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Fisiologia do Exercicio_2006

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volume 05 - número 01 • Jan/Dez 2006 www.at lant icaedi tora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F IS IOLOGIA
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ISSN 16778510
CARDIORRESPIRATÓRIO
• Treinamento de resistência, capacidade 
cardiorrespiratória e gordura corporal
TREINAMENTO
• Efeitos da flexibilidade sobre 
a força muscular
• Pliometria na reabilitação de atletas
ELETROMIOGRAFIA
• Músculos extensores da perna 
de jogadoras de voleibol
FARMACOLOGIA
• Recursos ergogênicos e praticantes 
de musculação
BIOLOGIA
• Testosterona, cortisol e exercício físico
TRABALHO
• Exercício físico na empresa
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Editorial
Carta ao leitor, Prof. Dr. Paulo Tarso Veras Farinatti ..................................................................................................... 3
Artigos Originais
Análise da atividade eletromiográfi ca dos músculos extensores da perna de jogadoras 
de voleibol feminino, Sergio Henrique Borin, Rinaldo Roberto de Jesus Guirro, 
Marcos Vanucci, Rubens Falleiros, Valéria Palauro ......................................................................................................... 4
Quantifi cando a pliometria na reabilitação de atletas, 
Gustavo Rebello Soares.................................................................................................................................................. 9
Análise das capacidades físicas em indivíduos adultos sedentários e treinados, 
Alexandre de Souza e Silva, Regiane Albertini, Maricilia Silva Costa ............................................................................ 15
Respostas cardiovasculares agudas da pressão positiva expiratória (EPAP) 
em indivíduos adultos jovens e o impacto no duplo-produto: um estudo piloto,
Mauricio de Sant’ Anna Junior, Alexandra Maia, Rafael Gama da Cruz, 
Pedro Paulo da Silva Soares, Adalgiza Mafra Moreno ................................................................................................... 21
Consumo de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes 
de musculação das academias de Santa Maria, RS, Cati Reckelberg Azambuja, 
Daniela Lopes dos Santos ............................................................................................................................................ 27
Série simples versus séries múltiplas: efeitos sobre o treinamento e destreinamento 
da força máxima em mulheres jovens, Marcelo Rangel de Araújo, 
Alexandre Hideki Okano, Runer Augusto Marson, Edilson Serpeloni Cyrino, Fábio Yuzo Nakamura ......................... 34
Programa de Exercício Físico na Empresa (PEFE): um estudo com trabalhadores 
de informática, Josenei Braga dos Santos, Antônio Renato P. Moro ............................................................................ 42
Revisões
Efeitos agudos da fl exibilidade sobre a força muscular, José Eduardo Lattari 
Rayol Prati, Sergio Eduardo de Carvalho Machado ..................................................................................................... 50
As relações dos hormônios testosterona e cortisol com o exercício físico, 
Marcelo Rangel de Araújo ........................................................................................................................................... 56
Estudo de caso
O treinamento de resistência com pesos em circuito de intensidade 
moderada melhora a capacidade cardiorrespiratória e diminui gordura corporal, 
Roberto Pacheco da Silva, Antonio Coppi Navarro ..................................................................................................... 62
Resumos
Anais do IV Workshop em Fisiologia do Exercício – UFSCar e I Congresso 
Paulista da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício ........................................................................................... 68
Normas de Publicação .................................................................................................................................. 79
Índice
volume 5 número 1 - janeiro/dezembro 2006
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I S I O L O G I A
DO E X E R C Í C I O
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 20062
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Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da Silva Soares, 
Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
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Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
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Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Conselho Editorial
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Emerson Silami Garcia (MG)
Fernando Pompeu (RJ)
Francisco Martins (PB)
Jacques Vanfraechem (BEL)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Rolando Baccis Ceddia (CAN)
Robert Robergs (USA)
Rosane Rosendo (RJ)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (USA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Fisiologia_v5n1.indb 2Fisiologia_v5n1.indb 2 22/11/2007 18:03:2222/11/2007 18:03:22
3Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Editorial
Carta ao Leitor
Apresentamos o volume 5 da Revista Brasileira de 
Fisiologia do Exercício (RBFEx), correspondente ao ano 
de 2006. Para este volume manteve-se a mesma estratégia 
adotada para o período de 2005, qual seja, concentrar os 
artigos disponíveis em uma só encadernação. No entanto, 
preservaram-se os três números que deveriam ser publi-
cados naquele ano. Tal opção deu-se pela necessidade de 
se retomar, o mais rapidamente possível, a periodicidade 
da revista, ao mesmo tempo em que não se queria deixar 
solução de continuidade. Assim, o leitor que desejar fazer 
um histórico da RBFEx encontrará volumes completos 
referentes ao período que vai de 2002 a 2006.
A partir do volume 6 (ano de 2007) os três números 
serão publicados em separado de forma quadrimestral, 
como era feito na origem do periódico. Os três números 
do volume 6 encontram-se fechados; assim, espera-se que a 
periodicidade da RBFEx seja defi nitivamente regularizada 
até o fi m de 2008. 
Após essa fase inicial, ambiciona-se aumentar a quan-
tidade de números correspondentes a um volume, tornando 
a revista trimestral, o que certamente facilitará seu processo 
de indexação. Planeja-se, igualmente, ampliar a abrangência 
da revista, criando-se seções voltadas especifi camente para 
as questões da fi siologia em suas diferentes especializações 
(básica, aplicada, treinamento físico, saúde, nutrição etc). 
Atualmente presente no Qualis da área como de categoria 
Nacional C, pretende-se que tais providências a conduzam 
a uma classifi cação superior em prazo breve. 
Da mesma forma, estamos reestruturando a revista 
internamente. Um dos passos nesse sentido é aumentar o 
corpo de revisores, tornando o processo de avaliação por 
pares mais ágil. O questionário de avaliação dos artigos está 
sendo reformulado, de maneira a otimizar o tempo dos 
pareceristas e fazer com que os julgamentos dos manuscri-
tos sejam mais objetivos. O apoio e a estrutura da Editora 
Atlântica vem sendo fundamental para a concretização de 
todos esses planos.
Como não poderia deixar de ser, contamos com a 
colaboração dos pesquisadores que fazem da fi siologia 
do exercício sua área de atuação a fi m de que a RBFEx 
possa se tornar um veículo efi ciente e de qualidade para 
a divulgação de seus trabalhos. Convidamos a todos para 
enviarem seus resultados de pesquisa à revista, bem como 
artigos de revisão e resumos de teses e dissertações. 
Como se pode notar, há muito a fazer. Esperamos 
poder contar com o maior número possível de colegas 
nessa empreitada! 
Prof. Dr. Paulo Tarso Veras Farinatti
Editor-Chefe da RBFEx
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 20064
Artigo original
Análise da atividade eletromiográfica dos músculos 
extensores da perna de jogadoras de voleibol feminino
Analysis of electromyographic activity of leg extensor muscles 
of female volleyball players
Sergio Henrique Borin*, Rinaldo Roberto de Jesus Guirro**, Marcos Vanucci***, Rubens Falleiros***,Valéria Palauro***
*Mestrando em Fisioterapia na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, **Professor da Pós-Graduação 
em Fisioterapia da UNIMEP, ***Fisioterapeuta, UNIMEP
Resumo
Na prática clínica, observa-se o crescimento de lesões esportivas, 
decorrentes de desequilíbrios musculares. O objetivo deste trabalho 
foi analisar a atividade eletromiográfi ca (EMG) dos músculos do 
quadríceps femoral, numa contração isométrica voluntária máxima 
de extensão da perna em dois ângulos distintos. Foram analisadas 
12 jogadoras de voleibol e 12 sedentárias. Para análise da EMG 
utilizou-se a envoltória (EN) do sinal, analisados através do teste de 
Wilcoxon (p < 0,05). Os resultados da EN intragrupos evidencia-
ram que o recrutamento de todos os músculos foi maior a 90º em 
relação à 30º, independente da dominância e grupo. Já intergrupos, 
os resultados demonstraram ocorrer diferenças no recrutamento das 
atletas quando comparados com as sedentárias, sendo os músculos 
VMO, VLO, RF e VLL tanto 30º como 90º, independente da do-
minância. Os resultados Intragrupos demonstram que o músculo 
VMO foi mais ativo, seguido do VLO, RF e VLL, para sedentárias 
e VMO, VLL e RF e VLO no grupo atletas. 
Palavras-chave: eletromiografia, treinamento, desequilíbrios 
musculares, fisioterapia.
Abstract
In the practical clinic, it was observed an increase of sports 
lesions, caused by muscle disequilibrium. Th e objective of this 
work was to analyze the electromyographic activity (EMG) of the 
muscles of quadriceps femoral, in a maximal voluntary isometric 
contraction of leg extension in two distinct angles. 12 volleyball 
players and 12 sedentary female players had been analyzed. For 
analysis of EMG it was used an envoltori (EN) signal, which was 
analyzed through Wilcoxon test (p > 0.05). Th e results of the in-
tragroups EN demonstrated that the recruitment of all muscles was 
bigger than 90º in relation to 30º, independent of dominance and 
group. In relation to intergroups, the results showed that diff erences 
in the recruitment of the athletes occur when compared with the 
sedentary ones, the muscles VMO, VLO, RF and VLL at 30º as 
well as 90º were independent of dominance. Th e Intragroups results 
demonstrate that muscle VMO was more active, followed by VLO, 
RF and VLL, for sedentary and VMO, VLL and RF and VLO in 
the athlete group.
Key-words: eletromyographic muscle, training, muscle 
disequilibrium, physical therapy.
Recebido em 12 de agosto de 2006; aceito em 15 de outubro de 2006.
Endereço para correspondência: Sergio Henrique Borin, Av. Ipiranga, 1034/11, 13400-485 Piracicaba SP, Tel: (19) 3402-4740, E-
mail: sehborin@unimep.br
Introdução
Na prática clínica, têm-se observado cada vez mais fre-
qüente o aparecimento de lesões principalmente relacionadas 
à atividade esportiva em atletas de alto nível. Alguns autores 
reportam em seus estudos que a incidência de lesão na arti-
culação do joelho gira em torno de 30% a 40% em jogadoras 
de voleibol [1,2]. Este quando praticado em nível competitivo 
envolve maiores cargas de treinamento técnico-tático e altas 
demandas de condicionamento físico, que somados contri-
buem com o desenvolvimento de lesões do sistema músculo 
esquelético dos membros inferiores. 
Fisiologia_v5n1.indb 4Fisiologia_v5n1.indb
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5Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Das anormalidades que envolvem a articulação do joelho, 
o desequilíbrio muscular no aparelho extensor da articulação 
fêmoro-patelar tem sido identifi cado como sendo um dos 
mais comuns. 
A prática esportiva leva a especializações musculares que 
podem gerar alterações nas forças que atuam nas articulações 
podendo causar alterações estáticas (como problemas pos-
turais) e dinâmicas (alterações na estabilidade articular ou 
coordenação motora) [3].
O voleibol, por ser um esporte que utiliza muito o salto 
vertical, tem como conseqüência uma sobrecarga na articu-
lação do joelho, podendo ocorrer desequilíbrios na muscu-
latura extensora, principalmente pela solicitação exacerbada 
dos músculos que compõem o quadríceps femoral [4]. A 
sobrecarga não se restringe a articulação do joelho, sendo 
observada em todas as articulações dos membros inferiores 
pelo fato de os músculos exercerem movimentos concêntricos 
e excêntricos. 
Trabalhos físicos envolvendo exercícios de sobrecarga ou 
overtraining podem desenvolver desequilíbrios musculares 
alterando a biomecânica normal da articulação do joelho [5]. 
Por isso, indivíduos fi sicamente ativos, mas que são subme-
tidos a sobrecargas constantes, poderão desenvolver algum 
desequilíbrio biomecânico [6].
Várias técnicas que visam à recuperação funcional da 
articulação do joelho bem como trabalhos de prevenção de 
lesões vem sendo desenvolvidas. Consistem basicamente em 
exercícios de cadeia cinética aberta (CCA) e cadeia cinética 
fechada (CCF), que segundo Bynnum et al. [7] a CCF tem 
sido reconhecidamente como mais segura e funcional do 
que os de CCA. O treinamento de hipertrofi a muscular 
no voleibol também concentra o seu trabalho em cadeias 
cinéticas, mas sempre procurando direcioná-lo para a espe-
cifi cidade do movimento que o atleta realiza no seu gesto 
esportivo [8].
Segundo Willians [9], os exercícios com carga (princi-
palmente o excêntrico) são considerados um dos tipos mais 
lesivos ao músculo devido ao aumento de tensão excessiva 
na linha Z dos sarcômeros. Nesse contexto, muitos estudos 
relatam que o trabalho de reforço muscular deve respeitar a 
especifi cidade do movimento do gesto esportivo em conjunto 
com treinamento muscular, de forma que haja um mecanismo 
de proteção e prevenção para lesões decorrentes da sobrecarga 
articular impostas pelo esporte [10].
Nesse sentido, o trabalho de condicionamento muscular 
localizado em atletas deve ser muito bem elaborado, para que 
não ocorra sobrecarga nas articulações, ou mesmo desenvolva 
desequilíbrios musculares [11]. 
Com isso, a eletromiografi a (EMG) tem sido utilizada 
como instrumento cinesiológico para estudo da função mus-
cular, sendo empregada no estudo da atividade muscular e no 
estabelecimento do papel de diversos músculos em atividades 
específi cas.
Por esse contexto, o músculo quadríceps femoral tem sido 
amplamente pesquisado através da EMG, principalmente no 
que diz respeito à articulação fêmoro-patelar. No entanto, a 
participação do músculo VMO, como base de tratamento 
conservador da síndrome fêmoro-patelar, precisa ser mais 
bem estudada, assim como o seu desequilíbrio por fatores 
não traumáticos, a participação e a contribuição do músculo 
reto femoral no equilíbrio, e, ainda, a estabilidade na articu-
lação do joelho [12]. Vários estudos limitam-se a pesquisar 
patologias na articulação fêmoro-patelar, sendo poucos os 
trabalhos que correlacionam a articulação do joelho com a 
atividade mioelétrica na população desportiva, para identifi car 
se o esporte praticado em alto nível leva a modifi cações na 
musculatura exigida [13].
Frente ao exposto, o objetivo deste estudo é analisar a 
atividade eletromiográfi ca dos músculos extensores da perna 
de atletas praticantes de voleibol do sexo feminino, em cadeia 
cinética aberta (CCA), nos ângulos de 90º e 30º de fl exão de 
joelho, nos membros dominante e não dominante, compa-
rando com um grupo controle de mulheres jovens sedentárias, 
observando o comportamento do reto femoral perante os 
demais músculos componentes do quadríceps femoral.
Materiais e métodos
Amostra
Foram estudadas 24 voluntárias adultas, sendo 12 atletas 
da equipe de voleibol feminino, categoria adulta, da cidade de 
Piracicaba, na faixa etária entre 18 e 20 anos (18,58 ± 0,79). 
Esse grupo foi denominado grupo atletas. E outras 12 mu-
lheres para ser um grupo controle eram sedentárias, na faixa 
de 18 a 22 anos (20,6 ± 1,30), chamado grupo sedentárias.
Todas as 24 voluntárias não apresentavam patologias que 
envolvessem a articulação coxo-femoral e do joelho.
Como critério de inclusão para o grupo atletas, as volun-
tárias não poderiam apresentar:
• história de disfunção músculo-esquelética e fraturas, na 
articulação fêmoro-patelar, quadril e tornozelo, por um 
período mínimo de seis meses;
• não ter realizado qualquer tipo de cirurgia, por um período 
mínimo de seis meses;
• não apresentar distúrbios endócrino-metabólicos, alterações 
posturais importantes e retrações musculares severas.
Em relação ao grupo sedentárias, além dos critérios de 
inclusão impostos ao grupo atletas, foi acrescido o fato de que 
não poderiam ter realizado qualquer tipo de atividade física 
regular num período mínimo de seis meses. 
Todos os voluntários envolvidos na pesquisa assinaram um 
termo de consentimento formal de participação na pesquisa, 
de acordo com o Conselho Nacional de Saúde (resolução 
196/96). O projeto foi analisado e aprovado pelo comitê de 
ética da Unimep.
Fisiologia_v5n1.indb 5Fisiologia_v5n1.indb 5 22/11/2007 18:03:2322/11/2007 18:03:23
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 20066
Eletromiografia
A atividade Eletromiográfi ca (EMG) foi obtida usando 
um módulo condicionador de sinais, modelo MCS 1000 
– V2 (LYNX®) com 16 canais de entrada, conectados a um 
conversor analógico ⁄ digital, interfaceado com um micro-
computador Phentium 133 MHz padrão. Para o sinal ele-
tromiográfi co, os canais foram calibrados com um ganho de 
100 vezes, freqüência de corte de 10 Hz no fi ltro passa alta e 
500 Hz no fi ltro passa baixa, com freqüência de amostragem 
de 1000Hz. Para aquisição e armazenamento dos sinais foi 
utilizado o software Aqdados 4.6 (LYNX®), que permite tra-
tamento dos dados após aquisição além de compatibilidade 
para formatos universais.
A atividade elétrica dos músculos vasto medial oblíquo 
(VMO), vasto lateral oblíquo (VLO), reto femoral (RF) e 
vasto lateral longo (VLL) foram obtidos extensores por meio 
de eletrodos bipolar de superfície (LYNX®) com ganho de 
20 vezes. Para localização do ponto motor dos músculos 
extensores da perna, utilizou-se um aparelho de estimulação 
elétrica transcutânea (TENS marca KLD®) com freqüência 
variando de 5 a 100 Hz, e largura de pulso de 10 a 200 μs, 
com as intensidades máxima de 60 mA.
Primeiramente as voluntárias permaneceram sentadas 
com o tronco apoiado no encosto da mesa, com articulação 
coxo-femoral a 90º e joelho a 30º ou a 90º, dependendo do 
sorteio. 
A coleta dos sinais foi realizada por um período de 
quatro segundos, previamente determinado no software 
AqDados®, sendo realizado três CIVM para cada ângulo. 
O início da captação dos sinais ocorria após dois segun-
dos do início da CIVM. Esse tempo de dois segundos foi 
para garantir que o voluntário estava realizando a CIVM 
de forma uniforme durante todo o tempo de captação. O 
início da contração foi determinado por comando verbal 
do examinador, sendo mantido durante todo o período de 
captação. Eram seguidos intervalos de um minuto entre 
cada contração. 
Análise estatística
Foi realizada a análise exploratória dos dados pelo pro-
grama SAS
- JMP (Statistical Analisys Sistem), na qual se 
aplicou o teste de normalidade de Shapiro-Wilk para todas 
as variáveis estatísticas consideradas dos diferentes grupos 
experimentais. Os dados não apresentaram normalidade, por 
isso foram analisados através do teste das ordens assinaladas 
de Wilcoxon. Em todos os cálculos foi fi xado o nível crítico 
de 5% (p < 0,05)
As variáveis analisadas foram envoltória do sinal eletromio-
gráfi co dos músculos VMO, VLO, VLL e RF do movimento 
de extensão da perna, nos ângulos de 30º e 90º de fl exão de 
joelho nos membros dominante e não dominante, dos grupos 
atletas e sedentárias.
Resultados
Resultados intragrupos
Os resultados estatísticos da envoltória (EN) do grupo 
atletas, no exercício de contração isométrica de extensão de 
joelho dos membros dominante e não dominante, demons-
traram que houve um aumento signifi cativo (p < 0,05) dos 
músculos VLO, VMO, RF e VLL no ângulo de 90º em relação 
ao ângulo de 30º, no grupo atletas.
Tabela I - Médias, desvios-padrões dos dados da Envoltória (EM 
em μV) dos músculos Vasto Medial Oblíquo (VMO), Vasto Lateral 
Oblíquo (VLO), Reto Femoral (RF) e Vasto Lateral Longo (VLL) 
na contração isométrica voluntária máxima (CIVM) de extensão 
da perna nos ângulos de 30º e 90º de fl exão joelho, nos membros 
dominante e não dominante, do grupo atletas (n = 12).
Atletas Membro dominante Membro não dominante
EN(μV) 30º 90º 30º 90º
VLO 48,1±2,7 84,6* ± 3,6 29,0 ± 1,0 63,9* ± 2,6
VMO 131,6±6,0 228,2* ± 9,1 148,9 ± 6,9 237,7* ± 6,4
RF 67,9±2,8 89,2 *± 3,5 68,7 ± 2,9 90,5* ± 3,1
VLL 87,3±3,0 134,6* ± 5,0 98,5 ± 4,2 148,5*± 4,1
*p < 0,05 em relação a 30º do respectivo membro
Envoltória (EN) do grupo sedentárias
Com relação a envoltória (EN) do grupo Sedentárias no 
exercício de contração isométrica de extensão de joelho dos 
membros dominante e não dominante, mostraram que houve 
um aumento signifi cativo (p < 0,05) da atividade eletromio-
gráfi ca dos músculos VLO, VMO, RF e VLL no ângulo 
de 90º e em relação ao ângulo de 30º, no grupo sedentárias 
(Tabela IV). 
Tabela II - Média, desvio-padrão dos dados da Envoltória (EM 
em μV) dos músculos Vasto Medial Oblíquo (VMO), Vasto Lateral 
Oblíquo (VLO), Reto Femoral (RF) e Vasto Lateral Longo (VLL) 
na contração isométrica voluntária máxima (CIVM) de extensão 
da perna nos ângulos de 30º e 90º de fl exão joelho, nos membros 
dominante e não dominante, do grupo sedentárias (n = 12).
Sedentárias
Membro dominante Membro não dominante
EN (μV) 30º 90º 30º 90º
VLO 62,9 ± 2,5 104,4* ± 5,9 52,0 ± 2,6 88,7* ± 5,3
VMO 71,9 ± 3,4 113,9* ± 7,6 83,9 ± 4,0 141,7* ± 8,0
RF 45,4 ± 1,4 56,3*± 5,5 40,2 ± 1,6 49,9* ± 3,6
VLL 49,3 ± 1,7 55,3*± 1,6 40,1 ± 1,2 46,0* ± 2,3
*p < 0,05 em relação a 30º do respectivo membro.
Resultados intergrupos
Envoltória (EN) entre os grupos atletas e sedentárias
A amplitude do sinal eletromiográfi co analisado pela sua 
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envoltória (EN intergrupos), demonstrou diferença signifi -
cativa entre os ângulos de 30º e 90º, do membro dominante 
e não dominante, quando comparada entre os grupos. Os 
resultados demonstram um recrutamento crescente no estí-
mulo das unidades motoras, sendo o músculo VMO em maior 
atividade nos dois grupos e, seguido do VLO, VLL e RF a 30º 
e VLO, RF e VLL a 90º do membro dominante e a 30º e 90º 
do membro não dominante para o grupo sedentárias. Já no 
grupo das atletas, pode-se observar que ocorre uma inversão 
de recrutamento entre dois músculos em relação ao grupo 
sedentárias, no qual o VLL apresenta um valor da amplitude 
do sinal eletromiográfi co maior que o músculo VLO, tanto 
no membro dominante como no não dominante (Tabelas III 
e VI), a seqüência observada foi o músculo VMO, seguido 
do VLL, RF, e por último o VLO.
Tabela III - Médias e desvios-padrões da Envoltória (EN em μV) 
dos músculos vasto medial oblíquo (VMO), vasto lateral oblíquo 
(VLO), reto femoral (RF) e vasto lateral longo (VLL) na contração 
isométrica voluntária máxima (CIVM) de extensão da perna nos 
ângulos de 30º e 90º de fl exão joelho, nos membros dominante, do 
grupo atletas e sedentárias (n = 12).
Dominante
EN(μV) 30ºatletas 30º 
sedentárias
90º atletas 90º 
sedentárias
VLO 48,1 ± 2,7 62,9* ± 2,5 84,6 ± 3,6 104,4* ± 5,9
VMO 131,6± 6,0 71,9* ± 3,4 228,2 ± 9,1 113,9* ± 7,6
RF 67,9 ± 2,8 45,4* ± 1,4 89,2 ± 3,5 56,3* ± 5,5
VLL 87,3 ± 3,0 49,3* ± 1,7 134,6 ± 5,0 55,3* ± 1,6
*p < 0,05 em relação as atletas no respectivo ângulo.
Tabela IV - Médias e desvios-padrões da Envoltória (EN em μV) 
dos músculos vasto medial oblíquo (VMO), vasto lateral oblíquo 
(VLO), reto femoral (RF) e vasto lateral longo (VLL) na contração 
isométrica voluntária máxima (CIVM) de extensão da perna nos 
ângulos de 30º e 90º de fl exão joelho, nos membros não dominante, 
do grupo Atletas e Sedentárias (n = 12).
Não dominante
EN 
(μV)
30º atletas 30º 
sedentárias
90º atletas 90º 
sedentárias
VLO 29,0 ± 1,0 52,0*# ± 2,6 63,9 ± 2,6 88,7*#±5,3
VMO 148,9 ± 6,9 83,9* ± 4,0 237,7 ± 6,4 141,7* ± 8,0
RF 68,7 ± 2,9 40,2* ± 1,6 90,5 ± 3,1 49,9* ± 3,6
VLL 98,5 ± 4,2 40,1*•± 1,2 148,5 ± 4,1 46,0*• ± 2,3
*p < 0,05 em relação às atletas no respectivo ângulo.
Discussão
A eletromiografi a cinesiológica é uma ferramenta im-
portante e efi caz para estudar estímulos e respostas mus-
culares, bem como qualquer alteração frente a atividades 
específi cas, sejam elas ocasionadas pela exigência esportiva 
ou patológica. Ela é capaz de determinar o início e o fi m 
da atividade muscular em um determinado exercício, bem 
como o nível de resposta muscular em relação ao esforço 
e o melhor posicionamento que ativa um determinado 
músculo, visando assim estabelecer metas e objetivos a 
serem alcançados num programa de fortalecimento ou 
reabilitação, adequando o exercício para cada indivíduo, 
sendo utilizado também como um importante feedback 
em algumas terapias [14].
Por isso, este estudo coloca a importância da realização 
de uma avaliação eletromiográfi ca cinesiológica em atletas, 
que vise o maior conhecimento a respeito dos estabilizado-
res dinâmicos da articulação fêmoro-patelar, bem como do 
músculo biarticular com ações em duas articulações distintas 
que é o músculo reto femoral. Deve ser considerado ainda 
que a eletromiografi a permita analisar a atividade isolada de 
cada músculo, identifi cando, assim, possíveis desequilíbrios 
qual destes precisa ser trabalhado. Nesse contexto, o método 
de eletromiografi a cinesiológica é de extrema importância 
para fi sioterapeutas, educadores físicos e médicos para ela-
boração de programas de prevenção de lesão ou protocolos 
de treinamento.
Com relação ao músculo reto femoral (RF), apesar de não 
ser um estabilizador dinâmico da articulação fêmoro-patelar, 
foi avaliado devido à existência de poucos trabalhos que o 
correlacionam a exercícios de extensão de perna em grupo de 
atletas. Assim, a grande questão era como seria o padrão do 
sinal eletromiográfi co de um músculo que realiza a extensão 
da perna e a fl exão do quadril, na CIVM nos ângulos de 30º 
e 90º num grupo de atletas e sedentárias frente aos outros 
músculos monoarticulares avaliados.
Com isso, buscou-se alguns trabalhos na literatura rela-
cionados ao RF, como o de Alkner [15] que compararam a 
atividade elétrica dos músculos VMO, VL, RF, e bíceps femo-
ral (BF) de extensão da perna em CCA e em CCF realizados 
num ângulo de 90 graus de fl exão, e a 20, 40, 60, 80 e 100% 
da contração voluntária máxima de 09 homens clinicamente 
normais. Não foram observadas diferenças signifi cativas entre 
a atividade elétrica dos músculos estudados entre os dois 
exercícios, o que indica uma atividade recíproca dos músculos 
envolvidos nos
dois modelos testados.
Signorile et al. [16] avaliaram os músculos VMO, VL e 
RF de 23 indivíduos clinicamente normais em contrações 
isométricas de extensão com o joelho fl etido a 5º, 30º e 90º 
nas posições de rotação medial, neutra e lateral da perna. Os 
resultados revelaram que o músculo RF no ângulo de 90º de 
fl exão da perna produziu maior atividade eletromiográfi ca do 
que os demais músculos embora não tenha havido diferenças 
signifi cativas entre as rotações. Em relação aos músculos 
VMO e VL, os resultados obtidos foram semelhantes, com 
o ângulo de 90 graus de fl exão produzindo maior atividade 
eletromiográfi ca na posição neutra do que medial.
No presente estudo, os resultados da EN do RF demons-
traram que no grupo atletas o estímulo deste foi menor que 
os músculos VMO e VLL, sendo apenas maior que o VLO, 
independente do ângulo e da dominância. No grupo seden-
Fisiologia_v5n1.indb 7Fisiologia_v5n1.indb 7 22/11/2007 18:03:2322/11/2007 18:03:23
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 20068
tárias, essa atividade eletromiográfi ca foi igual no ângulo 
de 30º tanto para o membro dominante como para o não 
dominante. A 90 graus o RF foi inferior apenas ao músculo 
VMO. O mesmo não ocorre com o grupo das sedentárias, o 
qual apresentou um estímulo eletromiográfi co maior do RF 
em relação aos componentes laterais do quadríceps femoral.
Essa menor estimulação no grupo atletas pode ser explica-
do devido ao tipo de exercícios que as voluntárias realizaram 
para a coleta, onde foi exigida a CIVM. Isso vai de acordo 
com Pincivero et al. [17] que reportam em seu estudo no 
aparelho isocinético, que o RF tem uma velocidade de con-
dução menor e características morfológicas diferentes (tipo I) 
dos músculos VMO, VLL e VLO. Os autores colocam que a 
intensidade da contração está diretamente relacionada com a 
solicitação do músculo. Os seus resultados demonstraram que 
em exercícios com intensidades leves de movimento isotônico 
concêntrico de extensão de joelho de 90º a 0º (10% a 30% 
força máxima) o RF tem uma solicitação maior que os mús-
culos VL e VMO, nesta ordem. Em exercícios submáximos 
(70 a 80% da força máxima) encontra-se o músculo VL com 
uma solicitação maior que o VMO e RF respectivamente. 
Nos exercícios máximos (100% da força máxima) o músculo 
VMO obteve uma solicitação bem maior que o VL e RF. 
Isso também sugere que quando a sedentária é exigida numa 
CIVM, principalmente se a exigência da força do membro é 
maior, como é o caso do ângulo de 30 graus; há necessidade 
de uma solicitação do RF em detrimento dos demais músculos 
laterais do quadríceps femoral.
Conclusão
Os resultados desta pesquisa, nas condições experimentais 
utilizadas, permitem concluir que o músculo VMO foi mais 
ativo que os músculos VLL, VLO e RF em todos os ângulos 
estudados, tanto em atletas quanto em sedentárias. A atividade 
eletromiográfi ca dos músculos VMO, VLL e RF são maiores 
no grupo atletas que no grupo sedentárias.O músculo VLO 
tem um comportamento distinto no grupo sedentárias em re-
lação principalmente ao VLL no grupo atletas, independente 
do ângulo e da dominância, sendo signifi cativo a 90 graus.
Frente à discussão, propõe-se um estudo que avalie o 
treinamento específico das atletas de voleibol, tanto de 
condicionamento muscular quanto técnico-tático, visando 
buscar as possíveis causas encontradas neste estudo, referen-
tes aos diferentes níveis de atividade eletromiográfi ca dos 
músculos estabilizadores da patela, bem como alternância 
com o recrutamento do músculo reto femoral. Isso é de 
suma importância para os profi ssionais da área desportiva, 
seja ele médico, fi sioterapeuta, preparador físico, técnico ou 
supervisor de esporte.
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Fisiologia_v5n1.indb 8Fisiologia_v5n1.indb 8 22/11/2007 18:03:2422/11/2007 18:03:24
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Artigo original
Quantificando a pliometria na reabilitação de atletas
Quantifying the plyometric in athlete rehabilitation
Gustavo Rebello Soares
Acadêmico, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências, Salvador, Bahia
Resumo
Objetivos: Identifi car os exercícios pliométricos para os membros 
inferiores e quantifi car sua forma de realização em relação ao tempo 
de treinamento, freqüência, quantidade de séries, quantidade de 
repetições, tempo de recuperação entre os exercícios e tempo de 
recuperação entre as séries. Materiais e métodos: Este estudo realiza 
uma revisão da literatura de trabalhos, publicados no período de 
1983 a 2004, que abordam os princípios neurofi siológicos da
plio-
metria ou apresentam um programa de treinamento pliométrico. 
A forma para análise dos conteúdos utilizada foi a freqüência com 
que as variáveis dependentes e independentes foram citadas ou a 
média entre aqueles que as mencionaram. Resultados: Dez exercícios 
foram selecionados como os mais mencionados nos trabalhos. O 
tempo de treinamento mais citado foi de seis semanas, em três sessões 
semanais. Foi realizada, mais freqüentemente, uma única série de 
exercício, preconizando o tempo como unidade para quantifi car 
sua realização. Foi quantifi cado também o tempo de descanso entre 
os exercícios e entre as séries. Discussão e conclusão: A pliometria 
pode promover ganhos de força explosiva sendo realizada de forma 
criteriosa, seguindo os princípios aqui expostos. Desta forma, a 
fi sioterapia age para que o atleta recupere seu nível de desempenho 
de maneira mais rápida e segura possível.
Palavras-chaves: pliometria, reabilitação, atleta. 
Abstract
Objective: To identify the plyometric exercises for the lower limbs 
and quantify them according to the time of training, frequency, 
number of series, number of repetitions, time of recovery between 
exercises and time of recovery between series. Method: Th is study is a 
review of literature published from 1983 to 2004, which approaches 
the neurophysiologic principles of plyometric or plyometric training 
programs. Th e contents were analyzed using the periodicity in which 
the dependent and independent variables were quoted or the mean 
of those which mentioned them. Results: Ten exercises were selected 
as the most quoted by the articles. Th e time of training most quoted 
was six weeks, three times a week. More frequently, only one series 
of exercises was done, and time was the best predictor to quantify 
the exercises comparing to repetition. Also, the resting time between 
the exercises and between the series was quantifi ed. Discussion and 
conclusion: When plyometric exercises are done in a very sensible 
way, according to the principles here exposed, it can aid the gaining 
of explosive power. Th erefore, physical therapy makes the athlete 
recover their level of performance in a faster and safer way.
Key-words: plyometrics, rehabilitation, athlete. 
Recebido em 24 de novembro de 2005; aceito em 10 de maio de 2006.
Endereço para correspondência: Gustavo Rebello Soares, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Av. Dom João VI, 274, 
40.290-000 Salvador BA, Tel: (71)3276-8200, E-mail: grsoares@gmail.com
Introdução
Em todas as práticas esportivas, os atletas estão sempre 
sujeitos a sofrer algum tipo de lesão durante uma competição 
ou treinamento, devido à constante exposição a traumatismos. 
Logo, a reabilitação destes indivíduos constitui um campo bas-
tante desafi ador da medicina desportiva que tem como metas 
proteger e tratar o desportista de lesões, de reincidências e da 
incapacidade permanente. Para isto, a fi sioterapia pode fazer 
uso da pliometria como um de seus recursos terapêuticos.
A pliometria é um conjunto de exercícios voltados para 
indivíduos que praticam atividade física, que unem força e 
velocidade do movimento, através das duas fases da contração 
muscular ativa (excêntrica/concêntrica), e visa obter resposta 
explosiva e reativa do músculo no menor tempo possível. Seu 
objetivo é melhorar a potência do músculo, facilitando os 
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200610
impulsos neurológicos, e aumentar a tensão muscular gerada 
no componente elástico do músculo.
Esse tipo de exercício há muito tempo é utilizado para me-
lhorar a performance dos atletas, porém, só recentemente, passou 
a fazer parte da reabilitação física, mais precisamente na sua fase 
fi nal [1]. No passado, esse programa era denominado de treina-
mento de “choque” ou de salto. Somente em 1969 passou a ser 
chamado de pliometria, quando foi descrito na Europa Oriental 
pelo russo Verkhoshanski [2]. O termo pliometria é derivado da 
palavra grega pleythyein, que signifi ca “aumentar”, ou das raízes 
grega plio e metric, que signifi cam “maior” e “medida” [2].
Um estudo examinou os efeitos de seis semanas de treina-
mento pliométrico nos mecanismos de aterrissagem de saltos e 
a força de atletas femininas [3]. Foram observadas a diminuição 
de 22% no pico de força de reação do solo e diminuição de 
50% dos movimentos de abdução e adução do joelho durante 
a aterrissagem. Em adição, observou-se aumento signifi cativo 
na força isocinética dos músculos isquiotibiais, na razão entre 
os isquiotibiais e o quadríceps e na altura do salto vertical. Os 
autores sugerem que esse treinamento tem efeito signifi cativo 
na estabilização do joelho e na prevenção de lesões sérias entre 
as atletas. Usando o mesmo programa de treinamento, outro 
estudo analisou, prospectivamente, os efeitos da pliometria 
nas lesões sérias de joelho em atletas femininas [4]. Os autores 
demonstraram diminuição, estatisticamente signifi cante, da 
quantidade de lesões do joelho no grupo treinado em relação 
ao grupo controle.
Os exercícios pliométricos podem ser aplicados tanto para 
os membros inferiores como para os membros superiores. 
Existem muitos estudos experimentais que utilizam progra-
mas de treinamento pliométrico para os membros inferiores 
do corpo, entretanto, não há consenso dos seus benefícios 
por causa da falta de concordância a respeito de sua melhor 
aplicabilidade [2]. Em relação aos membros superiores, a 
pliometria ainda precisa ser mais estudada, pois os exercícios 
são conhecidos, mas há poucas pesquisas experimentais que 
comprovem sua efi cácia através da utilização de um programa 
de treinamento. 
Espera-se que este trabalho forneça um alicerce seguro 
e cientifi camente comprovado sobre o uso dessa técnica aos 
fi sioterapeutas, para que possam utilizá-la, mais freqüente-
mente, na reabilitação atlética.
Assim, o objetivo desse estudo é identifi car os exercícios 
pliométricos, para os membros inferiores, utilizados nos pro-
gramas de reabilitação e quantifi car sua forma de realização em 
relação a tempo de treinamento, freqüência, quantidade de 
séries, quantidade de repetições, tempo de recuperação entre 
os exercícios e tempo de recuperação entre as séries.
Materiais e métodos
Este estudo realiza uma revisão da literatura tipo compa-
rativa-descritiva realizada através de pesquisas nas fontes de 
dados virtuais indexadas (Medline, Pubmed, Lilacs, Scielo, 
Tabela I - Exercícios pliométricos.
Exercício Variáveis Brown et 
al, 1986 
[5]
Wilson et al, 
1996 [6]
Hewett et al, 
1996 [3]
Hewett et al, 
1999 [4]
Spurrs et al, 
2003 [7]
Wilkerson 
et al, 2004 
[8]
Irmischer 
et al, 
2004 [9]
Chimera et 
al, 2004 
[10]
Depth 
jump
Tempo de 
treinamento
12 semanas 8 semanas 6 semanas 6 semanas 6 semanas 6 semanas 6 semanas
Freqüência 3x/semana 2x/semana 3x/semana 3x/semana 2 a 3x/se-
mana
3x/semana 2x/semana
Séries 3 séries 1a 4 séries 1 série 1 série 2 a 3 séries 1 série 1 série
Repetições 10 rep. 8 rep. 5 a 10 rep. 5 a 10 rep. 6 a 10 rep. 5 a 10 rep. 20 a 40 rep.
Recuperação 
(exercício)
30’’ 30’’ 30’’ 120’’
Recuperação 
(séries)
60’’ 180’’ 30’’
Wall 
jumps 
/ Ankle 
bounces
Tempo de 
treinamento
6 semanas 6 semanas 6 semanas 9 semanas 6 semanas
Freqüência 3x/semana 3x/semana 3x/semana 2x/semana 2x/semana
Séries 1 série 1 série 1 série 3 séries 3 a 6 séries
Repetições 20’’ a 30’’ 20’’ a 30’’ 20’’ a 30’’ 10 rep. 30’’
Recuperação 
(exercício)
30’’ 30’’ 30’’ 120’’
Recuperação 
(séries)
30’’
Fisiologia_v5n1.indb 10Fisiologia_v5n1.indb 10 22/11/2007 18:03:2422/11/2007 18:03:24
11Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro
2006
Free Medical Journals, Capes, Web of Science) com as se-
guintes palavras-chaves em inglês: plyometric e plyometr*. 
Em adição, foram realizadas pesquisas nas bibliotecas da 
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), 
Universidade Católica de Salvador (UCSAL), Universidade 
Federal da Bahia (UFBA) e na União Metropolitana de 
Ensino (UNIME).
Foram incluídos na pesquisa todos os artigos, livros e 
periódicos encontrados em português, inglês e espanhol, 
publicados no período de 1983 a 2004, que abordavam os 
princípios neurofi siológicos da técnica ou explicavam um 
programa de treinamento pliométrico para os membros 
inferiores. Foram excluídos os artigos que traziam um pro-
grama de treinamento pliométrico, mas não apresentavam as 
descrições dos exercícios e seus nomes não eram sufi cientes 
para se compreender plenamente os movimentos realizados 
durante a execução da atividade. Os artigos que tinham apenas 
a ilustração dos exercícios, sem identifi cação e sem descrições, 
também foram excluídos. Em associação, os achados em ou-
tras línguas estrangeiras, que não as citadas anteriormente, 
foram automaticamente excluídos.
Primeiramente, foram listadas todas as variáveis indepen-
dentes (exercícios pliométricos) e suas variáveis dependentes 
(tempo de treinamento, freqüência, quantidade de séries, 
quantidade de repetições, tempo de recuperação entre os exer-
cícios e tempo de recuperação entre as séries) dos trabalhos 
incluídos (Tabela I). Em seguida, realizou-se a seleção dos 
exercícios citados em pelo menos 50% dos trabalhos. Dentre 
estes, foram escolhidos as formas mais freqüentes de realização 
dos exercícios, sendo que, quando as variáveis dos exercícios não 
eram descritas em ao menos 50% dos trabalhos, foi considerada 
a média aritmética dentre aqueles que a citavam. 
Resultados
Foram selecionados 12 artigos e seis livros para o estudo. 
