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Teoria geral do processo civil

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Teoria Geral do Processo Civil 
 
3º Semestre 
Apontamentos em sala de aula, por José Roberto Monteiro, Juliana Brito 
Marques, Franciele Costa e James Jesser Rodgher. 
 
 
 
02 de fevereiro de 2012 
 
 
SOCIEDADE DE DIREITO 
 
 
O que surgiu primeiro: o direito ou a sociedade? 
 
 “Teorema de Tostines” 
 
(ver comercial de TV em http://www.youtube.com/watch?v=tJ-BKu-WUEk) 
 
Aristóteles observou que o homem é um animal político, que nasce com a 
tendência de viver em sociedade. 
 
O ser humano é egoísta por natureza e, com raras exceções, objetiva 
satisfazer primeiro as próprias necessidades. Assim, para que o homem 
possa conviver em sociedade, surge o direito. 
 
“Ubi jus, ibi societas; ubi societas, ibi jus”. 
 
Assim a tarefa da ordem jurídica é harmonizar as relações sociais, evitando 
o uso da violência, o caos e a desordem. 
 
Quando nos referimos à satisfação das próprias necessidades, estamos a 
abordar os interesses dos seres humanos, INTERESSES esses que podem 
colidir com INTERESSES alheios. 
 
A palavra INTERESSE irá assumir grande relevância no estudo do Direito 
Processual Civil, uma vez que não haverá ação judicial sem a demonstração 
do interesse da parte. 
 
CONCEITO DE LIDE (Carnelucci): 
 
 
 
Lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. 
 
2 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL 
 
Mundo clássico 
 
GRÉCIA 
 
Começou a desvincular os julgamentos dos princípios religiosos e 
superstições. 
 
Na obra “Retórica” de Aristóteles observamos que os julgamentos seguiam, 
em matéria de prova, princípios lógicos, não religiosos. O processo era oral, 
discutido em praça pública. Havia um júri escolhido pela comunidade. Já 
havia a noção de ônus da prova (art. 333 CPC). 
 
ROMA 
 
Influenciada pelo direito grego, mas entendia que o processo era um 
instrumento do Estado, indispensável à paz social. 
 
PROCESSO ROMANO: FASES 
 
1ª. FASE PRIMITIVA: Havia um árbitro que não era funcionário do 
Estado; havia norma escrita. Tudo que não era disposto pela norma, 
era arbitrado pelo árbitro: Critério Pessoal do Árbitro. Era o LEGIA 
ACTIONES, ou AÇÕES DA LEI, que vai até 149 a.C. 
 
 As cinco ações previstas eram extremamente formais, obedeciam a 
procedimento solene e ritual de gestos e palavras imprescindíveis. 
Bastava um erro e o ligante perdia a ação. 
 
 O processo era oral e tinha duas partes. A 1ª era composta por 
gestos e rituais na presença do magistrado. Desde que certos gestos 
e rituais estivessem corretos era concedida a ação e fixado seu 
objeto. Então, quem decide são os árbitros, cidadãos romanos aos 
quais cabia colher a prova e proferir a sentença. Não havia advogado. 
 
2ª. PERÍODO FORMULÁRIO: Decorre da expansão do Império Romano, 
bem como das novas e complexas relações sociais decorrentes dessa 
expansão. As cinco LEGIS ACTIONES eram incapazes de resolver 
esses novos conflitos. Assim, Roma concedeu ao magistrado o poder 
de criar fórmulas de ações aptas a compor todos os tipos de lides. 
 
 Na realidade esse 1º magistrado examinava a pretensão resistida e, 
encontrando base, concedia ao autor uma fórmula escrita com o 
 
3 
 
objeto litigiado para que o árbitro realizasse o julgamento. Já havia 
advogados, o livre-convencimento e o contraditório. 
 
 
(Comentários do professor) 
- Jurisdição  juris dicto  poder de dizer o direito 
- Contraditório é o direito de conhecer o ato praticado pela parte 
 contrária e 
 poder interferir ativamente no seu resultado 
- “Não há prova tarifada, todas as provas são iguais” (máxima do 
 direito) 
 
 
3ª. EXTRAORDINARIA COGNITIO (de 200 d.C. a 565 d.C., queda do 
Império Romano): A função jurisdicional passa a ser exercida por 
funcionários do Estado. Desaparecem os árbitros privados. O 
processo passa a ser escrito com fases bem definidas, a saber: 
 - pedido do autor 
 - defesa do réu 
 - colheita das provas 
 - sentença 
 - execução (se necessário, mediante força do estado) 
 É o germe do processo civil moderno. 
 
 
 
03 de fevereiro de 2012 
 
 
Com a queda do Império Romano decorrente da invasão dos bárbaros 
(povos germânicos) ocorreu a imposição dos costumes e do direito bárbaro 
sobre o direito romano, incorporando institutos como duelos, juízo divino 
entre outros. O processo era formal, mas o ônus da prova competia ao 
acusado. 
 
Piada didática do professor. As mulheres ainda fazem isso: na volta da festa 
a mulher dele diz: “Muito bonito, hein!”. Ao que ele responde: “O quê???”. E 
ela: “Não vem me dizer que você não sabe...” 
 
SÉCULO XI  NASCIMENTO DAS UNIVERSIDADES 
 
Com as universidades que surgem no século XI estudou-se um método de 
aproveitar o processo romano, os costumes bárbaros e o processo da 
Igreja, nascendo o que chamamos DIREITO COMUM, e com ele om processo 
 
4 
 
comum (séculos XI a XVI). Era escrito, moroso e rebuscado. Foi extinto o 
juízo divino, mas se aceitava meios de prova como a tortura. 
 
OUTRO MARCO HISTÓRICO: A REVOLUÇÃO FRANCESA 
 
O processo continua a ser escrito, mas o juiz tem maios liberdade na 
valoração da prova. É o livre-convencimento. 
FASE CIENTÍFICA ou PROCESSO CIVIL MODERNO (pós Revolução Francesa) 
 
O juiz ganha maiores poderes para apreciar o conjunto probatório seguindo 
uma lógica e o seu livre-convencimento. 
 
(Comentário do professor) 
Ex officio  o juiz pode agir de ofício, ou seja, por iniciativa própria. 
 
O juiz deixa de ser um simples expectador da vitória do advogado mais 
hábil. 
 
O processo tinha por objetivo a paz social e pela primeira vez se pensou em 
se enfrentar o maior problema do processo: a morosidade. 
 
Conciliar a amplitude da defesa, a segurança jurídica e a celeridade 
processual, é ainda um problema sem solução. 
 
 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL NO BRASIL 
 
BRASIL COLÔNIA  Ordenações do reino (Ordenações Filipinas) 
 
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL  Continuou-se a usar as Ordenações 
Filipinas, exceto no que contrariasse nossa soberania. 
 
Recomendação do professor: ler “Da tribuna de defesa ou da Assistência da 
acusação” de Paulo José da Costa Jr, Ed. Forense. Um livro de “causos” 
jurídicos. 
 
Características 
 
 era escrito 
 
 o processo era conduzido por um juiz 
 
 
 
 
5 
 
 Só se apreciava as provas constantes dos autos dos 
 processos. (ainda é assim: “O que não está no processo, não 
 está no mundo”) 
 
 Os advogados não faziam as perguntas direto à testemunha e 
 ao réu, mas ao juiz (ainda é assim em processo civil) 
 
 O processo dependia da iniciativa da parte para o início e 
 movimentação. (É a inércia da jurisdição, ou seja, o cidadão 
 provoca a ação. É assim ainda hoje, exceto em espólio). 
 
 
REGULAMENTO 737 
 
Surgiu após o código comercial de 1850. Trouxe dispositivos de ordem 
processual, somente para as lides comerciais. 
CONSTITUIÇÃO de 1891 
A primeira a separa a justiça federal da estadual. 
 
 
CONSTITUIÇÃO de 1934 
Criou-se o processo unitário: só a união pode legislar sobre processo. 
 
 
CÓDIGO de PROCESSO de 1939, em vigor em 1940 
Revogado pelo... 
 
 
CÓDIGO de PROCESSO CIVIL DE 1973 – o Código Buzaid (Alfredo Buzaid, 
advogado, professor e jurista, Ministro da Justiça no governo Médici). 
 
 
A partir de 1994, começaram a haver micro reformas. 
 
 
Em tramitação em uma comissão especial da Câmara dos Deputados, um 
novo Código de Processo Civil (CPC) deverá estar
pronto para ser votado no 
plenário da Casa até o início de março de 2012. (Tchiiiiii... vai mudar um 
monte de coisas!). 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
09 de fevereiro de 2012 
(O professor faltou, mas enviou o material abaixo por e-mail) 
 
Formas de Resolução dos Litígios. Autodefesa, Autocomposição e o 
Processo 
 
 Surgindo um conflito entre dois interesses contrapostos, é possível 
que ele se resolva por obra dos próprios litigantes ou mediante a decisão 
imperativa de um terceiro. Na primeira hipótese, ocorre uma solução 
parcial do conflito, porque resolvido pelas próprias partes e, na Segunda, 
uma solução imparcial do conflito, isto é, por ato de terceiro desvinculado 
do litígio. 
 
 A resolução dos conflitos pois, ocorrentes na vida em sociedade, 
pode-se verificar por (1) obra de um ou de ambos os sujeitos envolvidos 
no conflito de interesses, ou ainda (2) por ato de terceiro, estranho à 
contenda. Na primeira hipótese, um dos interessados (ou cada um deles) 
consente no sacrifício total ou parcial do próprio interesse 
(autocomposição) ou impõe o sacrifício dos interesses alheio (autodefesa 
ou autotutela). Na segunda, pontifica-se a interferência de terceiro 
estranho ao conflito, a mediação e o processo. 
 
