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APOSTILAS DE PENAL IV

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DP4 - Ex1 - a19.08 - 312-327.pdf
Disciplina: CCJ0034 DIREITO PENAL IV Artigos 312 a 317 CP Data: 19/08/2013
Professor(a): ARMANDO CARLOS NAHMIAS COSTA Exercício 1 AV1
Aluno(a): 
Data da Vista:
 / / 
Ass. Professor: Ass. Aluno: Nota:
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ANTES DE INICIAR A AVALIAÇÃO 
1. Leia atentamente todo o enunciado de cada questão antes de começar a responder, para se
certificar de todas as circunstâncias descritas.
2. Será permitido qualquer tipo de consulta.
3. Somente será aceita uma resposta correta para cada questão objetiva, que deve ser assinalada à
caneta PRETA OU AZUL no espaço denominado GABARITO, indicando a letra da opção
correta ou indicando C para o enunciado correto e E para o enunciado errado. Respostas em
outros locais ou em desacordo com tais orientações serão desconsideradas. Rasuras invalidam a
resposta para a questão correspondente.
GABARITO 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
CRIMES PRATICADOS POR AGENTE PÚBLICO 
ARTS. 312 A 327 
01. (744. CESPE / Administrativo - AGU / 2010) Um servidor da administração direta da União,
violando dever funcional, apropriou-se de bens públicos de que tinha posse em razão do cargo e
vendeu-os a terceiros, auferindo assim proveito financeiro. Nessa hipótese, o agente deverá
responder pelo delito de peculato, sem prejuízo das sanções administrativas correspondentes. 
02. (745. CESPE / Administrativo - AGU / 2010) Um servidor público, nomeado para elaborar
prova de concurso para a progressão de servidores para classe imediatamente superior, antecipou a
alguns candidatos as questões e as respostas do exame, o que acarretou graves consequências de
ordem administrativa e patrimonial devido à anulação do certame. Nessa situação, além das sanções
administrativas correspondentes, o agente responderá pelo crime de violação de sigilo funcional. 
03. (746. CESPE / Administrativo - AGU / 2010) Um delegado de polícia, por desleixo e mera
indolência, omitiu-se na apuração de diversas ocorrências policiais sob sua responsabilidade, não
cumprindo, pelos mesmos motivos, o prazo de conclusão de vários procedimentos policiais em
curso. Nessa situação, a conduta do policial constitui crime de prevaricação. 
04. (747. CESPE / Administrativo - AGU / 2010) Um policial militar em serviço, ao abordar um
cidadão, exigiu dele o pagamento de determinada soma em dinheiro, utilizando-se de violência e
ameaçando-o de sequestrar o seu filho. A vítima, ante o temor da ameaça, cedeu às exigências
formuladas e entregou ao policial a quantia exigida. Nessa situação, não obstante a prática de crime
pelo agente, não há que se falar em delito de concussão, pois inexiste nexo causal entre a função
pública desempenhada pelo policial e a ameaça proferida. 
05. (748. CESPE / Administrativo - AGU/ 2010) Um funcionário que ocupa cargo em comissão de
uma prefeitura foi exonerado, de ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente cientificado do ato
mediante comunicação oficial devidamente publicada no diário oficial. A despeito disso, o servidor
continuou a praticar atos próprios da função pública, sem preencher condições legais para tanto.
Nessa situação, configurou- se o delito de usurpação de função pública. 
06. (749. CESPE / Procurador - BACEN / 2009) Não haverá o crime de condescendência criminosa
quando faltar ao funcionário público competência para responsabilizar o subordinado que cometeu a
infração no exercício do cargo. 
07. (750. CESPE / Procurador - BACEN / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse
ou sentimento pessoal é mero exaurimento do crime, não sendo obrigatória a sua presença para a
configuração do delito 
08. (751. CESPE / Procurador - BACEN / 2009) A ocorrência de prejuízo público como resultado
do fato não influencia a pena do crime de abandono de função. 
09. (752. CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, descumprindo dever funcional,
praticar ato de ofício apenas por ceder à influência de outrem comete o crime de prevaricação. 
10. (753. CESPE / Analista - IBRAM / 2009) O agente público que, mediante ameaças e lesão
corporal, exige vantagem pecuniária indevida comete o crime de concussão. 
11. (754. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No delito de peculato, é desnecessário o
elemento subjetivo do tipo denominado animus rem sibi habendi, sendo certo que o mero uso do
bem público para satisfazer interesse particular, ainda que haja devolução posterior, configura o
crime em tela. 
12. (755. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Os crimes contra a administração pública,
ainda que considerados de menor potencial ofensivo, não se sujeitam ao rito dos juizados especiais. 
13. (822. CESPE / Titular de Serviços Notariais - TJ-DF / 2004) Beto, agente de polícia, quando se
encontrava de plantão na delegacia, foi cientificado pessoalmente de um acidente de trânsito com
vítima de morte. Por negligência, deixou de registrar a ocorrência e levá-la ao conhecimento do
delegado. Nesse caso, Beto responderá pelo crime de prevaricação.
14. (758. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Policial civil que ingressa no depósito de
veículos e subtrai uma motocicleta apreendida comete o crime de peculato desvio.
15. (759. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Comete o crime de concussão o médico de
hospital público que exige de paciente, em razão de sua função, dinheiro para viabilizar o
atendimento pelo SUS. 
16. (760. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Se um gerente do Banco do Brasil,
entidade paraestatal, apropriar-se de dinheiro particular de que tem a posse em razão do cargo, o
crime por ele cometido será o de apropriação indébita, uma vez que ele não pode ser considerado
funcionário público para fins penais. 
17. (761. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) No crime de concussão, o ressarcimento
do dano é causa de extinção da punibilidade. 
18. (762. CESPE / Analista Judiciário - TRE-MA / 2009) Para que se configure o crime de desvio
irregular de verbas, é necessário que as contas do gestor público sejam rejeitadas pelo tribunal de
contas. 
19. (763. CESPE / Auditor – SESCONT-ES / 2009) Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio, é crime formal, consumando-se
independentemente de prejuízo efetivo para a administração pública. 
20. (764. CESPE / Agente da Polícia Federal - DPF / 2009) Considere a seguinte situação
hipotética. Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de
agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o qual, para se
consumar, tem como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público. 
21. (765. CESPE / Agente da Polícia Federal - DPF / 2009) Caso um policial federal preste ajuda a
um contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando, consumar-se-á o
crime de facilitação de contrabando, ainda que o contrabandista não consiga ingressar no país com a
mercadoria. 
22. (766. CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Tratando-se de peculato culposo, a
reparação do dano, a qualquer momento, extingue a punibilidade do agente. 
23. (767. CESPE / Analista jurídico - SEBRAE-BA / 2009) Equipara-se a funcionário público, para
fins penais, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal. 
24. (768. CESPE / Procurador Judicial – IPOJUCA-PE / 2009) O agente público que, embora não
tendo a posse do dinheiro, o subtrai em proveito próprio, valendo-se da facilidade que
lhe
proporciona a qualidade de funcionário, comete modalidade de peculato. 
25. (770. CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O agente que facilita a revelação de
fato de que tem ciência em razão do cargo que ocupa, mas que deveria permanecer em segredo não
pratica crime, mas pode ser responsabilizado administrativamente pela prática de infração
disciplinar. 
26. (771. CESPE / Assistente Administrativo - MPE-RR / 2009) O servidor público que se apropria,
em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse em razão do cargo que ocupa, pratica o
crime de peculato. 
27. (772. CESPE / Analista Judiciário - TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, por
causa do delito, o funcionário retardar a prática de ato de ofício, haverá mero exaurimento da
conduta delituosa, que não conduz ao aumento de pena. 
28. (773. CESPE / Analista Judiciário - TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação
de interesse ou sentimento pessoal, que motiva a prática do crime, é necessária para a existência do
crime. 
29. (774. CESPE / Analista Judiciário - TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o
funcionário que deixa, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente. 
30. (775. CESPE / Analista Judiciário - TRE – GO / 2009) No crime de advocacia administrativa, a
legitimidade ou ilegitimidade do interesse privado patrocinado perante a administração pública não
influi na pena. 
31. (776. CESPE / Procurador - PM Natal / 2008) Adão, diretor de penitenciária federal, deixou de
cumprir seu dever de vedar aos presos ali custodiados o acesso a aparelho telefônico celular, fato
que permitiu aos detentos a comunicação com o ambiente externo. Nessa situação, Adão cometeu,
em tese, o delito de condescendência criminosa. 
32. (777. CESPE / Agente Fiscal de Tributos - Pref. Teresina-PI / 2008) Comete crime de
prevaricação o funcionário público que, por indulgência, retarda ou deixa de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou pratica-o contra disposição expressa de lei. 
33. (778. CESPE / Agente Fiscal de Tributos - Pref. Teresina-PI / 2008) O funcionário público que,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe faltar competência, não leva o fato ao conhecimento
da autoridade competente, pratica o crime de condescendência criminosa. 
34. (779. CESPE / Agente Fiscal de Tributos - Pref. Teresina-PI / 2008) Pratica apenas infração
administrativa, conduta considerada atípica, o funcionário público que, na cobrança de tributo ou
contribuição social, emprega meio vexatório ou gravoso não autorizado por lei. 
35. (784. CESPE / Agente Fiscal de Tributos - Pref. Teresina-PI / 2008) O abandono de cargo
público, fora dos casos permitidos em lei, caracteriza crime contra a administração pública, e não
apenas infração administrativa. 
36. (785. CESPE / Guarda Municipal – ARACAJU / 2008) No caso de peculato culposo ou doloso,
a reparação do dano antes da sentença extingue a punibilidade do sujeito ativo do crime. 
37. (786. CESPE / Guarda Municipal – ARACAJU / 2008) Comete crime de peculato o agente que
exige vantagem indevida, em razão de sua função, direta ou indiretamente. 
38. (787. CESPE / Guarda Municipal – ARACAJU / 2008) Comete crime de corrupção passiva o
agente que solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, em razão de sua função,
vantagem indevida. Se essa solicitação for feita antes de ter o agente assumido a função pública, a
pena deve ser reduzida. 
39. (788. CESPE / Guarda Municipal – ARACAJU / 2008) Comete crime de prevaricação o agente
que retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, para satisfazer interesse pessoal. 
40. (789. CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Pratica crime de prevaricação o funcionário
público autorizado que insere dados falsos nos sistemas informatizados ou banco de dados da
administração pública, com o fim de causar dano a outrem. 
41. (790. CESPE / Fiscal de Tributos - PM-Rio Branco-AC / 2007) Os crimes cometidos contra a
administração pública são delitos que têm servidores públicos por autores ou sujeitos ativos. 
42. (791. CESPE / Fiscal de Tributos - PM-Rio Branco-AC / 2007) O próprio Código Penal
brasileiro dá o conceito de funcionário público para fins penais, podendo tal conceito ser
considerado tanto para identificar o sujeito ativo como o sujeito passivo de crimes. 
43. (792. CESPE / fiscal de Tributos - PM-Rio Branco-AC / 2007) No delito de inserção de dados
falsos em sistema de informações da administração pública, o sujeito passivo é, unicamente, o
Estado. 
44. (793. CESPE / OAB / 2007) O agente que se vale do cargo público que ocupa para exigir da
vítima vantagem indevida comete o crime de concussão. 
45. (794. CESPE / OAB / 2007) Pedro, funcionário público, deixou de praticar ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo à influência de Daniele, sua namorada. Nessa situação
hipotética, a conduta de Pedro se amolda ao tipo de crime, previsto no Código Penal, de corrupção
passiva. 
46. (795. CESPE / Procurador - AGU / 2007) A única diferença existente entre os crimes de
concussão e de corrupção passiva é que, no primeiro, o agente exige, enquanto, no segundo, o
agente solicita ou recebe vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela. 
47. (796. CESPE / Procurador - AGU / 2007 - Adaptada) O servidor que recebe vantagem indevida
de particular e emprega-a na própria repartição para fins de melhoria do serviço público pratica
conduta atípica.
48. (797. CESPE / Procurador - TCM-GO / 2007) Não pratica o crime de condescendência
criminosa o servidor público que, tomando conhecimento da incontinência pública e escandalosa de
subordinado hierárquico que também seja viciado em jogos proibidos, deixa, por complacência, de
instaurar procedimento disciplinar para apurar suposta falta funcional. 
49. (798. CESPE / Procurador - TCM-GO / 2007) No crime de corrupção passiva, é imprescindível
que seja lícito o ato funcional - comissivo ou omissivo - sobre o qual versa a venalidade, isto é, ato
não-contrário aos deveres do cargo ou da função do funcionário público. 
50. (799. CESPE / Procurador - TCM-GO / 2007) Considere que João tenha confiado,
particularmente, R$ 3.000,00 em dinheiro a seu vizinho e amigo Pedro, auditor fiscal da Receita
Federal, para que providenciasse o pagamento de um débito fiscal em nome do próprio João.
