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www.romulopassos.com.br Curso Completo de Enfermagem para Concursos 1 Exército 2023 241 questões de História e Geografia do Brasil Como estudar para os concursos do Exército 1. Baixe e siga o plano de estudo específico para Enfermeiro ou Técnico em Enfermagem do Exército no Curso Completo de Enfermagem. 2. Siga a Mentoria VUNESP (banca responsável pela aplicação da prova). Baixe o caderno VUNESP na mentoria e resolva todas as questões. 3. O Tratado de Enfermagem é a base da preparação. Estude e revise todos os capítulos listados no seu plano de estudo. 4. Domine as disciplinas de Língua Portuguesa e de História e Geografia do Brasil, estudando pela nossa gramática e pelo Curso Completo. 5. Anote todas as dúvidas geradas ao longo da resolução das questões para serem sanadas durante a aulas de correção dos simulados e revisões. 6. Assuma o papel de "professor", pois quando você estuda a matéria com o intuito de transmiti-la, o nível de retenção do conteúdo é muito maior. Explique o assunto para você mesmo/a, grave áudios, vale até mesmo treinar na frente do espelho. 7. Conclua as aulas de História e Geografia do Brasil no Curso Completo. 8. Revise os esquemas do nosso livro de Português para Concurso e resolva as questões dos dois volumes. Viocê pode ainda assistir às videoaulas de correção das provas de Língua Portuguesa da VUNESP na mentoria. 9. Estude com foco e conclua todos os assuntos do edital. 10. Estabeleça uma rotina de estudos, ESTUDE TODOS OS DIAS! www.romulopassos.com.br 2 Curso Completo de Enfermagem para Concursos Sumário HISTÓRIA DO BRASIL 1. Simulado de História 2023 (NOVO)...........................................................................................................3 2. História do Brasil - Brasil Colônia.............................................................................................................14 3. Brasil Monárquico...................................................................................................................................22 4. Brasil República.......................................................................................................................................30 5. Prova de Enfermeiro do Exército 2020 (VUNESP)....................................................................................45 6. Prova de Enfermeiro do Exército 2021 (VUNESP)...................................................................................49 7. Prova Comentada do Exército 2022 (VUNESP)........................................................................................52 GEOGRAFIA DO BRASIL 1. Simulado de Geografia 2023 (NOVO)......................................................................................................55 2. A Organização do Espaço Brasileiro.........................................................................................................63 3. A Questão Regional do Brasil...................................................................................................................70 4. O Espaço Natural Brasileiro.....................................................................................................................74 5. Prova de Enfermeiro do Exército 2020 (VUNESP)....................................................................................81 6. Prova de Enfermeiro do Exército 2021 (VUNESP)....................................................................................83 7. Prova de Enfermeiro do Exército 2022 (VUNESP)....................................................................................85 GABARITOS.................................................................................................................................................87 www.romulopassos.com.br 3 Curso Completo de Enfermagem para Concursos HISTÓRIA DO BRASIL 1. Simulado de História 2023 1 (Prefeitura de Bertioga-SP/VUNESP/2021) Hans Staden veio ao Brasil em busca de riquezas. Fez duas viagens entre 1548 e 1549, durante a colonização portuguesa. Na segunda viagem depois de acidentes de percurso na costa brasileira, o alemão, nascido em Homberg, chegou a Bertioga e, convidado pelos portugueses, trabalhou como artilheiro no Forte de São Filipe. Ele foi capturado pelos Tupinambás quando caçava e viveu como prisioneiro desses índios por nove meses. Durante esse período, ele registrou suas experiências que se transformaram em um livro, que foi lançado em 1557 no seu país natal. Esse livro tem, originalmente, um extenso título, que, na edição brasileira, ficou reduzido para a) “Duas viagens ao Brasil”. b) “Um novo recomeço”. c) “O Karaiba”. d) “Contos indígenas brasileiros”. e) “A terra dos mil povos”. 