 Como formas parciais de resolução dos conflitos temos então a 
Autotutela ou Autodefesa e a Autocomposição e, como forma imparcial, o 
processo. 
 
Da autotutela à jurisdição - modernamente, em ocorrendo a 
convergência de interesses antagônicos, ou um conflito de interesses 
qualificado por uma pretensão resistida (caracterizando-se então a lide), 
em princípio o direito impõe que, se se quiser pôr fim a essa disputa, seja 
provocado o Estado-juiz, que tem como vocação constitucional a 
prerrogativa de dizer, no caso concreto, qual a vontade do ordenamento 
jurídico (declaração) e, se for o caso, fazer com que as coisas se 
disponham, na realidade prática, conforme essa vontade (execução). 
 
Contudo, nem sempre foi assim. Nos primórdios da civilização, inexistia 
um Estado suficientemente aparelhado para superar os desígnios 
individualistas dos homens e impor o direito acima da vontade egoística 
dos particulares. À míngua de um órgão estatal, com soberania e 
autoridade emanada da sociedade representada, que garantisse o 
cumprimento do direito que, aliás, nem estava corporificado em leis 
(normas gerais e abstratas impostas pelo Estado a si e aos particulares), 
quem pretendesse alguma coisa a que outrem se opusesse, haveria de, 
com sua própria força e na medida dela, tratar de conseguir, por si 
mesmo, a satisfação de sua pretensão (autotutela ou autodefesa). 
 
7 
 
Até mesmo a repressão aos atos criminosos se fazia em regime de 
vingança privada e, quando o Estado atraiu para si o jus puniendi, ele o 
exerceu inicialmente mediante seus próprios critérios e decisões, sem a 
participação de órgãos ou pessoas imparciais independentes e 
desinteressadas. Hoje, podemos sentir o quão precário e aleatório era o 
regime da AUTOTUTELA ou AUTODEFESA, pois não garantia a justiça, 
mas a vitória do mais forte, mais astuto ou mais ousado sobre o mais 
fraco ou mais humilde. 
 
São, pois, fundamentalmente, dois os traços característicos da Autotutela: 
 a) ausência de julgador distinto das partes; 
 b) imposição da decisão por uma das partes à outra. 
 
Além da autotutela ou autodefesa, outra solução possível, nos sistemas 
primitivos, era a autocomposição: uma das partes em conflito, ou 
ambas, abriam mão do interesse ou parte dele. Essa espécie, representava 
(e ainda hoje representa) meio dos mais democráticos de resolução de 
conflitos, pois prestigia a vontade, a espontaneidade de decisão dos 
próprios titulares do direito disputado, independente da força ou da 
solução da pendência por terceiro desinteressado. São três as formas de 
autocomposição: a) desistência (renúncia à pretensão); b) submissão 
(renúncia à resistência oferecida à pretensão); c) transação (concessões 
recíprocas). Todas essas soluções têm em comum a característica de 
serem parciais, no sentido de que dependem da vontade e da atividade de 
uma ou de ambas as partes envolvidas. 
 
A Autotutela, a Autocomposição e a Arbitragem no Direito 
Moderno. O controle jurisdicional indispensável. 
 
 Embora a repulsa enérgica do direito à Autotutela como meio 
ordinário de resolução dos conflitos, que resguarda, quase sempre, o 
interesse do mais forte, mais poderoso e mais astuto, em determinados 
casos excepcionais a lei abre exceções à vedação. São exemplos de 
autotutela, a retenção (CC, art. 1.219, 1.433, II, 578 e 644), o 
“desforço imediato” (CC, art. 1.210, I), o penhor legal (CC, art. 
1.467), o direito de cortar raízes e ramos de árvores limítrofes que 
ultrapassem a extrema do prédio confinante (CC. art. 1.283). 
 As razões pelas quais são legitimadas essas excepcionais condutas 
unilaterais, invasoras da esfera de liberdade alheia, são de duas ordens: 
 
 a) impossibilidade física do Estado-juiz estar presente sempre que 
um direito esteja sendo violado ou prestes a sê-lo; 
 b) ausência de confiança de cada um no altruísmo alheio, inspirador 
de uma possível autocomposição. 
 
 
8 
 
 A própria autocomposição, que nada tem de antissocial, é medida 
salutar, e que por isso tem sido estimulada pela lei. 
 
A CF. imperial (1.824), já falava da conciliação, exigindo que fosse tentada 
antes de todo processo, como requisito para a sua realização e julgamento 
da causa. No mesmo sentido o CPC impõe ao juiz a obrigação "tentar a 
qualquer tempo conciliar as partes" (art. 125, inc. IV), e em seu 
procedimento ordinário incluiu-se uma audiência preliminar (ou audiência 
de conciliação), através da qual, tratando-se de causas versando direitos 
disponíveis, o juiz tentará a solução conciliatória antes de definir os pontos 
controvertidos a serem provados e decididos (art. 331). Frustrada a 
conciliação, nessa audiência específica, toda vez que se vislumbrar a 
possibilidade de acordo, o juiz, em atendimento ao comando do art. 125, 
IV, do CPC, deverá concitar as partes à conciliação. Tentará, ainda, a 
conciliação, ao instalar a audiência de instrução e julgamento, antes de 
iniciar a colheita de provas (CPC, art. 448). 
 
 A Lei que instituiu o juizado de pequenas causas (Lei 7244/84), 
substituída pela Lei 9099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais), é particularmente norteada à conciliação como meio de solução 
de conflitos, dando a ela especial relevo ao prever uma autêntica fase 
conciliatória no procedimento que disciplina: só se passa à instrução e 
julgamento da causa se, após reiterada tentativa, não for possível a 
conciliação dos litigantes nem a instituição do juízo arbitral. 
 
A autocomposição pode ser extraprocessual e endoprocessual 
 
 A endoprocessual é prevista na lei em suas três formas de 
autocomposição (submissão, transação e desistência). São 
contempladas no art. 269, II, III e V, as quais, uma vez, conseguida, têm 
o condão de pôr fim ao processo, com resolução de mérito. 
 
 Por sua vez, a autocomposição extraprocessual foi largamente 
utilizada no Brasil, pela atuação dos antigos juízes de paz, assim como 
pela atuação dos promotores de justiça, principalmente, nas comarcas do 
interior, ganhando proeminência a solução das causas de pequeno valor, 
abarcada pela denominada litigiosidade contida, que tanto desprestígio 
acarreta ao Judiciário, considerado, ainda, um Poder altamente elitista. 
 
 A já mencionada Lei de Pequenas Causas (L. 9099/95) estabeleceu 
em seu sistema a atuação desses e de outros órgãos conciliadores
extrajudiciais: os Juizados Informais de Conciliação têm como função 
tentar somente a conciliação de pessoas em conflito sem nada julgar, caso 
frustrado o acordo, aí, sim, faz-se o processo. Em seu art. 57, da atual 
LPC estabelece que “o acordo extraprocessual, de qualquer natureza ou 
 
9 
 
valor, poderá ser homologado, no juízo competente, independentemente 
de termo, valendo a sentença como título executivo judicial”; já no § único 
desse artigo, o legislador prescreve que “valerá como título executivo 
extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, 
referendado pelo órgão do Ministério Público”. 
 
A Arbitragem 
 
 A arbitragem, atualmente, está disciplinada pela Lei 9.307/96, que 
faculta às pessoas capazes de contratar, valer-se dela para solucionar 
litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Essa lei substituiu o 
antigo juízo arbitral, disciplinado pelos revogados arts. 1072 a 1102 do 
CPC, que nunca produziu os resultados desejados, talvez porque o laudo 
arbitral, para ter eficácia, dependia de homologação do juiz togado. 
 
 A nova lei, procurando instituir produtivo meio alternativo de 
solução de conflitos, atribui eficácia própria à sentença arbitral, 
garantindo-lhe os mesmos efeitos da sentença judicial, e, sendo 
condenatória, força de título executivo. 
 
 Pode-se afirmar que a nova arbitragem representa uma abertura no 
monopólio estatal da jurisdição, permitindo que a resolução dos conflitos 
possa ser obtida numa outra vertente, fora do processo judicial. É o 
começo da desestatização dos litígios, pelo caminho da deformalização das 
controvérsias. Prima a arbitragem pela agilidade e eficácia, deixando a 
cargo do Judiciário apenas aqueles litígios que, por envolverem direitos 
indisponíveis, não podem ser entregues à decisão de particulares. 
 
 
 
10 de fevereiro de 2012 
 
Formas de Resolução de Conflitos 
 
 
1º meio: Autotutela ou Autodefesa 
 (ver arts. 1.210 e 1.219 CC ; 578 e 1.283 CC) 
 Não há terceiros: é parcial  só as partes atuam 
 
 
2º meio: Auto composição (art. 269 CPC) 
 Desistência 
 Submissão 
 Transação ou Acordos 
 Não há terceiros: é parcial  só as partes atuam 
 
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3º meio: Processo  é imparcial: há um terceiro 
 O terceiro tem que ser um estranho e desinteressado 
 A decisão é cogente  obrigatória (embora se possa 
 contestar) 
 
 
 
JURISDIÇÃO: desenvolver o processo 
 
É uma função atribuída ao Estado (terceiro imparcial) para realizar de 
modo imperativo o direito, reconhecendo, efetivando e protegendo 
situações jurídicas concretamente deduzidas (ou redigidas) em 
decisão insuscetível de controle externo e com aptidão de se tornar 
indiscutível. 
 
a) Terceiro imparcial: O Estado, representado pelo magistrado. O 
único interesse dele é a pacificação dos conflitos 
 
Obs.: Não confundir imparcialidade com neutralidade. 
Neutralidade diz respeito a uma falsa crença que o juiz seja 
desprovido de experiências, medos, traumas, preferências, princípios, 
etc. 
 