Considere, ainda, que Pedro, que passava por dificuldades financeiras, tenha-se apropriado da
quantia recebida. Nessa situação, Pedro praticou o crime de peculato. 
51. (800. CESPE / Procurador - TCM-GO / 2007) No crime de prevaricação, o interesse pessoal que
o agente objetiva satisfazer somente pode ser de natureza moral, pois, caso seja material
(patrimonial), estará configurado o crime de corrupção passiva ou o de concussão. 
52. (801. CESPE / Auditor - TCU / 2007) Considere a seguinte situação hipotética. João,
empregado público do Metrô, apropriou-se indevidamente, em proveito próprio, de setenta bilhetes
integração ônibus/metrô no valor total de R$ 35,00, dos quais tinha a posse em razão do cargo
(assistente de estação) que ocupava nessa empresa pública. Nessa situação, de acordo com o
entendimento do STJ, em face do princípio da insignificância, não ficou configurado o crime de
peculato. 
53. (802. CESPE / Auditor - TCU / 2007) A inserção de dados falsos em sistema de informação é
crime próprio no tocante ao sujeito ativo,
sendo indispensável a qualificação de funcionário público
autorizado e possível o concurso de agentes. 
54. (803. CESPE / Auditor - TCU / 2007) Considere a seguinte situação hipotética. Um analista de
finanças e controle exigiu de um gestor público a importância de R$ 20.000,00 como condição para
não inserir, em um relatório de auditoria, irregularidades constatadas no repasse de recursos de um
convênio do qual era responsável. No momento da entrega da quantia em dinheiro exigida, o
analista de finanças foi preso por agentes de polícia. Nessa situação, pelo fato de o servidor público
não ter chegado a receber o dinheiro indevidamente exigido, restou configurada a mera tentativa do
crime de concussão. 
55. (804. CESPE / Analista Judiciário - TSE / 2007) Os crimes praticados por servidor contra a
administração pública são circunscritos às hipóteses previstas no Código Penal. 
56. (805. CESPE / Analista Judiciário - TSE / 2007) Os crimes praticados por servidor contra a
administração pública são classificados como impróprios, pois exige-se do agente uma determinada
qualidade, no caso, ser servidor público. 
57. (806. CESPE / Analista Judiciário - TSE / 2007) Os crimes praticados por servidor público
contra a administração pública previstos no Código Penal são delitos de ação penal pública
incondicionada. 
58. (807. CESPE / Analista Judiciário - TSE / 2007) O conceito de funcionário público para o
direito penal é o mesmo previsto na esfera do direito administrativo, tendo em vista a
comunicabilidade das instâncias penal e administrativa para fins de punição à má atuação dos
servidores. 
59. (808. CESPE / Técnico Judiciário - TJ-RR / 2006) Para a configuração do peculato é irrelevante
serem particulares os bens apropriados ou desviados, pois basta a posse da coisa em razão do cargo,
ainda que sua propriedade seja de particular. 
60. (809. CESPE / Técnico Judiciário - TJ-RR / 2006) No crime de concussão, a vantagem exigida
deve beneficiar o próprio agente, não se configurando o delito caso a vantagem indevida venha a
beneficiar terceiro. 
61. (810. CESPE / Técnico Judiciário - TJ-RR / 2006) Em nenhuma hipótese, restará configurado o
crime de excesso de exação quando ficar constatado que o tributo ou a contribuição social exigido
pelo funcionário era legalmente devido. 
62. (811. CESPE / Técnico Judiciário - TJ-RR / 2006) Se, por negligência, o funcionário,
indevidamente, deixar de praticar ato de ofício ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, ele
responderá pelo crime de prevaricação, sem prejuízo das sanções administrativas pertinentes. 
63. (812. CESPE / Promotor de Justiça – MPE-TO / 2006) No peculato culposo, a reparação do
dano antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória é causa de extinção da
punibilidade do agente. 
64. (813. CESPE / Promotor de Justiça – MPE-TO / 2006) O benefício do arrependimento posterior
não se aplica aos crimes contra a administração pública, em face do caráter indisponível dos bens
públicos. 
65. (814. CESPE / Polícia Federal / 2004) Roberto, funcionário público, e Bruno, estranho ao
serviço público, exigiram, em razão da função de Roberto, vantagem indevida no valor de R$
8.000,00. Nessa situação, tendo em vista que o fato de ser funcionário público é circunstância
pessoal de Roberto, a qual não se comunica, apenas ele responderá pelo delito de concussão. 
66. (815. CESPE / Agente da Polícia Federal - DPF / 2004) Paulo, engenheiro civil, em razão do
exercício de atividade pública, exigiu para si, para conceder o habite-se requerido por particular
perante a prefeitura, o pagamento de certa quantia em dinheiro. Nessa situação, a conduta de Paulo
caracteriza crime de corrupção passiva. 
67. (817. CESPE / Agente – PC-RR / 2004) Para configurar o delito de concussão, o funcionário
público deve solicitar à vítima a vantagem indevida. 
68. (818. CESPE / Agente – PC-RR / 2004) A falta eventual de funcionário público ao serviço
caracteriza o delito intitulado abandono de função. 
69. (819. CESPE / Agente – PC-RR / 2004) Considere a seguinte situação hipotética. Patrícia,
funcionária de uma empresa pública, apropriou-se da quantia de R$ 5.000,00, de que tinha posse em
razão da função que exercia. Nessa situação, é correto afirmar que Patrícia praticou o crime de
peculato. 
70. (821. CESPE / Titular de Serviços Notariais - TJ-DF / 2004) Sílvio, agente de polícia, saiu em
perseguição de um assaltante de banco, conseguindo prendê-lo e prender uma sacola com os valores
subtraídos da agência. No caminho para a delegacia, o agente abriu a sacola e apropriou-se da
importância de R$ 5.000,00, já que a autoridade policial não tinha conhecimento do total de
dinheiro recuperado e apreendido. Nesse caso, Silvio responderá pelo crime de peculato. 
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DP4 PA01.1 - 05-08.pdf
1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
1.1. 
 
GENERALIDADES 
01. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (AP)
Conceito: “é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito
federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direito e da moral,
visando ao bem comum” (Hely Lopes Meirelles)
02. AGENTE PÚBLICO
Agente Público: categoria genérica de pessoas físicas que, de algum modo, exercem
funções estatais, independentemente da natureza do vínculo que detêm
com o Estado
FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
DECRETO-LEI NO 1.713, DE 28 DE OUTUBRO DE 1939.
Art. 2º Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público.
LEI No 1.711, DE 28 DE OUTUBRO DE 1952.
Art. 2º Para os efeitos dêste Estatuto, funcionário é a pessoa legalmente investida em
cargo público; e cargo público é o criado por lei, com denominação própria, em número
certo e pago pelos cofres da União.
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Espécies: a) agentes políticos: titularizam cargos ou mandatos de altíssimo escalão,
somente se subordinando à CRFB e sujeitos a regime especial;
b) agentes administrativos: mantêm relação profissional não eventual
com a AP, direta ou indireta, sob vínculo de dependência:
 b.1) servidores públicos: detêm relação de trabalho profissional com
entidade de direito público, submetidos a regime jurídico único; podendo
ter relação permanente (efetivos) ou transitória (comissionados);
 b.2) empregados públicos: detêm relação de trabalho profissional
permanente com entidade de direito privado, submetidos em parte à CLT;
 b.3) servidores temporários: contratados por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,
submetidos a regime especial de direito administrativo;
 b.4) militares: membros das forças armadas, das polícias militares e
dos corpos de bombeiros, sujeitos a regime especial específico.
c) agentes particulares: detêm relação
de trabalho não profissional
transitória com a AP, direta ou indireta; 
 c.1) agentes honoríficos: mesários, juntários, jurados, conscritos;
 c.2) agentes delegados: leiloeiros, peritos, empregados das
concessionárias, permissionárias e autorizatárias;
 c.3) agentes gestores: gestores de negócios públicos; o Gestor de
Negócio é aquele que assume espontaneamente a função de negócio na
ausência de seu titular. (ver art. 861 CC): ex: Socorrista de parturiente;
 c.4) agentes contratados: locação civil de serviços
AGENTES HONORÍFICOS
A maior parte da doutrina entende que os agentes honoríficos não podem
cometer o crime de peculato; Mirabete, citando Nelson Hungria, (2010,
Vol. III, p. 260) preleciona que “Não são funcionários públicos para os
efeitos penais os que exercem apenas um múnus público, em que
prevalece um interesse privado, como ocorre no caso de tutores, ou
curadores dativos, inventariantes judiciais, síndicos (administradores
judiciais) falimentares, etc.”
03. FUNÇÃO, EMPREGO E CARGO PÚBLICO
Função: conjunto de atribuições destinadas à satisfação do interesse público
conferidas aos órgãos, cargos, empregos ou diretamente aos agentes
públicos; todo cargo ou emprego tem função, mas pode haver função sem
cargo ou emprego
 a) função temporária: exercida pelos servidores temporários;
 b) função de confiança: exercida exclusivamente por servidores
públicos titulares de cargos efetivos e que se destinam apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Emprego: unidade específica de atribuições das entidades da administração indireta
de direito privado com vínculo contratual trabalhista;
Cargo: unidade específica de atribuições das entidades da administração direta e
indireta de direito público com vínculo estatutário;
a) quanto à organização:
 a.1) cargos de carreira: distribuídos e escalonados em classes;
 a.2) cargos isolados: agrupados em categoria isolada;
b) quanto ao provimento:
 a) cargos efetivos: dependem de concurso público
 b) cargos vitalícios: PJ, MP, TC
 c) cargos comissionados: livre nomeação e exoneração, destinados às
atribuições de direção, chefia ou assessoramento
04. CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
05. ILÍCITO PENAL X ILÍCITO ADMINISTRATIVO
As instâncias são independentes e autônomas, com as mesmas exceções da
ação civil decorrente de delito
CP
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser
proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do
fato.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
06. CRIMES FUNCIONAIS
Próprios: qualidade de agente público é elemento essencial, cuja ausência torna o
fato atípico
Impróprios: qualidade de agente público não é elemento essencial, cuja ausência
apenas desclassifica o crime para outro
07. MAJORANTE GENÉRICA
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
08. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Outra questão controvertida. Mas o STJ já decidiu que:
EMENTA: HABEAS CORPUS. PECULATO. BENS AVALIADOS EM R$ 50.00.
INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. BEM JURÍDICO TUTELADO:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRECEDENTES DA 3ª. SEÇÃO DO STJ. PARECER DO MPF
PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEM DENEGADA.
1. A 3ª. Seção desta Corte possui jurisprudência pacífica sobre a inaplicabilidade do princípio da
insignificância nos crimes contra a Administração Pública, pois não se busca resguardar apenas
o aspecto patrimonial, mas principalmente a moral administrativa. 2. Ordem denegada, em
consonância com o parecer ministerial (HC 115.562/SC, Rel. Min, Napoleão Nunes Maia Filho,
Quinta Turma, julgado em 20/05/2010, DJe 21/06/2010).
Mas o STF já decidiu que:
EMENTA: HABEAS CORPUS. PECULATO PRATICADO POR MILITAR. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. CONSEQÜÊNCIAS DA AÇÃO PENAL.
DESPROPORCIONALIDADE. 1. A circunstância de tratar-se de lesão patrimonial de pequena
monta, que se convencionou chamar crime de bagatela, autoriza a aplicação do princípio da
insignificância, ainda que se trate de crime militar. 2. Hipótese em que o paciente não devolveu à
Unidade Militar um fogão avaliado em R$ 455,00 (quatrocentos e cinqüenta e cinco) reais.
Relevante, ademais, a particularidade de ter sido aconselhado, pelo seu Comandante, a ficar com
o fogão como forma de ressarcimento de benfeitorias que fizera no imóvel funcional. Da mesma
forma, é significativo o fato de o valor correspondente ao bem ter sido recolhido ao erário. 3. A
manutenção da ação penal gerará graves conseqüências ao paciente, entre elas a impossibilidade
de ser promovido, traduzindo, no particular, desproporcionalidade entre a pretensão acusatória e
os gravames dela decorrentes. Ordem concedida. (HC 87.478/PA, j. 29/08/2006, p. 283- Rel. Min.
Eros Grau).
