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Monografias SBG
A clonagem posicional – uma abordagem para
o estudo do genoma funcional
Ana Lúcia Brunialti Godard
© 2008, dos autores
Direitos reservados desta edição
Sociedade Brasileira de Genética
Diagramação, revisão, capa e projeto gráfico
cubo multimidia
Editora SBG
Sociedade Brasileira de Genética
Ribeirão Preto, SP
Godard, Ana Lúcia Brunialti
A clonagem posicional - uma abordagem para 
o estudo do genoma funcional. / Ana Lúcia Brunialti 
Godard - Ribeirão Preto: SBG, 2008.
 151p.
ISBN - 978-85-89265-04-1
I. Autor. II. Título.
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11
A análise da função gênica através da estratégia “ descendente” ................ 12
A análise da função gênica pela estratégia “ascendente” ........................... 13
MODELO ANIMAL ..................................................................................... 14
Vantagens de se utilizar o camundongo como modelo animal .................. 15
O genoma murino..................................................................................... 17
Para onde vamos agora? ............................................................................ 20
A MUTAÇÃO PROGRESSIVE MOTOR NEURONOPATHY (pmn) ................. 24
Descrição clínica ...................................................................................... 24
Dados anatomopatológicos ....................................................................... 24
Músculos e nervos periféricos .............................................................. 24
Medula Espinal .................................................................................... 25
O PRINCÍPIO GERAL DA CLONAGEM POSICIONAL .................................. 28
O mapeamento genético ........................................................................... 30
O mapeamento da mutação sobre um cromossomo particular............. 30
A construção de um mapa genético de alta densidade e de alta resolução 
ao redor do gene mutado .................................................................... 31
Microssatélites X SNPs (Single Nucleotide Polymorphisms) .................. 38
O mapeamento físico ................................................................................ 39
A eletroforese em campo pulsado ........................................................ 40
Os PAC, YAC e BAC ............................................................................ 41
Salto e caminhada sobre o cromossomo: chromosome jumping e chromoso-
me walking .......................................................................................... 42
Isolamento das seqüências codificadoras .................................................. 43
Conservação ao longo da evolução: Zooblots ......................................44
A análise de Northern blot ...................................................................44
A amplificação de éxons ou Exon trapping ........................................... 45
A captura do DNA por afinidade ou DNA affinity capture ou DNA 
selection .............................................................................. 45
A sondagem de biblioteca de cDNA ....................................................46
Os métodos baseados na análise das ilhas CpG ................................... 47
O sequenciamento genômico .............................................................. 49
As outras técnicas ................................................................................ 49
A identificação direta do cDNA candidato ................................................ 50
Isolamento de um mensageiro completo ................................................... 51
A identificação do bom candidato ............................................................ 52
A clonagem posicional nos tempos atuais ................................................. 53
ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 56
Mapeamento genético do lócus pmn ........................................................ 56
Localização cromossômica da mutação pmn (BRUNIALTI et al., 1995) 56
Mapa genético humano .......................................................................58
Construção de um contig contendo o lócus pmn ......................................58
Isolamento e caracterização preliminar dos YAC que contêm D13Mit215, 
D13Mit305, D13Mit115, Gli11 e Gli20 ................................................. 59
Isolamento e caracterização preliminar dos BAC contendo os marcadores 
D13Mit215, Gli11, Gli20 e D13Mit115 .................................................. 60
Mapa físico ao redor do lócus pmn ........................................................... 61
Isolamento e caracterização dos éxons a partir do DNA do contig ............ 63
As EST ......................................................................................................64
A MUTAÇÃO pmn: UM MODELO DE NEUROPATIAHUMANA ..................66
pmn: um modelo potencial para a patologia neuromuscular humana ........66
pmn: uma mutação de efeitos independentes ......................................66
pmn não é o lócus homólogo ao lócus responsável pela amiotrofia espinal 
do tipo Werdnig Hoffmann humana ....................................................66
pmn: um bom modelo análogo às amiotrofias espinais ............................. 67
pmn, onde está o mal? .........................................................................68
A etapa seguinte ....................................................................................... 69
Podemos definir o perfil de um gene candidato? ....................................... 70
FINAL DA HISTÓRIA ....................................................................................72
MATERIAL E MÉTODOS UTILIZADOS NO ESTUDO DA MUTAÇÃO pmn ..73
Origem dos alelos mutantes e das linhagens utilizadas ..............................73
Protocolos experimentais utilizados no estabelecimento do mapa genético .....74
Cruzamentos realizados ....................................................................... 74
Extração do DNA ................................................................................ 74
Reação em cadeia da polimerase (PCR) ............................................... 75
Iniciadores .................................................................................... 75
Condições de amplificação ........................................................... 75
Análise dos produtos de PCR ......................................................... 76
Análise do polimorfismo dos microssatélites pela SSCP ................. 76
Análise dos resultados ...................................................................77
A coleção de DNA do EUCIB ...................................................................77
Protocolos experimentais utilizados no estabelecimento do mapa físico ....77
Preparação do DNA de levedura em blocos de agarose (adaptado de 
BIRREN at al., 1993) ....................................................................77
Eletroferese e campo pulsado e hibridização........................................ 78
 Isolamento das extremidades dos cromossomos artificiais de levedura pela 
PCR-inversa (adaptado de ARVEILER; PORTEUS, 1991) ........................ 79
Mapa de restrição do contig de YAC .................................................... 80
Preparação do DNA genômico a partir do BAC ................................... 81
Isolamento e caracterização das seqüências codificadoras ........................ 82
RT-PCR ................................................................................................ 82
 Amplificação
dos éxons ...................................................................... 83
O vetor pSPL3 ............................................................................... 83
Transfecção das células COS-7 ...................................................... 84
Isolamento do RNA citoplasmático ................................................ 84
Amplificação e clonagem dos éxons capturados ............................ 84
Sequenciamento ....................................................................................... 86
Métodos .............................................................................................. 86
Análise das seqüências ........................................................................ 86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 87
ANEXO I- FIGURAS ................................................................................... 107
ANEXO II- TABELAS ................................................................................... 148
Lista de Figuras
Figura 1: As estratégias da clonagem ........................................................... 107
Figura 2: Mutação alcaptonúria (aku). ......................................................... 108
Figura 3: Animal modelo da fenilcetonúria (PKU) humana. ......................... 109
Figura 4: Relações evolutivas entre os modelos mais utilizados em laboratório. ..110
Figura 5: Oxford Grid. ..................................................................................111
Figura 6: A mutação pmn ............................................................................112
Figura 7: Cortes histológicos. ........................................................................113
Figura 8: Nervo frênico. ..............................................................................114
Figura 9: Fenótipo obeso. ............................................................................115
Figura 10: Principio da clonagem posicional. ................................................116
Figura 11: Tipos de cruzamentos utilizados nos projetos de mapeamento. ....117
Figura 12: Estratégias do mapeamento. ........................................................118
Figura 13: Árvore filogenética da ordem muridae. ........................................119
Figura 14: Ilustração do principio de RFLP (Polimorfismo de Comprimento de 
Fragmentos de Restrição. .......................................................................... 120
Figura 15: Meios microssatélites e sua detecção. ...........................................121
Figura 16: SSCP - Alelos e sua detecção. .................................................... 122
Figura 17: Mapa comparativo das regiões de ortologia entre o cromossomo 13 murino 
(à direita) e os segmentos cromossômicos 1, 3, 5, 6, 7, 9 e 10 humanos. ............123
Figura 18: Princípio da clonagem em YAC. ...................................................124
Figura 19: Construção do vetor BAC. .......................................................... 125
Figura 20: Ilustração da técnica do salto no cromossomo. ............................126
Figura 21: A marcha sobre o cromossomo. ...................................................127
Figura 22: Princípio da amplificação dos éxons internos ou Éxon-Trapping. ...128
Figura 23: Captura de cDNA por afinidade ................................................. 130
Figura 24: Principio da RACE. ......................................................................131
Figura 25: Identificação da mutação. ..........................................................132
Figura 26: Haplótipo. .................................................................................. 134
Figura 27: Cruzamento intra-especifico. ........................................................135
Figura 28: Mutação “Extra-toe” e o estoque balanceado. ............................ 136
Figura 29: Localização precisa dos marcadores microssatélites no cromossomo 13 
murino. ........................................................................................................137
Figura 30: Mapa genético parcal da região cromossômica de interesse. ....... 138
Figura 31: Análise pela eletroforese em campo pulsado dos YAC Y902.2, Y903.1 e 
Y13.115. ...................................................................................................... 139
Figura 32: Organização dos YAC. ................................................................ 140
Figura 33: Análise por Southern blot da extremidade esquerda do clone Y902.2. .... 141
Figura 34: Mapa de restrição do contig de YAC que cobre a região pmn. .... 142
Figura 35: Localização dos éxons e das ESTs. ............................................... 143
Figura 36: Análise pela PCR das EST humanas E7 (A006127) e E2 (WL9635). ... 144
Figura 37: Isolamento das extremidades do YAC através da PCR inversa. ..... 145
Figura 38: Principio da amplificação dos éxons internos ou Éxon-Trapping. .. 146
Figura 39: O vetor de expressão pSPL3. .......................................................147
Lista de Tabelas
Tabela 1...................................................................................................... 148
Tabela 2...................................................................................................... 149
Tabela 3...................................................................................................... 149
Tabela 4...................................................................................................... 150
Tabela 5...................................................................................................... 150
Tabela 6...................................................................................................... 150
Tabela 7...................................................................................................... 150
Tabela 8.......................................................................................................151
APRESENTAÇÃO
 Tese de Doutorado apresentada no Programa 
de Pós-Graduação em Genética Humana da 
Universidade Pierre e Marie Curie – Paris VI – 
França, sob a orientação do Dr. Jean-Louis 
Guénet.
11
INTRODUÇÃO
Para que um dia se possa conhecer a função da totalidade 
dos genes que compõem o genoma humano e dos mamíferos, os 
geneticistas modernos possuem, de forma geral, duas estratégias 
(Figura 1).
A primeira, a qual podemos chamar de estratégia • 
“descendente”, consiste em recuperar as seqüências codificadoras 
de um gene, seja pelo seqüenciamento direto do DNA, seja 
pelas seqüências codificadoras do produto de transcrição. Em 
seguida, uma vez identificadas, tais seqüências são modificadas 
de maneira a inativar a função do gene correspondente. Essa 
estratégia consiste na indução de uma mutação, que, em geral, 
acarreta o aparecimento de um alelo nulo não-funcional de uma 
seqüência codificadora desconhecida e, por meio do estudo dos 
efeitos provocados por essa mutação, poderemos compreender, 
enfim, a função desse gene.
A segunda estratégia, dita “ascendente”, consiste, ao • 
contrário da primeira, em analisarem-se as conseqüências de 
uma alteração que apareceu de forma espontânea para podermos 
chegar ao gene responsável. Essa estratégia também é chamada 
de “genética inversa” ou “clonagem posicional”. Ela possibilita 
um estudo aprofundado de uma mutação qualquer, visto que 
podemos obter sua localização genética, e, como trabalhamos 
com um fenótipo anormal, podemos efetuar análises detalhadas 
sobre vários aspectos que nos conduzem ao gene responsável. 
Justifica tal estratégia a possibilidade de se obter um animal de 
laboratório com uma mutação que apresente fortes semelhanças 
aos de uma doença humana
geneticamente determinada. 
Esse animal passa, então, a ser considerado um modelo dessa 
síndrome humana e, com o estudo dele, poderemos adquirir 
rapidamente informações preciosas e transponíveis ao homem.
Essas duas estratégias são teoricamente opostas, mas, 
como veremos mais adiante, elas acabam se complementando.
12
Introdução
A análise da função gênica através da estratégia 
“ descendente”
O seqüenciamento sistemático do genoma, o qual já 
foi realizado para vários microorganismos, culminando com o 
genoma humano em 2001 (VENTER et al., 2001; LANDER et 
al., 2001) e com o dos camundongos em 2002 (WATERSTON 
et al., 2002), representa um empreendimento facilmente 
automatizável e apresenta a vantagem de nos levar diretamente 
ao conhecimento profundo e íntimo da estrutura genômica do 
organismo estudado. Infelizmente, essa estratégia é extremamente 
cara para um organismo de grande complexidade como o 
homem, por exemplo, no qual a proporção de seqüências 
codificadores é infinitamente minoritária em relação às demais.
A construção de bibliotecas de cDNA a partir de 
moléculas de RNA mensageiro transcritas num tecido ou órgão 
em particular representa uma vantagem considerável em relação 
ao seqüenciamento direto, mas ela não permite a identificação 
de todos os genes. Nós sabemos que, em média, 20% dos 
genes transcritos num dado tecido aparecem na forma de 
mRNA em populações minoritárias e, portanto, de difícil acesso. 
Sabemos, igualmente, que vários genes são transcritos durante 
um período de tempo muito curto e que o isolamento desses 
genes numa biblioteca de cDNA é completamente aleatório. 
Enfim, não podemos nos esquecer dos genes constitutivos 
(ou genes de manutenção), transcritos o tempo todo, os quais 
acabam atrapalhando o isolamento dos outros genes. Porém, 
mesmo com todos esses inconvenientes, vários programas 
para a identificação e o seqüenciamento destas seqüências 
codificadoras foram lançados e nós observamos que, desde 
1997, mais de 16.500 EST (Expressed Sequence Tag) foram 
localizadas no genoma humano e, entre elas, apenas 2.600 já 
eram conhecidas.
Uma vez identificadas essas seqüências transcritas, podem 
elas ser mapeadas, servindo de marcadores moleculares, a fim 
de se densificar um mapa genético, e, enfim, no isolamento do 
13
Introdução
cDNA completo. A partir deste, as vias estão abertas a todas as 
manipulações para se conhecer a função do gene por meio da 
sua invalidação.
A análise da função gênica pela estratégia “ascendente”
Como já foi mencionado anteriormente, essa estratégia 
consiste na identificação de genes a partir de mutações 
espontâneas ou induzidas que são identificadas por seus efeitos 
fenotípicos. Essa estratégia, a qual também podemos chamar 
de “genética inversa” ou de “clonagem posicional”, demanda 
um grande número de cruzamentos envolvendo os animais 
portadores das mutações para os estudos. Primeiramente, 
começamos com o estudo de ligação ou mapeamento genético 
da patologia de alta densidade e precisão; em seguida, 
estabelecemos um mapa físico da região mapeada. Tal estratégia 
só permite a identificação de um número minoritário de genes 
que, quando mutados, levam ao aparecimento de um fenótipo 
facilmente observado ab útero. Em compensação, ela oferece a 
vantagem de partir de um fenótipo que pode ser analisado sob 
vários aspectos – anatômico, histológico, fisiológico, molecular, 
etc –, para podermos chegar ao gene responsável.
Essa estratégia é particularmente justificada quando 
possuímos uma mutação observada no animal de laboratório, 
na qual os efeitos patológicos apresentam analogias com 
aqueles observados numa doença genética humana, pois, nesse 
caso, o animal é considerado um modelo potencial para a 
patologia humana. O estudo e a clonagem do gene no animal, 
sendo mais rápidos, nos permitiriam, então conhecer facilmente 
o gene responsável pela doença no homem (exemplos nas 
Tabelas 1 e 2).
14
MODELO ANIMAL 
Como foi citado anteriormente, a estratégia da clonagem 
posicional é particularmente interessante quando temos um 
modelo animal de uma patologia humana. Entretanto, antes de 
considerarmos um organismo como um “modelo”, devemos 
saber o que é exatamente um “animal modelo”.
Modelos animais são preparações experimentais 
desenvolvidas em determinada espécie com o propósito de 
se estudarem fenômenos que ocorrem em uma outra espécie 
(MCKINNEY, 1984). Estes são válidos se apresentarem as 
mesmas estruturas envolvidas no comportamento ou na 
patologia humana em estudo (KAPLAN, 1973). Geralmente, 
os modelos animais aparecem como resultado de mutações, 
espontâneas ou induzidas, que levam a uma alteração fenotípica 
em decorrência de um produto protéico não-funcional ou 
ausente. Uma grande coleção de mutações foi obtida ao longo 
da história da genética de camundongos, cobrindo alterações 
em quase todas as classes fenotípicas. Entre elas, podemos citar 
mutações produzindo obesidade, malformações no sistema 
auditivo, perda de pêlos e mudança de sua estrutura, nanismo, 
anemia, desordens metabólicas e imunológicas com níveis de 
severidade variáveis, entre outras (GODARD; GUÉNET, 1999). 
Uma grande quantidade desses mutantes apresenta fenótipos 
que se assemelham fortemente àqueles observados em certas 
doenças humanas, podendo essas homologias se estender ao 
nível molecular (GODARD; GUÉNET, 1999). A importância 
desses modelos reside na possibilidade de se proporcionar 
uma melhor compreensão das patologias humanas, servindo 
como ferramentas para se tentar elucidar as vias bioquímicas 
e fisiológicas envolvidas nas doenças e possibilitando uma 
identificação de alvos que permitam o desenvolvimento de 
drogas terapêuticas (MOORE, 1999).
Muitos modelos já foram obtidos em vários laboratórios. 
Entre eles, podemos citar a descoberta do modelo murino, 
que apresenta características fenotípicas bastante semelhantes 
15
Modelo Animal 
às da alcaptonúria humana (Figura 2), o que permitiu o 
mapeamento da mutação homóloga (simbolizada por aku) no 
cromossomo 16 de camundongo e, por ortologia, a localização 
marcadores humanos no cromossomo 3 ligados ao gene do 
ácido homogentísico oxidase. Um segundo modelo é aquele 
que apresenta uma distrofia muscular ligada ao cromossomo X 
decorrente de uma mutação espontânea no gene mdx, levando 
os animais a apresentar níveis elevados de creatina cinase e 
piruvato cinase no plasma. O lócus mdx se mostrou homólogo 
ao gene que codifica a distrofina. No homem, mutações nesse 
gene podem levar à Distrofia Muscular de Duchenne ou Becker. 
Esses mutantes foram de extrema importância porque permitiram 
a demonstração de que a falta de distrofina não era a principal 
causa da doença humana. Outro exemplo é o modelo que 
apresenta a Síndrome da Hiperfenilalaninemia (HPH) (Figura 3) 
associada com a mutação hph1, que leva a uma ausência de 
guanosina trifosfato ciclohidrolase (GTP-CH). Esse mutante é 
considerado o modelo da fenilcetonúria humana (PKU). Vários 
alelos deletérios no lócus da fenilalanina hidroxilase (Pah) 
responsáveis por levar a síndromes com diferentes níveis de 
gravidade foram isolados em camundongos. Estes possibilitaram 
pela primeira vez uma explicação molecular para o fenômeno 
de expressividade variável na fenilcetonúria humana. O mutante 
Clock, isolado por Vitaterna em 1994, permitiu um estudo inicial 
sobre um ritmo circadiano específico envolvido na atividade 
locomotora, resultando no isolamento do gene candidato Clock, 
por clonagem posicional. 
Vantagens de se utilizar o camundongo como modelo 
 animal 
Entre todos os organismos modelos conhecidos 
atualmente, o camundongo é o escolhido por apresentar várias 
características peculiares que o colocam à frente em relação 
a outros modelos animais. A primeira dessas características 
diz respeito ao fato de o camundongo possuir
um tempo de 
geração curto (um filhote recém-nascido pode se tornar um 
adulto em idade reprodutiva em 11 semanas) e é bastante 
16
Modelo Animal 
prolífico. As fêmeas podem carregar muitos embriões por 
gestação, e a possível morte de algum deles não compromete 
o desenvolvimento dos outros e não põe fim à gravidez. Em 
laboratório, é fácil a manipulação e criação dessa espécie, 
além de ser possível à realização de cruzamentos controlados 
com o intuito de promover endogamia como, por exemplo, 
cruzamentos do tipo irmãos versus irmãs. Isso leva, ao longo 
das gerações, ao aparecimento de populações extremamente 
homogêneas do ponto de vista genético, isto é, os animais são 
como clones e são virtualmente homozigotos para todos os loci, 
caracterizando as linhagens isogênicas (GUÉNET, 1998).
Como mencionado por Silver (1995), o período de 
divergência evolutiva entre o homem e o camundongo, há 
cerca de 60 milhões de anos, é o mais recente em relação aos 
outros modelos animais disponíveis, como Xenopus, Drosophila 
melanogaster e C. elegans (Figura 4). Assim, a enorme homologia 
existente tanto no nível genotípico quanto no fenotípico 
(fisiologia, patologia, vias metabólicas) entre as duas espécies 
justifica fortemente a escolha desta em relação às outras para 
o isolamento de modelos. O DNA codificador do camundongo 
possui uma homologia em relação ao do humano que pode 
variar de 70 a 90% (STRACHAN; REED, 2002), maximizando 
as chances de se encontrarem genes ortólogos (mesmo gene 
em diferentes espécies) nas duas espécies. A relação entre os 
loci ortólogos do camundongo e os do homem pode ser mais 
bem visualizada pelo Oxford Grid (Figura 5), desenvolvido 
inicialmente por John Edwards em 1991 (LYON, 2002) e que é 
atualizado diariamente. Em consulta realizada no MGI em 04 
de agosto de 2003, mais de 9.800 regiões de homologia entre 
o camundongo e o homem estavam disponíveis no banco de 
dados. E esse número continua crescendo. 
Depois do homem, o camundongo é o mamífero que 
possui o genoma mais bem estudado e conhecido, devido à 
grande quantidade de marcadores genéticos e de mutações 
já isoladas e da possibilidade de se obterem proles viáveis e 
férteis a partir de cruzamentos interespecíficos, permitindo a 
17
Modelo Animal 
observação da segregação de polimorfismos de várias classes 
(GUÉNET, 1998).
O genoma murino
Em 2002 foi publicado o sequenciamento completo 
do genoma de camundongos (WATERSTON et al., 2002). A 
comparação dos mapas genético das duas espécies indica que 
mais de 90% dos dois genomas podem ser posicionados em 
regiões conservadas de sintenia, nas quais a ordem dos genes foi 
conservada em ambas as espécies. Já ao nível do nucleotídeo, 
aproximadamente 40% do genoma humano pode ser alinhado 
ao genoma do camundongo. 
Um esboço da seqüência genômica do camundongo, 
representando 96% do genoma da eucromatina já está 
disponível (Tabela 3). Através da análise destas seqüências 
podemos constatar que os genes, como esperado dos estudos 
precedentes, representam somente uma parcela pequena dos 
genomas de mamíferos. No camundongo, o número de genes 
codificadores de proteínas foi estimado entre 30.000 à 40.000, 
mesmo número que no homem. A análise da seqüência indica 
que há uma correlação positiva entre a densidade de genes e 
o conteúdo (G+C), com 75-80% dos genes que residem nas 
regiões do genoma ricas em (G+C). O catálogo dos genes 
murino contém 29.201 transcritos preditos que correspondem 
a 22.011 genes que contêm aproximadamente 213.562 éxons 
distintos. Muitos genes detectados no genoma do camundongo 
são novos e não foram identificados previamente. Há também 
9.785 transcritos preditos que não correspondem a cDNAs 
conhecidos. 
Aproximadamente 99% de genes do camundongo têm 
um homólogo no genoma humano e para 80% destes genes, 
a correspondência no genoma humano encontra-se em um 
intervalo conservado de sintenia. Isto indica que os genes 
ortólogos provavelmente descendem de um gene ancestral 
comum. Não existe gene predito ortólogo humano em menos 
18
Modelo Animal 
de 1% (118 genes) dos genes preditos no camundongo. Alguns 
destes genes foram perdidos simplesmente porque foram 
deletados em um genoma ou no outro. Também é possível que 
as evidências nas quais as predições dos genes foram baseadas 
estejam incorretas. 
Os genomas dos mamíferos também codificam muitos 
RNAs que não são traduzidos em proteínas. Estes incluem 
RNAs envolvidos no processamento do mRNA e na tradução 
(rRNAs e tRNAs). Recentemente foi descoberto RNAs envolvidos 
no regulamento da expressão gênica e em outras funções (tais 
como micro RNAs) e muitos novos RNAs cujas identificações 
computacionais são difíceis. 
Aproximadamente 37% do genoma do camundongo 
(comparado a 46% do genoma humano) consiste em repetições 
intercalares resultante das inserções de elementos de transposição 
(transpósons) e estes talvez sejam a principal causa da diferença 
no tamanho dos dois genomas (2,5 Gbp para o camundongo 
contra 2,9 Gbp para o homem). Entretanto, o camundongo 
tem as mesmas quatro classes de elementos de transposição 
que o homem: i) elemento nuclear intercalar longo (LINE); ii) 
elemento intercalar nuclear curto (SINE); iii) retrotranspóson 
viral com repetições terminais longas (LTRs); e iv) transposóns 
de DNA. 
Como na maioria das espécies de mamíferos, o genoma 
do camundongo também possuí seqüência de repetições simples 
(SSRs), consistindo em curtas repetições em tandem perfeitas ou 
quase perfeitas. Estes SSRs têm sido particularmente importantes 
na geração de marcadores genéticos utilizados nos estudos de 
ligação, pois oferecem um polimorfismo de cumprimento e são 
facilmente amplificados pela PCR. Neste sentido, o camundongo 
parece representar uma exceção dentre os mamíferos, pois 
tem 2/3 mais SSRs que o homem. Entre estes SSR, os seis di 
-, tri- e tetrâmeros (AG, AAG, AGG, AAAG, AAGG, AGGG), 
cópias com ao menos 20 bp são dez vezes mais comuns no 
camundongo do que no genoma humano. Além disso, nas 
19
Modelo Animal 
SSRs que possuem numa fita um intervalo rico em purina e na 
outra fita um intervalo rico em pirimidina é muito mais comum 
e extenso no camundongo do que no homem. 
Os polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) também 
são comuns no camundongo ao longo das diferentes linhagens 
e estes SNPs são observados tanto nas regiões codificadoras 
como fora delas. A densidade média de SNPs entre a linhagem 
C57BL/6 e a linhagem BALB/c ou C3H/He está na escala 1 a 
cada 500-700 pares de bases, porém a distribuição de SNPs 
não é uniforme nas linhagens de laboratório. Nestas podemos 
observar regiões ricas em SNPs (40 SNPs para 10 Kb) enquanto 
outras extremamente pobres em SNPs (0,5 SNP para 10 KB). 