Dos 12 artigos, quatro foram utilizados para a observação 
dos princípios neurofi siológicos e oito para a observação dos 
exercícios e suas variáveis. Dos quatro artigos selecionados 
para análise dos princípios neurofi siológicos apenas dois 
foram utilizados, pois os demais faziam menção a um destes 
artigos analisados.
Tabela II - Síntese dos exercícios pliométricos.
Repetições
Exercícios Tempo de 
treina-
mento
Freqüên-
cia
Séries 1ª se-
mana
2ª se-
mana
3ª se-
mana
4ª se-
mana
5ª se-
mana
6ª se-
mana
Recupera-
ção (exercí-
cios)
Recupe-
ração 
(séries)
Wall jump / 
Ankle bounces
6 semanas 3x/semana 1 série 20 seg. 25 seg. 30 seg. 30 seg. 30 seg. 30 seg. 30 segundos
Tuck jump 6 semanas 3x/semana 1 série 20 seg. 25 seg. 30 seg. 30 seg. 30 segundos
Squat jump 6 semanas 3x/semana 1 série 10 seg. 15 seg. 20 seg. 20 seg. 25 seg. 25 seg. 30 segundos
Double leg cone 
jumps
6 semanas 3x/semana 1 série 30 seg. 30 seg. 30 seg. 30 seg. 30 segundos
180° jumps 6 semanas 3x/semana 1 série 20 seg. 25 seg. 30 segundos
Bounding in 
place
6 semanas 3x/semana 1 série 20 seg. 25 seg. 30 segundos
Scissor jump 6 semanas 3x/semana 1 série 30 seg. 30 seg. 30 segundos
Bounding for 
distance
6 semanas 3x/semana 1 série 1 corrida 2 corridas 30 segundos
Single legged 
hops
6 semanas 3x/semana 1 série 5 rep./
perna
5 rep./
perna
5 rep./
perna
5 rep./
perna
30 segundos
Depth jump 6 semanas 3x/semana 1 série 5 rep. 10 rep. 30 segundos
Tabela III - Descrição dos exercícios pliométricos.
Wall jump / 
Ankle bounces
Saltos com os dois tornozelos. O paciente posiciona-se com os dois joelhos levemente dobrados e com os braços 
elevados atrás da cabeça. Em seguida, salta para cima e aterrisa com os dedos dos pés (ponta dos pés). Repetir 
rapidamente.
Tuck jump A partir da posição em pé (ereto), o paciente salta verticalmente o mais alto possível e leva ambos os joelhos para 
cima em direção ao tórax. Repetir rapidamente.
Squat jump A partir da posição agachada, o paciente salta verticalmente o mais alto possível. Ao aterrissar, ele deve absorver o 
choque em posição agachada e repetir o salto rapidamente.
Double leg 
cone jumps
O paciente salta, com as duas pernas e pés juntos, de um lado para o outro por cima de cones, rapidamente. 
Devendo repetir também para frente e para trás.
Fisiologia_v5n1.indb 11Fisiologia_v5n1.indb 11 22/11/2007 18:03:2422/11/2007 18:03:24
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200612
Todos os trabalhos confrontados tratavam-se de estudos 
experimentais cuja síntese, através da freqüência de citação, re-
sultou na escolha de 10 exercícios. São eles: Wall jumps / Ankle 
bounces, Tuck jumps, Squat jump, Double leg cone jumps, 180° 
jumps, Bounding in place, Scissor jump, Bounding for distance, 
Single legged hops e Depth jump. Estes podem ser visualizados 
na Tabela II, assim como suas variáveis escolhidas. A descrição 
de cada uma dessas atividades encontra-se na Tabela III. 
Dentre os exercícios selecionados, também com base 
na freqüência de citação nos artigos, foram encontrados os 
seguintes resultados para as variáveis dependentes pesquisa-
das: o tempo de treinamento para a atividade pliométrica foi 
de seis semanas e a freqüência de sua realização foi de três 
vezes semanais, em dias alternados, respeitando o período de 
repouso de 48 horas entre as sessões. 
Quanto ao número de séries, foi predominante a utilização 
de apenas uma série para cada atividade selecionada. O volume 
com que foram realizadas variou de acordo com o exercício: 70% 
foram quantifi cados tendo o tempo (segundos) como unidade 
de medida e 30% tendo o número de repetições ou de distância 
percorrida. Para os exercícios cujo volume foi baseado no tempo 
de execução, constatou-se que a quantidade de realização mais 
citada foi de 20 segundos na primeira semana, 25 segundos na 
segunda semana e 30 segundos para a terceira e quarta semanas. 
Em relação a quinta e sexta semanas, somente dois dos exercícios, 
dentre os escolhidos neste estudo, foram realizados utilizando o 
tempo como unidade de medida. Por eles apresentarem valores 
diferentes quanto ao volume e por não ser possível verifi car a 
maior freqüência de citação, foi realizado a média entre aqueles 
que os citaram. Logo, para a quinta e sexta semanas, os resultados 
apresentaram uma média de 27,5 segundos, em cada uma das 
semanas, para o volume realizado.
Para o tempo de recuperação entre os exercícios foi mais 
continuamente citado o intervalo de 30 segundos. Para o 
tempo de recuperação entre as séries dos exercícios escolhidos 
foi calculada, novamente, a média entre aqueles que a cita-
ram, já que a maioria não fez menção a essa variável em seus 
estudos. A partir desta análise, foram encontrados os seguintes 
valores para os exercícios Wall jump, Double leg cone jumps, 
180° jumps e Depth jumps: 30 segundos, 30 segundos, 30 
segundos e 90 segundos, respectivamente. Estes valores não 
aparecem na tabela II, pois este foi construída apenas com 
base na freqüência de citação dos exercícios e suas variáveis 
em pelo menos 50% dos trabalhos.
Discussão
Com a realização deste estudo foi possível quantifi car 
os exercícios pliométricos aplicados aos membros inferiores 
através da freqüência e da média com que eles e suas variáveis 
foram descritos nos artigos revisados. O que chamou mais 
atenção na pesquisa foi o fato da pliometria ser praticada, 
na maioria dos exercícios, tendo o tempo (segundos) como 
unidade de medida para quantifi car as repetições a serem 
executadas. Logo, diante dos achados expostos neste trabalho, 
espera-se ser possível empregar essa técnica, com mais segu-
rança e efi cácia, nos programas de reabilitação atlética.
Foram encontradas inúmeras variações para os exercícios 
pliométricos, porém, as atividades mais freqüentemente 
utilizadas foram as relatadas neste estudo
(Wall jumps/Ankle 
bounces, Tuck jump, Squat jump, Double leg cone jump, 
180° jumps, Bounding in place, Scissor jump, Bounding for 
distance, Single legged hops, Depth jump). Isto não signifi ca 
que todos os exercícios listados aqui, e somente eles, devam 
ser usados nos programas de reabilitação. A escolha das ativi-
dades depende do objetivo do tratamento, do grupo muscular 
que se deseja trabalhar e do esporte praticado pelo atleta, 
pois cada modalidade esportiva apresenta formas e níveis de 
exigências diferentes. Por exemplo, para o jogador de vôlei, 
os pliométricos apropriados são aqueles que envolvem saltos 
em altura no mesmo lugar ou saltos em profundidade e não 
os saltos em distância, que, por sua vez, são mais apropriados 
para os praticantes de atletismo.
Quanto às variáveis, constatou-se que o tempo de trei-
namento mais utilizado foi o de seis semanas. A escolha 
deste período pode ser fundamentada no fato de que para se 
desenvolver a capacidade de recrutamento das unidades mo-
toras em altíssimas velocidades, visando o ganho de potência 
muscular, pode ser necessário um período de treinamento 
mais longo [11].
A freqüência semanal com que os treinamentos pliomé-
tricos foram mais empregados foi de três vezes por semana, 
em dias alternados. A freqüência de treinamento superior a 
duas ou três vezes por semana pode difi cultar a recuperação 
entre os exercícios e, desta forma, retardar as adaptações neu-
romusculares impostas pela atividade e o desenvolvimento da 
força [12]. Entretanto, não existe documentação sufi ciente 
que defi na a freqüência semanal ideal para a realização do 
treinamento [13].
O número de séries mais usado para os exercícios selecio-
nados foi de apenas uma série. Este procedimento é menos 
efetivo para o ganho de força do que se os exercícios fossem 
realizados com duas ou três séries, sendo a utilização de três 
séries ainda mais efi caz do que duas [12]. Em associação, 
a utilização de múltiplas séries de exercícios permite que o 
organismo humano seja capaz de se adaptar às cargas impos-
tas e, por isso, para se obter novos ganhos de força é preciso 
submeter o corpo a estresses mais intensos, progressivamente 
[14]. Alguns fatores devem ser levados em consideração ao se 
escolher o número de séries, são eles: tamanho do músculo, 
grupo muscular, lesões associadas ao esporte e resultados 
esperados do treinamento [14].
O uso da série única aplica-se somente para os indivídu-
os que estão começando o programa de treinamento [14]. 
Antigamente, acreditava-se que para se obter os ganhos de 
força eram necessárias três séries dos exercícios, porém novos 
estudos têm demonstrado que a utilização de apenas uma série 
é tão efi caz quanto três séries para o aumento do tamanho e da 
Fisiologia_v5n1.indb 12Fisiologia_v5n1.indb 12 22/11/2007 18:03:2522/11/2007 18:03:25
13Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
força musculares [15]. Isto permite que uma maior variedade 
de exercícios possa ser incluída nos programas de treinamento 
ao invés de menos exercícios de séries múltiplas, no mesmo 
período de tempo [15].
Logo, diante da realização de menos exercícios de séries 
múltiplas e do fato das adaptações neurais do organismo só 
ocorrerem nos movimentos que são treinados, o aprendizado 
motor, neste caso, fi ca limitado apenas a determinados padrões 
de movimento. Por outro lado, ao utilizar somente uma série 
por exercício, mais atividades com forma e exigências diferen-
tes podem ser acrescentadas aos programas de treinamento. 
Com isto, o aprendizado motor, que sucede em virtude das 
adaptações neurais, vai ocorrer para as mais variadas situações 
e padrões de movimento, o que é mais adequado diante das 
solicitações da prática esportiva.
Em relação à quantidade de repetições (volume), 70% 
dos exercícios escolhidos preconizaram a utilização do tempo 
(segundos) como unidade de medida e 30% usaram o número 
de repetições ou de distância percorrida. Dentre os 70%, o 
tempo mais freqüentemente citado variou de 20 a 30 segun-
dos, ao longo das seis semanas de treinamento. 
De acordo com a fórmula universal da física para o cálculo 
da velocidade, na qual a velocidade é igual ao deslocamento 
dividido pelo tempo (V = d/t), a velocidade é diretamente 
proporcional ao deslocamento e inversamente proporcional 
ao tempo. Ou seja, para o indivíduo alcançar maior veloci-
dade de movimento, ele deve percorrer a maior distância (no 
caso dos saltos, vertical e/ou horizontal) possível no menor 
tempo permitido. Considerando que o tempo para execução 
do movimento mais freqüentemente prescrito pelos artigos 
revisados foi de 20 a 30 segundos, os atletas deverão realizar as 
atividades pliométricas neste tempo, visando atingir o maior 
deslocamento do corpo com a maior velocidade possível.
A relevância de tal afi rmação é que segundo as bases neu-
rofi siológicas da pliometria quanto maior a velocidade gerada 
pelo exercício, maior será a ativação do refl exo miotático e o 
armazenamento de energia elástica pelo componente elástico 
do músculo, resultando numa posterior contração muscular 
concêntrica vigorosa e explosiva [2]. O refl exo miotático e o 
armazenamento de energia, juntamente com a dessensibiliza-
ção do Órgão Tendinoso de Golgi e a coordenação muscular, 
compõem os princípios que fundamentam a pliometria [2].
Diante disso, quando os exercícios preconizam o uso 
do número de repetições ou de distância percorrida como 
unidade de medida para o volume (30%), o atleta pode 
realizar as atividades tanto rapidamente quanto lentamente. 
Executando-as lentamente, a ativação dos componentes neu-
rofi siológicos da pliometria não irá ocorrer corretamente e, 
conseqüentemente, os efeitos esperados desta técnica, prova-
velmente, não serão alcançados. Portanto, sugere-se que esses 
exercícios devam ser adaptados para que sejam realizados de 
acordo com o tempo de execução.
O tempo de recuperação entre os exercícios e entre as 
séries está diretamente relacionado à intensidade da atividade, 
pois quanto maior a intensidade, maior será o metabolismo 
do organismo [16]. Logo, para que o exercício seja realizado 
é preciso que o corpo tenha tempo de normalizar seu meta-
bolismo através do armazenamento de oxigênio e glicose no 
músculo e no sangue [16].
Os resultados deste estudo demonstraram que o tempo 
de recuperação entre os exercícios mais utilizados foi de 30 
segundos. No entanto, não foram encontradas quaisquer in-
formações específi cas sobre esse intervalo. Conclui-se, então, 
que a aplicação dessa variável depende do objetivo traçado, 
do esporte praticado pelo atleta e da sua resposta à atividade. 
Cabe ao fi sioterapeuta perceber e questionar seu cliente sobre 
a intensidade do exercício para que saiba se esse intervalo deve 
ser mantido, aumentado ou reduzido.
Em relação ao tempo de recuperação entre as séries das 
atividades selecionadas, apenas os exercícios Wall jump/Ankle 
bounces, Double leg cone jumps, 180° jumps e Depth jump 
apresentaram, respectivamente, 30, 30, 30 e 90 segundos de 
descanso entre as séries. São necessários 60 a 120 segundos 
entre as séries para que haja a recuperação das fontes de 
energia oriundas do sistema do fosfagênio (ATP-CP), que 
são fundamentais para a realização do esforço máximo [14]. 
Esse mesmo intervalo de descanso é necessário para que as 
reservas de energia sejam recuperadas antes da realização de 
uma nova série [17]. Entretanto, os valores encontrados neste 
estudo não devem ser considerados, uma vez que todos os 
exercícios selecionados foram mais freqüentemente realizados 
com apenas uma série, não sendo necessário, portanto, tempo 
de recuperação entre as séries.
Todos os exercícios e suas variáveis selecionadas foram 
citados neste trabalho. No entanto, em um programa prático 
de treinamento,
as atividades desenvolvidas devem ser pro-
gressivas para que a sobrecarrega ideal seja imposta ao atleta e 
para que também sejam evitadas as adaptações do organismo 
aos exercícios. Essa evolução deve ser realizada de acordo com 
os objetivos do treinamento e com as respostas fi siológicas 
do paciente à sua realização. Ao longo das seis semanas de 
pliometria, os exercícios devem progredir de atividades sim-
ples para atividades complexas, como: passar de saltos com 
as duas pernas para apenas uma, de saltos verticais parados 
para saltos em distância e em profundidade. Em adição, o 
volume executado também deve evoluir ao longo das sema-
nas, acrescentando mais tempo na realização dos exercícios. 
O aumento da intensidade da pliometria também pode ser 
manipulado através da diminuição do tempo de recuperação 
entre os exercícios. Em associação, o fi sioterapeuta deve fazer 
uso da criatividade e da observação dos movimentos realiza-
dos na prática esportiva de seu paciente para indicar formas 
de exercícios o mais específi co e funcional possível. Por fi m, 
existem diversos cuidados que devem ser tomados para a 
realização segura, correta e efi caz da pliometria, sendo estes 
muito bem descritos na literatura [13].
 A limitação deste estudo refere-se à ausência de pesqui-
sas que utilizem a pliometria como conduta terapêutica na 
Fisiologia_v5n1.indb 13Fisiologia_v5n1.indb 13 22/11/2007 18:03:2522/11/2007 18:03:25
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200614
reabilitação dos membros inferiores em atletas. Isto porque 
os artigos encontrados destinavam-se a abordar os exercícios 
pliométricos apenas como uma forma de aperfeiçoar o de-
sempenho de desportistas saudáveis e, alguns poucos, a sua 
efi cácia na prevenção de lesões. Portanto, diante da escassez de 
material referente à utilização da pliometria na reabilitação do 
quadrante inferior, sugere-se que novos estudos experimentais 
sejam realizados para que seja possível verifi car os efeitos da 
pliometria na reabilitação.
Conclusão
Pode-se concluir que a pliometria, quando realizada 
de forma criteriosa, seguindo princípios como os citados e 
discutidos neste artigo, é capaz de promover ganhos de força 
muscular explosiva de forma consistente e progressiva. Isto 
em virtude de sua capacidade de adaptar e treinar o sistema 
neuromuscular e não através de mudanças morfológicas dos 
músculos. A fi sioterapia, ao fazer uso da pliometria como um 
de seus recursos terapêuticos, deve agir de forma facilitadora, 
reabilitando o atleta, de maneira mais rápida e segura possí-
vel, para que ele recupere seu nível de desempenho igual ou 
superior ao estado pré-lesão.
Agradecimentos
Agradeço a Prof. Ana Lúcia Góes pela sua assessoria cien-
tífi ca a esse estudo, pelo incentivo e empenho em me orientar, 
e sua acessibilidade e confi ança no meu trabalho.
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Fisiologia_v5n1.indb 14Fisiologia_v5n1.indb 14 22/11/2007 18:03:2522/11/2007 18:03:25
15Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Artigo original
Análise das capacidades físicas em indivíduos 
adultos sedentários e treinados
Analysis of physical capacities in sedentary 
and trained adult individuals 
Alexandre de Souza e Silva*, Regiane Albertini**, Maricilia Silva Costa***
*Educador Físico, Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento, UNIVAP, **Fisioterapeuta, Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento, 
UNIVAP, ***Professora, Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento, UNIVAP
Resumo
Introdução: O envelhecimento é um processo de mudanças que 
levam todos os seres vivos a passarem por perdas progressivas das 
suas capacidades funcionais, conduzindo a um grande risco de se 
tornarem sedentários. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar 
as diferenças nas capacidades físicas entre grupos de indivíduos: 
treinados e sedentários. Métodos: Participaram do grupo de estudo 
34 indivíduos, classifi cados como treinados e sedentários. Os in-
divíduos foram avaliados através dos testes de fl exibilidade, força, 
IMC e RCQ. Resultados: Foi observado que os indivíduos treina-
dos apresentaram maior pico de torque, tanto para perna direita, 
quanto para perna esquerda. Este resultado foi observado tanto em 
movimento de fl exão quanto em extensão. O teste de fl exibilidade 
indicou um melhor desempenho deste parâmetro em indivíduos 
treinados (24,8 ± 11,8), quando comparados com o grupo de in-
divíduos sedentários (17,5 ± 5,1). As medidas de PAS e a PAD em 
indivíduos treinados mostrou melhores resultados em relação aos 
valores obtidos do grupo de indivíduos sedentários. Conclusão: Os 
indivíduos treinados apresentaram melhores resultados em força 
muscular e fl exibilidade, quando comparados com os indivíduos 
Sedentários. Estes resultados indicam
que a atividade física se mostra 
de grande importância para a manutenção das capacidades físicas 
e da qualidade de vida.
Palavras-chave: dinamômetro isocinético, atividade física, idosos.
Abstract 
Introduction: Th e aging is a process of changes that lead all hu-
man beings to a progressive decline in their functional capacities, and 
at great risk of becoming sedentary. Objective: Th is study aimed to 
analyze diff erences in physical capacities between two groups: trained 
and sedentary. Methods: Th e sample was composed by 34 individuals, 
classifi ed as trained and sedentary. Th ey were evaluated through 
fl exibility, strength, BMI and WHR tests. Results: It was observed 
that the trained individuals showed larger peak torque, both for the 
right and left leg. Th is result was observed in fl exion and stretching 
movements. Th e fl exibility test indicated better performance in 
trained individuals (24.8 ± 11.8), when compared with sedentary 
group (17.5 ± 5.1). Blood pressure of trained individuals showed 
better results than the sedentary group. Conclusion: Th e trained 
individuals showed better results in muscle strength and fl exibility, 
when compared with sedentary group. Th ese results demonstrate 
that physical activity is of great importance for the maintenance of 
physical capacities and quality of life. 
Key-words: isokinetic dynamometer, physical activity, elderly.
Recebido em 15 de julho de 2006; aceito em 12 de outubro de 2006.
Endereço para correspondência: Maricilia Silva Costa, Instituto Pesquisa & Desenvolvimento, Av. Shishima Hifumi 2911, 12244-000 
São José dos Campos SP, Tel:(12)3947-1125, E-mail: mscosta@univap.br 
Fisiologia_v5n1.indb 15Fisiologia_v5n1.indb 15 22/11/2007 18:03:2622/11/2007 18:03:26
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200616
Introdução
A senilidade ou envelhecimento é, geralmente, acompa-
nhado pelo declínio acentuado nas capacidades do sistema 
motor [1-3]. Estas mudanças incluem o declínio da força, a 
redução na magnitude de respostas refl exas, a diminuição na 
velocidade de reações rápidas, o aumento na instabilidade 
postural e controle diminuído, decréscimo do controle de 
força submáxima e a redução das capacidades manipulativas 
[4-10].
Este comprometimento da função motora, associado 
ao processo de envelhecimento, afeta diretamente a vida de 
indivíduos idosos, diminuindo as suas habilidades em tarefas 
simples, como caminhar. Assim, difi cultando a realização de 
atividades da vida diária, comprometendo a qualidade de vida 
e a saúde mental desta população [11].
De acordo com Faria Junior et al. [12], com o declínio 
gradual das aptidões físicas e o impacto do envelhecimento 
e das doenças, o idoso tende a trocar seus hábitos de vida e 
rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco 
ativas. Os efeitos associados à inatividade e à má adaptabi-
lidade são bastante sérios. Estes efeitos podem acarretar na 
redução no desempenho físico, na habilidade motora, na 
capacidade de concentração, de reação e de coordenação, 
gerando, assim, processos de autodesvalorização, apatia, 
insegurança, perda da motivação, isolamento social e a 
solidão.
Alguns estudos revelam que cerca de 40% dos indivíduos 
com 65 anos ou mais de idade necessitam de algum tipo de 
ajuda para realizar, pelo menos, uma tarefa como: fazer com-
pras, cuidar das fi nanças, preparar refeições e limpar a casa. 
Uma parcela menor (10%) requer auxílio para realizar tarefas 
básicas como tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, alimen-
tar-se, sentar e levantar de cadeiras. Estes dados remetem à 
preocupação por mais de 6 milhões de idosos gravemente 
fragilizados no Brasil, segundo Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílios de 2001 [13].
O emprego da atividade física para indivíduos mais velhos, 
como forma de promoção do estilo de vida, proporciona me-
lhora no desenvolvimento dos padrões de saúde e de qualidade 
de vida [14,15]. Um programa de treinamento de resistência 
(PTR) é de grande importância para estes indivíduos, pois 
ocorrem ganhos na força muscular, podendo melhorar as 
atividades aeróbicas e, ainda, evitar as quedas [14,16-18].
O objetivo do presente estudo foi analisar as diferenças 
nas capacidades físicas entre grupos de indivíduos, Treinados 
e Sedentários.
Métodos
Indivíduos
Participaram do estudo 34 indivíduos, de ambos os sexos, 
com idades entre 45 e 75 anos, com peso de 68,8 ± 10,55 kg 
e altura de 157,7 ± 5,89 cm. Os indivíduos foram divididos 
em dois grupos, sedentários (S) n = 14 e treinados (T) n = 
20. Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento 
livre e esclarecido; aprovado pelo comitê de ética em pesqui-
sa (protocolo n° L200/2005/CEP). Foi considerado como 
critério de exclusão qualquer dor e/ou distúrbio no sistema 
osteo-mio-articular.
Os indivíduos do grupo Treinado(T) praticaram vôlei 
adaptado três vezes na semana, com a duração de duas horas 
por dia e, ainda, realizaram um programa de treinamento 
de resistência duas vezes na semana, com a duração de uma 
hora por dia. Este protocolo de treinamento foi praticado 
durante 24 meses. O grupo de Sedentários (S) foi composto 
por indivíduos que não praticavam atividades físicas por mais 
de 36 meses.
Métodos de análise
Para calcular o IMC dos indivíduos foi utilizado o seguin-
te cálculo: IMC = Peso/(altura)2, e adotados os critérios da 
Organização Mundial de Saúde para classifi car os indivíduos 
[7,19,20].
Como forma de análise do risco de desenvolvimento 
de doença coronariana, foi utilizada a RCQ, considerando 
como pontos de referência para as medidas, a última costela 
(perímetro da cintura) e a protuberância glútea (perímetro 
do quadril)[19,21,22]. 
A pressão arterial foi aferida antes da realização dos testes 
de fl exibilidade e de força muscular. O indivíduo foi posi-
cionado sentado, e permaneceu em repouso por 5 minutos 
antes de ser aferida a pressão.
A fl exibilidade foi mensurada no banco de Wells e Dillon 
[23,24]. Os indivíduos realizaram três repetições do movi-
mento sem estímulo verbal e a maior marca foi considerada 
como resultado do teste.
Para análise da força muscular, dos músculos extensores 
e fl exores do joelho, foi utilizado o dinamômetro isocinético 
(Modelo- Biodex Multi-Joint System Inc). Os indivíduos 
foram orientados a executar o movimento de fl exão e extensão 
de joelho [25]. 
Os indivíduos foram fi xados com cinto na cadeira do Bio-
dex, com o encosto a 85°26. O eixo de rotação do dinamômetro 
foi alinhado com o epicôndilo femural e a carga de resistência 
colocada a 2 cm do maléolo interno [26,27].
Inicialmente, os indivíduos realizaram 3 repetições para se 
familiarizarem com o equipamento e, então, após um interva-
lo de 5 minutos, o teste foi executado. Durante o teste, foram 
solicitadas cinco (5) repetições a uma velocidade angular de 
60°/s, com 5 minutos de repouso entre a perna direita e es-
querda. Os indivíduos foram encorajados a desenvolverem o 
máximo de força por meio de estímulos verbais e visuais [26]. 
O protocolo seria interrompido caso o voluntário apresentasse 
qualquer desconforto. 
Fisiologia_v5n1.indb 16Fisiologia_v5n1.indb 16 22/11/2007 18:03:2622/11/2007 18:03:26
17Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Análise estatística
Os testes de cada indivíduo no BIODEX foram coletados e 
transportados para o programa EXCEL para identifi car o pico 
de torque de cada indivíduo. A análise estatística foi realizada 
utilizando o programa ORIGIN, empregando a análise de 
variância ANOVA com p < 0,05 para signifi cância. 
Resultados
Os resultados de Pico de Torque em movimentos de ex-
tensão estão mostrados nas Figuras 1 e 2. Pode-se notar que os 
indivíduos treinados apresentaram maior pico de torque, tanto 
para
perna direita, quanto para perna esquerda. Este resultado 
se apresenta mais evidente observando o deslocamento da 
curva de Gauss para a direita, em indivíduos treinados, mos-
trando as diferenças signifi cativas entre os grupos: treinado 
(PTPDE* 105,4 ± 29,5 e PTPEE* 108,8 ± 28,3) e sedentário 
(PTPDE* 74,6 ± 28,4 e PTPEE* 84,2 ± 28). 
Figura 1 - Pico de torque da perna direita.
Figura 3 - Pico de torque da perna direita. 
Figura 2 - Pico de torque da perna esquerda.
Para o movimento de fl exão, o pico de torque, tanto da 
perna direita quanto esquerda foi maior no grupo treinado 
(PTPDF -53,5 ± 14,4 e PTPEF -55,5 ±15,1) comparado 
com o grupo sedentário (PTPDF -36 ± 15,7 e PTPEF -40,4 
± 14,3) (Figuras 3 e 4). Pode-se observar o deslocamento da 
curva de Gauss para a esquerda, uma vez que, o movimento 
de fl exão é determinado em valores negativos.
Figura 4 - Pico de torque da perna esquerda.
O teste de fl exibilidade mostrou um deslocamento da 
média para a direita, indicando um melhor desempenho deste 
parâmetro em indivíduos treinados (24,8 ± 11,8), quando 
comparados com o grupo de indivíduos sedentários (17,5 ± 
5,1) (Figura 5).
Figura 5 - Flexibilidade.
Ainda, quanto à fl exibilidade, analisando a Tabela I; po-
demos observar que 79% dos indivíduos sedentários foram 
classifi cados como fracos no teste de fl exibilidade e 21% como 
regulares, ou seja, não houve nenhum indivíduo sedentário no 
teste que atingiu a classifi cação de médio, bom ou excelente. 
Entretanto, no grupo treinado 25% foram classifi cados como 
excelentes, 20% como médios, 10% como regulares e 45% 
como fracos, indicando um melhor desempenho quanto à 
fl exibilidade em indivíduos treinados. 
Fisiologia_v5n1.indb 17Fisiologia_v5n1.indb 17 22/11/2007 18:03:2622/11/2007 18:03:26
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200618
Tabela I - Classifi cação do teste de fl exibilidade.
Classificação Grupo treinado Grupo sedentário
Fraco 45% 79%
Regular 10% 21%
Médio 20% 0%
Bom 0% 0%
Excelente 25% 0%
Os resultados da Tabela II mostram que a PAS e a PAD 
em indivíduos treinados apresentou diferenças signifi cati-
vas em relação aos valores obtidos do grupo de indivíduos 
sedentários.
Tabela II - Parâmetros do P.A.S. e P.A.D.
Parame-
tros
Grupo (T) Grupo (S) p = DIF.
P.A.S 122,7±11,4 132,1±13,2 0,03436 DS
P.A.D 79,2±7,1 86,4±8,1 0,01046 DS
Tabela *Grupo (T) = Grupo treinado; *Grupo (S) = Grupo sedentário; 
*P.A.S. = Pressão Arterial Sistólica; * P.A.D. = Pressão Arterial Diastólica; 
*DIF. = Diferença; *DS = Diferença significante.
*PTPDE = Pico de torque da perna direita (extensão); 
*PTPEE = Pico de torque da perna esquerda (extensão); 
*PTPDF = Pico de torque da perna direita (fl exão); 
*PTPEF = Pico de torque da perna esquerda (fl exão)
As fi guras 06 e 07 mostram que o IMC e o RCQ não 
apresentaram diferenças estatisticamente signifi cativas entre 
indivíduos sedentários e treinados.
Figura 06 - Índice de Massa Corpórea (IMC). 
Discussão
O impacto do envelhecimento sobre as habilidades físicas 
é bastante discutido, uma vez que, são descritas 2 linhas de 
estudos. A primeira defende que não há redução da capacidade 
neuronal se não houver nenhum estado patológico associado, 
assim, seria importante manter as condições de saúde para 
manter as condições físicas. A segunda acredita que a redução 
da atividade neuronal é inevitável, entretanto, pode ser con-
trolada e/ou minimizada através da atividade física [11].
Nossos resultados mostraram que o grupo de indivíduos 
treinados apresenta o torque de força muscular de exten-
sores e fl exores de joelho maior que o grupo de indivíduos 
sedentários. Este resultado está de acordo com os estudos de 
Matsudo et al. [5] que em seu trabalho de revisão comenta 
sobre os efeitos da diminuição natural do desempenho físico, 
que podem ser atenuados se forem desenvolvidos com os ido-
sos programas de atividades físicas que visem a melhoria das 
capacidades motoras como: a força muscular, a fl exibilidade, 
a mobilidade articular e a resistência. Assim, concluindo que 
a atividade Física apresenta efeitos benéfi cos nos aspectos 
psicológicos, sociais e cognitivos, sendo fundamental para 
promoção de um envelhecimento saudável.
A literatura apresenta diversos trabalhos mostrando que 
programas de treinamento resistidos (PTR) aumentam o pico 
de torque de extensão e fl exão do joelho, quando compara-
dos o pré e o pós-teste em indivíduos que foram submetidos 
ao treinamento [20,28-31,33-37]. Resultados semelhantes 
foram encontrados no presente estudo considerando que, 
os indivíduos que não praticavam nenhuma atividade física 
(sedentários) apresentaram pico de troque inferior aos treina-
dos. O aumento da força muscular após o PTR parece estar 
relacionado com a adaptação neuromuscular, com possíveis 
mudanças neurais [38].
Ide et al. [39] investigaram os efeitos de programas de 
treinamento aeróbico e os fatores que contribuem para a 
manutenção da atividade em população idosa saudável, 
concluindo que os diferentes programas melhoram o condi-
cionamento aeróbico, entretanto, a freqüência das atividades 
é o fator responsável pelo sucesso ou não do treinamento. 
Desta mesma maneira, os resultados benéfi cos encontrados 
em nosso estudo podem ser atribuídos por se tratar de uma 
atividade prazerosa (vôlei adaptado) aos indivíduos, o que 
proporciona assiduidade e continuidade.
Barbosa et al. [40] analisaram os efeitos de 10 semanas de 
treinamento resistido progressivo sobre a força de mulheres 
idosas, observando resultados signifi cativos de 26% a 50% 
de aumento da força muscular. Em nosso estudo todos os 
indivíduos já praticavam atividade por um tempo mínimo de 
24 meses, isto justifi ca a diferença encontrada entre os grupos, 
no que diz respeito à força e fl exibilidade.
Raso et al. [41] observaram em seus estudos que a inter-
rupção de um programa de atividade física em uma população 
idosa provoca redução da força muscular, especialmente a partir 
Figura 07- Relação Cintura e Quadril (RCQ).
Fisiologia_v5n1.indb 18Fisiologia_v5n1.indb 18 22/11/2007 18:03:2622/11/2007 18:03:26
19Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
da 8ª. semana de inatividade, mostrando que a atividade física 
deve ser contínua para que seus benefícios sejam mantidos.
Province et al. [42] relatam que o exercício reduz o risco de 
queda em idosos após programa de fl exibilidade com duração 
de 3 meses. Nossos resultados mostraram que os indivíduos 
treinados apresentaram maior fl exibilidade, quando compa-
rados aos sedentários, desta forma, podemos sugerir que o 
treinamento também contribui para o incremento da fl exibi-
lidade [5,40,43-46]. Assim, corroborando com os resultados 
de Raso et al. [47], que relatam que idosos envolvidos com 
prática regular de corridas ou outra atividade física aeróbica 
apresentam menores taxas de mortalidade e invalidez do que 
pessoas idosas com estilo de vida sedentário. Ainda, Ruskanen 
e Ruoppila [48] sugerem que o idoso envolvido em programa 
de condicionamento físico desenvolve uma percepção positi-
va, ou seja, “sensação de bem estar”.
Os resultados obtidos em relação à força de extensores e 
fl exores do joelho são bastante relevantes uma vez que, o au-
mento na força muscular dos músculos do joelho pode reduzir 
a pressão arterial durante as atividades de vida diária, permi-
tindo, então, ao indivíduo maior independência e menor risco 
de lesão (quedas) [49]. Devemos, também, considerar que a 
força muscular do membro inferior, no caso os extensores e 
fl exores do joelho são representativos da capacidade funcional, 
incluindo atividades de andar, correr e levantar [25]. 
Em nosso estudo observamos que os indivíduos treinados 
apresentaram valores de pressão arterial (diastólica
e sistólica) 
menores em comparação aos indivíduos sedentários, confi r-
mando os resultados apresentados na literatura, mostrando a 
diminuição da pressão arterial [20,50], do peso, do índice de 
massa corporal (IMC), maior de fl exibilidade e menor relação 
quadril e cintura (RCQ). Entretanto, no presente estudo não 
obtivemos diferença signifi cativa na RCQ e no IMC, resulta-
dos correspondentes aos achados por Kelley [51]. 
Conclusão
Desta forma, podemos sugerir que a atividade física infl uencia 
de maneira positiva nas capacidades físicas, como a força, a fl exi-
bilidade e a pressão arterial que são de grande importância para a 
saúde, pois resultam em um envelhecimento com qualidade de 
vida. Entretanto, a literatura é escassa no que se refere a melhor 
forma de prescrever a atividade física e a forma de avaliar os be-
nefícios de forma quantitativa correlacionado com a qualitativa 
e, ainda, a difi culdade de se estabelecer grupos de estudo homo-
gêneos para então concluir os reais efeitos da atividade Física. 
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21Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Artigo original
Respostas cardiovasculares agudas da pressão positiva 
expiratória (EPAP) em indivíduos adultos jovens 
e o impacto no duplo-produto
Acute cardiovascular response of positive expiratory pressure (PEEP) in 
young adult individuals and the impact on rate pressure-product
Mauricio de Sant’ Anna Junior*, Alexandra Maia**, Rafael Gama da Cruz***, Pedro Paulo da Silva Soares****, Adalgiza Mafra 
Moreno*****
*Fisioterapeuta pelo UNIPLI / Pós-graduado em Atividade Física e Promoção da Saúde - UNIVERSO / Mestrando em Ciências da 
Atividade Física - UNIVERSO / Fisioterapeuta do Hospital de Cardiologia PROCORDIS, **Acadêmica de Fisioterapia UNIPLI, 
*** Pós-graduado em Atividade Física e Promoção da Saúde - UNIVERSO / Preceptor de Estágio da Clínica Escola de Fisioterapia 
do UNIPLI / Fisioterapeuta do Hospital de Cardiologia PROCORDIS, ****Professor do Curso de Pós-graduação em Atividade 
Física e Promoção da Saúde - UNIVERSO, *****Professora da disciplina da Fisioterapia aplicada à Cardiologia UNIPLI / UNI-
VERSO / Responsável pelo Serviço de Fisioterapia do Hospital de Cardiologia PROCORDIS
Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar as respostas cardiovas-
culares agudas da Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) com 08 
e 15 cm H2O na modalidade EPAP e o impacto no Duplo-produto 
(DP) de indivíduos adultos jovens com FR determinada (07 irpm). 
Foram avaliados 19 indivíduos voluntários, com valor de PEEP 
defi nido de forma randomizada, sendo a PA (Pressão Arterial), FC 
(Freqüência Cardíaca) e Borg verifi cados ao repouso, terceiro, sexto 
e nono minutos de realização do teste, além de primeiro, terceiro, 
sexto, e nono minutos após a utilização da EPAP. Em nosso estudo 
a FC, PA, Borg e DP não apresentaram relevância estatística (p > 
0,05) tanto para PEEP de 08 como para 15 cm H2O. Concluímos 
que o EPAP não alterou signifi cativamente o DP de indivíduos 
adultos jovens em relação ao repouso, e as alterações que ocorrerem 
foram em virtude do tempo de utilização do EPAP e não devido 
ao valor de PEEP.
Palavras-chave: fisioterapia, cardiologia, duplo – produto, 
pressão positiva expiratória. 
Abstract
Th e aim of this study was to analyze the acute cardiovascular 
response of positive end-expiratory pressure (PEEP) with 8 and 15 
cm H2O in the PEP modality and the impact in the rate pressure-
product (PFP) of young adult individuals, with respiratory rate 
(RR) determined 07irpm. Nineteen volunteers were evaluated and 
PEEP values applied in random order. Blood Pressure (BP), Heart 
Rate (HR) and Borg were measured at rest and during the third, 
sixth and nineth minutes of the test, as well as, using PEP at the 
fi rst, third, sixth, nineth minutes. In our study HR, BP, Borg and 
PFP did not show statistical relevance (p > 0,05) for PEEP of 8 for 
15 cm H2O. We concluded that the PEP did not change the PFP 
of young adult individuals at rest, and the alterations found, were 
due to PEP time used and not due to PEEP.
Key-words: physical therapy, cardiology, rate pressure-product, 
positive expiratory pressure.
Recebido em 10 de março de 2006; aceito em 17 de novembro de 2006.
Endereço para correspondência: Mauricio de Sant’ Anna Jr, Travessa Augusto Paulo nº 92, Santa Rosa, 24240-145 Niterói RJ, 
Tel:(21)81487094, E-mail: fisioenf@hotmail.com
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200622
Introdução
As doenças cardiovasculares representam um grande 
problema de Saúde Pública em todo o mundo, acarretando 
um alto índice de morbidade e mortalidade, podendo che-
gar a 35% das causas de óbito em nosso país [1]. A Pressão 
Arterial (PA) e a Freqüência Cardíaca (FC) são parâmetros 
de fundamental importância, quando falamos em avaliação 
e principalmente tratamento de pacientes, portadores de 
qualquer tipo de patologia, seja ela de origem Ortopédica, 
Reumatológica, Neurológica, Oncológica, Cardiológica ou 
Respiratória. Em conjunto, essas duas variáveis nos traduzem 
o consumo estimado de oxigênio do miocárdio (MVO2), 
sendo representado pelo Duplo - Produto (DP) também 
conhecido como Produto Freqüência-Pressão (PFP), através 
da formula DP = PAS x FC [2-5]. O I Consenso Nacional 
de Reabilitação Cardiovascular (5), descreve que os efeitos 
agudos do exercício podem dividir-se em imediatos e tardios, 
enquadrando-se as respostas cardiovasculares decorrentes da 
utilização da Pressão Positiva Expiratória (EPAP), no grupo 
dos efeitos agudos imediatos. 
Gobel et al [6] demonstraram a importância do DP, como 
indicador do MVO2, em pacientes portadores de angina pecto-
ris. Durante o exercício, encontramos também com destaque 
na literatura, a importância da verifi cação das variáveis PAS, 
FC, assim como DP, em exercícios contra a resistência [7-9]. 
A PA, DP e principalmente FC também já tiveram seu com-
portamento descrito em grupo de pacientes, participantes de 
um programa de treinamento para tratamento de Insufi ciência 
Cardíaca [10,11]. 
A Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP), foi uma 
técnica aplicada como recurso para o
tratamento do edema 
pulmonar agudo cardiogênico e posteriormente, em meados 
dos anos 1960, ela foi utilizada como técnica de tratamento 
na Síndrome da Angustia Respiratória Aguda [12]. Dentre 
os efeitos fi siológicos da PEEP podemos destacar: melhora 
da complacência do sistema respiratório, aumento da Capa-
cidade Residual Funcional (CRF), melhora da troca gasosa, 
diminuição do Débito Cardíaco (DC), aumento da pressão 
intratorácica, diminuição do retorno venoso ao tórax oca-
sionando diminuição da pré-carga do ventrículo esquerdo 
[12,13].
A Pressão Positiva Expiratória (EPAP) é hoje uma alterna-
tiva terapêutica consagrada e utilizada por fi sioterapeutas em 
todo o mundo, tratando-se de uma terapêutica simples, de 
baixo custo e com grande aplicação em patologias respirató-
rias, amplamente aproveitada em nosso meio científi co [14], 
sendo o aparelho composto por uma máscara ou bucal, válvula 
unidirecional e um gerador de PEEP, geralmente uma válvula 
de spring loaded, tendo seus efeitos fi siológicos semelhantes 
aos da PEEP [14,15].
