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Apostila de Saneamento Ambiental II - Professor Daniel Costa dos Santos

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1 
 
Universidade Federal do Paraná 
Setor de Tecnologia 
Departamento de Hidráulica e Saneamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno de Saneamento Ambiental 
 
 
 
 
Capítulo 4: Sistemas de Drenagem Urbana e Esgotamento Sanitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Daniel Costa dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba, 2013 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação do Tema Saneamento Ambiental 
 
 
Este texto, composto por dois volumes, consta de uma compilação de um conjunto 
textos e documentos referentes as atividades a serem desenvolvidas na disciplina 
Saneamento Ambiental. Assim sendo, além de serem tratados os temas pertinentes aos 
módulos em questão, temas afins também serão tratados como o Desenvolvimento, 
Meio Ambiente, Uso Racional da Água, além de questões Sociais, Políticas e 
Econômicas. O destaque destes temas correlatos é fundamental para viabilizar o 
enfoque sistêmico sobre o cenário sócio-político estabelecido, de maneira que se possa 
melhor entender o papel do Saneamento Ambiental no mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 04 
 
Sistemas de Drenagem Urbana e Esgotamento Sanitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
I Considerações Iniciais 
 
O Brasil é extremamente deficitário em sistemas de esgoto tanto nas áreas urbanas 
quanto nas áreas rurais. Dados do IBGE demonstram que a cobertura de esgoto tratado 
no território nacional é de 44,50 %, sendo 51,10 % da população urbana e 15,80% da 
população rural. Tal realidade é acintosamente refletida no quadro epidemiológico da 
população brasileira pois, segundo dados do IBGE, é alta a mortalidade infantil por 
diarréia , patologia esta fortemente associada às condições da infra-estrutura sanitária. 
 
Neste ponto, questões cotidianas relacionadas ao ciclo do uso da água devem ser 
ressaltadas. Muitas comunidades pequenas, por exemplo, mesmo já tendo resolvido a 
questão da potabilização da água com o uso de sistemas de tratamento de água 
adequados, sabe-se que estes tornar-se-ão ineficientes na medida da crescente 
degradação dos mananciais através do lançamento de esgoto bruto sobre os mesmos. 
Consta de uma questão tanto de sustentabilidade ambiental, como também de saúde 
pública, onde a necessidade premente de promoção de ambas é indiscutível. 
 
Não obstante, é denotado o esforço do quadro científico brasileiro no sentido de 
encaminhar soluções de tratamento de esgoto eficazes e econômicas. Cabe citar o 
grande número de pesquisas objetivando, por exemplo, o aprimoramento dos reatores 
anaeróbios e das lagoas de estabilização. O mesmo pode ser dito em relação aos filtros 
biológicos em geral, onde a respectiva diversidade de modelos propicia o atendimento 
de finalidades específicas. 
 
Isto posto, procura este trabalho contribuir nesta empreitada de melhor atender a 
população brasileira em suas necessidades relativas a Saúde Pública e Salubridade 
Ambiental. Para tanto, o mesmo propõe o desenvolvimento de um sistema híbrido de 
tratamento de esgoto, o qual deve conter características de fossa séptica e lagoa de 
polimento em uma única unidade. A intenção é atender as pequenas comunidades, 
principalmente aquelas de baixa renda, as quais normalmente estão mais expostas às 
doenças e a ambientes degradados. 
 
 
 
5 
 
II Sistema de Drenagem Urbana 
 
Introdução 
 
Em áreas urbanas são comuns as enchentes e a poluição difusa, problemas estes que 
afetam seriamente a saúde pública e o meio ambiente. As causas destes problemas são 
várias, cabendo destaque a dinâmica de ocupação do solo, a redução do tempo de 
concentração, que aumenta a vazão de pico podendo causar enchentes à jusante, e a 
ineficiência dos sistemas de drenagem. Assim, a realidade pós-ocupação de uma bacia 
pode diferir em muito de sua realidade pré-ocupação, em termos da sua capacidade de 
drenagem de águas pluviais, principalmente se o tipo de ocupação for delineado por 
acentuada impermeabilização. 
 
De maneira a lidar com estes problemas, o objetivo da infraestrutura de drenagem 
urbana historicamente focou o escoamento rápido das águas pluviais para os fundos de 
vale, evitando assim empoçamentos e enchentes nas áreas urbanas. Em termos técnicos, 
o objetivo desta abordagem tradicional de concepção de sistemas de drenagem urbana 
foi reduzir ainda mais o tempo de concentração da água na bacia hidrográfica 
(considerar que o tempo de concentração já fora reduzido em função da 
impermeabilização decorrente do processo de ocupação do solo) pelo aumento da 
velocidade do escoamento superficial. E tal aumento foi propiciado tanto pela 
microdrenagem quanto pela macrodrenagem, conceitos estes a serem abordados na 
sequência. 
 
No entanto, tal filosofia de aumento do tempo de concentração, a qual balizadora das 
concepções dos sistemas de drenagem, apresentou problemas associados como a 
elevação das vazões, em especial aquelas respectivas às chuvas intensas, o aumento da 
erosão, dentre outros. Percebeu-se, portanto, que a revisão desta abordagem tradicional 
fazia-se necessária no sentido de, pelo contrário, aumentar o tempo de concentração. 
Dado este princípio, para o planejamento adequado para a ocupação do solo assumiram 
importância condicionantes como a manutenção de regiões ribeirinhas não urbanizadas, 
o controle e redução da poluição difusa, além da redução do risco de enchentes, do 
processo de erosão e do processo de assoreamento. 
 
Tipologia 
 
As intervenções de drenagem urbana podem seguir a abordagem tradicional e, ou, a 
abordagem da sustentabilidade. Não obstante, quanto a abrangência física, tais 
intervenções ocorrem nas fontes, pela microdrenagem e pela macrodrenagem. As fontes 
são basicamente os lotes cujo tipo de ocupação define o tipo de sistema de drenagem a 
ser concebida. A microdrenagem abrange unidades desde os coletores prediais de águas 
pluviais e sarjetas até bueiros (bocas de lobo) e galerias. Já a macrodrenagem enfoca os 
fundos de vale, os cursos urbanos de água e reservatórios naturais e artificiais. 
 
1.Tipologia sob a abordagem tradicional 
 
Nas fontes as ações de drenagem ocorrem nos lotes onde, pela abordagem tradicional, 
prevê-se a instalação de sistemas drenagem de águas pluviais tanto para prédios quanto 
para estacionamentos, dependendo do tipo de ocupação do lote. A microdrenagem é 
6 
 
composta por rede primária urbana, sarjetas, bocas de lobo e galerias enquanto a 
macrodrenagem atende tais sistemas de microdrenagem. 
 
2 Tipologia sob a abordagem da sustentabilidade 
 
A abordagem embasada na premissa da sustentabilidade objetiva o retardo do 
escoamento superficial de maneira a aumentar o tempo de concentração e de reduzir a 
vazão de enchente. Para tanto, medidas que controle na entrada da água pluvial nas 
galerias, que aumentem a infiltração e que promovam a detenção e retenção em 
reservatórios, o retardo do escoamento nos rios e córregos e a derivação de escoamentos 
podem propiciar o aumento do tempo de concentração. 
 
 
Microdrenagem 
 
1 Fatores Hidrológicos 
 
1.1 Período de Retorno (T): 
 
O período de retorno T é um parâmetro utilizado para a definição das intensidades 
pluviométricas
de projeto. Valores de referência usuais são apresentados na tabela a 
seguir conforme magnitude da obra e tipo de ocupação da área. 
 
Tabela: Períodos de Retorno para diferentes ocupações da área 
Tipo de obra Tipo de ocupação da área T (anos) 
 Residencial 2 
 Comercial 5 
Microdrenagem Áreas c/ edifícios de serv. ao público 5 
 Aeroportos 2 – 5 
 Áreas comerciais e artérias de tráfego 5 – 10 
Macrodrenagem Áreas comerciais e residenciais 50 – 100 
 Áreas de importância específica 500 
Fonte: adaptado de Azevedo Netto, 1998. 
 
1.2 Tempo de concentração (tc) 
 
O tempo de concentração é o tempo de percurso de um determinado volume de água 
precipitado desde o ponto mais distante da bacia hidrográfica até a seção de drenagem 
sob estudo. 
 
1.3 Intensidade Pluviométrica 
 
Intensidade pluviométrica é a relação entre a altura da lâmina pluviométrica e o tempo 
de formação desta lâmina. Consta de um parâmetro que depende das condições locais e 
é função também do período de retorno. 
 
2 Coeficiente de Escoamento Superficial (C) 
 
O Coeficiente de Escoamento Superficial C representa o percentual do volume que 
escoa superficialmente em relação aquele precipitado. O equacionamento é o seguinte: 
7 
 
C = Ves / Vtp, 
 
sendo Ves o volume que escoa superficialmente e o Vtp o volume total precipitado. 
 
Para a estimativa de C para uma área composta por sub-áreas com diferentes perfis de 
ocupação é utilizada a média ponderada conforme segue: 
 
 
onde n corresponde as sub-áreas. 
 
3 Elementos de Captação e Transporte 
 
3.1 Sarjetas 
 
Sarjetas são canais formados por faixas da via pública e o meio-fio, de seções 
triangulares, os quais normalmente dimensionados por meio da determinação de sua 
capacidade hidráulica (máxima vazão de escoamento) a fim de ser comparada com a 
vazão de drenagem de projeto. Tal comparação permite dimensionar tanto as sarjetas 
quanto as bocas de lobo. A capacidade das sarjetas pode ser estimada pela fórmula de 
Manning, com n = 0,016 (concreto rústico): 
 
 
 
 Sarjeta triangular 
Ao adaptar a equação de Manning para a seção triangular da sarjeta, tem-se: 
 
Qo= 375. I 
1 /2
. (z/n). yo
8/3
 sendo, 
 
Qo: capacidade de uma sarjeta em l/s; 
yo: altura máxima de água na guia, 
z : inverso da declividade transversal, 
I : inclinação longitudinal da sarjeta (do greide da rua), 
n : coeficiente de rugosidade de Manning, 
 
Observar que z = yo /wo, onde, 
 



A
CnAn
C
2/13/2 IR
n
A
Q H 
8 
 
wo - largura máxima do espelho d'água. 
 
ParaQo em m³/s e yo em m a equação de Manning assume a forma: 
 
Qo= 0,375. I 
1 /2
. (z/n). yo
8/3
 
 
De maneira a ajustar a capacidade das sarjetas às condições reais de escoamento que 
incluem obstruções causadas por resíduos retidos no gradeamento da boca de lobo, 
recomenda-se a adoção dos fatores de redução conforme tabela a seguir: 
 
 Tabela: Fatores de redução de escoamento das sarjetas 
Declividade da sarjeta - % Fator de redução 
0,4 0,50 
1-3 0,50 
5,0 0,50 
6,0 0,40 
8,0 0,27 
10 0,20 
Fonte: adaptado de Azevedo Netto, 1998. 
 
Cumpre observar que geralmente as guias têm 0,15m de altura e se admite um 
enchimento máximo variando de 0,10 a 0,13m. Considerando o valor de 0,13 m para a 
lâmina e a declividade transversal da via pública de 3%, valor usual para ruas de 10m 
de largura, tem-se: 
 
A = 0,280 m² ; P = 4,302 e RH = 0,065m 
 
Isto posto, decorre que a capacidade da sarjeta depende apenas da declividade 
longitudinal da rua. 
 
3.2 Bocas de Lobo 
 
Bocas de lobo são elementos instalados na sarjeta para drenar águas das chuvas quando 
a capacidade desta é ultrapassada. Quanto a tipologia, a boca de lobo pode ser de 
sarjeta ou mista, esta última quando a sarjeta é combinada com a guia. Para a boca de 
lobo de sarjeta, na equação acima L é considerado o próprio perímetro P da área livre 
do orifício, em metros. Já para a boca de lobo mista sua capacidade é a somatória das 
vazões estimadas tanto para a guia quanto para a sarjeta. Não obstante, como previsto 
para a estimativa da capacidade da sarjeta, para a boca de lobo igualmente são 
introduzidos os fatores de redução conforme tabela a seguir. 
 
Neste sentido, para efeito de dimensionamento, a boca de lobo é admitida como um 
vertedor de parede espessa cuja equação para estimar sua capacidade é a seguinte: 
 
onde: 
 
L: comprimento da abertura (m) 
H: altura da água nas proximidades (m) – 0,13m no caso padrão de sarjetas 
2371,1 HLQ 
9 
 
 
 
Tabela: Fatores de redução do escoam. para bocas de lobo 
Localização 
das sarjetas 
Tipo de boca de lobo Percentual permitido 
sobre o valor teórico 
 de guia 80 
Ponto Baixo com grelha 50 
 combinada 65 
 de guia 80 
Ponto grelha longitudinal 60 
Intermediário grelha transversal ou longitudinal com 
barras transversais 
60 
 combinada 110% dos valores 
indicados para a grelha 
correspondente 
Fonte: adaptado de Azevedo Netto, 1998. 
 
3.3 Tubos de Ligação (TL) 
 
Tubos de ligação são conexões entre as bocas de lobo e os poços de visita ou as caixas 
de ligação. 
 
3.4 Poços de Visita (PV) 
 
Os poços de visita são conexões que permitem o acesso às galerias para fins de inspeção 
e desobstrução das mesmas. Para tanto, são normalmente localizadas nos encontros de 
condutos assim como nas mudanças de seção, de declividade e de direção. 
 
3.5 Galerias 
 
As galerias são tubulações coletivas que drenam águas oriundas dos sistemas prediais 
de águas pluviais e das bocas de lobo. Para a estimativa da capacidade de uma galeria as 
vazões a serem drenadas devem ser estimadas e, tratando-se de microdrenagem, o 
método racional pode ser utilizado. 
 
Q = C .I . A 
 
A estimativa de C para cada trecho da galeria é dada pela seguinte equação: 
 
A intensidade pluviométrica I é função do tempo de concentração e do período de 
retorno. O tempo de concentração tc é considerado igual a duração da chuva t.Portanto 
para dimensionar o primeiro trecho da galeria o tc é o mesmo da área à montante do 
inicio da mesma. Para os trechos sequentes o tc será a soma dos tc dos trechos anteriores 
com tempo de percurso tp do trecho anterior, conforme formulação que segue: 
 
tc = tc (anterior) + tp 
onde: 

 

An
CnAn
C
10 
 
 
tp = L/v 
sendo, 
 
L = comprimento do trecho anterior 
v = velocidade real de escoamento do trecho anterior 
 
Estimada a vazão por trecho, para o dimensionamento do diâmetro têm-se as seguintes 
equações a partir da equação de Manning: 
 
D = 1,511 (n.Q.I
-1/2
)
3/8 
(para lâmina = 0,9D); 
D = 1,511 (n.Q.I
-1/2
)
3/8 
(para seção plena). 
 
sendo, 
 
Q: vazão a ser drenada; 
I:declividade do trecho da galeria 
 
Não obstante, para dimensionar as galerias, os seguintes critérios que devem ser 
considerados conforme Azevedo Netto, (1998): 
 
 diâmetro mínimo das seções circulares: sugerido 300 mm; 
 dimensão mínima na seções retangulares: sugerido altura de 0,50 m; 
 o dimensionamento das seções circulares deve ser à seção plena ou y = 0,95 D; 
 o dimensionamento das seções retangulares deve prever a altura mínima livre de 
0,10 H (H = altura); 
 velocidade mínima: sugerido 0,75 m/s; 
 velocidade máxima: sugerido 5,0 m/s; 
 declividade econômica é considerada a declividade do terreno; 
 
 
Medidas de Controle 
 
As medidas de controle, ou compensatórias, buscam corrigir, reverter ou prever 
problemas relacionados às
enchentes e à poluição difusa dos cursos hídricos, problemas 
estes consequência da ocupação e impermeabilização do solo. Diante deste contexto, 
tais medidas podem ser estruturais ou não estruturais, conforme discorrido na sequência. 
 
1 Medidas Estruturais 
 
As medidas estruturais configuram-se basicamente por obras e são classificadas em 
vários tipos quanto ao princípio, à localização e à abrangência. 
 
Quanto ao princípio, as obras podem ser convencionais ou não convencionais. As 
convencionais preveem o rápido afastamento das águas pluviais pela implantação de 
galerias e canais, tamponamento de córregos, ajustes de traçado, aumento das 
declividades, etc. As obras não convencionais objetivam o retardo do escoamento por 
intervenções como o controle de entrada, o aumento da infiltração, a detenção e, ou, 
retenção em reservatórios, o retardo do escoamento nos rios e córregos, a derivação de 
escoamentos e os diques. 
11 
 
 
Com relação à localização, as medidas podem ser na fonte, nas vias de circulação e à 
jusante. Na fonte as obras, com o objetivo de retardar o escoamento para a rede de 
drenagem, ocorrem nos lotes, sejam nas áreas edificadas ou não edificadas. Nas vias 
públicas de circulação o propósito é retardar o escoamento para o corpo receptor cujas 
medidas podem ocorrer em calçadas, vias de tráfego, parques, dentre outros elementos 
da infraestrutura instalada. As obras à jusante, que igualmente objetivam o retardo do 
escoamento para o corpo receptor, podem ser reservatórios instalados tanto em série 
quanto em paralelo. 
 
Referente à abrangência, as medidas podem ser intensivas ou extensivas. As medidas 
intensivas são localizadas podendo ser de aceleração do escoamento como a canalização 
de cursos d’água, de retardamento do escoamento via implantação de reservatórios e 
recuperação de calhas naturais e de desvio do escoamento pela execução de tuneis de 
derivação e canais de desvio. As medidas extensivas são distribuídas como, por 
exemplo, a execução de pequenos reservatórios distribuídos pela bacia, a recomposição 
da cobertura vegetal e o controle da erosão. 
 
A partir desta tipologia geral é possível engendrar uma tipologia mais técnica e 
específica que possibilite a caracterização das medidas estruturais não convencionais, 
estas de grande interesse dadas as demandas da sustentabilidade ambiental. Desta forma 
tais medidas podem ser classificadas em medidas de controle de entrada, de infiltração, 
de detenção e de retenção. 
 
As medidas estruturais não convencionais de controle de entrada objetivam amortecer a 
vazão de entrada nas galerias das águas oriundas dos lotes. Assim, são possíveis 
medidas como coberturas verdes, reservatórios de detenção, reservatórios de 
armazenamento, etc. Já as medidas estruturais não convencionais de infiltração podem 
ocorrer nos lotes por meio de poços, irrigação de jardins, etc, enquanto nas vias públicas 
tais medidas poderão ser pela implantação de áreas de infiltração, valas de infiltração, 
lagoas de infiltração, bacias de percolação e pavimentos porosos. As medidas estruturais 
não convencionais de detenção e retenção podem ocorrer na fonte via reservatórios 
domiciliares, reservatórios em quadras de esporte (secos) e praças (lagos) para a 
melhoria da qualidade da água, ou à jusante via bacias de detenção para o controle de 
cheias (seco) e bacias de retenção de usos múltiplos para controle de cheias (ocupação 
permanente), além da melhoria da qualidade da água. 
 
2 Medidas Não Estruturais: 
 
As medidas não estruturais abrangem diversas iniciativas que incluem programas, 
normatização e regulamentação pela legislação. Desta forma, diversas medidas são 
possíveis como a educação ambiental visando o controle da poluição difusa e da erosão, 
a regulamentação do uso e ocupação do solo, o seguro-enchente, a previsão de 
enchentes, os sistemas de alerta, entre outras possibilidades. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
III Sistema de Esgotamento Sanitário 
 
Introdução 
 
O Sistema de Esgotamento Sanitário basicamente é composto pela coleta, tratamento e 
disposição final do esgoto sanitário. Dessa forma, o sistema pode ser o Unitário, no qual 
escoam tanto o esgoto sanitário quanto águas pluviais, ou o Separador Absoluto, onde o 
Sistema de Esgoto Sanitário é totalmente separado do Sistema de Drenagem Urbana. 
Em função de uma série de questões técnicas e de segurança sanitária, a norma 
brasileira recomenda o sistema separador absoluto. O sistema separador absoluto, o 
mesmo é composto por rede coletora, estação de tratamento de esgotos e disposição 
final. Segundo Alem Sobrinho, Tsutiya, 1999, o sistema separador absoluto é 
basicamente utilizado no Brasil, pois basicamente apresenta as seguintes vantagens: 
 
 apresenta menos custo quando comparado ao sistema unitário; 
 proporciona maior flexibilidade na execução por etapas, quando comparado a 
execução do sistema unitário; 
 reduz o custo para drenagem das águas fluviais em função das mesmas não 
requerem tratamento e, portanto, poderem ser lançadas em cursos hídricos mais 
próximos; 
 não requer, necessariamente, a pavimentação das vias públicas, condição essa 
importante para o bom funcionamento do sistema unitário; 
 é reduzida a extensão de tubulações de grandes diâmetros, uma vez que não faz-
se necessário a construção de falésias em todas as ruas, como seria no caso do 
sistema unitário. 
 
No entanto, no caso da utilização do sistema único, a rede coletora deve ser 
dimensionada para receber um esgoto com características diferentes daquelas 
normalmente previstas para o dimensionamento do sistema separador, além de ser 
necessário ainda atender critérios específicos para diâmetros mínimos, declividades 
mínimas, lâminas máximas e mínimas de escoamento, velocidades de início e final de 
plano, tensão trativa, etc. 
 
Em termos práticos, em muitas regiões urbanas brasileiras não há instalação de redes 
coletoras de esgoto e, assim, expressiva parcela da população utiliza-se do lançamento 
do esgoto no sistema de drenagem urbana. Tal situação tem sido preocupante por suas 
conseqüências negativas importantes, como por exemplo: 
 
. Apesar de haver diluição do esgoto lançado pelas águas pluviais e a decorrente 
redução da concentração da matéria orgânica, normalmente significativas 
cargas de matéria orgânica são lançadas diretamente nos corpos hídricos 
receptores, além de nutrientes e patógenos. 
. Considerando ainda que o sistema não foi adequadamente dimensionado e 
executado para ser um Sistema Único, este não consegue suportar certos níveis 
de precipitação, o que conduz a alagamentos e, conseqüentemente, à 
contaminação externa. 
 
 
13 
 
Caracterização do Esgoto 
 
1 Caracterização Quantitativa do Esgoto 
 
1.1 Vazão de Projeto 
 
A vazão de projeto varia com a região, as atividades, os hábitos, as condições sociais e 
econômicas, a disponibilidade de água, entre outras variáveis. Basicamente, é composta 
por esgoto doméstico, água de infiltração e contribuições singulares como indústrias, 
espaços públicos, etc. Faz-se necessário estimar a vazão de início e de final de plano, 
conforme equações a seguir: 
 
Qi = QDi + QIi + QSi para início de plano; 
 
Qf = QDf + QIf + QSf para final de plano, 
 
Sendo, 
 
Q: vazão total; 
QD: vazão de esgoto doméstico; 
QI: vazão de infiltração; 
QS: vazão de contribuição singular; 
i: indica início de plano; 
f: indica final de plano. 
 
Para o dimensionamento do dimensionamento do sistema de esgotamento sanitário, 
devem ser conhecidas as vazões de início (QDi) e de final (QDf) de plano.
1.2 Vazão de Esgoto Doméstico (QD) 
 
As variáveis pertinentes para definir a vazão de projeto são população, contribuição per 
capita, coeficiente de retorno esgoto/água e coeficiente variação de vazão. A população 
precisa ser definida para o início e para o final de plano. Para o final de plano, os 
métodos de previsão populacional que podem ser utilizados são o aritmético, 
geométrico e regressão. 
 
Contribuição Per Capita (qc) é função do consumo efetivo de água per capita (qe) e do 
coeficiente de retorno. Com relação ao Coeficiente de Retorno (C), sua expressão básica 
é a seguinte: 
 
C = volume de esgoto coletado pela rede 
 volume de água abastecida 
 
Normalmente, seus valores variam entre 0,6 e 0,9. Não obstante, na falta de valores 
obtidos em campo, a NBR 9649 recomenda o valor de 0,8. Já os Coeficientes de 
Variação de Vazão devem ser considerados pois a vazão de esgoto doméstico varia com 
a hora do dia, época do ano, temperatura e precipitação atmosférica. 
 
Portanto, coeficientes de variação de vazão devem ser considerados, quais sejam: 
 
14 
 
k1 : coeficiente de máxima vazão diária 
 
k1=maior vazão diária verificada no ano 
 vazão média diária anual 
 
k2: coeficiente de máxima vazão horária 
 
k2= maior vazão observada num dia 
 vazão média horária do mesmo dia 
 
k3 : coeficiente de mínima vazão diária 
 
k3= menor vazão diária verificada no ano 
 vazão média diária anual 
 
A NBR 9649 apresenta os valores k1 = 1,2 ; k2 = 1,5 e k3 = 0,5. Desta maneira, as 
equações básicas são as seguintes: 
 
QDimed = Pi . qe . Ci / 86400 
QDimax = K2 . Pi . qe . Ci / 86400 
QDfméd = Pf . qe . Cf / 86400 
QDf max = K1 .K2 .Pf . qe . Cf / 86400 
 
Com essas vazões, é possível a determinação de coeficientes para o dimensionamento 
das redes coletoras, quais sejam o coeficiente de contribuição linear TL = QD / L e o 
coeficiente de contribuição por área TA = QD / A. No cálculo dessas taxas, considerar 
condições de início e fim de plano. 
 
