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Gases Estado Gasoso 1. Introdução A matéria é capaz de existir em três Estados Físicos diferentes: O Estado Gasoso tem, historicamente, recebido mais atenção porque fornece uma chave para a resolução de vários problemas Físico-Químicos.Os gases são mais simples de estudar que sólidos e líquidos porque são naturalmente uniformes no seu comportamento. Esta uniformidade é tão grande que é útil imaginar um Modelo de Gás Ideal. Comparando as propriedades dos gases que realmente existem, Gases Reais, com as propriedades previstas para os gases hipotéticos, verifica-se que o comportamento dos gases reais se aproxima muito do comportamento ideal, especialmente se a pressão não é muito alta e a temperatura é muito baixa. Comportamento de um Gás Para uma dada amostra de gás constituída por um determinado número de mols de moléculas ou átomos, existem três grandezas mensuráveis que são matematicamente relacionadas entre si e que caracterizam a amostra gasosa. Volume Temperatura Unidades utilizadas: graus Celcius (ºC); graus Kelvin (K). OBS: Existe também a escala Farenhait (°F): . - Pressão Por definição: . Unidades Utilizadas do Sitema Internacional de Unidades - SI : Pa (Pascal). . Unidades utilizadas em Química: atm; mm Hg; torr. . A atmosfera é uma mistura de gases que exercem uma pressão sobre a superfície terrestre, denominada Pressão Atmosférica (Patm). A Pressão Atmosférica é medida por um equipamento chamado Barômetro . Um barômetro tradicional pode ser construído enchendo-se um tubo de vidro com mercúrio (Hg) e invertendo-o, sem derramar, em um reservatório de mercúrio de forma que a extremidade aberta fique submersa: LOGO: Que pressões atuam sobre o nível do reservatório, o qual se escolhe como nível de referência? Fora do tubo: Dentro do tubo: . Quando estas duas pressões opostas são exatamente iguais (Patm = PHg), o mercúrio permanece estacionário na coluna. A Pressão Atmosférica está diretamente relacionada ao comprimento da coluna de mercúrio (hHg) em um barômetro e, portanto, pode ser expressa em unidades de milímetros de mercúrio (mm Hg) que é mais comum que centímetros de mercúrio. Define-se 1 unidade padrão de pressão, a atmosfera padrão (atm) como a pressão que suporta uma coluna de mercúrio de 760 mm, medida a 0 ºC e ao nível do mar. Logo: 1 atm = 760 mm Hg = 760 torr (pois 1 mm Hg = 1 torr) . Um barômetro similar também poderia ser construído usando água, mas o comprimento da coluna de água seria consideravelmente maior que o da coluna de mercúrio, porque a pressão atmosférica estaria suportando um líquido menos denso. - densidade da água: 1,0 g/mL - densidade do mercúrio: 13,6 g/mL . A pressão de um gás contido em um recipiente fechado é medida por um equipamento chamado Manômetro. Um manômetro tradicional consta de um tubo em forma de “U” conectado ao recipiente que contém o gás e contendo algum líquido, normalmente mercúrio devido à sua elevada densidade. Manômetro de Extremidade Aberta: Um braço é conectado ao sistema cuja pressão está sendo medida e o outro permanece aberto para a atmosfera. Manômetro de Extremidade Fechada: Usado para medir baixas pressões (Pgás << Patm). Neste manômetro, o braço do tubo em “U” que não está conectado ao sistema, tem sua extremidade fechada. 2. Lei dos Gases As primeiras medidas confiáveis das propriedades dos gases foram feitas pelo cientista anglo-irlandês Robert Boyle em 1662, quando este estudou o efeito da pressão sobre o volume. Um século e meio mais tarde dois cientistas franceses, Jacques Charles e Joseph-Louis Gay-Lussac estudaram o efeito da temperatura sobre a pressão e volume dos gases. Outros cientistas seguiram fazendo novas investigações. Todos estes estudos experimentais deram origem às Leis do Gases, as quais são leis empíricas pois foram propostas a partir de resultados experimentais. Lei de Boyle Proposta a partir de vários resultados experimentais que relacionam P e V de um gás. Para uma amostra gasosa