Compreender e observar as respostas cardiovasculares 
agudas, decorrentes da utilização dos incentivadores respira-
tórios utilizados como conduta fi sioterapêutica, auxilia em 
uma prescrição mais fi dedigna. O objetivo do presente estudo 
foi observar e comparar as respostas cardiovasculares agudas, 
decorrentes da utilização do EPAP, com PEEP de 08 e 15 cm 
H2O e Freqüência Respiratória (FR) controlada em indivíduos 
adultos jovens e o respectivo impacto no DP. 
Material e método
Amostra
Participaram do estudo 19 indivíduos, selecionados na 
Clinica Escola de Fisioterapia do Centro Universitário Plínio 
Leite (UNIPLI), na faixa etária de 18 a 35, com média de 
idade foi de 25,3 ± 3 anos. Todos os componentes da amostra 
foram voluntários e assinaram termo de consentimento, con-
forme resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde 
do Brasil, para experimentos com humanos. Os participantes 
foram orientados a não ingerir café, mate e/ou bebida alcoólica 
por um período de 2 horas de antecedência ao teste. 
Critérios de exclusão
Foram adotados como critérios de exclusão em nosso es-
tudo: Pressão Arterial Sistólica (PAS) < 100 mmHg, Pressão 
Artéria Diastólica (PAD) < 60 mmHg, FC < 40 bpm (ao 
repouso), FR > 07 irpm (ao fi nal do teste), insufi ciência respi-
ratória (no momento da realização do protocolo), portadores 
de patologias endócrinas e metabólicas, alterações cognitivas 
que impeçam a realização do protocolo e impossibilidade de 
verifi cação da PA no Membro Superior Direito (MSD).
Protocolo experimental 
Para realização do teste normatizou-se a execução de pa-
drão ventilatório, na Capacidade Vital Lenta (CVL), sendo 
a fase expiratória realizada na EPAP, durante 09’ (nove mi-
nutos), com verifi cação da PA e da FC, em repouso, terceiro, 
sexto e nono minuto de realização do teste (Pré, P3, P6 e 
P9), além de primeiro, terceiro, sexto e nono minuto após 
o término do teste (P10, P12, P15 e P18). A Escala de Borg 
(Tabela I) foi utilizada para que o indivíduo pudesse informar 
ao longo do teste, a sensação subjetiva de esforço a que estava 
submetido, sendo o Borg verifi cado juntamente com a PA e 
FC. Os testes foram realizados em dois dias diferentes, para 
que se pudesse utilizar valores distintos de PEEP (08 e 15 
cm H2O) sendo os valores randomizados. Para maior com-
preensão foi realizada uma orientação prévia, não ocorrendo 
durante a execução do protoloco nenhum tipo de estímulo, 
comando verbal e / ou feedback por parte do examinador. A 
posição do corpo defi nida para realização do protocolo foi 
com o individuo sentado, apoiado em ísquios, com o tronco 
ereto, joelhos em posição de 90º e pés paralelos. A FR foi 
pré-determinada em no máximo 07 irpm durante o teste, 
sendo controlada pelo examinador.
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Verificação da FC e da PA 
A verifi cação da FC, foi realizada com a utilização de fre-
qüencímetro, da marca polar modelo S – 810, fabricado na 
Finlândia no ano de 2001. A verifi cação da PA foi realizada 
através de medida indireta pelo método auscultatório, sendo 
realizada no máximo duas aferições no MSD, estando o 
MSD apoiado em uma mesa, a uma altura confortável, livre 
de roupas de mangas e relaxado, o manguito cobriu 2/3 do 
braço, sendo que a borda inferior do manguito fi cou 2 (dois) 
dedos acima da interlinha articular do cotovelo, sem que o 
estetoscópio tocasse o manguito O aparelho de PA utilizado 
foi da marca Oxigel Modelo Coluna de Mercúrio fabricado 
em São Paulo no ano de 2005.
Análise estatística
Os dados foram codifi cados e inseridos em uma planilha 
de Word Excel 6.0. Para análise estatística foi utilizado o pro-
grama GraphPad Prism 4, para identifi car a associação entre 
as variáveis, através de ANOVA two-way sendo considerados 
valores signifi cativos p < 0,05.
Resultados
Foram avaliados 19 indivíduos na faixa etária de 18 a 
35, cuja média de idade foi de 25,3 ± 3 anos, sendo 09 
homens (42%) e 10 mulheres (58%), quanto à prática de 
atividade física 53% não realizam atividade física e 47% 
praticam atividade física, sendo que 22,3% realizam ati-
vidade física duas vezes por semana, 66,7% três vezes por 
semana e 11% quatro vezes por semana, nenhum compo-
nente da amostra era tabagista. A FR manteve uma média 
de 5,8 ± 0,75 irpm para PEEP de 08 cm H2O e 5,4 ± 0,60 
irpm para PEEP de 15 cm H2O. A FC apesar do aumento, 
durante a utilização do EPAP (Gráfi co 01), não obteve 
relevância estatística, apresentando um p > 0,05 tanto 
para a PEEP de 08 como para de 15 cm H2O, sendo sua 
alteração infl uenciada diretamente pelo tempo de realização 
do EPAP e não pelo valor de PEEP utilizado, tendendo 
a retornar aos valores de repouso, no nono minuto após a 
sua utilização (P18).
A PAS (Gráfi co 02) apresentou queda em relação ao 
repouso, tanto para PEEP de 08 ± 05 mmHg, como para 
de 15 cm H2O ± 07 mmHg, sendo esse efeito hipotensivo 
observado com maior magnitude no primeiro minuto de 
recuperação (P10), para os dois valores de PEEP utilizados. 
Porém, as alterações na PAS, gerada pela utilização do EPAP, 
não foram signifi cativas estatisticamente (p > 0,05), sendo 
atribuídas primariamente ao tempo de utilização do apa-
relho. A PAD (Gráfi co 03) apresentou variação semelhante 
para ambos os valores de PEEP ± 03 mmHg, sem relevância 
estatística (p > 0,05).
Gráfico 01 - Média da FC para PEEP de 08 e 15 cmH2O com 
FR de 07 irpm.
Gráfico 02 - Média da PAS para PEEP de 08 e 15 cm H2O com 
FR de 07 irpm.
Gráfico 03 - Média da PAD para PEEP de 08 e 15 cm H2O com 
FR de 07 ipm.
O Borg (Gráfi co 04), não obteve relevância estatística 
(p > 0,05) tanto para PEEP de 08 como para 15 cm H2O, 
apresentando um aumento na sensação subjetiva de esforço, 
no nono minuto de realização do protocolo (P9), retornando 
aos valores de repouso ao término da utilização do EPAP 
(P18). (Tabela I)
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Gráfico 04 - Média da Escala de Borg para PEEP de 08 e 15 cm 
H2O com FR de 07irpm.
Tabela II - Variáveis analisadas durante a utilização do EPAP com 
PEEP de 08 e 15 cm H2O e FR de 07 irpm.
Variável PEEP de 08 cmH2O PEEP de 15 cmH2O
Masculino 42% 42%
Feminino 58% 58%
Média de idade 25,3 ± 3 25,3 ± 3
Média da FR 5,8 ± 0,75 5,4 ± 0,60
FC p > 0,05 p > 0,05
PAS p > 0,05 p > 0,05
PAD p > 0,05 p > 0,05
Borg p > 0,05 p > 0,05
DP p > 0,05 p > 0,05
Vertigem 10% 21% 
Parestesia 10% 5,2% 
Discussão
O presente estudo teve como objetivo, observar e com-
parar as respostas cardiovasculares agudas
decorrentes da 
utilização da EPAP com PEEP de 08 e 15 cm H2O e FR de 
07 irpm e o respectivo impacto no DP. Em nosso estudo a 
FC, DP e Borg tenderam a aumentar tanto para PEEP de 
08 como para de 15 cm H2O, já a PAS apresentou resultado 
inversamente proporcional ao das demais variáveis analisadas. 
Abordaremos a seguir a nossa interpretação dos resultados 
obtidos neste trabalho, procurando sempre que possível 
correlacioná-los, com os dados descritos na literatura e prin-
cipalmente as respostas do exercício respiratório através do 
EPAP com o exercício aeróbio e resistido.
Embora os resultados demonstrem que a maior parte das 
variáveis tenderam a sofrer alterações em relação ao repouso, 
é de fundamental importância ressaltar que a PAS tendeu a 
diminuir, corroborando com os resultados descritos na lite-
ratura em relação à queda da PA, em indivíduos portadores 
de necessidades especiais, em decorrência da utilização de 
PEEP, principalmente em virtude do aumento da pressão 
intratorácica e redução do retorno venoso [12,16,17]. 
Porém, devemos ressaltar que em nosso estudo apesar de a 
alteração da PAS não ter apresentado relevância estatística, 
suas alterações foram relacionadas diretamente ao tempo de 
utilização do EPAP, do que o valor de PEEP utilizado. O 
comportamento da PAD, não é bem elucidado na literatu-
ra, em virtude da utilização de PEEP tanto em indivíduos 
saudáveis como portadores de necessidades especiais, em 
nosso estudo a PAD não apresentou alterações signifi cativas 
estatisticamente 
Na tentativa de realizar um processo de comparação entre 
os resultados obtidos em nosso estudo, no qual era realizado 
um exercício respiratório, com dados encontrados na literatu-
ra, descrevendo a resposta da PAS e PAD em exercícios aeró-
bios e exercícios resistidos, a resposta da PAD foi similar aos 
apresentados em exercícios aeróbicos e de força, envolvendo 
contrações isotônicas, com variação pouco importante. Já a 
PAS tende a aumentar em ambos os tipos de exercício, porém 
O DP (Gráfi co 05) que era o objeto de investigação de 
nosso estudo, também não apresentou relevância estatística 
(p > 0,05) tanto para PEEP de 08 como para de 15 cm H2O, 
e assim como a FC e PAS, sua alteração esteve diretamente 
ligada ao tempo de utilização do EPAP, não apresentando 
interação com o valor de PEEP utilizado. 
Gráfico 05 - Média do DP para PEEP de 08 e 15 cm H2O com 
FR de 07irpm.
Durante a realização do protocolo, ocorreram relatos 
de sintomas como vertigem e parestesia. (Tabela II). Com 
utilização de PEEP de 08 cm H2O 10% relataram parestesia 
em região orbicular dos lábios e outros 10% vertigem, já 
para PEEP de 15 cm H2O 21% relataram vertigem e 5,2% 
parestesia em região orbicular dos lábios.
Tabela I - Escala de sensação subjetiva de esforço (Escala de Borg).
Numeração Sensação de esforço 
06 Sem nenhum esforço
07 – 08 Muito fácil
09 – 10 Muito leve
11 Leve
12 – 13 Pouco intenso
14 – 15 Intenso
16 – 17 Muito intenso
18 – 19 Extremamente intenso
20 Máximo esforço
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no exercício resistido isso ocorre de forma mais discreta que 
nos exercícios aeróbios [9, 18,19]. 
Os valores de normalidade da FC em repouso são de 60-
100 bpm [3,20], durante o exercício a FC tende a aumentar 
de forma diretamente proporcional a intensidade do exercício 
e a captação de oxigênio [2,4,8,21]. Em atividades aeróbicas 
a FC apresenta valores maiores que em exercícios contra a 
resistência, em indivíduos normais [8,19] e em portadores 
de necessidades especiais [11,19].
 Existe importante correlação entre o processo da respira-
ção e o sistema cardiovascular (20,22), sabe-se que a FC pode 
ser alterada pela respiração, sendo esse processo denominado 
de Arritmia Sinusal Respiratória (ASR) [20]. Estudos realiza-
dos por Ludwig em1841 e Hering em 1871 foram pioneiros 
na denominação da ASR, e demonstraram a interação entre 
as fl utuações da FC e movimentos respiratórios observados 
durante a respiração normal [23], porém encontram-se es-
cassos na literatura estudos que correlacionem as repercussões 
na FC decorrentes da utilização da EPAP. Em nosso estudo 
a FC apresentou alterações tanto para PEEP de 08 como 
para de 15 cm H2O, porém essas alterações não obtiveram 
relevância estatística, sendo atribuídas muito mais ao tempo 
de utilização do EPAP do que ao valor de PEEP utilizado. 
Uma das hipóteses que poderia justifi car o aumento da FC 
seria através do aumento da descarga simpática na tentativa 
de compensar a queda da PA [2,3].
O DP é um método não invasivo, que apresenta correlação 
direta com o MVO2, sendo considerado um indicador fi dedig-
no do trabalho realizado pelo coração em exercício aeróbicos 
[6,24]; em exercícios contra a resistência o DP também repre-
senta um indicador da sobrecarga cardíaca [9]. Estudos como o 
de McCartney et al. [7] e Micheletti et al. [25] demonstraram 
que o exercício contra resistência pode ter repercussões no 
DP, tendendo a atenuá-lo para uma mesma carga de trabalho, 
sendo ambos os trabalhos realizados com grupo de indivíduos 
normais, porém existe a carência de relatos sobre o comporta-
mento do DP durante a utilização da EPAP, principalmente 
em indivíduos portadores de necessidades especiais como 
cardiopatas e pneumopatas. Em nosso estudo, observamos que 
o DP apesar de não apresentar relevância estatística, tendeu a 
aumentar durante a utilização do EPAP, retornando a valores 
próximos ao de repouso no período de recuperação, tendo uma 
correlação muito mais intima com o tempo de utilização do 
EPAP, do que com o valor de PEEP utilizado.
A Escala de Borg é um indicador da sensação subjetiva de 
esforço [26-29], e em nosso estudo apresentou intima relação 
com a FC, sua alteração em relação ao repouso apesar de não 
ter relevância estatística, também foi diretamente relacionada 
ao tempo de utilização do EPAP, e não ao valor de PEEP 
utilizado, assim como a FC, PAS e DP. 
Embora todos os indivíduos tenham conseguido realizar o 
teste, alguns relataram sintomas como parestesia e vertigem, 
possivelmente em virtude da alcalose respiratória. A alcalose 
respiratória é um processo no qual ocorre a diminuição da 
PaCO2, em relação aos valores de normalidade (35-45mmHg), 
tendo como possíveis causas: ansiedade, febre, dor, lesões do 
sistema nervoso central, estimulação de receptores irritantes 
do parênquima pulmonar, podendo também ocorrer devido a 
procedimentos de terapia respiratória de inspiração profunda 
e de expansão pulmonar agressiva. A parestesia é um sintoma 
indicador de alcalose respiratória [2,30].
O presente estudo apesar de realizado com indivíduos 
adultos jovens, que não eram portadores de nenhuma pato-
logia cardiorrespiratória prévia, nos permite salientar que a 
utilização do EPAP com PEEP de 08 e 15 cm H2O e FR de 
07 irpm, não ultrapassou o DP de 30000, que é o ponto de 
corte para angina em indivíduos coronariopatas [3,8,31]. 
Os resultados apresentados descrevem as respostas cardio-
vasculares agudas, referentes a utilização da PEEP de 08 e 15 
cm H2O com FR controlada em 07 irpm, necessitando de 
se conhecer as respostas cardiovasculares com outros valores 
de PEEP, além de FR aleatória e principalmente que novos 
estudos sejam realizados em populações especiais e com uti-
lização de grupo controle. 
Não poderíamos deixar de mencionar as limitações de 
nosso estudo, tais como o fato de não ter sido realizada a 
análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC), que 
é um método bem estabelecido da avaliação geral do estímulo 
neural autonômico para o sistema cardiovascular, que permite 
analisar as fl utuações da freqüência cardíaca que ocorrem 
durante curtos ou longos períodos,
tendo a vantagem de 
possibilitar uma avaliação seletiva e não invasiva da função 
autonômica [32,33]; uma vez que o presente estudo utilizou 
como variável a FC e porque outros estudos avançam no 
sentido de esclarecer os mecanismos envolvidos na regulação 
da FC durante a utilização de PEEP, porém em indivíduos 
portadores de necessidades especiais [32,33]. Podemos salien-
tar também como limitação do estudo a verifi cação da PA 
pelo método auscutatório, uma vez que o padrão ouro para 
verifi cação da PA é o método direto através de cateterismo 
intra-arterial, porém vários autores desaconselham a utilização 
da técnica para indivíduos saudáveis e assintomáticos, sendo 
a fotoplestimografi a o método indireto mais efi caz para veri-
fi cação da PA, já que possibilita a apresentação continua da 
PA, apesar de o método auscutatório subestimar os valores da 
PA, permitindo analisar os dados com segurança [36].
Conclusão
As variáveis hemodinâmicas FC, PAS e DP tenderam a 
sofrer alterações durante a utilização da EPAP com PEEP de 
08 e 15 cm H2O, e FR de 7 irpm, assim como o Borg, devemos 
ressaltar que as respostas cardiovasculares agudas, oriundas da 
utilização do EPAP em indivíduos adultos jovens, apresentam 
correlação direta, com tempo de utilização do EPAP, diferen-
temente dos relatos encontrados na literatura em indivíduos 
portadores de necessidades especiais como cardiopatas e pneu-
mopatas, cujas alterações, principalmente de PA são atribuídas 
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ao valor de PEEP utilizado, porém existe a necessidade que 
outros trabalhos sejam realizados no sentido de esclarecer as 
respostas cardiovasculares decorrentes da utilização do EPAP 
e dos demais incentivadores respiratórios, colaborando assim 
no preenchimento de uma lacuna, para que, em um futuro 
próximo, possamos verifi car essas repercussões em grupos de 
portadores de necessidades especiais.
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Artigo original
Consumo de recursos ergogênicos farmacológicos 
por praticantes de musculação das academias 
de Santa Maria, RS
Pharmacological ergogenic resources consumption among gymnastic 
academy performers in Santa Maria, RS
Cati Reckelberg Azambuja*, Daniela Lopes dos Santos*
*Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
Resumo
O objetivo deste trabalho foi verifi car como ocorre o uso de 
recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação 
das academias da cidade de Santa Maria, RS. A amostra estratifi cada 
proporcional constituiu-se de 236 indivíduos, escolhidos aleatoria-
mente, de ambos os sexos, das academias de Santa Maria, RS. O 
instrumento de coleta de dados foi um questionário, previamente 
validado, composto por 22 questões sobre o uso de recursos ergo-
gênicos farmacológicos, tipos mais utilizados, faixa etária, nível de 
escolaridade, renda, metodologia adotada para o treino, orientação, 
fi nalidade de uso, efeitos adversos e controle bioquímico. Os dados 
foram analisados através de percentuais, médias e desvios padrão. 
A média de idade da amostra foi de 24,4 ± 7,04 anos, sendo que 
a maioria dos pesquisados foi do sexo masculino (77,12%), com 
nível de escolaridade superior incompleto (36,44%) e sem renda 
própria (56,36%). Os resultados indicaram médio consumo de 
recursos ergogênicos (n = 10; 4,24%). Deca-Durabolin (60%), 
Durateston (50%) e Hemogenim (40%) foram as substâncias 
mais citadas, motivados pelo aumento no desempenho (60%) e 
de peso (50%), sendo que, 50% por vontade própria e 30% por 
indicação do professor da academia. A aquisição destes ocorreu 
em farmácias (50%) e através de professores (20%). A maioria dos 
usuários administrou a substância na forma injetável (50%) e oral 
(50%), com freqüência de uso diário (40%). Apesar de 80% dos 
entrevistados que utilizaram ergogênicos terem conhecimento dos 
possíveis efeitos adversos, somente 10% realizaram exames bioquí-
micos de controle das alterações hormonais. Os efeitos colaterais 
relatados foram irritação (50%), euforia e agressividade (40%); e a 
média do valor gasto mensalmente na aquisição de REF foi de R$ 
236,50 ± 168,05.
Palavras-chave: recursos ergogênicos, dopagem, musculação. 
Abstract
Th e aim of this paper is to verify how the use of pharmacological 
ergogenic resources occur when bodybuilder performers adopt them 
in the gymnastic academies of Santa Maria, RS, Brazil. Th e ratio 
of the stratifi ed sample is constituted of 236 individuals, randomly 
chosen, both sexes, from Santa Maria, in RS – Brazil, gymnastic 
academies. Th e means through which data was collected was a 
previously validated questionnaire, containing 22 questions about 
the use of the pharmacological ergogenic resources, much adopted 
types of those resources, age range, education level, income, training 
methodology used, orientation, usage target, adverse eff ects and 
biochemical control. Data was examined using percentage, averages 
and pattern defl ections. Sample average age was from 24.4 ± 7.04 
years, mostly men (77.12%), incomplete third grade education 
level (36.44%), who did not have their own income (56.36%). 
Th e results indicated medium consumption of ergogenic resources 
(n = 10; 4.24%). Most mentioned substances were Deca-Dura-
bolin (60%), Durateston (50%) and Hemogenim (40%), mainly 
because of their eff ect in the performance increase (60%) and in 
weight (50%), and considering that 50% were choosing themselves 
those products while 30% were using those products after their 
being indicated by the coach. Th e purchasing of those products 
occurred through shopping them in the drugstores (50%) and 
through coaches (20%). Most users took the substance in the form 
of shots (50%) and orally (50%), of daily usage (40%). Among the 
sample group, 80% of the interviewed who were using ergogenics 
had known of the possible adverse eff ects and even so, only 10% 
took biochemical control testing on hormonal alterations. Th e side 
eff ects reported were irritation (50%), euphoria and aggressiveness 
(40%); and the monthly average expenditure in the acquisition of 
pharmacological ergogenic resource was of R$ 236.50±168.05 (R$ 
= Reais, Brazilian currency). 
Key-words: ergogenic resources, doping, bodybuilder.
Recebido em 12 de dezembro de 2005; aceito em 20 de maio de 2006.
Endereço para correspondência: Cati Reckelberg Azambuja, Rua Araújo Viana, 111/303, 97015-040 Santa Maria RS, Tel: (55) 3028-
0078, E-mail:cati.reckelberg@pop.com.br
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200628
Introdução
A busca pelo corpo perfeito, tão evidenciado pela mídia; 
a falta de organização em relação às atividades diárias e con-
seqüentemente a ilusão de resultados rápidos e facilitados; e a 
necessidade de melhor desempenho em competições são ape-
nas alguns dos motivos que tem levado as pessoas a utilizarem 
meios ilícitos para alcançar seus objetivos físicos [1]. 
A crescente comercialização observada no meio esportivo 
aumentou a pressão sobre o atleta para alcançar o seu rendi-
mento máximo a curto prazo [2]. No caso de atletas de alto 
nível, o uso de drogas transcende a questão da saúde indi-
vidual. As drogas que favorecem o desempenho nas diversas 
modalidades são consideradas, eticamente, indesejáveis e, 
portanto, ilícitas, independentemente de produzirem danos 
para a saúde [3]. O American College of Sports Medicine - 
ACSM apóia princípios éticos e deplora o uso de esteróides 
anabólicos androgênicos pelos atletas.
Mais preocupante do que este fato, é o de que os freqüenta-
dores de academias têm dividido com os atletas os percentuais 
de uso destas drogas que, em sua maioria, são substâncias 
de procedência duvidosa, muitas vezes, manipuladas sem 
cuidados adequados de higiene, proporcionando, inclusive, 
doenças infecto-contagiosas [4,5].
Os recursos ergogênicos farmacológicos, condenados pelo 
Comitê Olímpico Internacional - COI, são drogas destinadas 
a funcionar como hormônios ou neurotransmissores encon-
trados naturalmente no corpo humano. Eles podem intensifi -
car a potência física, afetar a força mental e o limite mecânico, 
o que tem despertado preocupação, visto que o consumo vem 
persistindo e seu uso é considerado como doping [6].
A utilização de substâncias químicas com o propósito da 
dopagem traz conseqüências nocivas para quem faz uso destas. 
O exercício e os estresses físico e emocional causam alterações 
bioquímicas e funcionais importantes que podem modifi car 
o efeito da substância [7]. 
Portanto, este estudo buscou averiguar como ocorre o uso 
de recursos ergogênicos farmacológicos - REF nos praticantes 
de musculação das academias de Santa Maria, RS.
Recursos ergogênicos farmacológicos
Ergogênicos são aquelas substâncias ou fenômenos que 
melhoram o desempenho de um atleta [8]. Os recursos er-
gogênicos farmacológicos fazem parte da Toxicologia Social 
que, segundo Oga [9] é a área da Toxicologia que estuda os 
efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de fármacos 
ou drogas, causando danos não somente ao indivíduo, mas 
também a sociedade.
Por fármaco entende-se uma substância de estrutura quí-
mica defi nida que, quando em contato ou introduzida em 
um sistema biológico,
modifi ca uma ou mais de suas funções. 
Droga é a matéria prima de origem mineral, vegetal ou animal 
que contém um ou mais fármacos [10].
Poucas são as substâncias disponíveis no mercado, que 
realmente possuem propriedades ergogênicas ou capazes de 
produzir fenômenos supostamente ergogênicos [11]. Para que 
uma substância seja legitimamente classifi cada como ergogê-
nica, é necessário a comprovação da melhora no desempenho 
pela mesma [8]. 
Segundo Silva [2], as substâncias consideradas de uso 
proibido são agrupadas de acordo com suas propriedades 
farmacológicas. A lista do COI contém os seguintes grupos: 
(i) estimulantes; (ii) analgésicos narcóticos; (iii) hormônios 
peptídicos e análogos; (iv) bloqueadores beta adrenérgicos; 
(v) diuréticos e (vi) esteróides anabólicos.
Estimulantes são todas as substâncias utilizadas volunta-
riamente com a fi nalidade de obtenção de estados alterados 
de consciência, caracterizados por euforia decorrente da esti-
mulação do Sistema Nervoso Central – SNC [12] e podem 
causar aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca, 
propensão a arritmias cardíacas, espasmos coronariano e 
isquemia miocárdica em pessoas suscetíveis, distúrbios do 
sono, tremores, agitação e falta de coordenação motora. Os 
analgésicos narcóticos são indicados, terapeuticamente, para 
analgesia profunda, o que pode auxiliar os praticantes anô-
nimos de atividades físicas e atletas que utilizam a morfi na 
e a heroína como recurso ergogênico. Porém, entre os vários 
potenciais riscos para a saúde dos usuários, encontram-se a 
inibição perigosa da dor em atletas, o que pode agravar muito 
uma lesão instalada; risco de dependência física e síndrome 
de abstinência ocasionada pela cessão do uso da substância 
[13].
Hormônios Peptídicos e Análogos têm como função prin-
cipal alterar as velocidades de reações celulares específi cas de 
‘células alvo’ também específi cas” [3]. Essa modifi cação pode 
ser conseguida através da alteração da velocidade da síntese 
protéica intracelular, da mudança do ritmo da atividade en-
zimática, da modifi cação do transporte através da membrana 
plasmática e pela indução da atividade secretória.
Os Bloqueadores Beta Adrenérgicos, como agente de do-
pagem, são utilizados para reduzir o tremor muscular e o 
estresse principalmente, nas modalidades esportivas de pouca 
atividade física e que exigem precisão e exatidão para a sua 
prática [2]. A ação destes fármacos pode depreciar os siste-
mas nervoso central, cardiovascular, endócrino, respiratório 
e digestivo [14]. 
Diuréticos são substâncias sintéticas, com estruturas quími-
cas bastante variadas e que, na sua maioria, atuam diretamente 
nos rins sobre a função tubolar, aumentando a formação da 
urina. Considerando que os rins desempenham uma função 
fundamental para a manutenção da homeostase, torna-se 
evidente a grande importância dos diuréticos como possíveis 
agentes tóxicos [7].
Contudo, dentre os recursos ergogênicos farmacológicos, 
os esteróides anabólicos ocupam o lugar principal. Seu potente 
efeito anabolizante associado à prática de exercícios com pesos, 
acena com a promessa do record para o atleta e do “corpo 
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29Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
perfeito” para o praticante de musculação que possui objetivos 
estéticos. Infelizmente, cada vez mais o efeito terapêutico dos 
anabolizantes é desvirtuado a ponto da própria concepção 
leiga do seu nome ser associada a um perigo iminente, o que 
de fato se justifi ca em decorrência dos abusos cometidos e dos 
episódios trágicos freqüentemente relatados [15].
Materiais e métodos
A coleta de dados ocorreu entre os meses de setembro 
e novembro de 2004, sendo que a amostra estratifi cada 
proporcional constituiu-se de 236 indivíduos, escolhidos 
aleatoriamente, de ambos os sexos, das academias inscritas 
no Departamento de Estágios de Centro de Educação Física 
e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria. O 
instrumento utilizado para avaliar o objetivo proposto foi 
um questionário, previamente validado, composto por 22 
questões sobre o uso de recursos ergogênicos farmacológicos, 
tipos mais utilizados, faixa etária, nível de escolaridade, renda, 
metodologia adotada para o treino, orientação, fi nalidade de 
uso, efeitos adversos e controle bioquímico, acompanhado 
de termo de consentimento livre e esclarecido. A análise dos 
dados foi realizada através de estatística descritiva [16] para de-
terminação da média aritmética, desvio padrão e percentuais 
e de forma qualitativa, conforme os objetivos da pesquisa.
Resultados e discussão
Os resultados obtidos por meio do instrumento de pesqui-
sa indicaram que os praticantes de musculação das academias 
de Santa Maria (RS), que participaram desta pesquisa, tinham 
idade entre 15 e 53 anos, com média de 24,4 ± 7,04. Cons-
tatou-se que 70,34% tinham entre 15 e 24 anos. No estudo 
realizado com freqüentadores de academias no RS, verifi cou-se 
que 77,5% encontravam-se na faixa etária entre 16 e 25 anos 
[17]. Já, a pesquisa nas academias de Vitória (ES), encontrou 
a média de 27,5 anos entre os alunos pesquisados [18]. 
O perfi l da amostra aponta ainda, que a maioria dos pes-
quisados era do sexo masculino. A característica de freqüen-
tadores de academias de ginástica do Rio Grande do Sul é, 
essencialmente do sexo feminino (62,11%) [17]. Entretanto, 
é importante ressaltar que este estudo restringiu-se aos alu-
nos das salas de musculação da cidade de Santa Maria (RS). 
Apesar de ter aumentado o número de mulheres adeptas, a 
especulação de que a musculação pode masculinizá-las ainda 
persiste.
A maioria dos pesquisados não possuía renda própria 
(56,36%), o que é condizente com o grau de escolaridade 
assinalado por 36,44% dos entrevistados - Ensino Superior 
Incompleto, o que permite inferir que a maioria dos pesqui-
sados eram estudantes universitários. Em segundo e terceiro 
lugar, respectivamente, fi caram os Ensinos Médio Completo 
e Superior Completo. Este dado encontra-se em conformi-
dade com a média da idade verifi cada e com a informação 
de que a maioria não possuía renda própria. Outro dado 
interessante, é que 66 indivíduos (27,96%) possuíam Ensino 
Superior Completo, dos quais, 24 (10,16%) algum nível de 
Pós-Graduação.
Verifi cou-se que a maioria dos entrevistados praticava 
musculação há menos de um ano. Porém, identifi cou-se 
um grupo com maior adesão, no qual 35,08% o faziam 
há mais de dois anos. No estudo de Rufi no et al. [17], 
encontrou-se um grupo fl utuante, com até 6 meses de 
tempo de prática, de 70,63%. A adesão aos programas de 
musculação pode sofrer infl uência direta de vários fatores, 
como, por exemplo, o desejo de alcançar os objetivos pro-
postos a curto prazo.
A amostra optou pela musculação, como exercício físico, 
com a intenção de promover a saúde e em função da estética. 
Isso indica que a amostra preocupava-se com a aparência física, 
mas não ignorava as questões relacionadas à saúde e qualidade 
de vida. A mesma relação entre estética e qualidade de vida 
foi observada no estudo de Rufi no et al. [17]. Pesquisas têm 
demonstrado que tanto homens como mulheres tem grande 
interesse em modifi car o corpo e, assim, a musculação con-
tribui signifi cativamente [19]. 
Outra questão importante refere-se à visão de promoção da 
saúde e melhor qualidade de vida, veiculada pela mídia, mui-
tas vezes, de forma equivocada, confundida com parâmetros 
puramente estéticos, o que pode deformar estes conceitos. 
Destaca-se que entre os outros motivos relacionados, os 
que se referem ao alívio do estresse diário e de tensões pro-
fi ssionais, bem como preparação específi ca para esportes. O 
exercício físico se constitui em importante agente repressor 
do
estresse. Pesquisadores sugerem que o efeito positivo do 
exercício físico na diminuição do estresse pode estar relacio-
nado ao aumento da concentração de endorfi na no sangue 
devido à secreção desta substância pela glândula pituitária 
durante o exercício físico [20].
O principal objetivo mencionado pelos alunos, praticantes 
de musculação, foi a hipertrofi a muscular (50%), seguido 
pela defi nição muscular (48,73%). Como esta amostra foi 
composta 77,12% por pessoas do sexo masculino, justifi ca-se 
um percentual tão alto para os dois objetivos mais citados, 
visto que, a preferência masculina está relacionada à visão de 
corpos fortes e musculosos [21]. Cabe ressaltar que das 60 
marcações atribuídas ao emagrecimento, 75% foram feitas 
por mulheres. 
Os treinos de musculação aconteciam 5 ou mais dias por 
semana (61,47%), com prevalência de 5 vezes na semana 
(27,97%), provavelmente porque a amostra pesquisada, na 
maioria, estudantes, possuía maior disponibilidade de tempo 
para praticar exercícios físicos. Dantas [22] recomenda, para 
programas de treinamento de sedentários e para a manutenção 
das condições de saúde, a freqüência de três a cinco vezes por 
semana, pois considera esta, uma faixa sufi ciente de treinabi-
lidade das qualidades físicas, ao mesmo tempo que o risco de 
lesões se mantém em níveis aceitáveis.
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Verifi cou-se que os treinos de musculação eram divididos 
em rotinas diferentes (68,64%), preferencialmente em A e B, 
em dias alternados de prática. Sobre este aspecto, dois pontos 
devem ser analisados: rotinas diferentes, em dias alternados 
permitem não sobrecarregar o número de horas destinadas ao 
treino e, também, a permitir intervalos de recuperação de 48 
horas para os grupos musculares trabalhados [22].
O alongamento é uma parte da sessão de treinamento na 
musculação, assim como em qualquer outra modalidade e a 
amostra tinha o hábito de realizá-los. Segundo Dantas [22], a 
hipertrofi a muscular e a hipertonicidade resultantes do treina-
mento de musculação, se não forem trabalhadas complemen-
tarmente, por meio de alongamento e fl exionamento, poderão 
provocar uma diminuição do arco articular de alguns movi-
mentos. Entretanto, Tubino [23] declara que “deve-se evitar a 
aplicação, logo após as sessões de musculação, de exercícios de 
fl exibilidade que impliquem em estiramentos musculares fortes, 
pois haverá um grande risco de tensões nas fi bras musculares”. 
Portanto, é oportuna a diferenciação entre fl exionamento, em 
que pode haver um razoável risco de distensão e, alongamento, 
o qual atua com níveis de segurança mais confi áveis.
Os resultados deste trabalho, também indicaram que 
4,24% (n = 10) alunos do grupo estudado utilizavam recursos 
ergogênicos farmacológicos. Segundo pesquisa realizada nas 
academias de Goiânia (GO), 9% de desportistas consumiam 
REF, com predominância dos Esteróides Anabolizantes 
Androgênicos - EAA, sendo considerado, pelos autores, um 
percentual elevado de usuários [24]. Em Porto Alegre (RS), 
Conceição et al. [25] constataram em seu estudo, que 24,3% 
dos praticantes de musculação das academias desta capital 
faziam uso de EAA. Em outro estudo aplicado nas academias 
Americanas encontrou-se de 4 a 11% de usuários de algum 
tipo de anabolizante, o que demonstrou, segundo Yesalis et 
al. [26], um alto consumo destas substâncias. 
Importante ressaltar que o percentual de usuários de REF 
encontrado nesta pesquisa localiza-se no limite inferior do 
que pode ser considerado alto. Portanto, baseado nos per-
centuais de outros estudos, concluí-se que o consumo destas 
substâncias, pelos praticantes de musculação das academias 
de Santa Maria (RS) encontra-se num padrão que pode ser 
considerado de médio para alto.
Ressalta-se, ainda, que em apenas 5 academias (41,67%) 
foram detectados sujeitos que utilizavam REF. Tal achado 
permite inferir que há academias que estão mais predispostas 
a esta prática. Outro detalhe a ser destacado, refere-se aos 
percentuais individuais de cada estrato onde foram achados 
questionários positivos para o uso de REF, representando de 
0,5 a 20% da amostra individual, o que pode ser considerado 
um alto percentual em algumas delas. 
O pequeno número de usuários de REF impossibilitou 
o emprego de teste estatístico para avaliar signifi cativamente 
a faixa etária onde se concentrou o maior consumo do pro-
duto. Entretanto, contatou-se que este grupo possuía idade 
entre 23 e 44 anos, com média de 29 ± 7,47, sendo, todos, 
do sexo masculino. No Brasil, o consumidor preferencial de 
EAA, encontra-se entre 18 e 34 anos de idade e, em geral, é 
do sexo masculino [21].
O nível de escolaridade entre os usuários concentrou-se no 
Ensino Superior Completo (50%), diferentemente do percen-
tual encontrado na amostra total deste estudo e da pesquisa 
de Araújo et al., [24] relatando que os usuários de EAA, entre 
os praticantes de musculação das academias de Goiânia (GO) 
possuíam, na maioria, Ensino Fundamental ou Médio.
Analisando-se a renda individual, constatou-se que 80% 
(n = 8) dos usuários recebia entre 3 e 6 salários mínimos. 
Diante destes dados, infere-se que os usuários de REF 
possuíam independência fi nanceira, o que lhes permitiu 
comprometer, mensalmente, entre R$ 24,00 a 580,00, com 
média de R$ 236,50 ± 168,05 dos seus salários, na aquisição 
dos produtos. 
O tempo de prática de musculação dos usuários de REF, 
acompanha a tendência da amostra total, porém, é mais ho-
mogênea. Há de se destacar que 90% encontram-se na faixa 
que compreende até 3 anos de prática, dos quais 30% no gru-
po com menos de 1 ano de prática, que pode ser considerado 
como fl utuante, enfatizando que muitos usuários utilizam-se 
de REF para alcançar os objetivos a curto prazo.
A maioria dos usuários mencionou ter optado pela mus-
culação, como exercício físico, com fi ns estéticos (50%). 
Verifi cou-se que o objetivo principal dos usuários de recursos 
ergogênicos era hipertrofi a muscular (70%). Estes dados, 
analisados de forma simultânea, reforçam a idéia de que cada 
dia mais as pessoas acreditam que ergogênicos nutricionais e 
farmacológicos podem ser usados, de forma indiscriminada, 
como parte do treinamento físico. Conforme Courtine [1], as 
últimas décadas ascenderam a valorização do corpo e ditaram 
o modelo “ideal” de físico, desprezando o aspecto saúde, na 
obtenção do mesmo. O registro crescente de consumo de subs-
tâncias ergogênicas, principalmente entre jovens, demonstra 
que não há limites para a aquisição de padrões estéticos.
Quanto à freqüência de treino, 90% dos usuários de 
recursos realizavam as rotinas de musculação, mais do que 4 
dias na semana. Segundo Dantas [22], levando-se em consi-
deração que o objetivo principal da maioria dos usuários era 
a hipertrofi a, verifi ca-se que a freqüência semanal de treinos 
encontrava-se em conformidade com os princípios científi cos 
do treinamento desportivo. Santos & Santos [18] encon-
traram em seu estudo 56% de praticantes com freqüência 
semanal de 5 vezes.
Também pode-se perceber que 90% dos usuários de 
recursos ergogênicos dividiam as sessões em rotinas dife-
rentes (A e B ou A, B e C) em dias alternados de prática, 
caracterizando, desta forma estrutura de treinos mais avan-
çados e intensos, condizentes com o objetivo de hipertrofi a 
e a freqüência de mais de 4 dias na semana, verifi cados 
anteriormente [27]. 
Os usuários de REF às vezes realizavam alongamentos 
(70%) quando praticavam a musculação. Como argumentado 
Fisiologia_v5n1.indb 30Fisiologia_v5n1.indb 30 22/11/2007 18:03:3022/11/2007 18:03:30
31Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
anteriormente, a problemática conceitual, metodológica e 
fi siológica entre alongamento e fl exionamento, repercute de 
forma negativa entre aqueles que realizam exercícios físicos 
com a intenção hipertrófi ca, ressaltando-se que, segundo 
Guiselini [28], músculos muito encurtados podem exercer 
uma pressão muito grande em partes do corpo mais susce-
tíveis à tensões.
Os REF mais citados, entre os usuários, foram os classi-
fi cados no grupo de EAA – Hemogenim, Deca-Durabolin e 
Durateston, seguidos por Winstrol e Testosterona, (Tabela I). O 
estudo realizado por Iriart & Andrade [21], em Salvador (BA), 
verifi cou a predominância do uso de Testosterona e Nandrolo-
na, além da combinação de Testosterona e Estradiol. Segundo 
Araújo et al. [24], dos 17 usuários de EAA das academias de 
Goiânia (GO), 66% utilizavam Hemogenim e Testosteron.
Tabela I - Distribuição da freqüência e percentagem de usuários, 
segundo o tipo de REF usado pelos praticantes de musculação das 
academias de Santa Maria (RS), 2004.
Recurso Ergogênico Farmacológico f %*
Deca-Durabolin 6 60.00
Durateston 5 50.00
Hemogenim 4 40.00
Winstrol 3 30.00
Testosterona 3 30.00
Cocaína 2 20.00
Ecstasy 3 30.00
* A soma dos percentuais não totaliza 100% por ter sido permitido a 
marcação de mais de uma opção.
A Tabela II demonstra que as formas de administração 
mais utilizadas foram as oral e injetável. Iriart & Andrade [21] 
relataram no seu estudo que a via de administração injetável 
é preferida por ser mais barata e produzir efeito imediato. 
Foi verifi cado também, que 70% dos usuários da amostra 
fazem uso combinado de REF, na tentativa de potencializar 
os efeitos anabólicos e, muitas vezes, minimizar os efeitos 
androgênicos e adversos [4].
Tabela II - Distribuição da freqüência e percentagem de usuários, 
segundo a forma de administração de REF usado entre os praticantes 
de musculação das academias de Santa Maria (RS), 2004.