1.3 Vazão de Água de Infiltração (QI) 
 
A água de infiltração na rede coletora tem origem no lençol freático e, ou, na 
precipitação pluviométrica. Os pontos de infiltração da água do lençol freático na rede 
são as juntas, as paredes dos condutos, os poços de visita, os tubos de inspeção e 
limpeza, os terminais de limpeza, as caixas de passagem, as estações elevatórias, etc. No 
entanto, o acesso das águas pluviais á rede pode ser acidental ou clandestino. De 
maneira a estimar a vazão de água de infiltração na rede coletora, utiliza-se o parâmetro 
Taxa de Infiltração, o qual é função do material da rede, do tipo de solo, do nível do 
lençol freático, da qualidade de execução, do tipo de junta, entre outras variáveis. Dados 
usuais sobre taxas de infiltração são os seguintes: 
 
. acima do lençol freático: TI = 0,02 l / s km 
. abaixo do lençol freático: TI = 0,10 l / s km 
 
A NBR 9649 recomenda a faixa de 0,05 a 1,0l / s km. 
 
As vazões são as seguintes: 
 
QIi = TIi .Li 
Qif = TIf . Lf 
 
15 
 
Onde, 
 
TI: Taxa de infiltração; 
L: Comprimento da Rede; 
i: início de plano; 
f: final de plano. 
 
1.4 Vazões de Contribuições Singulares (QS) 
 
A vazão das contribuições singulares deve ser medida, ou estimada, caso a caso. Além 
disso, o regime de variação da mesma também necessita ser conhecido, pois consta de 
um dado importante para o dimensionamento da rede coletora. 
 
No caso específico das indústrias, estudos preliminares fazem-se importantes no intuito 
de definir, além da vazão e seu regime de variação, a necessidade, ou não, de prévio 
tratamento do esgoto na própria planta industrial antes de ser lançado à rede coletora 
coletiva. Observar que o esgoto industrial necessita de pré-tratamento quando são 
nocivos à saúde, quando interferem no sistema de tratamento coletivo de esgoto, quando 
obstruem tubulações e equipamentos, quando podem agredir as tubulações, assim como 
quando estão à temperaturas elevadas. 
 
1.5 Determinação da Vazão de Projeto 
 
A vazão projeto pode ser determinada através de estimativas em função das 
contribuições médias de esgoto, dos coeficientes de variação, das taxas de infiltração 
das contribuições singulares, além das condições do início fim do plano. Não obstante, a 
vazão de projeto pode ser determinada com a utilização de hidrogramas que medem 
vazões e registram as variações temporais das mesmas. As respectivas equações são as 
seguintes: 
 
Qimed = (Pi . qe . Ci / 86400) + TIi . Li + CSi 
Qimax = (K2 .Pi . qe . Ci / 86400) + TIi . Li + CSi 
Qf med = (Pf .qe .Cf / 86400) + TIf .Lf + CSf 
Qf max = (K1 .K2 .Pf .qe .Cf / 86400) + TIf .Lf + CSf 
 
2 Caracterização Qualitativa do Esgoto 
 
O esgoto é caracterizado por suas características físicas, químicas e microbiológicas. 
Tais características estão apresentadas na sequência. 
 
2.1 Características físicas 
 
Como características físicas, destaca-se a matéria sólida, a temperatura, o odor, a cor e a 
turbidez. O Esgoto contém aproximadamente 0.08% de matéria sólida e 99,92% de 
água. A temperatura é um parâmetro importantíssimo, pois rege uma série de reações 
bioquímicas que ocorrem no tratamento do esgoto. A cor e turbidez igualmente são 
características importantes, uma vez que estão relacionadas às concentrações de sólidos 
dissolvidos e suspensos, respectivamente. A matéria sólida classifica-se conforme 
segue. 
 
16 
 
 Sólidos Orgânicos 
Sólidos Sedimentáveis 
 Sólidos Minerais 
 Sólidos 
 Em Suspensão 
 Sólidos Orgânicos 
Sólidos não Sedimentáveis 
Sólidos Totais Sólidos Minerais 
 
 
 Sólidos Orgânicos 
Sólidos Coloidais 
 Sólidos Minerais 
Sólidos 
 Dissolvidos 
 Sólidos Orgânicos 
 Sólidos Dissolvidos 
 Sólidos Minerais 
 
2.2 Características químicas 
 
2.2.1 Natureza dos Compostos Químicos 
 
O esgoto é composto de matéria orgânica e inorgânica. Os compostos orgânicos são 
uma combinação de carbono, hidrogênio e nitrogênio, assim distribuídos: 
 
 Compostos de proteínas (40 a 60%): produzem nitrogênio e contém carbono, 
hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e ferro. 
 Carboidratos (25 a 50%): contém carbono, hidrogênio e oxigênio (açúcares, 
amido, celulose, fibra de madeira). 
 Gordura e óleos (10%). 
 Surfactantes: moléculas orgânicas formadoras de espuma. 
 Fenóis: compostos orgânicos causadores de gosto à água, os quais são 
oriundos dos despejos industriais. 
 Pesticida: toxicidade 
 
Quanto aos compostos inorgânicos, encontram-se na forma de areia e minerais 
dissolvidos. 
 
2.2.2 Parâmetros Químicos 
 
2.2.2.1DBO 
 
É a quantidade de oxigênio utilizada por uma população mista de microorganismos 
durante a oxidação aeróbia da matéria orgânica contida no esgoto. A Curva de DBO x 
Tempo, tem-se a seguinte formulação: 
 
)101(LDBO ktot

 
 
Essa formulação é ilustrada na seguinte ilustração. 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DBO carbonácea ocorre em função da seguinte reação: 
 
MO + O2 CO2 + H2O + MODD + NUTRIENTES 
 
Próximo ao 10º dia se desenvolvem bactérias nitrificantes responsáveis pela nitrificação 
a qual é um processo de oxidação da N-NH3 ao N-NO3. Ocorre em duas etapas: 
 
1º: 2 NH3 + 3 O2(nitrossomas) 2 NO2
-
 + 2 H
+
 + 2 H2O 
 
2º: 2 NO2
-
 + O2(nitrobacter)
2 NO3
-
 
 
Portanto, o consumo de OD ocorre tanto pela oxidação da M.O. carbonácea quanto pela 
nitrificação. Observar ainda que a DBO mede o consumo de OD, exclusivamente dos 
microorganismos, para a oxidação da matéria orgânica biodegradável, além do eventual 
consumo pela nitrificação. 
 
2.2.2.2 DQO 
 
A DQO mede o consumo de oxigênio durante a oxidação química da matéria orgânica, 
esta tanto biodegradável quanto não biodegradável, assim como de alguns compostos 
inorgânicos também. O oxidante utilizado na tese de DQO é o dicromato de potássio 
(K2 Cr2 O7). Uma vez que a oxidação é exclusivamente química, ou seja, não havendo 
nitrificação, logo a DQO é relativa tão somente a M.O carbonácea. A relação DQO / 
DBO pode ser de 1,7 a 2,4 para esgoto bruto e em torno de 3,0 para esgoto 
tratado.Observar que o esgoto tratado apresenta menor concentração de M.O. 
biodegradável, pois parcela substancial da mesma é removida no tratamento. Isto 
explica a maior relação DQO/DBO para o mesmo quando comparada àquela referente 
ao esgoto bruto. 
 05 10 15 20 
 
DBO carbonácea 
 
DBO carbonácea + nitrificação 
Tempo 
(dias) 
DBO 
DBO4 
DBO5 
18 
 
2.2.2.3 Nitrogênio 
 
O nitrogênio apresenta-se na atmosfera, esse seu reservatório natural, em grande parte 
na forma molecular (gasosa – N2) e em parcela menos expressiva como amônia, NH3. 
Por meio de descargas atmosféricas e pela ação de alguns microorganismos fixadores, 
como bactérias e algas, o mesmo é extraído da atmosfera. Não obstante, alguns 
microorganismos também absorvem o nitrogênio nas formas de amônia e de nitrato, os 
quais são imobilizados nas células na forma de nitrogênio orgânico. Outra atuação dos 
microorganismos é na desnitrificação, processo no qual do nitrato (NO3
-
) é utilizado o 
oxigênio (O2) para a oxidação da MO e, então, é liberada o N2 para a atmosfera. A 
desnitrificação ocorre na fase anóxica, a qual é aquela onde não há OD, mas há NO3 e 
MO para ser oxidada. 
 
No ciclo do nitrogênio, além da ação dos microorganismos já comentada, há também a 
ação das plantas e dos animais. As plantas absorvem o nitrogênio na forma inorgânica 
[amoniacal (NH4
+
) ou nitrato (NO
-
3)], ou na forma orgânica [uréia (NH4)
2
CO], o qual é 
imobilizado na forma orgânica. Quanto aos animais, já absorvem o nitrogênio 
imobilizado (orgânico) em plantas e outros animais. No entanto, nos dejetos destes 
animais é liberado também o nitrogênio orgânico o qual é transformado em nitrogênio 
amoniacal pelos microorganismos decompositores. O nitrogênio amoniacal então é 
nitrificado a NO
-
3, forma esta disponível a microorganismos e plantas. 
 
Essas formas de nitrogênio podem indicar alguns cenários ambientais, conforme segue: 
 
 Nitrogênio Orgânico: compõe proteínas animais e vegetais, indica poluição 
recente. 
 
 Nitrogênio Amoniacal: forma inorgânica de N, resultado da atuação dos 
decompositores heterótrofos sobre o nitrogênio orgânico. 
 
 Nitrito: (NO2
-
) Resultado da oxidação de amônia (NH3). 
 
 Nitrato (NO3
-
) Resultado da oxidação do nitrito. 
 
2.2.2.4 Fósforo 
 
Usualmente, as formas de interesse ambiental são os ortofosfatos, polifosfatos e fósforo 
orgânico. 
 
2.3 Características Biológicas 
 
Os principais são bactérias, fungos, protozoários, vírus, algas e grupos de plantas e de 
animais. A atuação das bactérias é na decomposição, enquanto a atuação das algas é nas 
lagoas de estabilização, via oxidação aeróbia e redução fotossintética. Não obstante, 
ocorre em algumas situações o florescimento de algas em mananciais hídricos devido ao 
aporte nos mesmos de esgoto com elevadas concentrações de nutrientes. Como 
indicadores de poluição, são medidas as concentrações as bactérias do grupo coliformes. 
 
 
 
19 
 
3 Características Quanti-Qualitativas 
 
Constam de parâmetros que associam características quantitativas e qualitativas do 
esgoto. É o caso da Carga Orgânica (CDBO; CSS), da População Equivalente (Pe) e da 
População Hidráulica Equivalente (PHE). A Carga Orgânica é um parâmetro utilizado 
para projetar processos de tratamento de esgoto. É apresentado em DBO ou SS. 
População Equivalente é o número de habitantes que produzem uma carga orgânica 
igual ao esgoto de uma determinada indústria, enquanto que a População Hidráulica 
Equivalente é o número de habitantes que produzem uma vazão igual a de uma 
determinada indústria. 
 
As respectivas formulações matemáticas constam a seguir: 
 
dia
L1000
L
mg
dia
m
L
mg
C
3
DBO 
dia.1000
Kg
dia
g
dia
L1000mg
CDBO 


 
 
1000
QDBO
)dia/Kg(C
)dia/m()L/mg(
DBO
3

 
 
)dia.hab/g(
)dia/kg(DBO
)hab(
54
C
Pe 
)dia.hab/m(
)dia/m(
)hab(HE
3
3
2.0
Q
P 
 
 
Isolando a DBO: 
 
DBO (mg/L) = 1000 . CDBO / Q ; CDBO : kg DBO / dia ; Q : m
3
 / dia, 
 
Observar que a DBO do esgoto bruto, assim como a vazão, contém as parcelas de 
esgoto doméstico, do esgoto industrial e da infiltração. Logo, a CDBOe a Q são dadas 
pelas seguintes equações, respectivamente: 
 
CDBO = CDBO/ED + CDBO/I + CDBO/CS 
 
Q = QED + QIA + QIB 
 
Outro parâmetro importante é a População Equivalente, PE, que apresenta a seguinte 
equação: 
 
PE = CDBO/CS / CDBO/Pessoa 
 
Rede de Coleta 
 
1 Componentes e Tipologia 
 
A rede coletora é um conjunto de canalizações que coleta e conduz os esgotos 
sanitários. É composta por tubulações e acessórios, quais sejam: 
 
a) Tubulações: Coletor Secundário, Coletor Tronco, Interceptor e Emissário; 
 
20 
 
b) Acessórios: Usualmente são os seguintes: Sifões Invertidos, Poços de Visita 
(P.V.), Terminal de Limpeza (TL) e Terminal de Inspeção e Limpeza (TIL). 
 
A rede coletora pode ser classificada quanto a macro-estrutura e quanto a micro-
estrutura. Quanto a macro-estrutura, tem-se: 
 
a) Perpendicular: coletores tronco independentes e perpendiculares ao curso da 
água, com ou sem interceptor; 
b) Leque: para terrenos acidentados; 
c) Distrital e Radial: necessita recalque, como em cidades planas. 
 
Quanto a micro-estrutura, divide-se em redes simples ou dupla, onde na rede simples a 
tubulação é lançada sob a via de tráfego, enquanto na rede dupla é lançada uma 
tubulação sob cada passeio. 
 
2 Dimensionamento 
 
2.1 Requisitos Hidráulicos e Sanitários 
 
Para o dimensionamento de uma rede coletora é importante atender requisitos 
hidráulicos e sanitários. Nesse contexto, é importante destacar: 
 
 As tubulações devem ter a capacidade de conduzir vazões máximas e mínimas; 
 
 As tubulações são dimensionadas para que o regime de escoamento seja livre em 
coletores e interceptores e forçado em sifões invertidos e linhas de recalque. Nos 
emissários, o escoamento pode ser livre ou forçado; 
 
 Deve ser garantida a autolimpeza das tubulações. Para tanto, no 
dimensionamento, podem ser adotados dois critérios para verificação, quais 
sejam, o Critério da Velocidade e o Critério da Tensão Trativa. O Critério da 
Velocidade estabelece uma velocidade mínima de transporte da matéria sólida, 
sendo que essa velocidade deve ser tal que garanta que a lâmina mínima seja 
sempre atendida. A Tensão Trativa é a tensão tangencial exercida sobre a parede 
do tubo pelo líquido escoando, onde o valor crítico da mesma, denominado 
Tensão Trativa Crítica, é aquele valor mínimo capaz de iniciar o movimento das 
partículas depositadas nas tubulações. Para ambos critérios, é fundamental haver 
uma declividade
mínima na tubulação; 
 
 O atendimento da declividade mínima da tubulação, propiciando assim a 
autolimpeza nas tubulações, é importante também para evitar ou minimizar a 
geração de sulfeto de hidrogênio (H2S) na mesma. Isso pode ocorrer, pois a 
matéria orgânica ao estagnar-se no fundo da tubulação pode entrar em 
decomposição anaeróbia, condição essa geradora de H2S. 
 
 Nos trechos da rede coletora onde é previsto o escoamento livre, deve ser 
garantido que a lâmina máxima seja atendida de maneira a propiciar um espaço 
para o escoamento dos gases e para evitar trechos sob escoamento forçado; 
 
 A velocidade máxima deve ser obedecida a fim de não causar abrasão nos tubos. 
21 
 
2.2 Equações Básicas e Critérios de Dimensionamento 
 
2.2.1 Vazões de Projeto para Rede Coletora 
 
É importante definir a vazão de início e de final de plano, conforme equações 
apresentadas no Item 1.5. As vazões máximas de início de plano são importantes para 
definir a capacidade de autolimpeza das tubulações. As vazões médias de final de plano 
são determinantes para avaliar a capacidade de autodepuração do corpo hídrico receptor 
e para definir e dimensionar o sistema de tratamento de esgoto. A vazão máxima de 
final de plano é importante para definir os diâmetros dos trechos da rede coletora. 
 
2.2.2 Taxas de Contribuição 
 
As equações são as seguintes: 
 
a) Cálculo de Taxa de Contribuição Linear Inicial (TLi): TLi = (QDi / Li) + Ti 
b) Cálculo de Taxa de Contribuição Linear Final (TLf): TLf = (QDf / Lf) + Tf 
 
Podem ser estimadas também as Taxas de Contribuição por Área, tanto inicial quanto 
final. 
 
2.2.3 Vazões de Projeto para Trechos de Tubulação 
 
Devem ser estimadas as vazões de montante, de jusante e de contribuição, conforme 
equações seguintes. 
 
a) Vazão de Montante: QMi = somatório das vazões iniciais de montante 
 QMf = somatório das vazões finais de montante 
 
 
b) Vazão de Contribuição no Trecho: inicial: QTi = TLi . Lt 
 final: QTf = TLf . Lt 
 onde: Lt é o comprimento do trecho. 
 
c) Vazão de Jusante: inicial: QJi = QMi + QTi 
 final: QJf = QMf + QTf 
 
Considerar que, conforme norma, o a vazão mínima deve ser de 1,5 l/s em cada trecho 
de tubulação da rede. 
 
2.2.4 Determinação da Declividade I: 
 
Calcular a declividade mínima da tubulação e a declividade do terreno. Para Imin, tem-
se Imin = 0,0055.(Qimax)
-0,47
, onde Qimax é em L/s e I é em m/m. A maior entre as 
duas declividades calculadas será a declividade I de projeto. Cabe destacar que tal 
equação foi construída em função da equação de Manning, a qual V = (RH
2/3
 . I
1/2
) / n. 
 
2.2.5 Determinação do Diâmetro: 
 
22 
 
Determinar o diâmetro para Qfmax , Y/D = 0,75 e n = 0,013 , conforme norma. Logo, 
para D tem-se D = [0,0463. (Qfmax/ I
0,5
)]
0,375
, sendo Qf em m
3
/s e D em m. Observar 
que a relação (y/D) máximo  0,75 deve ser atendida para garantir o escoamento livre 
nos trechos pertinentes. Destaca-se também que o diâmetro mínimo deve ser de 100 
mm, conforme norma específica. 
 
2.2.6 Determinação dos Raios Hidráulicos Inicial (RHi) e Final (RHf): 
 
Valores determinados conforme aplicação da equação de Manning. O Rhi é importante 
para definir a Tensão Trativa Crítica. Os parâmetros e valores da Eq. de Manning são 
apresentados em tabela em anexo. No entanto, a tabela auxiliar para determinação do 
raio hidráulico, em função de Y/D, consta a seguir: 
 
 Tabela: Relação entre Raio Hidráulico e Lâmina do Escoamento 
Y/D  = RH/D Y/D  = RH/D 
0,025 0,016 0,550 0,265 
0,050 0,033 0,600 0,278 
0,075 0,048 0,650 0,288 
0,100 0,064 0,700 0,297 
0,125 0,079 0,750 0,302 
0,150 0,093 0,775 0,304 
0,175 0,107 0,800 0,304 
0,200 0,121 0,825 0,304 
0,225 0,134 0,850 0,304 
0,250 0,147 0,875 0,301 
0,300 0,171 0,900 0,299 
0,350 0,194 0,925 0,294 
0,400 0,215 0,950 0,287 
0,450 0,234 0,975 0,277 
0,500 0,250 1,000 0,250 
 
2.2.7 Determinação das Velocidades Inicial (Vi) e Final (Vf): 
 
Valores determinados conforme aplicação da equação de Manning. Observar que pelo 
Critério da Velocidade para autolimpeza das tubulações, recomenda-se V  0,6 m/s e 
(y/D) mínimo  0, 2, valores a serem observados no início do plano. Já a velocidade 
máxima, que ocorrerá no final do plano, deve ser inferior a 5,0 m/s para evitar o efeito 
de abrasão sobre os tubos. 
 
2.2.8 Determinação da Tensão Trativa: 
 
É dada pela equação i = . RH. I, onde i em kgf / m2,  = 1000 kgf / m3, RH em m e I 
em m/m. Conforme já comentado, o raio hidráulico considerado é o raio hidráulico 
inicial pois é nas condições de início de plano que interessa avaliar a condição de 
autolimpeza. A recomendação é garantir τc 0,10 kgf / m2 para coletores e τc 0,15 kgf 
/ m
2 
para interceptores. 
 
2.2.9 Velocidade Crítica: 
 
23 
 
A equação é Vc = 6 (gRH)
0,5
 , onde se Vf>Vc, logo Yf / D = 0,5. A entrada de ar no 
meio líquido tende aumentar a altura da lâmina de água na tubulação. Passa a ocorrer 
uma oscilação entre o regime livre e a força de o que pode danificar o tudo. Logo, 
quando VfVc, momento a partir de qual há entrada de ar na tubulação, é importante 
propiciar (y/D)0,5 de maneira a garantir a ventilação de tudo. Conforme em Sobrinho, 
Tsuya, o número de Boussinesq é que melhor representa o fenômeno de entrada de ar no 
meio líquido. Sua formulação é a seguinte: 
 
B = Vc / (g . RH )
0,5
 
 
Quando B = 6,0 , inicia-se o processo de mistura ar líquido. Logo, 
 
Vc = 6(g . RH )
0,5
 
 
onde,Vc: velocidade crítica, m/s;g = 9,81 m/s
2
;RH = m. 
 
Observar que neste caso a velocidade do escoamento V é igual a Vc. No entanto, para 
B>6,0 , V > Vc. 
 
3 Diretrizes para Concepção da Rede Coletora de Esgoto 
 
As fases para concepção e projeto de uma rede coletora de esgoto são a caracterização 
de fatores intervenientes, o diagnóstico sistema existente, a definição dos parâmetros de 
projeto, a definição de alternativas e pré – dimensionamento das mesmas, a definição da 
alternativa mais atrativa, considerando custo benefício e impactos e o estabelecimento 
das diretrizes gerais do projeto. Não obstante, as seguintes diretrizes podem ser 
consideradas para definir o melhor traçado do sistema de esgoto: 
 
- Estudo da população a ser atendida; 
- Separar pontos de grandes contribuições singulares (indústrias, hospitais, etc.); 
- Prever as vazões; 
- Fazer um traçado preliminar, observando a topografia; 
- Traçado da rede de coletores de esgoto na via pública: 
 Profundidades máximas dos coletores: Passeio: de 2,0 a 2,5 m, dependendo do 
tipo de solo; Via de Tráfego e nos terços: de 3,0 a 4,0 m. 
 Profundidades mínimas dos coletores de esgoto na via pública: Passeio: 
recobrimento superior a 0,90 m; Via de Tráfego: recobrimento superior a 0,65 
m. 
- Encaminhar a localização da tubulação na via, onde há dois tipos de redes, a Rede 
Dupla e a Rede Simples. A rede dupla é ilustrada na figura a seguir. 
 
 
24 
 
Edifício
Edifício Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Edifício
Rede de Esgoto
Alinhamento Predial
Calçada
Rede de Água
TIL (Terminal de Inspeção e Limpeza)
Conexão Cruzeta
 
 
 
Sua utilização é recomendada na ocorrência de pelo menos um dos seguintes casos: 
 
 Vias Públicas com tráfego intenso; 
 Vias Públicas com largura entre os alinhamentos dos lotes igual ou superior a 14 m 
para ruas asfaltadas, ou 18 m para ruas de terra; 
 Vias com interferências
que impossibilitem o assentamento de coletores nas vias de 
tráfego, ou que constituam empecilho à execução das ligações prediais. Nesses 
casos, a tubulação poderá ser assentada no passeio, desde que a sua largura seja de 
preferência superior a 2,0 m e a profundidade do coletor não exceda a 2,0 m ou a 2,5 
m, dependendo do tipo de solo, e que não existam interferências que dificultem a 
obra. Caso não sejam possíveis estas soluções, pode-se lançar a rede na via de 
tráfego, próxima à sarjeta. 
 
Quanto a rede simples, pode ser utilizada caso não ocorra nenhuma das observações 
citadas acima, os coletores poderão ser lançados no eixo ou no terço da via de tráfego. 
Observar figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIL ou PV - Via de Tráfego
TIL - Passeio
TIL - Ligação Condominial
TIL ou PV Via 
Tráfego 
TIL 
Passeio 
TIL 
Ligação Domiciliar 
25 
 
A configuração das posições das tubulações de água e esgoto no leito carroçável é 
apresentada na figura a seguir. Cabe observar que a rede coletora de esgoto deve ficar 
abaixo da rede de distribuição de água a fim de evitar contaminação da água nesta 
última quando houver vazamentos na primeira. 
 
 
O lançamento das canalizações em valas rasas requer alguns procedimentos no sentido 
de protegê-las da atuação de esforços excessivos causados pelas atividades seja sobre o 
leito carroçável, seja sobre o passeio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro fator a ser ilustrado refere-se as conexões utilizadas nas redes coletoras, como os 
poços de visita. Na figura seguinte, são apresentados esquemas demonstrando poços de 
visita com configuração típica e poços com configuração onde é instalado um tubo de 
queda. 
 