80% de proteínas do camundongo parecem ter ortólogos 
estritos de 1:1 no genoma humano. O restante pertence às 
famílias dos genes que foram submetidos à expansão diferencial 
em um dos dois genomas. Como exemplo dessa expansão, 
podemos citar a família dos genes dos receptores de olfato, 
onde as diferenças no número e na seqüência podem explicar 
os diferentes graus de detecção dos odores existentes entre os 
camundongos e os seres humanos. Um outro exemplo, é a 
família do gene do citocromo P450, envolvida no metabolismo 
de compostos xenobióticos. No geral, as famílias de genes são 
significativamente mais expandidas no camundongo do que no 
homem. 
As comparações de 95 regiões reguladoras bem 
conhecidas no genoma do camundongo permitiu estabelecer 
que a distribuição desses elementos era: 10% nos íntrons, 85% 
na vizinhança imediata (< 2 kb) dos promotores e 5% mais 
distais dos promotores. Aproximadamente 19% sobrepõem-se 
a uma ilha CpG. A extensão da conservação destas regiões é 
consideravelmente mais baixa do que em regiões codificadoras,
mas ainda muito mais alta do que a taxa média através do genoma. 
Nestas regiões, o conteúdo (G+C) também é substancialmente 
mais elevado do que para o genoma como um todo. 
20
Modelo Animal 
O sequenciamento de outras linhagens de camundongos, 
que são comumente utilizadas pelas pesquisadores, também 
será realizado em breve, bem como a anotação progressiva 
desses genomas. Estas etapas são de extrema importância e, sem 
dúvida alguma, nos ajudará na análise das doenças complexas 
ou aqueles determinadas por vários genes (QTLs). 
Para onde vamos agora?
O futuro da genômica e da genética do camundongo na 
era pós sequenciamento pode ser facilmente vislumbrada pelos 
cientistas. O acesso livre e irrestrito às seqüências depositadas 
nos bancos de dados e a contínua melhora na qualidade dessas 
seqüências proporcionam a realização de comparações inter-
específicas. Por exemplo, podemos comparar as seqüências 
não codificadoras conservadas (SCCs) entre várias espécies, tais 
como, camundongo, rato, chipanzé, homem e bovino e cruzá-las 
com a expressão de genes em diferentes tecidos (transcriptoma). 
As informações que poderão surgir dessas comparações, serão 
úteis no entendimento da regulação gênica.
Na era pós-sequenciamento, as mutações serão úteis e 
poderão contribuir de forma eficiente na anotação dos genes 
pela comparação da alteração no DNA que gerou a mutação e 
seu respectivo fenótipo. De outra forma, através do isolamento 
do gene que causou o fenótipo alterado estaremos entendendo 
a função deste, ou seja, estaremos estudando e tendo acesso 
ás funções dos genes que compõem o genoma através de suas 
disfunções.
Existe um abismo entre os mutantes disponíveis e a 
quantidade total de fenótipos essenciais para podermos explorar 
totalmente o camundongo como um organismo modelo e, assim, 
dissecarmos as funções primárias da totalidade dos genes que 
compõem nosso genoma (GUÉNET, 2006). Ao examinarmos 
cuidadosamente os camundongos portadores de mutações 
neurológicas encontramos apenas cinco mutantes [wasted 
(wst), progressive motor neuropathy (pmn), neuromuscular 
21
Modelo Animal 
degeneration (nmd), wobbler (wr) e motor neurone degeneration 
2 (mnd2)] que são modelos potenciais de doenças dos 
neurônios motores (LUDOLPH, 1996). Esses cinco mutantes 
obviamente representam uma pequena fração do número de 
genes envolvidos nas funções neuronais e motoras. Por outro 
lado, nenhum destes mutantes foi identificado como modelo 
homólogo de doenças humanas e, as para as duas mutações no 
homem que afetam os nuerônios motores, não foi encontrado 
modelo murino (BRUNIALTI et al.,1995).
Da mesma forma muitas mutações dos camundongos 
que conduzem à surdez vêem sendo identificadas no homem, 
estas são associadas com o “sacudir a cabeça” e movimento 
circular. Com essas mutações pôde-se entender muito sobre 
o desenvolvimento do ouvido interno humano, mas nenhuma 
mutação em camundongo foi identificada levando à perda 
progressiva da audição, o que é uma característica comum em 
certas pessoas idosas (STEEL et al., 1997).
A expansão da coleção de camundongos mutantes se faz 
necessária para identificar e descrever de novos genes e para 
uma melhor compreensão da ação destes genes no metabolismo 
geral, permitindo um maior domínio na compreensão da 
função gênica em mamíferos (WELLS & BROWN, 2000). 
O domínio de técnicas moleculares que “criam” mutações 
(ENU, animais knock-in e knockout e mutantes condicionais), 
aliado à existência das mutações espontâneas, acelerou o 
andamento de estudos sobre o fenótipo, isto é, como o impacto 
genotípico de diferentes mutações atua na função normal de 
genes críticos. Mesmo com os inúmeros mutantes já isolados e 
descritos, o termo “gap (buraco) fenotípico” é bem empregado 
para expor um estado de carência de animais mutantes, o que 
leva ao sub-aproveitamento do camundongo como organismo 
modelo. Para maximizar as potencialidades do camundongo 
como modelo, ainda é necessário isolar mais mutantes para 
os loci já conhecidos e também gerar mutações em loci ainda 
desconhecidos (BROWN & PETERS, 1996). 
22
Modelo Animal 
Apostando nesta estratégia, muitos laboratórios se 
interessam pela abordagem fenotípica, isolando mutantes 
induzidos pela ação alquilante do mutágeno ENU (etil-nitroso-
uréia). Este agente mutagênico possui um radical etil transferível 
a oxigênios ou nitrogênios presentes nas bases nitrogenadas do 
DNA (NOVEROSKE et al., 2000). Os sítios de alquilação estão 
presentes em todas as bases do DNA e foram identificados tanto 
in vivo quanto in vitro. Estes sítios incluem os resíduos N1, N3 
e N7 da adenina; O6, N3 e N7 da guanina; O2, O4 e N3 da 
timina e O2 e N3 da citosina. A base transformada, então, passa 
a mimetizar uma outra base durante a replicação da dupla-fita 
de DNA, fazendo com que a mutação se fixe no genoma após 
dois ciclos de replicação celular, já que o mecanismo impede 
a ação eficiente do sistema de reparo celular. O ENU gera 
mutações de ponto (além de pequenas deleções e inserções) 
em todo o genoma. Comparativamente às outras drogas 
mutagênicas, como, por exemplo, clorambucil, ENU apresenta 
a maior taxa de mutação, da ordem de 1,5-6 x 10-3. De todas 
as mutações induzidas por ENU e que foram seqüenciadas, 
foram detectadas mutações de sentido trocado (64%), mutações 
sem sentido (10%) e erros de splicing (26%) (JUSTICE et al., 
2000). Os animais tratados com ENU (geralmente machos, pois 
toleram bem o tratamento e geram uma grande quantidade de 
espermatogônias mutantes) são cruzados para observação dos 
mutantes na prole, que serão posteriormente caracterizados 
fenotípica e geneticamente. Sendo o ENU um alquilante que 
age aleatoriamente no genoma, conseqüentemente pode induzir 
mutações em qualquer ponto de determinado gene, permitindo 
a avaliação de todo um espectro de alterações na seqüência 
(BEIER, 2000). 
Muitos projetos buscaram recuperar alelos mutantes 
específicos induzidos por ENU no genoma murino. Em um deles, 
metade da ninhada obtida dos casais onde o macho foi tratado 
com ENU apresentou mutações recessivas que segregavam 
de forma mendeliana (KASARKIS et al., 1998). Em outro, foi 
utilizado um sistema de sensibilização da prole com injeções 
de fenilalanina para evidenciar mutantes em genes na via 
23
Modelo Animal 
metabólica da fenilalanina (SYMULA et al., 1997). Um terceiro 
projeto conseguiu com a administração de ENU obter uma série 
alélica para o locus quaking (qk), essencial na mielinização 
axonal e importante em processos embriogênicos iniciais (COX 
et al, 1998). Ainda, outro projeto teve como interesse principal 
isolar fenótipos oculares mutantes e anormalidades na visão 
causadas por mutações induzidas por ENU, sendo que 25 
linhagens murinas mutantes puderam ser isoladas (THAUNG 
et al., 2002). Dentre estas mutações, algumas foram mapeadas 
em regiões do genoma que não possuem genes candidatos, 
indicando a presença de novos genes. Projetos em larga escala 
também foram realizados por vários laboratórios que têm como 
especialidade gerar mutantes. Analisando 26.000 tratados com 
ENU, Nolan e colaboradores (NOLAN et al., 2000) puderam 
isolar 500 mutações novas envolvendo problemas nos 
membros, malformações caudais e craniofaciais. Outro grupo 
isolou mutações dominantes e recessivas após análise de 14.000 
animais da prole de intercruzamentos e retrocruzamentos 
envolvendo animais tratados com ENU, o que possibilitou a 
identificação de 182 novas mutações em diversos fenótipos (de 
ANGELIS et al., 2000).
Apenas cerca de 5% dos estimados 30.000-40.000 
genes que compõe o genoma murino possuem mutações 
isoladas, a maioria destas sendo mutações dirigidas por 
processo de recombinação homóloga em células tronco 
embrionárias (PERKINS, 2002). A abordagem fenotípica que 
utiliza ENU como agente mutagênico
aposta no isolamento de 
alelos mutantes de interesse e no estabelecimento de linhagens 
mutantes modelo para doenças humanas. Hoje, virtualmente 
todos os projetos de indução de mutações com agentes 
químicos utilizam preferencialmente ENU aos outros compostos 
(WILLIAMS, 2003). A enorme coleção de mutações já isoladas, 
mapeadas e estudadas, aliada ao potencial já demonstrado do 
camundongo como organismo modelo, vem permitindo aos 
especialistas vasculhar cada detalhe genético envolvido nos 
processos metabólicos de vertebrados. Certamente, este maior 
entendimento da função gênica vem do estudo de mutantes 
(Soewarto et al., 2000). 
24
A MUTAÇÃO PROGRESSIVE MOTOR NEURONOPATHY 
(pmn)
Descrição clínica
A mutação progressive motor neuronopathy (pmn) foi 
observada pela primeira vez pelo pesquisador Dr. Schmalbruch, 
em 1988, no Instituto de Panum, em Copenhagem, numa criação 
de camundongos com um background genético desconhecido 
(NMRI) (SCHMALBRUCH; SKOVGAARD JENSEN, 1990). Desde 
sua descoberta, essa mutação é considerada o modelo animal 
de uma amiotrofia espinal humana (SCHMALBRUCH et al., 
1991).
Essa patologia é transmitida de modo autossômico 
recessivo. Os animais homozigotos pmn/pmn são identificados 
entre 15 a 18 dias após o nascimento por meio de uma 
locomoção incerta e pelo começo de uma atrofia muscular dos 
membros posteriores e da cintura pélvica. Quando levantamos 
os animais doentes pela cauda, estes não têm o reflexo de 
esticarem as patas traseiras como o fazem os animais normais 
(Figura 6). Após alguns dias de evolução da doença, os músculos 
das patas anteriores ficam igualmente atrofiados e os animais 
morrem entre a 6ª e a 7ª semana de vida, provavelmente de 
uma paralisia respiratória (relacionada ao problema envolvendo 
o diafragma descrito logo em seguida) ou, em alguns casos, 
por desnutrição, pois são incapazes de se locomoverem até o 
local da ração. Quando os sinais clínicos de fraqueza muscular 
posterior estão claramente visíveis, os animais mutantes têm um 
peso inferior a 40% do normal. Entretanto, nunca foi observada 
tremedeira ou cãimbra durante a evolução da doença.
Dados anatomopatológicos
Músculos e nervos periféricos
Os músculos dos membros posteriores dos camundongos 
homozigotos (pmn/pmn) com idade de cinco semanas mostram 
25
A Mutação Progressive Motor Neuronopathy (pmn)
uma atrofia neuronal dos grupos de fibras angulares (Figura 7a). A 
presença de fibra hipertrofiada é rara. Os músculos dos membros 
anteriores desses camundongos apresentam pouquíssimas 
fibras atrofiadas. As junções neuromusculares estão cobertas de 
terminações axonais degeneradas ou por células de Schawnn 
isoladas (Figura 7b; c). Os axônios terminais estão inchados e 
as vesículas das sinapses não estão presentes. O nervo ciático 
mostra sinais de degeneração axonal (Figura 7d).
Nos animais mutantes com 5 a 6 semanas de idade, o 
número de axônios mielinizados no nervo fibular comum é 
inferior a 30% com relação aos animais normais.
Algumas anomalias podem ser visualizadas no nervo 
frênico desde a quarta semana após o nascimento dos animais 
mutantes. Nesses animais, esse nervo é mais fino e é encontrado 
um grande número de axônios degenerados (Figura 8a, b).
A perda das fibras no nervo frênico sugere que o 
diafragma também sofra de tal perda desde a quarta semana, o 
que causaria a morte dos animais por parada respiratória.
Medula Espinal
Nos animais mutantes, tanto a medula espinal cervical 
como a lombar parecem normais. O número e a repartição das 
células na corno ventral também são normais. Também não 
foi observada nenhuma degeneração acompanhada ou não de 
uma proliferação de células gliais.
Durante a quinta semana de vida, uma pequena 
quantidade de axônios degenerados pode ser visualizada na 
região superficial do funículo ventral e, no decorrer da sexta 
semana, quando, então, os animais estão na fase terminal da 
doença, observam-se fibras degeneradas no fascículo grácil e 
no fascículo próprio lateral e fascículo próprio dorsal. 
No cérebro dos animais mutantes não foi observada 
nenhuma anomalia, exceto pelo seu peso, que é 30% inferior 
ao peso do cérebro de um animal normal.
26
A Mutação Progressive Motor Neuronopathy (pmn)
Resumidamente, podemos dizer que essa doença, 
primeiramente, apresenta uma fraqueza muscular dos membros 
posteriores e da cintura pélvica; o déficit do número de fibras no 
nervo fibular comum chega a 30% na quinta semana. Entretanto, 
desde a quarta semana, pode-se notar uma anomalia no nervo 
frênico, provavelmente devida a sua desmielinização (perda 
de 69% em média de fibras). Essa degeneração provavelmente 
é a causadora da morte dos animais, pois pode levar a uma 
insuficiência respiratória. Não foi observada nenhuma 
diminuição no número de fibras nas raízes nervosas ventrais, 
nem no número de neurônios motores. Nenhuma vacuolização 
do corpo celular dos neurônios motores foi observada.
Em contrapartida, foi observada uma cromatólise das 
células da corno ventral por microscopia eletrônica. A grande 
fibra dessa região da medula espinal tem um tamanho inferior 
ao normal, pois está desconectada dos neurônios motores e 
seus alvos. A conservação na quantidade de corpos celulares 
na córnea anterior sugere que a doença pmn é causada por um 
processo de morte retrógrada, em que os problemas se iniciam 
nas terminações nervosas e progridem ao longo do axônio em 
direção ao corpo celular, sem jamais atingir esse último, pois, 
talvez, os animais morram antes.
Essa mutação foi utilizada para testar a eficiência de 
algumas tentativas de terapia gênica. A administração do 
CNTF (ciliary neorotrophic factor), sintetizado por fibroblastos 
geneticamente modificados e transplantados no início da 
doença, diminui a velocidade da evolução da enfermidade, 
mas não chega a pará-la completamente (SAGOT et al., 1995b; 
SENDTNER et al., 1992). A superexpressão do proto-oncógeno 
Bcl-2 nos animais doentes não altera a evolução da doença 
nem sua gravidade; ela não impede a degeneração axonal, mas 
reduz a perda neuronal no núcleo facial (SAGOT et al., 1995b). 
A administração de um fator neurotrófico como o GDNF produz 
efeitos similares ao Bcl-2 (SAGOT et al., 1996). Esses resultados 
tendem a provar que, nessa mutação, o processo patológico não 
é um problema primário no corpo celular. A mutação levaria a 
27
A Mutação Progressive Motor Neuronopathy (pmn)
uma neuropatia, e não a uma axonopatia. Além disso, os estudos 
mostram que (1) os mecanismos que levam a uma axonopatia 
são independentes daqueles que causam uma neuropatia; (2) os 
fatores neurotróficos agem de forma diferente uns dos outros.
28
O PRINCÍPIO GERAL DA CLONAGEM POSICIONAL
A estratégia da clonagem posicional (COLLINS, 1992), 
também chamada genética inversa ou reversa (RUDDLE, 1984; 
ORKIN, 1986), consiste em se isolar um gene identificado 
unicamente por um fenótipo mutante por meio da identificação 
do menor fragmento de DNA que o contenha e, em 
seguida, identificarem-se, nesse fragmento, suas seqüências 
codificadoras. Para essa estratégia, a priori, não se faz necessário 
um conhecimento prévio do produto do gene procurado nem 
do tecido em que ele seja expresso. Entretanto, fica claro que, 
quanto menos informações tivermos do gene procurado, mais a 
tarefa da clonagem promete ser difícil e longa.
 A clonagem posicional foi utilizada pela primeira vez 
por Bender e seus colaboradores para isolar o complexo 
bithorax de drosófila (1983). Em 1995, já possuíamos 65 genes 
humanos (COLLINS, 1995) e cerca de 30 genes murinos foram 
isolados por meio dessa estratégia. Entre os inúmeros sucessos 
podemos citar, no homem, a clonagem do gene responsável 
pela doença chamada Distrofia Muscular de Duchenne, 
que codifica a proteína distrofina (MONACO et al., 1986), a 
clonagem do gene responsável
pela Coréia de Huntington (THE 
HUNTINGTON’S DISEASE COLLABORATIVE RESEARCH 
GROUP, 1994), a clonagem do gene de susceptibilidade ao 
câncer de seio (BCRAI, MIKI et al., 1994), a do gene responsável 
pelos três tipos de amiotrofia espinal humana (LEFEBVRE et 
al., 1995) e, enfim, a clonagem de uma helicase responsável 
pela Síndrome de Werner (YU et al., 1996), para a qual foi 
preciso seqüenciarem-se mais de 650.000 pares de bases e 
testarem-se inúmeros genes candidatos para se chegar ao gene 
responsável. Nos camundongos, a clonagem mais sensacional 
foi a do gene responsável pela mutação obese (ob) (Figura 9), 
que se tornou um modelo da obesidade humana de caráter 
autossômico recessivo (ZHANG et al., 1994). Outros sucessos 
foram registrados, como o gene shaker-1 (sh1) (GILSON et al., 
1995) e beige (bg) (BARBOSA et al., 1996), o qual se revelou um 
modelo da doença de Chediak-Higashi humana.
29
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
A clonagem posicional de um gene acontece em três 
etapas.
Em um primeiro momento, efetuamos o mapeamento 
genético da mutação estudada, ou seja, localizamos o 
cromossomo que carrega o lócus responsável pela mutação. 
Para tanto, na grande maioria das vezes, precisamos efetuar 
cruzamentos especiais para alcançarmos tal objetivo. Esse 
cruzamento envolve a linhagem na qual a mutação apareceu e 
uma outra, a fim de mobilizarmos um alto grau de polimorfismo, 
essencial ao trabalho de mapeamento. Nessa fase, tentamos 
encontrar os dois marcadores mais próximos do lócus mórbido 
e calculamos a distância genética (centiMorgan, cM) que os 
separa.
Desde que tenhamos conseguido restringir ao máximo o 
intervalo genético que contenha a mutação, começamos, então, 
o que chamamos “marcha sobre o cromossomo”. Nessa etapa, 
nós iremos construir o mapa físico da região cromossômica 
estudada. Para tanto, fragmentos de DNA clonados são alinhados 
uns após os outros, formando o que chamamos de um contig 
da região. A caracterização desse contig define a construção 
do mapa físico, em que as distâncias entre os marcadores serão 
medidas em pares de bases de nucleotídeos. As extremidades 
do contig correspondem aos dois marcadores que englobam 
o lócus da mutação, definido pelo estabelecimento do mapa 
genético concluído na primeira etapa do trabalho de clonagem 
posicional.
Enfim, passamos à fase de recuperação das seqüências 
codificadoras contidas no DNA do contig. Essas seqüências são, 
em seguida, caracterizadas para que possamos definir o perfil 
de um gene que será, então, nosso gene candidato. Atenção, 
aqui estamos isolando a cópia normal do gene responsável pela 
mutação, o que é diferente da fase de mapeamento, quando, 
então, localizamos a versão mutante do gene. 
As etapas da clonagem posicional estão ilustradas na 
Figura 10 e serão detalhadas a seguir.
30
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
O mapeamento genético
O objetivo do mapeamento genético é definir a ordem 
linear dos genes sobre os cromossomos e definir as distâncias 
que os separam. O mapa genético que deve ser estabelecido na 
primeira fase da clonagem posicional é construído através da 
procura de ligação entre o lócus mutante e marcadores genéticos 
vizinhos previamente localizados sobre os cromossomos. Para 
tanto, identificamos primeiramente o cromossomo que porta 
a mutação e, em seguida, devemos afinar esse mapeamento. 
Nessa fase do trabalho, a descoberta de alguma anomalia 
citogenética (translocação, deleção) associada à doença pode 
facilitar, e muito, o desenrolar da clonagem.
O mapeamento da mutação sobre um cromossomo particular
O primeiro passo para o mapeamento da mutação é, como 
já foi mencionado anteriormente, identificar o cromossomo 
que a contenha. Atualmente, os cruzamentos realizados nos 
laboratórios são altamente polimórficos e os marcadores 
utilizados são, na maior parte das vezes, moleculares. Essa 
primeira etapa é, então, confundida com a segunda, a qual 
consiste em gerar um mapa genético de alta resolução em torno 
do lócus mutante localizado. Na época em que os marcadores 
utilizados no mapeamento eram, eles mesmos, mutações 
identificáveis unicamente por um fenótipo anormal, muitas 
vezes inviáveis ou inférteis, precisávamos realizar inúmeros 
cruzamentos e gerar um enorme número de animais para 
conseguirmos, às vezes, identificar um possível cromossomo 
interessante. 
Dois tipos de cruzamento são geralmente realizados 
nessa primeira etapa (GREEN, 1995): o retrocruzamento e o 
intercruzamento. Os princípios desses dois cruzamentos estão 
ilustrados na Figura 11.
Se considerarmos vários marcadores quaisquer – a, b, c, 
d, ... –, já localizados sobre o mapa genético dos camundongos, 
e m, o alelo mutante a ser localizado, o tipo de cruzamento a ser 
31
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
estabelecido é, quase sempre, imposto por razões práticas. Em 
geral, cruzamos uma linhagem de camundongo homozigota para 
os marcadores polimórficos com a linhagem em que a mutação 
m está sendo mantida. Caso a mutação seja compatível com a 
fertilidade, ao menos em um dos dois sexos, nós utilizamos um 
animal homozigoto m/m para produzir a geração F1, depois a 
F2, cruzando-se os F1 entre si.
No caso em que os animais homozigotos mutantes forem 
incompatíveis com a reprodução, o que acontece na maior 
parte do tempo, o procedimento é um pouco mais complicado: 
precisamos cruzar os animais heterozigotos portadores do alelo 
mutante +/m com a linhagem de camundongo homozigota 
(aquela que porta os marcadores moleculares a, b, c, d, ..., 
no estado homozigoto) e, em seguida, recruzar os animais F1 
entre si até que o fenótipo mutante reapareça na geração F2 
(animais homozigoto m/m). Evidentemente, para esse caso, no 
qual não podemos contar com os animais homozigotos, muitos 
cruzamentos serão realizados sem interesse científico, pois 
irão associar, aleatoriamente, um parceiro +/m com um outro 
+/+ e mesmo dois parceiros +/+. Enfim, o DNA dos animais F2 
mutantes é extraído e tipado para os marcadores moleculares 
repartidos sobre todos os cromossomos. Com os métodos 
modernos disponíveis para o mapeamento como, por exemplo, 
a reação em cadeia da polimerase (PCR), são necessárias apenas 
algumas semanas para tipar mais de 50 marcadores moleculares 
distribuídos de forma homogênea por todo o genoma animal. 
A descoberta de uma ligação fica evidenciada quando um 
ou mais marcadores se encontram constantemente, ou muito 
freqüentemente, associados à mesma fase (em união ou em 
repulsa) do fenótipo mutante. Isso quer dizer que o marcador 
tipado pela PCR e o alelo mutante m fazem parte do mesmo 
haplótipo.
A construção de um mapa genético de alta densidade e de alta 
resolução ao redor do gene mutado
O objetivo dessa segunda parte do mapeamento genético 
do gene de interesse é determinar os dois marcadores mais 
32
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
próximos do lócus da doença e que o enquadrem no menor 
intervalo cromossômico possível para podermos ter a certeza de 
que o “encurralamos”. O tamanho do intervalo a ser determinado 
depende da quantidade de marcadores polimórficos disponíveis 
na região. A precisão com a qual essa dimensão é apreciada 
depende do número de meioses analisadas. É indispensável a 
elaboração, no início do trabalho, de um cruzamento altamente 
polimórfico e a análise de um grande número de meioses 
(várias centenas), se quisermos estabelecer o mapeamento com 
precisão. A Figura 12 mostra como proceder para identificar 
os animais, ditos informativos, no caso de um retrocruzamento, 
através da genotipagem com dois marcadores que enquadram o 
intervalo genético crítico que contém o lócus mutado.
Desde que nenhum evento de recombinação tenha sido 
observado em n meioses analisadas, podemos calcular que o 
limite superior do intervalo de confiança r da distância
entre 
dois marcadores, com o risco de primeira espécie p, é dado 
pela fórmula:
r = 1 – n p 
com:
p: rico de primeira espécie
n: número de meioses
r: distância entre os marcadores
Dessa forma, podemos calcular que, para 1.000 meioses 
analisadas, o fato de não obtermos recombinantes entre dois 
marcadores indica que a distância genética que os separa é 
inferior a 0,3 cM, com um risco de 5%. Esta distância de 0,3 
cM corresponde a, aproximadamente, 600 kb de DNA dos 
camundongos1.
As linhagens de camundongos utilizadas nos cruzamentos 
devem ser escolhidas de forma adequada a fim de se obter um 
bom compromisso entre o grau de polimorfismo e a taxa de 
reprodução. Os cruzamentos intraespecíficos, feitos entre as 
33
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
linhagens isogênicas tradicionais, as quais foram derivadas de 
uma mesma espécie selvagem Mus musculus domesticus, são 
fáceis de serem realizados; entretanto, o grau de polimorfismo 
mobilizado é relativamente baixo e, na maior parte das vezes, 
não permite o estabelecimento de um mapa genético denso. 