2 (ESFCEX/2020) O projeto empreendido pelos portugueses de colonização do território que viria a se chamar Brasil se deu, primeiramente, pela implementação das conhecidas capitanias hereditárias, a partir de 1532. Segundo Boris Fausto: “O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao Equador que iam do litoral até o meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues aos chamados capitães donatários. Eles constituíam um grupo diversificado onde havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a coroa portuguesa”. (Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000) É consenso na historiografia brasileira que o fracasso das capitanias hereditárias se deveu a diversos fatores conjugados, tendo destaque a) a monopolização da coroa sobre as terras recém- -descobertas, a intervenção da administração real no modo como os colonos empreenderam a colonização e a falta de apoio da igreja católica na catequização dos indígenas, considerados indignos da catequese. b) a ausência de mão de obra disponível no litoral para os trabalhos referentes à colonização, a dificuldade de escoamento dos produtos coloniais no mercado de consumo europeu e o desinteresse dos portugueses nas terras recém- conquistadas. c) a miscigenação dos colonos portugueses com as populações ameríndias, que os tornara, em pouco tempo, lascivos e ociosos do trabalho da empreitada colonial, e a intervenção constante dos jesuítas nos negócios dos colonos, arregimentando populações nativas aos trabalhos de cunho religioso, em detrimento do trabalho braçal. d) a falta de recursos dos donatários para investir na colonização do território, a inexperiência no processo de colonização das regiões situadas na América, além dos ataques constantes dos nativos indígenas aos aldeamentos coloniais. e) o clima e o solo pouco propícios para a produção de artigos e produtos agrícolas que eram valorizados no mercado europeu e a dificuldade de adaptação dos portugueses às novas terras, haja vista que esta era a primeira experiência de colonização de territórios distantes de Portugal. 3 (ESFCEX/2020) A escravidão moderna caracterizou-se por trazer à tona uma realidade nova ao já secular comércio de escravos ocorrido no continente africano. (Lilia Schwarcz e Heloísa Starling. Brasil: uma biografia. 1. ed. São Paulo: Cia das Letras, 2015) De acordo com as autoras, na obra Brasil: uma biografia, a referida nova realidade consiste www.romulopassos.com.br 4 Curso Completo de Enfermagem para Concursos a) no esvaziamento do comércio de escravos na costa atlântica em detrimento de uma intensificação das rotas de comércio de escravos estabelecidas entre os reinos africanos e o mundo muçulmano, configurando-se este último na maior expressão do escravismo moderno. b) na conquista rápida e efetiva dos reinos tribais africanospelas forças expedicionárias lusitanas, a fim de monopolizar o comércio de escravos para a América, interrompendo, assim, o fluxo de tráfico escravista para o oriente médio e tornando os portugueses os maiores comerciantes de gente do período. c) no modo como os reinos africanos constituídos se fortaleceram em alianças internas, após a influência europeia pressioná-los a aderir às alianças de benefício unilateral, que exaltavam a presença europeia no continente africano. d) no fim das hostilidades entre europeus e africanos, com relação à religiosidade e à adoção do cristianismo por parte de alguns reinos, na lucratividade e na monopolização do trabalho escravizado, bem como do comércio que o sustentava, gerando assim cisões irreversíveis na diplomacia entre os continentes. e) na mudança de escala do comércio de africanos escravizados, tanto no que se refere ao volume de cativos, quanto no emprego crescente da violência. Isso alterou a dinâmica de guerras e das redes de relacionamento internas dos estados africanos. 4 (Prefeitura de São José dos Campos- SP/VUNESP/2019) Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente Brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado [...] os termos “negros da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro para designar os indígenas enquanto verdadeiros habitantes da terra. [Stuart B. Schwartz, “Gente da terra braziliense da nasção”. Pensando o Brasil: a construção de um povo. Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. Formação: histórias, 2000] O uso dos termos “negros da terra” e “índios” para a designação dos indígenas, segundo Stuart Schwartz, tem relação com a) a capacidade produtiva de determinado grupo indígena. b) o status econômico e jurídico dos nativos da América portuguesa. c) o nível de conhecimento que os índios tinham da língua portuguesa. d) a medida de conhecimento que os indígenas tinham da legislação lusa. e) o grau de adaptação das aldeias indígenas com o trabalho produtivo. 