 
 
 
 
 
Rede de Esgoto
90
 cm
Rede de Água
80
 cm Coletor Predial
Passeio
Caixa de Inspeção
Caixa de Inspeção
Alinhamento Predial
1/3 da distância da 
via de tráfego
TIL - Ligação Domiciliar
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Generalidades sobre Tratamento de Esgoto 
 
 
1 Princípios Sobre o Tratamento de Esgoto 
 
Os sistemas de tratamento de esgoto têm por função basicamente a remoção de matéria 
orgânica, nutrientes e microrganismos patogênicos de maneira a promover a proteção 
ambiental e a saúde pública, respectivamente. Neste sentido o tratamento pode ser de 
natureza física, química e biológica. Considerando que esse texto prioriza a abordagem 
do tratamento do esgoto doméstico, serão destacados conceitos sobre a biologia do 
tratamento do esgoto. 
 
1.1 Princípios Relacionados a Física do Tratamento do Esgoto 
 
Os processos físicos objetivam, através de processos de interceptação (grades) e de 
processos de sedimentação (caixas de areia, decantadores, fossas sépticas, etc.), a 
remoção dos sólidos grosseiros e sedimentáveis, respectivamente. 
 
1.2 Princípios Relacionados à Biologia do Tratamento do Esgoto 
 
Os processos biológicos, conjuntamente com os processos físicos, são os mais utilizados 
no Brasil para o tratamento de esgoto doméstico. Basicamente dividem-se em processos 
aeróbios, cujo agente oxidante é o oxigênio dissolvido, e em anaeróbios onde os agentes 
 Poço de visita típico  Poço de visita com tubo de queda 
27 
 
oxidantes são nitratos, sulfatos e dióxido de carbono. São exemplos representativos o 
sistema de lodo ativado, a lagoa de estabilização, o reator anaeróbio, o filtro biológico e 
a própria fossa séptica, já citada. Existem ainda os processos biológicos facultativos 
onde, em uma mesma unidade, desenvolvem-se simultaneamente os processos aeróbios 
e anaeróbios. 
 
1.2.1 Sobre a Atuação dos Microrganismos 
 
Classificação e Estrutura Celular 
 
Os microrganismos classificam-se em Monera / Protista, onde a diferenciação celular 
inexiste, e Vegetal / Animal, onde a diferenciação celular elevada, contendo células, 
tecidos, órgãos e aparelhos. A estrutura das células é apresentada na ilustração a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matéria e Energia Utilizadas 
 
Necessidades do Ser Vivo são crescimento, locomoção, reprodução e, para tanto, são 
necessários energia, carbono e nutrientes pelo mesmo. As Fontes de Energia a luminosa 
e a química, enquanto as Fontes de Carbono são o CO2 e a matéria orgânica. Assim, os 
microrganismos podem ser autótrofos e heterótrofos. Os microorganismos autótrofos 
utilizam gás carbônico (CO2), água, nutrientes e energia luminosa, retidas na clorofila, 
para a síntese, por meio da fotossíntese, de novas células. Neste sentido, os 
microorganismos autótrofos são considerados “acumuladores de energia”. 
 
Já os microorganismos heterótrofos utilizam a M.O. para obter a energia para síntese de 
novas células. Especificamente, esta energia é obtida pela oxidação da glicose. São 
considerados consumidores de energia. O Metabolismo dos Microrganismos é função 
da atuação das enzimas que catalizam reações químicas, onde as Endoenzimas são 
Enzimas Intracelulares e as Exoenzimas são Enzimas Extracelulares. Nesse processo, na 
remoção de MO do Esgoto ocorre uma assimilação de energia nas células, sendo que as 
formas de geração são a Respiração (desassimilação oxidativa) e a Fermentação 
(desassimilação fermentativa). Na Oxidação a matéria orgânica ou inorgânica, a qual é 
Área Nuclear 
(DNA) 
Membrana 
Celular 
Parede 
Celular 
Ribossomas 
( RNA) 
Citoplasma 
28 
 
doadora de elétrons, é reduzida pelo agente oxidante (O2, NO3
-
, SO4
2-
, CO2), que é 
aceptor de elétron. 
 
Os Aceptores Preferenciais, os quais liberam mais energia são O2, NO3
-
, SO4
2-
, CO2. 
Quanto a Respiração, os organismos classificam-se em aeróbios estritos, que utilizam 
oxigênio, os facultativos que utilizam oxigênio e depois o nitrato e os anaeróbios que 
utilizam o sulfato e o dióxido de carbono.As formas preferenciais são: 
 
 1
o
 Aeróbia / O2; 
 2
o
Anóxica / NO3
- 
(desnitrificação) ; 
 3
o
 Anaeróbia / SO4
2- 
(dessulfatação) ; 
 4
o
 Anaeróbia / CO2 (metanogênese) . 
 
No caso da metanogênese, têm-se os tipos Hidrogenotrófica, onde o metano produzido a 
partir do H
+
, e a Acetotrófica, onde o metano produzido a partir do C orgânico na forma 
de acetato (ácido acético). O conjunto de reações acima citado apresenta as seguintes 
formulações: 
 
1) Aeróbia: 
C6H12O6 + 6O2>6C02 + 6H2O 
 
2) Desnitrificação (Condições Anóxicas): 
2NO3
-
 -N + 2H
+
> N2 + 2,5O2 + H20 
 
3) Dessulfatação (Condições Anaeróbias): 
CH3COOH + SO4
2-
 + 2H
+
> H2S + 2H2O +2CO2 
 
4) MetanogêneseHidrogenotrófica (Condições Anaeróbias) 
4H2 + CO2> CH4 + 2H2O 
 
5) MetanogêneseAcetotrófica (Condições Anaeróbias) 
CH3C00H > CH4 + CO2 
 
Neste contexto, observar que a produção de lodo é maior nas reações aeróbias pois estas 
liberam mais energia, implicando em maior velocidade na reprodução do 
microorganismos e conseqüente maior velocidade (maiores taxas) na estabilização da 
MO. O substrato menos oxidado (mais reduzido) tem mais energia. Logo, o mesmo 
dispõe de mais elétrons para doar. 
 
 
1.2.2 Sobre a Tipologia dos Microrganismos 
 
Basicamente são as Bactérias, as Algas, os Protozoários, os Rotíferos e os Fungos. As 
Bactérias são organismos unicelulares e os principais estabilizadores da MO. Podem ser 
heterotróficas ou autotróficas e atuam nos Processos Aeróbios, Anaeróbios e 
Facultativos. As bactérias Heterotróficas usam matéria orgânica como fonte de energia
e 
carbono e são classificadas em função do uso do oxigênio, a saber: 
 
 Aeróbias: O.D (livre) 
Matéria Orgânica+ O.D (LIVRE) CO2 + H2O + Energia 
 
29 
 
 Anaeróbias: ausência de O.D, usam oxigênio ligado a outros compostos. 
Matéria Orgânica+ NO
-
3 CO2 + N2 + Energia 
Matéria Orgânica+ SO
-
4 CO2 + H2S + Energia 
Matéria Orgânica Ácidos Orgânicos + CO2 + H2O + Energia 
  CH4 + CO2 + Energia 
 
As bactérias Autotróficas usam matéria inorgânica como fonte de e CO2 como fonte de 
carbono. A classificação é a seguinte: 
 
 Da nitrificação: Oxidam NH3 em primeiro NO
-
2 e em segundo NO
-
3. 
 
 Do enxofre: 
H2S + Oxigênio  H2 SO4 +Energia 
Matéria Orgânica+ SO
-
4  CO2 + H2S + Energia 
Matéria Orgânica Ácidos Orgânicos + CO2 + H2O + Energia 
 CH4 + CO2 + Energia 
 Do ferro: 
 Fe 
++
 (ferroso) + Oxigênio  Fe +++ (férrico) +Energia 
 Fe 
+++
 em solução aquosa  Fe (OH)3+Energia : Assimilado pelas bactérias 
e posteriormente liberado. 
 
As Algas utilizam CO2 na fotossíntese e para sobrevivência e reprodução e liberam O2. 
A energia é solar, porém, na falta de luz, o O2 é usado para degradar o nutriente 
armazenado, visando a produção de energia. Cabe ainda destacar que as mesmas são 
atuantes nas lagoas facultativas e produzem oxigênio livre via fotossíntese. 
 
Os Protozoários são organismos Unicelulares que se alimentam de Algas, Bactérias e 
outros Microorganismos. Alguns são Patogênicos e atuam nos Processos Aeróbios e 
Facultativos. Já os Rotíferos alimentam-se de Bactérias e MO a presença dos mesmos 
no Efluente indica eficiência do tratamento. Já os Fungos sobrevivem em baixo pH e 
são filamentosos e, assim, dificultam decantabilidade do lodo. 
 
 
 1.2.3 Crescimento dos Microrganismos 
 
O crescimento dos microrganismos pode ser disperso, onde há formação de flocos que 
ficam suspensos na água, e aderido, onde há fixação sobre um meio suporte, formando 
biofilme. 
 
No crescimento disperso, há formação de flocos, onde o floco consta de composto 
aglutinado numa estrutura. A composição do mesmo é MO, material inerte e 
microrganismos, havendo gradiente de OD no interior do floco. Este formado, a MO 
suspensa é removida via sedimentação. No Crescimento Aderido, há formação de 
Biofilme onde há a fixação de microorganismos em suporte sólido ou suspenso. Assim, 
ocorre que o biofilme viabiliza retenção de elevada concentração de biomassa por 
considerável período de tempo. Os estágios de formação do Biofilme são os seguintes: 
30 
 
 Espessura Fina: Superfície do suporte não totalmente coberta 
 Espessura Intermediária: Espessura constante da camada ativa 
 Espessura Elevada: 
- crescimento e decaimento bacteriano ocorrendo simultaneamente; 
 - desalojamento de partes do biofilme; 
 - entupimento do biofiltro. 
 
Para engendrar um comparativo entre o crescimento disperso e aderido, é importante 
considerar variáveis como o TDH, tempo de detenção hidráulica, e o Tgc, tempo de 
geração celular. Assim, 
 
a) Sistema Disperso: para crescimento microbiano, Tdh>Tgc , de maneira a 
assegurar o crescimento das células dentro do reator. 
 
b) Sistema com Biofilme 
 Tdh pode ser menor que Tgc, pois as células ficam aderidas no suporte, 
implicando em menor volume do reator; 
 fixação das células no suporte reduz necessidade de posterior clarificação; 
 taxa de remoção de substrato pode ser maior que para o sistema disperso; 
 para biofilme de espessura elevada, há limitações para a difusão da MO no 
mesmo. 
 
A fim de exemplificação, entre os sistemas dispersos cabe citar as Lagoas de 
Estabilização e os Lodos Ativados, enquanto entre os aderidos cita-se o Filtro 
Biológico, Biodisco, Biofiltro Aerado, Filtro Anaeróbio, Disposição no Solo, entre 
outros. 
 
1.3 Aspectos Relacionados à Química do Tratamento do Esgoto 
 
Os processos químicos, de larga aplicação no tratamento dos efluentes industriais, são 
importantes tanto nos fenômenos de coagulação e floculação para posterior decantação 
dos sólidos não decantáveis, quanto nos fenômenos de desinfecção do esgoto. 
 
2 Autodepuração de Cursos Hídricos 
 
Equilíbrio natural entre os fenômenos de desoxigenação e reaeração em um recurso 
hídrico, a medida que a matéria orgânica estabiliza-se ao longo do tempo. A 
decomposição pode ser aeróbia e anaeróbia, enquanto a reaeração é física ou via 
fotossíntese. A formulação do processo, em condições aeróbias, pode ser pelo modelo 
Streeter-Phelps, conforme o seguinte equacionamento: 
 
t.k
o
t.kt.k
12
o1 221 10D)1010(
kk
Lk
D
 



 
 
D: déficit de O.D no tempo t (mg/L); 
 
K1: coeficiente de desoxigenação (dia 
–1
) com valores de: 
 0.08 a 0.10 para esgoto tratado; 
 0.20 a 0.30 para esgoto bruto. 
31 
 
 
K2: coeficiente de reaeração (dia 
–1
) com valores de: 
 0.09 para escoamento lento; 
1.3 para escoamento rápido. 
 
t: tempo após lançamento do esgoto (dia). 
 
 
Do: Valores de saturação de OD (mg/L), que variam com a temperatura. Observar 
tabela abaixo. 
 
Temperatura (
o
C) 
p/água 
10 15 20 25 
O.D sat (mg/L) 11.3 10.2 9.2 8.4 
 
 
Sistemas de Tratamento de Esgoto 
 
1 Considerações Sobre o Tratamento 
 
1.1 Efluentes Domésticos 
 
Conforme já comentado, os sistemas de tratamento de esgoto têm por função 
basicamente a remoção de matéria orgânica, nutrientes e microorganismos patogênicos, 
e podem ser de natureza física, química e biológica. Não obstante, em função da 
eficiência destes processos de tratamento, os mesmos são também classificados em 
preliminar, primário, secundário e terciário, configurando assim níveis de tratamento. 
Nos níveis preliminar e primário, predominam os processos físicos, enquanto no nível 
secundário predominam os processos biológicos. No nível terciário, por sua vez, 
ocorrem fenômenos químicos e biológicos, predominantemente. 
 
Sobre alguns destes sistemas no entanto, são pertinentes algumas observações. Os 
sistemas de lodos ativados usuais classificam-se em convencionais, por aeração 
prolongada e de fluxo intermitente. São sistemas de grande eficiência na remoção de 
matéria orgânica, porém para tanto, faz-se necessário considerável consumo de energia. 
Os reatores anaeróbios no entanto são menos eficientes na remoção de matéria orgânica 
que os sistemas de lodos ativados, mas além destes reatores não consumirem energia, 
geram a mesma em forma de biogás. Cabe citar os tipos Tanque Séptico, UASB, 
modelos estes usuais no Brasil. Outro tipo de sistema bastante usado no Brasil, 
principalmente na Região Nordeste em função do clima apropriado, é a Lagoa de 
Estabilização. Existem diversas variantes como a Lagoa Facultativa, a Lagoa 
Anaeróbia, a Lagoa Aeróbia, Lagoa Aerada, e a Lagoa de Maturação (Polimento). 
Diversas combinações entre as mesmas são possíveis, configurando portanto sistemas 
conjugados. 
 
1.2 Efluentes Industriais 
 
1.2.1 Estudos Preliminares para Concepção do Sistema de Tratamento 
 
32 
 
Inicialmente, algumas variáveis quantitativas e qualitativas devem ser definidas. As 
quantitativas são a vazão, a população equivalente (Pe) e a população hidráulica 
equivalente (Phe). As variáveis qualitativas são várias, onde a natureza do despejo 
definirá aquelas a serem identificadas. Em geral, são importantes a DBO, DQO, óleos e 
graxas, pH, sólidos totais, suspensos e dissolvidos, nutrientes, metais pesados, entre 
outras. 
 
A vazão é específica para cada indústria, assim como sua variação ao longo do tempo.
A população equivalente é o número de habitantes que produzem uma carga orgânica 
igual ao esgoto de uma determinada indústria. A população hidráulica equivalente, por 
sua vez, é o número de habitantes que produzem uma vazão igual a de uma determinada 
indústria. Quanto a caracterização qualitativa do esgoto industrial, para fins de 
ilustração, é apresentada uma caracterização genérica do mesmo na tabela a seguir, na 
qual constam também valores de variáveis usuais em esgoto sanitário, para fins de 
comparação. 
 
 Tabela: Algumas Características do Esgoto Doméstico e Industrial 
Parâmetros Esgoto Doméstico Esgoto Industrial 
 Laticínios Abat. de Bovinos 
Sólidos Totais 
(mg/L) 
800 1600 3300 
DBO (mg/L) 200 1000 1400 
NTotal (mg/L) 35 50 150 
Fósforo 
Total(mg/L) 
10 12 16 
 
Observar o quanto é alta a DBO do esgoto de laticínios e abatedouros de bovinos 
quando comparados ao esgoto doméstico. São características fundamentais na 
concepção do tratamento do esgoto industrial. Ou do sistema público de tratamento de 
esgoto, que recebe uma composição de esgoto doméstico e industrial. A concentração 
da matéria orgânica, entre outras variáveis não menos importantes, definem se há 
necessidade ou não de pré-tratamento de esgoto na própria indústria. Os efluentes 
industriais necessitam de pré-tratamento também quando o esgoto é nocivo à saúde, 
interfere no sistema de tratamento, obstrui e agride tubulações e equipamentos e estão a 
temperaturas elevadas. São questões importantíssimas a serem observadas antes do 
lançamento do esgoto na rede pública de esgotamento sanitário. 
 
1.2.2 Processos de Tratamento de Efluentes Industriais 
 
Os efluentes industriais apresentam características muito específicas em função da 
natureza do processo industrial. Neste sentido, processo de tratamento deve ser 
concebido e projetado caso a caso. No entanto, é possível sintetizar princípios gerais 
para o tratamento dos efluentes industriais. Os métodos de tratamento de efluentes 
industriais classificam-se em físicos, químicos e biológicos. Os tratamentos físicos são 
importantes para remoção de sólidos em geral, óleos e gorduras. Os sólidos grosseiros 
são retidos pelo gradeamento, enquanto os sólidos finos são retidos por peneiras. A 
areia é retida me caixas de areia ou desarenadores. 
 
No tanque retentor, a seção transversal de escoamento aumenta enquanto a velocidade e 
a turbulência do mesmo diminuem. Nestas condições, os sólidos mais densos que o 
33 
 
líquido decantam e os menos densos ascendem. No entanto, neste processo de ascensão, 
os sólidos de maior dimensão ascendem mais rapidamente que aqueles de menor 
dimensão. A taxa de aplicação, que é a própria velocidade mínima (Vmín) de ascensão, 
é dada pela seguinte equação: 
 
Vmín = Q / As, 
 
onde Q é a vazão do líquido e As é a superfície livre. 
 
Para a remoção dos sólidos mais densos que os líquidos tem-se a decantação e a 
flotação. Na decantação, os sólidos sedimentáveis tendem a se separem do líquido. Na 
flotação, o ar comprimido é insuflado e, consequentemente, dissolvido no líquido. O ar 
dissolve-se na água a 20
o
C na concentração de 75 mg/l, quando sob à pressão absoluta 
de 4,0 Kg / cm
2
. No entanto, sob pressão atmosférica, para a mesma temperatura, o ar 
dissolve-se na água à concentração de 20 mg/l. Neste sentido, quando esta água saturada 
de ar é submetida à pressão atmosférica, 55,00 mg/l de ar se transfere para a atmosfera e 
carreia as partículas mais densas que a água. 
 
O tratamento químico é empregado para remoção de substâncias coloidais e dissolvidas, 
entre as quais cabe destacar as causadoras de cor e turbidez, e os metais pesados. A 
coagulação e floculação são importantes nesse processo. O tratamento químico é 
importante também para a neutralização dos despejos industriais. Considerando que os 
corpos hídricos receptores devam ser mantidos em faixas adequadas e pH, se o efluente 
a ser tratado estiver acidificado, logo precisará ser neutralizado por uma base. Por 
exemplo, é possível utilizar soda cáustica para neutralizar o ácido sulfúrico que acidifica 
o efluente. Quando, no entanto, o efluente estiver alcalinizado, será necessário 
neutralizá-lo com o uso de um ácido. O próprio ácido sulfúrico pode ser utilizado como 
neutralizador de uma base. 
 
Porém, no processo de neutralização, sais são formados. No caso de adição de soda 
cáustica para neutralizar o ácido sulfúrico, já comentado, é gerado o sulfato de sódio 
solúvel. Isto posto, faz-se importante destacar que para a remoção de sais pode ser 
utilizada a osmose reversa. Neste processo o caminho natural imposto pela pressão 
osmótica é revertido. No caminho natural na osmose os sais contidos em uma solução, 
em menor concentração, deslocam-se através de um corpo semipermeável para uma 
solução de maior concentração. Este deslocamento, portanto, ocorre sob pressão 
osmótica. Não obstante, na osmose reversa a pressão osmótica é superada por uma 
pressão aplicada ao sistema, onde o líquido é forçado a deslocar-se pela membrana 
semipermeável da solução mais concentrada para a solução menos concentrada. Neste 
processo são removidos sais, assim como contaminantes orgânicos, íons, vírus, 
bactérias e colóides. 
 
Os tratamentos biológicos são importantíssimos também para o tratamento dos efluentes 
industriais. Para efluentes com considerável demanda bioquímica de oxigênio, quando é 
o caso, por exemplo, de efluentes de laticínios e abatedouros de bovinos, conforme já 
apresentado, a lagoa anaeróbia é muito apropriada e útil para a remoção de uma parcela 
considerável de matéria orgânica. Já as lagoas de maturação igualmente são de grande 
aplicação, tanto na remoção de patógenos quanto na remoção de nutrientes. 
 
 
34 
 
2 Apresentação dos Sistemas de Tratamento de Esgoto 
 
2.1 Tratamento Preliminar 
 
Consta de gradeamento grosseiro e fino, caixa de areia e medidor de vazão. Desta 
maneira, o Tratamento Preliminar objetiva proteger sistemas de recalque, sistemas de 
tratamento e corpo receptor. A remoção de sólidos grosseiros ocorre pela instalação de 
Grades e Trituradores. A remoção de areia é importante para evitar abrasividade e 
obstruções no sistema, além de facilitar o escoamento do lodo. Os tipos usuais são a 
Caixa de Areia e o Desarenador. A remoção de gorduras e sólidos flutuantes é para 
evitar a obstrução dos coletores, aderências nas peças, sobrecarga das unidades de 
tratamento. Os tipos usuais são as caixas de gordura domiciliares, tanques aerados, 
disposição de remoção em decantadores. E o medidor de vazão é importantíssimo para o 
monitoramento da ETE. Tal medidor pode ser uma calha Parshall, por exemplo. 
 
2.2 Tratamento Primário 
 
O Tratamento Primário objetiva a sedimentação e digestão de matéria sedimentável, 
além da retenção de óleos e graxas. O material sedimentável forma um lodo o qual deve 
ser digerido e estabilizado. Após isso, o mesmo deve ser disposto em Leitos de 
Secagem, Lagoas de Lodo, Filtro Prensa, Filtro a Vácuo e Centrífuga. Os óleos e graxas 
retidas formam um sobrenadante conhecido como escuma, e deve ser removida do 
tanque periodicamente. 
 
2.2.1 Fossas Sépticas e Tratamentos Complementares 
 
2.2.2.1 Fossas Sépticas 
 
As fossas sépticas são dispositivos de tratamento de esgoto cuja finalidade básica é a 
remoção de matéria orgânica. Trata-se de um sistema bastante difundido no Brasil dada 
sua simplicidade construtiva, fator este facilitador para sua utilização em domicílios e 
comunidades de pequeno porte que não estejam cobertas por sistemas públicos de 
tratamento de esgoto. Trata-se
de uma unidade (prismática ou circular) de escoamento 
horizontal e contínuo e, quanto ao seu funcionamento, basicamente atuam os processos 
físicos de decantação, dos sólidos em suspensão, e de flotação de óleos e graxas, além 
dos processos biológicos de estabilização anaeróbia da matéria orgânica. Quanto a 
função dos tanques sépticos, os seguintes pontos são importantes como a proteção dos 
corpos hídricos e dos solos, o controle da proliferação de insetos, a promoção da saúde 
pública, etc. Assim, o uso do sistema de tanque séptico somente é indicado para: 
 
 Área desprovida de rede pública coletora de esgoto; 
 Alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local. 
 Retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede 
coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente 
livre de sólidos sedimentáveis. 
 
Os tipos de tanques são a Câmara única, as Câmaras em série e as Câmaras sobrepostas. 
Quanto a forma, podem ser prismáticas e circulares. A Geometria dos Tanques 
prismáticos, com relação as medidas internas mínimas por exemplo, a norma vigente 
estabelece que a relação comprimento / largura (C/L) a ser adotada nos projetos esteja 
35 
 
na faixa de 2,0 à 4,0. Para tanques circulares no entanto, deve ser observado a relação D 
 2.H , sendo D o diâmetro e H a altura do tanque. Recomenda ainda profundidades 
máximas (Hmáx) e mínimas (Hmin) em função do volume útil, quais sejam: 
 
Para Vu< 6,0 m³  Hmáx = 2,20 m ; Hmín = 1,20 m 
Para 6,0 m³ <Vu< 10,0 m³ Hmáx = 2,50 m ; Hmín = 1,50 m 
Para Vu> 10,0 m³  Hmáx = 2,80 m ; Hmín = 1,80 m 
 
A eficiência do sistema e a definição da Disposição do efluente são outros pontos 
importantes para a aplicação dessa tecnologia. Segundo JORDÃO, PESSOA (1975), 
experiências indicaram valores de eficiência na faixa de 35 a 60% na remoção de DBO, 
e aproximadamente 60% na remoção de sólidos em suspensão. Sperling et al (1996), no 
entanto, apresentam valores de eficiência de remoção de 30 a 40% de remoção de 
matéria orgânica, 60 a 70% na remoção de sólidos em suspensão e 30 a 40% de 
remoção de patogênicos. A bibliografia é consensual no fato que tal eficiência é 
moderada no referente a remoção da matéria orgânica e fraca na remoção de patógenos. 
 
