FINANÇAS E GEOPOLÍTICA.KENNEDY

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Paul Kennedy
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Tratado dos Pireneus (França e Espanha) marca o início de um sistema MULTIPOLAR de estados europeus
Princípios base: interesse nacional e não mais interesses transnacionais de cunho religioso
A partir de agora as guerras fundamentam-se sobre uma REALPOLITIK calculada
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Império otomano, Espanha e Países Baixos passam em segundo plano,
A Polônia é eclipsada
Destacam-se o Império Habsburgo austro-húngaro
A Prússia-Brandemburgo
A França torna-se o estado mais poderoso conquistando seu espaço durante várias fases de guerra (1689-1697/1702-1714/1739-1763)
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Entre tais nações desenvolveu-se um equilíbrio imperfeito trilateral no coração da Europa.
Fora da Europa a INGLATERRA destacou-se construindo o maior dos impérios marítimos da Europa.
A RÚSSIA expandiu-se para leste e sul durante o séc. XVIII.
Rússia e Inglaterra queriam um equilíbrio de forças na Europa intervindo quando necessário.
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França
Império Habsburgo
Prússia
Inglaterra
Rússia
(países menores como Savóia e estados em declínio como Espanha)
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Aperfeiçoamento nas armas e na tática
Aumentos da população e produção agrícola
Modificações na organização
(exemplo: França de Luís XIV (1661-1715) com os ministros Colbert, Le Tellier e outros, que criaram um Ministério da Guerra.
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Monopolização e burocratização do poder militar pelo estado são parte central do processo de criação da nação.
Não só havia exércitos “profissionais”, “permanentes” e marinhas “reais” mas também uma infraestrutura muito mais desenvolvida como academias de guerra, quartéis, etc.
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As despesas de guerra forçaram os estados a fomentar a economia e criar instituições financeiras.
A vitória estaria nas mãos daquelas nações dotadas de maior capacidade de crédito.
O fato de ser guerras de coalizão aumentava sua duração e necessidade de financiamento.
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Escassez de dinheiro sobretudo antes da descoberta do ouro no Brasil em 1693.
Substituição das feiras sazonais por centros permanentes de comércio permitiu a regularidade e previsibilidade de soluções financeiras e o uso de letras de câmbio e notas de crédito.
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Nas cidades de Amsterdã, Londres, Lyon, Frankfurt, etc foi criada uma estrutura de crédito nacional e internacional.
Mas o impulso mais forte foi a guerra.
Até os estados mais florescentes não podiam pagar imediatamente as guerras com suas receitas
Foi portanto um estímulo ao capitalismo ocidental e do próprio estado-nação
O sucesso dependia da eficácia de levantar financiamentos
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E a manutenção do crédito nos mercados financeiros (ou seja sua capacidade de devolver o dinheiro).
Liderança das Províncias Unidas nestes ponto, pois os comerciantes faziam parte do governo.
Elas possuíam uma reputação comercial forte, que lhe deu capacidade de investir em ações de companhias estrangeiras e subscrever uma quantidade de empréstimos a governos estrangeiros. 
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Os lucros afastaram as Províncias Unidas cada vez mais de uma economia de manufatura levando-as para uma economia de rendas ou financeira.
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Sistema tributário menos atrasado do que o inglês
Economia francesa do século XVIII mostrava indícios de uma aproximação com o ponto de “partida” de uma Revolução Industrial, mas possuía reservas limitadas de matérias críticas como o carvão.
População muito maior, muitos artesãos e empresários, agricultura mais amplas, mais ricas que a Inglaterra. 
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INGLATERRA:
Vantagens
Mesmo se o sistema tributário era mais atrasado (ou seja baseava-se mais nos impostos indiretos que diretos) era mais aceito pela população pois não havia como na França grande número de coletores de impostos. 
Muitos impostos eram invisíveis.
Os impostos eram discutidos e autorizados por uma assembleia eletiva que parecia mais representativa que o ancien regime.
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Na Inglaterra a renda per capita era mais alta do que na França, ou seja a população podia pagar impostos mais altos, produzindo grande reserva de riqueza tributável útil em tempo de guerra.
Outra DIFERENÇA entre Inglaterra e França era em relação ao sistema de CRÉDITO PÚBLICO
A Inglaterra aperfeiçoou a estrutura institucional que lhe permitia levantar empréstimos a longo prazo e lhe garantia o pagamento regular de juros e da dividas.
