com terceiro e quarto artículo mais 
delgados que os dois primeiros. 
• Parasita de aves. 
 
Espécie Ornithocoris toledoi 
HOSPEDEIROS: Galinhas. 
 
Figura 73. Ornithocoris sp. vista dorsal e ventral. 
Figura 72. Cimex sp. visão ventral e dorsal. 
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Hemípteras – Barbeiros e 
percevejos 
CICLO BIOLÓGICO: 
Após a alimentação (hematófagos) que dura 5 
minutos, ocorre a cópula. Para cada postura a 
fêmea copula uma vez. O período de pré-
postura é em média de 7 dias. Entre duas 
posturas há um intervalo de 7 a 10 dias, após o 
qual, a fêmea copula outra vez. Em cada 
postura são postos em média até 50 ovos. Há 
também 5 estádios ninfais. Cada estádio ninfal 
realiza cerca de 3 repastos sangüíneos antes de 
nova ecdise. O ciclo completo varia entre 40 a 
90 dias, podendo os adultos viverem até 200 
dias. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DOS 
HEMÍPTERAS: 
Através da picada causam irritação e 
incomodam o homem e os animais perturbando 
a sua tranqüilidade. Podem provocar anemia e 
os gêneros pertencentes à família Reduviidae 
são responsáveis pela transmissão do 
Trypanosoma cruzi. 
 
 
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Siphonaptera - Pulgas 
ORDEM SIPHONAPTERA 
Siphon- sifão, a- ausência, pteros – asas 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Nome vulgar: Pulgas. 
- Não apresentam asas. 
- Achatadas lateralmente, o que facilita o andar 
pelos animais. 
-Corpo revestido de espessa quitina 
escorregadia e cerdas voltadas para trás que 
auxiliam a pulga a deslizar entre as penas e 
pêlos dos hospedeiros não permitindo que 
voltem (dêem ré). 
- Pernas longas, principalmente as posteriores, 
adaptadas para o salto. 
- Antena com três segmentos (escapo, pedicelo 
e clava) e sulco antenal que divide a cabeça em 
fronte (parte anterior) e occipício (atrás do sulco 
antenal). 
- Aparelho bucal picador-sugador: hematófago. 
-Abdômen formado por 10 segmentos 
(urômeros) imbricados. Os segmentos dois a 
sete possuem de cada lado um estigma. O nono 
metâmero apresenta em ambos os sexos uma 
placa sensorial chamada de sensila. 
- Três segmentos torácicos e 10 abdominais. 
-Podem apresentar ctenídeos (dentes 
quitinosos) que são cerdas espiniformes, 
dispostas como dentes de um pente, cuja 
localização, número, tamanho, forma e 
disposição são importantes na sistemática. 
-Algumas pulgas apresentam mesonoto 
rachado. 
- Holometábolos (metamorfose completa): ovo – 
larva – pupa – imago ou adulto. 
- Ectoparasitos obrigatórios periódicos, somente 
os adultos permanecem transitoriamente no 
corpo do hospedeiro para a sucção do sangue, 
deixando-o após o repasto. 
 
BIOLOGIA: 
As pulgas desenvolvem-se por metamorfose 
completa. As fêmeas fecundadas, depois de um 
ou vários repastos sangüíneos, desovam 
numero variável de ovos (entre três e 18) em 
cada postura. O número total de ovos pode 
chegar a muitas centenas, dependendo da 
espécie. Os ovos das pulgas são brancos, 
grandes (0,5 mm) e visíveis a olho nu sobre 
fundo escuro. A postura ocorre quase sempre 
nos lugares onde habitam os hospedeiros, 
quando os ovos são postos nos pêlos ou penas 
do hospedeiro estes não se fixam e caem ao 
solo. O desenvolvimento depende das 
condições de temperatura e umidade, mas no 
verão o ciclo se completa em 21 dias. 
A larva sai do ovo por uma abertura na cápsula 
cefálica. As larvas são vermiformes, 
esbranquiçadas, ápodas e possuem aparelho 
mastigador. O alimento das larvas é sangue 
digerido, seco, eliminado com as dejeções das 
pulgas adultas. Em condições favoráveis a larva 
passa para pupa em 9 a 15 dias, mas no inverno 
ou na falta de alimento pode prolongar-se por 
até 200 dias. A primeira muda ocorre entre o 
terceiro ao sétimo dia e, após três a quatro dias 
realiza-se a segunda muda. Depois das mudas 
PARTE VIII 
 Pulgas 
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Siphonaptera - Pulgas 
a larva tece um casulo pegajoso que se fixa em 
algum substrato e fica camuflado pela poeira. 
Realiza-se então a terceira e última muda, 
dando origem a pupa. A fase de pupa dura de 7 
a 10 dias mas pode chegar a mais de um ano se 
a temperatura não for favorável. As pulgas 
adultas permanecem no casulo até sentirem a 
presença do hospedeiro através da liberação de 
gás carbônico e vibrações. 
 
PERÍODOS DE SOBREVIVÊNCIA 
Sem alimento Com alimento: 
Pulga do homem – 125 dias 513 dias 
Pulga do cão – 58 234 dias 
Pulga do rato – 38 dias 100 dias 
 
SUBORDEM INTEGRICIPTA 
- Não apresenta fratura no occipício. 
 
FAMÍLIA HECTOPSYLLIDAE 
GÊNERO Tunga - bicho de pé 
HOSPEDEIROS: Suínos, cães e homem (rural) 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Quase não tem tórax (achatadas): Os três 
segmentos torácicos juntos, são menores que 1 
segmento abdominal. 
- Duas mandíbulas (lacínias) retilíneas, 
serrilhadas e longas. 
- Palpos labiais com dois segmentos pouco 
quitinizados. 
- Menores pulgas que existem (1 mm). 
- Não possuem ctenídeos. 
 
BIOLOGIA: 
As fêmeas depois de fecundadas introduzem-se 
na pele (pode ser em qualquer lugar, mas a 
preferência são os dedos do pé, junto ao canto 
das unhas) do hospedeiro, deixando livre, em 
comunicação com o meio exterior apenas o 
Figura 76. Macho adulto de Tunga 
penetrans. 
Segmentos 
torácicos
Figura 75. Larva de pulga presente no 
ambiente.
Figura 74. Ovo de pulga. 
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Siphonaptera - Pulgas 
ápice do abdômen, no qual se encontra a 
abertura do ovipositor. Instalada no hospedeiro 
começa a sugar sangue e inicia-se o 
desenvolvimento dos ovos (até 100), que não 
são eliminados de imediato permanecendo no 
abdômen até a pulga ficar do tamanho de uma 
ervilha. Após o período de incubação os ovos 
são expelidos e o resto do ciclo é como o da 
maioria das pulgas. Depois de todos os ovos 
serem postos a pulga murcha e cai ao solo ou é 
expelida pela ulceração que se forma no local 
da penetração. 
Machos e fêmeas não fertilizadas sugam 
intermitentemente seu hospedeiro. Somente 
quando a fêmea é copulada ela penetra na pele. 
O macho morre. Os ovos levam 3-4 dias para 
eclodirem as larvas e 2 a 3 semanas após 
tornam-se adultos. Ciclo completo: Em torno de 
30 dias. 
 
TRATAMENTO: 
A retirada do inseto deve ser realizada por 
meios mecânicos. Usa-se uma agulha 
esterilizada procurando alargar a abertura da 
cavidade onde está o inseto a fim de que ele 
saia inteiro, a destruição no interior da pele pode 
causar infecção. 
 
SINTOMAS: 
No início da penetração ocorre um leve prurido, 
mas com o intumescimento do abdômen do 
inseto surge a sensação dolorosa. 
 
FAMÍLIA PULICIDAE 
GÊNERO Ctenocephalides 
HOSPEDEIROS: cão e gato. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Apresentam olhos. 
- Apresentam ctenídeos pronotal e genal. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
-A oviposição é feita tanto no hospedeiro como 
no ambiente e nesse eclodem as larvas que 
permanecem no ambiente se alimentando de 
detritos e fezes das pulgas adultas (as larvas 
não são hematófagas). As larvas produzem uma 
Figura 77. Fêmea de pulga penetrante 
pronta para postura. 
Figura 78. Tunga penetrans íntegra, retirada do 
interior da pele do hospedeiro. 
Cabeça da pulga 
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Siphonaptera - Pulgas 
substância gosmenta que formará o pupário e 
essa pupa é o processo de transição de larva 
para adulto. A pupa não se alimenta. Dela 
emergem os adultos machos e fêmeas que são 
hematófagos. Quanto mais quente, mais 
acelerado é o ciclo (pode ser de 21 a 150 dias). 
As pulgas têm uma grande resistência à 
inanição, durando cerca de 30 a 50 dias sem se 
alimentar e têm preferências, mas não 
especificidade. É hospedeiro intermediário de 
Dipylidium caninum. 
 
CONTROLE: 
Deve-se tratar não só o animal, mas também o 
ambiente. 
 
GÊNERO Pulex 
HOSPEDEIROS: Homem. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Não apresentam ctenídeos genal e pronotal. 
- Mesopleura sem espessamento interno. 
- Possuem uma cerda anterior ao olho e uma 
cerda occipital. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A fêmea fertilizada vai procurar o hospedeiro e 
suga o seu sangue, distendendo o seu abdômen 
(fica parecendo uma ervilha) e depois libera os 
ovos no ambiente. Estes passam a larvas, 
pupas e adultos (fêmeas e machos). Só fica no 
hospedeiro para se alimentar. Utiliza estábulos 
para colonização, principalmente em condições 
deficientes de higiene. 
 
GÊNERO Xenopsylla 
ESPÉCIE Xenopsylla cheops 
HOSPEDEIROS: Ratos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Não possuem ctenídeos. 
-Possuem fileira de cerdas no occipício, em 
forma de V. 
-Possuem mesonoto rachado. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA DAS 
PULGAS EM GERAL: 
- A presença de pulgas sobre o corpo do animal, 
pode causar uma reação cutânea pela ação da 
saliva desse inseto. 
- A Tunga pode propagar o tétano (Clostridium 
tetani). 
Figura 80. Cerda anterior ao olho e 
occipital de Pulex. 
Figura 79. Ctenídios de Ctenocephalides. 
Pronotal 
Genal 
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Siphonaptera - Pulgas 
-Algumas pulgas são hospedeiras intermediárias 
de cestódeos (Dipylidium – Ctenocephalides). 
-A morte de ratos dissemina pulgas (Xenopsylla) 
contaminadas com o bacilo Yersinia pestis, que 
transmite a peste bubônica. Quando os roedores 
adoecem da peste e morrem, as pulgas 
abandonam o cadáver e vão alimentar-se em 
outro animal ou no homem. A bactéria fica no 
proventrículo do estômago da pulga, onde se 
reproduzem ocasionando obstrução parcial ou 
total do tubo digestivo. As pulgas nessa 
condição não conseguem se alimentar direito e 
ficam num estado de fome permanente, 
impelindo-as a atacar os animais vorazmente. O 
proventrículo parcialmente bloqueado faz com 
que haja refluxo de sangue contido no 
estômago, então quando a pulga se alimenta 
regurgita para o interior do corpo do animal 
sangue infectado com bacilos. 
*Pulga semibloqueada - é a mais importante 
porque a pulga consegue ingerir
algum nutriente 
e por isso ela sobrevive mais tempo, porém está 
sempre com fome, picando vários hospedeiros e 
transmitindo a bactéria. Com o passar do tempo 
passa a bloqueada, que morre logo. 
Figura 81. Cerdas em “V” de Xenopsylla 
sp. 
Mesonoto 
 rachado 
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Siphonaptera - Pulgas 
 
Principais Pulgas de Importância Médica Veterinária
Pulex - 
Cerdas na cabeça
Xenopsylla- 
Cerdas em forma de V
Cabeça 
de Tunga
Ctenocephalides
Ctenocephalides
Tunga
Pulex
Xenopsylla
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ORDEM DIPTERA 
(Moscas, Mutucas e Mosquitos) 
 
CABEÇA: 
- Cabeça articulada bem distinta do tórax, com 1 
par de antenas, 1 par de olhos compostos, 1 a 3 
ocelos e aparelho bucal. 
 
APARELHO BUCAL: 
- Aparelho bucal picador (Ex. moscas 
hematófagas) ou lambedor (Ex. mosca 
doméstica). Apresenta um par de mandíbulas 
cortantes, um par de maxilas para triturar, um 
lábio, um labro e hipofaringe. As maxilas podem 
apresentar palpos maxilares (não confundir com 
antenas que estão entre os olhos). 
- As labelas nos lambedores são muito 
desenvolvidas e apresentam canalículos (tipo 
esponjinha) e nos sugadores são pouco 
desenvolvidos e apresentam dentículos. A 
exceção é que na mutuca (sugador) as labelas 
são grandes e têm dentículos. 
 
TÓRAX: 
- Mesotórax mais desenvolvido que o pró e 
metatórax. 
 
ASAS: 
- Asas Mesotorácicas membranosas e 
transparentes, com número moderado de 
nervuras longitudinais e poucas transversais. 
- O par de asas é inserido no mesotórax. 
- No metatórax aparece o balancim ou halter 
(asas metatorácicas atrofiadas e transformadas 
em pequenas hastes, órgãos de equilíbrio) e 
também uma estrutura membranosa chamada 
calíptera ou alúla (situada no lado posterior da 
base da asa), as duas estruturas são auxiliares 
das asas, dando equilíbrio ao vôo. 
 
PATAS: 
- Pernas com cinco artículos tarsais. 
- Tarsos terminam em duas garras, embaixo das 
unhas há os púlvilos e o empódio. 
- Larvas sem apêndices locomotores. 
- Pupas livres, móveis ou imóveis envolvidas 
pelo pupário resultante do endurecimento da 
última pele larval. 
 
 ANTENAS: 
- As antenas possuem três segmentos: escapo, 
pedicelo e flagelo (esse pode ter de 1 a 16 
segmentos), pluriarticulado ou não. Essas 
características definem a subordem. 
 
- Subordem Nematocera – Mosquitos – Antenas 
filiformes com mais de seis artículos 
semelhantes no flagelo. Na subordem 
Nematocera as antenas têm cerdas. Fêmeas 
apresentam poucas cerdas e machos 
apresentam muitas cerdas. 
 
Figura 82. Cabeça de mosca. 
Antenas 
Olhos 
Aparelho bucal 
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- Subordem Brachycera Tabanomorpha – 
Tabanídeos ou mutucas – Antenas com três 
artículos sendo que o último é anelado. Sem 
arista. 
 
 
- Subordem Brachycera Cyclorrhapha – Moscas 
em geral – Antenas com três artículos, com 
arista. 
 
-No caso das moscas não se vê escapo nem 
pedicelo, mas sim o flagelo, que é pendurado e 
há uma cerda, um apêndice chamado arista. 
Essa pode ser simples ou nua, bipectinada, 
pectinada dorsalmente e pectinada 
ventralmente. 
 
OLHOS: 
-Os olhos compostos são grandes, ocupam 
quase toda a cabeça e são constituídos por 
células denominadas omatídeos. Na subordem 
Brachycera Cyclorrhapha, os olhos das fêmeas 
são dicópticos (olhos separados) e dos machos 
são holópticos (olhos juntos). 
-Ocelos entre os olhos compostos. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
A ordem díptera esta dividida em três 
subordens: 
- Nematocera – Mosquitos. 
- Brachycera Tabanomorpha – Tabanídeos ou 
mutucas. 
- Brachycera Cyclorrhapha – Moscas em 
geral. 
 
HABITAT: 
Forma adulta é terrestre, vivem em ambiente 
diferente daquele onde se desenvolveram as 
larvas. Encontram-se com freqüência em 
Figura 83. Fêmea de mosquito mostrando as 
antenas com poucas cerdas. 
Antenas 
Figura 84. Antena de tabanídeo. 
Antenas 
antenas 
Figura 85. Antena de brachycera 
l h h
89
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descampados, folhagens, florestas, alguns se 
adaptaram a regiões inóspitas como mangues, 
desertos, cerrados, cavernas. 
As larvas de dípteros desenvolvem-se em água 
corrente ou estagnada, matéria orgânica em 
decomposição , no interior de vegetais, ou como 
parasitas de animais. 
 
NUTRIÇÃO: 
Varia de acordo com a espécie. 
Pode ser: Flores, matéria orgânica em 
decomposição, seiva que escorre dos vegetais, 
suor, exsudatos de úlceras cutâneas, sangue 
de diversos animais, existem também muitas 
espécies predadoras que nutrem-se sugando os 
humores dos insetos que capturam. 
 
REPRODUÇÃO: 
 
Metamorfose completa – Holometábolos. Ovo - 
Larva - Pupa – Adultos. Durante o estágio 
larvário os insetos sofrem 3, 4 ou mais ecdises. 
 
As larvas são ápodes e podem ser de dois tipos: 
Eucéfalas – Com cabeça distinta e móvel, 
armada de mandíbulas e maxilas com dentes 
quitinosos. 
Acéfalas- Com cabeça reduzida e peças bucais 
rudimentares, transformadas em ganchos 
internos. 
 
Nas Subordens Brachycera Tabanomorpha e 
Nematocera as larvas são do tipo eucéfalo e o 
adulto que se forma no interior da pupa emerge 
através de uma fenda em forma de T situada no 
dorso da pupa. 
 
Na subordem Brachycera Cyclorrhapha as 
larvas são do tipo acéfalo e os adultos emergem 
da pupa através de uma fenda que circunda a 
parte anterior do pupário. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Os dípteros são os mais importantes grupos de 
insetos de importância Médica veterinária e 
humana, pois são responsáveis pela 
transmissão de inúmeros agentes patogênicos 
por meio da picada ou contaminando alimentos 
com germes patogênicos que carregam em suas 
pernas ou aparelho bucal. Há ainda dípteros 
cujas larvas se desenvolvem à custa de tecidos 
de vertebrados, causando as bicheiras ou 
miíases. 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DE NEMATOCERA 
 
 
FILO CLASSE ORDEM SUBORDEM FAMÍLIA SUBFAMILIA TRIBO GÊNERO 
 
 
Culicidae 
(Mosquitos) 
-Antenas nos machos é 
plumosa. 
-Probóscida bem 
desenvolvida 
 
 
Anophelinae 
Palpo fêmea=probóscida 
 
Culicinae 
Palpo fêmea<probóscida 
 
Anophelini 
 
Culicini 
 
Anopheles 
 
Culex 
Aedes 
 
Ceratopogonidae 
 
 Culicoides 
(pólvora) 
Simulidae 
 
 Simulium 
(borrachudo) 
 
Arthropoda 
-Tubo digestivo 
completo. 
-Patas 
articuladas 
-Celoma repleto 
de hemolinfa. 
 
Insecta 
-Díceros 
-3 pares de 
patas. 
-Corpo dividido 
em cabeça, 
tórax e 
abdômen 
 
Díptera 
-Um par de 
asas 
-Holometábolos 
-Aparelho bucal 
picador-
sugador ou 
lambedor 
 
Nematocera 
-Um par de 
antenas longas e 
articuladas 
-Fêmeas parasitas 
-Olhos compostos 
-Adulto emerge da 
pupa através de 
fenda dorsal em T 
Psychodidae 
 
 Phlebotomus 
Lutzomyia 
(Palha) 
 
 
 
 
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ORDEM DIPTERA 
SUBORDEM NEMATOCERA 
FAMÍLIA CULICIDAE 
CARACTERÍSTICAS: 
- Sem ocelos. 
- Antenas com 15-16 segmentos. 
- Pernas longas. 
- Conhecido como mosquito. 
- Fêmeas hematófagas sugam sangue à noite. 
- Machos alimentam-se de sucos vegetais. 
- Fêmeas colocam seus ovos em locais úmidos 
(plantas flutuantes) ou água. 
 
SUBFAMÍLIA ANOPHELINAE 
CARACTERÍSTICAS: 
- Adultos com escamas abundantes. 
- Probóscida bem desenvolvida. 
- Palpos retos. 
- Olhos grandes. 
- Antenas nos machos plumosas. 
 
TRIBO ANOPHELINI 
GÊNERO Anopheles 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Primeiro tergito abdominal sem escamas. 
- Coxa posterior mais curta que a largura do 
mesoepímero. 
- Palpos da Fêmea de comprimento igual ao da 
probóscida. 
- Escuama com franja completa. 
- Ovos providos de flutuadores e postos 
isoladamente. 
- Larvas sem sifão respiratório. 
- Larvas horizontais na superfície d’água 
- Pupas com trompa respiratória de forma 
cônica curta e de abertura larga. 
- Fêmeas com palpos delgados e do mesmo 
comprimento da probóscida. 
- Machos com últimos segmentos do palpo 
dilatados e pilosos, dando aspecto de clava. 
 
BIOLOGIA DE ANOPHELES 
- Criadouros são lagoas, rios e represas. 
- Veiculador da malária (esporozoítas do 
Plasmodium vivax na glândula salivar) 
- Hábito crepuscular e noturno. 
- Quando em repouso esses mosquitos formam 
um ângulo quase reto ao substrato. 
 
SUBFAMÍLIA CULICINAE 
TRIBO CULICINI 
PARTE VI 
 Mosquitos 
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Figura 86. Fêmea de Anopheles 
Palpos 
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GÊNEROS: Aedes, Culex. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Lobo pronotal menor que o meron. 
- Escuamas com franjas, via de regra, completa 
com ou sem espiraculares . 
- Ovos desprovidos de flutuadores e postos em 
jangada. 
- Larvas com sifão respiratório. 
- Dispõem-se perpendicularmente ou 
obliquamente na superfície líquida 
permanecendo com o corpo mergulhado. 
- Pupa com trompa respiratória de forma 
tubulosa, mais ou menos cilíndrica alongada e 
de abertura estreita. 
- Fêmeas com palpos curtos de comprimento 
menor que a tromba 
- Machos com palpos longos, mas os últimos 
segmentos não são dilatados, e são maiores 
que a tromba. 
- Quando em repouso esses mosquitos ficam 
com o corpo paralelo a superfície. 
 
GÊNERO Aedes: 
Espécie Aedes aegipty 
CARACTERÍSTICAS: 
- Postura preferencialmente (vizinhança da 
água ou na sua superfície) em águas limpas 
existentes em barris, potes de barro, vasos, 
cacos de garrafa. 
- Depositam os ovos separadamente em vários 
lotes, postos em intervalos de um ou mais dias. 
- Ovos resistem a dessecação por vários 
meses. 
- Hábito diurno gostam de temperatura elevada 
e picam raramente quando a temperatura fica 
abaixo de 23 graus. 
- O ciclo dura 11 a 18 dias em temperatura de 
26 graus centígrados. 
- Longevidade: Em laboratório uma fêmea viveu 
até 154 dias. 
- A fêmea após ter feito a postura de seus ovos 
morre rapidamente. Em condições normais uma 
fêmea pode fazer 12 ou mais repastos 
sangüíneos em um mês o que é de grande 
importância na transmissão da febre amarela. 
- A cópula se processa 12 a 24 horas após o 
nascimento do imago e estimula o desejo de 
sugar sangue. As fêmeas virgens dificilmente 
sugam sangue. As fêmeas após sugarem 
sangue fazem a postura dos ovos em poucos 
dias; se forem alimentadas com líquidos 
açucarados, não há postura. 
Palpos 
Figura 87. Macho e fêmea de Culicinae. 
Figura 88. Fêmea de Aedes 
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- Cada fêmea pode pôr de 70 a 150 ovos. 
- Esse mosquito é doméstico e nas horas de 
repouso (noite) se esconde atrás ou debaixo de 
móveis. 
- As larvas se alimentam de bactérias contidas 
na água e possuem sifão respiratório com um 
tufo de cerdas. 
- Transmite a febre amarela e a dengue. 
 
GÊNERO Culex 
CARACTERÍSTICAS: 
- Doméstico de hábito noturno. 
- Fêmeas depositam seus ovos em água 
estagnada pura ou impura nas imediações dos 
domicílios. 
- Os ovos, postos verticalmente são aglutinados 
Figura 91. Fêmea de Culex. 
Palpos 
Figura 89. Tórax de Aedes aegipty 
Figura 90. Sifão respiratório de larva de 
Aedes sp..
Figura 92. Larva de Culex sp. 
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formando uma jangada. 
- As fêmeas são antropófilas. 
- É encontrado principalmente nos dormitórios, 
sobre o teto, móveis e roupas. 
- Após a desova a fêmea morre ou sobrevive 
poucos dias. 
- -Larvas possuem sifão respiratório com vários 
tufo de cerdas. 
- Ciclo dura em média 10 a 11 dias. 
- Transmite Wuchereria bancrofti (filária, 
Elefantíase). 
 
BIOLOGIA DA FAMÍLIA CULICIDAE 
ALIMENTAÇÃO: 
Quando adultos as fêmeas alimentam-se em 
geral de sangue pois tem necessidade para que 
se processe a maturação dos ovos mas não
para sua subsistência pois em laboratório 
sobrevivem apenas com água e açúcar., os 
machos alimentam-se de sucos de frutas e 
néctar de flores. 
 
CÓPULA: 
Nos mosquitos de hábitos crepusculares 
(anofelinos) a cópula se dá momentos antes de 
se dirigirem para as casa. Há mesmo a 
chamada “dança nupcial” em que os mosquitos 
ficam voando em largos círculos, aí se 
efetuando a cópula. Os machos e fêmeas saem 
dos criadouros e em geral copulam no ar e essa 
cópula ocorre de duas maneiras: No Aedes 
aegypti, o macho fica sob a fêmea fixando-a por 
meio de duas pinças laterais, o ato dura 4 a 5 
segundos; no Anopheles, macho e fêmea se 
prendem pela extremidade posterior, ficando em 
linha. 
Um macho pode copular várias fêmeas e uma 
fêmea pode ser copulada por vários machos. 
 
