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Direito Previdenciário para Concursos Públicos - Vinícius Barbosa Mendonça - 2013

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2013 
 
Direito Previdenciário 
para Concursos Públicos 
Vinícius Barbosa Mendonça 
 Material teórico 
 Revisão ao final de cada 
unidade 
 100 questões comentadas 
Junho/2013 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicado a minha família, 
em especial a meus pais e a meu irmão.
 
3 
 
PIRATARIA É CRIME. 
Esse material é protegido por leis nacionais e internacionais de direitos autorais. Sua 
violação é prevista no artigo 184 do Código Penal. 
 
 
Direito Previdenciário para 
Concursos Públicos 
 
Vinícius Barbosa Mendonça 
2013 
 
 
 
4 
 
Nota 
 
Aos 16 anos de idade tive o privilégio de ter um estágio de nível 
médio no INSS como primeira experiência profissional. Sem sombra de 
dúvidas, uma das oportunidades mais importantes da minha vida. Um 
estágio que me rendeu muito mais que apenas uma remuneração 
mensal, rendeu-me um sonho: o de ter uma vida melhor. 
Mesmo sem ter o grau de escolaridade e a idade mínima 
exigidos para o cargo, já tinha me decidido. Pedi demissão do estágio, 
cortei todos meus compromissos, deletei meu Orkut e Facebook, 
desinstalei meu MSN e passei a perseguir meu sonho: ser um Técnico 
do Seguro Social. De fato, nós concurseiros temos uma vida muito 
árdua. Mas a dor é temporária, os benefícios vêm depois. Aos 17 anos 
pude ter a sensação de ver meu nome publicado no Diário Oficial da 
União na primeira colocação. Sensação essa que incluía meu medo de 
não ter 18 anos quando da posse, mas graças a Deus fui nomeado 5 
dias depois de completar a maioridade e não tive problemas quanto à 
idade mínima exigida. 
Meu intuito com este curso não é o de promover amplos 
debates acerca do Direito Previdenciário. Sempre estudei tentando 
ensinar o que aprendia, por isso a melhor forma que encontrei de 
cercar toda a matéria era dando um curso completo. O que objetivo 
com esse curso é ampliar meu conhecimento e ajudar àqueles que 
almejam um cargo público. Este é um curso de concurseiro para 
concurseiro! Por isso é GRATUITO. Sei das dificuldades que um 
 
5 
 
concurseiro tem. Claro que posso vir um dia a publicar um material 
impresso ou dar aulas em algum cursinho, mas esse não é o intuito 
deste curso. Ainda sou muito novo, há muita estrada pela frente. 
Muitos acham que concursos para o INSS dispensam o 
conhecimento acerca do custeio previdenciário. Não se engane: 
domine todo o edital. Provas para o INSS cobram sim o conhecimento 
sobre o custeio, mas com menos incidência que as provas para a SRFB. 
Por mais que para o INSS o custeio possa representar a minoria das 
questões de direito previdenciário, é essa minoria que pode definir 
quem irá ou não passar no concurso. Portanto, um bom estudo com 
algumas alíquotas e princípios (de preferência todos) é fundamental. 
Por mais que eu seja muito novo, já venho estudando Direito 
Previdenciário de forma MUITO exaustiva desde os 16 anos de idade. E 
não é qualquer estudo, é um estudo para concursos. E estudar para 
concursos é dar o máximo que você tem pra dar. É utilizar todos seus 
recursos e toda sua capacidade. Não é simplesmente estudar. É ter 
disciplina. 
Lembre-se de que grandes conquistas exigem grandes desafios. 
Estudar para concursos é ter uma vida regrada, onde você irá fazer 
tudo se voltando para os concursos públicos. Você irá mentalizá-lo, já 
tendo certeza que irá passar. Tendo Foco, Organização, Determinação 
e Motivação, nada poderá impedi-lo. 
De início: você deve ter uma direção fixa a seguir. Não adianta 
sair fazendo todos os concursos que aparecem pela frente. Você deve 
ter foco. É escolher um e estudar pra ele. Se também quiser estudar 
pra outro concurso de menor porte durante um final de semana, já 
 
6 
 
que ele só tem uma ou outra matéria divergente, tudo bem. Se quiser, 
por exemplo, enquanto estuda pro INSS, fazer um concurso pra uma 
Prefeitura Municipal, tudo bem. Estude pra o INSS durante toda a 
semana e, nos finais de semana, dê uma estudada nas matérias 
divergentes. O que você não pode é perder o rumo! Você deve ter 
foco. Até porque, mesmo que você passe pra Prefeitura Municipal, 
você não irá parar de estudar. Esse concurso deve ser encarado como 
uma bolsa de estudos. Você não chegou até aqui para parar, não é? 
Lembre-se sempre de estudar o seu estudo. Organização é 
fundamental para um estudo eficaz. Tenha em mente que todo seu 
tempo disponível deverá ser utilizado nos estudos. Monte um horário 
de estudo com base nas horas reais de estudo. Para isso, utilize um 
cronômetro para saber quantas horas reais de estudo você 
efetivamente cumpre por dia. Não adianta se enganar. Você só deve 
soltar o cronômetro quando estiver efetivamente estudando. Se não 
estiver lendo, escrevendo ou raciocinando, pare o cronômetro, nem 
que seja para descansar uns minutinhos. 
Também é muito importante sabermos quais matérias vamos 
estudar e qual será a banca organizadora do concurso. Lembre-se de 
estudar todas as matérias do edital, do começo ao fim. Você tem que 
ter em mente que a prova deve ser fechada. Estude todo o edital. E 
outra, faça um estudo direcionado à banca que organizará o concurso. 
Se não tiver nenhuma definida, estude com base nos últimos editais. O 
modelo de prova varia muito de uma banca pra outra. Busque também 
fazer as provas anteriores da banca que organizará o concurso. Além 
disso, nunca se esqueça de ir estudar já sabendo o que irá fazer! Você 
vai, além de seguir seu horário, ter uma rotina organizada de leituras, 
 
7 
 
resumos e exercícios. Assim, você aprenderá a teoria, tentará 
desenvolvê-la por si só, e verá como se sai nas provas. Busque fazer 
como exercícios as questões anteriores de concursos já elaborados 
pela banca. 
Não é preciso dizer que para dar cumprimento a isso é 
necessária muita determinação, não é mesmo? Se você não der seu 
sangue nessa batalha, se não estudar o máximo de horas reais o 
possível, não haverá aprovação. Mas é o que já foi dito: grandes 
conquistas exigem grandes desafios. É sua garra que vai permitir sua 
ocupação no cargo público. Por isso, utilize todos os recursos que você 
possui. Tenha uma mesa só pra estudar. Quando for estudar, desligue-
se do mundo que o circunda. Não se concentre em nada além dos 
estudos. Se estiver fora de casa, utilize um aparelho celular ou MP3 
para ouvir o conteúdo das leis ou das aulas em áudio, a memória 
auditiva também é importante. Busque estudar de todas as formas 
possíveis. Crie novas formas de estudar. 
E agora o mais importante de todos os elementos necessários 
ao estudo para concursos públicos: a motivação. É ela que nos faz 
querer, é ela que nos faz sonhar com o cargo público. Quem estuda 
obrigado pelos pais muito dificilmente obterá a aprovação. O sonho é 
seu. Goste de estudar, estude com motivação. Uma vida estável está 
ao seu alcance. Tudo bem que dinheiro não resolve todos os 
problemas, mas vamos combinar que enfrentar os problemas com 
dinheiro é muito mais fácil. Viva esse sonho! Queira ser um servidor 
público! Lembre-se de que o trabalho desenvolvido pelo servidor 
público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao 
seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, 
 
8 
 
o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior 
patrimônio. Acredite nos seus sonhos. 
E é por isso que devo reforçar: não desista de seus sonhos. São 
eles que nos movem. Sem eles, ficamos vazios. Lembre-se de que o 
concurso público é uma fila. Os que estão há mais tempo, por terem 
mais conhecimento, vão passando, e a fila vai andando. Uma hora, seu 
conhecimento vai ser tanto
que chegará sua vez na fila. Ou você acha 
melhor ficar 5 anos numa faculdade pra não saber nem se vai 
conseguir um emprego na mesma área? Por mais que você fique 
estudando pra concursos durante 5 anos, o cargo público vai ser até 
para depois de sua morte (já que você ainda se aposenta e depois 
institui uma pensão)! Uma vida financeiramente estável está ao seu 
alcance, então não desanime e estude com gosto e motivação. Sei que 
o concurseiro é um ser extremamente incompreendido por todos. O 
que mais tem é gente nos colocando pra baixo, dizendo que estamos 
perdendo nosso tempo, que vamos ficar loucos, que abdicamos de 
nossos prazeres a troco de nada. Meu aluno, seu tempo nunca foi tão 
bem aproveitado. Louco você vai ficar é sendo sugado por uma 
empresa da iniciativa privada. Abdicamos dos prazeres que nos são 
possíveis nesse momento para futuramente usufruirmos dos prazeres 
que quisermos! Muitos desistem, mas os que ficam e persistem uma 
hora conseguem. 
Por isso, a todos os concurseiros-guerreiros, um ótimo estudo! 
 
9 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15 
 
UNIDADE I - PARTE GERAL 
CAPÍTULO 1 – SEGURIDADE SOCIAL: CONCEITO E HISTÓRICO ....................... 21 
1.1 Conceito e fontes ...................................................................................... 21 
1.2 Histórico da proteção social ...................................................................... 22 
1.3 Saúde ......................................................................................................... 28 
1.4 Assistência Social ...................................................................................... 29 
1.5 Previdência Social ..................................................................................... 32 
CAPÍTULO 2 – ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........... 33 
2.1 Disposições Gerais .................................................................................... 33 
2.2 Princípios Gerais ........................................................................................ 35 
2.3 Princípios Específicos ................................................................................ 37 
CAPÍTULO 3 - REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ................................. 40 
3.1 Regimes Previdenciários ........................................................................... 40 
3.2 Finalidade e princípios básicos .................................................................. 43 
3.3 Inscrição e Filiação .................................................................................... 46 
3.4 Prestações ................................................................................................. 47 
CAPÍTULO 4 - BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: SEGURADOS E 
DEPENDENTES ................................................................................................. 48 
4.1 Beneficiários .............................................................................................. 48 
 
10 
 
4.2 Segurados Obrigatórios ............................................................................. 49 
4.2.1 Segurado Empregado ............................................................................. 50 
4.2.2 Segurado Empregado Doméstico........................................................... 55 
4.2.3 Segurado Contribuinte Individual .......................................................... 56 
4.2.4 Segurado Trabalhador Avulso ................................................................ 63 
4.2.5 Segurado Especial .................................................................................. 65 
4.3 Segurado Facultativo................................................................................. 74 
4.4 Dependentes ............................................................................................. 76 
REVISÃO .......................................................................................................... 81 
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 90 
 
UNIDADE II - CUSTEIO 
CAPÍTULO 5 – FONTES E PRINCÍPIOS DO CUSTEIO ........................................ 104 
5.1 Financiamento da Seguridade Social ...................................................... 104 
5.2 Princípios Constitucionais ....................................................................... 106 
CAPÍTULO 6 - ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES E SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO ............................................................................................. 109 
6.1 Arrecadação das Contribuições .............................................................. 109 
6.2 Conceitos de salário-de-contribuição ..................................................... 113 
6.3 Parcelas integrantes do salário-de-contribuição .................................... 115 
6.4 Parcelas não integrantes do salário-de-contribuição ............................. 116 
CAPÍTULO 7 - CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE ................................................. 119 
7.1 Contribuições dos segurados .................................................................. 119 
 
11 
 
7.1.1 Contribuição do Empregado, Trabalhador Avulso e Empregado 
Doméstico ..................................................................................................... 120 
7.1.2 Contribuição do Contribuinte Individual.............................................. 121 
7.1.3 Contribuição do Facultativo ................................................................. 123 
7.1.4 Contribuição do Segurado Especial ...................................................... 124 
7.2 Contribuições da empresa ...................................................................... 125 
7.2.1 Cooperativa .......................................................................................... 126 
7.2.3 SAT e adicional ao SAT ......................................................................... 127 
7.3 Contribuições substitutivas da cota patronal ......................................... 129 
7.4 Mais contribuições e outras receitas ...................................................... 132 
CAPÍTULO 8 - RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO, JUROS E MULTA .............. 133 
8.1 Recolhimento fora do prazo ................................................................... 134 
8.2 Juros e Multa ........................................................................................... 135 
CAPÍTULO 9 - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO ................................................... 136 
9.1 Decadência e Prescrição no Custeio ....................................................... 136 
9.2 Decadência e Prescrição nos Benefícios ................................................. 137 
REVISÃO ........................................................................................................ 139 
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 147 
 
UNIDADE III - BENEFÍCIOS 
CAPÍTULO 10 - MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO ..... 164 
10.1 Manutenção da qualidade de segurado ............................................... 164 
10.2 Perda da qualidade de segurado .......................................................... 167 
 
12 
 
CAPÍTULO 11 - PERÍODOS DE CARÊNCIA ....................................................... 169 
11.1 Períodos de Carência ............................................................................ 169 
11.2 Carência e perda da qualidade de segurado ......................................... 172 
CAPÍTULO 12 - SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL
DE BENEFÍCIO ... 173 
12.1 Salário-de-benefício .............................................................................. 173 
12.2 Fator Previdenciário .............................................................................. 175 
12.3 Renda Mensal de Benefício ................................................................... 176 
CAPÍTULO 13 - PRESTAÇÕES EM ESPÉCIE ..................................................... 178 
13.1 Aposentadoria por invalidez ................................................................. 178 
13.2 Aposentadoria por idade ...................................................................... 182 
13.3 Aposentadoria por tempo de contribuição .......................................... 185 
13.4 Aposentadoria especial ......................................................................... 188 
13.5 Auxílio-doença ...................................................................................... 190 
13.6 Salário-família ....................................................................................... 192 
13.7 Salário-maternidade ............................................................................. 193 
13.8 Auxílio-acidente .................................................................................... 197 
13.9 Pensão por morte ................................................................................. 198 
13.10 Auxílio-reclusão ................................................................................... 200 
13.11 Serviço social ....................................................................................... 201 
13.12 Reabilitação profissional ..................................................................... 202 
CAPÍTULO 14 - OUTRAS DISPOSIÇÕES SOBRE BENEFÍCIOS ........................... 203 
14.1 Abono anual .......................................................................................... 203 
14.2 Acumulação de benefícios .................................................................... 203 
14.3 Acidente de Trabalho ............................................................................ 204 
 
13 
 
14.4 Disposições diversas ............................................................................. 208 
REVISÃO ........................................................................................................ 210 
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 226 
 
UNIDADE IV - OUTRAS DISPOSIÇÕES 
CAPÍTULO 15 - OBRIGAÇÕES E RESSARCIMENTO ......................................... 241 
15.1 Obrigações Acessórias e Responsabilidade Solidária ........................... 241 
15.2 Restituição, Compensação e Reembolso .............................................. 244 
CAPÍTULO 16 - CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL ............................. 245 
16.1 Apropriação Indébita Previdenciária .................................................... 245 
16.2 Sonegação de Contribuição Previdenciária .......................................... 248 
16.3 Falsificação de Documento Público ...................................................... 251 
16.4 Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Informações ....................... 252 
16.5 Modificação ou Alteração Não-Autorizada de Sistema de Informações
 ...................................................................................................................... 253 
CAPÍTULO 17 – A PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ...................... 254 
17.1 Aspectos Gerais ..................................................................................... 254 
17.2 Aposentadoria e Pensão ....................................................................... 256 
CAPÍTULO 18 - PROCESSO ADMINISTRATIVO PREVIDENCIÁRIO ................... 259 
18.1 Da Fase Inicial ........................................................................................ 259 
18.2 Da Fase Instrutória ................................................................................ 266 
18.3 Da Fase Decisória .................................................................................. 270 
18.4 Da Fase Recursal ................................................................................... 271 
 
14 
 
18.5 Disposições diversas ............................................................................. 273 
REVISÃO ........................................................................................................ 275 
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 283 
 
 
15 
 
INTRODUÇÃO 
 
Antes de iniciarmos o estudo do direito previdenciário em si, é 
interessante fazermos uma breve introdução ao estudo do direito, 
obviamente que focando em matéria previdenciária. Assim, 
poderemos ter uma melhor compreensão da matéria já que, além do 
direito previdenciário ser uma matéria de direito, um servidor público 
deve ter esses conhecimentos que, diga-se de passagem, são cobrados 
em provas. O mais interessante é que essas noções ajudam muito na 
hora de interpretar uma questão ou melhor compreender a matéria. 
Comecemos pelas fontes do direito, ou seja, a origem do 
conteúdo abrangido por ele. No caso específico do direito 
previdenciário, são elas: a Constituição Federal de 1988 – CF/88, as 
Leis, os Atos Administrativos, a Jurisprudência e a Doutrina. A CF/88 e 
as Leis são fontes primárias, já os Atos Administrativos, Jurisprudência 
e Doutrina são fontes secundárias. 
A CF/88 é a lei mais importante que existe, suas normas são 
superiores a qualquer outra norma legal. Nenhuma lei pode contrariar 
a CF/88, sob pena de inconstitucionalidade. Ela aborda o direito 
previdenciário em um capítulo exclusivo de toda a seguridade social a 
partir do artigo 194. 
 Já as Leis, situadas logo abaixo da CF/88, estão 
hierarquicamente acima dos Atos Administrativos. As leis podem ser: 
complementares, que regulamentam um artigo da constituição; 
ordinárias, que tratam das matérias de forma mais ampla; ou, em caso 
 
16 
 
de urgência e relevância, uma medida provisória, que é editada pelo 
Presidente da República, mas que deve ser posteriormente aprovada 
pelo Congresso. As principais leis do direito previdenciário são: a Lei 
8.212/91, que versa sobre o custeio previdenciário; e a Lei 8.213/91, 
que trata do benefício previdenciário. 
Os Atos Administrativos, por sua vez, são emanados pelo Poder 
Executivo, ao invés do Poder Legislativo como o é no caso das Leis e da 
CF/88. Esses atos não podem criar direitos ou obrigações, servem 
apenas para regulamentar uma lei já existente. Temos como exemplos 
os regulamentos, as instruções normativas, os memorandos etc. O 
Regulamento da Previdência Social encontra-se no Decreto 3.048/99. 
A Jurisprudência é um conjunto de decisões do Poder Judiciário 
que busca a uniformização de atuação dos tribunais. Ela é resultante 
da constância das decisões aplicadas a casos semelhantes, 
constituindo uma norma geral aplicável a todas as hipóteses similares. 
Se esse posicionamento for bem solidificado, o tribunal poderá editar 
uma súmula, que é um texto indicativo que mostra, em seu conteúdo, 
o seu posicionamento ao julgar determinado item. Além disso, o 
Supremo Tribunal Federal – STF, que é a mais alta corte brasileira, 
pode criar um entendimento tipificado e obrigatório ao qual todos os 
juízes, tribunais e a Administração Pública devem seguir. Esse 
entendimento é chamado de súmula vinculante. Portanto, as súmulas 
são textos indicativos e não obrigatórios, já as súmulas vinculantes são 
obrigatórias. 
Já a Doutrina é o estudo desenvolvido pelos principais 
estudiosos
da matéria. São os doutrinadores que promovem os 
debates acerca da matéria previdenciária, propondo novos pontos de 
 
17 
 
vista, discutindo e aprofundando o estudo da matéria, sistematizando 
o conteúdo etc. 
Como se percebe, há uma hierarquia entre as normas que 
compõem um ordenamento jurídico. Essa hierarquia consiste na CF/88 
no topo seguida pelas Leis, Atos Administrativos, Jurisprudência e 
Doutrina. Vejamos: 
 
Caso haja um conflito entre as normas legais, haverá a chamada 
antinomia entre normas. Para solucionamos as antinomias, primeiro 
analisamos a posição hierárquica entre as normas conflitantes. A 
norma hierarquicamente superior deverá prevalecer sobre a inferior. 
Se as normas forem de mesmo grau hierárquico e não for possível a 
solução da antinomia através desse critério, avalia-se a data de 
entrada em vigência das normas. Esse critério está ligado ao tempo, 
onde a lei mais nova deverá prevalecer sobre a mais antiga. Ainda, 
podemos avaliar diretamente o grau de especificidade da norma, onde 
a lei específica, que possui um conteúdo mais detalhado sobre a 
matéria, prevalece sobre a de abordagem mais genérica. 
CF/88 
Leis 
Atos Administrativos 
Jurisprudência e Doutrina 
 
18 
 
A vigência da norma é o que se avalia para saber se ela está 
apta ou não a produzir efeitos. A lei mais nova que entra em vigor 
revoga a lei mais antiga, sobrepondo-a. Dessa forma, a eficácia de 
determinada norma cessa quando norma mais nova entra em vigor. Na 
maioria das vezes a própria lei que entrou em vigor traz em algum de 
seus artigos a data de sua entrada em vigência, sendo de costume que 
ela seja a própria data de publicação (se não estiver disposto na lei, o 
prazo será de 45 dias). 
Por fim, se a lei for omissa, aplicar-se-á: a analogia, onde a 
lacuna é preenchida com uma norma que se assemelhe à do caso; os 
costumes, não bastando a prática reiterada pela sociedade, mas 
também seu caráter de obrigatoriedade imposto por ela; e os 
princípios gerais do direito, tais como o da isonomia, legalidade, 
anterioridade etc. Se ainda sim houver dúvida, será aplicado o 
princípio do in dubio pro misero, onde a norma deverá ser mais 
favorável para o beneficiário. 
O direito previdenciário é um ramo do Direito Público, onde o 
Estado possui interesse direto na relação jurídica. Podemos dizer que a 
proteção social exercida pela seguridade social é o principal meio do 
qual o Estado e a sociedade se utilizam para assegurarem um mínimo 
de dignidade a todas as pessoas. É com ela que as necessidades básicas 
das pessoas são supridas, garantindo-se um mínimo de bem-estar e 
justiça sociais. 
A República Federativa do Brasil possui entes federados 
pertencentes à administração direta e à administração indireta. As 
pessoas jurídicas de direito público interno pertencentes à 
administração direta são a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
 
19 
 
Municípios. Já as pessoas componentes da administração indireta são 
as Autarquias, as Fundações Públicas, as Sociedades de Economia 
Mista e as Empresas Públicas. 
A União representa a administração federal, comportando os 
órgãos federais. A SRFB é um órgão público federal pertencente à 
administração direta, diferentemente do INSS, que não é um órgão, 
mas uma Autarquia. A Autarquia é um ente pertencente à 
administração indireta e é criada por lei. Ela não possui relação de 
subordinação com União. A União só pode realizar nela o controle 
finalístico, feito com o objetivo de ver se ela está cumprindo com o 
que deve. Esse controle é feito através de seus ministérios. O INSS está 
vinculado (e não subordinado!) ao Ministério da Previdência Social e a 
SRFB está subordinada ao Ministério da Fazenda. 
Além disso, a União possui três Poderes independentes e 
harmônicos entre si. Eles são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. 
Em síntese, o Legislativo elabora as leis, o Executivo exerce a função 
administrativa, e o Judiciário soluciona os conflitos que possam surgir, 
sempre tendo as leis como base. Perceba, pois, que o INSS e a SRFB 
pertencem ao Poder Executivo Federal. 
A administração pública deve ter alguns princípios na pauta de 
sua atuação. Os principais, ditos expressos, são: o da Legalidade, onde 
a administração pública só pode fazer o que é permitido por lei; o da 
Impessoalidade, relacionado à finalidade da atuação, que sempre é o 
interesse público, e não o particular; o da Moralidade, já que não basta 
que a conduta seja legal, devendo também ser moral; o da Publicidade, 
onde todo ato deve ser publicado, com sigilo nos casos de segurança 
nacional, investigações policiais ou interesse superior da 
 
20 
 
administração; e o da Eficiência, já que a atuação deve ser feita com 
presteza, perfeição e rendimento. 
 
21 
 
Unidade I: Parte Geral 
CAPÍTULO 1 – SEGURIDADE SOCIAL: CONCEITO 
E HISTÓRICO 
1.1 Conceito e fontes 
 
Seguridade Social é um termo sinônimo de segurança social. O 
que com ela se quis foi criar um sistema protetivo para resguardar os 
direitos sociais mínimos. É um sistema formado pelo Poder Público e 
pela sociedade, onde todos atuam para garantir uma vida 
minimamente digna a todos. 
 Para promover a segurança social, o constituinte de 1988 
determinou, em um capítulo exclusivo, um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade para assegurar 
os direitos à saúde, à assistência social e à previdência social. 
Portanto, podemos afirmar que os objetos da proteção social 
são os direitos sociais mínimos. Infortúnios da vida como doenças, 
acidentes ou velhice, podem, por exemplo, impedir as pessoas de se 
sustentarem, provocando desigualdade e insegurança sociais. Ao 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da 
sociedade criado para evitar que isso ocorra, deu-se o nome de 
Seguridade Social. 
 
22 
 
A Seguridade Social se insere na Ordem Social, que estabelece 
um aparato muito maior de ações sociais. Perceba que a Seguridade 
Social não esgota todas as ações estatais em prol da sociedade, mas 
apenas a saúde, a assistência social e a previdência social. Assim, a 
grande quantidade de ações promovidas pela Ordem Social, além de 
propiciar proteção nessas áreas, também as propicia nas áreas de 
educação, cultura, esporte, meio ambiente etc. 
O grande detalhe aqui é saber que a Ordem Social tem como 
base o primado do trabalho e como objetivos o bem-estar e a justiça 
sociais. Afinal de contas, o que se busca com a promoção de ordem e 
segurança no aspecto social é justiça social, que nos protege das 
desigualdades sociais, e bem-estar social, principal característica dos 
Welfare States (Estados do Bem-Estar Social). Quem efetivamente 
mantém esse sistema é o trabalho, sendo, portanto, sua base. 
O conjunto de normas (sejam leis ou atos administrativos) que 
regulamenta a proteção social é usualmente chamado de legislação 
previdenciária. Mesmo sendo chamado de previdenciária, em geral, ele 
aborda a praticamente toda a seguridade social. 
Atualmente, as fontes imediatas do direito previdenciário e a 
respectiva legislação previdenciária constituem-se, em sua essência, na 
CF/88 (art. 194 ao 204) e nas Leis 8.212/91 e 8.213/91 como fontes 
primárias, e no Regulamento da Previdência Social previsto no Decreto 
3.048/99 como fonte secundária. 
1.2 Histórico da proteção social 
 
 
23 
 
Antes de estudarmos a seguridade social e o direito 
previdenciário em si, é necessário fazermos uma breve abordagem 
histórica. Dessa forma, a evolução do sistema nos ajudará a melhor 
compreender os institutos da seguridade social
que são atualmente 
existentes. Vários concursos públicos vêm cobrando esse conteúdo 
recentemente, por isso, o estudo dessa parte é extremamente 
importante. 
Um dos primeiros patrocinadores da proteção social é, de 
certo, a família. Afinal, quando alguém estava doente e não podia 
trabalhar, ficava aos amparos dela. 
O que se percebe é que antigamente uma eventual proteção 
adicional tinha caráter plenamente privado, sem nenhuma 
participação do Estado. Se várias pessoas contribuíssem 
facultativamente para um fundo mutualista e esse fundo viesse a 
quebrar, o Estado não tinha obrigação alguma de complementá-lo. 
Não havia aposentadoria, pensão nem nenhuma outra ação securitária 
advinda do Estado. 
No mundo todo se observou durante a origem da proteção 
social o caráter facultativo e privado das instituições protetivas, só 
participava quem quisesse e o Estado não possuía parcela alguma de 
responsabilidade. Só posteriormente que veio a crescente participação 
e intervenção do Estado. 
O primeiro ato relativo à assistência social no mundo ocorreu 
na Inglaterra, em 1601. Foi a chamada Poor Relief Act. Popularmente 
conhecida como Lei dos Pobres, ela obrigava toda a sociedade a pagar 
 
24 
 
uma contribuição que iria manter um sistema em favor dos mais 
necessitados. 
Já a previdência social surgiu na Alemanha, em 1883. À época, 
o chanceler alemão Bismark criou uma espécie de seguro para os 
trabalhadores da indústria. O empregador e o empregado deviam 
contribuir para um sistema que iria proteger o trabalhador no caso de 
doenças. Devido ao caráter compulsório de filiação e à natureza 
contributiva, tem-se a lei de Bismark como marco inicial da previdência 
social no mundo. 
A Constituição do México de 1917 foi a primeira constituição no 
mundo a mencionar a previdência social. 
Em 1935, nos EUA, foi editado o Social Security Act, que atendia 
aos riscos sociais de forma muito mais abrangente. Esse é considerado 
como uma evolução do sistema alemão. 
E, por fim, no mundo, a última parte aqui abordada da evolução 
da proteção social se deu na Inglaterra, em 1942. O chamado Plano 
Beveridge foi utilizado para traçar o que atualmente chamamos de 
Seguridade Social, sendo uma ampla gama de ações securitárias, com 
proteção durante toda a vida das pessoas. 
No Brasil a lógica foi parecida, com a gradual intervenção do 
Estado. Já em 1543 as Santas Casas de Misericórdia exerciam um papel 
protetivo em prol dos necessitados. 
Em 1835 é criado o MONGERAL, o montepio dos servidores do 
estado. Ele possuía caráter facultativo e contributivo, mas totalmente 
privado, sem participação do Estado. 
 
25 
 
Seguindo essa linha, em 1891 a Constituição passou a prever 
aposentadoria no Brasil aos servidores públicos que se invalidassem no 
exercício de sua função. Somente esses teriam direito a essa 
prestação. 
Em 1919, a partir da instituição do Seguro de Acidentes do 
Trabalho – SAT, o Estado passou a determinar que uma indenização 
fosse paga pelos empregadores aos empregados nos casos de acidente 
em serviço. O Estado não arrecadava nenhum valor para si, apenas 
determinava essa prestação ao trabalhador por parte do empregador. 
O SAT era de natureza privada, a participação do Estado limitou-se à 
sua implantação coercitiva. Atualmente o SAT integra o Regime Geral 
de Previdência Social. 
E finalmente, em 1923, através do Decreto 4.682/23, declarou-
se o marco inicial da previdência social no Brasil. A Lei Elóy Chaves, 
como é popularmente conhecida, implantou as chamadas Caixas de 
Aposentadoria e Pensão – CAP. As CAPs eram criadas por empresa e 
tinham custeio próprio, sendo de natureza privada e de adesão 
facultativa. Os ferroviários foram os primeiros a se beneficiar das 
CAPs, tendo as outras categorias profissionais suas CAPs instituídas por 
outros decretos. Não se engane: as CAPs funcionavam por empresa. 
Portanto, se um ferroviário migrasse de uma empresa para a outra, 
também migraria de CAP. 
Atente-se para o fato de que a Lei Elóy Chaves, apesar de 
inaugurar a previdência social no Brasil, não é pioneira em termos 
previdenciários. O SAT surgiu antes, certo? A Lei Elóy Chaves apenas 
foi considerada o marco inicial da previdência social no Brasil devido a 
sua grande abrangência securitária. 
 
26 
 
Como as CAPs eram organizadas por empresa, havia uma 
grande quantidade de CAPs pequenas e dispersas, e essa situação 
trazia vários problemas. Como exemplo, caso alguém mudasse de 
empresa, também mudaria de CAP. Imagine as dificuldades para a 
manutenção de direitos que isso trazia. Também havia o problema 
relativo ao número de participantes do sistema. Quanto menos 
contribuintes, maior a é carga contributiva de cada um para sustentar 
um participante necessitado. Portanto, deve-se ter um grande número 
de pessoas participando de um sistema previdenciário para que este 
flua com equilíbrio financeiro e atuarial. 
Esses e outros problemas foram amenizados a partir de 1933, 
através da criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensão – IAP. O 
primeiro IAP não foi dos ferroviários, mas sim dos marítimos. 
Posteriormente, outras categorias profissionais foram beneficiadas. Os 
IAPs, diferentemente das CAPs, não funcionavam por empresa, mas 
sim por categoria profissional. Além disso, sua participação era 
compulsória, aumentando o número de participantes. Elas tinham a 
natureza jurídica de autarquia e eram vinculados ao Ministério do 
Trabalho. 
Mesmo com o grande avanço, ainda havia situações em que o 
trabalhador mudava de categoria profissional, novamente levando 
consigo os mais diversos problemas. Além do mais, manter vários IAPs 
diferentes com legislações diferentes era muito confuso, havendo uma 
grande necessidade de unificação da legislação previdenciária. 
 Em 1960, a Lei 3.807, conhecida como Lei Orgânica da 
Previdência Social – LOPS, unificou a legislação dos IAPs. No final o que 
sobrou foram vários IAPs com diferentes participantes e mesmas 
 
27 
 
regras para concessão de benefício. Logo, o mais esperado ocorreu. 
Em 1966 houve a unificação dos IAPs em um único instituto: o Instituto 
Nacional da Previdência Social – INPS. Vale ressaltar que a efetiva 
implantação do INPS se deu em 1967. 
Posteriormente, em 1977, foi instituído o Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social – SINPAS. Ele agregava vários institutos 
relacionados à proteção social, que eram: o Instituto Nacional de 
Previdência Social – INPS, o Instituto de Administração Financeira da 
Previdência e Assistência Social – IAPAS, o Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, a Legião Brasileira 
de Assistência – LBA, a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor – 
FUNABEM, a Central de Medicamentos – CEME e a Empresa de 
Processamento de Dados da Previdência Social – DATAPREV. 
Enquanto o INPS administrava a concessão dos benefícios, o 
IAPAS administrava a parte relacionada ao custeio, como a 
arrecadação de contribuições. O INAMPS administrava a assistência 
médica, e, à época, somente quem era segurado fazia jus às suas 
prestações. Atualmente, a única remanescente do SINPAS é a 
DATAPREV (atual Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência 
Social), ligada tanto ao INSS quanto à SRFB. 
Em 1990, com a criação do Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS, houve a extinção do SINPAS. O INSS surgiu da fusão do INPS com 
o IAPAS. A parte da saúde é atualmente ministrada em sua totalidade 
pelo SUS. Em 1991 entraram em vigor as Leis 8.212/91 e 8.213/91, que 
atualmente normatizam parte da seguridade social, em especial a 
previdência social. 
 
28
À época, o INSS administrava tanto a concessão dos benefícios 
quanto a parte relacionada ao custeio. Porém, em 2005, a parte do 
custeio foi transferida para a chamada Secretaria da Receita 
Previdenciária – SRP, órgão vinculado ao Ministério da Previdência 
Social. A partir de então, o INSS passou a administrar somente a 
concessão dos benefícios, semelhante ao antigo INPS. Por fim, em 
2007, houve a fusão da SRP com a Receita Federal do Brasil, criando a 
Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB, popularmente 
conhecida como Super-Receita. 
1.3 Saúde 
 
A saúde costuma ser abordada mais superficialmente pelas 
provas, limitando-se ao contido na CF/88. 
Ela é um dever do Estado e não demanda nenhuma espécie de 
contribuição de seus usuários para que eles possam dela usufruir, 
sendo um direito de todos. Suas ações devem, através de políticas 
sociais e econômicas, visar à redução do risco de doenças e outros 
agravos, com acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação. 
Apesar de serem de relevância pública, as ações e serviços de 
saúde podem ser feitas através de terceiros, inclusive as pessoas físicas 
ou jurídicas de direito privado. Sua regulamentação, fiscalização e 
controle devem ser promovidos pelo Poder Público. 
 
29 
 
As ações e serviços públicos de saúde constituem um sistema 
único, integrando uma rede regionalizada e hierarquizada. Além disso, 
há algumas diretrizes a serem seguidas, quais sejam: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
Por fim, é livre à iniciativa privada a assistência à saúde. 
Mediante contrato de direito público ou convênio, as instituições 
privadas poderão participar de forma complementar ao sistema único 
de saúde, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins 
lucrativos. 
1.4 Assistência Social 
 
Tal como a saúde, a assistência social costuma ser abordada de 
forma mais superficial pelas provas. O detalhe reside na Lei 8.742/93, a 
chamada Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, que é abordada 
junto da CF/88, ambas aqui estudadas. 
Diferentemente da saúde, a assistência social não será prestada 
a todas as pessoas, mas a quem dela necessitar. Ela também não 
demanda nenhuma espécie de contribuição do beneficiário, mesmo 
que o benefício seja de prestação continuada. 
 
30 
 
Quando dizemos que não se exigem contribuições, devemos 
tomar cuidado. É óbvio que existem fontes de custeio aos benefícios 
da assistência social, que estão no mesmo dispositivo constitucional 
que as da saúde e as da previdência social (art. 195 da CF/88). O que se 
quer dizer é que não são exigidas contribuições daquele que irá 
efetivamente receber a prestação da assistência social. 
Os objetivos da assistência social são: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de 
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não 
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Para o direito à garantia de um salário mínimo mensal, 
considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior 
a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. A família é composta pelo 
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um 
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e 
 
31 
 
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o 
mesmo teto. 
É uma pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais obstruem sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas. 
Para a concessão ao idoso, ele deve contar com pelo menos 65 
anos de idade. Caso ele more com mais idosos, se um deles também 
receber o benefício de prestação continuada – BPC, ele não entrará no 
cálculo da renda familiar per capta. 
A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não 
suspende o benefício de prestação continuada, limitado a 2 anos o 
recebimento concomitante da remuneração e do benefício. Essa 
remuneração não será considerada para o cálculo da renda per capta. 
As ações governamentais de assistência social serão realizadas 
e organizadas tendo como base: a descentralização político-
administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera 
federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às 
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de 
assistência social; e a participação da população, por meio de 
organizações representativas, na formulação das políticas e no 
controle das ações em todos os níveis. 
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até 0,5% (cinco 
décimos por cento) de sua receita tributária líquida, vedada a 
 
32 
 
aplicação desses recursos no pagamento de despesas com pessoal e 
encargos sociais, serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente 
não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. 
1.5 Previdência Social 
 
A previdência social é o foco principal desse material. Por 
enquanto ela será abordada de forma mais superficial. Iremos estudá-
la em mais detalhes posteriormente, o importante agora é apenas 
entender o que é a previdência social. 
A previdência social também é conhecida como seguro social. 
Isso porque ela é, de fato, um verdadeiro seguro, que atua cobrindo a 
manutenção de nossa condição social nos casos em que ocorrer 
alguma contingência-necessidade que possa abalá-la. Assim, quase 
que da mesma forma que em um seguro convencional, através de 
contribuições, caso ocorra uma contingência a ser coberta, o seguro 
deverá cobri-la. 
Por ser social, o que ela protege é a capacidade da pessoa de 
assegurar sua própria manutenção, para que ela não perca sua 
condição social. Quando eventos como doença, idade, prisão ou outra 
contingência por ela coberta puder impedir a pessoa de obter seu 
sustento, esse seguro entrará em ação. Isso é a previdência social, um 
seguro que cobre, mediante contribuições, a manutenção da condição 
social dos segurados e seus dependentes. 
 
33 
 
Organizada sob a forma de regime geral, a previdência social 
deverá observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial do sistema. Ela é de filiação obrigatória para aqueles que 
exercem algum tipo de atividade remunerada (exceto servidores 
públicos participantes de regime próprio de previdência) e tem caráter 
contributivo. Assim, diferentemente da saúde ou da assistência social, 
quem não contribuir diretamente para o sistema não gerará direito às 
prestações previdenciárias para si ou para seus dependentes. 
A previdência social assegura a seus beneficiários os meios 
indispensáveis para que eles possam manter seu sustento e sua 
condição social, protegendo-os quando eles não puderem assegurar 
sua manutenção por motivos de incapacidade, desemprego 
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e 
prisão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente. 
Apesar de assegurar os meios indispensáveis de manutenção 
do beneficiário em casos de desemprego involuntário, este não é 
coberto pelo Regime Geral de Previdência Social, mas sim pelo 
Ministério do Trabalho (é o chamado seguro-desemprego). 
 
CAPÍTULO 2 – ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS DA 
SEGURIDADE SOCIAL 
2.1 Disposições Gerais 
 
 
34 
 
 Como já foi dito, a seguridade social é um gênero que comporta 
três espécies: saúde, assistência social e previdência social. A partir do 
exposto, podemos esquematizá-la da seguinte forma: 
 
 A saúde e a assistência social não demandam contribuições do 
beneficiário, diferentemente da previdência social, que é de caráter 
contributivo. A saúde é um direito de todos, enquanto a assistência 
social somente será prestada a quem dela necessitar e a previdência 
social aos seus contribuintes ou aos dependentes destes. Vejamos o 
quadro sinótico: 
 
Espécie da 
Seguridade Social 
Sujeitos de direito Exemplos 
Saúde Todos Cirurgias, 
tratamentos, 
internações etc. 
Assistência Social Os que dela 
necessitam 
Benefício de 
prestação continuada 
Seguridade 
Social 
Previdência 
Social 
Saúde 
Assistência 
Social 
 
35 
 
– LOAS, Bolsa Família 
etc. 
Previdência Social Seus contribuintes e 
os dependentes 
destes 
Aposentadorias, 
pensão por morte, 
salário-maternidade 
etc. 
 
2.2 Princípios Gerais 
 
Além dos princípios que se aplicam especificamente à 
seguridade social, também temos aqueles que se aplicam ao direito 
como um todo. Alguns desses princípios gerais do direito são de 
extrema importância para uma melhor compreensão do estudo do 
direito previdenciário, já que este possui estreita relação com esses 
princípios. 
Ademais, é dado que o direito possui seus ramos e divisões de 
forma entrelaçada, tendo, pois, o direito previdenciário, ligação com 
vários outros ramos do direito, tais quais os direitos tributário, 
administrativo, trabalhista, civil, penal, constitucional etc. 
Um dos mais importantes princípios gerais do direito ligado ao 
direito previdenciário é o princípio da solidariedade. A solidariedade 
nada mais é que o dever de ajudar ao próximo, da cooperação mútua 
entre as pessoas. É a busca da igualdade de oportunidades e do bem-
estar de todos. 
 