Bonhomme e Guénet (1979 e 1982) (Figura 13) foram os 
primeiros que contornaram essa situação ao mostrarem que 
poderíamos estabelecer cruzamentos entre camundongos de 
espécies diferentes como, por exemplo, espécies Mus musculus 
domesticus (linhagem de laboratório) e Mus spretus (linhagem 
selvagem). Com esse tipo de cruzamento, muito embora envolva 
espécies diferentes, é possível a obtenção de híbridos viáveis nas 
condições de laboratório. Dada a divergência evolutiva que as 
separa, o grau de polimorfismo mobilizado é alto e facilmente 
identificável (GUÉNET; BONHOMME, 2003)2. Entretanto, 
os cruzamentos implicando a espécie Mus spretus têm dois 
inconvenientes: o primeiro diz respeito ao fato de os animais F1 
só poderem ser obtidos através do pai selvagem Mus spretus, 
pois o cruzamento recíproco é muito difícil de ser realizado. O 
segundo inconveniente refere-se ao fato de os animais machos 
F1 serem estéreis (efeito Haldane).
1. De acordo com as estimativas mais recentes, o mapa genético dos camun-
dongos tem 1600 cM e seu genoma contém, como no homem, 3 X 109 pares 
de bases. Nós consideramos que, em média, 1 cM equivale a 1,8 Mb. Essa 
extrapolação deve ser vista com muito cuidado, pois, embora o evento de 
recombinação seja definido como um fenômeno aleatório, ele não ocorre de 
maneira homogênea por todo o genoma. Desde que a recombinação ocorra 
com uma alta freqüência numa determinada região genômica, nessa região 
as distâncias genéticas são maiores que as distâncias físicas. Essa situação é 
favorável na clonagem posicional. No caso contrário, a situação é muito mais 
complexa. Devemos notar que o homem recombina duas vezes mais que o 
camundongo, e seu mapa genético tem 2100 cM.
2. Experimentos de seqüenciamento mostraram que, em média, uma base a 
cada 30 eram diferentes entre animais da linhagem C57BL/6, derivada prin-
cipalmente da espécie Mus musculus domesticus, e animais SEG, derivados 
da espécie Mus spretus. Tal densidade polimórfica permite, teoricamente, 
a realização de mapas genéticos muito densos.
34
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
As vantagens desses cruzamentos intraespecíficos e 
interespecíficos podem ser acumuladas utilizando-se linhagens 
consômicas nas quais um único cromossomo é do tipo Mus 
spretus. Nesse caso, podemos obter resultados muito próximos 
aos dos cruzamentos interespecíficos, eliminando as dificuldades 
de reprodução e conservando o alto grau de polimorfismo 
(FLETCHER et al., 1991).
Quando um cruzamento for estabelecido para o 
mapeamento de uma mutação, é importante que possamos 
identificar, sem nenhuma ambigüidade, os animais homozigotos 
mutantes na descendência. Isso, infelizmente, nem sempre 
é o caso. Freqüentemente, uma mutação pode ter efeitos 
variáveis em gravidade ao passo que os animais de genótipo 
mutante podem ter características de animais de fenótipo 
normal (penetrância incompleta) ou níveis variados de 
expressão da patologia (expressividade variável). Nesse caso, 
devemos considerar unicamente os animais cujo fenótipo tenha 
sido estabelecido com segurança para serem utilizados no 
mapeamento; entretanto, o cálculo da distância genética fica 
comprometido.
O cálculo das distâncias genéticas, baseado na 
identificação de genótipos recombinantes, necessita do 
reconhecimento da origem de cada um dos alelos do marcador 
testado nos animais N2 (backcross) ou F2 (intercross). Sabemos 
também que essa identificação só é possível se existir um 
polimorfismo entre as duas linhagens utilizadas no cruzamento 
inicial.
Os primeiros polimorfismos “moleculares” identificados 
foram os polimorfismos de comprimento de fragmentos de 
restrição ou RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism; 
BOSTEIN et al., 1980). Os RFLP são causados pela variação na 
seqüência de DNA, de forma que um sítio de restrição, talvez 
ausente numa linhagem de camundongo, esteja presente numa 
outra. Quando da análise por Southern, uma sonda molecular 
do gene analisado revela fragmentos de tamanhos diferentes nas 
35
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
duas linhagens, identificando, assim, a origem de cada um dos 
dois alelos (Figura 14).
Os microssatélites ou seqüências simples repetitivas 
(LOVE et al., 1990) correspondem a seqüências repetidas (de 10 
a 40 vezes) de di, tri ou tetra nucleotídeos, sendo a seqüência 
mais freqüente a do tipo CA. Existem muitos microssatélites, 
relativamente estáveis e distribuídos aleatoriamente ao longo de 
todo o genoma humano e de camundongos (cada um conta com 
mais de 100.000 microssatélites), exceção feita ao cromossomo 
X, no qual encontramos um número pequeno desse tipo de 
seqüência (DIETRICH et al., 1994). Os microssatélites são 
muito polimórficos entre uma espécie e outra pelo seu motivo 
repetido em tandem. A abundância, a estabilidade e a repartição 
desses microssatélites fazem deles uma excelente ferramenta no 
mapeamento genético: as diferenças de comprimento do número 
de repetições são facilmente evidenciadas pela reação em cadeia 
da polimerase (PCR), através de iniciadores correspondentes às 
seqüências que flanqueiam os microssatélites (Figura 15). O 
grupo de Lander (Whitehead/MIT) construiu um mapa genético 
de camundongos unicamente com os microssatélites do tipo 
(CA)n repartidos sobre a totalidade de cromossomos murino.
Em junho de 1994, mais de 4.000 microssatélites já 
tinham sido mapeados com uma resolução de um marcador a 
cada 0,35 cM (DIETRICH et al., 1992, DIETRICH et al., 1994). 
Hoje mais de 13.000 marcadores estão disponíveis com uma 
resolução de 0,1 cM, ou seja, um marcador a cada 560 Kb. Mais 
de 1.200 RFLP inicialmente mapeados foram integrados a esse 
mapa, que pode ser acessado no endereço eletrônico www.
genome.wi.mit.edu/cgi-bin/mouse/index.
Os minissatélites (JEFFREYS et al., 1985) ou VNTR 
(número variável de repetições em tandem) são formados a 
partir de um grande número de repetições de uma seqüência 
de aproximadamente 50pb, que são marcadores igualmente 
polimórficos e distribuídos de forma aleatória por todo o 
genoma. Como são muito grandes para serem amplificados pela 
PCR, são muito pouco utilizados.
36
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
Em 1995, McCarthy e seus colaboradores identificaram e 
mapearam mais de 450 novos marcadores polimórficos, os quais 
foram isolados pela amplificação (PCR) das seqüências únicas 
compreendidas entre as seqüências longas repetitivas (LINE) ou 
seqüências curtas repetitivas (SINE) do genoma animal. Esses 
marcadores são diferentes dos microssatélites e RFLP e, dessa 
forma, completaram o mapa genético estabelecido por Lander.
A técnica de análise pela SSCP (polimorfismo de 
conformação de DNA de fita simples) (ORITA et al., 1989) permite 
a detecção de diferenças acontecendo
em uma única base nas 
duas fitas de DNA. Essa técnica detecta 70 a 90% de mutações 
nos fragmentos de DNA de 200pb ou mais. A sensibilidade de 
tal método diminui com o aumento do tamanho do produto a 
ser analisado. Essa estratégia, ilustrada na Figura 16, é muito útil 
na detecção de polimorfismos ou de mutações pontuais entre 
um DNA mutante e um normal.
Para a genética de camundongos existem mapas genéticos 
de referência, que são regularmente atualizados e publicados 
nas revistas científicas Mammalian Genome e Mouse Genome, 
bem como bases de dados acessíveis via Internet: MGD (Mouse 
Genome Database) www.informatics.jax.org. Todos os genes ou 
marcadores localizados no mapa genético podem ser utilizados 
como fonte de marcadores polimórficos.
O estabelecimento de uma ligação genética para uma 
dada mutação permite, muitas vezes, prever sua localização no 
mapa genético da espécie humana. Para tanto, só precisamos 
consultar os mapas de homologia de sintenia já estabelecidos e 
publicados (PETERS and SEARLE, 1996). Falamos de conservação 
ou de homologia de sintenia quando dois (ou mais) pares de 
marcadores homólogos estão presentes num mesmo segmento 
cromossômico em duas (ou mais) espécies diferentes. Por 
exemplo, a comparação dos mapas genéticos humano e murino 
indica que vários genes localizados sobre o cromossomo 13 
de camundongos se encontram nos cromossomos 1, 3, 5, 6, 7, 
9, ou 10 humanos. Caso a ordem de posição dos marcadores 
37
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
também seja conservada, haverá, então, conservação de 
sintenia (Figura 17).
Quando uma ligação for estabelecida numa região 
“pobre” em marcadores podemos obter outros marcadores por 
meio da técnica de microdissecção do DNA da região localizada, 
amplificá-la pela PCR com a ajuda de oligonucleotídeos 
degenerados e, em seguida, clonar os produtos amplificados 
(SCALENGHE et al., 1981, LUDECKE et al., 1990, TELENIUS et 
al., 1992). A microdissecção foi utilizada para os camundongos, 
na produção de novas sondas da região do complexo T/t do 
cromossomo 17 (ROHME et al., 1984).
Antes de concluirmos a seção que concerne ao 
estabelecimento de um mapa genético de alta densidade na 
vizinhança do gene que desejamos clonar, temos de falar de 
um ponto importante relativo ao princípio do estabelecimento 
dos mapas genéticos, os quais são graduados em unidade 
de recombinação, ou seja, em centiMorgan (cM). Sabemos, 
entretanto, que não existe nenhuma relação linear entre a 
freqüência de recombinação, que nos indica a distância 
genética, e a distância física real entre os marcadores, a qual é 
estabelecida em pares de base. Em alguns casos, a freqüência 
de recombinação é alta e a distância genética equivale a uma 
distância física pequena. Em outros casos, a recombinação é 
rara e a distância genética corresponde a uma grande distância 
física. Geralmente, a freqüência de recombinação depende do 
sexo no qual a meiose ocorreu (no caso dos camundongos, na 
maior parte das vezes, estamos analisando a meiose do sexo 
masculino) e, de qualquer maneira, ela não é a mesma de um 
segmento cromossômico a outro. Temos que saber igualmente 
que rearranjos estruturais dos cromossomos (deleções, 
translocações, inversões, etc) modificam consideravelmente 
a freqüência de recombinação (HERMANN et al., 1987). Um 
mapa genético de alta densidade estabelecido numa região de 
alta freqüência de recombinação simplificará muito a tarefa 
da clonagem posicional. De forma inversa, a co-segregação 
de um marcador com o lócus do gene a ser clonado não é 
38
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
necessariamente um sinal de que haja uma grande proximidade 
física.
Microssatélites X SNPs (Single Nucleotide Polymorphisms)
A introdução dos marcadores microssatélites no início 
dos anos 90 possibilitou aumentar dramaticamente a eficiência 
dos estudos genéticos. O mapeamento à alta resolução passou 
a ser uma realidade. O mapeamento genético de microssatélites, 
baseado na diferença (polimorfismo) do número de unidades 
de repetição encontrada nas linhagens de camundongos, é 
facilmente realizado através da técnica da reação em cadeia da 
polimerase (PCR). Mais de 6000 microssatélites são comumente 
usados no mapeamento genético em camundongos. Estima-se 
que os tamanhos genético e físico do genoma dos camundongos 
sejam, respectivamente, 1500 cM e 3000 Mb (3X109 pb). Assim, 
o espaço médio entre os microssatélites pode ser availado em 
0,25 cM ou 500 Kb. Isto é um cálculo aproximado, visto que, as 
distâncias genéticas nem sempre refletem as distâncias físicas, 
pois sabemos que determinadas regiões do genoma sofrem 
um maior número de eventos de recombinação que outras. 
De qualquer forma, o mapeamento através dos microssatélites 
pode oferecer uma considerável resolução, porém não 
necessariamente a exigida para a clonagem posicional. Deve 
se lembrado que, embora tenhamos 6000 microssatélites 
disponíveis, nem todos são polimórficos entre todas as linhagens 
de camundongo. Assim, existe a necessiadade de outros tipos de 
marcadores polimórficos que possam auxiliar no mapeamento 
à alta resolução.
Com o sequenciamento de vários genomas, um novo 
tipo de marcador molecular fez sua aparição, os SNPs (Single 
Nucleotide Polymorphisms, para polimorfismo de nucleotídeo 
único. Como o nome indica, um SNP envolve a mudança em um 
único nucleotídeo. Geralmente é uma substituição, mas também 
pode ser uma deleção ou inserção. Já foram identificados mais de 
4 milhões de SNPs no genoma humano e eles estão distribuídos 
pelo genoma, fornecendo marcadores extremamente úteis para 
o mapeamento à alta resolução e também para os estudos de 
39
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
associação à procura de loci que conferem susceptibilidade a 
doenças comuns.
Para o genoma murino o número de SNPs disponíveis 
ainda é bem modesto, um pouco mais de 3000 no banco de 
dados do MIT, porém o potencial da existência de SNPs entre 
as linhagens isogênicas é enorme. Como o sequenciamento de 
diversas linhagens de camundongo está sendo realizado, hoje 
já temos os dados de 15 delas, podemos afirmar que a situação 
desses marcadores vai melhorar e muito. A previsão para breve 
é da disponibilidade de 1 milhão de SNPs distribuídos ao longo 
de todo o genoma murino, o que significa uma densidade de 
1 SNP a cada 3 Kb. Podemos, desta forma, prever que esses 
marcadores irão substituir os microssatélites num futuro bem 
próximo. 
O mapeamento físico
Quando dois marcadores genéticos muito próximos do 
gene de interesse foram isolados, o segmento de DNA situado 
entre esses dois marcadores, no qual o gene em questão deverá 
estar contido, deverá, então, ser isolado fisicamente. Para tanto, 
as técnicas de clonagem clássicas que se servem de plasmídios, 
fagos lambda ou cosmídios não são adequadas. Na realidade, tais 
técnicas só permitem a manipulação de pequenos fragmentos 
de DNA, algumas dezenas de Kb no máximo. Se considerarmos 
que o intervalo genético definido na etapa anterior é da ordem 
de 1cM, ou seja, por volta de 1.700pb nos camundongos, não 
podemos ter a certeza, a priori, de que os sítios de clonagem 
estão repartidos de tal maneira que façam com que todo DNA 
contido no segmento possa ser clonado.
O que vimos é que a clonagem posicional só pôde 
progredir definitivamente após a construção de ferramentas 
adequadas e que, sem a eletroforese em campo pulsado, sem 
o desenvolvimento dos cromossomos artificiais de levedura 
(YAC) e sem a descoberta dos marcadores microssatélites, essa 
estratégia de clonagem não teria conhecido o sucesso de que 
desfruta hoje em dia.
40
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
A eletroforese em campo pulsado
A eletroforese em agarose ou em poliacrilamida clássica 
permite a separação de fragmentos de DNA graças ao papel 
das malhas que
formam o gel. Sob a ação do campo elétrico, 
algumas moléculas de DNA migram entre todos os poros, 
enquanto que outras moléculas maiores não podem migrar entre 
alguns dos poros e vão levar um tempo maior para percorrer o 
mesmo percurso.
As grandes moléculas de DNA (de mais de 20Kb) são 
maiores que todos os poros de resolução do gel. Sob a ação 
do campo elétrico, essas moléculas sofrem uma modificação 
estrutural de maneira a migrar em bloco nos interstícios 
maiores. Esses fragmentos migram todos na mesma velocidade, 
independentemente do tamanho, e não existe mais separação 
alguma. A eletroforese em campo pulsado resolveu esse 
problema por meio da modificação periódica da orientação do 
campo elétrico. A molécula deve mudar sua conformação e se 
reorientar paralelamente ao campo. Para esquematizar, podemos 
dizer que uma molécula de DNA muito longa (1.000Kb) precisa 
de muito tempo para se reorientar e ela tem pouco tempo para 
migrar, enquanto que uma molécula menor (100Kb) necessita 
de pouco tempo para se reorientar e consagra a maior parte do 
seu tempo a migrar. Três sistemas são utilizados:
OFAGE (Orthogonal-Field Alternating Gel • 
Eletrophoresis) (SCHUWARTZ; CANTOR, 1984): nesse caso os 
eletrodos estão orientados a 90° e geram dois campos elétricos 
alternados e não homogêneos;
CHEF (Contour Clamped Homogenous Field) (CHU • 
et al., 1986): é o sistema mais utilizado. Nele, os eletrodos estão 
arrumados regularmente ao longo de um circuito em forma de 
um hexágono. O campo elétrico é uniforme para todo o gel, 
mas a orientação é periodicamente modificada de 120°. Esse 
sistema foi utilizado neste trabalho;
FIGE (Field Inversion Gel Eletrophoresis) (CARLE et • 
al., 1986): neste caso, o campo elétrico é uniforme e invertido 
de 180°.
41
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
Uma descrição mais detalhada da eletroforese em 
campo pulsado pode ser obtida no artigo “Towards a molecular 
description of pulse-field gel electrophoresis”, de Bustamante e 
outros, publicado em 1993.
Os PAC, YAC e BAC
Os cosmídios permitem a clonagem de segmentos de 
DNA de até 40Kb. O bacteriófago P1, aliado à eficiência de 
infecção dos bacteriófagos e à simplicidade de manipulação dos 
plasmídios, pode conter inserções de até 100Kb (STERNBERG, 
1990).
Um enorme avanço para o mapeamento físico foi a 
descoberta de que grandes fragmentos de DNA de até 2.000Kb 
poderiam ser propagados sob a forma de cromossomos artificiais 
de levedura ou YAC (BURKE et al., 1987). O princípio da 
clonagem está ilustrado na Figura 18. Os YAC permitem, além 
da clonagem de grandes fragmentos de DNA, a de fragmentos 
de DNA os quais não tinha sido possível isolar de E. coli. Por 
exemplo, as regiões de DNA do cromossomo 7 humano que não 
puderam ser clonadas em E. coli (ROMMENS et al., 1989) foram 
facilmente clonadas sob a forma de cromossomo artificial de 
levedura em Saccharomyces cerevisiae (GREEN; OLSON, 1990). 
Infelizmente, os YAC apresentam um alto grau de quimerismo 
(de até 60% em alguns casos), resultante da maneira como 
são realizadas as clonagens. Eles são igualmente instáveis e de 
manipulação relativamente difícil.
O quimerismo é caracterizado pela presença, num 
mesmo YAC, de segmentos de DNA provenientes de 
cromossomos diferentes, resultado de uma co-ligação no 
momento da construção da biblioteca ou da recombinação 
dos clones nas etapas posteriores (GREEN et al., 1990). Alguns 
YAC são instáveis e também podem deletar fragmentos de seus 
insertos, mas essa instabilidade pode ser reduzida no momento 
da construção da biblioteca pela escolha de uma linhagem de 
levedura deficiente em gene de recombinação (CHARTIER et 
al., 1992). A manipulação dos YAC sempre necessita do recurso 
42
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
da eletroforese em campo pulsado e é difícil consegui-lo na sua 
forma pura, desprovida do DNA de levedura.
Os BAC (Bacterial Artificial Chromosomes; SHIZUYA et 
al., 1992) (Figura 19) permitem a clonagem de fragmentos que 
podem chegar até 350kb. Os fragmentos são propagados na 
bactéria E. coli, dentro de um vetor de clonagem derivado do 
fator F. O vetor está presente em pequeno número de cópias 
nas células hospedeiras, o que de certa forma confere uma 
relativa estabilidade aos insertos. Na realidade, a porcentagem 
de clones quiméricos não ultrapassa 5%. Podemos afirmar que 
esse sistema é uma alternativa interessante ao do YAC, para 
aplicações que requerem a clonagem de grandes fragmentos 
de DNA.
Várias bibliotecas de PAC, YAC e BAC humanas e dos 
camundongos estão atualmente disponíveis comercialmente. Os 
clones de interesse podem ser isolados dessas bibliotecas por 
meio da PCR e hibridização através dos marcadores moleculares 
utilizados no mapeamento genético.
Salto e caminhada sobre o cromossomo: chromosome jumping 
e chromosome walking
O jumping, ou salto sobre o cromossomo (COLLINS; 
WEISSMAN, 1984, POUTSKA; LEHRACH, 1986), consiste na 
obtenção da justaposição, dentro de um mesmo clone, de 
duas seqüências de DNA situadas nas extremidades de um 
grande fragmento de restrição. O princípio dessa técnica está 
apresentado na Figura 20. Essa técnica, que é pouco utilizada 
depois do desenvolvimento dos cromossomos artificiais de 
levedura, permite efetuar várias centenas de Kb.
O walking, ou a marcha sobre o cromossomo, consiste 
em construir um conjunto de clones contínuos, ou contig. As 
extremidades do primeiro clone são utilizadas para isolar o 
clone seguinte, e assim por diante (Figura 21). A marcha sobre 
o cromossomo foi aplicada pela primeira vez por Steinmetz 
(STEINMETZ et al., 1982), que clonou um grande fragmento de 
43
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
DNA na região do complexo major de histocompatibilidade 
na forma de cosmídios superpostos. Quando não temos 
informações suficientes, é preciso, então, marchar nas duas 
direções, a partir do primeiro clone isolado, até encontrarmos 
uma informação (recombinação ou rearranjo cromossômico), 
permitindo, assim, saber se o gene de interesse foi alcançado 
ou não. O desenvolvimento do YAC permite a construção de 
contigs que se estendem por grandes regiões. Por exemplo: um 
contig de 8Mb foi reunido na região Xq24-q28 do cromossomo 
X humano (LiITTLE et al., 1992). Um outro foi construído e cobre 
a totalidade da região 21q humana (CHUMAKOV et al., 1992). 
Em 1995, Lander e sua equipe no MIT começaram a construção 
de contigs de YAC que cobririam integralmente o genoma de 
camundongos (DIETRICH et al., 1995). Esse mapa físico, bem 
como o realizado com o BAC, está disponível no endereço 
eletrônico www.genome.wi.mit.edu/cgi-bin/mouse/index.
Quando o mapa genético é suficientemente denso, nós 
podemos, ao menos em teoria, utilizar os marcadores que 
flanqueiam o gene que desejamos clonar para isolar os clones 
de YAC e tentar organizar um contig da região. Fica claro que, 
nessa etapa do trabalho, temos todo interesse em isolar o maior 
número possível de YAC e, se possível, a partir de bibliotecas 
diferentes, garantir uma melhor cobertura da região.
Isolamento das seqüências codificadoras
A identificação das seqüências codificadoras contidas 
no DNA do contig constitui uma das principais dificuldades da 
clonagem posicional. As seqüências codificadoras representam 
apenas uma pequena fração da totalidade do genoma: 5 a 
10%. Além disso, as seqüências codificadoras estão dispersas 
e separadas por íntrons de tamanhos variáveis. Um exemplo 
extremo disso é, sem dúvida, o da distrofina que se estende 
sobre 2,3Mb com um RNA mensageiro de 14Kb compreendido 
dentro de 79 éxons (ROBERTS et al., 1992). Vários métodos 
foram desenvolvidos – todos possuem vantagens e desvantagens, 
nenhum é totalmente eficaz e, na prática, convém realizar uma 
44
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
combinação de alguns deles para se
obter o gene procurado 
(BRENNAN; HOCHGESCHWENDER, 1995).
Conservação ao longo da evolução: Zooblots
A técnica do zooblot (MONACO et al., 1986) consiste 
em hibridizar um fragmento do DNA candidato ao DNA de 
diferentes espécies por meio da técnica de Southern blot. 
Se no DNA candidato existem seqüências codificadoras, 
podemos observar, quase sempre, uma reação cruzada entre 
as diferentes espécies representadas no zooblot. Tal fato pode 
ser explicado, pois a seqüência dos éxons diverge muito 
menos que as seqüências dos íntrons ao longo da evolução. 
Essa técnica não permite isolar seqüências codificadoras, mas 
pode ser usada para se saber se o DNA que estamos analisando 
possui ou não tais seqüências. Esse DNA pode ser utilizado, 
em seguida, no isolamento de mais seqüências a partir de 
uma biblioteca de cDNA ou mesmo servir de ingrediente para 
outras técnicas. A análise em zooblot de cosmídios inteiros teve 
um papel importantíssimo no gene que causa a fibrose cística 
humana (ROMMENS et al., 1989) e no gene da obesidade nos 
camundongos (ZHANG et al., 1994).
A análise de Northern blot
A hibridização das seqüências candidatas com os RNA 
mensageiros sobre um filtro permite determinar o tamanho do 
mensageiro procurado. As sondas moleculares utilizadas na 
hibridização podem ser cDNA, éxons, mas também os cosmídios 
(ZHANG et al., 1992) ou mesmo os YAC inteiros (MARSHALL 
et al., 1993). Nesse último caso, podemos determinar o número 
de mensageiros presentes na região cromossômica estudada 
e o tamanho deles. Tais mensageiros podem ser provenientes 
de vários genes diferentes ou corresponderem a um único. A 
detecção de vários mensageiros codificados por um mesmo gene 
pode ter-se originado do fenômeno chamado recomposição 
alternativa (splicing alternativo), dos sítios de poliadenilação 
diferentes ou mesmo da utilização de diferentes promotores. A 
técnica apresenta baixa sensibilidade, pois é muito dependente 
45
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
do grau de expressão gênica. Entretanto, a utilização de RNA 
poliadenilado, enriquecido em RNA mensageiros, permite o 
aumento da sensibilidade.
A amplificação de éxons ou Exon trapping
A técnica de amplificação de éxons foi proposta por Duyk 
em 1990 e Buckler em 1991. Ela foi aplicada com sucesso em 
vários casos, por exemplo, no isolamento dos genes shaker-1 
(GIBSON et al., 1995) e Bcg (VIDAL et al., 1993) nos camundongos 
e do gene responsável pela Coréia de Huntington humana (The 
Huntington’s Disease Collaborative Research Group, 1994). Essa 
técnica permite isolar éxons presentes nos fragmentos de DNA 
genômico clonados (cosmídio, YAC, BAC) graças à presença do 
sítio doador e aceptor de splicing funcionais. O princípio do 
exon trapping está ilustrado na Figura 22.
A amplificação dos éxons é independente do nível de 
expressão dos genes procurados ou do tecido no qual eles são 
expressos, uma vez que trabalhamos unicamente com material 
genômico. A técnica é relativamente eficiente se não contarmos 
com o problema do splicing críptico (splicing de seqüências 
reconhecidas como éxons, mas que, na realidade, não o são). 