POSTURA E OVOS: 
Uma vez alimentada, a fêmea quando está com 
seus ovos amadurecidos precisa fazer a 
postura, e o lugar da postura varia de espécie 
para espécie. 
 
Anopheles: 
Gostam de fazer a postura em grandes coleções 
de água parada, água com leve correnteza ou 
em água coletada de bromélias. Os ovos de 
Anopheles não resistem a dessecação, não 
agüentam três dias em lugar seco. 
Os ovos de anofelinos são postos isoladamente 
na superfície da água, sendo que possuem 
flutuadores laterais. 
 
Aedes: 
Colocam seus ovos à beira das águas de 
pequenas coleções de vasos, latas, etc. 
Evaporando-se a água os ovos aderem as 
paredes do vaso e resistem ali por vários 
meses, quando cai a chuva há a eclosão das 
larvas. Isso explica a disseminação desses 
mosquitos para todos os lugares. Os ovos de 
Aedes são postos isoladamente, mas não 
possuem flutuadores.. 
 
Culex: 
Os ovos de Culex são colocados sempre em 
posição vertical formando jangadas capazes de 
flutuar. 
 
LARVAS: 
As larvas são encontradas na água, ainda que 
possam sobreviver algum tempo em ambiente 
úmido. 
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O período larvário representa a fase de 
crescimento do inseto, durante a qual a larva 
expulsa quatro vezes a pele; são as mudas ou 
ecdises. As larvas se alimentam de 
microorganismos. 
As larvas são vermiformes e desprovidas de 
patas e asas. 
O corpo da larva é constituído de cabeça, tórax 
e abdômen. A respiração é feita por um sifão 
respiratório na extremidade final do abdômen. 
Anopheles não possui sifão respiratório. 
 
PUPAS: 
Após a quarta muda larvária emerge a pupa, 
com a forma de uma vírgula. É móvel, porém 
não se alimenta O corpo das pupas de 
mosquitos é constituído de duas partes: 
cefalotórax e abdômen. 
As pupas da família culicidae também se 
localizam na água. Após a saída do mosquito 
adulto ele fica em cima da pele da pupa que 
acabou de deixar para que ocorra a quitinização 
(quitina em contato com o ar endurece). 
 
FAMÍLIA CERATOPOGONIDAE 
Sinonímia: Mosquito pólvora, maruins. 
 
GÊNERO Culicoides. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Bem pequeno, até 4 mm. 
- Peças bucais curtas, pungitivas e sugadoras 
nas fêmeas. 
- Asas hialinas com manchas claras e escuras 
recobertas de curta pilosidade. 
-Antenas longas com 14 segmentos com 
formato de contas de rosário, plumosas nos 
machos. Os primeiros segmentos antenais 
parecem bolas. 
 
Figura 95. Pupa de Nematocera. 
Figura 94. Larva de Culicinae. 
Sifão respiratório 
Figura 93. Larva de Anophelinae 
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BIOLOGIA 
Ovos: Os ovos são alongados e levemente 
encurvados; o período de incubação é de 2 a 7 
dias dependendo das condições do ambiente. 
 
Larvas: As larvas apresentam 12 segmentos 
abdominais; desenvolvem-se em meio aquático 
ou semi-aquático, isto é em terrenos lodosos ou 
de muita umidade, tanto pode ser de água doce 
como salgada; habitat ideal é o mangue. As 
larvas nadam com agilidade em busca de 
microorganismos para se nutrirem. 
 
Adultos: São encontrados em mangues, zonas 
de marés, voam pouco, não se afastam muito do 
lugar onde habitam. Machos e fêmeas reúnem-
se em grandes enxames onde ficam voando em 
turbilhão para a cópula. As fêmeas fixam-se ao 
corpo de outros insetos e sugam-lhes a 
hemolinfa. Se o macho após a cópula não fugir, 
a fêmea nutre-se dele. As fêmeas são 
hematófagas e atacam vorazmente o homem. 
Podem matar se atacarem em bandos. Tem 
hábito crepuscular, mas podem sugar à noite ou 
até de dia. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CULICOIDES: 
- Vive nos mangues e terrenos pantanosos, pois 
se desenvolvem em certo grau de salinidade. 
- Ovos postos em água doce ou salgada. 
- As fêmeas fazem a postura em pedras, 
pedaços de pau. 
- Seis estágios larvais, só fêmeas são 
hematófagas. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: 
A picada é semelhante a um fósforo aceso no 
braço, a picada faz formações bolhosas na pele 
que não raro se complicam com infecção 
secundária pelo ato de coçar. Causa dermatite 
em eqüinos, com perda de pele. 
A picada produz lesões eczematosas 
urticarianas. 
Transmite filarias e vírus da língua azul para 
bovinos e ovinos. 
 
FAMÍLIA PSYCHODIDAE 
 
SUBFAMÍLIA PSYCODINAE: Psychoda - 
mosca dos banheiros. Sem importância em 
medicina veterinária. 
 
SUBFAMÍLIA PHLEBOTOMINAE: 
 
PRINCIPAIS GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA 
MÉDICA VETERINÁRIA: 
- Gênero Phlebotomus (Encontrado na 
Europa) 
- Gênero Lutzomyia (Encontrado nas 
Américas) – mosquito palha. 
 
GÊNERO Lutzomyia Figura 96. Cabeça de Culicoides. 
Antenas 
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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Olhos compostos ocupando grande parte da 
cabeça. 
- Ocelos ausentes. 
- Antenas tão longas quanto o comprimento da 
cabeça e tórax com densa pilosidade. 
- Dípteros muito pequenos, 4mm no máximo. 
- Palpos maiores que a probóscida com 3 a 5 
artículos. 
- Asa com formato lanceolar e com nervuras 
longitudinais e paralelas. 
- Cerdas longas pelo corpo. 
- Abdômen com 10 segmentos; do oitavo em 
diante os segmentos se modificam e formam as 
peças do aparelho genital. 
 
BIOLOGIA 
Ovos: Os ovos dos psicodídeos são alongados, 
pardo-escuros, depositados em ambientes 
aquáticos ou semi-aquáticos, isoladamente ou 
em grupos. 
 
Larvas: Quatro estádios larvais. As larvas são 
vermiformes, ápodas, com a cabeça não retrátil 
e com duas manchas escuras no lugar dos 
olhos. O desenvolvimento larval ocorre na água, 
em matéria vegetal em decomposição, nos 
buracos de árvores cheios de folhas 
apodrecidas e em excrementos. O 
desenvolvimento
larval se dá em 30 dias e 
depois de quatro mudas de pele passam a pupa. 
As larvas nunca se criam em ambiente 
inteiramente aquático, mas em lugares de muita 
umidade, onde a luz raramente incide, com 
abundante matéria orgânica que lhes sirva de 
nutrição; nas florestas as larvas se criam 
embaixo da camada de folhas mortas que 
reveste o solo, nas frestas das rochas, nas tocas 
que servem de abrigo a animais silvestres. 
 
Pupas: As pupas mostram cabeça distinta, 
pernas e asas unidas ao corpo. 
A fase de pupa transcorre entre 10 e 15 dias. 
 
Adultos: Os adultos na conformação geral do 
corpo parecem um pequeno mosquito. O 
aparelho bucal das fêmeas é adaptado para 
sugar sangue, elemento essencial para 
maturação dos ovos. Os machos nutrem-se de 
sucos vegetais. 
A grande maioria dos psicodídeos habitam as 
florestas, em lugares sombrios próximos à 
pequenas porções de água. 
Algumas espécies aparecem, eventualmente no 
interior de habitações humanas ou dos abrigos 
dos animais domésticos, escondendo-se em 
cantos escuros durante o dia e saindo à noite 
em busca de alimento. Algumas espécies 
podem sugar sangue de dia. Habitações 
próximas a matas estão sujeitas a receber a 
visita desses mosquitos. São atraídos pela luz 
das lâmpadas. 
Figura 97. Adulto de Lutzomyia sp. 
Asa em 
forma de 
lança 
98
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Nematocera - Mosquitos 
Os mosquitos flebotomíneos têm pouca 
capacidade de vôo. Não procuram alimento a 
mais de 200 metros de distância. 
 
Longevidade dos adultos: 27 dias. 
 
ASTENOBIOSE OU DIAPAUSA: 
Normalmente a duração do período larval 
depende da temperatura e umidade; em baixa 
temperatura esse período pode prolongar-se em 
virtude de uma fase de hibernação que a larva 
sofre depois da terceira muda. 
Em certas espécies, porém, independente 
destas condições, sem que se verifique 
diminuição da temperatura e alteração do teor 
de umidade, a larva hiberna e sua evolução se 
interrompe. Assim em uma postura podemos ter 
ovos que evoluem até fase adulta e outros que 
ficam em hipobiose por meses. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: 
Os flebotomíneos são hospedeiros de agentes 
causadores de doenças que afetam o homem e 
animais domésticos. 
São transmissores da Leishmania, causadora da 
Leishmaniose Visceral e/ou cutânea. 
Transmitem também muitos vírus entre os quais 
o responsável pela febre dos três dias (febre 
papatasi) muito conhecida na Europa. Podem 
veicular ainda o vírus da estomatite vesicular, 
doença séria em bovinos, cavalos e suínos. 
 
FAMÍLIA SIMULIDAE 
Mosquitos conhecidos como borrachudo ou 
pium 
 
GÊNERO Simulium 
 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- O adulto apresenta asa com nervuras em 
apenas uma parte dela, a antena parece um 
chifre e possui os segmentos do flagelo 
achatados. 
- Dípteros pequenos (1,5 a 4 mm. de 
comprimento), robustos, lembram uma pequena 
mosca. 
- Seu corpo é revestido de fina e curta 
pilosidade aveludada, escura nas fêmeas e 
colorida nos macho. 
- Olhos compostos, separados nas fêmeas e 
juntos nos machos. 
- Tórax giboso. 
- Pernas curtas e fortes. 
- Antenas com 11 segmentos, sem cerdas e 
curtas (parece um chifre). 
 
BIOLOGIA 
Os machos vivem sugando flores, ao contrário 
das fêmeas que são sugadoras de sangue de 
vertebrados, tendo para isso uma probóscida 
pungitiva. 
Figura 98. Aparelho bucal de Simulium 
sp
Antenas 
Aparelho bucal 
99
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A desova dos simulídeos se dá na água de rios 
e riachos com bastante correnteza, depositada 
sobre a vegetação marginal ou sobre rochas 
pouco submersas; geralmente a postura efetua-
se quando a fêmea voa rente a superfície da 
água ou pousa sobre ela. Cada fêmea pode 
depositar até 500 ovos, junto aos quais é 
eliminada uma substância gelatinosa que 
mantém os ovos aglomerados. Depois de 5 a 7 
dias de incubação surgem as larvas. 
Larvas e pupas ficam abaixo do nível das águas 
e as larvas apresentam ventosa posterior (para 
fixação), escova oral (para captar nutrientes 
rapidamente), pseudópodes (por isso é 
chamada de semifixa) e glândulas salivares que 
produzem um fio pegajoso do qual são tecidas 
as pupas. As pupas são em forma de cone com 
filamentos traqueais (para absorção de O2). 
Ciclo se completa em quatro a oito semanas em 
condições ideais de temperatura e umidade. 
 
Longevidade dos adultos: 2 a 3 semanas. 
 
Larvas: Possuem o corpo liso, cabeça bem 
diferenciada, parte posterior do corpo é dilatada 
e tem uma estrutura que serve para sua fixação. 
A larva fica vertical ao solo fixada ao substrato. 
Ela nutre-se de microorganismos encontrados 
na água. A apreensão dos microorganismos é 
feita por penachos situados um em cada lado da 
cabeça. Após seis mudas elas tecem um casulo 
cônico (com a secreção das glândulas salivares) 
fixo na base e aberto em cima e passam a pupa. 
 
Pupas: Apresentam em cada lado do tórax 
brânquias respiratórias constituídas de 
expansões filamentosas. Depois de completo o 
desenvolvimento da pupa, o pupário enche-se 
de ar, formando uma bolha, à medida que a 
bolha aumenta, o borrachudo adulto vai 
insinuando-se para o seu interior, a bolha se 
desprende do pupário e sobe a tona d’água, se 
desfaz, e põem em liberdade o borrachudo. 
 
Adultos: Os machos costumam reunir-se em 
grandes enxames, geralmente ao entardecer 
para aguardar que alguma fêmea entre na 
dança; quando isso acontece, logo um casal se 
afasta para a cópula. 
Habitam áreas de cachoeiras e rios, pois só se 
desenvolvem em águas correntes. 
Hábitos diurnos (crepuscular), atacam em 
bandos. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: 
A picada, no início é imperceptível, quando 
sentimos, a fêmea já está no final do repasto 
sangüíneo. No local da picada surge um 
pequeno ponto hemorrágico e uma leve 
sensação de dor que se transforma em prurido. 
Transmitem doenças de filarídeos (elefantíase, 
onchocercose). Transmite também o 
Leucocytozoon para aves. 
Figura 99. Adulto de Simulium sp. 
(borrachudo). 
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Nematocera - Mosquitos 
A mais importante parasitose transmitida por 
esse mosquito é a Onchocerca volvulus que 
pode ocasionar cegueira. Os adultos dessa 
filária formam nódulos subcutâneos em várias 
partes do corpo humano; nesses nódulos a 
filária se reproduz originando as microfilárias 
que migram para a periferia do corpo onde o 
mosquito as ingere ao sugar sangue. Quando o 
mosquito vai sugar outra pessoa
inocula as 
microfilárias que migram pelo corpo e muitas 
vezes se instalam no globo ocular causando 
cegueira. 
 
CONTROLE: 
Povoar lagos com peixes que se alimentam 
deles e controle biológico por Bacillus 
thuringiensis. Evitar a poluição dos rios que 
termina como os peixes. 
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Brachycera Tabanomorpha 
Mutucas 
SUBORDEM BRACHYCERA TABANOMORPHA 
FAMÍLIA TABANIDAE 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
- Tamanho de 0,6 a 3 cm. 
- Chamados vulgarmente de mutucas ou 
moscas do cavalo. 
- Dípteros robustos. 
- Aparelho bucal lambedor e sugador (curto e 
grosso). 
- O mecanismo principal para achar os 
hospedeiros é a visão e assim os olhos grandes 
servem bem esta função. 
- O CO2 também atua como uma fonte de odor 
para atrair algumas espécies. 
- Os olhos são coloridos e usados para atrair o 
sexo oposto. A coloração de olho varia entre 
espécie sendo unicoloridos ou horizontalmente 
coloridos em Tabanus, manchados em 
Chrysops, e com faixas em zigue-zague em 
Haematopota. 
- Antenas com três segmentos e o flagelo 
apresenta anelações que são projetadas para 
frente. 
- No momento há mais de 3,000 espécies 
conhecidas de Tabanídeos. 
- Os três gêneros principais de importância são: 
o Chrysops, Tabanus, e Haematopota. 
- Cabeça semi-esférica ou semilunar. 
- Mesonoto desenvolvido (meio do tórax). 
- Olhos holópticos nos machos e dicópticos nas 
fêmeas (separados). Presença ou não de ocelos 
afuncionais. 
- Asa com terceira nervura longitudinal bifurcada 
(R4 +5). Com espinhos na nervura costal da 
asa. 
- Occipício com uma cavidade. 
- Machos desprovidos de mandíbulas e não 
hematófagos. 
- Mandíbulas nas fêmeas para cortar a pele. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
É completo, holometabólico. Ovo- larva- pupa e 
imago (adultos). Em climas quentes o ciclo dura 
em torno de quatro meses. 
Após o repasto, as fêmeas põem lotes de 
centenas de ovos. 
 
Ovos: 
Os ovos dos tabanídeos são alongados com um 
a dois milímetros de comprimento. A oviposição 
ocorre tanto em ambiente aquático como úmido 
(pântanos, troncos podres). 
Os ovos não são postos diretamente na água, 
mas em vegetação pendente, pedras e 
escombros (sobre plantas aquáticas, sobre o 
musgo que recobre as pedras marginais dos 
rios, córregos e lagoas, em troncos de árvores 
cheios de detritos vegetais). Os ovos são de cor 
branca cremosa a cinzentos, são postos em 
PARTE VII 
 Mutucas 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 100. Asa de Tabanidae. 
Bifurcação na 
ponta da asa 
102
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Mutucas 
grandes massas que variam de 200-1000 ovos e 
a oviposição varia com gênero do díptero. 
O número de ovos e período de incubação é 
variável (Período de incubação = 10 dias a oito 
meses). 
A eclosão das larvas acontece quatro dias 
depois dos ovos serem postos, embora este 
tempo dependa da temperatura ambiente. 
 
Larvas: 
As larvas ao eclodirem dos ovos, caem na água 
e completam o seu desenvolvimento no lodo do 
fundo d’água (se enterram); são carnívoras 
(Tabanus) alimentando-se de pequenos animais 
ou de larvas de outros insetos, não encontrando 
alimentação suficiente tornam-se canibais. As 
larvas carnívoras (aparelho bucal mastigador) 
na falta de alimento podem atacar animais e 
humanos. Passam por 8 estágios larvares, 
sendo que o desenvolvimento é bem variável, 
em função da espécie, clima e quantidade de 
alimento. 
O local de desenvolvimento para a larva 
depende do gênero e pode ser dividido em 
habitats distintos. 
A divisão é principalmente baseada no conteúdo 
de água do substrato no qual a larva 
desenvolve. 
São achadas larvas de Chrysops em substrato 
com maior conteúdo de água e são assim 
hidrobiontes. 
As larvas de Tabanus são encontradas em 
substratos um pouco mais secos e têm uma 
distribuição mais ampla. Estas larvas são 
chamadas semi-hidrobiontes, 
A fase larval leva freqüentemente vários meses. 
A duração de desenvolvimento varia de dez a 
onze semanas às temperaturas mais altas, para 
42 semanas às mais baixas temperaturas. 
O primeiro instar larval eclode, passa para o 
segundo instar larval que é positivamente 
fototático fazendo com que se mova pela 
superfície do substrato. Este segundo instar não 
se alimenta e em três a seis dias a terceira fase 
de instar é alcançada. O terceiro instar é 
negativamente fototático e escava abaixo do 
substrato. O alimento da larva de Chrysops é 
material orgânico encontrado no substrato, a 
larva de Tabanus é carnívora equipada com 
mandíbulas. As larvas alimentam-se de outras 
larvas de inseto, crustáceos, caracóis e 
nematódeos, sendo também, canibais. A 
conseqüência disto é que estas larvas são 
achadas com baixa densidade populacional no 
substrato. Isto contrasta com as densidades 
larvais de Chrysops no substrato que pode ser 
muito densa. 
 
Pupa 
O período pupal é curto, de alguns dias ou 
semanas. As pupas são parecidas com a 
crisálida (pupário) das borboletas. A pupação se 
dá no mesmo lugar das larvas, porém procuram 
locais menos encharcados. 
Quando passam a pupas, elas migram até 
próximo a superfície do lodo. Figura 101. Aparelho bucal de Tabanidae. 
Aparelho bucal 
Antenas 
103
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Mutucas 
A fase de pupa desenvolve-se em uma a três 
semanas 
 
Nutrição: 
Os machos nutrem-se de néctar de flores. As 
fêmeas também sobrevivem com néctar, porém 
precisam de sangue para a maturação dos ovos. 
As fêmeas localizam sua presa pela visão e 
suas picadas são profundas e dolorosas. As 
fêmeas muitas vezes não conseguem terminar o 
repasto sangüíneo já que o animal ou pessoa se 
sente bastante incomodado e a retira do local 
onde estava sugando. As maxilas e mandíbulas 
são usadas para cortar o couro ou esfolar com 
uma ação do tipo tesoura. O corte resultante é 
fundo e doloroso e flui sangue. O labro ingere o 
sangue exposto. Devido à natureza cortante da 
picada o díptero está freqüentemente sendo 
espantado e ainda querendo alimentar-se. 
Quando espantado o tabanídeo voa a uma 
distância pequena e então retorna. 
A próxima prioridade para o tabanidae 
recentemente emergido é acasalar. Isto 
acontece durante as primeiras horas da manhã. 
Machos e fêmeas entram junto em enxames e 
a copula é iniciada no ar, o ato é terminado no 
solo e leva aproximadamente cinco minutos. O 
reconhecimento
de fêmeas por machos é feito 
através da visão embora não é no momento 
conhecido se um ferormônio de agregação 
causa os enxames matutinos de machos 
 
Habitat: 
São silvestres e raramente encontrados nos 
domicílios. São de hábito diurno e sua picada é 
bastante dolorida. Surgem nos meses quentes. 
 
SUBFAMÍLIA PANGONINAE 
CARACTERÍSTICAS 
- Presença de ocelos funcionais. 
- Com esporão tibial na pata III. 
- Terceiro artículo das antenas formado de anéis 
justapostos sempre em número superior a cinco. 
- Probóscida alongada. 
- Asa manchada e tamanho pequeno (tribo 
Chrysopsini); 
- Olhos pilosos e probóscida longa (tribo 
Scionini). 
 
1-TRIBO CHRYSOPSINI 
GÊNERO Chrysops 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Raramente maiores que 10 mm 
- Suas asas apresentam faixa transversal preta 
mediana 
- Terceiro artículo antenal com o primeiro anel 
tão longo quanto os quatro seguintes reunidos. 
 
2-TRIBO SCIONINI 
GÊNERO Fidena - Nunca maiores que 15 mm, 
corpo coberto por curta pilosidade, superfície 
dos olhos recoberta de fina pubescência, 
probóscida estiletiforme, longas, sempre maior 
que a altura da cabeça. 
 
Figura 102. Mutuca do gênero Chrysops sp. 
104
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Mutucas 
SUBFAMÍLIA TABANINAE 
 
1-TRIBO TABANINI 
Basicostas densamente revestidas de setas e 
labelas densamente pilosas. 
 
GÊNERO Tabanus 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Basicosta (projeção próxima à base da nervura 
costal) com cerdas (tribo TABANINI) ou sem 
cerdas (tribo DIACHLORINI). 
- Sem esporão tibial na pata III. 
- Ausência de ocelos funcionais. 
- Probóscida raramente mais longa que altura da 
cabeça. Geralmente curta e robusta. 
 
2-TRIBO DIACHLORINI 
-Basicostas de um modo geral sem setas. 
-Labelas esclerosadas. 
-Presença de vestígios de ocelos. 
 
GÊNEROS: Diachlorus, Chlototabanus, etc. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS FÊMEAS QUE SÃO 
BOAS TRANSMISSORAS DE PATÓGENOS: 
 
1. Anatogenia - sem repasto sangüíneo não há 
maturação nos ovários (hematofagia 
fundamental). 
 
2. Telmofagia - rasga a pele até atingir o vaso 
sangüíneo com extravasamento de sangue . 
Infecta-se tanto por um agente presente no 
sangue como na pele. 
 
3. Agressividade - ataca qualquer um, sem 
especificidade nem hospedeiro. 
 
4. Alimentação interrompida - leva eventuais 
patógenos para outros hospedeiros, 
transmitindo a doença do primeiro. 
 
5. Grande repasto – aumenta o nível de 
transmissão. 
 
6. Grande capacidade de vôo - procura vários 
hospedeiros para satisfazer a sua alimentação 
Pode voar até 20 km. 
 
7. Picada dolorosa 
 
PRINCIPAL FORMA DE TRANSMISSÃO DOS 
AGENTES PATÓGENOS: 
Figura 103. Cabeça de Tabanus sp. 
Figura 104. Mutuca do gênero Tabanus sp. 
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Mutucas 
 
1. Mecânica (vetor mecânico) - aquele 
hospedeiro que leva ativamente o patógeno e 
inocula num outro, porém nesse tempo não há 
desenvolvimento do patógeno no inseto. 
 
PATOGENIA DOS TABANÍDEOS 
- Transmissão de anemia infecciosa eqüina e 
peste suína. 
- Transmissão de bacterioses. 
- Transmissão de protozoários como o 
Trypanosoma evansi para eqüinos, suínos e 
cães. 
- Efeito da picada (dor). 
 
CONTROLE: 
1)Deve-se eliminar o habitat de criação de 
larvas (como terrenos mal drenados), pois os 
adultos permanecem em regiões próximas ao 
desenvolvimento das larvas. 
 
2) O controle químico deve ser feito utilizando 
inseticida de contato com efeito residual nos 
estábulos e nos animais. 
 
3) Fitas escuras adesivas colocadas nos 
estábulos funcionam como armadilhas para 
capturar esses insetos. 
 
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Moscas 
SUBORDEM BRACHYCERA MUSCOMORPHA 
I. DIVISÃO ASCHYSA 
FAMÍLIA SYRPHIDAE 
CARACTERÍSTICAS: 
- Não têm sutura ptilineal (mancha entre os 
olhos, cicatriz de uma membrana que se rompe 
na hora de sair do pupário). 
- Sem importância na Medicina Veterinária. 
 
II. DIVISÃO SCHYZOPHORA 
- Com fissura ptilineal ou frontal 
 
1. SEÇÃO ACALIPTRATAE 
CARACTERÍSTICAS 
- Ausência de calíptera (estrutura que auxilia no 
vôo). 
- Sem importância em Medicina veterinária. 
- Ex: Drosophila. 
 
2. SEÇÃO CALIPTRATAE 
CARACTERÍSTICAS 
- Presença de calíptera 
- Com ou sem cerdas na hipopleura (região 
entre a pata II e a pata III). 
 