1694 – Criação do Banco da Inglaterra
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A Revolução Financeira inglesa foi apoiada pelo próprio Parlamento em conjunto com o Estado.
Aumento do valor dos títulos ingleses que atraiam os investimentos de estrangeiros especialmente irlandeses e holandeses. 
Quando os holandeses entraram em guerra ao lado da França a Inglaterra estava já fortalecida financeiramente e capaz de enfrentar sozinha o conflito.
Capacidade da Inglaterra de investimentos na inovação tecnológica.
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Sistema inadequado de finanças públicas
Desorganização no sistema geral de contabilidade, registros anuais de receita e despensa
Subestimação dos problemas de déficit assim como o do crescimento da dívida nacional
Não havia investimento no comércio e indústria, como acontecia na Inglaterra
Fracasso da tentativa de criação de um Banco Nacional 
A Política financeira francesa foi sempre IMEDIATISTA
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Kennedy dá o exemplo do porto de La Rochelle, cuja posição privilegiada em relação à África Ocidental e Antilhas poderia ter trazido imensas riquezas à França.
Ao invés de aproveitar dessa potencialidade, o governo francês aplicou taxas muito pesadas , injustas que frearam seu crescimento.
A Monarquia francesa sempre teve problema em levantar impostos pois tinha fama de inadimplente .
Há portanto ligação entre a situação financeira francesa e a eclosão da Revolução com a Convocação dos Estados Gerais em 1789.
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Para Kennedy o fator GEOGRÁFICO não é apenas relacionado a elementos como o clima, as matérias primas, a fertilidade da terra, acesso a rotas comerciais mas sobretudo está ligado à LOCALIZAÇÃO estratégica.
Uma nação deve concentrar suas forças na defesa de uma só frente, ou deve defender várias frentes ao mesmo tempo?
Um país partilha fronteiras com estados fracos ou poderosos?
Pode se retirar facilmente de uma grande guerra na Europa Central se assim desejasse?
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Muitos ingredientes internos para o crescimento nacional:
Economia florescente
Estabilidade social
Exército bem treinado
Marinha poderosa
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VANTAGENS
Rede fluvial usada como barreira contra os espanhóis
Sua posição no mar do Norte dava-lhe acesso final aos ricos pesqueiros de arenques.
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Rivais poderosos como a Inglaterra de Cromwell e a França de Colbert que prejudicavam o comércio e a navegação holandesa
Os navios mercantis holandeses durante as guerras tinham que percorrer a rota do Canal da Mancha ou percorrer uma rota mais longa e mais tempestuosa em torno da Escócia, além das restrições inglesas à navegação holandesa
Vulnerabilidade dos holandeses à ameaça terrestre da França de Luis XIV a partir da década de 1660, uso inadequado dos gastos na guerra contra a França com o aumento dos custos de guerra.
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Tais desvantagens levaram ao declínio da economia holandesa enquanto a marinha inglesa dominava os mares e tentava impedir o comércio holandês com a França que dependia do comércio marítimo.
A diferença da Inglaterra, as Províncias Unidas não eram auto-suficientes em sua economia. 
Mesmos apostando na neutralidade nas guerras sucessivas, as Províncias Unidas tiveram danos irreparáveis pela Lei inglesa dos Atos de Navegação que atingiu sua maior força.
Conflito anglo-holandês de 1758-1759.
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Potência hibrida do ponto de vista geográfico.
Suas energias estavam divididas entre os OBJETIVOS CONTINENTAIS e AMBIÇÕES MARÍTIMAS E COLONIAIS.
Os objetivos do Rei Sol era terrestres e tradicionais
Enfraquecer os Habsburgos no sul contra Espanha e no leste e norte contra os Habsburgos austríacos e os alemães.
2 décadas de supremacia francesa
devida à fraqueza espanhola, à ocupação da Áustria contra o avanço turco e à neutralidade inglesa. 
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A França estava encerrada em todas as direções, em parte por barreiras geográficas, em parte pelas pretensões e interesses das grandes potências.
A Estratégia francesa foi caracterizada pela INDECISÃO que a levou a perder várias oportunidades.
Pelo tamanho populacional e territorial a França continuou sendo o maior dos estados europeus, mas não era bastante organizada para ser uma superpotência .
Estava limitada por terra e dispersa no mar.
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Mesmo problema estratégico da França. 
Para os Habsburgos muitas forças estavam absorvidas por terra, contendo a invasão dos turcos nos Bálcãs e ao mesmo tempo sempre olhando para Berlim.