Os genes que não possuem éxons, raros nos eucariotos, não 
poderão ser isolados via tal método. Podemos citar o exemplo 
do gene SRY, que possui um único éxon (GOODFELLOW; 
LOVELL-BADGE, 1993).
Caso as seqüências isoladas não dêem resultados quando 
da hibridização em Northern blot, uma RT-PCR baseada 
na reação de transcrição inversa do RNA, seguida de uma 
amplificação com oligonucleotídeos específicos para cada uma 
das seqüências estudadas, permite verificar se estas são ou não 
verdadeiros éxons (KAWASAKI, 1990).
A captura do DNA por afinidade ou DNA affinity capture ou 
DNA selection
Técnica desenvolvida por Lovett e Parimoo em 1991 
e, em seguida, adaptada por em Tagle 1993, permite isolar 
46
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
os cDNA codificados por grandes fragmentos de DNA tais 
como os YAC, cosmídios, BAC ou fagos. O método consiste na 
hibridização do DNA genômico biotinilado (YAC, etc) com os 
cDNA em solução. Em seguida, capturam-se os complexos DNA 
genômico-cDNA com a ajuda de bilhas magnéticas cobertas de 
estreptovidina (Figura 23). Construímos, assim, uma biblioteca 
de cDNA enriquecida de seqüências codificadoras provenientes 
do YAC ou cosmídio utilizado no início. O enriquecimento 
pode ser aumentado em até 100.000 vezes, efetuando-se várias 
rodadas sucessivas de seleção.
O sucesso dessa estratégia depende da relativa 
abundância de cDNA na biblioteca utilizada para a seleção. A 
técnica pode também conduzir ao isolamento de cDNA vindo 
de outras regiões do genoma, caso exista um pseudogene no 
fragmento de DNA genômico analisado. Outros problemas 
podem ser encontrados e dizem respeito ao viés criado pela 
PCR, que prefere a amplificação de fragmentos de pequenos 
tamanhos (ou cDNA pequenos) e a dificuldade de eliminar 
completamente as seqüências repetitivas do DNA genômico 
inicial. Essas seqüências podem ser eliminadas pela desnaturação 
e re-hibridização do DNA genômico inicial na presença de DNA 
enriquecido em seqüências repetitivas. A dificuldade reside na 
escolha do tempo ideal de incubação que permita a renaturação 
unicamente das seqüências repetitivas, e não das seqüências 
únicas. Se, após a incubação, ainda existir seqüência repetitiva 
no DNA genômico, é possível que um cDNA contendo tais 
seqüências seja isolado, pois esses elementos repetitivos 
constituem uma certa proporção de cDNA (até 10%). Embora 
apresente todas essas dificuldades, a técnica de captura de 
cDNA contribuiu para a construção de mapas transcricionais de 
várias regiões cromossômicas (KORN et al., 1992).
A sondagem de biblioteca de cDNA
A utilização de YAC inteiro para sondar bibliotecas de 
cDNA foi descrita pela primeira vez por Wallace, em 1990, 
47
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
quando da identificação do gene causador da neurofibromatose 
do tipo I. Em 1993, Geragthy e seus colaboradores, utilizando 
essa mesma estratégia, isolaram seqüências de cDNA do 
cromossomo X humano a partir de YAC de 480kb. Essa técnica, 
mesmo permitindo isolar diretamente cDNA (em comparação 
com aquela de captura e amplificação dos exons), apresenta 
inúmeros inconvenientes: devido à complexidade da sonda, 
as hibridizações inespecíficas são comuns, o que dificulta o 
reconhecimento dos sinais positivos; também é muito difícil 
marcar um YAC inteiro com uma atividade específica durante um 
tempo suficientemente longo que permita sua recuperação após 
hibridização. A taxa de falsos positivos é, portanto, muito alta 
e está estimada em 40%. As seqüências repetitivas são difíceis 
de ser eliminadas completamente da sonda e podem conduzir 
ao isolamento de seqüências repetitivas transcritas(GERAGTHY 
et al., 1993). Podemos concluir, então, que falta sensibilidade a 
essa técnica.
A sondagem de bibliotecas de cDNA através dos cosmídios 
inteiros oferece menos problemas, pois a sonda utilizada já não 
é tão complexa (ZHANG et al., 1992). Enfim, qualquer que 
seja a sonda utilizada, a eficiência da sondagem depende da 
representação dos genes procurados e, conseqüentemente, do 
grau de expressão destes.
Os métodos baseados na análise das ilhas CpG
As ilhas CpG (ou HTF para HpaII Tiny Fragments) são 
definidas como segmentos de DNA de 500pb a 2Kb que têm 
uma porcentagem de guanina + citosina (G+C) superior a 50% e 
uma grande quantidade de duplos CpG não metilados, enquanto 
que o restante do genoma é caracterizado por uma porcentagem 
G+C menor (média de 40%) e pela metilação da citosina em 5’ 
da maior parte dos duplos CpG (LINDSAY e BIRD, 1987). Um 
estudo publicado por Larsen em 1992 (LARSEN et al., 1992a) 
mostrou que, entre 375 genes repertoriados no GenBank, todos 
os genes com expressão constitutiva (housekeeping function) 
e
em média 40% dos genes com expressão tissular específica 
contêm uma ilha CpG. Essa ilhas, geralmente, cobrem a região do 
48
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
promotor do gene e de 1 a 3 éxons. Raramente estão localizadas 
na porção 3’ ou no interior mesmo das seqüências transcritas. 
Num estudo similar, Antequera e Bird (1993) estimaram que dos 
22.000 genes constitutivos, 55,9% dos genes humanos e 46,9% 
dos genes de camundongos estão associados a essas ilhas 
CpG e que mais de 40% dos 60.000 genes tecidos específicos 
estariam no mesmo caso. Craig e Bickmore (1994) mostraram 
que tais ilhas não estariam repartidas de maneira homogênea ao 
longo do genoma, mas que estariam concentradas em domínios 
cromossômicos particulares, no nível das bandas R, onde se 
encontram os genes que são expressos.
Todos esses dados reunidos indicam que as ilhas CpG 
são bons marcadores para se identificarem genes. Visto 
que essas ilhas são formadas por uma alta densidade de 
dinucleotídios CpG não metilados, elas podem ser detectadas 
por enzimas de restrição sensíveis à metilação e que contenham 
o dinucleotídio CpG nos seus sítios de reconhecimento. Na 
Tabela 4 são mostradas as enzimas de restrição mais utilizadas 
na detecção das ilhas CpG (de acordo com Bickmore e Bird, 
1992). O grupamento de vários sítios reconhecidos por essas 
enzimas numa curta região de DNA (alguns Kb) é um indicativo 
da presença de uma ilha, que, na prática, é identificada pela 
construção de um mapa de restrição da região estudada e 
analisada pela eletroforese em campo pulsado. A presença de 
uma ilha CpG próxima da sonda molecular é detectada pelo fato 
de essa sonda reconhecer fragmentos de mesmo tamanho após 
digestão do DNA genômico por diferentes enzimas de restrição, 
em particular as citadas na Tabela 4. Duplas digestões utilizando 
uma combinação dessas enzimas permitem confirmar se tais 
sítios estão agrupados no genoma (o tamanho dos fragmentos 
detectados deve ser o mesmo para as digestões simples ou 
duplas). A localização das ilhas CpG foi útil na clonagem do 
gene brachyury (T) (HERRMANN et al., 1990) e na do gene da 
fibrose cística (CFTR) (ROMMENS et al., 1989). Essas ilhas podem 
facilmente ser clonadas a partir de um YAC ou cosmídio (ELVIN 
et al., 1992; VALDES et al., 1994) e utilizadas, em seguida, para 
sondar bibliotecas de cDNA.
49
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
O sequenciamento genômico
Ao longo dos últimos anos, as técnicas de sequenciamento 
foram consideravelmente melhoradas e, sobretudo, 
automatizadas, graças ao desenvolvimento de seqüenciadores 
automáticos (SMITH et al., 1986). Paralelamente a esse progresso, 
os programas de comparação de seqüências e os que permitem 
identificar seqüências codificadoras num segmento de DNA 
anônimo também foram aperfeiçoados. Uberbacher e Mural 
(1991) desenvolveram o programa GRAIL, que possibilita a 
identificação de éxons a partir de uma seqüência de DNA com 
uma fidelidade de 80% e com baixa taxa de falsos positivos. 
O programa BLAST (ALTSCHUL et al., 1990) permite comparar 
rapidamente uma seqüência às bases de dados clássicas como, 
por exemplo, GenBank, EMBL, etc. Os dados contidos em tais 
bancos são cada vez mais numerosos, graças, principalmente, 
ao Projeto Genoma Humano, que busca o sequenciamento da 
totalidade do genoma, e também ao sequenciamento em larga 
escala de cDNA (VENTER et al., 2001; LANDER et al., 2001). 
Uma boa introdução a esses programas pode ser encontrada no 
Guide to Human Genome Computing (1994). Uma ilustração 
da utilização dessas técnicas é apresentada por Seto (1994) no 
estudo dos receptores de linfócitos T humanos.
As outras técnicas
Citaremos a técnica desenvolvida por Lui e seus 
colaboradores (1989) a qual permite isolar os genes humanos 
transcritos numa linhagem celular híbrida hâmster-homem 
(contendo um único cromossomo humano) e as técnicas 
baseadas na recombinação homóloga entre o DNA analisado 
e uma biblioteca de cDNA (KURNIT; SEED, 1990). Entretanto, 
essas técnicas, relativamente fastidiosas, não obtiveram sucessos 
em vários projetos de clonagem posicional.
O que nos aparece, em definitivo, é que a procura de éxons 
e o sequenciamento direto são as duas técnicas mais utilizadas 
na clonagem posicional de um gene; porém, logo que levamos 
em conta as dimensões consideráveis do genoma humano ou 
50
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
do camundongo, tais técnicas se tornam extremamente pesadas, 
fastidiosas e, sobretudo longas. O ideal seria podermos dispor 
de uma espécie relativamente próxima dos mamíferos, mas 
que possuísse um genoma compacto, sem (ou com poucos e 
pequenos) íntrons. A levedura (14Mb), a bactéria Escherichia 
coli (4.7Mb) ou a drosófila (165Mb) são espécies muito distantes 
do ponto de vista filogenético para serem utilizadas, mesmo se 
várias seqüências forem conservadas em todos esses genomas. 
Entretanto, um genoma desse tipo existe no peixe tetrodontide 
Fugu rubripes (BRENNER et al., 1993). O sequenciamento 
sistemático dos 400Mb do genoma deste peixe mostrou que 
90% deste correspondem a seqüências únicas e que seu 
repertório em genes é muito análogo ao humano. Trower e seus 
colaboradores, em 1996, encontraram uma conservação de 
sintenia entre o genoma do Fugu e uma região do cromossomo 
14 humano (14q24.3) que está associada à Doença de Alzheimer 
(lócus AD3). O estudo do genoma do Fugu pode, então, ajudar 
na clonagem posicional dos genes de mamíferos. A partir do 
momento em que conhecemos um íntron procedente de um 
“grande” genoma, poderemos utilizá-lo como sonda para a 
clonagem das suas regiões vizinhas no Fugu e retornar, em 
seguida, ao genoma estudado.
A identificação direta do cDNA candidato
Nestes últimos anos assistimos a uma revolução no 
que diz respeito à genética humana: um consórcio de cinco 
laboratórios ingleses, americanos e franceses (Génethon) que 
interpuseram o mapeamento de dezenas de milhares de cDNA, 
identificadas por sua etiquetas, às chamadas EST (Expressed 
Sequence Tag). A primeira versão do Gene Map do genoma 
humano que foi estabelecido pelo consórcio internacional das 
EST apareceu em 1996 (SCHULER et al., 1996), incluindo mais 
de 16.000 genes mapeados com relação a 1.000 marcadores 
genéticos polimórficos (Todos esses dados podem ser acessados 
no endereço www.ncbi.nlm.nih.gov/SCIENCE96/).
O mapeamento dessas milhares de seqüências no 
homem pode, evidentemente, servir à clonagem de mutações 
51
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
nos camundongos, pois é sabido que 80% dos cromossomos 
humanos têm uma homologia conhecida, com um segmento 
cromossômico murino. O mapeamento preciso das EST no 
homem oferece, levando-se em conta o jogo das homologias, um 
grande número de candidaturas para os genes a serem clonados 
no camundongo. É bem provável que essa estratégia seja muito 
explorada para a clonagem das mutações dos camundongos 
que tenham sido localizadas com precisão.
Isolamento de um mensageiro completo
A maior parte das técnicas descritas até agora não permite 
isolar um mensageiro completo, e a solução mais evidente para 
solucionar esse problema é buscá-lo em bibliotecas de cDNA. 
Várias bibliotecas desse tipo estão disponíveis comercialmente 
e, em geral, são de boa qualidade. Entretanto, o trabalho de 
procura de uma seqüência completa de cDNA é muito cansativo 
e necessita da presença de sondas de alta qualidade. A utilização 
de sondas obtidas através da amplificação de éxons é delicada, 
pois essas sondas são, geralmente, pequenas podendo gerar 
muitos falsos positivos. A sondagem dessas bibliotecas pela 
técnica de PCR (ALFANDARI; DARRIBÈRE, 1994; AMARACADI; 
KING, 1994) é uma alternativa à sondagem por hibridização.
O isolamento da extremidade 5’ dos mensageiros pela 
sondagem de bibliotecas de cDNA sempre causa problemas.
Tais 
clones são, na realidade, muito pouco representados por causa 
da dificuldade encontrada pela transcriptase reversa de copiar 
na íntegra o mensageiro até 5’. Uma estratégia complementar à 
sondagem de bibliotecas de cDNA é a técnica chamada RACE 
(Rapid Amplification of cDNA Ends, FROHMAN et al., 1988), 
que amplifica uma seqüência de RNA compreendida entre uma 
pequena seqüência já conhecida (por exemplo, um éxon) e a 
extremidade, seja 5’ ou 3’, do RNA correspondente. O princípio 
da técnica de RACE está ilustrado na Figura 24. O RACE é 
normalmente mais rápido que a sondagem de bibliotecas de 
cDNA que podem necessitar de meses de trabalho antes que se 
consiga isolar um mensageiro completo. Entretanto, a técnica do 
52
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
RACE é pouco eficiente para se isolar a porção 5’ dos grandes 
mensageiros. 
A conexão entre éxons pela RT-PCR permite igualmente 
isolar fragmentos de mensageiros sem ser preciso passar pela 
sondagem de cDNA. Após a retro-transcrição do mRNA, o 
cDNA é amplificado pelos oligonucleotídeos específicos dos 
dois éxons conhecidos. Se eles pertencem ao mesmo transcrito 
e se os oligonucleotídeos foram definidos na boa orientação, 
todos os éxons localizados entre esses dois serão amplificados.
A identificação do bom candidato
Uma primeira seleção pode ser feita considerando-se 
que o gene candidato deve apresentar um perfil de expressão 
compatível com o fenótipo. Nós podemos efetivamente 
pensar que um gene no qual o efeito esteja se manifestando 
essencialmente no sistema nervoso central deva, a priori, 
corresponder a um mensageiro transcrito principalmente no 
cérebro. Entretanto, é preciso que seja identificada uma mutação 
associada ao fenótipo na seqüência candidata. Uma deleção na 
seqüência transcrita descoberta no animal mutante e ausente 
no controle permite validar facilmente o gene em questão como 
um bom candidato. Foi o que ocorreu com a clonagem do 
gene Brachyury (HERRMANN et al., 1990) e com a do gene da 
distrofina (MONACO et al., 1986). Infelizmente, as mutações 
são, na maior parte das vezes, mais discretas e, portanto, mais 
difíceis de ser detectadas. Pode agir-se, por exemplo, a partir 
de mutações que afetem a recomposição dos éxons (detectável 
pelo Northern blot), como para a β-talassemia (VIDAUD et 
al., 1989), de mutações pontuais que levem à mudança de um 
aminoácido por outro (mutação de sentido trocado), como, 
por exemplo, no caso do gene Bcg (VIDAL et al., 1993), ou 
ainda, como no caso da mutação spastic (spa), pode ocorrer 
a intercalação de uma seqüência do tipo LINE dentro de um 
íntron que altera o sítio de recomposição ou que crie outros 
alternativos (KINGSMORE et al., 1994). Várias são as mutações 
que só foram descobertas pelo seqüenciamento completo 
53
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
do gene, caso em que a mutação se traduz pela substituição 
de um aminoácido por outro. Aqui a questão é saber se essa 
substituição é realmente responsável pelo fenótipo ou se não se 
trata de apenas um polimorfismo associado. As presunções são 
um pouco reforçadas quando a versão normal do cromossomo 
onde a mutação apareceu é acessível, pois, nesse caso, existe 
uma referência precisa. As presunções são ainda mais reforçadas 
se já existirem vários alelos mutantes e que cada um mostre 
uma alteração diferente na seqüência. Foi assim que Balling e 
colaboradores em 1996 mostraram que o lócus undulated (un - 
Cromossomo 2), identificado por três alelos, era na realidade o 
gene Pax1 (WALLIN et al., 1996).
Se o gene estudado só for conhecido por duas formas 
alélicas, uma normal e outra patológica, a prova de que o 
gene candidato isolado é o bom não pode ser obtida senão 
por dois meios: reproduzindo-se a mutação pela inativação 
do gene in vivo (camundongo Knock-out) ou, ao contrário, 
corrigindo-se os efeitos da mutação nos camundongos pela 
adição de um transgene correspondente a uma cópia normal 
do gene (complementação transgênica). A construção desses 
camundongos representa uma tarefa pesada, sobretudo quando 
se trabalha com grandes genes (cf. FRAZER et al., 1995), e 
raramente foi realizada na prática.
A clonagem posicional nos tempos atuais
Para aqueles organismos cujos genomas foram 
seqüenciados, a clonagem posicional mudou muito. Porém, para 
aqueles que ainda não possuem seus genomas completamente 
seqüenciados e disponíveis, o princípio da clonagem posicional 
permanece o mesmo. 
Para os genomas seqüenciados, as mutações são 
identificadas por uma combinação de mapeamento e 
sequenciamento (Figura 25) (KILE & HILTON, 2005). Para o 
mapeamento nada mudou, mesmo com o sequenciamento 
completo do genoma murino. Assim, o objetivo principal desta 
54
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
etapa continua sendo o de identificar marcadores polimórficos 
com localização cromossômica conhecida que estejam ligados 
ao lócus responsável pelo fenótipo alterado estudado. 
O mapeamento, assim como antes do sequenciamento, 
pode ser dividido e dois grandes níveis: o mapeamento a baixa 
resolução, no qual a mutação é localizada no interior de um 
grande intervalo cromossômico; e o mapeamento de alta 
resolução, onde o tamanho do intervalo é reduzido de forma 
que o sequenciamento direto dos genes contidos neste intervalo 
possa ser iniciado. O número de meioses, para ambos os níveis, 
também não mudou, ou seja, para o mapeamento à baixa 
resolução 20 a 100 animais são necessários para a genotipagem 
com 40 a 100 marcadores distribuídos ao longo de todo o 
genoma. Para o estágio seguinte, de 100 a 1000 meioses são 
necessárias e analisá-se todos os marcadores polimórficos 
existentes no interior do intervalo cromossômico definido no 1º 
nível do mapeamento.
Durante o processo de mapeamento, o intervalo 
cromossômico candidato vai sendo definido e detalhado a 
ponto de permitir o início de sequenciamento. Não existe 
regras estritas que definem quando começar esta nova etapa 
da clonagem. A decisão deve ser tomada levando-se em conta 
vários fatores: o quão pequeno é o intervalo cromossômico e a 
possibilidade de diminuí-lo ainda mais, possibilidade esta que 
está vinculada a existência ou não de marcadores polimórficos 
na região; a densidade gênica na região, esta pode ser avaliada 
diretamente no banco de dados do genoma murino (Ensembl: 
http://www.ensembl.org/index.html); o custo e disponibilidade 
para o sequenciamento comparado ao custo de se gerar e analisar 
mais animais. Na prática, o refinamento do intervalo genético 
definido geralmente é acompanhado pelo sequenciamento. 
Assim que a decisão de sequenciar é estabelecida, 
a questão passa a ser “O que sequenciar?”. Levando-se em 
conta que, a grande maioria das mutações pontuais clonadas 
no camundongo, foram identificadas nas regiões codificadoras 
55
O Princípio Geral da Clonagem Posicional
dos genes ou nas junções éxons-íntrons, certamente o início do 
sequenciamento deve ser focado nessas regiões. A disponibilidade 
da seqüência completa do genoma murino nos bancos de dados 
facilita a identificação dos éxons dos diferentes genes contidos 
no intervalo. Estes éxons podem ser amplificados e isolados 
a partir do DNA genômico e sequenciados diretamente. Em 
seguida, caso não seja encontrado mutações nessas regiões 
prioritárias, deve-se pensar em sequenciar os íntrons, as regiões 
3’ e 5’ não traduzidas, a região promotora e, por fim, as regiões 
intergênicas.
A escolha do gene a ser sequenciado deve ser sempre 
combinada com o mapeamento à alta resolução. Por qual gene 
começar é uma outra questão. Deve-se investigar detalhadamente 
a mutação estudada do ponto de vista fisiopatológico. A escolha 
do gene candidato posicional pode ser influenciada pelos dados 
clínicos da mutação como, por exemplo, processos bioquímicos 
afetados, tecidos afetados, mutação com fenótipo
semelhante 
existentes na mesma região cromossômica mapeada e as 
homologias inter-espécies, principalmente entre o homem e o 
camundongo.
A identificação da mutação ou do gene mutado no 
intervalo cromossômico não significa, necessariamente, que esta 
seja a mutação primária que levou a aparição da doença. Em 
muitos casos, evidências indiretas são necessárias para provar 
tal hipótese. Por exemplo, traçar um paralelo entre o fenótipo 
observado quando o gene do camundongo está mutado e 
os fenótipos quando o gene ortólogo está mutado em outros 
organismos como no rato, homem, drosófila, etc; ou mesmo a 
similaridade fenotípica, no próprio camundongo, quando outros 
genes cujas funções são conhecidas e que participam da mesma 
via biológica do gene candidato em questão. Outra evidência 
inclui o estudo da expressão ou atividade do gene mutado nos 
tecidos afetados na patologia. Por outro lado, a evidência direta 
da causa do fenótipo mutado é requerida. Assim podemos falar 
da geração de animais mutantes transgênicos que recuperam o 
fenótipo normal ou a geração de animais mutantes nocautes de 
gene identificado.
56
ESTUDO DE CASO
Mapeamento genético do lócus pmn
Localização cromossômica da mutação pmn (BRUNIALTI et al., 
1995)
Um estudo recente utilizou metodologia da clonagem 
posicional para o mapeamento genético do lócus pmn em 
camundongos. Neste estudo 63 animais N2 homozigotos pmn/
pmn foram obtidos a partir das 12 fêmeas F1 interespecíficas +/
pmn foram cruzadas com os machos +/pmn do estoque original, 
tiveram seu DNA extraído de acordo com a metodologia de 
AUSUBEL ET AL. (AUSUBEl et al., 1993) e forma analisados por 
um painel de microssatélites.
Foram selecionados 37 marcadores moleculares do tipo 
microssatélites distribuídos sobre a totalidade dos cromossomos 
murinos e que revelaram um polimorfismo entre as linhagens que 
foram utilizadas no cruzamento interespecífico (AITMAN et al., 
1991; CORNALL et al., 1991; DIETRICH et al., 1992; HEARNE et 
al., 1991; LOVE et al., 1990; MONTAGUTELLI et al., 1991). Esses 
marcadores foram utilizados na tipagem, pela PCR, dos 63 DNA 
dos animais pmn/pmn, e a análise da segregação dos haplótipos 
foi realizada através do programa GeneLink (Montagutelli et al., 
1990). Desse modo, foi observado observar um desequilíbrio de 
ligação entre o lócus pmn e vários marcadores situados sobre 
o cromossomo 13 de camundongo (D13Mit80, D13Mit215, 
D13Mit115, D13Mit3, D13Mit16, D13Mit154 e D13Mit61). Os 
marcadores mais próximos do lócus pmn foram D13Mit215 e 
D13Mit115. A ordem mais provável desses loci do cromossomo 
13 é: D13Mit80, D13Mit215, pmn, D13Mit115, D13Mit3, 
D13Mit16, D13Mit154 e D13Mit61.Uma análise detalhada dos 
haplótipos está apresentada na Figura 26.
Para confirmar essa localização cromossômica do lócus 
pmn, dois outros cruzamentos foram estabelecidos utilizando 
marcadores fenotípicos facilmente reconhecidos (Figura 27).
57
Estudo de Caso
Foram construídos dois estoques balanceados Xt +/+ pmn 
e pe +/+ pmn cujos resultados foram:
de 641 animais nascidos do cruzamento entre animais • 
do tipo Xt +/+ pmn (o que representa 1.282 meioses) não foi 
encontrado nenhum recombinante (Figura 27). Nessas condições 
estimou-se que a distância genética máxima entre o lócus pmn 
e os marcadores Extra-toe (Xt) é certamente inferior a 1 cM, com 
um risco de 5%. A mutação Extra-toe equivale a uma deleção 
da região 5’ do gene Gli3 (zinc finger gene Gli3) (VORTKAMP 
et al., 1992) e, no homem, corresponde à síndrome de Greig 
cefalopolisindactilia. O estoque balanceado Xt +/+pmn é de 
extrema importância, pois permite diagnosticar o fenótipo do 
animal desde o nascimento. Observando-se minuciosamente 
os recém-nascidos, é possível distinguir os camundongos que 
irão desenvolver o fenótipo pmn daqueles que permanecerão 
normais: estes possuem um dedo extranumerário sendo do tipo 
Extra-toe (Xt/+) (Figura 28);
dos 212 animais produzidos a partir do cruzamento • 
entre os animais pe +/+ pmn (424 meioses) foram encontrados 
10 recombinantes, ou seja, animais do tipo pe pmn/pe pmn 
que apresentam, ao mesmo tempo, os fenótipos pmn e uma 
coloração clara da pelagem. Esse resultado colocou pmn a 42 
cM do lócus pe.
O próximo passo, seguindo a estratégia da clonagem 
posicional, foi o de densificar o mapa genético vizinho ao lócus 
pmn. Densificar o mapa genético consiste na localização do 
maior número possível de marcadores genéticos vizinhos ao 
lócus pmn e, para que essas distâncias genéticas possam ser 
calculadas com grande precisão, é preciso analisar o maior 
número possível de meioses.