2.1 SEM CERDAS NA HIPOPLEURA 
2.1.1 COM APARELHO BUCAL FUNCIONAL 
 
FAMÍLIA MUSCIDAE 
- Quatro faixas negras no mesonoto. 
- Apresentam uma célula distal na asa. 
- Três estágios larvares, sendo que a larva é 
vermiforme e esbranquiçada. Na sua 
extremidade anterior possui ganchos (para 
capturar alimentos) e na posterior possui 
estigmas respiratórios com 1, 2 ou 3 aberturas, 
de acordo com a fase larval (L1, L2, L3). 
 
A) SUBFAMÍLIA MUSCINAE 
- Aparelho bucal lambedor. 
PARTE VIII 
 Moscas 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 106. Calíptera da asa de 
muscídeo.
Escutelo 
Calíptera 
Figura 105. Fissura ptilineal. 
Fissura 
107
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Moscas 
 
GÊNERO Musca 
ESPÉCIE Musca doméstica 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS: 
- Tamanho: ± 9 mm. 
- Tórax é cinza com quatro listras longitudinais 
escuras e largas no dorso. 
- O abdômen possui os lados de cor amarelada 
na metade basal. A porção posterior é marrom 
escura e possui uma faixa longitudinal escura no 
meio do dorso. 
- Aparelho bucal com palpos maxilares médios, 
labela com pseudotraquéias (liquefaz o alimento 
sólido). 
- Antena com arista plumosa (cerdas dos dois 
lados). 
- Estigmas da larva têm abertura fora do centro. 
 
BIOLOGIA: 
- A Musca é atraída por comida humana, mas 
também é encontrada em excrementos e 
qualquer espécie de sujeira. Patógenos podem 
ser regurgitados na comida via gota de vômito. 
- Sob condições favoráveis as fêmeas tornam-se 
receptivas para cópula aproximadamente 36 
horas após a emergência da pupa. 
- Durante o processo de cópula as asas dos 
machos promíscuos rapidamente se desgastam 
pela ação vigorosa das fêmeas resistindo ao 
galanteio.
- A postura é feita quatro dias após a cópula e 
são depositados 75 a 150 ovos por vez. A 
incubação é em média de 24 h, sendo que em 
temperatura de 25 a 35oC o período de 
incubação é de 8 a 12 h e em 23 a 26oc - 3 a 4 
dias. A postura é feita em fezes e material 
orgânico em decomposição, levando em torno 
de uma a três semanas para passar de L1 a L3 
dependendo do substrato e temperatura 
ambiente. 
- O período pupal é de 14 a 28 dias, mas no 
verão leva quatro a cinco dias. 
- A temperatura é fator limitante para a mosca, 
pois o tempo de vida dos adultos varia de 30 
dias no verão e mais do que isso no inverno. A 
30oC o tempo de ovo a adulto é de 10 dias e a 
16oC é de 46 dias. Além disso, só 10% dos ovos 
chegam a adulto, também devido à temperatura. 
- A umidade também é limitante, pois as larvas 
devem penetrar logo nas fezes se não morrem 
pela ação dos raios solares. 
- Número de ovos por fêmea: 350 - 900. 
Figura 108. Peritrema de Musca 
sp. 
Figura 107. Adulto de Musca domestica. 
108
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Moscas 
- Ciclo médio de vida (ovo à adulto em dias): 10 
dias em temperatura excelente. 
 
SUBSTRATOS: Alimentos açucarados, carne, 
excrementos, matéria orgânica em 
decomposição ou meios em fermentação. 
 
HABITAT: Lixo, estações de tratamento de 
efluentes, jardins que recebem adubação 
orgânica, resíduos de matérias primas 
açucaradas, meios fermentados. 
 
IMPORTÂNCIA: 
1) Transporte forético: de microorganismos que 
levam à febre tifóide, disenteria, cólera e mastite 
bovina, de protozoários como Entamoeba, 
Giardia e helmintos como Taenia sp., Dipylidium 
e nematóides espirurídeos. É também 
veiculadora de D. hominis. 
 
2) Hospedeiro intermediário: de endoparasitos 
como Habronema em cavalos e Raillietina em 
aves. 
 
GÊNERO Fannia 
ESPÉCIE Fannia sp. 
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Antena com arista nua. 
- Tamanho bem pequeno (4 à 5 mm). 
- Pernas pretas, halteres amarelos. 
- Larva apresenta projeções com espinhos que 
funcionam como flutuadores que permitem 
sobreviver em meio semi-líquido. Antena com 
arista nua. 
- Parece uma pequena mosca doméstica. 
- Aparelho bucal lambedor. 
- Abdômen translúcido. 
- M1 paralela e acentuada. 
 
BIOLOGIA: 
- Desenvolve-se em fezes de aves. 
- Ocorre mais no meio rural. 
- O período de ovo a ovo leva 30 dias. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Pode ser hospedeiro intermediário de Raillietina 
sp.,transmissor de vermes espirurídeos e produz 
irritação nas aves, provocando perda de peso e 
postura. 
 
B) SUBFAMÍLIA STOMOXYDINAE 
- Aparelho bucal picador - sugador (machos e 
fêmeas hematófagas). 
 
GÊNERO Stomoxys 
ESPÉCIE Stomoxys calcitrans – Mosca dos 
estábulos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Aparelho bucal com palpos curtos e dentes 
pré-estomais na labela. 
- Lembra a mosca doméstica, porém possui uma 
probóscida preta que é usada para picar a pele e 
sugar o sangue. Possui um abdômen mais largo 
Figura 109. Antena com arista nua de Fannia. 
Aristas 
109
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Moscas 
que o da Musca e possui marcas xadrezes no 
dorso do abdômen. 
- Possui quatro listras longitudinais no tórax 
similares a da Musca. 
- Antena com arista pectinada (cerdas apenas 
de um lado). 
- Larvas com dois estigmas contendo três 
aberturas em forma de s na L3. 
 
BIOLOGIA: 
Têm preferência por eqüídeos, mas alimenta-se 
numa grande variedade de animais como 
bovinos, porcos, cães e humanos. Durante o seu 
estágio adulto são feitos vários repastos 
sangüíneos e uma mosca alimenta-se da vários 
hospedeiros em um dia. 
- Depois de ingurgitados, tanto macho quanto 
fêmea ficam lentos enquanto digerem o repasto 
sangüíneo. 
- Os lugares onde são mais comumente 
encontrados são: cercas, parede de casas, de 
estábulos. Quando são perturbadas elas 
geralmente voam e retornam ao mesmo local. 
- Essas moscas têm hábito diurno e localizam o 
hospedeiro através do gás carbônico expelido 
pela respiração, elas preferem se alimentar nas 
partes baixas do animal como pernas e 
abdômen. 
- O desenvolvimento do ciclo, de ovo a ovo é de 
30 dias e a postura de 25 a 30 ovos por vez. A 
incubação é de um a quatro dias, e o tempo de 
L1 a L3 é de aproximadamente 20 dias. 
- O período pupal é de 13 dias no verão e de 
três a quatro meses no inverno. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Causa anemia nos animais e é a principal 
veiculadora de ovos de Dermatobia hominis, faz 
transmissão mecânica do T. evansi, serve de 
hospedeiro intermediário do Habronema sp., é 
transmissor de anemia infecciosa eqüina e 
causa irritação no animal que não se alimenta 
direito e tem perda de peso. 
 
GÊNERO Haematobia 
ESPÉCIE Haematobia irritans (mosca do 
chifre). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Tamanho de ± 6 mm. 
- Aparelho bucal com palpos longos e labela 
sem dentes. 
Figura 110. Adulto de Stomoxys sp. 
Figura 111. Aparelho bucal de Stomoxys 
sp. 
Probóscida 
Palpos 
110
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Moscas 
 
BIOLOGIA: 
- Fica o tempo todo em cima do animal (no 
dorso) de cabeça para baixo e só desce para 
fazer postura nas fezes frescas. Todo o 
desenvolvimento é nas fezes (L1 até adulto). 
- Ciclo curto de 16 dias (no verão completa o 
ciclo em oito a nove dias). 
- Alimenta-se o tempo todo, causando anemia. 
- Prefere animais mais escuros. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
As larvas eclodem em 24 horas e desenvolvem-
se durante três dias, mudam para pupas e após 
seis dias emergem os adultos (moscas) que 
ficam no corpo dos animais de cabeça para 
baixo e põem até 180 ovos cada. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Perda de 40 kg se o animal tiver 500 moscas 
nele (em torno de 30 dias). Também é 
veiculadora de D. hominis. 
 
CONTROLE GERAL DAS MOSCAS: 
Deve-se ter um controle higiênico, fazendo 
esterqueiras, compactação de fezes, espalhar 
as fezes em camadas finas, pois as larvas não 
sobrevivem aos raios solares. As moscas não 
depositam ovos em fezes fermentadas porque 
os gazes e ácido lático matam as larvas. Os 
inseticidas não são muito eficientes porque além 
de algumas moscas serem resistentes, matam 
outros microorganismos úteis. No caso dos 
eqüídeos, as camas devem ser sempre 
trocadas (de 10 a 15 dias) para evitar 
proliferação de moscas. 
 
2.2. COM CERDAS NA HIPOPLEURA (em 
seqüência linear acima da coxa 3) 
 
2.2.1 COM APARELHO BUCAL FUNCIONAL 
 
FAMILIA CALLIPHORIDAE 
CARACTERÍSTICAS 
- Aparelho bucal lambedor (labelas com 
canalículos). 
- A maior importância dessas moscas é a fase 
larvar,
pois são produtoras de miíases 
(bicheira). 
- Chamadas vulgarmente de moscas varejeiras. 
 
GÊNERO Cochliomyia 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Distingui-se o sexo pelos olhos (as fêmeas são 
dicópticas e machos são holópticos). 
- Apresentam ocelos. 
- Palpos muito curtos. 
- Flagelos claros (tendem a amarelo). 
- Arista bipectinada. 
- Tórax verde a azul metálico. 
- Três linhas negras longitudinais no tórax. 
- A fêmea adulta apresenta basicosta clara. 
Figura 112. Palpos longos de Haematobia 
sp. 
Palpos 
Probóscida 
111
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- No 5o tergito abdominal, nas laterais, há uma 
pilosidade prateada (cerdas aveludadas) como 
manchas claras. 
- As larvas são vermiformes segmentadas e 
com parte posterior do corpo truncada. Na parte 
anterior, aparelho bucal com esqueleto cefálico, 
espinhos quitinizados em cada segmento do 
corpo. Posteriormente estão as aberturas 
respiratórias (peritrema com estigmas 
alongados). 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Ovo (16 a 24 h.), L1, L2, L3, pupa e adulto. Aparecem 
muito na primavera devido à temperatura e umidade 
 
IMPORTÂNCIA: 
Além de serem causadoras de miíases, são 
veiculadoras de patógenos. 
 
MIÍASES – 
É a infestação de vertebrados vivos com larvas 
de dípteros que, em certos períodos, se 
alimentam dos tecidos vivos ou mortos do 
hospedeiro, de suas substâncias corporais 
líquidas ou do alimento por ele ingerido. 
 
Podem ser: 
1. Clínica (localização anatômica) 
a)Cutânea - podem ser furunculosas (ex: 
berne), rasteiras e ulcerosas ou traumáticas. 
 
b)Cavitária - ouvido, nariz. 
 
c) Orgânica – internas. 
 
2. Etológica 
a)Pseudomiíase – acidental. 
 
b)Miíase semi-específica, facultativas ou 
secundárias - é causada por moscas 
necrobiontófagas, que se alimentam de tecido 
em decomposição. Ex: Cochliomyia macellaria. 
 
c)Miíase específica, obrigatória ou primária - 
é causada por moscas biontófagas, que se 
alimentam de tecido vivos. Ex: Cochliomyia 
hominivorax. 
 
ESPÉCIE Cochliomyia hominivorax 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Estigma da larva em forma de dedos 
separados. 
- Espinhos no final do corpo da larva com forma 
predominantemente em v. 
- Larva com troncos traqueais pigmentados e 
alongados. 
 
BIOLOGIA: 
- Ciclo de 20 dias, sendo que 10 no hospedeiro, 
onde faz postura em feridas. 
- A longevidade dos machos é de 25 dias e das 
fêmeas de 35, mas pode variar com a 
temperatura. 
Faixas negras no tórax 
Figura 113. Adulto de Cochliomyia sp. 
112
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Moscas 
 
CONTROLE: 
-Esterilização de machos de C. hominivorax. 
Assim a fêmea não bota ovos, mas continua 
veiculando patógenos, logo não é muito eficaz. 
-Fazer tratamento de lesões na pele, com 
repelente e cicatrizante. 
 
ESPÉCIE Cochliomyia macellaria 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÒGICAS: 
- Estigma da larva em forma de dedos bem 
juntos. 
- Espinhos no final do corpo da larva são mais 
robustos e predominantemente em W. 
- Troncos traqueais da larva mais claros e mais 
curtos que de C. hominivorax. 
 
BIOLOGIA: 
Ciclo de 10 a 12 dias e a longevidade é de 45 
dias, mas pode variar com a temperatura. 
 
GÊNERO Chrysomyia 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Tórax com brilho metálico verde à azul. 
- Brilho acobreado em algumas espécies. 
- Dimorfismo sexual pelos olhos (fêmeas 
dicópticas e machos holópticos). 
- Olhos acinzentados. 
- Arista bipectinada. 
- Palpos achatados lateralmente e parte distal 
mais larga, cinzenta e com cerdas bem longas. 
- Aparelho bucal lambedor. 
- Não apresenta listas longitudinais no 
mesotórax. 
- Remigium (tronco da asa que origina a nervura 
radial. Localiza-se logo abaixo da nervura costa, 
já que a subcosta está colada ao tronco) com 
cerdas. 
 
BIOLOGIA 
- Provoca miíase secundária e preferem fezes 
de aves, lixo e carcaça de animais. 
- Aparecem muito na primavera devido a 
temperatura e umidade. 
 
ESPÉCIE Chrysomyia megacephala – 
Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 60 
dias (até 120 em laboratório), mas pode variar 
com a temperatura. 
 
ESPÉCIE Chrysomyia albiceps – 
Figura 115. Peritrema da larva de 
Cochliomyia macellaria. 
Figura 114. Peritremas de Cochliomyia 
hominivorax. 
113
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Moscas 
Ciclo biológico de 11 dias e longevidade de 30 a 
40 dias, mas pode variar com a temperatura. 
 
ESPÉCIE Chrysomyia putoria – 
Ciclo biológico de 10 dias e longevidade de 30 a 
40 dias, mas pode variar com a temperatura. 
 
CONTROLE: 
-As larvas fazem controle natural entre elas, pois 
são predadoras umas das outras, mas de 
qualquer maneira são veiculadoras de 
patógenos, por isso não adiantaria proliferá-las. -
Não deixar esterqueiras abertas, evitar acúmulo 
de lixo. 
-Microhimenópteros como as vespas furam as 
pupas vivas das moscas e enfiam o ovipositor 
para depositar ovos, o que impede a 
continuação do ciclo da mosca. 
-O ideal é um controle integrado, biológico e 
químico. 
 
GÊNERO Phaenicia 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Corpo com brilho metálico verde, azul ou cor 
de cobre. 
- Com ocelos. 
- Não tem listas negras no mesonoto. 
- Arista bipectinada. 
- Aparelho bucal lambedor. 
- Frontália e parafrontália com cerdas prateadas. 
- Remigium nu (sem cerdas). 
 
BIOLOGIA: 
Provocam miíase secundária, preferem fazer a 
postura em fezes de aves, lixo e carcaça de 
animais. 
 
ESPÉCIE Phaenicia eximia, P. cuprina e P. 
sericata 
Ciclo biológico de 12 dias e longevidade de 40 
dias para os machos e 50 para as fêmeas, 
podendo variar com a temperatura. 
 
FAMÍLIA SARCOPHAGIDAE 
GÊNERO Sarcophaga 
Figura 117. Adulto de Phaenicia sp. 
Figura 116. Adulto de Chrysomyia sp. 
114
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Moscas 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Moscas de médio à grande porte 
- Coloração escura acinzentada (sem brilho 
metálico) 
- Possuem três listas negras no tórax e cerdas 
na hipopleura, não confundir com muscídeo. 
- Aparelho bucal funcional lambedor 
- Probóscida não quitinizada e maleável 
- Abdômen com manchas negras (parece 
xadrez) 
 
BIOLOGIA 
- Larvas vivem em cadáveres e
têm a parte 
posterior truncada, esqueleto cefálico 
quitinizado, cerdas no segmento do corpo (não 
são espinhos) e aberturas respiratórias internas 
na parte posterior que parecem dedinhos de 
luva. 
- Fêmeas são larvíparas (até 50 larvas por vez) 
o que é vantagem na competição por carcaças. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Provocam miíases secundárias, pseudomiíases, 
as larvas são predadoras e ainda são 
veiculadoras de patógenos. 
 
2.2.2 MOSCAS COM APARELHO BUCAL 
AFUNCIONAL 
- Adultos não se alimentam. 
- Larvas causam miíases. 
 
FAMÍLIA OESTRIDAE 
GÊNERO Oestrus 
HOSPEDEIROS: Ovinos e caprinos. 
LOCAL: Fossas nasais. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Adulto com olhos pequenos e bem separados 
e fronte com crateras. Flagelo com arista nua. 
- Larvas grandes com uma placa peritremática 
em forma de “D”. Os estigmas são porosos. A 
larva I mede 1-3 mm., é segmentada e 
apresenta filas transversais de espinhos e 2 
ganchos bucais quitinosos fortes e curvos que 
formam o cefaloesqueleto. A larva II mede 1,5-
12 mm., apresenta poucos espinhos no segundo 
segmento. A larva III mede uns 20 mm., é de cor 
branca quando lovem e amarela-parda quando 
madura. Possui dorsalmente bandas quitinosas 
largas em todos os segmentos, os quais estão 
desprovidos de espinhos com exceção do 
segundo que possui poucos. Posteriormente 
todas larvas apresentam peritremas, cuja forma 
e tamanho é importante para identificação. 
 
BIOLOGIA 
As moscas adultas são muito ativas durante os 
meses quentes, primavera-verão e início do 
outono. As horas de vôo coincidem com as de 
Figura 118. Adulto de Sarcophagidae. 
115
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Moscas 
máxima luminosidade, momento em que os 
animais ficam na sombra, agrupados e se 
protegem entre si mantendo sua cabeça baixa e 
narinas próximas do solo. As fêmeas 
fecundadas depositam larvas I imersas em uma 
mucosidade nas imediações das fossas nasais. 
Estas migram e invadem cavidades, seios 
nasais, paranasais e frontais. Seu 
desenvolvimento parece depender da geração a 
que pertence. Será mais rápido (15 dias) para 
larvas depositadas na primavera-verão, e mais 
tardio no final de verão, início de outono, 
podendo entrar em um período de letargia 
larvária de 7-9 meses. As mudas larvais L-II e L-
III ocorrem em 25-35 dias, prolongando-se até 
10-11 meses no caso de gerações de outono e 
condições climáticas adversas. 
As larvas, por meio de seus espinhos e céfalo-
esqueleto, exercem irritação das mucosas 
sinusais, iniciando-se nos cornetos, cavidade e 
tabique nasal, podendo chegar aos seios 
frontais. Alimentam-se de sangue, tecidos da 
mucosa e muco que ela segrega. 
As larvas III maduras, saem para o exterior, 
favorecendo sua saída pelos mecanismos 
defensivos do animal. A metamorfose até adulto 
leva entre 25-30 dias em período quente, 
prolongando-se até 2-3 meses na estação fria, 
momento que aproveitam para entrar em 
diapausa pupal. O adulto emergente da pupa 
não se alimenta, pois suas peças bucais são 
rudimentares. A cópula ocorre no solo e os 
adultos freqüentam os lugares onde o 
hospedeiro está presente. A fêmea põe 30-50 
larvas em cada postura, podendo chegar a 500 
em todo o período de larviposição. O CO2 e o 
odor do hospedeiro atraem as moscas. O 
número médio de larvas por animal pode oscilar 
entre 5 a 30 exemplares. 
 
IMPORTÂNCIA: 
Inflamação dos seios frontais e infecção, devido 
a presença de larvas (L2 e L3) que irritam e 
saem pelo espirro ou por livre vontade e que 
podem ficar de 2 semanas até 10 meses no 
animal. É chamada praga de verão porque as 
moscas irritam os animais que ficam indóceis e 
tentam esconder o focinho. Raramente é mortal. 
 
CONTROLE: é muito difícil, pois o que deve ser 
feito é a prevenção na época em que mais 
ocorre, começando no meio da primavera e não 
deixando a larva se desenvolver. 
 
FAMÍLIA CUTEREBRIDAE 
GÊNERO Cuterebra (BERNE DE 
ROEDORES). 
 
GÊNERO Dermatobia Figura 119. Larva de Oestrus sp. 
116
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Moscas 
ESPÉCIE Dermatobia hominis (sua larva é 
chamada de berne). 
 
HOSPEDEIROS: Mamíferos (mais importante 
bovino e cão). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Adulto com cabeça e tórax castanhos e 
abdômen azul metálico. 
• Larva com espinhos e ganchos só na parte 
mais larga. Estigmas respiratórios na parte mais 
estreita. 
 
BIOLOGIA: 
• A atividade da larva é noturna e a L3 não é 
piriforme. 
• Adultos não se alimentam e vivem em matas 
(florestas, ilhas de matas, fazendas ou beira de 
rio). 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
As moscas, que são duas a três vezes maiores 
que a mosca doméstica tem uma reprodução 
constante porque só possuem três dias de vida. 
Elas não vão aos animais, mas depositam uma 
massa de ovos (um ovo por segundo) no 
abdômen de vetores foréticos (insetos zoofílicos, 
como a musca doméstica), e esses levam os 
ovos até os animais. Em torno de sete dias 
(varia com temperatura e umidade) eclodem as 
larvas (por estímulo térmico a larva abre o 
opérculo), que penetram na pele (mesmo 
estando íntegra). Estas possuem espinhos 
somente em metade do seu corpo para se 
fixarem na pele. As larvas não chegam a atingir 
os tecidos, ficam logo abaixo da pele. Depois de 
± 40 dias, as larvas caem no chão e viram 
pupas que ficam sem se alimentar por 32 dias e 
só aí viram adultos (moscas). 
 
Obs: Os animais de pêlo escuro são mais 
afetados que os de pêlo claro. Mas a preferência 
é do vetor e não da Dermatobia por causa da 
reflexão da onda luminosa (o preto atrai mais os 
insetos) 
 
CONTROLE DOS VETORES: 
*QUÍMICO: 
Inseticidas tópicos, injetáveis. 
 
Figura 120. Cabeça de Dermatobia sp. 
Figura 121. Abdômen metálico de Dermatobia 
sp.
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Moscas 
*BIOLÓGICO: 
Parasitóides (microhimenópteros), predadores 
(formigas, ácaros, pássaros), fungos 
(Metarhizium, Beauveria), bactérias (Bacillus 
thurigiensis). 
 
MANEJO INTEGRADO: inseticida; raças 
resistentes (zebu) 
 
FAMÍLIA GASTEROPHILIDAE 
GÊNERO Gasterophilus 
ESPÉCIES G. nasalis; G. intestinalis; G. 
haemorroidalis 
 
HOSPEDEIROS: Eqüinos. 
 
LOCAL: Duodeno e estômago (larvas). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: 
• Adulto possui o corpo recoberto por pêlos 
sedosos e amarelos (lembra abelha, mas essa 
têm dois pares de asas). 
• Larvas grandes com ganchos orais em forma 
de foice, corpo segmentado coberto por 
espinhos (Uma fileira no caso de G. nasalis e 2 
no caso de outras spp), estigmas com aberturas 
cheias
de trabéculas. 
• Adultos com um par de asas. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A oviposição é feita em vôos rápidos e os ovos 
aderem ao pêlo. De 7 a 10 dias tem-se a 
eclosão da L1 que penetra na mucosa bucal 
onde fica migrando de 2 a 6 semanas (varia com 
a espécie). As larvas são deglutidas por 
eqüídeos e quando chegam ao estômago e 
duodeno, vão à L2 e L3 e pelas fezes chegam 
Figura 123. Adulto de Gasterophilus sp. 
Figura 124. Ovo de Gasterophilus preso 
ao pêlo. 
Figura 122. Larva L3 de Dermatobia sp. 
118
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Moscas 
ao solo virando pupa e mais tarde, adultos. 
 
PARTICULARIDADES DAS ESPÉCIES: 
 
1) Oviposição: G. nasalis e G. haemorroidalis 
realizam oviposição nos pêlos da região da 
ganacha (barba) enquanto que G. intestinalis 
prefere pêlos dos membros anteriores. 
 
2) Eclosão da larva: G. nasalis e G. 
haemorroidalis a larva penetra na mucosa assim 
que eclode, já em G. intestinalis para abandonar 
o ovo a larva necessita um estímulo térmico de 
umidade e fricção. Os estímulos são dados pela 
lambida do cavalo. 
 
3) Migração boca-estômago: Em G. nasalis 
antes de ser deglutido a larva para na faringe 
(uma a duas semanas) podendo ocorrer asfixia. 
Em G. haemorroidalis e G. intestinalis, as larvas 
vão direto ao estômago. 
 
4) No estômago e intestino: Todos preferem o 
piloro e o duodeno e o período parasitário é de 
9 a 11 meses. Podem causar cólicas. 
 
5) Eliminação: G. nasalis e G. intestinalis saem 
direto nas fezes com o peristaltismo. G. 
haemorroidalis antes de ser eliminado se fixa no 
plexo hemorroidário podendo levar a um 
prolapso retal e depois tétano, já que as fezes 
dos eqüinos são ricas em Clostridium tetani 
pelo fato do cavalo cortar a gramínea bem rente 
ao solo, vindo terra junto com esporos. 
 