5 (Prefeitura de São José dos Campos- SP/VUNESP/2019) Pode-se afirmar que as características geográficas de várias regiões, com especial incidência no sudeste, dificultaram significativamente a penetração portuguesa no sertão, condicionando a forma de ocupação do território brasílico nos séculos XVI e XVII. [...] Além dos condicionamentos de ordem geográfica, fatores de natureza socioeconômica e geopolítica encontram-se na origem da “colonização pontual”, ou seja, a ocupação apenas dos pontos estratégicos da orla costeira. [Jorge Couto, A gênese do Brasil. Em: Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. Formação: histórias, 2000] Em relação aos “fatores de natureza socioeconômica e geopolítica”, é correto considerar a) a frágil tradição portuguesa, com negócios mercantis e as restrições presentes no Tratado de Madrid para interiorizar a colonização. b) a ausência de uma nobreza representativa em Portugal e os frequentes ataques militares dos ingleses nas costas da América portuguesa. c) o desinteresse da elite portuguesa pela agroindústria e a aliança entre tupiniquins e franceses, que impedia o avanço para o interior. d) a ausência de capitais em Portugal e as restrições da Coroa portuguesa para a exploração do interior dos seus domínios americanos. www.romulopassos.com.br 5 Curso Completo de Enfermagem para Concursos e) a pequena população em Portugal e a necessidade da produção açucareira se concentrar nas proximidades da faixa marítima. 6 (ESFCEX/2020) Assim, a explicação de que é a “ideia” da Independência que constitui a força propulsora da renovação que se operava no seio da colônia parece pelo menos arriscada. (Caio Prado Jr. A formação do Brasil contemporâneo. 23. edição. São Paulo: Brasiliense, 1994) Considerando a obra e o fragmento do texto, podemos afirmar que a Independência a) conteve a organização revolucionária de povos e trabalhadores, que, unidos em confederações e grupos sindicais, conseguiram participar ativamente das negociações em torno da transição para o modelo Imperial do século XIX. b) foi um processo no qual várias concepções de separação coexistiram, uma vez que não existia um projeto de unidade em torno da Independência do país, diante de interesses e disputas conflitantes no período. c) foi um processo de construção em massa que unificou os diversos setores da sociedade nacional, sobretudo, a partir da aliança entre os defensores do modelo escravista e os movimentos abolicionistas do período. d) consolidou um longo período de acordos entre as elites vinculadas aos portugueses e a nova burguesia industrial vinculada às cidades e às ideias progressistas que permitiram incluir os diferentes grupos neste projeto nacional. e) foi a continuidade de um projeto de inclusão e transformação da sociedade brasileira, com especial destaque à incorporação de direitos e à cidadania estendida a mulheres, negros e indígenas, entre outros grupos, neste processo. 7 (ESFCEX/2020) As ideias separatistas nasciam do profundo desequilíbrio entre o poder político e o poder econômico que se observava nos fins do Império, oriundo do empobrecimento das áreas de onde provinham tradicionalmente os elementos que manipulavam o poder e concomitantemente do desenvolvimento de outras áreas que não possuíam a devida representação no governo. As transformações econômicas e sociais que se processam durante a segunda metade do século XIX acarretam o aparecimento de uma série de aspirações novas provocando numerosos conflitos. [...] (Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República: momentos decisivos. Fund. Ed. Unesp, 1999) Para Emília Viotti da Costa, o tal “desequilíbrio entre o poder político e o poder econômico” refere-se a) à perda da importância política das províncias do Centro-Sul em virtude da Reforma Eleitoral de 1883 e, ao mesmo tempo, a uma reorganização econômica das províncias do Norte, a partir da produção de açúcar e algodão, e com o uso da mão de obra oriunda da imigração subsidiada. b) à bancada do Partido Liberal das províncias decadentes economicamente desde 1850, caso de Minas Gerais e Bahia, que defendiam a manutenção da escravatura, em contraponto ao vigoroso apoio do Partido Conservador aos projetos que encaminhassem o fim da escravidão. c) à fragilização econômica dos barões do café do Vale do Paraíba, que, ainda assim, detinham um forte poder político, e ao Oeste Paulista, que se tornou, a partir de 1880, a região mais dinâmica do país, embora com uma participação política relativamente pequena. d) ao novo patamar econômico atingido pelas províncias de São Paulo e de Minas Gerais que, desde 1870, produziam café essencialmente com a mão de obra livre do imigrante europeu, em contraposição às províncias do Norte, que reforçavam a escravidão com a compra de escravos do Sul. e) à província de Minas Gerais, produtora agropastoril com a mão de obra cativa e forte opositora às políticas do Império, condição diversa de São Paulo que, com o avanço da produção cafeeira, usou a sua grande bancada de parlamentares para defender a transformação do escravo em trabalhador livre. 