Para tanto, um conjunto de DNA originados do 
retrocruzamento chamado EUCIB, implicando as linhagens 
de camundongos C57BL/6 e SEG/Pas (BREEN et al., 1994), foi 
utilizado. Através deste painel de DNA foi possível localizar com 
precisão o gene Gli3 utilizando-se para este fim o fragmento 
58
Estudo de Caso
molecular do gene Gli3, chamado Gli20 (VORTKAMP et 
al., 1992), o qual revelou-se polimórfico (RFLP) entre as duas 
linhagens utilizadas no EUCIB. Com este mesmo painel de 
DNA procedeu-se a localização de 30 marcadores existentes 
no cromossomo 13 na região de mapeamento do lócus pmn 
(Figura 29).
Mapa genético humano
Da comparação do mapa genético humano com o dos 
camundongos observa-se grupos de homologia de sintenia 
entre o cromossomo 13 animal e os cromossomos 1, 3, 5, 6, 7, 
9 e 10 humanos (Figura 17).
A mutação pmn foi descrita como o modelo animal da 
amiotrofia espinal do tipo I (Werdnig-Hoffmann), a expressão 
aguda da SMA (SCHMALBRUCH et al., 1991) e que foi localizada 
no cromossomo 5q11.2-q13.3 humano (BRZUSTOWICZ et al., 
1990; MELKI et al., 1990). Com o intuito de confirmar tal hipótese 
foi isolado um fragmento de DNA animal possuindo 95% de 
homologia com o gene humano causador da SMA e chamado 
SMN (Survival Motor Neuron) (LEFEBVRE et al., 1995; VIOLLET 
et al., 1997). Através desse fragmento realizou-se a SSCP com 
os DNA dos animais pmn/pmn do primeiro cruzamento, tendo 
encontrado 11 recombinantes sobre 55 animais testados. Esse 
resultado separou o lócus pmn do lócus Smn de 20 cM e colocou 
este numa região mais distal, homóloga à região 5q13 humana. 
Conclui-se que pmn não era o modelo animal de SMA, pois este 
recombina com o lócus Smn causador da doença.
A Figura 30 representa o mapa genético da região 
cromossômica contendo pmn, no qual observa-se que pmn 
está localizado numa região cromossômica compreendida entre 
0 a 1 cM (intervalo de confiança de 95%) do lócus Xt (Gli3). 
Tais distâncias são compatíveis com a construção de um contig 
cobrindo a região.
Construção de um contig contendo o lócus pmn
Dando prosseguimento à clonagem posicional do 
lócus pmn, a etapa seguinte consistiu no isolamento da região 
59
Estudo de Caso
cromossômica contendo o lócus pmn na forma de um conjunto 
de clones contíguos também chamado do contig.
Num primeiro momento os cromossomos artificiais de 
levedura (YAC) foram utilizados, estes podem conter grandes 
fragmentos clonados (de mais de centenas de Kb). O mapa 
genético da região onde se localiza pmn indicava cinco 
marcadores particularmente interessantes: os microssatélites 
D13Mit215, D13Mit305 e D13Mit115 e as sondas moleculares 
Gli11 e Gli20, que correspondem respectivamente às 
extremidades 5’ e 3’ do gene Gli3 (Xt). Esses marcadores foram 
usados na seleção dos YAC.
Mais adiante, também foi estabelecido o contig de 
cromossomos artificiais de bactérias (BAC).
Isolamento e caracterização preliminar dos YAC que contêm 
D13Mit215, D13Mit305, D13Mit115, Gli11 e Gli20
Os YAC selecionados a partir dos marcadores Gli11 e 
Gli20 foram isolados da biblioteca do Imperial Câncer Research 
Fund; os selecionados a partir dos outros marcadores foram 
isolados no Généthon, que possui as bibliotecas oriundas do
MIT/ Princeton (KUSUMI et al., 1993), que cobre 4 vezes o 
genoma animal; ICFR (LARIN et al., 1991), que cobre 3 vezes o 
genoma de camundongos; St. Mary’s Hospital (CHARTIER et al., 
1992), que cobre 3,5 vezes o genoma de camundongos.
Essas bibliotecas estão organizadas em pools e superpools 
de YAC, podendo ser explorados pela PCR. Desse trabalho foi 
possível isolar 28 clones.
Para a determinação do tamanho dos fragmentos contidos 
em cada YAC isolado o DNA de alto peso molecular desses 
clones foi preparado em blocos de agarose e os cromossomos 
de levedura foram separados pela eletroforese em campo 
pulsado. O DNA, assim preparado, foi transferido sobre uma 
membrana de Nylon N+ e hibridizado com uma sonda radioativa 
correspondente ao gene URA3 da levedura. O tamanho dos 
60
Estudo de Caso
fragmentos dos YAC foi determinado pela comparação com 
os tamanhos dos cromossomos endógenos de levedura. (Um 
exemplo de hibridização pode ser visto na Figura 31 e na 
Tabela 5 estão representados os resultados obtidos.) Essa etapa 
possibilitou a verificação de quais clones eram estáveis, ou seja, 
aqueles que nos deram como resultado da hibridização duas 
bandas, uma que corresponde ao gene URA3 endógeno, e 
outra correspondente ao YAC. Da mesma forma, foi testada a 
presença dos marcadores D13Mit215, D13Mit305 e D13Mit115, 
utilizamos o método da PCR com uma alíquota de cada cultura 
diluída 100 vezes. Já para os clones isolados a partir das sondas 
moleculares Gli11 e Gli20 uma membrana foi preparada e 
hibridizada com essas sondas.
Dentre os clones estáveis, foram identificados aqueles 
que continham ao menos dois marcadores que serviram no 
isolamento destes e foi estado a presença de todos os marcadores 
microssatélites que haviam sido mapeado na região do lócus 
pmn. 
Os marcadores INHBA (PANG et al., 1992) e GCK para o 
gene da glucocinase (SANTOSH et al., 1992), que correspondem 
aos iniciadores que amplificam o DNA humano e que estão 
localizados no cromossomo 7 humano (na região homóloga ao 
cromossomo 13 animal, ao redor do lócus pmn), também foram 
utilizados nessa etapa da clonagem posicional. Os resultados 
dessa etapa estão representados na Figura 32.
Dessa fase clonclui-se que o YAC Y902.2 revelou ser 
o clone mais interessante, pois ele continha três marcadores 
moleculares - Gli11, Gli20 e GCK - e sabendo-se que pmn está 
a uma distância inferior a 1 cM (risco de 5%) do lócus Xt (gene 
Gli3), o que representa, em média, 1.800 Kb.
Isolamento e caracterização preliminar dos BAC contendo os 
marcadores D13Mit215, Gli11, Gli20 e D13Mit115
Esses marcadores serviram no isolamento dos BAC 
de uma biblioteca construída a partir do DNA genômico de 
61
Estudo de Caso
camundongo. Desde processo resultou o isolamento de 3 BAC 
a partir do marcador Gli11, 7 clones com o marcador Gli20, um 
único com o marcador D13Mit215 e um outro com o marcador 
D13Mit115.
O DNA desses clones foi extraído de acordo com o 
protocolo estabelecido no Research Genetics (descrito em 
Material e Métodos), em seguida, foi verificada a presença dos 
marcadores que foram utilizados para o isolamento através de 
hibridizações com os marcadores Gli11 e Gli20 e pela PCR com 
os demais marcadores. Esses clones foram utilizados na procura 
de seqüências codificadoras que se encontram nessa região 
(Tabela 6).
Mapa físico ao redor do lócus pmn
A etapa seguinte da clonagem posicional consiste na 
construção de um mapa de restrição do contig, que deve 
evidenciar possíveis rearranjos ocorridos com os insertos 
contidos nos YAC (inserções, deleções), permitindo localizar 
os genes candidatos na região de interesse. Ela também serve 
como referência para a construção do mapa físico da região 
genômica correspondente.
Esse mapa foi construído com 3 YAC – Y902.2, Y903.1 
e Y13.305.2 –, permitindo a detecção de todos os rearranjos 
neles existentes, sendo que seria pouco provável que três clones 
independentes apresentassem as mesmas anomalias.
As enzimas de restrição que cortam raramente o genoma 
e que estão associadas às ilhas CpG (veja explicação na 
Introdução) foram utilizadas na construção de tal mapa. Todos 
os sítios de restrição foram identificados para as enzimas BssHII, 
EagI, MluI, NotI, NruI, SacII e SmaI. 
Foram realizadas digestões parciais pelas enzimas citadas 
acima com o DNA do YAC preparados em blocos de agarose. 
Os fragmentos foram, em seguida, separados por eletroforese 
62
Estudo de Caso
em campo pulsado. O DNA foi transferido para uma membrana 
de Nylon N+ e esta foi hibridizada sucessivamente com:
1. um fragmento do pBR322, que corresponde ao • 
braço direito do pYAC4;
2. um fragmento do pBR322, correspondendo ao • 
braço do pYAC4.
Tal procedimento permitiu determinar a posição de cada 
sítio de restrição com relação à extremidade direita ou esquerda 
do vetor pYAC4 (método adaptado de SMITH; BIRNSTEIL, 
1976).
A extremidade esquerda do inserto contido no clone 
Y202.2 foi isolado através da técnica de PCR inversa RsaI. 
O fragmento de 500 pb foi seqüenciado e denominado 
“extremidade 11”, este foi utilizado na construção do mapa de 
restrição do contig. Esse fragmento, presente nos YAC Y902.2, 
Y903.1 e Y13.305.2 (Figura 33), corresponde a uma EST de 
camundongo isolada de uma biblioteca de cDNA construída a 
partir de um tecido de coração hipertrofiado. 
Os fragmentos de DNA Gli20 e Gli11, que correspondem 
ao gene Gli3, foram igualmente utilizados na construção 
do mapa de restrição do contig e suas localizações foram 
determinadas através de hibridizações sobre as membranas de 
nylon construídas para este fim. A comparação do resultado de 
hibridização para cada um dos fragmentos permitiu a localização 
precisa dos marcadores e conduziu ao estabelecimento do mapa 
de restrição do contig, representado na Figura 34.
As porções quiméricas dos YAC puderam ser determinadas 
através da comparação entre os mapas de restrição estabelecidos 
para cada clone. Por exemplo: o YAC Y301.1 é quimérico; 
através do mapa de restrição desse clone identificou-se todos 
os sítios de restrição comuns com os clones Y902.2 e Y13.305.2 
e que não são quiméricos.
63
Estudo de Caso
Esse contig cobre uma distância de aproximadamente 
2 Mb entre a extremidade proximal do clone Y902.2 e distal 
do clone Y13.305.2. Nenhum rearranjo ou deleção maior 
foi observado no YAC Y902.2. Se nenhum recombinante foi 
encontrado entre pmn e Xt (gene Gli3) chegou-se a conclusão 
que o YAC 902.2 representava o principal clone para a procura 
de seqüências codificadoras existentes nessa região.
O resultado deste trabalho foi a identificação de pelo 
menos três ilhas CpG potenciais presentes nesses clones: 2 
ilhas nos YAC Y902.2 e Y13.305.2, entretanto não foi possível 
determinar se esses sítios são metilados in vivo nos camundongos. 
O status dessas ilhas CpG deveria, então, ser confirmado pelo 
mapeamento da região genômica correspondente. Entretanto, 
Larsen e outros (1992b) mostraram que, desde que 3 ou 
mais sítios dessas enzimas que cortam raramente o genoma 
coincidam com o nível do DNA do YAC, esses sítios devem 
estar associados aos genes ao menos em 90% dos casos.
Isolamento e caracterização dos éxons a partir do DNA do 
contig
Com o objetivo de identificar as seqüências codificadoras 
a partir do contig foi utilizada a técnica de amplificação dos 
éxons, sendo que, contig de BAC estabelecido na região de 
interesse foi o escolhido para este fim.
Os experimentos foram realizados com os BAC isolados 
a partir dos marcadores moleculares Gli20, Gli11, D13Mit215 e 
D13Mit115, respectivamente os clones 283E20, 12P11, 388A11 
e 496K2 (Tabela 6).
Na primeira etapa, após clonagem no vetor pAMP10, 
foram eleiminados os clones que continham insertos muito 
pequenos (< 100 pb), pois seria muito complicado escolher 
iniciadores
para a PCR a partir de fragmentos de pequeno 
tamanho.
64
Estudo de Caso
Não foi possível isolar seqüências codificadoras a partir 
dos clones 388A11 e 496K2. Os resultados apresentados 
correspondem, pois, aos insertos isolados a partir dos clones 
283E20 e do clone 12P11.
Foram obtidas 115 colônias; destas, 47 foram eliminadas, 
pois continham insertos de tamanho inferior a 100 pb; 50 
colônias continham apenas as seqüências do vetor. Na verdade, 
como foi descrito na seção Material e Método, o DNA genômico 
a ser analisado é clonado dentro de um íntron do gene tat de 
HIV. A presença de um sítio crítico de recomposição dentro 
desse íntron pode, em parte, ser o responsável pelo isolamento 
dos falsos positivos contendo seqüências derivadas do vetor. 
Enfim, 10 colônias, correspondentes às seqüências provenientes 
dos marcadores Gli11 e Gli20, foram isoladas. 
A Tabela 7 e a Figura 35 indicam os resultados das 8 
colônias restantes nas quais as seqüências correspondem às 
seqüências de genes conhecidos ou não e às seqüências das 
EST humanas.
No total, foi possível explorar 260Kb, nas quais foram 
encontrados 8 fragmentos correspondentes a 8 genes potenciais. 
Dessa forma, estimou-se que na região do cromossomo 13 de 
camundongos contendo o lócus pmn, a densidade gênica média 
deve ser de um gene a cada 33 Kb.
As EST
As EST humanas, das quais o mapeamento cromossômico 
foi publicado (SCHULER et al., 1996), oferecem uma ferramenta 
na clonagem dos genes de camundongos levando-se em conta as 
homologias de sintenia conhecidas entre essas duas espécies.
Neste sentido, foram selecionadas as EST humanas 
localizadas na região 7p vizinhas ao gene Gli3 e, dessa primeira 
seleção, priorizou-se aquelas EST que não tinham homologia de 
seqüência com um gene já conhecido.
65
Estudo de Caso
Assim, 15 dessas EST (Tabela 8) e seus iniciadores foram 
testados pela PCR sobre o DNA de todos os nossos clones YAC 
e BAC (Figura 35), sobre o DNA genômico e cDNA (RT-PCR do 
fígado) dos animais de fenótipo pmn, Xt e selvagem (+), o que 
permitiu o reconhecimento da existência de uma ou mais EST 
localizadas nessa região do cromossomo 13 de camundongos 
e, através da técnica da RT-PCR foi possível evidenciar uma 
possível diferença de amplificação entre três cDNA testados 
(Xt, pmn e selvagem). O DNA genômico serviu como controle 
da amplificação. A Tabela 8 mostra a totalidade dos resultados 
obtidos.
Ainda que a maior parte das EST testadas nos tenha dado 
resultados positivos para a RT-PCR, nenhuma delas permitiu 
detectar uma diferença no tamanho do produto amplificado 
pela PCR entre os animais Xt, pmn ou selvagem (um exemplo 
disso está mostrado na Figura 36). Tal afirmação mostra o poder 
dessa ferramenta na clonagem dos genes murinos.
66
A MUTAÇÃO pmn: UM MODELO DE NEUROPATIA 
HUMANA
pmn: um modelo potencial para a patologia neuromuscular 
humana
pmn: uma mutação de efeitos independentes
O estudo de caso apresentado ilustrou a tentativa de 
clonagem posicional de um gene responsável pela mutação de 
camundongos cujos efeitos são principalmente neuropatológicos, 
os quais podem ser observados no nível dos neurônios motores 
na medula espinal. Essa neuropatia é causada por um processo 
de “morte retrógrada” (dying back neuronopathy), durante o 
qual a patologia começa nas terminações nervosas e progride 
ao longo do axônio em direção ao corpo celular. Esse esquema 
patológico já é conhecido no homem e pode ser encontrado nas 
diversas formas de amiotrofias espinais. A mutação descrita tem 
penetrância completa, pois aparece em 100% dos indivíduos 
homozigotos, e o desenvolvimento da doença é totalmente 
homogêneo em relação ao tempo e à gravidade qualquer que 
tenha sido a linhagem de camundongo na qual a mutação 
tenha segregado. Essa afirmação é extremamente interessante, 
pois, contrariamente a outras mutações neurológicas dos 
camundongos como, por exemplo, wobbler (wr - crom. 11 - 
DESPORTES et al., 1994), ela mostra que o processo patológico 
que leva os animais pmn/pmn a morte é sem dúvida alguma 
controlado pelo único gene pmn.
pmn não é o lócus homólogo ao lócus responsável pela amiotro-
fia espinal do tipo Werdnig Hoffmann humana
Ao longo do trabalho também foi mostrado que, a 
despeito de fortes semelhanças anatomopatológicas, a mutação 
pmn não correspondia ao homólogo murino da amiotrofia 
espinal do tipo Werdnig Hoffmann humana. Este gene (Smn), 
que agora está clonado, foi mapeado a, mais ou menos, 20 
cM do lócus pmn na região telomérica do cromossomo 13 de 
A Mutação pmn: Um Modelo de Neuropatia Humana
67
camundongos, exatamente no ponto em que não era esperado, 
ou seja, na região de homologia com o cromossomo 5 (5q11.2-
q13.3), onde o gene humano SMN foi mapeado.
Até o presente momento não existe nenhum alelo 
mutante espontâneo do lócus Smn e espera-se que esta seja 
produzida in vitro, por recombinação homóloga nas células 
ES, quando, então, talvez seja revelada a função desse gene 
nos camundongos. Poder-se-á, dessa forma, medir o quão as 
síndromes humanas podem ser semelhantes umas às outras.
Essa ausência de homologia entre pmn e Smn não 
representa um caso isolado. Ao olharmos as Tabelas 1 e 2 
percebemos que grande parte dos genes recuperados nos 
camundongos e que têm efeitos deletérios sobre o sistema 
neuromuscular não possuem homólogos conhecidos na espécie 
humana, e vice-versa. Assim, podemos dizer que nesse estudo 
de caso o homólogo humano da “síndrome” pmn ainda não é 
conhecido.
Talvez a hipótese mais plausível para explicar tal 
observação, seja o fato de que dispomos, até o presente momento, 
de somente uma pequena amostra dos mutantes potenciais de 
camundongos. Nesse contexto, os grandes projetos mundiais 
de indução de novas mutações através de agentes químicos, 
como o Etil-nitroso-uréia (ENU), abrem sem dúvida algumas 
perspectivas muito interessantes.
pmn: um bom modelo análogo às amiotrofias espinais
Outro fato relatado neste estudo de caso e que vale 
a pena salientar foi o sistema de manutenção da mutação 
desenvolvido. Este consistiu no cruzamento dos indivíduos 
duplos heterozigoto Xt e pmn entre eles (Xt +/ + pmn), o qual 
possibilita o reconhecimento, desde o nascimento, dos animais 
que desenvolverão a doença pmn antes mesmo que os primeiros 
sinais da patologia apareçam. Tal modelo de manutenção permitiu 
que a mutação pmn fosse utilizada para testar a eficiência de 
A Mutação pmn: Um Modelo de Neuropatia Humana
68
certas estratégias terapêuticas através de substâncias biológicas 
ou químicas conhecidas por suas atividades na sobrevivência 
dos neurônios motores. Foi demonstrado, por exemplo, que a 
administração do CNTF (Ciliary Neurotrophic Factor), sintetizado 
por fibroblastos geneticamente modificados e enxertados no 
começo da doença, diminui a velocidade da evolução da doença, 
mas não consegue pará-la definitivamente (SAGOT et al., 1995b; 
SENDTNER et al., 1992). Da mesma forma, foi demonstrado que 
a superexpressão do proto-oncogene Bcl-2 (que secreta uma 
substância anti-apoptótica) nos homozigotos pmn/pmn não age 
na progressão, tão pouco na expressão da doença e também 
não impede a degeneração axonal. Entretanto, foi estabelecido 
que ela reduz a perda neural no núcleo facial (SAGOT et al., 
1995a). Enfim, a administração do fator neurotrófico GDNF 
(Glial cell line Derived Neurotrophic Factor) produz resultados 
similares ao CNTF (SAGOT et al., 1996).
Esses resultados levam-nos a pensar que, para essa 
mutação, o processo patológico fundamental não é um problema 
do corpo celular, mas, ao contrário: que ela leva a uma neuropatia 
secundária, e não a uma axonopatia. Além disso, esses estudos 
mostraram que (1) os mecanismos que levam a uma axonopatia 
são independentes daqueles que causam as neuropatias e (2) 
que os fatores neurotróficos
têm mecanismos de ação muito 
específicos e que são diferentes uns dos outros.
pmn, onde está o mal?
O estudo anatomopatológico dos camundongos 
homozigotos para a mutação pmn mostrou claramente 
que somente uma parte dos neurônios motores é afetada 
e degenera, enquanto que a outra parte, aparentemente, 
sobrevive normalmente. As razões dessa heterogeneidade 
não são conhecidas, mas, com certeza, a elucidação dessa 
diferença poderá ser de grande importância na compreensão da 
fisiopatologia da doença. Poderíamos imaginar que a população 
de neurônios motores, como a população de linfócitos, ainda 
que homogêneos do ponto de vista morfológico, na realidade 
é composta de várias famílias, cada uma respondendo a fatores 
A Mutação pmn: Um Modelo de Neuropatia Humana
69
tróficos diferentes. Nesse caso, pmn afetaria somente uma única 
subpopulação de neurônios motores. Contrariamente, também 
poderíamos pensar que todos os neurônios motores pertencem 
a uma mesma família e que a degeneração de alguns deles nos 
animais pmn, num estado precoce, seria apenas o resultado 
de um evento já programado, mas que nesses animais estaria 
acontecendo prematuramente.
 Alguns trabalhos realizados com os fatores de crescimento 
dos neurônios motores (HENDERSON, 1995) tendem a aceitar a 
hipótese da existência de uma heterogeneidade populacional.
A etapa seguinte
A despeito dos esforços realizados, não foi possível 
identificar genes candidatos para o lócus pmn, mas, graças ao 
contig de YAC e BAC construído, sabe-se que o gene está mega 
pares de bases que foram clonados. Várias estratégias poderão 
ser seguidas na continuação deste trabalho, quais sejam:
realização um enorme trabalho de subclonagem dos • 
clones do contig e, em seguida, um sequenciamento sistemático, 
como vem sendo feito classicamente no homem;
recuperação dos cDNA candidatos através da • 
hibridização in situ ou a cDNA selection, mas, como já foi 
dito anteriormente, esta é uma técnica difícil de se colocar em 
prática;
na realidade, tendo em vista o atual estado dos • 
conhecimentos e dos meios disponíveis, o mais astucioso e o 
menos oneroso consiste, sem dúvida alguma, em utilizar as EST 
já mapeadas na região homóloga humana, que estejam sobre 
o cromossomo 13 murino e que etiquetem um novo gene. 
Entretanto, certamente serão encontrados novos marcadores 
moleculares que permitirão melhorar a resolução do nosso 
mapa físico. 
Uma conclusão tirada da clonagem posicional é que, 
contrariamente ao que a maioria acredita, ela é, na prática, mais 
A Mutação pmn: Um Modelo de Neuropatia Humana
70
difícil de ser concluída nos camundongos do que no homem. 
No caso descrito, chegou-se muito perto do lócus pmn, já que 
foi possível criar a quantidade de animais desejados e realizar, 
dessa forma, um mapa muito preciso em volta do lócus pmn. 
Entretanto, existe apenas um único alelo mutante para ser 
comparado ao alelo normal e, caso esta seja uma mutação de 
ponto, o seqüenciamento de todo o gene deve ser considerado 
um fato para, quem sabe, identificar a anomalia. Em humanos, 
ao contrário, os genes que foram clonados o foram porque 
existia, na maior parte das vezes, uma grande variedade de 
alelos (os geneticistas humanos falam de famílias), os quais 
às vezes estavam associados a rearranjos cromossômicos 
mais ou menos importantes (translocações, inversões, etc.), e 
sabemos que esses rearranjos são tidos como marcadores de 
proximidade e ajudam muito no trabalho dos pesquisadores. 
Nos camundongos, podemos encontrar rapidamente a ordem 
linear dos genes dentro de um segmento cromossômico, mas 
eles não permitem identificar facilmente um gene que só possui 
um único alelo mutante.
O fato de que o lócus pmn não recombina jamais com 
o lócus Xt pode, de certa forma, confundi as idéias, pois é 
exatamente o que esperado na medida em que o marcador Xt 
representa uma pequena deleção. Espera-se colocar no futuro o 
lócus pmn na frente de um segundo alelo Xt (Pdn, por exemplo), 
o qual não possui uma deleção, mas corresponde a um pequeno 
rearranjo cromossômico. Além disso deve-se pensar em refazer o 
mapa genético da região a partir de um cruzamento envolvendo 
um cromossomo normal, pertencente a uma outra linhagem de 
camundongo, e que possua vários marcadores que estejam em 
repulsão com relação a pmn.
Podemos definir o perfil de um gene candidato?
Atualmente, várias mutações que levam a morte dos 
neurônios motores foram identificadas pela clonagem posicional 
humana ou nos camundongos ou, o que é mais freqüente, pelo 
knock-out de um gene cuja função era total ou parcialmente 
desconhecida. Os resultados obtidos não permitem definir um 
A Mutação pmn: Um Modelo de Neuropatia Humana
71
perfil de uma proteína candidata para o produto do gene pmn.
Genes tão diferentes como Sod1 (Superoxyde 
dismutase), Il3 (Interleukina 3) ou Nfh (Neurofilament heavy 
protein) conduzem todos os três a uma amiotrofia espinal com 
comprometimento dos neurônios motores e suas seqüências 
nucleotídicas não têm nenhuma homologia. 
Nesse ponto admiti-se ainda que os genes que codificam 
proteínas que têm receptores na superfície das células-alvo 
produzirão o mesmo tipo de mutação que os genes que 
codificam para o ligante. Infelizmente, pouquíssimas são as 
mutações nos camundongos que afetem principalmente o 
neurônio motor (conhecemos oito mutantes desse tipo). Além 
disso, para nenhuma delas o gene está clonado ou possui um 
equivalente conhecido no homem (BRUNIALTI et al., 1995), o 
que quer dizer que, no final, ao menos oito novas proteínas serão 
descobertas, todas com um papel importante na manutenção da 
integridade do neurônio motor... certamente deve existir muito 
mais que isso!