onde: . Os gráficos que resultam dessas relações são: O gráfico da relação P.V = constante, é uma curva hiperbólica e para cada valor de temperatura existe uma hipérbole. Logo, essas curvas são chamadas ISOTERMAS. Cada gás tem um conjunto de isotermas. T1 < T2 < T3 Chama-se Gás Ideal um gás hipotético que obedece a Lei de Boyle em todas as condições de T e P. OBSERVAÇÕES: Exemplo: Se 200 L de um gás a 4 atm são comprimidos para 50 L, sua nova pressão será: Lei de Charles Proposta a partir de vários resultados experimentais que relacionam V e T de um gás. Para uma amostra gasosa onde: . O gráfico que resulta desta relação matemática é: Com este gráfico, temos que, à pressão constante, o gás expande quando aquecido. O gráfico da relação V/T = constante, é uma reta e para cada valor de pressão existe uma reta. Logo, essas retas são chamadas ISÓBARAS. Cada gás tem um conjunto de isóbaras. • Reta Cheia (—): Dados experimentais ( T > T liquefação) • Reta Pontilhada (---): Extrapolações Todos os gases reais se condensam quando são resfriados a uma temperatura suficientemente baixa. As linhas cheias representam dados experimentais para T > Tliquefação. Todas as porções pontilhadas (extrapolações) interceptam as abcissas a uma T = -273,15 ºC, a qual corresponde a V = 0. Como volume não pode ser negativo, esta temperatura deve ser amais baixa possível e é o valor que corresponde a T = 0 na escala Kelvin. OBSERVAÇÕES: 1º) Se a Lei de Charles fosse obedecida rigorosamente, os gases não condensariam quando resfriados. A condensação é um desvio do comportamento ideal. 2º) Todos os gases comportam-se cada vez menos idealmente à medida que se aproximam de sua temperatura de liquefação. A Lei de Charles tem sua maior aplicação na comparação de V e T em dois conjuntos de condições. Uma vez que V/T é constante para uma amostra de gás a P e n constante, se obtém: Exemplo: Se 20 L de um gás a 100 K são aquecidos a 300 K, seu volume final será: Lei de Gay-Lussac Proposta a partir de vários resultados experimentais que relacionam P e T de um gás. Para uma amostra gasosa onde: . O gráfico que resulta desta relação matemática é: Quando aquecido, para não expandir (ou seja, permanecer com volume constante) o gás precisa estar submetido a uma pressão maior. . Analogamente ao que já foi visto, a grande utilidade da Lei de Gay-Lussac está na comparação de dados P/T em condições diferentes, pois a V e n constante se obtém: . OBS: As Leis de Charles e a Lei de Gay-Lussac às vezes são tratadas em conjunto como Leis de Charles/Gay-Lussac. Gases Ideais As Leis de Boyle, de Charles, de Gay-Lussac e o Princípio de Avogadro são enunciados de proporcionalidade obtidos experimentalmente que descrevem os Gases Ideais. Pode-se resumi-los como: . Combinando-se as três proporcionalidades, se obtém: . Reescrevendo a proporcionalidade como igualdade, introduz-se uma constante R: . Esta relação é mais conhecida com a forma: . Esta expressão é conhecida como Equação de Estado dos Gases Ideais, e R é a Constante Universal dos Gases. Desta expressão : Então para n = constante, se obtém: . Exemplo: Uma amostra de 50 mL de gás exerce uma pressão de 450 torr a 35 ºC. Qual o seu volume nas CNTP? OBSERVAÇÕES: Aplicação da Equação de Estado dos Gases Ideais Exemplo 1: Um estudante coletou gás natural de uma tubulação de gás de laboratório a 25 ºC em um frasco de 250mL até que a pressão do gás fosse 550 torr. Determinou então que a amostra pesava 0,1184 gramas. A partir destes dados calculou a massa molar do gás. Exemplo 2: O composto orgânico volátil geraniol,um componente do óleo de rosas, é usado em perfumaria. A densidade do vapor a 260 ºC é 0,480 g/L quando a pressão é 103 torr. A massa molar do geraniol pode ser calculada a partir desses dados. Exemplo 3: Uma mistura de N2 e O2 tem volume de 100 mL a uma temperatura de 50 ºC e uma pressão de 800 torr. A mistura foi preparada pela adição de 50 mL de O2 a 60 ºC e 400 torr a X mL de N2 a 40 ºC e 400 torr. Qual é o volume X?