8 (Prefeitura de Peruíbe-SP/VUNESP/2019) Após a independência política, os portugueses sofreriam, rapidamente, a rejeição explícita dos www.romulopassos.com.br 6 Curso Completo de Enfermagem para Concursos nacionais. Contribuía fortemente para isso o fato de o Partido Português experimentar ascensão política no primeiro reinado, em detrimento do Partido Brasileiro, ao mesmo tempo em que Dom Pedro I, nascido em Portugal e herdeiro do trono luso, sofria o crescimento desua impopularidade. A rejeição e agressividade brasileiras direcionadas aos portugueses aumentariam sensivelmente com o passar dos anos no século XIX. Os lusos, na historiografia, eram tomados como sinônimos do passado colonial, de dependência e submissão brasileiras. [Eduardo França Paiva, De português a mestiço: o imaginário brasileiro sobre a colonização e sobre o Brasil. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História. Adaptado] A partir do excerto, é correto considerar que a) a importância da colonização portuguesa foi reconhecida durante o processo de formação do Estado nacional brasileiro. b) as primeiras obras sobre a história nacional publicadas até a metade do século XIX exaltavam os africanos pela resistência ao colonizador. c) a produção historiográfica do século XIX recebeu importante influência da lusofobia presente entre os brasileiros. d) a produção historiográfica no Primeiro Reinado era simpática a Dom Pedro I e reconhecia os ganhos civilizatórios do Brasil por causa de Portugal. e) a forte aversão aos portugueses na primeira metade do século XIX fez a historiografia nacional valorizar a presença de africanos no Brasil. 9 (ESFCEX/2020) Com o objetivo de promover pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira, conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes. (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999) O trecho acima aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição do trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram: a) a chegada da família real com sua corte, o que trouxe a necessidade de mão de obra excedente, e a dificuldade de se controlar a população escrava. b) a crise do modelo agrário brasileiro, com a expulsão dos proprietários de suas terras tradicionais, e a falta de trabalhadores no vasto território do Império. c) a questão demográfica, reconhecendo-se a necessidade de povoamento do país, e o branqueamento da população que, à época, era composta majoritariamente por negros e indígenas. d) a pluralização de povos, que estava nos planos imperiais de miscigenação da população, e a alta mortalidade da escravaria do campo. e) os problemas econômicos do Império, que já não possuía mais recursos para a compra de escravos africanos, cada vez mais caros, e o aumento da população de escravos e indígenas, que ameaçava os domínios de Pedro II. 10 (Prefeitura de São José dos Campos- SP/VUNESP/2019) A Constituição Federal, aprovada pela Assembleia Constituinte, em 24 de fevereiro de 1891, cumpriu a promessa de descentralizar uma das palavras de ordem do manifesto republicano de 1870 – “Centralização, desmembramento; descentralização, unidade”. [Joseph Love, A república brasileira: federalismo e regionalismo (1889- 1937). Em: Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação, 2000] Trata-se de exemplo de descentralização, presente na Carta de 1891, a) a proibição que as mercadorias produzidas por um estado fossem comercializadas para outras unidades da federação. www.romulopassos.com.br 7 Curso Completo de Enfermagem para Concursos b) a permissão que um estado, depois da concordância da maioria dos outros estados, deixasse de fazer parte do país. c) a condição de que cada estado tinha a sua própria política cambial, com direito a desvalorizar ou valorizar o mil-réis. d) a autoridade que os estados tinham sobre as jazidas minerais que estivessem dentro das suas fronteiras. e) a possibilidade de os estados ficarem com todas as rendas tributárias, inclusive com o imposto de importação. 