		1.1. Generalidades
		Conceito: “é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direito e da moral, visando ao bem comum” (Hely Lopes Meirelles)
		Agente Público: categoria genérica de pessoas físicas que, de algum modo, exercem funções estatais, independentemente da natureza do vínculo que detêm com o Estado
		Espécies: a) agentes políticos: titularizam cargos ou mandatos de altíssimo escalão, somente se subordinando à CRFB e sujeitos a regime especial;
		b) agentes administrativos: mantêm relação profissional não eventual com a AP, direta ou indireta, sob vínculo de dependência:
		b.1) servidores públicos: detêm relação de trabalho profissional com entidade de direito público, submetidos a regime jurídico único; podendo ter relação permanente (efetivos) ou transitória (comissionados);
		b.2) empregados públicos: detêm relação de trabalho profissional permanente com entidade de direito privado, submetidos em parte à CLT;
		b.3) servidores temporários: contratados por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, submetidos a regime especial de direito administrativo;
		b.4) militares: membros das forças armadas, das polícias militares e dos corpos de bombeiros, sujeitos a regime especial específico.
		c) agentes particulares: detêm relação de trabalho não profissional transitória com a AP, direta ou indireta;
		c.1) agentes honoríficos: mesários, juntários, jurados, conscritos;
		c.2) agentes delegados: leiloeiros, peritos, empregados das concessionárias, permissionárias e autorizatárias;
		c.3) agentes gestores: gestores de negócios públicos; o Gestor de Negócio é aquele que assume espontaneamente a função de negócio na ausência de seu titular. (ver art. 861 CC): ex: Socorrista de parturiente;
		c.4) agentes contratados: locação civil de serviços
		A maior parte da doutrina entende que os agentes honoríficos não podem cometer o crime de peculato; Mirabete, citando Nelson Hungria, (2010,
Vol. III, p. 260) preleciona que “Não são funcionários públicos para os efeitos penais os que exercem apenas um múnus público, em que prevalece um interesse privado, como ocorre no caso de tutores, ou curadores dativos, inventariantes judiciais, síndicos (administradores judiciais) falimentares, etc.”
		Função: conjunto de atribuições destinadas à satisfação do interesse público conferidas aos órgãos, cargos, empregos ou diretamente aos agentes públicos; todo cargo ou emprego tem função, mas pode haver função sem cargo ou emprego
		a) função temporária: exercida pelos servidores temporários;
		b) função de confiança: exercida exclusivamente por servidores públicos titulares de cargos efetivos e que se destinam apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
		Emprego: unidade específica de atribuições das entidades da administração indireta de direito privado com vínculo contratual trabalhista;
		Cargo: unidade específica de atribuições das entidades da administração direta e indireta de direito público com vínculo estatutário;
		a) quanto à organização:
		a.1) cargos de carreira: distribuídos e escalonados em classes;
		a.2) cargos isolados: agrupados em categoria isolada;
		b) quanto ao provimento:
		a) cargos efetivos: dependem de concurso público
		b) cargos vitalícios: PJ, MP, TC
		c) cargos comissionados: livre nomeação e exoneração, destinados às atribuições de direção, chefia ou assessoramento
		Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
		As instâncias são independentes e autônomas, com as mesmas exceções da ação civil decorrente de delito
		Próprios: qualidade de agente público é elemento essencial, cuja ausência torna o fato atípico
		Impróprios: qualidade de agente público não é elemento essencial, cuja ausência apenas desclassifica o crime para outro
		§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
		Outra questão controvertida. Mas o STJ já decidiu que:
		Mas o STF já decidiu que:
DP4 PA01.2 - 06-08.pdf
1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
1.1. 
 
GENERALIDADES 
1.2. 
 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
01. PECULATO (PECULATO PRÓPRIO)
PPP: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
PPS: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Ação nuclear 1: No primeiro núcleo, é previsto o peculato-apropriação: diferencia-se da
apropriação indébita (art. 168 CP) apenas pela qualidade do agente e pelo
nexo de causalidade com o correspondente ofício; ex: pessoa entrega
dinheiro a amigo servidor do detran
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Ação nuclear 2: No segundo núcleo, há o peculato-desvio: agente dá à coisa destinação
diversa da exigida por lei. Diferencia-se do emprego irregular de verbas ou
rendas públicas (art. 315 CP) pelo elemento subjetivo do tipo.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Objeto jurídico: tutela-se, principalmente, a moralidade da AP; supletivamente, tutela-se o
seu patrimônio, bem como o do particular quando estiver sob a sua guarda
Objeto material: dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular. Ex.:
delegado que registra nos autos a apreensão de quantia em dinheiro
distinta da encontrada com assaltante preso. Não abrange a fruição de
serviço de outro agente público
Elemento Subj.: o tipo contém um EST, contido tanto na expressão “em proveito próprio
ou alheio” como na partícula apassivadora do primeiro núcleo; portanto,
não é possível o peculato de uso. Ex.: agente que utiliza veículo para ir a
festa e o devolve. Pode, entretanto, configurar peculato do combustível.
Arrependimento posterior:
STF: “O ressarcimento do dano não extingue a punibilidade no peculato
doloso. O que importa nesse crime não é só a lesão patrimonial, mas,
igualmente, a desmoralização a que fica exposta a Administração Pública”
(RT, 510/4510)
02. PECULATO EQUIPARADO (PECULATO IMPRÓPRIO OU PECULATO-FURTO)
PPP: § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
Distinção: Difere do furto pelo ENT: “valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário”. Ex.: fiscal da prefeitura verifica que o
tesoureiro deixou o cofre aberto e daí retira certa importância ou guarda
noturno que aproveita para entrar no almoxarifado e subtrair diversos
materiais.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
03. PECULATO CULPOSO
PPP: § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Extinção de punibilidade e minorante:
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.
Observação 1: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
Observação 2: Não se trata exatamente de crime culposo, mas de participação culposa em
ação dolosa alheia. Afinal, inexiste apropriação indébita, furto ou
estelionato culposos. Ademais, é impossível a participação culposa em
crime doloso. Exemplo da figura do garante (art. 13, § 2.º, a)
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
04. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
PPP: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício
do cargo, recebeu por erro de outrem:
PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Observação 1: Diferencia-se da apropriação de coisa havida por erro (art. 169, 1.ª parte
CP) apenas pela qualidade do agente e pelo nexo de causalidade com o
correspondente ofício; ex: pagar valor de taxa municipal a agente público
incompetente para recebê-la
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito
ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Observação 2: O erro deve ser atribuível a terceiro e não ao próprio agente. Se o próprio
agente induz o erro, comete estelionato, mesmo que seja agente público.
Ex.: agente que
afirma falsamente ter competência para receber taxa
Observação 3: O erro pode versar sobre a coisa; sobre a obrigação ou sobre a pessoa a
quem se entrega a coisa. 
05. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (INCLUÍDO
PELA LEI Nº 9.983, DE 2000)
PPP: Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim
de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)
Observação: A efetiva obtenção de vantagem indevida não é requisito para a
consumação do crime, mas constitui EST
Objeto material: Os dados, ou seja, as informações pertencentes à AP, que constam ou
devam constar nos sistemas informatizados
06. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE 
INFORMAÇÕES (INCLUÍDO PELA LEI Nº 9.983, DE 2000)
PPP: Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
PPS: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Majorante: Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Objeto material: O próprio sistema de informações ou o programa de informática da AP
Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
07. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
PPP: Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
Observação: crime expressamente subsidiário; havendo ofensa à fé pública, prevalece o
crime do art. 305; se o agente público solicita ou recebe vantagem
indevida para a prática da conduta, comete o crime do art. 317
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um
a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)
08. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
PPP: Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:
PPS: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Observação 1: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
Observação 2: verbas: dinheiro especificamente destinado pela lei orçamentária
rendas: qualquer dinheiro recebido pela Fazenda Pública
Observação 3: é necessário que haja lei prévia regulando a aplicação do dinheiro
DISTINÇÃO ENTRE ROUBO E EXTORSÃO
Distinção: A distinção entre Roubo e Extorsão é equivalente
à distinção entre Peculato e Concussão
Correntes: Critérios
a) se a vítima entrega a coisa, é extorsão; se o agente pega a coisa, é roubo;
b) necessidade ou não de ato da vítima: na extorsão, é indispensável que
haja ato da vítima; no roubo é dispensável
09. CONCUSSÃO
PPP: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida:
PPS: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Observação: Diferencia-se da extorsão (art. 158 CP) apenas pela qualidade do agente e
pelo nexo de causalidade com o correspondente ofício. ex: delegado exige
dinheiro para não instaurar IP (se agente fizer exigência, é extorsão);
agente que efetua prisão exige dinheiro para deixar de conduzir preso
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Objeto jurídico: tutela-se, principalmente, a moralidade da AP; supletivamente, tutela-se o
patrimônio e a liberdade do particular
Objeto material: vantagem. Quanto à natureza da vantagem, há duas correntes: a) há que se
patrimonial; e b) qualquer vantagem.
Elemento Normat.: o tipo contém um ENT, contido tanto na expressão “indevida”; portanto,
ilícita, não autorizada por lei; se for lícita, há o abuso de autoridade
Flagrante de pagamento:
Aplica-se ao flagrante de pagamento a Súmula STF 145?
STF Súmula nº 145 - 06/12/1963
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
10. EXCESSO DE EXAÇÃO
PPP: § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº
8.137, de 27.12.1990)
PPS: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 8.137, de 27.12.1990)
Ação nuclear 1: No primeiro núcleo, é prevista a exação indevida: aqui há o ENT contido
na expressão “indevida”: não há autorização legal para a cobrança, o valor
cobrado já foi quitado ou excede o devido
Ação nuclear 2: No segundo núcleo, há a exação vexatória: quando a cobrança se faz com
o emprego de meio gravoso, que importa em despesas desnecessárias, ou
vexatório, que causa humilhação, vergonha ou indignidade
Observação: Diferencia-se da concussão (caput) pela destinação da vantagem em favor
da AP e pelo objeto da exigência, que é o tributo
Definições: Tributo é a obrigação imposta as pessoas fisicas e pessoas jurídicas de
recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes 
Os impostos se caracterizam por serem de cobrança compulsória e por não
darem um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador.
A taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em razão de um serviço
público que lhe é prestado ou posto à sua disposição.
As contribuições de melhoria são tributos que têm como fato gerador o
benefício decorrente das obras públicas.
As contribuições especiais possuem finalidade e destino certo, definidos
na lei que institui cada contribuição.
Empréstimo compulsório consiste na tomada compulsória de certa
quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que
este o resgate conforme as determinações estabelecidas por lei.
11. EXCESSO DE EXAÇÃO QUALIFICADO
PPP: § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
PPS: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Observação 1: Diferencia-se da concussão (caput) apenas pelo objeto da exigência, que é
o tributo
Observação 2: Diferencia-se do excesso de exação simples (caput) apenas pela
destinação da vantagem em favor próprio ou de outrem que não seja a AP 
Ação nuclear: Na forma qualificada, o agente, em vez de recolher o tributo cobrado de
forma indevida ou vexatória para os cofres públicos, desvia-o em proveito
próprio ou de outrem
		1.1. Generalidades
		1.2. DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
		PPP: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
		PPS: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
		Ação nuclear 1: No primeiro núcleo, é previsto o peculato-apropriação: diferencia-se da apropriação indébita (art. 168 CP) apenas pela qualidade do agente e pelo nexo de causalidade com o correspondente ofício; ex: pessoa entrega dinheiro a amigo servidor do detran
		Ação nuclear 2: No segundo núcleo, há o peculato-desvio: agente dá à coisa destinação diversa da exigida por lei. Diferencia-se do emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315 CP) pelo elemento subjetivo do tipo.
		Objeto jurídico: tutela-se, principalmente, a moralidade da AP; supletivamente, tutela-se o seu patrimônio, bem como o do particular quando estiver sob a sua guarda
		Objeto material: dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular. Ex.: delegado que registra nos autos a apreensão de quantia em dinheiro distinta da encontrada com assaltante preso. Não abrange a fruição de serviço de outro agente público
		Elemento Subj.: o tipo contém um EST, contido tanto na expressão “em proveito próprio ou alheio” como na partícula apassivadora do primeiro núcleo; portanto, não é possível o peculato de uso. Ex.: agente que utiliza veículo para ir a festa e o devolve. Pode, entretanto, configurar peculato do combustível.
		Arrependimento posterior:
		STF: “O ressarcimento do dano não extingue a punibilidade no peculato doloso. O que importa nesse crime não é só a lesão patrimonial, mas, igualmente, a desmoralização a que fica exposta a Administração Pública” (RT, 510/4510)
		PPP: § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
		Distinção: Difere do furto pelo ENT: “valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário”. Ex.: fiscal da prefeitura verifica que o tesoureiro deixou o cofre aberto e daí retira certa importância ou guarda noturno que aproveita para entrar no almoxarifado e subtrair diversos materiais.
		PPP: § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
		PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano.