Quem acredita ou defende a neutralidade do juiz, entende que o 
magistrado deve apenas assistir o desempenho das partes do 
processo. 
 
 
Não houve aula em 16 e 17 de fevereiro 
 
 
23 de fevereiro de 2012 
 
 
 
 
 
Porque tem que ser norma imperativa? Qual a razão da jurisdição realizar 
de forma imperativa? (obrigatória) cogente. 
 
Porque o Estado por meio desse terceiro imparcial, juiz, tem que ter 
meios formas para obrigar o cumprimento das usas decisões, assim, 
falamos que o Direito reconhecido, efetivado ou protegido pela decisão 
judicial deverá ser respeitado de forma imperativa, sob pena de sanção. 
Direito tem que ser imperativo = tem que ser imposta. 
A norma sem sanção não é norma. 
 
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Exemplo: multa diária que o juiz pode fixar prisão civil que não paga 
alimentos. 
 
A jurisdição só irá reconhecer situações jurídicas concretas, ou seja, algo 
em tese não é suscetível apreciação. Apesar de a jurisdição atuar em 
problemas concretos admite-se a sua intervenção para tutelar ameaça de 
lesões a direitos Ex: legítima defesa, interdito proibitório art. 932 CPC. 
 
Em regra geral = concreto, mas pode atuar em eminente perigo. 
 
O pedido do autor pode limitar a jurisdição do juiz. Ex: se ele pediu 50 o 
juiz não pode dar 100. Se ele não pediu dano moral, o juiz não pode dar 
sem ele não pediu. 
 
A tutela dos direitos pode se dar pode meio do reconhecimento (obtido 
por meio do processo de conhecimento – cognição) por meio da 
efetivação (fase executiva ou processo de execução), por meio de sua 
proteção (tutela de segurança, cautelar ou inibitória). 
 
Art.20 CPC – honorários advocatícios 
A decisão judicial, o resultado da jurisdição não deve sofrer controle 
externo algum, o juiz tem que ter autonomia, plena e irrestrita para 
decidir o conflito. 
 
 
24 de fevereiro de 2012 
 
Processo e o Direito Processual Civil. 
 
As funções mais importantes para o Processo Civil são: 
 
 LEGISLATIVA 
 JURISDICIONAL (ou Judicial) 
 
A função legislativa decorre da consciência dominante na sociedade (regra 
geral, às vezes nos deparamos com leis absurdas). 
 
A função judicial é a que objetiva pacificar as normas de convivência 
eventualmente desrespeitadas, pondo fim a conflitos de interesses. 
 
O instrumento da jurisdição é o processo – o conjunto de atos praticados 
pelas partes, juiz e seus auxiliares, até a final solução da lide. 
 
(relembrando: Lide é o conflito de interesses, qualificado por uma 
pretensão resistida) 
 
12 
 
 
 Para haver demanda é preciso haver uma lide. Na autotutela e na 
autocomposição não há lide. 
 
 
Posição do Direito Processual no Quadro Geral do Direito 
 
 Externo Direito Internacional Público 
 
 Direito Público Constitucional 
 Penal 
 Interno Administrativo 
 Processual 
Direito Positivo Tributário 
 
 
 Civil 
Direito Privado Empresarial 
 Trabalhista 
 
 
Uma lei é de Direito Público quando um dos polos da relação jurídica é 
integrado pelo poder público (União, DF, estados, municípios ou 
autarquias). 
 
Por sua vez, uma lei é de Direito Privado quando na relação jurídica 
figurarem apenas particulares, PF ou PJ. 
 
Pegadinha de concursos: Numa locação de uma casa para um juiz de 
direito, mesmo uma das partes sendo o Poder Judiciário, a transação é de 
direito privado. Se a locação do imóvel for para abrigar um órgão público, 
como um Fórum, é de direito público. 
 
Direito material e Direito Processual 
 
Art. 187, CC  material 
Art. 282, CPC  Processual 
 
 
Conceito de Direito Material 
 
É um conjunto de normas e princípios que regulam os atos, fatos e negócios 
jurídicos decorrentes da vida em sociedade. 
 
Simplificando: É o corpo de normas que regula a vida em sociedade. 
 
13 
 
Conceito de Direito Processual 
 
É o conjunto de normas e princípios que regem ou disciplinam o exercício 
da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelas partes litigantes e demais 
terceiros no processo. 
 
É instrumento a serviço do direito material. Só existe para servir o direito 
material que foi desrespeitado. 
 
 
Divisão do Direito Processual 
 
A jurisdição pressupõe uma unicidade estatal. Para facilitar o exercício da 
jurisdição, o direito processual é fracionado em áreas do conhecimento com 
a natureza da pretensão: 
 
CPC  Direito Civil,
Empresarial 
CPP  Direito Penal 
CPA  Direito Administrativo 
CPT  Direito Trabalhista 
 
 
01 de março de 2012: PROVA 
 
 
02 de março de 2012 
 
Lei Processual no Tempo e no Espaço 
 
Tempo 
 
No que tange ao tempo, a norma processual segue absolutamente as 
mesmas regras das demais leis, ou seja, salvo disposição em contrário, o 
período de vacatio legis é de 45 dias (Art. 1°, LINDB, antiga LICC). 
 
O Art. 2° da LINDB fala que a norma temporária possui validade certa. 
 
Se não for norma de vigência temporária, terá prazo de vigência 
indeterminado, até que outra lei de igual ou superior hierarquia a modifique 
ou revogue. A lei não pode ser revogada por desuso. 
Tempus regit actum (o tempo rege o ato). 
 
A lei que se aplica às questões processuais é a norma que vigora no 
momento do início da prática do ato processual e não a do tempo em que o 
direito material ocorreu. Ainda que a lei nova atinja um processo em 
 
14 
 
andamento (não concluído) nenhum efeito ela tem sobre os fatos e atos 
praticados sob a égide da lei revogada. 
 
A lei nova atinge o processo no estado em que se encontra, respeitando os 
efeitos dos atos já praticados, que continuam regulados pela lei do tempo 
em que foram consumados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alteração da lei processual nova em relação ao processo 
 
1. Processos findos: a norma nova não produz nenhuma influência. 
2. Processos pendentes: são atingidos pela norma nova, mas ficam 
respeitados os atos praticados sob efeito da lei revogada. 
3. Processos futuros: a lei nova é totalmente aplicável. 
 
 
Espaço 
 
Art. 1o (CPC) A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este 
Código estabelece. 
 
Só a união pode legislar sobre Processo. 
 
Exceções 
 
Art. 13, LINDB: A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se 
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não 
admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
 Prova (LINDB, Art. 13). Quando a prova do fato ou negócio jurídico, 
praticado no exterior for necessária, aplica-se a legislação alienígena. 
É proibido ao juiz brasileiro aceitar as provas não admitidas pela 
Perpetuatio jurisdictionis 
De acordo com o princípio da perpetuatio jurisdictionis, a determinação da 
competência para exame de certa causa se dá no início do processo, com a 
propositura da ação. Estabelecido o órgão jurisdicional competente, ele o 
será até o final do processo, ainda que o critério de competência venha a 
ser alterado futuramente. (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio 
Cruz. Manual do processo de conhecimento, v.2, 6ª ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2007, p. 46). 
 
15 
 
legislação brasileira (exemplo: tortura, ordálio, premonições, 
vidência, etc.) 
 
 
Fontes do Direito Processual 
 
 
Art. 103-A, Constituição Federal: O Supremo Tribunal Federal poderá, de 
ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma 
estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). 
 
 
 
 
Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves 
 
Formal direta ou principal: a lei ou súmula vinculante 
Formal acessória: analogia, costumes, princípios gerais do Direito. 
Não formais: Doutrina e Jurisprudência 
 
Segundo Cândido Rangel Dinamarco 
 
Fontes imediatas: A lei, as súmulas vinculantes, a analogia, os costumes 
e os princípios gerais do Direito (Art. 4°, LINDB; Art. 126, CPC; Art. 103 A, 
CF.). 
 
Fontes intelectuais: Doutrina e jurisprudência. 
 
“Jurisprudência não é fonte do Direito, tanto quanto o juiz não é 
legislador e jurisdição não é atividade criadora de direitos” (Cândido 
Rangel Dinamarco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
08 de março de 2012 
 
 
Analogia 
 
É valer-se de uma situação jurídica prevista em lei para, por meio de 
raciocínio lógico, resolver uma situação semelhante não prevista em lei. 
 
 
Costume 
 
É a prática reiterada e pública de determinado comportamento ou ato ética 
e moralmente aceito para a sociedade, acompanhado da convicção de 
necessidade. 
 
 
Princípios gerais do direito 
 
São os valores que se encontram na consciência coletiva da sociedade e 
estão implícitos no sistema. Exemplo: boa-fé (ninguém pode se beneficiar 
da própria torpeza), não culpabilidade (inocente até prova em contrário). 
 
 
Interpretação da Lei Processual Civil 
 
 Tratando-se do direito brasileiro, composto por normas escritas, o 
intérprete deve por primeiro se utilizar do método gramatical. 
 
 A interpretação gramatical segue ainda um princípio pelo qual é 
vedado ao intérprete excepcionar em situação que o legislador não 
excepcionou. 
 