Formas de Administração REF f %*
Oral 5 50.00
Injetável 5 50.00
Supositório 2 20.00
Adesivo 1 10.00
*A soma dos percentuais não totaliza 100% por ter sido permitido a 
marcação de mais de uma opção
Quanto à freqüência de uso dos ergogênicos, na Tabela 
III, verifi ca-se que houve predominância da aplicação diária 
e semanal que, reforçada pela combinação de uso oral e in-
jetável, segundo Lise et al. [4] caracterizaram a metodologia 
“mista”. Foi identifi cado entre os pesquisados, um que ado-
tava o “ciclo” (cycling), o qual usava o EAA por 8 semanas 
consecutivas e, após um intervalo não defi nido, retomava a 
administração. 
Tabela III - Distribuição do número e percentagem de usuários, 
segundo a freqüência de uso de REF pelos praticantes de musculação 
das academias de Santa Maria (RS), 2004.
Freqüência de Uso REF n %
Somente em Dias de Treino 1 10.00
Diário 4 40.00
Semanal 3 30.00
Quinzenal 1 10.00
Não Definido 1 10.00
Total 10 100.00
Observou-se que a grande maioria das pessoas que relatou 
o uso de recursos ergogênicos, especifi camente os EAA, afi r-
mou que a motivação se deu pelo aumento no desempenho 
(60%) e do peso corporal (50%). A utilização de anabolizantes 
está associada àqueles que possuem neurose pelo corpo e 
são, freqüentemente, compulsivos pelo exercício e desejam 
resultados a curto prazo [19]. 
Possivelmente, o aumento de peso corporal, associado ao 
uso de esteróides anabolizantes, está relacionado à sínteses de 
proteínas no músculo esquelético, principalmente devido a 
regulação da transcrição do RNA ribossômico, quando apli-
cado por períodos curtos; porém, estes efeitos, provavelmente, 
se perdem ou diminuem após algumas semanas, ou mesmo 
pelo uso continuado da droga [29].
Entre as respostas para o resultado que os usuários ob-
servaram, pode-se citar: “Estou mais forte!”; “ganhei peso e 
aumentei a massa muscular”; “a recuperação é mais rápida”; 
“estou mais defi nido”. Diante dessas afi rmações é cabível a 
citação de Iriart & Andrade [21]: “O anabolizante é visto 
então, como uma droga poderosa que permite ao organismo 
trabalhar mais rapidamente, proporcionando resultados quase 
mágicos, e recompensando imediatamente o suor despendido 
na malhação”.
Quando questionados sobre quem orientou o uso dos 
produtos - REF, as informações concentraram-se em por 
vontade própria (50%) e por orientação médica (30%). 
Oportuno esclarecer, que o percentual verifi cado na indicação 
de REF por médicos, não representam signifi cativamente a 
realidade dos profi ssionais desta área, que desempenham suas 
atividades na cidade de Santa Maria (RS). No estudo realizado 
por Araújo et al. [24], a fonte mais utilizada para indicação 
de anabolizantes foram o professor (11%) e por intermédio 
de amigos (11%). Segundo o trabalho realizado por Rocha 
& Pereira [30], 63% receberam orientação para o consumo, 
dos quais 41% por profi ssionais da saúde e 59% através de 
professores, amigos e leitura sobre o assunto.
A aquisição destas substâncias ocorreu, preferencialmente, 
em farmácias (50%) e através do professor da academia (20%). 
Fisiologia_v5n1.indb 31Fisiologia_v5n1.indb 31 22/11/2007 18:03:3122/11/2007 18:03:31
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200632
Outra importante ressalva faz-se necessária, visto que verifi cou-se 
que nem todos os instrutores de musculação das academias de 
Santa Maria (RS), são profi ssionais formados em educação física. 
Pesquisas têm demonstrado que, além dos farmacológicos, recur-
sos ergogênicos nutricionais tem sido indicados por instrutores e 
professores das academias [24,18,31]. Segundo o Código de Ética 
do Conselho Federal de Educação Física - CONFEF [32], esta 
prática caracteriza exercício irregular da profi ssão e demonstra 
uma atitude antiética destes profi ssionais.
Os usuários de REF também foram questionados quanto 
aos problemas relacionados à ingestão dos produtos avaliados. 
Foram relatados, principalmente, irritação, euforia e agres-
sividade (Tabela IV). Lise et al. [4] consideram a euforia e a 
irritação, como efeitos adversos comuns. Segundo o estudo de 
Araújo et al. [24], os usuários de anabolizantes referiram-se à 
euforia (81%) e aumento de cravos e espinhas (94%).
Tabela IV - Distribuição da freqüência e percentagem dos efeitos 
adversos causados pelo uso de REF por praticantes de musculação 
das academias de Santa Maria (RS), 2004.
Efeito Adverso f %*
Irritação 5 50.00
Euforia 4 40.00
Agressividade 4 40.00
Hálito forte 4 40.00
Cãimbras 2 20.00
Tremores 2 20.00
* A soma dos percentuais não totaliza 100% por ter sido permitido a 
marcação de mais de uma opção.
A maioria dos usuários (80%) afi rmou ter conhecimento 
sobre os possíveis efeitos colaterais que costumam ocorrer. Apesar 
de alarmante, este dado confi rma os achados discutidos anterior-
mente: usuários com maior grau de escolaridade e independência 
fi nanceira, deixaram-se iludir pelos benefícios ergogênicos ime-
diatos, para alcançar objetivos puramente estéticos, menospre-
zando os potenciais riscos para a saúde, a qualquer tempo.
Entretanto, segundo Iriart & Andrade [21], no estudo 
realizado entre jovens de um bairro popular de Salvador (BA), 
foi observado que “de maneira geral, os fi siculturistas entre-
vistados não demonstraram bom nível de informação sobre 
os danos causados à saúde pelos anabolizantes que utilizam”. 
Ressalta-se a falta de informação em relação às propriedades 
farmacológicas dos EAA, o conhecimento informal através de 
experiências próprias ou de amigos e a tolerância aos sintomas 
mais comuns que não refl etem os efeitos a longo prazo. 
Confi rmando o exposto anteriormente e, apesar dos usu-
ários terem afi rmado possuir conhecimento sobre os efeitos 
adversos causados pelo uso de REF, 90% destes não realizam 
exames bioquímicos para controlar as possíveis alterações 
metabólicas, demonstrando que talvez este conhecimento
restrinja-se aos efeitos mais comuns e menos preocupantes.
Apesar de não ser objeto de estudo desta pesquisa, é importan-
te registrar que 3,39% (n = 8) informaram o uso de suplementos 
nutricionais, demonstrando o desconhecimento, por parte dos 
usuários, do tipo de recurso ergogênico que utilizavam.
Os Recursos Ergogênicos Nutricionais - REN citados 
foram Creatina, L-Carnitina, Albumina, Proteína de Soja 
Texturizada e Levedura de Cerveja, motivados por melhora de 
desempenho e pela vontade de emagrecer. Foi verifi cado que 
a indicação ocorreu por vontade própria, através de amigos 
e familiares e por informações obtidas por meio de publica-
ções especializadas. A grande maioria relatou que adquiriu os 
produtos em lojas do ramo e em farmácias. A administração 
acontecia na forma oral, líquidos, cápsulas e em pó, diaria-
mente ou somente em dias de treino. Os resultados obtidos 
com o uso de REN foram diversos, desde emagrecimento, 
maior disposição para treinar e aumento de massa muscular, 
até o não reconhecimento de nenhum efeito. Os usuários de 
REN afi rmaram possuir conhecimento sobre os efeitos ad-
versos, porém, o único relatado foi cefaléia esporádica e não 
realizam exames bioquímicos de controle. Em relação ao gasto 
mensal na aquisição dos suplementos, verifi cou-se que estes 
encontram-se numa faixa de valores bem inferior a dos REF, 
concentrando-se em aproximadamente, R$ 20,00.
Perspectivas de aplicação 
Os dados produzidos neste estudo permitem concluir que 
o uso de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes 
de musculação nas academias de Santa Maria, RS é consi-
derado de médio para alto quando comparado às pesquisas 
consultadas, representando 4,24% da amostra estudada.
Entre os recursos ergogênicos farmacológicos mais utili-
zados, os Esteróides Anabolizantes Androgênicos ganharam 
destaque, sendo, o Deca-Durabolin, Hemogenin e Durates-
ton, os mais citados.
Todos os usuários eram do sexo masculino e, a maioria 
deles, tinha idade entre 23 e 28 anos, nível de escolaridade 
superior, renda até 6 salários mínimos e comprometiam entre 
R$ 136,00 e R$ 248,00 mensais na aquisição dos REF.
A estética foi a maior motivação entre os usuários para 
praticar a musculação. O tempo de treino variou até três anos, 
sendo a hipertrofi a, o principal objetivo. A maior parte dos 
usuários treinava de quatro a seis dias por semana, em rotinas 
subdivididas e, às vezes, incluíam alongamentos à sessão.
Melhor desempenho físico foi o motivo que levou os 
usuários a utilizarem os REF, por vontade própria, adquiridos, 
principalmente, em farmácias.
A administração ocorria nas formas oral e injetável, dia-
riamente, e verifi cou-se alguns relatos positivos de resultados. 
Contudo, os usuários de REF admitiram terem conhecimento 
sobre os efeitos colaterais e não realizarem exames bioquímicos 
de controle. Euforia, irritação e agressividade foram os efeitos 
adversos mais assinalados. 
Diante da pouca literatura encontrada sobre o consumo 
de REF entre os praticantes de exercícios físicos brasileiros, 
faz-se necessário a realização de outros trabalhos para identi-
Fisiologia_v5n1.indb 32Fisiologia_v5n1.indb 32 22/11/2007 18:03:3122/11/2007 18:03:31
33Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
fi car com maior precisão o consumo destas substâncias pelos 
freqüentadores de academias de ginástica.
Considera-se de suma importância, divulgação das conse-
qüências do uso de REF e orientação das pessoas diretamente 
envolvidas na prática esportiva, visto que o consumo deste 
tipo de substância, apresenta-se signifi cativa.
Conclusão
O uso dos chamados recursos ergogênicos no esporte de alto 
rendimento desencadeou um processo que representa atualmente 
uma das grandes preocupações na área das Ciências do Esporte, 
tanto no que diz respeito no combate ao doping, como também, 
no âmbito do uso indiscriminado de drogas e suplementos nu-
tricionais com objetivos puramente estéticos [15]. 
Nos círculos esportivos, afi rma Silva [2], as informações 
leigas prevalecem sobre as farmacológicas, fazendo com que 
a dopagem seja caracterizada pelo uso não medicinal de fár-
macos. Dada a falta de informação sobre os efeitos nocivos 
do uso de recursos ergogênicos farmacológicos, bem como, a 
facilidade de sua obtenção por freqüentadores de academias, 
observa-se consumo abusivo dessas substâncias [31].
Além disso, no Brasil, estudos que abordem o uso de ana-
bolizantes são escassos, não existindo dados epidemiológicos 
que indiquem a extensão do consumo dessas substâncias 
[21]. Campanhas publicitárias e educacionais que alertem 
sobre esse problema fazem-se necessárias, pois a intervenção 
educacional pode ser um instrumento efetivo no combate ao 
uso dessas substâncias por adolescentes. 
Williams & Branch [33] alertam que “considerações éticas 
impedem o estudo de regimes com megadoses de Esteróide 
Anabolizante Androgênico - EAA”, resultando, para maior 
compreensão das conseqüências para a saúde do uso destas 
substâncias, na necessidade de continuar as pesquisas através 
de relatos informais, estudos de casos clínicos e estudos de 
controles de casos epidemiológicos. 
Portanto, este trabalho tem por fi nalidade, contribuir para 
o avanço dos estudos sobre o uso de recursos ergogênicos 
farmacológicos por praticantes de musculação, alertando e 
informando sobre os reais efeitos destas substâncias, buscando 
desta maneira mostrar o desequilíbrio existente entre riscos 
para saúde e benefícios ergogênicos.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200634
Artigo original
Série simples versus séries múltiplas: efeitos sobre 
o treinamento e destreinamento da força máxima 
em mulheres jovens
Single vs multiple sets: effects on the maximal strength training 
and detraining in young women
Marcelo Rangel de Araújo*, Alexandre Hideki Okano**, Runer Augusto Marson***,Edilson Serpeloni Cyrino****, Fábio Yuzo 
Nakamura*****
*Centro de Educação Física e Desportos. Universidade Estadual de Londrina – Londrina/PR., **Grupo de Estudo e Pesquisa em 
Metabolismo, Nutrição e Exercício. Centro de Educação Física e Desportos. Universidade Estadual de Londrina, Faculdade de Edu-
cação Física. Universidade de Campinas – Campinas/SP, ***Laboratório de Biomecânica. Instituto de Biociências. Departamento de 
Educação Física. Universidade Estadual Paulista – Rio Claro/SP, **** Centro de Educação Física e Desportos. Universidade Esta-
dual de Londrina – Londrina/PR, Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício. Centro de Educação Física e 
Desportos. Universidade Estadual de Londrina, ***** Centro de Educação Física e Desportos. Universidade Estadual de Londrina 
– Londrina/PR, Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício. Centro de Educação Física e Desportos. Univer-
sidade Estadual de Londrina, Laboratório de Biodinâmica. Instituto de Biociências. Departamento de Educação Física. Universida-
de Estadual Paulista – Rio Claro/SP
Resumo
O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos da uti-
lização de série simples ou de séries múltiplas em programas de 
treinamento com pesos com duração de oito semanas sobre a força 
máxima, bem como sobre o destreinamento subseqüente dessa 
capacidade neuromuscular por um período de dez semanas, em 
mulheres. Para isso, foram familiarizadas com um primeiro teste 
de força máxima (1-RM) nos exercícios: supino, puxada nas costas, 
extensão e fl exão de joelho. Após 2 dias de descanso, as 19 voluntá-
rias foram reavaliadas em sua força máxima (1-RM). Depois, foram 
divididas em dois grupos: um que treinou através de três séries os 
exercícios de membros inferiores e através de apenas uma série os 
exercícios de membros superiores (3I-1S), e outro grupo que fazia 
o inverso (1I-3S). Ambos treinaram com uma freqüência de três 
sessões semanais, com cargas que permitiam a realização de 10 a 
12-RM, as quais eram ajustadas de acordo com a evolução do estado 
de treinamento. A força máxima de ambos os grupo melhorou após 
quatro semanas de treinamento (P < 0,05), sem aumentos adicionais 
nas quatro semanas seguintes nos quatro exercícios (P > 0,05). O 
período de destreinamento de dez semanas não ocasionou qualquer 
redução na 1 RM. Em nenhum momento houve diferença entre os 
grupos na expressão da força máxima. Com isso, concluiu-se que o 
treinamento com pesos, baseado na aplicação de série única, resultou 
em um ganho de força máxima equivalente ao de três séries. Em 
adição, ambos os grupos tiveram retenção total da força máxima 
após período relativamente longo de destreinamento.
Palavras-chave: série simples, séries múltiplas, força muscular, 
uma repetição máxima (1 RM).
Abstract
Th e purpose of this study was to compare the eff ect of using 
single-set or three-set in programs of strength training with duration 
of 8 weeks on the maximum strength, as well as on the subsequent 
detraining of this capacity neuromuscular for a period of 10 weeks, 
in women. For this, after to be made familiarization for a fi rst test 
one-repetition maximum (1-RM) in the exercises: chest press, lat 
pull down, leg extension and leg curl. Th e 19 volunteers had been 
Recebido em 15 de junho de 2005; aceito em 20 de agosto de 2006.
Endereço para correspondência: Marcelo Rangel de Araújo,Centro de medidas e avaliação física, Av. Olávio Gomes, 381, 12211-
420 São José dos Campos SP, Tel: (12) 3941-6813, E-mail: marcelora@pop.com.br
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35Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Introdução
Carpinelli e Otto [1] realizaram uma revisão de estudos 
destinados a comparar a efetividade de programas de treina-
mento com pesos utilizando série simples ou séries múltiplas 
na melhora da força máxima de diferentes tipos de exercícios 
resistidos. Eles mostraram que dentre os 35 trabalhos ana-
lisados, 33 não encontraram diferenças signifi cantes entre 
a série simples e as séries múltiplas como indutores deste 
tipo de adaptação do sistema neuromuscular. Este estudo 
meta-analítico sintetiza o esforço de diversos pesquisadores 
no sentido de determinar a relação dose-resposta associada 
ao volume de treinamento com pesos. Nesse contexto, os 
exercícios quantifi cados são empregados como dose e as mo-
difi cações na aptidão física e/ou no estado geral de saúde são 
tidos como resposta. Dessa forma, busca-se uma relação ótima 
entre custo e benefício para os propósitos do indivíduo que 
está se submetendo a um programa de treinamento. Outras 
variáveis como intensidade, tipo de contração, e freqüência das 
sessões de treinamento também têm sido investigadas como 
dose [2,3], embora com menos ênfase do que o volume. Doses 
excessivas no treinamento com pesos podem resultar em lesões 
por estresse das estruturas músculo-esqueléticas, ao passo que 
sobrecargas subestimadas para a capacidade funcional do 
indivíduo podem falhar em estimular a melhora necessária 
ou desejada nos níveis de força
muscular [3].
Poucos estudos têm atestado a superioridade de programas 
de treinamento resistido com séries múltiplas de exercício sobre 
um grupamento muscular específi co em relação aos realizados 
com a utilização de apenas uma série [4]. No entanto, Rhea et 
al. [5] argumentam que isso se deve ao tratamento estatístico 
convencionalmente empregado. Sua meta-análise baseada no 
procedimento eff ect size (ES) estabelece que há vantagens com-
parativas na utilização de um volume maior de treinamento 
ao invés de apenas uma série, e que o número ótimo de séries 
para provocar adaptações neuromusculares depende do nível 
de treinamento da amostra populacional pesquisada [3]. Essa 
conclusão foi extraída a partir de resultados de estudos que, 
em sua formulação original, demonstravam a equivalência nos 
ganhos adaptativos das séries múltiplas em relação à simples. 
Levando em consideração o conhecimento acumulado 
no estabelecimento da relação dose-resposta relacionada ao 
volume de treinamento com pesos, o Colégio Americano de 
Medicina do Esporte (ACSM) [6] se posicionou, em 1990, 
a favor de que apenas uma série de 8-12 repetições de oito 
a dez exercícios resistidos diferentes, com freqüência de 
duas vezes por semana, seria sufi ciente para induzir ganhos 
signifi cativos de força e de massa isenta de gordura. Esta 
recomendação mínima deveria ser seguida por todos os 
adultos saudáveis envolvidos em programas de condiciona-
mento físico. Ela poderia ser expandida com a evolução do 
programa de treinamento para um número maior de séries. 
A posição [7] foi ratifi cada em 1998 e posteriormente surgiu 
uma proposta específi ca para a prescrição de treinamento 
com pesos [8].
O destreinamento, processo contrário ao treinamento, 
resulta da redução ou interrupção do treinamento, ou da 
redução de uma ou mais variáveis associadas ao mesmo, como 
intensidade, volume ou freqüência das sessões. Paralelo a esse 
processo há retrocesso das modifi cações adaptativas promovi-
das pelo treinamento que, em geral, ocorre a uma taxa menor 
do que durante sua fase de aquisição [9,10]. 
Levando-se em consideração a escassez de estudos destina-
dos a elucidar as adaptações neuromusculares ao treinamento 
com pesos e perdas associadas ao destreinamento em mulheres 
[11], procurou-se, neste trabalho, comparar os ganhos de força 
máxima de moças jovens mediante a participação em sessões 
de treinamentos compostas de série simples e múltiplas, em 
quatro diferentes aparelhos, bem como verifi car a retenção do 
ganho de força após período de destreinamento. A hipótese 
deste estudo era a de que os ganhos de força máxima seriam 
semelhantes em resposta aos dois volumes de treinamento, 
confi rmando os achados reunidos por Carpinelli e Otto [1], e 
de que a retenção dessa capacidade também seria equivalente 
nas duas situações. A confi rmação dessa hipótese favoreceria 
a utilização da série simples como indutor de ganho de 
força e retenção da mesma em médio prazo, pois trabalhos 
mostram que sessões mais curtas de treinamento melhoram 
a aderência ao programa em relação às mais longas (séries 
múltiplas) [12].
reevaluated in its maximum strength (1-RM) after 2 days of rest. 
Later, they had been divided in two groups: one that trained through 
three set the exercises of down-body and through only one set the 
exercises of upper-body (3DB-1UB), and another group that made 
the inverse one (1DB-3UB). Both had trained with a frequency of 
three weekly sessions, with loads that allowed the accomplishment 
of 10 12-RM, which were adjusted in accordance with the evolu-
tion of the training state. Th e strength of both the group improved 
4 weeks of training after (P < 0,05), without increases adds in the 
four following weeks in the four exercises (P > 0,05). Th e period of 
detraining of 10 weeks did not cause any reduction in the 1 RM. 
At no moment it had diff erence between the groups in the expres-
sion of the maximum strength. With this, one concluded that the 
exercise resistance based in the single-set application resulted in a 
increase of maximum strength equivalent to the one of three-set. 
In addition, both the groups had after had total retention of the 
maximum strength relatively long periods of detraining.
Key-words: single-set, three-set, muscle strength, one-repetition 
maximum (1-RM).
Fisiologia_v5n1.indb 35Fisiologia_v5n1.indb 35 22/11/2007 18:03:3122/11/2007 18:03:31
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200636
Materiais e métodos
Sujeitos
Foram inicialmente voluntárias para participar deste 
estudo 24 mulheres jovens, estudantes universitárias, sem 
experiência com treinamento com pesos nos seis meses que 
antecederam o início desta investigação. Elas assinaram termo 
de consentimento informado após reunião de esclarecimentos 
sobre os riscos e benefícios associados à participação, com dois 
dos responsáveis pela pesquisa. As participantes foram alea-
toriamente divididas em dois grupos experimentais. Ambos 
foram submetidos a programas estruturados de treinamento 
com pesos, assim como foram avaliados periodicamente 
em relação ao nível de força máxima alcançado, inclusive 
após período de destreinamento. Um dos grupos realizou o 
programa que incluía três séries para exercícios de membros 
inferiores (extensão e fl exão de joelhos) e apenas uma série 
de exercícios de membros superiores (supino e puxada nas 
costas). Esse grupo foi denominado 3I-1S. O outro grupo, 
que fazia justamente o contrário, foi denominado 1I-3S. Das 
24 voluntárias no início do estudo, 19 o concluíram, sendo 
11 do grupo 3I-1S (idade: 21,2 ± 6,8 anos; estatura: 162,5 
± 10,0 cm; massa corporal: 52,5 ± 3,9 kg) e oito do grupo 
1I-3S (idade: 20,8 ± 6,3 anos; estatura: 165,5 ± 7,8 anos; 
massa corporal: 56,0 kg ± 4,3 kg). Nenhuma das desistências 
foi ocasionada por lesão decorrente dos programas ou testes 
de força propostos.
Teste de força máxima (1-RM)
Foram utilizados, neste teste de desempenho neuromus-
cular, procedimentos adaptados de outros autores [13]. Em 
primeiro lugar, cada uma das participantes realizava duas 
séries de aquecimento em uma carga percebida como aproxi-
madamente 50% da carga entendida como máxima, ou seja, 
que poderia ser levantada uma única vez (1 RM). Após breve 
descanso, os levantamentos seguintes foram feitos através de 
duas repetições, com incrementos de carga visando o alcance 
de 1 RM. O intervalo entre as tentativas foi de no mínimo 
cinco minutos. A carga em que a participante realizava com 
sucesso uma repetição, mas falhava em conseguir a segunda, 
era considerada 1 RM. Durante cada tentativa de se atingir 
1-RM, havia incentivo verbal por parte do investigador que 
realizava a avaliação.
Todos os quatro exercícios empregados neste estudo ti-
veram sua 1 RM determinada em uma única sessão de testes 
obedecendo a seguinte ordem: supino, extensão de joelho, 
puxada nas costas e fl exão de joelho. Esses testes foram 
realizados em cinco momentos: (1) familiarização – com o 
objetivo de que as participantes se habituassem aos esforços 
musculares máximos; (2) pré-treino – realizados dois dias 
após a familiarização, com o objetivo de detectar supostas 
adaptações na força máxima gerada pelo próprio teste de 
familiarização servindo então como um valor de base para 
comparações com etapas posteriores; (3) 4ª semana de trei-
namento – com o objetivo de detectar adaptações na força 
máxima; (4) 8ª semana de treinamento – idem; (5) 10ª semana 
de destreinamento – com o objetivo de verifi car a magnitude 
do decréscimo da força.
Programa de treinamento
O período total de treinamento com pesos de ambos os 
grupos, que ocorreu de forma simultânea, teve duração de oito 
semanas. Foram três sessões semanais, tanto para 3I-1S quanto 
para 1I-3S. A aderência a essa freqüência semanal foi
bastante 
alta, pois todas as participantes cumpriram a programação 
inicialmente traçada para os grupos. Portanto, o número 
total de sessões de treinamento para cada indivíduo foi de 
24. Recomendava-se um dia de descanso entre as sessões, 
para permitir boa recuperação da musculatura envolvida. Em 
todas as sessões, todos os quatro exercícios eram realizados, 
com um número de repetições por série de 10-12 RM. O 
intervalo recomendado entre séries era de 90 segundos. Entre 
os exercícios, solicitou-se não ultrapassar de três minutos. O 
número de séries por exercício, que era a variável manipulada 
experimentalmente, dependia do grupo ao qual o indivíduo 
pertencia (uma ou três). Dessa forma, de acordo com o dese-
nho experimental adotado nesta investigação, a única variável 
de treino manipulada para verifi cação de efeitos adaptativos 
localizados no sistema neuromuscular foi o volume. Os pro-
gramas de treinamento, bem como os testes de 1 RM, foram 
supervisionados por um dos investigadores. 
Previamente a cada sessão de treinamento, as participan-
tes realizavam aquecimento leve no cicloergômetro por dez 
minutos, seguidos de exercícios de alongamento também 
leves, ou seja, sem exigir amplitudes articulares máximas. Não 
houve pré-determinação na ordem de execução dos exercícios 
resistidos, sendo de livre escolha individual.
Conforme mencionado, o número de repetições máximas 
adotadas como alvo para cada série de exercício resistido foi 
de dez a 12. Na medida em que o número de 12 repetições 
era ultrapassado em determinado exercício, automaticamente 
a carga era acrescida de forma a manter o número de repeti-
ções por série dentro do espectro previamente estabelecido. 
Foi solicitado que as participantes não modifi cassem seus 
hábitos relacionados à atividade física e alimentação durante 
a vigência do estudo. Nenhuma das participantes relatou 
qualquer modifi cação.
Tratamento estatístico
Os valores de força máxima medida pela 1 RM, bem 
como a evolução temporal das cargas de treinamento, foram 
analisadas através de ANOVA two way para medidas repetidas, 
tendo o grupo (3I-1S e 1I-3S) como variável independente 
e o tempo (semanas) como variável dependente. O teste post 
Fisiologia_v5n1.indb 36Fisiologia_v5n1.indb 36 22/11/2007 18:03:3222/11/2007 18:03:32
37Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
hoc de Scheff é, para comparações múltiplas, foi utilizado para 
a identifi cação das diferenças entre as médias. Foi adotado 
também o procedimento de regressão linear para estabelecer 
a equação que descreveria o aumento da carga de treinamento 
ao longo das semanas, adotando-se os valores médios de cada 
grupo, para todos os exercícios, com o intuito de se determinar 
a taxa média de aumento da carga por semana de participação 
nos programas de treinamento resistido. O nível de signifi cân-
cia foi pré-fi xado em P < 0,05, para todas as análises.
Resultados
A Tabela I contém os valores médios alcançados pelos 
grupos 3I-1S e 1I-3S no teste de 1 RM nos diferentes períodos 
deste estudo. Os índices de força máxima encontrados em 
ambos os grupos nos quatro aparelhos durante a familiarização 
não foram diferentes (P > 0,05) dos valores registrados no 
pré-treino. O pré-treino foi adotado como valor de referência 
prévio ao programa de treinamento para efeito de verifi cação 
da evolução dessa capacidade em momentos distintos dentro 
do período de treinamento e destreinamento, indicadores da 
adaptação e desadaptação neuromuscular, respectivamente.
Após as primeiras quatro semanas de treinamento, veri-
fi cou-se aumento signifi cante (P < 0,05) da força máxima 
determinada em 1 RM nos quatro aparelhos, para ambos os 
grupos. A análise estatística não revelou qualquer diferença 
entre os grupos 3S-1I e 1I-3S (P > 0,05) nesse momento do 
programa. Ao fi nal da oitava semana, a qual marcava o fi nal 
das sessões de treinamento, a força máxima em todos os 
exercícios continuava superior ao pré-treino (P < 0,05). En-
tretanto, não diferiu da 1 RM registrada após a quarta semana 
(P > 0,05). Ou seja, da metade para o fi nal do programa de 
treinamento com pesos utilizado neste estudo, a força máxima 
estabilizou em todos os exercícios. Na oitava semana, nova-
mente, não se observou qualquer diferença nesse indicador 
de aptidão neuromuscular entre os grupos que treinavam por 
meio de série simples e séries múltiplas (P > 0,05).
Em termos percentuais, os ganhos de força máxima entre 
o início e o fi nal do período de treinamento para o grupo 
3I-1S foram de: 20% na extensão de joelhos, 33% na fl exão 
de joelhos, 21% no supino e de 15% na puxada nas costas. 
Para o grupo 1I-3S, os incrementos de força foram de: 20% 
na extensão de joelhos, 24 % na fl exão de joelhos, 20% no 
supino e de 13% na puxada nas costas.
Após 10 semanas do término do programa, período em 
que as participantes se mantiveram inativas com o objetivo de 
causar destreinamento da força máxima, não houve redução 
signifi cante (P > 0,05) da carga de 1 RM em qualquer dos 
exercícios, sendo esta redução de apenas 1,7% na extensão de 
pernas, 5,9% na fl exão de perna, 7,1% no supino e 2,3% na 
puxada alta por trás para o grupo3I-1S e 2,8% para extensão 
de pernas, 4,9% na fl exão de pernas, 7,1% supino e 2,3% na 
puxada alta nas costas para o grupo1I-3S. Tampouco houve 
diferenças entre os grupos no nível de força máxima manifestada 
nos quatro aparelhos nesse momento do estudo (Tabela I).
Ao contrário da força máxima, as cargas prescritas para os 
quatro aparelhos nas sessões de exercícios resistidos evoluíram 
de forma linear ao longo do tempo, sem demonstrar qualquer 
tendência de estagnação nas oito semanas de treinamento. A 
fi gura 1 demonstra esse comportamento para ambos os grupos 
em relação às cargas utilizadas nos exercícios para membros 
inferiores. A carga utilizada na extensão de joelhos aumentou 
tanto no grupo 3I-1S quanto no grupo 1I-3S da primeira para a 
quarta semana (P < 0,05), como também da quarta para a oitava 
semana (P < 0,05). No entanto, em nenhum desses momentos 
houve diferença signifi cante entre os grupos (P > 0,05). Padrão 
semelhante foi observado para a evolução temporal das cargas de 
treinamento de fl exão de joelhos, com a ressalva de que na primei-
ra semana o grupo 3I-1S iniciou o programa contra resistências 
signifi cativamente maiores (P < 0,05). No entanto, ao longo da 
quarta e oitava semanas, elas se igualaram (P < 0,05).
Figura 1 - Evolução temporal das cargas de treinamento (inten-
sidade) para os exercícios com pesos para membros inferiores dos 
grupos 3I-1S e 1I-3S.
Tabela I - Valores médios (± DP) da força muscular obtida nos aparelhos para os grupos: 3I-1S e 1I-3S nas diferentes fases do estudo.
Grupo Familiarização Pré-Treino 4 Semanas* 8 Semanas Destreino
Extensão do Joelho 3I-1S 29,6 ± 4,6 31,6 ± 6,8 35,8 ± 5,9* 37,9 ± 6,4 37,4 ± 5,6
1I-3S 31,5 ± 6,8 33,6 ± 5,6 38,3 ± 6,3* 40,0 ± 7,3 39,6 ± 7,9
Flexão do Joelho 3I-1S 28,4 ± 5,6 28,5 ± 6,2 35,0 ± 6,6* 37,9 ± 6,9 36,1 ± 7,1
1I-3S 28,4 ± 5,7 30,0 ± 5,1 34,4 ± 6,4* 37,1 ± 5,6 35,1 ± 4,3
Supino 3I-1S 30,8 ± 4,7 31,1 ± 4,3 36,0 ± 4,2* 37,8 ± 4,3 35,3 ± 5,0
1I-3S 33,6 ± 4,8 34,3 ± 4,6 39,3 ± 6,5* 41,0 ± 5,4 37,9 ± 5,0
Puxada nas Costas 3I-1S 30,0 ± 3,7 30,1 ± 3,9 33,8 ± 3,9* 34,9 ± 4,0 34,6 ± 4,3
1I-3S 31,5 ± 4,1 33,0 ± 4,5 35,4 ± 6,3* 37,4 ± 6,2 37,0 ± 5,3
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200638
A Figura 2 ilustra o aumento linear semanal das cargas nos 
exercícios de membros superiores. Novamente, em ambos os 
grupos, a quarta semana foi mais pesada em termos de sobre-
carga imposta pelos exercícios do que a primeira semana, e a 
oitava mais intensa que a quarta semana. No
exercício supino, 
em nenhum dos momentos os grupos 3I-1S e 1I-3S diferiram 
entre si (P > 0,05). Por outro lado, no exercício de puxada nas 
costas, nos três momentos analisados, o grupo 1I-3S treinou 
contra resistências mais elevadas que o grupo 3I-1S.
Figura 2 - Evolução temporal das cargas de treinamento (intensida-
de) para os exercícios com pesos para membros superiores dos grupos 
3I-1S (A) e 1I-3S (B).
independentemente do regime (volume) de treinamento 
adotado. Dessa forma, havia um critério bastante claro para 
determinar o momento do incremento de carga.
Tabela II - Equações referentes à evolução temporal das cargas de 
treinamento (intensidade) para os exercícios com pesos para membros 
inferiores e superiores. CT – carga de treinamento; ST – semana 
de treinamento
Grupo Exercício Equação R2
3I-1S
Extensão de 
joelhos
CT = 1,369*ST + 19,305 0,997
Flexão de 
joelhos
CT = 1,452*ST + 16,101 0,998
Supino CT = 1,321*ST + 20,906 0,999
Puxada nas 
costas
CT = 1,096*ST + 18,192 0,997
1I-3S
Extensão de 
joelhos
CT = 1,128*ST + 20,049 0,997
Flexão de 
joelhos
CT = 1,075*ST + 18,612 0,995
Supino CT = 1,311*ST + 21,366 0,998
Puxada nas 
costas
CT = 1,163*ST + 20,513 0,993
Discussão
Vários são os mecanismos postulados para o aumento da 
capacidade contrátil e da tensão máxima gerada pela muscu-
latura esquelética em resposta ao treinamento com pesos. Em 
geral, conjugam-se fatores neurais de adaptação e hipertrofi a 
muscular como principais responsáveis pela melhora da força. 
As primeiras três a cinco semanas de treinamento com pesos 
são marcadas pelas adaptações neurais (mais rápidas), enquan-
to que as modifi cações teciduais dos músculos (mais lentas) 
são predominantes em fases mais adiantadas do processo 
de aperfeiçoamento da força [14]. Pela duração do presente 
estudo, é bastante provável que as adaptações neurais tenham 
predominado. Elas incluem: (a) aumento da amplitude da ati-
vação dos músculos exercitados através de comandos motores 
centrais; (b) aumento da freqüência de disparos das unidades 
motoras; (c) maior sincronização das unidades motoras e; 
(d) melhora no padrão de inibição recíproca da ativação dos 
músculos antagonistas ao movimento pretendido [4,14]. 
Mais recentemente, Akima et al. [15] mostraram, através da 
técnica de obtenção de imagens por ressonância magnética, 
que a área do quadríceps da coxa ativada após duas semanas 
de treinamento isocinético de extensão de joelhos era supe-
rior ao período prévio ao treinamento, durante a realização 
de testes isocinéticos (60-240°.s-1) e isométricos. Áreas pre-
viamente inativas do vasto lateral, vasto intermédio e vasto 
medial passaram a contribuir na geração de torque após o 
período de treinamento. A área total do músculo quadríceps 
não foi alterada. Esse aumento na área contrátil útil constitui, 
As equações que caracterizam o aumento linear das cargas 
de treinamento em todos os aparelhos, para os dois grupos, 
estão listadas na Tabela 2. Pode-se observar que, em média, a 
taxa de incremento semanal de cargas nos aparelhos adotados 
neste estudo, os quais mobilizam grandes volumes de massa 
muscular, localiza-se entre 1 a 1,5 kg. Os elevados valores de 
R2 (> 0,995) encontrados atestam o bom ajuste dos dados 
à função linear. Deve-se enfatizar que o número alvo de 
repetições por série neste trabalho foi fi xado em 10-12 RM, 
Fisiologia_v5n1.indb 38Fisiologia_v5n1.indb 38 22/11/2007 18:03:3222/11/2007 18:03:32
39Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
portanto, uma das adaptações neurais adicionais provocadas 
pelos treinos resistidos de curto e médio prazo.
Entretanto, estudo de Staron et al. [10] evidenciou um 
aumento da área de secção transversa de fi bras musculares 
individuais pertencentes a todas as sub-populações dessas 
células em músculos das extremidades inferiores de mulheres 
treinadas sob regime bastante similar ao do nosso trabalho. 
O fato que chama a atenção é que a duração do estudo foi de 
apenas seis semanas. Ou seja, a hipertrofi a pode ser detectada 
em curto período de tempo e pode contribuir efetivamente 
para o ganho de força nas sessões iniciais de um programa de 
treinamento com pesos. Hipertrofi a acentuada também foi 
reportada em estudo realizado com homens, submetidos a 
treinamento contra resistência isocinética, por 60 dias [16]. 
O incremento na área de secção transversa da musculatura 
da coxa submetida aos exercícios de extensão de joelho foi 
de 8,5%.
Independentemente dos mecanismos causais (neurais 
ou hipertrófi co), que neste estudo não puderam ser discri-
minados, o fato é que tanto o grupo 3I-1S quanto o 1I-3S 
alcançaram ganhos expressivos de força máxima, sobretudo 
durante o primeiro mês de treinamento com pesos. Durante 
o mês subseqüente, não houve aumentos adicionais nessa 
capacidade provavelmente por não ter periodizado o programa 
de treinamento para os 2 grupos, apesar das cargas de treina-
mento continuarem se elevando de forma linear. Ambos os 
grupos, compostos de mulheres sem experiência prévia recente 
com treinamento com pesos, não diferiram com relação aos 
níveis de força máxima atingidos em quaisquer momentos 
desta investigação.
A ausência de vantagem no uso de séries múltiplas em 
comparação com série simples no aumento da força máxi-
ma, ao que parece, não se restringe a amostras populacionais 
previamente não treinadas em exercícios contra resistências. 
Segundo Hass et al. [17] praticantes recreacionais de levan-
tamento com pesos, que vinham treinando há pelo menos 
um ano, com uma série de 8-12 RM para cada aparelho de 
um circuito, não obtinham qualquer vantagem no aumento 
da força ou da resistência muscular ao adicionarem mais 
duas séries de cada exercício em sua rotina. Sua evolução 
nessas capacidades funcionais musculares era semelhante a 
de um outro grupo que manteve sua rotina de séries simples. 
De acordo com os autores, a vantagem comportamental na 
prescrição de série única reside no fato desse tipo de treino 
demandar menos tempo para ser cumprido e promover maior 
aderência dos praticantes. Ostrowski et al. [18] corroboraram 
esses achados em um grupo de praticantes de treinamento 
com pesos ainda mais experiente, com um a quatro anos de 
prática nessa modalidade. Os ganhos de força e de potência 
muscular de membros inferiores e superiores, assim como o 
ganho de massa muscular, foi semelhante entre aqueles que 
executavam três, seis ou 12 séries semanais de cada um dos 
20 exercícios propostos pelos pesquisadores, por um período 
de dez semanas.
Em contraste, estudo recente de Rhea et al. [19], utilizan-
do número de repetições máximas inferiores ao do presente 
estudo (4-8 RM), mostraram que para o exercício de leg press 
houve um aumento signifi cante de 1 RM de indivíduos que 
treinaram através de três séries em relação a uma série, e que no 
supino, essa diferença se aproximou do nível de signifi cância 
adotado (P = 0,07), em 12 semanas de treinamento. Estudo 
também recente de Paulsen et al. [20] apresentou resultados 
similares em seis semanas de treinamento. O grupo que trei-
nou por meio de três séries de 7 RM obteve aumentos mais 
expressivos de força em relação ao grupo que treinou apenas 
uma série em três aparelhos diferentes para membros inferiores 
(21% vs. 14%). Essas diferenças não se reproduziram nos 
membros superiores. Em conjunto, esses estudos, comparados 
ao nosso, parecem indicar que séries múltiplas produzem 
respostas adaptativas melhores, desde que a intensidade seja 
maior que a do presente trabalho (10-12 RM vs. 4-8 RM). 
Ainda, os membros inferiores parecem ser mais sensíveis à 
manipulação do volume de treinamento. Essa sensibilidade 
pôde ser notada no presente estudo, embora, estatisticamente 
não signifi cativo, o grupo (1S-3I) obteve ganhos
superiores 
de 9% na (1RM) na fl exão de joelho, comparado ao grupo 
de(3S-1I). Esses fenômenos foram parcialmente confi rmados 
em estudo realizado com mulheres [11]. O grupo que treinou 
através de três séries de 6-9 RM obteve maior incremento na 
1 RM de exercícios para membros inferiores e superiores que 
o grupo que treinou através de apenas uma série, duas vezes 
por semana, por seis semanas. A faixa de repetições máximas 
utilizadas no referido estudo pode ter sido responsável pelo 
contraste com relação aos achados mostrados por nós, já que 
ela impunha maior intensidade de trabalho.