11 (ESFCEX/2020) Em 1844, no Brasil, foi criada uma nova tarifa alfandegária sobre produtos importados, que, variando entre 30% e 60%, favoreceu a criação de indústrias, bancos, ferrovias, mineradoras etc. Ela ficou conhecida pelo nome de seu criador, que era, então, o Ministro da Fazenda: a) Rui Barbosa. d) Eusébio de Queirós. b) Alves Branco. e) Barão de Tefé. c) Barão de Mauá. 12 (Prefeitura de Peruíbe-SP/VUNESP/2019) Café era sinônimo de São Paulo, e os políticos paulistas visavam avidamente beneficiar a economia exportadora de seu estado. Suas lideranças mostravam interesse em cooperar com os representantes de outros estados e do governo federal quando detectavam interesses comuns; por sua vez, entre as elites estaduais, os paulistas defendiam políticas intervencionistas com habilidade inusitada, enquanto o governo federal se mostrava reticente em fazê-lo. A mais famosa instância de cooperação com os outros estados, cooperação com o governo federal e demonstração de autoconfiança foi o episódio da valorização do café em todos os diversos estágios de seu desenvolvimento. [Joseph L. Love, A república brasileira: federalismo e regionalismo (1889- 1937). Em Carlos Guilherme Mota (org). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande transação] A Política de Valorização do Café, pensada no Convênio de Taubaté (1906), a) foi implementa pela primeira vez em 1908 em São Paulo que, neste ano, arcou sozinho com o custo desse programa, condição possível porque os paulistas respondiam pela metade da produção anual mundial de café. b) esteve associada a uma política de contenção de plantio de novos cafeeiros, condição que provocou, após a Primeira Guerra, uma diminuição da presença brasileira no mercado mundial de café. c) recebeu imediato apoio da maior parte dos estados brasileiros, mais a adesão irrestrita do governo federal, porque o aumento das exportações paulistas trazia benefícios diretos para todos os outros estados. d) aumentou o fluxo de café no mercado internacional, principalmente na Grã-Bretanha, e produziu melhora importante nas finanças do governo federal, por este ser o arrecadador do imposto de exportação. e) foi bem-sucedida até o início da Primeira Guerra, momento no qual as dívidas com os banqueiros europeus foram cobradas e não houve mais recurso para a reaplicação desse mecanismo de apoio ao café. 13 (ESFCEX/2020) Durante a Primeira República, o domínio dos “coronéis” no campo era quase absoluto. Contudo, mostrou-se insuficiente para impedir que muitos trabalhadores rurais seguissem líderes messiânicos, que acenavam com a promessa de uma sociedade justa e fraterna. Vale a pena destacar o seguinte líder religioso desse período: a) Padre Cícero. b) Padre Diogo de Feijó. c) Padre João Ribeiro. d) Frei Caneca. e) Raimundo Gomes, o “Cara Preta”. 14 (ESFCEX/2020) Há uma história do tenentismo antes e depois de 1930. Os dois períodos dividem-se por uma diferença essencial. (Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2000) www.romulopassos.com.br 8 Curso Completo de Enfermagem para Concursos O tenentismo, antes e depois de 1930, respectivamente, a) rebelou-se contra o Estado oligárquico, caso da Revolução de 1924, que tinha o objetivo de derrubar Artur Bernardes; teve participação no governo, com os “tenentes” assumindo interventorias nos estados, principalmenteno Nordeste. b) esteve vinculado às ideias antiliberais dos anos 1920, o que explica a defesa de uma radical legislação de proteção ao trabalho; fez forte oposição ao Governo Provisório porque discordava da postura de Vargas em protelar a volta da constitucionalidade do país. c) propunha uma reordenação política da nação por meio de um sistema eleitoral censitário; defendeu as políticas oriundas das forças oligárquicas alijadas do poder por meio da Revolução de 1930, o que justifica o apoio às forças paulistas no movimento de 1932. d) organizava-se nacionalmente e teve participação central na eleição de Washington Luís em 1926; desprestigiado pela ordem surgida com a Revolução de 1930, agrupou-se no Partido Democrático, ficando sua força política restrita aos estados mais pobres do país. e) demarcava com os princípios econômicos da socialdemocracia e tinha bastante clareza ideológica; participava ativamente da política até a instauração do Estado Novo e defendia que o Estado não deveria interferir na atividade econômica. 