72
FINAL DA HISTÓRIA
O gene responsável pela mutação pmn foi finalmente 
clonado em 2001 (MARTIN et al., 2002). Para tanto, foi necessário 
analisar 902 animais F2 mutantes, ou seja, 1804 meioses para, 
assim, obter-se um mapeamento genético e físico à alta resolução 
(MARTIN et al, 2001). Um BAC foi isolado contendo o lócus 
pmn, o qual foi, então, totalmente seqüenciado, sendo possível 
evidenciar o gene Tbce (tubulin-specific chaperone e) como um 
forte candidato para a mutação pmn. Após análises de expressão 
e seqüenciamento do gene nos animais normais e mutantes foi 
identificado que a mutação levando ao fenótipo pmn era uma 
substituição de um aminoácido triptofano para uma glicina na 
posição 524 (Trp524Gly), correspondendo ao último aminoácido 
da proteína “chaperone e tubulina-específica” (Tbce). Essa 
substituição levou à queda na estabilidade da proteína. Foi 
levantada a hipótese de que, em camundongos, a proteína Tbce 
teria um papel fundamental na manutenção da integridade 
celular dos neurônios motores, provavelmente agindo sobre 
a estabilidade ou sobre a dinâmica de polimerização destes. 
Finalmente, o gene Tbce murino tem seu ortólogo humano TBCE 
localizado no cromossomo 1. No homem, uma mutação nesse 
gene causa a Síndrome Kenny-Caffey (PARVARI et al., 2002), 
cujo fenótipo é totalmente diferente daquele observado nos 
animais pmn. Essa constatação pode significar que a proteína 
codificada pelo gene TBCE esteja atuando em diversos tecidos 
e que mutações diferentes podem ter conseqüências distintas 
levando a diferentes fenótipos. 
 
73
MATERIAL E MÉTODOS UTILIZADOS NO ESTUDO DA 
 MUTAÇÃO pmn
Origem dos alelos mutantes e das linhagens utilizadas
O alelo mutante pmn utilizado no estudo de caso 
apresentado foi importado do Instituto Panum, em Copenhague, 
onde foi descoberto num estoque de camundongos da 
linhagem NMRI/Pan (SCHAMALBRUCH et al., 1991). Machos 
heterozigotos +/pmn oriundos do estoque de origem foram 
retrocruzados inúmeras vezes com fêmeas da linhagem 129/
Sv-Pas, que corresponde a uma linhagem isogênica mantida 
no Instituto Pasteur, na
França com o objetivo de aumentar o 
prolificidade dos animais mutantes.
Os alelos mutantes Extra-toes (Xt) e pearl (pe) foram 
importados do Mammalian Genetic Unit, do M.R.C., Harwell, 
UK (cortesia dos doutores A. G. Searle e M. F. Lyon). Esses alelos 
também foram transmitidos para o background genético do tipo 
129/Sv-Pas, da mesma forma como foi feito para o alelo mutante 
pmn.
A mutação Extra-toe (Xt) é autossômica dominante e 
caracteriza-se, do ponto de vista fenotípico, pela presença de 
um dedo extra-numerário na face interna das patas posteriores 
(Figura 28). A mutação pearl (pe) é autossômica recessiva e 
caracteriza-se por uma forte diluição da coloração da pelagem 
que pode ser mais bem observada em animais cujo background 
genético é Agouti-Black (A/-; B/-).
Para o estabelecimento da localização genética da 
mutação pmn foi utilizado camundongos da linhagem SEG/
Pas e STF/Pas, linhagens parcialmente isogênicas derivadas da 
espécie Mus spretus.
74
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
Protocolos experimentais utilizados no estabelecimento do 
mapa genético
Cruzamentos realizados
Para realizar o mapeamento genético da mutação pmn, 
foram realizados dois tipos de cruzamentos.
O primeiro cruzamento foi do tipo retrocruzamento • 
interespecífico implicando as linhagens SEG/Pas e STF/Pas, as 
quais correspondem às linhagens moderadamente isogênicas 
provenientes da espécie Mus spretus. Esse retrocruzamento 
interespecífico foi construído para o mapeamento do lócus 
pmn através da utilização de marcadores moleculares do tipo 
microssatélites, que são muito polimórficos entre as linhagens 
derivadas das espécies Mus spretus e as linhagens de laboratório. 
Além disso, os microssatélites são facilmente utilizáveis, 
permitindo assim localizar o lócus pmn relativamente rápido.
Várias fêmeas heterozigotas +/pmn foram cruzadas com 
machos +/+ STF/Pas ou SEG/Pas para a produção de fêmeas F1 +/
pmn? (os machos F1 oriundos desse cruzamento são estéreis). As 
fêmeas F1 interespecíficas foram retrocruzadas com os machos 
+/pmn do estoque de origem. Os animais mutantes pmn/pmn 
foram coletados e utilizados para a análise dos haplótipos.
O segundo cruzamento foi um intercruzamento, • 
realizado com os animais portadores dos marcadores fenotípicos 
Extra-toe (Xt) e pearl (pe). Esses cruzamentos foram realizados 
para (1) confirmar a localização cromossômica da mutação 
pmn estabelecida com a análise do resultado do cruzamento 
interespecífico descrito acima e (2) para integrar o lócus pmn 
num mapa consenso do cromossomo 13 de camundongos, 
considerando que a mutação Xt também pode ser identificada 
molecularmente através da sonda Gli20.
Extração do DNA
O baço e, em alguns casos, o cérebro e os rins dos 
animais homozigotos para a mutação pmn foram coletados e 
75
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
congelados imediatamente no nitrogênio líquido. Esses órgãos 
foram, em seguida, triturados no nitrogênio líquido, e o pó 
obtido foi dissolvido em 5ml de tampão de lise (50mM Tris pH 
8; 100mM EDTA pH 8; 1% Sarcosyl). Após 1 hora de incubação 
a 55°C, foram acrescentados a esse tubo 15µl de proteinase K 
(20 mg/ml) para cada ml de tampão de lise. A mistura obtida 
foi incubada a noite toda a 55°C. Após esse tempo, foram 
adicionados ao tubo 20µl de RNAse (10mg/ml). Depois de 
uma incubação a 37°C durante 30 minutos, 4 extrações 
sucessivas foram realizadas (2 de fenol, 1 de fenol/ clorofórmio 
e 1 de clorofórmio). A solução de DNA obtida foi, em seguida, 
submetida a uma diálise (tampão de diálise: 10mM Tris pH 4,7; 
0,1mM EDTA) duas vezes durante 24 horas numa temperatura 
de 4ºC. A qualidade do DNA extraído foi verificada através de 
um gel de agarose 0,3%. O peso molecular médio obtido foi 
julgado satisfatório quando superior a 40Kb. A concentração 
do DNA foi calculada pela medida da densidade ótica a 260 
nm e o grau de pureza foi apreciado pela comparação com a 
densidade ótica a 280 nm.
Reação em cadeia da polimerase (PCR)
Iniciadores 
Os dados relativos aos marcadores microssatélites testados 
(seqüências, motivos de repetição, condições de amplificação, 
tamanho do fragmento amplificado) foram descritos em diversas 
publicações: AITMAN et al., 1991; CORNALL et al., 1991; 
DIETRICH et al., 1992; HEARNE et al., 1991; LOVE et al., 1990; 
MONTAGUTELLI et al., 1991.
Condições de amplificação
De forma geral, as reações de amplificação foram 
efetuadas em 25ml com as concentrações finais seguintes: 10mM 
Tris pH 8,4; 50mM KCL; 0,1% Tween 20; 200mM de dATP, 
dCTP, dGTP, dTTP (Pharmacia). A concentração ideal de Mg2+ 
foi determinada para cada par de iniciadores. 100ng de DNA 
e 0,6 U de Taq Polimerase (Amersham) foram utilizados para 
76
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
cada reação. As reações foram efetuadas nos termocicladores 
LEP PREM III e TECHNE PHC-3, seja em tubos (40 tubos), seja 
em placa de Elisa (96 poços). Três programas diferentes foram 
utilizados de acordo com os iniciadores:
40 ciclos (1’ a 94°C, 1’ a 55°C, 30” a 72°C) precedidos • 
por uma desnaturação de 3’ a 94°C e seguidos de uma extensão 
final de 3’ a 72°C;
10 ciclos (1’30” a 92°C, 1’ a 55°C, 30” a 72°C), 40 • 
ciclos (1’30” a 94°C, 1’ a 55°C, 30” a 72°C), o todo precedido 
de uma desnaturação, seguida de uma extensão final;
35 ciclos (45” a 94°C, 1’30” a 55°C) precedidos por • 
uma desnaturação de 3’ a 94°C e seguidos de uma extensão 
final de 3’ a 72°C.
Análise dos produtos de PCR
Os produtos das diferentes reações de amplificação foram 
separados num gel de agarose 4% (1% agarose, 3% Nusieve) no 
tampão TBE (90mM Tris, 90mM ácido bórico, 2mM EDTA) e 
visualizados na presença de brometo de etídio ou em de gel de 
acrilamida a 8% a fim de melhorar a resolução das bandas.
Análise do polimorfismo dos microssatélites pela SSCP
Para tanto, as reações de PCR foram feitas num volume 
de 10µl, a composição e concentrações dos reagentes foram as 
mesmas, a não ser pelo dCTP frio, que foi substituído pelo dCTP 
radioativo α33P (0,05mM concentração final). Os produtos de 
PCR foram diluídos em EDTA 20mM e SDS 0,1%. Uma amostra 
de 2µl de cada diluição foi misturada a 2ml do tampão de 
parada do seqüenciamento (blue stop). Essas amostras foram, em 
seguida, desnaturados a 90°C durante 5 minutos e colocadas, 
imediatamente, no gelo. Logo depois, as amostras foram 
separadas num gel de acrilamida não desnaturante (acrilamida 
6%) e visualizados por auto-radiografia.
77
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
Análise dos resultados
Para cada marcador microssatélite foi examinado a 
distribuição dos heterozigotos (dois produtos de amplificação 
de tamanhos diferentes) e a dos homozigotos (um único produto 
de amplificação). Os resultados foram analisados por meio de 
um programa chamado GENE-LINK (MONTAGUTELLI, 1990), 
que calcula, para cada caso, as probabilidades de ligação entre 
os loci.
A coleção de DNA do EUCIB
Para estabelecer um mapa genético de alta resolução em 
torno do lócus pmn, utilizou-se a coleção de DNA do European 
Collaborative Interspecific Backcross. Essa coleção de DNA 
formada por 982 amostras, ou seja, 982 meioses originou-se de 
dois cruzamentos em retorno interespecíficos complementares: 
um do tipo (C57BL/6 x Mus spretus) F1 x C57BL/6 e outro do tipo 
(C57BL/6 x Mus spretus) F1 x Mus spretus. Todas essas amostras 
foram utilizadas no mapeamento dos marcadores microssatélites 
disponíveis localizados no cromossomo 13. Dessa forma, o 
mapeamento da sonda Gli20, que corresponde ao lócus Gli3 o 
qual cosegrega constantemente com pmn (maiores detalhes no 
estudo de caso), possibilitou integrar o lócus pmn num mapa 
molecular consenso e de alta resolução.
Protocolos experimentais utilizados no estabelecimento do 
mapa físico
Preparação
do DNA de levedura em blocos de agarose (adapta-
do de BIRREN at al., 1993)
O DNA de levedura foi preparado a partir dos esferoplastos 
com o uso de Novozyme, os quais foram lisados com o dodecil 
sulfato de lítio. Essa técnica, que nos permite obter cromossomos 
de levedura intactos, com cada bloco chegando a conter entre 
1 e 2µg de DNA, tem um princípio bem simples: uma colônia é 
inoculada num meio seletivo, sem triptofano nem uracila (meio 
78
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
AHC, Current Protocols in Human Genetics, 5.5.7.), e cultivada a 
30ºC. Uma parte dessa pré-cultura foi transferida para um meio 
rico (YPD, Current Protocols in Human Genetics, 5.5.8.) para a 
obtenção de uma cultura próxima à saturação, no dia seguinte 
(D.O. à 600nm = +/- 3). A cultura, em seguida, foi centrifugada e 
o pellet ressuspenso em uma solução contendo 10mM Tris-HCl 
pH 7,5, 50mM EDTA pH 7,5 e lavado uma segunda vez em 10ml 
de SCE (1 M sorbitol; 0,1 M citrato de sódio pH 5,8; 10 mM EDTA 
pH 7,5). Após centrifugação, as células foram ressuspendidas 
num volume de SCE tal que a concentração em células fosse 
a de 4 x 109 células por ml. Acrescentou-se, então, um volume 
igual de agarose Seaplaque GTG (FMC) 1,5 % preparada no SCE 
e contendo 8 mg/ml de Novozyme (Sigma, L3768), e o todo 
foi conservado a 50°C. A mistura foi rapidamente colocada 
em formas de Plexiglas para formar blocos. Para a formação de 
esferoplastos, os blocos foram transferidos para uma solução 
de SCE contendo 10 mM de DTT e incubados 2 horas a 37°C. 
A lise das células foi realizada numa solução contendo 1% de 
dodecil sulfato de lítio, 100 mM EDTA e 100 mM Tris-HCl pH 8 
durante 16 horas. Os blocos foram, em seguida, lavados no TE 
(10mM Tris-HCL pH 8; 1 mM EDTA pH 8) e conservados em 10 
mM Tris e 10 mM EDTA a 4°C.
Alguns lotes de Novozyme não são, porém, totalmente 
puros e podem conter DNAse. Cada lote desse produto deve, 
então, ser testado individualmente.
Eletroferese e campo pulsado e hibridização
Com a utilização do aparelho CHEF DR II (Biorad), o qual 
produz um campo elétrico homogêneo a partir de um dispositivo 
hexagonal de 24 eletrodos, estes são ativados de tal forma que 
produzem alternativamente dois campos elétricos, nos quais os 
vetores de corrente formam um ângulo de 120º um em relação 
ao outro. A concentração da agarose, a concentração e a 
temperatura do tampão, a voltagem, a duração das pulsações e 
a duração total da eletroferese são fatores que afetam o resultado 
final da migração (BIRREN et al., 1993).
79
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
Na prática, as eletroforeses são realizadas na agarose 
Seakem GTG (FMC) a uma concentração de 1% em 0,5 x TBE. 
As condições da eletroforese são adaptadas ao tamanho do DNA 
que será separado, seguindo-se as recomendações de Birren e 
Lai (1993). A quantidade de DNA depositada em cada pista não 
deve ultrapassar 10 mg. Foram utilizados como marcadores de 
peso molecular os cromossomos de Saccharomyces cerevisiae 
(16 cromossomos de 225 a 1900 Kb; Yeast chromosome PFG 
Marker, New England Biolabs) e um padrão de concatâmeros de 
fagos Lambda (padrão de 48,5 Kb a 1018 Kb, Lambda Ladder 
PFG Marker, new England Biolabs).
Para a análise em Southern, o DNA, após a migração, 
foi transferido para uma membrana de Nylon N+ da seguinte 
maneira: após coloração no brometo de etídio, o DNA foi 
depurinado em HCl 0,25 N durante 8 minutos; em seguida, 
foi neutralizado por 30 minutos em 0,5 M Tris-HCl pH 7. A 
transferência para a membrana foi realizada em 1,5 M NaCl; 0,5 
M NaOH, durante toda a noite. Após esse tempo, a membrana 
foi neutralizada em Tris-HCl 0,5 M pH 7 e, em seguida, foi 
lavada em 2 x SSC (0,33 M NaCl; 0,03 M Na3-citrato-2H2O). 
As hibridizações foram realizadas na presença do 
tampão de hibridização Church, a 65°C, a noite toda. Após 
a hibridização, os filtros foram lavados no SSC 0,1%, SDS, a 
65°C.
 Isolamento das extremidades dos cromossomos artificiais de 
levedura pela PCR-inversa (adaptado de ARVEILER; PORTEUS, 1991)
O DNA do YAC foi digerido por uma enzima cujo sítio de 
restrição está presente no vetor. O DNA digerido foi, em seguida, 
religado sobre si mesmo. Entre as moléculas circulares, algumas 
possuem um fragmento do vetor flanqueando uma extremidade 
do YAC. Utiliza-se, em seguida, iniciadores específicos do vetor 
para amplificar a extremidade do YAC (Figura 37).
Na prática, meio bloco de DNA de levedura (0,5 a 1 ng 
de DNA) foi digerido durante 3 horas por enzimas apropriadas 
80
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
(braço esquerdo: TaqI, RsaI, EcoRV; braço direito: PstI, RsaI, 
EcoRV). Recomenda-se acrescentar soro de albumina bovina 
(BSA) e espermidina. Após digestão, os blocos foram lavados 
em 10 mM Tris-HCl pH 7,5 e em 10 mM EDTA e colocados 
dentro de 200 a 400 µl (1/2 ou 1 bloco) do tampão de ligação 
1X. Após incubação durante 10 minutos a 65°C, o ATP foi 
acrescentado a uma concentração final de 1 mM, 2 unidades 
de B-agarose (Calbiochem) e 40 unidades de ligase (Biolabs). 
A mistura foi incubada durante 2 horas a 37°C, seguida de 
uma hora à temperatura ambiente e, finalmente, a noite toda a 
14°C. Dessa mistura, 5 µl foram utilizados para a PCR. A reação 
de amplificação foi realizada em 100µl com 100 ng de cada 
iniciador:
Braço esquerdo: 1. GAATTGATCCACAGGACGGG
2.GCCAGTTGGTTTAAGGCGC
Braço direito: 1. GGAAGAACGAAGGAAGGAGC
2. GCCCGATCTCAAGATTACG
Condição de amplificação: 95°C, 5 minutos, seguido de 
30 x 94°C 45 segundos; 60ºC, 1 minuto; 72°C, 2 minutos. Os 
produtos foram analisados em gel de agarose e clonados.
Mapa de restrição do contig de YAC
O mapa de restrição do contig foi construído através da 
execução de digestões totais e parciais do DNA dos YAC. Na 
prática, os blocos são lavados quatro vezes durante 30 minutos 
no TE a 40°C e equilibrados no tampão de restrição 1X durante 
60 minutos no gelo (utilizar 300 µl finais para cada bloco de 
100ml).
O tampão de restrição 1X é, em seguida, substituído por 
uma solução de digestão completa, ou seja, tampão de restrição 
1X, soro de albumina bovina 500 mg/ml, espermidina nas 
respectivas concentrações (5 mM para os tampões de restrição 
cuja concentração em sal seja de 50-100 mM; 10 mM para 
81
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
aqueles cuja concentração em sal seja superior a 100 mM), 1 
mM de DTT e um número adequado de unidades de enzima. 
Não se deve colocar a espermidina nas digestões com a enzima 
SfiI. A reação é colocada um hora no gelo antes da incubação 
à temperatura adequada. As digestões completas são realizadas 
a noite toda.
Para reações parciais, utiliza-se o mesmo número de 
unidades de enzima colocado na digestão completa, porém 
o tempo de incubação é modificado. Em geral, tempos de 
incubação entre 8 a 20 minutos são suficientes para se obterem 
bons resultados na digestão parcial (HAMVAS et al., 1994). As 
condições de digestão parcial devem ser testadas para cada 
preparação de DNA em bloco de agarose. As reações são 
paradas acrescentando-se ao tubo 500µl de EDTA 500mM no 
gelo. Recomenda-se lavar os blocos no tampão de eletroforese 
antes de carregar o gel.
Após a eletroforese e transferência na membrana de 
Hybond-N+, os produtos de digestão parcial são revelados através 
da sonda de um fragmento do DNA que reconheça ou o braço 
direito do pYAC4 (fragmento PvuII/ SalI de 1.4 Kb proveniente da 
digestão do plasmídio pBR322) ou o braço esquerdo do pYAC4 
(fragmento PvuII/ EcoRV de 2,3 Kb proveniente da digestão do 
plasmídio pBR322). Os fragmentos provenientes da digestão 
total são revelados com o DNA genômico de camundongos ou 
o DNA Cot-1 (Life Technologies).
Preparação do DNA genômico a partir do BAC
A preparação do DNA genômico a partir do BAC é 
idêntica a uma
miniprep de DNA a partir das bactérias. As 
células cultivadas durante toda a noite a 37°C no meio LB + 
cloramfenicol são centrifugadas por 30 minutos (1,5 ml de 
células). O meio é descartado e o pellet é ressuspendido em 100 
µl da solução I (50 mM glucose; 20 mM Tris-HCl pH 8; 10 mM 
EDTA pH 8). Os tubos são, então, colocados no gelo e a eles 
são acrescentados 200 µl da solução II (0,2 N NaOH; 1% SDS), 
agitando-os de 7 a 9 vezes, quando são recolocados no gelo. 
82
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
Acrescentam-se, em seguida, 150 µl da solução III (acetado de 
potássio 3 M pH 4,8) e os tubos são agitados novamente. Segue-
se uma centrifugação à temperatura ambiente durante 1 minuto 
e o sobrenadante é transferido para um novo tubo. Segue-se 
uma precipitação com etanol. Os pellets são ressuspendidos em 
20 µl de TE e são pegos 5 µl para a digestão enzimática.
A migração em campo pulsado foi feita durante 18 
horas. A duração das pulsações foi estabelecida em 5 segundos 
durantes 6 horas no começo; em seguida, ela passou a 10 
segundos durantes 6 horas e, finalmente, 15 segundos durantes 
6 horas. Para essa migração utilizou-se um gel de agarose 1% e 
0,5 x TBE a 14°C.
Isolamento e caracterização das seqüências codificadoras
RT-PCR
O RNA total foi extraído utilizando-se o método de uma 
única etapa descrito por Chomcznski e Sacchi (1987) e adaptado 
pela Biolabs.
As reações de RT-PCR foram realizadas essencialmente 
como descritas por Kawasaki e outros (1990). Dois mg de 
RNA total foram tratados com uma unidade de DNAseI (Life 
Technologies) durante 30 minutos à temperatura ambiente. A 
reação foi parada acrescentando-se ao tubo 2 mM de EDTA e 
incubado durante 10 minutos a 65°C. Essa técnica também pode 
ser iniciada utilizando-se 200 ng de RNA poly(A+), o que evita 
o tratamento posterior com a RNAse. A primeira fita de cDNA 
é sintetizada através da transcriptase reversa Superscript II (Life 
Technologies): 200 unidades de Superscript são colocadas ao 
RNA na presença de 10 picomoles de hexâmeros aleatórios e 10 
picomoles de cada dNTPs. A reação de transcrição é realizada a 
37°C (ou 42°C) durante 30 minutos num volume final de 20 µl. 
Dois µl da reação são utilizados para a amplificação pela PCR 
com iniciadores específicos do lócus estudado. Toda reação de 
transcrição reversa do RNA deve ter uma reação de PCR controle 
que não contenha a RT-PCR. Os produtos de amplificação são 
83
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
revelados pela hibridização através de uma sonda específica, 
após migração em gel de agarose e transferência em membrana 
de nylon Hynbond-N+.
 Amplificação dos éxons
O princípio da captura dos éxons foi apresentado na 
introdução e pode ser visualizado na Figura 38. 
O vetor pSPL3
O vetor de expressão pSPL3 (Figura 39) contém uma origem 
de replicação para a bactéria E. coli, um gene de resistência 
a ampicilina e um segmento do vírus SV40 para replicação e 
transcrição das células eucariotas COS-7. Um sítio de clonagem 
múltipla foi inserido no íntron do gene Tat do HIV. Esse íntron 
está cercado pelos sítios doador e aceptor de emenda. Esse 
conjunto, por sua vez, está cercado das seqüências exônicas do 
gene Tat e do gene da β-globina.
Um dos inconvenientes desse vetor é a presença de 
um sítio crítico de splicing. Caso ocorra um processamento 
dos íntrons através deste sítio, o resultado será um éxon dito 
quimérico.
Os produtos dos processamentos das seqüências do 
vetor sozinho, das seqüências desprovidas de éxon genômico 
e também daquelas provenientes do processamento quimérico, 
podem ser eliminados através de uma digestão enzimática.
Para a clonagem no vetor pSPL3, o DNA do BAC é 
digerido pela enzima de restrição BamHI e BglIII (ou somente 
BamHI) e ligado ao vetor que foi igualmente digerido por BamHI 
e desfosforilado. Um controle é realizado ligando-se o vetor a 
ele mesmo, sem inserto. Após eletroporação, 100 µl da reação 
são semeados no meio de cultura LBA, o restante da solução de 
clonagem é utilizado na cultura líquida. Avaliamos a qualidade 
da clonagem comparando a eficiência, ou seja, o número de 
colônias obtidas entre a clonagem-teste e o controle. Uma 
84
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
clonagem é considerada eficiente quando o número de colônias 
obtidas na clonagem-teste é 10 vezes superior ao do controle.
Transfecção das células COS-7
As células COS-7 são originadas dos rins de um macaco 
verde, as quais foram transformadas, por derivado do SV40 
defeituosos, no sítio correspondente à origem de replicação. 
Essas células assim modificadas permitem a replicação ativa do 
vetor que, como o pSPL3, contém as seqüências ARS do SV40 
ausentes nas células hospedeiras.
Para tanto, 1µl do DNA plasmidiano é transferido para 
as células COS-7 através do método de lipotransfecção, de 
acordo com o protocolo da empresa (reativo Lipofectase, Life 
Technologies). Observamos que qualquer contaminação das 
células COS por micoplasmas é responsável pela perda total 
do experimento. Dessa forma, é de suma importância que seja 
verificado regularmente se essas células não estão contaminadas 
pelos micoplasmas. Para tanto, o kit comercial Mycoplame PCR 
Primer Set (Stratagene) permite o controle delas via PCR.
Isolamento do RNA citoplasmático
O RNA citoplasmático é isolado 48 a 72 horas após a 
transfecção pelo método de extração utilizando o agente químico 
tiocianato de guanidina e fenol-clorofórmio (CHOMCZYNSKI; 
SACCHI, 1987).
Amplificação e clonagem dos éxons capturados
Os RNA produzidos pela transcrição do vetor pSPL3 
podem ser amplificados pelos iniciadores específicos do vetor 
(SA2, SD6, dUSD2 e dUSA4, Figura 39). As seqüências de cada 
um deles são as seguintes:
SA2: ATCTCAGTGGTATTTGTGATC
(complementar às bases 3245 a 3275 do vetor pSPL3)
85
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
SD6: TCTGAGTCACCTGGACCACC
(complementar às bases 607 a 626 do vetor pSPL3)
dUSD2:
CUACUACUACUAGTGAACCTGCACTGTTGACAAGCT
(complementar às bases 651 a 671 do vetor pSPL3)
dUSA4:
CUACUACUACUACACCTGAGGAGTGAATTGGTCG
(complementar às bases 3178 a 3199 do vetor pSPL3)
A síntese da primeira fita de cDNA é realizada utilizando-se 
o iniciador SA2. Após tratamento da fita de RNA com RNAaseH, 
a fita simples de DNA é convertida em dupla por um pequeno 
número de ciclos de PCR através dos iniciadores SA2 e SD6. 