 Interpretação lógica: objetivando identificar a finalidade da norma, 
sua posição no sistema jurídico e o motivo pelo qual a norma foi 
criada. 
 
 Interpretação sistemática: Cabe ao intérprete lembrar que os 
dispositivos legais não têm existência isolada, mas inserem-se em 
um sistema em recíproca dependência com as demais normas de 
direito que o integram. Assim, cabe ao intérprete cotejar a norma em 
relação a todo o conjunto de normas vigentes e à luz dos princípios 
fundamentais e gerais do direito. 
 
 
 
 
17 
 
Método declaratório lógico-sistemático 
 
Porque se declara o exato sentido da norma (gramática), com base na 
sua finalidade e recíproca dependência com as demais normas que 
compõem o mesmo sistema (lógico-sistemático). 
 
Art. 5°, LINDB (LICC). O juiz ao interpretar a norma, deve considerar os 
fins sociais e exigências do bem comum (ler no livro texto) 
 
 
 
Princípios constitucionais do processo 
 
 
Devido processo legal 
 
Art. 5°, LIV, Constituição Federal: Ninguém será privado da liberdade ou 
de seus bens sem o devido processo legal. 
 
O devido processo legal corresponde a um processo que atende a 
exigências previstas em lei e necessárias a obtenção de uma sentença 
justa. 
 
 
Igualdade 
 
Art. 5°, caput, I, Constituição Federal - Isonomia 
Tratar os iguais de forma igual e os diferentes de forma diferente, na 
medida de suas diferenças. Exemplo: CDC, Art., 188, CPC, Lei da 
Assistência Judiciária. 
 
 
09 de março de 2012 
 
 
Princípio do Contraditório 
 
Art. 5°, LV, Constituição Federal. 
 
O princípio do contraditório exige que as partes tenham ciência 
inequívoca dos atos praticados no processo, concedendo a oportunidade 
para influir ativamente sobre os resultados dos referidos atos. 
 
No processo penal, o contraditório ganha cores mais rútilas, não 
bastando a mera ciência, o advogado ou defensor deve se manifestar 
 
18 
 
obrigatoriamente na defesa do acusado. Em não fazendo, o juiz 
declarará o réu indefeso, nomeando novo defensor e encaminhando 
ofício à OAB para apurar a falta ético-disciplinar (lei 8906/94, Estatuto 
da Advocacia, Art. 34, IX). 
 
O Art. 285-A, CPC (matéria só de direito, causa madura): Não há quebra 
de contraditório, pois o ato que em tese poderia prejudicar
o réu não 
surtiu efeito. Na hipótese, entretanto, de recurso (apelação) o réu será 
citado para o exercício do contraditório (contrarrazões de apelação). 
 
 
Princípio do acesso à justiça 
 
Art. 5°, XXXV, Constituição Federal 
 
A Constituição Federal garante que toda e qualquer lesão ou ameaça a 
direito do cidadão possa ser objeto de apreciação do poder judiciário. 
Isso garante o direito de ação do jurisdicionado. 
 
Exceção: Art. 217, § 1°, Constituição Federal 
 
 
Princípio da Publicidade 
 
Art. 5°, LX, Constituição Federal 
Art. 93, IX, Constituição Federal 
Art. 155, CPC 
Mesmo nas hipóteses do Art. 155, CPC, para o advogado das partes 
jamais há sigilo. 
 
 
Princípio do Juiz Natural 
 
Art. 5°, XXXVII, Constituição Federal 
 
Juiz natural é o juiz competente de acordo com as regras estabelecidas 
pela Constituição Federal, Legislação Ordinária e normas de organização 
judiciária. 
 
Há a possibilidade de alteração da competência após a propositura da 
ação, quando ocorrer a alteração da competência em razão da matéria 
ou da hierarquia, bem como na hipótese de supressão do órgão judicial 
(Art. 87, CPC) 
 
 
 
19 
 
15 de março de 2012 
 
Funções do estado 
 
1ª. Função Legislativa (Art.44, ss, Constituição Federal) 
 
 Câmara dos Deputados  representa o povo 
 Congresso Nacional 
 Senado Federal  representa o Estado 
 
 Estadual  Assembleia Legislativa  Deputados Estaduais 
 
 Municipal  Câmara Municipal  Vereadores 
 
Constituição Federal: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis. 
 
2ª. Função Executiva 
 Nacional  Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de 
Estado. 
 Estadual  Governador, auxiliado pelos Secretários Estaduais. 
 Municipal  Prefeito, auxiliado pelos Secretários Municipais. 
 
3ª. Função Judiciária ou Jurisdição 
 Constituição Federal 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
 
20 
 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais 
Superiores têm sede na Capital Federal. 
 § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o 
território nacional. 
O Art. 92, Constituição Federal, elenca os órgãos do poder judiciário. 
Não é hierarquia. 
 
 
Funções Jurisdicionais 
 Supremo Tribunal Federal 
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre 
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo 
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do 
Senado Federal. 
Ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição 
Federal. 
 
 Superior Tribunal de Justiça 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três 
Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo 
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de 
Todos os tribunais superiores têm que ter sede em Brasília. 
 
21 
 
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 1/3  Juízes dos Tribunais Regionais Federais 
Três terços 1/3  Desembargadores do Tribunal de Justiça 
1/3  Advogados, membros do MPF, MPE, de forma 
alternada (Art.94) 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça a guarda da legislação federal 
 
 Tribunal Superior do Trabalho 
 27 ministros 
 entre 35 e 65 anos 
 1/5 por advogados com mais de 10 anos de prática jurídica, 
membros do MP do Trabalho. 
 4/5 por juízes de carreira dos Tribunais Regionais do Trabalho. 
Constituição Federal 
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, 
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco 
anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta 
do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e 
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, 
observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da 
magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e 
promoção na carreira; 
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do 
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões 
terão efeito vinculante. 
 
 
22 
 
 Tribunal Superior Eleitoral 
 7 membros 
 3 juízes dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal 
 2 juízes dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça 
 2 advogados de notável saber e idoneidade moral 
 Superior Tribunal Militar 
 15 ministros 
 3 oficiais generais da marinha 
 4 oficiais generais do Exército 
 3 oficiais generais da Aeronáutica 
 3 advogados de notável saber e idoneidade moral 
 5 civis 1 juiz auditor da Justiça Militar 
 1 membro do Ministério Público da Justiça Militar 
16 de março de 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STF 
11 ministros 
STJ 
33 ministros 
TSE 
7 ministros 
STM 
15 ministros 
TST 
27 ministros 
TJ TRF 
Juízes 
de Direito 
Juízes 
Federais 
TRE 
Juízes 
Eleitorais 
TRT 
Juízes 
Trabalhistas 
TJM 
Juízes 
Auditores 
Militares 
Instâncias 
3ª 
2ª 
1ª 
Justiça Comum Justiça Especial 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Justiça Estadual 
 
1ª Instância 
 
O juiz de direito é o indivíduo investido na jurisdição que irá atuar na justiça 
comum estadual e em 1ª instância. Atua na vara, que varia de acordo com 
a comarca: 
 Vara única: competência para análise e julgamento de todas as 
matérias afetas à justiça comum estadual; 
 Vara especializada: cível, infância e juventude, fazenda pública, 
Juizados Especiais Cíveis, etc. 
 
2ª Instância 
 
Os Tribunais de Justiça são integrados pelos desembargadores ou juízes 
substitutos em 2º grau. Compete-lhe analisar em grau de recurso todas as 
matérias de competência da justiça estadual comum. 
 
3ª Instância 
 
O Superior Tribunal de Justiça é integrado por 33 ministros, a quem 
compete velar pela aplicação uniforme da lei federal em todo o país (RESP
– 
Recurso Especial). Faz súmulas, não vinculantes. 
 
 
Justiça Federal 
 
1ª Instância  Juízes Federais (aqui não se fala “juízes de direito”) 
  Varas Federais, Justiça comum federal, (INSS, Tráfico 
 internacional de entorpecentes, ação contra a CEF, etc.) 
 
2ª Instância  TRF – Tribunal Regional Federal (=TJ, no âmbito da Justiça 
 Federal) 
 
 
 
Tem justiça especial? 
 
 Trabalhista 
TEM: Eleitoral 
 Militar 
1ª instância  Órgão monocrático 
2ª instância 
3ª instância 
  Órgão colegiado 
 
24 
 
3ª Instância  O Superior Tribunal de Justiça é integrado por 33 
 ministros, a quem compete velar pela aplicação uniforme da 
 lei federal em todo o país (RESP – Recurso Especial). 
 Faz súmulas, não vinculantes. 
 
Justiça Eleitoral 
 
1ª Instância  Juízes eleitorais, ficam nas juntas eleitorais com 
 competência para matéria eleitoral. 
 
2ª Instância  TRE – órgão colegiado, análise em recurso das matérias 
 eleitorais. 
 
3ª Instância  TSE – 7 ministros, recurso em grau superior da matéria 
 eleitoral. 
 
 
 
22 de março de 2012 
 
Avaliação continuada – exercício em dupla 
 
 
23 de março de 2012 
 
Características da Jurisdição 
 
 Unicidade: a jurisdição não se subdivide; 
 Secundariedade: a jurisdição só age quando há conflito de 
interesses qualificado por uma pretensão resistida; 
 Imparcialidade: a jurisdição não pode ter interesse no desfecho da 
demanda; 
 Substitutividade: Atua a jurisdição em substituição às partes 
quando essas não conseguem, pelos meios ao seu alcance, compor 
os litígios; 
 Criatividade: Exercendo a jurisdição, o Estado criará, ao final do 
processo, uma norma individual que passará a regular o caso 
concreto; 
 Inércia: A jurisdição só age se provocada; 
 Definitividade: O provimento jurisdicional tem aptidão para a 
definitividade, quer dizer, suscetibilidade para se tornar imutável. 
 
