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2 11)í~IASECONÔMICAS ANTERIORES A ADAM SMITH Osprimeirosmercantílistas,demodogeral,abandonaramessaorientaçãosobreo cus- to deproduçãoparaacompreensãodospreçoseseconcentraramnopontodevendapa- raanalisarosvalores.Umestudiosodasidéiasmercantílistasconcluiuque,apesardehaver umavastagamadediferençasemaspectosespecíficos,existemtrêsnoçõesimportantes sempr.epres~tesemquasetodososprimeirosregistrosescritosmercantílistassobrea~} ria do valor.A primeiraé o "valor"ou "valornatural"dasme.r.cadorias- queera, simplesmente,seupreçorealdemercado.A segund~refere-s(iii~(nW<ls..da..ofeJ:t!l~g!:Q.TÕ- "Cura,qued(,':tef/!!ÍI:1avamo valorctemercado.A terceiraé queosautoresmercantílistas quasesemprediscutiamo "val9rintrínseco"ouvalor~ IJso..:comoofatormaisimEortan- tenadeterminaçãodaprocura,sendo,portanto,-umdeterminantecausalimportantedo valordemcrcado.'2 --- - NicholasBarbon,umdosmaisimportantesautoresmercantilistas,resumiuestestrês pontosemseupanfletointituladoA DisculIrseonTrade: 1.O preçodosprodutosé o valoratual... O mercadoé o melhorjuiz do valor;istoporqueé como encontrodecompradorese vendedoresqueaquantidadedosprodu.tose a ocasiãosãomais bemconhecidas:as coisasvalemtão-somenteo preçopeloqual podemservendidas,deacordo eoma antigaregra:vaieIquaTl/UmveTldipotesl. 2. O preçodosprodutosé o valoratual e é obtido calculando-seasocasiõesou srususos, com a quantidaderepresentandoa ocasião...12impossível,parao mercador,ao comprarsuas mercadorias,saberpor quantoas venderá:seuvalor dependeda diferençaentrea ocasiãoe a quantidade;emboraestaobservaçãosejaa principalpreocupaçãodo mercador,o preçodepende de tantascircunstâncias,que é impossívelsabê-Io.Portanto,se o excessode mercadoriastiver baixadoo preço,o mercadoasretiraatéa quantidadeserconsumidae o preçosubir. 3.O valorde todosos produtosderivado seuuso;coisassemusoalgumnão têmvalorul. gum.O usodascoisasvisaa satisfazeros desejose necessidadesdo homem;a humanidadenasce eomdois desejosgerais:os desejosdo.corpoe osdesejosdamente;parasatisfazê-los,tudoo que estásobo Sol torna-seútil, tendo,portanto,um valor...O valordetodososprodutosderivad~- seuuso,e seupreço,caroou barato,derivadesuaabundânciae desuaeseassez! Noiníciodaépocamercantilista,quasetodaaproduçãoficavaa cargodetrabalh'ãdo- I'l:squeaindaeramdonosdeseusprópriosmeiosdeproduçãoe oscontrolavam.Oscapi- t.distaseram,basicamente,mercadoreseseucapitalconsistia,quasetodoele,emdinheiro e estoquesdemercadoriasa seremvendidas.Portanto,eranaturalqueosautoresmercan- tílistasvissemastrocasGUascomprasevendascomoa fontedoslucros.I~claroqueestes lucroseramtrocadospor mercadoriasquerepresentavamumapartedoexcedente,masa partedesteexcedentequecabiaaomercadornãoera,naqueleperíodoinicial,conseguida atravésdo controledoprocessoprodutivo.Ossenhoresfeudaisaindacontrolavam,demo- do geral,a produçãoe ficavamcomo excedente.O resultadodatrocaentreosmercado- rese os senhoresfeudaiseraumadivisãodo excedenteentreosdoisgrupos.Portanto,do pontodevistadosmercadores,eramastrocas,e nãoa produção,quegeravamseuslucros. O capitaldomercadoreraa propriedadedosmeiosdecompra,transportee venda,ao passoqueo capitalindustrialconsistianapropriedadedosmeiosnecessáriosparaaprodu- ção. !'-!esteperi9do..!.o capitaltndustrialaindaerabastaQteinsignificantee poucovisível, enquantoqueo cap~t~.comercialeradifundidoesignificativo.Portanto,nãofoi a incapa- cidadeintelectualou teóricaquefez comqueos autoresmercantilistasconsiderassema comprae vendacomofonte dos lucros,emvezdaprodução.Suasidéiasrefletiama reali- dadeeconômicadaépocaemqueescreveram. PRIMEIROSREGISTROSESCRITOSMERCANTILlSTAS SOBREVALOR E LUCRO O capitaldomercadorgeravalucro,Quandoopreçol?eloçU!alelevendiaumamer~ ~~r!a""é"fasuficientemente altopa!a cobr.i:6-0_.p.Ieço~g.o'por_ela.>.DJa.i.Lasd~s"p'el'asde ~- nuseio,armazenagem,transporteevendadamercadoriae,maisainda,umexcedenteso- Qre~leM.l!.stos.futeexcedenteeraolucrodomercador.Portanto,compreenderosdet~ minantesdospreçospelosquaisasmêrcadoriaseramcompradasevendidaseracrucial paracompreenderoslucrosdomercador. Osprimeirospensadoresmedievaistinhamafirmadoqueopreçodeumamercadoria tinhaquesersuficienteparacobriroscustosdiretosdeproduçãodeumartesãoeainda permitirqueeleconseguisseumretornosobreseuprópriotrabalho,suficienteparaman- ter-senoestilodevidatradicionalmentereputadocomosendoadequadoparaosartesãos. Emoutraspalavras,ospreçoseramdeterminadospeloscustosdeprodução,inclusiveuma remuneraçãoimplícitaeapropriadadotrabalhodoartesão.1 o panfletodeBarbonfoiescritonumaépocaemqueasatitudeseconômicasestavum l'omeçandoa passarporumarápidamudança.As passagenscitadasrefletemasatitud~~ dosprimeirosmercantilistas,queviamo lucrocomoorigináriobasicamentedoatotil' troca.Seulucroeraproveniente,emgrandeparte,deduasfontes.Primeiramente,a IJII'III ~,iodosséculosXVI eXVII (discutidanocapítuloanterior)tinhacriadoumasituaç.loI\a qual houve,demodogeral,umaumentosubstancialdovalordosestoquesexistentes.hl\. 