36 
 
Sendo mais visível nas áreas da previdência social e da 
assistência social, a solidariedade entre as pessoas visa assegurar a 
dignidade da pessoa humana a todos. Se alguém não possuir meios de 
assegurar sua manutenção, a sociedade será solidária com essa pessoa 
e irá mantê-la através da seguridade social. 
É a solidariedade que permite a cobrança de contribuições 
sociais compulsórias para promover a manutenção daqueles que não 
puderem se sustentar por justo motivo. É ela que indica que o 
aposentado que retornar ao trabalho deverá contribuir para a 
previdência da mesma forma, mesmo sem fazer jus à quase que 
nenhuma outra prestação. Afinal, se o segurado já está aposentado, as 
condições para prover sua manutenção já foram supridas, devendo 
ele, como trabalhador, prover a dos que agora necessitarem. 
Além do princípio da solidariedade, também é dado destaque 
ao princípio da legalidade. O princípio da legalidade pode ser 
visualizado sob dois aspectos: o do particular e o da administração 
pública. 
Para o particular o princípio da legalidade significa, via de regra, 
“pode fazer assim”, ou seja, o particular poderá fazer tudo que a lei 
não proibir e não poderá ser obrigado a fazer algo senão em virtude de 
lei. Somente a lei pode, por exemplo, obrigar o particular a pagar as 
contribuições sociais. 
Já para a administração pública, o princípio da legalidade 
significa “deve fazer assim”, ou seja, à administração só é dado fazer o 
que a lei manda ou autoriza, nada mais. Se um segurado tem direito e 
requere um benefício, a administração não tem a faculdade de 
 
37 
 
concedê-lo, mas o dever, a obrigação. Ela estará vinculada à prática 
desse ato. Até se a administração puder fazer um juízo de valor através 
do mérito administrativo, esse ato discricionário deverá estar previsto 
em lei. 
2.3 Princípios Específicos 
 
 Os princípios específicos, por sua vez, possuem aplicação 
exclusiva no âmbito da seguridade social. Eles estão elencados nos 
incisos do artigo 194 da CF/88. Todos eles são aplicados às três 
espécies da seguridade social, ou seja, à saúde, à previdência social, e à 
assistência social. Ao todo são sete os princípios específicos da 
seguridade social, quais sejam: 
I. Universalidade da cobertura e do atendimento; 
II. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
III. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
IV. Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V. Equidade na forma de participação do custeio; 
VI. Diversidade da base de financiamento; e 
VII. Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do 
Governo nos órgãos colegiados. 
 
38 
 
A universalidade da cobertura e do atendimento deve ser 
analisada em duas partes. No que tange à universalidade da cobertura, 
devemos saber que ela se refere às contingências cobertas; já no que 
tange à universalidade do atendimento, devemos ter como referência 
as pessoas a serem atendidas. 
O que se quer dizer é que se deve cobrir todas as contingências 
sociais e atender a todas as pessoas. Devido a esse dispositivo legal, foi 
criada a figura do segurado facultativo dentro da previdência social. 
Assim, pôde-se atender até àquelas pessoas que não exercem 
atividade remunerada e que querem se tornar seguradas da 
previdência social. 
A uniformidade e equivalência dos e benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais veio para tentar reduzir as desigualdades 
que existiam entre essas populações no passado. Atualmente, urbanos 
e rurais devem ser tratados de maneira uniforme e equivalente (fora 
os casos estabelecidos pela própria CF/88). A uniformidade diz 
respeito a como é prestado o benefício ou serviço, já a equivalência diz 
respeito ao valor recebido pelo beneficiário. 
A seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços ordena que se selecionem as contingências a serem cobertas 
pela seguridade social e que se distribuam as prestações às pessoas 
que necessitam. Portanto, a seletividade diz respeito às contingências 
e a distributividade às pessoas. 
A irredutibilidade do valor dos benefícios, segundo o STF, 
garante apenas a irredutibilidade nominal do benefício, e não o seu 
reajuste. Isso não quer dizer que ela não exista, mas que sua garantia 
 
39 
 
se encontra em outro dispositivo (CF/88, art. 201, §4º). Além do mais, 
nenhum benefício, à exceção daqueles que não substituam o 
rendimento do trabalho, poderá ser pago em valor mensal inferior ao 
de um salário mínimo. 
A equidade na forma de participação do custeio diz respeito à 
capacidade contributiva de cada um. Em outras palavras, contribuirá 
com mais quem ganha mais e contribuirá com menos quem ganha 
menos. Há casos em que sequer haverá pagamento, que é quando não 
se ganha nada (como no BPC-LOAS ou quando os segurados especiais 
não obtenham rendimento). 
A diversidade da base de financiamento visa proteger o sistema 
de custeio da seguridade social. Se a base de financiamento fosse 
única e ela apresentasse problemas, todo o sistema também 
apresentaria. Como a segurança social está em primeiro plano, deve-se 
possuir várias fontes de
financiamento para custear a seguridade 
social. Assim, se uma falhar, o sistema provavelmente não ruirá. É “não 
colocar todos os ovos na mesma cesta”. 
Por fim, o caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos 
órgãos colegiados, tem por objeto a participação democrática de todos 
os interessados na gestão da seguridade social. Para tal, no âmbito da 
previdência, foi instituído o Conselho Nacional da Previdência Social – 
CNPS. 
O CNPS tem 15 membros, sendo 6 deles representantes do 
governo federal e 9 da sociedade civil. Destes, 3 são representantes 
 
40 
 
dos trabalhadores, 3 dos empregadores e 3 dos aposentados e 
pensionistas. Os membros são nomeados pelo Presidente da 
República, tendo os representantes da sociedade civil e seus suplentes, 
indicação das centrais sindicais e confederações nacionais. Os 
representantes titulares da sociedade civil têm mandato de 2 anos, 
podendo ser imediatamente reconduzidos uma única vez. É de 
extrema importância a leitura da Lei 8.213/91 do art. 3º ao 5º. 
 
CAPÍTULO 3 - REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA 
SOCIAL 
3.1 Regimes Previdenciários 
 
A previdência social divide-se em dois ramos: o dos regimes 
básicos e o do regime complementar. Os regimes básicos são aqueles 
em que a pessoa é obrigada a se filiar, já o complementar é dotado de 
facultatividade de ingresso. 
Quando o trabalhador passa a exercer atividade remunerada 
ele é automaticamente filiado ao regime básico de previdência social. 
No caso do trabalhador de modo geral, aplica-se o Regime Geral de 
Previdência Social – RGPS, administrado pelo INSS e pela SRFB. Já para 
os servidores públicos, no caso dos entes federados (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios) que o tenham instituído, aplica-se o 
Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. 
 
41 
 
O RGPS é único, vinculando os trabalhadores brasileiros de 
modo geral (empregados, autônomos etc.). Ele é disciplinado no art. 
201 da CF/88. Já os RPPS são vários, um por ente federado (sua criação 
é facultativa). Se o ente federado não possuir RPPS, o servidor será 
filiado ao RGPS. Além do mais, somente será filiado a RPPS o servidor 
ocupante de cargo público efetivo, e não os comissionados, 
temporários ou empregados públicos. A esses, aplica-se o RGPS. 
Caso uma pessoa vinculada a RPPS também exerça atividade 
que a enquadre no RGPS, ela será filiada aos dois regimes. Assim, um 
servidor público que dê aulas em uma instituição privada estará filiado 
tanto ao RPPS quanto ao RGPS, podendo se aposentar pelos dois 
regimes se completar os requisitos em cada um separadamente. 
Também é assegurada a contagem recíproca do tempo de 
contribuição tanto no RPPS quanto no RGPS. A contagem recíproca 
ocorre quando uma pessoa transfere seu tempo de contribuição de um 
regime previdenciário para outro, desde que esses não sejam 
concomitantes. Nesse caso, os respectivos regimes terão de se 
complementar financeiramente e a pessoa se aposentará no regime a 
que estiver filiada. 
Além desses regimes que filiam compulsoriamente os 
trabalhadores, temos o Regime Complementar de Previdência Social, 
que é de ingresso facultativo. Observe que a filiação a algum plano de 
previdência complementar não tira o caráter de obrigatoriedade da 
filiação ao regime básico. Ela pode ser privada ou pública, podendo a 
privada ser aberta ou fechada e a pública somente fechada. 
 
42 
 
Qualquer pessoa pode se filiar a uma entidade aberta de 
previdência complementar privada, diferentemente do segmento 
fechado, que é de ingresso restrito às pessoas que compõem 
determinado grupo (como empregados de determinada empresa). As 
entidades fechadas de previdência complementar privada também são 
conhecidas como fundos de pensão. Assim, uma pessoa que já é filiada 
ao RGPS pode, facultativamente, contribuir para o fundo de pensão de 
sua empresa e tornar sua aposentadoria superior ao teto do INSS. 
Já as entidades fechadas de previdência complementar pública 
são destinadas aos entes federados que limitam a aposentadoria de 
seus servidores ao teto do INSS. Nesse caso, o servidor poderá, 
facultativamente, contribuir sobre o que falta para a entidade fechada 
de previdência complementar pública e obter a equiparação de valores 
entre aposentadoria e remuneração. No caso da União, essa entidade 
é o Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais – FUNPRESP. 
Portanto, esquematizando os regimes previdenciários temos: 
 
43 
 
 
3.2 Finalidade e princípios básicos 
 
 Como vimos, a previdência social é um seguro contra os 
infortúnios da vida que impeçam o trabalhador ou seus dependentes 
de assegurarem sua manutenção social. As contingências cobertas pela 
previdência social são dadas por motivo de incapacidade, desemprego 
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e 
prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. 
Regimes 
Previdenciários 
Regimes 
Básicos 
Regimes 
Próprios 
Regime 
Geral 
Regime 
Complementar 
Entidades 
Privadas 
Abertas 
Fechadas 
Entidades 
Públicas 
Fechadas 
 
44 
 
Lembre-se de que não é o RGPS que administra o seguro-desemprego 
nos casos de desemprego involuntário. 
 A previdência social, tal como a seguridade social, possui seus 
princípios específicos. Como a previdência se insere na seguridade 
social, é óbvio que ela deve se submeter aos seus princípios, mas seus 
próprios princípios só devem ser observados por si, não abrangendo a 
saúde ou a assistência social. Perceba que é grande a semelhança 
entre os princípios da previdência social e os da seguridade social, já 
que aquela se insere nesta. A previdência social rege-se pelos 
seguintes princípios e objetivos: 
 I - universalidade de participação nos planos previdenciários; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; 
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-
contribuição corrigidos monetariamente; 
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a 
preservar-lhes o poder aquisitivo; 
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-
de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não 
inferior ao do salário mínimo; 
VII - previdência complementar facultativa, custeada por 
contribuição adicional; 
 
45 
 
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão 
administrativa, com a participação do governo e da 
comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, 
empregadores e aposentados. 
 Perceba que nenhum benefício que substitua o salário de 
contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado poderá ter 
valor mensal inferior ao do salário mínimo, sendo assegurado o 
reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, seu valor real. Além disso, todos os salários de 
contribuição considerados para o cálculo do benefício serão 
devidamente atualizados. 
 A previdência social não é organizada sob a forma de um 
regime de capitalização, onde as contribuições são guardadas e vão 
rendendo juros e correções, mas sim de repartição simples, onde o 
trabalhador de hoje custeia diretamente o beneficiário de hoje. Por 
isso diz-se que nesse sistema há um pacto entre as gerações, já que as 
contribuições dos trabalhadores de hoje são diretamente vertidas para 
os aposentados de hoje. 
Além disso, é vedada a adoção de requisitos e critérios 
diferenciados
para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do 
RGPS, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (caso da 
chamada aposentadoria especial) e quando se tratar de segurados 
portadores de deficiência. 
 
 
46 
 
3.3 Inscrição e Filiação 
 
Qualquer pessoa física maior de 16 anos (salvo o menor 
aprendiz, que pode ser aos 14) pode se filiar ao RGPS, exceto se já 
filiado a RPPS. Se o segurado já filiado a RPPS vier a exercer atividade 
que o vincule ao RGPS, ele também será filiado ao RGPS, mas servidor 
filiado a RPPS não pode se filiar ao RGPS como segurado facultativo. 
A filiação é o vínculo que se estabelece entre as pessoas que 
contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos, 
como o de requerer benefícios, e obrigações, como a de pagar as 
contribuições. Já a inscrição é o ato formal, onde a pessoa leva à 
previdência suas informações pessoais. 
A filiação será sempre automática e compulsória para as 
pessoas que exercem atividade remunerada. Por isso é possível 
inscrição retroativa para os segurados obrigatórios, já que eles estão 
filiados desde que começam a trabalhar (para isso deve-se comprovar 
que se estava trabalhando em data anterior ao pedido e pagar o 
débito não prescrito). Já para o segurado facultativo, a filiação só 
ocorrerá após a inscrição estar formalizada e com a primeira 
contribuição paga. 
Perceba, então, que para o segurado obrigatório, primeiro há a 
filiação e depois a inscrição, diferentemente do segurado facultativo, 
que primeiro se inscreve e depois se filia. 
A inscrição do empregado é feita pela empresa; a do 
empregado doméstico pode ser feita tanto pelo empregador 
 
47 
 
doméstico quanto pelo próprio empregado doméstico; a do 
trabalhador avulso pelo sindicado ou órgão gestor de mão-de-obra; a 
do segurado especial por ele próprio; e a do contribuinte individual, 
em regra, também por ele próprio, mas, caso ele ainda não esteja 
inscrito e uma empresa o contrate, será a empresa que deverá 
proceder com a inscrição. Caso uma empresa deixe de inscrever um 
segurado que lhe presta serviço, estará sujeita a multa por segurado 
não inscrito. Logo estudaremos cada um desses tipos de segurados em 
detalhes. 
3.4 Prestações 
 
As prestações aqui tratadas nada mais são que os serviços e os 
benefícios abarcados pela previdência social. Serviços quando não há 
contraprestação pecuniária e benefícios quando há contraprestação 
pecuniária. Em outras palavras, o benefício é pago em dinheiro. Temos 
como exemplo de serviço uma reabilitação para o trabalho e como 
exemplo de benefício uma aposentadoria. 
Os objetos da proteção previdenciária são os segurados e os 
dependentes deles, havendo, portanto, prestações devidas aos 
segurados, prestações devidas aos dependentes e prestações devidas a 
ambos. 
Os benefícios devidos aos segurados do RGPS os protegem em 
casos de doenças (auxílio-doença), redução da capacidade laborativa 
(auxílio-acidente), invalidez (aposentadoria por invalidez), idade 
avançada (aposentadoria por idade), tempo de serviço (aposentadoria 
 
48 
 
especial e por tempo de contribuição), encargos familiares (salário-
família) e protege a maternidade (salário-maternidade). Já os 
benefícios devidos aos dependentes os protegem em casos de prisão 
(auxílio-reclusão) ou morte (pensão por morte) daqueles de quem 
dependiam economicamente. Quanto aos segurados e dependentes, 
ambos fazem jus à habilitação e reabilitação profissional. 
 Não se preocupe em decorar o nome das prestações, pois todas 
elas serão abordadas em detalhes mais à frente. O interessante agora 
é observar quais são as contingências-necessidades cobertas pelo 
RGPS. 
CAPÍTULO 4 - BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL: SEGURADOS E DEPENDENTES 
4.1 Beneficiários 
 
Os beneficiários da previdência social nada mais são do que as 
pessoas físicas que fazem jus às prestações do RGPS. Os beneficiários 
poderão ser os próprios segurados, que são aqueles que contribuem 
para o sistema, ou os dependentes destes, que mesmo não 
contribuindo para manter essa qualidade, estão protegidos nos casos 
de prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. 
Beneficiários, pois, são os segurados e os dependentes. 
Atualmente, não há legislação que aborde os beneficiários de 
forma completa. A lei possui elementos não elencados no regulamento 
 
49 
 
e o regulamento possui elementos não elencados na lei (além de haver 
elementos elencados apenas nas instruções normativas). Iremos 
abordar com abrangência quem são os segurados e onde cada um se 
enquadra, bem como seus dependentes. 
4.2 Segurados Obrigatórios 
 
São segurados obrigatórios todos aqueles que exercem 
atividade remunerada, à exceção dos servidores públicos que, como já 
vimos, filiam-se ao regime próprio caso instituído. Caso o servidor 
venha a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades 
abrangidas pelo RGPS, ele se tornará segurado obrigatório em relação 
a essas atividades, podendo, inclusive, como visto, se aposentar pelos 
dois regimes caso cumpridos os requisitos. 
Esses segurados não têm a escolha de se filiar, eles são 
obrigados a isso. Muitos profissionais liberais alegam, erroneamente, 
não estarem filiados ao RGPS por já participarem de um plano de 
previdência complementar. Quando isso ocorre, na verdade, saiba que 
eles estão é em débito com a previdência, pois sua atividade 
remunerada gera filiação automática ao sistema. A filiação ao RGPS é 
compulsória. 
Contudo, caso um empregado, como um professor que já 
contribua sob o teto máximo da previdência, venha a exercer alguma 
outra atividade, como a advocacia, ele não precisará contribuir em 
relação à segunda atividade, pois já contribui sob o limite máximo na 
primeira. Se ele não contribui sob o teto em alguma das atividades, 
 
50 
 
deverá contribuir também na outra e assim sucessivamente até 
alcançar o teto, pois aquele que exerce, concomitantemente, mais de 
uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado 
em relação a cada uma dessas atividades. 
O aposentado pelo RGPS que voltar a exercer atividade 
abrangida por esse regime é segurado obrigatório em relação a essa 
atividade, ficando sujeito ao pagamento das contribuições. Além disso, 
o aposentado não mais fará jus às prestações previdenciárias, salvo 
salário-maternidade e salário-família. 
Caso um segurado se torne dirigente sindical, ele manterá, 
durante o exercício do mandato, o mesmo enquadramento no RGPS de 
antes da investidura no cargo. 
Os segurados obrigatórios do RGPS se dividem em: empregado; 
empregado doméstico; contribuinte individual; trabalhador avulso; e 
segurado especial. 
4.2.1 Segurado Empregado 
 
 O empregado, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho – 
CLT, é aquele que presta serviço de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Daí surge o 
primeiro segurado elencado na lei e no regulamento, que é justamente 
aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em 
caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, 
inclusive como diretor empregado. 
 
51 
 
 É, pois, essa típica figura, o segurado empregado. Caráter não 
eventual, devendo exercer suas atribuições de forma rotineira e 
constante; subordinação ao empregador ou superior; e o recebimento 
de salário, remuneração. 
Seguem os segurados elencados na categoria de empregado 
pelo Regulamento: 
 
Decreto 3.048/99, 
Art. 9. São segurados obrigatórios da Previdência Social as
seguintes pessoas físicas: 
I - como empregado: 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a 
empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e 
mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, 
por prazo não superior a três meses, prorrogável, presta serviço 
para atender a necessidade transitória de substituição de 
pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de 
serviço de outras empresas, na forma da legislação própria; 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no 
Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal 
ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que 
tenha sede e administração no País; 
 
52 
 
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no 
Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada 
no exterior com maioria do capital votante pertencente a 
empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e 
administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter 
permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas 
físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de 
direito público interno; 
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a 
repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas 
subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, 
excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil 
e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país 
da respectiva missão diplomática ou repartição consular; 
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em 
organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja 
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se 
amparado por regime próprio de previdência social; 
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em 
repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e 
contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 
57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde 
que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema 
previdenciário local; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 
2008). 
 
53 
 
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em 
desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008; 
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, 
incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, 
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como 
o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo 
efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por 
regime próprio de previdência social; 
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou 
Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, 
por tempo determinado, para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público, nos termos do 
inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; 
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, 
incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego 
público; 
n) (Revogada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços 
notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem 
como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência 
Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro 
de 1994; e 
 
54 
 
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou 
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de 
previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 
2005) 
q) o empregado de organismo oficial internacional ou 
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto 
por regime próprio de previdência social; (Incluída pelo Decreto 
nº 3.265, de 1999) 
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa 
física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 
1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por 
prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano; 
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
Atente-se que para ser segurado empregado em organismos 
oficiais internacionais no exterior, o brasileiro deverá trabalhar para a 
União, e não para o organismo oficial internacional. Se trabalhar para o 
organismo oficial internacional fora do país, o segurado será 
considerado contribuinte individual. Se dentro do país, será 
empregado, salvo, em todos os casos, se coberto por RPPS. 
O bolsista e o estagiário somente se enquadrarão como 
empregados se trabalharem em desacordo com a lei do estágio, já que 
isso configura uma verdadeira relação de emprego. Se trabalharem de 
acordo com a lei do estágio, serão, no máximo, segurados facultativos 
(a menos que exerçam outra atividade que os filie ao RGPS). 
 
55 
 
O servidor que exerce unicamente cargo comissionado, sem 
nenhum vínculo efetivo com seu ente, não pode se filiar a RPPS, sendo 
considerado segurado empregado. Porém, se o referido servidor 
exercer algum cargo efetivo, poderá estar vinculado a RPPS. 
Servidor efetivo de ente que não tenha instituído RPPS, 
empregado público e servidor contratado por tempo determinado 
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público também serão considerados segurados empregados. 
Ainda, é dado destaque a outros segurados empregados não 
elencados no regulamento: o menor aprendiz, maior de 14 anos e 
menor de 24 anos sujeito à formação técnico-profissional, que é a 
única exceção à idade mínima de filiação ao RGPS de 16 anos; o atleta 
não profissional em formação contratado em desacordo com a Lei 
10.672/03; e o médico residente ou residente em área profissional da 
saúde que prestam serviços em desacordo com a Lei 6.932/81, já que, 
se de acordo, será contribuinte individual. 
4.2.2 Segurado Empregado Doméstico 
 
 Não há muita complicação quanto a esse segurado. É 
considerado como empregado doméstico aquele que presta serviço de 
natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no 
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos. 
 
56 
 
 A atividade deve ser contínua, senão a segurada será 
considerada uma diarista, que é uma contribuinte individual, e não 
uma empregada doméstica. 
A atividade também deve ser exercida em âmbito residencial. 
Se um advogado que mora perto do escritório pedir para sua 
empregada ir lá para “dar uma geral”, ele deverá contratá-la por fora, 
como uma contribuinte individual prestando serviços ao escritório. 
Apesar disso, empregados domésticos como motoristas particulares 
podem, obviamente, sair da residência do empregador para exercer 
sua função. 
Além do mais, sua atividade não pode ter fins lucrativos, o 
empregado doméstico não pode ser fonte de renda para o 
empregador. Se uma dona-de-casa que começa a fazer salgados para 
venda vier a pedir ajuda a sua empregada doméstica, também deverá 
contratá-la por fora. 
4.2.3 Segurado Contribuinte Individual 
 
 Essa é a categoria mais ampla dos segurados, pois abarca os 
mais variados tipos de trabalhadores. O contribuinte individual pode 
ser considerado, por não possuir características muito sólidas, como 
aquele não enquadrado em nenhuma outra categoria de segurado. 
 O contribuinte individual ocupa o lugar do famigerado 
trabalhador autônomo, nomenclatura não mais existente no direito 
 
57 
 
previdenciário. Ou seja, aquele que
exerce atividade por conta própria 
é, em geral, considerado contribuinte individual. 
Essa categoria inclui trabalhadores dos mais variados tipos 
como os: padres e ministros de confissão religiosa; vendedores 
autônomos de cachorro-quente; médicos autônomos; advogados 
autônomos; árbitros de futebol; garimpeiros; cooperados; e os mais 
diversos tipos de profissionais liberais que se possa imaginar. 
Seguem os segurados elencados na categoria de contribuinte 
individual pelo Regulamento: 
 
Decreto 3.048/99, 
Art. 9. São segurados obrigatórios da Previdência Social as 
seguintes pessoas físicas: 
III e IV - (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
V - como contribuinte individual: (Redação dada pelo Decreto nº 
3.265, de 1999) 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade 
agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou 
temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a 
quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 
quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, 
com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou 
ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo;(Redação dada 
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
58 
 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de 
extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou 
temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com 
ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, 
ainda que de forma não contínua; (Redação dada pelo Decreto 
nº 3.265, de 1999) 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de 
vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; 
(Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) 
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo 
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda 
que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por 
regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo 
Decreto nº 3.265, de 1999) 
e) o titular de firma individual urbana ou rural; (Redação dada 
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
f) o diretor não empregado e o membro de conselho de 
administração na sociedade anônima; (Redação dada pelo 
Decreto nº 3.265, de 1999) 
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital 
e indústria; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração 
decorrente de seu trabalho e o administrador não empregado 
na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou 
rural; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) 
 
59 
 
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, 
associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, 
bem como o síndico ou administrador eleito para exercer 
atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter 
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; 
(Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade 
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; 
(Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado 
magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na 
forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do 
parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou 
nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II 
do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição Federal; 
(Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta 
condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante 
remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Incluída pelo 
Decreto nº 4.032, de 2001) 
o) (Revogado pelo Decreto nº 7.054, de 2009) 
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os 
arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de 
 
60 
 
dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e 
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos 
mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
(...) 
§ 15. Enquadram-se nas situações previstas nas alíneas "j" e "l" 
do inciso V do caput, entre outros: (Redação dada pelo Decreto 
nº 3.265, de 1999) 
I - o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim 
considerado aquele que exerce atividade profissional sem 
vínculo empregatício, quando proprietário, co-proprietário ou 
promitente comprador de um só veículo; 
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor 
autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em 
regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de 
agosto de 1974; 
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, 
exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta 
em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 
6.586, de 6 de novembro de 1978; 
IV - o trabalhador associado a cooperativa que, nessa 
qualidade, presta serviços a terceiros; 
V - o membro de conselho fiscal de sociedade por ações; 
 
61 
 
VI - aquele que presta serviço de natureza não contínua, por 
conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, 
sem fins lucrativos; 
VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, 
titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da 
atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres 
públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; 
VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para 
revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados; 
IX - a pessoa física que edifica obra de construção civil; 
X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho 
de 1981. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) 
XI - o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou 
arrendamento, em embarcação com mais de seis toneladas de 
arqueação bruta, ressalvado o disposto no inciso III do § 14; 
(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) 
XII - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 
de dezembro de 1964. 
XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército 
contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de 
novembro de 1980; e (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 
XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade 
com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.(Incluído pelo 
Decreto nº 3.265, de 1999) 
 
62 
 
XV - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado; (Incluído 
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) 
XVI - o interventor, o liquidante, o administrador especial e o 
diretor fiscal de instituição financeira de que trata o § 6º do art. 
201. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) 
 
A pessoa física que explora atividade agropecuária, se o fizer 
em área inferior a quatro módulos fiscais, poderá se enquadrar como 
segurado especial caso cumpra um série de requisitos, situação que 
veremos mais à frente. Se em área superior a quatro módulos fiscais, 
já é certo que será contribuinte individual. 
Aliás, muitas pessoas, após conhecerem o segurado especial, 
passam a achar que o garimpeiro é um deles. Nada mais errado, pois 
ele é um verdadeiro contribuinte individual. 
Também são contribuintes individuais os padres, pastores e 
membros de ordem religiosa em geral. Esse costuma ser questão de 
prova, então fique atento. 
O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial 
internacional
do qual o Brasil é membro efetivo só será contribuinte 
individual se não participante de RPPS, trabalhar no exterior e para o 
organismo, e não para a União. Caso o organismo esteja funcionando 
no Brasil, ele será empregado. 
 
63 
 
O sócio só será contribuinte individual se exercer algum tipo de 
trabalho, de atividade remunerada. O simples fato de receber cotas 
não enseja filiação nessa categoria. 
O síndico também só será contribuinte individual se exercer 
atividade remunerada. Portanto, se ele não é remunerado pelo seu 
trabalho, ele, na condição de síndico, só se filiará como facultativo. 
Caso o síndico seja isento da taxa condominial ele deverá se inscrever 
como contribuinte individual, pois essa isenção é considerada uma 
remuneração. 
O cooperado que presta serviço à sociedade cooperativa é 
contribuinte individual. A cooperativa pode até ter empregados como 
telefonistas ou recepcionistas, mas seus cooperados serão 
contribuintes individuais. 
Também o Micro Empreendedor Individual – MEI será 
considerado contribuinte individual. O MEI é definido como o 
empresário optante pelo Simples Nacional com receita bruta anual de 
até R$ 60.000,00, podendo contratar apenas um único empregado 
desde que esse receba até um salário mínimo ou o piso salarial da 
categoria. 
4.2.4 Segurado Trabalhador Avulso 
 
 Não confunda o trabalhador avulso com contribuinte individual. 
Apesar da nomenclatura, o trabalhador avulso não é um autônomo. 
Esse segurado é aquele que presta serviço para uma empresa com 
 
64 
 
intermediação obrigatória do sindicato ou do Órgão Gestor de Mão-de-
Obra – OGMB. É essa intermediação que caracteriza o trabalhador 
avulso. 
 Algumas provas trazem, para confundir o candidato, o 
trabalhador avulso como “aquele definido em Regulamento”. Esse 
enunciado, apesar de extremamente vago, está correto. Assim está 
definido o trabalhador avulso na Lei 8.213/91, como aquele que 
presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de 
natureza urbana ou rural definidos no Regulamento. 
 Caso o trabalhador avulso seja terrestre, a intermediação será 
dada por seu sindicato. Já se for portuário, a intermediação será dada 
por seu OGMO. Apesar de o terrestre necessitar da intermediação do 
sindicado, ele poderá ser não sindicalizado. 
 Estão definidos como trabalhadores avulsos no Regulamento: 
 
 Decreto 3.048/99, 
Art. 9. São segurados obrigatórios da Previdência Social as 
seguintes pessoas físicas: 
VI - como trabalhador avulso - aquele que, sindicalizado ou não, 
presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas 
empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação 
obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei 
nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da 
categoria, assim considerados: 
 
65 
 
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, 
estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de 
embarcação e bloco; 
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer 
natureza, inclusive carvão e minério; 
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e 
descarga de navios); 
d) o amarrador de embarcação; 
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; 
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; 
g) o carregador de bagagem em porto; 
h) o prático de barra em porto; 
i) o guindasteiro; e 
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de 
mercadorias em portos; 
4.2.5 Segurado Especial 
 
 O segurado especial costuma ser o pequeno produtor rural que 
exerce suas atividades individualmente ou em regime de economia 
familiar, sem o auxílio de empregados permanentes. A atividade 
exercida sob regime de economia familiar é aquela que ocorre quando 
 
66 
 
o trabalho dos membros da família é indispensável à própria 
subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar 
e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração. 
Devido à sua condição, o segurado especial possui um 
tratamento bem diferenciado, permitido somente porque foi a própria 
CF/88 que determinou que assim o fosse. 
São considerados segurados especiais: 
 
Decreto 3.048/99, 
Art. 9. São segurados obrigatórios da Previdência Social as 
seguintes pessoas físicas: 
VII - como segurado especial: a pessoa física residente no 
imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo que, 
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que 
com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação 
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou 
arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro 
módulos fiscais; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
67 
 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de 
modo sustentável, de recursos naturais renováveis, e faça 
dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca 
profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis 
anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam 
as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, 
tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo 
familiar. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
Observe que o seringueiro não possui a limitação de quatro 
módulos fiscais, imposta ao produtor rural. O módulo fiscal varia de 
município para município, portanto, não se preocupe quanto a sua 
extensão. 
 A contribuição do segurado especial será feita mediante a 
aplicação de uma alíquota de 2,3% sobre o resultado da 
comercialização da produção. Assim, a contribuição de toda a família 
será uma só, incidente sobre a receita bruta dessa comercialização. 
Com uma única contribuição, todos os membros da família serão 
segurados e farão jus aos benefícios. Não importa quantos membros 
da família exercem a atividade, a contribuição será uma só para todos. 
 
68 
 
 O segurado especial poderá ter auxílio eventual de terceiros, 
desde que não remunerado, como o auxílio de vizinhos ou amigos em 
épocas de colheita. Para isso, não pode haver subordinação nem 
remuneração. 
 Em regra, o segurado especial não pode contratar empregado. 
Caso o faça, passará à condição de contribuinte individual. Porém, o 
grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por 
tempo determinado ou trabalhadores contribuinte individual, em 
épocas de safra, à razão de no máximo 120 pessoas/dia no ano civil. 
Assim, se o grupo familiar possuir 2 empregados, poderá mantê-los 
por 60 dias. Se possui 4 empregados, poderá mantê-los por 30 dias. Se 
possuir 120 empregados, poderá mantê-los por um único dia. 
 Caso o segurado especial possua outra fonte de renda, ele será 
excluído dessa categoria, salvo algumas exceções. 
 
Decreto 3.048/99, 
 Art. 9. (...) 
§ 8. Não é segurado especial o membro de grupo familiar que 
possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: 
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
I - benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-
reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de 
prestação continuada da previdência social; (Redação dada 
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
69 
 
II - benefício previdenciário pela participação em plano de 
previdência
complementar instituído nos termos do inciso III do 
§ 18 deste artigo; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 
2008). 
III - exercício de atividade remunerada em período de 
entressafra ou do defeso, não superior a cento e vinte dias, 
corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 
22 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
IV - exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de 
organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
V - exercício de mandato de vereador do município onde 
desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa 
rural constituída exclusivamente por segurados especiais, 
observado o disposto no § 22 deste artigo; (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
VI - parceria ou meação outorgada na forma e condições 
estabelecidas no inciso I do § 18 deste artigo; (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
VII - atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima 
produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada 
matéria-prima de outra origem, desde que, nesse caso, a renda 
mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de 
prestação continuada da previdência social; e (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
70 
 
VIII - atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao 
menor benefício de prestação continuada da previdência social. 
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
(...) 
§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado especial: 
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
I - a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação 
ou comodato, de até cinqüenta por cento de imóvel rural cuja 
área total, contínua ou descontínua, não seja superior a quatro 
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem 
a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime 
de economia familiar; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
II - a exploração da atividade turística da propriedade rural, 
inclusive com hospedagem, por não mais de cento e vinte dias 
ao ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
III - a participação em plano de previdência complementar 
instituído por entidade classista a que seja associado, em razão 
da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em 
regime de economia familiar;(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 
2008). 
IV - a participação como beneficiário ou integrante de grupo 
familiar que tem algum componente que seja beneficiário de 
programa assistencial oficial de governo; (Incluído pelo Decreto 
nº 6.722, de 2008). 
 
71 
 
V - a utilização pelo próprio grupo familiar de processo de 
beneficiamento ou industrialização artesanal, na exploração da 
atividade, de acordo com o disposto no § 25; e (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
VI - a associação a cooperativa agropecuária. 
(...) 
§ 23. O segurado especial fica excluído dessa categoria: 
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
I - a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pelo 
Decreto nº 6.722, de 2008). 
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII 
do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 13, ou 
exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 18 
deste artigo;(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado 
obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o 
disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 8o deste artigo, sem 
prejuízo do disposto no art. 13; e (Incluído pelo Decreto nº 
6.722, de 2008). 
c) se tornar segurado obrigatório de outro regime 
previdenciário; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
II - a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da 
ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o 
limite de: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
72 
 
a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21 deste artigo; 
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 
8o deste artigo; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 18 deste 
artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 
 
Ao refletirmos, percebemos que a figura do segurado especial 
acaba indo em total contrariedade à natureza contributiva da 
previdência social. A grande maioria deles sequer contribui com os 
2,3% devidos. Apenas completam os requisitos e vão ao INSS requerer 
benefício. Essa gratuidade da previdência para o segurado especial 
beira a assistência social. Portanto, para fazer jus às prestações na 
qualidade de segurado especial, é necessário que o segurado 
comprove que realmente é um pequeno produtor. 
A comprovação do exercício de atividade rural do segurado 
especial será feita mediante a apresentação de algum dos documentos 
elencados no artigo 115 da IN 45/2010, como contratos de 
arrendamento, parceria ou comodato rural, declaração fundamentada 
de sindicato que represente o trabalhador rural, bloco de notas do 
produtor rural, dentre outros. Também é necessário um início de 
prova material elencado no artigo 122 da IN 45/2010, que podem ser 
documentos que constem a profissão do segurado ou outro dado que 
evidencie o exercício de atividade rurícola e seja contemporâneo ao 
fato nele declarado, como certidões de nascimento dos filhos, de 
 
73 
 
casamento, título de eleitor, certificado de alistamento milita, dentre 
outros. 
Se a comprovação for para fins de requerimento de benefício 
urbano ou contagem recíproca, deverá ser apresentada uma prova 
material relativa a cada ano de exercício de atividade rural. Se, por 
exemplo, o segurado exerceu atividade rural de 1980 até 1990, ele 
precisará de 10 documentos, um para cada ano de atividade. 
Reforçando, somente poderá ser homologado todo o período constante 
na declaração, se existir um documento para cada ano de atividade. Em 
caso contrário, somente serão homologados os anos para os quais o 
segurado tenha apresentado documentos. 
Além disso, temos a figura da entrevista rural. A entrevista é 
elemento indispensável à comprovação do exercício da atividade rural 
e da forma como ela foi exercida, inclusive para confirmação dos 
dados contidos em declarações sindicais e de autoridades, com vistas 
ao reconhecimento ou não do direito ao benefício pleiteado, sendo 
obrigatória a sua realização, independente dos documentos 
apresentados. Assim, devem ser coletadas informações 
pormenorizadas sobre a situação e a forma como foram prestadas as 
atividades, levando-se em consideração as peculiaridades inerentes a 
cada localidade e a atividade exercida. 
O servidor que entrevistar o segurado deve, no início da 
entrevista, cientificar o entrevistado sobre as penalidades previstas no 
Código Penal quanto à falsidade ideológica, formular tantas perguntas 
quantas julgar necessário para formar juízo sobre o exercício da 
atividade do segurado, definir a categoria do requerente e emitir 
conclusão da entrevista, manifestando-se acerca da coerência dos 
 
74 
 
fatos narrados pelo entrevistado em relação ao exercício da alegada 
atividade rural. 
4.3 Segurado Facultativo 
 
 Vimos que a filiação à previdência social é compulsória para 
aqueles que exercem algum tipo de atividade remunerada, tanto nos 
RPPS quanto no RGPS, porém, sabemos também que um dos objetivos 
da seguridade social é o da universalidade da cobertura e do 
atendimento. Surge, então, a seguinte pergunta: e aqueles que não 
exercem atividade remunerada, como serão atendidos
e cobertos pela 
previdência social caso queiram? 
 A partir desse ponto, foi criada a figura do segurado 
facultativo. É segurado facultativo o maior de 16 anos que não exerce 
atividade que o filie obrigatoriamente à previdência social e que, por 
ato meramente volitivo, resolve se filiar ao RGPS. Atente-se ao fato de 
que quem já é filiado como segurado obrigatório, mesmo que em 
RPPS, não pode se filiar como segurado facultativo. Por isso é 
impossível que alguém seja segurado obrigatório e facultativo ao 
mesmo tempo. 
 O Regulamento nos traz alguns exemplos de pessoas que 
podem se filiar como segurado facultativo ao RGPS. É importante estar 
atento a esse rol, pois ele costuma cair em provas. 
 
 Decreto 3.048/99, 
 
75 
 
Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de 
idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, 
mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não 
esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como 
segurado obrigatório da previdência social. 
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: 
I - a dona-de-casa; 
II - o síndico de condomínio, quando não remunerado; 
III - o estudante; 
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no 
exterior; 
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da 
previdência social; 
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a 
qualquer regime de previdência social; 
VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de 
acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; 
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, 
curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou 
doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja 
vinculado a qualquer regime de previdência social; 
 
76 
 
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem 
esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; 
(Redação dada pelo Decreto nº 7.054, de 2009) 
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se 
filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil 
mantenha acordo internacional; e (Redação dada pelo Decreto 
nº 7.054, de 2009) 
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-
aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da 
unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem 
intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou 
que exerce atividade artesanal por conta própria. (Incluído pelo 
Decreto nº 7.054, de 2009) 
 
 O preso que exerce atividade remunerada não é mais segurado 
obrigatório com a nova redação dada, mas sim segurado facultativo. 
Além dele, o bolsista e o estagiário que prestam serviço de acordo com 
a lei do estágio, apesar de também exercerem atividade remunerada, 
também só serão, quando muito, segurados facultativos. Se exercerem 
suas atividades em desacordo com a lei do estágio, serão considerados 
empregados. 
4.4 Dependentes 
 
 
77 
 
A contribuição paga pelo segurado não beneficia somente a ele, 
ela também visa custear eventuais benefícios a seus dependentes. A 
previdência social, ao funcionar como um seguro que dá proteção 
social aos trabalhadores, também estende seu manto protetivo aos 
dependentes destes em caso de prisão ou morte do segurado o qual 
dependiam economicamente. 
Os dependentes possuem uma classificação enumerada, 
havendo classes preferenciais entre eles. Nesse ponto, são 
beneficiários do RGPS, na condição de dependentes do segurado: 
Classe 1 - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho 
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou 
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o 
torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente; 
Classe 2 - os pais; 
Classe 3 - o irmão não emancipado, de qualquer condição, 
menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente 
incapaz, assim declarado judicialmente. 
Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do 
segurado e comprovada a dependência econômica, o enteado e o 
menor sob sua tutela, desde que eles não possuam bens suficientes 
para o próprio sustento e educação. O menor sob tutela somente 
poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante apresentação 
de termo de tutela. Não confundir menor sob guarda com menor sob 
 
78 
 
tutela, pois o menor sob guarda não é necessariamente dependente 
do segurado. 
A existência de dependente de qualquer classe exclui do direito 
às prestações os das classes seguintes, ou seja, os dependentes de 
classe superior excluem o direito às prestações dos dependentes de 
classe inferior. 
Imagine, por exemplo, um segurado casado que sustente seus 
pais já idosos. Seus pais não possuem fonte de renda alguma e 
dependem exclusivamente de seu filho, enquanto que a esposa desse 
segurado trabalha e possui plenas condições de se sustentar sozinha. 
No caso da morte desse segurado, quem leva a pensão? A esposa, pois 
ela está elencada na classe 1, enquanto os pais na classe 2. 
Imaginemos agora que ocorra a posterior morte da esposa do 
segurado já falecido. A pensão poderá agora passar para os pais? Não, 
pois os dependentes de classe superior realmente excluem do direito 
os dependentes de classe inferior. 
A inscrição do dependente não é feita pelo segurado, mas pelo 
próprio dependente, e somente quando do requerimento do 
benefício. A propósito, os dependentes da primeira classe são os 
únicos que possuem presunção de dependência econômica (à exceção 
do menor enteado ou tutelado). Os dependentes de classes 2 e 3 
devem comprovar a dependência econômica para fazer jus a alguma 
prestação. Essa comprovação se dá com a apresentação de no mínimo 
três dos documentos elencados no §3º do art. 22 do Regulamento. 
 