Tais evidências são esclarecedoras indicando a necessidade de tratamento adicional do 
efluente da fossa séptica, tanto para potencializar a remoção de matéria orgânica, quanto 
a remoção de patogênicos. Para tanto existem diversas alternativas como filtro 
anaeróbio, vala de infiltração, vala de filtração, disposição controlada no solo, assim 
como aquelas específicas à desinfecção como a cloração, ultravioleta, ozônio, entre 
outros. Tais alternativas serão apresentadas na sequência. 
 
Enfim, uma questão, já abordada, deve ser ressaltada: a fossa séptica, para os fins que se 
propõe, é um sistema útil na remoção parcial da matéria orgânica, mas pouco eficaz na 
remoção de microorganismos patogênicos, fato este que sugere a contínua busca de 
soluções mais resolutivas que garantam a proteção ambiental e segurança sanitária. 
Dentre as variáveis para o projeto e dimensionamento, é fato que as mesmas são várias, 
entre as quais cabe citar a contribuição per capita diária de esgoto (C), a contribuição 
per capita de lodo fresco, o número de contribuintes (N), o tempo de detenção (Td), a 
taxa de acumulação de lodo digerido, a área horizontal (A) e o volume útil (Vu). 
 
A norma pertinente é a NBR 7229 “Projeto, Construção e Operação de Sistemas de 
Tanques Sépticos”, onde a metodologia de dimensionamento e recomendações diversas 
são apresentadas. A contribuição C é função do número de pessoas por residência e dos 
valores de contribuição per capita por tipologia de residência. O Período de Detenção 
dos Despejos (Td), outro preceito importante da norma em questão. Esta se refere ao 
tempo de detenção, estabelecendo que, para uma faixa de contribuição diária de 1.500 L 
à 9.000 L, o Td varia inversamente proporcional de 1,00 dia à 0,5 dia. Para o 
dimensionamento, a NBR 7229 apresenta a seguinte rotina: 
 
a) Número total de pessoas ou habitantes na edificação: 
 
b) Contribuição de despejos (C): Tabela 1 NBR 7229. 
 
c) Contribuição diária total (C’): 
 
 C’ = C x no de pessoas ou habitantes na edificação. 
36 
 
 
d) Período de detenção (T): Tabela 2 NBR 7229. 
 
e) Taxa de acumulação de lodo digerido (k): Tabela 3 NBR 7229. 
 
f) Contribuição de lodo fresco (Lf): TABELA 1 NBR 7229. 
 
g) Volume útil do tanque séptico: V = 1000 + N.(C.T+ K.Lf) 
 
Esse volume é o volume útil do tanque, respectivo ao volume de ocupado pelo esgoto 
que está sendo tratado. O volume “seco”, aquele que não está em contato com o tanque, 
deve ser somado ao útil para se obter o volume total. 
 
Na execução, deve ser observado: 
 
 Para o afastamento mínimo das fontes de água recomenda-se 20,00 metros; 
 A localização da fossa deve facilitar a conexão do coletor predial ao futuro 
coletor público; 
 Deve haver facilidade de acesso para viabilizar a limpeza do tanque séptico. 
 
E, para a Operação, deve-se observar que a remoção do lodo digerido deve obedecer ao 
previsto em projeto e que a disposição do mesmo deve ser em aterro sanitário, na ETE 
ou na rede coletora de esgoto. 
 
2.2.2.1 Disposição dos Efluentes das Fossas Sépticas 
 
Sumidouro 
 
Consta de um poço para infiltração do esgoto no solo. O dimensionamento é função da 
Taxa de Absorção do Solo (TAS). 
 
a. Requisito Básico: TAS  40 l / m2.dia, condição esperada em solos com argila 
arenosa e, ou, siltosa. 
 
b. Dados de Projeto 
 
 Área de Infiltração: considerar a área vertical (abaixo da tubulação de 
entrada),acrescida da superfície do fundo. 
 Diâmetro interno mínimo = 0,30 m. 
 Distância mínima do fundo do sumidouro e o nível máximo do lençol 
freático: 1,50m. 
 Distância mínima do Sumidouro aos poços de água: 20,0 m. 
 Área de Absorção do Esgoto (A): A = ПR2 + 2ПR . H = Q / TAS, 
sendo R, H e Q o raio, a altura útil e a vazão afluente do sumidouro, 
respectivamente. 
 Volume do Sumidouro (V):V = ПR2 . H 
 
c. Detalhes Construtivos 
 Material: alvenaria, pedra ou concreto; 
 Material fundo do sumidouro: camada de 50 cm de brita. 
37 
 
Valas de Infiltração 
 
São valas através das quais o esgoto se infiltra no solo. 
 
a. Requisito básico:40 l / m2.dia > TAS > 20 l / m2.dia, faixa esperada em solos 
com argila medianamente compacta à argila pouco siltosa ou arenosa. 
 
b. Dados de Projeto: 
 
 Número mínimo de valas: 2 unidades 
 Distância mínima do fundo da vala e o nível máximo do lençol freático: 
1,50m. 
 Distância mínima entre a vala de infiltração e os poços de água: 20,0 m 
 Declividade da Tubulação: 1:300 a 1:500 
 Espaçamento entre valas  1,0 m 
 Largura mínima: 0,50m 
 Altura: 0,50 a 1,00m 
 Comprimento máximo de cada vala: 30m 
 Critério de Dimensionamento Considerando a Área de Infiltração: 
 A = Q / TAS ; C = A / L , sendo C o comprimento e L a largura útil da vala. 
Considerar a área lateral (abaixo da tubulação de entrada) acrescida da área 
do fundo da vala. 
 Critério Prático Alternativo de Dimensionamento: L = 6 m x nº de pessoas 
atendidas. 
 
c. Detalhes construtivos 
 
Deve ser observado: 
 Distribuição dos efluentes para as valas através de caixas de distribuição; 
 Usual: duas valas por fossa séptica. 
 
Valas de Filtração 
 
Valas destinadas a filtrar os efluentes antes de serem lançados em águas superficiais. 
 
a. Requisito Básico: Uso em solos de baixa taxa de absorção. TAS < 20 l / m2.dia. 
Tal taxa é
esperada em solo com rocha (argila compacta) à rocha alterada e à 
argila medianamente compacta. 
 
b. Dados de Projeto 
 
 Constituição: Tubulação distribuidora. (superior); Meio filtrante; Tubulação 
receptora (inferior). 
 Dimensões limites: 
 Altura: 1,2 H  1,5 m; Largura: L  0,5 m; Comprimento máximo por vala: 
25,0 m; 
 Declividade da Tubulação: 1:300 a 1:500 
 Diâmetro mínimo da tubulação: min. = 100 mm; 
 Distância mínima entre vala de filtração e poço de água : 20,0 m. 
38 
 
 Distância entre valas: 1,0 m 
 Critério de Dimensionamento Considerando a Área de Infiltração: 
 A = Q / TA ; C = A / L , sendo TA a taxa de aplicação, C o comprimento e L 
a largura útil da vala. Considerar a área lateral (abaixo da tubulação de 
entrada) acrescida da área do fundo da vala. Valores para TA são 
apresentados na tabela abaixo: 
 
Tabela: Valores de Taxas de Aplicação 
TA ( l/m
2
. dia ) Condições Fonte 
< 100 Oriundo do TS NBR 13969 / 1997 
de 82 a 200 Oriundo do TS FILHO, et al, 2001,apud EPA 
40 Oriundo do TS FILHO, et al, 2001,apud EPA 
200 Oriundo de SA FILHO, et al, 2001,apud EPA 
< 50 Oriundo do TS para T <10
o
C FILHO, et al, 2001,apud EPA 
< 100 Oriundo de SA para T <10
o
C FILHO, et al, 2001,apud EPA 
6,00 m / pessoa Oriundo do TS ou RA. FILHO, et al, 2001,apud EPA 
 
c. Detalhes Construtivos 
 
 Instalar caixas de inspeção nos terminais das valas; 
 Usual: duas valas por fossa séptica. 
 
Filtros Anaeróbios 
 
a. Apresentação 
 
Os filtros anaeróbios usualmente são utilizados como unidades de pós-tratamento de 
esgoto. Consta de um tanque (cilíndrico ou retangular) que contém uma camada de leito 
filtrante, o qual é o meio suporte que pode ser composto por pedras, peças plásticas, etc. 
Sobre este leito o esgoto é aplicado, de maneira a percolar pelo mesmo. Neste efeito de 
percolação estabelece-se uma camada microbiana aderida sobre o meio suporte, a qual 
será responsável pela estabilização do substrato. Nestes filtros, o fluxo é ascendente e 
trabalha sob regime hidráulico afogado. A carga volumétrica de DBO usualmente 
aplicada é alta, de maneira a garantir as condições anaeróbias e conseqüente redução de 
volume. 
 
b. Dados de Projeto 
 
 Forma: cilíndrica ou prismática; 
 Altura do leito filtrante (H1): A NBR 7229 apresenta o valor de 1,20 m. No 
entanto, GONÇALVES et al, 2001, apresenta uma faixa de 0,8 a 3,0 m. 
 Altura do Fundo Falso (H2): A NBR 7229 apresenta o valor de 0,30 m. 
 Distância Entre a Superfície Superior do Leito Filtrante e a Canaleta de Saída 
do Efluente (H3): A NBR 7229 apresenta o valor de 0,30 m. 
 Profundidade útil do filtro (H):H = H1 + H2 + H3. A NBR 7229 apresenta o 
valor de 1,80 m; 
 Dimensões limites: 
- diâmetro: (d)  0,95 m; comprimento (L)  0,85 m; d 3h; L  3h;Vútil 
1250 litros. 
39 
 
 
c. Dimensionamento 
 
 O equacionamento básico é o seguinte: 
TCNV ...6,1
 onde, 
 
V: volume do filtro; N: número de contribuintes; C: contribuição por contribuinte 
T: tempo de detenção 
 
Os valores desses parâmetros são aqueles apresentados na NBR 7229, os quais já 
citados no dimensionamento da fossa séptica. 
 
d. Detalhes Construtivos 
 
São os seguintes: 
 
 Material: concreto, alvenaria; 
 Tubos: material cerâmico, ferro fundido; 
 Caixa de distribuição: para dois ou mais filtros. 
 
2.2.2 Lagoas de Estabilização: Lagoa Anaeróbia 
 
As lagoas de estabilização são lagoas naturais ou artificiais, com a finalidade de tratar 
esgotos sanitários. Quanto a tipologia existem, numa classificação geral, as lagoas 
anaeróbias, facultativas, aeróbias e aeradas. As lagoas anaeróbias são utilizadas como 
tratamento primário, enquanto as demais são consideradas tratamento secundário. As 
lagoas anaeróbias são aquelas onde a estabilização da matéria orgânica ocorre através da 
atuação conjunta de bactérias acidogênicas e bactérias metanogênicas, sendo estas 
últimas estritamente anaeróbias. 
 
O fato de usualmente serem lagoas relativamente profundas (4 a 5 m) e de pequena área, 
associado ao fato de serem projetadas para trabalharem sob grandes cargas volumétricas 
de DBO, propicia que a estabilização da matéria orgânica seja estritamente anaeróbia. 
São lagoas de considerável aplicabilidade na operação de pré-tratamento pois reduzem, 
normalmente, 50 a 60% de DBO de esgoto afluente, condição esta que viabiliza a 
redução das dimensões dos sistemas de tratamento posteriores. O fator porém que 
eventualmente se estabelece é a liberação de maus odores. Tal ocorrência deve ser 
considerada, principalmente quando na locação deste tipo de lagoa. 
 
2.3 Tratamento Secundário 
 
O tratamento secundário é um processo onde a principal função é a remoção da matéria 
orgânica suspensa. Existem processos anaeróbios, facultativos e aeróbios. Entre os 
anaeróbios, destacam-se os Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente e os Filtros 
Anaeróbios, estes já apresentados como tratamento complementar das fossas sépticas. 
Como facultativos, destaca-se a Lagoa Facultativa, e como aeróbios destacam-se os 
Lodos Ativados e a Filtração biológica. 
 
 
 
 
40 
 
2.3.1 Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente 
 
Os reatores anaeróbios de fluxo ascendente são também conhecidos como reatores de 
manta de lodo. Sua configuração consta basicamente de um tanque (retangular ou 
cilíndrico), onde o esgoto bruto entra pela sua base (fundo) e sai pelo topo, 
caracterizando o fluxo ascendente. No fundo forma-se uma camada denominada leito de 
lodo. Esta camada é constituída por sólidos totais em grande concentração, estes 
compostos por biomassa e substrato, entre outros componentes. Sobreposta ao leito de 
lodo desenvolve-se outra camada de sólidos totais, estes em menores concentrações 
(mais dispersos) e com menores velocidades de sedimentação. Esta camada é 
denominada manta de lodo, na qual também há remoção de substrato, ainda que com 
eficiência inferior àquela propiciada pelo leito de lodo. Os gases formados pela digestão 
anaeróbia também apresentam um fluxo ascendente, os quais serão convenientemente 
separados das fases sólida e líquida no separador trifásico que é construído na parte 
superior do tanque. 
 
Tais características de funcionamento investem os reatores de manta de lodo de 
qualidades atrativas como, por exemplo, a necessidade de pequenas áreas, custos de 
construção e operação relativamente baixos, a reduzida produção de lodo, o consumo 
nulo de energia, a aprazível remoção de matéria orgânica (aproximadamente 70% de 
DBO), entre outras. Isto posto, cumpre salientar que estas qualidades, apesar de fatores 
negativos possíveis como a exalação de odores desagradáveis, tem possibilitado a 
aplicação dos reatores anaeróbios de fluxo ascendente. 
 
Vide figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A existência do separador trifásico possibilita o retorno de lado, tanto com substância 
quanto com biomassa, o que confere ao UASB a capacidade de elevados tempos de 
residência celular (idade do lado), tempos estes bem superiores ao TDH. Esta relação, 
TRC >> TDH, caracteriza os sistemas anaeróbicos de alta taxa. Outro fator a ser 
destacado é que os reatores UASB propiciam excelente contato entre a biomassa e 
substrato! Isto porque há considerável mistura biomassa esgoto ocasionada tanto pelo 
fluxo ascendente quanto pelo gás ascendente. Os reatores UASB para o tratamento de 
esgotos domésticos são usados no Brasil com freqüência. O processo anaeróbio através 
de reatores de manta de lodo apresenta inúmeras vantagens em relação aos processos
aeróbios convencionais, tais como: 
41 
 
 
 Sistema compacto, com baixa demanda de área; 
 Baixo custo de implantação e operação; 
 Baixa produção de lodo; 
 Baixo consumo de energia; 
 Satisfatória eficiência de remoção de DBO/DQO, da ordem de 65 a 75%; 
 Possibilidade de rápido reinício, mesmo após longas paralisações; 
 Elevada concentração de lodo excedente; e 
 Boa desidratabilidade do lodo. 
 
No entanto, os reatores manta de lodo possuem algumas desvantagens, tais como: 
 
 Possibilidade de emanação de maus odores; 
 Baixa capacidade do sistema em tolerar cargas tóxicas; 
 Elevado intervalo de tempo necessário para a partida do sistema; e 
 Necessidade de uma etapa de pós-tratamento. 
 
Quanto aos princípios do processo dos reatores de manta de lodo, cabe destacar: 
 
 No início de operação do sistema: 
o Colocar quantidades suficientes de lodo anaeróbio; 
o Iniciar a alimentação em baixa taxa; 
o Aumentar a taxa de alimentação progressivamente, conforme o sucesso 
da resposta do sistema; 
 Alguns meses após o início do sistema: 
o O leito do lodo encontra-se bastante concentrado (4 a 10%, ou seja, em 
torno de 40.000 a 100.000 mg ST/l) junto ao fundo do reator; 
o Lodo muito denso e com excelentes características de sedimentação; 
o Pode ocorrer desenvolvimento de grânulos (diâmetros de 1 a 5 mm); 
 Acima do leito de lodo 
o Desenvolve-se uma zona de crescimento bacteriano mais disperso, 
denominada manta de lodo. Sólidos deslocam-se com velocidades baixas 
e a concentração de lodo varia entre 1,5 e 3%. 
 Sistema auto-misturado 
o Misturado através do movimento ascendente das bolhas de biogás e do 
fluxo de esgotos através do reator. 
 Sistema de remoção do substrato 
o Ocorre através de todo o leito e manta de lodo. 
 Sistema trifásico para separação dos gases 
o Situa-se na parte superior do reator; 
o Manutenção do lodo anaeróbio dentro do reator; 
o Possibilita que o reator seja operado com elevados tempos de retenção de 
sólidos; e 
o Permite a retenção e o retorno do lodo. 
 
42 
 
As figuras a seguir ilustram o reator em maiores detalhes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.2 Lagoas de Estabilização: Lagoas Facultativas, Aeróbias e Aeradas 
 
 
 
 
2.3.2 Lagoas de Estabilização: Facultativas, Aeróbias e Aeradas 
 
Conforme anteriormente comentado, as lagoas de estabilização são lagoas naturais ou 
artificiais, com a finalidade de tratar esgotos sanitários, onde as lagoas facultativas, 
aeróbias e aeradas são consideradas tratamento secundário. 
Corte esquemático de um reator 
tipo RALF. Fonte: SANEPAR 
Representação esquemática de um reator circular 
43 
 
 
Quanto as lagoas facultativas, é importante destacar que as mesmas contém ambos 
processos (aeróbios e anaeróbios) de digestão de matéria orgânica. A matéria orgânica 
suspensa decantável (matéria orgânica particulada) ao decantar forma no fundo de lagoa 
uma camada de lodo sob condições anaeróbias. Neste, o substrato é, portanto, 
estabilizado anaerobiamente pelas bactérias pertinentes, sendo convertido em gás 
carbônico, água, gás metano, entre outros. Já a matéria orgânica suspensa não 
decantável, composta por matéria orgânica dissolvida e matéria orgânica finamente 
particulada, permanecem dispersas na massa líquida e são decompostos pelas bactérias 
facultativas, as quais sobrevivem seja na ausência, seja na presença do oxigênio. O 
oxigênio é presente durante o dia quando as algas, através da fotossíntese viabilizada 
pela energia solar e pelo consumo de gás carbônico produzido pelas bactérias, produz 
oxigênio. No entanto, a noite, na escassez ou ausência de oxigênio dissolvido, as 
bactérias facultativas sobreviverão, conforme já comentado. 
 
Nas lagoas aeróbias e aeradas por outro lado, a estabilização da matéria orgânica ocorre 
através da atuação das bactérias aeróbias. No entanto, nas lagoas aeróbias o oxigênio 
dissolvido é produzido pelas algas, através da fotossíntese, enquanto nas lagoas aeradas 
o oxigênio é injetado mecanicamente. Cabe ainda salientar que as lagoas aeróbias 
usualmente são rasas e de grande área, pois a energia solar deve ser absorvida em 
grande quantidade e atuar ao longo de toda coluna líquida. Já as lagoas aeradas terão 
suas dimensões definidas em função da eficiência requerida, de maneira a especificar os 
dispositivos mecânicos injetores de ar. 
 
2.3.3 Sistemas de Lodos Ativados 
 
O sistema de Lodos Ativados é um sistema onde a principal função é a remoção da 
matéria orgânica suspensa, o que o caracteriza como um tratamento secundário. O 
Tratamento Secundário ocorre no reator de lodos ativados onde atuam flocos de 
bactérias aeróbias para estabilizar a matéria orgânica suspensa. No sistema 
convencional, o tempo de contato de aproximadamente entre 2 a 6 horas, enquanto que 
na Aeração Prolongada, onde grande concentração de lodo ativado em contato com 
pequena carga orgânica, o tempo de contato é de aproximadamente entre 8 a 24 horas. 
A Aeração Prolongada elimina decantador primário e elimina digestão anaeróbia, pois o 
lodo efluente sai bem estabilizado. Uma comparação entre Lodo Ativado x Aeração 
Prolongada segue na Tabela a seguir: 
 
Tabela: Comparação entre o Sistema Convencional e a Aeração Prolongada 
Parâmetro Lodo ativado Aeração Prol. 
Tempo contato (h) 2 - 6 8 - 24 
Eliminação de kg DBO/dia .kg lodo 0,2 - 1,0 0,05 - 0,1 
Concentração de lodo (g/l) 1,5 - 4,0 12,0 
Volume tanque (m
3
/kg DBO eliminada p/dia) 1,6 - 3,3 2,0 - 4,0 
 
2.3.4 Filtros Biológicos 
 
Consta de um leito percolador por onde o esgoto escoa no sentido descendente. Nesse 
leito desenvolve-se uma película biológica na qual o esgoto é estabilizado. O meio 
filtrante pode ser composto por pedras onde a altura do mesmo pode variar de 0,90 a 3,0 
44 
 
m para o leito de pedras, sendo usual 1,80 m. O meio filtrante pode ser composto 
também por peças plásticas, onde o qual pode atingir até 12,00 m, segundo 
NUVOLARI (2003). Quanto a Taxa de Aplicação Hidráulica (TAH), a mesma pode ser 
baixa, média ou alta. Os filtros de baixa taxa apresentam TAH de 1,0 a 4,0 m
3
/m
2
.dia, 
os de média taxa apresentam TAH de 4,0 a 10,0 m
3
/m
2
.dia, enquanto aqueles de alta 
taxa apresentam valores de 10 a 60 m
3
/m
2
.dia. Outro parâmetro importante é a Carga 
Orgânica Volumétrica (COV), a qual é a relação entre a Carga Orgânica e a Vazão. A 
faixa recomendada para COV de DBO é 0,6 a 1,8 kg DBO/m
3
.dia, onde o usual é 1,2 
kg DBO/m
3
.dia. Considerar que usualmente o Filtro Biológico, enquanto tratamento 
secundário aeróbio, produz considerável quantidade de lodo, o que requer, portanto, um 
decantador secundário conectado ao mesmo. 
 
2.4 Tratamento Terciário 
 
O tratamento terciário objetiva a desinfecção, a remoção de nutrientes e a remoção de 
complexos orgânicos. Destacam-se as Lagoas de Maturação, a Disposição no Solo e a 
Desinfecção por oxidantes químicos. 
 
2.4.1 Lagoas de Maturação 
 
Para as lagoas de maturação, o grande objetivo das lagoas é a remoção de patogênicos, 
caracterizando esta alternativa como uma solução para desinfecção. Fatores como a 
radiação solar, o pH e o oxigênio dissolvido elevados, em lagoas rasas, são muito 
importantes na remoção de patogênicos. Todavia, o tempo de detenção também é um 
fator importante na eficiência de remoção dos patogênicos e, em lagoas rasas, para um 
dado volume, grandes tempos de detenção (usuais nos projetos de lagoas de maturação) 
conduzirão à grandes áreas, as quais nem sempre são disponíveis. Para o tempo de 
detenção,
por exemplo, MARA (1996) recomenda o mínimo de 3 dias a fim de evitar 
curto circuito e perda de algas. Para a profundidade é recomendada a faixa de 0,8 a 1,5 
m, no intuito de melhor aproveitar a ação bactericida da radiação ultra-violeta natural e 
também, através da fotossíntese, elevar o pH. Logo, faz-se necessário uma otimização 
desta relação tempo de detenção x profundidade, de maneira a contemplar da forma 
mais adequada possível o binômio eficiência x custo. 
 
Outras variáveis de dimensionamento devem ainda ser citadas, como a relação 
comprimento / largura, o coeficiente de dispersão, o coeficiente de decaimento 
bacteriano, a carga de coliforme, entre outras. Quanto a eficiência das lagoas de 
maturação, são esperadas remoções de coliformes na ordem de 99,9 a 99,99%, de 
maneira a atender, por exemplo, requisitos para irrigação irrestrita, conforme a OMS, e 
requisitos para manutenção do corpo receptor na Classe 02, conforme Resolução 20 do 
CONAMA (SPERLING, 1996).Todavia, a remoção adicional de matéria orgânica é 
muito pequena, segundo GASI (1988). Sintetizando, portanto, a lagoa de maturação tem 
expressiva atuação na remoção de patogênicos, mas inexpressiva na remoção de matéria 
orgânica, tornando-a específica para a desinfecção. 
 
2.4.2 Disposição do Esgoto Doméstico no Solo 
 
Neste sistema, o esgoto é filtrado e estabilizado. O terreno geralmente é recoberto por 
vegetação (grama) e constituído por uma série de rampas uniformes. A função da 
vegetação é a proteção do solo e criar uma camada suporte para os microorganismos. O 
45 
 
escoamento é laminar e intermitente, e há a evapotranspiração influenciando no balanço 
de massa. Os solos favoráveis são aqueles com baixa permeabilidade e solos argilosos 
com profundidade de 0,3 a 0,6 m. O sistema de disposição superficial no solo apresenta 
vantagens como proporcionar tratamento secundário avançado, com uma operação 
relativamente simples e barata, além de produzir uma cobertura vegetal que poderá ser 
reaproveitada ou utilizada comercialmente. No entanto tal sistema apresenta 
desvantagens pois as taxas de aplicação podem ser restritas pelo tipo de crescimento da 
cultura e, além disso, faz-se necessária a desinfecção do efluente antes der sua descarga 
em um curso de água. Observar que este sistema pode ser utilizado como tratamento 
primário e secundário e é apropriado para comunidades rurais e indústrias sazonais, que 
geram resíduos orgânicos (indústrias cítricas e usinas de açúcar e álcool). 
 