11l'a dataemqueosmercadorescompravamasmercadoriaseadataemqueasvendium, osallmcntosdepreçodestasmercadoriasgeravamlucrosinesperados.Em segundolugar o queeramaisimportante- asdiferentescondiçõesdeproduçãoemváriasregiõesdeum I1I1ISouemváriaspartesdomundo,juntamentecomo fatodequehaviamuitopoucamo. IlIlIdadede recursos,tecnologiae mão-de-obraentreestasregiões,faziamcomqueospIl' ~[)Sdasmercadoriasfossemmuito diferentes,nasváriasregiõesou países.Osmercad(>Il'~ 1 VL'fMEFK. RonaldL. Studiesill lhe Labuur 17leury01 Value. Ed. Rev., Monthly R,'vl"w I'rcss, Novalurqllc, 1976,p. 12-14.Quasetoda a primeira parte destecapítulo se baseiano CUI> I dl'II,- ex- I'cl.'IIIc livro. Ihld., p. I S 11)1(1oI' 1S I h 11 1IIIIII'IoIVIIIIIullla mercadorianuma regiãoou num país em C(Ul'cln I'ClSSl'relativamente hllllllll ( 11Vl'lIdiamnumaregiãoou numpaísemqueelafosserelatlv:llIlClIll'cara. N,.\tnscircunstâncias,nãoé deadmirarqueosmercadorestlVl~SSl'lIIUIIIIIconcepção d" \dol deumamercadoriaemtermosdeseupreçodemercado" 11.10desuascondi- \0". d,'produção.Alémdomais,eramuitonaturalqueelesvisselllusdll'erellçasdepreços dI.!mClcadocomoresultadodediferençasdedisposiçãooudevontadl'(li'cOlllprardeter- 1IIIIIIIdllsmercadorias.A ofertasócomeçavaaserconsideradaàmedidaqueosmercadores Vlalllque,comumcertograudevontadedecomprarumamercadoria,Sl'U preçoseriaal- to seelativesseumaofertareduzidaou baixosesuaofertafosseahundante.Erapor estarazãoqueasgrandescompanhiasdecomércioprocuravammonopólioscriadospelo estadoefaziamcomqueelesfossemmantidos. A concorrênciaentreosmercadoreslevava,inevitavelmente,aumareduçãodasdife- rençasdepreçosrelativose,daí,aumareduçãodeseuslucros.Sedeterminadamercado- riativesseumpreçomuitoalto,emdeterminadaregião,o mercadorquetivessecomprado estamercadoriaaumpreçobaixo,e queativessetransportadoparaestaregião,teriaum lucromaior.Masestelucroseria,inevitavelmente,umaiscaqueatrairiaoutrosmercado- resparavenderamesmamercadorianamesmaregião.Masumnúmeromaiordemerca- doresimplicariamaioroferta,o quelevariaa umpreçomaisbaixoe amenoreslucros. Assim,asgrandescompanhiasdecomércioiammuitolongeparaevitarconcorrentese manterseusprivilégiosmonopolistas. Osprimeirosmercantilistasachavamqueo controledascondiçõesqueafetavama ofertademercadoriaserao principalmeioatravésdoqualpoderiamserconseguidose mantidososaltoslucros.Maso períodoinicialdomercantilismoaindanãotinhapassado pelamudançadeatitudessociaisque,maistarde,perdoariaejustificariaaincessantebus- cado lucrocomoumfimemsimesma.Asmotivaçõeseracionalizaçõesdosgovernos,em suaspolíticasdepromoçãodoslucrosdosmercadores,erammuitodiferentesdasmotiva- çõeseracionalizaçõesquevãocaracterizarosgovernoscapitalistasdosséculosXIX eXX. No iníciodoperíodomercantilistahaviaumacontinuidadeideológicaentreasdefe- sasintelectuaisdaspolíticasmercantilistaseasprimeirasideologiasquedefendiamaor- demeconômicamedieval.Estaconfiavanaéticacristãpaternalista,quejustificavaextre- masdesigualdadesderiqueza,combasenoargumentodequeDeusescolheraosricosco- moguardiãesbenevolentesdobem-estarmaterialdasmassas.4A IgrejaCatólicatinhasido a instituiçãoatravésdaqualestepaternalismotinhasidopostoemprática.À medidaque o capitalismosefoi desenvolvendo,a Igrejafoi ficandomaisfracaeosgovernosdasna- ções-estadoqueiamsurgindoforamficandomaisfortes.Noiníciodoperíodomercanti- lista,osautoresdetrabalhosdeEconomiapassaramasubstituircadavezmaisa Igrejame- dievalpeloestado,comoainstituiçãoquedeveriacuidardobem-estarpúblico. Duranteo reinadodeHenriqueVIII, aInglaterrarompeucomo catolicismoromano. Esteacontecimentofoi importante,porquemarcoua secularizaçãofinal(pelomenosna Inglaterra)dasfunçõesdaIgrejamedieval.ComHenriqueVIII, "o estado,sobaformade umamonarquiadivina,assumiuo papele asfunçõesdaantigaIgrejamedieval.O que IlenriqueVIII fez,à suaprópriamaneiragrosseira,foi santificarosprocessosdestemun- do".sDuranteseureinadoe osreinadosdeElizabethI, JaimeI eCarlos1(1558-1649), houveinquietaçãosocialgeneralizada.A causadestainquietaçãoeraapobreza;a causa degrandepartedestapobrezaerao desemprego;acausadegrandepartedestedesempre- goeraomovimentodoscercados. Outrofatorfoi o declíniodaexportaçãodelã,nasegundametadedoséculoXVI, queprovocougrandedesempregonaprincipalindústriainglesa.Houve.tambémmuitas crisescomerciaisparecidascoma fasededepressãodoscicloseconômicosposteriores, ,'mborasemamesmaregularidade.Alémdestesfatores,odesempregoduranteasestações do anofaziacomquemuitostrabalhadoresficassemsemtrabalharatédurantequatro mesesporano. O povonãopodiamaisprocurara IgrejaCatólicaparafugirdodesempregoeda1'0' breza.A destruiçãodopoderdaIgrejatinhaeliminadoosistemaorganizadodecaridade, l' o estadoprocuravaassumiraresponsabilidadepelobem-estargeraldasociedade.Para ISSO, "os Iíderesinglesesiniciaramumprogramagerale coordenadodereorganizaçãoe racionalização...da indústria,estabelecendoasespecificaçõesde padrõesde produçãoe l'Omercialização".6Todasestasmedidasvisavama estimularo comércioinglêse