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O Estudo da História da Psicologia Por que Ertudar o Históri0 d0 Psklllgi0? Começaremos com uma per8unta básica: poÌ que vocè está fazendo este cuÌso? Iol.ser oÍelecíalo em um hoÌáÌio conveniente? ?or que o cuÌso que rcâlmente quèÍla fazeÌ já está lotado? Por que orÌviu falaÌ que o professoÌ dá notas altas? Ou será pot queé exisido paÌa o cÌrÌso de psicologiâ? Se essa úÌtirna peÌgunta se apiica a você, pÌecisamos então Íazer algumas perSuntas adicionais lor quc osprofessores ao depaÌtamento de psicologiâ acredilam que é imporlante paÍa os alunôs estudarem a história de sua área? ôualapossivel lelevânciã queo passado tem parâ se entendeÌ o píeserÌte? PoÌ qúe os departamentos de piicologia têm ofereciáo esse ôurso desde, peÌo menos, 1911, ou melhoÌ, há um século? E por que você acha qúe dois entÌe três alunos do ProgÌama de gÌaduação incluem um curso de história da psicologia como parte das exigên' cias Dara sua formação? Èntre todas as ciências, a psicologia é sem iguâl quanto a esse aspecto. A maioria dos departanÌentos de ciências não faz tais exigências e nem mesmo dá um cuÍso de Ììis- tóÍia especifico de sua áÌea. O iÍIteÍesse dos Psicólo3ls em *a hisiórja levou à foÌmatização desta colno wm átea de €studo. Assim como há psicóÌogos que se esPeciaìizâm em Drobleúôs sociais' DsicoÍaÍmacologia, ou des€Ìi\olvimento àa adolesceocia, tambëm há aqueles que se especiâlizâm em história da P6icologia. Psicologiâ? O Desenvolvimento da Psicologia Moderna Dados Históricos: a Reconstrução do Passado da Psicologia tÌistoriosÌaÍiâ: a MeiodoÌogiâ de lstudo dá Históiiâ Dãdos Pddidos ou OmitÌdos InlormâJões Distolctdas na Ìnformaçõ$ Obtldas úedtante Relâtos Forças Conteituais na Psicologia OpoÌtúnidades Advindas <la As GueÌras Mundiais PÌeconcelto e Dhcriminôção visões da Histórìa Científica  TeoÌia Pesonalista À Teoriâ N\arulaÌistâ Escolãs de Pensamento na Evolução da PsicoloSia o4anização do Livro ' Por que EÍudar a Históíia da ! H6roR|À o Psrcoloc| MoDLRNA Ëm 1963, foi lançado o louíítal of the History of the Behavíoíat Sciences, um periódico multidisciDlinaÌ, tendo um psicólogo como editol rcsponsáveÌ. Naquele mesmo ano, foi estabeleci;o o Archives of the Hist;ry oÍ AmeÌican Psychology [Arqui\ os de História da Psicologia AmeÌicala] na UniveÌsity of AkÌon, Ohio, com o objetjvo de atender às ne- cessidades de coletaÌ e preseÍaÌ mateúais e pesquisas. O aÌqutvo teln a maior coleção do mündo de materiais sobae a históÌia da psicoÌogi4 com mais de 25 loiÌ livros, 15 rnil fotos, ceÌca de 6 mil ÊImes (inclulndo um filme de Si8mund Fleud), e centenas de mÌÌhaÌes de catas, manuscdtos e oútÌos documentos. Em 1985, o proieto de história oral da Americân Ìsychological Association (A?A) começou a graval entrcvistas com ex-pÌesidentes e ex-dÌÌetorcs execuhvos da APA com o obietivo de pÌeseÌvaÌ suas memóÌìas sobrc o desenvolvimento da Psicolotia científrca e proÊssionat. Em 1998, teve inícÌo um peÌiódico tÍimestral chamado J{istory ofPsychology' ;poiado pela Division of the HistoÌy of Psychology lDivisão da História da Psicologia] da ape (lú.ao ZO, to.taada em 1966), com o objetivo de estudaÌ a relação cntre hìstóda e psicoÌogia e também questões relacionadas ao ensino da história da psicologia' - ÊÍr 1969, foi fundada a InteÌnational Society foÌ the History of the BehavìoÌal and SociaÌ Sciences (Cheüon Society) lsociedade InteÌnacional parâ a HistóÌia dâs Ciências do CoúpoÌtamento e Sociall. Treinamento em nível de pós-gÌaduação em HistórÌa da Psicologia é oÍerecido em diversas univeÌsidades, lncluindo YoÌk Uoive$ity, UniveÌslty of New H;mpshile, Unlve.sity of Florida, University oÍ Oklahom4 UniveÌsity of Pennsylvanla e Texas A&M unive$iry o aumento do Ì1úmeÌo de pubÌicaçóes, encontÌos e arqulvos de consulta reflete a impoÌtância que os psicólogos dão ao estudo da históÌia da psicologia' NatwallÌrente, esses desenvolvinentos não respondem à peÌgunta sobre como uma pessoa se benelciaÌia com o estudo sobrc a história da