CONTROLE: 
Depende da criação e do manejo, mas se deve 
cortar o pêlo da ganacha no verão e escovar ou 
passar esponja com água morna, para soltar os 
ovos presos ao pelo e matar as larvas. 
 
SEÇÃO PUPÍPARA 
• A pupa se encontra sempre no chão onde se 
enterra para fugir de predadores. Ela se 
forma pelo endurecimento da larva três. 
• A fêmea origina diretamente a pupa. 
• As larvas se desenvolvem no pseudo-útero 
da fêmea. 
• As moscas são achatadas dorso-
ventralmente 
• Apresentam um envoltório coriáceo (duro) 
• Dípteros anômalos (por não apresentarem 
asas ou terem asas rudimentares) 
• Todos hematófagos 
• Os palpos guardam as peças bucais (nos 
outros dípteros é o lábio) 
 
FAMÍLIA HIPPOBOSCIDAE 
GÊNERO Hippobosca 
 
GÊNERO Pseudolinchia 
Espécie Pseudolinchia canariensis 
Figura 125. Larva de Gasterophilus sp. 
119
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Moscas 
 
HOSPEDEIROS: pombos. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
Asa somente com veia r-m presente. 
 
IMPORTÂNCIA: transmissor do protozoário 
Haemoproteus columbae. 
 
 
GÊNERO Lipoptena 
HOSPEDEIROS: 
Cervídeos 
 
CARACTERÍSTICAS: 
• Asa desenvolvida e caduciforme. 
• Ficam presos no pêlo por uma substância 
pegajosa na pupa. 
 
GÊNERO Melophagus 
 
HOSPEDEIROS: 
Ovinos 
 
CARACTERÍSTICAS: 
• Asa reduzida à pequena calosidade 
• Ficam presos à lã por uma substância 
pegajosa na pupa 
 
IMPORTÂNCIA: 
 Transmissor do protozoário Trypanosoma 
mellophagium 
 
 
 
 
Figura 126. Hipoboscidae de pombos. 
Figura 128. Parte anterior de Melophagus 
Figura 127. Melophagus, parasito de ovinos. 
120
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Protozoários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILO PROTOZOA 
SUBFILO 
SARCOMASTIGOPHORA 
SUBFILO APICOMPLEXA 
 OU SPOROZOA 
SUBFILO CILIOPHORA CLASSE 
SARCODINA CLASSE MASTIGOPHORA 
CLASSE SPOROASIDA 
OU COCCIDIIA 
CLASSE 
PIROPLASMASIDA 
ORDEM
TRICHOMONADIDA 
FAMÍLIA 
TRICHOMONADIDAE 
GÊNERO 
TRICHOMONAS 
ORDEM 
DIPLOMONADIDA 
FAMÍLIA 
HEXAMITIDAE 
GÊNERO 
GIARDIA 
ORDEM 
RHIZOMASTIGINA 
FAMÍLIA 
 MASTIGAMOEBIDAE 
GÊNERO 
HISTOMONAS 
ORDEM 
AMOEBINA 
FAMÍLIA 
ENDAMOEBIDAE 
GÊNERO 
ENTAMOEBA 
ORDEM
KINETOPLASTIDA 
FAMÍLIA 
TRYPANOSOMATIDAE 
GÊNERO 
TRYPANOSOMA 
GÊNERO 
LEISHMANIA 
ORDEM 
EUCOCCIDIORINA 
GÊNERO 
EIMERIA 
FAMILIA 
CRYPTOSPORIDAE 
FAMILIA
EIMERIIDAE 
GÊNERO 
ISOSPORA 
GÊNERO 
CRYPTOSPORIDIUM 
FAMILIA 
PLASMODIIDAE 
FAMILIA 
SARCOCYSTIDAE 
GÊNERO 
PLASMODIUM 
GÊNERO 
TOXOPLASMA 
GÊNERO 
SARCOCYSTIS 
GÊNERO 
BESNOITIA 
GÊNERO 
HAEMOPROTEUS
GÊNERO 
HAMMONDIA 
FAMILIA 
HEPATOZOIDAE 
GÊNERO 
HEPATOZOON
ORDEM 
PIROPLASMORIDA 
GÊNERO 
BABESIA 
ORDEM 
TRICHOSTOMORIDA 
FAMILIA 
BALANTIDIIDAE 
GÊNERO 
BALANTIDIUM 
FAMILIA 
BABESIDAE 
121
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Protozoários 
FILO PROTOZOA 
MORFOLOGIA DOS PROTOZOÁRIOS 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Unicelulares, eucariontes (com membrana 
nuclear). 
- Com organelas adaptadas ao parasitismo 
como flagelo, cílios e pseudópodes. 
- Membrana lipoprotéica para limitar as trocas 
(permeabilidade), que pode ser fina ou grossa. 
- Uninucleados, sendo que o período que 
precede a divisão pode ter vários núcleos. 
- Presença de organelas estáticas, como por 
exemplo, a membrana cística. 
 
Flagelo: Organela que se origina do 
cinetoplasto (extremidade anterior) e ao se 
dirigir para a cauda carrega uma membrana, 
formando a membrana ondulante. Ele precisa de 
muita energia e aparece na classe dos 
Trypanosoma. 
 
Cílios: Dão pouco impulso ao parasito, mas 
atuam beneficamente compondo a flora 
intestinal de ruminantes. 
 
Pseudópodes: São prolongamentos 
citoplasmáticos encontrados em amebas. 
Geralmente emitem apenas um e o corpo 
acompanha. 
 
REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS 
I - Sexuada (Gametogonia ou Esporogonia): 
Ocorre troca de material genético 
 1.Cópula- União do macho com a fêmea. 
 2.Conjugação- fusão entre célula fêmea e 
macho dando origem à célula filha. O macho 
(microgameta) geralmente é menor que a fêmea 
(macrogameta), mas as células filhas são todas 
iguais (isogametas). 
 
II - ASSEXUADA: CÉLULA MÃE ORIGINA 
CÉLULA FILHA 
1. Divisão binária - Núcleo se divide igualmente 
dando origem
a duas células idênticas à mãe. 
Ex: Trypanosoma e Amebas 
 
2. Divisão binária sucessiva ou divisão 
múltipla - É o caso das amebas. 
 
 
3. Brotação - Brotamento de novas células 
dentro da célula mãe, a qual é bem maior no 
início. 
 
Figura 129. Locomoção por 
flagelos. 
CAPÍTULO III 
 Protozoários 
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Protozoários 
4. Endodiogenia - Dentro da célula mãe ocorre 
a formação das células filhas (núcleo e 
citoplasma) e só depois se rompe a membrana 
citoplasmática da mãe. 
 
5. Esquizogonia - Esquizonte (célula que 
sofrerá esquizogonia) se divide sucessivamente 
e ocorre formação de milhões de merozoítas 
(núcleo que vai originar um indivíduo) 
 
OBS: Os protozoários podem apresentar dois 
tipos de reprodução juntos. 
 
NUTRIÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS 
I-HOLOZÓICA- 
Nutrem-se de matéria orgânica já elaborada. 
Envolve a captura, ingestão, assimilação e 
eliminação das porções não digeridas. 
Protozoário tira a substância do hospedeiro, 
digere e joga fora. Ocorre na maior parte dos 
protozoários. Ex.: Amebas, Plasmodium (utiliza-
se de parte da hemoglobina para se nutrir). 
 
II- HOLOFÍTICA- 
Protozoários sintetizam seu material nutricional 
usando raios solares como fonte de energia. 
Não tem importância veterinária. 
Ex.: fitoflagelados. 
 
III- SAPROZÓICA- 
Utilizam a matéria orgânica e inorgânica 
dissolvida em líquidos. São osmotróficos 
(absorvem substâncias digeridas da célula ou do 
tecido do hospedeiro) Ex.: Trypanosoma. 
 
RESPIRAÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS 
I- Aeróbica- 
Vivem em meio rico em oxigênio . 
 
II- Anaeróbica- 
Vivem em meio onde não há muito oxigênio. 
 
TIPOS DE PARASITAS 
I - Monoxeno: 
Só um hospedeiro. Ex: Entamoeba, Giardia, 
Tritrichomonas. 
 
II- Heteroxeno: 
Precisa de mais de um hospedeiro para 
completar o ciclo. Ex: Plasmodium, Babesia, 
Trypanosoma. 
 
DIVISÃO DO FILO PROTOZOA 
TRÊS SUBFILOS: 
 
I-Subfilo Sarcomastigophora: Possui duas 
classes: 
 a) Classe Mastigophora (locomoção por 
flagelos)- Trypanosoma, Tritrichomonas, 
Leishmania, Giardia, Histomonas. 
 
b) Classe Sarcodina (locomoção por 
pseudópodes) – Amebas. 
 
II- SubFilo Apicomplexa ou Sporozoa: 2 
classes: 
 a)Classe Sporoasida ou Coccidia-Coccídeos: 
Toxoplasma, Cryptosporidium, Eimeria, 
Sarcocystis. 
 
b)Classe Piroplasmasida - Babesia 
 
III- SubFilo Ciliophora: 
a)Ciliados (sem muita importância). 
 
FILO PROTOZOA 
123
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Protozoários 
I -SUBFILO SARCOMASTIGOPHORA 
Nesse Subfilo estão compreendidos os 
protozoários que possuem organelas para sua 
locomoção como: flagelos, pseudópodes ou 
ambos. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Normalmente não intracelulares. 
- Possuem organelas de locomoção como 
flagelos e pseudópodes. 
 
124
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Flagelados 
CLASSE MASTIGOPHORA – Locomoção por 
flagelos. 
 
I-ORDEM TRICHOMONADIDA 
Possuem quatro a seis flagelos (sendo um 
recorrente) unidos a uma membrana ondulante. 
 
FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE 
GÊNERO Tritrichomonas 
ESPÉCIE Tritrichomonas foetus. 
HOSPEDEIROS: Bovinos. 
 
LOCAL: Prepúcio dos machos e vagina das 
fêmeas. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Trofozoíta com formato piriforme. 
- Sem simetria bilateral. 
- Presença de quatro flagelos, sendo três curtos 
e um que vai à extremidade posterior 
carregando parte da membrana plasmática e 
formando assim a membrana ondulante. 
- Possui um axóstilo no centro do corpo. 
- Possui um núcleo deslocado. 
- Possui um citóstoma, que é uma vesícula 
alongada por onde o parasito se alimenta. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A transmissão é puramente mecânica e se dá 
através do coito, por isso esse protozoário não 
apresenta forma cística, pois não necessita de 
resistência no meio ambiente. 
O macho uma vez infectado passa a ser o 
agente transmissor. Pode ocorrer contaminação 
por fômites e inseminação artificial. As vacas por 
sua vez adquirem resistência com o tempo, 
podendo dar origem a terneiros sãos por 
inseminação artificial (para não contaminar os 
touros). 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Leva ao aborto precoce nas vacas (pouco 
detectado devido ao pequeno tamanho do feto) 
ou absorção fetal. Esse protozoário pode ainda 
invadir o útero atacando as membranas fetais e 
causando a Trichomonose genital das vacas. 
Permite o aparecimento de infecções 
oportunistas, principalmente se ocorrer retenção 
de placenta. O macho não apresenta 
sintomatologia, mas passa o parasito para 
outras vacas através do coito, sendo 
inviabilizado para reprodução (o tratamento no 
macho não é seguro). 
 
DIAGNÓSTICO: 
Lavagem do trato reprodutivo com soro 
fisiológico e observação do conteúdo em 
microscópio. Cultura do material. 
 
PROFILAXIA: 
Retirar o touro do plantel, dar descanso sexual 
para as fêmeas (três a quatro meses, pois a 
mudança de pH durante o cio mata o parasito) e 
utilizar touro negativo e sêmen de boa 
procedência. 
 
PARTE I 
 Flagelados 
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Flagelados 
OBS: T. vaginalis - Aparece nas mulheres. Ë 
favorecido pela baixa de pH (quando a mulher 
passa da puberdade). Fazer exames 
ginecológicos periodicamente. 
 T. gengivalis - Aparece em pessoas que 
têm muita cárie e tártaro, pois o protozoário 
digere restos alimentares e bactérias. Fazer 
revisão periódica dos dentes. 
 T. intestinalis - Há baixa patogenicidade no 
homem. Aparece no esôfago de pombos. 
 
II - ORDEM DIPLOMONADIDA 
FAMÍLIA HEXAMITIDAE 
A forma trofozoíta apresenta simetria bilateral e 
seis a oito flagelos. 
 
GÊNERO Giardia 
ESPÉCIE Giardia lamblia = intestinalis 
 
HOSPEDEIROS: 
Homem, cão, caprinos, bovinos. 
 
LOCAL: Intestino. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Trofozoíta com formato piriforme. 
- Possui dois núcleos. 
- Possui vários flagelos (seis a oito). 
- Possui dois axóstilos. 
- Possui discos suctórios (ventosas)
que 
mantém o parasito na mucosa para que ele se 
alimente. 
- Apresenta forma cística alongada com quatro 
núcleos. 
- Com simetria bilateral. 
 
TRANSMISSÃO: 
Ingestão de cistos contidos nos alimentos e 
água. 
Os cistos são viáveis por até duas semanas no 
ambiente. 
 
FORMAS EVOLUTIVAS: Cisto e trofozoíto. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A contaminação se dá através da ingestão de 
alimentos ou água contaminados com a forma 
Figura 130. Cistos de Giardia sp. corados 
pelo lugol. Aumento de 400X. 
Figura 131. Forma trofozoíta de 
Giardia sp. 
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Flagelados 
cística. No intestino ocorre a liberação dos 
trofozoítos que se multiplicam por fissão binária, 
algumas formas se encistam na mucosa do 
intestino e evoluem até cisto que é eliminado 
com as fezes e que resistem às condições 
adversas do ambiente. O cisto no duodeno após 
fissão binária dá origem a dois trofozoítos. Os 
trofozoítos fixam-se nas células do intestino, se 
encistam, amadurecem e, após, os cistos são 
eliminados para a luz do intestino por onde vão 
ao meio exterior com as fezes. 
 
IMP. EM HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: 
Leva a casos de cólica e diarréia. 
 
PROFILAXIA: 
Limpeza do ambiente, lavar bem os alimentos e 
só beber água filtrada. 
 
III- ORDEM RHIZOMASTIGINA 
FAMÍLIA MASTIGAMOEBIDAE 
GÊNERO Histomonas. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Organismos amebóides e uninucleados. Seu 
único flagelo nasce de um grânulo basal 
próximo ao núcleo. 
 
ESPÉCIE Histomonas meleagridis. 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galinhas e perus. 
Pode aparecer em codornas, pintos e faisão. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Heterakis 
gallinarum. 
 
LOCAL: Mucosa de ceco e no fígado de perus. 
 
TRANSMISSÃO: 
 A ave contamina-se por Ingestão de ovos de 
Heterakis gallinarum (parasita dos cecos das 
aves) contendo o Histomonas no seu interior. 
 
ESTÁGIOS: Trofozoíto. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM 
CORTE HISTOLÓGICO DE CECO OU 
FÍGADO): 
- Trofozoíta arredondado com núcleo basófilo 
(roxo) e citoplasma negativo (branco). 
- Flagelo não visível. 
- Presença de eosinófilos (rosa). 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O verme Heterakis gallinarum ao se alimentar 
da mucosa do ceco das aves se infecta com o 
protozoário. Quando é feita a postura de ovos 
de Heterakis para o meio ambiente, esses já 
possuem no seu interior os trofozoítos de 
Histomonas. As aves ao se alimentarem podem 
ingerir ovos embrionados desse verme 
(Heterakis) e quando a sua larva eclode e se 
Figura 132. Desenvolvimento da Giardia no 
hospedeiro. 
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Flagelados 
fixa no intestino, os parasitas (Histomonas) 
liberam-se e penetram na mucosa do intestino 
onde se reproduzem por fissão binária. Alguns 
trofozoítas migram para o fígado produzindo 
lesões características. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Pode levar a inflamação do ceco seguida de 
alterações patológicas no fígado 
(enterohepatite), acarretando na queda de 
produtividade do plantel e até morte das aves. 
É uma doença principalmente de aves jovens. 
 
PROFILAXIA: 
Os perus devem ser criados em terrenos que 
não tenham sido utilizados por galinhas, pois as 
galinhas são os principais reservatórios da 
doença já que disseminam o parasito sem 
adoecer. 
 
IV - ORDEM KINETOPLASTIDA 
 
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE 
 
GÊNERO Trypanosoma 
 
ESTÁGIOS DE VIDA DO TRYPANOSOMA 
- Forma tripomastigota: Estrutura em forma de 
foice que aparece sempre em esfregaço de 
sangue e em hospedeiro vertebrado. Apresenta 
flagelo livre na extremidade anterior, membrana 
ondulante, um núcleo central, cinetoplasto e 
blefaroplasto (local exato onde o flagelo se 
forma). 
 
- Forma opistomastigota: Estrutura em forma de 
foice que apresenta cinetoplasto posterior 
próximo ao núcleo e flagelo livre sem membrana 
ondulante. 
 
- Forma epimastigota: Estrutura em forma de 
foice onde o cinetoplasto é anterior e aparece 
próximo ao núcleo. 
 
- Forma promastigota: estrutura em forma de 
foice que aparece em cultura de células e em 
hospedeiro invertebrado. Ë uma forma 
alongada, onde o flagelo não forma membrana 
ondulante, o cinetoplasto fica na extremidade 
anterior, longe do núcleo e este é central. 
 
- Forma esferomastigota: Estrutura arredon-
dada que aparece dentro de células que possui 
um núcleo central e um cinetoplasto e ainda um 
pequeno flagelo. 
 
- Forma amastigota: Estrutura arredondada que 
aparece dentro das células e por isso não 
necessita de movimento, logo não apresenta 
flagelo. Possui um núcleo central e um 
cinetoplasto em forma de bastão. Sempre em 
hospedeiro vertebrado. 
 
REPRODUÇÃO: 
Figura 133. Forma tripomastigota 
do Trypanosoma cruzi. 
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Flagelados 
Assexuada por divisão binária. 
 
TRANSMISSÃO: 
Inoculativa ou contaminativa. 
 
ESPÉCIES DE TRYPANOSOMA 
SEÇÂO STERCORARIA – transmitido através 
das fezes 
 
I - Trypanosoma cruzi 
 
HOSPEDEIROS: Humanos, primatas, cães e 
gatos. 
 
VETORES: Hemípteras (barbeiros). 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
1. Forma tripomastigota (circulante): 
- Forma de C. 
- Extremidades pontiagudas. 
- É a fase contaminativa para o hospedeiro. 
- Núcleo central grande (se cora em roxo). 
- Presença de membrana ondulante e flagelo. 
- Cinetoplasto grande e próximo a extremidade 
posterior (se cora em roxo). 
 
2. Forma amastigota (tecidual): 
- Possui forma arredondada. 
- Encontrada nos tecidos (principalmente na 
musculatura cardíaca), é a fase de 
multiplicação. 
- Núcleo não tão grande. 
 
CICLO BIOLÓGICO do T. CRUZI: 
O barbeiro ingere as formas circulantes 
(tripomastigotas) ao picar o hospedeiro 
contaminado e no tubo digestivo o protozoário 
se multiplica, se transforma em promastigota, 
depois passa a epimastigota e no final do trato 
digestivo forma-se a forma infectante 
(tripomastigota metacíclica). Para infectar, ao se 
alimentar à noite no hospedeiro ele defeca 
próximo a picada (Trypanosoma da secção 
stercoraria - transmissão contaminativa). Há 
calor e inchaço no local da picada e o 
hospedeiro ao se coçar faz com que as fezes 
contaminadas com tripomastigotas penetrem na 
ferida. No tecido retículo endotelial passa a 
forma amastigota onde sofre divisão binária e 
vai à circulação, transformando-se em 
tripomastigota (permanece uns cinco dias na 
circulação). Um grande número de 
tripomastigotas é destruído na circulação, 
entretanto os que escapam vão se localizar em 
diferentes
órgãos e tecidos (musculaturas do 
cólon, esôfago, baço, fígado, coração) onde se 
transformam em amastigotas constituindo os 
focos secundários e generalizados. Nestes 
focos secundários, os amastigotas, após 
multiplicação, com novas invasões, evoluem 
para a forma flagelada e voltam ao sangue 
periférico para recomeçar o ciclo. O inseto é 
infectado ao picar o homem para se alimentar. 
 
Figura 134. Ciclo de Trypanosoma da seção 
Salivaria. 
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Flagelados 
IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA: 
Promove a hiperfunção de órgãos como 
esôfago, coração e cólon ocorrendo aumento no 
tamanho dessas estruturas e os sintomas à 
longo prazo são febre, lesões no sistema 
cardíaco e digestivo. No local onde ocorreu a 
picada forma-se um edema que é chamado de 
chagoma ou sinal de Romanã. 
 
PROFILAXIA: 
Deve-se evitar habitações precárias (pois é 
comum a presença de ninhos do barbeiro) e 
deve-se combater o hemíptera destruindo seus 
ninhos. 
 
SEÇÂO SALIVARIA- Transmitido via picada 
II - Trypanosoma vivax 
HOSPEDEIROS: Ruminantes, principalmente 
bovinos e bubalinos. 
 
VETORES: 
Stomoxys e tabanídeos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
1. Forma tripomastigota: 
- Forma de foice, mas sem forma de C e bem 
menor que o T. cruzi. 
- Núcleo grande e central (se cora em roxo). 
- Cinetoplasto pequeno e fraco(se cora em 
roxo). 
- Extremidade posterior mais arredondada. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O vetor pica o hospedeiro contaminado 
ingerindo a forma tripomastigota e na sua 
probóscida se transforma em promastigota, que 
se multiplica por divisões binárias sucessivas e 
quando o inseto pica novamente outro animal 
inocula as formas promastigotas (Trypanosoma 
da secção salivaria - transmissão inoculativa) 
que penetram nas células retículo endoteliais 
virando amastigotas e passam à circulação 
sangüínea na forma tripomastigota. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Leva a doença de caráter crônico onde, ao 
longo dos anos, o animal pode ou não estar 
contaminado. Na África ele utiliza como vetor a 
mosca Tsé tsé que causa a doença do sono. 
Pode causar morte por hemorragia ou isquemia. 
 
PROFILAXIA: 
Combate aos vetores. 
 
III - Trypanosoma equinum= evansi 
 
HOSPEDEIROS: Eqüinos. 
 
VETORES: 
Stomoxys e tabanídeos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
1. Forma tripomastigota: 
Figura 135. Forma tripomastigota de 
T. evansi. 
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Flagelados 
- Núcleo bem visível. 
- Cinetoplasto praticamente invisível. 
- Membrana ondulante bem visível. 
- Grânulos no citoplasma. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Os vetores picam o hospedeiro contaminado e 
se alimentam da forma tripomastigota e essa 
forma é diretamente inoculada em outros 
animais (Trypanosoma da secção salivaria - 
transmissão inoculativa). Não ocorre 
desenvolvimento do Trypanosoma no inseto, a 
transmissão é mecânica. Como a picada do 
tabanídeo é dolorosa facilita a transmissão, pois 
o animal sente logo e se coça. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Essa espécie causa o Mal das cadeiras, 
doença no qual os sintomas são: Paralisia 
progressiva dos membros posteriores, febre, 
anemia e emaciação. 
 
PROFILAXIA: 
Combate aos vetores. 
 
IV - Trypanosoma equiperdum 
 
HOSPEDEIROS: Eqüinos e asininos. 
 
TRANSMISSÃO: 
Passam de hospedeiro vertebrado para outro 
hospedeiro vertebrado sem auxílio de insetos 
vetores. Transmissão de tripomastigotas através 
do coito. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
1. Forma tripomastigota: 
- Núcleo bem visível. 
- Cinetoplasto bem pequeno. 
- Membrana ondulante bem visível. 
- Número maior de grânulos no citoplasma. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
É um Trypanosoma da secção Stercoraria e a 
transmissão é venérea, ou seja, via sexual. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Leva a uma doença venérea chamada durina, 
na qual os sintomas mais comuns são: secreção 
excessiva na mucosa genital e edema dessas 
partes. Em casos severos pode ocorrer aborto. 
 
IV - ORDEM KINETOPLASTIDA 
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE 
 
GÊNERO Leishmania 
Figura 136. Amastigotas de Leishmania sp. 
Figura 137. Promastigotas de Leishmania 
sp. 
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Flagelados 
Protozoário da classe Mastigophora (flagelado) 
que é transmitido para o vertebrado pela picada 
de um inseto vetor. Há duas espécies de 
importância: Leishmania donovani (agente da 
leishmaniose visceral) e Leishmania braziliensis. 
(agente da leishmaniose cutânea). 
 
I - Leishmania donovani 
HOSPEDEIROS: Homem e cães. 
 
VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia. 
 
LOCALIZAÇÃO: 
Os protozoários se multiplicam no interior de 
macrófagos, que acabam sendo destruídos, 
causando a liberação dos parasitos, que 
invadem macrófagos vizinhos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM 
CORTE HISTOLÓGICO DE FÍGADO OU 
BAÇO): 
 
1. Forma amastigota: 
- Estruturas arredondadas pequenas e 
aglomeradas. 
- Núcleo central. 
- Ausência de flagelo. 
- Encontrada nos vertebrados. 
 