Para conter a Prússia precisava da França que precisava também ser contida. 
Preocupação pelo expansionismo russo.
A debilidade austríaca apareceu nas guerras napoleônicas assim como na luta contra a Prússia depois de 1740. Inglaterra, França e Rússia não permitiram que a Prússia fosse derrotada. 
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Parecida com a Áustria em termos geoestratégicos mas diferente internamente
Razões da rápida ascendência:
O gênio organizador e militar de seus lideres
A eficiência do exército prussiano
Estabilidade fiscal, propriedades extensas, estimulo comercial e industrial
A ascensão da Prússia coincidiu como colapso sueco e a desintegração da Polônia.
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Aproveitando do vazio de poder na Europa norte –central:
Aquisição da Silésia (região industrial do leste)
Grande impulso economico-militar
LIMITAÇÕES:
Eclipsada pelo poderio militar russa permaneceu uma potência menor até a década de 1860
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Invulnerabilidade relativa
Ambas tinham uma fronteira que exigia vigilância mas nem as estepes russas nem as planícies americanas representavam perigos sérios para ambas. 
Vantagem da distância de ambas das principais regiões das batalhas europeias.
O impacto desses dois países se fez sentir mais no final do século XVII e no século XVIII.
Em 1660, as colônias americanas eram apenas um cordão de povoamento costeiro isolado. 
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Moscóvia antes do Reinado de Pedro o Grande (168901725) era atrasada. 
As duas regiões eram subdesenvolvidas, produtoras de madeira, cânhamo e compradores de artigos manufaturados da Inglaterra e Províncias Unidas.
As colônias da América do Norte eram objeto de luta.
A mudança ocorreu com a vitória inglesa na Guerra dos 7 anos que expulsou os franceses do Canadá e Nova Escócia a Espanha excluída da Florida Ocidental.
1776 – crescimento das colônias americanas que se tornaram autosuficientes
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Duas consequências:
A partir de 1783 passou a existir FORA DA EUROPA um importante centro de produção, riqueza e poderio militar.
O aparecimento de um Estado potencialmente hostil na frente atlântica da Inglaterra ameaçando suas posições no Canadá e Antilhas. 
Contudo, isso não era um problema constante por causa da tendência isolacionista dos EUA
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A ascensão da Rússia teve um impacto mais imediato sobre o equilíbrio europeu.
1709 – Derrota Russa aos suecos em POLTOVA colocou em alerta as outras potências.
O primeiro czar, Pedro o Grande, construiu uma grande marinha.
Os poloneses e os turcos foram os que mais sofreram com a ascensão da Rússia. 
No século XVIII o exército russo era maior do que o da França tendo também desenvolvido um setor industrial têxtil e de ferro, 
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Espantosa pobreza
Clima adverso
Brutalidade
Renda per Capita Baixa
Comunicações ruins
Atraso tecnológico e educacional
Caráter reacionário dos Romanov
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Nação Marítima
Papel fundamental da geografia mesmo se não exclusivo:
Depois da conquista da Irlanda e a União com Escócia, a Inglaterra não teve que se preocupar com seus flancos
Superioridade da guerra marítima e do poderio no mar
Transferência do Mediterrâneo para o Atlântico das principais rotas comerciais
As colônias das Antilhas, América do Norte, Índia e Extremo Oriente beneficiaram um país localizado no flanco oeste da Europa
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Um florescente comércio além-mar ajudava a economia britânica, estimulava o trabalho no mar, construção de navios que constituíam a linha vital para as colônias. 
As colônias eram o escoadouro dos produtos britânicos e forneciam matérias-primas (açúcar, tabaco, algodão)
A Marinha inglesa protegia os comerciantes britânicos em tempo de paz e conquistavam novos territórios coloniais. 
COMÉRCIO, COLÕNIAS E MARINHA eram o TRIANGULO VIRTUOSO inglês
Mas não pode ser esquecida a agricultura inglesa que continuou sendo o fundamento da riqueza britânica durante século XVIII. 
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O apoio britânico aos inimigos do expansionismo francês se deu de 2 formas:
Com operações militares diretas e por ataques periféricos para desviar o exército francês
Ajuda financeira através a contratação de mercenários para lutar contra a França ou dando subsídios aos aliados. 
Tudo isso foi possível pelos lucrativos mercados além-mar que permitiu levantar empréstimos sem correr o risco de bancarrota.
A vantagem geográfica e financeira permitiram à Inglaterra desenvolver o poderio marítimo e continental.