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GP_2_-_Aula_01_-_Organizacoes_Sindicais[1]

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Prof. Ruy Carvalho Prof. Ruy Carvalho 
Gestão de Pessoas 
II 
Prof. Ruy Carvalho 
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Prof. Ruy Carvalho 
A formação da Classe Operária no Brasil 
No final do Século XIX e inicio do Século XX a classe 
operária era pouco numerosa. Existiam entre 80 e 115 mil 
trabalhadores urbanos, incluindo artesãos de pequenas 
oficinas. 
 
As primeiras fábricas foram criadas para o setor têxtil (48 
fábricas por volta de 1890) e, posteriormente, vieram as 
fábricas de bebidas (Bohemia, 1853, Brahma, 1888). Nessa 
época, o país vivia do café (ouro verde) e, anteriormente, 
vivia do algodão (ouro branco). 
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Industrialização Lenta 
Primeiros pólos industriais: Rio de Janeiro e Juiz de 
Fora (MG). Em seguida, São Paulo. 
 
São Paulo: foi o que mais investiu na imigração 
européia. Vieram imigrantes das regiões mais pobres da 
Europa (muitos italianos). 
 
Rio de Janeiro: A maioria dos trabalhadores era 
brasileira, um terço da população era composta, na 
maioria, de portugueses e espanhóis. 
Também vieram muitos alemães do sul da Alemanha. 
 
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De 1875 a 1914, o Brasil recebeu 
cerca de 4,5 milhões de imigrantes 
(italianos, portugueses, espanhóis, 
alemães, sírio-libaneses e, em 
seguida, japoneses, poloneses e 
ucranianos), 
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Nas Fábricas 
Economia exportadora e importadora: os portos tinham 
grande número de estivadores, eram pólos de crescimento 
das cidades e focos de luta dos trabalhadores (Santos, 
Recife e Rio Janeiro). 
 
Primeiras fábricas: só selecionavam imigrantes Europeus. 
Para os ex-escravos sobrava os piores serviços, pequenos 
biscates ou qualquer trabalho por um prato de comida. 
 
Nas fábricas: condições de trabalho péssimas, trabalho 
pesado, ambiente insalubre, doenças infecciosas 
(tuberculose, tifo, cólera), jornada de trabalho sem limite 
(12h, 14h, 16h ou mais), nenhum direito trabalhista 
(descanso semanal, férias, etc.). 
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A idade média dos trabalhadores 
nas fábricas de São Paulo, em 
1910, era de 19 anos. Em São 
Paulo e no Rio de Janeiro, em 
1910, havia o trabalho de crianças 
de 7, 6 e até 5 anos de idade. 
 
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A Organização e luta dos trabalhadores 
Primeiras formas de organização: 
 
 Entre 1880 e 1900 foram caixas beneficentes, caixas de 
socorro mútuo e associações de bairro (manifestações 
de solidariedade). 
 
 Depois vieram as Ligas Operárias, as Sociedades de 
Resistência e as Uniões dos Trabalhadores (caráter de 
resistência e de luta). 
 
 Foi este o caminho que levou a formação de 
sindicatos, às primeiras greves e os primeiros jornais 
operários no Brasil. Também surgiram vários 
agrupamentos com o nome de partidos. 
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Reação dos Trabalhadores 
Lutas operárias do início do século XX (1900-1920) 
• Anos 1900 a 1920: período de formação da classe operária 
(a classe chega a 200 mil operários). 
 
• Até o término da República Velha os patrões responderam 
à luta operária unicamente com repressão para manter o 
capitalismo com sua doutrina liberal. 
 
• A base econômica era a agricultura de exportação e a 
“questão social era caso de polícia”. 
 
• Até 1930 não havia leis de proteção para a classe 
trabalhadora. 
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Greves, insurreições e congressos 
• Mais de 400 greves organizadas entre o início do século e 
o ano de 1920. 
 
• Reivindicações: aumento de salário, redução da jornada 
de trabalho, liberdade de expressão e organização. 
 