Com relação a critérios e parâmetros de projeto, cabe destacar que o comprimento da 
rampa pode variar de 30 a 60 m. Para a declividade do terreno recomenda-se entre 1 e 
12%; não recomenda-se declividade inferior a 1,0 % pois pode formar poças do líquido 
e, consequentemente, a proliferação de moscas. Quanto ao período de aplicação, sua 
operação é intermitente, com período de aplicação entre 8 e 12 h/dia, seguindo de um 
período seco, na faixa de 16 a 4 h/dia. Tem-se que ciclos de operação de 4 dias de 
aplicação e de 2 dias secos, evitam a propagação de insetos. Não obstante, algumas 
questões adicionais merecem destaque: 
 
Quanto ao escoamento: 
 Laminar; 
 Intermitente; 
 Ocorre evaporação durante o percurso; e 
 Direciona-se ao Canal Coletor. 
 
Características favoráveis de solo: 
 Terrenos de Baixa Permeabilidade 
 Solos argilosos com profundidade de 0,3 a 0,6 m 
 
Quanto a Aplicação do Sistema de Escoamento Superficial: 
 Como tratamento primário e secundário; 
 Apropriado para comunidades rurais e indústrias sazonais, que geram 
resíduos orgânicos (indústrias cítricas e usinas de açúcar e álcool); 
 
Quanto a Taxa de Aplicação: É o principal parâmetro para o dimensionamento do 
sistema. É definida como o volume aplicado ao módulo de tratamento, dividido pelo 
período de aplicação, em horas. 
- Para esgoto primário varia entre 0,2 e 0,4 m
3
 
- Para esgoto secundário tem-se a taxa de 0,6 m
3
/h.m 
 
Referente ao Armazenamento: É necessária a construção de um tanque de estocagem 
com agitador, para o armazenamento do efluente nos dias em que não há aplicação. 
 
Referente a Distribuição do Efluente: 
 
 Irrigação por aspersão: Uso na redução da erosão onde, 
- Aspersores de baixa pressão, os sólidos podem causar o entupimento no 
bico dos aspersores; 
46 
 
- Aspersores de alta pressão, abrange áreas maiores, recomenda-se 
rampas com maior comprimento. 
 Irrigação por sulcos: Baixo custo inicial; Economia em mão de obra; 
Uso em terrenos planos. 
 Irrigação por inundação: Inundação de áreas divididas; Baixo custo 
inicial; Economia em mão-de-obra. 
 Infiltração e percolação: Para solos permeáveis; Proteção do lençol 
freático; Terrenos planos. 
 Escoamento superficial: Para solos moderadamente inclinados; Solos 
pouco permeáveis. 
 
Relativo aos Canais de Coleta: Devem ser projetados com capacidade e declividade 
suficientes para comportar o efluente que chega até a base da rampa 
 
Quanto a Seleção da Vegetação: Gramíneas perenes e tolerantes à água são as que 
melhor se adaptam ao sistema. Suas principais funções são Proteção contra erosão; 
Redistribuição do fluxo; Suporte para os microorganismos; Remoção de nutrientes. 
 
Relativo ao Monitoramento: Deve-se monitorar constantemente a vazão; as taxas 
aplicadas; o período e freqüência de aplicação do esgoto; a qualidade do afluente; a 
água subterrânea, caso haja infiltração. Observar ilustrações na sequência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Concepção dos Sistemas Conjugados 
 
Os sistemas conjugados são importantes para atender especificidades do tratamento do 
esgoto. O sistema preliminar tem a função de remover matéria sólida de maiores 
dimensões, conforme já comentado. O sistema primário é importante para a remoção da 
matéria orgânica sedimentável, além de óleos e graxas. Como exemplo, cabe citar a 
lagoa anaeróbia e o tanque séptico. O sistema secundário é importante para remover a 
matéria orgânica suspensa, em especial a dissolvida. Reatores de lodos ativados 
exemplifica bem essa tecnologia. E o tratamento terciário é importante no controle de 
nutrientes no efluente, assim como para a desinfecção. São os casos da Lagoa com 
Plantas e Lagoa de Maturação, respectivamente. Essa breve síntese busca contextualizar 
a importância da adequada conjugação dos sistemas para atender o requerido para um 
dado cenário. Portanto, na seqüência, alguns destes sistemas são apresentados. 
 
 
Esquema de um sistema de escoamento superficial 
Infiltração Tanque de 
Armazenamento 
Agitador 
Aplicação 
Cano Perfurado 
Evapotranspiração 
Escoamento 
Efluente 
L 
B 
47 
 
3.1.1 Sistema Australiano 
 
O sistema australiano é composto por uma lagoa anaeróbia seguida de uma lagoa 
facultativa. A função da lagoa anaeróbia é reduzir parcela da matéria orgânica afluente 
na lagoa facultativa, possibilitando portanto reduzir a área necessária para esta última. 
Tal redução é tal que, para igual carga de DBO, o sistema australiano ocupa apenas 2/3 
da área necessária à lagoa facultativa. Todavia, cumpre ressaltas o inconveniente deste 
sistema, qual seja a presença de odores desagradáveis oriundos da lagoa anaeróbia, 
conforme já comentado. 
 
3.1.2 Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente – Lagoa Facultativa 
 
O reator anaeróbio de fluxo ascendente e a lagoa facultativa dispostos em série 
compõem uma configuração de grande aplicação em alguns estados brasileiros, como o 
Paraná, por exemplo. Semelhantemente ao sistema australiano, há uma significativa 
redução de área necessária, quando comparado ao sistema de
lagoa facultativa única. Há 
também vantagens referentes a reduzida produção de lodo e nulo consumo de energia. 
 
3.1.3 Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente – Filtro Anaeróbio 
 
Consta de reator anaeróbio de fluxo ascendente e filtro anaeróbio dispostos em série, 
compondo uma combinação de processos anaeróbios que favorecem a economia de 
custos energéticos e operacionais. 
 
3.2 Abordagem Comparativa dos Sistemas Conjugados 
 
O Quadro 01 apresenta uma comparação entre os sistemas em questão, através da 
apresentação de dados usuais das principais variáveis. 
 
Quadro 01: Abordagem Comparativa Através das Variáveis Principais 
Sistema 
Área Requerida 
(m²/habitante) 
Eficiência na 
Remoção de DBO 
(%) 
Eficiência na 
Remoção de 
coliformes (log) 
Custo de 
Implantação 
(R$/habitante) 
 
Lagoa Facultativa 
 
2,0 – 4,0 75 – 85 1 - 2 40 – 80 
Lagoa Anaeróbia + 
Lagoa Facultativa 
(Sistema Australiano) 
1,5 – 3,0 75 – 85 1 - 2 30 – 75 
Reator Anaeróbio de 
Fluxo Ascendente + 
Filtro Anaeróbio 
0,05 – 0,15 75 – 87 1 - 2 45 – 70 
Reator Anaeróbio de 
Fluxo Ascendente + 
Lagoa Aerada 
Facultativa 
0,15 – 0,30 75 – 85 1 - 2 40 - 90 
SPERLING,M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, pg. 340,Volume 01, 3ª Edição, 
2005,DESA-UFMG 
 
Já o Quadro 02 apresenta outras variáveis sob o aspecto qualitativo. 
 
 
 
48 
 
Quadro 02: Abordagem Comparativa Sob Aspectos Qualitativos 
 
Características 
 
 
Lagoa 
Facultativa 
Lagoa Anaeróbia + 
Lagoa Facultativa 
(Sistema 
Australiano) 
Reator Anaeróbio de 
Fluxo Ascendente + 
Filtro Anaeróbio 
Reator Anaeróbio de 
Fluxo Ascendente + 
Lagoa Facultativa 
Custo de operação e 
manutenção 
muito pequeno muito pequeno pequeno pequeno 
Necessidade de mão-de-
obra para operação 
eventual, 
Não 
especializada 
eventual, 
não especializada 
constante, 
não especializada 
constante, 
não especializada 
Potencial de 
reaproveitamento de 
subprodutos 
sim 
(irrigação com 
efluente) 
sim 
(irrigação com 
efluente) 
sim 
(biogás) 
sim 
(irrigação com 
efluente) 
Remoção de nutrientes 
pode remover 
algum 
pode remover algum não remove pode remover algum 
Simplicidade, operação e 
manutenção 
mais 
adequado 
mais 
adequado 
adequado Adequado 
Menor 
Possibilidade 
de Problemas 
Ambientais 
Maus 
Odores 
favorável 
 
menos 
favorável 
 
favorável 
 
Favorável 
Insetos e 
Vermes 
menos 
favorável 
menos 
favorável 
favorável Favorável 
Fonte: Material do PROSAB/FINEP 
 
4 Definição do Sistema de Tratamento de Esgoto 
 
Objetiva este item o desenvolvimento de uma reflexão no intuito de selecionar a 
alternativa de tratamento de esgoto mais adequada para cada extrato populacional sob 
estudo. Neste sentido, as principais variáveis de decisão admitidas neste processo de 
escolha são o custo total, englobando a implantação e o projeto, as eficiências de 
remoção de DBO e coliformes, além da área requerida. 
 
No entanto, outras variáveis, ainda que menos impactantes no processo decisório 
também serão consideradas, quais sejam, a qualidade da mão-de-obra necessária, o 
potencial de reuso dos efluentes, a remoção de nutrientes, a simplicidade operacional, a 
geração de odores desagradáveis, o proliferação de insetos e vermes, e o custo (expresso 
qualitativamente) de operação e manutenção. 
 
Portanto, com base em um Estudo de Caso que enfocou pequenos municípios, foi 
elaborado o Quadro 03, o qual apresenta para cada alternativa as áreas requeridas e os 
custos em função da população, incluindo o custo do sistema de desinfecção (cloração) 
do efluente. 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Quadro 03: Áreas Requeridas e Custos dos Sistemas* 
Sistema 
População 
(por hab.) 
Área 
Requerida 
(ha²/ 
hab.) 
Custo do 
Projeto 
(R$) 
Custo de 
Implantação 
(R$) 
Custo de 
Desinfecção 
(R$) 
Custo 
Total 
(R$) 
 
Lagoa 
Facultativa 
 
5.000 1,75 10.000,00 420.000,00 126.000,00 556.000,00 
10.000 3,50 20.000,00 840.000,00 252.000,00 1112.000,00 
15.000 5,25 30.000,00 1260.000,00 378.000,00 1668.000,00 
20.000 7,00 40.000,00 1680.000,00 504.000,00 2224.000,00 
Lagoa Anaeróbia 
+ Lagoa 
Facultativa 
(Sistema 
Australiano) 
5.000 0,87 10.000,00 330.000,00 99.000,00 439.000,00 
10.000 1,74 20.000,00 660.000,00 198.000,00 878.000,00 
15.000 2,61 30.000,00 990.000,00 297.000,00 1317.000,00 
20.000 3,48 40.000,00 1320.000,00 396.000,00 1756.000,00 
Reator 
Anaeróbio 
de Fluxo 
Ascendente + 
Filtro Anaeróbio 
5.000 0,88 10.000,00 330.000,00 99.000,00 439.000,00 
10.000 1,76 20.000,00 660.000,00 198.000,00 878.000,00 
15.000 2,64 30.000,00 990.000,00 297.000,00 1317.000,00 
20.000 3,52 40.000,00 1320.000,00 396.000,00 1756.000,00 
Reator 
Anaeróbio de 
Fluxo 
Ascendente + 
Lagoa 
Facultativa 
5.000 0,075 10.000,00 300.000,00 90.000,00 400.000,00 
10.000 0,15 20.000,00 600.000,00 180.000,00 800.000,00 
15.000 0,23 30.000,00 900.000,00 270.000,00 1200.000,00 
20.000 0,30 40.000,00 1200.000,00 360.000,00 1600.000,00 
* Quadro Elaborado com Base em Dados da Literatura para Sistemas Conjugados 
 
Isto posto, para o Estudo de Caso em questão, observa-se que o sistema combinado 
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - Filtro Anaeróbio pode apresentar-se como o 
mais atrativo, entre todas as alternativas, para todos extratos populacionais, em termos 
econômicos, de área e de eficiência de remoção de DBO. No entanto, tal sistema não 
remove satisfatoriamente patógenos e nutrientes. A manutenção deve ser constante, e 
pode ocorrer a geração significativa de odores desagradáveis. 
 
Já o Sistema Australiano e o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente – Lagoa 
Facultativa apresentam praticamente os mesmos custos e áreas requeridas. Quanto as 
eficiências, o sistema Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente – Lagoa Facultativa tende 
a superar o sistema australiano na remoção de DBO, enquanto na remoção de 
coliformes, a situação inverte-se, isto é, o sistema australiano apresenta-se mais 
eficiente. 
 
Não obstante, os custos de operação e manutenção do sistema Reator Anaeróbio de 
Fluxo Ascendente – Lagoa Facultativa são superiores àqueles referentes ao sistema 
australiano, uma vez que, entre outros fatores, o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente 
– Lagoa Facultativa necessita de manutenção constante, enquanto que o sistema 
australiano requer manutenção eventual. Quanto a Lagoa Facultativa, tem-se que os 
custos e as áreas requeridas são as maiores encontradas entre todas as alternativas. No 
entanto, apresenta a vantagem de apresentar custos reduzidos de operação e manutenção 
e de não necessitar mão-de-obra constante. 
 
 
 
50 
 
Enfim, numa breve síntese comparativa entre os sistemas em questão, percebe-se que o 
sistema Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - Filtro Anaeróbio apresenta um maior 
espectro atrativo, ainda que não seja tão simples operacionalmente quanto aos demais 
sistemas. Ou seja, indica-se aqui o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - Filtro 
Anaeróbio como a primeira alternativa mais atrativa. Como Segunda alternativa mais 
atrativa cabe sugerir tanto o Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente – Lagoa Facultativa 
quanto o sistema australiano, com leve tendência de escolha deste último em função das 
questões operacionais, conforme já comentado. 
 
O Quadro 04 apresenta uma síntese das estimativas realizadas para o sistema Reator 
Anaeróbio de Fluxo
Ascendente - Filtro Anaeróbio, o qual então é aqui sugerido como a 
alternativa ótima para o município específico do Estudo de Caso. Considerar que outro 
município sob enfoque poderia conduzir a outra alternativa ótima. 
 
Quadro 04: Área Requerida e Custo Final da Solução Ótima 
População 
(habitantes) 
Área Requerida 
(ha/habitante) 
Custo Total 
(R$) 
5.000 0,88 439.000,00 
10.000 1,76 878.000,00 
15.000 2,64 1.317.000,00 
20.000 3,52 1.756.000,00 
 
No entanto, é extremamente importante salientar que tal processo decisório apresentado 
não considera alguns fatores. Por exemplo, não é considerado a economia de escala que 
pode tornar os sistemas menores mais onerosos que os sistemas maiores, em termos de 
custo por habitante. Ou seja, a variação do custo é admitida linear em relação a variação 
da população, hipótese esta que não corresponde a relação esperada, que é a relação não 
linear. Outro fator importante é a falta de dados específicos das regiões sob estudo. 
Dependendo das condições locais, a ser conhecida no levantamento de dados, o sistema 
australiano pode, por exemplo, ser a alternativa mais atrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO B 
 
ATIVIDADES DE CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
ENUNCIADO 
 
Inicialmente será apresentado o cenário de trabalho, por meio de um delineamento, para 
posteriormente serem descritas as atividades solicitadas. O cenário em questão é o 
Município Vale Verde, situado no Paralelo 30, distante 250 Km da costa do oceano 
Atlântico estando, em média, 125 m acima do nível do mar. 
 
DELINEAMENTO DO HABITAT HUMANO 
 
Abordagem Geral Sobre o Município 
 
Registros históricos apontam que o Município Verde teve sua origem na ocupação de 
imigrantes por volta do século XIX, de áreas da bacia hidrográfica, atualmente 
conhecida como Vale Verde. Isto caracterizou o município como eminentemente rural 
até meados do século XX, quando começou a instalação de um pólo industrial na 
região, à sudeste da área urbana. Este pólo industrial impulsionou a economia local, cuja 
conseqüência foi a crescente urbanização do espaço. No entanto, tal processo de 
urbanização foi planejado uma vez que no início do mesmo foram estabelecidas 
algumas diretrizes para a ocupação do solo, as quais, posteriormente, transformaram-se 
no Plano Diretor vigente até a atualidade. A população atual do município é de 20.550 
habitantes, sendo 10.715 residentes na área urbana, 3.400 pessoas na área rural e 
aproximadamente 1.550 pessoas em uma área de ocupação irregular, conforme censo 
recente. As respectivas taxas geométricas de crescimento populacional são 3,0, 4,0 e 
5,0%. A densidade populacional é maior na região central da área urbana, onde está 
localizada a principal parte dos serviços. Observar planta em anexo. 
 
O perfil econômico do município é composto por atividades primárias e secundárias. As 
atividades primárias são essencialmente agrícolas, enquanto a atividade secundária 
predominante é o agro-negócio. Prevendo a expansão destas atividades, o Plano Diretor 
do Município dispõe, em seu zoneamento, sobre a Zona Industrial. No município ocorre 
anualmente a Festa do Produtor, onde vários tipos hortaliças, frutos e cereais são 
comercializados a preços subsidiados para a atração de investimentos externos. No 
entanto, trata-se também de um momento para o júbilo da cultura local, fato que 
propicia o estreitamento de laços entre os habitantes e contribui para a construção da 
identidade para o município. 
 
As condições de saúde e educação públicas podem ser consideradas satisfatórias, sendo 
reduzidas a mortalidade infantil e a taxa de analfabetismo, respectivamente. Isto reflete 
ao fato que existem postos de saúde e hospitais em número que atende razoavelmente a 
população, além de escolas que conseguem oferecer ensino com certa qualidade e de 
forma democrática. Cabe ainda destacar que há suficiente rede de serviços em geral, 
como bancos, restaurantes, hotéis, comércio, entre outras especialidades. 
 
Abordagem Sobre o Meio Natural 
 
Referente aos aspectos naturais da região do Vale Verde, o solo é predominantemente 
argiloso e com escassa cobertura vegetal nas margens dos rios, tanto nativa quanto de 
plantio. O relevo é acidentado e os ventos predominam na direção norte-sul, sentido 
norte. A temperatura média mínima é de 15
o
C e a média máxima de 29
o
C. 
 
53 
 
Abordagem Sobre a Infraestrutura 
 
Na área urbana, no que se refere à infra-estrutura sanitária, destaca-se que o sistema de 
abastecimento de água é composto por captação superficial, poços artesianos, 
reservatórios e redes de distribuição. Não obstante, este sistema está apresentando uma 
série de problemas operacionais, principalmente aqueles referentes às perdas físicas de 
água nas redes de distribuição. Uma das razões deste problema é que são redes antigas 
em F
o
F
o
, condição esta que também tem influenciado na qualidade da água potável 
oferecida à população, o que tem suscitado muitas reclamações. Em síntese, trata-se de 
um sistema que necessita ser totalmente recuperado. 
 
Quanto ao esgotamento sanitário da área urbana, observa-se que não há sistema 
coletivo, mas sim sistemas domiciliares em muitas residências, especificamente fossas 
sépticas seguidas de sumidouro. Considerando, como já expressado, que o solo é 
predominantemente argiloso, a infiltração, e posterior percolação, não são adequadas. 
Logo, consideráveis volumes dos efluentes dos tanques sépticos escoam pelo sistema de 
drenagem urbana até serem descarregados nos rios. Já o sistema de limpeza pública 
existe, mas não é eficiente, considerando que não há coleta seletiva e que a disposição 
final dos resíduos é em um “lixão”. Além disso, muitos resíduos são dispostos nas ruas, 
sendo que, após chuvas, são conduzidos às redes de drenagem e, conseqüentemente, aos 
rios. Assim, sob influências da inserção indevida do esgoto sanitário e da limpeza 
pública ineficiente, o sistema de drenagem urbano apresenta uma série de problemas, 
causando desde enchentes em função de obstruções nas tubulações até a poluição difusa 
sobre os rios. 
 
Cabe salientar também que a área urbana possui boa infra-estrutura viária, possuindo 
um arruamento composto por ruas de 20 m de largura, sendo 2,5 m de passeio e 15 m de 
via de tráfego. Os quarteirões são aproximadamente quadrados, possuindo, em média, 
90 m de lado. O cemitério local é antigo e sem sistema de tratamento de resíduos. 
Quanto ao setor elétrico, na atualidade há energia excedente para o município. 
 
Nas áreas não urbanas, merece destaque que na área rural as 1550 pessoas estão 
dispersas em vários pequenos núcleos. Existem postos de saúde, escolas, estando 
satisfatórias as condições de saúde pública e de educação. No sentido oposto, registra-se 
que significativo processo de ocupação irregular tem se desenvolvido nos últimos anos 
nas margens do Rio D em áreas mais próximas a zona industrial. Há uma precária 
infraestrutura social com serviços deficitários de postos de saúde, saneamento, 
transporte, energia, entre outros. Tem-se registrado expressivas taxas de mortalidade 
infantil e de analfabetismo. A maioria dos adultos trabalha informalmente, uma vez que 
poucos trabalhadores têm emprego com registro na carteira de trabalho. Observações 
adicionais sobre o Município Vale Verde serão apresentadas ao longo das
atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
ATIVIDADE I: DIMENSIONAMENTO DA REDE DE MICRODRENAGEM 
 
Dimensionar as galerias da figura a seguir atendendo aos seguintes critérios: 
 
 Recobrimento mínimo = 1m; 
 Profundidade máxima = 3m; 
 Diâmetro mínimo = DN 300; 
 Velocidade mínima = 0,75m/s; 
 Velocidade máxima = 3,5m/s; 
 Chuvas com recorrência de 10 anos com duração de 5min; 
 Trecho, extensão e área: Conforme dados da figura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura A : Representação da rede de microdrenagem 
 
 Tempo de Concentração (tc): Nas áreas contribuintes dos trechos iniciais (1-2), 
(3.1 – 3) e (5.1 – 5), adotar tc= 5min. Nos outros trechos tc é igual ao tc do trecho 
anterior, acrescentando do tempo de escoamento tc do dito trecho. Por exemplo: 
tc (2-3) = tc (1-2) + te (1-2). Nos trechos (3-4) e (5-canal) adotar o maior valor de 
tc + te entre as galerias principal e afluente. 
 
 Coeficiente de Escoamento (Cm): Nos trechos iniciais (1-2), (3.1– 3) e (5.1 – 5) 
são os das áreas contribuintes constantes na Figura A. Nos outros trechos são as 
médias ponderadas dos coeficientes de escoamento das áreas contribuintes, cm 
essas áreas como pesos. 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
55 
 
 Intensidade (i): Obtida em curva (ou equação) intensidade x duração x 
recorrência aplicável ao local, considerando duração = tc. Nesse caso foi adotada 
a equação de Parigot de Souza, válida para Curitiba, com recorrência de 10 anos. 
 
 Vazão (Q): Obtida pela aplicação do método racional: 
 
 Diâmetro e declividade (d e I):Inicialmente se adota o diâmetro mínimo e a 
declividade econômica (a do terreno). Com esses valores obtêm-se, através de 
uma fórmula prática (Manning), os valores de Qp = Vazão da seção plena e de 
vp = velocidade da seção plena. Nesse caso foram utilizadas as equações: 
 
 
 
 
(
 
 
)
 
 ⁄
 ⁄ 
 
 
 
 
 
(
 
 
)
 
 ⁄
 ⁄ 
 
Se Qp< Q aumenta-se o diâmetro ou a declividade até que Qp ≤ Q, anotando-se 
os novos valores de Qp e Vp. 
 
 Cotas do Terreno, do coletor e profundidade: As cotas do terreno constam na 
Figura A. As cotas do coletor são: a montante, igual a de jusante do trecho 
anterior, acrescentando-se a diferença de diâmetros, se houver; a jusante, igual a 
de montante menos I × L (extensão).As profundidades resultam das diferenças 
entre cotas do terreno e do coletor, observando-se os limites de cobertura 
mínima e profundidade máxima. Caso a cobertura resultar menor que a mínima, 
aumenta-se a declividade ( novos valores de Qp e Vp); se a profundidade resulta 
maior que a máxima, reduz-se a declividade (novos valores de Qp e Vp), 
introduzindo-se um degrau a montante para manter a cobertura mínima (se for o 
caso). 
 
 Velocidade real e Tempo de Escoamento (v e te):Com a relação Q/Qp obtém-se 
em tabela ou gráfico a relação v/vp, da qual resulta v e te=L/v, com o qual se 
obtém o tc do trecho seguinte. Neste caso foi utilizada a em anexo. Se v < 0,75 
m/s, amenta-se a declividade; se v > 3,5 m/s, reduz-se a declividade, criando-se 
o degrau a montante para manter a cobertura mínima. 
 