2. Forma Promastigota: 
- Encontrada no inseto vetor. 
- Corpo alongado. 
- Flagelo livre na extremidade anterior do corpo. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Na picada o vetor (Lutzomyia) se infecta com a 
forma amastigota (que está dentro de 
macrófagos) e essas se transformam em 
promastigotas, que ao se multiplicarem podem 
até obstruir o canal alimentar do inseto. Este, ao 
inocular saliva no hospedeiro definitivo manda 
aquele “bolo” de formas promastigotas que 
penetram nos macrófagos e se transformam em 
amastigotas, onde se multiplicam e ganham a 
corrente sangüínea indo ao baço ou fígado. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Provoca uma doença chamada leishmaniose 
visceral ou calazar, onde as formas 
promastigotas se proliferam nos macrófagos e 
os destroem. Em casos avançados pode atingir 
o tubo digestivo causando diarréia, abdômen 
distendido e mortalidade que alcança 70 a 90% 
nos casos não tratados. É uma zoonose onde os 
cães são excelentes reservatórios de 
Leishmania para o homem. 
 
PATOGENIA: 
A L. donovani é um parasito exclusivo do 
Sistema Fagocitário Mononuclear (antigo Sist. 
Ret. Endotelial), principalmente das células 
localizadas no baço, fígado e medula óssea. No 
citoplasma das células os parasitas multiplicam-
Figura 138. Ciclo biológico de Leishmania sp. 
132
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Flagelados 
se, distendendo as células até sua ruptura. Os 
parasitas liberados são fagocitados por novas 
células reticulares e este ciclo continua 
indefinidamente. 
 
Conseqüências: Aumento dos órgãos ricos em 
macrófagos (hepato e esplenomegalia). A 
medula óssea sofre atrofia uma vez que as 
células reticulares aí situadas, são desviadas 
pelo parasitismo, para a função macrofágica. 
Quadro hematológico com pancitopenia, mais 
especialmente leucopenia e anemia por 
hemorragia devido a baixa de plaquetas. 
 
PROFILAXIA: 
Eliminação de cães infectados e combate aos 
vetores. 
 
II - Leishmania braziliensis 
HOSPEDEIROS: Homem e cães. 
VETORES: Phlebotomum e Lutzomyia. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM 
CORTE HISTOLÓGICO DE PELE): 
1. Forma amastigota: 
- Estruturas arredondadas pequenas e 
aglomeradas. 
- Núcleo central. 
- Ausência de flagelo. 
 
PATOGENIA: 
A infecção estabelece-se pela inoculação de 
promastigotas através da picada de 
flebotomíneos. Os parasitas ficam incubados 
(em média de duas semanas a dois meses) nas 
células histiocitárias da pele onde se multiplicam 
sob a forma de amastigotas, aparecendo então 
a lesão inicial. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Na picada o vetor se infecta com a forma 
amastigota e essas se transformam em 
promastigotas no canal alimentar do inseto. Ao 
picar o hospedeiro definitivo inocula um “bolo” 
de formas promastigotas que penetram nas 
células retículo endoteliais e se transformam em 
amastigotas, que se multiplicam e ficam na pele 
do hospedeiro. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Leva a séria lesão cutânea, principalmente no 
focinho dos cães e na região nasal dos homens, 
podendo invadir as mucosas produzindo erosão 
nos tecidos cartilaginosos. É a chamada 
leishmaniose cutânea ou úlcera de Bauru. 
Também é uma zoonose e os cães são ótimos 
reservatórios da doença para o homem. 
 
PROFILAXIA: 
Eliminar cães infectados e combater os vetores. 
Se prevenir contra insetos principalmente nos 
bosques úmidos. 
 
b) CLASSE Sarcodina – Locomoção por 
pseudópodes. 
São as amebas, e não possui muita importância 
em Medicina veterinária. 
 
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Coccídeos 
SUBFILO APICOMPLEXA ou SPOROZOA 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Complexo apical (só é visto em microscopia 
eletrônica) na extremidade anterior que permite 
que o protozoário penetre dentro da célula a ser 
parasitada. 
- Parasitas intracelulares 
- Só os microgametas apresentam flagelos 
 
a) CLASSE SPOROAZIDA OU COCCIDIA 
ORDEM EUCOCCIDIORINA 
I - SUBORDEM EIMERINA 
FAMÍLIA EIMERIIDAE 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Coccídeo com ciclo evolutivo direto. 
- Oocistos contendo esporocistos que possuem 
no seu interior esporozoítas. 
- Merogonia e gametogonia nas células do 
hospedeiro. 
- Esporogonia (meiose) geralmente fora do 
corpo do hospedeiro. 
- Microgametas com dois ou três flagelos. 
- Os gêneros são diferenciados pelo número de 
esporocistos nos oocistos e o número de 
esporozoítas nos esporocistos. 
 
GÊNEROS Eimeria e Isospora. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
1. Macrogametócito - Estrutura arredondada 
repleta de grânulos grandes e periféricos e um 
núcleo central que é o macrogameta. 
 
2. Microgametócito - Estrutura com formato 
irregular (meio oval) com milhares de grânulos 
pequenos espalhados no citoplasma que são os 
microgametas. 
 
3. Oocisto imaturo ou zigoto - Estrutura disforme 
que apresenta uma membrana forte. 
 
4. Esquizonte ou meronte - Estruturas 
arredondadas grandes, que apresentam 
merozoítas (estruturas em forma de foice) no 
seu interior. 
 
5. Oocisto esporulado - Estrutura ovóide, 
translúcida, esverdeada, com parede dupla e 
contendo esporocistos e esporozoítas. No caso 
de Eimeria são quatro esporocistos com dois 
esporozoítas no seu interior e no caso de 
Isospora são dois esporocistos com quatro 
esporozoítas no seu interior. 
 
6. Merozoítas de 1ª geração - são pequenos 
tanto em Eimeria quanto em Isospora. 
 
7. Merozoítas de 2ª geração - são pequenos 
(microzoítas) em Eimeria e grandes 
(macrozoítas) em Isospora. 
 
FASES DE REPRODUÇÃO: 
PARTE II 
 Coccídeos 
____________________________________________________________________________________ 
134
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Coccídeos 
1. Assexuada - esquizogonia ou merogonia: 
ocorre no interior do hospedeiro. 
 
2. Sexuada ou gametogonia: ocorre no interior 
do hospedeiro. 
 
3. Esporogonia (esporos = oocisto): ocorre no 
meio ambiente. 
 
TIPOS DE CICLO EVOLUTIVOS 
 
I - CICLO EVOLUTIVO PROPAGATIVO: 
É o que ocorre em aves, com espécies como E. 
tenella (que ocorre em aves de corte), E. 
acervulina e E. necatrix (ambas ocorrem em 
poedeiras). Nesse ciclo, são formados três tipos 
de merozoítas: um que formará os 
macrogametócitos, outro que formará os 
microgametócitos e um terceiro, sem 
diferenciação que formará os merontes e 
depois, macro e microgametócitos levando a 2ª 
geração. 
 
II- CICLO EVOLUTIVO PROLIFERATIVO: 
É o que ocorre em ruminantes, com as espécies 
E. bovis e E. zuerni em bovinos e E. arloingi e 
E. christenseni em caprinos, nos suínos, temos 
Isospora suis. No caso de ruminantes, depois da 
fase trofozoíta é formado o primeiro meronte no 
intestino delgado e quando os merozoítas vão 
ao intestino grosso, dão origem a um segundo 
meronte bem pequeno, é esse quem forma os 
macro e microgametócitos para chegar a 
oocisto. Nos suínos ocorre o mesmo, sendo que 
tudo no intestino delgado. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Nos ruminantes esses protozoários causam 
doenças típicas de filhotes com diarréia, 
diminuição no desenvolvimento. Em suínos, 
Isospora suis é limitante no caso de leitões, pois 
interfere na absorção intestinal, causa diarréia, e 
os animais não atingem os 90 kg ideais para 
abate. Em aves, a mortalidade pode chegar a 
100%. 
 
OBS 1: Em coelhos, E. stieda se encontra no 
fígado. O esporozoíta vai ao fígado pela via 
porta e no endotélio do ducto biliar forma 
merontes I e II, macro e microgametócitos, 
gametas e oocisto, e depois vai à bile e sai nas 
fezes. 
 
OBS 2: Cada geração é mais patogênica que a 
outra porque produz mais oocistos. São 
formados mais macrogametócitos que 
microgametócitos porque esse último produz 
milhões de microgametas 
 
PROFILAXIA DAS COCCIDIOSES: 
1. Coccidiose aviária: Deve ser feito bom 
manejo e o emprego de coccidiostáticos na 
ração e na água. O galpão deve ser bem 
ventilado para diminuir a umidade local e manter 
a cama sempre seca. 
 
2. Coccidiose bovina: Deve ser feito um bom 
manejo, comedouros e bebedouros trocados 
diariamente e mantidos no alto (evita que os 
animais defequem
neles) e camas secas. 
 
3. Coccidiose em coelhos: Deve ser feita a 
limpeza diária das gaiolas, coelheiras ou 
cercados e a manutenção dos comedouros e 
bebedouros limpos. As criações devem ter pisos 
de tela de arame. 
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GÊNERO Eimeria 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
Eimeriidae cujos oocistos esporulados possuem 
quatro esporocistos e cada oocisto recém saído 
nas fezes e que não está esporulado, possui um 
núcleo. 
 
HOSPEDEIROS: 
Mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes. 
 
PATOGENIA 
A patogenia depende da espécie de Eimeria, do 
número de oocistos ingeridos, da idade da ave 
(quanto mais jovem mais susceptível), presença 
e severidade de outras doenças, eficácia do 
coccidiostático, estado nutricional das aves e 
nível de medicação na ração. 
 
CICLO: 
Os oocistos eliminados com as fezes do 
hospedeiro são imaturos (não esporulados). No 
meio ambiente ocorre a esporulação dos 
oocistos, para isso precisa de O2, temperatura 
de 25 a 30 graus e umidade de 70 a 80%. O 
tempo de esporulação nessas condições é de 
dois a três dias. Os oocistos esporulados são 
infectantes e podem permanecer viáveis por 
dois a três meses. O hospedeiro se contamina 
ao ingerir esse oocisto. Na moela ou estômago 
o oocisto é destruído, liberando os esporocistos. 
Depois pela ação da tripsina e da bile ocorre a 
liberação dos esporozoítos no intestino delgado. 
Esses esporozoítos penetram nas células da 
mucosa intestinal, arredondam-se e originam os 
trofozoítos que passam a esquizontes iniciando 
assim a reprodução assexuada denominada de 
Figura 139. Oocisto não esporulado de 
Eimeria sp. 
Figura 140. Oocisto esporulado de Eimeria 
sp. 
Figura 141. Ciclo biológico de Eimeria 
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esquizogonia ou merogonia. Cada esquizonte 
(ou meronte) tem em seu interior um número 
variável de merozoítas (depende da espécie). 
Esses merozoítas rompem a célula hospedeira 
atingem a luz do intestino e invadem novas 
células epiteliais, arredondando-se e formando 
uma nova geração de esquizontes. Alguns 
merozoítos da segunda geração penetram em 
novas células e dão início a terceira geração de 
esquizontes, outros penetram em novas células 
e dão início a fase sexuada do ciclo, conhecida 
como gametogonia. A maioria desses 
merozoítos se transforma em gametócitos 
femininos ou macrogametócitos que vão formar 
os macrogametas. Outros se transformam em 
microgametas ou gametócitos masculinos que 
vão dar origem aos microgametócitos. Os 
microgametas rompem a célula e vão até o 
macrogameta para a fertilização. Dessa 
fertilização resulta o zigoto que desenvolve uma 
parede dupla em torno de si, dando origem ao 
oocisto. 
Os oocistos rompem a célula e passam à luz 
intestinal saindo para o exterior com as fezes na 
forma não infectante, pois não estão 
esporulados. No ambiente em um a cinco dias 
esporulam e tornam-se infectantes. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: 
Essa parasitose destrói as células do intestino 
causando diarréia sanguinolenta, acarreta uma 
baixa conversão alimentar, diminuição da 
resistência orgânica, redução do peristaltismo 
intestinal, perda de peso e predispõem a 
infecção bacteriana secundária. 
 
GÊNERO Isospora e Cystoisospora 
O gênero Isospora pertence à família Eimeriidae 
e o gênero Cystoisopora pertence à família 
Sarcocystidae. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
• Oocistos possuem dois esporocistos contendo 
quatro esporozoítos cada quando esporulados. 
 
HOSPEDEIROS: Aves e carnívoros. Quando 
encontrado em aves o gênero é Isospora e 
quando encontrado em carnívoros é chamado 
de Cystoisospora. 
 
HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: No ciclo 
de Cystoisospora pode ocorrer o ciclo com 
ingestão de roedores parasitados. 
 
 
Figura 142. Acima oocisto não esporulado, 
abaixo oocisto esporulado de Isospora sp. 
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Coccídeos 
CICLO BIOLÓGICO: 
 A contaminação se dá através de alimentos 
como ração, capim e água contaminados com o 
oocisto esporulado. No tubo digestivo do animal 
os esporozoítos saem do oocisto e penetram na 
célula epitelial do intestino onde se arredondam, 
passando a serem chamados de trofozoítas. 
Começa a reprodução assexuada. Sucessivas 
mitoses vão formando vários núcleos e 
citoplasmas para formar os esquizontes (ou 
merontes) que contém os merozoítas. A célula 
não suporta a pressão e se rompe, liberando os 
merozoítas que seguem dois caminhos: 
- Penetram novamente nas células intestinais 
fazendo outra fase de reprodução assexuada 
que formará uma 2ª geração. 
- Continuam para a fase sexuada, onde os 
merozoítas dão origem a macro e 
microgametócitos. Os microgametas que estão 
nos microgametócitos saem da célula parasitada 
e fecundam os macrogametas (e com isso 
perdem seus flagelos – ex-flagelação) formando 
o gameta ou oocisto imaturo. Esse sai nas fezes 
para fazer a esporogonia. 
Na esporogonia, sob condições ideais de 
temperatura alta, oxigenação e umidade, o 
oocisto sofre divisão, formando dois 
esporocistos, contendo quatro esporozoítos em 
cada um. 
 
ESPÉCIES: 
Cystoisospora canis – Cão. 
Cystoisospora felis – Felinos. 
Cystoisospora rivolta – Felinos. 
Cystoisospora ohioensis – Cão. 
 
PATOGENIA: 
Pouco patogênica. Produz diarréia em filhotes e 
diminuição no desenvolvimento, porém é 
autolimitante. 
 
FAMÍLIA CRYPTOSPORIDIIDAE 
GÊNERO Cryptosporidium 
 
HOSPEDEIROS: Homem, rato, macaco, bovino, 
ovino, caprino, eqüino, suíno, canino, felino. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Oocisto medem em torno de 5 µm e contém 
quatro esporozoítas e sem apresentar 
esporocistos. 
 
Figura 144. Oocisto de Cryptosporidium sp. 
400X 
Figura 143. Ciclo biológico de Cystoisospora sp. 
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Coccídeos 
CICLO: 
Característico de Coccídeo. 
É monoxeno. Ocorre esquizogonia na superfície 
das células intestinais com duas gerações de 
esquizontes e outra de multiplicação sexuada 
(gametogonia) com formação de macro e 
microgametócitos. Os microgametas fecundam 
os macrogametas originando oocistos com 
quatro esporozoítos
de parede espessa que são 
eliminados já infectantes. Esporulação dentro do 
hospedeiro. A esquizogonia e a gametogonia 
ocorrem em microvilosidades intestinais. 
Alguns oocistos rompem-se dentro do 
hospedeiro promovendo auto-infecção. 
 
PROFILAXIA: 
- Água limpa em bebedouro adequado, com 
altura que impeça os animais nele defecarem. 
- Comedouros no alto para que não sejam 
infectados pela cama. 
- Higiene dos estábulos, remoção e incineração 
das camas. 
- Tratamento dos animais parasitados. 
- Educação sanitária. 
 
FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE 
- Ciclos evolutivos semelhantes à família 
Eimeriidae. 
- A esporogonia pode ocorrer dentro ou fora do 
hospedeiro. 
- A reprodução assexuada ocorre no hospedeiro 
intermediário e a sexuada no definitivo. 
- Ocorre predação, onde o hospedeiro definitivo 
se infecta ao ingerir restos do hospedeiro 
Intermediário. 
 
GÊNERO Toxoplasma 
ESPÉCIE Toxoplasma gondii 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felídeos, 
principalmente o gato. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Diversos 
mamíferos e répteis. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS (EM 
CORTE HISTOLÓGICO DE FÍGADO OU 
CÉREBRO): 
- Pseudocisto - estrutura alongada, sem parede 
definida onde se encontram os taquizoítas. 
- Cisto - estrutura arredondada com parede bem 
definida onde se encontram os bradizoítas. 
- Zoíta - estrutura em forma de foice com um 
núcleo. Não aparece em corte histológico. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O hospedeiro intermediário ingere o oocisto ao 
pastorear ou ao ingerir alimentos mal lavados. 
No trato digestivo há liberação de esporozoítos 
que pela via sangüínea vai ao fígado, cérebro e 
Figura 145. Ciclo biológico de Cryptosporidium sp. 
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Coccídeos 
outros órgãos passando a se chamar 
trofozoítos. Nestes ocorre a reprodução 
assexuada (esquizogonia). Esta fase é tão 
rápida que os trofozoítas são chamados de 
taquizoítas e é a fase aguda da doença. O 
organismo do animal reage e cria anticorpos e 
os taquizoítas então diminuem sua velocidade 
de reprodução passando a se chamar 
bradizoítas, que formam uma parede cística 
como proteção aos anticorpos. O hospedeiro 
definitivo se infecta ao ingerir restos de animais 
contaminados com os esquizontes (cistos), na 
mucosa intestinal ocorre a gametogonia e o 
oocisto formado vai ao meio ambiente com as 
fezes. Ocorre a esporulação formando um 
conjunto de dois esporocistos contendo quatro 
esporozoítas e esses esporozoítas são as 
formas infectantes para o hospedeiro 
intermediário. 
 
OBS: Pode haver transmissão pré-natal. O 
hospedeiro intermediário pode contaminar-se 
através da ingestão de carne mal cozida 
contendo cistos do parasito. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
No hospedeiro intermediário pode ocorrer má 
formação fetal, hidrocefalia fetal, morte cerebral, 
aborto em ovinos, bovinos e eqüinos, podem 
ocorrer distúrbios pulmonares, fortes dores 
musculares, cegueira e queda na produção. 
 
PROFILAXIA: 
Deve ser feita a limpeza diária de gatis, remoção 
adequada de fezes, precauções higiênicas como 
lavar as mãos antes das refeições e uso de 
luvas na jardinagem, não dar carne crua aos 
gatos, cobrir as rações. 
 
OBS: Hammondia e Frenkelia também são 
parasitas de cães e gatos e têm importância no 
diagnóstico diferencial de oocistos. 
 
GÊNERO Neospora 
ESPÉCIES: Neospora caninum 
 
HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cão. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Bovinos, 
caninos, caprinos, ovinos, eqüinos e cervídeos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
- Oocistos medem entre 10 à 12 µm. 
- Os taquizoítos e cistos são as formas 
encontradas intracelularmente no hospedeiro 
intermediário 
- Os taquizoítos possuem forma de lua e medem 
em torno de 6 X 2 µm de comprimento, e podem 
ser encontrados em diferentes células do corpo. 
- Os cistos possuem forma oval, podem medir 
até 107 µm de diâmetro e são encontrados nas 
células do sistema nervoso. 
Figura 146. Ciclo de Toxoplasma gondii
140
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Coccídeos 
- Dentro dos cistos estão presentes os 
bradizoítos medindo em torno de 7 x 1,5 µm de 
comprimento. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O parasito, sob reprodução sexuada, reproduz-
se no intestino do cão e, posteriormente, seus 
oocistos (medindo 10-12 µm de diâmetro) são 
levados ao ambiente pelas fezes. 
A esporulação ocorre nas fezes, dentro de três 
dias, não sendo, portanto, infecciosos em fezes 
frescas. Os oocistos esporulados contêm dois 
esporocistos, com quatro esporozoitos cada um. 
Os oocistos são resistentes no ambiente e 
permanecem viáveis por longo período até 
serem consumidos pelo hospedeiro 
intermediário, por meio de alimentos 
contaminados. 
Após a ingestão dos oocistos esporulados, pelo 
hospedeiro intermediário, os esporozoítos 
desencistam-se e invadem os tecidos 
desenvolvendo uma infecção sistêmica 
(reprodução assexuada, esquizogonia). O 
parasito forma principalmente no cérebro, cistos 
chamados de bradizoítos. Estes, apesar de 
estarem em estado latente, quando ingeridos 
pelo cão são infecciosos. No cão esses 
bradizoítos penetram nas células intestinais 
onde fazem a reprodução sexuada eliminando 
oocistos não esporulados para o meio ambiente. 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Abortamento no hospedeiro intermediário em 
qualquer época da gestação, fetos podem 
morrer no útero. 
- Reabsorção fetal. 
- Mumificação fetal, fetos autolisados, 
natimortos, bezerros deformados 
- Nascimento vivo seguido de morte. 
- Nascimento de bezerros com sinais 
neurológicos: encefalomielite, paralisias, ataxia 
motora (incoordenação motora) exoftalmia ou 
olhos de aparência simétrica. 
- A maioria dos bezerros com neosporose 
morrem nas quatro primeiras semanas de vida. 
 
DIAGNÓSTICO: 
Os meios utilizados são histológicos ou 
imunohistológicos, imunofluorescência indireta 
(IFI), imunoenzimático (ELISA), PCR. 
Atualmente, é possível realizar testes 
sorológicos, como imunofluorescência indireta 
(IFA) e o teste imunoenzimático (Elisa) que 
indicam exposição dos animais a Neospora, não 
significando que os mesmos estejam doentes. 
Se uma vaca é positiva não significa que um 
aborto foi induzido por Neospora com base nos 
dados do exame sorológico. Para confirmar se o 
aborto foi causado por N. caninum, o parasito 
deve ser encontrado nos tecidos fetais. 
O teste de imunohistoquímica dos tecidos fetais, 
que utiliza o feto inteiro, ou pelo menos o 
cérebro e a medula, é o mais eficiente e 
preferencial método para confirmar o 
diagnóstico. O isolamento e cultura do agente 
também confirmam a presença de Neospora no 
processo patológico. 
MATERIAL UTILIZADO PARA EXAME: Soro 
bovino - as amostras devem ser colhidas até 90 
dias após o abortamento (depois deste prazo, o 
nível de anticorpos cai drasticamente). Feto 
abortado - deve ser encaminhado resfriado. 
 
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Coccídeos 
TRATAMENTO: O tratamento para neosporose 
é feito com sulfas e vacinas. 
ZOONOSE: Não há evidência do leite ou carne 
de animais infectados, transmitirem Neospora 
ao homem. 
CONTROLE: 
1) Evitar que os cães contaminados defequem 
nos depósitos de alimentos e bebedouros. 
-Use as vantagens de depósitos fechados cubra 
os silos com lonas plásticas após sua abertura. 
2) Educar a população a castrar os cães nas 
fazendas e vizinhanças. 
-Castrar cães que não são necessários à 
procriação. 
-Orientar seus vizinhos que mantenham seus 
cães nas suas propriedades 
-Comunicar as autoridades locais (vigilância 
sanitária) sobre a presença de cães sem dono. 
3) Todo feto abortado e restos placentários 
deverão obrigatoriamente ser enterrados, para 
prevenir o consumo pelos cães. 
 
SUBCLASSE GREGARINASINA 
FAMÍLIA HEPATOZOIIDAE 
GÊNERO Hepatozoon 
ESPÉCIE Hepatozoon canis 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Carrapato 
Rhipicephalus sanguineus. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Cães. 
 
LOCAL: Interior de leucócitos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Isogametas que são estruturas alongadas no 
interior dos neutrófilos. 
 
OBS: O cão se infecta ao ingerir o carrapato. 
 
CICLO: 
O cão infecta-se ao ingerir o carrapato que 
contém esporocistos na sua cavidade corporal. 
Ocorre destruição dos esporocistos e liberação 
dos esporozoítas que penetram na parede 
intestinal e através da corrente sanguínea 
passam ao baço, linfonodos, pulmões, 
músculos, fígado e medula onde fazem a 
esquizogonia. Nesses locais ocorrem várias 
gerações de esquizontes, após os merozoítos 
penetram nos leucócitos circulantes e passam a 
gametócitos. O ciclo se completa quando o 
carrapato ingere sangue contaminado com os 
gametócitos. Os gametócitos livres se unem em 
pares e formam os zigotos que ficam no interior 
do carrapato (hemocele) e passam a oocisto 
contendo 30 a 50 esporocistos com 16 
esporozoítos em cada. 
 
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: 
Figura 147. Ciclo biológico do Hepatozoon sp. 
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Coccídeos 
É uma parasitose assintomática, encontrada 
geralmente com outras parasitoses como 
Babesia e Ehrlichia. 
 
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Babesias 
CLASSE PIROPLASMASIDA 
ORDEM PIROPLASMORIDA 
FAMÍLIA BABESIDAE 
GÊNERO Babesia 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E 
HOSPEDEIROS: 
1. Babesia canis - Cães 
-Grande Babesia. 
-Aparece um a dois trofozoítas dentro da 
hemácia. 
 
2. Babesia gibsoni- Cães 
-Pequena Babesia. 
 
3. Babesia bovis (transmissão por larvas do 
carrapato) – Bovinos. 
-Pequena Babesia. 
-Parasitemia muito baixa. 
-Aparece de um a dois trofozoítas dentro de 
cada hemácia. 
-Pode aparecer nos capilares do cérebro, 
provocando trombos nos vasos. 
 