79 
 
Os dependentes de uma mesma classe concorrem em 
igualdade de condições. É por isso que o valor pecuniário a ser 
recebido pelos dependentes é dividido em valores iguais. Se 5 
dependentes fazem jus a, por exemplo, R$1000,00 de uma pensão por 
morte, cada um receberá R$200,00. Caso um desses dependentes 
deixe de sê-lo, então os outros 4 passarão a receber R$250,00. 
Os casos em que o dependente perderá essa qualidade são: 
Para o cônjuge, pela separação (mesmo que de fato) ou 
divórcio, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença 
judicial transitada em julgado; e para o companheiro, pela cessação da 
união estável. Quando for assegurada a prestação de pensão 
alimentícia para o cônjuge ou companheiro, por mais que haja a 
separação, divórcio ou cessação da união estável, ele continuará a ser 
dependente. A viúva pensionista pode se casar de novo sem perder o 
direito a pensão, porém, caso o novo cônjuge venha a falecer, ela 
deverá optar por uma das pensões, não podendo acumula-las (mas 
pode acumular pensões de fatos geradores distintos, como de cônjuge 
e filho). 
Para o filho e o irmão, ao completarem vinte e um anos de 
idade. Caso sejam inválidos, eles não deixarão de ser dependentes 
desde que a invalidez tenha ocorrido antes: de completarem vinte e 
um anos de idade; do casamento; do início do exercício de emprego 
público efetivo; da constituição de estabelecimento civil ou comercial 
ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, 
o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; e da 
concessão de emancipação. 
 
80 
 
Para os dependentes em geral, cessará a qualidade de 
dependente pela cessação da invalidez ou pelo falecimento.
Assim, podemos esquematizar os beneficiários do RGPS da 
seguinte forma: 
Beneficiários 
Segurados 
Facultativo Obrigatórios 
Empregado 
Empregado 
Doméstico 
Contribuinte 
Individual 
Trabalhador 
Avulso 
Segurado 
Especial 
Dependentes 
Classe 1 
Classe 2 
Classe 3 
 
81 
 
REVISÃO 
 
CAP. 1: SEGURIDADE SOCIAL – CONCEITO E HISTÓRICO 
 
1.1 Conceito e Fontes 
 
 Segurança social através de saúde, assistência social e 
previdência social 
 Iniciativa dos poderes públicos e da sociedade 
 Infortúnios da vida 
 Ordem Social: 
 ↳base: primado do trabalho 
 ↳objetivos: bem-estar e justiça sociais 
 Fontes formais: Legislação previdenciária 
 ↳ CF/88 (art. 194-204) 
 ↳ Leis 8.212/91 e 8.213/91 
 ↳ Decreto 3.048/99 
 
1.2 Histórico da proteção social 
 
Antigamente 
 Família 
 Proteção adicional: Caráter Privado 
 
Evolução no mundo 
 Inglaterra – 1601: Poor relief act 
 Alemanha – 1883: Surge a previdência social 
 Inglaterra – 1942: Plano Beveridge 
 
82 
 
 
Evolução no Brasil 
 Santas casas de misericórdia – 1543 
 Mongeral – 1835 
 Aposentadoria a servidores que se invalidassem no exercício da 
função – 1891 
 SAT – 1919 
 Surge a previdência no Brasil - 1923 
 Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP) – 1923 
↳ Lei Eloy Chaves 
↳ Criadas por Empresa 
↳ Natureza Privada 
↳ Adesão facultativa 
 Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP) – 1933 
↳ Criadas por categoria profissional 
↳ Adesão compulsória 
↳ Autarquias 
 Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) – 1966 
↳ Necessidade da unificação legislativa dos IAPs 
↳ Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS em 1960 
↳ Unificação dos IAPs 
 Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) – 
1977 
↳ INPS: Cuidava dos Benefícios – Atual INSS 
↳ IAPAS: Cuidava do Custeio – Atual SRFB 
↳ INAMPS: Serviço Médico – Atual SUS 
↳ DATAPREV: Processamento de Dados 
↳ CEME, LBA, FUNABEM. 
 Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – 1990 
↳ Fusão do IAPAS com o INPS 
↳ Administrava custeio e benefícios 
↳ Atualmente só administra os benefícios 
 
83 
 
 Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) – 2007 
↳ Parte do custeio transferida em 2005 à Secretaria da Receita 
Previdenciária – SRP 
↳ Fusão da SRP com a Receita Federal do Brasil – RFB, originando a 
SRFB 
 
1.3 Saúde 
 
 Dever do estado 
 Não demanda contribuições 
 Direito de todos 
 
1.4 Assistência Social 
 
 Devida a quem dela necessitar 
 Não demanda contribuições 
 Um salário mínimo mensal ao idoso com mais de 65 anos ou ao 
deficiente cuja família tenha renda mensal per capta de até ¼ 
do salário mínimo 
 
1.5 Previdência Social 
 
 Seguro Social 
 Regime Geral 
 Demanda contribuições 
 Filiação obrigatória 
 Equilíbrio financeiro e atuarial 
 
84 
 
 Incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, 
tempo de contribuição, encargos familiares e prisão ou morte 
daqueles de quem dependiam 
 
CAP. 2: ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
2.1 Disposições Gerais 
 
 Seguridade Social 
↳Saúde 
↳Assistência Social 
↳Previdência Social 
 
2.2 Princípios Gerais 
 
 Princípio da Solidariedade 
↳ Cooperação Mútua 
↳ Aposentado que retornar ao trabalho deverá contribuir 
 Princípio da Legalidade 
↳ Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei. 
↳À Administração Pública só é dado fazer aquilo que a lei 
determina ou autoriza 
 
2.3 Princípios Específicos 
 
 Universalidade da cobertura e do atendimento 
↳ Atender às pessoas e cobrir as contingências 
 
85 
 
 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais 
↳ Uniformidade dos benefícios e equivalência no valor 
 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços 
↳ Selecionar as contingências a cobrir e distribuir a cobertura às 
pessoas necessitadas 
 Irredutibilidade do valor dos benefícios 
↳ Irredutibilidade nominal do benefício, e não o seu reajuste 
 Equidade na forma de participação do custeio 
↳ Contribuirá com mais quem ganha mais e contribuirá com menos 
quem ganha menos 
 Diversidade da base de financiamento 
↳ Várias fontes de financiamento para custear a seguridade social 
 Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos 
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do 
Governo nos órgãos colegiados 
↳ CNPS 
 
CAP. 3 – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
3.1 Regimes Previdenciários 
 
 Regime Geral de Previdência Social – RGPS 
↳ Único 
↳ Filiação automática com o exercício de atividade remunerada 
 Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS 
↳ Servidores Públicos 
↳ Participantes não podem se filiar como facultativos no RGPS 
 Regime Complementar 
 
86 
 
↳ Não tira o caráter de obrigatoriedade da filiação ao regime básico 
↳ Entidades abertas: qualquer pessoa 
↳ Entidades fechadas: grupo específico de pessoas (como 
empresas) 
 
3.2 Finalidades e Princípios Básicos 
 
 Assegurar contra os infortúnios da vida que impeçam o 
trabalhador ou seus dependentes de se sustentarem 
 Não é o RGPS que administra o seguro-desemprego 
 Regime de repartição simples 
 Nenhum benefício que substitua o rendimento do trabalho do 
segurado poderá ter valor mensal inferior ao do salário mínimo 
 Reajustamento dos benefícios 
 Atualização dos salários de contribuição para o cálculo do 
benefício 
 
3.3 Inscrição e filiação 
 
 Filiação: vínculo que se estabelece entre as pessoas que 
contribuem para a previdência social e esta 
 Inscrição: ato formal, onde a pessoa leva à previdência suas 
informações pessoais 
 Segurado obrigatório primeiro se filia depois se inscreve (pode 
retroagir a inscrição) 
 Segurado facultativo primeiro se inscreve depois se filia (não 
pode retroagir a inscrição) 
 
3.4 Prestações 
 
 
87 
 
 Serviço: não é pago em dinheiro 
 Benefício: é pago em dinheiro 
 Tem por objeto os segurados e seus dependentes 
 Doenças (auxílio-doença) 
 Redução da capacidade laborativa (auxílio-acidente) 
 Invalidez (aposentadoria por invalidez) 
 Idade avançada (aposentadoria por idade) 
 Tempo de serviço (aposentadoria especial e por tempo de 
contribuição) 
 Encargos familiares (salário-família) 
 Proteção à maternidade (salário-maternidade). 
 Prisão (auxílio-reclusão) 
 Morte (pensão por morte) 
 
CAP. 4 – BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: SEGURADOS E 
DEPENDENTES 
 
4.1 Beneficiários 
 
 Pessoas Físicas 
 Segurados 
 Dependentes 
 
4.2 Segurados Obrigatórios 
 
 Atividade remunerada 
 Aposentado que volta a trabalhar é segurado obrigatório 
 Empregado 
↳ Caráter não eventual 
 
88 
 
↳ Subordinação 
↳ Remuneração 
 Empregado Doméstico 
↳ Natureza contínua 
↳ Remuneração 
↳ Âmbito residencial 
↳ Sem fins lucrativos 
 Contribuinte Individual 
↳ Não enquadrado em nenhuma outra categoria 
 Trabalhador Avulso 
↳ Intermediação obrigatória do sindicato ou Órgão Gestor de Mão-
de-Obra 
 Segurado Especial 
↳ Pequeno produtor, pescador, seringueiro e membros da família 
que exercem a atividade 
↳ Regime de economia familiar 
↳ Contribuição única para toda família 
↳ Em regra, não pode ter empregados 
↳ Em regra, não pode ter outra fonte de rendimento 
 
4.3 Segurado Facultativo 
 
 Não é obrigatoriamente filiado à previdência 
 Ato volitivo 
 Preso e bolsista são facultativos 
 
4.4 Dependentes 
 
 Classe 1: Cônjuge, companheiro e filho menor de 21 anos ou 
inválido ou deficiente intelectual/mental
 Classe 2: Pais 
 
89 
 
 Classe 3: Irmão menor de 21 anos ou inválido ou deficiente 
intelectual/mental 
 Dependentes de classe superior excluem os de classe inferior 
 Somente a primeira classe possui presunção de dependência 
econômica 
 Igualdade de condições para dependentes de mesma classe 
 Não há perda da qualidade de dependente caso haja prestação 
de pensão alimentícia 
 
 
90 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) Em relação às fontes do direito 
previdenciário: 
a) o memorando é fonte primária. 
b) a orientação normativa é fonte primária. 
c) a instrução normativa é fonte secundária. 
d) a lei delegada é fonte secundária. 
e) a medida provisória é fonte secundária. 
 
2) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) A interpretação da legislação 
previdenciária deve observar 
a) o costume, quando mais favorável ao segurado. 
b) a Jurisprudência do Juizado Especial Federal. 
c) a analogia, quando mais favorável ao segurado. 
d) os princípios gerais de direito, na omissão legislativa. 
e) o princípio do in dúbio pro societate em qualquer situação. 
 
3) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2012) O Instituto Nacional do 
Seguro Social, autarquia federal atualmente vinculada ao Ministério da 
Previdência Social, surgiu, em 1990, como resultado da fusão do 
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
 
91 
 
(INAMPS) e o Instituto de Administração Financeira da Previdência e 
Assistência Social (IAPAS). 
 
4) (CESPE, TCE/BA 2011) Na evolução da previdência social brasileira, o 
modelo dos institutos de aposentadoria e pensão, que abrangiam 
determinadas categorias profissionais, foi posteriormente substituído 
pelo modelo das caixas de aposentadoria e pensão, que eram criadas 
na estrutura de cada empresa. 
 
5) (CESPE, DPU 2010) A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 
4.682/1923), considerada o marco da Previdência Social no Brasil, 
criou as caixas de aposentadoria e pensões das empresas de estradas 
de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo Estado. 
 
6) (ESAF, Analista Tributário da Receita Federal 2009) A Constituição 
Federal de 1988 deu novo tratamento à Previdência Social no Brasil em 
relação às constituições pretéritas. O conceito de Seguridade Social 
colocado no Título da Ordem Social constitui em um novo paradigma 
constitucional à medida que: 
a) a Previdência Social é vista como um direito social independente e 
não relacionado à Assistência Social. 
b) a Previdência Social é vista como um serviço a ser prestado de 
forma integrada com a Assistência Social e a Saúde. 
c) Saúde e Assistência Social são direitos sociais organizados da mesma 
maneira e com a mesma finalidade. 
 
92 
 
d) Assistência Social e Previdência Social são conceitos jurídicos 
idênticos. 
e) a Previdência Social é vista como um subsistema da Saúde. 
 
7) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) A Seguridade Social encontra-
se inserida no título da Ordem Social da Constituição Federal e tem 
entre seus objetivos: 
a) promover políticas sociais que visem à redução da doença. 
b) uniformizar o atendimento nacional. 
c) universalizar o atendimento da população. 
d) melhorar o atendimento da população. 
e) promover o desenvolvimento regional. 
 
8) (FCC, PGE-MT 2011) A Seguridade Social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, 
destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
Considere os itens abaixo relacionados: 
I. universalidade da cobertura e do atendimento; 
II. uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais; 
III. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
 
93 
 
IV. irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V. caráter democrático e centralizado da gestão administrativa, com a 
participação da comunidade, em especial de trabalhadores, 
empresários e aposentados. 
Quanto aos princípios e diretrizes da Seguridade Social, estão corretos 
os itens 
a) I, II, III e IV, apenas. 
b) I, III, IV e V, apenas. 
c) I, II, IV e V, apenas. 
d) II, III, IV e V, apenas. 
e) I, II, III, IV e V. 
 
9) (FCC, TCE/AP 2010) A previsão constitucional segundo a qual a 
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos dos entes da Federação e das contribuições sociais que 
estabelece, é decorrência do princípio da 
a) irredutibilidade do valor dos benefícios. 
b) diversidade da base de financiamento. 
c) universalidade do atendimento. 
d) seletividade na prestação de benefícios e serviços. 
e) equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais. 
 
94 
 
 
10) (CESPE, PGE-ES 2008) A seletividade e a distributividade dos 
benefícios e dos serviços da seguridade social referem-se à capacidade 
individual contributiva dos possíveis beneficiários, que determina a 
aptidão para usufruírem prestações da seguridade social. 
 
11) (CESPE, PGE-ES 2008) A administração da seguridade social possui 
caráter democrático mediante gestão quadripartite, com a 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e 
do governo nos órgãos colegiados. 
 
12) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Um dos objetivos da 
seguridade social é a universalidade da cobertura e do atendimento, 
meta cumprida em relação à assistência social e à saúde, mas não à 
previdência. 
 
13) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) No tocante à Previdência 
Social, é correto afirmar que 
a) é organizada sob a forma de regime especial e observa critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro. 
b) é descentralizada, de caráter facultativo. 
c) tem caráter complementar e autônomo. 
d) baseia-se na constituição de reservas que garantam o benefício 
contratado. 
e) é contributiva, de caráter obrigatório. 
 
95 
 
 
14) (FCC, Técnico Legislativo 2010) 
A respeito do regime próprio de previdência dos servidores públicos da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, é correto 
afirmar: 
a) Possui caráter contributivo, devendo observar critérios que 
preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial, e, no que couber, os 
requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
b) Aplica-se aos titulares de cargo efetivo, cargo em comissão e 
temporário, mas não aos ocupantes de empregos públicos, estes 
integrantes do Regime Geral de Previdência Social. 
c) Aplica-se exclusivamente aos titulares de cargo efetivo, sendo 
vedada a esses a participação em regime de natureza complementar. 
d) Permite que os entes federados, no exercício de sua autonomia, 
fixem critérios próprios para criação e concessão de benefícios. 
e) Não possui caráter contributivo, tendo os benefícios 
correspondentes natureza tipicamente administrativa e não 
previdenciária. 
 
15) (CESPE, PGE-ES 2008) O servidor público ocupante de cargo em 
comissão, sem vínculo efetivo com a União, com as autarquias, 
inclusive em regime especial, e com as fundações públicas federais, é 
segurado obrigatório do RGPS. 
 
 
96 
 
16) (CESPE, PGE-ES 2008) O servidor público municipal detentor de 
cargo efetivo, ainda que não amparado por regime próprio de 
previdência social, está excluído do RGPS. 
 
17) (CESPE, FUB 2011) A seguridade social, destinada a assegurar o 
direito relativo à saúde e à assistência social, compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa exclusiva dos poderes públicos. 
 
18) (CESPE, DPE/BA 2010) São segurados obrigatórios da previdência 
social, na qualidade de trabalhadores
avulsos, o ministro de confissão 
religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação 
ou de ordem religiosa. 
 
19) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Claudionor tem uma 
pequena lavoura de feijão em seu sítio e exerce sua atividade rural 
apenas com o auxílio da família. Dos seus filhos, somente Aparecida 
trabalha fora do sítio. Embora ajude diariamente na manutenção da 
plantação, Aparecida também exerce atividade remunerada no grupo 
escolar próximo à propriedade da família. Nessa situação, Claudionor e 
toda a sua família são segurados especiais da previdência social. 
 
20) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2009) Tendo em vista a 
classificação dos segurados obrigatórios na legislação previdenciária 
vigente, assinale a assertiva incorreta. 
a) Como empregado - a pessoa física residente no imóvel rural ou em 
aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em 
 
97 
 
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de 
terceiros a título de mútua colaboração. 
b) Como trabalhador avulso - quem presta, a diversas empresas, sem 
vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no 
Regulamento. 
c) Como contribuinte individual - o síndico ou administrador eleito 
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração. 
d) Como empregado - o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e 
contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou 
agência de empresa nacional no exterior. 
e) Como contribuinte individual - o sócio solidário, o sócio de indústria, 
o sócio gerente. 
 
21) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2009) A respeito dos 
segurados facultativos da Previdência Social, é correto afirmar que: 
a) a pessoa pode ser segurado facultativo independente da sua idade. 
b) o síndico de condomínio remunerado pela isenção da taxa de 
condomínio pode ser segurado facultativo. 
c) aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social 
não pode ser segurado facultativo. 
d) não pode ser segurado facultativo aquele que estiver exercendo 
atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da 
previdência social. 
e) o estudante maior de quatorze anos. 
 
98 
 
 
22) (ESAF, Auditor Fiscal do Trabalho 2010) Com relação aos segurados 
facultativos, à luz da legislação previdenciária vigente, assinale a opção 
correta. 
a) Pode ser menor de 14 anos. 
b) Pode ser segurado empregado. 
c) Pode ser aquele que deixou de ser segurado obrigatório da 
Previdência Social. 
d) Pode ser segurado especial. 
e) Pode ser segurado contribuinte individual. 
 
23) (ESAF, Auditor Fiscal do Trabalho 2010) Considerando a teoria geral 
dos benefícios e serviços da Previdência Social na Lei n. 8.213/91, 
julgue os itens abaixo relativos aos beneficiários da Previdência Social: 
I. só são beneficiários da Previdência Social os segurados que 
contribuem para o caixa previdenciário. 
II. dona de casa não pode ser beneficiária da Previdência Social. 
III. pessoa jurídica pode ser beneficiária do sistema de Previdência 
Social. 
IV. só os dependentes que contribuem podem ser beneficiários da 
Previdência Social. 
a) I e II estão corretos. 
b) Somente I está incorreto. 
 
99 
 
c) II e IV estão corretos. 
d) Todos estão incorretos. 
e) III e IV estão corretos. 
 
24) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) João fora casado com Maria, 
com quem teve três filhos, João Junior, de 22 anos e universitário; 
Marília, com 18 anos e Renato com 16 anos, na data do óbito de João, 
ocorrido em dezembro de 2011. João se divorciara de Maria que 
renunciou ao direito a alimentos para si. Posteriormente, João veio a 
contrair novas núpcias com Norma, com quem manteve união estável 
até a data de seu óbito. Norma possui uma filha, Miriam, que mora 
com a mãe e foi por João sustentada. Nessa situação, são dependentes 
de João, segundo a legislação previdenciária: 
a) João Junior, Marília e Renato. 
b) João Junior, Maria, Marília, Renato e Norma. 
c) Marília, Renato, Miriam e Norma. 
d) Maria, João Junior, Marília, Renato e Norma. 
e) João Junior, Marília, Renato, Maria, Norma e Miriam. 
 
25) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Paulo é, de forma 
comprovada, dependente economicamente de seu filho, Juliano, que, 
em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano à 
época do acidente era casado com Raquel. Nessa situação, Paulo e 
Raquel poderão requerer o benefício de pensão por morte, que deverá 
ser rateado entre ambos. 
 
100 
 
 
Gabarito: 
1 – C. Enquanto a lei delegada e a medida provisória são fontes 
primárias, o memorando, a orientação normativa e a instrução 
normativa são fontes secundárias. 
2 – D. O costume, a analogia e os princípios gerais do direito e do in 
dubio pro misero só podem ser utilizados em caso de omissão 
legislativa (a questão ainda traz o in dubio pro societate, não utilizado 
no direito previdenciário). A Jurisprudência do JEF também não faz 
parte da interpretação da legislação por parte do INSS. 
3 – Errada. O INSS surgiu da fusão do INPS com o IAPAS, e não do 
INAMPS com o IAPAS. O INAMPS foi extinto e a saúde é atualmente 
administrada pelo SUS. 
4 – Errada. A questão inverteu a ordem dos fatos, já que as CAPs 
precederam os IAPs. 
5 – Errada. O erro consiste no fato dessas caixas não serem mantidas 
nem administradas pelo Estado, mas sim pela própria empresa de 
estrada de ferro. 
6 – B. A questão versa sobre a composição da seguridade social, que se 
dá através de um conjunto integrado de ações nas áreas de 
previdência social, assistência social e saúde. 
7 – C. A universalidade do atendimento é um objetivo expresso na 
CF/88 a ser perseguido pela seguridade social. 
8 – A. O item V está incorreto, pois a administração não é centralizada, 
mas descentralizada. 
 
101 
 
9 – B. A variedade de fontes na arrecadação dos recursos decorre da 
diversidade da base de financiamento, já que essa base não pode ser 
única. 
10 – Errada. A capacidade individual contributiva é tratada na 
equidade na forma de participação do custeio. 
11 – Correta. Esse é um dos objetivos da seguridade social. No âmbito 
da previdência social, foi instituído o CNPS com essa finalidade. 
12 – Errada. Esse é um princípio da seguridade social, abarcando, 
portanto, a previdência social, a assistência social e a saúde. 
13 – E. A previdência social será organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados 
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
14 – A. Os RPPS não se aplicam aos ocupantes de cargo comissionado 
ou temporário. Os servidores participantes de RPPS podem, 
facultativamente, aderir a um Regime Complementar. Os benefícios 
devem seguir os critérios elencados no art. 40 da CF/88. Ademais, o 
RPPS é de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do 
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial. O RPPS observará, no que couber, os requisitos e 
critérios fixados para o RGPS. 
15 – Correta. O ocupante de cargo em comissão que não tenha vínculo 
efetivo com a união, ou seja, não tenha cargo efetivo, é considerado 
como segurado empregado. 
16 – Errada. O ocupante de cargo efetivo só se filiará ao RGPS caso não 
amparado por RPPS. Portanto, se não amparado por RPPS, não estará 
excluído do RGPS, sendo considerado segurado empregado. 
 
102 
 
17 – Errada. Não é uma iniciativa exclusiva dos poderes públicos, pois a 
sociedade também participa dessa iniciativa. 
18 – Errada. O membro de ordem religiosa em geral, tal como o 
ministro de confissão religiosa, é considerado
como segurado 
contribuinte individual. 
19 – Errada. Aparecida não é segurada especial por possuir outra fonte 
de rendimento, portanto, nem toda a família de Claudionor é de 
segurados especiais. 
20 – A. A alternativa A traz o conceito de segurado especial, e não o de 
empregado. 
21 – D. O facultativo deve ter idade mínima de 16 anos, inclusive o 
estudante. O síndico com isenção da taxa de condomínio é 
contribuinte individual. O que deixou de ser segurado obrigatório em 
qualquer regime pode ser facultativo no RGPS. Não pode ser 
facultativo aquele que é segurado obrigatório, tanto no RGPS quanto 
em RPPS. 
22 – C. Nenhum segurado na categoria de segurado obrigatório pode 
se filiar como facultativo. A idade mínima é de 16 anos. 
23 – D. São beneficiários somente as pessoas físicas (III), tanto os 
segurados como os dependentes (I), além de que só os segurados 
contribuem para a previdência (IV). A dona de casa pode ser segurada 
facultativa (II). 
24 – C. João Júnior tem mais de 21 anos, portanto não é dependente. 
Maria renunciou aos alimentos, portanto também não é dependente. 
Miriam, por ser enteada, é equiparada a filha, sendo dependente. 
25 – Errada. Raquel é dependente preferencial, concorrendo em 
igualdade de condições somente com os dependentes de mesma 
 
103 
 
classe (que inexistem na questão). Como Paulo é dependente de classe 
inferior, estará excluído do direito de requerer benefício. Portanto, 
somente Raquel poderá requerer benefício de pensão por morte. 
 
 
 
Unidade II: Custeio 
CAPÍTULO 5 – FONTES E PRINCÍPIOS DO 
CUSTEIO 
5.1 Financiamento da Seguridade Social 
 
Começamos agora a tratar do financiamento da seguridade 
social, abordado na Lei 8.212/91 e regulamentado no Decreto 
3.048/99. No regulamento, a parte que versa sobre o custeio vem após 
a parte que trata dos benefícios, mas preferi adotar uma ordem 
inversa. Primeiramente porque o custeio é, logicamente, algo que vem 
antes do benefício, já que primeiro se contribui para depois se usufruir 
dos benefícios. Além disso, quando formos estudar os benefícios, 
deveremos ter uma noção básica sobre o custeio para melhor 
compreendermos, por exemplo, o cálculo da renda mensal do 
benefício. 
O financiamento da seguridade social será promovido por toda 
a sociedade de forma: direta, como no pagamento das contribuições 
sociais; e indireta, como através de ações do poder público que são 
financiadas com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
A União pode transferir receita destinada à seguridade social 
para os Estados, Distrito Federal e Municípios, mas nenhum deles pode 
 
105 
 
transferir receita destinada à seguridade social para a União, já que 
suas receitas constarão dos respectivos orçamentos. 
As contribuições sociais (financiamento de forma direta) são 
compostas pelas contribuições do empregador¹, do trabalhador e 
demais segurados², da receita de concursos de prognósticos (loterias)³ 
e do importador de bens ou serviços do exterior⁴. 
O empregador, seja empresa ou qualquer entidade a ela 
equiparada, terá sua contribuição incidente sobre a folha de salários e 
demais rendimentos do trabalho (como as gorjetas) de seus segurados. 
A contribuição incidirá sobre todo o rendimento, independente de 
qualquer limite. Além do mais, esse valor pode ser pago, devido ou 
creditado. O fato de o valor ser, por exemplo, devido ao empregado, 
não exime o empregador de sua contribuição. Aliás, não somente ao 
empregado, mas a qualquer pessoa física que lhe preste serviço, 
mesmo sem vínculo empregatício. Também deverá o empregador 
contribuir para a seguridade social sobre sua receita ou faturamento e 
sobre seu lucro. 
Os trabalhadores e os demais segurados também devem 
contribuir para a seguridade social. Na condição de demais segurados 
temos os segurados facultativos, que não exercem atividade 
remunerada, mas contribuem. Devemos, porém, ter atenção, pois a 
contribuição não pode incidir sobre aposentadoria e pensão. Imagine, 
por exemplo, um aposentado que volte a trabalhar. Neste caso, ele 
deverá contribuir apenas sobre seus rendimentos do trabalho, e não 
sobre sua aposentadoria. Além do mais, a contribuição do trabalhador 
observa limites mínimo e máximo, diferentemente da contribuição do 
empregador. 
 
106 
 
Os concursos de prognósticos nada mais são que os jogos de 
sorteios de números, loterias, apostas etc. Temos como exemplos a 
mega-sena, a lotofácil, as corridas de cavalos e inúmeras outras 
atividades que abarcam os concursos de prognósticos. A contribuição 
incide sobre a receita desses jogos. Quando o jogo for público, a 
contribuição será de 100% da receita líquida, já quando o jogo for 
privado, a contribuição será de 5% da receita bruta, ou seja, do 
movimento global de apostas. 
Já a contribuição do importador diz respeito apenas à empresa 
importadora ou equiparada. Sua incidência se dá sobre a importação 
de mercadoria ou serviço. 
5.2 Princípios Constitucionais 
 
O financiamento da seguridade social encontra algumas regras 
impostas pelo próprio constituinte. A parte ligada ao custeio encontra-
se prevista no art. 195 da CF/88. A leitura da CF/88, das leis e do 
regulamento é obrigatória para quem almeja sucesso em provas de 
concurso, até porque muitas bancas costumam cobrar em suas provas 
o próprio texto da lei. É fundamental conhecer bem a literalidade 
delas. 
A primeira regra nos diz que a pessoa jurídica em débito com o 
sistema de seguridade social não poderá contratar com o Poder 
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios. Essa regra se aplica tanto à administração direta quanto à 
administração indireta. A ideia é evitar a inadimplência perante a 
 
107 
 
seguridade social, aplicando uma vedação de contratação e 
recebimento de benefícios com o Poder Público para quem está 
devendo à seguridade social. 
Outra regra é a que trata da competência para instituição de 
novas contribuições sociais. Nesse caso, a União poderá, através de lei 
complementar, instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social. Porém, se a 
contribuição já estiver prevista na CF/88, sua instituição poderá se dar 
através de lei ordinária. 
Princípio muito importante é o que versa sobre a pré-existência 
do custeio em relação ao benefício ou serviço, onde nenhum benefício 
ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Portanto, 
enquanto não houver recursos suficientes, enquanto não houver fonte 
de custeio total, não poderão ser criados, majorados ou estendidos 
quaisquer benefícios. 
O próximo princípio determina que as contribuições sociais só 
possam ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado. Esse princípio 
é conhecido como o da anterioridade nonagesimal ou da noventena, 
vindo assegurar a não surpresa ao contribuinte. Após a publicação da 
lei que institua ou aumente alguma contribuição, o contribuinte só 
estará obrigado a pagá-la após o decurso de noventa dias. Apesar da 
CF/88 não citar expressamente, essa anterioridade em caso de 
modificação da contribuição só será exigida se a lei aumentá-la. Se a 
contribuição for reduzida, não há necessidade de se esperar noventa 
dias. 
 
108 
 
A norma que segue trata erroneamente de um caso de 
imunidade. O legislador utilizou-se de forma não técnica o termo 
isenção, quando se trata de uma imunidade. Portanto, isenção e 
imunidade para o direito previdenciário no que tange a esse
princípio 
podem ser consideradas sinônimas. Graças a esse princípio, são 
isentas/imunes de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. Não é qualquer entidade beneficente de 
assistência social, mas as que atentam às exigências estabelecidas na 
lei 12.101/09. 
O princípio que segue trata da forma de custeio do segurado 
especial. De acordo com ele, os segurados especiais contribuirão para 
a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios 
nos termos da lei. É por isso que esse segurado contribui sobre a 
receita bruta de sua comercialização, diferentemente dos outros 
segurados. Havendo receita, há contribuição, não havendo receita, não 
há contribuição. 
O princípio que versa sobre as alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas é consequência da equidade na forma de participação do 
custeio. As contribuições sociais da empresa poderão ter alíquotas ou 
bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade econômica, da 
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da 
condição estrutural do mercado de trabalho. É, por exemplo, por causa 
desse princípio que os bancos possuem uma contribuição adicional. 
Lembre-se do que pode ensejar essas alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas: atividade econômica; utilização intensiva de mão-de-
 
109 
 
obra; porte da empresa; ou condição estrutural do mercado de 
trabalho. 
Por fim, o próximo dispositivo não tem aplicação prática 
alguma. Só para provas mesmo. Ele diz que é vedada a concessão de 
remissão ou anistia das contribuições sociais do empregador sobre 
folha de salários e do trabalhador para débitos em montante superior 
ao fixado em lei complementar. O grande problema é que ainda não 
existe lei complementar que estipula esse valor máximo, portanto, não 
há aplicabilidade alguma nesse princípio. 
 
CAPÍTULO 6 - ARRECADAÇÃO DAS 
CONTRIBUIÇÕES E SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO 
 
6.1 Arrecadação das Contribuições 
 
Como vimos no histórico da proteção social, não é mais o INSS 
que gerencia a parte relacionada ao financiamento da seguridade 
social. É à SRFB que incumbe a tarefa de lidar com a arrecadação das 
contribuições sociais. 
A começar pelas obrigações da empresa, é ela que deve 
proceder com o recolhimento de sua própria contribuição (chamada 
 
110 
 
de cota patronal) e com a arrecadação da contribuição do segurado 
empregado, do trabalhador avulso e do contribuinte individual a seu 
serviço, descontando-a da respectiva remuneração. 
 A cota do segurado a serviço da empresa deve ser recolhida 
pela empresa até o dia 20 do mês seguinte ao da competência. Caso 
não haja expediente bancário no dia 20, antecipa-se o vencimento 
para o dia útil imediatamente anterior. Veremos mais à frente que a 
empresa também deve recolher 15% sobre o valor bruto da nota fiscal 
relativo a serviços prestados por cooperados por intermédio de 
cooperativas de trabalho. Nesse caso, valem os mesmos prazos. 
Mesmo que a empresa não recolha as contribuições, o 
segurado poderá requerer benefício, pois se considera presumido o 
recolhimento das contribuições descontadas pela empresa do 
segurado empregado, do trabalhador avulso e do contribuinte 
individual. Se a empresa descontar do segurado sua contribuição e não 
repassá-la à previdência, então o agente responsável estará 
cometendo o crime de apropriação indébita previdenciária, que 
estudaremos na Unidade IV. 
Portanto, a regra é basicamente essa, onde a empresa procede 
com a arrecadação e o recolhimento das contribuições, tanto dela 
como de quem presta serviço a ela. Até mesmo se um contribuinte 
individual como um eletricista for prestar serviço a uma empresa por 
apenas um dia, a empresa deverá descontar e recolher a contribuição 
dele referente ao serviço prestado. 
Já o recolhimento referente ao 13º Salário é feito até o dia 20 
de dezembro, e não no mês seguinte ao da competência. Caso não 
 
111 
 
haja expediente bancário no dia 20 de dezembro, antecipa-se o 
vencimento para o dia útil imediatamente anterior. 
Em se tratando de segurado contribuinte individual que deve 
recolher sua contribuição por iniciativa própria, o prazo para o 
recolhimento é até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. Caso 
não haja expediente bancário no dia 15, prorroga-se o vencimento 
para o dia útil subsequente. As situações em que o contribuinte 
individual deve proceder com a própria contribuição são quando: 
I – Exercer atividade econômica por conta própria; 
II – Prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte 
individual, produtor rural pessoa física, missão diplomática ou 
repartição consular de carreira estrangeiras; 
III – Quando tratar-se de brasileiro civil que trabalha no exterior 
para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja 
membro efetivo ou; 
IV – Quando não tenha atingido o limite mínimo do salário-de-
contribuição ao longo do mês e a remuneração auferida ao ser 
contratado por pessoa jurídica também tenha sido inferior ao 
limite mínimo do salário-de-contribuição. 
No último caso, o contribuinte individual deverá contribuir com 
20% sobre o valor que falta para atingir o limite mínimo do salário-de-
contribuição. Imagine, por exemplo, um síndico que seja isento da taxa 
condominial no valor de R$250,00. Ele será considerado contribuinte 
individual e deverá contribuir sobre os R$250,00. Caso ele não tenha 
outro rendimento que faça com que sua contribuição alcance o limite 
 
112 
 
mínimo do salário-de-contribuição, ele deverá contribuir com 20% do 
que falta para atingir o limite mínimo do salário-de-contribuição. Como 
outro exemplo, imagine um segurado eletricista que no mês só tenha 
conseguido um serviço a uma empresa, no valor de R$300,00. Essa 
empresa irá descontar e recolher dos R$300,00 a contribuição desse 
segurado. Imagine agora que o segurado não consiga mais nenhum 
trabalho ao longo do mês. Como ele não pode recolher contribuição 
mensal abaixo do limite mínimo, ele deverá proceder com o 
recolhimento de 20% do que falta para alcançar o limite mínimo do 
salário-de-contribuição. 
O segurado facultativo recolhe suas contribuições nos mesmos 
prazos que o contribuinte individual. Ele deve recolher sua própria 
contribuição por iniciativa própria. O prazo para o recolhimento é até o 
dia 15 do mês seguinte ao da competência. Caso não haja expediente 
bancário no dia 15, prorroga-se o vencimento para o dia útil 
subsequente. 
O empregador doméstico deve descontar de seu empregado 
doméstico a contribuição dele e recolhê-la junto da contribuição a seu 
cargo até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. Caso não haja 
expediente bancário no dia 15, prorroga-se o vencimento para o dia 
útil subsequente. Durante o período de licença-maternidade o 
empregador deve recolher apenas as contribuições a seu cargo. 
Se restritas a um salário-mínimo, as contribuições do 
contribuinte individual, do facultativo e do empregador doméstico 
podem ser pagas trimestralmente. Caso opte por essa faculdade, o 
recolhimento terá como vencimento o dia 15 do mês seguinte ao 
último mês do trimestre civil. No caso da contribuição referente ao 13º 
 
113 
 
salário do empregado doméstico, o empregador deverá recolhê-la da 
forma convencional, não sendo permitido o recolhimento dessa 
contribuição junto do recolhimento trimestral. 
No caso do trabalhador avulso terrestre, cabe ao tomador de 
mão-de-obra o recolhimento das contribuições; já no caso do 
trabalhador avulso portuário,
as contribuições são pagas pelo 
operador portuário, que repassará o valor referente às contribuições 
ao OGMO que efetivará o pagamento dos trabalhadores avulsos e o 
recolhimento das contribuições à SRFB. 
6.2 Conceitos de salário-de-contribuição 
 
O salário-de-contribuição nada mais é do que a base de cálculo 
sobre a qual a contribuição do segurado irá incidir. Toda remuneração 
que o segurado obrigatório auferiu até o limite máximo será, em regra, 
considerada para efeito de contribuição. Perceba que a remuneração 
não é apenas o salário, mas ele somado de todos os ganhos variáveis e 
eventuais como gorjetas e comissões, as horas extras, os adicionais 
etc. O segurado facultativo, como não possui remuneração, terá como 
salário-de-contribuição o valor por ele declarado. O segurado especial 
é o único que não possui salário-de-contribuição, devido ao 
tratamento diferenciado que ele possui na hora de contribuir. Cada 
tipo de segurado terá um conceito diferenciado de salário-de-
contribuição. 
Como se percebe, existem limites mínimo e máximo para o 
salário-de-contribuição. O limite mínimo é o piso salarial da categoria 
 
114 
 
do segurado, sendo o salário mínimo caso inexista piso salarial. Já o 
limite máximo é o teto previdenciário, hoje em R$4.159,00. Portanto, 
se o segurado recebe R$5000,00 de salário, só contribuirá sobre 
R$4.159,00 (a empresa é que não possui limite para contribuir, ela irá 
contribuir sobre os R$5000,00). 
Para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, o 
salário-de-contribuição consistirá na remuneração auferida em uma ou 
mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, 
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a 
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as 
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os 
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial. Portanto, não se 
prenda apenas ao salário, já que o salário-de-contribuição será a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer 
título. Assim, mesmo que o empregador não pague o segurado, as 
verbas devidas ou creditadas também integrarão o salário-de-
contribuição. 
Para o segurado empregado doméstico, o salário de 
contribuição consistirá na remuneração registrada na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social. No caso do doméstico, portanto, é um 
valor fixo até o limite máximo do salário-de-contribuição. 
Para o contribuinte individual o salário-de-contribuição será a 
remuneração auferida em uma ou mais empresas e/ou pelo exercício 
de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os 
limites máximo e mínimo como já vimos. 
 