psicologia' Falando fÌancamente' ;Que proveito pode tiÌaÌ disso? " Como a sua compÌeensão sobÌe a psicologia atuâÌ - com' po, tuio"nto h.t*u.to " funcionam€nto cognittvo _ pode ser infltenctada ou âpÌimoÌada se ier o que alguns psicólogos, que já moÌÌeÌam há muito tempo, izeÌam em um laboÌatóÌio ou disseÌam paÌa um paciente no seu consultório cerca de 50 ou 100 anos atrás? Consialerc seu conhecimento sobÌe psicologiâ obtjdo em oütÌos cuÌsos' ou seja' que não há uma úlica foÌma, aboldagem ou definição de psìcologia com as quais todos os psicólo8os concoÌdem. E mais, que existe uma diveÌsidade enoÌme' e até mesmo uma di- iisão eïugmentuçeo tta especúização proâsslonal e científlca, bem como disciplinaÌ' A[unì psicóLogos dedicam-se às funções cognitivas, enquanto outÌos Ìidam com as forçãs inànsciúes; e há ainda os que tÉbalham someflte com o comPoÌtâmento observável ou os processos frsiológicos e bioquíúicos A psicologia modeÌI1a compÌeende váÌias áleas de estudo que pouco paÌecem ter em comum' exceto o grande inteiesse na naturcza e no comportãmento humanos, e uma abordagem que tenta' de algum modo' ser'cientílca' A única linha de tÌabalho que une essas áreas e esses tratamentos distintos paÌa foÌmar um aontexto coerente é a história, ou set4 a evoluÉo da psicologia ao longo do tempÓ Jo-o,-rrou at.ipti.ru independente. Soáente a explonçaó das origens da psicologla e o esfudo do seu deienvolvimento é que proporciooam uma visão clara da natuÌeza da psico_ losiaatual.oconhecimentohistóÌicoorganizaadesoldemeestabelecel.lmsigniÂcadoao qnï p"r""" .". o- .uos, colocando o passado em perspectiva para expÌicaÌ o pÌesente' ' i"luitos psicólogos aplÌcam uma iécnica semelhante e cõncordam que â influência do passaao âpda aìoúu, o p'"'"tt" Pot "xemplo: alguns psicólogos clínicos tentam coripreender os pacientes aduìtos e-xplorando a infância' èxaminando-as-foÍças e os even_ io, qo" pro.,o.* tto paciente deteÌmÌnado tipo de compoÌtamento ou pensamento' C\pÍÌulo 1 O EsÌuDo D,\ fllÍoR! tx fbcotooÀ 3 Com.a,co4lpilação desses históÌicos/ os clínicos Ìeconstituêm a evoltlçáo:da vida do paclêiite e esse processo, muitâs.vezes, explica os seus padrões atuais de coÌrÌpoÌtamento i pensamento. Os psicólogos behaviodstas também acÌeditam na iofluência'do passado nã ÍoÌmação do prcsente. ÁcÌeditam que o condicionamento pÌévio e as expeÌiênclas de ÌefoÌço deteÌminam o çompoitamento..Em outÌas palavÌas, a própÌia históÌia do ìndiví' duo pode explicar o seu estado atual ou seia, o que Íomos no passado pode mostúr o que somos no presente. _ O caÌtrpo da?sicotogia funciona do'mesmo jeito' Este livro'mostra que o estudo formaÌ da históÌia dapsicologla é a maneira mais sistemática de integÌar as árèas e as qu€stões que constltuerd a psicologia modeÌna, e peÌmitlÌá âo aluno leconheceÌ as lelações entre as ideias, as teo as e os esÍoÌços de pesquisa, bem como compreender'de que ÏoÌma as diferentes peças do quebÌa_cabeça da psicotogla.se encaixam paÌa cÌiar uma f,guta coercn_ te. Este-livio também'deve ser consideÌado !m esíldo de caso, ou seja, uma investigação àãslp"sour, aor "lr"tttos e das expeÌiências que foÌmaÌam a psicologia atüal' icrescentamos ainda que a históÌia da psicologia por si só é fascinante, iá que envolve dÌainat tÍagédia, heloísmo e Ìevolução, além de um pouco de sexo, dÌogas e comporta- mentos toàmente extúvagantesr ApesaÌ do iníclo hesitantei dos eÌlos'e tlos conceitos eqúlvocados; no geÍal, houve umà nítida evolúção na-formaçãoda psicologia'contempo- rânea, iusti6cável por sua riqueza. Aqui vai outÌa peÌgunta: poÌ qual ponto còmeçamos qosso estudo da hlstóÌia dapsicologia? ,q.'resoosta depìnãe de.cà-o defittimos 2sícoloiia. As origens da áÌea qüe chanÌanos de psicoìogia poãem ser deteÌminadas em dois períodos diittintos, com ceÌca de 2 mil anos ãe distãncia um do outÌo. PoÌtantoi a psicologia está entrc as disciplinas mals antlSas' bem como umâ das mais novas Poalemos inicialmente tÌaçar ldeias e Êazer especulaçòes à respeito da naruÌeza e do com;;rtamento humano