4. B. bigemina (transmissão por ninfas e 
adultos do carrapato)- Bovinos. 
-Grande Babesia. 
-Aparece um a dois trofozoítas dentro de cada 
hemácia 
 
5. B. equi ou Nutallia equi ou mais 
recentemente Theileria equi - Equinos 
-Pequena Babesia. 
-Parasitemia muito alta. 
Figura 150. Babesia bigemina no 
interior da hemácia. 
Figura149. Babesia bovis no interior 
da hemácia 
PARTE III 
 Babesias 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 148 . Babesia canis no interior 
da hemácia. 
144
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Babesias 
-Aparecem um, dois, três ou quatro trofozoítas, 
sendo que quando aparecem quatro, são em 
forma de cruz de malta. 
-Animal permanece portador por toda a sua 
vida. 
 
6. B. caballi - Equinos 
-Grande Babesia. 
-Aparece um a dois trofozoítas dentro da 
hemácia. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O carrapato ao se alimentar do sangue do 
hospedeiro definitivo ingere os merozoítos que 
se diferenciam e fazem a reprodução sexuada 
ou gametogonia que vai dar origem a um zigoto 
chamado oocineto. Este penetra nas células do 
tubo digestivo do carrapato e nelas se multiplica 
por divisão binária ou múltipla até as células se 
romperem e liberarem os vermículos 
(organismos claviformes, móveis e alongados). 
Esses vermículos migram para os tecidos da 
fêmea do carrapato, através da hemolinfa, 
podendo chegar aos ovários (transmissão 
transovariana) ou as glândulas salivares 
(transmissão transestadial) na forma de 
trofozoítas. O carrapato ao sugar o hospedeiro 
inocula as formas trofozoítas que penetram nas 
hemácias do animal e se dividem 
assexuadamente por divisão binária formando 
merozoítas. A célula se rompe e os merozoítas 
são liberados penetrando em novas hemácias. 
 
TIPOS DE TRANSMISSÃO: 
Transovariana - Ocorre nas babesioses 
transmitidas por carrapatos monoxenos, como 
Boophilus microplus e Anocentor nitens. Por só 
terem um hospedeiro na vida, a transmissão é 
da fêmea para seus ovos. As larvas ou ninfas 
originadas desses irão contaminar outros 
animais. 
 
Transestadial - ocorre nas babesioses 
transmitidas por carrapatos heteroxenos, como 
Rhipicephalus sanguineus. Por a muda ocorrer 
no solo, a larva infectada passa para ninfa com 
as formas infectantes e essa então transmite o 
parasita a outro animal. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Além da destruição das hemácias gerando 
anemia, observam-se lesões em outros órgãos 
irrigados pelo sangue contaminado. O baço filtra 
hemácias parasitadas (e incha causando 
esplenomegalia) e acaba por não identificá-las 
Figura 151. Babesia caballi no 
interior da hemácia. 
Figura 152 . Ciclo de Babesia sp. 
145
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Babesias 
mais fagocitando também as hemácias sadias e 
com isso intensifica a anemia (anemia auto 
imune). No rim as hemácias se rompem e no 
fígado ocorre hemoglobinúria por não ocorrer 
metabolização da hemoglobina. Ainda, a 
Babesia ativa a calicreína e leva ao aumento de 
permeabilidade dos vasos e
vasodilatação, 
provocando uma estase circulatória. No quadro 
de babesiose cerebral bovina ocorre destruição 
dos capilares cerebrais e se observa aumento 
da coagulação intravascular, hiper excitabilidade 
e incoordenação. 
 
PROFILAXIA: 
Deve ser feito o controle dos vetores. Em 
regiões endêmicas os animais já têm imunidade 
adquirida através do colostro que deve ser 
reforçada gradativamente com o 
desenvolvimento do animal. 
 
 
146
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Rickettsias 
ORDEM RICKETTSIALES 
 
DEFINIÇÃO: 
As rickettsias são consideradas pertencentes a 
um grupo separado de bactérias por 
apresentarem aspectos comuns entre elas e 
por serem disseminadas por artrópodos que 
servem de vetores. 
 As rickettsias são bactérias com parasitismo 
intracelular obrigatório. São estruturalmente 
semelhantes a bactérias gram-negativas, 
extremamente pequenas, com 
aproximadamente 0,25 mm de diâmetro, 
formando cocobacilos normalmente corados 
com Giemsa e fracamente corados por Gram. 
Podem estar agrupados em pares, em cadeias 
ou isolados. Com exceção da Rickettsia 
prowazekii, causadora de tifo, não apresentam 
flagelos. 
A maioria das espécies é encontrada somente 
no citoplasma das células hospedeiras, mas 
aquelas causadoras da febre maculosa 
multiplicam-se no núcleo e saem para o 
citoplasma. 
O envelope típico consiste de 3 camadas. Uma 
membrana citoplasmática mais interna, uma 
parede celular rígida e uma externa com 
composição química típica de membrana e com 
aspecto trilaminar. A parede celular é 
quimicamente similar a dos Gram negativos e 
possuem invaginações intracitoplasmáticas. O 
citoplasma possui ribossomos. 
 A multiplicação ocorre por divisão binária 
somente dentro da célula hospedeira. Apesar de 
serem capazes de metabolismo próprio para seu 
desenvolvimento, possuem um sistema 
transportador de ATP que utiliza ATP do 
hospedeiro. A energia do parasito, portanto, é 
proveniente em grande parte de ATP do 
hospedeiro. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
A mais recente se encontra na 10ª Edição do 
Bergey´s Manual of Sistematic Bacteriology, 
escrito por Garrity, Winters, Kuo e Searles, e foi 
publicado em 2002. 
Nesta classificação a Ordem das Rickettsiales 
está inclusa no Filo das Proteobacterias, classe 
das Alphaproteobacterias. A divisão em tribos, 
que era comumente utilizada, foi abandonada. 
A família Anaplasmataceae foi novamente 
retirada e os gêneros pertencentes a ela 
(Aegyptianella, Anaplasma, Ehrlichia e 
Neorickettsia) foram inclusas na Família 
Ehrlichiaceae. O gênero Cowdria foi abolido e 
sua única espécie a Cowdria ruminantum foi 
reclassificada como pertencente ao gênero 
Ehrlichia. 
Os gêneros Eperythrozoon e Haemobartonella 
passam a família Mycoplasmataceae. 
 
FAMÍLIA Ehrlichiaceae 
GÊNERO Ehrlichia 
CAPÍTULO IV 
 Rickettsias 
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Rickettsias 
 
HOSPEDEIROS: Cães e gatos (muito raro) 
 
HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Carrapato 
Rhipicephalus sanguineus. 
 
LOCALIZAÇÃO: 
Organismos encontrados nos leucócitos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
São bactérias intracelulares obrigatórias dos 
leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou 
trombócitos. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O vetor de maior importância na transmissão da 
enfermidade é o carrapato, mais 
especificamente, o Rhipicephalus sanguineus . 
No carrapato, a E. canis se multiplica nos 
hemócitos e nas células da glândula salivar, 
propiciando, portanto, a transmissão 
transestadial. Em contra partida, a transmissão 
transovariana provavelmente não ocorre. A 
transmissão entre animais se faz pela 
inoculação de sangue proveniente de um cão 
contaminado para um cão sadio, pelo intermédio 
do carrapato. 
A infecção do cão sadio se dá no momento do 
repasto do carrapato infectado. Após um 
período de incubação de 8 a 20 dias, o agente 
se multiplica nos órgãos do sistema 
mononuclear fagocítico (fígado, baço e 
linfonodos). 
O ciclo da Ehrlichia é constituído de três fases 
principais: (1) penetração dos corpos 
elementares nos monócitos, onde permanecem 
em crescimento por aproximadamente 2 dias; 
(2) multiplicação do agente, por um período de 3 
a 5 dias, com a formação do corpo inicial; e (3) 
formação das mórulas, sendo estas constituídas 
por um conjunto de corpos elementares envoltos 
por uma membrana. 
O cão é infectante apenas na fase aguda da 
doença, quando existe uma quantidade 
importante de hemoparasitas no sangue. O 
carrapato poderá permanecer infectante por um 
período de aproximadamente um ano, visto que 
a infecção poderá ocorrer em qualquer estado 
do ciclo. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
A Ehrlichiose apresenta sinais inespecíficos 
sendo que há 3 fases da doença que pode ser 
fatal se não tratada. 
Na fase aguda que ocorre após um período de 
incubação que varia entre 8 e 20 dias e perdura 
por 2 a 4 semanas o animal apresenta 
hipertermia (39,5 - 41,5 oC), anorexia, perda de 
peso e astenia. Menos freqüentemente 
observam-se outros sinais inespecíficos como 
febre, secreção nasal, anorexia, depressão, 
petéquias hemorrágicas, epistaxis, hematúria, 
ou ainda edema de membros, vômitos, sinais 
pulmonares e insuficiência hepato-renal. Essa 
fase pode passar desapercebida pelo 
proprietário. 
Na fase sub-clínica é geralmente assintomática, 
podendo ser encontradas algumas 
complicações como depressão, hemorragias, 
edema de membros, perda de apetite e palidez 
de mucosas Ocasionalmente, observa-se 
hifema, hemorragia sub-retinal, uveíte, 
descolamento de retina e cegueira . 
A fase crônica da erliquiose assume as 
características de uma doença auto imune. 
Geralmente nesta fase o animal tem os mesmos 
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sinais da fase aguda porém atenuados, 
encontrando-se apático, caquético e com 
susceptibilidade aumentada a infecções 
secundárias, em conseqüência do 
comprometimento imunológico. 
 
DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico laboratorial consiste na 
observação de E. canis em esfregaços de 
sangue do cão infectado, ou em decalques dos 
órgãos alvo. 
Pode-se ainda realizar o diagnóstico por 
imunofluorescência indireta, que constitui um 
método sensível e muito específico, permitindo o 
diagnóstico preciso da erliquiose. 
A trombocitopenia presente no quadro clínico 
não permite que se confirme o diagnóstico da
doença, mas em áreas sabidamente endêmicas, 
a erliquiose dever ser considerada como a 
primeira suspeita. A confirmação do diagnóstico 
pode ser reforçada se for encontrado 
hipoalbuminemia e hiperglobulinemia associado 
a trombocitopenia. 
A técnica de PCR (polymerase chain reaction), 
permite um diagnóstico rápido e com 
sensibilidade semelhante a outras técnicas, o 
que o torna uma peça útil para a elaboração do 
diagnóstico. 
Um outro teste bastante simples e disponível, é 
o teste de Immunocomb, que se baseia na 
detecção de anticorpos IgG contra Erlichia canis 
no soro. Este teste é muito útil no 
monitoramento dos níveis de anticorpos, 
principalmente nas fases sub-clínica e crônica, 
onde é muito difícil o encontro da E. canis em 
esfregaço sanguíneo. É também útil no 
monitoramento dos níveis de anticorpos pós 
tratamento. 
 
PROFILAXIA: 
A prevenção da doença tem um caráter de suma 
importância nos canis e no locais de grande 
concentração de animais. Devido a inexistência 
de vacina contra esta enfermidade, a prevenção 
é realizada através do controle do vetor da 
doença: o carrapato. Para tanto, produtos 
acaricidas ambientais e de uso tópico são 
eficazes desde que seja realizado o manejo 
correto. 
Todo animal que entre em uma propriedade ou 
canil, deve ser mantido em quarentena e tratado 
para carrapatos. Caso seja positivo para 
Ehrlichia, deverá ser tratado antes de ingressar 
na criação. 
Nas áreas endêmicas, o fluxo de cães deve ser 
mínimo e quando ocorrer, recomenda-se tratar o 
animal com doxiciclina por um período de 1 
mês. 
 
GÊNERO Anaplasma 
 
ESPÉCIES: 
-A. centrale 
Figura 153. Corpúsculo de Ehrlichia em 
neutrófilo segmentado. 
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Rickettsias 
-A. marginale 
 
HOSPEDEIROS: Bovinos 
 
HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Carrapato 
Boophilus sanguineus. 
 
LOCALIZAÇÃO: 
Organismos encontrados nos eritrócitos. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
A transmissão é feita por carrapatos ou 
mecânica, por meio de seringas hipodérmicas 
ou instrumentos cirúrgicos contaminados. 
No sangue, o organismo penetra no eritrócito, 
forma um vacúolo e divide-se por divisão 
binária, formando um corpúsculo de inclusão. 
Saem das hemácias e penetram em outras 
promovendo uma intensa anemia.Os eritrócitos 
parasitados são ingeridos pelo carrapato e 
transmitidos para outros bovinos, ou através de 
utilização entre os animais de material 
contaminado como seringas e/ou material 
cirúrgico. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Quatro semanas 
 
DIAGNÓSTICO: 
Presença de organismos pequenos e redondos 
de cor vermelha - escura no interior dos 
eritrócitos em esfregaço sanguíneo corado com 
Giemsa. 
Testes de fixação de complemento, aglutinação 
e imunofluorescência indireta. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Produz uma reação febril aguda, acompanhada 
por grave anemia hemolítica que pode destruir 
até 70% dos eritrócitos sanguíneos em uma 
semana após o período de incubação. A doença 
aparece clinicamente após o dia 40 após o 
contato com o carrapato contaminado. 
Não há hemoglobinúria, pois as hemácias são 
destruídas no baço e fígado e não na corrente 
sanguínea. 
 
PROFILAXIA: 
-Tratamento dos animais para que não fiquem 
portadores. 
-Premunição dos animais suscetíveis com 
sangue de animais portadores. 
-Evitar que os animais adquiram carrapatos 
antes da premunição. 
-Combater o superparasitismo pelo emprego de 
banhos carrapaticidas. 
-Esterilizar os fômites. 
 
Figura 154. Corpúsculos de 
Anaplasma nas hemácias. 
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HELMINTOLOGIA - Metazoários 
- NEMATHELMINTOS: vermes redondos, com 
parede do corpo chamada de cutícula. 
- PLATHELMINTOS: vermes achatados, com 
parede do corpo chamada de tegumento. 
- ACANTOCEPHALA: Cabeça em forma de 
espinho. 
 
FILO PLATHELMINTOS (Platy = achatados) 
- Vermes achatados dorso-ventralmente. 
- Hermafroditas. 
- Simetria bilateral. 
- Não possuem esqueleto. 
- Tubo digestivo incompleto. 
- Não possui cavidade corpórea, mas sim 
parênquima. 
- São divididos em: 
-Classe Trematoda, com subclasses Digenea e 
Monogenea**. 
-Classe Cestoda. 
 
**Monogenea: Helmintos ectoparasitas de 
peixes, mais especificamente de brânquias, que 
dificultam a respiração. Fazem ciclo direto, ou 
seja, são monoxenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO V 
 Helmintos 
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Trematóides 
CLASSE TREMATODA (trematoda = furos) 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Formato semelhante a uma folha. 
- Não são segmentados. 
- Tubo digestivo sem ânus (metabólitos 
excretados pela boca). 
- Ceco termina em fundo de saco. 
- Presença de glândulas vitelínicas (produzem 
vitelo, matéria necessária para formação do 
ovo). 
- Possui ventosas oral, ventral (ou acetábulo) e 
genital (ou gonotil) para fixação no hospedeiro e 
movimentação sobre o mesmo. 
- Revestimento externo (tegumento) resistente. 
Possui músculos sobre a lâmina basal que 
mantém a forma do parasito. 
 
BIOLOGIA: 
- Sistema excretor com tubos pronefridiais, 
vesícula excretora e células excretoras (células 
flama), com cílios para filtração. 
- Sistema reprodutor masculino com testículos, 
canais eferentes, canal deferente e bolsa do 
cirro com vesícula seminal, glândulas 
prostáticas, o órgão peniano que é chamado de 
cirro e um poro genital. 
- Sistema reprodutor feminino com ovário, 
reservatório seminal, canal de laurer, 
reservatório vitelínico, oótipo, glândulas de 
mehlis, poro genital e alças uterinas. 
- Heteroxenos podendo apresentar até três 
hospedeiros intermediários. O primeiro HI é 
sempre um molusco e o segundo, um peixe ou 
crustáceo. 
 
CICLO EVOLUTIVO GERAL DOS 
TREMATÓDEOS: 
Os ovos que saem nas fezes (em alguns casos 
podem sair via oral) geram indivíduos 
(embriões) ciliados chamados miracídios. 
Estes, possuem glândulas que produzem 
substâncias que, associadas à condições 
ambientais, abrem o opérculo do ovo por onde 
sai o miracídio e passa para o meio aquático, 
necessário para sua sobrevivência. Ele nada até 
atingir o hospedeiro intermediário, que 
geralmente é um molusco - aquático ou terrestre 
onde penetra nas partes moles, perde os cílios e
passa a ser chamado de esporocisto (o 
miracídio já apresenta cone cefálico e vive no 
máximo 24 horas). O esporocisto divide –se 
inúmeras vezes no hepatopâncreas do molusco 
originando milhares de formas infectantes, que 
saem pelas partes moles e infectam o ambiente. 
* O esporocisto pode ter uma ou duas gerações. 
Quando de 1ª geração forma-se a rédia 
(também no hospedeiro intermediário) a qual vai 
originar várias cercárias, que possuem cauda 
saem do molusco e se fixam na vegetação 
passando a serem chamadas de metacercárias 
, (possuem uma proteção cística e são as 
formas infectantes) cercária sem a cauda, que 
podem estar no segundo hospedeiro 
intermediário ou não). Quando de 2ª geração 
não há fase de rédia. 
 
PARTE I 
 Trematóides 
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Trematóides 
CONTROLE: 
-Combater os moluscos. 
-Tratar os animais 
 
CLASSE TREMATODA 
SUBCLASSE DIGENEA 
- Aparelho genital masculino e feminino no 
mesmo indivíduo. 
- Necessitam de dois hospedeiros. 
 
ORDEM GASTEROSTOMATA 
- Boca que se abre dentro de uma ventosa oral 
(anterior). 
 
SUBORDEM DISTOMATA 
SUPERFAMÍLIA FASCILOIDEA 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Presença ou ausência de bolsa do cirro e 
acetábulo terminal. 
- Genitália ramificada. 
 
I - FAMÍLIA FASCIOLIDAE 
CARACTERÍSTICAS: 
- Adultos grandes e achatados dorso-
ventralmente. 
- Acetábulo bem desenvolvido (ventosa ventral). 
- Bolsa do cirro bem desenvolvida. 
 
GÊNERO Fasciola 
 
ESPÉCIE Fasciola hepatica 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos e ovinos 
(pode parasitar eqüídeos, bubalinos e 
humanos). 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Molusco 
aquático - Lymnaea viatrix (região Sul) e 
Lymnaea columela (região Sudeste). 
 
LOCAL: Ductos biliares. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Cone cefálico, que é uma projeção anterior do 
corpo onde fica a abertura da ventosa oral. 
- Corpo muito grande em relação aos outros 
trematódeos, com espinhos no tegumento. 
- Só se distingue ovário e testículos pela 
localização. 
Figura 156. Ovo de Fasciola hepatica. 
Figura 155. Adultos de Fasciola hepatica. 
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Trematóides 
- Ovos com 150 µm amarelados pela bile. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Os ovos saem nas fezes do hospedeiro 
definitivo e as chuvas os arrastam até os riachos 
onde são liberados os miracídios que migram e 
penetram ativamente na partes moles dos 
moluscos, formando então os esporocistos, que 
migram para a região pré-cordial e se 
transformam em rédia I. Se o meio for favorável 
ele vira logo cercária, mas se não, como no 
caso de uma estiagem prolongada, o molusco 
se afunda na lama e só quando o meio se torna 
favorável é que seu metabolismo volta ao 
normal e a rédia se torna cercária. Essas são 
semelhantes aos adultos e já apresentam 
cauda, saindo pelas partes moles do molusco e 
caindo na água. Dirigem-se então para o talo 
submerso do capim da várzea onde se fixam, 
perdem a cauda e passam a metacercária que 
possui uma substância cimentante que evita a 
desidratação e aí sobrevive por anos. Quando 
há estiagem, a lâmina dos rios desce e elas 
ficam expostas, e assim são ingeridas pelos 
hospedeiros definitivos ao pastorear. No tubo 
digestivo desses animais as metacercárias 
perdem as carapaças de proteção e passam a 
ser formas jovens que penetram na mucosa 
intestinal e caem na cavidade peritonial 
perfurando o peritônio visceral do fígado e neste 
local migram até quatro meses, depois vão aos 
ductos biliares onde ficam adultos, se alimentam 
de sangue e após oito semanas da infecção já 
eliminam ovos. 
PPP - 3 a 4 meses 
 
IMPORTÂNCIA EM HIGIENE E SAÚDE 
PÚBLICA: 
- Observar a proveniência das verduras e outros 
alimentos porque é passível de parasitar 
humanos (zoonose). 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
- As formas jovens migram no parênquima 
hepático destruindo-o. É a fase aguda da 
doença. 
- Os adultos provocam espoliação nos ductos 
biliares e na forma crônica da doença pode 
haver calcificação dos ductos biliares. 
- Provoca perdas na produção animal e mortes 
muitas vezes pela migração das formas jovens, 
sendo que por isso, o exame de fezes é 
negativo, pois ainda não há eliminação de ovos. 
 
II - FAMÍLIA DICROCOELIIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS 
- Posição anterior do ovário e testículo em 
relação ao útero. 
- Ceco mediano retilíneo. 
- Glândulas vitelínicas medianas ao corpo do 
parasito. 
 
GÊNERO Eurytrema 
ESPÉCIE Eurytrema pancreaticum 
 Figura 157. Cercaria de Fasciola. 
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Trematóides 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: 
1-Moluscos terrestres: Bradybaena similaris 
(caracol). 
2-Gafanhoto: Conocephalus sp. 
 
LOCAL: Ductos pancreáticos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Corpo grande. 
- Ventosa oral grande. 
- Esôfago curto. 
- Testículos bem separados e na mesma 
zona (mesmo plano horizontal). 
- Ovário posterior aos testículos. 
- Cecos que não vão ao terço mediano do 
corpo. 
- Acetábulo mediano. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Os ovos saem nas fezes do hospedeiro 
definitivo e os moluscos ingerem esses ovos 
que liberam o miracídio no seu intestino. Na 
cavidade celomática forma-se esporocisto I e na 
digestiva, esporocisto II. Formam-se então as 
cercárias (que saem do molusco com um muco) 
e essas se aderem ao talo do capim, que é 
ingerido pelo gafanhoto. As cercárias 
atravessam o tubo digestivo e passam a 
metacercárias na cavidade celomática do 
gafanhoto, que é ingerido acidentalmente pelo 
hospedeiro definitivo ao pastorear e as 
metacercárias passam do intestino e vão se 
localizar nos ductos pancreáticos, onde se 
tornam adultos. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Apesar da destruição dos ductos pancreáticos é 
questionada a sua ação tendo em vista que o 
animal não exterioriza a doença. 
 
SUBORDEM AMPHISTOMATA 
SUPERFAMÍLIA PARAMPHISTOMATOIDEA 
 
CARACTERÍSTICAS 
- Acetábulo terminal ou subterminal. 
- Não são achatados e têm formato de pêra. 
 
FAMÍLIA PARAMPHISTOMATIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
Figura 158. Eurytrema pancreaticum 
adultos. 
Figura 159. Adulto de Eurytrema sp. 
Cecos
Testículos 
Ovários
Útero
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Trematóides 
- Testículos na mesma zona. 
- Porte médio à grande. 
 
1 - GÊNERO Paramphistomum 
ESPÉCIE Paramphistomum cervi 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Bovinos. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Molusco 
aquático: Lymnaidae e Planorbidae. 
 
LOCAL: Rúmem. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Não apresenta ventosa genital. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
 Os ovos saem nas fezes e liberam no meio 
ambiente o miracídio que vai à água penetrar no 
hospedeiro intermediário (molusco), no 
hepatopâncreas deste, passa a esporocisto I. 
Após, surgem as rédias que originam cercárias 
e essas saem pelas partes moles do hospedeiro 
intermediário e na água procuram uma 
vegetação para se encistarem (quando em 
forma de cisto são chamadas metacercárias). O 
hospedeiro definitivo ingere as metacercárias ao 
pastorear e a membrana cística da metacercária 
se rompe liberando formas jovens do trematoda 
que se fixam na porção inicial do intestino 
delgado e rúmem. São mais patogênicos no 
intestino delgado que no rúmem. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
 Os parasitos produzem diarréias fétidas e 
escuras e o animal fica muito debilitado. 
 
SUBORDEM STREGEATA 
SUPERFAMÍLIA SCHISTOSOMATOIDEA 
FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAE 
 
GÊNERO Schistosoma 
ESPÉCIE Schistosoma mansoni 
Schisto- fenda / soma- corpo 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. 
 
Figura 161. Paramphistomum mostrando A – 
acetábulo ou ventosa ventral e O - Ventosa 
oral. 
O
\A
Figura 160. Adultos de Paramphistomum 
156
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Trematóides 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Molusco 
aquático Biomphalaria e Planorbis. 
 
LOCAL: Veias mesentéricas e hepáticas. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Possui dimorfismo sexual. 
- Fêmea filariforme fica dentro do canal 
ginecóforo do macho. 
- Macho mais grosso, com ventosas oral e 
ventral (em torno de 1 cm de comprimento). 
 
CICLO BIOLÓGICO 
Após a cópula a fêmea migra para ramos 
menores das mesentéricas e lá fazem a postura. 
Os ovos possuem um espinho e uma substância 
irritante da mucosa e por isso ele consegue 
chegar ao tubo digestivo e assim sair nas fezes. 
Quando isso ocorre no ambiente aquático, o 
miracídio penetra ativamente no hospedeiro 
intermediário (molusco) indo ao hepatopâncreas 
para formar esporocisto de 1ª geração e depois 
de 2ª geração e ainda cercárias 
(furcocercárias). Estas apresentam uma cauda 
bífida, saem do hospedeiro intermediário e no 
ambiente aquático migram ativamente até 
penetrarem na pele íntegra do hospedeiro 
definitivo. Esse também pode se infectar 
bebendo água contaminada. A furcocercária no 
tubo digestivo perde a cauda, passa a adulto-
jovem que se diferencia em macho e fêmea e 
pela circulação vai às veias mesentéricas e 
intra-hepáticas. 
 