115 
 
E, como exceção à regra, para o segurado facultativo o salário-
de-contribuição consistirá não na remuneração, já que ele não exerce 
atividade remunerada, mas no valor por ele declarado, observados os 
limites máximo e mínimo. 
6.3 Parcelas integrantes do salário-de-
contribuição 
 
A ideia de uma verba integrar o salário-de-contribuição parte 
do pressuposto que um dia um benefício irá substituir o rendimento 
do trabalho do segurado. Imagine um vendedor que receba um salário 
mínimo de remuneração fixa e em média uns três salários mínimos de 
comissão. Se um dia necessitar de um benefício que deva ampará-lo, 
necessitará de ter sua renda do trabalho substituída pelo benefício, 
não sendo justo que seu padrão de vida caia só porque seu salário não 
é fixo. Portanto, todas as verbas recebidas com habitualidade devem 
estar sujeitas à contribuição para que elas possam refletir em um 
futuro benefício. 
Aqui, nas parcelas integrantes do salário-de-contribuição, 
encontramos apenas um dos benefícios do RGPS. Somente um 
benefício estará sujeito à incidência de contribuição: o salário-
maternidade. O salário-maternidade é o único benefício considerado 
como integrante do salário-de-contribuição, fique muito atento a isso. 
Nenhum outro benefício integra o salário-de-contribuição. 
As chamadas conquistas sociais também integram o salário de 
contribuição. Elas nada mais são que as férias, os adicionais, 13º 
 
116 
 
salário etc. Inclusive o terço constitucional, que é aquela gratificação 
de 1/3 das férias, irá integrar o salário-de-contribuição. O detalhe 
quanto ao 13º salário é que ele não entrará no cálculo do salário-de-
benefício, que veremos mais à frente. Isso porque ele é pago em uma 
competência separada, servindo apenas para custear o abono anual 
recebido pelos beneficiários do RGPS em gozo de benefício. 
Aqui temos uma exceção à regra das parcelas não integrantes 
do salário de contribuição. Verbas indenizatórias, dado seu caráter 
ressarcitório, não integram o salário-de-contribuição. Não é algo que 
você recebe sempre e se sustenta com ela. É um ressarcimento. Mas 
há uma exceção, que é o aviso prévio indenizado. O aviso prévio, por 
ser uma conquista social, pode ser indenizado ou não, de qualquer 
forma ele irá integrar o salário-de-contribuição. 
Por fim, as diárias recebidas pelo empregado, em regra, 
também não integram o salário-de-contribuição, dado seu caráter 
indenizatório, ressarcitório. Porém, se essas diárias excederem 50% da 
remuneração do empregado, elas também serão alvo de incidência. 
Por exemplo, se um empregado recebe R$1000,00 de remuneração e 
R$400,00 de diárias, sua contribuição será sobre R$1000,00. Já se 
recebe R$1000,00 de remuneração e R$800,00 de diárias, sua 
contribuição será sobre R$1800,00. 
6.4 Parcelas não integrantes do salário-de-
contribuição 
 
 
117 
 
Só de saber as parcelas que integram o salário-de-contribuição 
já dá para se ter uma noção das que não integram. Aqui podemos ser 
mais pontuais. 
Já vimos que as indenizações, dado seu caráter ressarcitório, 
não integram o salário-de-contribuição. Vimos também que os 
benefícios da previdência social não integram o salário-de-
contribuição, salvo o salário-maternidade, que é a única exceção. 
No que tange as férias, vimos que, por serem conquistas 
sociais, elas integram o salário-de-contribuição. Porém, não pense que 
as férias “vendidas” também integram. O abono férias, quando a 
pessoa “vende” até 10 dias das férias devidas por ato meramente 
volitivo, tem natureza indenizatória, portanto, não integra o salário-de-
contribuição. Isso ocorre da mesma forma com as férias pagas após a 
rescisão contratual. Essas férias indenizadas, incluindo seu adicional 
constitucional de 1/3, também não integram o salário-de-contribuição. 
As diárias pagas em valor inferior a 50% da remuneração do 
segurado já sabemos que não integram o salário de contribuição. Junto 
delas, outra verba que não integra o salário de contribuição se pago 
em parcela única é a ajuda de custo. A ajuda de custo compõe os 
valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação 
fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em 
localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local 
que, por força da atividade, exija deslocamento e estada. 
O vale-transporte atualmente não está sujeito à incidência de 
contribuição previdenciária, mesmo que pago em desacordo com a lei 
(em dinheiro, por exemplo). O ressarcimento pelo uso de veículo 
 
118 
 
também não está sujeito à incidência de contribuição. Também a 
parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação 
aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego não integrará o 
salário-de-contribuição. Mas se essa parcela for recebida em 
desacordo com o programa, ela integrará o salário-de-contribuição. 
A participação do empregado nos lucros da empresa é um 
direito constitucional e não
estará sujeita à incidência de contribuição 
caso ela seja paga corretamente. O detalhe é que essa participação 
não pode ser habitual. A periodicidade do pagamento deve ser pelo 
menos semestral. Se, por exemplo, for paga todo mês, estará sujeita à 
incidência de contribuição. 
 Algumas empresas se comprometem a complementar o valor 
do auxílio-doença recebido pelo empregado. Imagine um empregado 
que receba R$6000,00 por mês. Se ele ficar doente e entrar em gozo 
de auxílio-doença, não receberá sequer o teto previdenciário (veremos 
no capítulo de benefícios o porquê). A partir disso, algumas empresas 
se comprometem a complementar esse valor até o salário do 
empregado. Se essa complementação for um direito extensivo a todos 
os funcionários da empresa, ela não integrará o salário-de-
contribuição. Porém, se não for um direito extensivo a todos os 
funcionários, integrará o salário-de-contribuição. 
A ideia é similar quanto ao valor pago a título de previdência 
complementar. Se o plano de previdência complementar for disponível 
a todos os funcionários, não haverá incidência. Porém, se não for um 
direito disponível a todos os funcionários, haverá incidência. 
 
119 
 
Seguem a mesma lógica o reembolso creche desde que a 
criança tenha até 6 anos de idade, o valor pago a título de plano de 
saúde e o plano educacional da empresa para as atividades por ela 
desenvolvidas. Todas três não integram o salário-de-contribuição se 
extensível a todos os trabalhadores. Se não for um direito de todos os 
funcionários, integrará. 
CAPÍTULO 7 - CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE 
7.1 Contribuições dos segurados 
 
Após entendermos o salário-de-contribuição, vamos começar a 
estudar as contribuições dos segurados. Antes de tudo, é importante 
separar bem o custeio do segurado do custeio da empresa. O segurado 
contribui com sua parte e a empresa com a dela. Não é a empresa que 
contribui para o segurado, ela apenas desconta da remuneração dele a 
contribuição por ele devida. 
Se, por exemplo, um contribuinte individual for remunerado 
com R$1000,00 por um serviço prestado, a empresa já irá descontar e 
recolher os 11% devidos. Portanto, a empresa irá pagar a ele R$890,00. 
Quem pagou foi o segurado, mas quem descontou foi a empresa. Veja 
que a empresa também deverá recolher sua parte. No caso, ela 
recolherá 20% da remuneração. Portanto, a empresa irá recolher 
R$200,00 e o segurado R$110,00. São duas contribuições distintas, 
apesar de a empresa recolher as duas. 
 
120 
 
Cada tipo de segurado terá sua particularidade quanto ao 
custeio. Vamos estudar cada situação separadamente. 
7.1.1 Contribuição do Empregado, Trabalhador 
Avulso e Empregado Doméstico 
 
Esses segurados terão alíquotas de contribuição que variam de 
acordo com a remuneração recebida. À medida que aumenta o salário-
de-contribuição, aumenta a alíquota, podendo ela ser de 8%, 9% ou 
11%. 
A tabela que relaciona o salário-de-contribuição com a alíquota 
é a seguinte: 
Salário-de-contribuição Alíquota 
Até R$1.247,70 8% 
Entre R$1.247,71 e R$2.079,50 9% 
Entre R$2.079,51 e R$4.159,00 11% 
 
Como é a empresa que deve descontar e recolher a 
contribuição do empregado e do trabalhador avulso, para eles não irá 
importar se ela recolheu ou não. Eles possuem presunção absoluta de 
recolhimento de contribuição. Quem ficará em débito no caso de não 
recolhimento é a empresa. No máximo, o empregado e o trabalhador 
avulso podem ter exigida a prova do exercício da atividade 
remunerada. Basta comprovar que trabalhou, e não que a empresa 
recolheu as contribuições. 
 
121 
 
No caso do empregado doméstico, não há presunção absoluta 
de recolhimento de contribuição. O desconto e o recolhimento cabem 
ao empregador doméstico, mas, ao requerer benefício, o empregado 
doméstico deve comprovar o recolhimento das contribuições. Caso 
não seja possível provar que o empregador recolheu as contribuições, 
se o empregado doméstico comprovar que exerceu a atividade 
durante o tempo mínimo necessário, ele fará jus ao recebimento de 
benefício no valor mínimo (salário mínimo). 
7.1.2 Contribuição do Contribuinte Individual 
 
O contribuinte individual pode ter como alíquota a ser aplicada 
sobre o salário-de-contribuição: 20%, que é a regra geral; 11%, caso o 
contribuinte individual opte pelo plano simplificado ou se prestar 
serviço a empresa que recolha cota patronal de 20%; ou 5%, caso 
enquadrado como Micro Empreendedor Individual – MEI. 
A lógica da alíquota ser, em regra, de 20%, parte do 
pressuposto que o contribuinte individual custeia sozinho sua parte. 
Não há nenhum empregador por trás dele para ajuda-lo a custear a 
seguridade social. Porém, há casos em que o contribuinte individual 
presta serviço a empresa, e nesse caso, a empresa também deve 
recolher sua parte. Por isso, como nesses casos há um aporte da 
empresa no custeio do contribuinte individual, quando o contribuinte 
individual prestar serviço a empresa que recolha cota patronal, ele irá 
contribuir apenas com 11% ao invés dos 20%. Porém, se o contribuinte 
individual prestar serviço a empresa que seja isenta/imune de 
 
122 
 
contribuições, como as entidades beneficentes de assistência social 
que atendam às exigências estabelecidas em lei, ele deverá contribuir 
normalmente com 20%. 
Na verdade, o que ocorre quando o contribuinte individual 
presta serviço a empresa e recolhe 11%, é uma dedução referente a 
45% do que é pago pela empresa, ficando esse abatimento limitado a 
9% do seu respectivo salário-de-contribuição. 
O contribuinte individual também pode optar pelo plano 
simplificado, realizando pagamento de somente 11% do salário 
mínimo, ao invés dos 20%. O detalhe desse desconto é que, caso ele 
opte pelo plano simplificado, ele terá de abdicar do direito à 
aposentadoria por tempo de contribuição. Assim, terá de se aposentar 
por idade. Caso, futuramente, o contribuinte individual queira voltar 
atrás em sua escolha, ele poderá recolher os 9% faltantes com juros e 
poderá se aposentar por tempo de contribuição. Atenção, pois esses 
11% do plano simplificado nada tem a ver com o recolhimento de 11% 
quando o contribuinte individual presta serviço a empresa. 
Já o contribuinte individual enquadrado como MEI, ou seja, o 
empresário optante pelo Simples Nacional com receita bruta anual de 
até R$ 60.000,00, podendo contratar apenas um único empregado 
desde que esse receba até um salário mínimo ou o piso salarial da 
categoria, irá recolher apenas 5% do salário mínimo. Ele também não 
terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição. 
 
 
123 
 
7.1.3 Contribuição do Facultativo 
 
A contribuição do segurado facultativo é muito similar à do 
contribuinte individual. A alíquota a ser aplicada sobre o valor por ele 
declarado pode ser de: 20%, que é a regra geral; 11%, se o segurado 
facultativo optar pelo plano simplificado; ou 5%, no caso da dona-de-
casa. 
Vimos que o salário-de-contribuição do segurado facultativo é o 
valor por ele escolhido, respeitando sempre os limites mínimo e 
máximo. Como regra geral, o segurado facultativo irá contribuir 
aplicando uma alíquota de 20% sobre o valor declarado. Da mesma 
forma que o contribuinte individual, o facultativo também poderá 
recolher 11% do salário mínimo caso opte pelo plano simplificado, 
renunciando ao direito à aposentadoria por tempo de contribuição. 
Já a dona-de-casa, que é a segurada facultativa sem renda 
própria que se dedica exclusivamente ao trabalho doméstico no 
âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa 
renda, contribuirá com 5% do salário mínimo. A família de baixa
renda 
é aquela inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do 
Governo Federal (Cadúnico) cuja renda mensal seja de até 2 salários 
mínimos. Ela também não terá direito à aposentadoria por tempo de 
contribuição. 
 
 
124 
 
7.1.4 Contribuição do Segurado Especial 
 
Já vimos que a contribuição do segurado especial será feita 
mediante a aplicação de uma alíquota de 2,3% sobre o resultado da 
comercialização da produção. Vale lembrar que a contribuição de toda 
a família será uma só, incidente sobre a receita bruta dessa 
comercialização. Com uma única contribuição, todos os membros da 
família serão segurados e farão jus aos benefícios. Não importa 
quantos membros da família exercem a atividade, a contribuição será 
uma só para todos. 
O detalhe é que a contribuição previdenciária será de 2,1% 
(2,0% + 0,1% a título de SAT). Os outros 0,2% não são contribuições 
para a previdência social, mas para outros programas para os rurais. 
Além do mais, o segurado especial não possui limite mínimo 
para contribuir. Se não houver receita de comercialização, não há 
necessidade de contribuição. A base de cálculo pode ser inferior ao 
salário mínimo. 
Caso queira, o segurado especial pode contribuir como se fosse 
contribuinte individual (20%). Perceba que isso é uma faculdade, ele 
somente contribui como contribuinte individual se quiser. Assim, 
poderá obter benefícios acima do salário mínimo e se aposentar por 
tempo de contribuição. 
Caso o segurado especial venda sua produção rural 
diretamente no varejo, para outro segurado especial ou para o 
exterior, ele mesmo deverá recolher sua contribuição. Já se uma 
 
125 
 
empresa for a adquirente da produção rural do segurado especial, o 
recolhimento caberá a ela, assim como ao consignatário ou 
cooperativa rural. 
7.2 Contribuições da empresa 
 
Antes de vermos qual é a contribuição feita pela empresa, é 
bom sabermos que, para o direito previdenciário, empresa é a firma 
individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica 
urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as 
entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. 
Portanto, equiparam-se a empresa: o contribuinte individual, em 
relação a segurado que lhe presta serviço; a cooperativa, a associação 
ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão 
diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; o 
operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra; e o proprietário 
ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação 
a segurado que lhe presta serviço. 
A contribuição da empresa é feita, em regra, com a aplicação 
de uma alíquota de 20% sobre o somatório das remunerações pagas, 
devidas ou creditadas a empregados e avulsos e sobre o somatório das 
remunerações pagas ou creditadas a contribuintes individuais. 
Diferentemente do segurado, que contribui sobre seu salário-
de-contribuição, a empresa contribui sobre a remuneração dele. A 
implicação disso é que o salário-de-contribuição possui limite máximo, 
ou seja, o segurado não contribui acima do teto. Já a empresa pode 
 
126 
 
contribuir acima do teto, pois a remuneração não observa limite 
máximo. 
Peguemos como exemplo um empregado que tenha como 
remuneração o valor de R$10.000,00. O empregado terá sua 
contribuição calculada sobre o teto previdenciário, ele irá contribuir 
com 11% de R$4.159,00. Já a empresa irá contribuir com 20% de 
R$10.000,00. Lembre-se que o recolhimento de ambas as 
contribuições é obrigação do empregador. 
7.2.1 Cooperativa 
 
O que nos interessa aqui é a cooperativa de trabalho, já que a 
cooperativa de produção segue a regra geral. A cooperativa de 
trabalho é aquela que oferece a força de trabalho de seus associados. 
Algumas empresas, quando querem terceirizar algum serviço, 
costumam fazê-lo por meio de cooperativas de trabalho. Essas 
cooperativas não recolhem a contribuição patronal referente ao 
serviço prestado por seus cooperados, essa obrigação cabe à empresa. 
A empresa paga os serviços prestados pela cooperativa através 
de uma nota fiscal ou fatura, e, posteriormente, a cooperativa paga os 
cooperados. O recolhimento da contribuição patronal será feito pela 
empresa, que irá recolher 15% sobre a nota fiscal ou fatura. 
A justificativa para a alíquota ser de 15% é que o valor da nota 
fiscal ou fatura não é o valor a ser repartido entre os cooperados. A 
 
127 
 
cooperativa tem outros custos além do pagamento das remunerações. 
A empresa sequer sabe quanto será pago aos cooperados. 
Já o cooperado terá sua contribuição normalmente calculada 
como a de um contribuinte individual. Como já vimos, ele recolherá 
20% do valor recebido. Se prestar serviço a empresa, recolherá 11%. 
Imagine, por exemplo, uma pessoa que queira contratar uma 
cooperativa para fazer a segurança de sua casa, com três cooperados. 
Quando a cooperativa pagar os cooperados, eles irão recolher 20% do 
valor recebido. Imagine agora que uma empresa contrate os três 
cooperados através da cooperativa para fazer a segurança da empresa. 
Agora, quando receberem sua remuneração, irão recolher 11% do 
valor recebido. 
7.2.3 SAT e adicional ao SAT 
 
A contribuição referente ao Seguro de Acidentes de Trabalho – 
SAT deve ser recolhida pela empresa. Ela tem uma alíquota variável, 
podendo ser de 1%, 2% ou 3%. Essa alíquota é recolhida junto da 
contribuição de 20%. 
Essa contribuição só incide sobre a remuneração dos 
empregados e trabalhadores avulsos, não atingindo o que for pago aos 
contribuintes individuais. Veremos mais à frente que os únicos 
segurados sujeitos a acidente de trabalho são o empregado, o 
trabalhador avulso e o segurado especial. 
 
128 
 
A alíquota varia de acordo com o risco de acidentes que a 
atividade preponderante da empresa apresenta. Se o risco for leve, a 
alíquota será de 1%. Se o risco for médio, 2%. Se o risco for grave, 3%. 
A atividade preponderante é aquela que ocupa o maior número de 
empregados ou trabalhadores avulsos dentro da empresa. 
Essa alíquota ainda pode sofrer um aumento ou redução de 
acordo com o índice de acidentes que a empresa desempenhar. O 
Fator Acidentário Previdenciário – FAP é aplicado ao SAT e pode variar 
de 0,5 a 2,0. Se a empresa investe na segurança do trabalhador e 
possui baixos índices de acidente, o FAP reduz o valor a ser pago a 
título de SAT, podendo reduzi-lo até a metade. Já se a empresa possui 
altos índices de acidentes, o FAP aumenta o valor a ser pago a título de 
SAT, podendo até dobrá-lo. Portanto, ele pode aumentar o SAT em até 
100% ou reduzi-lo em até 50%, de acordo com o índice de acidentes 
que a empresa possui. 
Por exemplo, uma empresa que possua grave risco de acidentes 
deve recolher 3% a título de SAT. Se ela não investir na segurança do 
trabalhador e possuir altos índices de acidentes, seu FAP pode dobrar 
o SAT, fazendo com que ele chegue a 6%. Assim, a empresa terá de 
recolher 26% da remuneração dos empregados e trabalhadores 
avulsos. 
Também temos a situação da aposentadoria especial, onde o 
trabalhador se aposenta mais cedo devido às condições prejudiciais à 
saúde ou à integridade física em que exerce suas atividades. Nesse 
caso, o trabalhador se aposenta após 15, 20 ou 25 anos de trabalho 
permanente, não ocasional nem intermitente exposto ao agente 
 
129 
 
prejudicial à saúde ou à integridade física. Para custear essa 
aposentadoria precoce, existe o adicional ao SAT. 
O adicional ao SAT irá variar de acordo com a atividade exercida 
pelo segurado, podendo ser de 12%, 9% ou 6%. Se a atividade enseja
aposentadoria aos 15 anos de trabalho, o adicional ao SAT será de 
12%, se aos 20 anos, 9%, se aos 25 anos, 6%. 
O adicional ao SAT (12%, 9% ou 6%) só irá incidir sobre a 
remuneração do segurado exposto ao agente nocivo que enseja 
aposentadoria especial. Já o SAT (3%, 2% ou 1%) irá incidir sobre a 
remuneração de todos os empregados e trabalhadores avulsos. 
Vimos que os contribuintes individuais não têm direito à 
aposentadoria especial, mas há uma exceção. O cooperado filiado a 
cooperativa de trabalho que exerça suas atividades em condições 
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física também tem 
direito à aposentadoria especial. Por isso a contribuição será acrescida 
do adicional ao SAT a cargo da empresa tomadora de serviços em 9%, 
7% ou 5% sobre a nota fiscal ou fatura, de acordo com a atividade 
especial realizada pelo cooperado. Então, além dos 15%, a empresa 
deverá recolher mais 9%, 7% ou 5% da nota fiscal ou fatura caso o 
serviço enseje aposentadoria especial para o cooperado. 
7.3 Contribuições substitutivas da cota 
patronal 
 
 
130 
 
A cota patronal de 20% paga pela empresa não é aplicada a 
todos os casos. Em algumas situações essa cota é substituída por outra 
contribuição. Nesses casos, a empresa ou equiparada não recolhe os 
20% sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos a 
seu cargo, pagando uma contribuição que a substitui. 
A primeira contribuição substitutiva é a que diz respeito à 
contribuição do produtor rural pessoa física – PRPF. O PRPF, ao invés 
de recolher 20% da remuneração de seus empregados e trabalhadores 
avulsos, irá recolher 2,1% (2,0% + 0,1% de SAT) sobre a receita 
bruta proveniente da comercialização de sua produção rural. Ele deixa 
de recolher 20% da remuneração dos empregados e trabalhadores 
avulsos para pagar 2,1% da receita bruta da comercialização de sua 
produção rural. 
Já se o PRPF contrata um contribuinte individual, ele deverá 
recolher normalmente os 20%. O detalhe é que a contribuição dos 
empregados (8%, 9% ou 11%) é descontada e recolhida pelo PRPF, 
diferentemente da contribuição do contribuinte individual (11%), que 
a recolhe por conta própria. Lembre-se bem dos casos em que o 
contribuinte individual deve recolher sua contribuição por conta 
própria. 
A segunda contribuição substitutiva é a do produtor rural 
pessoa jurídica – PRPJ. O PRPJ irá contribuir com 2,6% (2,5% + 0,1% de 
SAT) sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua 
produção rural, em substituição aos 20%. O diferencial é que, caso o 
PRPJ contrate um contribuinte individual, o desconto e o recolhimento 
dos 11% passa a ser sua obrigação, e não do contribuinte individual 
como no caso do PRPF. 
 
131 
 
A próxima contribuição substitutiva diz respeito à associação 
desportiva que mantém equipe de futebol profissional. A contribuição 
corresponderá a 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos que a 
associação participar em todo território nacional, mesmo que contra 
time de outro país. A contribuição da associação, ao invés de ser o 
recolhimento de 20% da remuneração de seus empregados e 
trabalhadores avulsos, será de 5% da receita bruta decorrente dos 
espetáculos e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso 
de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão dos 
espetáculos desportivos. 
Isso só é valido se a associação possuir equipe de futebol 
profissional. Se não possuir, a contribuição será a de 20%. Porém, se 
possuir, a contribuição de 5% será válida para todos os empregados, 
inclusive os jogadores de outras modalidades esportivas, como vôlei, 
basquete, handball etc. 
Cabe à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade 
de efetuar o desconto e o recolhimento dos 5%, e não à associação 
desportiva. Mas é à associação que incumbe informar à entidade 
promotora do espetáculo as receitas auferidas no evento. 
Aqui também encontramos um diferencial no que tange aos 
prazos. Cabe à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade 
de efetuar o desconto no prazo de até 2 dias úteis após a realização do 
evento. 
 
 
132 
 
7.4 Mais contribuições e outras receitas 
 
Primeiramente, vejamos a contribuição do empregador 
doméstico. Ela é de 12% do salário-de-contribuição do empregado 
doméstico a seu serviço. Como o salário-de-contribuição possui limite 
máximo, o empregador doméstico, diferentemente da empresa, 
também fica limitado ao teto na hora de contribuir. Se o empregado 
doméstico for remunerado acima do teto, o empregador doméstico irá 
contribuir com 12% do teto, e não da remuneração. Quando a 
doméstica estiver de licença-maternidade, o empregador doméstico só 
deverá recolher a contribuição a seu cargo. 
Há também o caso da retenção para cessão de mão-de-obra. A 
empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou 
empreitada de mão-de-obra deverá reter 11% do valor bruto da nota 
fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a 
importância retida em nome da empresa contratada. Essa cessão é 
muito comum quando algumas empresas querem terceirizar 
determinado serviço. Se, por exemplo, determinada empresa contrata 
uma empresa conservadora que cede seus empregados para lá 
trabalhar continuamente mediante cessão de mão-de-obra fazendo a 
limpeza, quando emitida a nota fiscal, a empresa contratante irá reter 
e recolher 11% do valor da nota fiscal e irá recolher esse valor em 
nome da conservadora. Além disso, se a atividade ensejar 
aposentadoria especial, o valor a ser pago a título de adicional ao SAT 
será de 2%, 3% ou 4% do valor bruto na nota fiscal, fatura ou recibo. 
 
133 
 
Já vimos que os concursos de prognósticos são todo e qualquer 
concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias 
e apostas de qualquer natureza. Caso o concurso de prognóstico seja 
público, a renda líquida dele será destinada à seguridade social de sua 
esfera de governo, se for privado, a contribuição será de 5% do 
movimento global de apostas, ou seja, da receita bruta. 
Além disso, constituem outras receitas da seguridade social: as 
multas, a atualização monetária e os juros moratórios; a remuneração 
recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e 
cobrança prestados a terceiros; as receitas provenientes de prestação 
de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; as 
demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; as doações, 
legados, subvenções e outras receitas eventuais; 50% da receita obtida 
com os bens de valor econômico apreendidos em decorrência do 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins repassados aos órgãos 
responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada no 
tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes e drogas 
afins; e 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela 
Secretaria da Receita Federal. 
 
CAPÍTULO 8 - RECOLHIMENTO FORA DO 
PRAZO, JUROS E MULTA 
 
 
134 
 
8.1 Recolhimento fora do prazo 
 
Com a criação da SRFB, as contribuições previdenciárias 
passaram a seguir a regra geral dos tributos federais. Além do mais, 
não existe mais a figura da atualização monetária, existindo apenas os 
juros e a multa como consequência legal para quem efetuar o 
recolhimento em atraso. 
Lembre-se bem dos prazos de recolhimento. Resumindo: a 
empresa deve recolher sua contribuição e a de seus empregados e 
trabalhadores avulsos até o dia 20 do mês subsequente, antecipando-
se o recolhimento caso não haja expediente bancário; o contribuinte 
individual, o facultativo e o doméstico devem recolher até o dia 15 do 
mês subsequente, postecipando-se
o recolhimento caso não haja 
expediente bancário; e o 13º salário até 20/12, antecipando-se o 
recolhimento caso não haja expediente bancário. 
Cuidado com um detalhe. Os juros não são uma penalidade, 
eles são a remuneração do capital. Afinal, se você deve ao poder 
público, é como se esse dinheiro estivesse emprestado a você. Esse 
dinheiro, se aplicado, renderia certa remuneração. Portanto, os juros 
não são uma penalidade, são apenas a remuneração do capital devido. 
A penalidade pelo descumprimento do dever legal de recolher a 
contribuição dentro do prazo é a multa. 
 
 
135 
 
8.2 Juros e Multa 
 
Comecemos pelos juros. No mês de vencimento do prazo, não 
há juros. Não há remuneração do capital no mês de vencimento. Os 
juros começam a ser cobrados é a partir daí. Nos meses 
intermediários, ou seja, nos meses entre o mês do vencimento e o mês 
do pagamento, é aplicada a taxa SELIC a título de juros. Por fim, no 
mês de pagamento, os juros corresponderão a 1%. 
Imagine, por exemplo, uma contribuição que devia ter sido 
recolhida em janeiro, mas foi recolhida em junho. Em janeiro, não 
haverá juros. De fevereiro a maio, será aplicada a taxa SELIC. Em junho, 
os juros serão de 1%. 
Já a multa será de 0,33% ao dia limitado a 20% no caso de 
recolhimento voluntário. No primeiro dia após o vencimento, será 
aplicado 0,33% de multa, no segundo dia, 0,66%, no terceiro dia, 
0,99%, e assim até alcançar 20%, caso o recolhimento seja voluntário. 
Porém, se houver lançamento de ofício da dívida através do 
auto-de-infração, então a multa será de 75% sobre a totalidade do 
valor devido. Se houver sonegação ou fraude, esse valor ainda pode 
aumentar em 50%. Mas esses valores poderão sofrer redução de: 50% 
se for efetuado o pagamento ou a compensação no prazo de trinta 
dias, contados da data em que o sujeito passivo foi notificado do 
lançamento; 40% se o sujeito passivo requerer o parcelamento no 
prazo de trinta dias, contados da data em que foi notificado do 
lançamento; 30%, se for efetuado o pagamento ou a compensação no 
prazo de trinta dias, contados da data em que o sujeito passivo foi 
 
136 
 
notificado da decisão administrativa de primeira instância; ou 20%, se 
o sujeito passivo requerer o parcelamento no prazo de trinta dias, 
contados da data em que foi notificado da decisão administrativa de 
primeira instância. 
 
CAPÍTULO 9 - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
9.1 Decadência e Prescrição no Custeio 
 
Os institutos da decadência e da prescrição existem para nos 
prover uma maior segurança jurídica, determinando um prazo para se 
poder exercer um direito ou se ajuizar uma ação relativa a ele. 
A diferença entre decadência e prescrição consiste em um 
detalhe singelo. A decadência consiste no prazo que se tem para 
exercer um direito, já a prescrição consiste no prazo que se tem para 
se ajuizar uma ação para poder exercê-lo. Se o titular do direito não 
tem problemas para exercê-lo, aplica-se a decadência, já que ele 
poderá exercê-lo diretamente. Já se o titular tem algum problema e 
tem que ajuizar uma ação, aplica-se a prescrição. 
No caso o custeio, a constituição do crédito relativo às 
contribuições sociais, a partir da ocorrência do fato gerador, deve se 
dar no lapso de 5 anos. Esse prazo é decadencial, pois é apenas a 
constituição do crédito por parte da SRFB. Se houver dolo, fraude ou 
 
137 
 
simulação, o prazo de 5 anos começa a correr do 1° dia do ano 
subsequente. 
 Já para efetuar a cobrança judicial das contribuições sociais 
devidas, aplica-se o prazo prescricional, que também é de 5 anos a 
partir da constituição definitiva do crédito. A constituição definitiva 
não se dá com o lançamento de ofício, já que, após esse, o acusado 
ainda pode contraditar a fazenda e se defender no processo 
administrativo fiscal. Somente após a decisão administrativa é que se 
dá a constituição definitiva do crédito, começando o prazo 
prescricional. 
9.2 Decadência e Prescrição nos Benefícios 
 
O pedido de revisão do ato de concessão de benefício deve se 
dar no prazo decadencial de 10 anos a partir do primeiro dia do mês 
seguinte ao do recebimento da primeira prestação. Se, por exemplo, 
um benefício foi concedido com valor inferior ao devido, o segurado 
tem 10 anos para pedir a revisão. 
Já a anulação de ato administrativo de que tenham decorridos 
efeitos favoráveis aos beneficiários, deve ser feita no prazo 
decadencial de 10 anos da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. Se, por exemplo, o INSS concede um benefício 
acima do que deveria, ele deve anular esse ato em 10 anos. Se for 
comprovada má-fé do segurado para obter essa vantagem, não se 
aplica esse prazo. 
 
138 
 
A ação para receber prestações vencidas ou quaisquer 
restituições ou diferenças devidas pela previdência social possui prazo 
prescricional de 5 anos a contar da data em que deveriam ter sido 
pagas, salvo o direito dos menores (até 16 anos), incapazes e ausentes. 
Por fim, as ações referentes às prestações decorrentes do 
acidente de trabalho possuem prazo prescricional de 5 anos a partir: 
da data do acidente quando resultar morte ou incapacidade 
temporária ou; da data em que for reconhecida pela Previdência Social 
a incapacidade permanente ao agravamento das sequelas do acidente. 
 
 
 
139 
 
REVISÃO 
 
CAP.5 – FONTES E PRINCÍPIOS DO CUSTEIO 
 
5.1 Financiamento da Seguridade Social 
 
 Feito por toda sociedade 
 Financiamento direto 
↳ Contribuições Sociais 
 Financiamento indireto 
↳ Orçamentos da U, E, DF e M 
 Contribuições Sociais diretas 
 ↳ Empregador sobre: 
I - Folha de salário 
II - Receita ou Faturamento 
III - Lucro 
 ↳ Trabalhador e demais segurados 
 ↳ Concursos de prognósticos 
 ↳ Importador de bens e serviços 
 
5.2 Princípios Constitucionais 
 
 Proibição de contratação com o Poder Público para a 
pessoa jurídica em débito com a Seguridade Social 
 Instituição de nova contribuição social não prevista na CF 
exige lei complementar e não cumulativa 
 Necessidade da pré-existência do custeio em relação ao 
benefício ou serviço 
 As contribuições sociais só podem ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado 
 
140 
 
 São isentas/imunes de contribuição para a seguridade social 
as entidades beneficentes de assistência social que 
atendam às exigências estabelecidas em lei 
 Segurados especiais contribuem mediante aplicação de 
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção 
 As contribuições sociais da empresa poderão ter alíquotas 
ou bases de cálculo diferenciadas em razão da atividade 
econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do 
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho 
 É vedada a concessão de remissão ou anistia das 
contribuições sociais do empregador sobre folha de salários 
e do trabalhador para débitos em montante superior ao 
fixado em lei complementar 
 
CAP. 6 – ARRECADAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES E SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO 
 
6.1 Arrecadação das Contribuições 
 
 Empresa recolhe sua contribuição e desconta e recolhe a do 
segurado 
 Segurado a serviço da empresa tem presunção absoluta de 
recolhimento 
 Contribuinte individual recolhe sua contribuição por conta 
própria quando 
 ↳ Exercer atividade por conta própria 
 ↳ Prestar serviço a pessoa física ou a outro CI, PRPF, missão 
diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras 
 ↳ For brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo 
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo 
 
141 
 
 ↳ Não atingir o limite mínimo do salário-de-contribuição
 Prazos para recolhimento 
 ↳ Empresa: Dia 20 do mês subsequente, antecipando-se o 
recolhimento caso não haja expediente bancário. 
 ↳ Contribuinte Individual, Facultativo, Doméstico: Dia 15 do 
mês subsequente, postecipando-se o recolhimento caso não haja 
expediente bancário 
 ↳ 13º Salário: 20/12 antecipando-se o recolhimento caso não 
haja expediente bancário 
 ↳ Recolhimento trimestral: dia 15 do mês seguinte ao último 
mês do trimestre civil 
 
6.2 Conceitos de salário-de-contribuição 
 
 Salário-de-contribuição: base de cálculo da contribuição 
 Limite mínimo: piso da categoria ou salário mínimo 
 Limite máximo: teto previdenciário 
 Empregado e Trabalhador Avulso: totalidades dos rendimentos 
pagos, devidos ou creditados (inclusive gorjetas) 
 Empregado doméstico: remuneração registrada na CTPS 
 Contribuinte Individual: remuneração auferida em uma ou mais 
empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria 
 Segurado Facultativo: valor por ele declarado 
 Segurado Especial: não possui salário-de-contribuição 
 
6.3 Parcelas integrantes do salário-de-contribuição 
 
 Salário-maternidade 
 Férias, 1/3 das Férias, Adicionais, 13º salário (exceto para 
cálculo do salário-de-benefício) 
 Aviso prévio indenizado ou não 
 Diárias que excederem a 50% da remuneração 
 
142 
 
 
6.4 Parcelas não integrantes do salário-de-contribuição 
 
 Benefícios da Previdência social (salvo salário-maternidade) 
 Indenizações 
 Abono férias (venda) 
 Férias indenizadas (rescisão contratual) 
 Diárias que não excederem a 50% da remuneração 
 Ajuda de custo paga em parcela única 
 Vale-transporte 
 Ressarcimento pelo uso de veículo 
 Parcela in natura recebida de acordo com programa de 
alimentação 
 Participação não habitual nos lucros da empresa 
 Complementação do valor do auxílio-doença com direito 
extensivo a todos os funcionários 
 Valor pago a título de Previdência Complementar desde que 
disponível a todos os funcionários 
 Reembolso creche até 6 anos de idade, plano de saúde e plano 
educacional para atividades desenvolvidas pela empresa se 
extensível a todos os funcionários 
 
CAP. 7 – CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE 
 
7.1 Contribuições dos segurados 
 
 Empregados, Avulsos e Domésticos: 8%, 9% ou 11%. 
 Contribuinte Individual: 20% (regra), 11% (Plano simplificado ou 
se prestar serviço a empresa que recolha CP de 20%) ou 5% 
(MEI). 
 Facultativo: 20% (regra), 11% (Plano simplificado) ou 5% (Dona 
de Casa). 
 
143 
 
 Segurado Especial: 2,1% (Previdência) + 0,2% (Terceiros) = 2,3% 
(Total) 
 
7.2 Contribuições da empresa 
 
 20%: regra 
 
7.2.1 Cooperativa 
 
 15% da nota fiscal 
 
7.2.3 SAT e adicional ao SAT 
 
 SAT (1%, 2% ou 3%) x FAP (0,5 a 2,0): Atividade Preponderante. 
 12%, 9% ou 6%: Adicional ao SAT para Aposentadoria Especial. 
 9%, 7% ou 5%: NF da Cooperativa para Aposentadoria Especial. 
 
7.3 Contribuições substitutivas da cota patronal 
 
 PRPF: 2,1% da receita bruta proveniente da comercialização de 
sua produção rural 
 PRPJ: 2,6% da receita bruta proveniente da comercialização de 
sua produção rural 
 Associação desportiva que mantém equipe de futebol 
profissional: 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos e 
de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de 
marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão dos 
espetáculos desportivos. 
 
7.4 Mais contribuições e outras receitas 
 
 Empregador Doméstico: 12% do salário-de-contribuição 
 
144 
 
 Retenção para Cessão de MDO: 11% da NF; 4%, 3% ou 2% da 
NF para Aposentadoria Especial. 
 Receita de Concursos de Prognósticos: 5% da movimentação 
global de apostas, ou a renda líquida no caso dos promovidos 
pelo Poder Público. 
 Outras receitas: 50% da receita obtida com os bens de valor 
econômico apreendidos em decorrência do tráfico ilícito; 40% 
dos leilões promovidos pela SRFB. 
 
CAP. 8 – RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO, JUROS E MULTA 
 
8.1 Recolhimento fora do prazo 
 
 Juros não são uma forma de penalidade, a multa sim 
 
8.2 Juros e Multa 
 
 Juros 
Mês de vencimento = Não há juros 
Meses intermediários = Taxa SELIC 
Mês do pagamento = 1% 
 Multa 
↳Pagamento voluntário = 0,33% ao dia limitado a 20% 
 Lançamento de ofício da dívida 
↳75% sobre a totalidade do valor devido 
↳Sonegação ou fraude pode aumentar em 50% 
↳Redução de: 50% para pagamento em até 30 dias da notificação; 
40% para quem requerer parcelamento em até 30 dias da notificação; 
30% para pagamento em até 30 dias da decisão administrativa; 20% 
para quem requerer parcelamento em até 30 dias da decisão 
administrativa. 
 
 
145 
 
CAP. 9 – DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
 
9.1 Decadência e Prescrição no Custeio 
 
 Decadência: Prazo para exercer um direito 
 Prescrição: Prazo para mover uma ação para poder exercer um 
direito 
 A constituição do crédito relativo às contribuições sociais, a 
partir da ocorrência do fato gerador, deve se dar no prazo 
decadencial de 5 anos 
 Para efetuar a cobrança judicial das contribuições sociais 
devidas, o prazo prescricional é de 5 anos a partir da 
constituição definitiva do crédito 
 
9.2 Decadência e Prescrição nos Benefícios 
 
 O pedido de revisão do ato de concessão de benefício deve se 
dar no prazo decadencial de 10 anos a partir do primeiro dia do 
mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. 
 A anulação de ato administrativo de que tenham decorridos 
efeitos favoráveis aos beneficiários, deve ser feita no prazo 
decadencial de 10 anos da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé. 
 A ação para receber prestações vencidas ou quaisquer 
restituições ou diferenças devidas pela previdência social 
possui prazo prescricional de 5 anos a contar da data em que 
deveriam ter sido pagas, salvo o direito dos menores (até 16 
anos), incapazes e ausentes. 
 As ações referentes às prestações decorrentes do acidente de 
trabalho possuem prazo prescricional de 5 anos a partir: da 
data do acidente quando resultar morte ou incapacidade 
temporária ou; da data em que for reconhecida pela 
 
146 
 
Previdência Social a incapacidade permanente ao agravamento 
das sequelas do acidente. 
 
 
 
147 
 
EXERCÍCIOS 
 
26) (ESAF, Assistente Técnico Administrativo 2009) À luz do texto 
constitucional, julgue os itens abaixo referentes ao financiamento da 
Seguridade Social: 
I. financiada por toda sociedade. 
II. de forma direta e indireta. 
III. por meio de verbas orçamentárias entre outras. 
IV. financiamento definido por lei. 
a) Somente I e III estão corretos. 
b) Somente I está correto. 
c) Somente I e II estão corretos. 
d) Todos estão corretos. 
e) Somente III e IV estão corretos. 
 
27) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) Com relação às 
contribuições sociais, no âmbito da seguridade social, é correto 
afirmar: 
a) As contribuições sociais, de que trata o art. 195 da CF/88, só 
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. 
 
148 
 
b) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só 
poderão ser exigidas após decorridos cento e oitenta dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. 
c) São isentas de contribuição para a seguridade social todas as 
entidades de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei complementar. 
d) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só 
poderão ser exigidas após decorridos noventa
dias da assinatura da lei 
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o 
disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. 
e) As contribuições sociais de que trata o art. 195, da CF/88, só 
poderão ser criadas e exigidas após decorridos noventa dias da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, b, da Carta Magna. 
 
28) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) Quanto ao 
financiamento da seguridade social, de acordo com o estabelecido na 
CF/88 e na legislação do respectivo custeio, assinale a opção correta. 
a) A lei não pode instituir outras fontes de custeio além daquelas 
previstas na Constituição Federal. 
b) São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
c) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas no ano seguinte 
à publicação da respectiva lei. 
 
149 
 
d) Há possibilidade de criar benefício previdenciário sem prévio 
custeio. 
e) Mesmo em débito com o sistema da seguridade social, pode a 
pessoa jurídica contratar com o poder público. 
 
29) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2009) A respeito do 
financiamento da Seguridade Social, nos termos da Constituição 
Federal e da legislação de custeio previdenciária, assinale a opção 
correta. 
a) A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguridade social 
pode contratar com o poder público federal. 
b) Lei ordinária pode instituir outras fontes de custeio além das 
previstas na Constituição Federal. 
c) Podem-se criar benefícios previdenciários para inativos por meio de 
decreto legislativo. 
d) As contribuições sociais criadas podem ser exigidas noventa dias 
após a publicação da lei. 
e) São isentas de contribuição para a seguridade social todas entidades 
beneficentes de utilidade pública distrital e municipal. 
 
30) (ESAF, Assistente Técnico Administrativo 2009) A respeito das 
contribuições sociais, é correto afirmar que: 
a) a contribuição do empregador incide só sobre a folha de salários. 
 
150 
 
b) a contribuição da empresa pode ser feita em função do tipo de 
produto que ela vende. 
c) o trabalhador não contribui para a Seguridade Social. 
d) os concursos de prognósticos não estão sujeitos à incidência de 
contribuições sociais. 
e) pode haver incidência de contribuição social sobre a importação de 
bens do exterior. 
 
31) (ESAF, Assistente Técnico Administrativo 2009) A respeito da base 
de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as 
assertivas abaixo, assinalando a incorreta. 
a) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais 
pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício - 
EMPRESA. 
b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que 
participem em todo território nacional - PRODUTOR RURAL PESSOA 
JURÍDICA. 
c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da 
produção rural - SEGURADO ESPECIAL. 
d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço - 
EMPREGADORES DOMÉSTICOS. 
e) Incidentes sobre seu salário de contribuição - TRABALHADORES. 
 
 
151 
 
32) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2009) Hermano, advogado 
autônomo, possui escritório no qual mantém relação de vínculo 
empregatício com Lia (advogada e assistente de Hermano) e Léa 
(secretária). A construtora ABC Empreendimentos, pessoa jurídica 
cadastrada na Junta Comercial, possui na sua folha de pagamentos 10 
empregados e 20 autônomos que prestam serviços para distintas 
construtoras na área de assentamento de mármore e granito. 
De acordo com a situação-problema apresentada acima e do conceito 
previdenciário de empresa, é correto afirmar que: 
a) Hermano deve contribuir só como contribuinte individual. 
b) a construtora ABC pode contribuir como contribuinte individual 
autônomo. 
c) Hermano e a construtora ABC devem contribuir sobre a folha de 
pagamento de seus empregados. 
d) Hermano não pode contribuir como empresa, pois é pessoa natural. 
e) a construtora ABC não deve contribuir sobre a folha de pagamento 
de seus empregados, pois eles prestam serviços a terceiros. 
 
33) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) Em relação às contribuições 
previdenciárias devidas pelos contribuintes da Previdência Social, é 
correto afirmar que 
a) o segurado especial está dispensado de recolhê-las. 
b) presume-se o recolhimento das contribuições do empregado. 
c) presume-se o recolhimento das contribuições do trabalhador 
eventual. 
 
152 
 
d) o prazo de vencimento da contribuição das empresas é no dia 10 de 
cada mês. 
e) o empregado doméstico deve recolher sua contribuição até o dia 10 
de cada mês. 
 
34) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Durval, inscrito na 
previdência social na qualidade de contribuinte individual, trabalha por 
conta própria, recolhendo 11% do valor mínimo mensal do salário de 
contribuição. Nessa situação, para Durval fazer jus ao benefício de 
aposentadoria por tempo de contribuição, deverá recolher mais 9% 
daquele valor, acrescidos de juros. 
 
35) (ESAF, Analista Tributário da Receita Federal 2012) Não se 
considera empresa, nem a ela se equipara, para fins de custeio da 
Previdência Social, 
a) a firma individual que reúne elementos produtivos para a produção 
ou circulação de bens ou de serviços e assume o risco de atividade 
econômica urbana ou rural. 
b) a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou 
rural, com fins lucrativos ou não, ainda que tenha duração temporária. 
c) a empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) que 
assuma o risco de atividade econômica. 
d) a cooperativa, a missão diplomática e a repartição consular de 
carreiras estrangeiras ou a entidade de qualquer natureza ou 
finalidade. 
 
153 
 
e) aquele que admite empregado a seu serviço, mediante 
remuneração, sem finalidade lucrativa, no âmbito residencial de 
diretor de empresa. 
 
36) (ESAF, Analista Tributário da Receita Federal 2009) Com relação ao 
segurado empregado, assinale a opção correta. 
a) Não contribui para a Seguridade Social de forma direta, só por meio 
de imposto de renda. 
b) Sua contribuição para o orçamento da Seguridade Social e da 
Previdência Social ocorrem de forma volitiva e desvinculada do seu 
empregador. 
c) Sua contribuição incide sobre o seu salário-de-contribuição. 
d) O seu empregador não deve prestar contas sobre as contribuições 
do seu empregado. 
e) Podem ser dadas remissões para as contribuições sociais do 
empregado doméstico retidas pelo empregador no pagamento dos 
salários. 
 
37) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) João montou seu próprio 
negócio em 2010, obteve receita bruta, no ano-calendário anterior, de 
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e é optante do Simples Nacional. João 
não pretende receber aposentadoria por tempo de contribuição. 
Nessa situação, a contribuição previdenciária a ser recolhida por João é 
de 
a) 20% (vinte por cento) do limite mínimo do salário de contribuição. 
 
154 
 
b) 11% (onze por cento) do limite mínimo do salário de contribuição. 
c) 8% (oito por cento) do limite mínimo do salário de contribuição. 
d) 9% (nove por cento) do limite mínimo do salário de contribuição. 
e) 5% (cinco por cento) do limite mínimo do salário de contribuição. 
 
38) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) A empresa em que 
Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à 
participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, 
incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente 
por Maurício a título de participação nos lucros. 
 
39) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Claudionor
recebe da 
empresa onde trabalha alguns valores a título de décimo-terceiro 
salário. Nessa situação, os valores recebidos por Claudionor não são 
considerados para efeito do cálculo do salário-benefício, integrando-se 
apenas o cálculo do salário-de-contribuição. 
 
40) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Tendo sido demitido sem 
justa causa da empresa em que trabalhava, Vagner recebeu o aviso 
prévio indenizado, entre outras rubricas. Nessa situação, não incide 
contribuição previdenciária sobre o valor da indenização paga, pela 
empresa, a Vagner. 
 
41) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Mateus trabalha em uma 
empresa de informática e recebe o vale-transporte junto às demais 
 
155 
 
rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente 
depositada em sua conta bancária. Nessa situação, incide contribuição 
previdenciária sobre os valores recebidos por Mateus a título de vale-
transporte. 
 
42) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Luís é vendedor em uma 
grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de 
incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas 
um plano de previdência privada. Nessa situação, incide contribuição 
previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de 
contribuição para a previdência privada, a Luís. 
 
43) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Maria, segurada 
empregada da previdência social, encontra-se afastada de suas 
atividades profissionais devido ao nascimento de seu filho, mas recebe 
salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício 
previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado 
salário-de-contribuição para efeito de incidência. 
 
44) (CESPE, Técnico do Seguro Social 2008) Rodrigo trabalha na 
gerência comercial de uma grande rede de supermercados e visita 
regularmente cada uma das lojas da rede. Para atendimento a 
necessidades do trabalho que faz durante as viagens, Rodrigo recebe 
diárias que excedem, todos os meses, 50% de sua remuneração 
normal. Nessa situação, não incide contribuição previdenciária sobre 
os valores recebidos por Rodrigo a título dessas diárias. 
 
 
156 
 
45) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) José exerce a atividade de 
garçom, na qualidade de empregado do Restaurante X, e recebeu no 
mês de dezembro, além do salário mensal, o décimo terceiro salário, 
gorjetas, vale-refeição, de acordo com o programa do Ministério do 
Trabalho, horas extras, vale-transporte, na forma da legislação própria, 
férias indenizadas e respectivo adicional constitucional. Nessa 
situação, integram o salário de contribuição de José 
a) o salário mensal, o décimo terceiro salário, as gorjetas e as horas 
extras. 
b) o salário mensal, o vale-transporte, o décimo terceiro salário e o 
vale-refeição. 
c) o salário mensal, as férias indenizadas e respectivo adicional e o 
vale-refeição. 
d) o salário mensal, o décimo terceiro salário, as gorjetas e o vale-
refeição. 
e) o décimo terceiro salário, as gorjetas, o vale-refeição, as férias 
indenizadas e o respectivo adicional. 
 
46) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) Em relação às contribuições 
previdenciárias, assinale a alternativa correta. 
a) O pequeno produtor rural está isento de recolhimento da 
contribuição. 
b) O empregado, em qualquer caso, recolhe o percentual de 11% (onze 
por cento) sobre o salário de contribuição. 
c) O trabalhador autônomo não está obrigado a recolher contribuição. 
 
157 
 
d) O empregador doméstico recolhe o mesmo percentual de 
contribuição que as empresas em geral. 
e) A contribuição da empresa para financiamento da aposentadoria 
especial tem alíquotas variáveis de doze, nove ou seis pontos 
percentuais. 
 
47) (ESAF, Analista Tributário da Receita Federal 2009) A empresa 
contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de 
mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá 
reter determinado valor e recolher a importância retida. Assinale a 
assertiva correta com relação a qual o valor a ser retido e em nome de 
quem será recolhido. 
a) Onze por cento do valor líquido da nota fiscal ou fatura de prestação 
de serviço; em nome da empresa cedente da mão-de-obra. 
b) Onze por cento do valor bruto dos salários pagos aos autônomos ou 
fatura de prestação de serviço; em nome da empresa contratante. 
c) Onze por cento do valor líquido da nota fiscal ou fatura de prestação 
de serviço; em nome da empresa contratada. 
d) Onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação 
de serviço; em nome da empresa cedente da mão-de-obra. 
e) Onze por cento do valor bruto dos salários pagos aos autônomos ou 
fatura de prestação de serviço; em nome do INSS. 
 
48) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2009) Além das 
contribuições sociais, a seguridade social conta com outras receitas. 
Não constituem outras receitas da seguridade social: 
 
158 
 
a) as multas. 
b) receitas patrimoniais. 
c) doações. 
d) juros moratórios. 
e) sessenta por cento do resultado dos leilões dos bens apreendidos 
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
 
49) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) Segundo a letra da 
legislação previdenciária, 
a) o direito de apurar e constituir os créditos previdenciários extingue-
se após 10 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele 
em que o crédito poderia ter sido constituído, ou da data em que se 
tornar definitiva a decisão que anulou, por vício formal, a constituição 
de crédito anteriormente efetuado. 
b) o prazo decadencial a ser aplicado é aquele vigente à época do fato 
gerador (565 §1). 
c) nos casos de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial será de 
vinte anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em 
que for constatado o evento doloso, fraudulento ou simulado, ou, 
tendo havido anulação em razão desses vícios, da data da publicação 
desta. 
d) a ação para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, 
contados da data da sua constituição definitiva. 
e) a prescrição se suspende pela citação pessoal feita ao devedor. 
 
159 
 
 
50) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) José pleiteou aposentadoria 
por tempo de contribuição perante o INSS, que foi deferida pela 
autarquia e pretende a revisão do ato de concessão do benefício para 
alterar o valor da renda mensal inicial. O prazo decadencial para o 
pedido de José é de 
a) dez anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do 
recebimento da primeira prestação. 
b) cinco anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do 
recebimento da primeira prestação. 
c) três anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do 
recebimento da primeira prestação. 
d) cinco anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício. 
e) dez anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício. 
 
Gabarito: 
26 – D. Depreende-se do art. 195 da CF/88 que a seguridade social será 
financiada por toda a sociedade (I), de forma direta e indireta (II), nos 
termos da lei (IV), mediante recursos provenientes dos orçamentos da 
União (III), dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
27 – A. A alternativa correta trata do princípio da anterioridade 
nonagesimal, onde somente após decorridos noventa dias da 
publicação poderão ser exigidas as contribuições sociais. Os requisitos 
para obtenção de isenção de contribuições sociais para as entidades 
beneficentes de assistência social são exigidos em lei ordinária, e não 
em lei complementar. 
 
160 
 
28 – B. Se não prevista na CF/88, nova contribuição social poderá ser 
instituída através de lei complementar. Não é necessário aguardar o 
próximo exercício financeiro (ano seguinte) para se cobrar as 
contribuições
sociais, bastam noventa dias. Todo benefício criado, 
majorado ou estendido necessita de prévio custeio total. Só pode 
contratar com o poder público quem não está em débito com a 
seguridade social. 
29 – D. As alternativas erradas já foram discutidas nas questões 
anteriores. O detalhe é que só é isenta de contribuição social as 
entidades beneficentes de assistência social de utilidade pública 
federal, além dela também ter de cumprir com todos os demais 
requisitos da lei 12.101/09. 
30 – E. A contribuição do empregador também incide sobre a receita 
ou faturamento e o lucro, podendo ser feita não em função do tipo de 
produto, mas da atividade econômica, utilização intensiva de mão-de-
obra, porte da empresa ou condição estrutural do mercado de 
trabalho. O trabalhador contribui para a seguridade social 
(contribuição dos segurados) e os concursos e prognósticos constituem 
receita da seguridade social, junto da importação de bens e serviços do 
exterior. 
31 – B. Questão que tenta confundir o candidato com as contribuições 
substitutivas da cota patronal. Por óbvio, o PRPJ não contribui com 
receita bruta decorrente de espetáculos desportivos. 
32 – C. Hermano é equiparado a empresa para efeitos previdenciários, 
portanto, além de sua contribuição como segurado, ele deve contribuir 
como empresa. A construtora é pessoa jurídica, portanto, não é 
segurada e não contribui como contribuinte individual. Ela, assim 
como Hermano, contribui como empresa. 
 
161 
 
33 – B. O segurado especial, se obtiver receita com sua produção rural, 
estará obrigado a contribuir. Somente os segurados empregado e 
trabalhador avulso têm presunção absoluta de recolhimento das 
contribuições. O prazo para a empresa efetuar o recolhimento de suas 
contribuições é até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, 
já o doméstico (o empregador é que recolhe), é até o dia 15 do mês 
subsequente ao da competência. 
34 – Correta. Por recolher dentro do plano simplificado de inclusão 
previdenciária, Durval abriu mão do direito à aposentadoria por tempo 
de contribuição. Mas, caso se arrependa e queira se aposentar por 
tempo de contribuição, ele poderá recolher os 9% faltantes apenas 
acrescidos de juros. 
35 – E. Não devemos confundir empregador doméstico com empresa, 
pois estes não são equiparados. A pessoa ou família que admite a seu 
serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico, é empregador 
doméstico. 
36 – C. O empregado contribui diretamente, já que sua contribuição é 
descontada do salário e recolhida pela empresa. Além do mais, a 
contribuição é obrigatória e vinculada ao empregador, já que ele é 
quem efetivamente a recolhe. O empregador doméstico deve repassar 
os valores retidos das contribuições à previdência social. 
37 – E. João é enquadrado como MEI, um tipo de contribuinte 
individual. Seu recolhimento é diferenciado, sendo de 5% do limite 
mínimo do salário de contribuição (salário mínimo). 
38 – Correta. A participação nos lucros integra o salário-de-
contribuição se paga com habitualidade. A periodicidade do 
pagamento deve ser pelo menos semestral para que não integre o 
salário-de-contribuição. 
 
162 
 
39 – Correta. O 13º salário integra o salário-de-contribuição, mas não 
entra no cálculo do salário-de-benefício. A contribuição paga a título 
de 13º salário não é utilizada para auferir o valor dos benefícios. 
40 – Errada, mas à época era Correta. Atualmente, o aviso prévio, 
indenizado ou não, integra o salário-de-contribuição. Quando essa 
prova foi realizada, o aviso prévio só integrava o salário-de-
contribuição se trabalhado. 
41 – Errada, mas à época era Correta. Novamente o gabarito oficial 
tornou-se desatualizado. Atualmente o vale-transporte não integra o 
salário-de-contribuição, mesmo que pago em desacordo com a 
legislação. 
42 – Correta. Como o plano de previdência privada é disponível apenas 
aos empregados do setor de vendas, há incidência de contribuição 
social sobre esses valores. Se fosse disponível a todos os funcionários 
da empresa, não haveria incidência. 
43 – Correta. O salário-maternidade é o único benefício sujeito à 
incidência de contribuição social. À exceção dele, os benefícios da 
previdência social não integram o salário-de-contribuição. 
44 – Errada. As diárias que excedem 50% da remuneração integram o 
salário-de-contribuição. É muito importante saber bem quais parcelas 
integram e quais não integram o salário-de-contribuição. 
45 – A. Vale-refeição de acordo com o programa do Ministério do 
Trabalho, vale-transporte, férias indenizadas e seu adicional de 1/3 
não compõem o salário-de-contribuição. 
46 – E. O pequeno produtor rural não está isento de recolhimento, 
apenas o faz de forma diferenciada. O empregado pode recolher 8%, 
9% ou 11%, a depender de sua faixa salarial. O trabalhador autônomo 
é classificado como contribuinte individual, estando sujeito ao 
 
163 
 
recolhimento de suas contribuições. O empregador doméstico recolhe 
12% do salário-de-contribuição de seu empregado doméstico, já as 
empresas recolhem 20% da remuneração de quem lhe presta serviço. 
47 – D. A empresa contratante de serviços executados mediante 
cessão ou empreitada de mão-de-obra deverá reter 11% do valor 
bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço e recolher a 
importância retida em nome da empresa cedente da mão-de-obra. 
48 – E. O que constitui outra receita da seguridade social é 40% do 
resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita 
Federal do Brasil, e não 60%. 
49 – D. Questão um pouco controvertida, já que a letra da lei diz 
exatamente o que é afirmado na letra A. O problema é que esse 
dispositivo foi julgado inconstitucional, passando a vigorar o disposto 
na letra D. Na época, o gabarito oficial constava como letra A, mas 
atualmente esse posicionamento está completamente equivocado. 
50 – A. O pedido de revisão do ato de concessão de benefício deve se 
dar no prazo decadencial de 10 anos a partir do primeiro dia do mês 
seguinte ao do recebimento da primeira prestação. 
 
 
 
 
Unidade III: Benefí cios 
CAPÍTULO 10 - MANUTENÇÃO E PERDA DA 
QUALIDADE DE SEGURADO 
10.1 Manutenção da qualidade de segurado 
 
A manutenção da qualidade de segurado é dada no período de 
tempo onde o segurado se mantém coberto pela previdência social, 
podendo, em determinadas situações, ela se dar mesmo sem o 
segurado contribuir. Por isso ela é, nesses casos, chamada de período 
de graça. É um período onde o segurado, independentemente de estar 
contribuindo, ou seja, “de graça”, continua sendo segurado, 
conservando todos seus direitos perante a previdência social. O 
período de graça não conta como tempo de contribuição ou carência, 
é apenas um período de tempo onde o segurado continua coberto pela 
previdência social. 
Os prazos elencados no regulamento são os seguintes: 
 
Decreto 3.048/99 
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente 
de contribuições: 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 
 
165 
 
II - até doze meses após a cessação de benefício por 
incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado 
que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela 
previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem 
remuneração; 
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado 
acometido de doença de segregação compulsória; 
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou 
recluso; 
V - até três meses após o licenciamento, o segurado 
incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e 
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o 
segurado facultativo. 
 
A primeira previsão é um tanto quanto óbvia. Quem está em 
gozo de benefício não
contribui (exceto salário-maternidade), mas não 
deixa de ser segurado. Se uma pessoa está em gozo de auxílio-doença 
há dois anos, estando, portanto, sem contribuir, ela continuará sendo 
segurada da previdência social durante esse período. Segurado em 
gozo de auxílio-acidente também mantém sua qualidade dessa forma. 
Após a cessação do benefício por incapacidade, se o segurado 
não estiver contribuindo, ele continuará a ser segurado por até 12 
meses após a data de cessação do benefício. Imagine que, 12 meses 
após o término do auxílio-doença, o segurado já curado e que esteja 
 
166 
 
sem contribuir venha sofrer um acidente. Ele fará jus a novo benefício, 
pois ainda matinha a qualidade de segurado. 
Também o segurado que deixar de exercer atividade 
remunerada e que esteja sem contribuir terá 12 meses de período de 
graça. Se o segurado já tiver mais de 120 contribuições sem 
interrupções que acarrete a perda da qualidade de segurado, esse 
prazo será ampliado em mais 12 meses. Ainda, se o segurado 
comprovar por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e 
Emprego sua condição de desempregado, ele terá esse prazo ampliado 
em mais 12 meses, podendo todos esses acréscimos se acumular 
chegando a 36 meses de período de graça. Se, por exemplo, um 
segurado que trabalhou por 10 anos consecutivos em uma empresa for 
demitido, vindo a receber seguro-desemprego, por deixar de exercer 
atividade remunerada¹, ter mais de 120 contribuições ininterruptas² e 
comprovar por registro no órgão próprio do MTE sua condição de 
desempregado³, ele terá 36 meses de período de graça. 
No caso de algumas doenças contagiosas, a pessoa deve ser 
segregada pelo Poder Público. Se ela for segurada e já tiver cumprido a 
carência, que veremos à frente, ela entrará em gozo de auxílio-doença 
e cairá na segunda regra. Porém, se não cumprir a carência e não fizer 
jus ao benefício, após cessar a segregação, o segurado acometido de 
doença de segregação compulsória terá 12 meses de período de graça. 
Após o livramento, o segurado detido ou recluso terá 12 meses 
de período de graça. É o tempo que a lei considera razoável para que o 
preso, pessoa muitas vezes estigmatizada pela sociedade, possa 
reingressar ao mercado de trabalho. 
 
167 
 
O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço 
militar terá, após o licenciamento, 3 meses de período de graça. Como 
o licenciado é uma pessoa jovem e com vigor, a lei lhe dá um prazo 
inferior para que ele se insira no mercado de trabalho sem perder a 
qualidade de segurado. 
Já o segurado o facultativo tem um prazo de 6 meses após a 
cessação das contribuições para restabelecê-las sem perder a 
qualidade de segurado. Claro que o segurado facultativo, após a 
cessação de benefício por incapacidade, manterá a qualidade de 
segurado pelo prazo de 12 meses. 
O segurado que, dentro do prazo de manutenção de sua 
qualidade de segurado (12, 24 ou 36 meses), se filiar ao RGPS como 
facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá o direito de 
usufruir o período de graça de sua condição anterior. 
Fique atento, pois todos esses prazos são na verdade acrescidos 
em 1 mês e 15 dias. Isso se dá porque o prazo para recolhimento das 
contribuições no caso de manutenção da qualidade de segurado é o 
mesmo do contribuinte individual, que é até o dia 15 do mês seguinte 
ao da competência. O facultativo, por exemplo, tem na verdade 7 
meses e 15 dias para efetuar a contribuição e não perder a qualidade 
de segurado. 
10.2 Perda da qualidade de segurado 
 
 
168 
 
A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos 
direitos inerentes a essa condição. Aquele que perde a qualidade de 
segurado deixa de fazer jus às prestações previdenciárias. Se um 
segurado perde a qualidade de segurado e fica doente, ele não fará jus 
à prestação alguma. O detalhe reside é nos benefícios que não são 
afetados pela perda da qualidade de segurado. 
A começar pelas aposentadorias por tempo de contribuição e 
especial. Nenhuma delas será afetada pela perda da qualidade de 
segurado. Se, por exemplo, um segurado trabalhou e contribuiu por 35 
anos e posteriormente parou de trabalhar e perdeu a qualidade de 
segurado, se 10 anos depois ele quiser requerer a aposentadoria por 
tempo de contribuição, mesmo sem ter qualidade de segurado, por já 
ter cumprido os requisitos ele terá direito. 
Também a aposentadoria por idade não será afetada pela 
perda da qualidade de segurado, desde que seja cumprida a carência e 
o segurado tenha a idade necessária. Os requisitos não precisam ser 
cumpridos simultaneamente. Um segurado pode, por exemplo, 
trabalhar por 15 anos para cumprir a carência, perder a qualidade de 
segurado, nunca mais trabalhar até completar 65 anos e se aposentar 
por idade. Ele primeiro cumpriu a carência e depois a idade. 
A pensão por morte não é concedida aos dependentes de quem 
já havia perdido a qualidade de segurado na data do falecimento. 
Porém, caso o falecido já tenha cumprido todos os requisitos 
necessários para obtenção de aposentadoria ao perder a qualidade de 
segurado, seus dependentes farão jus ao benefício. Imagine, por 
exemplo, que um segurado que tenha contribuído por 35 anos, 
completando assim os requisitos para obtenção de aposentadoria por 
 
169 
 
tempo de contribuição, deixe de contribuir durante muito tempo e 
venha a falecer sem ter qualidade de segurado. Por já cumprir todos os 
requisitos para obtenção de aposentadoria, seus dependentes farão 
jus à pensão por morte. 
 
CAPÍTULO 11 - PERÍODOS DE CARÊNCIA 
11.1 Períodos de Carência 
 
O período de carência é considerado como o número mínimo 
de contribuições mensais exigidas para que o beneficiário faça jus ao 
benefício. Se um segurado completa 65 anos de idade sem possuir 180 
contribuições, ele não poderá se aposentar por idade, pois esse é o 
número mínimo de contribuições mensais que se exige para que o 
beneficiário possa gozar desse benefício. 
Como o segurado especial não contribui mensalmente, para 
ele, o período de carência é o tempo mínimo de efetivo exercício de 
atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de 
meses necessário à concessão do benefício requerido. Portanto, não 
são exigidas contribuições mensais, mas tempo de exercício da 
atividade. 
 
170 
 
Para os segurados empregado e trabalhador avulso, o período 
de carência é contado da data de filiação ao RGPS. Já para o segurado 
empregado doméstico, contribuinte individual e facultativo, ele é 
contado da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições 
recolhidas com atraso referentes a competências anteriores. Se um 
advogado que exerceu 10 anos de advocacia sem contribuir resolver 
quitar sua dívida, esses 10 anos não serão contados para efeitos de 
carência, já que o contribuinte individual só contará a carência a partir 
do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso. 
Os períodos de carência exigidos para a concessão dos 
benefícios são os seguintes: 
Benefícios Períodos de Carência 
Auxílio-doença e aposentadoria 
por invalidez 
12 contribuições mensais 
Aposentadorias por idade, tempo 
de contribuição e especial 
180 contribuições mensais 
Salário-maternidade para as 
seguradas contribuinte individual, 
especial e facultativa 
10 contribuições mensais 
 
Em caso de parto antecipado, o período de carência do salário-
maternidade será reduzido em número de contribuições equivalente 
ao número de meses em que o parto foi antecipado. Se, por exemplo, 
o parto do bebê antecipa em 2 meses,
a carência é reduzida em 2 
meses. O período da carência sempre será o de 1 mês a mais que o 
 
171 
 
tempo da gestação. Se o bebê nasce com 7 meses, a carência é de 8 
meses. 
Também temos benefícios que independem de carência, quais 
sejam: 
Benefícios que independem de carência 
Pensão por morte 
Auxílio-reclusão 
Salário-família 
Auxílio-acidente 
Salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada 
doméstica e trabalhadora avulsa 
Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de 
qualquer natureza ou causa, ou nos casos em que o segurado for 
acometido de moléstia elencada em lista específica 
 
Portanto, para as seguradas empregada, empregada doméstica 
e trabalhadora avulsa, não há carência para concessão de salário-
maternidade. Já para as seguradas contribuinte individual, especial e 
facultativa, a carência é de 10 meses, redutíveis nos partos 
antecipados, como já foi visto. 
Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, se oriundos de 
acidente de qualquer natureza, dispensam carência. Esses benefícios 
também são conhecidos como auxílio-doença acidentário e 
aposentadoria por invalidez acidentária. Caso sejam comuns, a 
carência é de 12 meses. 
 
172 
 
11.2 Carência e perda da qualidade de 
segurado 
 
Havendo perda da qualidade de segurado as contribuições 
anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de 
carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao 
RGPS, com no mínimo um terço do número de contribuições exigidas 
para o cumprimento da carência do benefício requerido. 
Um segurado que já tenha mais de 12 contribuições e tenha 
perdido a qualidade de segurado, para poder requerer auxílio-doença 
após voltar a contribuir, deverá contribuir por 4 meses para completar 
um terço da carência de 12 contribuições mensais. Ele, com 4 
contribuições, poderá “recuperar” as contribuições já pagas. 
O mesmo ocorreria se ele tivesse apenas 8 contribuições antes 
de perder a qualidade de segurado. O segurado, após voltar a 
contribuir, pagando 4 contribuições, poderia resgatar as antigas 8 
contribuições, totalizando as 12 contribuições necessárias. 
Para o salário-maternidade, a segurada deverá possuir no 
mínimo 3 contribuições sem interrupções que acarretem perda da 
qualidade de segurado. Elas somadas as anteriores deverão totalizar a 
carência. 
Só para lembrar: isso não ocorre com as aposentadorias por 
tempo de contribuição, especial e por idade. Vimos que a perda da 
qualidade de segurado não afeta esses benefícios. Afinal, se um 
segurado que perdeu essa qualidade tivesse que contribuir com um 
 
173 
 
terço da carência desses benefícios, seriam necessárias 60 
contribuições, já que a carência deles é de 180 contribuições. Se o 
segurado perdeu sua qualidade e posteriormente voltou a contribuir, 
para efeitos de aposentadoria por tempo de contribuição, especial e 
por idade, suas contribuições não necessitarão de alcançar um terço 
da carência para resgatar as contribuições antigas. 
 
CAPÍTULO 12 - SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E 
RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO 
12.1 Salário-de-benefício 
 
O salário-de-benefício é o valor básico utilizado no cálculo da 
renda mensal de benefício. Ele não é necessariamente o valor a ser 
recebido pelo segurado, é apenas uma base de cálculo. O valor do 
salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem 
superior ao limite máximo do salário-de-contribuição na data de início 
do benefício. 
Para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer 
aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será 
somado ao salário-de-contribuição antes da aplicação da correção dos 
valores dele, não podendo o total apurado ser superior ao limite 
máximo do salário-de-contribuição. Isso ocorre porque antigamente o 
auxílio-acidente era vitalício, acumulando-se com a aposentadoria do 
 
174 
 
segurado. Atualmente é vedada a acumulação de auxílio-acidente com 
aposentadoria, por isso seu valor é somado ao salário-de-contribuição. 
O salário-de-benefício consiste, para as aposentadorias por 
idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos 
maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o 
período contributivo a partir de 07/1994, multiplicada pelo fator 
previdenciário. Já para as aposentadorias por invalidez e especial, 
auxílio-doença e auxílio-acidente, o salário-de-benefício consiste na 
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição 
correspondentes a 80% de todo o período contributivo a partir de 
07/1994, sem aplicação do fator previdenciário. 
As contribuições referentes aos 20% descartados, por na 
maioria das vezes terem um valor menor, aumentam o valor do 
salário-de-benefício. Por isso não se considera todo o período 
contributivo, mas apenas a parte dos 80% maiores salários-de-
contribuição. Pega-se essas contribuições e tira-se a média aritmética 
simples delas, obtendo-se assim o salário-de-benefício. 
Vale ressaltar que atualmente só entram para o cálculo do 
salario-de-benefício as contribuições pagas a partir de julho de 1994. 
Somente essas são as contribuições integrantes do período básico de 
cálculo. Isso se dá em função da entrada do Real, que estabilizou os 
índices inflacionários. 
Para o segurado especial, o salário-de-benefício consistirá no 
valor equivalente ao de um salário-mínimo, exceto para o que 
contribua como se fosse contribuinte individual (20%). 
 
175 
 
12.2 Fator Previdenciário 
 
As aposentadorias por tempo de contribuição e idade são os 
únicos benefícios que têm aplicação do fator previdenciário. A 
aposentadoria por tempo de contribuição comum sempre terá 
aplicação do fator previdenciário, já a aposentadoria por idade e a 
aposentadoria por tempo de contribuição do deficiente só terão o 
fator previdenciário aplicado se ele elevar seus valores. O INSS procede 
com o cálculo da aposentadoria por idade e da aposentadoria por 
tempo de contribuição do deficiente com e sem o fator previdenciário, 
concedendo o que tiver a maior renda mensal. Alguns chegam a dizer 
que a aposentadoria por tempo de contribuição comum tem aplicação 
obrigatória do fator previdenciário, enquanto a aposentadoria por 
idade e a aposentadoria por tempo de contribuição do deficiente tem 
aplicação facultativa. 
O fator previdenciário é uma alíquota que é aplicada ao salário-
de-benefício. Ele será calculado considerando-se a idade, a expectativa 
de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. 
Lembre-se bem desses três itens. Quanto maior a idade e o tempo de 
contribuição, maior será fator previdenciário. Quanto maior a 
expectativa de sobrevida, menor será o fator previdenciário. Se o 
segurado for muito idoso e possuir muitos anos de contribuição, o 
fator previdenciário terá um valor maior que 1, aumentando a renda 
mensal do benefício. 
A mulher se aposenta 5 anos antes do homem, por isso, ao se 
aposentar, são adicionados 5 anos ao seu tempo de contribuição para 
 
176 
 
efeito da aplicação do fator previdenciário. Se não fosse assim, os 
homens teriam certa vantagem no cálculo do fator previdenciário, já 
que seu tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é maior. 
Também serão adicionados 5 ou 10 anos, quando se tratar, 
respectivamente, de professor ou professora, que comprovem 
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério 
na educação infantil e no ensino fundamental e médio, já que eles se 
aposentam 5 anos antes por tempo de contribuição (30 anos de 
contribuição para homem e 25 para mulher). Em breve veremos isso
em mais detalhes. 
12.3 Renda Mensal de Benefício 
 
Renda mensal do benefício é o valor que o beneficiário 
efetivamente recebe. Ela é calculada com a aplicação de uma alíquota 
sobre o salário-de-benefício. Portanto, SB x [Alíquota] = RMB. 
A RMB dos benefícios será de: 
[Legenda] SB: Salário-de-benefício | RMB: Renda Mensal de Benefício | FP: Fator Previdenciário 
Benefício RMB 
Auxílio-Doença 91% do SB 
Aposentadoria por Invalidez 100% do SB 
Aposentadoria por Idade 70% do SB + 1% pra cada grupo 
de 12 contribuições mensais 
(limitado a 30%) x FP facultativo 
Aposentadoria por Tempo de 
Contribuição 
100% do SB x FP obrigatório 
(exceto a do deficiente) 
Aposentadoria Especial 100% do SB 
 
177 
 
Auxílio-Acidente 50% do SB 
Pensão por Morte e Auxílio-
Reclusão 
100% da aposentadoria que o 
segurado recebia, ou teria direito 
caso se aposentasse por invalidez 
 
No caso da aposentadoria por idade, se o segurado tiver, por 
exemplo, 180 contribuições, sua renda mensal será de 85% do salário-
de-benefício multiplicado pelo fator previdenciário (facultativamente). 
Isso porque 180 12=15, então serão 70+15=85. O fator previdenciário 
só será aplicado se beneficiar o segurado. 
A pensão por morte terá sua renda calculada de acordo com o 
fato de o segurado estar ou não aposentado na data do falecimento. 
Se o segurado for aposentado na data do falecimento, a pensão será 
de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia. Se o 
segurado não era aposentado na data do falecimento, seus 
dependentes receberão 100% do salário-de-benefício (a lei diz 100% 
do valor da aposentadoria a que o segurado teria direito se estivesse 
aposentado por invalidez na data de seu falecimento, que na verdade 
é um mero artifício para dizer 100% do SB). 
Em regra, os benefícios não podem ser pagos em valores 
inferiores ao salário mínimo, exceto nos casos de: auxílio-acidente; 
salário-família; e auxílio-doença para uma das atividades que o 
segurado exerça. Esses benefícios podem ser pagos em valores 
inferiores ao limite mínimo do salário-de-benefício. Esse auxílio-
doença é apenas se o segurado exercer mais de uma atividade. Se ele 
for advogado e jogador de futebol ao mesmo tempo e vier a torcer o 
pé, ficará impedido de exercer a atividade de jogador de futebol, mas 
 
178 
 
poderá continuar a exercer normalmente a advocacia. Como só ficou 
impedido para o exercício uma de suas atividades, o auxílio-doença em 
relação a essa atividade, no caso a de jogador de futebol, poderá ser 
pago em valor inferior ao salário mínimo. 
 
CAPÍTULO 13 - PRESTAÇÕES EM ESPÉCIE 
13.1 Aposentadoria por invalidez 
 
A aposentadoria por invalidez é concedida ao segurado 
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o trabalho. 
Perceba que há dois requisitos no tocante a esse evento determinante. 
Não basta o segurado estar incapaz para o exercício de sua atividade, 
ele também deve estar insusceptível de reabilitação para outra. 
A verificação da condição da incapacidade se dará mediante 
exame-médico pericial realizado pelo perito médico previdenciário do 
INSS. Poderá o segurado, caso queira, fazer-se acompanhar de médico 
de sua confiança, desde que o faça às suas expensas. 
Se o segurado se filia ao RGPS já portador da doença ou lesão 
invocada como motivo para a concessão da aposentadoria por 
invalidez, ele não fará jus ao benefício. A previdência funciona como 
um seguro, portanto, a pessoa não pode ingressar no sistema já 
portador da contingência a ser coberta. Caso contrário, a previdência 
não estaria assegurando coisa alguma. Porém, cabe aqui uma ressalva: 
 
179 
 
se a aposentadoria tiver de ser concedida em razão de progressão ou 
agravamento da doença ou lesão, não haverá impedimento. A pessoa 
poderá se aposentar por invalidez. Imagine um segurado que não era 
incapaz para suas atividades e que se filia ao RGPS já portador de 
câncer. Imagine agora que, dez anos depois, por motivo dessa doença, 
ele acaba se tornando inválido. Ele fará jus ao benefício, pois houve o 
agravamento da doença. 
Como a pessoa deve ser considerada incapaz para o exercício 
de qualquer atividade, sendo insusceptível de reabilitação, não há 
possibilidade alguma dela poder exercer qualquer atividade 
remunerada enquanto aposentada por invalidez. A aposentadoria por 
invalidez está condicionada ao afastamento de todas as atividades do 
segurado. Caso o segurado retorne ao serviço, sua aposentadoria será 
automaticamente cessada. Se o segurado se achar apto para o 
exercício de atividade remunerada, ele deverá solicitar nova perícia 
médica junto ao INSS. Se for verificada a recuperação da capacidade de 
trabalho, serão observadas algumas normas previstas no regulamento, 
quais sejam: 
 
Decreto 3.048/99, 
Art.49. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do 
aposentado por invalidez, excetuando-se a situação prevista no 
art. 48, serão observadas as normas seguintes: 
I - quando a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco 
anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez 
 
180 
 
ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o 
beneficio cessará: 
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a 
retornar à função que desempenhava na empresa ao se 
aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como 
documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido 
pela previdência social; ou 
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do 
auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, para os demais 
segurados; e 
II - quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período 
previsto no inciso I, ou ainda quando o segurado for declarado 
apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente 
exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à 
atividade: 
a) pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data 
em que for verificada a recuperação da capacidade; 
b) com redução de cinqüenta por cento, no período seguinte de 
seis meses; e 
c) com redução de setenta e cinco por cento, também por igual 
período de seis meses, ao término do qual cessará 
definitivamente. 
 
 
181 
 
Todos os segurados fazem jus à aposentadoria por invalidez, 
estando condicionados ao cumprimento de 12 meses de carência. Caso 
o evento determinante seja oriundo de acidente ou moléstia grave 
elencada em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da 
Previdência Social, dispensa-se a carência. 
A renda mensal de benefício da aposentadoria por invalidez 
será de 100% do salário-de-benefício. Caso o segurado necessite da 
ajuda permanente de outra pessoa para a prática de atos da vida 
comum, ele poderá ter uma majoração de 25% do valor do benefício, 
mesmo que com esse aumento o benefício ultrapasse o teto do RGPS. 
Esse acréscimo não se incorpora ao valor da pensão por morte quando 
do óbito do segurado. 
O início do benefício não precedido de auxílio-doença terá duas 
regras diferenciadas. No caso dos segurados empregados, o início se 
dará a partir do 16º dia de afastamento, pois quem paga os 15 
primeiros dias é a empresa. Já no caso dos outros segurados, o início 
será a partir da data do início da incapacidade. Para todos aqueles que 
requererem o benefício após 30 dias da data do início da incapacidade, 
o benefício terá início a partir da data de entrada do requerimento. 
Portanto, não é necessário o segurado estar em gozo de auxílio-
doença quando da concessão de aposentadoria por invalidez. Se 
prontamente verificada a invalidez do segurado, a aposentadoria por 
invalidez será concedida
diretamente. 
Por fim, o segurado é obrigado, independentemente de sua 
idade, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a 
tratamento dispensado gratuitamente custeado pela Previdência 
Social, exceto aos procedimentos cirúrgicos e à transfusão de sangue, 
 
182 
 
que são facultativos, pois ninguém está obrigado a se submeter a 
tratamento médico de risco. Ademais, o segurado deve submeter-se a 
exames médico-periciais a cargo do INSS a cada dois anos, sob pena de 
suspensão do pagamento do benefício. 
13.2 Aposentadoria por idade 
 
A aposentadoria por idade será devida quando, além de 
cumprida a carência de 180 contribuições mensais, o segurado contar 
com 65 anos, se homem, ou 60, se mulher. Portanto, perceba que o 
fato gerador é a idade avançada. 
Aqui, porém, devemos fazer uma ressalva, referente ao caso 
dos trabalhadores rurais, dos garimpeiros (garimpeiros esses somente 
se exercerem a atividade em regime de economia familiar) e dos 
portadores de deficiência. Para esses segurados a idade será reduzida 
em 5 anos, ou seja, 60 anos para os homens e 55 para as mulheres. 
 Para ter direito a essa redução, o trabalhador rural deverá 
comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma 
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do 
benefício, ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito 
etário. A comprovação deve ser por tempo igual ao número de meses 
de contribuição correspondente à carência exigida. Se o segurado já 
tinha parado de exercer a atividade rural quando da data do 
requerimento ou quando completou a idade mínima, se satisfizer a 
carência exigida, se aposentará com 65 anos, se homem, ou 60, se 
mulher. 
 