 
 
 
 
25 
 
Princípios da Jurisdição 
 
 Juízo Natural ou investidura: Investido na forma da Constituição 
Federal juiz competente, em face das normas, para conhecer a lide e 
julgá-la; 
 Aderência ao território: Competência é a medida da jurisdição; 
 Indeclinabilidade: O órgão jurisdicional não pode recusar nem 
delegar a função que lhe for cometida; 
 Inafastabilidade: A lei não pode excluir da apreciação do Poder 
Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características da Jurisdição 
 
 Unicidade: A jurisdição é uma, ou seja, é uma função 
“monopolizada” pelos juízes, os quais integram a magistratura 
nacional. 
 
Não obstante a jurisdição seja uma, doutrinariamente, didaticamente, 
realizamos uma distinção por espécies, bem como uma classificação: 
 
A doutrina faz uma classificação tríplice: 
 
 Quanto ao objeto 
Diz respeito à matéria de conhecimento e é classificada em 
Cível, penal, trabalhista, etc. 
 
 Quanto ao órgão (tipo de órgão que a exerce) 
 Pode ser comum ou especial 
 . Comum: Justiça Estadual e Federal 
 . Especial: Trabalhista, Eleitoral e Militar. 
 
 Quanto à hierarquia 
 
Pode ser órgão inferior ou superior. 
 
 Art. 1º, CPC. 
Jurisdição é a função atribuída pelo Estado a terceiro imparcial de realizar o 
direito de modo imperativo, reconhecendo, efetivando e protegendo situações 
jurídicas concretamente deduzidas, em decisão insuscetível de controle externo 
e com aptidão de se tornar imutável. 
 
26 
 
Muito embora o Art. 1º, CPC, estabeleça juízes, o termo mais 
técnico é juízo. A referência à figura solitária do juiz decorre de 
longa tradição histórica onde não havia a separação 
religião/Estado, recaindo a figura divina na pessoa do 
magistrado, sendo o exercício da jurisdição impregnado de 
religiosidade. Tratando-se de um Estado laico e democrático de 
direito, não se concebe que a jurisdição seja compreendida 
como ato solitário de um juiz. 
 
A jurisdição é prestada pelo juízo, integrado pelo Estado (juiz) 
e demais agentes públicos (escrivão, escrevente, oficial de 
justiça), com o auxílio do Ministério Público (promotores e 
procuradores), defensores públicos e advogados (Art. 133, CF). 
 
Também não é verdade absoluta que a jurisdição seja um 
monopólio dos juízes. Ocorre que a própria Constituição 
Federal autoriza que os outros poderes, de forma excepcional, 
desempenhem atividades jurisdicionais (Art. 86, CF, 
Impeachment) 
 
 
Não houve aula em 29 de março 
 
 
30 de março de 2012 
 
Características da Jurisdição (continuação) 
 
 Secundariedade: A jurisdição tem que ser a última razão do 
cidadão, a última trincheira. 
A princípio espera-se que as próprias partes possam solucionar o 
conflito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Jurisdição deve ser a ultima ratio. 
Binômio: 
Necessidade / Utilidade do provimento jurisdicional = Interesse de agir 
Exemplo: Extrato bancário recente  caixas automáticos 
 Extrato bancário antigo  ação judicial 
 
 
27 
 
 Imparcialidade: Art. 134 e Art. 135, CPC 
Não se concebe jurisdição sem a figura do julgador imparcial, pois as 
partes, ao submeterem a lide à decisão do Estado (juiz) aguardam 
que a decisão seja justa, ou seja, imparcial, o que não seria obtido se 
o juiz tivesse interesse no conflito em discussão. 
 
 Substitutividade: A vontade das partes será substituída pela 
vontade do Estado. Prevalece a vontade da jurisdição. 
 
 Criatividade: O juiz pega norma absoluta, geral, destinada a toda a 
sociedade e cria uma norma específica para a solução do caso 
concreto submetido a julgamento. 
 
 Inércia: A jurisdição só age se provocada. 
 
 Definitividade: O provimento jurisdicional tem aptidão para a 
definitividade, quer dizer, suscetibilidade para se tornar imutável. 
 
 
Não houve aula em 5 de abril (menos de 20 alunos na sala) 
 
Não houve aula em 6 de abril (feriado) 
 
 
12 de abril de 2012 
 
Jurisdição Contenciosa e Voluntária 
 
Art. 1
o
 , CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em 
todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece. 
 
Contenciosa 
 
Atividade estatal destinada à, em substituição à vontade primária das 
partes (destinatários da norma), para impor a vontade do legislador, 
impondo a lei ao caso concreto. 
 
Voluntária 
 
Não se destina a solucionar conflito, mas simplesmente possibilitar que 
determinado ato jurídico bilateral produza efeitos jurídicos. Trata-se de 
atuação do poder judiciário na fiscalização e integração dos atos entre 
particulares. Exemplo: emancipação, nomeação de tutor. 
 
 
 
28 
 
O Art. 1.106, CPC, prevê resposta que pode ensejar o errôneo raciocínio de 
litigiosidade. Trata-se, na verdade, de simples direito de manifestação sob o 
pedido formulado. Se o juiz encontrar na situação substancial inicialmente 
voluntária, o litígio deve remeter as partes à jurisdição contenciosa. 
 
RESP 547840/SP (pesquisar site Superior Tribunal de Justiça) 
 
 
Jurisdição e Competência 
 
Conforme dispõe o Art. 1º do CPC, nenhum juiz integrante da magistratura 
nacional possui jurisdição fora do território brasileiro. Tudo isso em respeito 
à soberania dos demais países. 
 
O CPC regula também a questão da competência internacional, ou seja, da 
sentença e processo
estrangeiro e seus efeitos no território brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ação proposta no exterior não induz litispendência nem obsta que o juiz 
brasileiro conheça da mesma causa. 
 
As hipóteses do Art.88, CPC, são matérias de competência concorrente. Os 
juízes brasileiros ou estrangeiros podem julgar. 
I. Quando o réu, de qualquer nacionalidade for domiciliado no Brasil; 
II. Quando a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil; 
III. A ação se originar de fato ocorrido ou praticado no Brasil. 
Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
 I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
 II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
 III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil 
 Parágrafo único. Para o fim do disposto no n
o
 I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa 
 jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. 
Litispendência – Art. 301, § 1º e 2º, CPC 
 § 1
o
 Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2
o
 Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
 
Causa de pedir = Fatos e fundamentos jurídicos do pedido. 
 
29 
 
 
Art. 89, CPC – exclusividade do juiz brasileiro  questão de soberania 
nacional 
I. Quando a ação versar sobre imóvel no território nacional; 
II. Inventário ou partilha de bens situados no Brasil, mesmo que o 
falecido seja estrangeiro. 
Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
 I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
 II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
Juiz 
No que se refere ao órgão jurisdicional, também chamado juízo, temos que 
distinguir a competência (medida de jurisdição, atribuição para conhecer e 
julgar determinadas lides) da pessoa física do juiz. 
A competência é sempre do órgão, jamais da pessoa física do magistrado. 
O que se exige do juiz é a capacidade subjetiva para integrar o órgão 
jurisdicional (o juízo), obtida por meio da investidura. 
 
Há 2 formas de investidura na magistratura em nosso país: 
1. Regra geral: concurso de provas e títulos com participação da OAB 
obrigatória em todas as fases 
 
Aprovados no concurso, são investidos na carreira como juiz 
substituto e não gozam de todas as prerrogativas da função. Terão 
de ficar 2 anos como juízes substitutos, em estágio probatório e, se 
bem avaliados no período, são investidos como juízes vitalícios, 
gozando de todos os benefícios. (Art. 95, I, II, III, Constituição 
Federal) 
 
2. Exceção: por meio do quinto constitucional, ou seja, nomeação d um 
advogado ou promotor (membro do Ministério Público) pelo chefe do 
poder executivo estadual ou federal. 
 
 
 
 
30 
 
 
13 de abril de 2012 
Art. 93, I, Constituição Federal 
Pelo quinto constitucional, uma vez nomeado pelo governo do estado, a 
investidura é plena. 
A investidura como juiz substituto – que não confere todas as garantias 
da carreira – só ocorre em 1ª instância. 
 
 
 
 
 
Art. 95, I, II, III, Constituição Federal 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, 
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz 
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I. 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três 
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
 
 
QUINTO CONSTITUCIONAL 
 10 anos de advocacia ou Ministério Público 
 Eleição dos pares 
 Submetido ao crivo do TJ ou TRF 
 Nomeado pelo chefe do Executivo Estadual ou Federal 
 
 
31 
 
 
 1ª garantia 
VITALICIDADE, a garantia de que o juiz não pode perder o cargo a 
não ser por sentença judicial transitada em julgado. 
 2ª garantia 
INAMOVIBILIDADE consiste na garantia de o juiz não ser removido 
ou promovido senão com seu expresso consentimento, manifestado 
nos termos da lei, ressalvada a hipótese de remoção compulsória por 
interesse público determinado pelo CNJ, ou pelo órgão especial do 
Tribunal, por voto da maioria dos seus membros (Art. 93, VIII, 
Constituição Federal. 
 3ª garantia 
IRREDUTIBILIDADE, de subsídio (o mesmo que salário, para juízes) 
 
Poderes, deveres e responsabilidades. 
 Dominus Processus. O juiz é o senhor do processo. Esse é o 
princípio basilar, que vai nortear todos os poderes do magistrado na 
condução do processo. 
 Princípio do impulso oficial. A jurisdição é inerte, mas uma vez 
que ela é provocada surge o princípio do impulso oficial, ou seja, é 
dever do magistrado impulsionar o processo, conduzir a sua direção 
objetivando decisão final o que resolva o mérito da lide de forma 
econômica, célere, justa e imparcial. 
 