já no século V a.C., quando Plâtào, Áristotejes e oütÌos llósofos greqàs iá lrabalhavam com multas das questó., q" p'totupuÍì os Psicólotos de hoie' intìe elsas questoes estão aÌguns dos toúcos básicos abordados no curso de intrcdução à psicologia; memória, aprendizagem, motivação, peosamento' percepção e comporÌa' Íriento anormal, Desse modo, um tnicio porsível para o €studo da história dâ psicolÒgia nos levaria aos antigos textos Âloú6cos sobÌe esses problemas' os quais maÍs taÌde roÌam incluídos na disciptina formalmente conhecida como psicologia : -'----õo poà"*ot àpot por estudaÍ p/sicoÌotia como urÍìa dasáteas mais novas -d€cstttdô € ao-"çut'zoo u""t uttat, quando a p'skologia modema surgiu da Êtosofra e de outras aborda' eens cientificas para procìamar sua próprl identidade cotrìo uma área formal de estudo '- '-ã"t" p"J,i"* iliuing',iÍ entre PsicoÌogta modema' abordadâ nesle Iivro e suas raizes ou se14 os úcuìos que ant"Ld"*- s"* pr"tttrsoro intelectì lais? A distinção não se Ìelacio- oo iu;o ao- ot tçot ae perguntas feitas a respeito da natureza humana' mas' sim' cgqÌ:o! métoalos usados para prccuÍar resPostas às P€rguntas São- a aboÌda8€m e as têcnic?s empÌe_ eaãas que distinguem a antiSa Éloso6a da psjcologia moderna e que marcam o surgimento ãa osicãloqia como uma área de estudo seParada' fundamentalmenle cienl rbca. Até olltimo quarto do sóclrlo XIX, ôs Êlósofos estlldavâm a natureza numana es- p"."r"J., i"*i"â" " geneÌalizarÌdo, com base em suas pÌóprlas e{pedências Mas uma 4 HrcÌóRrA DÁ Ps|corocrÀ MoD.RNÁ transformação importante ocoÌreu quando os fiìósofos começaÌam a aplicaÌ as ÍeÍâmên7 tas e os métodos lá utilizados com sucesso nas ciências biológicas e físicas para exploraÌ questões relacionadas à natureza humana. Somente quando os pesquisadoÌes passarar4 a ÇonÊaÌ na observação e na expeÌimentação cuidadosamente contÍoladas paÌa estudâr a mente humana é que a psicologia começou a adquidr uma identidade distinta das suas üízes fllosófrcas. A nova disciplina da psicologia pÌecisava de métodos pÌecisos e obietivos pâra lidaÌ com o assunto. A Ìnaior paÌte da históÌia da psicologia, depois de sua separação das úízes ÂlosóÊcas, é a do desenvolvimento contínuo de ferramentas, técnicas e métodos paÌa atingiÌ precisão e objetivldade cescèntes, Ìefinando não só as peÌguntas que os psicóÌogos faziam mas também as Ìespostas que obtinham. Se procüraimos entender as questóes complexas que definem e dividem a psicoÌogia atual, então do ponto de paltida mais adequado seda o século XIX, período em que a psicologiâ toÌnou-se uma disciplina independente, com métodos de pesquisa distintos e fundamentação teórica. EmboÌa seja verdade, como já observamos, que os ilósofos como Platão e AÌistóteles se preocupavam coIn probÌemas que ainda hoie são de interesse geÌal, eles âboÌdavâm esses pÌoblemas de modo muito diferente do que o utilizado peÌos psi- cólogos atualmente. Aqueles estudiosos não eram ?sicólogos no mesmo sentido utilizado hoie em dia. Um gÌande estudioso da históÌia da psicologiq Kurt Danziger, faz refeÌência às abor- dagens filosófrcas antigas para questões da nafureza humana como a "pré-história" da psicologia moderna. Ele acÌedita que a "históÌia da psicologia se limita ao período em que ela reconhecidamente suÌge como disc4jlina, e que é extÌemamente problemrático ÍaÌar em uma históda da psicologia ant€s disso" (Daíziget apud Btock, 2006, p. 1,2). A ideia de que os úétodos das ciências físicas e bioÌógicas podiam seÌ aplicados ao estudo dos fenômenos mentais originou-se tanto do pensamento filosóÊco quanto das pesquisas fisiológicas realizadas entÌe os séculos XVII e XIX. Èssa época apaixonante forma o pano de fundo de onde suÌgiu a Èsicologia modeÌna. Veremos que enquanto os flÌósofos do século XIX estavam abÌindo caminho paú uma investida expeÍimental ao funcionamehto da mente, os Âsiologistas estavam, independentemente, aboÌdando aÌgüns dos mesmos pÌoblemas de üm ponto de vista diferente. Os Asiólogos do século XIX estavam fazendo gËndes