amino- nll o problemadodesemprego. ! De fato,parecequeo desejodeconseguiro empregoplenoéo temaunificadorde quasetodasasmedidasdepolíticaadvogadaspelosautoresmercantilistas.Osmercantilis- taspreferiammedidasdestinadasaestimularo comércioexterior,emlugardocomércio IlIlerno,"porqueachavamqueelecontribuíamaisparao emprego,a riquezae o poder dunação.Os autorespassaramaressaltar,depoisde 1600,o efeitoinflacionáriodeum l'xcessodeexportaçõessobreasimportaçõeseo conseqüenteaumentodeempregospro. vocadospelainflação".7 Entreoutrasmedidastomadasparaestimulara indústrianaqueleperíodo,podemos \'Itaraconcessãodepatentesdemonopólio.A primeirapatenteimportantefoiconcedi duem156I, no reinadodeElizabethL Davam-sedireitosdemonopólioparaestimularIIS IIIVl'nçõeseparacriarnovasindústrias.Estesdireitoseramalvodegrandesabusos,COII/OI IIll'eradeseesperar.Alémdisso,levavamaumsistemacomplexodeprivilégioseapadn IIhlll11entosespeciaise a umasériedeoutrosmales,queescandalizavamquasetodos08 Iloloresmercantilistas,tantoquantoosmesmosabusosescandalizavamosreformadoll's IlIl1l'ricanosdofimdoséculoXIX. OsmalesdomonopóliolevaramaoEstatutodosMOI/o 1"lhosde 1624,quecolocavaforadaleitodososmonopólios,excetoosqueenvolvessem \'(' nladeirasinvençõesou quefosseminstrumentosdepromoçãodeumbalançodepaga. IIWlltoSfavorável.t claroqueestaslacunaseramgrandeseosabusoscontinuarampcatl (IImentesemcoibição. O EsratutodosArtljlces(I563) especificavacondiçõesdeempregoe o tempodo 4 Vl~1IltINT,I'. K.l'ropt.rty aliei I'ropllc'u'. Nova lurque, lIaq>L'r& RuIV, 197~,P K 1I WII UAMS, Applel1lan Willial1l. Tlle Ccil/fUl/n' oj'AlllericQlIllis/Ory. Nuva (orque, Quadrunllh', I')hh, p, Ih 1111.1, I' '.(J (.1(\\11'1', IVillial1ll> /:'1'(11/1)//111'l.iIlc'rall.\'/II.Nova lurque, Randol1lllou,,', l<)h5, ' v, I ~II t ~ Ver BIRNIE, Arthur.An EcanamicHistoryaf theBritish Isles.Londres,Mcthucn,1936,Caps. 12,18. ESCRITOSMERCANTILISTASPOSTERIORESE A FILOSOFIA DO INDIVIDUALISMO À medida,porém,queo capitalismosefoi desenvolvendo,duasnovidadeseconômi- l'itSforamtornandoavisãomercantilistainsatisfatóriaparaasnecessidadesdonovosiste- mae paraa maioriadoscapitalistasimportantesdaépoca.Primeiro,apesardosesforços dllsgrandescompanhiasdecomércioparamanterseusmonopólios,adifusãodocomércio t' o aumentodaconcorrência(principalmentedentrodasprópriasnações-estado)foram ~'I)ntinuamentediminuindoasdiferençasrelativasdepreçosentreasdiversasregiõese 11I1,0es.Isto reduziuos lucrosquepoderiamserauferidospelosimplesaproveitamento dl'stasdiferençasdepreços. A segundamudançaestavaintimamenterelacionadacomaprimeira.À medidaqueos lucrospotenciaisauferidossomentepelasdiferençasdepreçosforamsendoreduzidos, 101havendoumaintegraçãodo controlecapitalista,tantodosprocessosdeprodução, 101110docomércio.Estaintegraçãoteveduasorigens.Inicialmente,osmercadoresprocu- IlIlamconseguirmaiorcontrolesobreaprodução,criandoo sistemadetrabalhodomésti- 1.'1)(discutidonocapítuloanterior).Umpoucomaistarde,porém,houveoutrainovação, 'III~'acabousendomuitomaisrevolucionária.Já noséculoXVI, ascorporaçõesdeofício I'"ssaramasersistemasrelativamentefechados,destinadosa protegero statuse a renda dllsmestresdacorporação,restringindoo númerodeaprendizesedeartíficesquepode- 1111111tornar-semestres.Como tempo,emmuitascorporações,osmestresseforamtrans- II limando,cadavezmais,nosorganizadoresecontroladoresdoprocessoprodutivo,dei- '..lIndodesersimplestrabalhadoresqueoperavamaoladodosaprendizesedosartífices. (11 II1cstrespassaramaserempregadoresoucapitalistaseosartíficespassaramasersim- pll's trabalhadorescontratados,compoucaou nenhumaperspectivade'se tornarem IIlllslres. Nu iníciodoséculoXVII, estescapitalistasprodutorescomeçaramaentrarnoramo d.)comércio.LogopassaramaconstituirumagrandeforçanavidaeconômicadaIngla- Il'Irll umaforçaque,segundoDobb,constituía"umimportantedeslocamentodocen- 1111dcgravidade"dosistemasócio-econômicoinglês.H Osinteressesdestenovosegmcnto d.I t:lassccapitalistaeram,desdeo início,quasesemprecontráriosaosinteressesdosanti w.mII1crcadorescapitalistas. Estasmudançaseconômicasde longoalcancelevarama duasmudançasmuitoimpor IlInll'Snasidéiaseconômicas.Primeiramente,haviaumgrandesegmentodefilósofos,eco 1IIIIIIIstase outrospensadoresquerejeitavama antigavisãopaternalistado estadoe d;!re- v.u1itll1cntaçãoestatale quecomeçarama formularumanovafilosofiado individualismo, 111I sl'gundolugar,houveumamudançadainterpretaçãodequeospreçoseo lucroeram dll~llI1inadosbasicamentepelasforçasdaofertae daprocurae,emparticular,pelautili- illldl',paraainterpretaçãodequeospreçoseramdeterminadospelascondiçõesdeprodu- \ 111)c os lucroseramorigináriosdo processoprodutivo.Examinaremoscadaumadestas dllllSlI1udançasisoladamente. ''I"I'IIIII:.lIdllpreviaavaliaçõessalariaisperiódicaseestabeleciasal:\riosm:\ximosaserem 1',111"-IIO~operários,Esteestatutoeraimportante,porqueilustravao 1'1110dequeaética lllIll'11I1I1151adaCoroanuncaproy'ocouqualquertentativadeelevaro statliSdasclasses 