 
 
 
 Princípio da indeclinabilidade – Art. 126, CPC 
 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou 
obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as 
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. 
 
 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
I. Tratamento paritário das partes 
II. Velar pela rápida solução do litígio 
III. Reprimir atos atentatórios à dignidade da justiça 
IV. Tentar conciliar as partes a qualquer tempo 
 
32 
 
 Princípio da Adstrição da sentença ao pedido, ou Princípio da 
congruência. Art. 128, CPC 
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso 
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. 
O juiz fica adstrito ao pedido do autor, não pode ir além, pode reduzir mais 
não pode dar mais, tem que analisar conforme o que não foi requerido, 
mesmo que saiba que o autor pediu pouco. 
 
O artigo em questão visa deixar claro que o magistrado só pode se 
pronunciar nos limites em que a lide foi proposta, ou seja, deve analisar 
integralmente o pedido, podendo concedê-lo em sua totalidade, 
parcialmente ou negá-lo; o que não pode, frise-se, deixar de analisar o 
pedido em sua totalidade ou ainda conceder objeto distinto daquele 
requerido pelo autor. 
 
A sentença não pode ser “extra, ultra ou infra petita”. 
 
19 de abril de 2012 
Poderes de Instrução do Magistrado a que se refere a pessoa  Art. 
130 e Art. 131, CPC. 
 
Responsabilidade e Integridade Física  Art. 132 e 133, CPC 
 
Poderes Instrutórios do Magistrado 
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias. 
Atuação do juiz a que se refere à prova 
O juiz detém plenos poderes para 
determinar a instrução probatória. Pode fazer de ofício ou a requerimento 
da parte. Quando falar em provas associa a fatos. O direito, via de regra, 
não precisa ser provado, só os fatos importantes do processo. 
 Às vezes se prova o direito, mas a validade do direito. O Estado 
vai exigir a prova desse direito quando for direito municipal, 
estadual, consuetudinário ou estrangeiro. (se fora da comarca ou 
estado em que o juiz atua) 
 
Sistemas de Provas no CPC (art. 131) 
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias 
constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na 
sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. 
 
33 
 
 
Regra: Princípio da persuasão racional, ou livre convencimento 
motivado  Art. 131, CPC. 
Exceções: 
1- Princípio da prova tarifada. Exemplo: Art. 401, 366, 364, CPC 
O juiz não pode decidir fora do processo 
“O que não está nos autos não está do mundo” 
 
2- Princípio da livre consciência ou livre convicção. Exemplo: se o 
réu disse que matou, ele matou. 
 
3- Princípio da identidade física do juiz. Art.132, CPC. O juiz que 
concluiu a audiência deve julgar a lide. 
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver 
convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em 
que passará os autos ao seu sucessor. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender 
necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. 
Exceção: 
1- Se o magistrado concluir a audiência e morreu; 
2- Se o juiz for convocado; 
3- Licenciado; 
4- Afastado por qualquer motivo; 
5- Promovido ou aposentado. 
Tudo isso encaminha para o substituto. 
O fundamento desse princípio é permitir ao juiz que ou viu as partes, perito, 
testemunhas, informantes, ou seja, que teve contato pessoal, decida a lide. 
A audiência a que se refere é a audiência de instrução. 
4- Princípio da responsabilidade do juiz. É de caráter pessoal, não 
se confunde com a responsabilidade do Estado pelos atos praticados 
pelos seus agentes (art. 37§ 6 CF). O CPC define a responsabilidade 
pessoal do juiz quando este atuar com dolo ou fraude, já mais com 
culpa. 
 
 
34 
 
Dolo (para a lei Processual Civil) 
É a violação consciente de um dever de ofício pelo magistrado. 
 
Fraude 
É a violação de um dever de ofício com objetivo de ludibriar (enganar) a 
parte. Art.133, CPC. 
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de 
ofício, ou a requerimento da parte. 
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no n
o 
 II só depois 
que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e 
este não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. 
Nessa hipótese do juiz “preguiçoso” só irá responder se a parte, por 
intermédio do escrivão, requerer a providência e o juiz não atender ao 
pedido no novo prazo de 10 dias. 
 
 
Ação 
 
Conceito de conflito de interesse  o que importa ao CPC é o conflito de 
interesse decorrente de uma relação jurídica. Esse conflito tem que ter um 
sujeito ativo e do outro lado passivo (obrigatoriamente). 
Conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida  LIDE 
 
A ação é o meio pelo qual é realizada a provocação do exercício da 
jurisdição. 
 
 
Natureza Jurídica da Ação 
 
Teoria Imanentista ou civilista. Ação entendia que o direito da ação, 
sempre estava atrelado ao direito material. Não há direito de ação sem que 
exista direito material que autorize. A ação para essa teoria era o próprio 
direito material em movimento. 
 
 
 
 
35 
 
20 de abril de 2012 
Teorias da Ação 
 
Teoria Abstrativa (algo que abstrai) 
 Absolutamente antagônica à teoria civilista. 
 
Haveria direito de ação independentemente do direito material, ou seja, 
pouco importava que o juiz proferisse uma sentença de procedência, 
improcedência ou de extinção do processo sem resolução do mérito. 
 
Teoria Eclética  associada à palavra mérito, sinônimo da pretensão 
inicial do autor, ou seja, daquilo que o autor pretende (daquilo que 
postula). 
 
Existe duplo sentido de ação 
 A ação como direito de acesso à justiça (sentido amplo  demanda). 
 Ação como direito de resposta de mérito (sentido estrito). 
 
Essa teoria eclética diz respeito o mérito da lide, o direito de ação passa 
a ser entendido sob 2 vertentes. Primeiro direito de acesso à justiça 
(sentido amplo), segunda vertente direito à resposta do mérito (sentido 
estrito senso). 
 
Direito de ação estrito senso é condicionada? 
 
Condicionada  Para se ter direito ao mérito, ou melhor, à análise do 
mérito, o autor terá que cumprir determinadas condições da ação a 
saber: 
 
 Legitimidade de partes 
 Interesse de agir 
 Possibilidade jurídica de agir 
 
Interesse de agir  necessidade que o autor tem e a utilidade para 
poder utilizar (necessidade e utilidade). 
 
Se o processo é extinto sem resolução do mérito é correto afirmar que 
foi exercido “ação em sentido amplo” (apenas o direito de acesso à 
justiça), pois a lide não foi resolvida, uma vez que o juiz não decidiu o 
mérito da questão. 
 
Quando o processo é extinto com resolução do mérito houve o direito de 
ação em sentido estrito, com a solução da lide. 
 
 
36 
 
1. Legitimidade de causa (ou para ser parte), legitimidade ordinária. 
Quando há coincidência, em tese, entre a legitimação para integrar a 
lide e a titularidade do direito material discutido em juízo. 
 
2. Legitimidade ordinária é a regra geral art. 6° CPC: 
 Art. 6
o
 Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
 
Legitimação extraordinária ocorre quando houver a autorização legal par 
que alguém em nome próprio postule em juízo direito alheio. Exemplo: 
condomínio  2 ou mais pessoas possuem um único bem. 
 
Parte: No processo civil é quem pede ou contra quem se pede a tutela 
jurisdicional. 
 
3. Possibilidade jurídica do pedido: é necessário que o autor deduza 
(formule) uma pretensão que não ofenda o ordenamento jurídico. 
 
 
 
 
 
 
4. Interesse de agir. Diz respeito à necessidade e à utilidade da tutela 
jurisdicional pela demandante, ou seja, interesse é o biônimo 
“necessidade / utilidade”  “necessidade / adequação”. 
 
26 de abril de 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: Não é necessário que o ordenamento jurídico preveja aquilo 
que o autor pretende obter, mas sim que o ordenamento jurídico não 
vede essa pretensão (princípio da legalidade  pode pedir tudo aquilo que 
a lei não proíbe). 
É bom lembrar 
CONDIÇÕES DE AÇÃO 
 Legitimidade das partes 
 Possibilidade jurídica do pedido 
 Interesse de agir 
 
Pré-requisitos para exame do mérito 
 
 
37 
 
Teoria da Asserção 
 
O exame das condições da ação deve ser feito em abstrato pelo juiz, 
com base nos fatos ou na versão dos fatos trazido à colocação na 
pretensão inicial. 
 
O juiz verificará se as condições estão preenchidas considerando 
verdadeiros os fatos constantes na inicial. 
 
Se futuramente for demonstrado que a versão inicial não era verdadeira 
os defensores dessa teoria entendem que há uma questão de mérito, 
não de condição de ação. 
 
Essa teoria de asserção “não pegou” direito brasileiro,
e sim.. 
 
A Teoria do exame concreto das condições de ação. 
 
As condições de ação devem ser verificadas a todo o momento, com 
base em fatos concretos pelo magistrado. 
 
Se o juiz extingue o processo por falta de condição de ação significa que 
extinguiu o processo sem resolução de ação (é um pré-requisito). 
 
Elementos da ação. São 3: 
 
1. Mesma causa de pedir; 
2. Mesmo pedido; 
3. Mesmas partes. 
Parte: no processo civil é quem pede ou contra quem se pede a tutela 
jurisdicional. 
 O autor é o que pede 
 O réu e aquele contra quem se pede 
 Há ação sem réu, exceção: ação declaratória de constitucionalidade, 
que é proposta perante o Supremo. 
Pedido: se desdobra em dois: pedido mediato e pedido imediato. 
Pedido imediato é o provimento judicial que se pleiteia em juízo, ou 
seja, condenação, a declaração, a constituição; é a sentença. 
 