• Foram, também, organizadas greves de caráter político 
(contra a guerra; solidariedade aos trabalhadores russos 
em 1905, etc.). 
 
• Em 1906, no Rio de Janeiro, realiza-se o primeiro 
Congresso Operário da história brasileira. 
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A repressão implacável: 
Leis e soldados 
• Em 1908, houve uma greve de 800 trabalhadores da 
construção da Estrada de Ferro do Sul (ES) por salários 
atrasados. No quinto dia, soldados enviados do Rio de 
Janeiro abriram fogo contra os grevista. 
Resultado: setenta mortos e mais de 200 feridos. 
 
• Este é um belo exemplo de como é contada a história da 
classe trabalhadora no país. Nenhum livro de história 
lembra este acontecimento. 
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Crescimento do Movimento Operário 
• Em 1915, em São Paulo, é criado o Comitê de Defesa 
Proletária, um organismo de unificação da luta dos 
trabalhadores. 
 
• Em 1917 ocorre o levante e a grande Revolução Russa, 
com operários, camponeses e soldados derrubando o Czar 
e assumindo o poder. Sua influência se fez sentir no Brasil 
e em muitos outros países. 
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Primeiras organizações, sindicatos e 
congressos operários 
 No Congresso realizado em 1906 a principal decisão foi a 
criação da Confederação Operária Brasileira – COB, uma 
espécie de central sindical que foi formada oficialmente em 
1908. 
 
 Outras deliberações: 
• Conquista das 8 horas de trabalho; 
• Criação do jornal A Voz do Trabalhador; 
• Incentivo às mulheres para criarem suas organizações e 
participarem dos sindicatos; 
• Unificação do nome das organizações para “sindicatos”. 
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O anarquismo e o anarco-sindicalismo 
no Brasil 
No Brasil, a presença do anarquismo foi marcante no 
nascimento e organização da classe operária no início do 
Século XX. 
 
O anarquismo é uma corrente política cuja idéia básica é a 
oposição a qualquer opressão e dominação. Anarquia 
significa “sem governo”. Uma nova sociedade, sem governo 
algum, baseada na produção e apropriação coletiva e 
solidária. São contra o Estado e qualquer forma de poder. 
 
No mundo, havia anarquistas na França, Itália, Espanha, 
Suíça e em todos os países da Europa na primeira fase da 
industrialização. 
 
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A chegada do anarquismo no Brasil 
• A maioria dos imigrantes que vieram para o Brasil 
vieram de países com forte influência das idéias 
anarquistas, sobretudo a Itália e a Espanha. 
 
• Lutavam por uma sociedade livre e igualitária, contra 
o capitalismo, mas rejeitavam qualquer idéia de partido 
político. 
 
• Posicionavam-se contra qualquer religião 
(anticlericalismo), polícia, exército e guerra 
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A chegada do anarquismo no Brasil 
•Para os anarquistas os sindicatos eram a forma mais 
importante de organização dos trabalhadores, mas 
recusavam a Central Sindical. A greve geral era o 
principal instrumento de luta para derrubar a 
burguesia. 
 
• Apostavam no desenvolvimento autônomo, não 
tutelado da classe trabalhadora. Davam importância à 
cultura e à formação política (teatro, espetáculos, 
círculos de leitura, escolas operárias, entre outros). 
 
• Foi o anarquista português Neno Vasco, em 1905, 
que traduziu do francês, para nossa língua, o hino A 
Internacional, que passou a ser cantada nos encontros 
e manifestações dos trabalhadores. 
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Visão panorâmica sobre a imprensa dos 
Trabalhadores 
• Desde os primeiros anos da história da classe 
operária brasileira nasceram pequenos jornais que 
circulavam nas fábricas e outros locais de trabalho. 
Mais de 500 jornais diferentes existiram até 1930. O 
primeiro deles foi o Jornal dos Topógrafos (RJ-1858). 
 