pÌogressospara a compÌeensão dos mecanismos corpoÌais subiaceÌites aos processos mentais. Seus métodos de estudo diÍerem daqueles usados pelos Êlósofos, mas a possível união dessas disciplinas tão discÌepantes - filosofia e isiologia - formou uma nova árca de estudo que rapidamente ganhou sua pÌópria identidade e sfdÍrs. A nova áÌea cÌesceu Ìapidamente, tornando-se uma das disciplinas mais popuÌaÌes entÌe estudantes unive$itádos atualmente, t ; . , , ,D0d0s lltstqnc1s:0 ftec1nstruclj 00 v0ss000 00 rstcot00t0 Historiografia:a Mefod\l1qi1 de Estud1 d0 HktóriI Neste livrq IIistória da psicologií modrma, tfttamos de duas disciplinas - a hlstória e a psicologia.-, usando os métodos da história para descrcver e compreender a evolttção da psicologia. como a anáÌise da evotução da psicologia depende dos métodos da hlstóÌia, CAPÍTULo I O EsÌuDo DÀ HlsÌoRrÁ DÁ P5Éo(c4i 5 aDÌesentamos uma rápida iníodução sobÌe a definição de'histoÌiografia' que se rêfere ài técnicas e aos princípios eúpregados na pesquisa histórica' rristoÌiogÌafid; princípios. métodos e q uestões Íilosóficas envolvìdas na pesquha hislórica' Os ,-pro-blema qúe não ocoFe com os psicóla8o:ot.did:: l-o*ãt, taï"rutá""," diferentes dos ãados científicos A caracte stica mais distintivâ é aïetoãotogia pu.a coleta dos dados científicos. PoÌ exemploi quando os psicólogos dêse- jam iàvestilarìtguma questão especíÊca - como a identiÊcação das ciÌcunstâncias que ieuum umu pessoã a ajuãar.outra que esteia em situação difícil; o impacto dos pÌogramas uu.iarr"i. a"ì"forço ao comportamento dos Íatos de Ìaboratório; ou se a c ança imita o c;;portarÂqnt9 ;.gressivo eiibtdo na televisão - logo eles cda{n situações qu çqtabelêçem condiçõéS quç,?e.imit4m a geÌação dos dados- os pslcãtogos poaem rcalizal uma exPeÌiência em laboÌatório' obseNaÌ o coÍnpoÌta- mento âo.mundo ieal sob colaliçóes controladas; fazcÌ um levantamento ou calcular a "ãrãfao'attutirti"u,"ntre duas variáveis. Esses métodos peÌmitem aos çientistas obtei uma medida de eontrole sobre as situações ou eventos que optaÌn poÌ estudar'-PoÌ sua ""r, oi""""at poO"." ser reconstruídos ou repetidos poÌ outÍos 'ientistas em épocas e úres dìferentes. Desse modq é possível verifrcar os dados postedoÌmente' estabelecendo coindiçoes similares àqueìas do estudo original e repetindo as obseÍvações .. , Entretanto, os dJdos históÌicos não podem seÌ Ìeconstruidos nem Ìepetidos llma .lt ruçao oaq..úu "- uÌgum momento dópassado, às vezes há sécuÌos' talvez não tenha iecetioo o cuiaaao aerrúo dos histodadores ao regiltraÌem as paÌticularidades do evento na éDoca, principalmente no que sc diz resPeito â detalhes pÌeci(oq lole, ôs pesqulsadores nã; tèm condiçôes de controlar nem de reconslruir os eventos do oussado pã.u ãxaminálos à luz do conhecimento do presente Fica a pergunta: se nao iJ i*t.i'" á. "^ t".ldcnte histórico, lo8o, como o historÌador'dcvÊ li!4r coü ele? Quais dadoi pode utilizar? E como saber com ceÍteza o que ocorreu? EÁbora nào possam repeli Í a sj luaçào para 8eÍar os dados coÍretos' os hisloriadores ainda oossuem iriormaçÒe; sisnifrcativas pâra ânáÌise_ Os dados sobÌe os acontecimentos do oas'sado estào disponiveis emfÌa8úentos, descrições escritas por paÌücipantes ou teste- m,inhas, cartus e diàrios, fotografias e peças de equipamentos d€ laboratóÌio'-entrevístas' além de outros relatos oÊciais. Ë é com base nessas fontes, nesses pedaços de infomação' oue os histoÌìadoÌes tentam recdal os eventos e as experiências do passado' ' essa forma de trabalho é semelha[te à usada pelos alqueólogos que analisáÍi os fragmentos das civilizâçóes passadas - tais como pontas de flechas' pedaços de potes de ãrei la ou de ossadas humanas - para tenlaí descrever as caracterjst icas destas AÌ8u- Ããããurç0", urqu"oìógicas proáuzem fragmenlos de informaçòes mai5 detalhadas do.que outÍas, peÌmitindo uma reconstÌuçao mais prccisa Do meslno modo' as esca- uaçáes aa nistOtla podem pÌoduzir fragmentos de dados e{lrgmamentçlqbstancials' a oonto de deixar boucas dúvidas em relaçáo à precisáo do registto' No entanlo' há ã' i i , . . i . .".oa".