183 
 
O segurado portador de deficiência também terá o requisito 
etário reduzido em 5 anos, independentemente do grau de deficiência. 
A carência do benefício continua sendo de 180 contribuições mensais e 
a deficiência deve ser comprovada durante pelo menos esses 15 anos. 
Agora é interessante que façamos uma revisão. Ambos os 
requisitos devem ser cumpridos: idade e carência. Porém, não é 
necessário que essas condições sejam cumpridas ao mesmo tempo. 
Imagine um segurado que, com 40 anos, começou a trabalhar para 
uma empresa e lá ficou durante 15 anos. Passado esse tempo, ele foi 
demitido, não conseguindo outro emprego. 10 anos depois ele 
completa 65 anos de idade, já havendo perdido a qualidade de 
segurado há muito tempo. Você se lembra de que lá na carência foi 
explicado que para contar com o antigo tempo de carência era 
necessário que se cumprisse um terço da carência do benefício 
almejado após nova filiação? Terá o segurado que trabalhar por mais 
60 meses (um terço de 180) para recuperar as antigas contribuições? A 
resposta é não. Pois nos casos de aposentadoria por idade, tempo de 
contribuição e especial não é considerada a perda da qualidade de 
segurado, por isso não é necessário que ambos os requisitos sejam 
cumpridos ao mesmo tempo. Pode-se primeiro cumprir a carência e 
depois a idade. 
Mas, novamente, cuidado, pois o trabalhador rural deve 
comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma 
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do 
benefício ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito 
etário. Ele deve estar trabalhando até o mês em que cumpriu o 
 
184 
 
requisito etário, senão serão exigidos 65 anos de idade para os 
homens e 60 para as mulheres. 
A aposentadoria por idade é um benefício permanente, de 
modo que é irreversível e irrenunciável. Todos os segurados têm direito 
à aposentadoria por idade. Ela possui carência de 180 contribuições 
mensais e a renda mensal de benefício será de 70% do salário-de-
benefício mais 1% por grupo de 12 contribuições mensais, até o limite 
de 30%, tudo isso multiplicado pelo fator previdenciário de forma a 
beneficiar o segurado. Se o fator diminuir a renda, ele não será 
aplicado. 
O início do benefício observa duas regras. No caso dos 
empregados e empregados domésticos, a data de início do benefício 
será a da data do desligamento do emprego caso o benefício seja 
requerido em até 90 dias da data do desligamento. Caso o benefício 
seja requerido após 90 dias da data do desligamento, a data de início 
do benefício será na data de entrada do requerimento. Para os outros 
segurados, o início se dará na data de entrada do requerimento. 
O segurado aposentado que retornar ao serviço será segurado 
obrigatório e deverá contribuir, mesmo estando ele sem direito a 
contraprestações, à exceção do salário-família e do salário-
maternidade. Isso ocorre em função do princípio da solidariedade, que 
indica que quem trabalha deve contribuir para manter os 
trabalhadores que não mais o puderem, tendo os benefícios caráter de 
manutenção social. Portanto, um segurado aposentado que retornar 
ao serviço e ficar incapaz temporariamente por mais de 15 dias não 
fará jus ao auxílio-doença (estudaremos esse benefício logo à frente), 
 
185 
 
pois sua aposentadoria já o mantém, mas mesmo assim ele deverá 
contribuir. 
Por fim, uma regra que possui efeitos apenas para prova, pois 
não possui aplicabilidade prática alguma, é a da aposentadoria 
compulsória. Caso o segurado já tenha cumprido a carência e possua 
70 anos de idade se homem ou 65 se mulher, ele poderá ser 
compulsoriamente aposentado a requerimento de seu empregador. O 
empregador vai ao INSS, requere a aposentadoria compulsória do 
segurado e ele não pode negá-la. A ideia, na elaboração da lei, era a de 
que o empregador tivesse como se “livrar” do empregado, pois se 
fosse demiti-lo, ele haveria de pagar uma indenização muito grande. 
Daí criou-se o instituto da aposentadoria compulsória. O problema é 
que, quando a lei foi aprovada, mudaram seu texto, passando a 
garantir essa indenização trabalhista mesmo no caso da aposentadoria 
compulsória. Portanto, o empregador, aposentando seu empregado de 
forma compulsória, deverá pagar a indenização da mesma forma, o 
que fez com que essa regra perdesse sua aplicabilidade prática. 
13.3 Aposentadoria por tempo de contribuição 
 
Como se percebe pelo nome do benefício, o evento 
determinante dessa aposentadoria é o tempo de contribuição. 
Antigamente, seu nome era aposentadoria por tempo de serviço, mas 
o que é levado em conta na prática não é o tempo de serviço, mas o 
tempo de contribuição, por isso seu nome foi alterado (apesar da lei 
 
186 
 
8.213/91 estar desatualizada). Para os homens, são necessários 35 
anos de contribuição, já para as mulheres, 30 anos. 
A maioria das pessoas confunde a aposentadoria por tempo de 
contribuição com a aposentadoria por idade, achando que as pessoas 
devem possuir idade e tempo de contribuição para se aposentar, mas 
na aposentadoria por tempo de contribuição não há idade mínima 
exigida. Se o segurado tiver o tempo de contribuição necessário ele 
poderá requerer sua aposentadoria independentemente de sua idade. 
No projeto inicial da lei 8.213/91, havia um limite mínimo de idade 
estipulado para a obtenção dessa aposentadoria, mas ele foi removido 
antes de aprovarem a lei. Portanto, posteriormente, criaram o 
famigerado fator previdenciário (já estudado junto do salário-de-
benefício), pois quanto menor a idade do segurado ao requerer a 
aposentadoria, menor o fator previdenciário, reduzindo o valor do 
benefício. Qual o objetivo disso? Evitar a aposentadoria precoce, 
afinal, imagine uma mulher que começa a trabalhar aos 16, se 
aposenta aos 46 e vive até os 90. Não há sistema previdenciário que 
aguente. Por isso a renda mensal desse benefício é de 100% do
salário-
de-benefício com a aplicação obrigatória do fator previdenciário. 
Quando se tratar de segurado portador de deficiência, o tempo 
de contribuição exigido será reduzido a depender do grau de 
deficiência do segurado. Nesses casos, a redução será feita da seguinte 
forma: se a deficiência for grave, a aposentadoria será concedida após 
25 anos de tempo de contribuição para os homens e 20 anos para as 
mulheres; se a deficiência for moderada, a concessão será após 29 
anos de tempo de contribuição para os homens e 24 anos para as 
mulheres; já se a deficiência for leve, será após 33 anos de tempo de 
 
187 
 
contribuição para os homens e 28 para as mulheres. Além disso, o 
fator previdenciário só será aplicado se resultar em renda mensal de 
valor mais elevado. Sua aplicação não será obrigatória. 
Também é interessante observarmos que no caso do segurado 
que seja professor que exerça suas atividades exclusivamente de 
magistério na educação infantil, ensino fundamental e ensino médio 
haverá uma redução de 5 anos de tempo de contribuição necessários 
para a obtenção da aposentadoria. Portanto, 30 anos para os 
professores e 25 anos para as professoras. O professor universitário 
não é contemplado com essa redução. 
A aposentadoria por tempo de contribuição também é 
irreversível, de modo que é irrenunciável. Todos os segurados têm 
direito, à exceção do segurado especial que não contribua 
facultativamente como contribuinte individual e do contribuinte 
individual e o facultativo que aderiram ao plano simplificado de 
inclusão previdenciária. Ela possui carência de 180 contribuições 
mensais. Mas se o tempo de contribuição é de 30 ou 35 anos, como o 
segurado não terá cumprido a carência de 15 anos? Imagine um 
advogado que trabalhe há 35 anos e que nunca recolheu nada à 
previdência. Ele não está filiado? Claro que está, pois o exercício de 
atividade remunerada o enquadra como segurado obrigatório, porém, 
está em débito com a previdência. Imagine agora que ele resolva pagar 
todos os 35 anos de contribuição em atraso. Ele terá 35 anos de 
contribuição e zero de carência, pois no caso do contribuinte 
individual, a carência só é contada a partir do primeiro recolhimento 
feito sem atraso. 
 
188 
 
O início do benefício seguirá a regra da aposentadoria por 
idade. Para os segurados empregados e empregados domésticos a 
data de início do benefício será na data do desligamento do emprego, 
se requerida em até 90 dias da data do desligamento, ou da data de 
entrada do requerimento do benefício, se requerida após 90 dias da 
data do desligamento. Para os outros segurados, será da data de 
entrada do requerimento. 
Por fim, cabe ressaltar que não será computado como tempo 
de contribuição o já considerado para concessão de qualquer 
aposentadoria, tanto no RGPS quanto em RPPS. Além do mais, não 
será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de 
comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na 
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito. 
13.4 Aposentadoria especial 
 
Cuidado para não confundir as terminologias, pois 
aposentadoria especial nada tem a ver com o segurado especial. A 
aposentadoria especial é concedida com 15, 20 ou 25 anos de serviço 
exercido em condições especiais. Sua concessão está condicionada a 
um trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física 
durante 15, 20 ou 25 anos. 
Devemos ter atenção quanto aos tipos de segurado que fazem 
jus a esse benefício, pois, em regra, somente empregados e avulsos 
fazem jus à aposentadoria especial. O detalhe é que a lei 10.666/03 
 
189 
 
também estendeu esse direito aos cooperados, que são um tipo de 
contribuinte individual. Portanto, somente empregados, trabalhadores 
avulsos e cooperados fazem jus a essa aposentadoria. 
Ela possui carência de 180 contribuições mensais e tem a RMB 
calculada em 100% do salário-de-benefício, sem aplicação do fator 
previdenciário. O início poderá se dar de duas formas: para o 
empregado, será do desligamento do emprego se requerida em até 90 
dias da data do desligamento, ou da data do requerimento, se 
requerida após 90 dias da data do desligamento do emprego. Já para 
os avulsos e cooperados, será da data de entrada do requerimento. 
Para provar a exposição contínua, permanente, não ocasional 
nem intermitente perante o INSS, o segurado deverá se utilizar de um 
documento chamado de perfil profissiográfico previdenciário – PPP, 
que será emitido pela empresa com base em seu laudo técnico de 
condições ambientais do trabalho – LTCAT. Esse documento possui 
informações sobre a utilização de equipamentos de proteção, a que 
substâncias, ruído e temperaturas o segurado está exposto etc. Mas 
cuidado, pois a utilização de equipamentos de proteção não 
descaracteriza a exposição do segurado. 
O segurado que se aposentar pela aposentadoria especial não 
poderá voltar a exercer atividade especial, caso contrário, sua 
aposentadoria será suspensa. Ele poderá, no entanto, exercer 
normalmente atividade comum. 
Imagine agora que um segurado trabalhou 10 anos em uma 
mina de carvão, atividade que enseja aposentadoria aos 15 anos de 
serviço. Um tempo depois ele para de trabalhar na mina e vai trabalhar 
 
190 
 
exposto à radiação ionizante, que enseja aposentadoria aos 25 anos de 
serviço. Como será feito o cálculo do tempo necessário para sua 
aposentadoria? Nesse caso, a lei prevê uma tabela de conversão de 
tempo. Portanto, os 10 anos trabalhados serão multiplicados por 1,67, 
e será computado como 16,7 anos na atividade de 25. Também se 
pode converter tempo especial em comum. Se, por exemplo, o mesmo 
segurado que trabalhava na mina de carvão foi trabalhar como 
vendedor, converte-se o tempo de acordo com a tabela e ele se 
aposenta por tempo de contribuição. Mas atenção! Não existe 
conversão de tempo comum para especial! Nesse caso converte-se de 
especial para comum e o segurado se aposenta por tempo de 
contribuição. Lembrando que a atividade de professor, apesar de 
possuir redução de 5 anos na aposentadoria por tempo de 
contribuição, não é considerada uma atividade especial. Não há 
conversão de tempo exercido como professor em tempo comum. 
13.5 Auxílio-doença 
 
Esse é, atualmente, o benefício mais concedido pelo INSS. Seu 
evento determinante é a incapacidade temporária para o trabalho por 
mais de 15 dias consecutivos. Se o segurado ficar incapacitado por 
menos de 15 dias e for um empregado, a empresa pagará seu salário, 
porém, se for um contribuinte individual, azar. No caso de o segurado 
se filiar ao RGPS já portador da doença ou lesão invocada como motivo 
para a concessão do benefício, ele não fará jus ao mesmo, salvo se a 
doença sobrevier por motivo de agravamento ou progressão, tal como 
na aposentadoria por invalidez. 
 
191 
 
Como há locais em que a demora na realização da perícia 
médica é muito grande, criou-se o instituto do Atestado Médico 
Eletrônico. Esse atestado será emitido pelo médico particular do 
segurado, o qual atestará a incapacidade dele se ela for de até 60 dias. 
Assim, dispensa-se a perícia médica do INSS, bastando que o médico 
particular do segurado ateste sua incapacidade por até 60 dias. Se a 
incapacidade for por mais de 60 dias, então há necessidade de se fazer 
a perícia médica do INSS. Também deve ser observado o transcurso de 
180 dias, contados da cessação do benefício anterior concedido nessa 
modalidade, para utilização de novo Atestado Médico Eletrônico. 
Todos os segurados têm direito ao auxílio-doença. Sua carência
é de 12 contribuições mensais, dispensáveis nos casos de acidente ou 
moléstia grave elencada em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde 
e da Previdência Social. Ele possui RMB de 91% do salário-de-benefício 
e o início será semelhante ao da aposentadoria por invalidez: para o 
empregado, será a partir do 16º dia de afastamento, já para os outros 
segurados, será a partir da data do início da incapacidade. Para aqueles 
que requererem o benefício após 30 dias da data do início da 
incapacidade, o benefício iniciará na data de entrada do requerimento. 
O segurado está obrigado a qualquer tempo, independente de 
sua idade, a submeter-se a tratamento dispensado gratuitamente 
custeado pela previdência social, sob pena de suspenção do benefício. 
Porém, não está obrigado a realizar nenhum tratamento médico de 
risco, como cirurgia e transfusão de sangue. 
A regra é que nenhum benefício que substitua o salário-de-
contribuição do segurado possa ser inferior ao salário mínimo, porém, 
o auxílio-doença do segurado que exerce mais de uma atividade 
 
192 
 
diferente e esteja incapacitado somente para uma delas, poderá ser 
inferior. 
Se o segurado se incapacitar definitivamente para uma de suas 
atividades, caso exerça mais de uma diferente, não caberá a concessão 
de aposentadoria por invalidez. Afinal, o segurado não está 
insusceptível de reabilitação. Aliás, ele nem precisará ser reabilitado, 
pois já possui outra atividade. Nesse caso, o auxílio-doença será 
mantido indefinidamente, cessando quando o segurado se aposentar, 
morrer ou se invalidar de vez, o que acontecer primeiro. 
13.6 Salário-família 
 
O salário-família é um benefício concedido para ajudar nos 
encargos familiares dos empregados e trabalhadores avulsos de baixa 
renda que possuam filhos ou equiparados menores de 14 anos de idade 
ou inválidos. Portanto, se o segurado empregado ou avulso não for de 
baixa renda, o mesmo não terá direito ao benefício. 
O benefício iniciará a partir da apresentação da certidão de 
nascimento do filho ou equiparado e estará condicionado a 
apresentação anual de atestado de vacinação até os 6 anos de idade e 
semestral de frequência escolar a partir dos 7 anos. O salário-família 
será pago ao empregado pela empresa e ao avulso pelo sindicado ou 
órgão gestor de mão-de-obra, sendo que, posteriormente, esses farão 
o reembolso com o INSS, através de desconto na cota patronal. O valor 
do salário-família é fixo e depende do salário-de-contribuição do 
segurado. 
 
193 
 
Não há carência para esse benefício. Empregados e avulsos 
aposentados por idade ou invalidez também terão direito ao benefício, 
tal como os demais aposentados empregados e avulsos que tenham 
mais de 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher. 
No caso de pai e mãe terem direito ao benefício, ambos 
receberão o salário-família. Caso haja divórcio ou perda do pátrio-
poder, o valor será pago diretamente àquele cujo cargo ficar o 
sustento do menor. Se, por exemplo, a criança vai morar com a avó 
porque os pais batiam muito nela, se pai e mãe têm direito ao salário-
família, o valor dele será pago diretamente à avó. 
Por fim, caso o segurado seja demitido, ele deixará de fazer jus 
ao benefício, cessando-o. 
13.7 Salário-maternidade 
 
O salário-maternidade é o benefício mais abordado em provas 
de concurso, além de ser o mais extenso. Ele possui quatro eventos 
determinantes, que são: 
a) o Nascimento ou o Parto; 
b) a Adoção ou a Guarda judicial para fins de adoção; 
c) o Aborto não criminoso (ocorre antes da 23ª semana de 
gestação); e 
d) o Natimorto (ocorre após a 23ª semana de gestação). 
 
194 
 
Todas as seguradas fazem jus ao salário-maternidade. Para 
cada uma delas há uma regra de cálculo da RMB e existem duas regras 
sobre a carência. 
Podemos analisar a carência em dois grupos: 
a) o das empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras 
avulsas, onde não há carência; e 
b) o das contribuintes individuais, seguradas facultativas e 
seguradas especiais, onde a regra geral é de 10 contribuições 
mensais, ou, no caso da segurada especial, 10 meses de 
exercício da atividade rural. Em caso de parto antecipado, a 
carência poderá ser reduzida em número de meses em que o 
parto antecipar. Se o bebê nascer com, por exemplo, 7 meses 
de gestação, a carência será de 8 contribuições mensais, já que 
o parto foi antecipado em 2 meses. 
 
 Já para o cálculo da RMB, há uma regra para cada tipo de 
segurada: 
a) Empregada: remuneração integral, não se aplicando o teto do 
RGPS, mas o dos Ministros do STF, e é pago pela empresa, que 
posteriormente efetua o reembolso; 
b) Trabalhadora Avulsa: remuneração integral equivalente a um 
mês de trabalho. Faz-se o cálculo como se a avulsa tivesse 
trabalhado o mês inteiro e é pago diretamente pela previdência 
social; 
c) Empregada Doméstica: último salário-de-contribuição, 
portanto, há teto, já que não existe salário-de-contribuição 
acima do teto; 
 
195 
 
d) Segurada Especial: é no valor de um salário mínimo; 
e) Contribuinte individual, facultativa ou quem se encontra em 
período de graça: 1/12 da soma das 12 últimas contribuições 
apuradas em período não superior a 15 meses. Isso porque 
essas seguradas não contribuem necessariamente todos os 
meses. 
O benefício terá início no período compreendido entre os 28 
dias antes do parto e a data da ocorrência deste, com duração de 120 
dias. No caso de aborto, o benefício será pago por 2 semanas. 
Devemos ter muito cuidado no caso de adoção ou guarda 
judicial para fins de adoção. A legislação nos diz que a duração segue 
uma tabela relacionando a idade da criança com o tempo, que segue 
abaixo: 
Idade da criança adotada Duração do benefício 
Até 01 ano 120 dias 
De 01 até 04 anos 60 dias 
De 04 até 08 anos 30 dias 
 
Porém, atualmente, o INSS vem concedendo o salário-
maternidade com duração de 120 dias, independentemente da idade 
da criança adotada. Isso acontece porque houve uma Ação Civil 
Pública (ACP nº 5019632-23.2011.404.7200/SC) em que o 
entendimento anterior foi contestado. Com a sentença o INSS passou a 
conceder, para todas as adotantes de crianças de até 12 anos, o 
salário-maternidade com 120 dias de duração. Portanto, se a questão 
pedir o entendimento legal, siga a tabela e a idade máxima de 8 anos, 
 
196 
 
se pedir o procedimento do INSS, o prazo será de 120 dias e a idade 
máxima de 12 anos. Ademais, nos casos de adoção, mesmo para a 
empregada, o salário-maternidade será pago diretamente pela 
previdência social. 
Quando houver adoção de mais de uma criança, será devido 
um único salário-maternidade, que será pago em relação à criança de 
menor idade. No caso de a segurada ter mais de um emprego 
concomitante, ela terá direito a um salário-maternidade relativo a 
cada emprego. 
Sabemos que no caso da empregada, é a empresa que paga o 
salário-maternidade. Mais tarde a empresa tem os valores pagos à 
empregada ressarcidos com descontos na cota patronal. Ela deixa de 
recolher sua cota parte até alcançar o valor pago à empregada. Porém, 
há casos em que essa lógica é falha, como no caso do MEI, que só pode 
ter um único empregado, não tendo esse ressarcimento viabilidade 
alguma. Por isso, nesse caso, a lei prevê que quem paga o salário-
maternidade é a previdência social, diretamente. Portanto, a 
empregada do MEI terá seu salário maternidade pago diretamente 
pela previdência social. 
O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício 
por incapacidade, portanto, se a segurada estiver recebendo auxílio-
doença, esse será suspenso para que o salário-maternidade seja
pago. 
Ambos os benefícios não se acumulam. 
Por fim, a segurada aposentada que retornar ao serviço fará jus 
ao salário-maternidade. 
 
197 
 
13.8 Auxílio-acidente 
 
O auxílio-acidente será concedido como indenização quando 
após consolidação das lesões oriundas de acidente de qualquer 
natureza, resultarem sequelas permanentes que impliquem na redução 
da capacidade laborativa. Tudo isso tem que ocorrer 
simultaneamente: acidente de qualquer natureza¹, sequela definitiva² 
e a redução da capacidade laborativa³. 
Somente os segurados empregados, trabalhadores avulsos e 
especiais fazem jus a esse benefício. Isso ocorre porque somente esses 
segurados sofrem acidente de trabalho. Mas não confunda, auxílio-
acidente pode ser concedido devido a acidente de qualquer natureza. 
Por ser uma prestação acidentária, não há carência para esse 
benefício. A RMB do auxílio-acidente será de 50% do salário-de-
benefício, tendo início no dia imediatamente posterior ao da cessação 
do auxílio-doença que o antecedeu e terminando quando o segurado 
se aposentar ou morrer, o que acontecer primeiro. 
Caso não haja repercussão na capacidade laborativa, não há 
que se falar em auxílio-acidente. Imagine um advogado que perde um 
dedão do pé. Certamente ele não terá problemas em continuar a 
exercer advocacia, diferentemente de um jogador de futebol. 
Por fim, no caso de reabertura do auxílio-doença que deu 
origem ao auxílio-acidente, suspender-se-á o auxílio acidente 
enquanto o auxílio-doença estiver aberto. Ambos não podem ser 
prestados em concomitância. Mas isso somente com o auxílio-doença 
 
198 
 
que deu origem ao benefício. Se for auxílio-doença de um evento 
distinto, não há problema em acumular. Portanto, não se acumulam 
auxílio-doença com auxílio-acidente do mesmo fato gerador nem dois 
auxílios-acidentes (que seria uma verdadeira aposentadoria). 
13.9 Pensão por morte 
 
A pensão por morte é um benefício devido aos dependentes do 
segurado (o que é óbvio), mais precisamente de todos os tipos de 
segurado, aposentado ou não, além de ser um benefício sem carência. 
Imagine um jovem casal, de 18 anos, João e Maria, ambos 
casados. João, em seu primeiro dia de trabalho, vem a falecer. Maria 
terá direito à pensão? Sim! Pois ela é uma dependente da primeira 
classe, não precisando nem mesmo comprovar dependência 
econômica. Como o benefício não tem carência, ela poderá receber a 
pensão normalmente. E até quando ela receberá a pensão? Até ela 
morrer ou se casar com outra pessoa que também venha a falecer e 
ela opte pela pensão dele. Perceba, então, que pensão por morte de 
cônjuge ou companheiro não acumula com outra pensão por morte de 
cônjuge ou companheiro. Mas cuidado, pois ela poderá acumular com 
a de outros fatos geradores, como uma pensão de cônjuge e outra de 
filho. Além disso, o simples fato de a Maria se casar novamente não a 
impede de continuar recebendo a pensão, o que não pode é ela ter 
duas pensões de cônjuges ou companheiros. 
A RMB observará duas regras. Se o segurado estava aposentado 
na data do óbito, ela será de 100% do valor da aposentadoria que ele 
 
199 
 
recebia. Porém, se não estava aposentado na data do óbito, ela será o 
valor que o segurado teria direito a receber caso se aposentasse por 
invalidez na data do óbito (100% do salário-de-benefício). 
A data de início do benefício sempre será a data do óbito, 
porém, o pagamento somente será feito a partir da data do óbito se o 
benefício for requerido em até 30 dias da ocorrência deste. Somente 
nesse caso o pagamento irá retroagir à data do óbito. Caso contrário, 
se requerido após 30 dias da data do óbito, o pagamento será feito a 
partir da data de entrada do requerimento. 
A concessão da pensão não será protelada pela falta de 
habilitação de outro possível dependente. Quem chegar primeiro leva 
a pensão. Ademais, qualquer habilitação posterior que implique em 
alteração no quadro de dependentes a receber o benefício somente 
fará efeito a partir da data da habilitação, não retroagindo. 
O cônjuge ausente e a ex-mulher que renunciou aos alimentos 
no processo de separação poderão fazer jus à pensão, desde que 
comprovada a dependência econômica. 
Quanto ao dependente deficiente intelectual ou mental, a 
deficiência intelectual ou mental não interrompe o direito à pensão 
por morte no caso de emancipação ou de se completar 21 anos de 
idade. Esse dependente continua a fazer jus à pensão mesmo que se 
emancipe ou complete 21 anos. Além disso, a parte individual da 
pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental que 
exerça atividade remunerada será reduzida em 30%, devendo ser 
integralmente restabelecida em face da extinção da relação de 
trabalho ou da atividade empreendedora. 
 
200 
 
A pensão também poderá ser concedida em casos de morte 
presumida, onde há, por exemplo, a queda de um avião com o 
segurado dentro. Catástrofes e outros eventos que presumam a morte 
do segurado poderão ser aceitos para a concessão de pensão por 
morte. 
Por fim, no caso de mais de um dependente receber pensão 
por morte, ela será rateada em partes iguais. Se mãe e dois filho 
recebem uma pensão de R$1200,00, cada um receberá uma cota parte 
de R$400,00. 
13.10 Auxílio-reclusão 
 
Esse benefício é devido ao conjunto de dependentes do 
segurado de baixa renda que for recolhido à prisão e que não esteja 
em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência 
em serviço. A ideia é de que a pena não pode passar da pessoa do 
condenado, não podendo, assim, afetar sua família. Atenção, pois os 
dependentes somente terão direito caso o segurado seja de baixa 
renda. 
Os dependentes de todos os tipos de segurados farão jus ao 
benefício. Não há carência e a data de início, tal como a RMB, serão 
calculadas da mesma forma que a pensão por morte (reparem que 
como o segurado não pode estar aposentado, utiliza-se a segunda 
regra de cálculo da RMB, ou seja, 100% do SB). 
 
201 
 
Os beneficiários estão condicionados a apresentação trimestral 
de atestado emitido pela autoridade competente de que o segurado 
continua recluso, sob pena de suspenção do benefício. No caso de 
fuga, o benefício será suspenso, porém, se o segurado for recapturado 
dentro do período de graça, ou seja, desde que mantida a qualidade 
de segurado, o benefício será restabelecido. Interessante é saber que 
caso o segurado exerça atividade remunerada no período de fuga, essa 
atividade contará para ver se o segurado perdeu ou não a qualidade de 
segurado. 
Por fim, esse benefício não acumula com auxílio-doença nem 
com aposentadoria, porém, se esses benefícios forem mais vantajosos 
que o auxílio-reclusão e os dependentes também manifestarem 
interesse, o auxílio-reclusão poderá deixar de ser pago e o segurado 
poderá receber algum desses benefícios. 
13.11 Serviço social 
 
O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e 
visa prestar ao beneficiário orientação e apoio no que concerne à 
solução dos problemas pessoais e familiares. Ele também prestará 
orientação e apoio na inter-relação do beneficiário com a previdência 
social. 
 Importante é saber que será dada prioridade para os 
segurados em gozo de benefício por incapacidade e atenção especial 
para os aposentados e pensionistas. 
 
202 
 
13.12 Reabilitação profissional 
 
A reabilitação profissional será prestada em caráter 
obrigatório para aqueles que estão inaptos à prática de atividade 
laboral, visando recuperá-los à antiga atividade ou readaptá-los a uma 
nova. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a 
preencher seus cargos
com reabilitados na seguinte proporção: 
Empregados % dos cargos 
De 100 até 200 2% 
De 201 até 500 3% 
De 501 até 1000 4% 
1001 ou mais 5% 
 
A dispensa de empregado nessas condições, quando se tratar 
de contrato por tempo superior a noventa dias e a imotivada, no 
contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a 
contratação de substituto em condições semelhantes. 
Concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS 
emitirá certificado individual indicando a função para a qual o 
reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do 
exercício de outra para a qual se julgue capacitado. Porém, não 
constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado 
no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi 
reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a 
emissão do certificado. 
 
203 
 
 
CAPÍTULO 14 - OUTRAS DISPOSIÇÕES SOBRE 
BENEFÍCIOS 
14.1 Abono anual 
 
O abono anual é como se fosse o 13º salário dos empregados. 
Ele será pago até o dia 20 de dezembro e terá como base o valor da 
RMB do mês de dezembro. Nada de média aritmética! Pega-se o valor 
da RMB do mês de dezembro e se vê durante quantos meses do ano o 
segurado recebeu benefício, só então faz-se o cálculo. Imagine um 
segurado que recebeu auxílio-doença no valor de R$1000,00 de junho 
à dezembro, durante 6 meses. A RMB de dezembro também foi no 
valor de R$1000,00, portanto, como o segurado só recebeu benefício 
durante 6/12 do ano, multiplica-se esse valor pelo recebido em 
dezembro, que, no caso, resultará em R$500,00. 
O período igual ou superior a quinze dias dentro do mês 
correspondente será considerado como mês integral para efeitos de 
cálculo. O único benefício previdenciário que não faz jus ao abono 
anual é o salário-família, além do BPC LOAS que além de não ter abono 
anual não gera pensão. 
14.2 Acumulação de benefícios 
 
 
204 
 
Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o 
recebimento conjunto dos seguintes benefícios da previdência social, 
inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho: 
 Aposentadoria + Auxílio-Doença; 
 Mais de uma aposentadoria; 
 Salário-Maternidade + Auxílio-Doença; 
 Mais de um Auxílio-Acidente; 
 Auxílio-Acidente + Aposentadoria; 
 Auxílio-Acidente + Auxílio-Doença do mesmo fato 
gerador; 
 Mais de uma pensão deixada por cônjuge ou 
companheiro; 
 Auxílio-Reclusão + Auxílio-Doença, Aposentadoria ou 
Abono de permanência em serviço; 
 Seguro-Desemprego + Qualquer BPC, exceto: Pensão 
por Morte, Auxílio-Reclusão e Auxílio-Acidente. 
No caso da pensão deixada por cônjuge ou companheiro, é 
facultado ao dependente optar pela pensão mais vantajosa. O 
segurado recluso não faz jus aos benefícios de auxílio-doença e de 
aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-
reclusão, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos 
dependentes, pelo benefício mais vantajoso. 
14.3 Acidente de Trabalho 
 
 
205 
 
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício da atividade 
a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho do segurado 
especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho. Somente sofrem acidente de trabalho os 
segurados empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais. 
Consideram-se acidente do trabalho a doença profissional, 
assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade, e a doença do trabalho, 
assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, ambos conforme relação constante no Regulamento. 
Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída 
na relação prevista no Regulamento resultou das condições especiais 
em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a 
Previdência Social deverá considerá-la acidente do trabalho. 
Não são consideradas como doença do trabalho: 
I - a doença degenerativa; 
II - a inerente a grupo etário; 
III - a que não produza incapacidade laborativa; e 
IV - a doença endêmica adquirida por segurado habitante de 
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é 
resultante de exposição ou contato direto determinado pela 
natureza do trabalho. 
 
206 
 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho: 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a 
causa única, haja contribuído diretamente para a morte do 
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o 
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a 
sua recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do 
trabalho, em consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por 
terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de 
disputa relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de 
terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; e 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos 
ou decorrentes de força maior. 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do 
empregado no exercício de sua atividade; e 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e 
horário de trabalho: 
 
207 
 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a 
autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para 
lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo 
quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor 
capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de 
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do 
segurado; e 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste 
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive 
veículo de propriedade do segurado. Porém, não se caracteriza 
como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo 
segurado que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou 
alterado o percurso habitual. 
Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião 
da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho 
ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho 
a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se 
superponha às consequências do anterior. Considera-se como o dia do 
acidente, no caso de doença profissional ou doença do trabalho, a data 
de início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade 
habitual ou o dia da segregação compulsória ou o dia em que for 
realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer 
primeiro. 
 
208 
 
14.4 Disposições diversas 
 
A apresentação de documentação incompleta não constitui 
motivo para recusa do requerimento de benefício. Por mais que o 
beneficiário, devido a essa incompletude, passe a não fazer jus ao 
benefício, ele pode requerê-lo. O INSS não pode negar o 
requerimento, podendo, no máximo, indeferir o pedido. 
A impressão digital do beneficiário incapaz de assinar, aposta 
na presença de servidor da previdência social ou representante desta, 
vale como assinatura para quitação de pagamento de benefício. 
O benefício será pago diretamente ao beneficiário, salvo em 
caso de ausência, moléstia contagiosa ou impossibilidade
de 
locomoção, quando será pago a procurador, cujo mandato não terá 
prazo superior a 12 meses, podendo ser renovado ou revalidado pelos 
setores de benefícios do INSS. Além disso, somente será aceita a 
constituição de procurador com mais de uma procuração, ou 
procurações coletivas, nos casos de representantes credenciados de 
leprosários, sanatórios, asilos e outros estabelecimentos congêneres, 
nos casos de parentes de primeiro grau, ou, em outros casos, a critério 
do INSS. 
Por fim, o primeiro pagamento do benefício deverá ser 
efetuado em até 45 dias após a data da apresentação, pelo segurado, 
da documentação necessária à sua concessão. Com isso visa-se dar 
celeridade ao andamento dos processos de requerimento dos 
benefícios. O pagamento dos benefícios com renda mensal superior a 
um salário mínimo será efetuado do primeiro ao quinto dia útil do mês 
 
209 
 
subsequente ao de sua competência, observada a distribuição 
proporcional do número de beneficiários por dia de pagamento, 
enquanto o dos com renda mensal no valor de até um salário mínimo, 
serão pagos no período compreendido entre o quinto dia útil que 
anteceder o final do mês de sua competência e o quinto dia útil do 
mês subsequente, também observada a distribuição proporcional dos 
beneficiários por dia de pagamento. 
 
 
210 
 
REVISÃO 
 
CAP. 10 – MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO 
 
10.1 Manutenção da qualidade de segurado 
 
 Período de graça 
 Não conta como carência nem tempo de contribuição 
 Sem limite de prazo → Gozo de benefício 
 12 meses → Cessar BI; Cessar Contribuições (pode ser acrescido 
em até mais 24 meses); Livramento; Segregação. 
 3 meses → Serviço Militar 
 6 meses → Cessar as contribuições do facultativo 
 
10.2 Perda da qualidade de segurado 
 
 Caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade 
 Não prejudica aposentadoria (idade, TC e especial) com 
requisitos completos nem pensão caso o segurado já tiver 
cumprido com todos os requisitos necessários para obtenção 
de aposentadoria na data do óbito 
 
CAP. 11 – PERÍODOS DE CARÊNCIA 
 
11.1 Períodos de Carência 
 
 12 contribuições → Auxílio-Doença e Aposentadoria por 
Invalidez 
 
211 
 
 180 contribuições → Aposentadoria por idade, tempo de 
contribuição e especial 
 10 contribuições → Salário-maternidade (CI, F, ES), e quando o 
parto antecipar, a carência é reduzida em número de meses em 
que o parto antecipou. 
 
 
Independem de Carência 
 Pensão por morte; auxílio reclusão; salário família; e auxílio-
acidente 
 Salário-maternidade para empregada, empregada doméstica e 
avulsa 
 Auxílio Doença e Aposentadoria por Invalidez nos casos de 
acidente ou moléstia grave 
 
11.2 Carência e perda da qualidade de segurado 
 
 Caso haja perda da qualidade de segurado, para computar o 
antigo tempo de carência deve-se cumprir 1/3 da carência do 
benefício pleiteado. 
 
CAP. 12 – SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO 
 
12.1 Salário-de-benefício 
 
 Base de cálculo do valor dos benefícios 
 
212 
 
 Média dos 80% maiores salários de contribuição 
correspondentes ao período básico de cálculo (a partir de 
07/94) 
 Para o segurado especial = 1 salário mínimo 
 Observa piso e teto 
 
12.2 Fator Previdenciário 
 
 Apenas nas aposentadorias por idade (facultativo) e tempo de 
contribuição (obrigatório) 
 Aposentadoria por tempo de contribuição de portador de 
deficiência possui aplicação facultativa 
 Leva em conta: 
↳ Idade 
↳ Expectativa de sobrevida 
↳ Tempo de contribuição 
 
12.3 Renda Mensal de Benefício 
 
 SB x Alíquota = RMB 
 No caso de aposentadoria precedida de auxílio-acidente, este 
será somado ao salário de contribuição. 
 Auxílio-Acidente, Salário-Família e Auxílio-Doença para uma das 
atividades, podem ser inferiores ao salário mínimo. 
 
A RMB dos benefícios será de: 
 Auxílio-doença = 91% do SB 
 Aposentadoria por Invalidez = 100% do SB 
 
213 
 
 Aposentadoria por Idade = 70% do SB + 1% pra cada grupo de 
12 contribuições mensais (limitado a 30%) x FP Facultativo 
 Aposentadoria por Tempo de Contribuição = 100% do SB x FP 
 Aposentadoria Especial = 100% do SB 
 Auxílio-Acidente = 50% do SB 
 Pensão por Morte e Auxílio-Reclusão = 100% da aposentadoria 
que o segurado recebia, ou teria direito caso se aposentasse 
por invalidez. 
 
CAP. 13 – PRESTAÇÕES EM ESPÉCIE 
 
13.1 Aposentadoria por Invalidez 
 
 Segurado considerado incapaz e insusceptível de reabilitação 
para o trabalho 
 Doença que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não 
confere direito à aposentadoria, exceto se a incapacidade 
sobrevier por agravamento. 
 Afastamento de todas as atividades 
 Se retornar ao trabalho, a aposentadoria é automaticamente 
cessada 
 Verificada a recuperação do segurado: | I: Se dentro de 5 anos 
do começo do auxílio-doença/aposentadoria = Empregado que 
tem direito a retornar à mesma função terá o benefício cessado 
imediatamente, já os demais segurados receberão o benefício 
tantos meses quantos forem os anos de duração | II: Se após 5 
anos do começo do auxílio-doença/aposentadoria, ou no casos 
de recuperação parcial ou quando o segurado for declarado 
 
214 
 
apto para o exercício de atividade diversa, a aposentadoria será 
mantida por 18 meses, com redução de 50% após 6 meses e de 
75% após 12 meses. 
 Quem tem Direito: Todos os segurados 
 Carência: 12 contribuições, exceto se for por acidente ou 
moléstia grave 
 RMB: 100% do SB / Direito a majoração de 25% caso haja 
necessidade de assistência permanente de outra pessoa 
 Início: Dia da cessação do Auxílio-doença, ou se verificada 
incapacidade total pela perícia inicial: Para o Empregado – a 
partir do 16º dia de afastamento; Para os outros segurados – a 
partir do dia do início da incapacidade; Para todos que 
requererem o benefício após 30 dias: data do requerimento 
 Segurado é obrigado a submeter-se a tratamento dispensado 
gratuitamente, exceto o cirúrgico e transfusão de sangue, que 
são facultativos 
 
13.2 Aposentadoria por Idade 
 
 Devida quando cumprida a carência, ao segurado que 
completar 65 anos de idade se homem e 60 se mulher 
 Redução de 5 anos para os trabalhadores rurais, garimpeiros 
(garimpeiro só em regime de economia familiar) e portadores 
de deficiência: 60 para homens e 55 para mulheres 
 Benefício permanente (irreversível) 
 Quem tem direito: Todos os Segurados 
 Carência: 180 contribuições 
 
215 
 
 RMB: 70% do SB + 1% por grupo de 12 contribuições (limitado a 
30%) x FP facultativo 
 Início: Para o Empregado e o Doméstico – a partir do 
desligamento do emprego se requerido em até 90 dias; Da data 
do requerimento se requerida após 90 dias da data do 
desligamento; Para os outros segurados – a partir da data do 
requerimento 
 Segurado aposentado que retornar ao trabalho será segurado 
obrigatório, e deverá contribuir sem direito a contraprestações 
(exceto Salário-família e Salário-Maternidade) 
 Aposentadoria compulsória pode ser requerida pela empresa, 
desde que o segurado conte com a carência e tenha 70 anos se 
homem, e 65 se mulher. 
 
13.3 Aposentadoria por Tempo de Contribuição 
 
 35 anos de contribuição se homem e 30 se mulher 
 Benefício permanente (irreversível) 
 Redução de 5 anos para professores que exercem atividade 
exclusivamente de magistério na educação infantil, ensino 
fundamental ou ensino médio 
 Redução no TC para o
segurado portador de deficiência de 
acordo com o grau da deficiência e aplicação do fator 
previdenciário apenas de forma a beneficiá-lo. Se for 
↳ Grave: 25 anos para homens e 20 para mulheres 
↳ Moderada: 29 anos para homens e 24 para mulheres 
↳ Leve: 33 anos para homens e 28 para mulheres 
 
216 
 
 Quem tem direito: A princípio, todos os segurados, exceto: 
Segurado Especial que não contribua facultativamente como 
Contribuinte Individual; e o Contribuinte Individual ou 
Facultativo que aderirem ao Plano Simplificado de Inclusão 
Previdenciária. 
 Carência: 180 contribuições 
 Início: Para o Empregado e o Doméstico – a partir do 
desligamento do emprego se requerido em até 90 dias; Da data 
do requerimento se requerida após 90 dias da data do 
desligamento; Para os outros segurados – a partir da data do 
requerimento 
 RMB: 100% do SB x FP 
 
13.4 Aposentadoria Especial 
 
 Trabalho permanente, não ocasional nem intermitente 
exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física durante 15, 20 ou 25 anos 
 Quem tem direito: Empregado; Trabalhador Avulso; e 
Contribuinte individual COOPERADO 
 Carência: 180 contribuições 
 Início: Para o Empregado – a partir do desligamento do 
emprego se requerido em até 90 dias; Da data do 
requerimento se requerida após 90 dias da data do 
desligamento; Para o Trabalhador Avulso e o Contribuinte 
Individual – a partir da data do requerimento 
 RMB: 100% do SB 
 
217 
 
 Comprovação da exposição aos agentes nocivos mediante PPP 
– perfil profissiográfico previdenciário 
 Segurado aposentado que retornar ao serviço sujeito a 
condições especiais terá a aposentadoria suspensa, porém 
pode exercer atividade comum 
 Conversão: Especial → Especial; e Especial → Comum. Não há 
conversão de tempo Comum → Especial 
 
13.5 Auxílio-doença 
 
 Segurado incapacitado temporariamente por mais de 15 dias 
consecutivos 
 Doença que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não 
confere direito ao auxílio-doença, exceto se a incapacidade 
sobrevier por agravamento. 
 Atestado Médico Eletrônico: dispensa perícia médica do INSS; 
incapacidade até 60 dias; transcurso de 180 dias para utilização 
de novo Atestado Médico Eletrônico 
 Quem tem direito: Todos os segurados 
 Carência: 12 contribuições, exceto se for por acidente ou 
moléstia grave 
 RMB: 91% do SB 
 Início: Para o Empregado – a partir do 16º dia de afastamento; 
Para os outros segurados – a partir do dia do início da 
incapacidade; Para todos que requererem o benefício após 30 
dias: data do requerimento 
 
218 
 
 Segurado é obrigado a submeter-se a tratamento dispensado 
gratuitamente, exceto o cirúrgico e transfusão de sangue, que 
são facultativos 
 Poderá ser inferior ao salário mínimo caso o segurado esteja 
incapacitado apenas para o exercício de uma de suas atividades 
 Caso se incapacite DEFINITIVAMENTE para uma das atividades 
que exerce (caso exerça mais de uma), o auxílio-doença será 
mantido indefinidamente 
 
13.6 Salário-família 
 
 Segurados empregados e avulsos de baixa renda que possuem 
filho ou equiparado menor de 14 anos ou inválido 
 Apresentação da certidão de nascimento; Apresentação anual 
do atestado de vacinação até 6 anos de idade; Apresentação 
semestral da comprovação de frequência escolar a partir dos 7 
anos 
 Quem tem direito: Empregado; Trabalhador Avulso; 
Empregados e avulsos aposentados por idade ou invalidez; 
Demais aposentados com mais de 65 anos de homem e 60 se 
mulher 
 Carência: Não há 
 RMB: Valor fixo 
 Início: A partir da apresentação da certidão de nascimento 
 Pago ao empregado pela empresa e ao avulso pelo sindicato ou 
OGMO 
 
219 
 
 Pai e mãe têm direito, e no caso de divórcio ou perda de pátrio 
poder, o valor será pago diretamente àquele cujo cargo ficar o 
sustento do menor 
 Desemprego do segurado cessa o salário-família 
 
13.7 Salário-maternidade 
 
 Evento determinante: 
↳ Nascimento/Parto; 
↳ Adoção ou guarda judicial para fins de adoção; 
↳ Aborto (antes da 23ª semana de gestação); e 
↳ Natimorto (após a 23ª semana de gestação) 
 Quem tem direito: Todas as seguradas 
 Carência: 
↳ Para empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa: Não 
há; 
↳ Para contribuinte individual, facultativa e especial: 10 contribuições, 
podendo ser reduzido em número de meses em que o parto for 
antecipado. 
 RMB: 
↳ Empregada: Remuneração integral, sem teto (pago pela empresa) 
↳ Trabalhadora Avulsa: Remuneração integral equivalente a um mês 
de serviço, pago diretamente pela Previdência 
↳ Empregada Doméstica: Último salário de contribuição, havendo teto 
↳ Segurada Especial: Um salário mínimo 
↳ Contribuinte Individual, Facultativa e quem se encontra em período 
de graça: 1/12 da soma das 12 últimas contribuições apuradas em 
período não superior a 15 meses 
 
220 
 
 Início: 
↳ Período entre 28 dias antes do parto e a data da ocorrência desde, 
com duração de 120 dias; 
↳ No caso de aborto: 2 semanas; 
↳ Adoção ou guarda judicial para fins de adoção (Sempre pago 
diretamente pela Previdência): 
(ACP) 120 para qualquer adoção de criança de até 12 anos 
(Legislação) Até 01 ano → 120 dias; de 01 até 04 anos → 60 dias; de 04 
até 08 anos → 30 dias 
 Não pode ser acumulado com benefício por incapacidade 
 Segurada aposentada que retornar ao serviço fará jus ao 
salário-maternidade 
 
13.8 Auxílio-acidente 
 
 Será concedido como indenização quando após consolidação 
das lesões decorrentes de (1) acidente de qualquer natureza, 
resultarem (2) sequelas que impliquem (3) redução da 
capacidade para o trabalho 
 Quem tem direito: Empregado; Trabalhador Avulso; e Segurado 
Especial 
 Carência: Não há 
 RMB: 50% do SB 
 Início: Dia imediato ao da cessação do auxílio-doença 
 Não dará ensejo caso não haja repercussão na capacidade 
laborativa 
 
221 
 
 No caso de reabertura de auxílio-doença pelo motivo que tenha 
dado origem ao auxílio-acidente, este será suspenso até cessar 
o auxílio-doença 
 
13.9 Pensão por morte 
 
 Devida ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, 
aposentado ou não. 
 Quem tem direito: Dependentes de todos os tipos de 
segurados. 
 Carência: Não há 
 RMB: 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia 
ou teria direito caso se aposentasse por invalidez 
 Início: Data do óbito quando requerida até 30 dias ou; da data 
do requerimento, se requerida após 30 dias 
 A concessão não será protelada pela falta de habilitação de 
outro possível dependente 
 Cônjuge ausente fará jus mediante prova de dependência 
econômica 
 Poderá ser concedida em caso de morte presumida (a contar da 
decisão judicial) 
 A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será 
rateada em partes iguais. 
 