1l,lhulhlldoras.Osmonarcasdesteperíodosentiam-seobrigadosa protegerasclassestra- hllllllldoras,mas,comoseusantecessoresdaIdadeMédia,acreditavamqueaquelasclasses dl'vl'l'lamficaremseuprópriolugar.Ossaláriosmáximosvisavamaprotegeroscapitalis- 1118e,alémdomais,osjuízesqueosestabeleciamequefaziamcumpriro estatuto,geral- mcnte,pertenciamà classeempregadora..eprovávelqueestesníveismáximosreduzissem ossaláriosreaisdostrabalhadores,porqueospreços,geralmente,subiammaisrapidamen- tequeossalários,comopassardosanos. As "leisdapobreza",.aprovadasem1531e 1536,procuraramenfrentarosproblemas dodesemprego,dapobrezaedamiséria,generalizadosnaInglaterra.A primeiradessasleis procuroufazerumadistinçãoentrepobres"commerecimento"e"semmerecimento";só osprimeirostinhampermissãodepedir.A segundaleiestabeleceuquecadaparóquia,em todaa Inglaterra,seriaresponsávelpelosseuspobrese queaparóquiadeveria,pormeio decontribuiçõesvoluntárias,manterumfundoparaospobres.Istoserevelouinteiramen- teinadequadoeoproblemadapobrezaiaficandocadavezmaisgrave. Finalmente,em 1572,o estadoaceitouo princípiodequeospobresteriamdeser mantidosporrecursostributárioseestabeleceuum"impostoparaospobres".Em 1576, foramautorizadasa funcionar"casasdecorreção"paraos"desordeirosincorrigíveis", tendo-setomadoprovidênciasnosentidodeasparóquiascompraremmatérias-primaspara seremtrabalhadaspelospobrese desordeirosmaistratáveis.Daquelaépocaatéo fimdo séculoXVI foramaprovadosmuitosoutrosestatutosdospobres. A Lei daPobreza,de 1601,foi a tentativadosTudorconsolidaremaquelasleisde formacoerente.Suasdisposiçõesprincipaisincluíamoreconhecimentoformaldodireito deospobresreceberemauxIlio,aimposiçãodecontribuiçõesaníveldeparóquiaseo tra- tamentodiferenciadoparaváriasclassesdepobres.Aspessoasdeidadeeosdoentespode- riamreceberajudaemsuascasas;osfilhosdospobresquetivessemmuitopoucaidadepa- rarecebertreinamentonumofícioficariaminternos;ospobresmerecedoreseosdesem- pregadosreceberiamtrabalho,segundoasdisposiçõesdaleide1576;osdesordeirosincor- rigíveitdeveriamsermandadosparacasasdecorreçãoeprisões.8 Combasenadiscussãoanterior,podemosconcluirqueo períododomercantilismo inglêscaracterizou-sepelaaceitação,segundoo espíritodaéticacristãpaternalista,da idéiadeque"o estadotinhaaobrigaçãodeserviràsociedade,aceitandoedesincumbindo- sedaresponsabilidadepelobem-estargeral".9Osváriosestatutosaprovadosnaquelepe- ríodo "assentavam-sena idéiadequea pobreza,emvezdeserumpecadopessoal,era umafunçãodo sistemaeconômico".1OReconheciamqueasvítimasdasdeficiênciasdo sistemaeconômicodeveriamseralvodoscuidadosdaquelesquedelassebeneficiavam. 'I 1(1 WILLlAMS. Cantaursaf AmericQnHistary,p. 41. Ihid" p.44. II IH)lIII, MlIlIril'l' II SI//llie,l' 111t!t/./)1'lldafJlI/(,lIt ufCafJitali~'II/. Londres, Roull,~dge& KI'!llIn 1'11111. 1').IIo,!,. \'\.1 1M Iq I1II 1111~doséculoXVII, umnÚllwrocada vez maior d~'(lIpllUlhl1l1, JlIII'tlcularmente III '1"1 11111111111origensnascorporaçOesdcofício, estavalIlulto IlIlhldo('li)huscadelucro, 111'1",'olllplexidadedasrestriçõese regulamcntaçõesmerCall!illSlasque bL'lwliciaram,ini- .11I1I1l'IIIl',as grandescompanhias de comércio; os capitalistasPIIIL'Ulílvlllulivrar-se destas lI'IIII\~ocs, Também não gostavam dos remanescentesmercan!lIistlls do IIIItlgO paternalis- IUI! L'I'isl:[o,que condenava o comportamento ambicioso, aquisitivo, e 11vontade de acu- IlIul:u riquezas,A economiade mercadocapitalista,quesecstava IIluplllllldosignificati- v:unenteemáreasmuitoimportantesdaproduçãoe docomércio,precisavadeumcom- portamentobaseadona iniciativaindividual,aquisitivo,parafUllciollllrbem.Nestecon- texto,começarama aparecernovasteoriassobreo comportamentohumano.Autores começaramaafirmarqueosmotivospessoaiseegoístaseramosmo!ivosbásicos- quan- donãoosúnicos- quelevavamohomemaagir. Estainterpretaçãodocomportamentohumanoéexpressanasobrasdemuitospen- sadoresimportantesdaépoca.Muitosfilósofoseteóricossociaiscomcçaramaafirmarque todoatohumanoestavarelacionadocomaautopreservaçãoe que,porisso,eraegoísta, nosentidomaispurodotermo.OnobreinglêsRobertFilmeI'ficoumuitíssimoespantado t:omo grandenúmerodepessoasquefalavade"liberdadenaturaldahumanidade,uma opiniãonova,plausíveleperigosa",comimplicaçõesanarquistas,12Leviarhall,de1110mas Hobbes,publicadoem1651,articulouobjetivamenteumaopinião,bastantedifundida,de quetodososmotivoshumanosadvinhamdeumdesejodoquepromovesseo "movimento vital"do organismo(homem).Hobbesacreditavaqueosmotivosdetodasaspessoas_ atémesmoa compaixão- erammeramentediversostiposdeauto-interessedisfarçado: "A tristezacomacalamidadedosoutrosépiedadeederivadaimaginaçãodequeames- macalamidadepodeacontecerconsigomesmo;assim,échamada...decompaixãoede... solidariedade".13 Excetoos gruposde interessesespeciaisquesebeneficiavamcomasgrandesrestri- çõese regulamentaçõesdecomércioe produçãonesteperíodo,os capitalistas,emsua maioria,sentiam-seinibidose limitadospelasregulamentaçõesestatais,emsuabuscade lucros.As doutrinasindividualistase