àt em que os dados podem estar perdidos' di l torcidos ou de alSu- mâ ÍoÌma, compÌometidos. 6 H$IÓRLÀ DA PSÌCOLOCÍÀ MODERNÁ http://psychclassics.yorku.ca Estè slte Íoi criado ê é mântidò pelo psÌcólogô ChrisioÌjhêr'Green, dâ york tjnivêrsity, em'Toiohto, Canadá. Nele há textos completos'deÌnais de 200 ãrti gose capítulos de livros e 25 liviosde importância para âhistória da psicologia. Entre os trabalhos dÌsponíveis estão osde William James; Sigml]nd,Frêud ê lvan Pavlov O slte é constanÌemente ôtualizado e dÌsponibilizâ inÍormações úteis . rpara cada capítulo deste iivro.:Se acessâr o "Google" com.a seguinte Írase: ,Yotk University Hìstory and Theory of Psychology Question & Answer Forum, www.uakron.edu/ahãoD Os Aíchives oÍ the History oÍ Americal psychology [Arquivos od Hisroriâ do Psicologia AineÍÌcânâ I contêm umà coleçào maravilhosâ de docunentos e oorès, incluindo tÌabâlhos profissionais dê renornadoS piicólogos, equiparnentos de : laboratório, pôsteres, irdes e Íilmes. : é possÍvel enviar perguntas aÌespeito da histórÌà da psicologia,. respon der às peíguntas feitãs por oLtiès pêssoâs, ou ravegar pelo slte paÍa sabêr o qLe diferentes pessoês êstáo Íalando. Èm álguns casbs,io ÌegistÌo históÌico'está ìncômpleto porque os dadoí foÌaú pêÌdidôò, atfuÌíãs vezes-_delibeÌádamente. cônsidèÌe'o caso de John B. lwàtsont o fündador da es;oh de pensamento behaviodsta. Antes de morÌet, em 1958, aos 80 anos de idade, ele sistemàticaÍ[ente,quèimÒu suas caÌtas, manuscÌitos e notas de pesquis4 destÌuindo todo o:reglstlò não-püblicado de-sua Vida e carreiÉ. LoSo; esses dados estão pãra semPrc DeÌdidos DaÌa a histó 4. * como os endeleços da inteinet podem sofer âlteÌações, a editoa não se rcspontâb'lìza por qúaisqúer pÍoblemas nas conexões dos stles publicados (N.E.). C,ApÍÌuLo 1 O EsÌuDo DÁ HrsÌÓeì\ Ír Ps<d".ctf, : Alguns dados foram extÌaviados. [m 2006,'mais de 500 páginas manüscritas loranì descobirtas nos arinádos de uma casa na InglateÌÌaj tratava_se de atas de Íeuniões da RoyaÌ Society nos allos de 1661 a 1682, Ìegistmdas por Robert Hooke, um dos cientistal úaìs brilhantes dessa época. Esses documentos rcvelaram o trabalho antedoÌ feito com um novo'instrumento científlco, o midofone, e detalhou a descoberta da bacléria e do espermatozoide, Também foi encontÍada a coÌr€spondênçia entÌe Hooke e Isaac Newton a Ìespeito da gravidade e do movimento dos planetas (veia GeldeÌ, 2006; Sample, 2006)' Em 1984; os tÌabalhos de HetmaÍrn Ebbinghaus, que se destacou no estudo da apren_ dizagem e da memóúa, folam encontrados - cerca de 75 anos após a sua morte Em 1983, foram descobertas dez caixas enoÍmes coltendo diálios manuscÍitos de Gustav Fechnet que desenvolveu a psicofÍsica. Esses diários Ì€glstravam o Período de 1828 a 1879, época impoÌtante dos pdmórdios da históda da psicologia. No entanto, por mais de 100 anos, Ôs psiólogos desconheceram a sua existência. VáÌios livros foÌam esc tos sobrc os tlabalhos de nbbinghaus e Fechner sem o acesso a essas lmpoftantes coleções de documentos pessoais' Examinemos o caso de.Charles DaÌwitÌ, de quem foÌam escdtas cerca de 200 biogÌa- fias. Certamente poalemos aÊÍmar que o Ìe8Ìstro escrito da süa vida e do seu trabalho hoie está completo ebem apuÌado. Mas, recenteúÌerÌLe, en1 1990, rnais de 1O0 anos depois da sua úorte, muito material novo foi colocado à disposição, inclusive os cadernos e as cartas pessoais que não estavam acessíveis para a análise dos biógÌafos anteÌiores Um pesquiaadoÌ disse acrcditar que €sses dados promoveÍao nova peÌspectiva sobÌe o üabalho ãe Dan rin, no contexto das tradiçôes científicas e da sociedade vitoÌiana da sua época (MastertoÌL 1998). Portanto, com a descobelta desses novos ftagmentos de histÓri4 mais peçâs tlo quebÉ-cabeça pcJdern se encaixar. Outra; infoÌmações podem ter sido ocuìtadas pÌopositadameÍte do públicq ou alteÌâdas a 6m de pÌoteger a teputação das pessoas envolvidas. ËÌnest Jones, o pÍiÍleiro biógÍato de