Para serem eliminados os produtos oriundos do processamento 
somente do vetor ou os produtos falsos positivos (processamento 
quimérico), é necessário proceder a uma digestão completa 
com a enzima BstXI. Nessa etapa, a qualidade da enzima é 
fundamental para a eficiência do experimento. Uma parte do 
produto de digestão é, em seguida, utilizado numa segunda 
amplificação pela PCR com os iniciadores internos dUSD2 e 
dUSA4, que contêm dUMP, para posterior clonagem no vetor 
pAMP10 (Life Technologies), o qual permite a clonagem dos 
produtos de PCR sem passar pela etapa de purificação. Se os 
clones obtidos possuem insertos maiores que 177 pb, o que 
corresponde à distância entre os iniciadores dUSD2 e dUSA4, 
eles possuem a priori um éxon. Freqüentemente observamos a 
produção de clones contendo fragmentos do vetor (seqüências 
do HIV e globina), talvez em razão do sítio crítico presente no 
vetor pSPL3. Por isso, antes de se proceder ao estudo dos éxons 
amplificados, uma sondagem através de hibridização com sondas 
de fragmentos de HIV e do vetor pSPL3 é realizada nos éxons 
obtidos. Aqueles que reagirem positivamente à hibridização são 
eliminados.
86
Material e Métodos Utilizados no Estudo da Mutação pmn
Sequenciamento
Métodos
As reações de seqüenciamento foram realizadas de 
acordo com o método de Sanger, através do kit comercial 
Sequenase II (USB), para um seqüenciamento
manual.
Análise das seqüências
As seqüências obtidas foram introduzidas num programa 
chamado Genework. Cada seqüência foi comparada às já 
existentes no banco de dados via BLAST, acessível por email no 
National Center for Biological Information, NCBI (blast@ncbi.
nlm.nih.gov). Algumas das seqüências também foram analisadas 
com o programa GRAIL, também acessível pela Internet, que 
prediz a existência de seqüências codificadoras.
87
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107
Anexos
ANEXO I- FIGURAS
Clonagem pela Função Clonagem Posicional
Doença Doença
Mapeamento MapeamentoFunção Função
Gene Gene
Figura 1: As estratégias da clonagem
 Ilustração das duas estratégias de que dispomos para conhecer a função 
de um gene qualquer.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
108
Anexos
Figura 2: Mutação alcaptonúria (aku).
A urina do animal doente torna-se escura após o contato com o ar após 
o processo de oxidação. Na foto, o animal afetado está à direita; e à es-
querda, o normal.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
109
Anexos
Figura 3: Animal modelo da fenilcetonúria (PKU) humana.
Os camundongos pertencem à mesma linhagem (BTRB). A despigmenta-
ção observada no animal de cor marrom (à direita) é um componente da 
síndrome da feniltonúria.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
110
Anexos
900 800 700 600 500 400 300 200 100 0
Humans
Mice
Xenopus
D.
Melagonaster
C. elegans
myr bp
Figura 4: Relações evolutivas entre os modelos mais utilizados em labo-
ratório.
Os tempos aproximados em divergências evolutivas entre organismos 
citados e seus ancestrais comuns estão indicados ao longo de uma linha do 
tempo, numa escala de milhões de anos (SIILVER, 1995).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
111
Anexos
X
Y
XY
X; Y
UN
MT
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 X Y XY UN MT
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total Orthologies: 10137
Total mapped in booth species: 9677
mouse, laboratory
mouse, laboratory
h
u
m
a
n
h
u
m
a
n
1 1
1
1
1
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
11 1
1
1
11
1
1
1
11
11
11
11
11
1
1
1
1 1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1
274 3 282 355 10 4 18 12 2 15 58
249 124 32 81 2 41
41
41
50 2 62 5
5
39
79 76 191 54 135
37
20
12
7
3
11
28
6
25
11
13
12
8
21
32
16
12
16
20
20
14
11
23
2
2
2
2 2
2
2
2 23
3
3
3
3
3
3
3
34
4
7
5
5
8
10
10
10
10
257
9
79 80
13 11 21 29 111 45
92 2034
275 98 37 76 45
370
16 104
96 205
128
207
579
82
99
106
48 60
15 19 36
36
43
132
148
157
158
44
105 140
20572
45
127
34 3419
140
12 50
59 112
195 171
79
33 15
248
44 134
112
159107
11833
61211104
18 22
Figura 5: Oxford Grid.
Cada célula representa uma comparação entre dois cromossomos – um do 
camundongo e outros do homem. O número de ortologias aparece entre 
cada célula (Cinza 1; Azul 2-10; Verde 11-25; Alaranjado 26-50; Amarelo 50 
ou mais). FONTE: MGI ( www.informatics.jax).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
112
Anexos
Figura 6: A mutação pmn
A fraqueza dos animais pmn (à direita na foto) caracteriza-se pela incapaci-
dade de esticar os membros posteriores quando são erguidos pela cauda.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
113
Anexos
a b
cd
A
A
Figura 7: Cortes histológicos.
(a) Corte do músculo sóleo de um animal homozigoto com quatro sema-
nas, já apresentando uma atrofia neural. A largura das fibras é normal. (b)
(c) são terminações nervosas do mesmo músculo. O axônio terminal (A) 
apresenta-se inchado e não possui vesículas sinápticas (b), ou estas estão 
diminuídas (c). (d) Corte longitudinal de um nervo plantar de um camun-
dongo mutante de cinco semanas. As mielinas restantes têm formato 
redondo ou oval, indicando um processo de degeneração axonal. Barras: 
50mm (a, d) e 1mm (b, c) .
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
114
Anexos
ba
Figura 8: Nervo frênico. 
Corte do nervo frênico de um animal normal (a) e de um animal mutante, 
ambos com quatro semanas. Pode-se notar uma abundante perda dos 
axônios mielinisados.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
115
Anexos
Figura 9: Fenótipo obeso.
O animal na parte superior da foto é obeso, conferido por uma mutação 
espontânea no gene da leptina. A leptina (Lep) é uma proteína envolvida 
na regulação dos lipídeos. Ela está presente predominantemente nos 
tecidos adiposos. Nos camundongos homozigotos para mutação obese, 
o gene Lep está mutado e a leptina está ausente. Esses animais ingerem 
uma quantidade excessiva de alimentos (hiperfagia) e possuem diabete, 
intolerância à glicose e uma concentração de insulina plasmática elevada.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
116
Anexos
10 Mb (5-10 c M) A
A
B
B
C
D
100 Kb
10 Kb
...TAGCTGCTAGCTA...
...TAGCTGGTAGCTA...
éx
on
ín
tr
on
Figura 10: Principio da clonagem posicional.
O esquema acima representa uma clonagem, utilizando-se os clones do 
tipo YAC (Yeast Artificial Chromosome). O mesmo pode ser feito com os 
BAC (Bacterian Artificial Chromosome). Nesse esquema, a mutação que le-
vou ao aparecimento do fenótipo anormal é uma transição de uma citosina 
para uma timina, o que causou a troca de um aminoácido leucina por um 
códon de parada, característico de uma mutação de sentido trocado.
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117
Anexos
Camundongo A 
Linhagem BLACK
X
X X
Camundongo B 
Linhagem WHITE
F1 Híbrido
Retrocruzamento Intercruzamento
N2 F2
Figura 11: Tipos de cruzamentos utilizados nos projetos de mapeamento.
O intercruzamento, utilizado em mapeamentos de mutações recessivas, 
produz dois cromossomos informativos (resultantes dos eventos de 
recombinação para cada indivíduo Fl do casal estabelecido). O retrocru-
zamento pode ser utilizado, tanto para o mapeamento de mutações ou 
traços recessivos como de dominantes; o que varia é o parental utilizado 
no cruzamento com Fl. Nesse tipo de esquema, é produzido apenas um 
cromossomo informativo (resultante dos eventos de recombinação do 
indivíduo Fl utilizado).
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118
Anexos
retrocruzamento
X
locus 1
n
N
m
+
locus 2
r
n m r
n
n
m r
n m
m
n m r
n m rR
análise de 1000 descendentes
gamentas do heterozigoto 
haplótipos não
informativos
haplótipos informativos
N + R
N
N
N
+
+
+
R
R
R
R
R
locus 1 mutação locus 2
descendentes
fenotipagem
[+]
[+]
[m]
[m]
[+]
[+]
[m]
[m]
genótipos para os 
dois marcadores
N/n
R/r
n/n
r/r
N/n
N/n
N/n
R/r
R/r
R/r
n/n
n/n
n/n
r/r
r/r
r/r
animais não 
informativos
animais 
informativos 
(genotipados 
com outros 
marcadores)
Figura 12: Estratégias do mapeamento.
Identificação dos animais informativos para refinar a localização da muta-
ção (no caso de um retrocruzamento).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
119
Anexos
5 4 3 2 1
domesticus
musculus
molossinus
castaneus
bacterianus
M
u
s m
u
scu
lo
s
spretus
spicilegus
macedonicus
fragilicauda
famulus
caroll
cooki
cervicolor
dunni
Pyromys
Coelomys
Nannomys
Su
b
g
en
u
s M
u
s
O
th
er 
su
b
g
en
era
TRENDS in Genetcs
Figura 13: Árvore filogenética da ordem muridae.
Por meio da análise de dados moleculares coletados a
partir da comparação 
das seqüências de DNA mitocondrial e genômico, nós podemos reconhecer 
várias espécies diferentes de camundongos pertencentes ao gênero Mus. 
FONTE: Guénet et Bonhomme, Trends in genetics, vol. 19, pp. 20-31, 2003.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
120
Anexos
Alelo 1 Alelo 2
R1 R1R2 R3 R3
sonda sonda
linhagem 1 linhagem 2
locus A locus A
Figura 14: Ilustração do principio de RFLP (Polimorfismo de Comprimento 
de Fragmentos de Restrição.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
121
Anexos
Alelos
#1
#2
#3
CACACACACACACA
CACACACACACACACACACACA
CACACACACACACACACA
Genótipos
1/1 2/2 3/3 1/2 1/3 2/3
Figura 15: Meios microssatélites e sua detecção.
Três alelos diferentes de um locus microssatélite composto de repetições 
CA. As setas representam os iniciadores locus específico utilizados na am-
plificação. No esquema que se segue está representado um gel de eletro-
forese com os padrões que seriam observados para os diferentes alelos.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
122
Anexos
DNA fita dupla
CGTAGCTGATCGATGC
GCATCGACTAGCTACG
CGTAGCTGGTCGATGC
GCATCGACCAGCTACG
Fita 1
Fita 2
Amostra A
Fita 1
Fita 2
Amostra B
Corrida no gel
Amostra A Amostra B
Sentido da 
migração do 
DNA
Desnaturação
e
Resfriamento
Figura 16: SSCP - Alelos e sua detecção.
A conformação tridimensional assumida pela fita simples de DNA após 
resfriamento interfere diretamente na velocidade de migração no gel. A 
conformação é dependente da seqüência que a fita apresenta. Sendo as-
sim, seqüências diferentes (mesmo em apenas uma base) terão diferentes 
velocidades de migração. Neste esquema estão ilustradas duas amostras 
com uma base de diferença em suas seqüências; após desnaturação e 
resfriamento a conformação que cada fita assume; em seguida um gel 
revelando o polimorfismo existente
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
123
Anexos
Figura 17: Mapa comparativo das regiões de ortologia entre o cromos-
somo 13 murino (à direita) e os segmentos cromossômicos 1, 3, 5, 6, 7, 9 
e 10 humanos.
Os histogramas representados do lado direito do cromossomo 13 murino 
correspondem aos cromossomos humanos homólogos. O número de cada 
cromossomo está indicado acima do histograma. O tamanho de cada uma 
das barras posicionadas nos histogramas indica o número de genes ortólo-
gos entre o homem e o camundongo localizados naquela região. Fonte: 
www.informatics.jax.org.
Cr. 13
7
9
6
1
10
3
5
10
 c
M
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
124
Anexos
Vetor pYAC
TELTEL
Sítio de clonagem
O vetor é digerido de 
tal forma que libere os 
dois braços
Braço esquerdo
Tranformação de esferoplastos e
propagação na Saccharomyces cerevisiae
Ligação
Braço direito
TELTEL
Digestão parcial 
(produção de fragmentos 
de várias centenas de Kb
DNA genômico
TRP
ARS
CEN
URA
Figura 18: Princípio da clonagem em YAC.
O vetor de clonagem (pYAC) é digerido de maneira a produzir dois braços. 
O braço esquerdo contém a região denominada ARS (origem de replicação 
autônoma), um centrômero (CEN), uma seqüência que permite a formação 
de um telômero funcional in vivo (TEL) e um marcador de seleção (TRP). O 
braço direito contém a seqüência TEL e um segundo marcador de seleção 
(URA). A ligação desses braços a grandes fragmentos de DNA genômico 
(humano, animal, etc) obtidos pela digestão parcial conduz à formação do 
cromossomo artificial de levedura (YAC), o qual é introduzido dentro do 
organismo Saccharomyces cerevisiae. Nele, o YAC é capaz de se replicar 
(graças à seqüência ARS), de estabilizar sua extremidades (graças às se-
qüências TEL) e de se repartir de maneira correta entre as células filhas no 
momento da divisão celular (graças às seqüências CEN). 
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
125
Anexos
Hind III Bam HI Xmal, Smal, 
Notl, Bgll, Sfil
Nat I Eag I
Sacl
SaclSal I Sal I
pBAC108L
CM
R
pa
rB
pa
rA
repE
or
iS
loxP
cosN
promotor T7 promotor Sp6
Figura 19: Construção do vetor BAC.
O vetor BAC é um derivado do epsomo F e possui os genes oriS e repE 
— que regulam a replicação — e os genes parA e parB que controlam o 
número de cópias do plasmídio ( uma ou duas) na bactéria. CMR é o gene 
de resistência ao antibiótico cloramfenicol. No sitio de clonagem, o vetor 
BAC possui: (i) os sítios cosN e loxP do bacteriófago lambda e (ii) dois 
sítios de clonagem (HindIII e BamHI). As seqüências dos promotores T7 e 
SP6 servem para o seqüenciamento da porção de DNA inserida na junção 
vetor- inserto.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
126
Anexos
DNA genômico de alto 
peso molecular
Digestão e fragmentação de 
grandes fragmentos de DNA 
(várias centenas de Kb)
Ligação na presença de um 
marcador de seleção e em 
baixa concentração de DNA
Circularização dos fragmentos de DNA
Digestão
Fragmento de junção
Clonagem dos fragmentos de DNA no vetor 
adequado, por exemplo, um bacteriófago
Banco de fragmentos de “jumping”
Sondagem de uma biblioteca através do
Figura 20: Ilustração da técnica do salto no cromossomo.
O DNA genômico é digerido e os produtos são ligados na presença de um 
marcador de seleção – por exemplo, o gene supF – cuja presença deste 
marcador permite selecionar os clones de junção (aqueles que contêm 
os fragmentos de DNA que normalmente estariam distantes um do outro 
no genoma de origem). As moléculas de DNA circular são, em seguida, 
digeridas por uma endonuclease compatível com a clonagem em um vetor 
adequado. A maior parte das moléculas obtidas correspondem ao DNA 
contíguo e apenas uma pequena porção de fragmentos pertencem ao DNA 
de junção. Uma biblioteca é então construída, utilizando, por exemplo, um 
bacteriófago. O fago só poderá se propagar se tiver o marcador de seleção 
supF. Isso quer dizer que apenas os clones que contêm o fragmento de 
junção estarão presentes na biblioteca. Um fragmento de DNA pode ser 
isolado pela sondagem da biblioteca por meio de uma sonda de DNA, 
mesmo localizado a várias dezenas ou centenas de Kb daquela sonda. 
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
127
Anexos
contig n
BAC n°1
BAC n°2
BAC n°3
marcha sobre 
o cromossomo
contig n contig n+1
contig n+1
DNA cromossômico
intervalo entre dois 
contigs está definido
seqüenciamento da extremidade do BACn°1
definição de uma STS
Busca de novo BAC portando tal STS (sondagem de biblioteca)
seqüenciamento da extremidade do BACn°2
definição de uma STS
sondagem de biblioteca
Figura 21: A marcha sobre o cromossomo.
O sequenciamento da extremidade do BAC n° 1 fornece uma sequência 
única amplificada pela PCR (STS). Um BAC portador desta sequência é 
procurado numa biblioteca genômica. Este BAC permite aumentar a região 
clonada. Pode-se igualmente utilizar a outra extremidade do BAC n° 1 para 
“marchar” sobre o cromossomo “para o outro lado”.
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128
Anexos
mRNA
cDNA
PCR
PCR
Retrotranscrição
Extração do RNA citoplasmático
Transfecção dos mRNA
Emenda
Tranfecção em célular de mamíferos
éxon éxoníntron
SA
SA
SD
SD
Vetor de expressão
sítio de poliadenilação
Fragmento genômico contendo um éxon
AAAAAAAAAAA
= éxon cerdado pelas 
seqüências do vetor
Figura 22: Princípio da amplificação dos éxons internos ou Éxon-
Trapping.
Os genes, nos organismos eucariotos, apresentam-se em forma de mo-
saicos, em que as seqüências codificantes (éxons) são interrompidos por 
seqüências não codificantes (íntrons). Os íntrons são transcritos antes 
de serem eliminados num processo denominado de emenda (splicing). 
Quatro seqüências de
DNA têm papel importante nesse processo: o sítio 
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
129
Anexos
doador de emenda (SD) em 5’ do íntron, o sítio aceptor de emenda (SA) 
em 3’ do íntron, o sítio de junção e uma região de resíduos pirimidinas. 
Na amplificação do éxon, o DNA genômico a ser analisado é clonado num 
vetor de expressão. O sítio de clonagem está localizado dentro de um 
íntron de um dado gene e é, portanto, enquadrado pelos sítios doador e 
aceptor de emenda. Em seguida, a construção é colocada para propagação 
dentro da bactéria E. coli. O DNA é então isolado e transfectado nas células 
eucariotas. Caso o DNA analisado contenha um éxon e que este tenha sido 
inserido na orientação correta, ou seja, de 5’ para 3’, ocorrerá à emenda 
entre as seqüências do vetor e do inserto. O produto final dessa emenda 
será um RNAm quimérico que possui a seqüência do éxon do DNA testado, 
enquadrado pela seqüências dos éxons do vetor. Tais moléculas de RNA 
são extraídas e convertidas em cDNA pelo método de RT-PCR (retrotran-
scrição). As moléculas de cDNA são, então, amplificadas pela PCR através 
dos oligonucleotídios específicos do vetor. Caso o produto de amplificação 
seja maior em pb que a distância que separa os oligonucleotídios no vetor, 
é um forte indicativo de que um éxon foi clonado. 
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130
Anexos
Digestão do DNA genômico (YAC, ...)
+ adaptador
+ iniciador biotinilado
PRC
Hibridização em meio líquido
Captura do híbrido sobre as 
bilhas de estreptavidina
bilha magnética 
+ estreptavidina
Educação do 
cDNA
Amplificação
Clonagem
Biblioteca de DNA
Figura 23: Captura de cDNA por afinidade
O DNA genômico é digerido e ligado aos adaptadores. A construção é en-
tão amplificada através de oligonucleotídios biotinilados e específicos dos 
adaptadores. O DNA amplificado é, em seguida, hibridizado, em condição 
de alta estringência, a moléculas de cDNA. Os híbridos cDNA-DNA genômico 
biotinilado são recuperados por meio de bilhas magnéticas cobertas de es-
treptavidina. Os cDNA não específicos são eliminados por meio de lavagem. 
Os cDNA específicos restantes são eludados, amplificados e clonados.
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131
Anexos
3’ RACE
5’ RACEmRNA
Adaptador
cDNA
GSP1
GSP2
AAAAAAAAAAAAAAAAA3’
AAAAAAA3’
TTTTTTT
TTTTTTT
TTTTTTT
TTTTTTT
Iniciador 
complementar 
ao adaptador
Iniciador 
complementar 
ao adaptador
5’
mRNA
5’
GSP
GSP
GSP
GSP
cDNA
Acréscimo de uma 
cauda poli (dC)
(dC)n
CCCCCCCCCC
(dC)n
CCCCCCCCCC
GGGGG
(dG)n
Figura 24: Principio da RACE.
Para obter as extremidades 3’ (3’RACE), o RNA é retrotranscrito 
através de um oligonucleotídio constituído de resíduos dT e de uma 
seqüência adaptadora. As amplificações são realizadas através de 
um oligonucleotídio derivado do gene de interesse (GSP1, GSP = 
gene specific primer) e de um outro complementar ao adaptador. 
Uma segunda amplificação é realizada com oligonucleotídios especí-
ficos internos (GSP2) e aquele complementar à seqüência adaptadora. 
Utilizando-se a mesma estratégia, pode-se obter a extremidade 5’ (5’RACE). 
A retrotranscrição é feita através de um GSP. Uma cauda poli(C) é acres-
centada ao cDNA fita simples. A amplificação é realizada por meio de um 
oligonucleotídio poli(G) e de um outro específico GSP1. Uma segunda 
amplificação é, então, realizada com um oligonucleotídio complementar 
ao adaptador e um outro específico mais interno.
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132
Anexos
Fenótipo
Genotipagem
~20 animais afetados
~80 marcadores
Cromossomos
Mapeamentos à alta
resolução
100-1000 meioses
SSLPs/SNPs
Intervalo com o Gene
Candidato
Sequenciamento
Mutação
Marcadores Mb
A
B
C
D
E
F
G
H
Afetado
Não Afetado
Linhagem 1 Linhagem 2
35,410,613
35,426,474
36,034,000
36,149,287
37,125,950
37,963,422
38,061,429
38,079,638
438 2 1 1 2
73 2 2
A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 D1D2 D3 E F1 F2
Figura 25: Identificação da mutação.
Assim que uma mutação é isolada (parte de cima da figura, aqui repre-
sentada por um fenótipo afetando a coloração da pelagem), os estudos 
genéticos começam através de cruzamentos que gerem recombinantes 
que servirão na genotipagem. A genotipagem é realizada através de 
marcadores moleculares polimórficos entre as duas linhagens utilizadas no 
cruzamento. Geralmente estes marcadores são os microssatélites (SSLPs) 
ou SNPs. Este processo leva a identificação do cromossomo portador do 
lócus mutado (o esquema apresentado é meramente ilustrativo), geral-
mente determinado num intervalo candidato entre 10 à 20Mb (Mega pares 
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
133
Anexos
de bases). O passo seguinte é refinar a região candidata mapeada através 
do mapeamento à lata resolução. Para tanto, é preciso aumentar o número 
de meioses analisadas, este número pode variar dependendo do número 
de marcadores polimórficos disponíveis na região e da densidade gênica 
(de 100 a 1000 meioses). Ao final, o intervalo candidato delimitado ficará 
entre 1-2 Mb. No exemplo da figura, a mutação recessiva induzida na linha-
gem C57BL/6 foi mapeada à alta resolução usando animais cruzados com a 
linhagem 129SvEv. Aqui, 529 animais foram genotipados com 8 marcadores 
distribuídos ao longo dos 4,6 Mb que compõem a região candidata e 10 re-
combinantes foram encontrados. Estes animais ou meioses recombinantes 
possibilitaram redefinir a região, a qual foi reduzida para 1,8 Mb. Nesta 
altura do trabalho, o sequenciamento dos genes candidatos posicionais 
pode começar, aqui a mutação apresentada é a transversão da citosina (C) 
para a guanina (G).
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134
Anexos
Marcadores Haplótipos
D13Mit80
D13Mit215
pmn
D13Mit115
D13Mit3
D13Mit16
D13Mit61
D13Mit154t
Números 46 2 1 1 1 2 6 4
Figura 26: Haplótipo.
O esquema representa os haplótipos dos animais obtidos a partir do 
retrocruzamento interespecifico entre a linhagem da espécie Mus spretus 
e a linhagem de laboratório, na qual o alelo pmn está segregando. Os 
DNA desses 63 animais N2 pmn/pmn foram tipados com os marcadores 
do tipo microssatélite. Os retângulos brancos indicam que o marcador é 
homozigoto para o alelo Mus musculus domesticus (alelo de laboratório 
originário do alelo pmn). Os retângulos pretos indicam que o haplótipo 
é heterozigoto para os alelos Mus spretus e Mus musculus domesticus. 
O número embaixo de cada coluna representa o número total de animais 
por haplótipo. O resultado mostra que o lócus pmn se encontra entre os 
marcadores D13Mit215 e D13Mit115.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
135
Anexos
X
X
Xt + / + +
Xt + / + pmnXt + / + pmn
+ + / + pmn
[Xt] [pmn] [Xt pmn] [+]
430 211 0 0
F2
F1
P
Número 
de animais
Figura 27: Cruzamento intra-especifico.
Nós obtivemos 641 animais provenientes do intercruzamento Xt +/ + pmn, 
o que representa 1.282 meioses. Nenhum recombinante foi encontrado. 
Esses resultados indicam que o lócus pmn encontra-se a uma distância 
compreendida entre O a 1 cM do lócus Xt, com risco de 5% e a uma distância 
de O a 1,5cM com risco de 1%. O mesmo tipo de cruzamento foi realizado 
entre pmn e pe. Nós obtivemos 116 (232 meioses) animais, a partir do 
intercruzamento de animais pe +I + pmn, e encontramos 6 recombinantes 
pe pmn/pe pmn. Esse resultado coloca pmn a, aproximadamente, 4 3 cM 
do lócus pe.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
136
Anexos
Figura 28: Mutação “Extra-toe” e o estoque balanceado.