egoístasforamansiosamentedefendidasporestes homense começarama dominaro pensamentoeconômico,atémesmoentreosmerca- dores.Umhistoriadormeticulosoafirmaque"quasetodaapolítica...mercantilistapres- supunhaqueo interesseprópriogovernavaacondutaindividual"!4 A maioriadosautoresmercantilistaseraformadadecapitalistasouempregadosprivi- legiadosdecapitalistas.Por isso,eramuitonaturalqueelespercebessemosmotivosdos capitalistascomouniversais.Dasidéiasdoscapitalistassobreanaturezadahumanidadee suasnecessidadesdeseremlivresdasgrandesrestriçõeseconômicaséquenasceual1Ioso- fiado individualismo,qucserviudebaseparao liberalismoclássico.Contraavisãobem ordenadaepaternalistaqueaEuropatinhaherdadodasociedadefeudal,elessustentavam "a idéiadequeo serhumanodeveriaserindependente,dirigir-seasimesmo,serautôno- mo,livre- deveriaserumindivíduo,umaunidadcdistintademassasocial,e nãoficar perdidonela".ls o PROTESTANTISMOE A ÉTICA INDMDUALlSTA Um dosexemplosmaisimportantesdesteindividualismoedestafilosofiadeclasse médiafoi a teologiaprotestante,quesurgiucomaReforma.Osnovoscapitalistasdaclas- semédiaqueriamterliberdade,nãosóemrelaçãoàsrestriçõeseconômicasqueatrapalha- vama produçãoe o comércio,mastambémemrelaçãoaoopróbriomoralquea Igreja Católicatinhaassociadoaosseusmotivoseàssuasatividades.Oprotestantismonãosóos libertoudacondenaçãoreligiosa,comotambémacaboutransformandoemvirtudesos 1I10tivospessoais,egoístaseaquisitivosquea Igrejamedievaltantodesprezara.16 Osprincipaismentoresdomovimentoprotestanteestavammuitopróximosdaposi- çãocatólica,emquestõescomoausuraeopreçojusto.Emmuitasquestõessociais,eram profundamenteconservadores.Durantea revoltadoscamponeses,na Alemanha,em 1524,Luteroescreveuum folhetocheioderancor,intituladoAgainstrheMurdering I/urdesof Peasants,emquediziaqueospríncipesdeveriam"combater,estrangulareapu- nhalar...'Quetemposmaravilhososeramestes,emqueumpríncipemereciao céumais 1.IL'ilmentepeloderramamentodesanguedoqueumoutropelasorações!"Seuconselho contribuiuparaoclimageralemqueforamassassinadosmaisde100000camponeses,tu- doemnomedozeloreligioso. Contudo,apesardo conservadorismodosfundadoresdoprotestantismo,estavisão fL'ligiosacontribuiuparaa influênciacrescentedanovafilosofiaindividualista.O prin \'lpiobásico'doprotestantismo,quepreparouo terrenoparaasatitudesreligiosasquedc, vl'riamaprovaraspráticaseconômicasdaclassemédia,eraa doutrinadequeoshomens I"óllI1justospelafée nãopelasobras.A IgrejaCatólicaensinavaqueoshomenssetorna. Vllnlbonspelasobras,e istoimplicava,emgeral,cerimôniase rituais.Segundoa viS:ío ~HIÓlica,nenhumhomempoderiaserjustoapenaspelosseusprópriosméritos."Serjusto (Idasobras...nãoqueriadizerqueo indivíduopudessesalvar-seporsipróprio:significavH l(m'elepoderiasersalvoporintermédiodaIgreja.Daío poderdoclero.A confissãoobri. JotillÓria,a imposiçãodepenitênciasa todaapopulação...juntamentecomapossibilidade dI'excomunhãodavamaospadresumterrívelpoder."I?Estespoderestambémcriaram Ull\a situaçãoemqueasdoutrinasmedievaisdaIgrejaCatólicanãoeramabandonadas 12 Ver McDONALD, Cameron.lYesternPolitical171eory:TheModernAge. Nova lorque,lIarcourt BraceJovanovich,1962,p. 29. 13 Citado por GIRVETZ, Harry K. The EI'olution of Liberalism.Nova(orque,Colliers,1963,p.2H-29. 14 (;RAMI'I'.EconolllicLiberalinl/.l:69. I' Me()ONALD. lYesternPolitical Theory,p. 16. 111Os estudosclássicosda relaçãoentreo protestantismoe o capitalismosãoosdeMAX WEBFR, .1 "l/c'lI l'ro/estantee o E'sp(rilodo Capitalismo.Nova lorque,Seribner,1958,e TA WNEY, Richard II Nc'I/II/OI/aI/c/lhe Riseof Ctl[Jitali~'III.Novalorquc,McntorUooks,1954. I" 11111,('hristoJlIIl'r."l'rol,'slanlisll1andth,'RiscorCaJlitalisll1",ln:71/eRiseofCapitalislII NovlI 1011111",~1:1l'nlll1l1n,1'166,JI 4.1 OrganizadoIIIJI J> 'i. l.lIIHks. 'I() ... comflldlidadc,e o indivíduoaindaestavasubordinadoà sod~'dlld~'(n'IHcscntadapela [I'r~'jll), A doutrinaprotestanteda justificaçãopela fé afirmavaqU~'os motivoserammais IJnpurtantesqueos atosou os rituaisespecíficos,A fé era "nadamaisquca verdadedo coraçtro".I~Todo homemtinhaque indagara si mesmoseseusatosseoriginavamdeum ~:uraç,Iopuro e dafé emDeus;todohomemtinhaquesejulgarasi proprio,Estaconfian- ça individualistana consciênciaparticularde cadaum atraíamuitíssimoos artesãosda novaclassemédiaeospequenoscomerciantes: Quandoo empresáriodeGenebra,AmsterdãouLondres,dosséculosXVI eXVII, olhavaparao {ntimodeseucoração,verificavaqueDeuslhetinhaincutidoumprofundorespeitopeloprincí- pio dapropriedadeprivada...Esteshomensachavamsincerae decididamentequesuaspráticas econômicas,emborapudessementraremconflitocomaleitradicionaldaantigaIgreja,nãoofen- diam a Dcus. Pelo contrário, glorificavam-no. 19 POLÍTICAS ECONÔMICASDOINDIVIDUALISMO Durantetodaaépocadomercantilismo,estenovoindividualismolevoua inúmeros protestoscontraa subordinaçãodosassuntoseconÔmicosà vontadedo estado.Desde meadosdoséculoXVII, quasetodososautoresmercantilistascondenaramosmonopólios concedidospeloestadoe outrasformasdeproteçãoe favoritismonaeconomiainteflla (contrariamenteaocomérciointernacional).Muitosachavamque,nummercadoemcon- corrência,quecolocavaumcompradordiantedooutro,umvendedordiantedooutroe compradorcontravendedor,a sociedadelucrariamaisseo preçopudesse'flutuarlivre- lIIente,encontrandoseuníveladequado(deequilíbriodomercadc;».Um dosprimeiros lIutoresmercantilistasimportantes,John Bales,argumentouqueaprodutividadeagrícola poderiaseraperfeiçoadaseoslavradorestivessempermissãopara Foi comestainsistêncianainterpretaçãodavontadedeDeuspelopróprioindivíduo queos"puritanosprocuraramespiritualizaros(novos)processoseconômicos"eacabaram acreditandoque"Deustinhacriadoo mercadoe a troca".20Todavia,algumtempode-- pois,osprotestantesexpuseramumdogmaqueesperavamviesseaseraceitoportodos. Masonovodogmaeraradicalmentediferentedasdoutrinasmedievais.Asnovasdoutrinas enfatizavamanecessidadedesair-sebememsuapassagempelaTerracomoomelhorca- minhoparaagradaraDeuseressaltavamadiligênciaeo trabalhodedicado. A antigadesconfiançacristãdasriquezastraduziu-senumacondenaçãodaextrava- gânciae dadissipaçãodesnecessáriadariqueza.Assim,aéticaprotestanteressaltavaaim- portânciadoascetismoedafrugalidadeabstêmia.Umteólogoqueestudouarelaçãoentre religiãoecapitalismoresumiuarelaçãodaseguintemaneira:"O valorreligiosobaseadono trabalhoconstante,sistemáticoeeficiente,poriniciativaprópria,comoomeiomaisrápi- dodeseassegurarasalvaçãoedeseglorificaraDeus,tornou-seumpoderosíssimoinstru- mentodeexpansãoeconômica.Aslimitaçõesrígidasdoconsumo,porumlado,e,porou- tro,a intensificaçãometódicadaproduçãosópoderiamterumresultado:a acumulação decapital".21Assim,emboranemCalvinonemLuterotenhamsidoumporta-vozdanova classemédiacapitalista,nocontextodonovoindividualismoreligioso,oscapitalistasen- contraramumareligiãonaqual,como tempo,"oslucros...passaramaserconsiderados umavontadedeDeus,umamarcadeSeusfavorese umaprovadesucessoemsetersido chamado".22 termaislucrodo queestãotendocomela,e liberdadeparavendera produçãoemqualqueroca- siãoe em todosos lugares,com a mesmaliberdadequeoshomenstêmdefazerasoutrascoisas, Masnãohá dúvidade que,nessecaso,o preçodo milhosubiria,principalmenteno começo,mas nãoa longoprazo;contudo,estepreçofariacomquetodosarassemo solo,cultivassemterrasli- vres,transformassemas terrasreservadasparapastagememterrasaráveis;isto porquetodosfa- riamisso com maisdisposição,quandovisscmos maioreslucrose ganhos.Com isso,haveria, necessariamente,muito milho e tambémmuita riquezaparaestereino; além disso,teríamos muitomaismantimentos.13 19 Ibid. lbid., p.46-47. lbid., p.49. Estacrença- dequeasrestriçõesà produçãoe aocomérciodentrodeumanação 1111111prejudiciaisaosinteressesdetodos- difundiu-secadavezmais,emfinsdoséculo \ VII e nocomeçodoséculoXVIII. Podem-seencontrarmuitasexposiçõesdesteponto d!' vistanasobrasdeautorescomoMalynes,Petty,North,Lawe Child.24Destes,talvez I )\ldleyNorth (1641-1691)tenhasido o primeiroporta-vozclaro da.éticaindividualista qm'setransformariana basedo liberalismoclássico.North achavaque todos oshomem ('1&1mmotivadosprimordialmentepelointeressepróprioe quedeveriamter liberdadepam \'OI\lpetirpor si sósnummercadolivre,paraqueo bem-estarpúblicofossemaximizado, AI~lllnentavaque,semprequemercadoresou capitalistasdefendiamleisespeciaisparu n~KlIlara produçãoou o comércio,"geralmentevisavamaoseuprópriointeresseimcdlU 10,comoaMedidadoBemedoMal. E hámuitosque,paraganharumpouconoseulHO 11,10comércio,nãoseimportamcomo sofrimentoalheio;ecadahomemlutapara '1\1(' Itldosos outros sejamobrigados,em suastransações,a agirde modo a que favoreçam Mli lucro, masem nomedo público".25O bem-estarpúblicoseriamaisbematendido,lia IIpll\laOde North, sequasetodasasleisrestritivasqueconcediamprivilégiosespeciaisfos, q~1IIinteiramenteabolidas. Em 1714, BernardMandevillepublicou The Fable of the Bees:or Private Vic'(',~. 1'lIhI/,'kHel/ejits,emqueapresentouo paradoxoaparentementeestranhodequeosvíl'ios lllills dcsprezadospeloantigocódigomoral,sepraticadospor todos,resultariamemmalol 18 20 21 FULLERTON, Kempcr."CalvinismandCapitalism;an Explanationof the WeberTlwsis", In: Prule.\.tallliwlalld Capitalism:The lVeberThesisalld/IS Crilics.Lexington,Mass.,Heath,1959,p, 19. RcvistoporRobcrtW.Grcen. 22 Ibid., p. 18. ('j 1IIIIu por c;I(AM 1'1'.J:.'collomic Liberalism. I :78. 