Sigmund^Freud, minlmizou de ptopósito a menção sobre o uso que Freud fâzia da cocâínâ, comentando em uma caÌtaj 'Acho que Freüd üsava mais cocaína do que deveÌia, no entanto, não cito esse fato lna minha biogÌafia]" (IsbisteÌ, 1985, p.35), Veremos mais tardg quando dis" cütiÍmos lreud (no CaPítuIo 13t que.informaçôes descobeÌtas mais Íecenteúente confirmam o uso de cocaína poÍ mais tempo do que Jones estavd disposlo a mencionaÍ em seu ÌìvÍo' Quando a correspondência do psicanalista CaÍl Jung foi publicad4 as caÌtas foram selecionadas e editadas de foÌma que apÌesentassem uma impGssão positiva deJung e do seu trabalho. Além disSo, descobÌiu-se que a chamada autobiogÌaÊa de]ung não foi escri- ta poi ele, mas por um leal assistente. As palawas de Jung folam "alteÌadas ou excluídas paia o srra imag"m Êcar de acoÍdo com â deseiâdâ pelos famiÌiaÌes ê poÌ seus discípulos (...) Obviamente, o mateÌial desabonador foi omitido" (Noll, 1992 p xiii)' Em um exemplo semeìhante, um estudioso qué catâIogoü os escritos de WoÌfgang Kõhler, o fundador da esiola de pensamento côÍlhecida como psicologia Gestalt, talvez tenlÌa sido um admirador devoto deúais Quando ele Ìevisou o material selecionado paÌa publicação, ele omitiu deteÌminadas infoÌmações com o obietivo de melhoÌar a imagem de Kôhler' Os trabalhos haviâm sialo tuialâdosamente selecionados paÉ apresmtal um peÌ6l favoÍável de Kõhle/'. PosteÌiormente,.um ìistoÌiador, ao Ìever os tÍabalhos/ confiÌmou o pÌoblema básico com os dados ala hlstóÍia, "a sabet a dificuldade paË se determinaÌ se os trabâIhos sáo uma verdadeira ou falsa repÌesentação de uma pessoa; favoÌável ou desfavorável, inflúenciada pela pessoa que selecionou os tÌabaìhos que seriam publicados" (Le, 1990, p' 197)' Esses são álgúns exemplos que ilustuam uma das diÍculdades enfÌentadas peÌos pet- qüisadorcs paÈ avaliato matedal histór'ico. SeÍá qüe os documentos ou outÌos ftagmentos de informação são Ìepresentações realmente precisas da vida e do tmbalho da pessoa o(r 8 H''ÌÓR'Á DA PsILUIOG'{ MoDEqNA foram esco-lhidos apenas p;ua causar certa impressão,.seia positiva, negativa ou neutÌa? um olograto conternporãneo coÌocou o problema da seguinte foÌma: ,Quanto mais estudo o caráteahumano, úais me convenço de que todolos registtos, todas as lembÌancas sao em maioÌ ou.menor escâla baseadas em ilusões..eueÌ queiÌa ou não, a visão é disiorcidapela paÍcialidade, pela vaidade, pelo sentimentaÌisüÌo ou simpÌesmente pela impÌecisão, assiÍÌ, nãoexiste verdade absolüta.,, (MorÌÍs j apud Adelma, 1996 p. 2A.) Oferccemo-s mais um exemplo de pedaços de informaçÕes omúdos. Sigmund FÌeud moÌreu em 1939 e, nos anos seguintes à sua moÌte, váÌios docuÍtrentos e carta; foram publi_ cados oú divulgados aos pesquisadoÌes. GÌande quantidade de documentos é mantioa pera Biblioteca do CongÌesso, em Washington, DC, e, emboÌa alguns tenham sido divuìgados em 1998, outÌos ainda serão colocados à disposição paÌa pesquísa, conforme o espólio de FÌeud. A alçgação dada paÌa essa ÍestÌição é a de pÌotegeÌ a pÌivacidade dos paciËntes ce FÌeud e suas famíIias e talvez.a ÌepuÍação do pÌópÌio Freud e dos familiares ãeÌe. . . Um famoso pesqulsacloÌ.sobÌe avida detÌeud erÌcontÌou variações consideÌáveis nas datas de divulgação desse Ínate al. por exemplo::uÌna caata para FÌeud de seu filho mals velho está selada até 2013, outÌa até 2032. Uma caÌta de um dos oÌientadorcs de iÌeud será divuEada somente em 2tOZ,I77 anos após a moÍte do autor da corre(pondència. despeÌtando a cuÌiosidade acerca da importância do seu conteúdo a ponto de ;xigiÌ tanto segrcdo e poÌ tão longo tempo. Os psicóÌogos..ÌÌão têm ideia do impacto desses dócumen-Ìos e manuscÌltos na compÌeensão de FÌeud e dos seus ttabaÌhos..EntÌetanto, até que esses fÌagmentos de dados,estejam disponíveis paÌa estudo, o conhecimento a respeito deuma das ÊguÌas mais impoÌtantes da psicologla permanecerá jncompÌeto e talvei impreciso. Oufto problema.