• Neste período, os jornais eram escritos por 
militantes anarquistas (reivindicações e temas 
políticos). Era uma imprensa política, que se colocava 
contrária à visão da burguesia. 
 
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 Conceito de sindicato: União estável de 
trabalhadores e trabalhadoras para a 
defesa de seus interesses
e 
implementação da melhoria de condições 
de vida. 
 
 Foi escrito em 1894 e permanece atual. É de autoria dos 
sociólogos ingleses Beatrice e Sidney Webb, estudiosos da 
revolução industrial. 
 
 
DEFINIÇÃO DE ORGANIZAÇÃO 
SINDICAL 
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Os três pilares da organização sindical, segundo a 
Organização Internacional do Trabalho - OIT, criada em 
1919, são: 
 
• O direito de sindicalização, ou seja, a possibilidade das 
pessoas se organizarem, regimentalmente, em torno de 
uma entidade para a defesa e a promoção de seus 
interesses; 
• O direito de negociação, ou seja, a prerrogativa de 
estabelecer consenso sobre condições de trabalho e de 
participação dos empregados na riqueza produzida a 
partir de sua força de trabalho, promovendo a distribuição 
de renda de forma pacífica e pactuada; e 
• O direito de greve, como forma de pressão, que possa ser 
acionado na hipótese do empregador se recusar a 
negociar ou negocie em bases inaceitáveis para os 
trabalhadores. 
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Organizar e mobilizar 
Representar a classe trabalhadora 
Reivindicar 
Negociar 
Lutar por justiça social 
Missão da Entidade Sindical 
Prof. Ruy Carvalho 
As entidades sindicais exercem 
suas funções nas dimensões: 
Sociais 
Econômicas 
Políticas 
Jurídicas 
 
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Sociais: porque possui caráter associativo, que pressupõe sociabilidade, 
solidariedade e organização de uma classe. 
 
Econômicas: porque possui relações estreitas, permanentes e 
dinâmicas com a economia, tanto na esfera macro (inflação, produtividade, 
etc), quanto no plano micro, dentro da empresa (salário, condições de 
trabalho, acordos coletivos, greve, etc). 
 
Políticas: porque inclui disputa, luta por poder, o controle estatal e, 
sobretudo pelo caráter coletivo, que dá legitimidade e possibilidade de 
influenciar o destino da história. 
 
Jurídicas: porque faz parte do ordenamento legal, com reconhecimento 
na Constituição, nas leis, nos acordos e nos tratados internacionais, e pela 
relativa autotutela das relações de trabalho, tendo força de lei os acordos, 
convenções ou contratos coletivos celebrados. 
As entidades sindicais exercem suas 
funções nas dimensões: 
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Resistência patronal à luta sindical 
A luta não era fácil. Apenas como ilustração da 
insensibilidade dos patrões, quando o governo Arthur 
Bernardes (1922-1926), por pressão dos trabalhadores, 
decidiu sancionar a lei de férias, de 15 dias, instituída por 
meio do Decreto do Poder Legislativo – PDL nº 4.982/1925, 
as associações empresariais paulistas (embrião da Fiesp) 
reagiram, enviando ao presidente da República, em 1926, um 
memorial buscando convencê-lo a revogar a lei. 
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Resistência patronal à luta sindical 
“que fará um trabalhador braçal durante 15 dias de ócio? 
Ele não tem o culto do lar, como ocorre nos países de 
padrão de vida elevado. Para nosso proletariado, para o 
geral de nosso povo, o lar é um acampamento – sem 
conforto e sem doçura. O lar não pode prendê-lo e ele 
procurará matar as suas longas horas de inação nas 
ruas. A rua provoca com freqüência o desabrochar de 
vícios latentes e não vamos insistir nos perigos que ela 
representa para o trabalhador inativo, inculto, presa fácil 
dos instintos subalternos que sempre dormem na alma 
humana, mas que o trabalho jamais desperta! 
(in Liberalismo e Sindicato no Brasil, Luiz Werneck Vianna, 2ª Edição, Paz e 
Terra, pág. 80). 
 