 
1 
 
 
BACIA: CÁLCULO: 
SUB-BACIA: VERIFICADO 
Coef. 
Trecho Total Escoam. Mont. Jus. Mont. Jus. Mont. Jus. 
(m) (ha) (ha) min Cm L/s x ha L/s DN m/m m m m m m m L/s m/s min 
1 - 2 73 0,62 0,62 5,0 0,4 189,0 46,9 300 0,049 82,5 78,92 81,20 77,62 1,30 1,30 214,15 3,03 0,4 
2 - 3 60 0,50 1,12 5,4 0,44 186,2 91,8 300 0,042 78,92 76,42 77,62 75,12 1,30 1,30 197,39 2,79 0,4 
3.1 - 3 92 0,80 0,80 5,0 0,4 189,0 60,5 300 0,025 78,72 76,42 77,42 75,12 1,30 1,30 152,90 2,16 0,7 
3 - 4 90 0,76 2,68 5,8 0,43 183,8 211,8 400 0,032 76,42 73,54 75,02 72,14 1,40 1,40 372,54 2,96 0,5 
4 - 5 45 0,82 3,50 6,3 0,48 180,3 302,9 500 0,011 73,54 73,05 72,04 71,55 1,50 1,50 394,02 2,01 0,4 
5.1 - 5 100 0,87 0,87 5,0 0,4 189,0 65,8 300 0,019 74,95 73,05 73,65 71,75 1,30 1,30 133,29 1,89 0,9 
5 - canal 35 0,78 5,15 6,7 0,49 177,9 448,9 600 0,022 73,05 72,28 71,45 70,68 1,60 1,60 910,7 3,22 0,2 
n = 0,013 
 
 
 
 
 
 
PLANILHA DE CÁLCULO 
ÁGUA PLUVIAL 
GALERIAS 
Declivi- 
dade 
DATA FOLHA 
Observação 
Extensão 
Trecho 
Cotas do Terreno Cotas do Coletor Profund. Coletor 
V 
Tempo 
Escoam. 
Área 
Concen- 
tração 
Intensi- 
dade 
Vazão Diâmetro Qp 
 
 
? 
 
 _ _ 
 
57 
 
ATIVIDADE II: CONCEPÇÃO DO SES E ESTIMATIVA DAS VAZÕES DE 
PROJETO E DAS CARGAS ORGÂNICAS 
 
1 Conceber o SES e prospectar dados necessários para as estimativas das vazões e 
cargas orgânicas 
 
Para o município sob estudo, conceber o sistema de esgotamento sanitário, contemplando 
rede coletora, tratamento do esgoto e disposição final do esgoto tratado. O sistema de 
esgoto a ser concebido deverá ser dividido em um sistema centralizado e demais sistemas 
descentralizados, conforme necessidade. O Sistema Centralizado é para a área urbana, 
enquanto para as áreas agrícolas e industrial os sistemas previstos são descentralizados. 
Observar que o lançamento das redes de esgotamento sanitário devem, sempre que 
possível, evitar o uso de sistemas elevatórios. Posteriormente, estimar as vazões de 
contribuição de esgoto e as respectivas cargas orgânicas, em termos de DBO e DQO. Para 
tanto, levantar os seguintes dados, os quais serão necessários para o dimensionamento: 
 
População Inicial: Pi = 10.715 hab. 
População Final: Pf = 14.400 hab. 
Consumo de Água Efetivo Per Capita: qe = 100 L/hab. dia 
Coeficiente de Retorno: C = 0,8 
Coeficiente K1 = 1,2 
Coeficiente K2 = 1,5 
Taxa de Contribuição de Infiltração Inicial: TIi = 0,1 L/s.Km 
Taxa de Contribuição de Infiltração Final: TIf = 0,1 L/s.Km 
Contribuição Singular: QSi: 5,0 L/s ; QSf = 5,0 L/s 
Extensão da Rede Coletora Inicial: Li = 10 Km 
Extensão da Rede Coletora Final:Lf = 10 Km 
DBO do Esgoto Doméstico:DBO = 250 mg/L 
DQO do Esgoto Doméstico:DQO = 500 mg/L 
DBO do Esgoto Industrial:DBO = 1000 mg/L 
DQO do Esgoto Industrial:DQO = 2000 mg/L 
DBO da Água de Infiltração:DBO = 10 mg/L 
DQO da Água de Infiltração:DQO = 20 mg/L 
 
 
2 Estimativas dos Parâmetros Vazão e Carga de DBO do Setor Urbano 
 
2.1 Vazão Média de Esgoto Sanitário (Qmed) 
 
Faz-se necessário estimar a Q média de final de plano, conforme equação a seguir: 
 
Qfmed = QD + QI+ QS para final de plano, 
 
Sendo, 
 
Qmed: vazão média de final de plano de esgoto sanitário; 
QD: vazão de esgoto doméstico; 
 58 
QI: vazão de infiltração; 
QS: vazão de contribuição singular; 
 
QD= 14.400 x 100 x 0,8 = 13,33 l/s = 1.152 m³/d 
86.400 
QI= TI x LRE = 0,1 x 10 = 1,0 l/s = 86,4 m³/d 
 
QS = 5,0 l/s = 432 m³/d 
 
Qfmed= 13,33 + 1,0 + 5,0 = 19,33 l/s 
 
As variáveis pertinentes para definir a vazão de esgoto doméstico são população, 
contribuição per capita e o coeficiente de retorno esgoto/água. A contribuição Per Capita 
(qc) é função do consumo efetivo de água per capita (qe) e do coeficiente de retorno. Com 
relação ao Coeficiente de Retorno (C), sua expressão básica é a seguinte: 
 
C = volume de esgoto coletado pela rede 
 volume de água abastecida 
 
Normalmente, seus valores variam entre 0,6 e 0,9. Não obstante, na falta de valores obtidos 
em campo, a NBR 9649 recomenda o valor de 0,8. 
 
Desta maneira, para QD tem-se: 
 
QD = P .qe . C / 86400; 
 
Para estimar a vazão de água de infiltração na rede coletora, utiliza-se o parâmetro Taxa de 
Infiltração, o qual é função do material
da rede, do tipo de solo, do nível do lençol freático, 
da qualidade de execução, do tipo de junta, entre outras variáveis. Dados usuais sobre taxas 
de infiltração são os seguintes: 
 
. acima do lençol freático: TI = 0,02 L / s km 
. abaixo do lençol freático: TI = 0,10 L / s km 
 
A NBR 9649 recomenda a faixa de 0,05 a 1,0 L / s km. 
 
Logo, a vazão de infiltração é a seguinte: 
QI = TI . L 
 
Sendo, 
 
TI: Taxa de infiltração; 
L: Comprimento da Rede; 
 
A vazão das contribuições singulares QS deve ser medida, ou estimada, caso a caso. Além 
disso, o regime de variação da mesma também necessita ser conhecido, pois consta de um 
dado importante para o dimensionamento da rede coletora. 
 59 
Estimando, portanto, a vazão Qfmed, obtém-se: 
 
Qfmed= (P . qe . C / 86400) + (TI . L) + QS ; Qf med = 19,33 L/s 
 
2.2 Estimativa da Carga de DBO do Esgoto Sanitário 
 
A Carga Orgânica é um parâmetro utilizado para projetar processos de tratamento de 
esgoto. Normalmente é apresentada em termos de DBO ou SS. População Equivalente é o 
número de habitantes que produzem uma carga orgânica igual ao esgoto de uma 
determinada indústria, enquanto que a População Hidráulica Equivalente é o número de 
habitantes que produzem uma vazão igual a de uma determinada indústria. As respectivas 
formulações matemáticas constam a seguir: 
 
dia
L1000
L
mg
dia
m
L
mg
C
3
DBO 
dia.1000
Kg
dia
g
dia
L1000mg
CDBO 


 
 
1000
QDBO
)dia/Kg(C
)dia/m()L/mg(
DBO
3

 
 
)dia.hab/g(
)dia/kg(DBO
)hab(
54
C
Pe 
)dia.hab/m(
)dia/m(
)hab(HE
3
3
2.0
Q
P 
 
 
Dado isto, estimar: 
 
CDBO/D= 250 mg/L x 1152 m³/d = 288 kg.DBO/d 
 1000 
CDBO/I = 10mg/L x 86,4m³/d = 0,86 kg.DBO/d 
 1000 
CDBO/S = 1000mg/L x 432m³/d = 432 kg.DBO/d 
1000 
 
A carga de DBO total é a seguinte: 
 
CDBO/ES = CDBO/D + CDBO/I + CDBO/S= 720,86 kg.DBO/d 
 
Logo, a DBO/ES é dada por: 
 
DBO/ES (mg/L) = 1000 . CDBO / Qfmed ; CDBO : kg DBO / dia ; Qfmed : m
3
 / dia, 
 
DBO/ES (mg/L) = 1000 x (288 + 0,86 + 432) = 720,86 = 431,55mg/L 
 1152 + 86,4 + 432 1670,4 
 
sendo DBO/ES a DBO do esgoto bruto que contém as parcelas de esgoto doméstico, do 
esgoto industrial e da infiltração. 
 
 60 
ATIVIDADE III: DIMENSIONAR A REDE COLETORA PARA ATENDER O 
SISTEMA CENTRALIZADO 
 
A Figura abaixo representa graficamente parte da área urbana sob estudo, para a qual deve 
ser concebida a parte final da rede coletora de esgoto que será concebida para toda a área 
urbana. Portanto, conceba o traçado econômico para esta parte final da rede coletora de 
esgoto e posicione a ETE. Admita rede coletora tipo simples. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura: Parte da área urbana sob estudo 
 
Na sequência, dimensione a rede coletora concebida de acordo com a seguinte rotina de 
dimensionamento: 
 
a) Cálculo de Taxa de Contribuição Linear Inicial (TLi): TLi = (QDi / Li) + TIi 
 
b)Cálculo de Taxa de Contribuição Linear Final (TLf): TLf = (QDf / Lf) + TIf 
 
c) Cálculo da Vazão em cada Trecho do Coletor 
 
 c.1)Vazão de Montante: QMi = somatório das vazões iniciais de montante 
 QMf = somatório das vazões finais de montante 
 
c.2)Vazão de Contribuição no Trecho: inicial: QTi = TLi . Lt 
 final: QTf = TLf .Lt 
 onde: Lt é o comprimento do trecho. 
 
c.3)Vazão de Jusante: inicial: QJi = QMi + QTi 
 final: QJf = QMf + QTf 
 
d) Determinação da Declividade I: 
 
Calcular a declividade mínima da tubulação e a declividade do terreno. Para Imin, tem-se 
Imin = 0,0055.(Qimax) 
-0,47
, onde Qimax é em L/s e I é em m/m. A maior entre as duas 
declividades calculadas será a declividade I de projeto. 
99 
98 
97 
96 
95 
rio 
100 
 61 
e) Determinação do Diâmetro: 
 
Determinar o diâmetro para Qfmax, Y/D = 0,75 e n = 0,013 , conforme norma. Logo, para 
D tem-se D = [0,0463 . (Qfmax. / I
0,5
)]
0,375
, sendo Qfmax em m
3
/s e D em m. 
 
f) Determinação dos Raios Hidráulicos Inicial (RHi) e Final (RHf): valores tabelados. 
 
g) Determinação das Velocidades Inicial (Vi) e Final (Vf): valores tabelados. 
 
h) Determinação da Tensão Trativa: i = . RHi. I, onde iem kgf / m2,  = 1000 kgf / m3, 
RHi em m e I em m/m. 
 
i) Velocidade Crítica: Vc = 6 (gRHf)
0,5
 onde se Vf>Vc, logo Yf / D = 0,5. 
 
Os parâmetros e valores da Eq. de Manning são apresentados em tabela em anexo. No 
entanto, a tabela auxiliar para determinação do raio hidráulico, em função de Y/D, consta a 
seguir: 
 
 Tabela : Relação entre Raio Hidráulico e Lâmina do Escoamento 
Y/D  = RH/D Y/D  = RH/D 
0,025 0,016 0,550 0,265 
0,050 0,033 0,600 0,278 
0,075 0,048 0,650 0,288 
0,100 0,064 0,700 0,297 
0,125 0,079 0,750 0,302 
0,150 0,093 0,775 0,304 
0,175 0,107 0,800 0,304 
0,200 0,121 0,825 0,304 
0,225 0,134 0,850 0,304 
0,250 0,147 0,875 0,301 
0,300 0,171 0,900 0,299 
0,350 0,194 0,925 0,294 
0,400 0,215 0,950 0,287 
0,450 0,234 0,975 0,277 
0,500 0,250 1,000 0,250 
 
Já a tabela que segue deve ser utilizada para o dimensionamento dos trechos da rede 
coletora. 
 
Tabela : Tabela para Dimensionamento da Rede Coletora 
Trecho 
L 
(m) 
Z 
(m) 
TLi 
TLf 
(l/s.km) 
QM 
(l/s) 
QT 
(l/s) 
QJ 
(l/s) 
D 
(mm) 
I 
(m/m) 
(Y/D)i 
(Y/D)f 
Vi 
Vf 
(m/s) 
σi 
(Pa) 
Vc 
(m/s) 
 
 
 62 
ATIVIDADE IV: CAPACIDADE SUPORTE DOS CORPOS HÍDRICOS 
 
Avaliar a atualidade e a projeção da relação entre a Disposição Final de Esgoto e a 
Capacidade Suporte dos Corpos Hídricos no Município Vale Verde. Conforme 
destacado no Enunciado do Trabalho, não há rede coletora de esgoto no Município, mas há 
rede de drenagem urbana, nesta sendo lançado esgoto de forma clandestina. Portanto o 
processo de poluição por meio de lançamento de esgoto nos rios ocorre de forma difusa e 
por meio da contaminação do lençol freático. De maneira a remediar esse problema, foi 
projetado um sistema de esgotamento sanitário composto por rede coletora e estação de 
tratamento. No projeto, a localização da ETE está prevista próxima a margem norte do Rio 
C, na altura da curva de nível 93, sendo o ponto de disposição final previsto (Ponto de 
Disposição Final de Projeto) para a intersecção do Rio C com a curva de nível 91. 
 
 
1 Avaliação da Capacidade de Autodepuração do Rio 
 
Os dados adicionais são os seguintes: 
 
1.1 Dados Adicionais 
 
Os dados adicionais são os seguintes: 
 
Dados do Esgoto: 
 
DBO/ES = 431,55 mg/L ; Qfmed= 19,33 L/s = 1670,4 m³/dia ; OD/ES = 0,5 mg/L 
TES = 17
0
C ; K1.= 0,10 / dia ( p/ 20
0
C) 
 
Dados do Rio: 
 
Conforme já apresentado, a Classe do Rio C é 03 (Resolução 357 CONAMA) e o Ponto de 
Disposição Final de Projeto é no mesmo é na altura da cota 50. Portanto, a vazão mínima é 
dada pela seguinte expressão: 
 
Q10,7 = C.XT.(A+B).Q , onde, 
 
C, A, B: parâmetros da equação; XT: constante função do período de retorno T; para T=10. 
Portanto, para a região do Município Vale Verde, tem-se os seguintes dados e conseqüentes 
resultados: 
 
XT=X10= 0,632 ; A=0,4089 ; B=0,0332 ; C=0,75 ; Q = 235,8 L/s 
Q10,7 = 0,75 x 0,632 x (0,4089 + 0,0322) x 235,8 = 49,41 L./s 
 
Logo, 
 
QER
= Q10,7 = 49,41 L./s = 4269 m
3
/d = 0,0494 m³/s 
 
 63 
sendo QER a vazão de estiagem do Rio C na altura da cota 91.Demais dados são os 
seguintes: 
 
DBO/R = 2,0 mg/L ; OD/R = 8,2 mg/L ; TR = 12
0
C ;V = 0,18 m/s ; H = 1,2 m 
 
1.2 Equacionamento 
 
1.2.1 Aplicação da Equação da Mistura para Determinar as Variáveis DBO, OD e T de 
Mistura: 
 
Var. = (Var.R . QER + VarES. Qf med) / ( QER + Qf med) ; Var. : mg/L ; Qf med: L/s 
 
T/M = (12ºC x 49,41 + 17ºC x 19,33) / (68,74) = 13,41ºC 
DBO/M = (2,0 x 49,41 + 431,55 x 19,33) / (68,74) = 122,79 mg/L 
OD/M = (8,2 x 49,41 + 0,5 x 19,33) / (68,74) = 6,03mg/L 
 
1.2.2 Estimar Taxa de Desoxigenação K1 e de ReaeraçãoK2 : 
 
K1 = K120 .( 1,047 
T-20
) ; K2 = 2,2 . (V / H 
1,33
) ; K1 e K2: (dia
-1
) ; V: m/s ; 
H: m/s 
K1 = 0,10 (1,047 
13,41 – 20
) = 0,07039 /d 
K2 = 2,2 (0,18 / 1,2 
1,33
) = 0,31 /d 
 
1.2.3 DBO Carbonácea Última no Ponto de Mistura (Lo): 
 
DBOt = Lo (1-10
-K.t
) ; DBOt e Lo : mg/L 
Lo = DBO5 / (1 x 10
0,070395
) = 221,12mg/L 
 
1.2.4 Déficit Inicial de OD (Do): Do = ODr. – ODmist. 
 
Do = 8,2 – 6,03 = 2,17 mg/L 
 
1.2.5 Tempo Crítico(tc): 
 
tc = [(K2 – K1)-1] . log { [ K2/K1] . [ 1 – [ Do (K2 - K1) / K1. Lo ] ]} 
 tc = [ (0,31 – 0,071)-1 ] x log {[0,31/0,07]-[1- [2,17 x (0,31-0,07)/0,07 x 221,12]} 
 tc = [ (4,17) ] x log {[4,43]-[1- 0,034]} = 4,17 x log 3,46 = 2,25 d 
 
1.2.6 Distância onde Ocorre o ODmin (Cc): Cc = V . tc= 0,18 x 2,25 x 86400 = 35 km 
 
1.2.7 Estimar ODmin: ODmin= OD sat. – Dc 
 
Dc = (K1 / K2). Lo . (10 
– K1.tc
) 
Dc = (0,07039/0,31) x 221,12 x (10
-0,07 x 2,25 
) = 34,74 mg/L 
 
1.2.8 Traçar a Curva de OD: 
 
 64 
t (dia) C (m) D (mg/l) OD (mg/l) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo D: 
t.k
o
t.kt.k
12
o1 221 10D)1010(
kk
Lk
D
 



 
 
2 Avaliação da Capacidade de Suporte de Carga de Fósforo 
 
Os dados adicionais são os seguintes: 
 
2.1 Dados Adicionais: 
 
Os dados adicionais são os seguintes: 
 
Volume do reservatório: 3,0 x 10
6
 m
3
 
Vazão média afluente (tributários + esgotos): 16 x 10
6
 m
3
/ano 
Área urbana: 12,0km
2
 ;.área de matas: 20,0 km
2
 ; área agrícola: 10,0 km
2 
 
Destaca-se ser necessário avaliar para o cenário em questão quais são os tipos de área que 
compõem a área de drenagem. 
 
2.2 Rotina de Equacionamento 
 
2.2.1 Estimativa da carga de P afluente ao reservatório 
 
Admitindo-se as cargas unitárias de fósforo pertinentes estima-se, portanto, as cargas 
afluentes conforme segue: 
 
CP/ES = População Final x 0,4 kg P/hab.ano = 14.400 x 0,4 = 5.760 kg P/ano 
CP/MF = 20,00 x 10 kg P/km
2
.ano = 200 kg P/ano 
CP/AA = 10,00 x 50 kg P/km
2
.ano = 500 kg P/ano 
CP/AU = 12,00 x 100 kg P/km
2
.ano = 1200 kg P/ano 
 
Assim, para a Carga Total Afluente à Represa: 
 
 CP/ES + CP/MF + CP/AA + CP/AU = 7.660 kg P/ano = L 
 
2.2.2 Estimativa do tempo de detenção hidráulica 
 
O tempo de detenção hidráulica (TDH) é dado por: 
 
TDH = Volume do Reservatório / Vazão Afluente = 3.10
6 
/ 16.10
6
 = 0,19 anos 
 
 
 65 
2.2.3 Estimativa da Concentração de Fósforo na Represa 
 
Pela equação a seguir, 
 
P = [L . 10
3
] / [ V . (1/t + Ks)], 
P = [7660 x 10³]/ [3.10
6
 (1/0,19 + 2,29) = 0,34 gP/m³ = 340mgP/m³ 
 
estimar a concentração de fósforo. Admitir a situação de lagos tropicais onde Ks = 1 / t 
0,5
; 
Ks = 1/0,19
0,5 
= 2,29 
 
2.2.4 Avaliação do Grau de Trofia na Represa 
 
Avaliar grau de trofia, em termos de concentração de fósforo, na represa. 
 
3 Avaliação do Decaimento Bacteriano no Rio 
 
3.1 Dados Adicionais 
 
Os dados adicionais são os seguintes: 
Concentração de Coliformes Fecais no Rio: CFR =10 NMP/100 ml 
Concentração de Coliformes Fecais no Esgoto Bruto. CFEB = 5.10
7
 NMP/100 ml 
 
3.2 Equacionamento 
 
No ponto de mistura, a concentração de coliformes fecais é dada pela equação das misturas, 
conforme segue: 
 
CFo = (CFR . QER + CFES. Qfmed) / (QER + Qfmed);CFo; CFR: NMP/100 ml ; Qfmed:L/s 
CFo = (10 x 49,41 + 5x 10
7
 x 19,33) / (49,41 + 19,33) = 1,4 x 10
7
 NMP/100ml 
 
Aplicando a Lei de Chick, 
 
dCF/dt = - Kb . CFpara o regime hidráulico tipo Pistão, o qual pode ser aplicados em rios, 
tem-se:CF = CFo . e
-Kb.t
 , sendo, 
 
CF: concentração de coliformes fecais (NPM/100 ml); 
CFo: concentração de coliformes no Ponto de Mistura (NPM/100 ml); 
Kb: coeficiente de decaimento bacteriano (d
-1
); 
t: tempo (dias) 
 
Kb20 = 1,0/d ; Kbt = Kb20 x 1,07
(13,41 – 20)
 = 0,64/d ; Kb20 = 1,0/d 
 
Logo, construir a curva de decaimento bacteriano para o rio até o mesmo apresentar 
concentração de coliformes fecais igual ou menor aquela permitida para um corpo hídrico 
Classe 03. 
 
 66 
ATIVIDADE V: DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE 
ESGOTO 
 
 
V-1 SISTEMAS INDIVIDUAIS 
 
1 Dimensionamento do Tanque Séptico e Tratamento Complementar 
 
Enunciado: Dimensionar, com base na NBR 7229, um tanque séptico para tratar o esgoto 
de um sistema descentralizado. Este sistema atende região ainda não servida pelo sistema 
centralizado de esgotamento sanitário. Na sequência, dimensionar um dispositivo de 
tratamento complementar do esgoto para a disposição do efluente do tanque séptico e, por 
fim, elaborar um croqui do sistema completo, conforme figuras dos anexos. 
 
1.1 Dados: 
 
- Considerar 05 pessoas por residência na área a ser atendida; 
- Contribuição Per Capita de Esgoto (C): apesar da NBR 7229 apresentar este valor, 
conforme tabela 01 da mesma, utilizar nesta aplicação seus próprios valores de qe e C 
para definir a contribuição per capita. 
- Média do mês mais frio na região t=12oC; 
- Intervalo entre limpezas do tanque séptico é considerado de 01 ano; 
 
1.2 Condições de Contorno: 
 
- Terreno argiloso com baixa permeabilidade; 
- Lençol freático com nível alto; 
- Pequena área disponível para a construção do sistema de tratamento. 
 
3. Resolução 
 
3.1 Dimensionamento da Fossa Séptica 
 
3.1.1 Volume: V = 1000 + N (C .T + K . Lf) 
 
V: volume útil, em Litros; 
N: número de pessoas ou unidades de contribuição; 
C: contribuição per capita de esgoto, em L / pessoa .dia; (tabela 01 ou valor específico; 
usar o último) 
T: tempo de detenção, em dias; (tabela 02) 
K: taxa de acumulação do lodo digerido, em dias, equivalente ao tempo de acumulação de 
lodo fresco; (tabela 03) 
Lf: contribuição do lodo fresco, em L / pessoa dia; (tabela 01) 
 
C = 100 L/hab.dia -> Tabela 4.1 
Td : Observar Tabela 4 ; Td = 12h 
Lf = 1 ; Tabela 4.1 ; k = 65 ; Tabela 4.3 
 67 
Contribuição diária: 200 x 100 = 20.000 L/dia; V = 24.000 L = 24m³ = volume útil 
 
3.1.2 Altura : A Altura H é função do Volume Útil, conforme tabela 04. 
 
Tabela 4.4 ; Profundidade útil de 1,80 a 2,80m 
Adota-se 2,80m e A = V/H ; A = 8,57m² 
 
3.1.3 Definição da Geometria e Número de Câmaras do Tanque Séptico 
 (conforme NBR 7229): 
 
Sendo que o tanque cilíndrico ocupa menor área disponível que o tanque retangular e que 
este, por sua vez, pode requerer menor profundidade, logo a forma adotada é a circular 
dado o fato de ter-se pouca área disponível. 
 