PERÍODO PRÉ-PATENTE: 2,5 a 3 meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Algumas espécies ocorrem em roedores e 
bovinos e suspeita-se que eles atuem como 
hospedeiros alternativos mantendo parasitos. 
 
IMPORTÂNCIA EM HIGIENE e SAÚDE 
PÚBLICA: 
É importante o tratamento de fontes de água 
Figura 163. Molusco Biomphalaria sp. 
Figura 164. Ovo de Schistosoma sp. 100X 
Figura 162. Macho (maior) e fêmea de 
Schistosoma sp. 
157
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Trematóides 
natural, pois a água é o meio de infecção tanto 
para hospedeiro definitivo como para hospedeiro 
intermediário. No homem, os sintomas são: 
diarréia sanguinolenta e com muco, anorexia, 
sede anemia. 
 
PROFILAXIA: 
Identificar os meses de população máxima de 
caramujos pela temperatura, não deixando que 
os bovinos fiquem expostos a extensões de 
água contaminada nessas ocasiões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 165. Furcocercária de Schistosoma 
sp. 
158
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Cestóides 
CLASSE CESTODA 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
- Apresentam formato de fita. 
- Têm corpo segmentado dividido em escólex 
(para fixação), colo e estróbilo (corpo que é 
dividido em proglotes). 
- Hermafroditas. 
- Tamanho de corpo varia com o gênero de 
cestóide (de mm a metros). 
- Obrigatoriamente parasitos de animais. 
- As formas adultas localizam-se no trato 
digestivo. 
- Necessitam pelo menos um hospedeiro 
intermediário para completar o ciclo biológico. 
- Sistema digestivo ausente (alimenta-se por 
perfusão). 
 
FORMAS DE ESCÓLEX: 
- Triangular. 
- Afilado. 
- Globoso. 
- Com rostelo e ventosas sem ganchos. 
- Com rostelo e ventosas com ganchos. 
 
FORMAS DE PROGLOTES: 
1-Jovem: Não se vê estruturas de reprodução. 
 
2-Maduro: Podem ser mais largos do que longos 
ou o contrário, o aparelho genital pode ser 
simples ou duplo e ainda pode haver três 
testículos ou mais no mesmo proglote. O 
aparelho genital é constituído de ovários 
lobulados com um útero em forma de saco entre 
eles e glândulas vitelínicas abaixo, testículos 
espalhados na proglote, bolsa do cirro, canal 
deferente e o átrio genital. 
 
Figura 167. Cápsula ovígera contendo 
ovos com embrião no seu interior. 
PARTE II 
 Cestóides 
____________________________________________________________________________________ 
Figura 166. Divisão do corpo de um 
cestóide. 
Escólex 
Colo 
Estróbilo 
159
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3-Grávido: podem ser mais largos do que longos 
ou o contrário, podem ter útero transversal com 
saculações horizontais ou útero horizontal com 
saculações transversais e ainda podem 
apresentar cápsulas ovígeras com ovos no seu 
interior contendo um embrião hexacantor. 
 
TIPOS LARVARES: 
1-CYSTICERCUS: vesícula semitranslúcida que 
apresenta no seu interior um escólex, que está 
invaginado e que pode apresentar rostelo com 
ganchos ou não. Nesse tipo larvar o hospedeiro 
intermediário é vertebrado.Tamanho: 1 a 2 cm. 
 
2-ESTROBILOCERCUS: Vesícula 
semitranslúcida que apresenta um escólex 
evaginado, ou seja, um pescoço longo e 
pseudo-segmentado. Nesse tipo larvar o 
hospedeiro intermediário é vertebrado.
3-COENURUS: Vesícula que apresenta no seu 
interior vários escólex invaginantes. Nesse tipo 
larvar o hospedeiro intermediário é vertebrado. 
 
4-CYSTICERCÓIDE: Vesícula rígida com 
escólex invaginado. Nesse tipo larvar o 
hospedeiro intermediário é invertebrado. 
 
 5-CISTO HIDÁTICO: Vesícula maior que o 
Cysticercus que apresenta no seu interior 
vesículas filhas com escólex ou escólex soltos e 
a esse conjunto se dá o nome de areia hidática. 
No seu envoltório há uma membrana composta 
de proteínas, um epitélio germinativo e uma 
camada de reação do hospedeiro à presença da 
forma larvar. Nesse caso o hospedeiro 
intermediário é vertebrado. 
 
SUBCLASSE EUCESTODA 
ORDEM CYCLOPHILIDEA 
CARACTERÍSTICAS 
-Quatro ventosas no escólex. 
-Fazem apólice (proglotes se desprendem e 
saem nas fezes). 
 
 
ESPÉCIE 
 
HOSPEDEIRO 
DEFINITIVO 
 
HI 
 
TIPO LARVAR
 
NOME DA LARVA 
 
LOCALIZAÇÃO 
T. solium Homem Suíno Cysticercus Cysticercus celullosae Musc. cardíaca e esquelética
T. saginata Homem Bovino Cysticercus Cysticercus bovis Musc. cardíaca e esquelética
T. hydatigena Cão Ruminante, 
Suíno. 
Cysticercus Cysticercus tenuicollis Serosas 
T. taeniformis Felinos Roedores Estrobilocercus Cysticercus fasciolaris Fígado e cavid. abdominal 
T. serialis Cão Coelho Coenurus Coenurus serialis Tec.conjuntivo e serosas 
T. pisiformis Cão Coelho Cysticercus Cysticercus pisiformis Serosas, cavidade peritonial 
T. multiceps Carnívoros Herbívoros Coenurus Coenurus cerebralis cérebro 
Figura 168. Forma larval cysticercus no 
tecido.
Cysticercus 
1,5 cm 
160
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SUPERFAMÍLIA TAINOIDEA 
FAMÍLIA TAENIIDAE 
GÊNERO Taenia 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
-Número de proglotes variável, muitos deles 
grávidos. 
-Aparelho genital simples. 
-Proglotes maduras mais largas do que altas. 
-Proglotes grávidas mais altas do que largas. 
-Todas as espécies apresentam rostelo com 
ganchos exceto T. saginata. 
-Testículos ocupando todo o parênquima interno 
* As formas adultas estão sempre no hospedeiro 
definitivo e as formas larvares sempre no 
hospedeiro intermediário. 
 
CICLO BIOLÓGICO GERAL: 
No intestino delgado do hospedeiro definitivo 
ocorre a fecundação das proglotes maduras 
gerando proglotes grávidas que se destacam e 
saem nas fezes para o meio ambiente. No meio 
ambiente ocorre a degradação das proglotes e 
liberação dos ovos que são dispersos pelo 
vento, aves, chuvas. O hospedeiro intermediário 
se contamina ingerindo os ovos em alimentos 
contaminados e pela ação da bile libera o 
embrião hexacantor de dentro do ovo que vai 
pela corrente sanguínea até a musculatura 
esquelética ou cardíaca, onde ocorre o 
desenvolvimento da forma larvar (cysticercus). 
O hospedeiro definitivo se contamina ingerindo 
carne crua ou mal cozida (ou vísceras) do 
hospedeiro intermediário. No tubo digestivo do 
hospedeiro definitivo ocorre a evaginação do 
escólex e se fixa a mucosa do intestino delgado. 
 
1 - ESPÉCIE T. solium 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Suínos. 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Útero com até 14 ramificações. 
Figura 169 . Ciclo biológico da T. solium e T. saginata parasita do intestino 
delgado de humanos. 
161
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- Cabeça com rostelo de ganchos. 
- Adulto mede em torno de 3 metros de 
comprimento com 800 a 1000 proglotes. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
O homem pode se tornar o próprio hospedeiro 
intermediário se ingerir acidentalmente os ovos. 
A forma larvar, pela circulação vai se 
encaminhar para os olhos, cérebro e tecido 
subcutâneo podendo levar a alterações 
patológicas como cegueira, nódulos no olho, 
transtornos neurológicos. Nos suínos infectados 
com cisticercos os sinais clínicos são 
inaparentes. 
 
IMP.HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: 
A defecação de seres humanos fora do vaso 
sanitário leva a disseminação dos ovos. 
 
 2 - ESPÉCIE T. saginata 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Bovinos. 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Útero com 15 a 35 ramificações. 
- Cabeça sem rostelo de ganchos. 
- Mede em torno de 8 metros e possui mais de 
1000 proglotes. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
A presença da forma larvar na musculatura do 
animal leva a liberação parcial da carcaça ou até 
seu descarte total, ou seja, têm importância 
econômica grande já que é significativo em 
certas regiões do Brasil. 
 
CONTROLE: 
-Congelamento da carne a – 5 Co por 4 dias. 
-Cozimento da carne. 
-Sistema eficiente de esgotos. 
 
3 - ESPÉCIE T. hydatigena 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Ruminantes e 
suínos. 
 
Figura 171. T. saginata um parasita do intestino 
delgado de humanos. 
Figura 170. Cysticercus removido do tecido e 
corado. Observar a coroa de ganchos e 
ventosas. 
Coroa de 
ganchos 
Ventosa 
162
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OBS: A forma larval é o Cysticercus tenuicollis, 
vulgarmente conhecido como “bolha d'água”. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Nos hospedeiros intermediários leva ao descarte 
de vísceras com as formas infectantes. 
 
4 - ESPÉCIE T. taeniformis 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÀRIO: Roedores. 
 
IMP.MED.VET: 
A forma larvar determina achados clínicos e 
patológicos no fígado de roedores. 
 
5- ESPÉCIE Taenia multiceps 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão e canídeos 
selvagens. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ruminantes, 
principalmente ovinos. 
 
IMP. MED. VET: 
O verme adulto de quase 100 cm é encontrado 
no cão onde coloca seus ovos que vão ao meio 
ambiente com as fezes. O ovino ingere com a 
pastagem os ovos contendo a oncosfera que é 
liberada e transportada pelo sangue ao cérebro 
ou medula espinhal onde desenvolve o estágio 
larval chamado de Coenurus cerebralis. Este, é 
um grande cisto (5 cm) cheio de líquido que 
apresenta vários escólex na sua parede. E 
conforme vai desenvolvendo-se vão aparecendo 
os sintomas clínicos no ovino como andar em 
círculos, alterações na postura, defeitos visuais, 
paraplegias. 
 
PPP: 8 meses 
 
GÊNERO Echinococcus 
ESPÉCIE Echinococcus granulosus 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão. 
 
Figura 172. Cysticercus tenuicollis, forma larval da T. 
hydatigena. 
Figura 173. Ovos de Taeniidae. 
163
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HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Animais 
ungulados e homem. 
 
LOCAL: 
Forma larvar no cérebro, fígado e pulmão. 
Forma adulta no intestino de cães (permanece 
por 5 a 6 meses). 
 
VIABILIDADE DOS OVOS: 21 dias 
 
FORMA LARVAR: Cisto hidático. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA 
FORMA ADULTA: 
-Escólex e rostelo com ganchos. 
-Apresenta no máximo cinco proglotes. 
-É quase invisível a olho nu pelo seu pequeno 
tamanho (5 mm). 
CICLO BIOLÓGICO: 
O hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir 
vísceras do hospedeiro intermediário contendo o 
cisto hidático (forma larval). As larvas originam 
adultos no tubo digestivo do cão. As proglotes 
grávidas cheias de ovos se destacam e vão ao 
meio ambiente com as fezes. Neste, os ovos se 
disseminam e o hospedeiro intermediário 
infecta-se ingerindo os ovos nas pastagens ou 
em alimentos contaminados que dão origem às 
larvas hexacantor que pelo sistema porta vão ao 
fígado ou pela circulação vão ao pulmão e 
cérebro. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
A forma larvar no hospedeiro intermediário pode 
levar a obstrução de canais respiratórios, 
distúrbios no fígado (cirrose), cérebro e pulmão. 
E se o cisto hidático se romper no hospedeiro 
intermediário esse pode morrer de choque, pois 
Figura 175. Adulto de Echinococcus 
granulosus 100X. 
Figura 174. Areia hidática retirada do 
interior do cisto hidático. 
Figura 176. Cisto hidático em fígado de 
ruminante. Observar a parede do cisto com 
várias vesículas filhas. 
164
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foram liberados vesículas filhas e escólex. 
 
FAMÍLIA DAVAINEIDAE 
GÊNERO Davainea 
ESPÉCIE Davainea proglotina 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Moluscos 
terrestres. 
 
LOCAL: Forma adulta no duodeno. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA 
FORMA ADULTA: 
-Corpo com poucas proglotes. 
-Aparelho genital simples. 
-Ventosas com ganchos no escólex. 
-Poro genital alterna o lado nas proglotes. 
-Cápsulas ovígeras com um ovo no seu interior. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
As proglotes grávidas vão ao meio ambiente 
com as fezes e o molusco ingere os ovos. No 
corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento 
da forma larvar e o hospedeiro definitivo se 
infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No 
tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas 
larvares se fixam no intestino delgado e 
desenvolvem-se até adultos, onde acabam o 
desenvolvimento do seu ciclo biológico. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
É um parasito bastante patogênico e as 
infecções podem levar a quadros de inflamação 
intestinal nas aves levando a queda de 
produção (ganho de peso) gerando sérios 
prejuízos econômicos. 
 
GÊNERO Raillietina 
ESPÉCIE Railletina tetragona 
 Railletina cisticillus 
 Railletina echinobothrida 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos. 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Moluscos 
terrestres, formigas e moscas. 
 
LOCAL: Forma adulta no duodeno. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
Figura 177. Adulto de Davainea 
proglotina. 
Figura 178. Ovo de Raillietina 
165
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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA 
FORMA ADULTA: 
- Proglotes em formato de trapézio. 
-Cápsulas ovígeras contendo de 6 a 18 ovos. 
-Pode ou não apresentar rostelo. 
-Não se vê genitália. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
As proglotes grávidas vão ao meio ambiente 
com as fezes e o molusco ingere os ovos. No 
corpo desse molusco ocorre o desenvolvimento 
da forma larvar e o hospedeiro definitivo se 
infecta ingerindo o hospedeiro intermediário. No 
tubo digestivo do hospedeiro definitivo as formas 
larvares se fixam no intestino delgado e 
desenvolvem-se até adultos. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
As infecções podem levar a menor produtividade 
do plantel, menor ganho de peso e 
conseqüentemente perdas econômicas. 
 
FAMÍLIA DILEPIDIDAE 
-Presença de rostelo retrátil com ganchos. 
-Corpo com muitas proglotes. 
-Presença de ventosas sem ganchos. 
-Proglotes grávidas com cápsulas ovígeras 
contendo ovos. 
 
SUBFAMÍLIA DILEPIDINAE 
GÊNERO Dipylidium 
ESPÉCIE Dipylidium caninum 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Pulgas 
(Ctenocephalides felis e C. canis) e piolho 
(Trichodectes canis). 
 
LOCAL: Forma adulta no duodeno. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA 
FORMA ADULTA: 
-Aparelho genital duplo. 
-Proglotes com laterais dilatadas. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O cão infecta-se ao se coçar e lamber, quando 
acidentalmente ingere a pulga contendo 
Figura 180. Cápsula ovigera de Dipilydium 
contendo ovos 
Figura 179. Adulto de Dipylidium caninum 
166
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cisticercóide no seu interior. No intestino 
delgado esse hospedeiro intermediário é 
digerido e há liberação da forma larvar 
cisticercóide, o escólex se evagina, se 
desenvolvem as proglotes e mais tarde as 
proglotes grávidas saem nas fezes. O 
hospedeiro intermediário se infecta ingerindo as 
cápsulas ovígeras com os ovos ou com os ovos 
e na cavidade celomática a larva se desenvolve. 
 
IMP.MED.VET: 
Há uma incidência grande em criações de cães. 
As proglotes ativas saem pelo ânus causando 
um prurido muito grande o que leva muitas 
vezes o cão a arrastar o traseiro no chão. Em 
casos de altas infecções pode ocorrer 
inflamação intestinal, diarréia e cólica. 
 
GÊNERO Amoebotaenia 
ESPÉCIE Amoebotaenia sphenoides 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Galináceos 
domésticos. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Minhoca. 
 
LOCAL: Forma adulta no duodeno. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA 
FORMA ADULTA: 
-Corpo com poucas proglotes (máximo 13). 
-Proglotes mais largas do que altas. 
-Aparelho genital simples. 
-Rostelo com ganchos e ventosas sem ganchos. 
-Cápsulas ovígeras contendo ovos. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir o 
hospedeiro intermediário que contém a forma 
larvar. No tubo digestivo do hospedeiro definitivo 
ela se fixa no intestino delgado e desenvolve-se 
eliminando mais tarde, as proglotes grávidas 
que saem nas fezes. No ambiente o hospedeiro 
intermediário ingere os ovos que originam a 
forma larvar. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
A importância é nas criações extensivas onde as 
aves ficam em contato direto com o chão e
conseqüentemente com minhocas. Em 
infecções elevadíssimas leva a alterações como 
gastrenterite, queda no desenvolvimento das 
aves e da produção. 
 
FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE 
(Anoplo- desarmado/ cephalidae- cabeça) 
 
CARACTERÍSTICAS 
-Escólex globoso com ventosas bem visíveis e 
sem ganchos. 
-Sem rostelo. 
-Útero no plano horizontal com saculações 
verticais. 
Figura 181. Ciclo de Dipylidium caninum 
167
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SUBFAMÍLIA ANOPLOCEPHALINAE 
GÊNERO Anoplocephala 
ESPËCIE Anoplocephala perfoliata 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ácaros 
oribatídeos = ácaros cryptostigmata). 
 
LOCAL: Forma adulta no intestino delgado e 
grosso. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Estróbilo não se destaca. 
-Ventosas olham para as laterais. 
-Proglotes empilhadas. 
-Não se vêem estruturas internas. 
-2 pares de projeções digitiformes. 
 
GÊNERO Anoplocephala 
ESPËCIE Anoplocephala magna 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos 
(ácaros cryptostigmata). 
 
LOCAL: forma adulta no intestino delgado e 
grosso. 
 
FORMA LARVAR: cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Estróbilo se destaca. 
-Corpo maior. 
-Não apresenta projeções digitiformes. 
-Ventosas que “olham” para cima. 
-Não se vê estruturas internas. 
-Proglotes empilhadas. 
 
GÊNERO Paranoplocephala 
ESPËCIE Paranoplocephala mamillana 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
Figura 183. Anoplocephala magna. 
Figura 182. Porção anterior de A. perfoliata 
Projeções 
digitiformes 
168
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HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos 
(ácaros cryptostigmata). 
 
LOCAL: forma adulta no intestino delgado ou 
região pilórica do estômago. 
 
FORMA LARVAR: cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Fendas nas ventosas. 
-Ovário de um lado e testículos do outro. 
-Tamanho do corpo menor que Anoplocephala. 
 
CICLO BIOLÓGICO GERAL: 
As proglotes grávidas se destacam e vão ao 
solo com as fezes (A) os ovos liberados são 
ingeridos por ácaros (B), no interior do ácaro se 
forma o cisticercóide. O ácaro é ingerido pelo 
eqüino há liberação do cisticercóide que fixa-se 
no intestino delgado tornando-se adulto (C). Um 
a dois meses após a ingestão de ácaros 
infectados com a forma larvar, os vermes 
adultos são encontrados no intestino dos 
eqüinos. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Em infecções altas pode causar inflamação no 
Figura 185. Ovo de 
Figura 184. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de eqüinos. 
A 
B 
C 
169
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ponto de fixação do parasito (intestino delgado e 
grosso) causando obstrução intestinal e 
raramente perfuração intestinal. Isso ocorre com 
mais intensidade em Anoplocephala perfoliata e 
quase não ocorre em Paranoplocephala 
mamillana. 
 
FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE 
GÊNERO Moniezia 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Escólex com ventosas bem visíveis. 
-Pescoço fino e longo. 
-Aparelho genital duplo. 
-Atinge 4,5 a 6 metros. 
 
ESPÉCIE Moniezia expansa 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos 
(ácaros cryptostigmata). 
 
LOCAL: Forma adulta no intestino delgado. 
 
FORMA LARVAR: cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Glândulas interproglotidianas espalhadas nas 
bordas das proglotes. 
 
ESPÉCIE Moniezia benedeni 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Oribatídeos 
(ácaros cryptostigmata). 
 
LOCAL: Forma adulta no intestino delgado. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Glândulas interproglotidianas comprimidas no 
terço mediano das bordas das proglotes. 
 
CICLO EVOLUTIVO GERAL: 
As proglotes grávidas ou ovos são eliminados 
nas fezes e no pasto são ingeridos por ácaros e 
nesses se desenvolvem as formas larvares. O 
hospedeiro definitivo se contamina ingerindo 
Figura 187. Ovos de Moniezia. 
Figura 186. Moniezia, anoplocephalidae de 
ruminantes. 
Escólex 
170
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acidentalmente os ácaros nas pastagens. As 
formas adultas se fixam no intestino delgado 
onde ocorre maturação e fecundação das 
proglotes. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Embora sejam pouco patogênicos, em grandes 
infecções de cordeiros jovens pode levar a 
redução do peso corporal reduzindo assim a 
qualidade da lã. 
 
SUBFAMÍLIA THYSANOSOMINAE 
GÊNERO Thysanosoma 
ESPÉCIE Thysanosoma actinioides 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Ruminantes. 
 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Ácaros. 
 
LOCAL: Forma adulta no ducto biliar e 
pancreático. 
 
FORMA LARVAR: Cisticercóide. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FORMA ADULTA: 
-Franjas na borda posterior de cada proglote. 
-Aparelho genital duplo. 
 
Figura 189. Proglotes franjados de 
Thysanosoma
Figura 188. Ciclo biológico de Anoplocephalidae de ruminantes. 
171
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CICLO BIOLÓGICO: 
 As proglotes grávidas são eliminadas nas fezes 
onde ocorre a liberação dos ovos. No pasto são 
ingeridos por ácaros e nesses se desenvolvem 
as formas larvares (cisticercóides). O 
hospedeiro definitivo contamina-se ingerindo 
acidentalmente os ácaros nas pastagens. As 
formas larvares vão via corrente sanguínea ao 
ducto biliar e pancreático, onde ocorre o 
desenvolvimento, maturação e fecundação das 
proglotes. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA: 
A infecção leva a obstrução do ducto biliar 
levando a icterícia e até colangite. 
Figura 190. Thysanosoma actinioides adulto. 
Figura 191. Ovos de Thysanosoma sp. Fora da 
cápsula ovígera. 
172
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Nematóides 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILO NEMATHELMINTHES 
CLASSE 
NEMATODA 
ORDEM 
ASCARIDIDA 
FAMÍLIA
ASCARIDIIDAE 
Ascaridia 
ORDEM 
 SPIRURIDA 
FAMÍLIA 
PHYSALOPTERIDAE 
Physaloptera 
ORDEM 
OXYURIDA 
FAMÍLIA 
 OXYURIDAE 
Oxyuris 
Passalurus 
Syphacia 
ORDEM 
STRONGYLIDA 
FAMÍLIA 
ANCYLOSTOMATIDAE 
Ancylostoma 
Bunostomum 
FAMÍLIA 
CHABERTIDAE 
Chabertia 
Oesophagostomum 
ORDEM 
 ENOPLIDA 
FAMÍLIA
DIOCTOPHYMATIDAE 
Dioctophyma 
FAMILIA 
TRICHOSTRONGYLIDAE 
Cooperia 
Ostertagia 
Teladorsagia 
Trichostrongylus 
Haemonchus
FAMILIA 
DICTYOCAULIDAE 
Dictyocaulus 
Nematodirus 
FAMILIA 
STRONGYLIDAE 
Strongylus 
ORDEM 
RHABDITIDA 
FAMILIA 
STRONGYLOIDIDAE 
Strongyloides 
FAMILIA 
SYNGAMIDAE 
Stephanurus 
Syngamus 
FAMILIA 
ANGIOSTRONGYLIDAE 
Aelurostrongylus 
Angiostrongylus 
FAMILIA 
METASTRONGYLIDAE 
Metastrongylus 
FAMILIA 
PROTOSTRONGYLIDAE 
Muellerius 
FAMÍLIA
HETERAKIDAE 
Heterakis 
FAMÍLIA
ASCARIDIDAE 
Ascaris 
Parascaris 
Toxascaris 
Toxocara
FAMÍLIA
ACUARIIDAE 
Cheilospirura 
Dispharynx 
FAMÍLIA
SUBULURIDAE 
Subulura 
FAMÍLIA THELAZIIDAE
Thelazia 
Oxyspirura
FAMÍLIA SPIROCERCIDAE
Ascarops 
Physocephalus 
Spirocerca 
FAMÍLIA
HABRONEMATIDAE 
Habronema 
FAMÍLIA
ONCHOCERCIDAE 
Dirofilaria 
Dipetalonema 
Onchocerca 
Setaria
FAMÍLIA
TRICHURIDAE 
Capillaria 
Trichuris 
173
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FILO NEMATHELMINTOS 
CLASSE NEMATODA 
CARACTERÍSTICAS 
- Vermes de corpo cilíndrico. 
- Simetria bilateral. 
- Dupla camada de membranas. 
- Músculos lisos segmentados entre as 
membranas. 
- Pode apresentar cristas, espinhos ou asas 
(essas podem ser cefálicas, cervicais ou 
caudais). 
- Sistema digestivo completo (boca, vestíbulo 
oral, lábios, esôfago, faringe, intestino e ânus ou 
abertura anal). 
- Dimorfismo sexual (embora existam fêmeas 
partenogenéticas). 
 