Um aspecto importante quando analisamos os benefí-
cios da manipulação do volume de treinamento em atletas 
constitui-se no fato de que, atualmente, têm se verifi cado um 
aumento no número de jogos a serem disputados pelos atletas 
durante a temporada o que indica a necessidade de modifi -
cações nos sistemas de preparação, reduzindo os períodos 
destinados ao condicionamento físico [4]. Assim, a adoção de 
sessões de treinamento resistidos com baixo volume, ou seja, 
série única, constitui-se numa estratégia bastante interessante. 
Vale ressaltar que, de modo geral, os estudos que investigaram 
os efeitos da manipulação do volume de treinamento ado-
taram períodos inferiores a quatro meses o que não refl ete 
a realidade de um sistema de preparação física usualmente 
adotado entre os atletas.
Com base nessa informações, Kraemer et al. [4] investi-
garam os efeitos dos treinamentos com pesos empregando os 
regimes de treinamento periodizado e de série simples sobre 
o desempenho físico e composição corporal durante nove 
meses em tenistas colegiais. Nos primeiros quatro meses de 
treinamento, tanto o sistema de periodização quanto o de série 
simples acarretaram em aumentos nos níveis de força máxima 
dos membros inferiores e superiores. A partir deste período, 
apenas o treinamento periodizado resultou em incremento 
Fisiologia_v5n1.indb 39Fisiologia_v5n1.indb 39 22/11/2007 18:03:3322/11/2007 18:03:33
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200640
na força constante até o nono mês do período de preparação. 
Esse resultado ajuda a explicar em parte a estabilização da 
força máxima medida pela 1-RM a partir da quarta semana de 
treinamento do presente estudo o qual não foi periodizado.
Analisando de forma integrada os resultados dos trabalhos 
supracitados, todos eles suscitam uma questão. O nível de 
fadiga muscular (associado ao volume de séries de treinamen-
to) representa ou não um estímulo para o aumento da força 
máxima? Quanto a isso, Rooney et al. [21] administraram 
treinamentos mais fatigantes, em um grupo, através de sessões 
convencionais de levantamentos com pesos (6 RM), do que 
em outro grupo, no qual eram permitidas pausas entre as re-
petições. Demonstraram que o grupo que treinou sem pausas 
e, conseqüentemente, com maior estado de fadiga, aumentou 
mais acentuadamente a 1 RM do que o grupo que treinou 
sob condições menos fatigantes. As alterações fi siológicas 
agudas tidas como possíveis responsáveis pelas adaptações 
mais signifi cativas sob condição de fadiga muscular seriam: 
maior ativação de unidades motoras, depleção de fosfagênios 
ou acúmulo de metabólitos como lactato e IMP [ 21]. Se-
guindo outra linha, estudo de Folland et al. [8] demonstrou 
exatamente o inverso, ou seja, que sessões mais fatigantes de 
treinamento resistido não confi guraram melhores adaptações 
em termos de manifestação da força máxima. Os resultados de 
nosso estudo parecem se alinhar mais com Folland et al. [8], 
pois, uma das conseqüências lógicas do aumento do volume 
de treinamento dentro de uma única sessão, sem modifi cação 
da intensidade, seria a fadiga muscular mais expressiva. 
Uma das evidências que corrobora a fadiga mais pro-
nunciada na realização de séries múltiplas em relação à série 
simples foi publicada por Craig e Kang [22]. De acordo com 
seus resultados, a utilização de duas séries de agachamento a 
75 ou a 90% da 1 RM, com três minutos de pausa entre elas, 
resultou em maior acúmulo de lactato sangüíneo e elevação 
na liberação do hormônio de crescimento (GH) do que em 
uma situação onde foi aplicada apenas uma série. Os mes-
mos padrões de respostas hormonais foram verifi cados por 
Mulligan et al. [23] e Gotshalk et al. [24]. Portanto, ao que 
parece, a suposta maior liberação de GH durante as sessões 
de treinamento com séries múltiplas no presente estudo, não 
resultou em vantagens para desenvolvimento de força máxima 
em relação aos grupos, isso se deve ao fato de que os dois gru-
pos realizaram séries simples e séries múltiplas, tendo liberado 
quantidades equivalentes de (GH) nos dois grupos.
O destreinamento induzido por dez semanas de inati-
vidade neste estudo não foi efetivo em provocar a regressão 
signifi cativas, da força máxima alcançada nos quatro exercí-
cios durante o período de treinamento de oito semanas. Esse 
padrão foi observado em ambos os grupos (3S-1I e 1S-3I). 
Porém, esses resultados estão em discordância com relação 
ao relato de Narici et al. [16], no qual a cinética de perda 
da força e das adaptações neuromusculares durante 40 dias 
de destreinamento era similar à cinética de aquisição dessas 
mesmas variáveis em 60 dias de treinamento contra resistência 
isocinética para os extensores de joelho. As adaptações neurais 
registradas pela ativação eletromiográfi ca máxima dos múscu-
los envolvidos no exercício constituíam a maior contribuição 
para o aumento da força máxima, ao passo que, durante o 
destreinamento, foram também as que mais sofriam prejuízos 
em termos de magnitude e de velocidade em função do tem-
po. As adaptações hipertrófi cas possuíam menor e mais lenta 
participação nos efeitos do treinamento, e também regrediam 
de forma menos acentuada no destreinamento. 
Por outro lado, foi reportado, por Gondin et al. [25] que 
5 semanas de destreinamento não foram sufi cientes para pro-
vocar regressão na força dos músculos sóleo e gastrocnemios 
registradas pela ativação eletromiográfi ca, adquirida em 5 
semanas de treinamento através de eletroestimulações neu-
romuscular. Assim também, de forma semelhante ao presente 
estudo, a 1 RM de exercícios de membros superiores não 
sofreu decréscimo signifi cante em homens que vinham trei-
nando com pesos há pelo menos dois anos, ao interromperem 
os treinos por seis semanas [17]. No entanto, a manutenção 
dos níveis de força máxima em período de dez semanas de 
destreinamento nas mulheres investigadas neste estudo não 
é um achado comum, já que a maior parte dos trabalhos na 
literatura pertinente registra perdas em períodos semelhantes 
de inatividade [16,26,27].
Conclusão
Os resultados obtidos neste estudo indicam que a realiza-
ção de séries múltiplas (três séries) em sessões de treinamento 
com pesos, parece não constituir uma vantagem comparativa 
na indução do aumento da força máxima em relação à reali-
zação de série simples, em mulheres jovens, treinadas por um 
período de oito semanas. Esse achado parece estar atrelado à 
escolha da intensidade dos treinos. Além disso, a interrupção 
do treinamento por dez semanas não parece resultar em perda 
substancial de força máxima, medida pela 1 RM, seja essa força 
induzida por sessões de séries simples ou múltiplas.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200642
Artigo original
Programa de Exercício Físico na Empresa (PEFE): 
um estudo com trabalhadores de informática
Physical Exercise Program in workplace (PEPW): 
a study with computer science employees
Josenei Braga dos Santos*, Antônio Renato P. Moro**
Prof. Educação Física, Laboratório de Biomecânica – BIOMEC/CDS/UFSC, ** Prof. Centro de Desportos (UFSC), Laboratório de 
Biomecânica – BIOMEC/CDS/UFSC
Resumo
Esta pesquisa objetivou desenvolver e verifi car os efeitos de um 
Programa de Exercício Físico na Empresa (PEFE) em trabalhadores 
de um centro de informática em Florianópolis/SC. Participaram da 
amostra 25 trabalhadores na faixa etária de 37 a 59 anos de idade. A 
pesquisa obedeceu a três momentos: pré-teste: avaliação do índice 
de massa corporal (IMC) através do protocolo da World Health 
Organization (WHO), fl exibilidade através do banco de Wells e 
Dillon associado a fotogametria digital, força muscular através do 
dinamômetro manual, postura corporal através do método Portland 
State University associado a fotogrametria digital e aplicação de 
questionários sócio-demográfi co e características ergonômicas do 
posto de trabalho; intervenção: aplicação de 39 aulas com duração de 
15 minutos, durante um período de três meses; e pós-teste, mesmas 
ações do pré-teste, mais a avaliação qualitativa dos participantes. Os 
resultados evidenciaram participação de 60,89% durante o PEFE, 
nos testes físicos o IMC permaneceu inalterado, num valor médio 
de 25 kg/m2 em ambos os momentos, incremento de 6% no teste de 
força, 4% no teste de fl exibilidade, com contribuição na mudança 
de fl exão do quadril em 13° graus, 4,62% na avaliação da postura 
corporal e na avaliação dos ângulos posturais não detectou-se des-
vios importantes. Quanto aos postos de trabalho, percebeu-se que 
os mesmos apresentaram requisitos ergonômicos. Já na avaliação 
qualitativa do programa, observou-se que houve diminuição das 
queixas de ordem músculo-esqueléticas. Portanto, concluiu-se que 
o PEFE melhorou as variáveis corporais em termos de aptidões 
músculo-esqueléticas e reduziu as consultas ambulatoriais. 
Palavras-chave: exercício físico, ginástica laboral, trabalhadores 
de informática.
Abstract
Th is study aimed to develop and to verify the eff ects of a Physical 
Exercise Program in the workplace (PEFE) with 25 employees (aged 
37 to 59 years) at a computer science center in Florianópolis, SC. 
Th e study was divided into three phases: (a) pre- and post-exami-
nation which consisted of the measurement of the body mass index 
(BMI) using the World Health Organization protocol, (b) fl exibility 
by the seat-and-reach test using the Wells’ and Dillon’s box using 
digital photogrametry, (c) strength by manual dynamometry, (d) 
body posture using the Portland State University method and digital 
photogrametry and (e) questionnaires for data on sociodemographic 
variables and ergonomic characteristics of the workstation. Th e 
intervention was composed
by 39 fi fteen-minute classes, during 
a period of three months. Th e post-examination also included a 
qualitative evaluation of the program. Th e results showed that PEFE 
participation of 60.89% of the employees. Th e BMI did not vary 
between evaluations and the mean value was 25 kg.m-2. Th ere was 
an increase of 6% in strength, 4% in fl exibility due to a hip fl exion 
change of 13 degrees and 4.62% in body posture. No signifi cant 
posture angular deviation was observed. Th e workstations presen-
ted ergonomic requirements and as qualitative evaluation of the 
program, there were fewer complaints on skeletal muscle disorders. 
Th erefore, it was concluded that PEFE improved skeletal muscle 
fi tness and reduced medication appointments for the employees. 
Key-words: physical exercise, exercises program at the workplace, 
computer science employees.
Recebido em 10 de maio de 2006; aceito em junho de 2006.
Endereço para correspondência: Josenei Braga dos Santos, R. Prof. Bento Águido Vieira, 340/102, 88036-410 Florianópolis SC, E-
mail: joergo@pop.com.br
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43Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Introdução
Com o passar dos tempos, os meios de trabalho foram 
sendo modifi cados e estruturados de modo a deixar o traba-
lhador mais sedentário, principalmente, quando se tratando 
de atividades em terminais informatizados. Com isto, a saúde 
do trabalhador foi fi cando cada vez mais suscetível a uma série 
de tensões musculares, vícios e constrangimentos posturais 
advindo dessa condição.
Devido a estas rápidas evoluções no mundo do trabalho 
e pelo avanço tecnológico, inúmeras empresas estão sendo 
pressionadas pelo mercado, o que exige um aumento de 
produtividade, aliado a maior qualidade em seus produtos 
ou serviços. Esse corre-corre nas empresas acaba por acarretar 
aos seus funcionários inúmeras doenças ocupacionais e, por 
conseqüência, tendem a encarar altíssimos índices de absen-
teísmo, que lhes corroem signifi cativamente a produtividade 
e os lucros.
Indo ao encontro destas situações advindas do mundo do 
trabalho, Silva [1] explica que é no trabalho que passamos a 
maior parte das nossas vidas e que seus refl exos se estendem, 
de forma acentuada, sobre o nosso bem estar mesmo quando 
não estamos trabalhando. Com isto, se usarmos os benefícios 
da Atividade Física (AF) como parte do tempo destinado ao 
trabalho podemos melhorar nosso bem estar, grau de satisfa-
ção profi ssional, reduzir diretamente o risco das doenças crôni-
co-degenerativas, além de servir como elemento promotor de 
mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras 
doenças como, por exemplo, os efeitos nocivos do estresse e 
o melhor equilíbrio das tensões próprias do viver.
Uma das soluções empregadas para a resolução deste 
problema é a implementação dos Programas de Ginástica 
Laboral (PGL) nas organizações, que segundo Gonçalves, 
Silveira e Rombaldi [2], Bergamaschi, Deustch e Ferreira [3], 
Martins e Martins [4], Santos [5] e Casagrande [6], é meio 
de intervenção que atua sobre a saúde do trabalhador e seus 
efeitos estão mais voltados para a redução dos acidentes de 
trabalho, melhora da qualidade de vida de seus funcionários, 
redução dos casos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), 
atualmente chamada de Distúrbios Osteomusculares Relacio-
nadas ao Trabalho (DORT), prevenção da fadiga muscular 
e articular, correção de vícios posturais, diminuição do ab-
senteísmo e incidências de doenças ocupacionais, aumento 
da auto-estima e disposição para o trabalho e melhora da 
consciência corporal. 
Segundo Moro e Avila [7], os trabalhadores mais comu-
mente acometidos deste tipo de doenças, geralmente são 
aqueles que usam da coluna como alavanca para levantar 
cargas e aqueles que realizam trabalhos sedentários, ou seja, 
quase sempre relacionado com a postura sentada.
Para muitos entendidos em AF, a resistência cardiorespi-
ratória é o componente mais importante quando relacionada 
à saúde em geral. No entanto, outros componentes se fazem 
importantes quando falamos de aptidão músculo-esqueléti-
ca como é o caso da fl exibilidade, força muscular e postura 
corporal.
Com isto, esta pesquisa surgiu da necessidade de se criar 
e desenvolver um Programa de Exercício Físico na Empresa 
(PEFE) que possibilitasse a conscientização do trabalhador so-
bre a importância de um estilo de vida ativo onde ele pudesse 
perceber a importância da prevenção de doenças ocupacionais, 
visando bem estar, prevenção e promoção da saúde, melhora 
das aptidões músculo-esqueléticas, melhora da qualidade de 
vida na realização de suas atividades, melhora nas condições 
de trabalho (posto de trabalho), aumento da produtividade 
e, consequentemente, promoção humana de cada indivíduo 
dentro e fora do seu ambiente de trabalho.
Para tanto, formulamos o seguinte problema: quais os 
efeitos de um PEFE voltado para prevenção e promoção 
da saúde em trabalhadores de um centro de informática da 
Região de Florianópolis?
Objetivos específicos
• Avaliar o posto de trabalho e as condições físicas destes 
trabalhadores;
• Verifi car a postura corporal mais adotada por estes traba-
lhadores e classifi cá-las;
• Fazer uma avaliação qualitativa do PEFE após o seu 
desenvolvimento junto aos trabalhadores do centro de 
informática.
Material e métodos 
Trata-se de uma pesquisa com caráter experimental, ou 
seja, é uma pesquisa que determina o objeto de estudo, re-
lacionando-o com as variáveis (força, fl exibilidade e postura 
corporal), de modo a conceituar as formas de observação e 
controle [5]. Contudo, esta pesquisa por não ter sido realizada 
em laboratório e por isso não ter controle total das variáveis 
pode se dizer que sua melhor caracterização seria tratá-la como 
quase-experimental. 
Para desenvolvimento deste estudo, tomou-se como refe-
rência desenvolver um PEFE sendo realizado no Centro de 
Informática e Automação do Estado de Santa Catarina, na 
cidade de Florianópolis, durante um período de seis meses 
com 25 trabalhadores (idade entre 37 a 59 anos), que tinham 
em média 20 anos de profi ssão e 13 anos de experiência na 
atividade onde a posição sentada era a postura mais utilizada 
(postura estática). 
Para o desenvolvimento do PEFE, adotou-se como critério 
elaborar três etapas:
1ª. Etapa (Pré-teste)
• Aplicação de um questionário elaborado para atender às neces-
sidades da investigação, composto por 18 perguntas referentes 
à jornada de trabalho, atividades diárias, aspectos sócio-demo-
gáfi cos e condições físicas em geral dos trabalhadores. 
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200644
• Instrumentos e protocolos que foram empregados: 
a) índice de massa corporal (IMC) segundo classifi cação 
da World Health Organization [8]; 
b) fl exibilidade - teste de sentar e alcançar (TSA) proposto 
por Wells e Dillon [9] e análise da variação de ângulo com 
demarcação de dois pontos anatômicos (espinha ilíaca antero-
superior e trocânter maior do fêmur); 
Figura 1 - Foto utilizada no TSA com demarcação de pontos anatô-
micos para estudo do ângulo do quadril no teste de fl exibilidade.
Quadro 1 - Pontos anatômicos demarcados.
• Região Dorsal
Vértex da cabeça, processo espinhoso da C7 (D e E), ângulo 
acromial da escápula (D e E), ângulo inferior da escápula (D 
e E), processo espinhoso da toráccica T12, espinha ilíaca an-
tero-superior (D e E), trocânter maior do fêmur (D e E), prega 
poplítea (D e E), cabeça da fíbula (D e E), maléolo lateral (D 
e E) e inserção do tendão calcâneo (D e E).
• Região Lateral
Côndilo da mandíbula (E), ângulo superior lateral
da escápu-
la (E), espinha ilíaca antero-superior (E), trocânter maior do 
fêmur (E), cabeça da fíbula (E), maléolo lateral (E).
(D) Direito (E) Esquerdo
• Para realização dos testes utilizou-se uma sala localizada no 
ambulatório médico da própria empresa, onde forrou-se 
uma parede com um tecido preto para facilitar a aquisição 
das imagens e a captação dos pontos anatômicos, bem 
como, prendeu-se um fi o de prumo no teto da parede para 
obter o nivelamento entre o chão e o avaliado. 
• Com relação a vestimenta, os homens estavam de sunga e 
as mulheres de maiô para melhor identifi cação dos pontos 
anatômicos;
• O instrumento de medida utilizado para medida da massa 
corporal e estatura foi uma balança com Toesa de marca 
Arja, com uma resolução de 100 gramas para o peso e de 
½ centímetro para a estatura. 
• Para aquisição das imagens adotou-se uma câmera fotográ-
fi ca digital Kodak Science modelo DC-40, com resolução 
de 756 pixels de largura por 504 de altura para o estudo 
da postura assumida pelos funcionários no atual posto de 
trabalho, captação de imagens da avaliação postural (po-
sicionada a 2,67m do avaliado), de fl exibilidade no TSA e 
análise da posição sentada (posicionada a 2m do avaliado), 
onde para o nivelamento da câmera em relação ao chão 
utilizou-se um tri-pé marca Vanguard modelo VT 421;
• Para o tratamento dos dados, análise das fotografi as (ima-
gens), utilizou-se o programa Corel PHOTO-PAINT 
10® que é um programa de edição de imagens baseadas 
em bitmap que permite tratar, analisar e criar imagens ou 
criar gráfi cos originais. Para que se pudesse obter a melhor 
visualização do ponto anatômico a ser analisado e calcula-
do (ângulo), adotou-se como critério trabalhar com uma 
resolução de zoom de 1200%.
2ª Etapa (Intervenção)
• Palestras de conscientização sobre ergonomia: postura, 
posição sentada e utilização do ambiente de trabalho;
• Aplicação de 39 aulas (exercícios físicos) durante a jornada 
de trabalho (forma compensatória), realizado no auditório 
da própria empresa, três vezes por semana durante um 
período de 3 meses, onde cada aula tinha duração de 15 
minutos e cada exercício físico tinha duração de 30 segun-
dos visando aumento da mobilidade articular; 
c) força muscular - teste de preensão manual (dinamô-
metro JAMAR); 
Figura 2 - Dinamômetro de preensão manual utilizado para o 
teste de força e a demostração do procedimento utilizado para a 
coleta de dados.
d) postura corporal - avaliação dos possíveis desvios da 
postura corporal através do método Portland State Uni-
versity (PSU) proposto por Althoff , Heyden e Robertson 
[10,11] - Anexo 1 - e demarcação de 21 pontos anatômicos 
para análise dos ângulos da postura corporal com auxílio da 
fotogametria digital.
Figura 3 - Sujeito com seus respectivos pontos anatômicos demar-
cados para análise da postura corporal por fotografi a.
Fisiologia_v5n1.indb 44Fisiologia_v5n1.indb 44 22/11/2007 18:03:3422/11/2007 18:03:34
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• A base da intervenção estava voltada para a melhora das 
seguintes variáveis corporais: a) força muscular – que é a 
capacidade de gerar tensão nos músculos esqueléticos num 
só esforço podendo ser exercida contra uma resistência, sem, 
contudo vencê-la ou ser vencida por ela, Monteiro [12], 
Nieman [13] e Santarém [14]; b) fl exibilidade – qualidade 
física responsável pela execução voluntária de movimentos 
de grande amplitude (movimentação articular), ou sob forças 
externas dentro dos limites morfológicos, sem o risco de pro-
vocar lesão em torno das articulações, Nahas [15], Weineck 
[16], Dantas [17], Nieman [13] e Achour-Júnior [18]; e c) 
postura corporal – posição assumida pelo sujeito, quer seja 
por meio da ação integrada dos músculos operando para 
atuarem contra a força da gravidade, ou quando mantida 
durante inatividade muscular, pois elas são mantidas ou 
adaptadas como resultado de coordenação neuromuscular, 
com os músculos envolvidos sendo inervados através de um 
complicado mecanismo refl exo. Estímulos aferentes (exter-
nos) surgem de várias fontes ao longo do corpo, incluindo 
articulações, ligamentos, músculos, pele, olhos e ouvidos; 
sendo conduzidos para o Sistema Nervoso Central (SNC) 
e neste nível coordenados. A resposta efetora (interna) é do 
tipo motor e os músculos antigravitacionais são os principais 
órgãos efetores, Oliver e Middleditch [19]. 
3ª Etapa (Pós-teste)
• Realização das mesmas medidas e mesmos testes efetuados 
anteriormente, sendo que após acrescentou uma avaliação 
qualitativa dos participantes do PEFE.
Resultados e discussão
No que se referiu aos mobiliários destes trabalhadores, 
80% possuíam mobiliário com requisitos ergonômicos, ou 
seja, mesa com ajuste de altura, cadeira confortável, com apoio 
para os braços, apoio para os pés e para o teclado, proteção 
de tela e mouse-pad. 
Figura 4 - Foto do posto de trabalho utilizado por uma trabalhadora 
durante o desenvolvimento de sua atividade.
Já quanto ao grau de aderência (freqüência) dos partici-
pantes junto ao PEFE, houve uma participação satisfatória 
60,89%, havendo algumas desistências a cada mês onde dos 
25 trabalhadores que iniciaram o programa 16 fi nalizaram 
todas as etapas como pode ser visualizado na Tabela I:
Tabela I - Freqüência de participação no PEFE.
1º Mês (%) 2º Mês (%) 3º Mês (%)
Média 75,47 59,61 47,59
DP 13,83 15,77 19,30
Se comparado com outros estudos, isto refl ete a realidade 
dos PGL, pois em uma pesquisa realizada por Santos et al. [20] 
a adesão foi de 78%, Coimbra [21] conseguiu demonstrar 
que num período de três anos a média de participação foi de 
70,5%, e num estudo desenvolvido por Martins e Waltortt 
[22] a participação de 28%.
Portanto, pode-se afi rmar que nesta pesquisa, os principais 
fatores de não aderência total ao programa foram: a) falta de 
tempo por parte dos trabalhadores, em virtude de desenvol-
verem atividades dentro e fora da empresa; b) difi culdade 
no encaixe dos horários para realização dos programas, bem 
como, avaliações, isto, devido ao acúmulo de atividades, ex-
cesso de carga de trabalho e participação em cursos oferecidos 
pela empresa; c) desmotivação e desinteresse; d) doenças 
familiares; e) problemas de saúde (licenças médicas). 
Com relação aos efeitos físicos do PEFE, conseguiu-se 
observar os seguintes resultados:
Tabela II - Resultado do PEFE durante os seis meses. 
Variáveis 
Corporais
Pré-teste Pós-teste Média Melhora 
(%)
IMC (kg/m2) 24,96 
(± 2,65)
24,5Varis 
Corporais-
trando que 
os EFsvo 
e que teve 
grande 7 
(± 2,84)
24,77 
(± 2,75)
1,56
Força (kg/f) 77,25 
(± 23,79)
81,75 
(± 26,24)
79,50 
(± 25,02)
5,82
Flexibilidade 
(cm) 
24,5 
(± 7,25)
25,53 
(± 7,99)
25,01 
(± 7,62)
4,2
Postura (%) 81,08 
(± 10,70)
84,83 
(± 9,23)
82,95 
(± 9,96)
4,62
Índice de massa corporal (IMC) 
No pré-teste o IMC apresentou o valor de 24,96 Kg/m2 
(± 2,65) e no pós teste 24,57 Kg/m2 (± 2,84), onde a média 
entre os dois momentos, permaneceu entre 24,77 Kg/m2 (± 
2,75) o que foi classifi cado como padrão normal, segundo 
classifi cação da WHO [8].
Com relação a atividades físicas, segundo afi rmações rece-
bidas através da aplicação do questionário, eles responderam 
que praticavam de duas a três vezes por semana com uma 
duração mínima de 30 minutos. 
Fisiologia_v5n1.indb 45Fisiologia_v5n1.indb 45 22/11/2007 18:03:3422/11/2007 18:03:34
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200646
a concepção do treinamento físico (performance) e a melhora 
de força muscular em idosos (capacidade neuromuscular). 
Flexibilidade 
Para a fl exibilidade o valor do pré-teste foi de 24,5 cm (± 
7,25) e para o pós-teste foi de 25,53
cm (± 7,99) onde a mé-
dia nos dois momentos permaneceu abaixo do normal 25,01 
cm (± 7,62) segundo a classifi cação da CSEP [27], indo ao 
encontro do estudo realizado Mendes et al. [23] onde neste 
teste os homens obtiveram uma média de 20,4 cm (± 9) e as 
mulheres 24,4 cm (± 11).
Dezan et al. [24] através de uma pesquisa com 254 ho-
mens portadores e não portadores de lombalgia, identifi cou 
que a média manteve-se abaixo dos padrões de normalidade 
para as diferentes faixas etárias: a) 27 a 40 anos assintomados 
23,2 cm (± 9,5) e sintomados 17,6 cm (± 8,6) e b) 41 a 
61 anos assintomados 19,2 cm (± 10,9) e sintomados 21,9 
(± 10,8). 
Ribeiro-Júnior [28] em um trabalho com 263 homens 
praticantes e não praticantes de atividade física, conseguiu 
detectar que: os não-praticantes na faixa etária de 25 a 39 anos 
atingiram uma média de 20,92 cm (± 8,98), e os de 40 a 35 
uma média de 19,23 cm (± 11,05). Já para os praticantes na 
faixa etária de 25 a 39 anos a média foi de 25,73 cm (± 9,5) 
e nos de 40 a 55 anos a média foi de 20,8 cm (± 8,87). 
Já Moraes e Moro [25] identifi caram que o valor médio 
da fl exibilidade em motoristas de ônibus foi de 20,73 cm (± 
6,8) onde a maioria da amostra estava abaixo do considerado 
normal, o que para esta autora, pode vir a ser em decorrência 
aos hábitos de vida diários, da falta de atividade física, da 
amplitude reduzida, dos vícios posturais, do sobrepeso e da 
fl acidez abdominal, o que pode estar relacionado com as 
longas horas de permanência na posição sentada no ambiente 
de trabalho, bem como, o sedentarismo. 
Isto mostra que a falta de uma atividade física ou exercício 
físico e a permanência na posição sentada por longas horas 
difi culta a mobilidade articular e muscular das regiões que 
são exigidas neste teste.
Postura corporal pelo método PSU 
Para a postura corporal, o valor do índice de correção 
postural (ICP) no pré-teste indicou um valor de 81,08% (± 
10,70) e no pós-teste 84,83% (± 9,23) onde a média per-
maneceu em 82,95% (± 9,96), ou seja, apresentaram de um 
modo geral uma boa postura. 
Com isso, pode-se afi rmar que esta pesquisa não difere 
dos estudos de Holderbaum, Candotti e Pressi [29] cujo es-
tudo realizado com 19 funcionários de limpeza o percentual 
encontrado apontou que 100% destes apresentavam, pelo 
menos, um tipo de desvio postural e de Queiroga e Michels 
[30] que dos 150 motoristas de ônibus 61% relataram dor 
músculo-esquelética em alguma região, ou seja, 8% região 
Se comparado com outros estudos, estes valores não 
diferem muito do trabalho de Mendes et al. [23] frente a 
386 trabalhadores de uma empresa estatal, onde a média do 
IMC para homens foi de 26,83 Kg/m2 (± 3,89), acima do 
valor normal e para mulheres 24,61 Kg/m2 (± 4,17) dentro 
da normalidade.
Dezan et al. [24], que em uma pesquisa realizada com 254 
homens portadores e não portadores de lombalgia, identifi cou 
uma média de IMC acima dos padrões de normalidade para 
as diferentes faixas etárias: a) 27 a 40 anos assintomados 27,1 
Kg/m2 (± 4,3) e sintomados 26,9 Kg/m2 (± 3,8) e b) 41 a 61 
anos assintomados 26,6 Kg/m2 (± 4,6) e sintomados 26,7 
Kg/m2 (± 3,5).
Moraes e Moro [25] frente a um trabalho realizado com 
33 motoristas de ônibus, constatou que o valor médio do 
IMC foi de 25,4 Kg/m2 (± 3,5), e Souza et al. [26] que em 
um levantamento realizado com 30 participantes de um 
programa de atividades físicas para industriários comprovou 
que, antes do programa o IMC era de 32,5 Kg/m2 e após 
baixou para 21,8 Kg/m2.
Mesmo sabendo que esta variável não foi trabalhada, ou 
seja, o condicionante aeróbico não foi contemplado devido 
ao tempo reduzido, notou-se que o PEFE não surtiu nenhum 
efeito sobre esta variável, mas conseguiu-se perceber que 
mesmo o exercício físico sendo orientado, o fator idade deve 
ser levado em consideração, assim como, o hábito alimentar 
ser controlado e modifi cado e a duração (15 minutos) ser 
aumentada, pois os valores numéricos evidenciaram muito 
bem esta cultura adotada pela maioria dos trabalhadores que 
tinham como costume: a) permanecer boa parte de seu expe-
diente na posição sentada por uma longa jornada de trabalho, 
b) situações repetitivas e monótonas, o que favorece para o 
relaxamento da musculatura abdominal e dorsal da coluna, 
o aparecimento de dores ou até mesmo desconfortos nestas 
regiões e c) pelo fato de não possuírem um hábito regular 
de atividades físicas para poderem compensar o desgaste ou 
enfraquecimento destas musculaturas, demonstrando que, o 
auto-relato, nesta pesquisa, pode ser considerado como um 
falso indicador da prática de atividade física.
Força muscular
A força muscular no pré-teste apresentou um valor de 
77,25 kg/f (± 23,79) e no pós-teste um valor de 81,75 kg/f 
(± 26,24), obtendo nos dois momentos uma média 79,50 
kg/f (± 25,02), demonstrando que os trabalhadores estavam 
abaixo do padrão normal conforme classifi cação da Canadian 
Society for Exercise Phsysiology – CSEP [27]. 
Mediante este fato, nesta variável, fi cou difícil criar uma 
discussão acerca deste assunto em virtude de não existirem 
trabalhos com esta temática, ou seja, que enfatizava a força 
muscular como um componente de melhora da saúde do 
trabalhador visando a aptidão física (saúde), tendo em vista 
que, as pesquisas desenvolvidas até o momento abordam mais 
Fisiologia_v5n1.indb 46Fisiologia_v5n1.indb 46 22/11/2007 18:03:3422/11/2007 18:03:34
47Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
da cabeça, 1% região peitoral, 69% coluna vertebral, 6% 
membros superiores e 16% membros inferiores. 
Já Moraes e Moro [25] conseguiram comprovar que, a 
coluna vertebral foi a região que apresentou o maior percen-
tual 81,7%, seguido da região do quadril 62,8% e região dos 
membros superiores 47,2%.
Contudo, percebeu-se neste estudo que os trabalhadores 
apresentaram de um modo geral, uma boa postura nos dois 
momentos, onde a RCP foi a região que evidenciou maior 
incidência de desvio. Isto pode ser explicado, pelo fato destes 
permanecerem um bom tempo nesta posição (posição estáti-
ca), do tempo de trabalho nesta empresa (20 anos), do tempo 
de atividade na função (13 anos), do número elevado de horas 
trabalhadas na frente do computador, aproximadamente (5 
horas/dia) e, provavelmente, do monitor ser de baixa polegada 
para o desenvolvimento de suas atividades (14 polegadas), 
o que cria uma maior solicitação da acuidade visual, maior 
solicitação da musculatura desta região, da articulação dos 
ombros e, principalmente, da musculatura dorsal.
Portanto, mesmo notando a boa postura dos trabalha-
dores conforme o método, um fator que deve ser levado em 
consideração, é o percentual individual que cada um recebeu 
por região, pois se for analisado minuciosamente, um bom 
número está abaixo do escore diagnóstico máximo atribuído 
para cada região.
Variação de ângulo no TSA
Com relação a variação de ângulo para no TSA os valores 
apresentados foram os seguintes: 
Tabela III - Variação do ângulo do quadril no TSA (cm).
Pré-teste Pós-teste
AS (º) MR (º) Dif (º) AS (º) MR(º) Dif (º)
Média 46,06 42,19 3,88 37,13 18,69 17,13
DP 15,46 15,37 2,22 10,51 11,91 7,93
AS – Altura Sentada; MR – Melhor Resultado; Dif – Diferença; (º) – Ân-
gulo: * Menor ângulo; ** Maior ângulo
Como se pode observar, no TSA com demarcação de 
pontos anatômicos, a média da altura sentada no pré-teste 
foi de 46,06º (± 15,46), onde o melhor resultado obteve uma 
média de 42,19º (± 15,37) com diferença de variação média 
entre 3,88º (± 2,22). 
Já no pós-teste, a média da altura sentada foi estimada 
em 37,13º (± 10,51), onde a média do melhor resultado 
foi 18,69º (± 11,91) com diferença de variação média entre 
17,13º (± 7,93). Ou seja, houve uma excelente redução nos 
valores e, conseqüentemente, melhora de fl exibilidade
neste 
teste. 
Isto pode ser explicado pela ênfase de exercício físico que 
foi aplicado nesta região e, consciência corporal adotada pelos 
participantes do programa durante o período de desenvolvi-
mento do PEFE.
Ângulos da postura corporal por fotogametria digital 
(posição dorsal)
Como pode ser observado, nesta posição, cada região 
sofreu alguma alteração em relação ao trabalho que foi desen-
volvido. Já outras regiões permaneceram na mesma situação 
ou até mesmo aumentaram seus ângulos. 
Tabela IV - Ângulos por região na posição dorsal em graus (º).
 Pré-teste Pós-teste 
Cabe-
ça
Om-
bro
Qua-
dril
Cabe-
ça
Om-
bro
Qua-
dril
Média 3,69 1,63 1,87 3,13 2,5 1,63
DP 1,62 1,78 1,25 2,58 1,26 1,71
(º) – Ângulo em graus; * Menor ângulo; ** Maior ângulo
Na região da cabeça, percebeu-se que a média no pré-teste 
estava estipulada em 3,69º (± 1,62) e no pós-teste diminuiu 
para 3,13º (± 2,58). Na região do ombro a média no pré-teste 
apresentou uma diferença de valores, ou seja, de 1,63º (± 
1,78) passou para 2,5º (± 1,26) no pós-teste. Já na região do 
quadril, a média fi cou estimada em 1,87º (± 1,25) no pré-teste 
e diminuiu para 1,63º (± 1,71) no pós-teste.
Ângulos da postura corporal por fotogametria digital 
(posição lateral)
O que se percebeu nesta posição foi um aumento de 
valores em (º) em cada região como pode ser visualizado 
abaixo: 
Tabela V - Ângulos por região na posição lateral (º).
Pré-teste Pós-teste
Cabeça Quadril Cabeça Quadril
Média 30,50 4,81 32,88 7,75
DP 7,26 3,35 9,45 6,06
 (º) – Ângulo em graus * Menor ângulo ** Maior ângulo
Na região da cabeça a média fi cou estimada em 30,50º 
(± 7,26) no pré- teste e 32,88º (± 9,45) no pós-teste. Já na 
região do quadril, não foi diferente, pois a média fi cou esti-
pulada em 4,81º (± 3,35) no pré-teste e passou para 7,75º 
(± 6,06) no pós-teste o que pode ser considerado como uma 
situação crítica. 
O que fi cou evidente neste método de avaliação por foto é 
que cada ponto anatômico deve estar muito bem demarcado, 
que cada região deva ser observada e calculada de maneira 
única e exclusiva para a obtenção de bons resultados no 
momento da análise, que o avaliado tenha real situação (es-
clarecimento) do trabalho que está sendo desenvolvido com 
ele e, principalmente, que o avaliador tenha total domínio 
prático de anatomia humana, profi ssionalismo, conhecimento 
e experiência neste campo de atuação, relacionada ao contexto 
do trabalho. 
Fisiologia_v5n1.indb 47Fisiologia_v5n1.indb 47 22/11/2007 18:03:3422/11/2007 18:03:34
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200648
Em virtude de ser um novo método de avaliação da postura 
corporal, notou-se que este por sua vez, necessita de mais 
desenvolvimento para que se possa ter mais experiência na 
sua aplicação onde o ideal seria que esta avaliação fosse feita 
sem o uso de marcadores anatômicos.
Contudo, conseguiu-se perceber também que os fatores 
que comprometem o diagnóstico clínico da postura corporal 
são: a) as diversas metodologias utilizadas para avaliação da 
postura corporal, b) a fi nalidade que é utilizada ex: diagnós-
tico, padrões estéticos, etc. c) a falta de experiência de quem 
avalia e d) a falta de conhecimento sobre o assunto.
Avaliação qualitativa do PEFE
Nesta avaliação, fi cou evidente que no início do PEFE eles 
tinham insegurança, desconfi ança e desmotivação quanto ao 
sucesso do programa que estava sendo oferecido. Com isto, 
percebeu-se que estes fatores podem estar intimamente in-
terligados com experiências negativas vivenciadas em outros 
programas realizados na empresa, bem como, falta de integra-
ção com os participantes do programa e pressões internas. Já 
por outro lado, um ponto positivo que teve grande evidência 
foi a existência de uma melhora satisfatória quanto às res-
postas de queixas músculo-esqueléticas e diminuição de idas 
ao ambulatório para a realização de massagens, tratamentos 
médicos (stress, depressão e ansiedade).
Conclusão 
Do ponto de vista da ergonomia, viu-se nos diversos 
postos de trabalho inerentes a atividade laboral do grupo 
avaliado, que o mobiliário utilizado pelos trabalhadores pos-
suíam requisitos ergonômicos preconizado pela literatura. 
O ambiente em geral era confortável e o posto de trabalho 
possuía componentes reguláveis. Da mesma forma, traba-
lhavam cumprindo horários condizentes com a atividade 
de informática. 
Quanto ao grau de aderência houve uma participação 
satisfatória, onde todos os trabalhadores puderam participar 
conforme sua necessidade e tempo disponível.
No que se referiu às condições físicas, um bom número 
de trabalhadores melhoraram suas aptidões físicas demons-
trando que os exercícios físicos surtiram efeito. Neste estudo 
a força muscular obteve um aumento que apresentou maior 
percentual de melhora 5,82% perante as outras variáveis, 
seguida da postura corporal 4,62%, fl exibilidade 4,2% e 
IMC 1,56%. 
Também observou-se que em apenas seis meses de de-
senvolvimento do PEFE, tanto as variáveis corporais como a 
percepção dos trabalhadores foram melhoradas, demonstran-
do que, qualquer programa desenvolvido com trabalhadores 
com estes objetivos, os indicadores de melhoras físicas e/ou 
psicológicas sempre vão estar presentes.
Agradecimentos 
Aos pesquisadores do Laboratório de Biomecânica (BIO-
MEC/CDS/UFSC) pelo apoio no desenvolvimento desta 
pesquisa. 
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Anexo 1 - Método Portland State University (1988).
Posição Dorsal Posição Lateral
Fisiologia_v5n1.indb 49Fisiologia_v5n1.indb 49 22/11/2007 18:03:3522/11/2007 18:03:35
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200650
Revisão
Efeitos agudos da flexibilidade sobre a força muscular
Acute effects of flexibility on muscle strength
José Eduardo Lattari Rayol Prati*, Sergio Eduardo de Carvalho Machado**
*Mestrando em ciência da Motricidade Humana - Laboratório de Biociências da Motricidade Humana - LABIMH – UCB/RJ, 
**Mestrando em Saúde Mental - Laboratório de Mapeamento Cerebral e Integração Sensório-Motora – IPUB/UFRJ
Resumo
O objetivo do presente estudo foi investigar na literatura a 
infl uência dos diferentes tipos de alongamento sobre a força mus-
cular. Para a presente investigação foram selecionados 47 artigos 
específi cos sobre o referido assunto. Os resultados demonstram 
que os protocolos de alongamento estático e passivo e facilitação 
neuromuscular proprioceptiva (FNP) apresentaram interferência 
negativa sobre a força em sua grande maioria, já os protocolos de 
alongamento dinâmico mostraram respostas positivas sobre a força. 
De acordo com a literatura revisada, sugere-se que o alongamento 
sendo realizado precedendo uma atividade de força muscular acarreta 
em queda da força, isso pode variar de acordo com a intensidade e 
volume imposto e também o protocolo utilizado.
Palavras-chave: efeitos agudos, flexibilidade, força, desempenho.
Abstract
Th e aim of this study was to investigate in literature the infl u-
ence of diff erent types on muscle strength. 47 articles related to 
this theme were selected. Th e results demonstrated that passive 
and static protocols and proprioceptive neuromuscular facilitation 
(PNF) showed negative interference on strength, on the other hand, 
the dynamic stretch protocol showed positive response on strength. 
According to the literature reviewed, it was suggested that stretch-
ing when performed before muscle strength activity may cause a 
decrease on strength. It can vary according to intensity and volume 
and also protocol used.
Key-words: acute effects, stretching, strength, performance.
Recebido em 17 de novembro de 2005; aceito em 20 de julho de 2006.
