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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI Metodologia da Pesquisa Científica e Tecnológica ENSAIO Título: A utilização de medicamentos fitoterápicos como alternativa terapêutica e as interações medicamentosas. Autor: Data: INTRODUÇÃO Este ensaio tem o objetivo de apresentar a fitoterapia como fator importante para a manutenção das condições de saúde, sendo também parte de um saber local preservado e utilizado, ou seja, de suas culturas e costumes; bem como alertar o uso indiscriminado dos fitoterápicos, enfatizando as interações medicamentosas que podem ocorrer quando consumidos. Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de patologias. Utilizando-as de forma apropriada, podem ser grandes aliadas dos sistemas de saúde, auxiliando na diminuição da sobrecarga destes. Porém, deve-se utilizar este tipo de medicamento de maneira racional, já que seu consumo inapropriado pode acarretar consequências indesejáveis á saúde do indivíduo. A FITOTERAPIA POPULAR As plantas medicinais representam elemento de relevância para a assistência das condições de saúde da população. Além da comprovação da eficácia de várias plantas utilizadas pela população, a fitoterapia é constituinte da cultura de um povo, podendo ser considerada, parte de um saber aplicado pelas populações ao longo de várias gerações. A convicção popular de que a utilização de plantas para tratar doenças obtinha resultados satisfatórios, aos poucos foi sendo substituída pelo uso de medicamentos alopáticos, que asseguravam tratamento com cura rápida e total. Nos dias atuais esta visão não é mais a mesma. Mesmo que os remédios industrializados ainda sejam a maioria utilizada pela população, os fitoterápicos também têm sido reconhecidos com o seu devido valor. De acordo com Maria Inez Tomazzoni (2006), para criar um programa ideal de fitoterapia, deve-se agregar uma associação de atitudes, crenças e valores que consiste amplamente em uma filosofia de vida, ou seja, é importante e conhecer como as pessoas vivem e seus costumes; enfim fatores que possam estar interferindo no processo saúde-doença dessas pessoas, constituindo-se numa estratégia importante para a melhoria da saúde e da vida da população. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ENTRE FÁRMACOS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS As pessoas que utilizam plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos como forma terapêutica, utilizam também outros medicamentos como tratamento principal de doenças. “Como as plantas medicinais e os medicamentos fitoterápicos são caracterizados como misturas complexas de componentes químicos, que podem apresentar diversos mecanismos de ação, não há dúvidas de que, quando administrados concomitantemente com fármacos podem provocar interações medicamentosas.” (ALEXANDRE, BAGATINI e SIMÕES, 2008). As interações medicamentosas podem acarretar sérios problemas á saúde humana, podendo ocasionar, em casos mais graves, até mesmo o óbito. “As principais conseqüências dessas interações são modificações nos parâmetros farmacocinéticos e/ou farmacodinâmicos dos fármacos, com a potencial alteração nos perfis de eficácia e segurança dos mesmos. Tais alterações podem contribuir para o desenvolvimento de reações adversas e outras conseqüências graves aos pacientes.” (ALEXANDRE, BAGATINI e SIMÕES, 2008). USO RACIONAL DOS MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS Com o intuito de evitar interações medicamentosas indesejáveis, é necessário o uso racional dos medicamentos, acompanhados de assistência profissional. Por tudo isso é imprescindível a “conscientização da equipe de profissionais envolvidos no processo de prescrição, dispensação e administração dos medicamentos e o que o ditado popular “produto natural não faz mal” deve ser quebrado. Com isso, médicos e farmacêuticos devem questionar e alertar seus pacientes também sobre o uso de ervas medicinais. Devido ao seu alto poder de interação, nenhum fitoterápico deve ser administrado com outros medicamentos sem orientação médica/farmacêutica.” (CORDEIRO, CHUNG e SACRAMENTO, 2005). CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir que a fitoterapia é uma terapêutica antiga, que traz consigo elementos culturais e costumes. Além disso, tem uma comprovada eficácia e segurança, quando administrada de maneira correta, e pode ser um método de auxílio aos sistemas de saúde do país, que encontram-se sempre muito sobrecarregados. De acordo com Lucianno D.P. Martiére (2008), uma estratégia importante na prevenção da utilização inadequada de fitoterápicos, é a orientação para o uso racional, maior divulgação e acesso à informação sobre esses medicamentos, principalmente aos idosos,que compõe grande parte da população que utiliza os fitoterápicos como alternativa de tratamento de quaisquer doenças. REFERÊNCIAS C.H.G.CORDEIRO;CHUNG M.C.; L.V.S. do SACRAMENTO. Interações Medicamentosas de Fitoterápicos e Fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum.Revista Brasileira Farmacognosia, v.15, n.3, 272-278, João Pessoa Julho/Setembro, 2005. MARTIÉRE, D.P. Lucianno; RIBEIRO, Q. Andréia; BRANDÃO, L. Maria das Graças; KLEIN, H. Carlos; ACURCIO, Francisco de Assis. Utilização de Fitoterápicos por idosos: resultados de um inquérito domiciliar em Belo Horizonte (MG), Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18 (Supl.), 754-760, Dezembro 2008. RODRIGO, F. Alexandre; BAGATINI, Fabíola; SIMÕES, M.O. Cláudia. Potenciais Interações entre fármacos e produtos à base de valeriana ou alho. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.3, 455-463, Julho/Setembro, 2008. RODRIGO, F. Alexandre; BAGATINI, Fabíola;SIMÕES, M.O. Cláudia. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n.1, 117-126, Janeiro/Março, 2008. TOMAZZONI, Ines Marisa; NEGRELLE, Rejane Bonato Raquel; CENTA DE LOURDES, Maria. Fitoterapia popular: A busca instrumental enquanto prática terapêutica. Texto Contexto Enferm, 15(1): 115-21, Florianópolis, 2006.