		Extinção de punibilidade e minorante:
		§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
		Observação 1: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		Observação 2: Não se trata exatamente de crime culposo, mas de participação culposa em ação dolosa alheia. Afinal, inexiste apropriação indébita, furto ou estelionato culposos. Ademais, é impossível a participação culposa em crime doloso. Exemplo da figura do garante (art. 13, § 2.º, a)
		PPP: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
		PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
		Observação 1: Diferencia-se da apropriação de coisa havida por erro (art. 169, 1.ª parte CP) apenas pela qualidade do agente e pelo nexo de causalidade com o correspondente ofício; ex: pagar valor de taxa municipal a agente público incompetente para recebê-la
		Observação 2: O erro deve ser atribuível a terceiro e não ao próprio agente. Se o próprio agente induz o erro, comete estelionato, mesmo que seja agente público. Ex.: agente que afirma falsamente ter competência para receber taxa
		Observação 3: O erro pode versar sobre a coisa; sobre a obrigação ou sobre a pessoa a quem se entrega a coisa.
		PPP: Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
		PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		Observação: A efetiva obtenção de vantagem indevida não é requisito para a consumação do crime, mas constitui EST
		Objeto material: Os dados, ou seja, as informações pertencentes à AP, que constam ou devam constar nos sistemas informatizados
		PPP: Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		PPS: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		Majorante: Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		Objeto material: O próprio sistema de informações ou o programa de informática da AP
		Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		PPP: Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
		PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
		Observação: crime expressamente subsidiário; havendo ofensa à fé pública, prevalece o crime do art. 305; se o agente público solicita ou recebe vantagem indevida para a prática da conduta, comete o crime do art. 317
		PPP: Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
		PPS: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
		Observação 1: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		Observação 2: verbas: dinheiro especificamente destinado pela lei orçamentária
		rendas: qualquer dinheiro recebido pela Fazenda Pública
		Observação 3: é necessário que haja lei prévia regulando a aplicação do dinheiro
		Distinção: A distinção entre Roubo e Extorsão é equivalente
		à distinção entre Peculato e Concussão
		Correntes: Critérios
		a) se a vítima entrega a coisa, é extorsão; se o agente pega a coisa, é roubo;
		b) necessidade ou não de ato da vítima: na extorsão, é indispensável que haja ato da vítima; no roubo é dispensável
		PPP: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
		PPS: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
		Observação: Diferencia-se da extorsão (art. 158 CP) apenas pela qualidade do agente e pelo nexo de causalidade com o correspondente ofício. ex: delegado exige dinheiro para não instaurar IP (se agente fizer exigência, é extorsão); agente que efetua prisão exige dinheiro para deixar de conduzir preso
		Objeto jurídico: tutela-se, principalmente, a moralidade da AP; supletivamente, tutela-se o patrimônio e a liberdade do particular
		Objeto material: vantagem. Quanto à natureza da vantagem, há duas correntes: a) há que se patrimonial; e b) qualquer vantagem.
		Elemento Normat.: o tipo contém um ENT, contido tanto na expressão “indevida”; portanto, ilícita, não autorizada por lei; se for lícita, há o abuso de autoridade
		Flagrante de pagamento:
		Aplica-se ao flagrante de pagamento a Súmula STF 145?
		PPP: § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
		PPS: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
		Ação nuclear 1: No primeiro
núcleo, é prevista a exação indevida: aqui há o ENT contido na expressão “indevida”: não há autorização legal para a cobrança, o valor cobrado já foi quitado ou excede o devido
		Ação nuclear 2: No segundo núcleo, há a exação vexatória: quando a cobrança se faz com o emprego de meio gravoso, que importa em despesas desnecessárias, ou vexatório, que causa humilhação, vergonha ou indignidade
		Observação: Diferencia-se da concussão (caput) pela destinação da vantagem em favor da AP e pelo objeto da exigência, que é o tributo
		Definições: Tributo é a obrigação imposta as pessoas fisicas e pessoas jurídicas de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes
		Os impostos se caracterizam por serem de cobrança compulsória e por não darem um retorno ao contribuinte sobre o fato gerador.
		A taxa é a contrapartida que o contribuinte paga em razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua disposição.
		As contribuições de melhoria são tributos que têm como fato gerador o benefício decorrente das obras públicas.
		As contribuições especiais possuem finalidade e destino certo, definidos na lei que institui cada contribuição.
		Empréstimo compulsório consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o resgate conforme as determinações estabelecidas por lei.
		PPP: § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
		PPS: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
		Observação 1: Diferencia-se da concussão (caput) apenas pelo objeto da exigência, que é o tributo
		Observação 2: Diferencia-se do excesso de exação simples (caput) apenas pela destinação da vantagem em favor próprio ou de outrem que não seja a AP
		Ação nuclear: Na forma qualificada, o agente, em vez de recolher o tributo cobrado de forma indevida ou vexatória para os cofres públicos, desvia-o em proveito próprio ou de outrem
DP4 PA02.1 - 12-08.pdf
1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
1.2. 
 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
12. CORRUPÇÃO PASSIVA
PPP: Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Distinção: concussão: agente público exige a vantagem, impondo alguma obrigação à
vítima, que cede por mero temor ou para evitar represália,
corrupção passiva: agente público apenas solicita a vantagem à vítima, que
cede livremente ou para obter algum benefício em troca da vantagem
Tipos: quanto ao momento:
 b.1) corrupção antecedente: a vantagem é solicitada ou recebida ou a
promessa é aceita antes da conduta do agente público
 b.2) corrupção subsequente: a vantagem é solicitada ou recebida ou a
promessa é aceita depois de realizada a conduta do agente público
Objeto Jurídico: moralidade administrativa
Sujeito passivo: Estado e, ocasionalmente, o particular inocente
EST: expressão “para si ou para outrem”; se agente público aceita ou recebe
vantagem para aplicá-la na própria AP, comete mera irregularidade
ENT 1: o tipo contém um ENT, contido tanto na expressão “indevida”; portanto,
ilícita, não autorizada por lei; pode ser vantagem patrimonial, moral,
sentimental, sexual etc.;
ENT 2: se não houver qualquer vantagem, o fato é atípico. Ex: reembolso de
despesas havidas não caracteriza o crime, podendo caracterizar ilícito
administrativo, diante do ressarcimento irregular
ENT 3: gratificações usuais de pequena monta ou pequenas doações ocasionais não
caracterizam o crime, pela falta de reprovabilidade social da conduta, por
estarem inseridas no âmbito da adequação social. ex.: aceitar garrafa de
vinho, caixa de bombons ou o pagamento da conta no restaurante ou
presentes de boas-festas ou ano-novo
EOT: o tipo contém um EOT, contido tanto na expressão “direta ou
indiretamente”; portanto, admite a prática por interposta pessoa, a qual pode
até estar cometendo crime distinto, vg: art. 332 CP
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995)
Ação nuclear: solicitar: pedir, sem fazer qualquer ameaça; prescinde de qualquer conduta
ou concordância por parte do extraneus; crime formal;
receber: entrar na posse da vantagem oferecida pelo extraneus; para
configuração, é imprescindível a corrupção ativa prévia; crime material;
aceitar promessa: aderir à prévia corrupção ativa do extraneus; crime
formal.
Observação 1: no primeiro núcleo, não é necessariamente bilateral; pode haver corrupção
passiva sem a ativa; é exceção à teoria monista (art. 29 CP)
Regras comuns às penas privativas de liberdade
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Observação 2: no segundo núcleo e terceiro núcleos, é necessariamente bilateral, havendo
concurso com o art. 333 CP
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Observação 3: diante da autonomia entre os delitos, a corrupção passiva se caracteriza
mesmo que o corruptor seja inimputável
CORRUPÇÃO PASSIVA MAJORADA
Majorante: § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
Observação: majorante justificada pelo exaurimento do crime
Tipos: quanto à natureza:
 a.1) corrupção passiva própria: prática de conduta ilegal em si mesma;
ex.: agente público solicita vantagem para suprimir documentos de
processo; núcleo 3
 a.2) corrupção passiva imprópria: prática de conduta legal, justa,
legítima; ex.: perito solicita vantagem indevida para priorizar perícia;
núcleos 1 e 2
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA
Privilegiadora: § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Observação 1: trata-se de corrupção branda, que envolve mero favor
Observação 2: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		1.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
		PPP: Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
		PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
		Distinção: concussão: agente público exige a vantagem, impondo alguma obrigação à vítima, que cede por mero temor ou para evitar represália,
		corrupção passiva: agente público apenas solicita a vantagem à vítima, que cede livremente ou para obter algum benefício em troca da vantagem
Tipos: quanto ao momento:
		b.1) corrupção antecedente: a vantagem é solicitada ou recebida ou a promessa é aceita antes da conduta do agente público
		b.2) corrupção subsequente: a vantagem é solicitada ou recebida ou a promessa é aceita depois de realizada a conduta do agente público
		Objeto Jurídico: moralidade administrativa
		Sujeito passivo: Estado e, ocasionalmente, o particular inocente
		EST: expressão “para si ou para outrem”; se agente público aceita ou recebe vantagem para aplicá-la na própria AP, comete mera irregularidade
		ENT 1: o tipo contém um ENT, contido tanto na expressão “indevida”; portanto, ilícita, não autorizada por lei; pode ser vantagem patrimonial, moral, sentimental, sexual etc.;
		ENT 2: se não houver qualquer vantagem, o fato é atípico. Ex: reembolso de despesas havidas não caracteriza o crime, podendo caracterizar ilícito administrativo, diante do ressarcimento irregular
		ENT 3: gratificações usuais de pequena monta ou pequenas doações ocasionais não caracterizam o crime, pela falta de reprovabilidade social da conduta, por estarem inseridas no âmbito da adequação social. ex.: aceitar garrafa de vinho, caixa de bombons ou o pagamento da conta no restaurante ou presentes de boas-festas ou ano-novo
		EOT: o tipo contém um EOT, contido tanto na expressão “direta ou indiretamente”; portanto, admite a prática por interposta pessoa, a qual pode até estar cometendo crime distinto, vg: art. 332 CP
		Ação nuclear: solicitar: pedir, sem fazer qualquer ameaça; prescinde de qualquer conduta ou concordância por parte do extraneus; crime formal;
		receber: entrar na posse da vantagem oferecida pelo extraneus; para configuração, é imprescindível a corrupção ativa prévia; crime material;
		aceitar promessa: aderir à prévia corrupção ativa do extraneus; crime formal.
		Observação 1: no primeiro núcleo, não é necessariamente bilateral; pode haver corrupção passiva sem a ativa; é exceção à teoria monista (art. 29 CP)
		Observação 2: no segundo núcleo e terceiro núcleos, é necessariamente bilateral, havendo concurso com o art. 333 CP
		Observação 3: diante da autonomia entre os delitos, a corrupção passiva se caracteriza mesmo que o corruptor seja inimputável
		Majorante: § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
		Observação: majorante justificada pelo exaurimento do crime
		Tipos: quanto à natureza:
		a.1) corrupção passiva própria: prática de conduta ilegal em si mesma; ex.: agente público solicita vantagem para suprimir documentos de processo; núcleo 3
		a.2) corrupção passiva imprópria: prática de conduta legal, justa, legítima; ex.: perito solicita vantagem indevida para priorizar perícia; núcleos 1 e 2
		Privilegiadora: § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
		PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
		Observação 1: trata-se de corrupção branda, que envolve mero favor
		Observação 2: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
DP4 PA02.2 - 13-08.pdf
1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
1.2. 
 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
13. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
PPP: Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 334):
PPS: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 8.137, de 27.12.1990)
Contrabando ou descaminho
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Distinção: a) contrabando: importar ou exportar mercadoria proibida
b) descaminho: iludir o pagamento de direito ou imposto devido
Observação: exceção à teoria monista (art. 29 CP), decorrente da constatação de que é
mais reprovável a conduta do agente público partícipe ou coautor do crime
de contrabando ou descaminho
Objeto Jurídico: a AP e, em especial, o erário, no caso do descaminho; pode-se proteger
também a saúde, a moral, a ordem pública, quando se tratar de contrabando
Ação nuclear: facilitar, ou seja, auxiliar, tornar fácil, remover obstáculos
ENT: para configurar o crime, é necessário o elemento normativo do tipo
correspondente ao nexo causal, contido na expressão “com infração de dever
funcional”; ausente o nexo, desqualifica-se para o crime do art. 334 CP
Competência: A competência para processo e julgamento é da Justiça Federal, mesmo que
se trate de agente público estadual. Súmula 151 do STJ
STJ Súmula nº 151- 14/02/1996 - DJ 26.02.1996
A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho
define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens..
14. PREVARICAÇÃO
PPP: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Objeto Material: o ato de ofício; há que existir o nexo com o ofício praticado pelo agente
público; ex.: agente público que deixa de expedir documento requisitado
judicialmente por não ter competência para tanto não pratica o crime
ENT núcleo 1: no primeiro e segundo núcleos há o ENT contido na expressão
“indevidamente”. Assim, se a omissão ou o atraso decorrerem de força
maior, o fato é atípico.
ENT núcleo 2: no terceiro núcleo há o ENT contido na expressão “contra disposição
expressa de lei”. Assim, é necessário que a lei (apenas a lei) expressamente
proíba a prática do ato. Considera-se expressa a norma que não comporta
qualquer obscuridade ou ambiguidade.