ÌefeÉnte aos.dados históÌicos são as informaçõesitransmitidas de Íorma distoÌcida aos histoÍiadores, Nesse caso;.os dados esrão dlspo;iveis, mas ale algum modo foram alteÌados, talvez,por causa de eÌÌo de ftadlrção de Ìlma língua paÌâ oütÌa ou peÌâs distoições introdüzidas, de prcpósito ou por.descüido, pelo paÌticipante ou obsetvador que Ìe8'strou o impoÌtanÍe evenro. ReÌerimo-nos novamente a Freud comoexemplo do impacto desorientadoÌ das tiadu- ções. Nào sào muitos os psicólogos com fluência súfialeiìte pam a leitura do trabalho de Freud noìidioma oÌi8inal, ou seja, em alemão.,A maioÌia depende da opção nìais3deqüada feita pelo tradutoÌ paÌa a tÌadução de uma palavÌa ou ftase. No entanto, a tmdução nem sempÌe tÌanspõe a intenção original do autoÌ. . Os tús conceitos Íundamentais da tcoria da.personalidade de lreud são o idr o eEo e o supercgo, temos noÌmaÌmente já estudados na intÌodução à psicologia, No entanto, essas palavÍas não representam com precisão as ideias de Freud. Elas são.o equivalente em latim dâs palavÌas de Freud em alemão: id paÍa .Es (que liteÌalmente sc.traduz como "isso"),rego paÌa,Lft ("eu'l) e superego pâÌa ürer-Ici ("sobre-eu"). Com o uso de Ìcft ('!eu"), FÌeüd deseiava descÌever algo íntüno e pessoal/ diferencian- do-o de -Ës ("isso'), sendo €sse último algo exteÌno ou distinto do Ì1€u". A gpção do tradutor pelo usodas palavms eJ.o e íd, emyez de "e!" e "isso", transformou estes conceitos pessoais em. "teÌmos técnicos fÌios,.que não deriotam as associações Éessoais" (Bettelheiú, 1982, p. 53). Desse modo, a distinção entÌe "eu" e "isso" (eAo e id) não expressa com a mesma força a.intenção de Frcud. I nforma çou Distorcidos n o ft oduçoo CApÍÌuLo I O Êsruoo D HtsÌóRtA DA PsìcoloclA 9 Anaiisemos a expressão lhtrc associ^ção c\tíhada por Freud. NeÌa, a paÌavra associa_ ção impÌica a conexão entre düâs ideias ou dois pensamentos, como se càda um atuasse como um estímulo paú prcvocar o seguinte em uÍna cadeia de estímulos. Essa não eÉ a proposta de Freud. O seu termo em alemão era tiltfar, que liteÍalmente sisniÉca intrllsão ou invasão, e não associação.A intenção de FÌeud não eú descÌever uma simples conexão de ideias, mas .exprcssaÌ .algo da mente inconsciente que incontolavelmente invade ou penetra à força o pensamento consciente. Assim; os dados histólicos - oü seja, as paÌavras ÌiteÉis de FÌeud - foram mal interpretados no ato da. tÌadução. Um pÌovérbio itaÌiano explessa bem essa ideiat'Itqditorc-TÍadutore (g tfAdqtor é um tfaidg!). lnfomncões )btidls mediante Relotos lendenciosos As atitudes dos participarÌtes da históri4 na narÌação de eventos impoÌtantes, taÍÌìbém podem afetaÌ os dados histó cos. As pessoas pÌoduzem, consciente ou inconscientemen_ te, Ìelatos tendenciosos pala se protegeÌem ou para melhotarem a sua imagem pública. Por exemplo: o psicólogo behaviodsta B. F. Skinner descleveu em sua biogÌaÊa a rigolosa disciptina a que se impunha como estudante.-de pós-graduação da HaÌvaÌd UniveÌsitt no Ênal da década de 1920. Eu âcoÍdava às 6, estudâva até a hoÌa do câfé'da-manhá, assistia às auÌas, seguiâ pa.a os laboÌatóÌios e as bibliotecâ! e náo tinha mais que 15 minuto! livÌes durante o dia. Estudava até exatamente t horag da Ì\oÌte e dormia Nào frequentava cineÌla ou teatto, raÌamente assistia â concertos e poucas vezes saía para namoÍaí, e os únicos\livros que Ìia eram de psicologia e íisiologid. lSkinner, l96Z p. 3q8) Essa descrição paÌece um fragmento de inloÌmação útil, dando uma indicação acerca da pe$onalidade de Skinnei. No ent4nto, 12 anos após a publicação desse material, e 51 anos depois dos eventos descÌites,,Sìdnnet neSou que seus dias no cuÌso de pós_graduação tenham sido tão Ìigorosos assim. Ele disse: "Eu estava me valodzando em vez de descrcver a vida que rcalmeÍIte Ìevava" (Skinnel, 1979, p. 5). Embora a vida acadêmica de Skinnernâo seja tão Íelevante para a históriada psicolo' giq essas diveÍgências nos relatos ilüstÌam as dìÊculdades enÍrentadas pelos historiadoÌes Qüais sãoas informações ouve.sões mais precisas sobre o incidente? QuaÌ a descrição que se aproxima mais da Ìealidade? Quais são os