15 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) Leia um discurso de Oswaldo Aranha. A Revolução de Outubro articulou-se conosco, venceu com o nosso sangue, revigorou-se com o nosso idealismo, armou-se com a força dos nossos estados, mas ela nem nasceu da Aliança Liberal, nem do heroísmo de Copacabana, nem da audácia dos cruzadores do nosso sertão. Ela não é militar, nem civil: é ela mesma. Não tem dono, nem senhores, nem chefes. [...] Suas origens são longínquas e obscuras, vêm do passado que violou as leis econômicas e as sociais, e os seus destinos perdem-se num futuro, cujo mistério ultrapassa o estado atual dos nossos conhecimentos. [Apud Vavy Pacheco Borges. Em Marcos Cezar de Freitas (org.).Historiografia brasileira em perspectiva] Oswaldo Aranha trata a) do Golpe de 64. b) da Revolução de 30. c) da decretação do Estado Novo. d) da Proclamação da República. e) da Revolução Constitucionalista de 32. 16 (ESFCEX/2021) A revolta comunista de 1935, conhecida como Intentona Comunista, eclodiu nas seguintes capitais brasileiras: a) São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. b) Natal, Recife e Rio de Janeiro. c) Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. d) Recife, Natal e Porto Alegre. e) São Paulo, Belo Horizonte e Recife. 17 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) A lista de conteúdos, sua distribuição pelas séries da escola secundária, as orientações para o trabalho pedagógico elaboradas pelas instituições educacionais durante o período Vargas e expressas nas Orientações Metodológicas (parte importante dos Programas) traduziam a preocupação oficial e as discussões que perpassavam os meios intelectuais brasileiros. Mais do que isso, eram um instrumento ideológico para a valorização de um corpus de ideias, crenças e valores centrados na unidade de um Brasil, num processo de uniformização no qual o sentimento de identidade nacional permitisse o ocultamento da divisão social e a direção das massas pelas elites. [Katia Abud. Currículos de História e Políticas públicas:os programas de História do Brasil na escola secundária. Em Circe Bittencourt (org). O saber histórico na sala de aula] O excerto sugere que, no período Vargas, a) o currículo era a continuação de um projeto colonial para a educação que priorizava a perspectiva positivista da História. b) existia uma relação entre as políticas públicas para a educação e a organização curricular atrelada à ideologia do regime vigente. www.romulopassos.com.br 9 Curso Completo de Enfermagem para Concursos c) o projeto de unidade e identidade nacional foi exitoso, a ponto de o governo abrir mão de uma intervenção curricular. d) o governo evitou ideologizar o currículo, mantendo-o neutro e imparcial dentro das possibilidades daquele contexto histórico. e) as instituições políticas responsáveis pela organização curricular estavam livres para a elaboração de um programa de educação moderno. 18 (ESFCEX/2021) A primeira Constituição da República, apesar de instituir o direito de voto aos cidadãos, com diversas exceções, determinou que na primeira eleição caberia à Assembleia Constituinte escolher o Presidente e o Vice-Presidente, quando foram, então, escolhidos o Marechal Deodoro da Fonseca como presidente e o Marechal Floriano Peixoto como seu vice, mesmo sendo de chapas diferentes. Encerrava-se, assim, o período conhecido como a) República de Espada. b) Política do Café com Leite. c) Nova República. d) Tenentismo. e) Governo Provisório. 19 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) Concordo com o argumento de que traços totalitários são identificáveis nos discursos e práticas de Vargas, mas não se pode dizer que tenha havido, no período, “efetivação histórica do conceito em plano macro-institucional e societário”, como diz Roberto Romano. [Maria Helena Rolim Capelato, Estado Novo: novas histórias.Em Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva] Entre outros argumentos para não definir o Estado Novo como uma ordem totalitária, a historiadora aponta que a) não ocorreu o monopólio absoluto do Estado no plano físico, jurídico ou econômico, ainda que a repressão tenha sido intensa, e as liberdades, anuladas. b) a legislação trabalhista e sindical oferecia liberdade de organização aos trabalhadores das empresas privadas. c) a maior parte do ministério era formada por simpatizantes da ordem liberal, notadamente da experiência estadunidense. d) havia brechas jurídicas na Constituição de 1937 que garantiam representação política para parte considerável da população. e) as práticas políticas do governo autoritário respeitaram as particularidades regionais, especialmente no que se refere ao sistema educacional. 20 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) [Em 1933], o presidente argentino Juan B. Justo visitou o Brasil e, na ocasião, Vargas deu enorme destaque à amizade argentino-brasileira, “tradição arraigada na alma dos dois povos”. [...] Salientou a identidade de interesses entre os dois países e as “possibilidades de intercâmbio econômico, cultural e de mútua assistência para assegurar a tranquilidade interna e a paz exterior”. [Maria Helena Capelato, O “gigante brasileiro” na América Latina: ser ou não ser latino-americano. Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação] Segundo o artigo de Maria Helena Capelato, a aproximação latino-americana pode ser explicada a) pelo desinteresse da política externa norte- americana pela América Latina, mais preocupada em conter a expansão nazifascista. b) pelo interesse do Brasil e da Argentina em ocuparem cargos de destaque na Liga das Nações, com o apoio dos Estados Unidos. c) pelo fechamento do mercado europeu aos principais produtos da América Latina, como café, maquino faturados têxteis e petróleo. d) pelo afastamento dessa região dos Estados Unidos em função dos descontentamentos derivados da Crise de 1929. e) pela necessidade brasileira em encontrar novos mercados para os produtos industriais do país, prejudicados pela depressão dos anos 1930. www.romulopassos.com.br 10 Curso Completo de Enfermagem para Concursos 21 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) O interregno confuso de João Goulart seria apenas o prenúncio do golpe, que viria em 1964, pois a tentativa do Plano Trienal fracassou, tanto quanto seu governo agravou muitíssimo o terror das elites a quaisquer melhorias no campo social, propagandeadas como “ameaças comunistas” ou, como se alegou na época, como risco de instauração de uma “República sindicalista”, pois Jango apelou bastante para o viés “populista”. [Carlos Fico, O Brasil no contexto da Guerra Fria: democracia, subdesenvolvimentoe ideologia do planejamento (1946-1964). Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação. Adaptado] O Plano Trienal a) associava a taxação das grandes fortunas com investimentos públicos nas indústrias de base. b) ajustava o custo da máquina estatal, com o aumento tributário, para investimentos públicos. c) estabelecia uma reforma tributária em paralelo a um ajuste fiscal severo, com o controle cambial. d) ampliava o crédito para os bancos nacionais e controlava a taxa básica de juros. e) combinava o combate inflacionário, o crescimento econômico e as reformas sociais. 22 (Prefeitura de Cerquilho-SP/VUNESP/2019) A transição democrática iniciara com o reconhecimento da legitimidade do conflito. Com o transcurso da transição, a política teria passado a ser percebida como experiência eminentemente conflituosa, aberta, avessa a determinismos, sem espaço para sujeitos oniscientes ou verdades inelutáveis. Seria agora extemporâneo cogitar eliminar o conflito em nome de metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma do Estado. [...] O governo Fernando Collor de Mello viria pôr à prova esse entendimento. [Tarcísio Costa, Os anos noventa: o ocaso da política e a sacralização do mercado. Em Carlos Guilherme Mota (org). A experiência brasileira. A grande transação.] O governo Collor, segundo o autor do artigo, a) alinhavou acordos com os partidos progressistas no Congresso Nacional e restringiu a abertura do mercado brasileiro aos bens de capital. b) voltou-se para uma agenda marcadamente econômica e, ao mesmo tempo, potencializou a negação da política. c) fracassou na articulação política por não oferecer espaço aos partidos pequenos e obteve ganhos econômicos notáveis, como o controle inflacionário. d) inovou com uma política externa independente, com a criação do Mercosul, e apresentou-se como conservador nos costumes. e) projetou uma radical reforma do Estado e mostrou-se ousado no aspecto econômico ao optar pelo desenvolvimentismo. 23 (ESFCEX/2021) As afirmações a seguir referem-se ao Governo Médici (1969-1973), quando houve o período que ficou conhecido como “Milagre Econômico” ou “Milagre Brasileiro”: I - A economia do Brasil cresceu, em média, 10 % ao ano. II - O Brasil alcançou a autossuficiência em petróleo, auxiliado pela redução de consumo proporcionada pelo sucesso do Programa Proálcool. III - Apesar do crescimento econômico, a inflação seguiu elevada, se comparada à dos anos que antecederam o regime militar. IV - O estímulo ao investimento externo foi essencial para o crescimento da indústria. V - As exportações brasileiras também cresceram, graças aos incentivos fiscais e à conjuntura externa favorável. Assinale a alternativa que apresenta somente assertivas corretas, dentre as apresentadas a) I, IV e V. c) I, II e V. e) II, III e IV. b) I, II e IV. d) II, III e V. 24 (EBSERH/VUNESP/2020) No Brasil, somente a partir dos anos 80 que a sociedade alcança os primeiros avanços rumo à constitucionalização de novos direitos sociais, trabalhistas e políticos. Embora, a partir desse contexto, aos brasileiros foram ampliados os acessos a serviços públicos