EST: em todos os núcleos, há o EST contido na expressão “para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal”. O interesse (obtenção de vantagem) pode
ser patrimonial ou moral. O sentimento pessoal abrange vingança, amizade,
piedade, caridade, ódio etc.
Distinções: na prevaricação, não deve haver qualquer oferecimento, entrega, solicitação
ou recebimento de vantagem; na prevaricação não há intervenção alheia.
15. (PREVARICAÇÃO QUALIFICADA)
PPP: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
PPS: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Observação: crime similar à prevaricação, mas mais abrangente, pois não exige EST
16. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
PPP: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
EST: o tipo possui um ENT, contido na expressão “por indulgência”, que significa
tolerância, complacência; difere da prevaricação neste particular
EOT: prática de infração antecedente por parte do subordinado, o que abrange
tanto as faltas disciplinares como crimes; a infração antecedente deve estar
relacionada ao exercício do cargo pelo subordinado
Distinções: se a elemento volitivo do agente se refere a tolerância, o crime é de
condescendência criminosa; se visa
atender a sentimento ou interesse
pessoal, é prevaricação; se o fim for a obtenção de vantagem indevida, é
corrupção passiva
Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
17. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
PPP: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
PPS: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Qualificadora: Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Observação: agente público se vale do fácil acesso à repartição e aos demais colegas para
conseguir o favorecimento de interesse alheio privado
Núcleo: patrocinar é advogar, favorecer, interceder
EOT: exige, para sua configuração, que o agente se aproveite de “qualidade de
funcionário público”; em outras palavras, não há nexo necessário com a
função praticada pelo agente, mas pelo simples qualidade de ser agente
público; se se valer de outra circunstância, não configura o crime. ex.:
tabelião que se propõe e consegue documentação necessária à lavratura de
escritura se valendo do fato de ser cunhado da pessoa responsável pela
emissão do documento
ENT: No caso do crime simples, o interesse pode ser legítimo ou ilegítimo; no
caso do parágrafo, há que ser ilegítimo para configurar a qualificadora
Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
18. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
PPP: Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de
exercê-la:
PPS: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à
violência.
Observação: revogado tacitamente pela Lei de Abuso de Autoridade
Lei 4.898/65
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
19. ABANDONO DE FUNÇÃO
PPP: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Qualificadora 1: § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Qualificadora 2: § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
PPS: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
CRFB Art. 20. § 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das
fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Observação 1: apesar da nota marginal fazer menção a função pública, o PPP traz
expressamente o termo “cargo público”, restringindo o alcance do tipo penal
Observação 2: pode se dar tanto pelo afastamento do agente público como pela não
apresentação no momento devido
Observação 3: é necessário que o abandono se dê por tempo juridicamente relevante, pois o
objeto jurídico é a regularidade e normalidade do serviço público
Observação 4: apesar da nota marginal fazer menção a função pública, o PPP traz
expressamente o termo “cargo público”, restringindo o alcance do tipo penal
Observação 5: é infração de menor potencial ofensivo no caso do caput e do§ 1.º
20. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO
PPP: Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Observação 1: primeiro núcleo: entrar no exercício antes de satisfeitas as exigências legais,
ou seja, sem a apresentação de toda a documentação relativa à posse
Observação 2: segundo núcleo: continuar a praticar atos de ofício, mesmo sabendo de seu
impedimento; é necessário a efetiva ciência do impedimento, não bastando
mera presunção nesse sentido, mesmo que seja a publicação do ato em
diário oficial
Observação 3: por ausência de previsão legal, não se aplica aos impedimentos temporários,
mas apenas aos definitivos, excetuada a aposentadoria
Observação 4: é infração de menor potencial ofensivo no caso do caput e do§ 1.º
21. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
PPP: Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
PPS: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui
crime mais grave.
Violação do segredo profissional
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Objeto Jurídico: inviolabilidade dos segredos da AP
EOT: segredo profissional; ou seja, o agente deve ter tido conhecimento do
segredo “em razão do cargo que ocupa”; há que existir o nexo de
causalidade
Sujeito Ativo: agente público, mesmo que esteja desligado (exoneração, dispensa,
demissão ou aposentadoria), pois o tipo não exige que a qualidade seja
contemporânea ao cometimento do crime, exige apenas que o conhecimento
tenha se dado em razão do cargo.
Observação: é infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
Equiparadora: § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Observação: é infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
Qualificadora: § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Observação: qualificadora resultante do mero exaurimento da figura simples
22. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA
PPP: Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
PPS: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Observação: revogado tacitamente pela LLCA
Lei 8.666/93
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
		1.2. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
		PPP: Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
		PPS: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
		Distinção: a) contrabando: importar ou exportar mercadoria proibida
		b) descaminho: iludir o pagamento
de direito ou imposto devido
		Observação: exceção à teoria monista (art. 29 CP), decorrente da constatação de que é mais reprovável a conduta do agente público partícipe ou coautor do crime de contrabando ou descaminho
		Objeto Jurídico: a AP e, em especial, o erário, no caso do descaminho; pode-se proteger também a saúde, a moral, a ordem pública, quando se tratar de contrabando
		Ação nuclear: facilitar, ou seja, auxiliar, tornar fácil, remover obstáculos
		ENT: para configurar o crime, é necessário o elemento normativo do tipo correspondente ao nexo causal, contido na expressão “com infração de dever funcional”; ausente o nexo, desqualifica-se para o crime do art. 334 CP
		Competência: A competência para processo e julgamento é da Justiça Federal, mesmo que se trate de agente público estadual. Súmula 151 do STJ
		PPP: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
		PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
		Objeto Material: o ato de ofício; há que existir o nexo com o ofício praticado pelo agente público; ex.: agente público que deixa de expedir documento requisitado judicialmente por não ter competência para tanto não pratica o crime
		ENT núcleo 1: no primeiro e segundo núcleos há o ENT contido na expressão “indevidamente”. Assim, se a omissão ou o atraso decorrerem de força maior, o fato é atípico.
		ENT núcleo 2: no terceiro núcleo há o ENT contido na expressão “contra disposição expressa de lei”. Assim, é necessário que a lei (apenas a lei) expressamente proíba a prática do ato. Considera-se expressa a norma que não comporta qualquer obscuridade ou ambiguidade.
		EST: em todos os núcleos, há o EST contido na expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. O interesse (obtenção de vantagem) pode ser patrimonial ou moral. O sentimento pessoal abrange vingança, amizade, piedade, caridade, ódio etc.
		Distinções: na prevaricação, não deve haver qualquer oferecimento, entrega, solicitação ou recebimento de vantagem; na prevaricação não há intervenção alheia.
		PPP: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
		PPS: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
		Observação: crime similar à prevaricação, mas mais abrangente, pois não exige EST
		PPP: Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
		PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
		EST: o tipo possui um ENT, contido na expressão “por indulgência”, que significa tolerância, complacência; difere da prevaricação neste particular
		EOT: prática de infração antecedente por parte do subordinado, o que abrange tanto as faltas disciplinares como crimes; a infração antecedente deve estar relacionada ao exercício do cargo pelo subordinado
		Distinções: se a elemento volitivo do agente se refere a tolerância, o crime é de condescendência criminosa; se visa atender a sentimento ou interesse pessoal, é prevaricação; se o fim for a obtenção de vantagem indevida, é corrupção passiva
		Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		PPP: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
		PPS: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
		Qualificadora: Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
		PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
		Observação: agente público se vale do fácil acesso à repartição e aos demais colegas para conseguir o favorecimento de interesse alheio privado
		Núcleo: patrocinar é advogar, favorecer, interceder
		EOT: exige, para sua configuração, que o agente se aproveite de “qualidade de funcionário público”; em outras palavras, não há nexo necessário com a função praticada pelo agente, mas pelo simples qualidade de ser agente público; se se valer de outra circunstância, não configura o crime. ex.: tabelião que se propõe e consegue documentação necessária à lavratura de escritura se valendo do fato de ser cunhado da pessoa responsável pela emissão do documento
		ENT: No caso do crime simples, o interesse pode ser legítimo ou ilegítimo; no caso do parágrafo, há que ser ilegítimo para configurar a qualificadora
		Observação: infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		PPP: Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
		PPS: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
		Observação: revogado tacitamente pela Lei de Abuso de Autoridade
		PPP: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
		PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
		Qualificadora 1: § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
		PPS: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
		Qualificadora 2: § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
		PPS: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
		Observação 1: apesar da nota marginal fazer menção a função pública, o PPP traz expressamente o termo “cargo público”, restringindo o alcance do tipo penal
		Observação 2: pode se dar tanto pelo afastamento do agente público como pela não apresentação no momento devido
		Observação 3: é necessário que o abandono se dê por tempo juridicamente relevante, pois o objeto jurídico é a regularidade e normalidade do serviço público
		Observação 4: apesar da nota marginal fazer menção a função pública, o PPP traz expressamente o termo “cargo público”, restringindo o alcance do tipo penal
		Observação 5: é infração de menor potencial ofensivo no caso do caput e do§ 1.º
		PPP: Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
		PPS: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
		Observação 1: primeiro núcleo: entrar no exercício antes de satisfeitas as exigências legais, ou seja, sem a apresentação de toda a documentação relativa à posse
		Observação 2: segundo núcleo: continuar a praticar atos de ofício, mesmo sabendo de seu impedimento; é necessário a efetiva ciência do impedimento, não bastando mera presunção nesse sentido, mesmo que seja a publicação do ato em diário oficial
		Observação 3: por ausência de previsão legal, não se aplica aos impedimentos temporários, mas apenas aos definitivos, excetuada a aposentadoria
		Observação 4: é infração de menor potencial ofensivo no caso do caput e do§ 1.º
		PPP: Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
		PPS: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
		Objeto Jurídico: inviolabilidade dos segredos da AP
		EOT: segredo profissional; ou seja, o agente deve ter tido conhecimento do segredo “em razão do cargo que ocupa”; há que existir o nexo de causalidade
		Sujeito Ativo: agente público, mesmo que esteja desligado (exoneração, dispensa, demissão ou aposentadoria), pois o tipo não exige que a qualidade seja contemporânea ao cometimento do crime, exige apenas que o conhecimento tenha se dado em razão do cargo.
		Observação: é infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		Equiparadora: § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		I – permite ou facilita, mediante
atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		Observação: é infração de menor potencial ofensivo (IMPO)
		Qualificadora: § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
		Observação: qualificadora resultante do mero exaurimento da figura simples
		PPP: Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
		PPS: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
		Observação: revogado tacitamente pela LLCA
DP4 PA04 02-09.pdf
1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
1.4. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
1. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.127, DE 1995)
PPP: Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
PPS: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 9.127, de 1995)
Majorante: Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei nº 9.127, de 1995)
Objeto Jurídico: a autoridade e o prestígio da AP
Ação nuclear: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem
Majorante: majorante representada pelo mero exaurimento do crime
Observação: Crime formal, sendo consumado no momento da conduta,
independentemente da obtenção da vantagem indevida ou da influência no
ato de ofício
Sujeito passivo: o Estado e o terceiro adquirente do prestígio
Torpeza bilateral: a eventual ilicitude do ato visado pela vítima não a transforme em agente;
pode haver torpeza bilateral, ou seja, a vítima pode agir de má-fé, com o
intuito de obter proveito por meio de um negócio imoral ou ilícito; o fim
ilícito do sujeito passivo não o torna sujeito ativo do crime; o agente acredita
ser co-autor de corrupção ativa inexistente
EOT: “a pretexto de influir em ato”; é necessário que o agente não tenha qualquer
prestígio junto à AP, pois a lei pune a fraude representada pela alegação de
influência; pode-se considerar o tráfico de influência um estelionato
qualificado pela alegação de falso prestígio 
Distinções: se houver o alegado prestígio, pode ser caracterizada a corrupção ativa e
passiva
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003) 
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Comparação:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995)
2. CORRUPÇÃO ATIVA
PPP: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Majorante: Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.
