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* CURSO DE SISTEMAS DEPOSICIONAIS Lúcia Maria Mafra Valença Virgínio Henrique Neumann * 1- CONCEITOS BÁSICOS CAMADA Massa unitária de sedimentos limitada por superfícies horizontais ou próximas à horizontal, as quais são descontinuidades que podem representar eventos de não-deposição, de mudança das condições deposicionais ou de erosão (depósito de um evento)(Campbell, 1967) O conjunto de camadas (conjunto de lâminas) trataria de uma associação de camadas relativamente concordantes e fisicamente semelhantes * FÁCIES do latim facies = face, cara introduzido por Steno (1669) uso moderno (Gressley, 1838) soma total dos aspectos litológicos e paleontológicos de uma unidade estratigráfica * Possui hoje duas conotações distintas: 1a) Conjunto de rochas confinado estratigraficamente conjunto de camadas (bedset) mais empregada na utilização das fácies para interpretações de caráter cronoestratigráfico obtendo-se como produto final associação de fácies ou sucessão vertical de fácies depositada num determinado tempo devendo ser confrontada com modelos de fácies disponíveis * 2a) Sentido mais amplo (não confinada estratigraficamente) grau de subdivisão depende do escopo do estudo pode ser determinada tanto em ampla escala (visão de uma montanha) como em escala de testemunhos de sondagem * “Massa de sedimento ou de rocha sedimentar caracterizada e distinguida das demais pela litologia, geometria estratal, estruturas sedimentares, petrotrama, cores, fósseis e por atributos direcionais” (Selley, 1970, in Borghi, 2000). “Conjunto de feições que caracteriza uma rocha sedimentar, sejam elas cor, granulação, estruturas internas, geometria deposicional, espessura, fósseis, paleocorrentes, conferindo aspecto diferente dos corpos rochosos adjacentes” (Della Fávera, 2001). * “Parte de uma rocha ou sedimento (unidade estratigráfica) que se distingue das outras partes, vertical e lateralmente adjacentes, através de sua geometria, espessura, litologia (cor, textura) estruturas sedimentares, padrão de paleocorrentes e conteúdo fossilífero”. “Corpo rochoso caracterizado por uma combinação particular de litologia, estruturas físicas e biológicas, as quais lhe conferem um aspecto diferente dos corpos de rocha adjacentes”. * Fácies – resulta de um processo ou de um conjunto de processos deposicionais observável na natureza e/ou similável em laboratório Diagnose de fácies estreita dependência do conceito de camada e de conjunto de camadas uma camada pode representar uma fácies Ex: arenito com estratificação cruzada tabular e no topo com estratificação cruzada gerada por onda * ou conjunto de camadas: Ex: fácies de varvito com seixos pingados– (segundo Campbell) trata-se de várias camadas (mm) Litofácies - fácies definidas com base em atributos litológicos Relação de fácies – relação autoconsistente de interdependência genética entre as fácies (Borghi, 2000); ex: conglomerados de fundo de canal e arenitos de barras fluviais * SUCESSÃO DE FÁCIES relação unidimensional (vertical) entre fácies; ou seja, uma relação específica de sequênciamento linear das fácies no espaço, usualmente elaborada ou expressa por um perfil sedimentográfico vertical (Borghi, 2000); exceção modelo de Mutti (horizontal) * * * ASSOCIAÇÃO DE FÁCIES relação tridimensional de fácies, ou seja, uma relação espacial elaborada ou expressa, por exemplo, por correlações de perfis ou por seções Sedimentográficas (Borghi, 2000) – blocos diagramas, etc. (3D) Modelo de fácies – síntese das relações de fácies (Walker, 1984) * * Modelos deposicionais para os afloramentos de Japaratinga e Barreiras do Boqueirão, Formação Maceió, representando os paleoambientes de: A) unidade 