dados inÍluenciados poÌ ÌembÌanças vagas ou poÌ Ìelatos própÌios? E como descobdr a verdade? Êm alguns casos é possível buscaÌ ente os colegas ou obseÌvadoÌes prcYas que confir_ rnem as informações. Se o regime alo culso de pós-graduação de Skinner fosse tão impor- tante paÌa os histoÌiadoÌes da psicologia, eles deveÌiam terÌtaÌ localizaÌ os colegas de classe ou as agendas pessoals e caÌtas e compaú-las com os própdos rclatos de Skinner sobre seus diâs em Haryard. Um.biógÌafo, seguindo esse caminho, descobriu conì um e*coleta que Skinner terÌni[ava os tÉbalhos no laboratório antes dos demais aÌunos e passava o Ìestante das tardes Iogando pingue-p.ongue.(Bjo*, 1993) PoÍtanto, aEumas.distolçÕes da histôia PldeÈseÍ investiSadas e as divejSências po' deú ser resolvidas consultando outtas. fontes. Xsse método foi apÌicado'4o relato de FÌeüd rcÍercnte a alguÌÌs eventos da sua vida. Ele€ostava de se fazer mártir da causa psicanalítica, úm visionário desprczado, ftieitado e caluniado.pela comunidade médica e psiquiátÌica 10 H6ÌóRrÁ DA Psrcolocr{ MoDERNÀ EÌoest:Jones, o p meiro biógrâfo de FÍeud, ÌefoÌça essas queixas em seus livrcs (Jones, 1953, 1955, 1957). Todavia, as infoÌmações descõbertas posteÌiorÍiente Ìevelaram uma sitúação diferente: O tÌabalho de Frcud não foi ignoÌado em úda. Clúândo estava na meia-idâde, suas ideiâs exerciam enoÌme influêncla na geração mais iovem dejntelectuais. Sua pÌática clínica Fos-perava e ele eta descÌito como uma c€lebÌidâde..Ble pÌópÌio Íoi responsável poÌ toÌnar essesÌegistros obscuÌos: A falsa impressáo que pÍomoveu foi peÌpetrada poÌ diveÌsos biógÌafos; e por várias décadas nossa compreensão Sobrc a.inÍluência de Èeud foi impÌecisa. O que esses pÌoblemas coÍr os dádos históricos significam paË o estudo da históÌia da psicologia? Eles mosttam pÌincipalmente que a compÌeensão da hjstóda é dinâmlcâ. Ëla se modi6ca e evolui continuamenter além de seÌ Ìefi'lada, ap.imoúda e corrigida sempre que novos dados são rcvelados ou ÌeinteryretadOS. ÌolÍanto, a históÌia não pode seÌ consideÌada teminada ou completa. Ela está sempÌe em pÌogÌesso, ou seja, é uma história sem flm. A naÌÌativa do histodadoÍ pode apenas aprcximaÌ ou discuth a verda- de; no entanto, o Ìegistro é complementado a cada nova descoberta ou anáìise sobre os fíagmentos dos dados histdricos. fqrcq' L0n|ex|uqts n0 r9@t00t0 Uma ciência como a psicoÌogia não se desenvolve no vazio, suieita apenas às influências inteÍnas. PoÌ fazeÌ parte de uma cultura ÌrÍais ampla, a psicologia também sofrc influência das forças externas, que dão Íorma à sua natuÌeza €'dirêção. Paú entendeÌ a históÌia da psicologia, é necessáÌio analisaÌ.o contextci eÍÌique.a disciplina evoluiu, as idelas pÌedomi- nantes na ciência e cultura da época, ou seja, ò Zeltgelst o1râmbieÍte cuÌtuÌaÌ do pêÌíodo, aÌém de examinaÌ as Íorças sociais, econômicas e polítrcas existentes. DescÌeveremos diveÍsos exemplos, neste l1!Ìo, sobre como essas Íorças,contextuais influenciaram o passado da psicologia-e'contiÍiüaiìiA moldar o prcsente.e o fufuÍd.,Vejamos a seguiÌ aÌguns exemplos de ÍoÌças contextuais, incluindo as opoÌtunidades resultantes da economia, gueÌras mundiais e pÌeconceito. Z€ltg€ls& ambiehteinteleduafe cultural ou espírito do peíodo. 1oortunidades Advindos do kononia OsiprimeiÌos anos do sécülo XX testemunhaÌam úudanças drásticas na nafuÌeza da psico- logia ros Estados Unidos e no tipo de tÌabalho que os psicólogos estavam desenvolvendo. Principalmente em função do cenáÌio ecoÍômicoj muitas bÉdÍtunidades suÌ8iam paÌa que os psicóIogos apllcassem'seus conhecimentos e técnlcas em busca das solüções paÌa os pÌotìlemas do mundo real. A pdmeiÍa exPlicação paÌa essa siluação tinha um sentldo pútico, assim como declaÌou um psicólogo: "Passel a adotaÌ a psicologia aplicada para ganhar a vida" (H. Holling\rofth, apud O'Donnell, 1985, p. 225). No final do século XIX, o númeÌo de laboratófios ale pslcologla nos Estados UnÍdos crescia bastante, e aumentava a quantidade de psicóIogos em busca de opoÌtunidades