3.1.4Área e Largura ou Diâmetro ( conforme NBR 7229 ): Área A = V / H (m
2
) 
 
Largura Mínima: 0,80 m; Compr. / Larg.:Máx. 4:1 , Mín. 2:1 ; Diâmetro Mínimo: 1,10 m
Tanque Prismático: 
C x L = A = 8,57 ;C/L varia de 2,0 a 4,0 ; 
Adota-se C/L = 4,0 ;4L x L = 8,57 ; L = 1,46m ; C = 5,87m 
Tanque Circular: 
D  2H ;A = 8,57 =  x R² ;R = 1,65m ; D = 3,3 < 5,6 (2H) ; confere ! 
 
3.2 Dimensionamento do Tratamento Complementar 
 
Definir o tipo de Tratamento Complementar, em função das Condições de Contorno, para 
posteriormente dimensioná-lo. 
 
3.2.1 Sumidouro 
 
Área de Absorção do Esgoto (A): A = ПR2 + 2ПR . H = Q / TAS, sendo R, H e Q o raio, 
a altura útil e a vazão afluente do sumidouro, respectivamente. 
 
Volume do Sumidouro (V): V = ПR2 . H 
 
Assumindo Cinf = 40 L/m².dia ; Qdiária = 20.000 L 
A = Q/Cf = 500m² 
 
Considerando sumidouros circulares 
D = 3,00m e profundidade h =2,80m 
A = área lateral + área do fundo ; A = 2 x x R x H +  x R²; 
A = 2(1,5) . 2,8 + . (1,5)² ; A = 33,45m² ; 500/33,45 = 15 sumidouros 
 
 
 
 68 
3.2.2 Vala de Infiltração 
 
 Critério de Dimensionamento Considerando a Área de Infiltração: 
 A = Q / TAS ; C = A / L , sendo C o comprimento e L a largura útil da vala. 
Considerar a área lateral (abaixo da tubulação de entrada) acrescida da área do 
fundo da vala. 
 
Critério Prático Alternativo de Dimensionamento: L = 6 m x nº de pessoas atendidas. 
C = 6 x 200 = 1.200m 
Largura de 0,5 a 1,0 ; Adota-se 1,0 m 
Área = 500m² = C x L ; C = 500 m (comprimento muito extenso) 
Área de absorção = Área de fundo 
 
3.2.3 Vala de Filtração 
 
 Critério de Dimensionamento Considerando a Área de Infiltração: 
 
A = Q / TA ; C = A / L , sendo TA a taxa de aplicação, C o comprimento e L a largura útil 
da vala. Considerar a área lateral (abaixo da tubulação de entrada) acrescida da área do 
fundo da vala.O parâmetro Cinf deve ser menor que 20 L/m².dia. 
 
 
3.2.4 Filtro Anaeróbio 
 
Volume: V = 1,6 .N .C . T Área: A = V/H 
 
V: volume útil, em Litros; 
N: número de pessoas ou unidades de contribuição; 
C: contribuição per capita de esgoto, em L / pessoa .dia; (tabela 01 ou valor específico; 
usar o último) 
T: tempo de detenção, em dias; (tabela 02) 
 
Td = 0,5d ; C = 100 L/hab.dia ; N = 200 
V = 1,6 x N x C x Td ; V = 1,6x200x100x0,5 ; V = 16.000L = 16m³ 
A = 16/1,8 = 8,9m² ; 8,9 m²=  x R² ;D = 3,37m 
 
 
3.3 Apresentar o croqui da Fossa e do Tratamento Complementar, conforme figuras a 
seguir. 
 
3.3.1 Dimensões de uma Fossa Séptica de câmara única: 
 69 
Onde: a  5 cm; b  5 cm ; c = 1/3 h; h = profundidade útil; H = altura interna útil 
 L = comprimento interno total; W = largura interna total ( 80 cm) 
 Relação L/W: entre 2:1 e 4:1 
 70 
3.3.2 Tratamentos Complementares 
 
 
3.3.2.1 Sumidouro 
 
 
 
 
 
3.3.2.2 Vala de Infiltração 
 
 
 
 
 
 
 
 71 
3.3.2.3 Vala de Filtração 
 
 
 
 
 
 
3.3.2.4 Filtro Anaeróbio 
 
 
 
 72 
 
3.4 Condicionantes para Dimensionamento 
 
3.4.1 Tabelas da Norma (NBR – 7229/93): 
 
Tabela 1: Contribuição Diária de Esgoto (C) e de Lodo Fresco (Lf) por Tipo de Prédio 
e de Ocupante 
Prédio Unidade 
Contribuição, de esgotos (C) e 
lodo fresco (Lf) 
Ocupantes Permanentes: 
- Residência 
 Padrão alto 
 Padrão médio 
 Padrão baixo 
- Hotel 
- Alojamento provisório 
 
 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
 
 
160 
130 
100 
100 
80 
 
 
1 
1 
1 
1 
1 
Ocupantes temporários 
Fábrica em geral 
Escritório 
Edifícios públicos ou comerciais 
Escolas e locais de longa permanência 
Bares 
Restaurantes e similares 
Cinemas, teatros e locais de curta permanência 
Sanitários públicos 
 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
pessoa 
 
70 
50 
50 
50 
 
6 
25 
2 
480 
 
0,30 
0,20 
0,20 
0,20 
 
0,10 
0,10 
0,02 
4,0 
 
 
 73 
TABELA 2: PERÍODO DE DETENÇÃO DOS DESPEJOS, POR FAIXA DE CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA 
Contribuição diária (L) 
Tempo de detenção 
Dias Horas 
Até 1500 1,00 24 
1501 - 3000 0,92 22 
3001 – 4500 0,83 20 
4501 – 6000 0,75 18 
6001 – 7500 0,67 16 
7501 – 9000 0,58 14 
Mais que 9000 0,50 12 
 
 TABELA 3: TAXA DE ACUMULAÇÃO TOTAL DE LODO (K), EM DIAS, POR INTERVALO 
ENTRE LIMPEZAS E TEMPERATURA DO MÊS MAIS FRIO 
Intervalo entre limpezas (anos) 
Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em °C 
t  10 10  t  20 t > 20 
1 94 65 57 
2 134 105 97 
3 174 145 137 
4 214 185 177 
5 254 225 217 
 
TABELA 4: PROFUNDIDADE ÚTIL MÍNIMA E MÁXIMA, POR FAIXA DE VOLUME ÚTIL 
Volume útil (m³) Profundidade útil mínima (m) Profundidade útil máxima (m) 
Até 6,0 1,20 2,20 
6,0 – 10,0 1,50 2,50 
Mais que 10,0 1,80 2,80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 74 
TABELA 7: POSSÍVEIS FAIXAS DE VARIAÇÃO DE COEFICIENTE DE INFILTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coeficiente de 
Infiltração 
(l/m² dia) 
Constituição provável dos solos 
 
 
 
Faixa 
Menor que 20 
Rochas, argilas compactas de cor branca, cinza ou preta, 
variando a rochas alteradas e argilas medianamente 
compactas de cor avermelhada 1 
Maior que 90 
Areia bem selecionada e limpa, variando até areia grossa 
com cascalhos 
5 
60 a 90 
Areia ou silte argiloso, ou solo arenoso com húmus e 
turfas, variando a solos constituídos predominantemente 
de areia e siltes 4 
40 a 60 
Argilas arenosas e/ou siltosas, variando a areia argilosa ou 
silte argiloso de cor amarela, vermelha ou marrom 3 
20 a 40 
Argilas de cor amarela, vermelha ou marrom 
medianamente compactas, variando a argilas pouco 
siltosas e/ou arenosas 
2 
75 
 
V-2 SISTEMAS COLETIVOS 
 
Sistema A: Preliminar, DAFA, Filtro Biológico com Decantador Secundário e 
Disposição Superficial no Solo 
 
1 Dimensionamento de um Sistema com Caixa de Areia 
 
1.1 Dados: 
 
 Vazão de Projeto Qfmed= ............. l/s 
 Geometria 
Comprimento (C) = ............. m (adotado) 
Largura (L) = ................ m (adotado) 
Área (A) = ............... m
2
 
 
1.2 Procedimento para o dimensionamento: 
 
Cálculo da Vazão: Qfmed= VH . Av 
AV- área vertical 
VH- velocidade horizontal e admitida no máximo igual a 0,3 m/s. 
Logo, AV = ............. m
2
; 
LhAV 
Portanto h = .............. mm. 
Todavia por questões operacionais, adota-se h = ............... cm. 
 
2 Dimensionamento do Sistema de Tratamento de Esgoto Sanitário de um Digestor 
Anaeróbio de Fluxo Ascendente 
 
2.1 Dados Gerais 
 
Qfmed= .................. ; Qfmáx.= ......................; T. méd.mín. = 12
o
 C 
DBO/ES = .. ...mg / L; DQO/ES = .......................mg/l 
 
2.2 Rotina de Equacionamento 
 
a) Carga Orgânica de DQO: CO= Qfmed (m3/dia) . DQO/ES (mg/L)/1000 =....... 
Kg DQO/dia 
 
b) Arbítrio do Tempo de Detenção (Td) : Td =...................dias; 
 
Temperatura do 
Esgoto (ºC) 
Tempo de Detenção Hidráulica 
Média Diária Para Duração de Qmáx. de 4 a 6h 
16-19 > 10 - 14 > 7 - 9 
20-26 > 6 - 9 > 4 - 6 
>26 > 6 > 4 
 Fonte:CHERNICHARO, 1997. 
 
76 
 
 c) Volume do Reator Biológico (V) : V = Qfmed. Td = ..................... m
3 
Obs: Número de Módulos de Reatores: Considerando
o fato de se tratar de pequeno 
sistema, admitir o volume máximo por módulo sendo 500 m
3
. 
 
d) Adoção da Altura do Reator ( H ) : H = ................m; (Faixa Usual: 3,0 à 6,0 m) 
 
e) Área do Reator Biológico: A = V / H = ..............m
2
 
 
f) Diâmetro do Reator: A = ПD2 / 4 
Obs: arredondar D, calcular nova área (corrigida), novo volume (corrigido) e Td (corrigido) 
 
g) Verificação das Cargas Aplicadas: 
 
g1) Carga Orgânica Volumétrica de DQO (COV): 
 
É a quantidade de matéria orgânica aplicada diariamente ao reator, por unidade de volume 
do mesmo. Observar que a carga orgânica volumétrica não é um parâmetro restritivo de 
projeto dada a natureza do esgoto doméstico, o qual usualmente apresenta reduzida carga 
orgânica quando comparado a certos efluentes industriais. Normalmente, a COV de DQO é 
inferior a 3,0 Kg DQO / m
3
. dia. 
 
COV = Qfmed(m
3
/dia) .DQO/ES (mg / L ) / V (m
3
) . 1000 = ......... Kg DQO / m
3
 .dia 
 Faixa Aceitável : 5,0 – 15,0 Kg DQO / m
3
 dia (NUVOLARI, 2003) 
 
g2) Carga Hidráulica Volumétrica (CHV): 
 
O parâmetro importante para o dimensionamento de reatores anaeróbios para o tratamento 
do esgoto doméstico é a Carga Hidráulica Volumétrica, a qual é a quantidade de esgoto 
aplicada diariamente ao reator, por unidade de volume do mesmo: 
 
CHV = Qfmed(m
3
/dia) / V (m
3
) =...............................m
3
/m
3
.dia 
 
Não deve ultrapassar 5,0 m
3
/m
3
. dia, o que equivale a um tempo de detenção hidráulico 
mínimo de 4,8 horas (=1/5 x 24 horas). Se as cargas volumétricas não verificarem, adota-se 
novo Td para então se fazer um novo dimensionamento. 
 
h) Verificação das Velocidades Ascensionais: 
 
Vméd = Qf med/ A = ...............; Vmáx = Qfmáx. / A = ..............; 
 
Vazão Afluente 
Velocidade Superficial 
(m/h) 
Vazão Média 0,5 - 0,7 
Vazão Máxima 0,9 - 1,1 
Picos Temporários < 1,5 
(*) Picos de vazão com duração entre 2 e 4 horas Fonte: CHERNICHARO, 1997. 
77 
 
Se as velocidades não verificarem, adota-se novo Td para então se fazer um novo 
dimensionamento. 
 
i) Estimativa da Eficiência E de Remoção da DQO e DBO: 
 
EDQO =100 ( 1 – 0,68 . Td
-0,35 
) = ........% ; EDBO = 100 ( 1 – 0,70 . Td
-0,50 
) = .........% 
 
m) Estimativa das Concentrações de DQO e DBO efluentes: 
 
DQOEFL = DQO/ES – ( EDQO . DQO) / 100 
DBOEFL = DBO/ES – ( EDBO . DBO) / 100 
 
n) Volume de Lodo Gerado a ser Tratado: Conforme Sperling, 2005, o volume de lodo a ser 
tratado é de 70 a 220 l/hab/ano. Adotar o valor médio para a estimativa. 
 
3 Filtro Biológico 
 
3.1 Dados Gerais 
 
Considere o filtro biológico sendo um tratamento secundário e trabalhe com uma TAH 
igual a 35 m
3
/m
2
.dia (alta taxa conforme página 44) e uma altura de 1,8 m. Dimensione 
também o decantador secundário. Os dados são: 
 
Qfmed=; Qfmáx. = ; T. méd.mín. = 
DQO =; DBO = 
 
3.2 Rotina de Dimensionamento 
 
. Área A = Qfmed/ TAH, sendo A a área da seção transversal do filtro biológico. 
. Diâmetro: Calcular em função da área A. 
. Verificar a COV de DBO. 
. Decantador Secundário: Estime a área para TES = Q / ADS, sendo TES a Taxa de 
Escoamento Superficial e ADS a área do decantador secundário. O valor de TES encontra-se 
na faixa de 16 a 24 m
3
/m
2
.dia, para vazão média de esgoto. E estime a área e o diâmetro do 
decantador secundário. 
. Volume de Lodo Gerado a ser Tratado: Conforme Sperling, 2005, o volume de lodo a ser 
tratado é de 500 a 1900 l/hab/ano. Adotar o valor médio para a estimativa. 
 
4 Dimensionamento de um sistema de disposição superficial 
 
4.1 Dados Gerais 
 
Qfmed= ; Qfmáx. = ; T. méd.mín. = 
DQO = ; DBO = 
qL (taxa de aplicação linear) = ............. m³/h.m 
Dt (período de aplicação) = .............. horas 
L (comprimento da rampa) = ............... m 
78 
 
4.2 Rotina de Dimensionamento 
A = Qfmed. L / (qL . Dt) ; A = ................ m² 
Afinal (devido à freqüência de aplicação, 5 dias por semana) 
Afinal = 
 7/5
A
 = ................ m
2
 
 
A área definida no dimensionamento refere-se à área total de aplicação no solo. Como o 
período de aplicação é de 8 horas por dia, a aplicação deverá ser feita em 3 ciclos. 
Assim, 1/3 da área total será para cada período de 8 horas, resguardando, 
evidentemente, a freqüência de aplicação de 5 dias por semana. 
Adotando-se Afinal = ................. m² ; B (largura) = ................ m 
L (comprimento) = ............... m ; CDBO/A = .............. kg/ha.dia 
 
O volume de lodo gerado a ser tratado para este sistema, conforme Sperling, 2005, inexiste. 
 
Sistema B: Preliminar, Lagoa Anaeróbia, Lagoa Facultativa e Lagoa de Maturação 
 
1 Dimensionamento de um Sistema com Caixa de Areia 
 
1.1 Dados: 
 
 Qfmed= ............. l/s 
 Geometria 
Comprimento (C) = ............. m (adotado) 
Largura (L) = ................ m (adotado) 
Área (A) = ............... m
2
 
 
1.2 Procedimento para o dimensionamento: 
 
Cálculo da Vazão: 
Qefméd = VH . Av 
AV- área vertical 
VH- velocidade horizontal e admitida no máximo igual a 0,3 m/s. 
Logo, AV = ............. m
2
; 
LhAV 
 
Portanto h = .............. mm. 
Todavia por questões operacionais, adota-se h = ............... cm. 
 
2 Dimensionamento de uma Lagoa Anaeróbia 
 
2.1 Dados Gerais: 
 
Qfmed= ; T. méd.mín. = 
DQO/EB = ; DBO/EB = 
 
79 
 
2.2 Rotina de Dimensionamento 
 
a) Admitir que a eficiência na remoção da DBO para as lagoas anaeróbias seja até 50% 
para temperaturas inferiores a 20
o
 C até 60% para temperaturas superiores a 20
o
 C. 
Logo, a Concentração de DBO efluente é função da equação: 
E = (DBO/EB – DBOefl) / (DBO/EB) , para E = .........% 
 
b) CODBO afluente: CODBO/EB = DBO/EB(mg/L).Qfmed(m
3
/dia)/1000 =..........kg DBO/dia 
 
c) Adoção da Taxa de Aplicação Volumétrica (Lv): Lv = ................... DBO/m3.dia 
Obs: Usualmente adota-se Lv entre 0,1 kg DBO/m
3
.dia e 0,3 kg DBO/m
3
.dia. 
 
d) Estimativa do Volume Requerido: V = CODBO / Lv = ......m
3
 
 
e) Verificação do Tempo de Detenção: Td = V / Q = .......dias 
 Verificação: Td deve estar entre 03 a 06 dias 
 
f) Estimativa da Área Requerida: A = V / H =.......m2 
Obs: Usualmente adota-se H entre 4 à 5 m. 
 
g) Dimensões da Área Total Necessária: Supondo 02 lagoas em paralelo, sendo a relação 
Comprimento (C) / Largura (L) = 1,0, em cada lagoa tem-se a área A1. 
 
Logo:A1 = A / 2 ; A1 = C . L ; C / L = 1,0 
Resolvendo, C = ........m ; L = .......m 
 
A área total AT necessária é a área líquida somada à área de influência e de taludes. 
Assim sendo, usualmente estima-se que AT seja de 25 á 33 % superior a área líquida. 
Logo,AT = 1,3 . A = ................m
2
 ; A área per capita é: A/ hab = ........m
2
/hab 
 
h) Esboçar a configuração do sistema em planta 
 
3 Dimensionamento de uma Lagoa Facultativa 
 
3.1 Dados Gerais 
Qfmed= ; T. méd.mín. = ; DQO = ; DBO = 
 
3.2 Rotina de Dimensionamento 
 
a) DBO Afluente: Tendo o tratamento anterior uma eficiência de ..........%, logo a DBO 
remanescente a ser tratada pela lagoa facultativa é de...................... Todavia, 
considerando que a eficiência na remoção
da DBO para as lagoas facultativas seja na 
ordem de 70 a 85 %, verificar se esta lagoa atenderá o esperado, onde a DBO efluente 
deverá ser igual ou inferior a .......... mg / l, conforme capacidade de autodepuração do 
rio. 
 
80 
 
b) Carga orgânica afluente: CODBO = DBO (mg/L) . Qfmed(m
3
/dia) / 1000 = ........kg 
DBO/dia 
 
c) Carga orgânica superficial aplicada (COSa) 
 
COSa = 285,71 . H. 1,085
T-35 
= ...................kg DBO / ha . dia 
- Valores de H:1,5 a 3,0m 
- Valores de T : Média do mês mais frio: 12 – 14 C 
- Adotar: H = 2,0m e T = 12C 
- Obs: Existe uma série de valores e equações sugeridos para COSa . 
 
d) Área mínima para tratamento (área líquida): A = CODBO / COSa =..................ha 
 
e) Volume:V = A x H ; Como 1,0 ha = 10000 m2, então: V = ..........................m3 
 
f) Verificação do Tempo de Detenção: Td = V / Q = .................dias 
 Verificação: Td deve estar entre 15 a 45 dias 
 
g) Dimensões: Supondo 02 lagoas em paralelo, sendo a relação Comprimento (C) / 
Largura (L) = 2,5 , em cada lagoa tem-se a área A1. Logo: A1 = A / 2 ;A1 = C . L ; 
C / L = 2,5. Resolvendo, C = .............m ; L = ......................m 
 
h) Área Total Necessária: A área total AT necessária é a área líquida somada à área de 
influência e de taludes. Assim sendo, usualmente estima-se que AT seja de 25 á 33 % 
superior a área líquida. Logo, AT = 1,3 . A = .....m
2
 ; A área per capita é: A/ hab = .....m
2
 
 
i) Volume de Lodo Gerado a ser Tratado do Conjunto Lagoa Anaeróbia e Facultativa: 
Conforme Sperling, 2005, o volume de lodo a ser tratado é de 55 a 160 l/hab/ano. 
Adotar o valor médio para a estimativa. 
 
j) Esboçar a configuração do sistema em planta 
 
4 Dimensionamento de um sistema de Lagoa de Maturação 
 
4.1Enunciado 
 
Dimensionar um sistema de Lagoa de Maturação como pós-tratamento de tratamento 
primário seguido de secundário. Considerar as eficiências de remoção desses tratamentos 
anteriores. 
 
4.2 Rotina de Dimensionamento 
 
Qf méd. = ; T. méd.mín. = 
DQO = DQOeb ; DBO = DBOeb 
 
Tempo de detenção (Td) de .......... dias 
Altura (H) = ............ m 
81 
 
Cálculo do Volume :
TdQV 
 ; V = ................... m
3
/dia ; Para ............ dias, temos: 
V = ................. m
3
 
 
Considerando-se a altura, temos a área A = ..................... m
2 
 
Para estimar o Coeficiente de Decaimento Bacteriano Kb, tem-se a seguinte equação: 
 
Kb20 = 0,917 . H
 -0,877
 . Td
-0,329
, para 20º C. 
 
Para adequar a estimativa de Kb para outra temperatura, utiliza-se a seguinte conversão: 
 
Kbt= Kb20 . (1,07) 
(t - 20oC)
 
 
No entanto, para se definir as dimensões da lagoa, é necessário estimar o produto 
Coeficiente de Decaimento Bacteriano x Tempo de Detenção. Para o Td adotado e para o 
Kbt estimado, encontra-se Kbt x Td = .................. 
 
Para uma eficiência de remoção de coliformes Ec = 99,99%, teremos uma relação 
comprimento / largura(C / L)  ................. 
 
Logo, 
 
A = C . L = .............. m² ; L = .............. m ; C = ............. m ; H = ............. m 
 
 
Fonte: SPERLING (1996) 
 
A figura seguinte apresenta um esquema geral de uma lagoa de tratamento de esgoto. 
Destaca-se que a ilustração em si apresenta a configuração de uma lagoa com plantas, 
porém considerar que tal ilustração apresenta componentes comuns a todos tipos de lagoa. 
 
82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O volume de lodo gerado a ser tratado para o conjunto lagoa anaeróbia, facultativa e 
maturação, conforme Sperling, 2005, é de 55 a 160 l/hab/ano. Adotar o valor médio para a 
estimativa. 
 