Os animais mutantes (+/Xt) representados à esquerda na figura, apresen-
tam um dedo extranumérico visível na pata posterior, porém
ausente na 
pata posterior do animal pmn/pmn (à direita). A presença desse marcador 
permite identificar os animais homozigotos pmn/pmn desde o nascimento, 
pois estes não possuem o dedo extranumérico e também permite elimi-
nar os animais que não são portadores do alelo pmn, pois, nesse caso, a 
condição Xt/Xt é letal in utero. O estoque balanceado Xt +1 + pmn é de 
grande importância, pois permite o reconhecimento precoce dos animais 
que se tornarão doentes.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
137
Anexos
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
D13Mi158
D13Mi80
D13Mit173
D13Mit162
D13Mit207
D13Mit57
D13Mit174
D13Mit206
D13Mit218
D13Mit56
D13Mit215
D13Mit
Gli20
D13Mit305
D13Mit115
D13Mit17
D13Mit3
D13Mit133
D13Mit16
D13Mit154
D13Mit81
D13Mit61
D13Mit10
Msx2
D13Mit13
D13Mit21
S3S5.ex2
Cf2R
D13Mit28
D13Mit47
D13Mit32
Cr. 13
Figura 29: Localização precisa dos marcadores microssatélites no cromos-
somo 13 murino.
Esse mapa foi estabelecido, utilizando-se a coleção de DNA do EUCIB. Os 
genes G1i20 (BRUNIALTI et al., 1995), Msx-2 (ROBERT; BRUNIALTI, 1995), 
Cf2r (POIRIER et al., 1996) e Smn (S3S5.ex2) (VIOLLET et al., 1997) também 
foram localizados nesse mapa.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
138
Anexos
Xt
D13Mit80
D13Mit173
D13Mit154
Gli3
D13Mit3
D13Mit16
D13Mit154
D13Mit218
D13Mit115
D13Mit133
(3,35 +/- 0,57 cM)
(0,8 +/- 0,28 cM)
(0,4 +/- 0,23 cM)
(1,32 +/- 0,36 cM)
(1,82 +/- 0,42 cM)
(2,43 +/- 0,48 cM)
1q
7p
Figura 30: Mapa genético parcal da região cromossômica de interesse.
Mapa genético do cromossomo 13 (parcial) de camundongos indicando a 
região onde se encontra o gene pmn (retângulo pontilhado). Esse mapa foi 
estabelecido, utilizando-se a coleção de DNA do EUCIB (N=982) e os mar-
cadores moleculares em torno do lócus G1/3. A localização do lócus pmn 
foi definida levando-se em conta os resultados apresentados nas figuras 26 
e 27. Os retângulos à esquerda da figura indicam as regiões de homologia 
entre o cromossomo 13 murino e os cromossomos 1 e 7 humanos.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
139
Anexos
Y
13
.1
15
Y
90
3.
1
Y
90
2.
2
AB1380
16
40
 K
b
10
95
 K
b
U
R
A
3
en
d
o
g
èn
e
84
0 
K
b
Y
13
.1
15
Y
90
3.
1
Y
90
2.
2
AB1380
16
40
-1
09
5-
11
20
-1
13
0 
K
b
98
0-
95
0 
K
b
68
0 
K
b
59
0 
K
b
44
0 
K
b
35
0 
K
b
Figura 31: Análise pela eletroforese em campo pulsado dos YAC Y902.2, 
Y903.1 e Y13.115.
Quatro culturas independentes de cada clone foram analisadas. A eletro-
forese em campo pulsado foi realizada em agarose Seake GTG 1%; 0,5 X TBE, 
a 190 volts. Os tempos dos pulsos são de 45 segundos durante 24 horas 
(foto da esquerda). Após transferência para membrana de Nylon 1\1’ pelo 
método de Southern blot, os cromossomos artificiais de levedura foram 
revelados pela hibridização de um fragmento do gene URA3 de levedura 
(foto da direita). Essa sonda reconhece o gene endógeno e o gene pre-
sente no vetor YAC. AB1380 é uma linhagem de levedura (Saccharomyces 
cerevisiae).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
140
Anexos
49
6K
2 
(1
40
 K
b
)
Y
13
.3
05
.2
 (1
25
0 
K
b
)
12
P1
1 
(1
00
 K
b
)
28
3E
20
 (1
60
 K
b
)
38
8A
11
 (1
40
 K
b
)
Y
13
.1
15
.1
 (1
64
0 
K
b
)
Y.
13
.2
15
 (1
20
0 
K
b
)
Y.
90
2.
2 
(1
09
5 
K
b
)Y.
90
3.
1 
(8
40
 K
b
)
C
r.1
3
D
13
M
it
21
5
p
m
m
G
li3
G
C
K
D
13
M
it
30
5 IN
H
B
AD
13
M
it
11
5
Figura 32: Organização dos YAC.
Esta organização contém os marcadores D13Mit215, D13Mit305 e 
D13Mit115 e o gene Gli3 (sondas Glill e G1i20) na forma de um contig. Os 
traços descontínuos correspondem às regiões quiméricas. Os BAC obtidos 
a partir dos marcadores D13Mit215 (388A11), G1i20 (283E20), Glill (12P11) 
e D13Mit115 (496K2) estão igualmente representados embaixo da figura. 
Os marcadores GCK e INHBA são dois genes humanos que nós localizamos 
pela PCR nos YAC.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
141
Anexos
Y902.2
Y13.115
Y13.215
Y13.305
AB1380
Y903.1
Figura 33: Análise por Southern blot da extremidade esquerda do clone 
Y902.2.
Os cromossomos de levedura foram separados pela eletroforese em um gel 
de agarose Seaken GTG 1%;0,5 X TBE a 9°C, a 190 volts. Os tempos dos pulsos 
foram de 45 segundos durante 24 horas. O DNA foi, então, transferido e 
fixado sobre uma membrana de nylon N+. A membrana foi hibridizada com 
um fragmento de DNA marcado com radioatividade e que correspondia à 
extremidade esquerda do YAC Y902.2. Na figura, pode-se ver que esse frag-
mento está presente nos clones Y903.1, Y13.305.2 e reconhece também 
o DNA do clone do qual foi isolado. AB1380 é uma linhagem de levedura 
(Saccharomyces cerevisiae).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
142
Anexos
CpG
CpG
CpG
Gli3
I
D13Mit305
D
D
D
G
G
GY13.305.2
Y903.1
Y902.2
100 Kb
M M
M
M
NN N N
N
N NE E E E E EEE
B
B
S
S
R R R
R
R
Sa Sa
Figura 34: Mapa de restrição do contig de YAC que cobre a região pmn.
D e G representam as extremidades direita (lado URA3 do vetor pYAC4) e 
esquerda (lado TRP do vetor pYAC4), respectivamente. Os círculos cheios 
correspondem às extremidades dos clones provenientes da região pmn. Os 
círculos vazios correspondem às extremidades quiméricas (a extensão da 
região quimérica está representada pelas linhas pontilhadas). As ilhas CpG, 
definidas pelo agrupamento de 3 ou mais enzimas de restrição que cortam 
raramente o genoma, estão igualmente representadas. B: BssHII, E: Eagl, 
M: Mlul, N: Notl, R: Nru, S: Sall, Sa: Sacll, SM: Smal. 
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
143
Anexos
100 Kb
D
G
Y13.305.2
Y903.1
Y902.2
M M
M
M
NN N N
N
N NE E E E E EEE
B
B
S
S
R R R
R
R
Sa Sa
D G
283E20
12P11
496K2
D G
E1
E2
CL9
CL14
CL30
CL34
Gli3
E13
CL10
CL20
D13Mit305
D13Mit115
E3
E11 E7 E10
Figura 35: Localização dos éxons e das ESTs.
Localização dos fragmentos dos genes isolados pela técnica da amplifica-
ção dos éxons internos (CL) e localização das EST humanas (E) no mapa de 
restrição do contig de YAC e BAC.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
144
Anexos
E7 E2
Xt pmn Xt pmn+ +B6 B6H
2O
H
2OM
220 pb 317 pb
Figura 36: Análise pela PCR das EST humanas E7 (A006127) e E2 
(WL9635).
O cDNA dos animais de fenótipo Xt, pmn e selvagem (+) foram testados para 
cada conjunto de oligonucleotídios. O DNA genômico da linhagem C57BL/6 
e água foram utilizados para o controle da amplificação. O DNA genômico 
não foi amplificado com os oligonucleotídios provenientes da EST E7. Esse 
resultado indica a existência de seqüência intrônica entre os oligonucle-
otídios, o que, provavelmente, tornou a amplificação impossível. Já para 
a EST E2, foi obtido um produto de amplificação para o DNA genômico, 
indicando a inexistência de um íntron entre os oligonucleotídios. Não foi 
encontrada diferença de tamanho do produto amplificado entre os animais 
Xt, pmn e +. (M) Marcador de peso molecular 100pb Ladder (Pharmacia).
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
145
Anexos
E
E
E
E
T
T T
T
T
PCR
PCR
PCR
PCR
PCR
PCR
PCR
PCR
PCR
1
1
1
4
4
3
3
3
3
5
5
2
2
2
P
P P
P
P
E
E
E E
E
E
E
E
H
HH
H
H
Ligação Ligação
Ligação
Taql TaqlEcoRl
EcoRl
Pstl
Hindlll HindlllPstl
TEL TRP1 ARS1 CEN4 SUP4
Figura 37: Isolamento das extremidades do YAC através da PCR inversa.
O DNA do YAC foi digerido por uma enzima cujo sítio de restrição está pre-
sente no vetor. O DNA digerido foi, em seguida, religado sobre si mesmo. 
Entre as moléculas circulares, algumas possuem um fragmento do vetor 
flanqueando uma extremidade do YAC. Utiliza-se, em seguida, iniciadores 
específicos do vetor para amplificar a extremidade do YAC.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
146
Anexos
mRNA
cDNA
PCR
PCR
Retrotranscrição
Extração do RNA citoplasmático
Transfecção dos mRNA
Emenda
Tranfecção em célular de mamíferos
éxon éxoníntron
SA
SA
SD
SD
Vetor de expressão
sítio de poliadenilação
Fragmento genômico contendo um éxon
AAAAAAAAAAA
= éxon cerdado pelas 
seqüências do vetor
Figura 38: Principio da amplificação dos éxons internos ou Éxon-
Trapping.
Legenda detalhada na Figura 22.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
147
Anexos
éxon éxon
5000
Eamll051l
4958
Bsa
4891
Fsp l
4738
Pvu l
4591
Bcg l
4436
BsaHl 4422
X mm l 4359
4000
Xcm l 3906
Apa l 3774
Hpa l 3395
SAv 3095
Msc l 3231
3000
EcoNl 2348
2000
Nhel 1976
Sítio de clonagem múltipla
N de l 11191000
Blos l
862
Sal
687
689SDv
Xba I 681
BsaA I IEco 721674
Esp I641
Avt II 324
Sfr I270
6000
on
Drd I 5743 Hae II 5607
BspH I 5131
Cfno I 4878
Bgl I 4839
Ap
BspH I 4123 
Ban II 3774
Mun I 3406
Mam I 3494
Aval 3107
Hind III 2857
Dra III 2815
Mun I 2371
Mam I 2271
Ava I 1023
Cfno I 1157
Pvu III 1799Stu I1548
Dra III
1311
Ban II
1020Acc I 687
Acc 485
Dsal IN oo I
491Hind III 340
Slu I321
Bgl I271
Dsa I IN co I
231
Sph I 140
Sph I 68
Pvu II 1HaeII
5977
pSPL3
603 1 bp
Bstx I
Meio-sítio
698
Sdv
Sítio de 
clonagem 
Múltipla
Sdc
1134
Bstx I
Half-site
3095
Sav
3245-3265
Sa2
dUSA 4
3178-3199
10561009
dUSD 2
654-671
Sv40
P
607-626
Sd6
EcoR I
Bstx I
Sst I
Xho I Xma III Pst I
BanH I EcoR v
CCAGAATTCTGGAGCTCGAGCGGCCGCTGCAGGATCCCAGATATCTGG
Bstx I
Figura 39: O vetor de expressão pSPL3.
 A parte superior do esquema representa os íntrons e éxons do gene tat do 
HIV-1, tendo nas bordas as seqüências exônicas da B-globina. P = promotor 
SV40; SDv = sítio doador de emenda; SDc = sítio críptico de emenda; e SDa 
= sítio aceptor de emenda. Os oligonucleotídios utilizados na PCR também 
estão indicados. A parte inferior da figura representa o mapa circular do 
plasmídio.
Para voltar à leitura, clique sobre a figura.
Anexos
Doenças Humanas Mapeamento Referência Modelo animal 
(camundongo) ou 
gene homólogo
Mapeamento Referência
Musculatura
Miotrofia espinal 
distal
7p Hum. Mol. Genet., 
1995, 4:1629-32
Miotrofia espinal 
(Tipos 1, 2 e 3)
5q11-q13 Cell, 1995, 80:155-
165
Smn 13 Genomics, 1997, 
Distrofia muscular 
(SCARMD)
17q12-q21.33 Cell, 1994, 78:10-20
Distrofia muscular 
congenital à merosina 
negativa
6q22-q23 Hum. Mol. Genet., 
1994, 3:1657-61
mutante distrofia 
muscular (dy)
10 J.Bio.Chem., 1994, 
269:13729-32
Distrofia muscular de 
cinturas (LGMD2B)
2p Genomics, 1995, 
27:192-95
Distrofia muscular de 
cinturas (LGMD2A)
15q15.1-q15.3 Cell, 1995, 81:1-20 calpaína 3 (Canp3) 3 ou 4 Mamm. Genome, 
1996, 7:377-379
Distrofia muscular de 
cinturas (LGMD1A)
5q Am.J.Hum. Genet., 
1992, 50: 1211
Distrofia muscular 
fácio-escápulo-
humeral
4q35 Lancet, 1990: 336-
365
Distrofia muscular 
óculofaringeal
14q1 1.2-q13 Hum.Mol.Genet., 
1995, 4: 429-434
Distrofia muscular de 
Duchenne
Xp21.2 Nature, 1992, 
300:6971
muscular dystrophy 
(mdx)
X EMBO J., 1988, 
7:3017-3021
Miopatia distal 
autossômica 
dominante
14q Am.J.Hum. Genet., 
1995, 50:422-427
Síndrome de 
Schwartz-Jampel
1p34-p36.1 Hum.Mol.Genet., 
1995, 4:1633-36
Sistema nervoso
Adrenoleucodistrofia Xq28 Nature, 1993:726-730 adenocortica lipid 
depletion (ald)
1 Acta Pathol. 
Microbiol. Scan., 
1963, 58:212-218
Ataxia cerebelosa 
periódica familiar
19p13 Am.J.Hum.Genet., 
1995, 56:1443-1449
Ataxia de Friedreich 
com défit isolado em 
vitamina E
8q Nature Genetics, 
1995, 9:141-145
Ataxia espino-
cerebelosa 
autossômica 
dominante (SCA2)
12q23-24.1 Genomics, 1995, 
25:433-435
Ataxia espino-
cerebelosa 
autossômica 
dominante (SCA3)
14q24.3-q32.2 Am.J.Hum.Genet., 
1995, 56:193-201
Ataxia espino-
cerebelosa 
autossômica 
dominante (SCA5)
11cen Nature Genetics, 
1994, 8:280-284
Ataxia espino-
cerebelosa com início 
na infância (IOSCA)
10q23.3-q24.1 Am.J.Hum.Genet., 
1995, 56:1088-1095
Ataxia espino-
cerebelosa do tipo I 
(SCAI)
6p22-p23 Nature Genetics, 
1993, 4:221
ScadI 13 Genomics, 1992, 
12:818-821
Epilepsia noturna 
frontal autossômica 
dominante
20q13.2 Nature Genetics, 
1995, 10:117-118
Acra4 2 Am.J.Hum.Genet., 
1995, 56:289-293
Hidrocefalia ligada ao 
cromossomo X
Xq28 HGM, 1991, 11, 
Abstract:234
Doença de Alzheimer 
familiar
1q31-42 Science, 1995, 
269:970-977
camundongo 
transgênico
Nature Genetics, 
1995, 9:21-30
Doença de Alzheimer 
precoce (locus AD3)
14q24.3-q32.2 Hum.Mol.Genet., 
1995, 4:1355-1364
Doença de Charcot-
Marie-Tooth tipo 1A
17p11.2 HGM, 1991, 11, 
Abstract:12
mutante trembler 
(Tr)
11 PNAS, 1992, 
89:4382-6
Doença de Charcot-
Marie-Tooth tipo 2
1p35-p36 Am.J.Hum.Genet., 
1995, 57:853-858
Doença de Charcot-
Marie-Tooth tipo 4A
8q13-21.1 Mol.Genet., 1993, 
2:1625-1628
Doença de Machado-
Joseph
14q24.3-q32.2 J.Med.Genet., 1995, 
32:25-31
Malformações 
cavernosas do cérebro
7q Genomics, 1995, 
28:311-314
Neurofibromatose do 
tipo 2
22q12 Nature, 1993, 
363:515-521
Neuropatia axonal 
moto-sensorial
Xq24-q26 Genomics, 1995, 
29:409-412
Paraplegia 
espasmódica 
familiar autossômica 
dominante
14q Am.J.Hum.Genet., 
1995, 56:183-187
Retardo mental ligado 
ao X
Xp22 Am.J.Hum.Genet., 
1994: 581-585
Esclerose lateral 
miotrófica juvenil 
recessiva
2q33-q35 Nature Genetics, 
1994, 7:425-428
Síndroeme de Cohen 8q Nature Genetics, 
1994, 7:201-204
Síndroeme de 
Kallmann
Xp22.3 Cell, 1991, 67:423-
435
Síndrome do X frágil Xq27-q28 Am.J.Hum.Genet., 
1991, 38:336-342
camundongo 
transgênico (Fmr-1)
X Genomics, 1992, 
12:818-821
Tabela 1.
ANEXO II- TABELAS
Para voltar à leitura, clique sobre a tabela.
Anexos
Mutação Símbolo Cromossomo Modo de transmissão
arrested development of righting response adr 14 recessiva
agitans ag 18 recessiva
ataxia ax 18 recessiva
bouncy bc 18 recessiva
cribriform degeneration cri 4 recessiva
dystonia musculorum dt 1 recessiva
ducky du 9 recessiva
dystrophia muscularis dy 10 recessiva
gracile axonal dystrophy gad 5 recessiva
gray tremor gt 5 recessiva
hotffot ho 6 recessiva
jimpy jp X recessiva
jittery ji 10 recessiva
lethargic lh 2 recessiva
lumbosacral neuroaxonal dystrophy lnd 7 recessiva
Lurcher Lc 6 semidominante
motor neuron degeneration mnd 8 recessiva
motor neuron degeneration 2 mnd2 6 recessiva
motor end plate desease med 15 recessiva
muscle deficient mdf 19 recessiva
muscular dystrophy with myositis mdm 2 recessiva
X-linked muscular dystrophy mdx X recessiva
myodystrophy myd (fg) 8 recessiva
opisthotonos opt 6 recessiva
progressive motor neuronopathy pmn 13 recessiva
quaking qk 17 recessiva
quivering qv 7 recessiva
shiverer shi 18 recessiva
spastic spa 3 recessiva
staggerer sg 9 recessiva
swaying sw 15 recessiva
tipsy ti 11 recessiva
tippy tip 9 recessiva
tottering tg 8 recessiva
Trembler Tr 11 recessiva
Trembly-like Tyl X semidominante
twitcher twi 12 recessiva
vibrator vb 11 recessiva
wabbler-lethal wl 14 recessiva
wasted wst 2 recessiva
weaver wv 16 recessiva
wobbler wr 11 recessiva
Tabela 2.
Sites na Internet Comentários
Genética de camundongos
www.informatics.jax.org/mgihome/ Mouse Genome Informatics é o centro de bioinformática do 
Jackson Laboratory, 
Maine (USA). 
São encontrados dados sobre a genética, genômica e biologia 
dos camundongos de
laboratório.
Análise do genoma do camundongo
http://www.ensembl.org/Mus_musculus/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genome/guide/mouse/
http://www.genome.ucsc.edu/
Todos os três sites oferecem banco de dados hierárquico da 
sequência murina.
Centros de mutgênenese e descrições de mutantes
http://www.mgu.har.mrc.ac.uk/mutabase/
http://www.gsf.de/ieg/groups/enu-mouse.html
Todos os sites apresentam o fenótipo dos mutantes obtidos 
nos centros de pesquisa:
Harwell (Inglaterra)
Munique (Alemanha)
Informação sobre a expressão dos genes
http://bodymap.ims.u-tokyo.ac.jp/ Banco de dados que apresenta a expressão dos genes 
humanos e dos camundongos.
Embriologia e anatomia patológica dos camundongos
http://genex.hgu.mrc.ac.uk/
http://www.med.unc.edu/embryo_images/
Site apresenta um atlas tridimensional do desenvolvimento 
embrionário do camundongo,
bem como o perfil de expressão dos genes ao longo da 
embriogênese.
Site apresenta imagens de microscopia eletrônica de 
camundongos normais e mutantes.
Tabela 3.
Para voltar à leitura, clique sobre a tabela.
Anexos
Número de sítios/ilhab
Grupo Número de 
CpG
Conteúdo 
de G+C
Enzimasa Sítio Esperado Observado Estimativa de todas os 
sítios na ilhas
I 2 8/8 NotI GCGGCCGC 0.14 0.35 93
AscI GGCGCGCC 0.14 0.27
II 2 6/6 BssHII GCGCGC 1.68 2.11 76
EagI CGGCCG 1.68 1.17
SstII/SacII CCGCGG 1.68 1.89
III 1 6/6 NaeI GCCGGC 1.68 1.14 41
NarI GGCGCC 1.68 1.65
SmaI CCCGGG 1.68 2.14
IV 2 4/6 MluI ACGCGT 0.42 0.03 4
NruI TCGCGA 0.42 0.11
PvuI CGATCG 0.42 0.08
SplI CGTACG 0.42 0.03
Vc 1 4/6 SalI GTCGAC 0.42 0.14 5
XhoI CTCGAG 0.42 0.43
VI HhaI GCGC 46.2 21.86 26
HpaI CCGG 46.2 20.35
a Todas as enzimas listadas são bloqueadas pela metilação.
b O tamanho médio assumido para as ilhas é de 1.4 Kb. Esta estimativa é baseada nas 37 primeiras ilhas 
CpG descritas em humanos.
c Existe várias enzimas neste grupo, porém aqui estão listadas as mais comuns.
Tabela 4.
Tabela 5. Clones de YAC utilizados na construção do contig.
Lócus YAC Tamanho em Kb
D13mit215 Y13.215 1000
GLI20 Y902.2 1095
Gli11 Y903.1 1000
D13Mit305 Y13.305.2 1200
D13Mit115 Y3.115.1 1640
Tabela 6. Clones de BAC utilizados na procura de seqüências codificadoras.
Lócus BAC Tamanho em Kb
D13Mit215 388A11 140
Gli20 282K20 160
Gli11 12P11 100
D13Mit115 496K2 140
Tabela 7.
Clone Origem Tamanho 
(pb)
Localização 
nos YAC/ 
BAC
RT-PCR Homologia Número de Acesso 
(Genebank)
CL25 AEI, BAC 
282E20
350 pb nenhuma positiva gene Fabpi 
(exons 1-4)
M65033
CL9 AEI, BAC 
282E20
300 pb Y902.2; 
283E20
negativa cDNA 
humano
AA029228
CL10 AEI, BAC 
12P11
150 pb Y903.1; 
Y13.305.2; 
12P11
positiva nenhuma 
homologia
CL12 AEI, BAC 
282E20
400 pb nenhuma positiva proteína 
tirosina cinase
P42685
CL14 AEI, BAC 
12P11
200 pb Y902.2; 
283E20
positiva EST humana F12060 (clone 
c-35c03)
CL20 AEI, BAC 
12P11
500 pb Y903.1; 
Y13.305.2; 
12P11
positiva EST humana R60817 (clone 
42061)
CL30 AEI, BAC 
282E20
330 pb Y902.1; 
283E20
positiva nenhuma 
homologia
CL34 AEI, BAC 
282E20
310 pb Y902.1; 
283E20
positiva EST rato H32240 (EST107143)
Para voltar à leitura, clique sobre a tabela.
Anexos
EST Iniciadores para a PCR Tamanho produto 
de PCR (pb)
Localização nos 
YAC/ BAC
RT-PCR
stSG1827 (E1) 1.ACTGGCTGCTCTTGTCTTGGT 
2.CCTCTTCTGACCTGCTTTG
149 pb Y902.2 positiva
WI.9635 (E2) 1.GTGCTTGGTGTGGTTGTGG 
2.AAGGAGCTGGAATAGCTTTGC 
317 pb Y902.2 positiva
WI.11127 (E3) 1.CTCACGACTGTTCTGGAAAGG 
2.CCCACAAATAAAAAGCAAGTTG
179 pb Y903.1; Y13.305.2 positiva
WI.6721 (E4) 1.TGAGGCATTATCAGGAAATGC 
2.ATGCTCAGCAGTACAAAATAGATCC
107 pb nenhuma negativa
WI.8128 (E5) 1.CGACTCCACCTCCAAACTGT 
2.GATGCATTTCCCCCACATAC
133 pb nenhuma negativa
WI.9547 (E6) 1.AACCCAGTTTTCCAGCCAC 
2.AATTCTGATTCCTTTTATCATGTGC
201 pb nenhuma negativa
A006I27 (E7) 1.AGTTAGTCATAGGAGACAGT 
2.CCTTGTACTGTTGTTATACA
220 pb Y13.115.1; Y903.1 positiva
A006J31 (E8) 1.AACAGACCTCTAGGGTTC 
2.GTACATTAAGACATTGAATG
206 pb nenhuma negativa
SHGC.8675 (E9) 1.TCAGGCGGTTCAAGGCAG 
2.GTGTCCATCATCAGGGGAAG
178 pb nenhuma negativa
SHGC.5634 (E10) 1.GGAGCTGAGCACATTGTGG 
2.ATTCTGTTGTCAAGGGGCAAG
160 pb Y13.115.1; 496K2 positiva
WI.16185 (E11) 1.GGGTCACTTGGCCTCTTCTA 
2.TTTGCAGTCAGGACAAGCCT
107 pb Y903.1; Y13.305.2 positiva
WI.6581 (E12) 1.AGCCCTCCTGAGGTTGTTG 
2.GGGGCAGCTAAAATTTTTATTC
205 pb nenhuma positiva
stG3118 (E13) 1.GAGTTGGTGCCAGATGGG 
2.TTTAAATGTTGGCTCCCTGG
158 pb 12P11 positiva
stG4037 (E14) 1.TGCAAGGACAGCAGAGGAC 
2.TGGGGCCAGTTAGAAGAGG
123 pb nenhuma negativa
stG4087 (E15) ATGTATCCATTTCAAAGGCCC 
2.GCCATGTTAAAATAGGAGTGCC
138 pb nenhuma negativa
Tabela 8.
Para voltar à leitura, clique sobre a tabela.

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