Objeto Jurídico: a autoridade e o prestígio da AP
Ação nuclear: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem
EST: vontade de fazer o agente público praticar, omitir ou retardar ato de ofício;
não se pune a corrupção ativa subsequente: o oferecimento de vantagem
após a prática do ato de ofício, sem que tenha havido influência
EOT 1: a vantagem pode ser de qualquer natureza, mas deve ser indevida; a
chamada “carteirada” é fato atípico
EOT 2: é necessário que a vantagem não seja insignificante; é fato atípico o
oferecimento de gratificações de pequena monta
EOT 3: se o ato de ofício não for atribuição do agente, trata-se de crime impossível
Majorante: majorante representada pelo mero exaurimento do crime
Observação 1: crime formal, consumado no momento da conduta, independentemente da
obtenção da vantagem indevida ou da influência no ato de ofício
Observação 2: se o agente cede a oferecimento ou promessa implícitos, pode ser
caracterizado o crime de corrupção passiva privilegiada, em concurso
Observação 3: crime não necessariamente bilateral; exceção à teoria monista
Regras comuns às penas privativas de liberdade
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
3. CONTRABANDO OU DESCAMINHO
PPP: Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em
parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria:
PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Objeto material: mercadoria, o direito ou o imposto devido
Ação nuclear: importar: trazer algo de fora para dentro do país
exportar: levar algo para fora do país
mercadoria: qualquer coisa móvel passível de comercialização
iludir: enganar ou fraudar para evitar pagamento de imposto ou direito
imposto: prestação monetária compulsória, cujo fato gerador não oferece
retorno ao contribuinte
direito: outros pagamentos decorrentes da importação ou exportação, tais
como a tarifa de armazenagem ou taxa de liberação da guia de importação
NPB: o PPP é Norma Penal em Branco, pois depende de outras normas para sua
perfeita caracterização
Gasolina:
Portaria ANP nº 314 de 27/12/2001
Art. 1º Fica sujeito à prévia e expressa autorização da ANP o exercício da atividade de
importação de gasolinas automotivas
a ser concedida somente aos produtores ou
importadores, consoante definições abaixo elencadas:
I - Produtor: refinarias, centrais de matérias-primas petroquímicas ou formuladores
conforme definidos e autorizados pela ANP a produzir gasolinas;
II - Importador: empresa cujo objeto social contemple a atividade de importação e não
exerça, cumulativamente, outras atividades reguladas pela ANP, exceto a de exportação.
Parágrafo único. Fica vedada a importação de gasolinas para consumo próprio.
Equiparadora 1: § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729, de
14.7.1965)
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;
(Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser
produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação
fraudulenta por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Diferença: introdução clandestina e importação fraudulenta; em ambos os caos, trata-se
de contrabando, mas no primeiro, a mercadoria ingressa no país sem passar
pela zona alfandegária; na segunda, passa pela alfândega, mas mediante
fraude, seja para que uma mercadoria proibida passe como permitida ou
com alteração de quantitativos ou qualquer outra forma de fraude
Hipóteses: a) navegação de cabotagem;
L9.432 Dispõe sobre a ordenação do transporte aquaviário e dá outras providências.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:
IX - navegação de cabotagem: a realizada entre portos ou pontos do território brasileiro,
utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores;
b) fato assimilado
Decreto-lei n º 288 Regula a Zona Franca de Manaus.
Art 39. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a
autorização legal expedida pelas autoridades competentes.
c) comércio de mercadoria contrabandeada ou descaminhada;
d) receptação de mercadoria contrabandeada ou descaminhada
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Equiparadora 2: § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei
nº 4.729, de 14.7.1965)
Majorante: § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho
é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Competência: A competência para processo e julgamento é da Justiça Federal, mesmo que
se trate de agente público estadual. Súmula 151 do STJ
STJ Súmula nº 151- 14/02/1996 - DJ 26.02.1996
A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho
define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens..
Insignificância:
PENAL. CONTRABANDO. INGRESSO IRREGULAR DE MERCADORIAS
ESTRANGEIRAS DE PEQUENO VALOR. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. - O
ingresso irregular de mercadorias estrangeiras em quantidade ínfima por pessoas excluídas
do mercado de trabalho que se dedicam ao "comércio formiga" não tem repercussão na
seara penal, à míngua de efetiva lesão do bem jurídico tutelado, enquadrando-se a hipótese
no princípio da insignificância. - Recurso especial conhecido e desprovido.
(STJ - REsp: 234623 PR 1999/0093529-2, Relator: Ministro VICENTE LEAL, Data de
Julgamento: 13/03/2000, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 03.04.2000 p. 173
RT vol. 782 p. 557)
RECURSO ESPECIAL. CIGARROS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO. PROIBIÇÃO RELATIVA. CRIME DE
CONTRABANDO E NÃO DE DESCAMINHO. 1. A introdução de cigarros no território
nacional está sujeita a observância de diversas normas do ordenamento jurídico brasileiro.
Há proibição relativa para sua comercialização, constituindo sua prática crime de
contrabando e não de descaminho. 2. A questão não está limitada ao campo da tributação,
abrangendo, sobretudo, a tutela à saúde pública, pois a introdução de cigarros, sem
qualquer registro nos órgãos nacionais de saúde, pode ocasionar grandes malefícios aos
consumidores. 3. A incidência do princípio da insignificância requer: (a) a mínima
ofensividade da conduta do agente; (b) a nenhuma periculosidade social da ação; (c) o
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e (d) a inexpressividade da lesão
jurídica provocada, circunstâncias não evidenciadas na espécie. 4. Recurso especial
provido para que, afastada a incidência do princípio da insignificância, seja dado
prosseguimento à presente ação penal.
(STJ , Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento: 15/08/2013, T6 - SEXTA
TURMA)
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSO PENAL. CRIMINAL.
DESCAMINHO. CONTRABANDO. CIGARROS. QUANTUM SUPERIOR A R$ 10.000,00.
NÃO INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ART. 20 DA LEI N.
10.522/2002. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. 1. A Terceira Seção deste Tribunal
entende aplicável o princípio da insignificância ao crime de descaminho quando o débito
tributário não ultrapassar o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), consoante o disposto no
art. 20 da Lei n. 10.522/2002. 2. No caso, o tributo iludido ultrapassou a importância de R$
10.000,00 (dez mil reais), a afastar o instituto bagatelar, consoante precedentes deste
Superior Tribunal e do Supremo Tribunal Federal. 3. O agravo regimental não merece
prosperar, porquanto as razões reunidas na insurgência são incapazes de infirmar o
entendimento assentado na decisão agravada. 4. Agravo regimental improvido.
(STJ , Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 13/08/2013, T6
- SEXTA TURMA)
4. IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE DE CONCORRÊNCIA
PPP: Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em
hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal,
ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
PPS: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Equiparadora: Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão
da vantagem oferecida.
Revogação: revogado tacitamente pela LLCA
Lei 8.666
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o
caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para
outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento
licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude
ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da
vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou
venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I - elevando arbitrariamente os preços;
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do
contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos
registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de
registro do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
		1.4. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
		PPP: Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
		PPS: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
		Majorante: Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
		Objeto Jurídico: a autoridade e o prestígio da AP
		Ação nuclear: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem
		Majorante: majorante representada pelo mero exaurimento do crime
		Observação: Crime formal, sendo consumado no momento da conduta, independentemente da obtenção da vantagem indevida ou da influência no ato de ofício
		Sujeito passivo: o Estado e o terceiro adquirente do prestígio
		Torpeza bilateral: a eventual ilicitude do ato visado pela vítima não a transforme em agente; pode haver torpeza bilateral, ou seja, a vítima pode agir de má-fé, com o intuito de obter proveito por meio de um negócio imoral ou ilícito; o fim ilícito do sujeito passivo não o torna sujeito ativo do crime; o agente acredita ser co-autor de corrupção ativa inexistente
		EOT: “a pretexto de influir em ato”; é necessário que o agente não tenha qualquer prestígio junto à AP, pois a lei pune a fraude representada pela alegação de influência; pode-se considerar o tráfico de influência um estelionato qualificado pela alegação de falso prestígio
		Distinções: se houver o alegado prestígio, pode ser caracterizada a corrupção ativa e passiva
		Comparação:
		PPP: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
		PPS: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
		Majorante: Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
		Objeto Jurídico: a autoridade e o prestígio da AP
		Ação nuclear: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou promessa de vantagem
		EST: vontade de fazer o agente público praticar, omitir ou retardar ato de ofício; não se pune a corrupção ativa subsequente: o oferecimento de vantagem após a prática do ato de ofício, sem que tenha havido influência
		EOT 1: a vantagem pode ser de qualquer natureza, mas deve ser indevida; a chamada “carteirada” é fato atípico
		EOT 2: é necessário que a vantagem não seja insignificante; é fato atípico o oferecimento de gratificações de pequena monta
		EOT 3: se o ato de ofício não for atribuição do agente, trata-se de crime impossível
		Majorante: majorante representada pelo mero exaurimento do crime
		Observação 1: crime formal, consumado no momento da conduta, independentemente da obtenção da vantagem indevida ou da influência no ato de ofício
		Observação 2: se o agente cede a oferecimento ou promessa implícitos, pode ser caracterizado o crime de corrupção passiva privilegiada, em concurso
		Observação 3: crime não necessariamente bilateral; exceção à teoria monista
		PPP: Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:
		PPS: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
		Objeto material: mercadoria, o direito ou o imposto devido
		Ação nuclear: importar: trazer algo de fora para dentro do país
		exportar: levar algo para fora do país
		mercadoria: qualquer coisa móvel passível de comercialização
		iludir: enganar ou fraudar para evitar pagamento de imposto ou direito
		imposto: prestação monetária compulsória, cujo fato gerador não oferece retorno ao contribuinte
		direito: outros pagamentos decorrentes da importação ou exportação, tais como a tarifa de armazenagem ou taxa de liberação da guia de importação
		NPB: o PPP é Norma Penal em Branco, pois depende de outras normas para sua perfeita caracterização
		Gasolina:
		Equiparadora 1: § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		Diferença: introdução clandestina e importação fraudulenta; em ambos os caos, trata-se de contrabando, mas no primeiro, a mercadoria ingressa no país sem passar pela zona alfandegária; na segunda, passa pela alfândega, mas mediante fraude, seja para que uma mercadoria proibida passe como permitida ou com alteração de quantitativos ou qualquer outra forma de fraude
		Hipóteses: a) navegação de cabotagem;
		b) fato assimilado
		c) comércio de mercadoria contrabandeada ou descaminhada;
		d) receptação de mercadoria contrabandeada ou descaminhada
		Equiparadora 2: § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		Majorante:
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
		Competência: A competência para processo e julgamento é da Justiça Federal, mesmo que se trate de agente público estadual. Súmula 151 do STJ
		Insignificância:
		PPP: Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
		PPS: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
		Equiparadora: Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
		Revogação: revogado tacitamente pela LLCA
ES2 PA01 08-08.pdf
1. ORIENTAÇÕES PARA SOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS 
Fonte: BEATRIZ TRIGO, Coordenadora do CEPRAJUR, Faculdades Integradas Padre
Albino
1.1. INTRODUÇÃO 
1. PROVA PRÁTICA DA OAB
A segunda fase da prova da OAB é uma das maiores dificuldades pelas
quais têm passado os recém-egressos dos cursos de direito.
Assim, a disciplina “Estágio Supervisionado 2” terá como primeira
preocupação qualificar e preparar os estudantes para fazer um dos exames
mais tensos que proporcionam seu ingresso para a carreira jurídica.
Via de consequência, obter-se-á naturalmente a qualificação e o preparo
desejados para um bom desempenho na vida profissional.
2. REGRAS DE CORREÇÃO
Para fazer uma boa prova, é imperativo conhecer o correspondente modo
de avaliação, sob pena de se preocupar com aspectos desnecessários e
descuidar de quesitos relevantes.
Ademais, serão sugeridas algumas abordagens sobre o enunciado do
problema proposto, as quais, apesar de serem pensadas de forma isolada,
são complementares entre si e permitem o aproveitamento racional do
tempo disponível.
1.2. IDENTIFICANDO O PROBLEMA 
1. DAR NOME AOS BOIS
Na análise de qualquer situação fática apresentada, o aluno deve identificar os principais
elementos, os quais irão nortear a apreensão do problema.
O aluno deve organizar os dados disponíveis, para poder visualizar a questão como um todo.
Deve, portanto, organizar em uma folha separada os seguintes dados:
a) nome do cliente;
b) nome da parte contrária;
c) situação do cliente (se é vítima ou agente);
d) data do fato;
e) crime imputado;
f) tipo de ação penal referente ao crime imputado;
g) rito da ação penal referente ao crime imputado;
h) fase em que se encontra o feito;
2. IDENTIFICAÇÃO DA PROVA
Este é um ponto importantíssimo, pois sempre representa uma ótima oportunidade para anular
a prova. Todas as provas pedem que o aluno utilize apenas os dados
fornecidos e não invente nada, para evitar sua individualização.
O ideal é qualificar qualquer pessoa, inclusive as testemunhas, usando a seguinte fórmula:
“Nome, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., identidade ...,
CPF ..., endereço ..., O examinador quer saber se o estudante conhece os
elementos do art. 282 do CPC.
Qualquer documento que deva ser apresentado com a peça deverá ser referido simplesmente
como "em anexo". Documento que já conste do processo, como "de fls."
Se fizer menção a qualquer pessoa, seja acusado, vítima ou testemunha,
assuma que todos já foram qualificados anteriormente nos autos.
A peça elaborada não poderá ser assinada, rubricada e/ou conter qualquer palavra e/ou marca
que a identifique, sob pena de anulação.