TIPOS DE BOCAS, VESTÍBULOS ORAIS E 
LÁBIOS 
- Boca simples, com coroa franjada ou ainda 
com espinhos ou dentes (para hematófagos). 
- Vestíbulo oral simples, com lamelas ou com 
dentes. 
- Trilabiada, bilabiada ou com interlábios. 
 
TIPOS DE ESÔFAGO 
-Simples ou filariforme. 
-Oxiuriforme (com bulbo posterior). 
-Rabditiforme (com istmo e bulbo). 
-Com bulbo anterior. 
-Com dois bulbos. 
-Com divertículo. 
 
TIPOS DE INTESTINO 
-Com abertura anal no final do corpo. 
-Com abertura anal no meio do corpo. 
 
SISTEMA GENITAL FEMININO: 
 É composto por dois ovários, dois ovidutos, um 
útero, uma vagina e uma vulva. Quanto ao tipo 
de útero podem ser: 
1.Opistodelfas: útero voltado para a parte 
posterior do corpo. 
2.Prodelfas: útero voltado para a parte anterior 
do corpo. 
3.Anfidelfas: útero dividido, sendo que os 
ovários ficam um para cada lado do corpo. 
Figura 192. Alguns exemplos de esôfago de 
nematóides. 
PARTE III 
 Nematóides 
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4.Mesodelfas: útero faz uma volta, onde os 
ovários quase se tocam. 
 
SISTEMA GENITAL MASCULINO: 
É composto por dois testículos, dois canais 
deferentes, um canal ejaculador, dois espículos 
(que são estruturas quitinizadas para condução 
do sêmen à abertura genital e que podem ser 
simples, com ganchos ou ornamentados), um 
gubernáculo (que orienta os espículos durante a 
cópula) e 1 bolsa copuladora com raios bursais. 
Essa é dividida em troncos (para abraçar a 
fêmea): 
1. Tronco ventral: dois troncos para cima. 
2. Tronco lateral: três troncos para trás. 
3. Tronco dorsal: três troncos para trás. 
 
FORMA INFECTANTE PARA O HOSPEDEIRO 
A maioria dos nematóides infecta por L3. 
 
TIPOS DE OVOS 
1. Simples. 
2. Operculado. 
3. Bioperculado. 
4. Larvado. 
 
A casca apresenta três camadas: 
1. Membrana de fertilização: responsável pela 
secreção da casca. É a parte mais interna. 
2. Membrana lipoídica 
Figura 193. Estrutura de um macho de 
nematóide. 
Figura 194. Estrutura de uma fêmea de 
nematóide. 
Figura 195. Tipos de ovos de 
nematóide. 
1 2 
3 4 
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3. Membrana protéica: só aparece em alguns 
helmintos e esses ficam mais resistentes à 
condições ambientais ( ex: Ascarídeos). 
OBS: os ovos podem ser encontrados em fezes, 
urina e expectoração brônquica. 
 
TIPOS DE FÊMEAS 
1.Ovovivíparas: Postura de ovos com embrião 
ou larva formada (na hora da postura). 
2.Ovíparas: Postura de ovos no 1° estágio (sem 
segmentação). 
3.Vivíparas: fêmeas fazem postura de larvas. 
 
OBS: A resistência da larva é devido a sua 
cutícula. Em cada muda ela perde a cutícula e 
ganha outra, a não ser na passagem de L2 para 
L3, pois aí a L3 retém a cutícula da L2 ficando 
com duas e se tornando assim mais resistente 
às condições do meio ambiente. 
 
FORMAS DE INFECÇÃO 
-Picada de mosquito. 
-Ingestão de ovos. 
-Ingestão de larvas. 
-Ingestão do HI. 
-Infecção cutânea (penetração). 
 
O desenvolvimento de L3 a adulto pode ser de 
várias formas: Alguns ficam no tubo digestivo e 
ali se desenvolvem; alguns se desenvolvem 
fixados à mucosa; e outros vão a circulação indo 
se desenvolver nos órgãos. 
 
ORDEM RHABDITIDA 
SUPERFAMÍLIA RHABDITOIDEA 
FAMÍLIA STRONGYLOIDIDAE 
 
GÊNERO Strongyloides 
ESPÉCIE – Strongyloides sp. 
Strongy- redondo/ oides- forma 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: 
 S. westeri: Eqüinos. 
 S. ransomi: Suínos. 
 S. papillosus: Bovinos. 
 S. stercoralis: Homem, cão e gato. 
 
LOCAL: Intestino delgado 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho muito pequeno (♀ parasitas menores 
que 1 cm). 
-Fêmeas partenogenéticas, com boca trilabiada, 
sem cápsula bucal e com esôfago claviforme. 
-Ovário e útero anfidelfos (alças p/ lados 
diferentes) e no 2° quarto do corpo. 
-Larvas com esôfago filariforme, ocupando um 
terço do tamanho do corpo. 
-Aparecem ovos por todo o corpo da fêmea. 
-Ovo larvado com 50 a 60 micras. 
 
Figura 196. Ovo larvado de Strongyloides. 
176
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OBS: Só as fêmeas partenogenéticas são 
parasitas. Essas são triplóides e possuem 
esôfago filariforme. Machos são haplóides e 
fêmeas de vida livre são diplóides e produzem 
indivíduos triplóides. Esses possuem esôfago 
rabditiforme (ocupa ¼ do corpo). 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
1 - Homogômico ou direto: Em condições 
ambientais favoráveis a L1 vai a L2 e L3 dentro 
ou fora do ovo. O hospedeiro definitivo se 
contamina através da penetração das larvas L3 
na pele e essas ganham as arteríolas, coração, 
pulmão e nos bronquíolos a L3 passa a L4 e vai 
aos brônquios, traquéia, laringe, onde são 
deglutidas caem no tubo digestivo e passam a 
L5 (larvas jovens) desenvolvendo-se as fêmeas 
partenogenéticas. Outra forma de infecção é 
através da ingestão de alimentos contaminados 
aonde a L3 chega ao tubo digestivo e no 
intestino rompe a parede, passa para a 
circulação e repete o ciclo. Também pode haver 
contaminação placentária. 
 
2 - Heterogômico ou indireto: Em condições 
ambientais ideais a L1 segue o caminho que 
dará origem a L3 (forma infectante) ou origina 
formas não infectantes, ou seja, L1, L2, L3, L4 e 
L5 que amadurecem, vão a adultos de vida livre 
e copulam gerando formas parasitárias (fêmeas 
partenogenéticas). 
 
PPP- 15 à 25 dias 
 
IMP.MED.VET: 
Atingem exclusivamente animais jovens 
(primeiros meses de idade), podendo afetar 
fêmeas em lactação. A penetração das larvas na 
pele causa irritação, inflamação local e dermatite 
localizada (que pode ser purulenta), tudo 
depende do número de larvas e do local de 
penetração. A passagem pelo pulmão pode 
causar processos inflamatórios (pneumonia) e 
as formas adultas que estão nas vilosidades 
intestinais promovem a erosão destas 
provocando infecção e levando a enterite 
catarral, que apresenta muito catarro e muco. 
Pode gerar também aumento do peristaltismo 
intestinal provocando diarréia, má absorção 
alimentar, desidratação o que acarreta 
diminuição do desenvolvimento dos animais 
jovens. Em casos graves leva a morte do 
animal. 
Período pré-patente- 15- 25 dias. 
 
Figura 197. Ciclo biológico de Strongyloides 
sp. 
177
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OBS: Utiliza-se para diagnóstico a técnica 
MACMASTER no caso de S. westeri, S. 
ransomi e S. papillosus. Já para diagnosticar S. 
stercoralis utiliza-se a técnica de BAERMAN que 
procura larvas, pois os ovos são postos num 
estágio mais avançado. 
 
ORDEM OXYURIDA 
SUPERFAMÍLIA OXYUROIDEA 
FAMÍLIA OXYURIDAE 
-Boca trilabiada. 
-Esôfago oxyuriforme ou rabditiforme. 
 
GÊNERO Oxyuris 
ESPÉCIE - Oxyuris equi 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino grosso 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho médio (♀ - 4 a 15 cm, ♂ - 0,9 a 1,2 
cm). 
-Esôfago oxyuriforme, com istmo longo. 
-Cauda terminando em forma de chicote. 
-Fêmeas com muitos ovos por toda a extensão 
do corpo. 
-Macho com um espículo e asa caudal. 
-Ovos operculados, ovais e amarelados. 
. 
CICLO BIOLÓGICO: 
A - Ovo com L3 é ingerido. 
B,C – Larva liberada no intestino. 
D – passa a L4 e L5 (adultos). 
E - Fêmea migra até o ânus onde deposita ovos 
na região perianal com uma substância 
cimentante. 
 
PPP = Quatro a cinco meses. 
 
Figura 199. Adulto de Oxyuris. 
Figura 198. Ovo de Oxyuris equi 
Figura 200. Ciclo biológico de Oxyuris equi. 
A 
B,C 
D
E 
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Obs: Larvas podem eclodir e voltar ao intestino 
grosso – retroinfecção. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
As formas jovens são mais patogênicas, 
principalmente as L3 que penetram na mucosa 
levando à inflamações intestinais (enterite) 
seguidas de diarréia. A substância colocada 
com o ovo na região perianal provoca um 
prurido intenso e o animal se coça, se 
machucando e podendo perder pelo. 
 
ORDEM ASCARIDIDA 
-Apresentam papilas pré-cloacais, cloacais e 
pós-cloacais. 
 
SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA 
FAMÍLIA HETERAKIDAE 
GÊNERO Heterakis 
ESPÉCIE - Heterakis gallinarum 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves. 
 
H. PARATÊNICO (de transporte): Minhoca. 
 
LOCAL: Cecos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho pequeno – 4 a 15 mm. 
-Boca trilabiada. 
-Esôfago bulbiforme. 
-Machos apresentam dois espículos de 
tamanhos diferentes, uma ventosa pré-cloacal e 
asa caudal na extremidade posterior. Também 
apresenta papilas pré-cloacais, cloacais e pós-
cloacais. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Ciclo direto, sem migração. No ceco, as fêmeas 
fazem a postura de ovos (com uma célula e 
casca espessa) e esses saem com as fezes 
para o meio ambiente. Ocorre o 
desenvolvimento de L1 dentro do ovo (passa a 
L2 e L3) e o HD se infecta ingerindo os ovos 
com a forma infectante (L3). No tubo digestivo 
da ave, que também pode ingerir minhocas que 
mantém larvas L3 em seus tecidos, a L3 é 
liberada e vai ao ceco. Uma parte das larvas 
penetra profundamente na mucosa cecal e outra 
fica nas criptas do epitélio cecal fazendo as 
mudas para L4 e L5 e depois passando a 
adultos. 
Figura 202. Ovo de Heterakis sp. 
Figura 201. Adultos de Heterakis gallinarum 
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PPP = 4 semanas. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
As larvas podem causar espessamento de 
mucosa cecal causando pequenas inflamações. 
As larvas ao se alimentarem da mucosa podem 
ingerir e depois transmitir um protozoário 
chamado Histomonas meleagridis (ou ele entra 
na formação do ovo). É patogênico para perus 
jovens por isso não se recomenda criar perus 
em terrenos já utilizados por galinhas. 
 
FAMÍLIA ASCARIDIIDAE 
GÊNERO - Ascaridia 
ESPÉCIE: Ascaridia galli 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Aves. 
 
LOCAL: Intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho médio (♀ - 6 a 12 cm, ♂ -1 a 2 cm). 
-Esôfago claviforme. 
-Ovos semelhantes so de Heterakis. 
-Boca trilabiada. 
-Machos apresentam dois espículos de mesmo 
tamanho e uma ventosa pré-cloacal na 
extremidade posterior. Também apresenta 
papilas pré-cloacais, cloacais e pós-cloacais. 
-A cauda nos machos termina abruptamente. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O ciclo evolutivo é direto (sem migração). A ave 
ingere o ovo com a L3 (estádio infectante). A L3 
eclode no intestino delgado onde passam a L4 e 
adultos (Machos e fêmeas). Há a cópula e a 
fêmea faz
a postura dos ovos que são levados 
ao meio ambiente com as fezes. No interior do 
ovo em condições de temperatura e umidade 
adequadas há a formação da L1, L2 e L3. 
 
IMP.MED.VET: 
É um dos helmintos mais comuns de aves. Um 
grande número de parasitas pode obstruir o 
intestino e causar a morte da ave. Geralmente é 
grave em animais jovens (até três meses de 
idade). 
 
 
SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA 
FAMÍLIA ASCARIDIDAE 
SUBFAMÍLIA ASCARIDINAE 
GÊNERO Ascaris 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- São parasitos de animais jovens porque 
interferem no crescimento e no ganho de peso. 
- Os ovos têm casca muito espessa e isso os 
torna extremamente resistentes no solo. 
- O ovo não é atingido por desinfetantes. 
- A fêmea coloca até 20.000 ovos por dia. 
 
ESPÉCIE Ascaris lumbricoides 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Homem. 
 
LOCAL: Intestino delgado. 
 
GÊNERO Ascaris 
ESPÉCIE Ascaris suum 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Suínos. 
 
180
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Nematóides 
LOCAL: intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho grande (♀ - 20 a 40 cm,♂ -15 a 25 
cm). 
-Vagina no terço anterior. 
-Fêmeas terminam em cauda romba e machos 
possuem 2 espículos. 
-Boca trilabiada. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Os suínos se infectam ao ingerirem (E) o ovo 
com membrana dupla contendo L3, ou ao ingerir 
hospedeiros paratênicos (minhocas ou 
besouros) contendo a L3 que é liberada no tubo 
digestivo (intestino principalmente ceco). A L3 
penetra na mucosa (F), por via linfática vai aos 
linfonodos e pela veia porta vai ao fígado (G), 
coração e pulmão (H) via circulação. A muda 
para L4 ocorre nos alvéolos, a larva (L4) vai à 
glote (I) é redeglutida e no intestino delgado elas 
se alojam fazendo o resto das suas mudas (L5) 
e se tornando adultos. As fêmeas fazem a 
postura e os ovos saem nas fezes (A). O ovo 
quando sai nas fezes não está larvado (B), mas 
para ser infectante precisa ocorrer a formação 
da L3 (Larva 3) no seu interior (C). 
PPP = 2 meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
As larvas podem causar pneumonia transitória 
(pulmão), anemia do leitão e manchas 
esbranquiçadas que condenam o fígado e que 
representam inflamação. Os vermes adultos 
podem levar a obstrução intestinal e icterícia, o 
que também pode levar a condenação da 
carcaça. Há importância em suínos jovens pois 
leva a diminuição no ganho de peso levando a 
um prolongamento no período de engorda. 
 
GÊNERO Parascaris 
ESPÉCIE Parascaris equorum 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
Figura 203. Ovo de Ascaris suum. 
Figura 204. Ciclo biológico de Ascaris suum. 
181
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Nematóides 
-Tamanho grande – (♀ - 20 a 50 cm,♂ -15 a 28 
cm). 
-Machos possuem asa caudal. 
-Boca trilabiada com interlábios. 
 
PPP: Um a três meses. 
 
CICLO: Semelhante ao do Ascaris suum. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Pode ocasionar cólica e obstrução no intestino 
delgado de potros. 
 
GÊNERO Neoascaris (Toxocara) 
ESPÉCIE - Neoascaris vitulorum 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO – Bovídeos. 
 
LOCAL – Intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho grande – (♀ - 22 a 30 cm,♂ -15 a 26 
cm). 
-Cor esbranquiçada. 
-Cabeça mais estreita que o corpo. 
-Boca trilabiada. 
-Ovos com 60 a 100 µm. 
 
CICLO – Semelhante ao do Ascaris. 
 
SUBFAMÍLIA TOXOCARINAE 
GÊNERO Toxocara 
ESPÉCIE - Toxocara canis 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cães. 
 
LOCAL: intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho médio (♀ - 9 a 18 cm,♂ - 4 a 10 cm). 
-Esôfago claviforme. 
-Boca trilabiada. 
-Asa cervical longa e estreita. 
-Apresentam ventrículo esofagiano. 
-Macho tem uma projeção digitiforme na cauda. 
 
ESPÉCIE - Toxocara cati 
 
Figura 205. Adultos de Parascaris 
Figura 206. Boca trilabiada de 
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Nematóides 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Gatos. 
 
LOCAL: Intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho médio (♀ - 4 a 12 cm,♂ - 3 a 7 cm). 
-Esôfago claviforme. 
-Boca trilabiada. 
-Asa cervical larga e curta. 
-Apresentam ventrículo esofagiano. 
 
GÊNERO Toxascaris 
ESPÉCIE - Toxascaris leonina 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos e caninos. 
 
LOCAL: Intestino delgado. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
-Tamanho médio – (♀ - 2 a 10 cm,♂ - 2 a 7 cm). 
-Esôfago claviforme. 
-Boca trilabiada. 
-Asa cervical. 
-Não apresentam ventrículo esofagiano. 
 
CICLO BIOLÓGICO GERAL DE 
TOXOCARINAE: 
As fêmeas fazem a postura dos ovos que saem 
nas fezes e forma-se a L1, L2 e L3 dentro do 
ovo. O HD se infecta de 4 maneiras: 
 
1) Via oral - o hospedeiro definitivo ingere o ovo 
com a forma infectante, que é liberada no tubo 
digestivo e penetra na mucosa do intestino 
delgado e pela circulação porta vai ao fígado, 
depois coração e alvéolos pulmonares, onde faz 
a muda para L4, chega a glote sendo deglutida 
e indo novamente ao intestino, onde muda para 
L5 e torna-se adulta. Esse é o ciclo de Loss (ou 
Figura 209. Ovo de Toxascaris sp. 
Figura 207. Ovo de Toxocara 
Figura 208. Adultos de Toxocara canis. 
183
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Nematóides 
hepatotraqueal) que ocorre em cães jovens (até 
três meses), pois em cães adultos as larvas 
chegam ao pulmão como L3 e pegam a 
circulação de retorno para o coração e são 
bombeadas pela aorta para diferentes partes do 
corpo onde mantêm-se ativas por anos. 
 
PPP = Quatro a cinco semanas. 
 
2) Via transplacentária - Em fêmeas gestantes 
as larvas passam pelo sangue arterial podendo 
contaminar o feto. Se a cadela contaminar-se 
antes da gestação e possuir as larvas na 
musculatura, em função das alterações 
hormonais elas podem ser reativadas e 
contaminar o feto. É a forma de contaminação 
mais importante nos cães, mas em gatos não 
ocorre. 
 
3) Via transmamária - As fêmeas passam as 
larvas aos filhotes através do leite. Não há 
migração pulmonar no filhote por essa via. 
 
4) Via hospedeiros paratênicos - Pode haver 
contaminação através da ingestão de roedores e 
aves (no caso de cães) e outros animais (no 
caso de gatos). 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
A
ingestão do ovo com a L3, no caso de 
Toxocara, pelo homem faz com que essa larva 
passe pelo fígado e desencadeie reações de 
corpo estranho, podendo causar lesões 
hepáticas conhecidas como larvas migrans 
visceral. Em cães a infecção pode levar à 
pneumonia, enterite mucóide e até oclusão 
parcial ou completa do intestino, e nos casos 
mais raros, perfuração com peritonite. 
 
ORDEM STRONGYLIDA 
SUPERFAMÍLIA STRONGYLOIDEA 
-Macho com bolsa copuladora que se 
movimenta para auxiliar o movimento da cópula. 
-Ovos de casca dupla e fina com várias células 
no seu interior (ovo morulado). 
 
FAMÍLIA STRONGYLIDAE 
CARACTERÍSTICAS: 
Figura 211. Cão com aparência típica 
de infecção por ascarídeo. 
Figura 210. Ciclo biológico de Toxocara canis. 
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Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Nematóides 
-Presença de cápsula bucal. 
-Presença de esôfago claviforme. 
 
SUBFAMÍLIA STRONGYLINAE 
-Cápsula bucal com formato subglobular. 
-Adultos hematófagos. 
 
GRANDES STRONGYLÍDEOS: 
GÊNERO Strongylus 
ESPÉCIE: Strongylus vulgaris 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino grosso. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
• Tamanho de pequeno a médio (♀ - 2 a 2,5 
cm, ♂ - 1 a 1,6 cm). 
• Adultos hematófagos. 
• Cápsula bucal grande, com coroa franjada, 
apresentando dois dentes arredondados e um 
ducto da glândula esofagiana. 
• Esôfago claviforme. 
• Machos com bolsa copuladora e 2 espículos 
de tamanho médio. 
• Fêmeas terminando afiladamente. 
 
S. equinus
Figura 212. Adultos de Strongylus. 
Figura 214. Da Esquerda para direita: Cápsula 
bucal de Strongylus edentatus, S. equinus e S. 
vulgaris. 
Figura 215. Ciclo biológico de Strongylus. 
Figura 213. Cápsula bucal de 
Strongylus vulgaris. 
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Nematóides 
CICLO BIOLÓGICO: 
O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas 
pastagens ou na água contaminada. No 
intestino delgado a larva perde a bainha de 
proteção e vai ao intestino grosso penetrar na 
mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai 
então à íntima da artéria mesentérica e 
atravessa a art. mesentérica anterior (cranial) 
fazendo aí as mudas para L4 e L5 e formando 
nódulos e lesões chamadas de arterite. Quando 
a L5 se desprende, atravessa a parede do 
ceco/cólon caindo na luz intestinal. Nesse local 
ocorre a diferenciação sexual (machos e 
fêmeas). Após a cópula as fêmeas colocam os 
ovos que saem nas fezes e se desenvolvem no 
meio ambiente. 
 
PPP = Seis a sete meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
É a espécie mais patogênica para eqüinos, 
porque os nódulos formados na artéria 
mesentérica anterior são responsáveis por 
tromboembolias que levam a cólicas, o que 
pode até matar o animal por hemorragia interna 
pelo rompimento da artéria. 
 
ESPÉCIE: Strongylus equinus 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino grosso. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho de pequeno à médio (♀ - 3,5 a 5,5 
Figura 218. Cápsula bucal 
de Strongylus equinus. 
Figura 216. L3 de Strongylus vulgaris 
obtida de coprocultura. 
Figura 217. Ovo de Strongylus sp. Pode-se 
contar os blastômeros 
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Nematóides 
cm, ♂ - 2,5 a 3,6 cm). 
-Adultos hematófagos. 
-Cápsula bucal grande, com coroa franjada e 
apresentando três dentes pontiagudos (sendo 
um deles com ponta bífida) e um ducto da 
glândula esofagiana. 
-Esôfago claviforme. 
-Ovos medindo 98 µm de comprimento. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas 
pastagens ou na água contaminada. No 
intestino delgado a larva perde a bainha de 
proteção e vai ao intestino grosso penetrar na 
mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). 
Atinge então a subserosa formando nódulos e 
após 11 dias atinge a cavidade peritonial (já 
como L4) e migra para o fígado onde provoca 
lesões. Após ± 3 meses, vai ao intestino grosso 
como L5 e aí amadurece virando adulto com 
260 dias. Após a postura os ovos saem nas 
fezes e se desenvolvem em meio ambiente. 
 
PPP = 9 meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Dependendo da quantidade de L3 ingerida o 
animal pode apresentar emagrecimento, dor, 
cólica devido a função hepática ou pancreática 
estar anormal. 
 
ESPÉCIE - Strongylus edentatus 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino grosso. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho de pequeno a médio (♀ - 3,3 a 4,4 
cm, ♂ - 2,3 a 2,8 cm). 
-Adultos hematófagos. 
-Cápsula bucal grande, com coroa franjada, um 
ducto da glândula esofagiana e sem apresentar 
dentes. 
-Esôfago claviforme. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
O Hospedeiro definitivo ingere a L3 nas 
pastagens ou na água contaminada. No 
intestino delgado a larva perde a bainha de 
proteção e vai ao intestino grosso penetrar na 
mucosa (pode penetrar no delgado mesmo). Vai 
assim pela circulação porta ao fígado (após 11 a 
18 dias) e depois de 9 semanas migram pelo 
ligamento hepático formando nódulos, nesse 
local fazem mudas para L4 e L5. Vão então à 
cavidade peritonial, penetram na mucosa do 
ceco e cólon onde aparecem nódulos 
hemorrágicos e após 3 a 5 meses já estão no 
lúmem para que haja cópula, postura e liberação 
Figura 219. Cápsula bucal 
de S. edentatus. 
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Profa Silvia Gonzalez Monteiro 
Nematóides 
dos ovos nas fezes com posterior 
desenvolvimento desses no meio ambiente. 
 
PPP = Três a cinco meses. 
 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÀRIA: 
Dependendo da quantidade de L3 ingerida o 
animal pode apresentar emagrecimento, dor, 
cólica ocasionados pela função hepática 
anormal e pelos nódulos no ceco/cólon. 
 
GÊNERO Triodontophorus 
ESPÉCIE - Triodontophorus sp. 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos. 
 
LOCAL: Intestino grosso. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
-Tamanho de pequeno a médio (♀ - 2,5 cm, ♂ - 
1,8 cm). 
-Adultos hematófagos. 
-Cápsula bucal de tamanho médio, com coroa 
franjada, ducto da glândula esofagiana e com 
lâminas serrilhadas no fundo da cápsula. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Não migratório, os adultos também são 
hematófagos. 
Não há muitas informações sobre o ciclo de 
desenvolvimento deste parasito. 
 
PEQUENOS STRONGYLÍDEOS: 
SUBFAMÍLIA - CYATHOSTOMINAE 
 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Eqüinos.

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