Prof. Ruy Carvalho 
As fontes do Direito dos Trabalhadores 
No Brasil há três fontes de direitos trabalhistas: 
A lei em sentido amplo (Constituição, lei 
complementar, lei ordinária e tratados internacionais, 
como as convenções da OIT) 
A negociação (acordo e convenção coletiva) 
A sentença normativa (poder normativo da Justiça do 
Trabalho, que passou a depender do de comum 
acordo) 
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Fases do Sindicalismo Brasileiro 
Império (1822 a 1889) não existia sindicato no Brasil 
A Constituição de 1824 (art. 179, inciso 25) em nome da 
inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos 
cidadãos brasileiros, vedava expressamente a 
possibilidade de criação de sindicato, nos seguintes 
termos 
“Ficam abolidas as corporações de ofício, seus juízes, 
escrivães e mestres” 
Prof. Ruy Carvalho 
Primeira República (1889 a 1930) logo após a abolição da 
escravidão, com o ingresso maciço de mão de obra 
imigrante, especialmente da Europa (itálica em particular), 
surge de fato e de direito o movimento sindical no Brasil. 
A Constituição de 1891 (art. 72, parágrafo 8º), reconhecia o 
movimentos sindical, nos seguintes termos: 
 “A todos é licito associarem-se e reunirem-se livremente e sem armas; 
não podendo intervir a polícia senão para manter a ordem pública” 
 
 O Brasil era um país eminentemente rural, agrícola, e a mão de obra, que tocava 
as lavoura, principalmente de café, era formada basicamente por estrangeiro, 
negros e brancos livres. As condições de trabalho eram sub-humanas: não 
existiam direitos básicos, como jornada de oito horas, repouso remunerado ou 
férias. 
Fases do Sindicalismo Brasileiro 
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Período Vargas (1930 a 1945) - marcado pelo 
controle Estatal sobre os sindicatos, pode ser dividido 
em três fases: 
Discricionária (30 a 34 ) – Cria Ministério do Trabalho e condiciona 
existência do sindicato ao registro no ministério, excluindo os 
anarquistas 
2ª república (34 a 37) – a Constituição de 1934 declara ser a livre a 
organização sindical, mas decreto do governo condiciona a 
constituição de sindicato a um quórum de 1/3 da categoria, além 
de excluir dos sindicatos não oficiais, liderados pelos anarquistas, 
o direito ou prerrogativa de exigir das empresas o cumprimento de 
leis. 
Estado novo (1937 a 1945) – A constituição de 1937 golpeia o 
movimento sindical, proibindo o direito de greve e intervindo nas 
entidades sindicais, com a substituição de lideres autênticos por 
pelegos. 
Prof. Ruy Carvalho 
Legislação no período Vargas 
O texto Constitucional, em seu art. 138, explicitou o princípio do sindicato 
reconhecido pelo Estado, com funções delegadas pelo poder público, sendo 
o único com direito de representação legal e em condições de estipular 
contratos coletivos de trabalho obrigatório para todos os seus associados. 
Os Decretos-lei nºs 1.402, de julho de 1939, e 2.377 e 2.381, estes últimos de 1940, 
em consonância com a Carta Política, intensificaram a dependência do 
sindicato em relação ao Estado, ao instituírem: 
i. O poder de intervenção do Ministério do Trabalho nas entidades sindicais; 
ii. O controle do orçamento do sindicato pelo Ministério do Trabalho; 
iii. As penalidades de suspensão e destituição dos direitos dos sindicalistas; 
iv. O enquadramento sindical, por categoria e base territorial, 
v. A proibição de criação de central sindical, 
vi. A cassação da carta sindical; 
vii. O imposto sindica; 
viii. O sistema de unicidade sindical; 
ix. A exigência de constituição de associação pré-sindical como condição para a 
criação de sindicato; bem como 
x. O número de membros nas diretorias sindicais

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