13.10 Auxílio-reclusão 
 
 Devida ao conjunto de dependentes do segurado de baixa 
renda recolhido à prisão que não recebe remuneração da 
 
222 
 
empresa nem está em gozo de auxílio-doença, aposentadoria 
ou abono de permanência em serviço 
 Quem tem direito: Dependentes de todos os tipos de 
segurados. 
 Carência: Não há 
 RMB: 100% do SB 
 Início: Data do recolhimento à prisão quando requerida até 30 
dias ou; da data do requerimento, se requerida após 30 dias 
 Apresentação trimestral de atestado de que o segurado 
continua recluso 
 Na fuga, o benefício é suspenso, e, havendo recaptura, o 
benefício será
restabelecido, desde que mantida a qualidade de 
segurado 
 Não acumula com aposentadoria ou auxílio-doença, permitida 
a opção pelo mais vantajoso, desde que manifestada também 
pelos dependentes 
 
13.11 Serviço Social 
 
 Orientação e apoio na inter-relação com a Previdência Social 
 Prioridade para os segurados em benefício por incapacidade 
temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas 
 
13.12 Reabilitação Profissional 
 
 Caráter Obrigatório 
 A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a 
preencher seus cargos com reabilitados na seguinte proporção 
 
223 
 
de empregados: De 100 até 200 → 2%; De 201 até 500 → 3%; 
De 501 até 1000 → 4%; 1001+ → 5%. 
 
CAP. 14 – OUTRAS DISPOSIÇÕES SOBRE BENEFÍCIOS 
 
14.1 Abono Anual 
 
 Será calculado tendo por base o valor da RMB do mês de 
dezembro de cada ano 
 Período igual ou superior a 15 dias dentro do mês 
correspondente, será considerado como mês integral 
 Benefício que não faz jus ao abono anual: Salário-Família 
 
14.2 Acumulação de Benefícios 
 
 Não é permitido o recebimento em conjunto dos seguintes 
benefícios: 
↳ Aposentadoria + Auxílio-Doença 
↳ Mais de uma aposentadoria 
↳ Salário-Maternidade + Auxílio-Doença 
↳ Mais de um Auxílio-Acidente 
↳ Auxílio-Acidente + Aposentadoria 
↳ Mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro 
↳ Auxílio-Acidente + Auxílio-Doença do mesmo fato gerador 
↳ Auxílio-Reclusão + Auxílio-Doença, Aposentadoria ou abono de 
permanência em serviço 
↳ Seguro-Desemprego + Qualquer BPC, exceto pensão por morte, 
auxílio-reclusão e auxílio-acidente 
 
224 
 
 
14.3 Acidente de Trabalho 
 
 Somente segurados empregados, trabalhadores avulsos e 
segurados especiais 
 Doença profissional: a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade 
 Doença do trabalho: a adquirida ou desencadeada em função 
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele 
se relacione diretamente 
 Não são consideradas: a doença degenerativa; a inerente a 
grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; e a 
doença endêmica adquirida por segurado habitante de região 
em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é 
resultante de exposição ou contato direto determinado pela 
natureza do trabalho. 
 O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e 
horário de trabalho na: execução de ordem ou na realização de 
serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea 
de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; ou no percurso da residência para o 
local de trabalho ou deste para aquela são considerados 
acidente de trabalho 
 Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião 
da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do 
trabalho ou durante este, o empregado é considerado no 
exercício do trabalho. 
 
 
225 
 
 
14.4 Disposições Diversas 
 
 Documentação incompleta não constitui motivo para recusa do 
requerimento de benefício 
 Impressão digital do beneficiário incapaz de assinar vale como 
assinatura para quitação de pagamento de benefício 
 Procuração não terá mandato superior a 12 meses, podendo 
ser renovada 
 Primeiro pagamento do benefício deverá ser efetuado em até 
45 dias após a data da apresentação da documentação 
necessária à concessão 
 
 
 
226 
 
EXERCÍCIOS 
 
51) (CESPE, CBM/DF, 2011) Para fins de aposentadoria por idade dos 
trabalhadores rurais, deve ser comprovada a atividade rural, ainda que 
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento 
(administrativo ou judicial), pelo prazo de carência legalmente exigido. 
 
52) (CESPE, AGU, 2012) A concessão de pensão por morte, auxílio-
reclusão e salário-família independe de carência. 
 
53) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) Maria trabalhou de 02 de 
janeiro de 2006 a 02 de julho de 2006 como empregada de uma 
empresa, vindo a contrair moléstia não relacionada ao trabalho, com 
prejuízo do exercício de suas atividades habituais. Nessa situação, 
Maria 
a) não terá direito ao recebimento do auxílio-doença, por ausência do 
cumprimento da carência. 
b) terá direito à aposentadoria por invalidez, que independe do 
cumprimento de carência. 
c) terá direito ao auxílio-acidente, que não exige carência. 
d) terá direito ao auxílio-doença, que independe de carência. 
e) poderá receber aposentadoria por invalidez, se recolher mais duas 
contribuições. 
 
227 
 
 
54) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Alzira, estudante, filiou-se 
facultativamente ao regime geral de previdência social, passando a 
contribuir regularmente. Em razão de dificuldades financeiras, Alzira 
deixou de efetuar esse recolhimento por oito meses. Nessa situação, 
Alzira não deixou de ser segurada, uma vez que a condição de 
segurado permanece por até doze meses após a cessação das 
contribuições. 
 
55) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) O salário de benefício serve 
de base de cálculo da renda mensal do benefício. Para os segurados 
inscritos na Previdência Social, até 28/11/1999, calcula-se 
a) o auxílio-doença, pela média aritmética simples dos maiores 
salários-de-contribuição, corrigidos mês a mês, correspondentes a 
oitenta por cento do período contributivo decorrido desde julho de 
1994, multiplicada pelo fator previdenciário. 
b) a aposentadoria especial, pela média aritmética simples dos maiores 
salários-de-contribuição, corrigidos mês a mês, correspondentes a 
oitenta por cento do período contributivo decorrido desde julho de 
1994, multiplicada pelo fator previdenciário. 
c) a aposentadoria por tempo de contribuição, pela média aritmética 
simples dos oitenta por cento maiores salários-de-contribuição, 
corrigidos mês a mês, de todo o período contributivo, decorrido desde 
julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciário. 
 
228 
 
d) as aposentadorias por idade e tempo de contribuição, inclusive de 
professor, pela média aritmética simples dos oitenta por cento 
maiores salários-de-contribuição, corrigidos mês a mês, de todo o 
período contributivo, decorrido desde julho de 1994. 
e) o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pela média aritmética 
simples dos maiores salários-de-contribuição corrigidos mês a mês, 
correspondentes a cem por cento do período contributivo, decorrido 
desde julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciário. 
 
56) (FCC, Técnico do Seguro Social 2012) Em relação ao valor da renda 
mensal dos benefícios, é correto afirmar que 
a) o auxílio-doença corresponde a 100% (cem por cento) do salário de 
benefício. 
b) a aposentadoria por invalidez corresponde a 91% (noventa e um) 
por cento do salário de benefício. 
c) a aposentadoria por idade corresponde a 70% (setenta por cento) 
do salário de benefício. 
d) a renda mensal da aposentadoria especial não está sujeita ao fator 
previdenciário. 
e) a renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição não 
está sujeita ao fator previdenciário. 
 
 
229 
 
57) (CESPE Técnico do Seguro Social, 2008) Alexandre, caminhoneiro, 
sempre trabalhou por conta própria e jamais se inscreveu no regime 
geral da previdência social. Após sofrer um grave acidente, resolveu 
filiar-se à previdência. Seis meses depois, sofreu novo acidente e veio a 
falecer, deixando esposa e três filhos. Nessa situação, os filhos e a 
esposa de Alexandre não receberão a pensão por morte pelo fato de 
não ter sido cumprida a carência de doze meses. 
 
58) (CESPE Técnico do
Seguro Social, 2008) Há oito meses, Edna, 
profissional liberal, fez sua inscrição na previdência social, na 
qualidade de contribuinte individual, passando a recolher 
regularmente as suas contribuições mensais. Dois meses depois da 
inscrição, descobriu que estava grávida de 1 mês, vindo seu filho a 
nascer, prematuramente, com sete meses. Nessa situação, não há 
nada que impeça Edna de receber o salário-maternidade, pois a 
carência do benefício será reduzida na quantidade de meses em que o 
parto foi antecipado. 
 
59) (CESPE, CBM/DF, 2011) O segurado em gozo de auxílio-doença e 
que seja insuscetível de recuperação para sua atividade habitual 
deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o 
exercício de outra atividade. Nesse caso, o pagamento do benefício 
não cessará até que o segurado seja dado como habilitado para o 
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, 
quando considerado não recuperável, que ele seja aposentado por 
invalidez. 
 
230 
 
 
60) (CESPE , Técnico do Seguro Social, 2008) Um segurado empregado 
do regime geral que tenha sofrido acidente no trajeto de sua casa para 
o trabalho tem direito ao recebimento do auxílio-doença pela 
previdência social a partir do primeiro dia de afastamento do trabalho. 
 
61) (FCC, TRT 4ª Região - Juiz do Trabalho, 2012) Após trabalhar como 
empregado por 20 anos para uma mesma empresa e por 16 anos para 
outra (com todas as contribuições previdenciárias oportunamente 
recolhidas), segurado do INSS fica desempregado e sem recolher 
qualquer contribuição por mais de 5 anos, ao final dos quais vem a 
falecer, deixando esposa (que é empregada) e sua mãe (de 66 anos de 
idade). Nessa situação, a lei prevê, quanto ao benefício pensão por 
morte, que 
 a) sua mãe, por ser idosa, e sua mulher, se seu salário for de baixa 
renda, terão direito ao benefício, que será rateado em partes iguais. 
 b) nenhuma delas terá direito ao benefício, porque foi perdida a 
qualidade de segurado pelo instituidor no momento do óbito. 
 c) somente sua mulher terá direito, desde que comprove que 
dependia parcialmente do segurado. 
 d) somente sua mulher terá direito, independentemente de 
comprovação de dependência econômica. 
 
231 
 
 e) somente sua mãe terá direito, independentemente de 
comprovação de dependência econômica, por se tratar de pessoa 
idosa. 
 
62) (CESGRANRIO, Caixa - Advogado, 2012) Eduardo foi admitido por 
uma empresa como estoquista, em 18/09/2007. Suas atividades eram: 
controlar a recepção dos materiais, confrontando tipo e quantidades 
com os dados contidos nas requisições, certificar a correspondência 
entre o material recebido e o solicitado e dispor os materiais 
relacionados nos pedidos, separando-os de acordo com as 
especificações e quantidades. Após anos de trabalho, Eduardo passou 
a sentir fortes dores na coluna e, em pouco tempo, não conseguia mais 
fazer movimentos de flexão e extensão da coluna. Após a realização de 
exame médico pericial, constatou-se que o empregado estava inapto 
para o trabalho e impossibilitado de reabilitação. 
Considerando-se os fatos apresentados acima, qual dos benefícios 
previdenciários será concedido a Eduardo? 
 a) Aposentadoria especial 
 b) Aposentadoria por invalidez 
 c) Auxílio-doença 
 d) Auxílio-acidente 
 e) Salário-família 
 
 
232 
 
63) (TRT 2ª Região - Juiz do Trabalho) Assinale a alternativa correta: 
 a) O auxílio-acidente será devido ao segurado quando, após a 
consolidação das lesões decorrentes do acidente de trabalho, 
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade laborativa 
que exija maior esforço ou necessidade de adaptação para exercer a 
mesma atividade, independentemente de habilitação profissional. 
 b) O auxílio-acidente será devido, como indenização, ao segurado 
quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de 
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da 
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
 c) O auxílio-acidente será devido ao segurado quando, após a 
consolidação das lesões decorrentes do acidente de trabalho, 
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade laborativa 
que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época 
do acidente, porém, não o de outra, do mesmo nível de complexidade, 
após reabilitação profissional. 
 d) O auxílio-acidente será devido ao segurado quando, após a 
consolidação das lesões decorrentes do acidente do trabalho, 
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade laborativa 
que impeça, por si só, o desempenho da atividade que exercia à época 
do acidente, porém não o de outra, de nível inferior de complexidade, 
após reabilitação. 
 e) O auxílio-acidente será devido ao segurado quando, após a 
consolidação das lesões decorrentes de acidente de trabalho típico, 
 
233 
 
resultar sequelas que impliquem redução da capacidade para o 
trabalho que habitualmente exercia. 
 
64) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Lúcia exerce a atividade de 
professora do ensino fundamental desde dezembro de 1986, tem 56 
anos de idade e pretende obter benefício previdenciário em dezembro 
de 2011. Nessa situação, segundo o INSS, Lúcia tem direito a 
a) aposentadoria por idade. 
b) auxílio-doença. 
c) aposentadoria especial. 
d) aposentadoria por invalidez. 
e) aposentadoria por tempo de contribuição. 
 
65) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) João trabalhou na lavoura 
em sua pequena propriedade, sem o auxílio de terceiros, salvo de sua 
família, no período de janeiro de 1975 a 1990, sem contribuição, 
ocasião em que mudou-se para a cidade e passou a exercer a função 
de pedreiro, como empregado de uma construtora, até completar 60 
anos, em janeiro de 2011. Nessa situação, João 
a) terá direito a aposentar-se por idade em 2011. 
b) terá direito a aposentar-se por tempo de contribuição em 2011. 
c) terá direito à aposentadoria especial em 2011. 
 
234 
 
d) não terá direito a aposentar-se por idade em 2011. 
e) não possui a carência exigida para aposentar-se por idade em 2011. 
 
66) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) João trabalha, há dez anos, 
exposto, de forma não-ocasional nem intermitente, a agentes 
químicos nocivos. Nessa situação, João terá direito a requerer, no 
futuro, aposentadoria especial, sendo-lhe possível, a fim de completar 
a carência, converter tempo comum trabalhado anteriormente, isto é, 
tempo em que não esteve exposto aos agentes nocivos, em tempo de 
contribuição para a aposentadoria do tipo especial. 
 
67) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) José foi segurado da 
Previdência Social até janeiro de 2010 e recebia a título de auxílio-
doença R$ 580,00 (quinhentos e oitenta) reais. Nessa ocasião, 
envolveu-se com drogas e foi recolhido à prisão em regime fechado, 
fugindo em julho de 2011. Ele foi casado com Lídia com quem teve 
dois filhos, menores de 21 anos, na data do recolhimento à prisão. 
Posteriormente à prisão, Lídia separou-se de José e casou-se com João, 
em janeiro de 2011. Nessa situação, 
a) Lídia não poderá receber auxílio-reclusão. 
b) nenhum dependente poderá receber o auxílio-reclusão. 
c) o auxílio-reclusão será devido a todos os dependentes, da data do 
recolhimento à prisão até a data da fuga. 
 
235 
 
d) o auxílio-reclusão será devido à Lídia, desde a data da prisão até 
suas novas núpcias. 
e) o auxílio-reclusão será devido aos filhos de José, desde o 
recolhimento à prisão até que completem 21 anos. 
 
68) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Moacir, aposentado por 
invalidez pelo regime
geral de previdência social, recusa-se a 
submeter-se a tratamento cirúrgico por meio do qual poderá 
recuperar sua capacidade laborativa. Nessa situação, devido à recusa, 
Moacir terá seu benefício cancelado imediatamente. 
 
69) (CESPE , Técnico do Seguro Social, 2008) Rute, professora em uma 
escola particular, impossibilitada de ter filhos, adotou gêmeas recém-
nascidas cuja mãe falecera logo após o parto e que não tinham 
parentes que pudessem cuidar delas. Nessa situação, Rute terá direito 
a dois salários-maternidade. 
 
70) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Tomás, segurado 
empregado do regime geral da previdência social, teve sua capacidade 
laborativa reduzida por seqüelas decorrentes de grave acidente. Nessa 
situação, se não tiver cumprido a carência de doze meses, Tomás não 
poderá receber o auxílio-acidente. 
 
 
236 
 
71) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Marcela, empregada 
doméstica, após ter sofrido grave acidente enquanto limpava a vidraça 
da casa de sua patroa, recebeu auxílio-doença por três meses. Depois 
desse período, foi comprovadamente constatada a redução de sua 
capacidade laborativa. Nessa situação, Marcela terá direito ao auxílio-
acidente correspondente a 50% do valor que recebia a título de 
auxílio-doença. 
 
72) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Dalila, que é empregada 
doméstica e segurada do regime geral da previdência social, tem três 
filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de ser 
considerada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de 
receber esse benefício. 
 
73) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Fábio recebe auxílio-
acidente decorrente da consolidação de lesões que o deixaram com 
seqüelas definitivas. Nessa situação, Fábio poderá cumular o benefício 
que atualmente recebe com o auxílio-doença decorrente de outro 
evento. 
 
74) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Sofia, pensionista da 
previdência social em decorrência da morte de seu primeiro marido, 
João, resolveu casar-se com Eduardo, segurado empregado. Seis meses 
após o casamento, Eduardo faleceu em trágico acidente. Nessa 
situação, Sofia poderá acumular as duas pensões, caso o total recebido 
não ultrapasse o teto determinado pela previdência social. 
 
237 
 
 
75) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Tereza encontra-se 
afastada de suas atividades laborais e recebe o auxílio-doença. Nessa 
situação, caso engravide e tenha um filho, Tereza não poderá receber, 
ao mesmo tempo, o auxílio-doença e o salário-maternidade. 
 
Gabarito: 
51 – Correta. Se o segurado não for trabalhador rural quando da 
entrada do requerimento, se aposentará aos 65 anos de idade, se 
homem, ou 60, se mulher. 
52 – Correta. São benefícios que independem de carência: a pensão 
por morte; o auxílio-reclusão; o salário-família; o auxílio-acidente; o 
salário-maternidade para as seguradas empregada, empregada 
doméstica e trabalhadora avulsa; e o auxílio-doença e a aposentadoria 
por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa ou 
nos casos em que o segurado for acometido de moléstia elencada em 
lista específica. 
53 – A. A carência do auxílio-doença é de 12 contribuições mensais, 
dispensáveis somente nos casos de acidente ou nos casos em que o 
segurado for acometido de moléstia elencada em lista específica. 
54 – Errada. O período de graça do segurado facultativo é de 6 meses. 
55 – C. Os únicos benefícios que tem aplicação do fator previdenciário 
são a aposentadoria por tempo de contribuição (aplicação obrigatória) 
e a aposentadoria por idade (aplicação facultativa). 
 
238 
 
56 – D. A RMI do auxílio-doença é de 91% do SB, a da aposentadoria 
por invalidez de 100% do SB e a da aposentadoria por idade de 70% do 
SB + 1% para cada grupo de 12 contribuições mensais. A aposentadoria 
por tempo de contribuição possui aplicação do fator previdenciário, já 
a aposentadoria especial não. 
57 – Errada. Pensão por morte não possui carência, basta ter 
qualidade de segurado ou ter os requisitos completos para 
requerimento de aposentadoria. 
58 – Correta. Questão que se resolve com o trecho "dois meses depois 
da inscrição, descobriu que estava grávida de 1 mês". A carência do 
salário maternidade é sempre de 1 mês além do número de meses da 
gestação, portanto, como Edna começou a contribuir 1 mês antes de 
sua gestação, ela terá cumprido a carência. 
59 – Correta. Se insuscetível de recuperação para sua atividade 
habitual, o segurado deve ser habilitado para exercício de outra 
atividade ou aposentado por invalidez para que o auxílio-doença cesse. 
60 – Errada. Segurado empregado nunca tem a data de início do 
benefício no primeiro dia de afastamento, já que a empresa paga os 15 
primeiros dias. 
61 – D. Por já ter cumprido os requisitos para concessão de 
aposentadoria por tempo de contribuição, não mais importava se ele 
tinha ou não qualidade de segurado quando do falecimento. Como a 
esposa é dependente preferencial e possui presunção de dependência 
econômica, somente ela terá direito, independente de comprovação 
de dependência econômica. 
 
239 
 
62 – B. São estes os dois requisitos para concessão de aposentadoria 
por invalidez: estar inapto para o trabalho e impossibilitado de 
reabilitação. Segurado incapaz e insuscetível de reabilitação para o 
trabalho tem direito à aposentadoria por invalidez. 
63 – B. O acidente não precisa ser de trabalho, pode ser de qualquer 
natureza. 
64 – E. Lúcia, por ser professora do ensino fundamental, necessita de 
25 anos de tempo de contribuição, completos em dezembro de 2011. 
65 – D. Por não estar exercendo atividade rurícola no período 
imediatamente anterior ao do requerimento do benefício, João só 
poderá se aposentar aos 65 anos de idade. 
66 – Errada. Não se converte tempo comum em especial, somente o 
contrário. Assim, ele poderá converter o tempo especial em comum e 
se aposentar por tempo de contribuição. 
67 – B. O auxílio-reclusão só é devido se o segurado não estiver em 
gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em 
serviço. 
68 – Errada. Ninguém é obrigado a submeter-se a procedimento 
invasivo, tal como cirurgia ou transfusão de sangue. 
69 – Errada. Só terá direito a um salário-maternidade. Só recebe mais 
de um salário-maternidade quem possui mais de um emprego, 
independentemente do número de filhos. 
70 – Errada. Benefícios acidentários não têm carência. 
 
240 
 
71 – Errada. Empregada doméstica não faz jus ao recebimento de 
auxílio-acidente. Somente o fazem os segurados empregados, 
trabalhadores avulsos e segurados especiais. 
72 – Correta. Empregada doméstica não faz jus ao recebimento de 
salário-família. Somente o fazem os segurados empregados e 
trabalhadores avulsos. 
73 – Correta. Só não acumula o auxílio-acidente com auxílio-doença de 
mesma origem. Se o fato gerador for outro e o novo auxílio-doença 
nada tiver a ver com o auxílio-acidente, pode-se acumular. 
74 – Errada. Pensões de cônjuge ou companheiro não são benefícios 
acumuláveis. O que Sofia pode fazer é optar pela pensão mais 
vantajosa. 
75 – Correta. Salário-maternidade não acumula com auxílio-doença. 
 
 
 
Unidade IV: Outras 
Disposiço es 
CAPÍTULO 15 - OBRIGAÇÕES E 
RESSARCIMENTO 
15.1 Obrigações Acessórias e Responsabilidade 
Solidária 
 
Antes de tratamos das obrigações acessórias, vamos falar sobre 
a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e 
Informações à Previdência Social - GFIP. A GFIP surge, inicialmente, 
com a finalidade de unir em um único documento a possibilidade de a 
empresa recolher
o FGTS e cumprir as obrigações acessórias 
previdenciárias. As informações do segurado que presta serviço à 
empresa serão levadas à previdência por ela. 
As informações prestadas na GFIP servirão como base de 
cálculo das contribuições arrecadadas pelo INSS. Elas também 
comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos 
benefícios previdenciários, bem como se constituirão em termo de 
confissão de dívida, na hipótese do não-recolhimento. Vale ressaltar 
que o preenchimento, as informações prestadas e a entrega da GFIP 
são de inteira responsabilidade da empresa. 
 
242 
 
As informações constantes do Cadastro Nacional de 
Informações Sociais – CNIS também serão abastecidas pela GFIP. No 
caso de concessão de benefícios, se os dados existentes no CNIS forem 
suficientes para a concessão deste, não haverá necessidade de o 
segurado comprovar a veracidade das informações. Os dados 
constantes no CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições 
são considerados prova plena de filiação à Previdência Social, relação 
de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salário-de-
contribuição, salvo comprovação de erro ou fraude em sentido 
contrário. 
A GFIP só é exigida relativamente a fatos geradores ocorridos a 
partir de janeiro de 1999. Sua entrega deve ser feita em rede bancária 
até o dia 7 do mês seguinte ao de sua referência. 
Tratando agora das obrigações acessórias, elas são prestações 
geralmente ligadas à área contábil da empresa. Assim, a empresa, 
além de suas obrigações principais, como a do recolhimento das 
contribuições sociais, deve: 
I - preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida 
ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo 
manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha 
e recibos de pagamentos; 
II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua 
contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de 
todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, 
as contribuições da empresa e os totais recolhidos; 
 
243 
 
III - prestar ao INSS e à SRFB todas as informações cadastrais, 
financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por 
eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à 
fiscalização; 
IV - informar mensalmente ao INSS, por intermédio da GFIP, na 
forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos 
geradores de contribuição previdenciária e outras informações 
de interesse daquele Instituto; 
V - encaminhar ao sindicato representativo da categoria 
profissional mais numerosa entre seus empregados, até o dia 
10 de cada mês, cópia da Guia da Previdência Social 
relativamente à competência anterior; 
VI - afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à 
competência anterior, durante o período de um mês, no quadro 
de horários; e 
VII - informar, anualmente, à SRFB, na forma por ela 
estabelecida, o nome, o número de inscrição na previdência 
social e o endereço completo dos segurados que exercem 
pequena atividade comercial em via pública ou de porta em 
porta, como comerciante ambulante, por conta própria e a seu 
risco, por ela utilizados no período, a qualquer título, para 
distribuição ou comercialização de seus produtos, sejam eles de 
fabricação própria ou de terceiros, sempre que se tratar de 
empresa que realize vendas diretas. 
 
244 
 
No caso de, por exemplo, empreitada ou cessão de mão-de-
obra, que já estudamos no custeio, há obrigação acessória. Afinal, cabe 
a empresa tomadora de serviços reter e recolher em nome da 
prestadora os 11% do valor bruto da nota fiscal ou fatura. A empresa 
contratante apenas efetua o desconto, sem reduções patrimoniais 
para si. A empresa só paga à prestadora a diferença. 
Já a responsabilidade solidária ocorre quando a obrigação de 
arrecadar é transferida a um terceiro, com o objetivo de se assegurar o 
recolhimento da contribuição. A solidariedade só ocorre quando a 
contribuição não foi paga, passando-se assim a responsabilidade do 
recolhimento ao solidário. Se o recolhimento foi feito, não há que se 
cobrar o solidário. 
15.2 Restituição, Compensação e Reembolso 
 
Quando é feito um recolhimento além do que deveria ter sido 
pago, pode o segurado ou a empresa requerer a restituição ou 
compensação do valor que foi pago a mais. Como já vimos, o prazo 
para reaver esse valor é de cinco anos contados da data em que foi 
efetuado o recolhimento. Atenção, pois somente recolhimentos 
indevidos geram direito à restituição e à compensação. 
A restituição ocorre quando o valor é pago acima do que 
deveria ter sido, sendo diretamente devolvido ao segurado ou 
empresa, já a compensação ocorre quando esse valor vai sendo 
abatido nos futuros recolhimentos. Em geral, a restituição ocorre 
quando é grande o valor a ser percebido por um credor, já que seria 
 
245 
 
inviável a compensação. Além disso, a compensação não poderá 
ultrapassar 30% do valor recolhido a maior na competência a que se 
referir. 
O grande detalhe é que se um segurado ou uma empresa 
possuir créditos a receber, mas também estiver em débito com a 
previdência, esses valores serão automaticamente abatidos. Não há, 
quando o débito for maior que o crédito, direito à restituição. 
Já o reembolso ocorre quando é a empresa quem paga o 
benefício diretamente ao segurado, a exemplo do salário-maternidade 
e do salário-família. Nesses casos, a empresa paga o benefício 
diretamente ao segurado e posteriormente reembolsa esses valores 
com a previdência através de desconto na cota patronal. 
 
CAPÍTULO 16 - CRIMES CONTRA A 
SEGURIDADE SOCIAL 
 
16.1 Apropriação Indébita Previdenciária 
 
Os crimes contra a seguridade social são abordados em muitas 
das provas que cobram matéria de direito previdenciário. Seu 
conteúdo é extraído do diretamente do Código Penal. Digamos que 
eles são “FASIM” de se aprender. São eles: a Falsificação de 
 
246 
 
Documento Público; a Apropriação Indébita Previdenciária; a 
Sonegação de Contribuição Previdenciária; a Inserção de Dados Falsos 
em Sistemas de Informações; e a Modificação ou Alteração Não-
Autorizada de Sistema de Informações. 
O primeiro a ser estudado é a Apropriação Indébita 
Previdenciária, abordado no Art. 168-A do CP. Vejamos o bojo de seu 
texto: 
 
DeL. 2.848/40, 
Apropriação indébita previdenciária 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do 
público; 
II – recolher contribuições devidas à previdência social que 
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à 
venda de produtos ou à prestação de serviços; 
 
247 
 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas 
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela 
previdência social. 
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, 
antes do início da ação fiscal. 
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar 
somente a de multa se o agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia,
o pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento 
de suas execuções fiscais. 
 
Percebemos que a Apropriação Indébita Previdenciária ocorre 
quando a contribuição é descontada do segurado e não é recolhida à 
previdência. Assim, o segurado paga sua contribuição e ela não chega à 
previdência, indo para o bolso do operador bancário ou do patrão. 
 
248 
 
Como se percebe, há extinção de punibilidade se o agente 
espontaneamente declara, confessa e efetua o pagamento das 
contribuições antes do início da ação fiscal. A ação fiscal se inicia com o 
Termo de Início de Ação Fiscal – TIAF. Após o início da ação fiscal não 
há extinção de punibilidade, podendo, conforme o caso, gerar apenas 
o perdão judicial. 
Se o agente for primário e de bons antecedentes, poderá 
ocorrer o perdão judicial nos casos dele ter promovido o pagamento 
da contribuição após o início da ação fiscal e antes de oferecida a 
denúncia, ou caso o valor das contribuições devidas seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
16.2 Sonegação de Contribuição Previdenciária 
 
O segundo crime contra a seguridade a ser abordado é o da 
Sonegação de Contribuição Previdenciária, tipificado no Art. 337-A do 
Código Penal. 
 
DeL. 2.848/40, 
Sonegação de contribuição previdenciária 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social 
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
 
249 
 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento 
de informações previsto pela legislação previdenciária 
segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou 
trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem 
serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de 
serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e 
presta as informações devidas à previdência social, na forma 
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar 
somente a de multa se o agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
I – (VETADO) 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, 
 
250 
 
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento 
de suas execuções fiscais. 
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de 
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, 
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um 
terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será 
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste 
dos benefícios da previdência social. 
 
No caso da Sonegação de Contribuição Previdenciária, na 
caracterização do crime, o agente deixa de informar à previdência 
valores que deveriam ter sido recolhidos. Ocorre supressão da 
contribuição social. 
A extinção de punibilidade se dá quando o agente 
espontaneamente declara e confessa as contribuições devidas antes 
do início da ação fiscal. Não há necessidade do recolhimento para a 
extinção da punibilidade penal como na apropriação indébita 
previdenciária, ainda que o agente continue devendo à previdência. 
Já o perdão judicial só ocorre quando o agente for primário e 
de bons antecedentes e o valor das contribuições devidas seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
251 
 
16.3 Falsificação de Documento Público 
 
A Falsificação de Documento Público já era previsto no Código 
Penal, tendo sido acrescido dos §§ 3º e 4º pela Lei 9.983/00. 
 
DeL. 2.848/40, 
Falsificação de documento público 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, 
ou alterar documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento 
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao 
portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade 
comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações 
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, 
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado 
ou em documento que deva produzir efeito perante a 
 
252 
 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria 
ter sido escrita; 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento 
relacionado com as obrigações da empresa perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria 
ter constado. 
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos 
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, 
a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de 
prestação de serviços. 
 
Com os acréscimos sofridos, a tipificação deste crime visa evitar 
com que falsas informações cheguem à previdência social. Assim, 
evitam-se fraudes, já que, por exemplo, um vínculo inexistente 
informado na GFIP poderia gerar uma aposentadoria para alguém que 
não tem direito. 
16.4 Inserção de Dados Falsos em Sistemas de 
Informações 
 
Este crime se encontra no Art. 313-A do Código Penal. Vejamos: 
 
DeL. 2.848/40, 
 
253 
 
Inserção de dados falsos em sistema de informações 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente 
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados 
da Administração Pública com o fim de obter vantagem 
indevida para si ou para outrem ou para causar dano: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
Perceba que este é um crime que é praticado pelo funcionário 
público autorizado. Quando este insere dados falsos nos sistemas para 
obter vantagens para si ou para outrem, incorrerá nele. Por mais que o 
servidor empreste sua senha para outra pessoa inserir o dado falso, ele 
incorrerá no crime, pois houve facilitação. 
16.5 Modificação ou Alteração Não-Autorizada 
de Sistema de Informações 
 
Este dispositivo segue a mesma lógica do anterior, sendo mais 
abrangente. Dispõe o Código Penal em seu Art. 313-B: 
 
DeL. 2.848/40, 
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de 
informações 
 
254 
 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de 
informações ou programa de informática sem autorização ou 
solicitação de autoridade competente: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a 
metade se da modificação ou alteração resulta dano para
a 
Administração Pública ou para o administrado. 
 
Da mesma forma que a Inserção de Dados Falsos em Sistema 
de Informações, esse é um crime praticado pelo funcionário público. 
Em relação ao crime anterior, o que difere aqui é que a simples 
modificação, para qualquer fim, independentemente de qualquer 
resultado, já caracteriza o crime. A finalidade não necessariamente há 
de ser a de obter vantagem indevida para si ou para outrem. Porém, se 
houver prejuízo para o Estado ou para o beneficiário, haverá a 
qualificadora. 
 
CAPÍTULO 17 – A PREVIDÊNCIA DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS 
17.1 Aspectos Gerais 
 
 
255 
 
Conforme já vimos nos capítulos anteriores, caso um ente 
federado tenha instituído seu RPPS, o servidor público ocupante de 
cargo efetivo que esteja vinculado a este ente não será filiado ao RGPS. 
Somente se o ente não tiver instituído RPPS ou se o servidor for 
ocupante exclusivamente de cargo comissionado que a vinculação será 
ao RGPS, como empregado. Contratados temporários e empregados 
públicos também se filiam ao RGPS. 
Os RPPS são vários, organizados de forma separada. Assim 
como o RGPS tem suas leis e regulamentos, os RPPS também os têm. 
Cada um tem sua regulamentação própria, observado o art. 40 da 
CF/88. É esse artigo que dispõe a regulamentação a nível 
constitucional sobre a qual todos os RPPS são obrigados a observar. 
Além daquilo que já está regulamentado no art. 40 da CF/88, os RPPS 
observarão, subsidiariamente, os requisitos e critérios fixados para o 
RGPS, no art. 201. 
Caso um ente federado institua um regime complementar de 
previdência para seus servidores, ele poderá limitar o valor dos 
benefícios concedidos pelo RPPS ao teto do RGPS. No caso da União, 
por exemplo, foi criado o Fundo de Previdência Complementar dos 
Servidores Públicos Federais – FUNPRESP, que é um regime de 
previdência complementar. Os benefícios concedidos pelo RPPS da 
União são pagos somente até o limite máximo do RGPS, ou seja, o 
teto. O valor que excede ao teto é complementado pelo FUNPRESP. 
Porém, só são obrigados a aderir à limitação ao teto dos benefícios 
pagos pelo RPPS os servidores que tiverem ingressado no serviço 
público após a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar. Lembrando que 
 
256 
 
a limitação é obrigatória, mas a participação no regime complementar 
não, pois estes são sempre facultativos. 
17.2 Aposentadoria e Pensão 
 
Existem no art. 40 da CF/88 três modalidades de 
aposentadoria: a por invalidez permanente; a compulsória; e a 
voluntária. 
No caso de aposentadoria por invalidez permanente, os 
proventos serão calculados na forma da lei em casos de acidente em 
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou 
incurável. Em outros casos os proventos serão proporcionais ao tempo 
de contribuição. 
Na aposentadoria compulsória, quando o servidor completar 
setenta anos de idade, será obrigado a se aposentar com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição. 
Já na aposentadoria voluntária, quando requerida pelo 
servidor, ele deverá já ter cumprido o tempo mínimo de 10 anos de 
efetivo exercício no serviço público e ter cumprido 5 anos de efetivo 
exercício no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. Além disso, 
para se aposentar com proventos integrais, se homem, o servidor 
deverá ter pelo menos 60 anos de idade e 35 de contribuição, e, se 
mulher, a servidora deverá ter pelo menos 55 anos de idade e 30 de 
contribuição. A aposentadoria também poderá se dar após 65 anos de 
 
257 
 
idade, se homem, e 60, se mulher, mas com proventos proporcionais 
ao tempo de contribuição. 
Assim como no RGPS, há expressa previsão de proibição de 
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos pelo RPPS. A ressalva são os portadores 
de deficiência, os que exercem atividade de risco e aqueles cujas 
atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a 
saúde ou a integridade física. 
De forma similar ao RGPS, os professores que comprovem 
exclusivo tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio terão redução de 5 
anos nos requisitos de idade e tempo de contribuição. A diferença é 
que no RGPS não há redução no requisito de idade, já que a 
aposentadoria por tempo de contribuição dispensa esse requisito. 
Portanto, professores necessitam de 55 anos de idade, 30 de 
contribuição, 10 de efetivo exercício no serviço público e 5 no cargo 
efetivo em que se dará a aposentadoria, e professoras necessitam de 
50 anos de idade, 25 de contribuição, 10 de efetivo exercício no 
serviço público e 5 no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. 
É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por conta 
do mesmo RPPS, salvo nos casos de aposentadorias decorrentes dos 
cargos acumuláveis na forma da CF/88, que são, quando houver 
compatibilidade de horários, de dois cargos de professor, de um cargo 
de professor com outro técnico ou científico, ou de dois cargos ou 
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas. Lembrando que aposentadoria concedida pelo RGPS 
pode acumular com aposentadoria de RPPS. 
 
258 
 
Já no tocante à pensão por morte, esse benefício será devido 
em sua integralidade até o limite máximo do RGPS, sendo acrescido de 
70% do valor excedente a esse limite. Se o servidor era aposentado 
quando do óbito, o benefício será pago tendo por base os proventos 
de sua aposentadoria, e se o valor superar o limite máximo do RGPS, 
ele será pago até o teto do RGPS mais 70% do que exceder a esse 
limite. Se o servidor não era aposentado, o valor da pensão será 
calculado tendo por base a totalidade de sua remuneração, seguindo a 
mesma lógica. 
Sabemos que, em geral, não incide contribuição sobre o valor 
pago a título de aposentadoria e pensão, porém, irá incidir 
contribuição sobre a parcela que exceder ao limite máximo do RGPS. 
Portanto, sobre a parcela do provento que exceder o teto do RGPS, 
incidirá contribuição com percentual igual ao estabelecido para os 
servidores titulares de cargos efetivos. Se o beneficiário for portador 
de doença incapacitante, a contribuição só incidirá sobre as parcelas 
de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do 
limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. 
Por fim, o servidor que completar os requisitos necessários à 
concessão da aposentadoria voluntária, mas que optar por 
permanecer em serviço, fará jus a um abono de permanência 
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar 
as exigências para aposentadoria compulsória aos 70 anos. 
 