Endereço para correspondência: José Eduardo Lattari Rayol Prati, Rua Clementina, 45, 23040-020 Rio de Janeiro, RJ, Tel: (21) 9996-
8366, E-mail: eduardolattari@yahoo.com.br
Introdução
A prática universal de exercícios de fl exibilidade tem sido 
aceita com o objetivo de preparar o atleta ou o praticante de ati-
vidade física para um melhor desempenho, durante a realização 
da atividade, e também para minimizar o risco de lesões [1].
Entretanto, existem evidências de que o alongamento 
agudo pode ser prejudicial para o desempenho da força. 
Avela et al. [2] e Fowles et al. [3] encontraram uma redução 
de 23,3% e 28%, respectivamente, no torque da força isomé-
trica máxima de fl exão plantar sobre articulação do tornozelo 
após os fl exores plantares serem submetidos a exercícios de 
alongamento passivo.
Algumas variáveis como o volume e a intensidade do 
treinamento, podem infl uenciar na geração direta de força 
muscular após alongamento passivo. Alongamentos mantidos 
em um mesmo ângulo por 45 segundos resultam em redução 
na tensão passiva (rigidez muscular) [4,5], e a intensidade 
imposta repetidamente pelo alongamento aumenta o com-
primento muscular [6,7].
Fisiologia_v5n1.indb 50Fisiologia_v5n1.indb 50 22/11/2007 18:03:3522/11/2007 18:03:35
51Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
No estudo realizado por Shrier et al. [8], foi investigado 
se o alongamento proporciona melhorias no desempenho. 
Foram analisados 23 artigos, dos quais 22 deles indicaram 
que não houve nenhum benefício para a força isométrica, 
torque isocinético, e no salto em altura.
No entanto, estudos recentes [9-18] vem sugerindo que o 
alongamento pré-exercício pode temporariamente compro-
meter a habilidade de um músculo em produzir força. 
Duas hipóteses têm sido discutidas para tentar explicar o 
défi cit de força induzido pelo alongamento [2,3,19-21,11,16-
18]: 1) fatores mecânicos, como mudanças na rigidez mus-
cular; e 2) fatores neuromusculares, como alterações nas 
estratégias de controle motor. 
Frente a estas possíveis evidências, o objetivo desse estudo 
foi revisar e analisar dados da literatura e apresentar evidências 
da infl uência dos diferentes tipos de alongamento sobre a 
força muscular.
Métodos
Foi realizada uma busca por artigos relacionados ao tema 
nas bases de dados Pubmed/Medline. Foram selecionados 
somente artigos em inglês, num total de 47, utilizando como 
key-words: acute eff ects, static stretching, dynamic stretching, 
ballistic stretching, propioceptive neuromuscular facilitation 
and strength. Não foram estabelecidos
períodos específi cos de 
publicação nem restrições aos delineamentos metodológicos 
dos estudos.
Alongamento estático 
O alongamento estático envolve a manutenção de uma 
posição por um determinado tempo que pode ou não ser 
repetida diversas vezes [22]. A relação entre o alongamento 
estático e as diferentes manifestações da força tem apresentado 
resultados adversos na maioria dos casos, provocando perda 
imediata da força muscular.
Eurico et al. [23], em seu estudo sobre efeitos prévios 
do alongamento estático na força máxima no teste de 1 RM 
nos exercícios de supino e agachamento observou que após 
3 séries x 15 segundos houve uma diminuição signifi cativa 
na produção de força máxima. 
Já o estudo de Wallmann et al. [24] demonstrou que a 
atividade elétrica no gastrocnêmio era aumentada, após o 
alongamento estático, após 3 séries de 30 segundo, porém 
apresentou uma queda na altura do salto vertical. 
Além disso, diversos estudos têm examinado os efeitos do 
alongamento estático na força isométrica máxima [2,3,20,25], 
concêntrica e no pico de torque isocinético [26], mostrando 
que o alongamento pré-exercício reduz tanto a força isomé-
trica [2,3,20,27] quanto a dinâmica [21,18,27,28]. 
Church et al. [29] mostraram que rotinas de alongamento 
estático interferiram negativamente sobre o desempenho no 
salto vertical. Semelhantes são os achados de Young e Elliot 
[18] que após 3 séries x 15 segundos e 20 segundos de inter-
valo observaram um fraco desempenho no salto em profun-
didade após rotinas de alongamento estático, o mesmo não 
ocorrendo na contração voluntária máxima. Entretanto, essa 
queda de produção do pico torque da força pode diferenciar-se 
de acordo com a fase do movimento realizado. Corroborando 
com os achados anteriores, Cramer et.al. [30] examinaram 
os efeitos agudos do alongamento estático no pico de torque 
(pico) e ângulo do pico durante ações voluntárias máximas 
isocinética excêntricas do músculo extensores do pé em 60 e 
180º s com alongamento (nos membros dominantes) e sem 
alongamento (não dominantes) em 13 mulheres. O proto-
colo utilizado foi de 1 alongamento não assistido e 3 não 
assistidos. Tais resultados mostraram que não houve diferença 
signifi cativa em pré e pós-alongamento na força isocinética 
excêntrica máxima nos membros com e sem alongamento, 
sugerindo que os resultados podem ser alterados pelo tipo 
de ação muscular.
Segundo Unick [31], foi verifi cado que após um protocolo 
de 4 diferentes alongamentos em 3 séries x 15 repetições e 20 
segundos de intervalo, a potência muscular não foi prejudi-
cada após 15 e 30 minutos, apresentando um alto coefi ciente 
de correlação intra-classe de (>0,9) e (>0,9) respectivamente 
para testes de salto. 
Até mesmo no esporte, em especial no tênis, Knudson et 
al. [32] verifi caram que após a realização de um protocolo 
de 7 exercícios x 15 segundos tanto para membros superiores 
quanto para membros inferiores, esse tipo de alongamento 
não prejudicou o desempenho no saque. Já Power et al. [33] 
mostraram que o alongamento estático diminuiu a contração 
voluntária máxima do quadríceps, porém a eletromiografi a e 
o salto vertical não tiveram mudanças signifi cativas. Como a 
perda signifi cativa ocorreu na contração voluntária máxima 
imagina-se que a causa seja de caráter misto entre fatores 
mecânicos e neurológicos.
Alongamento passivo
Este consiste num alongamento realizado estaticamente, 
porém o trabalho de alongamento passivo envolve o uso da 
força externa aplicada por outra pessoa ou algum tipo de 
implemento, para movimentar um segmento corporal até 
o fi nal da amplitude de movimento [34]. Assim como o 
alongamento estático, este também vem apresentando queda 
imediata na força.
Em estudo realizado Lattar et al. [35], verifi cou-se que a 
execução prévia de exercícios de alongamento passivo atra-
vés de um protocolo de 3 séries X 10 segundos, houve uma 
diminuição da força máxima acarretando numa queda de 
rendimento no número de repetições máximas realizadas. 
Tal técnica de alongamento mostrou-se também inefi caz 
quando realizada previamente ao treinamento de sprint, re-
sultando em queda de desempenho [36]. Além disso, outros 
estudos vêm indicando que a diminuição na ativação mus-
Fisiologia_v5n1.indb 51Fisiologia_v5n1.indb 51 22/11/2007 18:03:3522/11/2007 18:03:35
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200652
cular pode parcialmente registrar a queda na força como um 
resultado da aplicação do alongamento passivo nos músculos 
quadríceps femoral [20] e tríceps sural [2,3]. 
O estudo realizado por Galdino et al. [9] mostrou que 
após a realização de uma rotina de exercícios de fl exiona-
mento passivo com um protocolo de 3 séries x 10 segundos 
e 5 segundos de intervalo resultou em uma diminuição de 
7,07% no valor médio entre o primeiro e segundo salto, sendo 
esta diferença diminuída para 4,42% entre o 1º e o 3º salto, 
passando para 5,89% no 4º salto e para 4,71% no 5º salto, 
todos apresentando diferença signifi cativa.
Porém Knudson et al. [11] mostraram em seu estudo 
que, após um protocolo de 3 séries x 15 segundos, não houve 
nenhuma mudança signifi cativa na velocidade vertical do 
salto ou nas durações das fases excêntricas e concêntricas 
em conseqüência do alongamento. Apesar de que 55% dos 
sujeitos obtiveram velocidades verticais mais baixas (27.5%) 
após alongamento, 45% dos sujeitos não tiveram nenhuma 
mudança (10%) em velocidades verticais mais altas (35%) 
após o alongamento, sugerindo que realizar alongamentos 
antes de atividades como o salto vertical resulta em dimi-
nuições pequenas no desempenho em alguns sujeitos. Para o 
autor, essas mudanças sugerem que a inibição neuromuscular 
pode ser o melhor mecanismo da perda do que mudanças na 
rigidez do músculo. 
Yamaguchi e Ishi [37] demonstraram em seu estudo que 
após 4 séries x 30 segundos e 20 segundos de intervalo, o tra-
balho de alongamento passivo resultou numa queda no pico 
da potência, pico da velocidade, queda na velocidade do pico 
de potência, aumento no tempo do pico torque realizado sob 
diferentes condições de carga, sendo a 5%, 30% e 60% da 
contração isométrica voluntária máxima (CIVM). Todos esses 
achados foram verifi cados com contrações dinâmicas de resis-
tência externa constante em exercícios de extensões de perna. 
O autor sugere que o alongamento relativamente extensivo (4 
x 30 segundos) resulta na perda da potência muscular.
Alongamento balístico (dinâmico)
O alongamento balístico está, geralmente, associado com 
movimentos de balançar, saltar, ricochetear e movimentos 
rítmicos [22]. Também denominado como dinâmico é ex-
presso pela máxima amplitude de movimentos obtidos pelos 
músculos motores do mesmo, volitivamente, de forma rápida 
[38]. Tal método, ao contrário dos anteriores vem apresen-
tando aumento de performance na força.
Parece que dentre as diferentes técnicas de alongamento, 
o alongamento dinâmico seja o único que não apresente 
resultados adversos sobre a força muscular. Yamaguchi e Ishi 
mostraram que 1 série x 30 segundos poderia até mesmo pro-
mover melhorias sobre a força [39]. Nesse estudo a potência 
na extensão de joelho melhorou signifi cativamente.
Unick et al. [31] corroborando com estudo acima mostrou 
que após um protocolo de 4 diferentes alongamentos em 3 
séries x 15 repetições e 20 segundos de intervalo, a potência 
não era afetada 15 e 30 minutos após rotina de alongamento 
balístico em mulheres treinadas. 
Já o estudo de Fletcher [36] mostrou que o desempenho 
do sprint da corrida foi melhor sob condições de aplicação do 
alongamento dinâmico. O autor sugere que para a maioria dos 
esportes que necessitam e otimizam desempenho no sprint 
sobre uma distância relativamente curta, um alongamento 
dinâmico (particularmente exercícios dinâmicos
ativos, imi-
tando aspectos específi cos do ciclo do sprint) é aconselhável 
ao invés de alongamentos estáticos. 
O alongamento dinâmico pode ser uma técnica efi caz para 
melhorar o desempenho dos esportes durante o aquecimento 
antes das atividades de potência [37]. Em atividades despor-
tivas, como o basquete, somente a rotina de alongamentos 
balísticos demonstrou resultados positivos no salto vertical 
[40], o mesmo não ocorrendo com diferentes rotinas de 
aquecimento. Até mesmo quando realizado com crianças, 
os exercício de caráter dinâmico obteve resultados melhores 
no salto vertical comparado com protocolos de alongamento 
estático [41]. 
Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP)
A facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) pode 
ser defi nida como um método de promover ou acelerar o 
mecanismo neuromuscular através da estimulação dos pro-
prioceptores [22]. Este método utiliza a infl uencia recíproca 
entre o fuso muscular e o Órgão Tendinoso de Golgi de um 
músculo entre si e com os do músculo antagonistas, para obter 
maiores amplitudes de movimento [38].
 Não muito diferente das técnicas de alongamentos 
estáticos e passivos, a técnica de facilitação neuromuscular 
proprioceptiva (FNP) tende a apresentar resultados negativos 
sobre as diferentes manifestações da força muscular.
Church et al. [29] verifi caram que quando realizado um 
protocolo de 3 séries x 10 segundos de isometria e estira-
mento passivo até o ponto de tensão (contraí relaxa agonista 
contraí), ocorreu uma queda no desempenho no salto vertical. 
Entretanto, os autores consideram que determinadas rotinas 
de aquecimento como a FNP deve ser evitada em movimentos 
que requerem grande geração de potência, tais como sprint e 
saltos, minimizando a quantidade de alongamento executada 
antes da atividade. 
Marek [42] mostrou que esta após a realização de um 
protocolo de 4 x 5 segundos de isometria máxima 30 segundos 
de manutenção e 20 segundos de intervalo, a técnica reduzia 
signifi cativamente o pico de torque, a potência e a eletromio-
grafi a (EMG) em exercício isocinético de extensão de joelho 
a 60º e 300º s¹. O autor considera que a proporção do efeito 
correspondente as mudanças induzidas pelo alongamento 
foram pequenas, sugerindo a necessidade de considerar-se 
uma relação de risco-benefício ao incorporar as técnicas de 
FNP ao exercício.
Fisiologia_v5n1.indb 52Fisiologia_v5n1.indb 52 22/11/2007 18:03:3622/11/2007 18:03:36
53Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Entretanto, em um trabalho realizado por Young e Elliot 
[18], verifi cou-se que após a realização de um protocolo de 3 
séries x 5 segundos de contração isométrica, 15 segundos de 
alongamento com 20 segundos de intervalo, a FNP não afetou 
negativamente o desempenho no salto em profundidade e 
na contração voluntária máxima. Corroborando com estudo 
acima, Simão et al. [43] em sua pesquisa observou também 
que a FNP precedendo o exercício de supino não acarretou 
em perdas signifi cativas sobre a força muscular. Porém, o in-
tervalo de descanso de 1 minuto para executar o teste de 1RM 
no supino possa ter sido um fator importante para não haver 
mudanças signifi cativas sobre a força. Além disso, segundo 
o autor a ausência de modifi cações signifi cativas nas cargas 
máximas poderia, igualmente, estar associada ao incremento 
das cargas, talvez demasiadamente elevado (5Kg), diminuindo 
o poder discricionário das medidas. Talvez as combinações 
neuromusculares e armazenamento de energia elástica possam 
explicar até mesmo possíveis ganhos de força [44].
Possíveis causas da perda da força muscular
Dentre os motivos apresentados em vários estudos, as prin-
cipais causas são atribuídas a fatores neurais e mecânicos.
a) Fatores mecânicos que interferem na força 
Evidências atuais indicam que, as diminuições da força se 
dão pelas mudanças relacionadas às propriedades mecânicas 
do músculo, tais como uma relação alterada do comprimen-
to-tensão [19]. 
Algumas variáveis como o volume e a intensidade do 
treinamento, podem infl uenciar na geração direta de força 
muscular após alongamento. Alongamentos mantidos em 
um mesmo ângulo por 45 segundos resultam em redução 
na tensão passiva (rigidez muscular) [4-6], e a intensidade 
imposta repetidamente pelo alongamento aumenta o com-
primento muscular [6,7].
A rigidez muscular reduzida pode afetar o comprimento 
das fi bras musculares solicitadas e moldadas, devido a estas 
necessitarem de um grande tempo para encurtarem-se nos 
elementos em série [45], e aumentar o comprimento muscular 
pode alterar o fi no equilíbrio das propriedades musculares e 
a cinemática articular que combina com a produção de força 
em um dado ângulo articular [46]. Segundo Yamaguchi e Ishi 
[37] um alongamento induzido contribui para uma mudança 
mecânica prejudicando na potência muscular.
b) Fatores neurais que interferem na força
O fator neural possui grande contribuição nos ganhos 
de fl exibilidade. Isso porque em condição aguda diminui 
a excitabilidade espinal reduzindo a tensão passiva sobre o 
músculo e em condições temporárias (crônicas) diminuindo 
a atividade refl exa tônica [47].
Assim, alguns estudos atribuem que a perda da força 
ocorre devido a uma inibição neural [20,48,49], complacência 
aumentada da propriedade músculo-tendinosa que conduz 
a uma taxa reduzida da transmissão da força do músculo ao 
sistema esquelético [50,21,25,26]. Os decréscimos da força 
são mais afetados pela inibição do músculo do que pelas 
mudanças na elasticidade do músculo [20]. Porém, em um 
estudo realizado por Wallmann et al. [24], foi demonstrado 
que após a realização de alongamentos estáticos a atividade 
eletromiografi ca de superfície era aumentada no músculo gas-
trocnêmio, mesmo havendo queda na altura do salto vertical. 
O autor atribui que talvez este aumento na atividade elétrica 
no músculo compensou uma diminuição na rigidez do mús-
culo. Nossa ciência ainda carece de maiores informações sobre 
os reais motivos da perda de força aguda sendo provocadas pela 
utilização de exercícios de alongamento. Segundo Schilling e 
Stone [51] as informações apresentadas sob os efeitos agudos 
do alongamento no desempenho muscular deixam ainda 
muitas perguntas não respondidas, especialmente do ponto 
de vista da força e potência no esporte.
Conclusão
Sugere-se que os exercícios de alongamento precedendo os 
de força podem resultar em respostas negativas sobre a força 
dependendo do protocolo utilizado, de seu volume e sua 
intensidade. Sobre a aplicação de alongamentos precedendo 
o treinamento de força, cabe aos profi ssionais considerar a re-
lação custo-benefício do exercício. Já a realização de exercícios 
de alongamento que impliquem fortes estiramentos muscu-
lares, após o treinamento de força, devem ser evitados, pois 
haverá um grande risco de lesões nas fi bras musculares [52].
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200656
Revisão
As relações dos hormônios testosterona 
e cortisol com o exercício físico
The relationship of testosterone and cortisol hormones 
with the physical exercise
Marcelo Rangel de Araújo
Graduado bacharel em ciência do esporte - Universidade Estadual de Londrina (U.E.L.), Especialista em treinamento esportivo 
- Universidade Gama Filho (U.G.F.)
Resumo
A intenção deste trabalho é rever as relações do exercício físico, 
aeróbio e de força, perante as concentrações hormonais de tes-
tosterona e cortisol, aguda e cronicamente e, além disso, verifi car 
outros fatores não menos importantes como o ritmo circadiano a 
alimentação e a idade em função das concentrações hormonais e os 
exercícios físicos, não deixando para trás é claro suas funções fi sio-
lógicas. Apesar das diversas controversas encontradas no presente 
estudo, as atividades periodizadas e de alta intensidade parecem 
estimular maiores liberações de testosterona e pouca liberação de 
cortisol, conseqüentemente potencializando os níveis de força e hi-
pertrofi a muscular. Todavia novos estudos devem ser realizados com 
delineamentos mais adequados respeitando as diversas interações 
que envolvem o treinamento físico.
Palavras-chave: testosterona, cortisol, exercícios físicos.
Abstract
Th e aim of this work is to review the relationship of physical 
exercise, aerobic and resistance, in the presence of testosterone and 
cortisol concentration and, in addition, to verify other factors also 
important such as circadian rhythm, feeding and age in function of 
hormonal concentration and physical exercises as well as physiologi-
cal functions. Although fi ndings remain controversial in this study, 
high intensity and periodic training seem to stimulate liberation of 
high testosterone levels and low cortisol levels, improving strength 
and muscle hypertrophy. New studies should be carried out with 
adequate methods for preserving diff erent interactions that involve 
the physical training.
Key-words: testosterone, cortisol, physical exercises.
Recebido em 12 de julho de 2006; aceito em 18 de novembro de 2006.
Endereço para correspondência: Marcelo Rangel de Araújo, Rua Garibaldi 148, 101, 20511-330, Rio de Janeiro, RJ, E-mail:
marcelora@pop.com.br
Introdução
Biossíntese e regulação da testosterona
A testosterona é o principal hormônio sexual masculino. 
Quando suas concentrações circulantes estão baixas no orga-
nismo, o hipotálamo promove a liberação do fator liberador da 
gonadotropina (GnRF). O GnRF estimula a liberação do hor-
mônio luteinizante (LH), que por sua vez, estimula as células 
de Leydig nos testículos a produzir e liberar testosterona [1]. 
Uma pequena quantidade de testosterona é secretada também 
pelas glândulas supra-renais. A concentração plasmática de 
testosterona varia de 300 a 1.000ng/dl e a taxa de produção 
diária de 2,5 a 11mg [2]. Nas mulheres esse hormônio tam-
bém é produzido pelas glândulas supra-renais e ovários, porém 
em menor quantidades 0,25 a 1mg/dia [3]. 
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Funções fisiológicas
Suas funções são basicamente duas, denominadas anabólicas 
e androgênica. Pela função anabólica ele atua principalmente 
sobre as zonas de crescimento dos ossos e músculos, além de 
infl uenciar o desenvolvimento de praticamente todos os órgãos 
do corpo humano. Pelo lado androgênico, ele é responsável pelo 
desenvolvimento das características sexuais masculinas (órgãos 
sexuais, produção de espermatozóide, barba, etc) [3]. 
Biossíntese e regulação do cortisol
O cortisol é o hormônio mais importante dos chamados 
glicocorticóides, ele é secretado a partir de um estímulo 
estressante (atividade física ou contusão em alguma parte 
do corpo) que transmite impulsos nervosos ao hipotálamo 
no qual libera o fator liberador de corticotropina (FLC) que 
chega a hipófi se anterior onde suas células secretam hormônio 
adrenocorticotrópico que fl ui pelo sangue até o córtex supra-
renal onde será produzido o cortisol [4]. 
Funções fisiológicas 
O hormônio cortisol é conhecido pela sua função catabóli-
ca, ele exerce um papel importante no equilíbrio eletrolítico e 
no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos e possui 
um potente efeito antiinfl amatório [4].
Relações hormonais perante a idade
A testosterona parece não estar sujeito a sofrer mudanças em 
sua concentração basal, até aproximadamente os 10 anos de idade, 
em que sua concentração se encontra por volta de 0,3(nmol/L), Já 
no começo da puberdade próximo aos 13 anos de idade, a testos-
terona tem um aumento signifi cativo chegando a valores médios 
de 3,16(nmol/L), e na puberdade propriamente dita, entre 13 e 
14 anos a concentração de testosterona alcança valores médios 
de 12(nmol/L) [5]. Aos 14 anos de idade os garotos apresentam 
valores de cortisol e testosterona iguais a homens adultos saudáveis 
[6]. Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição nas concen-
trações isoladas de testosterona livre e total. Após ]os 50 anos, a 
concentração sérica de testosterona apresenta diminuição de 1%ao 
ano [7]. Por outro lado, os níveis de cortisol tende a aumentar 
com o envelhecimento de mulheres, mas não necessariamente de 
homens, aumentando também o catabolismo muscular [8].
A redução nos níveis de testosterona livre e total está di-
retamente relacionada ao hipogonadismo, em homens com 
idade superior aos 50 anos [9]. 
Comportamento dos hormônios perante o exer-
cício físico e a alimentação
A alimentação associada ao treinamento de força parece 
promover mudanças nas concentrações hormonais. Kra-
emer et al. [10] verifi caram que com a suplementação de 
carboidrato e proteína duas horas antes e imediatamente 
após o exercício favorecem a redução dos níveis de cortisol e 
testosterona sanguíneo após aproximadamente 15 minutos 
ao fi nal do treinamento. Por outro lado, os níveis de insulina 
aumentam consideravelmente após este período. Da mesma 
forma, Bloomer et al. [11] verifi caram esta mesma relação 
da insulina com a testosterona, quando os grupos ingeriram 
uma refeição completa (carboidrato, gordura e proteína) 
ou somente uma bebida rica em carboidratos, ou somente 
uma suplementação constituída de proteína e carboidrato, 
imediatamente, 2 e 4 horas após a sessão de treinamento. O 
grupo que não ingeriu nenhum tipo de alimento manteve 
os níveis de testosterona altos, proporcionando uma ótima 
relação testosterona/cortisol. 
Apesar do pequeno número de estudos revisados, esses 
dois hormônios (insulina e testosterona) parece agirem in-
versamente, pois quando um hormônio está em pico o outro 
está em baixa concentração na corrente sanguínea. Portanto, 
nestas condições, a presença da insulina parece ter maior 
importância para o anabolismo muscular, pois assim como a 
testosterona a insulina também é um hormônio anabólico e, 
além disso, a síntese muscular só ocorre perante a presença 
de açucares e principalmente de proteínas.
Uma estratégia bastante interessante para controlar os 
níveis de cortisol em baixas concentrações durante o estado 
de repouso por até 24 horas após exercício de força, parece 
ser a suplementação de acido ascórbico (1000mg) antes do 
treinamento. Conseqüentemente proporcionando uma dimi-
nuição do catabolismo protéico em repouso. 
Relações hormonais perante o exercício físico e o 
ritmo circadiano
As concentrações sanguíneas de testosterona podem sofrer 
grandes alterações durante as horas do dia, como mostra a 
maioria dos estudos revisados por [12,10].
As concentrações sanguíneas de testosterona têm seu pico 
por volta de 6:00h as 8:00h da manhã e sofre um declínio de 
até 35% durante o dia, antes de começar a aumentar nova-
mente pelo meio da noite [13]. Porém, um treinamento de 
força intenso, realizado pelo fi nal da tarde parece diminuir 
os níveis de (LH) em até 24% durante o período da noite, 
conseqüentemente diminuindo a produção de testosterona 
livre e total durante esse período [14].
Assim como a testosterona, o cortisol também parece se 
alterar durante as horas do dia, apresentando seu pico pelas 
primeiras horas da manhã. Logo ao despertar seus níveis 
vão declinando progressivamente ao longo do dia, fi cando 
bastante baixos durante a noite [15]. 
Um estudo realizado com sessões de treinamento de força, 
pelo período da manhã, demonstrou queda signifi cativa na 
concentração dos níveis de testosterona após os exercícios, mas 
quando os mesmos atletas realizaram o mesmo treinamento 
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no período da tarde, as concentrações nos níveis de testos-
terona aumentaram signifi cativamente [13]. Por outro lado, 
as menores concentrações alcançadas de cortisol, após uma 
sessão de exercícios de força, foram por volta das 17:00 horas, 
comparado com outros dois horários distintos de treinamento 
(7:00 e 24:00horas) [15]. 
Desta forma pressupõe-se que o melhor horário para o 
treinamento de força seja pelo fi nal da tarde e inicio da noi-
te, onde os níveis de cortisol aumentam em menor grau e a 
testosterona em maior grau, proporcionando um bom estado 
para o anabolismo muscular .
Porém, independentemente do ritmo circadiano dos 
hormônios testosterona e cortisol, Souissi et al. [16] destaca 
em seu estudo que os melhores resultados encontrados para a 
potência anaeróbia e picos de força máxima estão diretamente 
relacionados ao horário de treino com o horário de avaliação 
(testes) da capacidade física treinada. Se o treinamento é feito 
no período da manhã os resultados das avaliações (testes) 
serão melhores apresentados no período da manhã, quando 
comparados com avaliações realizadas pelo período da tarde, 
e vice-versa. Por esse motivo os atletas ou preparadores físicos 
devem planejar o treinamento de acordo com o horário de 
competição. 
Repostas hormonais agudas ao exercício aeróbio
As respostas hormonais imediatamente após os exercícios 
aeróbicos podem variar de acordo com o grau de treinamento dos 
indivíduos, da intensidade, e principalmente da duração do exer-
cício. Jürimäe et al [17] não verifi caram mudanças signifi cativas 
nos níveis de testosterona e cortisol em remadores profi ssionais, 
após remarem, a 77% do limiar anaeróbio, por aproximadamente 
2 horas. Por outro lado, corredores de elite acostumados a correr 
70km por semana mostraram signifi cativas reduções nos níveis 
de testosterona e testosterona livre após um teste aeróbio pro-
gressivo até o limiar anaeróbio, quando comparado a indivíduos 
não treinados submetidos ao mesmo teste [18]. Entretanto, os 
níveis de cortisol tendem a sofrer maiores aumentos em homens 
não treinados quando comparados a corredores. Além disso, a 
dissipação do cortisol ocorre mais lentamente nos indivíduos 
não treinados, após o exercício [19].
Segundo Jacks et al. os níveis de cortisol, verifi cado através 
da saliva só aumentam signifi cativamente após 59 minutos 
de atividade aeróbia em bicicleta ergométrica, apenas com 
intensidades altas (76% do pico de VO2).
Em indivíduos não treinados a testosterona pode sofrer au-
mentos signifi cativos com apenas 15 a 20 minutos de exercício 
aeróbio moderado [20]. Assim como os não treinados, homens 
previamente treinados acostumados a correr 16km por semana, 
tendem a sofrer aumentos signifi cativos nos níveis de testos-
terona imediatamente após 30 minutos de corrida a 80% do 
VO2máx [21]. Da mesma forma Cositt at al. [22] verifi caram, 
em mulheres previamente treinadas, aumentos signifi cativos de 
testosterona, mas não de cortisol, após 40 minutos de corrida 
a 75% da freqüência cardíaca máxima, porém não houve 
mudanças signifi cativas de testosterona e cortisol quando as 
mesmas foram submetidas a treinamento de força.
Apesar dos diferentes resultados encontrados, certamente 
pelos diferentes protocolos utilizados em cada um dos estudos, 
os aumentos tanto de testosterona quanto de cortisol parecem 
ser mais evidentes em indivíduos não treinados ou previamente 
treinados, principalmente quando o esforço for intenso.
Respostas hormonais crônicas ao exercício aeróbio 
Chatard et al. [23] analisou as concentrações basais de 
cortisol e DHEA antes de cada uma das 68 competições de 
uma ”temporada”, durante 37semanas de treinamento de 
natação, constatando um aumento nos níveis de cortisol, mas 
não de DHEA conforme progredia o volume de treinamento, 
porém os níveis de cortisol não declinaram na fase de baixo 
volume (polimento). Para manter os níveis basais de cortisol 
reduzido durante uma temporada de natação, Filho et al. [24] 
utilizaram uma técnica de relaxamento progressivo, duas vezes 
na semana em sessões de 20 a 30 minutos. Os resultados foram 
bem signifi cativos quando comparado ao grupo controle. 
Segundo Mcardle et al. [20] atletas profi ssionais que cor-
rem em média 64km semanais apresentam reduzidos níveis 
de testosterona em repouso, quando comparados a homens 
não corredores da mesma faixa etária. Por outro lado, com-
parações feitas com corredores de altíssimo volume semanal 
(94km), alto volume semanal (80km) e não corredores todos 
com a mesma faixa etária, não demonstraram diferenças 
signifi cativas nos níveis de testosterona total e testosterona 
livre em repouso. Da mesma forma, Kraemer et al. [25] não 
encontraram mudanças signifi cativas na concentração de 
testosterona após 12 semanas de treinamento aeróbio, mas a 
concentração de cortisol aumentou signifi cativamente após a 
quarta semana, declinando após a oitava semana e voltando a 
aumentar após a décima segunda semana. Porém, um estímulo 
de alta intensidade e alto volume parece reduzir os níveis basais 
de testosterona e cortisol. É o que demonstrou o estudo de 
Garcia et al. [26] realizado após 3 semanas de competição de 
ciclismo onde foi percorrido um total de 3781km. 
Embora existam controvérsias entre os estudos, o que 
parece evidente é que os níveis basais de testosterona não 
tendem a aumentar em repouso com o treinamento aeróbio 
em longo prazo. Já os níveis basais de cortisol tendem a oscilar 
mais em respostas agudas ao treinamento aeróbio, ora estando 
em altas concentrações ora em baixa. 
Respostas hormonais agudas ao treinamento de 
força
Uma única sessão de exercícios de força tem demonstrado 
signifi cativos aumentos na concentração de testosterona e 
cortisol após uma sessão de treinamento para homens [27,28, 
10,29] e mulheres [27,30].
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Segundo Hanson et al. [31] os aumentos agudos de testos-
terona proporcionados pelo treinamento de força, apresentam
fortes correlações com o aumento da força isométrica, mas 
não da força máxima.
 Os níveis de testosterona parecem ser potencializados com 
métodos de cargas máximas (90 a 100% de 1RM), envolvendo 
grandes grupamentos musculares e longos períodos de descanso (3 
min) entre as séries [32-34]. Assim como a testosterona, os níveis 
de cortisol são potencializados com cargas sub-máximas (60% 
a75% de 1RM) e períodos curtos de descansos (1min) [35,34]. 
O número de séries, assim como o número de repetições 
empregado dentro de uma sessão de treinamento, parece exercer 
maior infl uência sobre as concentrações sanguíneas de cortisol a 
de testosterona, pois quanto maior o número de séries e repeti-
ções, maiores quantidades de cortisol será produzido pelo orga-
nismo sendo que os níveis de testosterona pouco se alteram em 
relação ao número de séries e repetições [35]. Da mesma forma 
Ostrowski et al. [36] relatam que um grande número de séries 
(12 séries: 4séries de supino reto, 4séries de supino declinado 
e 4 séries de supino inclinado) para o mesmo grupo muscular, 
dentro de uma mesma sessão de treinamento, pode proporcionar 
uma troca na relação testosterona/cortisol. Por outro lado, apenas 
1 série por grupamento muscular não é tão efi ciente quanto 3 
séries, para estimular o aumento da relação testosterona/cortisol, 
imediatamente após a sessão de treinamento [28].
Um treinamento de volume balanceado com alta intensi-
dade parece ser a melhor estratégia para potencializar os níveis 
de testosterona e possivelmente diminuir os níveis de cortisol, 
imediatamente após o exercício. Porém, Fry et al. [37] não 
descartam a importância do alto volume de treinamento no 
inicio da preparação, tanto para atletas iniciantes como para 
atletas experientes. 
Em contradição, existem estudos na literatura no qual o 
treinamento de força não proporcionou mudanças na con-
centração de testosterona após a sessão de treino tanto em 
homens [33,14] como em mulheres [38,34]. 
Os resultados parecem ser confl itantes, pois os estudos 
apresentam diferentes metodologias principalmente envolven-
do diferentes intensidades, que na maioria dos estudos não 
são máximas, possivelmente não proporcionando mudanças 
signifi cativas nos níveis hormonais. Além disso, deve ser levada 
em consideração a variação fi siológica relativa à dieta, ritmos 
biológicos, estresse, doenças não endócrinas, problemas de co-
leta de amostras e interferências metodológicas que podem ser 
de várias origens e incluem anticorpos heterófi los, anticorpos 
endógenos anti-hormonais, entre outros [39]. 
Respostas hormonais crônicas ao treinamento de 
força
Pesquisas vêem demonstrando que os níveis basais de 
testosterona e cortisol parecem não se alterar em homens 
jovens com pouca experiência com treinamento de força 
[27,20,40,31], homens idosos [41] e mulheres idosas [42,43]. 
Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado um fator 
favorável para o anabolismo muscular mesmo sem ocorrer 
aumentos nos níveis basais de testosterona, através da queda 
nos níveis basais de cortisol sanguíneo em homens jovens [28] 
idosos [44,45] e mulheres jovens [38], após a aderência ao 
treinamento de força de no mínimo 8 semanas. 
Embora Kraemer et al. [25] não tenham encontrado mu-
danças nos níveis basais de testosterona com um treinamento 
de força, ocorreram acréscimos signifi cativos de testosterona 
com treinamento aeróbio associado com de força após 12 
semanas, mas negativamente o cortisol também teve um 
grande acréscimo.
Porém, Kraemer et al. [45] verifi caram que 10 semanas de 
treinamento de força parece proporcionar aumentos basais sig-
nifi cativos de testosterona livre para homens de meia idade, com 
pouca experiência em treinamento de força, havendo também 
um pequeno decréscimo de cortisol. Da mesma forma, em outro 
artigo, os investigadores encontraram aumentos signifi cativos de 
testosterona após 12 semanas de treinamento de força, usando um 
programa em circuito de baixo volume e um outro periodizado de 
alto volume, sendo que os níveis de testosterona continuaram a 
aumentar por mais 12 semanas, apenas para o grupo periodizado 
(Fig 1), sendo que no grupo circuito os níveis de cortisol não se 
alteraram em nenhum momento e no grupo periodizado teve um 
decréscimo progressivo de cortisol durante as 24 semanas (Fig.2), 
proporcionando uma ótima relação testosterona/cortisol. 
Figura 1 - Concentrações basais de testosterona durante 24 semanas 
de treinamento de força.
 Controle Circuito Periodizado
 Pré-Treino. 12 semanas. 24 semanas. 
Figura 2- Efeitos do treinamento circuito e periodizado, nas 
concentrações basais de testosterona em mulheres jovens.*P<0,05 
corresponde ao pré-treino. #P<0,05corresponde a 12semanas. @
P<0,05 corresponde à diferença entre os grupos. Adaptado de 
(MARX, et.al. 2001).
 Controle Circuito Periodizado
 Pré-Treino. 12 semanas. 24 semanas. 
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Tsolakis et al. [46] também encontraram aumentos basais 
signifi cativos nas concentrações sanguíneos de testosterona em 
garotos de 11 a 14 anos de idade após 2 meses de treinamento. 
E surpreendentemente os níveis de testosterona alcançados 
não diminuíram com mais 2 meses de destreino, quando 
comparado ao grupo controle.
Segundo Fry at al. [37] duas semanas de treinamento de alta 
intensidade (100% de 1RM) realizado por 6 dias na semana 
não alteram os níveis basais de testosterona proporcionando 
aumentos apenas imediatamente após o treino, mas esse tipo de 
treinamento proporcionou uma intensidade de 11% da força 
máxima caracterizando overtraining. Por este motivo, Bompa 
[47] limita o treinamento de força máxima em 3 sessões sema-
nais, por no máximo nove semanas consecutivas e com poucas 
sessões diárias de treinamento de força máxima, admitindo 
desta forma signifi cativos aumentos na produção natural de 
testosterona, conseqüentemente aumentando os níveis de força. 
É o que demonstra, também, o estudo feito por Fry et al. [37] 
com levantadores de peso de elite e amadores. Inicialmente os 
atletas realizavam de 3 a 4 sessões por dia de treinamento de 
força máxima, vindo a realizar posteriormente 1 a 2 sessões por 
dia, aumentando signifi cativamente os níveis de testosterona 
em relação ao cortisol, e, além disso, os atletas de elite tiveram 
uma grande relação com desempenho na competição após 
reduzirem o volume de treinamento.
A periodização do treinamento de força parece ser funda-
mental na modulação dos níveis hormonais, e conseqüente-
mente, na potencialização da força muscular. 
Conclusão
As mudanças nos níveis de testosterona e cortisol induzidas 
pelo exercício físico ainda não estão bem esclarecidas; pois, as 
diversas interações (hora do dia, alimentação, tipo de exercício, 
estado de treinamento do indivíduo, idade, estado emocional, 
sexo etc.) que envolve o treinamento físico, difi cultam o enten-
dimento das respostas hormonais perante o exercício físico. De 
qualquer modo, a testosterona parece aumentar após sessões 
curtas e intensas de treinamento, principalmente de força, 
assim como o cortisol parece aumentar com sessões longas e 
intensas de treinamento, principalmente aeróbio. Além disso, 
programas periodizados de treinamento de força parecem ser a 
melhor estratégia para aumentar os níveis basais de testosterona 
e diminuir os níveis basais de cortisol, proporcionando, assim, 
um estado anabólico favorável em repouso. Em todo os caso 
novos estudos devem ser realizados, considerando principal-
mente populações idosas, que difi cilmente sofrem alterações 
hormonais perante o exercício físico e o aumento da massa 
muscular raramente é signifi cativo.
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200662
Estudo de caso
O treinamento de resistência com pesos em circuito 
de intensidade moderada melhora a capacidade 
cardiorrespiratória e diminui gordura corporal
Resistance training at moderate intensity on the cardio-respiratory 
capacity and body composition
Roberto Pacheco da Silva*, Antonio Coppi Navarro*
*Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho – Fisiologia do Exercício: Prescrição de Exercício
Resumo
Verificou-se a influência do treinamento de resistência de 
intensidade moderada na capacidade cardiorrespiratória e gordura 
corporal. O estudo contou com 2 participantes do sexo feminino, 
que realizaram exercícios em musculação durante o período de 8 
semanas. A condição aeróbia dos sujeitos foi aferida pelo teste do 
Queen´s College. A composição corporal foi avaliada pelo protocolo 
de Penroe, Nelson e Fisher. Para a dosagem das cargas de treina-
mento utilizou-se do teste de repetições, sendo estes comparados à 
tabela de percentual de intensidade. Os testes foram repetidos antes 
do treinamento e após 4 e 8 semanas e comparados por estatística 
descritiva. Houve diminuição do peso corporal total de 1,1Kg 
(1,56%) e 4,40 Kg (4,17%) para os sujeitos A e B, respectivamente; 
diminuição do percentual de gordura de 2,1% e 3,17%; diminuição 
da massa gorda de 1,75 kg (7,46%) e 5,74 Kg (9,42%) e diminuição 
de Índice de Massa Corporal de 0,41 Kg/m2 (1,55%) e 1,72 Kg/m2 
(4,18%). Observou-se igualmente melhora na capacidade cardior-
respiratória (sujeitos A e B): aumento em VO2 Máximo Absoluto 
de 0,1 l/min (3,48%) e 0,19 l/min (5,49%) e aumento em VO2 
Máximo Relativo de 2,64 ml/Kg/min (6,43%) e 3,26 ml/Kg/min 
(9,87%). Conclui-se que o treinamento com pesos, com intensidade 
moderada, pode diminuir a massa gorda e melhorar a capacidade 
aeróbia dos praticantes.
Palavras-chave: treinamento, treinamento de resistência, Vo2, 
emagrecimento.
Abstract
Th e study observed the infl uence of resistance training at 
moderate intensity on the cardio-respiratory capacity and body 
composition. Two subjects performed resistance exercise progra-
ms during 8 weeks. Th e aerobic capacity was measured by the 
Queen´s College Test and the body composition by the Penroe, 
Nelson and Fisher protocol. Th e training workload was defi ned 
by tests of maximum repetition. Th e tests were repeated at base-
line and after 4 and 8 weeks. Th e results showed for subjects A 
and B, respectively: reduction in body weight of 1,1Kg (1.56%) 
and 4.40Kg (4.17%); reduction of body fat of 2.1% and 3.17%; 
reduction of the fat mass of 1.75kg (7.46%) and 5.74Kg (9.42%), 
and reduction of Body Mass Index of 0.41Kg/m2 (1.55%) and 
1,72Kg/m2 (4.18%). Th e absolute VO2max improved 0,1l/min 
(3.48%) and 0,19l/min (5.49%) and the relative VO2max incre-
ased of 2.64ml/Kgmin (6.43%) and 3.26ml/Kgmin (9.87%). In 
conclusion, resistance training can induce improvement in the 
aerobic capacity and body composition
Key-words: training, resistance training, Vo2, reduction.