Sistema C: Preliminar, Lodos Ativados Convencional ou Aeração Prolongada e 
Desinfecção por Cloro 
 
1 Dimensionamento de um Sistema com Caixa de Areia 
 
1.1 Dados: 
Vazão de Projeto Qfmed= 19,33 l/s 
Geometria: 
o Comprimento (C) = ............. m (adotado) 
o Largura (L) = ................ m (adotado) 
o Área (A) = ............... m2 
 
1.2 Procedimento para o dimensionamento: 
 
Cálculo da Vazão: QEB = VH .Av 
AV-área vertical 
VH- velocidade horizontal e admitida no máximo igual a 0,3 m/s. 
Logo, AV = ............. m
2
 
LhAV 
 
Portanto h = .............. mm. 
Todavia por questões operacionais, adota-se h = ............... cm. 
Lagoa com Plantas - Planta 
Lagoa com Plantas – Corte A-B 
83 
 
2 Opção A: Lodos Ativados Convencional 
 
2.1 Dados Gerais 
 
Qfmed=19,33 l/s = 1670,4 m3/d; DBO/EB = 431,55 l/s 
 
2.2 Rotina de Dimensionamento 
 
2.2.1 Decantador Primário 
 
Critérios de Dimensionamento: 
Forma: Circular 
Tempo de Detenção (Td):Faixa de 1,5 a 2,5 h 
Taxa de Aplicação Superficial (TAS): 40 m3/m2.d (Faixa de 32 a 48 m3/m2.d) 
Profundidade (h): 4,0 m (Faixa de 3,0 a 5,0 m) 
 
TAS = Q / A ; A = Q / TAS = 41,76 m² (A: área do Decantador) 
V = A * h = 167 m³(V: Volume do Decantador) 
D = 7,30 m 
Verificação: Td = (V / Q) * 24 = 2,4 h 
 
2.2.2 Dimensionamento do Tanque de Aeração (Reator) com Recirculação de Lodo 
 
Critérios de Dimensionamento: 
U = Alimento / Microrganismo = A/M = 0,3 – 0,8 kgDBO/kgSSV/d 
A = CDBO = Qfmed x DBO (kg DBO / d) 
M = SSV = 1500 - 3500 mgSSV/L 
c = Idade do Lodo (4 a 10 dias) 
Td = Tempo de Detenção Hidráulico (6 a 8 horas) 
 
Parâmetros adotados: 
U = 0,6 kg DBO/kgSSV/d 
DBO = 431,55mg / L = 0,43 kg / m3 
SSV = 2300 mg SSV/L = 2,3 kg / m3 
SSVr = 7000 mg SSVr/L = 7,0 kg / m3 
c = 7,0 d 
 
Como o decantador primário remove em torno de 30 % de DBO, têm-se: 
DBOe = DBO – 30% DBO = 302,08 mg/L = 0,30 kg/m3 
DBOs = 10 mg/L = 0,01 kg/m3 (valor esperado) 
 
Volume do tanque de aeração: 
U = A / M = CDBOe / kg SSV = (Qfmed*DBOe) / (VR * SSV) 
VR = (Qfmed* DBOe) / (U * SSV) 
VR = 520,49 m³ Verificação Td: Td = (VR / Qfmed) * 24 h = 7,48 h 
 
84 
 
Vazão de Descarte do Lodo: 
c = VR * SSV / (Qd * SSVr) ; Qd = VR * SSV / (c * SSVr) ; Qd = 24,43 m3/d 
 
Taxa de Recirculação do Lodo: RL = SSV / (SSVr – SSV) ; RL = 0,49 
 
Taxa de Recirculação da Vazão: RQ = Qr / Qfmed= RLRQ = 0,49 
 
Vazão de Recirculação: Qr = Qfmed* RQ = 818,30 m³/d; Qr/Qfmed= 0,49 (Faixa de 0,25 a 
1,0) 
 
2.2.3 Vazão Mássica Necessária de Oxigênio 
QmMed Nec. O2 = (Qm Nec. O2 / DBOrem) * CDBOrem (rem: removido) 
Qm Nec. O2 / DBOrem = 2 kg O2 para cada kg de DBO5 removido. 
CDBOrem = DBOrem * Qfmed 
DBOrem = DBOe – DBOs = 0,29 kg/m3 
CDBOrem = 484,42kgDBO/d 
Qm Med Nec. O2 = 968,83 kg O2/d 
Qm Max Nec. O2 = 1,66 * Nec. Total O2 Med = 1608,26 kg O2/d 
 
2.2.4 Vazão Mássica Necessária de Ar 
Massa O2 / Massa Ar = 0,22 kg O2 / 1,00 kg Ar ; ou, 
Massa O2 = 1,0 kg de O2 requer 4,55 kg de Massa Ar. 
Qm Ar = Massa Ar * Qm Max Nec. O2 = 7317,59 kg Ar / d 
 
2.2.5 Potência Necessária para Sopradores ou Compressores 
P Nec. = Qm Max Nec. O2 / N 
N = No * λ 
No : Capacidade de Transferência de O2 pelos Aeradores na Condição de Teste 
No = 1,5 kg O2 / CV . h 
λ : Fator de Correção de No para a Condição de Campo ; λ = 0,43 (condições de verão) 
N = 0,65 kg O2 / CV . h = 15,6 Kg O2/CV.d 
P Nec. = 469,10 CV = 345.006 W (1,0 CV = 735,50 W) 
 
2.2.6 Densidade de Potência: DP = P Nec. / V ;DP = 663 W / m3 
 
2.2.7 Decantador Secundário 
Critérios de Dimensionamento: 
Forma: Circular
Tempo de Detenção (Td):Faixa de 6,0 a 9,0 h 
Taxa de Aplicação Superficial (TAS): 24 m3/m2.d (16 a 32 m3/m2.d) 
Profundidade (h): 4,0 m (Faixa de 3,5 a 5,0 m) 
 
Q’ = Qfmed+Qr = 2488,70m3/d 
TAS = Qfmed/ A ; A = Qfmed/ TAS = 103,69 m² (A: área do Decantador) 
V = A * h = 441,78 m³(V: Volume do Decantador) 
D = 11,49 m 
Verificação Td: Td = (V / Qfmed) * 24 = 5,96 h 
85 
 
2 Opção B: Dimensionamento do Volume do Reator de um Sistema de Lodos Ativados 
com Aeração Prolongada 
 
2.1 Critérios de Dimensionamento: 
Sólidos Suspensos Totais (SST) = 1,43 * SSV 
SSV = 2,8 kg SSV / m3 (Valor esperado no reator entre 2,5 e 4,0 Kg SSV/m3) 
SST =4,0 kg SST / m3(valor esperado no reator entre 3,5 e 4,0 kg / m3) 
Fator de Carga do Lodo (f) = 0,085 kg DBO / kg SST;(0,05 a 0,10 kg DBO / kg SST / d) 
VR = Qfmed* DBO / (SST * f) 
VR = 2112 m
3
 
 
2.2 VerificaçãoTd: Td = VR / Qfmed= 30,35 h (Faixa de 16 a 24 h) 
 
3 Sistema de desinfecção com cloro 
 
3.1 Dados Gerais 
 
. Qfmed= 19,33 l/s; Qfmáx. = 30,00 L/s 
. Concentração de coliformes fecais no afluente (secundário): N0 = 1*10
6
 NMP / 100 ml 
. Concentração de coliformes fecais no efluente: Nt= 1*10
2
 NMP / 100 ml 
. O TDH para vazão média no tanque de contato: θh = 30 min; 
. Viscosidade do liquido (esgoto): ν = 0,001 kg/m.s 
. Tempo de residência no tanque de mistura rápida: (θr). Valor adotado de θr = 8 s. 
. Gradiente de mistura no tanque de mistura rápida (G): Valor adotado de G = 2.000 s
-1
. 
. Demanda de Cloro: Valor adotado de Cd = 6,0 mg/L (Faixa: 6,0 a 8,0 mg/L) 
 
3.2 Rotina de Dimensionamento 
 
3.2.1 Configuração 
 
Será adotado um tanque para mistura rápida com agitadores mecânicos e um tanque de 
contato do cloro. 
 
3.2.2 Dimensionamento do Tanque de Mistura Rápida 
 
. Volume do Tanque de mistura rápida: Vr = Qfméd x θr = 0,15 m
3
. 
. Potência do misturador: Pr = ν * Vr * G2 = 618,56 kgf.m/s = 8,54 kW 
. Volume do tanque de contato: Vc = Qfmed x θh = 34,79 m
3
 
. Concentração e cloro residual para as condições de vazão média 
 
 
 h
t
ht
t
N
N
CC
N
N
 
















230
1
2301
3
1
0
3
0 ,
, t 
 
 
Ct = 2,97mg/l. (para θh = 30 min) 
 
86 
 
. Concentração e cloro residual para as condições de vazão máxima 
 
 O TDH para a vazão máxima de 30 l/s = 2592 m3/d é: θh min = Vc / Qfmáx = 19,33 min. 
 
Nesse tempo mínimo de contato tem-se a seguinte concentração de cloro residual: 
 
Ct = 4,62 mg/l. 
 
. Concentração do cloro aplicado para vazão máxima: Cap = Cd + Ct = 10,62mg/l. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
ATIVIDADE VI: Escolha do Sistema de Tratamento de Esgoto 
 
Com base em critérios respectivos às variáveis econômicas, aos benefícios e à capacidade 
de autodepuração do rio, hierarquizá-los sob o grau de importância e escolher o sistema de 
tratamento de esgoto para a comunidade sob estudo*. Justificar detalhadamente a escolha, 
argumentando a respeito da hierarquização proposta e sobre o impacto desta no processo 
decisório. 
 
Critérios** Sistema 
 A B C 
Área (m
2
) 
Volume (m
3
) 
Energia Consumida 
DBO efl (mg/l) 
Ef. Remoção DBO (%) 
P efl (mg/l) 
Ef. Remoção P (%) 
CT efl (mg/l) 
Ef. Remoção CT (%) 
Custo Implantação (R$) 
Lodo Bruto (m
3
/ano) 
 
*Limites da Resolução 357 / CONAMA para a Classe 03: 
DBO5 ≤ 10 mg/l ; P ≤ 0,15 mg/l ; Coliformes Termotolerantes ≤ 4000 organismos / 100 ml 
(ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado) 
 
* Custos (baseados em SPERLING,M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento 
de Esgotos, pg. 340,Volume 01, 3ª Edição, 2005,DESA-UFMG): 
UASB+FB+DSS: R$ 135,00 / hab (Implantação); R$ 9,50 /hab/ano. (O & M) 
LA+LF+LM: R$ 75,00 / hab (Implantação); R$ 4,00 /hab/ano. (O & M) 
LAC+ CLORO: R$ 150,00 / hab (Implantação); R$ 18,00 /hab/ano. (O & M) 
LAAE+CLORO: R$ 105,00 / hab (Implantação); R$ 18,00 /hab/ano. (O & M) 
 
** Para valores não estimados, pesquisá-los na bibliografia a seguir sugerida: 
.SPERLING,M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, pg. 
340,Volume 01, 3ª Edição, 2005,DESA-UFMG; 
.NUVOLARI, A. et al. Esgoto Sanitário. FATEC-SP-CEETEPS. São Paulo. 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
VI BIBLIOGRAFIA 
 
CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos (Coordenador). Pós – tratamento de 
Efluentes de Reatores Anaeróbios. Belo Horizonte. Projeto PROSAB, 2001. 
 
METCALF & EDDY, Wastewater Enginnering: Treatment, Disposal, Reuse. 3
o
 Ed., 
McGraw-Hill International Editions.1991, 1334p. 
 
NUVOLARI, A. et al. Esgoto Sanitário. FATEC-SP-CEETEPS. São Paulo. 2003. 
 
SPERLING, M. et al. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. 
Lagoas de Estabilização. 3
o
 Volume, DESA / UFMG, Belo Horizonte, 1996. 
 
SPERLING,M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, pg. 
340,Volume 01, 3ª Edição, 2005,DESA-UFMG; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO B 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
01) Em uma área de 200 ha na cidade de Santa Maria, o talvegue tem 2,7 km de extensão e 
sendo o desnível entre as cotas do ponto mais alto e da seção de drenagem igual a 98 m. 
Assim, estimar a vazão máxima nesta seção de drenagem para um período de retorno de 25 
anos. Admitir C = 0,30. 
 
1º Pela equação de Califórnia Highways: 
 (
 
 
)
 
 (
 
 
)
 
 
 
2º Para o período de retorno de 25 anos, em Santa Maria (Quadro 18.16, pg. 542, 
Manual de Hidráulica, Azevedo Netto) e 30 min de duração resulta: 
h =51,00 mm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Observar: (1 
 
 
= 
 
 
 
 
), 
 
Q = C.I.A = 0,30 × 0,283 × 200 = 16,98 m³/s 17 m³/s 
 
02) Para a estimativa de vazão de enchente, o método racional apresente a seguinte 
equação: Q = C.I.A, sendo: 
 
Q = Vazão de enchente (máxima) na seção de drenagem, m³/s 
C = Coeficiente de escoamento superficial da BH, %. 
I = Intensidade média da precipitação sobre toda área da bacia, m
3 
/ s.ha 
A = Área da bacia, ha 
 
Considerar ainda: 
 
 Área da sub-bacia = 2,00 Km2 
 Área de contribuição da sub-bacia até a galeria crítica = 0,5 Km2(A) 
 Vazão de alagamento na galeria crítica: 0,45 m3/s 
 Comprimento do talvegue = 0,5 km (L) 
 Diferença entre o ponto mais alto da sub-bacia e a galeria crítica = 10 m (H) 
 
O tempo de concentração tc da bacia pode ser estimado pela seguinte equação: 
 
Tc = 57 (L
3
/H)
0,385
, sendo L em Km e H em m ; Tc = 11 min 
 
Para o tempo de retorno T = 5 anos e admitindo a duração da chuva T igual aTc (11 min), a 
altura pluviométrica h é de 10,00mm. Logo, I = h / T = 10 mm / 11 min = 0,90 mm/min. 
Considerando a relação 1,0 mm/min = 0,17 m
3
/s/ha, I é igual: I = 0,15 m
3
/s/ha. 
 
Quanto ao valor de C, observar tabela abaixo:C = ∑ Ai .Ci 
 A 
 
91
Nesse caso, no Quadro a seguir se observa: 
 
Quadro: Estimativa do Coeficiente C 
Tipo de Superfície A (Km ²) C (%) A.C 
 
 
Centro da cidade, Comércio 
 
 
 0,1000 
 
 
90 
 
 
9,00 
Terrenos descampados 0,0125 20 0,25 
Habitações uni-familiares urbanas 
Habitações uni-familiares suburbanas 
0,1375 
0,2500 
35 
25 
4,81 
6,25 
 
Total: 0,5Km
2
 
 
 ∑ = A.C = 20,31 
C = 40,62 % 
 
Dados valores calculados de C, I, A, calcule a vazão Q de enchente para: 
 
Q = 40,62 % . 0,15 m
3
/s/ha . 50 ha = 3,04 m
3
/s 
 
A vazão estimada supera a vazão de alagamento na galeria crítica que é de 0,45m³/s? Caso 
supere, qual a intervenção para reduzi-la? 
 
Exercício 03: Determinar a capacidade hidráulica de uma sarjeta de uma rua com 
declividade de 0,5%, conforme dados da ilustração a seguir. 
 
 
Ilustração de detalhes geométricos de uma sarjeta. 
 
Considerando o valor de 0,13 m para a lâmina e a declividade transversal da via pública de 
3%, valor usual para ruas de 10m de largura, tem-se: 
 
A = 0,280 m² ; P = 4,302 e RH = 0,065m 
 
 
 
 
 
 
 ⁄ 
 
 ⁄ 
 
 
 
 
 
 
 ⁄ 
 
 ⁄ 
 
 
 
92 
 
04. Determinar a capacidade hidráulica na extremidade de jusante de uma sarjeta cuja a 
área a ser atendida tem 2,0 há. Demais parâmetros pertinentes são i = 700/(t
2/3
)
 
, com "i" em 
mm/h e "t" em min, C = 0,40 e tc = 30 min. Para a sarjeta têm-se I = 0,01 m/m, z = 16 e n = 
0,016. 
 
Para Q = C.i.A, sendo "i" em l/s.ha, faz-se necessário considerar o fator 2,78 e, assim, Qo = 
0,40 x (700 x 2,78 / 36
2/3
) x 2,0 = 143 l/s . 
 
05. Para o exercício 04, verificar a altura da lâmina teórica de água junto à guia. 
 
A vazão máxima teórica Qo(l/s) em uma sarjeta é Qo= 375.I 
1 /2
. (z/n). yo
8/3
onde I é a 
declividade longitudinal da rua e "1/z" a declividade transversal da sarjeta. 
 
 
Logo, 
yo= {143 / [ 375 x (16/0,016) x 0,01
1/2
]}
3/8
 = 0,12m, que por ser menor que 13cm é 
teoricamente aceitável! 
 
6. No mesmo exemplo verificar a velocidade de escoamento. 
 
Sendo vo= Q/A , onde A = yo.wo/2 = yo.(z.yo)/2 onde vo= 0,143/(0,122.16/2) = 1,24 m/s. 
 
Dimensionamento atende o requisito pois vo é menor que 3,0 m/s. 
 
7. Calcular a capacidade máxima admissível da sarjeta do problema 4. 
 
Qadm = F.Qo= F. 0,375.I
1/2
. z/n. yo
8/3
; 
 
Sendo yo = 13cm, I = 0,01 m/m, z = 16 e n = 0,016 tem-se, pela Tabela: Fatores de 
redução de escoamento das sarjetas, pag. 08, F = 0,27. Isto porque, sendo z = 16, a 
declividade da sarjeta é 1/z = 0,0625. Logo, adota-se para F = 0,27. 
 
Então Qadm = 0,27 x [ 375 x (16/0,016) x 0,01
1/2
 x 0,13
8/3
] = 43,88 l/s. 
 
08. O esgoto sanitário de uma comunidade residencial corresponde a 400 L/ hab.dia, 
contendo uma DBO de 200 mg/L e SS de 240 mg/L. Calcular a contribuição em termos de 
gramas de DBO e SS por pessoa, por dia. 
 
93 
 
dia/g96dia/kg096.0
1000
4.0240
C
dia/g80dia/kg08.0
1000
4.0200
C
dia/m()L/mg(
pessoa/SS
)dia/m()L/mg(
pessoa/DBO
3
3






 
 
Sendo, CDBO/pessoa no Brasil = 54g/hab.dia, qual a concentração de DBO respectiva? 
 
 
09. Um esgoto industrial possui uma vazão total de 24.420 m
3
/dia, carga de DBO igual a 
21600 kg/dia e carga de SS igual a 13400 kg/dia. Quais as concentrações de DBO e SS? 
 
L/mg73,548
24420
100013400
Q
1000C
SS
L/mg885
24420
100021600
Q
1000C
DBO
SS
)L/mg(
)dia/m(
)dia/kg(DBO
L/mg
3










 
 
10. Um matadouro abate cerca de 500.000 kg de bovinos por dia. Após pré-tratamento, o 
despejo produzido é descarregado no coletor municipal na vazão de 4500 m
3
/dia e com uma 
DBO de 1300 mg/L. Calcular a carga DBO do despejo por 1000 kg de bovinos e as Pe e 
PHE. 
 
 C DBO/1000 kg 
 
500.000 kg/dia  4500 m3/dia 
1.0 kg/dia  x 
x = 9 m
3
/dia 
 
dia/kg7,11
1000
91300
C kg1000/DBO 


 
 
 
.hab108333
54)1000(
13004500
P
1.)hab(E





 
 
.hab22500
2.0
4500
P
)dia.hab/m(
)dia/m(
.)hab(H
3
3

 
 
11. Considere os dados: 
 
Massa processada: 113.000 kg de leite/dia 
Q esgoto: 246 m
3
/dia ; DBO: 1400 mg/L 
 
Logo, calcule CDBO e populações equivalentes. 
 
94 
 
 Q/1000kg 
 
113.000 kg  246 m3/dia 
 1000 kg  Q/1000 kg 
 
Q/1000 kg = 2.18 m
3
/dia.kg 
 
 C DBO/1000 kg 
 
 
dia/kg4,344
1000
2461400
C
)dia/m()L/mg(
DBO
3



 
 
344,4 kg/dia  246m3/dia  113.000 kg 
C DBO/1000 kg 2.18 m
3
/dia  1000 kg 
 
dia/kg048,3
000.113
10004.344
C kg1000/DBO 


 
 
 
.hab6378
054.0
4.344
P
)dia.hab/kg(
)dia/kg(
.)hab(E 
 
 
 
.hab1230
2.0
246
P
)dia.hab/m(
)dia/m(
.)hab(H
3
3

 
 
12.O esgoto sanitário e industrial de uma comunidade consiste em: 
 
a) Esgoto doméstico de uma população servida de 7500 habitantes e consumo de água 
potável per capita de 200 L/dia (c=0.8; K1=1.2; K2=1.5;DBO/hab = 0.054kg/hab.dia); 
b) Despejos de uma indústria de processamentos de batatas com vazão de 120 m
3
/dia e 
carga orgânica de 250 kg DBO/dia; 
c)Despejo de indústria de laticínio com vazão de 450 m
3
/dia e DBO de 1000 mg/L. 
 
Estimar a vazão combinada em m
3
/dia, a DBO em mg/L e a PE. 
 
 
s/L6.31dia/m2730Q
4501202160Q
450120)8.02.15.12.07500(Q
3 


 
 
 
dia/kg1105
1000
4501000
2507500054.0CDBO 


 
95 
 
 
L/mg76.404
2730
10001105
DBO
1000
QDBO
C
)L/mg(
)dia/m()L/mg(
DBO
3





 
 
.hab12963
054.0
0.700
P
)dia.hab/kg(
)dia/kg(
.)hab(E 
 
 
13. Considerando que a taxa de contribuição linear engloba as contribuições domésticas e 
de infiltração, calcular a taxa de contribuição de infiltração, onde: 
 
extensão da rede coletora = 3000 m; população inicial = 5000 habitantes; coeficiente de 
retorno = 0,8 ; consumo de água per capita = 200 L / hab. dia; taxa de contribuição linear 
inicial = 4,80 L/s . km ; K2 = 1,5 
 
14. Considere um trecho de rede coletor onde: 
 
Vazão Inicial = 0,16 L/s ; Vazão Final = 0,45 L/s ;Escoamento à meia seção: Rh = D / 4 
(m); Diâmetro da Tubulação = 100 mm ;Declividade do Terreno = 0,0030 m/m ; 
Declividade Mínima do Coletor (Imin) ; Imin = 0,0055 Q 
-0,47
; Peso Específico da Água = 
1000 kgf / m
3
 ; Qmin = 1,5 L/s 
 
Verificar as condições de autolimpeza das tubulações através do princípio da tensão 
trativa , onde:  =  . Rh . I (kgf / m2) ; considerar min = 0,1 kgf / m
2
 
 
15. Considere um cenário onde a contribuição per capita de esgoto sanitário da comunidade 
A é de 250 L/dia e a respectiva DBO é de 300 mg/L. Já a comunidade B apresenta uma 
contribuição per capita de 150 L/dia e uma DBO de 250 mg/L. Não obstante, a indústria A 
apresenta uma vazão de 200 m
3
/dia e uma carga de DBO de 300 kg/dia, enquanto a 
indústria B apresenta uma vazão de 400 m
3
/dia e uma carga de DBO de 450 kg/dia. 
Considerando as populações das comunidades A e B sendo respectivamente 10.000 e 8.000 
habitantes e que os esgotos destas comunidades e das indústrias unem-se num emissário 
para serem conduzidos ao tratamento, calcular a vazão total de esgoto e a DBO da mistura 
neste emissário. 
 
16. Qual a população equivalente industrial de uma
bacia hidrográfica cuja população 
residente é de 7500 habitantes e a carga orgânica medida no emissário, pelo qual escoa os 
esgotos doméstico e industrial, foi de 510 kg/dia. Considerar a carga orgânica per capita de 
54 g/dia. 
 
17. No Brasil, normalmente dimensiona-se as redes coletoras de esgoto sanitário, seja qual 
for o material, considerando-se o coeficiente de Manning na ordem de 0,013. No entanto, 
este valor é representativo da rugosidade dos tubos cerâmicos apenas. Se forem usados 
tubos de PVC e partindo-se da hipótese que estes apresentam menor rugosidade quando em 
operação, quais e como outras variáveis de dimensionamento podem ser trabalhadas no 
96 
 
sentido de obter-se economia no uso da tubulação de PVC em substituição da tubulação 
cerâmica? 
 
18. Porque deve ser evitado que grandes aportes de matéria orgânica, contida nos esgotos 
sanitários, tenham acesso aos cursos hídricos? Qual o grande problema ambiental 
decorrente? 
 
19. Calcular a vazão de infiltração e as vazões globais médias e máximas de esgoto 
sanitário. Considere que a população atendida é de 35.000 habitantes, a contribuição média 
per capita é de 100 L / hab. dia e a contribuição máxima per capita é de 300 L / hab. dia. A 
taxa de infiltração é de 1,0 L / s.km e o comprimento dos coletores de 18 km. 
 
20. Qual é a população máxima que pode ser servida por um coletor de esgotos de 200 mm 
de diâmetro, onde o consumo per capita de água potável é de 200 L / hab. dia e o 
coeficiente de retorno é de 0,8 ; a velocidade do escoamento é de 0,60 m/s e o mesmo 
ocorre à seção plena. Verificar também as condições de autolimpeza das tubulações através 
do princípio da tensão trativa,onde:  =  . Rh .I (kgf / m2)e min = 0,1 kgf / m
2
. 
Considere ainda os seguintes dados: 
 
Escoamento à seção plena: Rh = D / 4 (m); Declividade do Terreno = 0,0030 m/m 
Declividade Mínima do Coletor (Imin) ; Imin = 0,0055 Qmin
-0,47
 
Peso Específico da Água = 1000 kgf / m
3
; Qmin = 1,5 L/s 
 
21. Uma indústria de laticínios, processando uma média de 113.000 kg de leite por dia, 
produz, em média, 246 m
3
 de despejos industriais por dia, com uma DBO de 1.400 mg / L. 
As principais operações são o engarrafamento do leite, o fabrico de sorvete e uma pequena 
produção de queijo ricota. Calcular a vazão de esgoto, a DBO por 1000 kg de leite 
processado e a população equivalente, onde a contribuição per capita de DBO é de 54 g / 
pessoa.dia. 
 
22. No fenômeno de Autodepuração em cursos hídricos, alguns mecanismos naturais 
importantes estabelecem-se durante o balanço de oxigênio. Cite e descreva detalhadamente 
tais mecanismos. 
 
23. Apresente pelo menos 04 soluções para tratar o efluente das fossas sépticas, 
comentando quais as condições ambientais a serem consideradas para a utilização de cada 
uma destas soluções. 
 
24. Quais as diferenças entre os processos aeróbio e anaeróbio de tratamento de esgoto? Em 
quais sistemas de tratamento de esgoto que tais processos podem ser aplicados? Qual deles 
pode gerar energia?

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