 
259 
 
CAPÍTULO 18 - PROCESSO ADMINISTRATIVO 
PREVIDENCIÁRIO 
18.1 Da Fase Inicial 
 
Essa parte não costuma ser abordada nas provas com muita 
profundidade, o mais importante aqui é ter uma compreensão geral 
acerca do procedimento realizado por parte do INSS. Por isso, em 
especial, ela se destina a quem irá prestar provas para o INSS, não se 
destinando, na maioria dos casos, a quem irá prestar provas como, por 
exemplo, para a SRFB. Verifique se no edital da prova que você irá 
prestar consta esse item, regulamentado na Instrução Normativa nº 45 
de 06 de outubro de 2010. 
O Processo Administrativo Previdenciário é o conjunto de atos 
administrativos praticados pela Previdência Social e é iniciado em 
razão de requerimento do interessado, terceiro legitimado ou de ofício 
pela própria Administração. Ele é dividido em cinco fases: a inicial, a 
instrutória, a decisória, a recursal
e a de cumprimento das decisões 
administrativas. 
O Processo Administrativo Previdenciário deve ser pautado no 
Direito, contemplando os seguintes preceitos: 
I - presunção de boa-fé dos atos praticados pelos interessados; 
II - atuação conforme a lei e o Direito; 
 
260 
 
III - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia 
total ou parcial de poderes e competências, salvo autorização 
em lei; 
IV - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a 
promoção pessoal de agentes ou autoridades; 
V - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
fé; 
VI - condução do processo administrativo com a finalidade de 
resguardar os direitos subjetivos dos segurados, dependentes e 
demais interessados da Previdência Social, esclarecendo-se os 
requisitos necessários ao benefício ou serviço mais vantajoso; 
VII - o dever de prestar ao interessado, em todas as fases do 
processo, os esclarecimentos necessários para o exercício dos 
seus direitos, tais como documentação indispensável ao 
requerimento administrativo, prazos para a prática de atos, 
abrangência e limite dos recursos, não sendo necessária, para 
tanto, a intermediação de terceiros; 
VIII - publicidade dos atos praticados no curso do processo 
administrativo restrita aos interessados e seus representantes 
legais, resguardando-se o sigilo médico e dos dados pessoais, 
exceto se destinado a instruir processo judicial ou 
administrativo; 
IX - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas 
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
 
261 
 
X - fundamentação das decisões administrativas, indicando os 
documentos e os elementos que levaram à concessão ou ao 
indeferimento do benefício ou serviço; 
XI - identificação do servidor responsável pela prática de cada 
ato e a respectiva data; 
XII - adoção de formas e vocabulário simples, suficientes para 
propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos 
direitos dos usuários da Previdência Social, evitando-se o uso de 
siglas ou palavras de uso interno da Administração que 
dificultem o entendimento pelo interessado; 
XIII - compartilhamento de informações com órgãos públicos, 
na forma da lei. 
XIV - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de 
alegações finais, à produção de provas e à interposição de 
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas 
situações de litígio; 
XV - proibição de cobrança de despesas processuais, 
ressalvadas as prevista em lei; 
XVI - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem 
prejuízo da atuação dos interessados; e 
XVII - interpretação da norma administrativa da forma que 
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, 
vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
 
262 
 
Os interessados que podem requerer o benefício ou serviço a 
ser realizado são o próprio segurado ou dependente, o procurador 
legalmente constituído, o representante legal, tutor, curador ou 
administrador provisório do interessado, ou a própria empresa, 
sindicato ou associação de aposentados. 
Para requerer ou agendar benefícios e serviços, o interessado 
poderá se utilizar dos canais de atendimento da previdência social. 
Eles são a Internet (www.previdencia.gov.br), a Central 135 (ligação 
gratuita de telefone fixo ou orelhão, de celular o custo é de ligação 
local) e as Unidades de Atendimento (Agências da Previdência Social, 
PrevBarcos, PrevMóveis etc.). 
Já vimos que a data de entrada do requerimento do benefício 
pode muitas vezes alterar a data de início do pagamento, como no 
caso do auxílio-doença requerido após 30 dias do início da doença, 
onde o a data de início do benefício será a data de entrada do 
requerimento, e não a de início da incapacidade. Por isso, quando se 
agenda um benefício, independentemente do canal de atendimento 
utilizado, a data de entrada do requerimento já é registrada, sendo a 
data em que foi realizado o agendamento. Com isso, por mais que a 
data do atendimento ou da perícia médica seja distante, o que importa 
é que a data de entrada do requerimento já foi registrada. 
Já sabemos que a apresentação de documentação incompleta 
não constitui motivo para recusa do requerimento de benefício, ainda 
que, de plano, se possa constatar que o segurado não faz jus ao 
benefício ou serviço que pretende requerer. Se não for apresentada 
toda a documentação necessária ao processamento do benefício ou 
serviço, o servidor deverá emitir a carta de exigências, com prazo 
 
263 
 
mínimo de trinta dias para cumprimento, com o registro da exigência 
nos sistemas informatizados de benefícios. Emitida a carta de 
exigências no momento do atendimento, deverá ser colhida a 
assinatura de ciência na via a ser anexada no processo administrativo, 
com entrega obrigatória de cópia ao requerente. 
Caso o segurado ou representante legal solicite o protocolo 
somente com apresentação do documento de identificação, deverá ser 
protocolizado o requerimento e emitida exigência imediatamente e de 
uma só vez ao interessado, solicitando os documentos necessários, 
dando-lhe prazo sempre de no mínimo trinta dias para apresentação, 
justificando-se exigência posterior apenas em caso de dúvida 
superveniente. Esgotado o prazo de trinta dias, não sendo 
apresentados os documentos e não preenchidos os requisitos, o 
processo será decidido, devendo ser analisados todos os dados 
constantes dos sistemas informatizados do INSS (p. ex., Sistema Único 
de Benefícios – SUB, Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS 
etc.), para somente depois haver análise de mérito quanto ao pedido 
de benefício. Atenção! O pedido de beneficio não poderá ter 
indeferimento de plano, sem emissão de carta de exigência, mesmo 
que assim requeira o interessado. 
Sempre que da necessidade do cumprimento de alguma 
exigência ou da ciência da decisão do processo administrativo, as 
agências deverão comunicar os interessados. Essa comunicação deverá 
conter a identificação do interessado, a finalidade da comunicação, a 
data, hora e local em que deve comparecer, acompanhado ou não de 
testemunhas, se for o caso, se deve comparecer pessoalmente ou 
acompanhado de seu representante legal, informação da continuidade 
 
264 
 
do processo independentemente do comparecimento e a indicação 
dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 
O ideal é que a comunicação de sê na primeira oportunidade, já 
constando nos autos a ciência do segurado. Caso não seja possível, ela 
será feita via postal, sendo necessário o aviso de recebimento, que 
será juntado ao processo. Se a comunicação for irregular, mas mesmo 
assim o interessado comparecer, a irregularidade será suprida. Quando 
o deferimento do pedido gerar efeitos em relação a benefícios 
titularizados por terceiros, estes deverão ser comunicados. 
Todos os dados das carteiras profissionais e dos carnês devem 
ser conferidos pelo servidor quando da recepção do requerimento. Se 
houver necessidade de retenção desses documentos, o que não pode 
se dar por mais de cinco dias, deverá ser expedido, obrigatoriamente, 
o termo de retenção e de restituição, em duas vias, sendo a primeira 
via do segurado e a segunda do INSS. 
Realizado o requerimento dos benefícios ou serviços, o 
processo administrativo será formalizado, obrigatoriamente, com os 
seguintes documentos: 
I - requerimento formalizado e assinado; 
II - procuração ou documento que comprove a representação 
legal, se for o caso; 
III - comprovante de agendamento, quando cabível; 
 
265
IV - cópia do documento de identificação do requerente e do 
representante legal, quando houver divergência de dados 
cadastrais; 
V - declaração de não-emancipação do dependente, se for o 
caso; 
VI - extrato das informações extraídas de outros órgãos, obtidas 
por meio de convênios, que contribuam para a decisão 
administrativa; 
VII - contagem do tempo de contribuição utilizado para decisão, 
informação sobre salários-de-contribuição e resumo de 
benefício, vedada a inclusão no processo de simulações, sem 
que esta hipótese esteja devidamente ressalvada; e 
VIII - informações dos membros do grupo familiar, quando se 
tratar de processo relacionado a benefício assistencial de 
prestação continuada e nos requerimentos formulados por 
segurado especial. 
Já sabemos que caso o segurado seja analfabeto ou esteja 
impossibilitado de assinar, poderá ser aposta sua impressão digital 
para suprir a falta de assinatura, desde que na presença de servidor do 
INSS. 
Além disso, o segurado e o dependente maiores de dezesseis 
anos de idade poderão firmar requerimento de benefício 
independentemente da presença dos pais ou do tutor. 
 
266 
 
Também há a figura da suspeição, quando há impedimento de 
atuar no processo para o servidor que tenha participado ou venha a 
participar como interessado, perito, testemunha ou representante, ou 
se tais situações ocorrerem quanto ao cônjuge, companheiro ou 
parente e afins até o terceiro grau. Também é impedido de atuar no 
processo o servidor que esteja litigando judicial ou 
administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou 
companheiro ou o servidor cujo cônjuge, companheiro ou parente e 
afins até o terceiro grau tenha atuado como intermediário. 
O servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o 
fato à chefia imediata que, ao acolher as razões, designará outro 
servidor para atuar no processo. A omissão do dever de comunicar o 
impedimento será apurada em sede disciplinar. Também pode ser 
arguida perante a chefia imediata a suspeição de servidor que tenha 
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou 
se for com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até 
o terceiro grau. 
18.2 Da Fase Instrutória 
 
Por provocação do requerente ou do servidor responsável pela 
condução do processo, serão realizadas as atividades de instrução 
destinadas a averiguar e comprovar os requisitos legais para a 
concessão dos benefícios e serviços da Previdência Social. 
Como já comentamos anteriormente, os dados constantes do 
CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como 
 
267 
 
prova plena de filiação à Previdência Social, relação de emprego, 
tempo de serviço ou de contribuição e salário-de-contribuição, salvo 
comprovação de erro ou fraude em sentido contrário. A comprovação 
dos dados divergentes, extemporâneos ou não constantes no CNIS 
caberá ao requerente devendo também a Previdência Social colher 
provas destinadas ao seu esclarecimento e realizar pesquisas externas 
para sua confirmação, quando necessário. 
E aqui encontramos a figura da Justificação Administrativa. A 
Justificação Administrativa é o procedimento destinado a suprir a falta 
de documento ou fazer prova de fato ou circunstância de interesse do 
beneficiário perante o INSS. 
Não será admitida a Justificação Administrativa quando o fato a 
comprovar exigir registro público de casamento, idade ou de óbito, ou 
de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial. Se 
para fins de comprovação de tempo de contribuição, de dependência 
econômica, de união estável, de identidade e de relação de 
parentesco, a Justificação Administrativa somente produzirá efeitos 
quando baseada em início de prova material. 
Será dispensado o início de prova material quando houver 
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, caracterizados 
pela verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação 
ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o 
segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante 
registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação 
de documentos contemporâneos aos fatos, e verificada a correlação 
entre a atividade da empresa e a profissão do segurado. 
 
268 
 
A Justificação Administrativa será processada por servidor 
designado pelo gerente da APS ou pelo chefe de benefícios, devendo 
ser selecionados aqueles que possuam habilidade para a tomada de 
depoimentos e declarações e que tenham conhecimento da matéria 
objeto da Justificação Administrativa. Deverão ser ouvidas sempre de 
três a seis testemunhas, de forma separada. O depoimento de uma 
testemunha não pode ser ouvido ou presenciado por outra 
testemunha. 
As testemunhas serão advertidas das penas cominadas no art. 
299 do Código Penal (crime de falsidade ideológica), devendo o 
servidor ler, em voz alta, o teor do referido artigo. Ademais, não 
podem ser testemunhas: 
I - o que, acometido por enfermidade ou por debilidade mental 
à época de ocorrência dos fatos, não podia discerni-los ou, ao 
tempo sobre o qual deve depor, não estiver habilitado a 
transmitir as percepções; 
II - os menores de dezesseis anos; 
III - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos 
sentidos que lhes faltam; 
IV - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em 
qualquer grau; 
V - o colateral, até terceiro grau, assim como os irmãos e as 
irmãs, os tios e tias, os sobrinhos e sobrinhas, os cunhados e as 
cunhadas, as noras e os genros ou qualquer outro por 
consanguinidade ou por afinidade; 
 
269 
 
VI - o que é parte interessada; e 
VII - o que intervém em nome de uma parte, como tutor na 
causa do menor. 
A homologação da Justificação Administrativa, quanto à forma, 
é de competência do servidor que a processou, devendo este fazer 
relatório sucinto dos fatos colhidos, mencionando sua impressão a 
respeito da idoneidade das testemunhas e opinando conclusivamente 
sobre a prova produzida, de forma a confirmar ou não os fatos 
alegados, não sendo de sua competência analisar o início de prova 
material apresentado. Já a homologação da Justificação Administrativa 
quanto ao mérito, é de competência da autoridade que autorizou o 
seu processamento. Não caberá recurso da decisão da autoridade 
competente do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a justificação 
administrativa. 
Temos também a figura da Pesquisa Externa. A Pesquisa 
Externa ocorre quando é designado um servidor do INSS para atuar em 
atividades externas à agência. Em geral, ela objetiva a verificação da 
veracidade dos documentos apresentados pelos requerentes, bem 
como conferência e incremento dos dados constantes dos sistemas. 
Somente deverá ser adotado esse procedimento se verificada a 
impossibilidade do segurado ou dependente apresentar os 
documentos solicitados. 
Na Pesquisa Externa poderão ser examinadas folhas de 
pagamento, livros ou fichas de registro de empregados e outros 
documentos ou elementos para os quais a lei não assegure sigilo, 
verificando-se, na oportunidade, a contemporaneidade dos 
 
270 
 
documentos, bem como a ordem cronológica de emissão ou outros 
elementos que configurem a autenticidade. 
A empresa colocará à disposição de servidor designado por 
dirigente do INSS as informações ou registros de que dispuser, 
relativamente a segurado a seu serviço e previamente identificado, 
para fins de instrução ou revisão de processo de reconhecimento de 
direitos e outorga de benefícios do RGPS. 
18.3 Da Fase Decisória 
 
Quando da decisão, o INSS deve conceder o melhor benefício
a 
que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido. A 
opção por benefício diverso ou mais vantajoso do que o requerido 
deverá ser registrada por termo assinado nos autos, hipótese em que 
será processado o novo benefício nos mesmos autos, sem necessidade 
de novo agendamento, garantido, portanto, o pagamento desde o 
agendamento ou requerimento original (lembrar-se das hipóteses em 
que a data de entrada do requerimento retroage o pagamento à data 
de ocorrência do fato gerador). 
Se for verificado que na data de entrada do requerimento o 
segurado não satisfazia as condições mínimas exigidas para a 
concessão do benefício pleiteado, mas que os completou em momento 
posterior ao pedido inicial, será dispensada nova habilitação, 
admitindo-se, apenas, a reafirmação da data de entrada do 
requerimento. 
 
271 
 
Não basta mera justificativa constante dos sistemas da 
Previdência Social quanto à decisão administrativa. Tanto na hipótese 
de deferimento ou indeferimento do pedido, deverá ser elaborado um 
despacho sucinto e fundamentado da conclusão com análise das 
provas. Do despacho deverão constar quais requisitos legais foram ou 
não atendidos, sendo necessária a análise individual de cada requisito. 
Essa avaliação deve ser registrada no processo. 
18.4 Da Fase Recursal 
 
Sempre que não conformados com as decisões proferidas, os 
interessados poderão interpor recurso às Juntas de Recurso. O 
recorrente deverá expor os fundamentos do recurso por meio do 
requerimento, podendo juntar quaisquer documentos que julgar 
conveniente. O INSS pode reformar suas decisões, deixando, no caso 
de reforma favorável ao interessado, de encaminhar o recurso à 
instância competente. 
Se a matéria não for de alçada exclusiva das Juntas de Recurso, 
caso não conformados com as decisões proferidas pelo julgamento do 
recurso ordinário, os segurados, as empresas e/ou o INSS poderão 
interpor recurso especial à Câmara de Julgamentos. 
É de trinta dias o prazo comum às partes para a interposição de 
recurso e para o oferecimento de contrarrazões, contados: 
I - para o segurado e para a empresa, a partir da data da 
intimação da decisão; e 
 
272 
 
II - para o INSS, a partir da data da protocolização do recurso ou 
da entrada do recurso pelo interessado ou representante legal 
na unidade do INSS que proferiu a decisão, devendo esta 
ocorrência ficar registrada nos autos, prevalecendo a data que 
ocorrer primeiro. 
Se o INSS não enviar as contrarrazões no prazo de trinta dias, 
serão consideradas como contrarrazões os motivos do indeferimento 
do benefício. Se o recurso for intempestivo, ou seja, interposto após o 
prazo de trinta dias, ele não gerará efeitos. Ainda assim ele será 
encaminhado ao órgão julgador com as contrarrazões do INSS, para 
então ser apontada a intempestividade. 
Proferida a decisão, o INSS não pode se escusar de dar 
cumprimento às diligências solicitadas. É de trinta dias, a partir da data 
do recebimento do processo, o prazo para que o INSS dê cumprimento 
às decisões. 
As matérias julgadas pelas Câmaras de Julgamento do CRPS são 
de última instância administrativa e não serão objeto de novas 
discussões de mérito por parte do INSS, bem como não será seguida de 
eventual pedido de revisão feita pelo segurado. 
A propositura pelo beneficiário de ação judicial que tenha por 
objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo 
importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e 
desistência do recurso interposto. 
 
273 
 
18.5 Disposições diversas 
 
O requerente poderá, mediante manifestação escrita e 
enquanto não decidido o processo de forma definitiva, desistir do 
pedido formulado. 
Conclui-se o processo administrativo com a decisão 
administrativa não mais passível de recurso, ressalvado o direito do 
requerente de pedir a revisão da decisão no prazo decadencial de 10 
anos previsto na lei de benefícios. 
É assegurado ao beneficiário ou ao seu representante 
legalmente constituído, mediante requerimento protocolado, o direito 
de vistas ao processo, no INSS, na presença de servidor. 
Nos casos em que o beneficiário tiver de ser representado, 
serão utilizados alguns instrumentos para que isso ocorra. A começar 
pela procuração. A procuração é um instrumento utilizado quando 
uma pessoa concede poderes à outra pessoa (advogada ou não) para 
que ela possa, em seu nome, praticar atos e administrar interesses. 
Não podem outorgar ou receber procuração os incapazes e os 
servidores públicos em atividade. Os servidores só podem representar 
parentes até o segundo grau. Alguém só poderá ter mais de uma 
procuração ou procurações coletivas nos casos de serem os 
outorgantes parentes de primeiro grau ou nos casos de representantes 
credenciados de leprosários, sanatórios, asilos ou outros 
estabelecimentos congêneres. Caso o outorgante ou o outorgado seja 
 
274 
 
analfabeto, a procuração deve ser pública, não sendo admitido 
instrumento particular. 
O pagamento é feito diretamente ao titular do benefício, que, 
após 16 anos de idade, pode firmar recibo de pagamento 
independente da presença de pais ou tutor. Porém, nos casos de 
impedimento, admite-se representação. Nos casos de procuração 
firmada para recebimento de benefícios, o titular só se poderá fazer 
representar em casos de ausência, moléstia contagiosa ou 
impossibilidade de locomoção. O prazo do mandato não pode ser 
superior a 12 meses, sendo admitida renovação. 
Também temos como instrumento de representação a tutela, a 
curatela e a guarda legal. Caso o titular do benefício seja civilmente 
incapaz, ele será representado por tutor, curador ou guardião legal. Na 
sua falta, por período não superior a seis meses, é admitido o 
pagamento a herdeiro necessário, que deverá comprovar andamento 
de processo judicial de tutela ou curatela. 
Vale lembrar que a tutela, a curatela e o termo de guarda serão 
sempre declarados por decisão judicial. A tutela é instituída para os 
menores, enquanto a curatela para quem esteja sujeita a interdição. 
 
 
 
275 
 
REVISÃO 
 
CAP. 15 – OBRIGAÇÕES E RESSARCIMENTO 
 
15.1 Obrigações Acessórias e Responsabilidade Solidária 
 
 GFIP 
↳ Recolher o FGTS e cumprir obrigações acessórias previdenciárias. 
↳ Base de cálculo das contribuições. 
↳Compor a base de dados do CNIS. 
 Obrigações principais 
↳ Recolher as contribuições sociais 
 Obrigações acessórias 
↳ Preparar as folhas de pagamento, lançar os fatos geradores de todas 
as contribuições, informar através da GFIP dados cadastrais, todos os 
fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações. 
Ex.: Cessão de mão-de-obra (11% da NF) 
 Responsabilidade Solidária 
↳ Ocorre quando a obrigação de arrecadar é transferida a um terceiro, 
com o objetivo de se assegurar o recolhimento da contribuição. Só 
ocorre quando a contribuição não foi paga. 
 
15.2 Restituição, Compensação e Reembolso 
 
 Restituição e compensação → somente recolhimentos 
indevidos 
 Restituição 
↳ O valor é devolvido. 
 Compensação 
↳ O valor vai sendo abatido nos recolhimentos. Não pode ultrapassar 
30% do valor recolhido a maior na competência a que se referir 
 
276 
 
↳ Se um segurado ou uma empresa possuir créditos a receber, mas 
também estiver em débito com a previdência, esses valores serão 
automaticamente abatidos. 
 Reembolso 
↳ A empresa paga o benefício diretamente ao segurado e compensa 
esse valor com a previdência. 
 
CAP. 16 – CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL 
 
*FASIM+ → Falsificação; Apropriação; Sonegação; Inserção; 
Modificação. 
 
16.1 Apropriação Indébita
Previdenciária 
 A contribuição é descontada do segurado e não é recolhida à 
previdência. 
 2 a 5 anos de reclusão e multa. 
 Extinção de punibilidade se o agente espontaneamente 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições 
antes do início da ação fiscal. 
 Se o agente for primário e de bons antecedentes, poderá 
ocorrer o perdão judicial nos casos de ter promovido o 
pagamento da contribuição após o início da ação fiscal e antes 
de oferecida a denúncia, ou caso o valor das contribuições 
devidas seja igual ou inferior àquele estabelecido pela 
previdência social como sendo o mínimo para o ajuizamento de 
suas execuções fiscais. 
 
16.2 Sonegação de Contribuição Previdenciária 
 
 O agente deixa de informar à previdência valores que deveriam 
ter sido recolhidos. Ocorre supressão da contribuição social. 
 2 a 5 anos de reclusão e multa. 
 
277 
 
 Extinção de punibilidade se o agente espontaneamente declara 
e confessa as contribuições devidas antes do início da ação 
fiscal. 
 Perdão judicial quando o agente for primário e de bons 
antecedentes e o valor das contribuições devidas seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
16.3 Falsificação de Documento Público 
 
 Busca-se evitar com que falsas informações cheguem à 
previdência social. 
 2 a 6 anos de reclusão e multa. 
 Se é funcionário público, aumenta a sexta parte da pena. 
 
16.4 Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Informações 
 
 Crime praticado pelo funcionário publico. 
 A mera facilitação também é tipificada. 
 2 a 12 anos de reclusão e multa. 
 
16.5 Modificação ou Alteração Não-Autorizada de Sistema de 
Informações 
 
 Crime praticado pelo funcionário publico. 
 A simples modificação, independente do resultado, caracteriza 
o crime. 
 3 meses a 2 anos de reclusão, aumentando de 1/3 até 1/2 se 
houver prejuízo para o Estado ou para o beneficiário. 
 
 
CAP. 17 – A PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
 
278 
 
 
17.1 Aspectos Gerais 
 
 Somente para os titulares de cargo público efetivo 
 Se o ente não possuir RPPS, o servidor será vinculado ao RGPS 
 Art. 40 da CF/88, também aplicando de forma subsidiária o art. 
201 da CF/88 
 Se possuir regime complementar, pode limitar o valor dos 
benefícios ao teto do RGPS. 
 
17.2 Aposentadoria e Pensão 
 
 Aposentadoria por invalidez permanente 
↳ Acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável → Proventos calculados na forma da lei 
↳ Outros casos → Proventos proporcionais ao tempo de contribuição 
 Aposentadoria compulsória 
↳ Obrigatória aos 70 anos de idade 
↳ Proventos proporcionais ao tempo de contribuição 
 Aposentadoria voluntária 
↳ 10 anos de efetivo exercício no serviço público 
↳ 5 anos de efetivo exercício no cargo efetivo em que se dará a 
aposentadoria 
↳ Proventos integrais → Homem = 60 anos de idade e 35 de tempo de 
contribuição | Mulher = 55 anos de idade e 30 de contribuição 
↳ Proventos proporcionais ao tempo de contribuição → Homem = 65 
anos de idade | Mulher = 60 anos de idade 
 Professores que comprovem exclusivo tempo de efetivo 
exercício das funções de magistério na educação infantil e no 
ensino fundamental e médio terão redução de 5 anos nos 
requisitos de idade e tempo de contribuição 
 Permitida acumulação de aposentadoria do RGPS com o RPPS e 
de cargos públicos acumuláveis 
 
279 
 
 Pensão por morte 
↳ Integralidade até o teto do RGPS + 70% do valor excedente a esse 
limite 
↳ Se aposentado terá como base os proventos 
↳ Se na ativa terá como base a totalidade da remuneração 
 Incide contribuição sobre a parcela que exceder ao limite 
máximo do RGPS com percentual igual ao estabelecido para os 
servidores titulares de cargos efetivos 
 Se o beneficiário for portador de doença incapacitante, a 
contribuição só incidirá sobre as parcelas de proventos de 
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite 
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS 
 Servidor que completar os requisitos necessários à concessão 
da aposentadoria voluntária, mas que optar por permanecer 
em serviço, fará jus a um abono de permanência equivalente 
ao valor da sua contribuição previdenciária 
 
CAP. 18 – PROCESSO ADMINISTRATIVO PREVIDENCIÁRIO 
 
18.1 Da Fase Inicial 
 Início com o requerimento. 
 A data de entrada do requerimento é a data em que foi 
realizado o agendamento do atendimento. 
 A apresentação de documentação incompleta não constitui 
motivo para recusa do requerimento de benefício. Se não for 
apresentada toda a documentação necessária ao 
processamento do benefício ou serviço, o servidor deverá 
emitir a carta de exigências, com prazo mínimo de trinta dias 
para cumprimento. 
 Cumprimento de exigência ou ciência de decisão devem ser 
comunicados. Comunicação na primeira oportunidade (com 
ciência no processo) ou via postal (com AR). 
 
280 
 
 Retenção de documentos deve ser feita com expedição do 
termo de retenção e restituição. A retenção é feita com prazo 
máximo de 5 dias. 
 Pode ser aposta a impressão digital do segurado incapaz de 
assinar. 
 Segurado ou dependente com mais de 16 anos pode firmar 
requerimento sozinho. 
 Suspeição: impedimento de atuar no processo. Servidor 
interessado, perito, testemunha ou representante; cônjuge, 
companheiro ou parentes até terceiro grau; amizade íntima ou 
inimizade notória. 
 
18.2 Da Fase Instrutória 
 
 Dados constantes do CNIS → Prova Plena 
 Justificação Administrativa → Suprir a falta de documento ou 
fazer prova de fato. 
 Não admitida caso o fato exigir registro público. 
 Deve ser baseada em início de prova material, salvo quando 
houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito. 
 Devem ser ouvidas de 3 a 6 testemunhas. O depoimento de 
uma não pode ser ouvido por outra. 
 Homologação da JA: 
↳ Quanto à forma: Servidor que a processou. 
↳ Quanto ao mérito: Autoridade que autorizou o processamento. 
 Pesquisa Externa → Servidor do INSS designado para atuar fora 
da agência. Verificação da veracidade dos documentos 
apresentados pelos requerentes, bem como conferência e 
incremento dos dados constantes dos sistemas. 
 
18.3 Da Fase Decisória 
 
 
281 
 
 O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado 
fizer jus. 
 Admite-se reafirmação de DER se posterior a esta o requerente 
fizer jus ao benefício. 
 Tanto em casos de deferimento quanto de indeferimento do 
pedido deve ser elaborado despacho. 
 
18.4 Da Fase Recursal 
 
 É de trinta dias o prazo comum às partes para a interposição de 
recurso e para o oferecimento de contrarrazões. 
 Se o INSS não enviar as contrarrazões no prazo de trinta dias, 
serão consideradas como contrarrazões os motivos do 
indeferimento do benefício. 
 Recurso intempestivo (interposto fora do prazo) não gera 
efeitos, mas deve ser encaminhado ao órgão julgador. 
 A propositura pelo beneficiário de ação judicial que tenha por 
objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo 
administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na 
esfera administrativa e desistência do recurso interposto. 
 
18.5 Disposições Diversas 
 
 O requerente pode desistir do pedido formulado enquanto não 
decidido o processo. 
 O processo se conclui com a decisão não mais passível de 
recurso. 
 É assegurado o direito de vistas ao processo dentro do INSS, na 
presença de servidor. 
 Procuração 
↳ Não podem outorgar ou receber os incapazes e servidores públicos 
 
282 
 
↳ Mais de uma procuração somente em casos de parentes de primeiro 
grau ou representantes credenciados de sanatórios, asilos ou 
estabelecimentos
congêneres; 
↳ Para recebimento de benefício somente nos casos de ausência, 
moléstia contagiosa e impossibilidade de locomoção 
↳ Prazo não superior a 12 meses, renovável 
 Tutela, Curatela e Guarda Legal 
↳ Pessoa civilmente incapaz 
↳ Na falta, admite-se administrador provisório por até 6 meses, 
renovável com andamento de processo judicial 
 
 
 
 
283 
 
EXERCÍCIOS 
 
76) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Entre as obrigações 
previdenciárias da empresa, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho 
Curador do FGTS dados relacionados aos fatos geradores das 
contribuições previdenciárias. 
b) Arrecadar as contribuições dos empregados que lhe prestam 
serviços. 
c) Efetuar a retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da 
nota fiscal quando contratar serviços a serem executados com cessão 
de mão de obra. 
d) Preparar as folhas de pagamento das remunerações pagas ou 
creditadas a todos os segurados a serviço da empresa de acordo com 
as normas estabelecidas pelo órgão competente. 
e) Repassar aos empregados os valores devidos a título de contribuição 
previdenciária para fins de recolhimento. 
 
77) (ESAF, Auditor Fiscal da Receita Federal, 2012) Constituem 
obrigações acessórias das empresas, de acordo com o Regulamento da 
Previdência Social, exceto, 
a) preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou 
creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em 
 
284 
 
cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de 
pagamento. 
b) lançar, mensalmente, em títulos próprios de sua contabilidade, de 
forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o 
montante das quantias descontadas dos empregados, dos 
contribuintes individuais e das empresas prestadoras de serviços, as 
contribuições da empresa e os totais recolhidos. 
c) fornecer ao contribuinte individual que lhe presta serviços 
comprovante do pagamento de remuneração, com a identificação 
completa da empresa, o valor da remuneração paga, o desconto da 
contribuição efetuado, o número de inscrição do segurado no INSS e o 
compromisso de que a remuneração paga será informada na GFIP, 
bem como de que a contribuição correspondente será recolhida. 
d) prestar à Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, 
financeiras e contábeis de interesse desta, na forma por esta 
estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. 
e) exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, todos os 
documentos e livros com as formalidades legais intrínsecas e 
extrínsecas, relacionados com as contribuições sociais, salvo na 
hipótese em que, justificadamente, tais documentos e livros estejam 
fora da sede da empresa. 
 
78) (ESAF, Analista Tributário, 2009) Além do pagamento das 
contribuições sociais, as empresas tem outras obrigações para com o 
fisco. Antônio José, empresário contribuinte individual, desejando 
 
285 
 
cumprir com todas as suas obrigações fiscais, pede ao contador que 
seja elaborada a folha de pagamento das remunerações pagas ou 
creditadas por sua empresa. De acordo com a situação-problema 
apresentada acima e das obrigações acessórias da empresa, é correto 
afirmar que: 
 a) a referida folha de pagamento pode ser feita com qualquer padrão. 
 b) a referida folha de pagamento deve incluir só os empregados da 
empresa. 
 c) não há necessidade de elaboração de folha de pagamento, sendo 
necessário somente os depósitos bancários realizados no Livro de 
Caixa da empresa. 
 d) a referida folha de pagamento deve incluir só os sócios da empresa. 
 e) a referida folha de pagamento deve incluir todas as remunerações 
pagas ou creditadas a todos os segurados a serviço da empresa. 
 
79) (ESAF, Assistente Técnico Administrativo, 2009) Assinale a assertiva 
que não contém uma obrigação acessória das contribuições destinadas 
à Seguridade Social. 
a) Elaboração da folha de pagamento. 
b) Dever de prestar informações. 
c) Lançamento dos fatos geradores das contribuições. 
d) Pagamento da contribuição social. 
 
286 
 
e) Dever do Cartório de comunicar óbitos. 
 
80) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Em relação ao salário-
maternidade e ao salário-família pagos às seguradas empregadas, é 
correto afirmar que são 
a) pagos pela empresa que poderá compensá-los com as contribuições 
incidentes sobre a folha de salários. 
b) pagos pelo INSS. 
c) pagos pelas empresas sem direito à compensação. 
d) pagos pela Assistência Social. 
e) indevidos às seguradas autônomas. 
 
81) (CESPE, PF – Delegado, 2004) João mantinha uma pequena granja 
em chácara de sua propriedade e contava com o auxílio de dois 
empregados, que percebiam remuneração mensal equivalente a um 
salário mínimo. Por exercer o negócio por conta própria e 
informalmente, João nunca efetuou os registros devidos nas carteiras 
de trabalho de seus empregados, tampouco recolheu as contribuições 
previdenciárias correspondentes. Nessa situação, se for flagrado pela 
fiscalização, João responderá pelo crime de sonegação de contribuição 
previdenciária, podendo o juiz restringir a pena de reclusão prevista 
(de um terço até a metade) ou apenas aplicar a pena de multa. 
 
 
287 
 
82) (CESPE, PF – Delegado, 2004) Como forma de otimizar suas 
atividades, um grande supermercado contratou os serviços de uma 
cooperativa de mão-de-obra, buscando o fornecimento de 
trabalhadores para as funções de empacotamento e limpeza. No 
entanto, por deixar de consignar nos documentos contábeis 
adequados os valores pagos à cooperativa, o supermercado não 
recolheu as contribuições previdenciárias incidentes, da ordem de 15% 
do valor bruto das notas fiscais respectivas. Nessa situação, os 
responsáveis pela conduta típica indicada responderão pelo crime de 
sonegação de contribuição previdenciária. 
 
83) (TRT 21R, Juiz, 2010) O representante legal da empresa que, para 
reduzir o valor das parcelas devidas à Previdência Social, omite 
propositalmente da sua folha de pagamento o nome de vinte 
empregados contratados: 
a) incide no crime de falsidade ideológica; 
b) incide no crime de sonegação de contribuição previdenciária; 
c) incide no crime de falsificação de documento público previdenciário; 
d) incide no crime de apropriação indébita previdenciária; 
e) nenhuma das alternativas está correta. 
 
84) (TRT 3R, Juiz, 2009) A respeito do Direito Penal do Trabalho, leia as 
afirmações abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta: 
 
288 
 
I. Comete crime de falsidade documental quem insere ou faz inserir na 
folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não 
possua a qualidade de segurado obrigatório. 
II. Comete crime de falsidade documental quem insere ou faz inserir na 
Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita. 
III. Comete crime de falsidade documental quem insere ou faz inserir 
em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado 
com as obrigações da empresa perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
IV. Comete crime de apropriação indébita previdenciária quem deixa 
de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. Nas mesmas 
penas incorre quem deixar de recolher, no prazo legal, contribuição ou 
outra importância destinada
à previdência social que tenha sido 
descontada de pagamento efetuado a segurados ou quem deixar de 
recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos 
ou à prestação de serviço ou quem deixar de pagar benefício devido a 
segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela previdência social. 
V. A pena será reduzida de um terço se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência 
 
289 
 
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da 
ação fiscal. 
a) Somente uma afirmativa está correta. 
b) Somente duas afirmativas estão corretas. 
c) Somente três afirmativas estão corretas. 
d) Somente quatro afirmativas estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
85) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Como regra, o beneficiário 
deve receber diretamente o benefício devido pelo INSS. Porém, 
admite-se a constituição de procurador. Nessa situação, 
a) a procuração tem validade de 6 (seis) meses, podendo ser 
revalidada ou renovada pelo INSS. 
b) a procuração poderá ser outorgada a parente de servidores públicos 
civis ativos até o terceiro grau. 
c) pode ser outorgada procuração coletiva nos casos de representantes 
de asilos. 
d) a procuração tem validade de 12 (doze) meses, não se admitindo a 
renovação. 
e) pode ser outorgada procuração aos militares ativos, sem grau de 
parentesco com o beneficiário. 
 
290 
 
 
86) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Para fins de cálculo do salário 
de benefício, é correto afirmar que 
a) o trabalhador doméstico está dispensado de provar os 
recolhimentos à Previdência Social. 
b) poderão ser utilizados os salários de contribuição constantes do 
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais para os segurados em 
geral. 
c) o empregado deve apresentar os recibos de pagamento para fins de 
cálculo do valor do benefício. 
d) o contribuinte individual não poderá valer-se das informações 
constantes do CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais. 
e) o segurado especial deverá comprovar o recolhimento das 
contribuições para fins de cálculo do salário de benefício. 
 
87) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Maria requereu 
aposentadoria especial e teve seu pedido indeferido pela Agência da 
Previdência Social. Nessa situação, Maria poderá interpor recurso 
para: 
a) Câmara de Julgamento. 
b) Ministério da Previdência Social. 
c) Junta de Recursos da Previdência Social. 
 
291 
 
d) Gerência Executiva. 
e) Juizado Especial Federal. 
 
88) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Leonardo, segurado 
empregado, trabalhou em uma empresa cujo prédio foi destruído por 
um incêndio na década de 80 do século XX, situação evidenciada por 
meio de registro junto à autoridade policial que acompanhou os fatos. 
Nessa situação, Leonardo poderá comprovar, com auxílio de 
testemunhas, o tempo trabalhado na empresa cujo prédio foi 
destruído, averbando esse período em pedido de aposentadoria por 
tempo de contribuição. 
89) (CESPE, TRF2 – Juiz, 2009) A propósito do processo de justificação 
administrativa, assinale a opção correta. 
a) Em qualquer hipótese, a comprovação do tempo de serviço para fins 
previdenciários deve realizar-se com base em início de prova material, 
não sendo admitida a prova exclusivamente testemunhal. 
b) A homologação da justificação judicial processada com base em 
prova exclusivamente testemunhal dispensa a justificação 
administrativa, em vista da autoridade da coisa julgada constituída. 
c) A justificação administrativa deve ser admitida ainda que o fato a 
comprovar dependa de registro público de casamento, de idade ou de 
óbito. 
 
292 
 
d) Contra a decisão da autoridade competente do INSS que opinar pela 
eficácia ou pela ineficácia da justificação administrativa não caberá 
recurso. 
e) O processamento da justificação administrativa traduz opção legal 
conferida ao interessado, ainda que exista outro meio capaz de 
configurar a verdade do fato alegado e de sua plausibilidade. 
 
90) (CESPE, TRT1 – Juiz, 2010) Sérgio apresentou requerimento 
administrativo para revisão de seu benefício previdenciário. O INSS 
julgou improcedente a pretensão de Sérgio. Com base nessa situação, 
e considerando a disciplina relativa à organização da previdência 
social, assinale a opção correta. 
a) Da decisão poderá ser interposto recurso no prazo de trinta dias, 
não podendo o INSS, após a interposição, retratar-se de seu 
entendimento e deixar de encaminhar o recurso à instância 
competente. 
b) A propositura de ação judicial, por parte de Sérgio, que tenha por 
objeto idêntico pedido sobre o qual verse o processo administrativo 
importará renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e, 
consequentemente, desistência do recurso interposto. 
c) Todo recurso interposto em processo administrativo concernente a 
benefício previdenciário deve ser recebido apenas no efeito 
devolutivo. 
 
293 
 
d) A comunicação da decisão do órgão colegiado sobre a pretensão de 
Sérgio terá de ser feita por correspondência sob registro, com aviso de 
recebimento, ou pessoalmente, se a primeira forma restar frustrada. 
e) A decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social que julgar 
o recurso de Sérgio, se favorável, terá sua eficácia condicionada à 
publicação no boletim de serviço do INSS. 
 
91) (FCC, Técnico do Seguro Social, 2012) Joana trabalhou como 
empregada rural de janeiro de 1978 a dezembro de 1979. Ela foi, 
também, escrevente do Poder Judiciário do Estado de São Paulo de 
janeiro de 1980 a janeiro de 1982, com regime próprio de previdência 
social. De janeiro de 1983 até janeiro de 2011 trabalhou no serviço 
público federal ao mesmo tempo em que ministrava aulas como 
professora em faculdade particular, regida pela CLT. Joana completou 
60 anos em janeiro de 2011. Nessa situação, Joana 
a) poderá computar no Regime Geral de Previdência Social tanto o 
período exercido como professora como o do serviço público federal. 
b) não poderá computar o tempo de serviço como escrevente do 
Poder Judiciário do Estado de São Paulo. 
c) não poderá receber aposentadoria por dois regimes previdenciários. 
d) poderá receber aposentadoria por idade no Regime Geral de 
Previdência Social e aposentadoria por outro regime previdenciário. 
e) não poderá computar o tempo de contribuição como empregada 
rural. 
 
294 
 
 
92) (CESPE, Técnico do Seguro Social, 2008) Renato era servidor 
municipal vinculado a regime próprio de previdência social havia 16 
anos, quando resolveu trabalhar na iniciativa privada, em 1999. Nessa 
situação, o tempo de serviço prestado por Renato em outro regime é 
contado como tempo de contribuição, desde que haja a devida 
comprovação, certificada pelo ente público instituidor do regime 
próprio. 
 
93) (PGE-RO, Procurador, 2011) Com as modificações efetuadas a 
partir das Emendas Constitucionais nº 20/98 e no 41/2003, a garantia 
do regime previdenciário próprio restringe-se aos servidores titulares 
de cargos 
a) efetivos e aos titulares de cargo em comissão da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios. 
b) efetivos e aos ocupantes de cargo temporário da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
c) efetivos e aos empregados públicos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
d) efetivos, aos titulares de cargo em comissão, aos ocupantes de 
cargo temporário

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