Inclua na peça todos os dados que se façam necessários, sem, contudo, produzir qualquer
identificação além daquelas fornecidas e permitidas. Assim, escreva o
nome do dado seguido de reticências (exemplo: “Município...”, “Data...”,
“Advogado...”, “OAB...”, etc.). Caso a peça profissional exija assinatura,
utilize apenas a palavra “ADVOGADO ...”.
1.3. APREENDENDO O PROBLEMA 
1. LER PARA ENTENDER
A apreensão do problema consiste em entender o que o examinador quer do estudante. É saber
extrair do enunciado os aspectos que deverão ser enfrentados na resposta e
os que podem ser ignorados sem qualquer prejuízo.
2. DIVIDIR PARA CONQUISTAR
A melhor forma de apreender o problema é dissecá-lo em suas partes integrantes, para, depois
de analisar cada parte, visualizar o todo.
O aluno deve separar o problema em parágrafos, observando que cada parágrafo deve conter
uma informação, um fato distinto dos demais. Em cima desses elementos,
será elaborado o raciocínio jurídico.
3. TESES
Naturalmente, a partir dos parágrafos construídos na forma do item anterior, vão surgindo as
teses a serem defendidas no corpo da peça processual. O aluno deve
atentar para que, posteriormente, cada parágrafo equivalerá a uma tese,
que deverá ser defendida em um parágrafo específico de sua peça.
1.4. PLANEJAMENTO DA RESPOSTA 
1. ORGANIZAR PARA NÃO SE PERDER
O aluno deve ter claros os quesitos que serão avaliados, para garantir que todos sejam
contemplados em sua peça.
Segue abaixo modelo de estrutura básica de avaliação de uma peça processual:
1. Apresentação, estrutura textual e correção gramatical (legibilidade,
respeito às margens, parágrafos) 
2. Fundamentação e consistência 
2.1. Adequação da peça 
2.2. Legitimidade ativa e passiva / Competência 
2.3. Preliminar
2.4. Mérito 
2.5. Fundamento legal e jurisprudencial 
2.6. Pedidos 
3. Domínio do raciocínio jurídico (adequação da resposta ao problema;
técnica profissional demonstrada; capacidade de interpretação e
exposição)
2. FUNDAMENTO JURÍDICO E LEGAL SE COMPLEMENTAM
Fundamento legal diz respeito à indicação do dispositivo que prevê o direito invocado.
Fundamento jurídico diz respeito ao instituto jurídico que representa o direito invocado.
Os examinadores têm exigido que na fundamentação legal da peça prática o aluno decline
precisamente o dispositivo legal específico para o caso apresentado. Por
exemplo: Se o aluno escrever sobre o dano moral, mas não declinar o art.
5.º, X, da CF, teria perdido metade da nota destinada ao item 2.4.
O raciocínio inverso também vale. Se o aluno fizer a fundamentação legal sem a fundamentação
jurídica, perderá metade da nota. Ou seja, se especificar o art. 5.º, X, da
CF, mas deixar de declinar qual o instituto jurídico lá abrigado, perde
igualmente metade da nota.
3. FUNDAMENTO JURISPRUDENCIAL
Na fundamentação da peça prática, a jurisprudência sumulada deve igualmente ser indicada,
como um desdobramento natural da argumentação desenvolvida.
4. PEDIR O QUE FOI FUNDAMENTADO
O que foi sustentado na causa de pedir deve ter seu natural reflexo no pedido. Esta observação
poderia parecer tola, se não fosse a miríade de petições que a inobservam.
1.5. ESTRUTURAÇÃO DA RESPOSTA 
1. ESTRUTURA BÁSICA
O aluno deve ter clara a estrutura básica de qualquer petição, para que possa a partir daí
construir a sua observando as peculiaridades de cada tipo distinto de peça
processual.
A estruturação é um importante passo para o desenvolvimento da resposta. Se uma estrutura
prévia for elaborada, isso possibilitará ao estudante abrir mão de um
rascunho, além de lhe permitir visualizar eventuais falhas no contexto da
argumentação ou alguma eventual lacuna.
Segue abaixo modelo de estrutura básica de uma petição:
1. Competência: órgão jurisdicional encarregado de conhecer do pedido. 
2. Autor: qualificar na forma indicada no item 2 do ponto 1.2.
3. Acionado: qualificar na forma indicada no item 2 do ponto 1.2.
4. Dos fatos: Escrever uma síntese do problema e não gastar mais de 4
parágrafos nisso. Os fatos devem ser descritos de forma clara, concisa e
objetiva, preferencialmente distintos do direito. Isso não é obrigatório,
pois cada um tem seu estilo de escrever, mas, com uma estrutura prévia,
separando cada tópico de maneira clara, o aluno facilita seu raciocínio e a
correção de sua prova. Os fatos são um resumo do problema.
5. Do direito: o aluno deve declinar suas razões, informar os fundamentos
jurídicos, legais e jurisprudenciais.
6. Do pedido: O fecho da peça, contendo todos os requerimentos
discorridos na causa de pedir, com o cuidado de que, normalmente, a cada
fundamento jurídico corresponde um pedido.
7. Assinatura: NAO assinar a peça, não colocar o nome, não fazer rubrica.
Não são raros os casos de estudantes que fazem tudo certinho e no final
comentem esse erro fatal... e irrecorrível.
1.6. DESENVOLVIMENTO 
1. OS ARGUMENTOS
Este ponto não é o mais relevante para a elaboração da petição, mas a redação tem se revelado
grande empecilho para a aprovação de muitos.
Um dos grandes problemas dos estudantes é colocar uma idéia com começo, meio e fim no
papel. Isso é muito grave...
Além disso, não se pode esquecer que a prolixidade é capaz de prejudicar mais que a concisão.
Afinal, se o examinador não conseguiu ler todo o texto por ser muito
prolixo e cheio de tergiversação, certamente não estará inclinado a dar
nota boa. Pelo contrário, pode ficar tão chateado pelo texto maçante que dê
uma nota baixa.
O aluno tem que lembrar que os avaliadores lerão dezenas ou centenas de petições. Quanto mais
direto e objetivo, melhor.
2. MÉRITO
Um bom método é estruturar o texto com 3 partes básicas:
1. O fato (de forma extremamente sintética); 
2. O direito aplicável ao caso;
3. A solução jurídica 
A estrutura acima é bem no estilo causa e efeito, fácil de ser pensada e bastante eficaz para
qualquer prova discursiva, além de se parecer com a famosa lição de
Miguel Reale (fato-valor-norma).
Obedecer a uma lógica simples de criação dos argumentos é a melhor forma de se escrever,
garantindo não só a própria lógica jurídica como um texto claro que tenha
começo, meio e fim.
1.7. AVALIAÇÃO 
1. BALIZAS
Seguem abaixo as balizas que os avaliadores usam para valorar uma petição:
a) Adequação da peça ao problema apresentado: o examinador verifica se
o estudante fez a peça e o endereçamento corretos; 
b) Raciocínio lógico: o examinador verifica se o estudante possui
encadeamento lógico nas suas idéias. Raciocínio lógico estruturado
consistente em "início", "meio" e "fim", sendo o "início" e o "meio" a
causa de pedir próxima e remota, acaso seja uma petição inicial exigida
pelo examinador; 
c) Capacidade de interpretação e exposição: o examinador verifica se o
estudante acertou a tese jurídica; 
d) Fundamentação e consistência: o examinador verifica se o estudante
apresentou fundamento fático e jurídico para o caso. Ao fundamentar em
doutrina e jurisprudência o estudante demonstra maior credibilidade aos
argumentos lançados; 
e) Correção gramatical (acentuação, grafia e pontuação), apresentação e
estrutura textual (legibilidade, respeito às margens, paragrafação); 
f) Técnica profissional: o examinador verifica a montagem da peça prática.
1.8. DICAS 
Estas orientações aplicam-se a qualquer tipo de peça prática, o que muda é o nome da petição, o
direito aplicável e alguma outra peculiaridade específica de cada direito
material ou processual. O importante é o aluno estabelecer um padrão de
redação, com princípios claros, que o ajudará a pensar na hora da prova.
1. Não transcrever longos trechos da obra de ninguém. O examinador quer o SEU raciocínio.
Parafrasear um autor famoso e só acrescentar seu texto se ele for
COMPLEMENTAR, e não a própria fundamentação da prova. Muitos
simplesmente copiam o que um doutrinador famoso pensa sobre
determinado tema e acham que isso basta.
2. Não transcrever a letra da lei. Apenas citar o dispositivo legal aplicável ao caso, que é mais
do que suficiente para a prova. O examinador sabe muito bem o que quer
ver na prova. Transcrever todo texto da lei somente significa perder tempo.
3. Se for transcrever alguma jurisprudência, ter o cuidado de observar o mesmo raciocínio do
item acima, além de não cometer o erro de usar um aresto enorme e
infindável. Se possível, retirar uma parte dele, mantendo apenas o nucleo
de sua idéia.
4. Não fugir do tema. Isso é muito comum e prejudica seriamente o aluno. Não esquecer da
idéia de causa e efeito: uma lesão é igual ao direito a uma reparação. A lei
serve para justificar a reparação. Simples assim. Inventar demais pode ter
sérias conseqüências. 
5. Por ocasião da conclusão da petição, ao formular o(s) pedido(s) não escrever “Posto isto,
requer-se a procedência DA ACAO" O correto é: "Posto isto, requer-se a
PROCEDENCIA DO(S) PEDIDO(S)" em conformidade com a regra
contida no artigo 269, I, do CPC. Toda e qualquer ação é procedente se
preenchidos os pressupostos processuais e suas respectivas condições. 
6. Ao determinar o valor da causa não inserir "Dá-SE à causa...". Conforme a norma culta,
redigir "Atribui à causa o valor correspondente a......". 
7. Não abreviar nenhuma palavra (EXMO, SR, DR, V. EXA, R, etc). Escrever por extenso:
"Excelentíssimo, Senhor, Doutor, Vossa Excelência, respeitável etc). 
8. Em alguns recursos, o endereçamento e interposição deverão ser diretamente ao Tribunal. 
9. O aluno não poderá esquecer de indicar as peças que acompanham o recurso, quando for
necessário, bem como, os nomes e endereços dos procuradores de ambas
as partes, vale dizer, autor e réu. 
10. Quando se tratar de recurso, o aluno deve dar especial atenção para o preparo (depósito
recursal e custas). Deixar de mencionar o preparo do recurso ou mencioná-
lo quando seria desnecessário, representa perda de preciosos pontos. 
11. Em situações de recurso de apelação, especial, extraordinário encerrar a petição indicando,
pormenorizadamente, a sua pretensão recursal não sendo de bom alvitre
inserir, tão somente, "a reforma da sentença" ou "a reforma da decisão de
fls" e similares.
12. Ao redigir a defesa, promover um capítulo cujo título poderá ser "breve escorço histórico
dos fatos" ou "breve síntese". A partir de então, narrar, sucintamente, os
fatos da petição inicial que, no exame de ordem, será o enunciado do
problema. 
13. Encerrada a 1.ª parte da defesa, ler atentamente a disposição legal contida no artigo 300 do
CPC e alegar todas as matérias previstas no mencionado artigo
elaborando, após "breve escorço histórico" ou "breve síntese", a 2a parte
intitulada - "Matérias preliminares prejudiciais ao mérito" ou, tão somente,
"matérias preliminares". Salientamos, ainda, que as matérias contidas no
artigo 300 são de fundamental importancia porque impedem o exame do
mérito da causa. 
14. Após enunciar as "matérias preliminares", elaborar a 3a parte da defesa intitulando-a
"mérito". E a partir de então, arrazoar todos os fatos modificativos,
impeditivos ou extintivos do direito do autor que constituem o mérito da
causa.
15. Temos um péssimo hábito de achar nossa caligrafia legível, porque nós conseguir entender o
que escrevemos. Os examinadores podem não pensar assim. Por isso,
atenção especial no momento de elaborar as respostas às perguntas e na
elaboração da peça. 
16. Quando o examinando tiver duvida quanto à ortografia, deve utilizar um sinônimo.
		1.1. Introdução
		A segunda fase da prova da OAB é uma das maiores dificuldades pelas quais têm passado os recém-egressos dos
cursos de direito.
		Assim, a disciplina “Estágio Supervisionado 2” terá como primeira preocupação qualificar e preparar os estudantes para fazer um dos exames mais tensos que proporcionam seu ingresso para a carreira jurídica.
		Via de consequência, obter-se-á naturalmente a qualificação e o preparo desejados para um bom desempenho na vida profissional.
		Para fazer uma boa prova, é imperativo conhecer o correspondente modo de avaliação, sob pena de se preocupar com aspectos desnecessários e descuidar de quesitos relevantes.