Recebido em 10 de abril de 2006; aceito em 20 de setembro de 2006.
Endereço para correspondência: Roberto Pacheco da Silva, Rua 20 de Setembro 1104, 94150-010 Gravataí, RS, E-mail: roberto-
fisio@hotmail.com
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63Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Introdução
A baixa aptidão cardiorrespiratória é considerada fator 
de risco para todas as causas que levam a óbito por doenças 
crônico-degenerativas, mas, principalmente por enfermidades 
relacionadas ao sistema cardiovascular [1]. Tal qual a obesida-
de está inclusa nestes fatores de risco para diversas patologias 
como, diabetes mellitus, hipertensão arterial e cardiopatias em 
geral, e devido a isso, têm-se buscado meios para prevenir o 
estabelecimento de tais quadros.
O exercício físico está afi rmado e reconhecido como um 
dos principais mecanismos para prevenção de tais situações, 
que possam vir a afl igir a população, não só pela sua capa-
cidade de combater a obesidade, por inserir aumentos no 
gasto calórico total enquanto sua prática, e assim reduzir a 
massa gorda, mas por gerar diversas adaptações fi siológicas ao 
organismo favoráveis a melhora da saúde. Adaptações estas 
que incluem melhora na capacidade muscular, por ganhos 
de força e resistência, e capacidade cardiorrespiratória dos 
praticantes. 
Diversos são os tipos de exercícios que podem ser pra-
ticados para atingir os mesmos fi ns, e tão grande quanto, 
é o número de maneira que o profi ssional da área da saúde 
possui para prescrevê-lo de modo a orientar de maneira 
segura e efi caz. Neste sentido, e neste estudo abordaremos a 
musculação, por possuir métodos de treinamento fáceis de 
serem assimilados e seguros de serem praticados, além do 
baixo custo de maneira geral. 
Por isso, o presente estudo tem por objetivo quantifi car 
a participação do treinamento de resistência com pesos em 
musculação nos ganhos de capacidade aeróbica (melhora 
no sistema cardiorrespiratório) dos praticantes, e apresentar 
mecanismos através destes, para diminuir a massa gorda total, 
e assim reduzir os fatores de risco para a saúde e melhorar a 
qualidade de vida do praticante desse exercício. 
A estrutura e o funcionamento do sistema car-
diorrespiratório
O sistema cardiorrespiratório é uma combinação de dois 
sistemas fi siológicos distintos e interligados entre si; são eles: 
o sistema respiratório e o sistema cardiovascular. De acordo 
com Powers e Howley [2], o sistema respiratório forma-se por 
um conjunto de estruturas que tem por fi nalidade o transporte 
de ar para dentro dos pulmões.
As trocas gasosas ocorridas no sistema respiratório 
(O2\CO2) são apenas possíveis por uma mecânica muscular 
complexa chamada de Ventilação. A ventilação está dividida 
em duas fases distintas: a fase da inspiração, na qual o ar é 
forçado do ambiente externo para dentro dos pulmões, e 
a fase da expiração, em que o ar por sua vez é ejetado dos 
pulmões para meio. 
Nos estudos de Robergs e Roberts [3], o oxigênio sangü-
íneo é transportado através da ligação com a hemoglobina. 
A hemoglobina é uma proteína encontrada nos eritrócitos
(células vermelhas) e cada molécula tem a capacidade de 
transportar até quatro moléculas de oxigênio. O dióxido 
de carbono (CO2) é transportado no sangue sob a forma de 
bicarbonato (HCO3
-), advindo do ácido carbônico dissociado 
em HCO3
- + H+.
No músculo esquelético a Mioglobina têm a função de 
transportadora de O2. Esta é uma molécula semelhante à 
hemoglobina, mas possui afi nidade maior ao oxigênio e sua 
curva de dissociação encontra-se em um patamar mais elevado. 
A mioglobina funciona como uma lançadeira intermediária de 
oxigênio para o interior da mitocôndria, sendo encontrada em 
grandes quantidades em fi bras de contração lenta. Os estoques 
de O2 conectados a mioglobina servem como uma espécie de 
reserva de oxigênio ao músculo no período de transição do 
repouso ao exercício, uma vez que leva algum tempo para 
o sistema cardiorrespiratório suprir a demanda de oxigênio 
necessário para a contração muscular [2].
A aptidão cardiorrespiratória e VO
2
A aptidão cardiorrespiratória está relacionada à capacidade 
de realizar um exercício dinâmico de intensidade moderada 
a alta com grandes grupos musculares por longos períodos 
de tempo. A realização desse exercício depende do estado 
funcional dos sistemas respiratório, cardiovascular e muscu-
loesquelético [4].
Segundo ACSM [4], o consumo máximo de oxigênio 
(VO2máx.) é a medida que mensura a aptidão respiratória, sendo 
ela o produto do débito cardíaco pela diferença arteriovenosa 
de oxigênio. Portanto o VO2máx. também expressa a capacidade 
funcional do coração.
Para Lindstedt e Conley [5], o VO2 depende de dois 
fatores: a quantidade usual de mitocôndria e a capilarização 
muscular para transporte. Sendo assim, o resultado fi nal do 
aumento do VO2 é o aumento proporcional da capacidade 
mitocondrial de utilizar O2 e da quantidade de capilares no 
músculo.
Um programa de exercícios regulares produz signifi ca-
tivas adaptações no músculo esquelético tornando evidente 
o aumento de sua capacidade oxidativa. Uma das maiores 
implicações na melhora do volume mitocondrial, através da 
atividade física, para a população sedentária, é a melhora na 
qualidade de vida, por explicitar um aumento em sua inde-
pendência funcional [6].
Segundo Bosco et al. [7], o exercício físico além dos 
benefícios fi siológicos como a melhora da função cardiorres-
piratória possui efeitos benéfi cos a nível psicológico sobre o 
indivíduo, tais como: diminuição do estresse, diminuição do 
tabagismo, etc. Levando assim, a um ganho em qualidade de 
vida total e funcional.
Para Foss apud Bosco et al. [7], afi rma que o exercício 
físico contribui para melhorar a distribuição de oxigê-
nio na relação célula-capilar, em função da redução do 
Fisiologia_v5n1.indb 63Fisiologia_v5n1.indb 63 22/11/2007 18:03:3822/11/2007 18:03:38
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200664
hematócrito (aumento da volemia sangüínea) e elevação 
na plasticidade do eritrócito, ocasionando melhoras na 
circulação sistêmica. 
Um programa de exercícios físicos estruturados e contro-
lados gera ganhos no transporte, captação e utilização de O2 
no sistema cardiovascular [7].
A composição corporal
A obesidade pode ser considerada como o acúmulo de 
tecido gorduroso pelo corpo todo, causado por doenças 
genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutri-
cionais [8].
Além disso, já foi documentado a associação de doenças 
cardiovasculares e distúrbios metabólicos a níveis elevados de 
adiposidade. Entretanto, os estudos têm evidenciado que os 
exercícios físicos regulares, com objetivo de emagrecimento, 
diminuem a massa corporal total e minimizam a chance do 
surgimento de tais doenças [9].
Outro ponto importante para o surgimento de doenças 
metabólicas, também associadas aos níveis de gordura, é o en-
velhecimento. Segundo Ito apud Raso [9], o envelhecimento 
é caracterizado por além da perda da massa corporal magra, 
o aumento da adiposidade.
Com a idade uma grande quantidade de fi bras musculares 
é perdida, isto é defi nido como sarcopenia; e signifi ca uma 
atrofi a muscular. Muitas vezes está relacionada a disfunções 
mitocondriais. A diminuição da capacidade oxidativa do 
músculo pela idade aumenta o número de EROS (espécies 
reativas ao oxigênio), ou seja, radicais livres [6].
Aproximadamente 1–20% do oxigênio captado pela célula 
é transformado em EROS, entretanto, o exercício físico de 
resistência (baixas intensidades e grandes volumes) possui a 
capacidade de aumentar a quantidade e qualidade mitocon-
drial, produzindo assim maior resistência à fadiga [6].
Além disto, Meirelles e Gomes [10] ressaltam que as 
atividades contra resistência têm sido apontadas pelos 
estudos como mecanismo de aumento do gasto energético 
total de um indivíduo. Tanto pelo próprio dispêndio para 
sua realização quanto em seu período de recuperação (efeito 
EPOC).
O treinamento de musculação
Segundo Uchida et al. [11], o músculo esquelético é um 
tecido com capacidade incrivelmente adaptativa aos estímulos 
(estresse) oferecidos pelo treinamento físico. Treinamento que 
concerne em processos contínuos de contrações musculares, 
que perduram por determinados períodos de tempo. Toda 
célula tem a capacidade de adaptar-se, contando que tal es-
tímulo não esteja acima da sua potencialidade adaptativa. E 
isto não é diferente para o treinamento de força, que por sua 
vez, acarreta em mudanças tanto no ambiente interno quanto 
externo da fi bra muscular.
Dentro das variáveis a serem combinadas para prescrição 
do exercício de força podemos citar algumas principais: 
o número de séries, os intervalos, o tipo de exercícios e a 
ordem dos mesmos dentro do treinamento. Sendo estes, 
dispostos em diferentes formas para atingir diferentes re-
sultados [12].
Tais mecanismos podem ser resumidos em duas caracte-
rísticas principais do treinamento em musculação: volume 
e intensidade dos exercícios. Sendo que estas se encontram 
normalmente dispostas de forma inversamente proporcionais 
uma à outra, ou seja, quanto maior uma menor a outra e 
vice-versa. 
Neste sentido o volume de treinamento tem sido apontado 
pela literatura como a variável que acarreta o maior impacto 
sobre o gasto energético durante a realização da atividade, 
enquanto a intensidade de exercício atua diretamente sobre 
o EPOC [10].
De acordo com a lei da especifi cidade, o treinamento de 
resistência muscular e o treinamento contínuo produzem 
adaptações diferentes ao músculo. Porém, um ponto em 
comum que estas distintas modalidades apresentam, ambas 
transformam fi bras do tipo IIb em fi bras do tipo IIa [13].
De acordo com Tanaka e Swensen [13], o treinamento de 
resistência, em sedentários, eleva o limiar de lactato durante 
exercícios de ciclismo. E, em indivíduos sedentários e treina-
dos, exercícios de resistências em separados ou combinados 
com ciclismo ou corrida, melhora a capacidade para realização 
para treinamentos contínuos.
Campos et al. [14] realizou estudo com quatro grupos 
distintos realizando treinamento em musculação; o primeiro 
com poucas repetições e alta carga (3-5 RMs), o segundo com 
moderadas repetições e carga (9-11 RMs), o terceiro com altas 
repetições e baixa carga (20-28 RMs) e o quarto como sendo 
grupo controle. Atingiu como resultados: o grupo com altas 
repetições obteve o melhor ganho em capacidade aeróbica e 
aumento em tempo de exaustão no exercício; todos os grupos 
diminuíram o número de fi bras IIb e aumentaram o número 
de fi bras IIa; o grupo que treinou com altas repetições obteve 
o maior ganho na capacidade aeróbica e elevação no tempo 
de exaustão ao exercício pela melhor adaptação à contrações 
prolongadas à nível submáximo de treinamento.
Jacobs, Nash e Rusinowski [15] comprovaram ganhos 
em capacidade cardiorrespiratória, tempo de exercício
para 
fadiga, força isométrica e força muscular concêntrica e 
excêntrica, em pessoas paraplégicas (lesão medular entre 
T5-L1) após doze semanas de treinamento em circuito, 
com moderadas intensidades, volumes e curtos espaços 
para recuperação.
Materiais e métodos
Sujeitos - Participaram da pesquisa dois sujeitos do sexo 
feminino, conforme respectivos perfi s são apresentados a 
seguir na Tabela I.
Fisiologia_v5n1.indb 64Fisiologia_v5n1.indb 64 22/11/2007 18:03:3822/11/2007 18:03:38
65Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
Tabela I
Sujeito A B
Idade 35 anos 29 anos
Peso 70 Kg 105,30 Kg
Estatura 1,63 metros 1,60 metros
FC Repouso 59 Bpm 83 Bpm
Percentual gordura 33,48% 57,82%
Peso gordo 23,46Kg 60,88Kg
Peso magro 46,57Kg 40,75Kg
IMC 26,4 Kg/m2 41,13 Kg/m2
VO2 Máx Absoluto 2,87 l/min 3,46 l/min
VO2 Máx Relativo 41 ml/Kg/min 33 ml/Kg/min
Ambos sujeitos são moderadamente ativos, onde já vi-
venciavam trabalhos em musculação e estavam familiarizados 
à rotina de exercícios e treinamentos. Ambos não possuem 
restrição médica em relação à atividade física proposta no 
trabalho e não alteraram seus hábitos alimentares. O sujeito 
B, apesar de negativo para doenças cardio-pulmores, até me-
tade do período destinado para a pesquisa era fumante, após 
o primeiro mês de treinamento abandonou o uso do cigarro, 
o que pode ocasionar alteração nos dados; porém, não foi 
possível constatar se tal hipótese é verdadeira.
Materiais e métodos
Após a seleção dos sujeitos participantes da pesquisa foi 
realizado questionamento sobre impedimento médico e 
disposição quanto à adesão ao procedimento a ser efetuado. 
Confi rmado isto, foram feitos testes para avaliação da com-
posição corporal, capacidade aeróbica e força máxima.
A massa corporal e a estatura foram aferidas utilizando-
se de uma balança da marca Welmy, modelo R-110. Para 
identifi cação da composição corporal, utilizou-se o protocolo 
de Penroe, Nelson e Fisher (1985), com o qual foi possível 
aferir o percentual de gordura dos sujeitos avaliados. O IMC 
foi aferido e comparado conforme a tabela de referências do 
American College of Sports Medicine [4]. Para verifi cação 
de VO2 Máx, utilizou-se o Protocolo do Queen College, de 
McArdle et al., (1981) – Teste do Degrau; que de acordo com 
o estudo realizado por Sousa e Pellegrinotti [16], é válido 
e pode predizer com fi dedignidade o VO2 Máximo como 
servindo de parâmetro da avaliação cardiorrespiratória na 
ergometria.
Para mensurar a força máxima dos indivíduos e, assim, 
projetar a intensidade de treinamento, foi utilizado o teste 
de repetições máximas e comparadas à tabela de referência 
percentual conforme exposto por Uchida et al.[11], para 
assim delimitar carga máxima proporcional de 1 RM. Para 
tal foram testados os seguintes exercícios: supino, puxada 
pela frente, leg-press, extensão de joelhos, fl exão de joelhos 
e rosca direta. Os testes e treinamentos foram realizados em 
maquinário próprio para atividades físicas em musculação da 
marca World Sculptor, linha Active Line.
De acordo com as recomendações de Bean [17], os trei-
namentos em circuito e séries intervaladas em geral são ideais 
para pessoas que tem por fi nalidade aumentar o tônus mus-
cular e melhorar a força de todos os músculos. São exercícios 
em que se realizam séries ininterruptamente deixando pouco 
ou nenhum tempo de intervalo entre eles, arranjado de forma 
a trabalhar diferentes grupos musculares consecutivamente, 
permitindo que se mantenha o treino continuamente sem 
fadigar um grupo muscular específi co, estimulando mais a 
resistência do que a força muscular.
Dias et al. [18], em estudos com homens e mulheres sau-
dáveis e moderadamente ativas, passando por treinamentos 
em musculação, realizando dez exercícios na freqüência de três 
vezes semanais, durante oito semanas, comprovou aumento 
de força muscular e aumento no somatório total das cargas 
levantadas. Neste mesmo estudo, pode-se observar que, apesar 
de os dois grupos apresentarem melhoras, as mulheres obtive-
ram ganhos mais signifi cativos ao longo do período.
Com base nestes dados, o período de treinamento do 
presente estudo constou com o total de oito semanas de 
duração.
Os sujeitos foram avaliados ao início (0 semanas), no 
meio (4 semanas) e ao fi nal do período de treinamento (8 
semanas). 
O treinamento foi desenvolvido de acordo com a seguinte 
planifi cação: 
Mesociclo I: 13/03/06 - 07/04/06
Microciclo I – Introdutório: (13/03/06 – 25/03/06) - Trei-
namento em circuito, 4 exercícios por estação; Intensidade de 
treino: 15 RMS (65% - 1 RM); FC média: 60 – 65% da má-
xima. Microciclo II – Condicionante: (27/03/06 – 31/03/06) 
- Séries em Bi-Set intervalado ativamente; Intensidade de 
treino: 15 RMS (65% - 1 RM); FC média: 70 – 80% da má-
xima. Microciclo III – Choque: (03/04/06 – 07/04/06) - Série 
em circuito, 5 exercícios por estação; Intensidade de treino: 
10 RMS (75% de 1 RM); FC média: >80% da máxima.
Mesociclo II: 10/04/06 – 06/05/06
Microciclo I – Regenerativo: (10/04/06 – 14/04/06) - Trei-
namento com intervalo ativo, Bi-set agonista e antagonista; 
Intensidade de treino: 15 RMS (65% de 1 RM); FC média: 60 
– 65% da máxima. Microciclo II – Condicionante: (17/04/06 
– 28/04/06) - Séries em Tri-Set, alternado por grupo muscu-
lar, intervalado ativamente; Intensidade de treino: 15 RMS 
(65% - 1 RM); FC média: 70 – 80% da máxima. Microciclo 
III – Choque: (01/05/06 – 06/05/06) - Série em circuito, 5 
exercícios por estação; Intensidade de treino: 10 RMS (67 
– 75% de 1 RM); FC média: >80% da máxima.
Para calcular a freqüência dos treinamentos cardíaca 
utilizou-se a fórmula de Karvonen et al., (1957). O monito-
ramento cardíaco, tanto nos testes quanto durante os treinos 
foram feitos utilizando-se de monitor cardíaco marca Oregon, 
modelo HR 102.
Fisiologia_v5n1.indb 65Fisiologia_v5n1.indb 65 22/11/2007 18:03:3822/11/2007 18:03:38
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200666
A cada sessão de treino os sujeitos realizavam dez minutos 
de caminhada em esteira para aquecimento geral, em freqü-
ência cardíaca abaixo de 60% da máxima prevista.
O sujeito A realizou exercícios na freqüência semanal de 
três vezes, enquanto o sujeito B realizou exercícios quatro 
vezes semanais.
Resultados
Na Tabela II e III, encontra-se o acompanhamento avalia-
tivo para sujeitos A e B ao longo do período de treinamento. 
Avaliação 1 (Início do macrociclo), Avaliação 2 (4 semanas), 
Avaliação 3 (fi nal do macrociclo – 8 semanas).
Tabela II
Sujeito A Avaliação 1 Avaliação 2 Avaliação 3
Peso 70,20 69,50 69,10
% Gordura 33,48 32,64 31,38
Peso gordo 23,43 22,68 21,68
IMC 26,41 26,22 26,00
VO2 Absoluto 2,87 2,95 2,97
VO2 Relativo 41,00 42,16 43,64
Tabela III
Sujeito B Avaliação 1 Avaliação 2 Avaliação 3
Peso 105,30 101,90 100,90
% Gordura 57,82 55,86 54,65
Peso gordo 60,88 56,92 55,14
IMC 41,13 39,80 39,41
VO2 Absoluto 3,46 3,54 3,65
VO2 Relativo 33,00 34,78 36,26
Nas Tabelas II e III podemos observar como evolui o 
quadro geral dos sujeitos do estudo em relação aos parâmetros 
avaliados: peso (em Kg), % gordura, peso gordo (em Kg), 
IMC (Índice de Massa Corporal – em Kg/m2), Vo2 Absoluto 
(em ml/min) e Vo2 Relativo (em ml/Kg/min).
Tabela IV – Desvios do peso para sujeitos A e B.
Sujeito A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
Peso 0,7 (0,99%) 0,4 (0,57%) 1,1 (1,56%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
Peso 3,40 (3,2%) 1,0 (0,98%) 4,40 (4,17%)
Tabela V – Desvios do percentual de gordura para sujeitos A e B.
Sujeito A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
% Gordura 0,84 (2,5%) 1,26 (0,79%) 2,1 (6,27%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
% Gordura 1,96 (3,38%) 1,21 (2,16%) 3,17 (5,48%)
Tabela VI – Desvios do peso gordo para sujeitos A e B.
Sujeito
A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
Peso Gordo 0,75 (3,20%) 1,00 (4,40%) 1,75 (7,46%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
Peso Gordo 3,96 (6,5%) 1,78 (3,12%) 5,74 (9,42%)
Tabela VII - Desvios do IMC para sujeitos A e B.
Sujeito A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
IMC 0,19 (0,71%) 0,22 (0,83%) 0,41 (1,55%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
IMC 1,33 (3,23%) 0,39 (0,97%) 1,72 (4,18%)
Tabela VIII - Desvios do VO2 absoluto para sujeitos A e B.
Sujeito A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
VO2 Absoluto 0,08 (2,98%) 0,02 (0,67%) 0,1 (3,48%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
VO2 Absoluto 0,08 (2,31%) 0,11 (3,10%) 0,19 (5,49%)
Tabela IX - Desvios do VO2 relativo para sujeitos A e B.
Sujeito A Avaliação 2 Avaliação 3 Total
VO2 Relativo 1,116 (2,82%) 1,48 (2,79%) 2,64 (6,43%)
Sujeito B Avaliação 2 Avaliação 3 Total
VO2 Relativo 1,78 (5,39%) 1,48 (4,25%) 3,26 (9,87%)
Discussão 
Diversos estudos têm apontado o exercício como um dos 
fatores principais para aquisição e manutenção da saúde, 
prevenindo doenças, utilizado nos tratamentos de reabilitação 
e melhoria na performance de atletas e praticantes de ativida-
des físicas. Corroboram com esta idéia [6,7] em seus estudos 
sobre os efeitos fi siológicos no sistema cardiorrespiratório e 
adaptações musculares em praticantes de exercícios físicos.
Meirelles e Gomes [10] relatam que o exercício é um real 
potencializador do gasto energético tanto pelo seu consumo 
durante a prática quanto pelo efeito EPOC. Confi rmando 
o que Hauser, Benetti e Rebelo [19] explanam em seus 
estudos realizados com homens e mulheres, que o exercício 
com pesos aumentam efetivamente o gasto calórico total e 
ajudam na redução do percentual de gordura. Neste sentido 
temos a Position Stand do ACSM [20], no qual refere que 
a intensidade do exercício infl ui na magnitude da mudança 
no sistema cardiorrespiratório, e que treinos de resistência são 
indicados para emagrecimento, pois aumentam massa magra 
e potencializam perda de massa gorda.
O presente estudo estratifi cou mudanças na morfologia 
corporal dos participantes, expondo mudanças na redução 
do peso corporal total, redução no IMC, diminuição no 
percentual de gordura e no peso bruto da gordura. Estes 
dados vêm a confi rmar as evidências expostas por Winett e 
Carpinelli [21] que registram que exercícios físicos reduzem 
o risco de doença relacionadas à obesidade central (gordura 
visceral). Ross et al. apud Winett e Carpinelli [21], relata 
40% na redução na gordura visceral em jovens obesos que 
seguiram dieta com restrição calórica e pequeno volume de 
exercícios de resistência.
Brasil et al. [22] apontam em seus estudos que o treina-
mento físico contra resistência apresenta benefícios em relação 
à composição corporal e a potência muscular em pessoas 
defi cientes de GH (hormônio do crescimento). Estudo este 
Fisiologia_v5n1.indb 66Fisiologia_v5n1.indb 66 22/11/2007 18:03:3822/11/2007 18:03:38
67Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
realizado com 11 pacientes defi citários de GH aumentaram a 
potência muscular e diminuíram somatório de dobras cutâne-
as após 12 semanas de treinamento. Neste mesmo parâmetro, 
encontramos os estudos de Tanaka e Swensen [13] Campos 
et al. [14] os quais encontraram mudanças em fi bras muscu-
lares do tipo IIb para IIa após treinamento com resistências 
variadas, e comprovando que estas mesmas intensidades, 
elevam limiar de lactato e melhoram capacidade aeróbica em 
atletas de corrida e ciclismo. Resultados estes semelhantes aos 
encontrados por Jacobs, Nash e Rusinowski [15] os quais 
explanaram seus trabalhos com paraplégicos.
Jung [23] afi rma que o limiar de lactato é aumentado em 
corredores destreinados, e; em corredores treinados é acres-
cido em torno de 8% de economia para corrida (maratonas 
e ultramaratonas). Devem-se isto à ativação neuromuscular 
e redução no tempo de contato com o solo promovido pelo 
treinamento resistido com pesos.
Os resultados deste estudo expressam melhoras, tanto em 
Vo2 Máximo absoluto quanto em Vo2 Máximo relativo, após 8 
semanas de treinamento. Portanto, vem evidenciar e acrescen-
tar à literatura apresentada, que o treinamento de resistência 
com pesos em musculação pode ser um mecanismo válido para 
aumentar a capacidade aeróbica de indivíduos destreinados e 
também para a diminuição do peso corporal total, peso gor-
do, percentual de gordura e IMC; quanto para aumento dos 
níveis de VO2 Absoluto e VO2 Relativo no pós-treinamento. 
Mostrando assim que o treinamento circuitado de moderada 
intensidade é efetivo para a melhora da capacidade cardior-
respiratória e diminuição da gordura corporal.
Conclusão
De acordo com a literatura apresentada e os dados deste 
estudo, podemos concluir que o treinamento de resistência 
com pesos em musculação é um procedimento efi caz para 
gerar ganhos na capacidade aeróbica dos praticantes, assim 
como reduzir a gordura corporal dos mesmos. 
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Fisiologia_v5n1.indb 67Fisiologia_v5n1.indb 67 22/11/2007 18:03:3922/11/2007 18:03:39
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200668
Resumos
Anais do IV Workshop em Fisiologia do Exercício – 
UFSCar
I Congresso Paulista da Sociedade Brasileira 
de Fisiologia do Exercício
18-20 de Novembro de 2005
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Comissão Organizadora:
Prof. Dr. Sérgio Perez
Prof. Dr. Vilmar Baldissera
Presidente da Associação Brasileira de Fisiologia do Exercício
Prof. Dr. Paulo Sérgio Chagas Gomes
Correlação da circunferência de coxas 
com força máxima isométrica unilateral 
em extensão de joelhos: estudo 
realizado em estudantes universitários 
Silva AS*, Periera AH*, Vicente J**, Moreno DM*, Nunes 
EMC**, Silva MM***,
 
Francisco RE****, Souza DP***, 
Gonçalves WHF - Barbosa, CA
*Alunos do curso de bacharelado das Faculdades Integradas 
de Bauru, Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício 
Resistido (GEPER), **Alunos do curso de bacharelado 
das Faculdades Integradas de Bauru, ***Alunos do curso 
de bacharelado das Faculdades Integradas de Bauru. 
Laboratório de Exercício Resistido, (LABER) FIB, Grupo 
de Estudo e Pesquisa em Exercício Resistido (GEPER), 
****Alunos do curso de bacharelado das Faculdades 
Integradas de Bauru, Centro de Estudo e Pesquisa em 
Atividade Física (CEPAF) FIB
 
Os músculos são inervados por nervo motor, o qual é constituído 
com grande número de fi bras nervosas originárias isoladamente de 
células nervosas da medula espinhal. Quando uma série de estímu-
los consecutivos atua sobre o músculo com uma freqüência que 
não permite o seu relaxamento entre as pausas, ocorre o fenômeno 
denominado tétano. A força é estabelecida principalmente pela 
superfície de secção transversa, pelo tipo de fi bra muscular, assim 
como, pelo dispositivo mecânico do osso e do músculo. O objetivo 
deste estudo foi de comparar a força muscular máxima isométrica 
unilateral da extensão de joelhos. A amostra foi composta por 10 
indivíduos saudáveis, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 35 
anos, universitários das Faculdades Integradas de Bauru. Foi realizado 
um teste isométrico máximo de extensão do joelho esquerdo e direito. 
A força foi aferida através de dinamômetro digital, modelo Force 
Gauge FG-100KG-RS232, da marca Digital Instruments. O teste 
foi realizado em uma mesa, em que o avaliado estava sentado com 
as coxas sem apoio, em um ângulo de 90º. Os sujeitos executaram 
sua força máxima em extensão por 6 segundos. A média de força da 
coxa direita do sexo masculino foi de 41,18 kg e da coxa esquerda 
39,78 kg e a média de circunferência foram de 57,20 cm e 56,80 cm, 
respectivamente. Já do sexo feminino a coxa direita foi de 22,07 kg 
e a esquerda foi de 22,18 kg, com média de circunferência de 52,10 
cm para a direita e 51,60 para esquerda. Os resultados revelaram 
que nos homens existe uma relação favorável para força no membro 
de maior circunferência. Entretanto, para as mulheres os resultados 
foram contrários, mas insignifi cantes, comparados a valores absolutos. 
Um número maior de sujeitos seriam necessários para avaliar os reais 
valores correspondentes a força isométrica máxima, quando compa-
rados com a circunferência. 
Aspectos da força muscular isométrica 
na extensão de joelhos em diferentes 
ângulos
Pinheiro A**, Marola AJ **, Arias FR**, Rangel F**, 
Reihner M**, André R**, Gobbi T, Barbosa CA***
*Aluno do Curso de Bacharelado das Faculdades Integradas 
de Bauru, Grupo de Estudo e Pesquisa em Exercício 
Resistido (GEPER), **Alunos do Curso de Bacharelado 
Fisiologia_v5n1.indb 68Fisiologia_v5n1.indb 68 22/11/2007 18:03:3922/11/2007 18:03:39
69Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
das Faculdades Integradas de Bauru, ***Laboratório de 
Exercício Resistido, (LABER) - FIB, Centro de estudo e 
Pesquisa em Atividade Física (CEPAF) - FIB, Grupo de Estudo 
e Pesquisa em Exercício Resistido (GEPER) 
 
A força muscular pode ser defi nida como a quantidade máxima 
de força que um músculo ou um grupo muscular pode gerar em vá-
rios ângulos. O fator preponderante para a graduação dos parâmetros 
de força é a variação da quantidade de unidades motoras empregadas. 
A “coordenação” desempenha enorme infl uência no desenvolvimen-
to de força. A graduação da força muscular, exercer uma contração 
sincrônica com a participação de um número reduzido de fi bras mus-
culares. O objetivo do presente estudo foi revelar quais as diferenças 
de força isométrica máxima na extensão de joelhos em 90º, 60º e 
30º. A pesquisa foi realizada nas Faculdades Integradas de Bauru 
(FIB), no Laboratório de Exercício Resistido, com 10 voluntários, 
universitários da própria faculdade, não atletas, porém treinados. 
Foi utilizado o aparelho Dinamômetro digital, modelo Force Gauge 
FG-100KG-RS232, da marca Digital Instruments, para avaliar a 
força isométrica. A média dos resultados para a perna direita foram 
40,9 kg/força para 90º 38,31 kg/força para 60º e 33,09 kg/força 
para 30º, e 40,11 kg/força para 90º, 39,74 kg/força para 60º e 35 
kg/força para 30º para a perna esquerda. Estes resultados mostraram 
que o ângulo de maior força foi o de 90º, seguido por 60º e por fi m 
o de 30º, com uma grande queda da força, independentemente da 
lateralidade. Concluímos que a força é dependente do ângulo, e que 
as cargas devem ser consideradas quando da prescrição de exercícios 
resistidos; seja para pessoas com lesões ou patologias, indivíduos 
saudáveis ou atletas. Pois se estes ajustes não forem considerados, 
pode-se levar à eminente risco, lesões ou agravos. 
Comparação de força muscular 
isométrica máxima unilateral na flexão 
de joelhos
Silva L*, Manso MA*, Verissimo TM*, Souza PA*, 
Francisco RE**, Silva MM**, Pereira JC**, Pedrotti J*, Sá 
VO*, Barbosa CAG****
*Alunos curso de bacharelado das Faculdades Integradas 
de Bauru, **Alunos curso de bacharelado das Faculdades 
Integradas de Bauru, Grupo de Estudo e Pesquisa em 
Exercício Resistido (GEPER), ***Laboratório de Exercício 
Resistido, (LABER) FIB, Centro de Estudo e Pesquisa em 
Atividade Física (CEPAF) FIB, Grupo de Estudo e Pesquisa 
em Exercício Resistido (GEPER) 
 
Os exercícios resistidos são realizados de forma unilateral e bi-
lateral. A resistência muscular é essencial à qualidade física. Pode-se 
defi nir força como a capacidade de superar uma resistência externa 
e interna. A força máxima (FM) que um indivíduo pode produzir 
depende das características biomecânicas e da magnitude de con-
tração dos músculos envolvidos. Esse estudo verifi
cou e comparou 
a FM obtida na fl exão unilateral de joelhos. Foram avaliados 12 
indivíduos, sedentários, de ambos os sexos, com faixa etária entre 
18 e 30 anos, universitários das Faculdades Integradas de Bauru. Os 
indivíduos realizaram 3 tentativas com tensão máxima isométrica 
para extensão de joelhos, durante 10s em angulação de 90º na ar-
ticulação do joelho esquerdo (JE) e direito (JD). Para estabelecer a 
força máxima foi utilizada uma maca onde o indivíduo fi cava sentado 
e sem apoio nos pés, duas polias fi xas na parede passando entre elas 
um cabo de aço que se conectava ao Dinamômetro Force Gauge 
100Kg e que nele tinha outra conexão com uma faixa que encaixava 
o pé. As etapas de execução eram: a) posição inicial: o indivíduo 
sentado, com braços ao longo do corpo se apoiando na maca, com 
extensão de tronco e fl exão de joelhos e a cabeça posicionada para 
o horizonte; b) fase de força isométrica: a partir da posição inicial, 
realizava-se a contração da coxa contrariamente ao “cabo de aço”. 
A média da idade dos indivíduos foi de 22,4 anos, a media de forca 
da perna direita foi de 29,21 Kg e da perna esquerda foi de 28,27 
Kg. Concluiu-se que entre os indivíduos avaliados a coxa direita 
mostrou-se mais forte; porém, não foram signifi cantes. 
Efeito do exercício físico em esteira no 
metabolismo ósseo de ratas maduras 
ovariectomizadas 
Camilo CC, Parada S, Haach LCA, Malaman TAB, Terukina 
GA, Bannitz G, Oliveira GPO, Shiguemoto GE
Universidade Federal de São Carlos - Laboratório de 
Fisiologia do Exercício - São Carlos, SP 
claudiac@sc.usp.br 
O exercício físico tem sido estudado como auxílio à prevenção e 
ao tratamento da osteoporose, porém alguns estudos têm demons-
trado que exercício físico intenso pode ser prejudicial ao sistema 
esquelético. Esses estudos sugerem a existência de um limiar de 
exercício mínimo e máximo para equilíbrio do metabolismo ósseo. 
O objetivo do presente trabalho foi identifi car os efeitos de diversos 
protocolos de exercício físico em esteira no metabolismo ósseo de 
ratas ovariectomizadas maduras. Para a amostragem foram utiliza-
das 35 ratas da linhagem Wistar. Os animais foram divididos em 5 
grupos: Grupo Sham (n = 7) (controle – pseudo – ovariectomizado); 
grupo OVX (n = 7) (controle – ovariectomizado); grupo OVX1(n 
= 7) – ovariectomizado e realizou caminhada, 15 m/min; grupo 
OVX2 (n = 7) – ovariectomizado e realizou corrida à 20 m/min 
sem inclinação da esteira; grupo OVX3 (n = 7) – ovariectomizado 
e realizou corrida intervalada com peso (50g) nas costas e esteira 
inclinada, com aumento de intensidade a cada 3 semanas. Todos 
os grupos foram exercitados 3 vezes por semana, sessões de 40 mi-
nutos, por 12 semanas. Foi coletada amostra de plasma sanguíneo 
para análise de fosfatase alcalina (FA) ao término dos protocolos. 
A análise estatística ANOVA de todos os grupos experimentais 
identifi cou o valor de p < 0, 0001, considerado extremamente 
signifi cativo (GraphPad InStat3). As médias aritméticas dos valores 
de FA dos grupos OVX2 e OVX3 foram baixas comparados com 
o grupo OVX (p < 0, 0001). Foram identifi cados níveis mais ele-
vados de FA do grupo OVX1 comparados com os grupos OVX2 
(p = 0,0002, teste t não pareado) e OVX3 (p = 0,0003, teste t não 
pareado). Como a FA é um marcador sangüíneo de formação óssea 
os níveis extremos podem indicar reabsorção, já que a formação 
está integrada com a reabsorção. Pode-se concluir que as ratas que 
realizaram corrida sem inclinação da esteira e corrida intervalada 
com peso (50g) nas costas e esteira inclinada apresentaram valores 
menores de FA indicativos de menor formação óssea. Porém estudos 
complementares, com análises adicionais dos níveis de reabsorção 
óssea, como paratormônio, e de densidade mineral óssea devem ser 
realizados para indicar o real turnover ósseo. 
Fisiologia_v5n1.indb 69Fisiologia_v5n1.indb 69 22/11/2007 18:03:3922/11/2007 18:03:39
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200670
Efeitos do treinamento e aclimatização a 
altiude para melhora da performance da 
corrida de 400 m ao nìvel do mar 
Marcelo Takeshi Kamimura
Unifesp - Itajubá, MG
marcelokamimura@yahoo.com.br 
Para investigar os benefícios de “viver alto e treinar baixo” 
em performance anaeróbica ao nível do mar, foram selecionados 
atletas corredores de prova de 400 metros rasos que viveram por 
10 dias em hipóxia normobárica em uma casa de altitude (volume 
oxigênio = 15,8%) e treinaram ao ar livre em ambiente com taxas 
de oxigênio normais ao nível do mar. O objetivo do presente estu-
do é compreender os mecanismos responsáveis pelas mudanças do 
metabolismo no organismo. Para tanto, foi realizado um teste de 
corrida anaeróbica e um de corrida 400 metros, foram executados 
antes e durante a semana os que viviam numa casa de altitude para 
determinar a velocidade máxima e submáxima das concentrações de 
lactato, além do tempo dos 400 m rasos, sendo que ao mesmo tempo 
10 atletas viveram e treinaram ao nível do mar sendo submetidos a 
mesma análise e procedimentos. Os métodos padrões de estatística 
foram usados para calcular médias, desvios padrões e as correlações 
de Pearson. Análises multivaridas de diferença (MONOVA) foram 
usadas para comparação de resultados pré e pós-testes em ambos os 
grupos, sendo que uma repetida-comparação MANOVA foi apli-
cada para indicar diferenças nas freqüências cardíaca ortostáticas e 
gases sangüíneos durante o período na casa de altitude. Signifi cado 
estatístico foi aceito em todas as análises a p < 0,05. Diante dos 
resultados, verifi cou-se que a concentração de lactato na casa de 
altitude tenderam a aumentar, mas a resposta foi signifi cativa apenas 
entre 5-7 mol (P < 0,05), além disso o pH em repouso aumentou 
de 0,003 para 0,067 unidade de pH (P < 0,05). Apesar dos resulta-
dos obtidos terem demonstrado um aumento de performance dos 
atletas conclui-se que estudos relacionados à altitude necessitam de 
pesquisas e investigações para maior confi abilidade dos resultados. 
O custo de oxigênio em exercício 
submáximo correlaciona-se com a 
performance aeróbia, velocidade crítica 
e capacidade de trabalho anaeróbio
Pacheco ME*, Campbell CSG**, Silva LGM*, Moreno J*, 
Baldissera V***, Simões HG** 
*Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade de 
Mogi das Cruzes, SP, **Programa de Mestrado em Educação 
Física da Universidade Católica de Brasília, DF, Brasília, 
***Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade 
Federal de São Carlos, SP 
pachecom@usp.br 
Um menor custo de oxigênio durante exercício submáximo (C) 
representa uma melhor efi ciência mecânica. Objetivos: Correlacionar 
o custo de oxigênio com parâmetros de aptidão aeróbia e anaeróbia 
em indivíduos não atletas. Métodos: 8 homens fi sicamente ativos 
(20,8 + 1,6 anos; 74,3 + 14,9kg) realizaram os seguintes testes: 
1) corrida 3km e 500m máximos (Vm3km e Vm500); 2) teste 
incremental em esteira ergométrica para determinação do Limiar 
de Lactato (LL), VO2max e Vmax. 3) teste do Tmax (tempo máximo 
que o voluntário conseguia permanecer no Vmax); 4) cálculo do 
C durante corrida de 12 minutos a 85% do Vmax. A Velocidade 
Crítica (VC) e a Capacidade de Trabalho Anaeróbio (Ctan) foram 
obtidas por regressão linear (Distância x Tempo) nos testes de 3km 
e 500m. Os participantes foram ainda divididos de acordo com o 
nível de aptidão aeróbia (G1 -maior VC; e G2 – menor VC) para 
correlações. Resultados: As Tabelas 1 e 2 apresentam os principais 
resultados do estudo. 
Tabela I - VC, LL, Vmax, CTan, Tmax, Tempo no e Tempo para 
VO2max, C e VO2max. 
VC
(m.min
-1
)
LL
(m.min
-1
)
Vmax 
(m.min
-1
)
Ctan(m) Tmax
(seg)
Tempo no 
VO2max
(seg)
Tempo 
para 
VO2max 
(seg)
Custo (C)VO2max 
(mL.O2 
kg1.min1)
X 193,5 178,6 203,5 201,1 677,4 579,1 74,4
5,9 47,3
+DP 23,5 20,0 21,5 16,3 152,7 191,0 69,6 0,45 4,5
Tabela II - Correlação entre C e demais variáveis indivíduos es-
tudados.
VC LL VO2max Tempo 
para 
VO2max
Tempo 
no 
VO2max
(seg)
Tmax Vmax CTan
C (Todos) -0,57 -0,73 -0,42 0,07 0,23 0,21 -0,73 -0,02
C G1 (<VC) -0,53 -0,75 0,04 0,32 0,39 0,48 -0,79 -0,78
C G2 (>VC) -0,06 -0,43 -0,28 0,54 -0,69 0,31 -0,5 0,79 
Observou que o C do grupo (G2) se correlacionou positivamente 
(r = 0,79) e negativamente (r = -0,69) respectivamente com CTan 
e Tempo no VO2max. Já para G1 quanto maior o C menor a Ctan, 
sem correlação signifi cativa entre C e Tempo no VO2max. Sugerindo 
que para indivíduos com maior aptidão aeróbia (G2), quanto maior 
efi ciência mecânica (menor C), menor a contribuição anaeróbia 
(menor CTan) e portanto maior tempo no VO2max. Conclusão: A 
efi ciência mecânica, representada pelo custo de O2 submáximo, 
parece infl uenciar tanto a performance aeróbia quanto os valores de 
Ctan, especialmente em indivíduos com menor aptidão aeróbia. 