11>1(1, p. 77.111. .. t 'ltildu P"I '/1/(' Vl/rI,'IU'S ol H('()//omil's, Novu lorquc, Meridiul1,19h2,2 v I 185 l(cvl~lo1"11 11,,11111 I,'k iI,1I11I1111 I , ! I'III~I'IIII 1"11:'li público.Asseveravaelequeaambição,o e8of~lI\IJtio comportamento II'I',I~IIIIIII('llIiloriamacontribuirparaailldustrializaçãoeparllUlIllIl'COIIOllliaprogressista. ,\ 11'~lhl""dl'sleparadoxoera,obviamenle,queo queeravistol'OIllOVfl'iopelosmoralis- 1,1',11I",lIlVlIl~eramasprópriasforçaslIIotivadorasqueimpclialllo IIOVOslstcmacapitalis- 1.1I, "I'lo\lIlIdoasnovasfilosofiasreligiosas,moraiseecollômlcllsdal'pocacapitalista,es- tl'\lIIollvosnãoerammaisvícios. Muitoscapitalistastinhamlutado,durantetodaaépocamercantlllsta,paralibertar-se dI"todasasrestriçõesemsuabuscadolucro.Estasrestrições qUl'sobeneficiavamum numerorelativamentepequenodecompanhiasdecomérciomaisanligas,já estabelecidas l' lIIonopolistas- eramfrutodasleispaternalistas,queeramremanCSCl!l\teSdaversãofeu- daldaéticacristãpaternalista.Estaéticasimplesmentenãoeracompatívelcomo novo sistemaeconômico,quefuncionavanabasedeobrigaçõescontratuaisestritasentreaspes- soas,e nãoemvínculospessoaistradicionais.Inúmerosmercadoresecapitalistasnovos procuraramminarasposiçõesprivilegiadasdosmonopóliosdosmercadoresmaisantigos e criarumsistemasócio-políticomaisvoltadoparaabuscalivreedesinibidadolucro.Os mercadoresecapitalistasqueinvestiamgrandessomasemempreendimentosnomercado nãopodiamdependerdaforçadoscostumesparaprotegerseusinvestimentos.Tampouco podiambuscar,efetivamente,lucrosnoemaranhadoderestriçõesgovernamentaisqueca- racterizavamo iníciodaépocamercantilista. A buscadolucrosópoderiasereficaznumasociedadebaseadanaproteçãodosdirei- tosdepropriedadee nacertezado cumprimentodoscompromissoscontratuaisimpes- soaisentreos indivíduos.Nestequadroinstitucional,os capitalistastinhamquepoder continuarbuscandoseuslucroslivremente.A novaideologiaqueseestavaenraizandofir- mementenosséculosXVII eXVIII justificavaestesmotivoseestasrelaçõesentreosindi- víduos.Ao mesmotempo,umamudançaigualmenteimportanteestavaocorrendonama- neirapelaqualos ideólogoseconômicosexplicavamos preços,a naturezae asorigens doslucros. ORIGENSDA TEORIA CLÁSSICADE PREÇOSE LUCRO Coma integraçãodeproduçãoe comércioeadificuldadecadavezmaiordeseobter lucrocoma simplesexploraçãodasdiferençasdepreço,começouumanovaorientação paraentenderospreçoseo lucro.Umfamosoestudiosodestaépocaescreveuoseguinte: "No fim doséculoXVII, principalmentenaInglaterra,aorientaçãosobrecustos,adotada pelosprodutoresmaisantigoscomrelaçãoaovalor,começaadarsinaisclarosderenasci- mento.Passa-sea darcadavezmaisénfaseaoscustosdeprodução,particularmentena indústria.,,26 Coma criaçãodeumamão-de-obra"livre"- querdizer,umnúmerosubstancialde produtoresquenãopodiamtercontrolealgumsobreosmeiosdeproduçãonecessáriose queeramobrigadosavendersuaforçadetrabalhoparasobreviver- foi-setornandogra- dativamenteclaroqueo controlesobreestesprodutoreseraachaveparaaobtençàode 11, MFEK, J.ahol/r 17reary01 ValI/e, p. 18. .,.\ 1 lucros.Típicadesteenfoquefoi a afirmativadeDanielDefoe,emsuaobraA General /listoryof Trade(1713),deque"sãoo trabalhoeoengenhodaspessoasque,porsisós, !lcramriquezae tornam...o comérciolucrativoparaanação".27Outradasinúmerasafir- mativasqueexpressamestepontodevistapodeserencontradanaobraBritalllziaLan- gIH'IlS(1680),dePetty:"Só sepodeacumularumtesourosuficientecomo trabalhodas pessoas...Portanto,aspessoassãoa mercadoriaprincipal,maisbásicaepreciosa,daqual podemserobtidostodosostiposdeprodutosindustrializados,navios,riquezas,conquis- tasedomíniosólido.,,2~ A indústriacapitalistacomeçoua conseguiraumentossubstanciaisdaprodutividade riotrabalho,aumentandoadivisãodotrabalho,pelaqualdiferentestrabalhadoresseespe- I'lali,.avamapenasemumaoupoucastarefas;ospensadoressobrea economiado início doséculoXVIII começarama identificardoisprincípiosdistintoseimportantesquenor- tc'avamesteaumentodeprodutividade.Primeiramente,viramqueos recursosnaturais "I setransformavamemmercadoriascomvalordetrocadepoisdeo trabalhadoroster Ilunsfonnadoemprodutoscomvalordeuso.Emsegundolugar,comoaumentodaespe- 'Iahl.açãoea divisãodo trabalho,ficouclaroqueumatrocademercadoriaspoderiaser vlhla comoumatrocadosdiferentestrabalhosespecializadosincorporadosnestasmerca- d1l1l1l8.Isto foi visto com mais clareza por Bernard Mandeville: A providênciaordenouascoisasdetalmodo,quenãosódiferentespartesdo mesmopaístêmsua própriaproduçãomaisadequada;da mesmaforma,homensdiferentestêmaptidõesadaptadasa 1111111grandevariedadede artcse indústriasdiferentes.Portanto,o comércio,ou a trocade uma II1crcadoria...por outra,é altamente convenientee benéficoparaa humanidade...Parafacilitar n~trocas,os homensinventaramo dinheiro,adequadamentechamadomeio de troca,porquc, \,1)111ele,troca-setrabalhopor trabalhoou umamercadoriapor outra... I;:_ocomércio,emgeral, nadamaisé do quea'trocade trabalhopor trabalhoe, por isso,o valorde todasascoisasé... nwdido mais corretamente pelo trabalho.,. () precursormaisevidentedateoriadovalor-trabalhodoseconomistasclássicosfoio ,!\11manônimodeumfolhetopublicadoem1738,intituladoAIglllllasIdéiassobreo Va. 111'do /Jinlzeiro em Geral, que concluiuque " vnlordas...(mcrcadorias),quandosãotrocadasumaspelasoutras,é reguladopelaquantidadl' do trahalhonecessáriae comumenteusadaemsuaprodução;e seuvalorou preço,quandos,io compradase vendidase comparadascomum meiocomum,serádeterminadopelaquantidadede lIahalhoemprcgadae pelamaiorou menorquantidadedo meiooudamedidacomum.'0 I'om base nesteponto de vista, é óbvio que, se o trabalho é o mais importante deter- IlIln.11111'dos preços em geral, o trabalho também tem que ser a fonte dos lucros, porqllc ,'0111s!lo obtidos pelacomprae venda.Quandoos lucrossãoauferidosatravésdo contro' Ir 1111processode produção,témquerefletirumadiferençadospreçospagospelosinslI t lindoporFURNlSS,EdgarS. 