2; B) unidade 3; C) unidade 4; D) unidade 5 e; E) unidade 7. (Modif. Leeder & Gawthorpe, 1987) * Modelo deposicional para o afloramento de Morros de Camaragibe, Fm Maceió (Modif. Petrobrás, 1982) * * AMBIENTE DEPOSICIONAL (ou de sedimentação) cenário de sedimentação, isto é, um compartimento geomorfológico da superfície da Terra, onde dominam uma série de processos deposicionais que permitem distingui-lo dos adjacentes (Borghi, 2000) = geomorfologia da superfície da Terra (vejo) * SISTEMA DEPOSICIONAL assembléia tridimensional de litofácies geneticamente relacionadas em termos de processos e ambientes ativos ou inferidos; ou pacote tridimensional de rochas sedimentares geneticamente relacionadas ~ PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL (visualiso) unidade genética fundamental fácies * Fisher & McGowen (1967) Sistemas deposicionais = depósitos sedimentares (produtos) Ambientes sedimentares = processos sedimentares * Fluxograma de Análise Faciológica de * TRATO DE SISTEMAS DEPOSICIONAIS união contemporânea de sistemas deposicionais (Posamentier et al., 1988); perceptção de que sistemas se ligam no tempo * ELEMENTO ARQUITETURAEL – É uma subdivisão morfológica de um sistema deposicional sendo caracterizado por uma determinada associação de fácies, geometria e processos deposicionais de * NÍVEL DE BASE superfície de equilíbrio que controla deposição, soterramento e erosão em todo sistema deposicional, definindo e influenciando a quantidade de espaço de acomodação * Posamentier et al. (1988) o padrão estratal e a distribuição espacial de fácies dependem de dois fatores: 1º) ACOMODAÇÃO 2º) TAXA DE VARIAÇÃO DE NOVOS ESPAÇOS ADCIONADOS (TAXA DE ACOMODAÇÃO) * ACOMODAÇÃO todo espaço colocado em disponibilidade para potencial acumulação de sedimentos (Jervey, 1988); é função das flutuações eustáticas (subida/queda nível do mar) e da tectônica (subsidência/soerguimento) * * TAXA DE ACOMODAÇÃO (taxa de variação de novos espaços adicionados) espaço criado durante um determinado espaço de tempo (taxa de variação espacial) (taxa de variação relativa do nível de base de uma bacia) determinante na arquitetura do empilhamento sedimentar, ou seja, nas relações de progradação, retrogradação e agradação (processo de preenchimento vertical de uma bacia) * VARIAÇÃO RELATIVA DO NÍVEL DO MAR #24. Slide 24 alteração na distância vertical entre a posição da superfície do mar e um datum (plano padrão de referência) situado no fundo do mar ou próximo dele, como por exemplo o embasamento independe da acumulação de sedimentos acima do datum é o mais efetivo controle das variações na acomodação, mais do que a própria eustasia * EUSTASIA #24. Slide 24 relaciona-se com as variações globais do nível do mar diz respeito somente à posição da superfície do mar com referência a um datum fixo, como o centro da Terra independe de fatores locais como subsidência ou suprimento sedimentar (“sediment supply”) * SUBSIDÊNCIA movimento de natureza tectônica que afeta o substrato das bacias torna-se maior a medida que se avança para o centro da bacia não varia em curtos períodos de tempo (< 3 Ma) linha de charneira = porção onde a subsidência passa a ser expressiva numa bacia * PROFUNDIDADE DA LÂMINA D’ÁGUA #24. Slide 24 é o resultado da interação de 3 parâmetros: suprimento sedimentar, eustasia e tectônica (subsidência/soerguimento) corresponde a uma posição do nível do mar relativo menos a espessura de sedimento acumulado * * TRANSGRESSÃO “movimento horizontal terra adentro da linha de costa” ou avanço ou extensão do mar sobre áreas nas quais havia depósito (ou erosão) continental devido a uma elevação brusca do nível relativo do mar” REGRESSÃO “ movimento horizontal mar adentro da