Comparação de dois protocolos de 
avaliação aeróbia em natação de ratos
Manchado FB*, Gobatto CA**, Contarteze RVLC**, Mello 
MAR**
*Universidade Estadual Paulista - UNESP, Rio Claro, São Paulo, 
Laboratório de Avaliação Física e Fisiológicas Einstein - LAFIFE 
- Faculdades Integradas Einstein de Limeira, São Paulo, ** 
Universidade Estadual Paulista - UNESP, Rio Claro SP 
fbmanchado@yahoo.com.br 
Diversas áreas de pesquisa utilizam procedimentos experimen-
tais com ratos exercitados, porém em poucos casos há preocupação 
com a real intensidade do esforço para esses animais. O objetivo do 
presente estudo foi propor e comparar dois distintos protocolos de 
avaliação da intensidade aeróbia de ratos em exercício de natação, 
sendo um teste invasivo e não exaustivo e outro exaustivo e não 
invasivo. Inicialmente, 25 ratos Wistar adultos foram adaptados ao 
meio líquido, em um tanque cilíndrico profundo, com superfície 
lisa e temperatura da água mantida em 31 ± 1°C. Posteriormente, 
os animais foram submetidos a dois protocolos de avaliação aeróbia, 
inicialmente sugeridos para avaliação humana e adaptados à mo-
delo experimental com ratos. O primeiro protocolo realizado foi o 
invasivo e não exaustivo de duplos esforços, proposto por Chassain 
Fisiologia_v5n1.indb 70Fisiologia_v5n1.indb 70 22/11/2007 18:03:4022/11/2007 18:03:40
71Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
et al. (1986). Esse procedimento consistiu na realização de 4 testes 
de natação em intensidades equivalentes a 4, 6, 7 e 8% do peso cor-
poral (pc), realizados como duplos esforços em mesma intensidade 
e intercalados por um período de recuperação. Os duplos esforços 
apresentaram duração de 5 minutos, com 2 minutos de recuperação 
passiva entre eles. Houve coleta sangüínea da cauda dos animais ao 
fi nal de cada esforço. Para cada uma das 4 intensidades foi obtido 
o valor de delta lactato, subtraindo a lactacidemia do segundo 
esforço (LACE2) da concentração de lactato ao fi nal do primeiro 
esforço (LACE1). Com os deltas das concentrações lactacidêmicas 
para cada carga, foi realizada uma interpolação linear individual, a 
qual forneceu o valor de delta lactato zero, equivalente à carga crítica 
(CcritCH) calculada pelo método Chassain et al. (1986). O segundo 
protocolo de avaliação adaptado a ratos foi a determinação da carga 
crítica exaustiva (CritEX) e não invasiva sugerido por Monod & 
Scherrer (1965). O protocolo consistiu de 4 esforços exaustivos de 
natação, realizados em dias alternados, com os animais suportando 
cargas contínuas de 9, 11, 13 e 15%pc. O tempo de exaustão de cada 
intensidade foi registrado (tlim). Para determinar a CcritEX, utilizou-
se o ajuste linear Ccrit x 1/tlim, no qual a CcritEX correspondeu ao 
y-intercepto da reta de regressão. As intensidades aeróbias obtidas 
por ambos os protocolos foram comparadas entre si e com a máxima 
fase estável de lactato (MFEL) por uma anova one-way. A CcritCH 
obtida pelo procedimento de duplos esforços foi 4,8 ± 0,2%pc, com 
regressões lineares signifi cativas (R = 0,91 ± 0,03). A intensidade 
aeróbia identifi cada pelo procedimento exaustivo foi equivalente 
a 7,4 ± 0,8%pc (R = 0,96 ± 0,05). Houve diferença signifi cante 
entre os dois métodos. Observou-se que primeiro protocolo (duplos 
esforços) apresentou carga igual a MFEL, ao passo que o segundo 
teste (não-invasivo) superestimou a MFEL em 10%. Dessa forma é 
possível concluir que o teste invasivo de duplos esforços foi preciso 
na determinação da intensidade aeróbia em natação de ratos, porém 
o protocolo não invasivo pode ser utilizado na ausência de condições 
para análise sangüínea, com pequenos ajustes sendo realizados. 
Identification of lactate minimum velocity 
by different methods 
Guilherme Morais Puga, Wolysson Hiyane, Rafael da 
Costa Sotero, Emerson Pardono, Carmen Sílvia Grubert, 
Campbell, Herbert Gustavo Simões 
Universidade Católica de Brasilia - UCB, Brasília, DF, Brasil 
guipuga@yahoo.com.br 
Background: Th e lactate minimum (LM) protocol has been used 
to assess aerobic fi tness and to predict an exercise intensity associated 
to the maximal blood lactate steady state. Th e aim of this study 
was to compare diff erent methods to identify the lactate minimum 
velocity (LMV). Methods: 14 male cyclists (26.8 ± 4.5 yr; 173.2 ± 
6.1 cm; 67.3 ± 5.2 kg; 5.8 ± 2.9 yr of training) performed the LM 
test in a velodromum, which consisted of one bout of 2 km time 
trial to induce lactic acidosis, followed by 8 minutes of recovery and 
6 bouts of 2 km with 1km•h-1 increments at each bout, starting 
the fi rst one at 5km•h-1 bellow the mean velocity in a 6 km time 
trial performed previously. At the end of each bout 25μl of capilla-
ry blood were collected for blood lactate measurements (bLAC) 
(YSI - 2700 STAT). Th e LMV was identifi ed through inspection 
(vLMV), and applying a second grade polynomial function, on 6 
(LMVp6) and 3 (LMVp3) increments bouts, and fi nally a method 
where the bLAC•work velocity-1 quotients (QLM) results were 
plotted against the correspondent velocity in the incremental test, 
with the LMV being identifi ed by 6 QLM6) and 3 bouts (QLM3). 
Results: Repeated measures ANOVA showed no statistical diff erences 
between vLMV (33.1 ± 2.3 km•h-1), LMVp6 (32.9 ± 2.5 km•h-1), 
LMVp3 (33.2 ± 2.3 km•h-1), QLM6 (32.8 ± 2.5 km•h-1) and QLM3 
(33.4 ± 2.3 km•h-1), with high correlation among parameters. 
Conclusion: It was possible to identify the LMV by the methods 
proposed in the present study, even by using only 3 bouts during 
the incremental test, such procedure enable a more practical and 
economic test, besides minimizing the discomfort from several 
blood collections. 
Comparação de valores de magnésio pré 
e pós-competição de triathlon
Marcos Bürger-Mendonça, Fernanda Retondaro
Unesa - Petrópolis, RJ 
marcosburger@gmail.com
A presença do magnésio (Mg
+2
) no organismo vivo foi demonstra-
da em 1859, porém só a partir da década de 50 é que as propriedades 
do Mg na nutrição humana tornaram-se conhecidas. O Mg
+2 
é um 
íon metálico divalente, sendo um mineral essencial e co-fator de mais 
de 325 reações enzimáticas (Bohl e Volpe, 2002) exercendo vários 
papeis vitais no metabolismo. É o quarto cátion mais abundante no 
corpo após o cálcio (Ca
+2
), potássio (K
+
) e o sódio (Na
+
) e também o 
segundo cátion mais abundante intracelular após o potássio. Quando 
comparado ao sódio, potássio ao cálcio o Mg
+2 
é que menos se perde no 
suor. Este estudo teve como objetivo analisar os valores de Magnésio 
pré e pós-competição de triathlon. A amostra foi composta por seis 
voluntários do sexo masculino, sendo estes, atletas amadores com idade 
média de 27 ± 6 anos, praticantes de triathlon a pelo menos um ano 
e com experiência prévia em
provas de longa duração Os Integrantes 
do experimento foram submetidos a duas coletas de aproximada-
mente 25 ml de sangue, após jejum de oito horas, no período entre 
6 e 7 horas na residência dos voluntários (t = 0) na posição sentada e 
imediatamente ao término da prova de cada atleta, sendo esta coleta 
realizada na tenda médica do evento. A análise bioquímica do Mg foi 
realizada no analisador semi-automático BTS-310 Plus (BioSystems, 
Barcelona, Espanha). Os resultados individuais foram comparados 
com o repouso. Ou seja, os atletas foram os seus próprios controles 
para os parâmetros analisados. Para análise estatística foi utilizado o 
software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 11.0 
(Chicago, IL, USA, 2001), foi aplicado o teste t-student para a mesma 
amostra, tendo como valor para p ≤ 0.05 aceito como signifi cante. O 
tempo médio da prova realizada foi de 4:23:24 ± 0:28:04 horas. Os 
valores individuais do Mg variaram de 1,80 a 2,40 mg/dl em T = 0 
e de 1,20 a 1,40 mg/dl em T = 1 e os valores médios foram de 2,066 
± 0,2160 mg/dl em T = 0 e de 1,330 ± 0,082 mg/dl em T = 1. Estes 
resultados apresentaram uma redução estatisticamente signifi cante (P 
= 0,001), revelando uma diferença de 34,91% em relação aos valores 
do Mg pré e pós-competição. Concluímos que, após uma competição 
de triathlon de longa distância, os atletas apresentaram um quadro de 
hipomagnesemia. Este quadro pode signifi car uma menor resposta 
imune do organismo e geração de espécies reativas de oxigênio que, 
por sua vez pode acarretar na redução na performance atlética. 
Fisiologia_v5n1.indb 71Fisiologia_v5n1.indb 71 22/11/2007 18:03:4022/11/2007 18:03:40
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200672
Efeito do treinamento de potência para 
membros inferiores em karatecas
Francisco ER*, Pereira JC*, Silva GKA*, Silva MM*, Souza 
DAP*, Nazari RT*, Batista D*, Sugizaki MM**, Papoti 
M**, Barbosa CAG*** 
*Alunos do 3º ano do curso de bacharelado das Faculdades 
Integradas de Bauru,
 
Grupo de Estudo e Pesquisa em 
Exercício Resistido (GEPER), **Centro de Estudo e Pesquisa 
em Atividade Física (CEPAF) FIB, ***Laboratório de Exercício 
Resistido, (LABER) -FIB, Centro de Estudo e Pesquisa em 
Atividade Física (CEPAF) FIB, Grupo de Estudo e Pesquisa 
em Exercício Resistido (GEPER) 
 
O caratê é uma arte marcial milenar com raízes na Índia e na 
China. Com o passar dos anos tornou-se modalidade esportiva, 
onde praticantes e técnicos ofereciam grande rejeição ao exercício 
resistido. Pois, achavam que perderiam velocidade e fl exibilidade. 
Porém, treinavam com bastante intensidade, visando melhores 
colocações nas competições. Em dias atuais, é comum o uso do 
Treinamento Resistido nos programas de atividade física para a 
melhora da potência muscular. O objetivo desta pesquisa foi inves-
tigar o efeito do treinamento de potência para membros inferiores 
em karatecas. Fizeram parte da pesquisa 6 atletas, sem experiência 
anterior em exercício resistido, com idade entre 17 e 41 anos, do 
sexo masculino, praticantes de karate, a pelo menos 8 anos, atletas 
do clube grêmio recreativo energético de Bauru. A pesquisa foi 
desenvolvida no Laboratório de Exercício Resistido, das Faculdades 
Integradas de Bauru, situada na cidade de Bauru. Foram realizados 
os testes de shutlle run para analisar agilidade, salto vertical para 
analisar agilidade membros inferiores anterior e posterior, e teste 
de 6 RM para avaliar a força muscular do programa proposto. 
Os sujeitos realizaram o método power training efetuando 6 a 12 
RM, 3 vezes por semana. O pré-teste do salto vertical foi de 46,38 
± 4,27 cm e após a intervenção 48,45 ± 6,05 cm, para p ≤ 0,05, 
com r ≥ 0,99. As análises da força muscular no pré-teste foram de 
72,08 ± 23,35 Kg e após a intervenção 99,25 ± 20,36 kg, para p ≤ 
0,05, r ≥ 0,99. Portanto, houve aumento signifi cativo nos testes de 
impulsão vertical, teste de agilidade e força muscular. Conclui-se 
que o treinamento resistido foi adequado e efi ciente para agilidade, 
força e potência muscular, ressaltando que foram apenas 7 sessões. 
Comparação da capacidade aeróbia 
de nadadores determinada através de 
métodos invasivo e não invasivo 
Santhiago V, Silva ASR, Santos FNC, Gobatto CA
Departamento de Educação Física, Instituto de Biociências, 
UNESP - Rio Claro, SP 
vanessas@rc.unesp.br.
O limiar anaeróbio (LAN), determinado através da lactacide-
mia, tem sido extensivamente utilizado para avaliação e prescrição 
do treinamento aeróbio em nadadores. Contudo, como nem todas 
as equipes possuem infra-estrutura necessária para a determinação 
de tal parâmetro, a velocidade crítica (Vcrit) tem sido utilizada 
como um protocolo não invasivo de determinação da capacidade 
aeróbia. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi comparar 
as intensidades obtidas pelo teste de Vcrit, não invasivo, com as 
intensidades correspondentes ao limiar anaeróbio (LAN) antes do 
início do período preparatório básico de nadadores. Participaram do 
estudo 15 atletas do sexo masculino e 10 atletas do sexo feminino 
da equipe de natação da UNAERP de Ribeirão Preto. Os atletas 
foram analisados em dois dias, sendo que no 1º foi determinado o 
limiar anaeróbio através da realização de 3 nados de 400m com 3 
minutos de intervalo entre os nados, em intensidades de 85%, 90% 
e 100% da máxima velocidade atingida pelo atleta neste percurso. 
No 1°minuto de repouso entre os nados foram coletados 25μl de 
sangue do lóbulo da orelha para posterior análise das concentrações 
de lactato sanguíneo. Por ajuste de curva de crescimento exponecial, 
foram calculadas as velocidades correspondentes a 3,5 mM (Pereira 
et al., 2003). No 2º dia, foi realizado o teste de Vcrit através da exe-
cução de 3 esforços randomicamente estabelecidos em estilo crawl 
nas distâncias de 100, 200 e 400m com a máxima velocidade que o 
atleta é capaz de nadar, separados por períodos mínimos de repouso 
de 3 horas. Os valores de distância e tempo foram submetidos ao 
procedimento de regressão linear para estimativa da Vcrit, pelo 
modelo linear distância-tempo. Foi utilizado o teste t para amostras 
pareadas para verifi car se houve diferença entre as intensidades, e, a 
seguir aplicou-se a correlação de Pearson e análise de regressão. As 
intensidades obtidas pelos testes de Lan e Vcrit não foram signifi ca-
tivamente diferentes (74,50 ± 3,25 s/100m vs. 72,51 ± 3,37 s/100m 
para homens, e 76,29 s/100m ± 4,03 vs. 77,76 ± 3,06 s/100m para 
mulheres). Houve signifi cativa correlação entre as variáveis (r = 
0,81 e r=0,94), para homens (H) e mulheres (M) respectivamente, 
permitindo dessa forma a obtenção de 2 equações (H e M), através 
da análise de regressão. Esse procedimento possibilitou determinar a 
intensidade correspondente ao LAN através do teste de Vcrit, sendo 
LAN (s/100m) = 0,79 * Vcrit + 17,12 e Lan (s/100m) = 1,19 * Vcrit 
– 18,04, para os grupos H e M respectivamente. Desse modo, pu-
demos observar que a Vcrit pode ser utilizada como um parâmetro 
aeróbio não invasivo na prescrição e acompanhamento das sessões 
de treino, entretanto, através da regressão linear foi possível corrigir 
alterações mínimas de intensidades de nado, não observadas pela 
estatística convencional, podendo ser utilizado como a intensidade 
correspondente ao LAN.
Efeitos de exercícios resistidos 
associados à suplementação de creatina 
monoidratada sobre a hipotensão pós-
exercício e sua relação com a lactatemia. 
MorenoJR*, Puga GM*, Cunha GA*, Braga PL**, 
Campbell CSG, Denadai MLDR, **
 
Simões HG*
*Universidade Católica de Brasília - UCB, Brasília, 
**Universidade de Mogi das Cruzes - UMC, Mogi das Cruzes, 
SP 
guipuga@yahoo.com.br 
Os efeitos da suplementação de creatina (CM) sobre a hipo-
tensão pós -exercício (HPE) resistido e sua relação com a lactatemia
([lac]) ainda não foram investigados. Este estudo analisou os efeitos 
de exercícios resistidos de alta e baixa intensidade, antes e após 
suplementação de CM, sobre a HPE e sua relação com a [lac] pós-
exercício. Dez homens foram submetidos a 2 sessões de exercícios 
resistidos, antes (SC) e após (CC) suplementação de CM: (1) Re-
sistência Muscular Localizada (RML)-30 repetições a 30%1RM e 
(2) Hipertrofi a (HIP)-8 repetições a 75%1RM. A PA foi mensurada 
Fisiologia_v5n1.indb 72Fisiologia_v5n1.indb 72 22/11/2007 18:03:4022/11/2007 18:03:40
73Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 2006
no repouso pré-exercício, e durante 90 minutos de recuperação pós-
exercício. Em relação ao repouso, observou-se redução percentual da 
PA sistólica (PAS) SC/CC de 13,5 + 1,5 / 10,2 + 2,8% após HIP 
e de 8,4 + 1,3 / 10,3 + 1,3% após RML. A PA diastólica (PAD) 
apresentou diminuição média de 9,1 + 2,8 / 3,1 + 4,8% após HIP 
e de 5,1 + 6,2 / 6,8 + 5,7% após RML. Foi observada hipotensão 
de PAS após HIP entre o 15º e 90º minutos SC e entre o 15º e 
60º minutos CC (P < 0,01). Após RML SC e CC foi observada 
hipotensão de PAS entre o 15º e 90º minuto de recuperação (P < 
0,01). Após sessão HIP a PAD apresentou HPE entre o 15º e 45º 
minutos SC e apenas aos 15 minutos CC (P < 0,01). HPE de PAD 
SC e CC ocorreu aos 15 minutos após RML (P < 0,01). A PA após 
HIP SC foi menor do que CC aos 75 e 90 para PAS e aos 45 e 60 
minutos para PAD (P < 0,05). Evidenciou-se correlação signifi cativa 
entre a [lac] e HPE apenas após RML. As sessões de HIP e RML 
resultam em HPE semelhante SC, mas a suplementação de CM 
pode atenuar esta resposta. Além disso, a elevação da [lac] pode ser 
um dos fatores desencadeadores da HPE. 
Diferentes metodologias não-invasiva 
para a determinação do limiar de 
anaerobiose em exercício resistido 
incremental 
Oliveira JC*, Azevedo P*, Marmorato D*, Aguiar AP**, 
Bigaton DR**, Oliveira GP*, Baldissera V*, Perez SEA* 
*UFSCar/DCF, **UNIMEP
 
Introdução: Há determinação do limiar de anaerobiose (LAn) 
de maneira não-invasiva através dos componentes salivares (e.g. 
concentração lactato salivar [LSal]) e da freqüência cardíaca por 
meio de sua variabilidade (VFC) tem se mostrado extremamente 
efi cientes, porém nenhum estudo verifi cou a sua ocorrência em 
exercícios resistidos incrementais . Objetivo: Verifi car a possibilidade 
de identifi cação do LAn pela [LSal] e pelo desvio padrão da varia-
bilidade instantânea rápida batimento-a-batimento (SD1) e a sua 
correlação com o limiar de lactato sangüíneo (LiLSan) em exercício 
resistido do tipo Leg Press 45º (LP). Metodologia: Para tanto 18 
jovens (9 homens e 9 mulheres), foram submetidos a procedimento 
experimental incremental relativo ao percentual da carga máxima di-
nâmica (1RM), após a determinação da mesma, no seguinte molde: 
10, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70, 80 e 90% de 1RM, 2 minutos 
de intervalo entre as séries de 20 repetições, para a troca de carga e 
coleta sangüínea e de saliva. As amostras sangüíneas (25 μl) foram 
acondicionadas em tubos eppendorfs contento 50 microlitros de 
fl uoreto de sódio bem como as amostras de saliva (500 μl). Ambas 
as amostras foram conservadas a -20º C, durante no máximo 14 dias 
até posterior análise. As concentrações de lactato sangüíneo [LSan] 
e [LSal] foram determinadas por analisador eletroenzimático YSI 
1500 Sports e a SD1 por cardiofrequencímetro da marca Polar®, 
modelo S810i, com freqüência de amostragem de 1.000Hz. Os 
limiares de LiLSan e salivar (LiLSal) foram determinador através de 
inspeção visual por dois pesquisadores independentes e experientes 
e o limiar de VFC (LiVFC) pelo 1º estágio onde a diferença entre 
2 estágios consecutivos fossem menor que 1 milissegundos (ms). 
Tratamento estatístico pertinente foi realizado pelo software Statis-
tica 99 Edition v.5.5, sendo adotado o índice de signifi cância de 5% 
e o intervalo de confi ança de 95%. Resultados: Os valores médios 
±DP encontrados, bem como as diferenças estatísticas, correlações e 
suas signifi câncias, podem ser sumariamente visualizados na Tabela 
I e II, respectivamente. 
Tabela I - Valores em que foram identifi cados os limiares pelas 
diferentes metodologias. 
R (%1RM) A (Kg) [Lac] (mmol.
l-¹)
SD1 (ms) 
LiLSan 32,22 ± 6,69 70,16 ± 27,30 2,79 ± 0,91
LiLSal 36,56 ± 9,07 77,18 ± 30,63 0,50 ± 0,20
LiVFC 34,72 ± 9,62 78,77 ± 37,63 6,50 ± 3,41 
Anova 
One-Way
0,3371 0,6987 0,00000*
* = Teste t para medidas independentes
Tabela II - Correlações encontradas quando da aplicação do coe-
fi ciente de Spearman. 
LiLSal-
R
LiVFC-
R
LiLSal-
A
LiVFC-
A
[LSal] SD1 
LiLSan-R r = 0,46 r = 0,86
LiLSal-R r = 0,49
LiLSan-A r = 0,82 r = 0,93
LiLSal-A r = 0,88
[LSan] r = 0,32* r = -0,67
[LSal] r = -0,20*
* = correlações não signifi cantes, R = carga relativa, A = carga absoluta. 
Conclusões: Os dados encontrados fortalecem a existência do 
LAn nos exercícios resistidos quando investigados isoladamente em 
procedimentos incrementais, bem como a consistência dos métodos 
não-invasivos (e.g. LiLSal e LiVFC) na determinação do LAn no 
procedimento experimental estudado. 
Ensino de fisiologia do exercício 
para estudantes de educação física: 
comparação das formas de apresentação 
dos conteúdos 
Emerson Franchini, Monica Yuri Takito, Rômulo Cássio de 
Moraes Bertuzzi 
Grupo de Pesquisas em Fisiologia do Exercício da Faculdade 
de Educação Física da Universidade Presbiteriana Mackenzie 
- Barueri, SP, Brasil
emersonfranchini@hotmail.com
A disciplina de Fisiologia do Exercício tem sido considerada 
uma das mais tradicionais no curso de Educação Física (Tani, 
1996). Atualmente, é comum a presença dessa disciplina em 
outros cursos de graduação (Fisioterapia, Medicina e Nutrição, 
como exemplos), com enfoque diferente daquele originalmente 
dado no curso de Educação Física. Além disso, a grande expansão 
do conhecimento na área de Fisiologia do Exercício faz com que 
alguns conhecimentos não tenham relação direta com a intervenção 
do profi ssional de Educação Física e Esporte. Tradicionalmente, o 
enfoque dado à Fisiologia do Exercício tem seguido a organização 
dos livros dessa área, isto é, Bioenergética, Sistema Cardiovascular 
e Exercício, Sistema Neuromuscular e Exercício, Sistema Respi-
ratório e Exercício, Sistema Endócrino e Exercício, entre outros. 
Fisiologia_v5n1.indb 73Fisiologia_v5n1.indb 73 22/11/2007 18:03:4122/11/2007 18:03:41
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200674
Nessa abordagem o conhecimento do funcionamento dos sistemas 
precisa ser integrado e associado aos diferentes tipos de exercício 
por parte do futuro profi ssional de Educação Física e Esporte. Essa 
abordagem tem sido criticada por não permitir aplicação direta 
dos conhecimentos na intervenção desse profi ssional (Mariz de 
Oliveira, 1999). Portanto, foi objetivo desse estudo, comparar 
dois tipos de apresentação da Fisiologia do Exercício para alunos 
de seis turmas da 5ª etapa de um curso de Educação Física da 
Universidade Presbiteriana Mackenzie. A primeira abordagem, 
ministrada a 78 alunos de três turmas, envolvia os seguintes 
conteúdos: Bioenergética, Tipos de Fibras Musculares e Sistema 
Cardiovascular e Exercício. A segunda abordagem, ministrada a 
92 alunos de três turmas, tratou dos seguintes conteúdos: Aque-
cimento, Flexibilidade, Exercício Aeróbio, Exercício Anaeróbio, 
Exercício de Força e Exercício Concorrente. Nas duas abordagens 
foram abordados conhecimentos conceituais, procedimentais e 
atitudinais. O mesmo professor ministrou todas as aulas e foi 
avaliado quanto ao seu desempenho através de uma avaliação 
realizada pelos alunos e analisada pelo corpo diretivo da institui-
ção. Essa avaliação constitui o procedimento ofi cial adotado pela
instituição e é composta por oito afi rmações sobre a programação 
e o desenvolvimento da disciplina, oito afi rmações sobre a atuação 
do professor e seis afi rmações sobre o aluno (auto-avaliação). Para 
cada afi rmação o aluno atribui uma nota de um a quatro, sendo um 
Ruim ou Insatisfatório e quatro Excelente ou Muito Satisfatório. 
A comparação entre os dois procedimentos foi feita através de 
um teste de Qui-quadrado e da análise de proporções, adotando 
5% como nível de signifi cância. Foram observados aumento (p < 
0,05) do percentual de alunos que atribuíram escore 4 em cinco 
das oito afi rmações sobre a programação e desenvolvimento, sete 
das oito questões sobre a análise do professor, embora apenas uma 
das afi rmações (“nível de participação nas aulas”) da auto-avaliação 
tenha recebido maior percentual de escore 4. Esses resultados in-
dicam que a forma como os conteúdos de Fisiologia do Exercício 
são apresentados altera a percepção dos alunos de Educação Física 
sobre a programação e desenvolvimento da disciplina, sobre o pro-
fessor e sobre o nível de participação nas aulas, mas altera pouco a 
percepção sobre o desempenho na disciplina como um todo. 
Comparação da força muscular 
respiratória e dos fluxos pulmonares 
obtidos de forma direta com os valores 
previstos em mulheres saudáveis entre 
20 a 29 anos
Parizotto APD, Ferreira CA, Simões RP, Silva AB, Negrini 
F, Sampaio LMM 
UNIARA - São Carlos, SP 
paulapld@ig.com.br 
Introdução: A avaliação da força muscular respiratória, dos fl uxos 
e volumes pulmonares têm sido um instrumento efi caz para detecção 
de possíveis alterações na capacidade de gerar força e diagnosticar 
a fraqueza e ou fadiga, geralmente relacionadas a patologias neuro-
musculares, respiratórias, cardíacas ou metabólicas. Por este motivo, 
fórmulas preditivas de avaliação da força muscular respiratória e 
dos fl uxos pulmonares têm sido objeto de estudo na literatura, 
comparando com os valores obtidos diretamente, porém estas 
comparações têm mostrado resultados controversos em diferentes 
populações. Objetivo: Comparar os valores de Ventilação Voluntária 
Máxima (VVM), Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão 
Expiratória Máxima (PEmáx) obtidos de forma direta por meio da 
espirometria e manovacuometria, respectivamente, com as fórmu-
las previstas por Neder et al. (1999), bem como do pico de fl uxo 
expiratório em relação as tabelas preditas, as quais são usadas como 
referência até os dias atuais para indivíduos saudáveis. Metodologia: 
10 mulheres da região de São Carlos, de 23 ± 1,9 anos foram ava-
liadas, sendo que estas não apresentavam problemas respiratórios, 
cardíacos e/ou ortopédicos, não eram atletas nem fumantes. Todas 
as voluntárias foram submetidas à avaliação espirométrica onde 
realizaram as manobras de capacidade vital lenta (CVL) e capaci-
dade vital forçada (CVF). A força muscular respiratória (FMR) foi 
mensurada por meio de um manovacuômetro aneróide (escalonado 
±300 cmH2O), o qual foi obtida a PImáx e a PEmáx partindo do 
volume residual e da capacidade pulmonar total, respectivamente, 
e ainda foi avaliado o pico de fl uxo expiratório (PFE) por meio do 
Peak Flow Meter. Para cada medida foram realizadas três manobras, 
e os indivíduos permaneceram sentados e com clipe nasal. Para a 
análise estatística foi computado o maior valor coletado e utilizou-se 
o Teste de Wilcoxon (p < 0,05). Este estudo foi realizado de acordo 
com a resolução 196/96 do CNS além disto foi aprovado pelo 
comitê de ética da instituição. Resultados: Observou-se diferença 
signifi cativa (p < 0,01) quando comparados os valores de PImáx e 
PEmáx em relação aos dados expressados matematicamente com 
os obtidos pela avaliação direta. Já para os valores de PFE e VVM, 
não se observou diferença signifi cativa. Conclusão: Infere-se que as 
medidas obtidas de PImáx e PEmáx apresentaram valores inferiores 
aos preditos matematicamente por Neder et al. (1999) e que os 
valores de PFE e VVM foram estaticamente iguais para indivíduos 
saudáveis da mesma faixa etária, o que denota que a tabela de Leiner 
(1963) ainda é válida para a população atual e a fórmula de Neder 
(1999) para a VVM apresentou-se aplicável para mulheres saudáveis 
de 20 a 29 anos. 
Análise do consumo máximo de oxigênio 
indireto, glicose e lactato sangüíneos 
em reposta ao teste de caminhada de 
rockport, realizado por usuárias e não 
usuárias de contraceptivo oral 
Guerra CC, Donati CL, Moreira PT, Custódio CRN, 
Pinheiro DA
Universidade de Mogi das Cruzes - Mogi das Cruzes, SP
camila_guerra@ig.com.br
Este estudo teve como objetivo comparar os níveis de lactato e 
glicose sangüíneos, antes e após um teste de caminhada realizado 
por mulheres sedentárias, no 2º e 10º dias do ciclo menstrual, bem 
como os valores de consumo máximo de oxigênio (VO2máx) inferidos 
indiretamente. Para tanto, foram sujeitos da pesquisa, 16 mulheres 
sedentárias , as quais constituíram 2 grupos: usuárias (20,8 anos ± 
1,67) e não usuárias (21,8 anos ± 1,58) de contraceptivo oral. Para 
a execução deste teste, foram aferidos os seguintes dados basais: 
freqüên cia cardíaca, freqüência respiratória, glicemia e dosagem 
de lactato sérico. A seguir realizou-se 6 minutos de alongamento 
muscular ativo acrescido de 1 minuto de caminhada, sendo inicia-
do o percurso de 1milha. Imediatamente após seu término, foram 
colhidas as variáveis e amostras sangüíneas, seguido por um desa-
quecimento de 8 minutos. Os dados foram expressos por médias e 
desvio padrão e a comparação entre as médias foi realizada através 
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do teste “ t ” de student pareado e não pareado, sendo p ≤0,05 
utilizado como nível de signifi cância. Em relação às características 
físicas dos sujeitos e ao tempo de realização do teste, não foram 
verifi cadas diferenças estatisticamente signifi cantes nos grupos 
analisados, indicando, assim, a homogeneidade entre os sujeitos 
da pesquisa. Quanto aos parâmetros cardio respiratórios, conforme 
esperado, observou-se o aumento dessas variáveis após o exercício 
físico, em ambos os grupos. Por outro lado, não houve alteração 
estatisticamente signifi cante nos valores de pressão arterial sistólica 
e diastólica, inicial e fi nal, em resposta ao exercício, analisados nas 
usuárias e não usuárias de contraceptivo oral, nos dois dias estudados. 
Quanto à dosagem de lactato sangüíneo, os valores iniciais foram 
signifi cativamente menores que os observados após o exercício em 
todos os grupos. Essa alteração comprova que as voluntárias apre-
sentaram uma mudança durante o teste, do metabolismo aeróbio, 
no início do esforço, para o metabolismo anaeróbio lático, com pro-
dução e acúmulo de ácido lático. Valores signifi cativamente maiores 
no 2º e 10º dias das usuárias de contraceptivo oral também foram 
observados.Comparando-se os dados médios de glicemia inicial e 
fi nal entre os 2 grupos, em ambos os dias de avaliação, observou- se 
que o grupo das usuárias de contraceptivo oral apresentou aumento 
da glicemia, enquanto o grupo das não usuárias registraram queda, 
estatisticamente signifi cantes. Quanto ao consumo máximo de 
oxigênio, não foram verifi cadas diferenças estatisticamente signifi -
cantes entre os grupos, indicando que, independente da fase do ciclo 
menstrual ou utilização de contraceptivos orais, com características 
antropométricas homogêneas e mesmo nível de condicionamento, 
as mulheres apresentaram resultados de performance aeróbia seme-
lhantes. Conclui-se que estudos reprodutivos, envolvendo maior 
número de sujeitos, devam ser realizados, visto a subjetividade do 
teste utilizado para precisar os dados. 
Padrão eletroforético da LDH em ratos 
submetidos a treinamento aeróbio em 
esteira
e laser de baixa intensidade 
Vieira WHB, Costa FC, Santos GML, Góes R, Parizotto NA, 
Munim FS, Schuwantes MLB, Perez SEA, Baldissera V
UFSCAR - São Carlos, SP
hericksonfi sio@yahoo.com.br
A enzima Lactato Desidrogenase (LDH) consiste em um dos 
melhores sistemas enzimáticos para estudos de adaptações meta-
bólicas a modifi cações as condições externas, como por exemplo, 
o défi cit de oxigênio. No entanto, inexistem estudos investigando 
a atividade dessa enzima em seres submetidos a treinamento físico 
e laser de baixa intensidade. O objetivo desse estudo foi examinar 
a atividade e padrão eletroforético da LDH em ratos submetidos a 
treinamento aeróbio e laser de baixa intensidade. Fizeram parte do 
estudo 54 ratos machos, Wistar, com peso médio de 115 ± 12g, os 
quais foram alojados em gaiolas coletivas a 22-27ºC com fotoperíodo 
de 12 horas de claro e 12 de escuro e receberam ração peletizada e 
água ad libitum. Estes animais foram divididos em 4 grupos: dois 
permaneceram em repouso (GRC e GRL), sendo o segundo irradia-
do por laser; enquanto outros dois foram submetidos a treinamento 
aeróbio em esteira durante 5 semanas (GEC e GEL), sendo o último 
também irradiado por laser. O laser foi aplicado diariamente sobre: 
quadríceps, glúteo máximo, sóleo e Tibial Anterior, bilateralmente, 
durante 30 dias consecutivos, utilizando: dose = 3,8J/cm2, potência 
= 15 mW, imediatamente após cada sessão de exercício. Amostras 
musculares de Sóleo, Tibial Anterior, Coração foram removidas 48 
horas após a última sessão de treinamento para análise espectrofoto-
métrica e eletroforética. A análise estatística foi realizada através dos 
testes de Shapiro Wilks, ANOVA e Tukey. O nível de signifi cância 
foi considerado (p ≤ 0,05). Reduções foram observadas na atividade 
da LDH causadas pelo Laser (19 a 30%), exercício (41 a 66%) e suas 
ações combinadas (47 a 66%), (P < 0,01). A eletroforese exibiu uma 
predominância da subunidade B para o sóleo e coração, e da subu-
nidade da A para TA. Esses dados sugerem uma resposta adaptativa 
dos animais ao treinamento aeróbio e laser de baixa intensidade, no 
sentido da otimização da via oxidativa. 
Efeito do exercício físico realizado até 
exaustão, nas intensidades leve e 
moderada, sobre a concentração sérica 
de interleucina-6 
Prestes J, Frollini AB, Dias R, Ferreira CKO, Donatto FF, 
Leite GS, Urtado CB, Guerreschi M, Palanch A, Cavaglieri 
CR
Universidade Metodista de Piracicaba - Mestrado Educação 
Física, Núcleo de Performance Humana, SP
jprestes@unimep.br
Introdução: A produção de interleucina-6 (IL-6) pode ser mo-
dulada por vários estímulos, incluindo o exercício físico, trauma e 
infecção. A liberação de IL-6 induzida pelo exercício assumidamente 
regula componentes da fase de resposta aguda, incluindo fase aguda 
de síntese proteica pelo fígado e liberação de glicocorticóides via 
estimulação do eixo hipotalâmico-hipofi sário-adrenal. Objetivo: 
Analisar os efeitos do exercício físico até a exaustão, nas intensida-
des leve e moderada, sobre a concentração sérica de citocina IL-6; 
utilizando como modelo de exercício físico, a natação. Método: 
Ratos sedentários machos Wistar, 2 meses e peso +200g obtidos 
do Biotério Central da UNIMEP. Na intensidade leve o exercício 
foi realizado sem sobrecarga, sendo que, na intensidade moderada 
uma sobrecarga correspondente a 5% do peso corporal do animal 
foi acoplada ao seu dorso, a qual corresponde a uma intensidade 
inferior ao ponto de infl exão da curva do limiar de lactato (Gobat-
to et al., 2001; Voltarelli et al., 2002). Os grupos realizaram uma 
única sessão até a exaustão; n = 3 para cada grupo. A dosagem foi 
realizada no soro dos animais e determinada pelo método ELISA, 
seguindo as especifi cações do Kit (R&D Systems). A estatística 
utilizada foi ANOVA seguido do Teste-t de Student, (p ≤0.05), 
resultados expressos pela média ±o erro padrão através do software 
MicrocaL Origin 6.0 (1999). Resultados: Comparando o grupo con-
trole com o grupo exaustão leve, observou-se aumento signifi cante 
de 26,6% na IL-6, não tendo sido observadas diferenças quando 
comparado o grupo exaustão moderado ao controle (Tabela 1). 
Na comparação entre os grupos exercitados, observamos diferença 
estatisticamente signifi cante na IL-6 no grupo leve em relação ao 
exaustão moderado, sendo a concentração de IL-6 26% maior no 
exaustão leve (Tabela I).
 
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Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 5 Número 1 - janeiro/dezembro 200676
Tabela I - Concentração sérica de IL-6 para o grupo controle 
e grupos exercitados. 
Concentração 
sérica de IL-6 
(pg/ml)
C EXL EXM
Média + erro 
padrão
267,88 + 9,86 364,88 + 7,76*
#
269,88 + 23,18
Tabela referente aos resultados da concentração sérica de IL-6 em pg/mL para 
o grupo controle e grupos exercitados. C= Grupo controle, EXL= Exercício 
agudo leve até a exaustão, EXM= Exercício agudo moderado até a exaustão. 
*Diferença signifi cativa em relação ao grupo #controle. Diferença signifi cativa 
entre os grupos EXL e EXM, (p < 0,05). 
Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que o exercício em 
intensidade leve realizado até a exaustão (duração média de 8 horas) 
induz a aumentos na concentração sérica de IL-6. No caso da inten-
sidade moderada, esta não foi sufi ciente para elevar a IL-6. 
Variações pressóricas em idosos 
ativos portadores de diabetes tipo II 
submetidos a treinamento resistido de 
baixa intensidade
Stotzer US, Oliveira PHZ, Damiano LEGV, Duarte ACG
UFSCar, USP, São Carlos, SP 
ulianass@hotmail.com 
O aumento da população idosa tem ocorrido de forma cada vez 
mais exponencial e juntamente tem crescido a incidência de doenças 
relacionadas à idade, onde a doença crônica mais freqüente é a hiper-
tensão. Quando se trata de diabéticos, estima-se que essa porcentagem 
seja de aproximadamente 90%. Os diversos estudos que abordam a 
relação da pressão arterial (PA) com o exercício físico têm se concen-
trado, principalmente, no exercício do tipo aeróbio dinâmico, que 
comprovadamente oferece bons resultados, mas o treinamento resistido 
tem conquistado a cada dia mais espaço quando se trata de promoção 
de saúde. O treinamento resistido na terceira idade vem se revelando 
indispensável principalmente por reverter o quadro de hipotrofi a mus-
cular que ocorre nas fi bras brancas, benefício que os exercícios aeróbios 
não promovem. Objetivo: investigar as alterações pressóricas em idosos 
diabéticos tipo II quando submetidos a treinamento de exercício resisti-
do. Métodos: quatro voluntários (3 homens e 1 mulher), diabéticos tipo 
II, com níveis pressóricos levemente elevados, idade entre 66-77 anos, 
após 5 semanas de adaptação aos exercícios realizados em aparelhos de 
musculação, realizaram teste de 1 Repetição Máxima (1RM) seguido 
de treinamento de 5 semanas, com cargas correspondentes a 45% de 
1RM, numa freqüência de 3 sessões semanais. As pressões sistólicas e 
diastólicas foram monitoradas em todas as sessões pré e pós-exercício. 
Resultados: a média da pressão arterial sistólica baixou de 143 ± 15 
mmHg, pós-primeira sessão de treino, para 134 ± 20mmHg, pós-úl-
tima sessão de treino e a pressão arterial diastólica sofreu uma redução 
de 88 ± 5 mmHg, pós-primeira sessão de treino, para 85 ± 7mmHg 
pós-última sessão de treino, ou seja, sofreram uma redução de 6% e 3%, 
respectivamente, porém quando analisados no teste “t” de student não 
apresentaram diferença signifi cativa. Conclusões: o treinamento resistido 
de baixa intensidade mostrou ser aplicável também em população 
idosa portadora de diabetes tipo II com pressões arteriais ligeiramente 
elevadas, se devidamente monitorado. Neste tipo de treinamento, as 
diferenças pressóricas encontradas, apesar de não terem apresentado 
diferenças estatísticas

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