Pedido mediato é o bem da vida é aquilo que o autor objetiva obter em 
juízo. Exemplo: dinheiro, carro, reparo do carro, separação de cônjuge. 
 
 
38 
 
O princípio da adstrição ou congruência diz respeito ao pedido mediato, 
ou seja, se for pedido 100.000 o juiz não pode dar uma casa. 
 
 
 
 
 
 
Causa de pedir 
São os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido do autor. 
Significa que o autor deve apresentar os motivos pelos quais está em juízo, 
indicando as razões fáticas e jurídicas que justificam o seu pedido. 
O direito brasileiro adotou a teoria da substanciação da causa de pedir pela 
qual interessa ao direito a descrição de todo o contexto fático em que as 
partes se encontravam envolvidas, bem como o nexo de causalidade com 
efeito jurídico pretendido. 
 
Ela é divida em causa de pedir remota e causa de pedir próximo. 
 
 Causa de pedir remota são os fatos jurídicos. 
 Causa de pedir próxima são os fundamentos jurídicos (Vicente Grecco 
F°). 
 
 
Classificação das ações 
 
1. Fundamento do direito (não é adotado no Brasil). Leva em 
consideração o fundamento do direito. Para essa corrente a ação 
seria real ou pessoal. Não leva e consideração a autonomia do 
processo, mas sim o direito material em que está fundamentada. 
2. Pelo Resultado (também não adotado no Brasil). Se o resultado que 
deseja é possessória ação é possessória. Ele diz respeito ao tipo de 
resultado de o autor pretende. Exemplo: ação possessória, de 
cobrança. 
3. Tipo de atividade desempenhada pelo juiz (adotada no Brasil). Ações 
vão ser de conhecimento (declaratórias, condenatórias ou 
constitutivas); ações de execução, ações cautelares. 
 
 
Princípio da congruência ou adstrição do pedido 
Diz respeito ao pedido mediato 
 Ultra 
 Intra Petita 
 Extra 
 
39 
 
Ação de conhecimento ou cognição 
O juiz irá conhecer da lide e vai proferir uma sentença de mérito 
declarando, condenando ao cumprimento de determinado obrigação ou 
constituindo determinada relação jurídica. 
 
27 de abril de 2012 
Processo 
 
Processo é o método segundo qual atua jurisdição. 
 
Intrínseco  interno 
 
Do ponto de vista intrínseco: é a relação jurídica que se estabelece em 
um autor, o réu, o juiz e eventuais terceiros, com vistas, ao 
assentamento, realização ou acautelamento do direito substancial. 
 
 
Extrínseco  externo 
 
Do ponto de vista externo ou extrínseco é o meio, ou o instrumento para 
definição a realização ou o acautelamento do direito. 
 
Processo, do latim procedere, significa seguir adiante, marchar avante. 
 
 
 
 
Diferenças entre processo e procedimento 
 
Processo é o método pelo qual opera a jurisdição. O processo é o 
instrumento para realização da justiça. 
 
Procedimento é o rito, ou seja, o caminho a ser trilhado pelos sujeitos 
do processo, a forma como chegar 
 
Procedimento é o instrumento do processo. Devemos lembrar que o 
processo não se submete há uma única forma. 
 
O processo exterioriza-se de várias maneiras em atenção às 
particularidades das diferentes pretensões do autor. Exemplo: uma ação 
de cobrança não tem a mesma forma de desenvolvimento de uma ação 
de usucapião ou de divórcio. 
 
Não se diz “ver o processo” e sim os “autos do processo”. 
 
40 
 
Esse modo próprio do processo se desenvolver, conforme as 
particularidades do direito material, é o que chamamos de procedimento 
do feito, também conhecido como rito. Exemplo: ordinário, sumário, 
sumaríssimo. 
Há um rito mais complexo que é o rito ordinário, ou mais simples que é 
o rito sumário, um rito com peculiaridades especiais que é o 
procedimento especial; temos ainda de destacar procedimento do 
juizado especial, avesso às formalidades. 
 
Não confundir processo (método, meios) com autos processuais. Os 
autos do processo constituem a apresentação dos atos pessoais, não 
necessariamente de forma impressa, física, posto que temos o processo 
eletrônico que possui autos virtuais. 
 
 
Espécies de Processos 
 
As espécies de processos são classificadas tendo em vista a atividade 
desenvolvida pelo juiz, bem como, o tipo de providência jurisdicional 
almejada. Pode ser de conhecimento, execução e de cautelar. 
 
Pressupostos Processuais 
 
Conceito 
 
São elementos necessários à existência e validade da relação processual. 
 
Antes de analisar o mérito o juiz necessariamente deverá verificar se a 
relação processual instaurou-se e desenvolveu-se validamente, bem 
como, se foram preenchidas as condições de ação e os pressupostos 
processuais. 
 
Condições de ação e pressupostos processuais são pré-requisitos, são 
condições essenciais à análise e resolução do mérito pelo juiz. 
 
O tratamento prático dos pressupostos processuais e das condições da 
ação é bem semelhante, ambos são considerados matéria de ordem 
pública (matérias que devem ser conhecida de ofício), não se sujeitando 
à preclusão*. As condições de ação são, no entanto, mais importantes, 
pois a falta de condição de ação sempre conduz a extinção do processo 
sem resolução do mérito (art. 267, VI do CPC). 
 
 
 
 
*Preclusão no Dicionário Houaiss Eletrônico 
Impedimento de se usar determinada faculdade processual civil, seja 
pela não utilização dela na ordem legal, seja por ter-se realizado uma 
atividade que lhe é incompatível, seja por ela já ter sido exercida. 
 
41 
 
Quanto aos pressupostos processuais a situação dependerá do pressuposto 
faltante. Exemplo: a falta de um requisito da petição inicial (art. 282 CPC) 
conduz primeiramente a uma determinação do magistrado para que o autor 
proceda emenda (correção, retificação) da inicial (art. 284 – CPC). Já a 
ocorrência da litispendência leva necessariamente à extinção do processo 
sem a resolução do mérito (art. 267, V CPC). 
 
 
03 de maio de 2012 
 
Classificação dos Pressupostos Processuais 
 
1ª Grande classificação 
 Existência 
 Validade 
 
 
Pressupostos de Existência do Processo segundo a classificação 
tradicional: 
 
a) Objetivos: Existência de demanda, direito de acesso à justiça. Sem 
demanda não há processo. 
 
b) Subjetivos: são o juiz (órgão investido da jurisdição) e as partes 
(com capacidade para ser parte) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pressupostos de Validade do processo 
 
a) Subjetivos 
 Juiz com competência e imparcialidade 
 Partes com capacidade processual 
 Capacidade postulatória (que é o que o advogado, MP, defensor 
público tem: capacidade de pedir para outra pessoa). Art. 38, CPC. 
b) Objetivos 
Capacidade para ser parte: Pessoa Física ou Pessoa Jurídica
- Maior capaz, ou... 
Capacidade Processual - Representado de menor de 16 anos 
 - Assistido se entre 16 e 18 anos 
 
42 
 
 Validade intrínseca: diz respeito aos requisitos formais, ao 
procedimento que deve ser seguido. 
 
 Validade Extrínseca ou negativa: 
 
. Litispendência: 2 ou mais ações idênticas (mesma parte, mesmo 
objeto, mesma causa de pedir) 
 
. Coisa julgada: Quando reproduz ação anteriormente já julgada 
 
. Perempção (art. 267, V e Art. 268, § único, CPC). Extinção 3 vezes 
por abandono. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação do Prof. Marcus Vinicius Rios Gonçalves 
 
 
 Existência 
Pressupostos Validade 
 Negativos 
 
1.1- Existência: 
 - Para existir o processo é necessário existir a jurisdição. “Os atos 
processuais praticados por quem não é investido na jurisdição são 
inexistentes”. 
Para a maioria dos doutrinadores esses atos não são inexistentes, 
os efeitos existem mas o atos são nulos. 
 
 - Deve existir uma demanda. A jurisdição é inerte. OK 
 
 - Deve haver capacidade postulatória 
 
43 
 
 
Para Marcus Vinicius o processo é inexistente se não tiver 
advogado. Não é a visão da maioria dos doutrinadores. 
 
 
 - Sem citação o processo é inexistente para o réu. 
Não aceito pela maioria, já que mesmo que o réu não seja citado, o 
processo existe. Apenas não será válido se o réu não for citado. 
 
1.2- Validade: 
 - Petição Inicial Apta 
 - Competência e imparcialidade – OK, do juízo 
 - Capacidade de partes 
 - Capacidade processual 
 - Legitimidade Processual 
 
 
 
 
 
04 de maio de 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Competência é a medida da jurisdição 
 “IMPORTANTÍSSIMO SABER” 
 LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
 CONDIÇÕES DE AÇÃO 
 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
 Legitimidade das partes 
1ª Porta  Condições de ação Possibilidade jurídica do pedido 
 Interesse de agir 
 
2ª Porta  Pressupostos processuais 
Teoria Eclética do Direito 
O direito de ação é o direito de resposta ao mérito 
 
44 
 
Ainda segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves... 
 
- Petição Apta é a que preenche os requisitos do Art. 282, CPC. 
 