		Ademais, serão sugeridas algumas abordagens sobre o enunciado do problema proposto, as quais, apesar de serem pensadas de forma isolada, são complementares entre si e permitem o aproveitamento racional do tempo disponível.
		1.2. Identificando o problema
		Na análise de qualquer situação fática apresentada, o aluno deve identificar os principais elementos, os quais irão nortear a apreensão do problema.
		O aluno deve organizar os dados disponíveis, para poder visualizar a questão como um todo.
		Deve, portanto, organizar em uma folha separada os seguintes dados:
		a) nome do cliente;
		b) nome da parte contrária;
		c) situação do cliente (se é vítima ou agente);
		d) data do fato;
		e) crime imputado;
		f) tipo de ação penal referente ao crime imputado;
		g) rito da ação penal referente ao crime imputado;
		h) fase em que se encontra o feito;
		Este é um ponto importantíssimo, pois sempre representa uma ótima oportunidade para anular a prova. Todas as provas pedem que o aluno utilize apenas os dados fornecidos e não invente nada, para evitar sua individualização.
		O ideal é qualificar qualquer pessoa, inclusive as testemunhas, usando a seguinte fórmula: “Nome, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., identidade ..., CPF ..., endereço ..., O examinador quer saber se o estudante conhece os elementos do art. 282 do CPC.
		Qualquer documento que deva ser apresentado com a peça deverá ser referido simplesmente como "em anexo". Documento que já conste do processo, como "de fls." Se fizer menção a qualquer pessoa, seja acusado, vítima ou testemunha, assuma que todos já foram qualificados anteriormente nos autos.
		A peça elaborada não poderá ser assinada, rubricada e/ou conter qualquer palavra e/ou marca que a identifique, sob pena de anulação.
		Inclua na peça todos os dados que se façam necessários, sem, contudo, produzir qualquer identificação além daquelas fornecidas e permitidas. Assim, escreva o nome do dado seguido de reticências (exemplo: “Município...”, “Data...”, “Advogado...”, “OAB...”, etc.). Caso a peça profissional exija assinatura, utilize apenas a palavra “ADVOGADO ...”.
		1.3. Apreendendo o problema
		A apreensão do problema consiste em entender o que o examinador quer do estudante. É saber extrair do enunciado os aspectos que deverão ser enfrentados na resposta e os que podem ser ignorados sem qualquer prejuízo.
		A melhor forma de apreender o problema é dissecá-lo em suas partes integrantes, para, depois de analisar cada parte, visualizar o todo.
		O aluno deve separar o problema em parágrafos, observando que cada parágrafo deve conter uma informação, um fato distinto dos demais. Em cima desses elementos, será elaborado o raciocínio jurídico.
		Naturalmente, a partir dos parágrafos construídos na forma do item anterior, vão surgindo as teses a serem defendidas no corpo da peça processual. O aluno deve atentar para que, posteriormente, cada parágrafo equivalerá a uma tese, que deverá ser defendida em um parágrafo específico de sua peça.
		1.4. Planejamento da resposta
		O aluno deve ter claros os quesitos que serão avaliados, para garantir que todos sejam contemplados em sua peça.
		Segue abaixo modelo de estrutura básica de avaliação de uma peça processual:
		1. Apresentação, estrutura textual e correção gramatical (legibilidade, respeito às margens, parágrafos)
		2. Fundamentação e consistência
		2.1. Adequação da peça
		2.2. Legitimidade ativa e passiva / Competência
		2.3. Preliminar
		2.4. Mérito
		2.5. Fundamento legal e jurisprudencial
		2.6. Pedidos
		3. Domínio do raciocínio jurídico (adequação da resposta ao problema; técnica profissional demonstrada; capacidade de interpretação e exposição)
		Fundamento legal diz respeito à indicação do dispositivo que prevê o direito invocado.
		Fundamento jurídico diz respeito ao instituto jurídico que representa o direito invocado.
		Os examinadores têm exigido que na fundamentação legal da peça prática o aluno decline precisamente o dispositivo legal específico para o caso apresentado. Por exemplo: Se o aluno escrever sobre o dano moral, mas não declinar o art. 5.º, X, da CF, teria perdido metade da nota destinada ao item 2.4.
		O raciocínio inverso também vale. Se o aluno fizer a fundamentação legal sem a fundamentação jurídica, perderá metade da nota. Ou seja, se especificar o art. 5.º, X, da CF, mas deixar de declinar qual o instituto jurídico lá abrigado, perde igualmente metade da nota.
		Na fundamentação da peça prática, a jurisprudência sumulada deve igualmente ser indicada, como um desdobramento natural da argumentação desenvolvida.
		O que foi sustentado na causa de pedir deve ter seu natural reflexo no pedido. Esta observação poderia parecer tola, se não fosse a miríade de petições que a inobservam.
		1.5. Estruturação da resposta
		O aluno deve ter clara a estrutura básica de qualquer petição, para que possa a partir daí construir a sua observando as peculiaridades de cada tipo distinto de peça processual.
		A estruturação é um importante passo para o desenvolvimento da resposta. Se uma estrutura prévia for elaborada, isso possibilitará ao estudante abrir mão de um rascunho, além de lhe permitir visualizar eventuais falhas no contexto da argumentação ou alguma eventual lacuna.
		Segue abaixo modelo de estrutura básica de uma petição:
		1. Competência: órgão jurisdicional encarregado de conhecer do pedido.
		2. Autor: qualificar na forma indicada no item 2 do ponto 1.2.
		3. Acionado: qualificar na forma indicada no item 2 do ponto 1.2.
		4. Dos fatos: Escrever uma síntese do problema e não gastar mais de 4 parágrafos nisso. Os fatos devem ser descritos de forma clara, concisa e objetiva, preferencialmente distintos do direito. Isso não é obrigatório, pois cada um tem seu estilo de escrever, mas, com uma estrutura prévia, separando cada tópico de maneira clara, o aluno facilita seu raciocínio e a correção de sua prova. Os fatos são um resumo do problema.
		5. Do direito: o aluno deve declinar suas razões, informar os fundamentos jurídicos, legais e jurisprudenciais.
		6. Do pedido: O fecho da peça, contendo todos os requerimentos discorridos na causa de pedir, com o cuidado de que, normalmente, a cada fundamento jurídico corresponde um pedido.
		7. Assinatura: NÃO assinar a peça, não colocar o nome, não fazer rubrica. Não são raros os casos de estudantes que fazem tudo certinho e no final comentem esse erro fatal... e irrecorrível.
		1.6. Desenvolvimento
		Este ponto não é o mais relevante para a elaboração da petição, mas a redação tem se revelado grande empecilho para a aprovação de muitos.
		Um dos grandes problemas dos estudantes é colocar uma idéia com começo, meio e fim no papel. Isso é muito grave...
		Além disso, não se pode esquecer que a prolixidade é capaz de prejudicar mais que a concisão. Afinal, se o examinador não conseguiu ler todo o texto por ser muito prolixo e cheio de tergiversação, certamente não estará inclinado a dar nota boa. Pelo contrário, pode ficar tão chateado pelo texto maçante que dê uma nota baixa.
		O aluno tem que lembrar que os avaliadores lerão dezenas ou centenas de petições. Quanto mais direto e objetivo, melhor.
		Um bom método é estruturar o texto com 3 partes básicas:
1. O fato (de forma extremamente sintética);
		2. O direito aplicável ao caso;
		3. A solução jurídica
		A estrutura acima é bem no estilo causa e efeito, fácil de ser pensada e bastante eficaz para qualquer prova discursiva, além de se parecer com a famosa lição de Miguel Reale (fato-valor-norma).
		Obedecer a uma lógica simples de criação dos argumentos é a melhor forma de se escrever, garantindo não só a própria lógica jurídica como um texto claro que tenha começo, meio e fim.
		1.7. Avaliação
		Seguem abaixo as balizas que os avaliadores usam para valorar uma petição:
		a) Adequação da peça ao problema apresentado: o examinador verifica se o estudante fez a peça e o endereçamento corretos;
		b) Raciocínio lógico: o examinador verifica se o estudante possui encadeamento lógico nas suas idéias. Raciocínio lógico estruturado consistente em "início", "meio" e "fim", sendo o "início" e o "meio" a causa de pedir próxima e remota, acaso seja uma petição inicial exigida pelo examinador;
		c) Capacidade de interpretação e exposição: o examinador verifica se o estudante acertou a tese jurídica;
		d) Fundamentação e consistência: o examinador verifica se o estudante apresentou fundamento fático e jurídico para o caso. Ao fundamentar em doutrina e jurisprudência o estudante demonstra maior credibilidade aos argumentos lançados;
		e) Correção gramatical (acentuação, grafia e pontuação), apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens, paragrafação);
		f) Técnica profissional: o examinador verifica a montagem da peça prática.
		1.8. Dicas
		Estas orientações aplicam-se a qualquer tipo de peça prática, o que muda é o nome da petição, o direito aplicável e alguma outra peculiaridade específica de cada direito material ou processual. O importante é o aluno estabelecer um padrão de redação, com princípios claros, que o ajudará a pensar na hora da prova.
		1. Não transcrever longos trechos da obra de ninguém. O examinador quer o SEU raciocínio. Parafrasear um autor famoso e só acrescentar seu texto se ele for COMPLEMENTAR, e não a própria fundamentação da prova. Muitos simplesmente copiam o que um doutrinador famoso pensa sobre determinado tema e acham que isso basta.
		2. Não transcrever a letra da lei. Apenas citar o dispositivo legal aplicável ao caso, que é mais do que suficiente para a prova. O examinador sabe muito bem o que quer ver na prova. Transcrever todo texto da lei somente significa perder tempo.
		3. Se for transcrever alguma jurisprudência, ter o cuidado de observar o mesmo raciocínio do item acima, além de não cometer o erro de usar um aresto enorme e infindável. Se possível, retirar uma parte dele, mantendo apenas o núcleo de sua idéia.
		4. Não fugir do tema. Isso é muito comum e prejudica seriamente o aluno. Não esquecer da idéia de causa e efeito: uma lesão é igual ao direito a uma reparação. A lei serve para justificar a reparação. Simples assim. Inventar demais pode ter sérias conseqüências.
		5. Por ocasião da conclusão da petição, ao formular o(s) pedido(s) não escrever “Posto isto, requer-se a procedência DA AÇÃO" O correto é: "Posto isto, requer-se a PROCEDÊNCIA DO(S) PEDIDO(S)" em conformidade com a regra contida no artigo 269, I, do CPC. Toda e qualquer ação é procedente se preenchidos os pressupostos processuais e suas respectivas condições.
		6. Ao determinar o valor da causa não inserir "Dá-SE à causa...". Conforme a norma culta, redigir "Atribui à causa o valor correspondente a......".
		7. Não abreviar nenhuma palavra (EXMO, SR, DR, V. EXA, R, etc). Escrever por extenso: "Excelentíssimo, Senhor, Doutor, Vossa Excelência, respeitável etc).
		8. Em alguns recursos, o endereçamento e interposição deverão ser diretamente ao Tribunal.
		9. O aluno não poderá esquecer de indicar as peças que acompanham o recurso, quando for necessário, bem como, os nomes e endereços dos procuradores de ambas as partes, vale dizer, autor e réu.
		10. Quando se tratar de recurso, o aluno deve dar especial atenção para o preparo (depósito recursal e custas). Deixar de mencionar o preparo do recurso ou mencioná-lo quando seria desnecessário, representa perda de preciosos pontos.
		11. Em situações de recurso de apelação, especial, extraordinário encerrar a petição indicando, pormenorizadamente, a sua pretensão recursal não sendo de bom alvitre inserir, tão somente, "a reforma da sentença" ou "a reforma da decisão de fls" e similares.
		12. Ao redigir a defesa, promover um capítulo cujo título poderá ser "breve escorço histórico dos fatos" ou "breve síntese". A partir de então, narrar, sucintamente, os fatos da petição inicial que, no exame de ordem, será o enunciado do problema.
		13. Encerrada a 1.ª parte da defesa, ler atentamente a disposição legal contida no artigo 300 do CPC e alegar todas as matérias previstas no mencionado artigo elaborando, após "breve escorço histórico" ou "breve síntese", a 2a parte intitulada - "Matérias preliminares prejudiciais ao mérito" ou, tão somente, "matérias preliminares". Salientamos, ainda, que as matérias contidas no artigo 300 são de fundamental importância porque impedem o exame do mérito da causa.
		14. Após enunciar as "matérias preliminares", elaborar a 3a parte da defesa intitulando-a "mérito". E a partir de então, arrazoar todos os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do autor que constituem o mérito da causa.
		15. Temos um péssimo hábito de achar nossa caligrafia legível, porque nós conseguir entender o que escrevemos. Os examinadores podem não pensar assim. Por isso, atenção especial no momento de elaborar as respostas às perguntas e na elaboração da peça.
		16. Quando o examinando tiver dúvida quanto à ortografia, deve utilizar um sinônimo.

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