linha de costa” ou “ avanço ou extensão de áreas com depósito costeiro e/ou continental sobre áreas anteriormente ocupadas pelo mar devido a uma descida brusca do nível relativo do mar” * INGRESSÃO tipo particular de transgressão local que se manifesta somente pela invasão marinha de alguns vales ou pela inundação de área baixas * PROGRADAÇÃO #30. Slide 30 dispositivo de crescimento gradual dos corpos sedimentares para o interior da bacia Progradação de fácies – distribuição de fácies ou associação de fácies em conjunto de sequências sedimentares nas quais as fácies mais proximais se deslocam para o interior da bacia sedimentar * RETROGRADAÇÃO #30. Slide 30 dispositivo de crescimento gradual dos corpos sedimentares para o exterior da bacia Retrogradação de fácies – distribuição de fácies ou associação de fácies em conjunto de sequências sedimentares nas quais as fácies distais são deslocadas para a borda da bacia sedimentar * AGRADAÇÃO ou acresção vertical #30. Slide 30 superposição de camadas horizontais ou subhorizontais, paralelas às superfícies limitantes (base e tôpo) das unidades litoestratigráficas Camadas se superpõem umas as outras dando um conjunto de estratos paralelos * * PONTO DE EQUILÍBRIO ponto teórico ao longo do perfil de uma plataforma continental onde a taxa de variação eustática é igual a taxa de subsidência possibilita a compreensão das inter-relações entre a eustasia e a tectônica nas variações relativas do nível do mar permite compreender como uma parte da plataforma está sofrendo uma subida relativa do nível do mar, até mesmo durante uma queda eustática * PERFIL DE EQUILÍBRIO#32. Slide 32: linha parabólica à qual o sistema ajusta declive, sinuosidade, velocidade, largura, profundidade, e outras características hidráulicas dos seus canais para maximizar a eficiência de transporte com a energia disponível nestas condições haverá transferência constante, balanceada, de material para dentro e fora do sistema, não propiciando nenhuma erosão ou deposição * * corrente considerada como num estado de equilíbrio dinâmico ou estabilizada (graded) perfil longitudinal adquirido denominado perfil de equilíbrio de corrente ou perfil de equilíbrio (graded stream profile) #38. representado por uma curva cuja declividade diminui suavemente para jusante tornando-se quase horizontal quando se ajusta a um nível de base final (= nível do mar) * Declividades de um trecho do perfil de equilíbrio é função: da descarga do volume textura da carga sedimentar DECLIVIDADE = GRANULOMETRIA/DESCARGA * sistemas fluviais do planeta profundamente influenciados pelas flutuações eustáticas principalmente porções situadas próximas ao litoral deslocamentos do perfil de equilíbrio na horizontal e/ou na vertical criam espaços disponíveis a serem preenchidos por sedimentos fluviais acomodação subaérea perfil de equilíbrio controlado pelo seu ponto de ajustamento ao nível de base deslocamentos no tempo e o espaço desse ponto corrente busca novo perfil de equilíbrio depositando ou erodindo * * Ajustamento ao perfil de equilíbrio * AGRADAÇÃO FLUVIAL DEVIDO DESLOCAMENTO DO PONTO DE AJUSTAMENTO DO PERFIL DE EQUILÍBRIO * LINHA DE BAÍA (bayline) linha teórica que separa o sistema fluvial (sem incluir os sedimentos fluviais de planícies costeiras e deltáicas) dos ambiente parálicos e de planície deltáica LINHA DE COSTA (shoreline) limite entre os sistemas parálicos/deltáicos e o marinho * AMBIENTES CONTINENTAL COSTEIRO (MIXTO, TRANSICIONAL, PARÁLICO) MARINHO * * AMBIENTE CONTINENTAL SISTEMAS: LEQUES TERRÍGENOS FLUVIAL LACUSTRE EÓLICO GLACIAL * AMBIENTE COSTEIRO SISTEMAS: DELTÁICO DOMINADOS POR MARÉS DOMINADOS POR ONDAS * AMBIENTE MARINHO SISTEMAS: MARINHO RASO MARINHO PROFUNDO