 Art. 282. A petição inicial indicará: 
 I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
 II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
 III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 IV - o pedido, com as suas especificações; 
 V - o valor da causa; 
 VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
 
 
 
A falta de condição de ação sempre acarreta a extinção do processo sem 
resolução do mérito, já a falta de pressuposto processual pode ou não 
ensejar a extinção do processo. 
São os pressupostos negativos que extinguem o processo de primeira (o 
juiz não vai mandar emendar): 
- litispendência 
- perempção 
- coisa julgada 
- convenção de arbitragem (Art. 276, CPC) 
Para o resto da doutrina entra como o processo de validade, ao invés dos 
pressupostos negativo. 
Art. 301, CPC. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
 Condição de ação, se faltar, sempre resulta em extinção do processo 
sem julgamento de mérito. 
 Falta de pressupostos processuais podem ser emendadas. Se corrigir, 
OK. 
 
45 
 
III - inépcia da petição inicial; 
IV – perempção; 
V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
VII – conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação; 
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar 
 
Competência é a medida da jurisdição. 
Imparcialidade é manter-se equidistante 
 
Capacidade de ser parte 
Está atrelada ao direito material. Em tese todos temos - pessoas físicas e 
jurídicas e até os entes despersonalizados como o condomínio. 
 
Capacidade Processual 
É a capacidade de agir sozinho em juízo. Capaz menor pode ter capacidade 
para ser parte se assistido (16 ~18 anos) ou representado (menor de 16 
anos). 
 
Capacidade Postulatória 
É a do advogado, defensor público e promotor. 
Legitimidade processual, para os outros autores é sinônimo de capacidade 
processual (possibilidade de estar em juízo sem ser representados). 
Mas... 
A lei em certas hipóteses manda também legitimidade processual que 
decorre do Art.12, III, V, CPC. 
 
46 
 
 Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
 
 III - a massa falida, pelo síndico; 
 
 V - o espólio, pelo inventariante; 
 
 
 
 
 
Marcus Vinicius diz que além do Código Civil que determina a capacidade 
processual (art. 2°, 3°, 4°, CC), representação e assistência, há também a 
legitimidade processual que decorre do CPC (Art. 12, acima). 
Código Civil 
Art. 2
o
 A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a 
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Art. 3
o
 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 4
o
 São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
Para outros atos a legitimidade processual não se contenta com as 
situações de direito civil, pelo contrário, cria outras situações para que a 
parte possa atuar em juízo. Exemplo: Art. 12, V, CPC : em nenhum 
momento diz que o inventariante representa o espólio, o CC não o diz, o 
CPC, sim. 
 
 
 
Código Civil  Capacidade Processual 
Código de Processo Civil  Legitimidade Processual 
 
47 
 
17 de maio de 2012 
Das Partes 
Sujeitos do Processo 
(“Não cai na prova, mas vocês precisam saber!”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capacidade de parte 
Basta possuir personalidade jurídica, ou seja, possui capacidade de parte 
toda a pessoa jurídica ou pessoa física que tem condições de ser sujeito de 
direitos ou obrigações nos termos da lei civil. Exemplo: menor é parte em 
ação de alimentos; se uma ação diz respeito a imóvel de propriedade de um 
menor, este é parte, representado (< 16 anos) ou assistido (16 ~ 18 anos). 
 
Capacidade Processual 
Está atrelada à capacidade de fato, ou seja, depende da passibilidade de a 
parte exercer seus direitos por si própria no processo. Não há necessidade 
de representação ou assistência na forma da lei civil. 
 
 
 
 
 
Juiz 
Autor Réu 
Capacidade de parte = Capacidade Processual 
.Personalidade Jurídica .Pode atuar no Processo 
.Tem direitos e obrigações sem assistência ou 
 representação. 
Relativamente incapaz 16 ~ 18 anos assistido 
Absolutamente incapaz < 16 anos
representado 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos e deveres das partes (Art. 14, CPC) 
As partes devem atuar com probidade, contribuindo por meio de um 
comportamento ético para o pleno desenvolvimento da relação processual, 
expondo os fatos em juízo conforme a verdade, não formulando pretensões 
ou defesas, cientes de que são destituídas de fundamento, cumprindo com 
exatidão os provimentos judiciais, bem como não produzindo provas 
desnecessárias ou interpondo recursos infundados ou protelatórios. 
CAI NA PROVA! 
PROVA  É quem pede ou contra quem se pede a prestação da tutela jurisdicional. 
AÇÃO  É o direito de resposta de mérito. 
 Necessidade / utilidade 
 Interesse de agir 
 Necessidade / adequação 
CONDIÇÕES DE AÇÃO Legitimidade das partes 
 
 Possibilidade jurídica do pedido 
Necessidade / Utilidade Exemplo do extrato bancário recente, que se 
obtém nos caixas automáticos, sem ter que 
mover ação. 
 
Necessidade / Adequação Se temos um cheque do devedor no valor do 
débito, não é necessário mover ação, já que o 
cheque é um título executivo, equivalente à 
sentença. 
Condições de ação 
 Julgamento do mérito 
Pressupostos processuais 
 
49 
 
Arts. 17 e 18, CPC  Litigante de má-fé 
É aquela parte que descumpre os deveres processuais de lealdade, boa-fé e 
atuação ética. 
O litigante de má-fé responde pelo pagamento de uma multa em percentual 
não superior a 1% do valor da causa e uma indenização fixada em valor não 
superior a 20% do valor da causa. 
O advogado não incide nessa multa ou na indenização, porque há uma lei 
(Lei 8.906/94, Estatuto do Advogado e da OAB) que tem sanção específica 
(de advertência à exclusão dos quadros da OAB) e disposição expressa no 
Art. 14, §único, CPC. 
 
Art. 14, § único, CPC 
Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação 
do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo 
o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável 
multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte 
por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em 
julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou 
do Estado. 
 
 (Ler o Art. 34 do Estatuto do Advogado e da OAB, Lei 8.906/94) 
 
Condutas 
 Deduzir pretensão (pedido) ou defesa contra expresso texto da lei ou 
fato incontroverso 
 Alterar a verdade dos fatos 
 Usar do processo para conseguir objetivo ilegal (Exemplo clássico: 
lide simulada) 
 Opuser resistência injustificada ao andamento do processo 
 
 
 
 
 
 
 
Carta precatória  pedido de prática de atos processuais de 
uma autoridade jurídica para outra, dentro do país. 
 
Carta rogatória  pedido de prática de atos processuais de 
uma autoridade jurídica para outra, fora do país. 
 
 
50 
 
18 de maio de 2012 
 
 
 
 
Litisconsórcio 
Reunião de pessoas com o mesmo objetivo em uma demanda 
Litis  lide 
Consórcio  Reunião de pessoas com objetivo comum 
 
Classificação do Litisconsórcio 
 Tríplice enfoque 
 
1. Quanto à posição processual 
 
. Passivo  pluralidade de autores no mesmo processo 
. Ativo:  pluralidade de réus no mesmo processo 
 
2. Quanto ao tempo de formação do litisconsórcio 
 
. Anterior  se formado quando do início da lide 
. Ulterior  se formado posteriormente à propositura da lide 
 
3. Quanto à obrigatoriedade 
 
. Facultativo  Quando a sua formação depender única e 
exclusivamente da vontade das partes (Art. 46, 
CPC). 
 
. Necessário  Quando sua formação decorrer de expressa 
disposição legal ou pela natureza de relação 
jurídica (Art. 47, CPC). Exemplo: em direito real 
sobre bem imóvel, marido e mulher têm que ser 
citados (Art. 10, CPC) 
 
 
 
 
 
 
 NA PROVA.. 
 Só as do questionário 
 Com consulta ao CPC “seco” 
 3 questões (2 x 2,5; 1 x 2) 
Quando o litisconsórcio tiver diferentes procuradores, serão contados em 
dobro os prazos para contestar, recorrer e, de um modo geral, para falar 
nos autos. (Art. 191, CPC) 
 
51 
 
Litisconsórcio facultativo multitudinário (Art. 46, CPC) 
É aquele em que há um número excepcionalmente grande de litigantes. 
Nesse caso o juiz limita quem fica no processo em litisconsórcio. 
Quem for excluído pode entrar com outra ação. 
 
 
 
 
O que é litispendência? 
Há litispendência quando se reproduz ação anteriormente ajuizada 
 Mesmas partes 
 Mesmo pedido 
 Mesma causa de pedir 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sujeitos do Processo 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Previsto na Constituição Federal. 
É uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
direitos sociais e individuais indisponíveis (Art. 127, Constituição Federal) 
CAUSAS CONEXAS (Art. 103, CPC) 
São aquelas em que há em comum o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir. 
“Cai na prova” 
 Condições de ação 
 Pressupostos processuais 
 Jurisdição 
 
Elementos da ação 
 Partes 
 Pedido 
 Causas de pedir 
Condições de ação 
 Legitimidade das partes 
 Possibilidade jurídica do pedido 
 Interesse de agir 
NÃO CONFUNDIR 
 
52 
 
No processo civil, o Ministério Público age na defesa do interesse público, 
podendo ser parte, auxiliar da parte ou fiscal da lei. 
O Art. 82, CPC, indica as causas em que compete ao Ministério Público 
intervir: 
 Interesse de incapazes; 
 As causas que digam respeito ao estado da pessoa, ao poder familiar, 
à tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e 
disposições de última vontade; 
 Ações que digam respeito à posse (litígios coletivos de terra rural), 
bem como todas as demais causas em que haja interesse público 
(saúde, educação, direitos difusos e coletivos, etc.). 
O Art. 188, CPC, fala dos prazos que o Ministério Público tem: 
 Em dobro para recorrer; 
 Em quádruplo para contestar. 
 
FIM

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