77rePositiallaI tireLaborerina System01Nationalism.NuvlI 11111111'.Allltllstu~M. Kclly. 1965, p. 16, ~ 1\1111,1'.1(,.17. ( 1I,IIIupor MI'LK t,nhollr nrl'lIrl' af Vallll' , 1',41, ti 1\1111,r 4141 . , 11I0.1H'I'('~~;idnsà produçãoeà quantidadeproduzida.Durallt(~Indunq\lclaépoca,muitos n\ltOll'spassarama veroslucroscomoumexcedenteque ricava,npt'lsns trahalhadoreste- 1('11Il'ol1segllidoas mercadoriasnecessáriasparaseu prÓprioCOIIS\lIIIO.Em 1696,John Cary I~S('l'CVeuqueasmercadorias"exportadasdãomaisou mCllosI\ll~ro,dcacordocomo trahalhodaspessoasincorporadoao seu valor".31Em 1751,csla fOlltede lucro estava s(~ndochamadade excedentedeproduçãosobreasnecessidadesde consumodos traba- lhadores: lI~suntoseconômicosépolíticos francesesdurou cercade duasdécadase terminouquan doseumembropoliticamentemaisinfluente,Turgot,perdeuseucargodecontroladorge. 1i,1dasfinanças,em1776. OsfisiocratasestavaminteressadosW1reformara Franç~~gueestavapassandopor dl'sorden.seconômicasesociais,causadasprincipalmenteporumacombinaçãoÍ1eteroge. lI<,ademuitasdaspiorescaracterísticasdo feudalismoe docapitalismocomercial.A trio h\ltaçãoestavadesordenadaeeraineficiente,opressivaeinjusta.A agriculturaaindausava 11t('cnologiafeudal,feitaempequenaescala,ineficiente,econtinuavasendoumafontede IHHlcrfeudalqueinibiao avançodocapitalismo.O Governoeraresponsávelporumema- Ii1l1hadoextraordinariamentecomplexodetarifas,restrições,subsídioseprivilégiosnas 111rasdaindústriaedocomércio.O resultadodissofoiocaossocialeeconômico,quecul- lI\lnoucomaRevoluçãoFrancesa.~u ~)sfisiocratasachavamueassociedadeseramoY~Ina.daselaleinaturai.queos plO!>lemasdaFrançaeramdevidosàincapacidadedeseusdirigentescompreeneremesta 1111naturaleordenarema produçãoeo comérciodeacordocomela.Quesnayformulou \110modelosimplesdecomoumasociedadedeveriaserestruturada,afimderefletiralei lIilllIral,e,combasenestemodelo,osfisiocratasadvogavamareformapolítica:aabolição dllscorporaçõesdeofícioea remoçãodetodasastarifas,impostos,subsídiosrestnões I' 'Cl:uIãrÜentaçõe;'";)(TsTêntesguepreludic~ssem.~..!,~.:t_~~r.ia~~().E2jíIé.r_c1?~ropu;erama mbs.lituiçãodaagriculturaempequenaescalaeineficiente,entãovigente,pela~ultura IllpllaITstaemgrandeescalaMasapropostadereforn\apelaqualosfisiocratassãomais 'rn1brnos 01a recomendaçãodequetoda~rendadoGoven1.Q...(QWoh~jdiUltrav~s...dcL WllÚnicQimposto,~ra todoo país,soiJreasativiããdesagiícõiâs(porr'~zõesqu~ficarão clllrasnadiscussãosubseqÜente). -- Asreformasestavamdestinadasaserinatingíveis,porqueosfisiocratasnãoquestio. IIIIVal11 o direitoda nobrezafeudalde recebera rendadesuasterras,enquantoquealiO' II(I'IIIpercebia- bastantecorretamente- queosesquemasfisiocrataslevariamaoempo. hl('Clmentodaclasseproprietáriadeterrase àascensãodaclasseca1~italistajMudança$ vnl'lalSquee-xigel}!o <!esl()camentodeumaEI~s_seq,omina.DteP.QUllit.E!.)l[Qp9.g~msl'r ((\nscp.uiãàspo~meio,?e!:formas]Exigemrevolução,ea Françaprecisoudarevoluç:\(1 dl~ I 789paraquemudançasparecidascomasdefendidaspelosfisiocratassetornasscm pnssiveis.3S _ t1ort;uito,-~n.cia..do.s..fl.&iQc.J;atas. -f.ei-l>asieamenteintelectu(\,};niQ...QQIítica,\AI ~\lmasdas idéiasexpressasno Tableau ÉcollomiquedeQuesnaydeveriamtornar-se,di' pl)l~.muitoimportantesnaliteraturaeconômica.Dedicaremoso restantedestecapítulo11 1111111discussãodetrêstópicosnosquaisasidéiasdeQuesnayhaveriamdeterumimpacto IlIIportante:(I) a noçãode trabalhoprodutivoe improdutivoedeexcedenteeconômico. I ') 11intcrdependênciamútuadosprocessosdeprodução;(3) osfluxoscircularesdamOl' dll I' dasmercadoriase ascriseseconômicasquepodemsercausadaspeloentesoural11l'n(o do dinheiro, A fonteda riquezaé o nÚmerodehabitantes:...quantomaispopulosoror umpaís,maisricoele é ou poderáser... Isto porquea terraé gratuitae remuneraseu trabalhonãoapenascomo sufi- ciente.mascomabundância...Ora,tudoo quesobrasemserconsumidoé l'xeedente,queconsti- tui ariqllezadanação.32 Masestespensadoresnãoconseguiramentenderoprocessocomclarezasuficientepa- ramostrarcomoerapossívelqueaquantidadedetrabalhoincorporadaaumamercadoria fosse,aomesmotempo,odetem1inantedospreçoseafontedovaloredolucroexceden- te.Paraistotornar-sepossível,tevequehaverumclaroreconhecimentodequeo lucroso- breo capitaleraumacategoriadistintaderendadeclasse,queiaparaodonodocapital, porquesuapropriedadepermitiaqueelecontrolasseo empregodostrabalhadores,eisto representavamaisoumenoso valordetrocadocapitaldocapitalista.RonaldL. Meek, eminentehistoriadordeidéiaseconômicas,chegouàseguinteconclusão: O lucro sobreo capitale as classessociaisquepassarama auferirrendasdestetipo era,obvia- mente,o produtofinal deváriosséculosdedesenvolvimentoeconômico.Masfoi só a partirda segundametadedo séculoXVtlI. ao que parece.que o lucro sobreo capitalcomo um novo tipo genéricode rendadeclassetornou-setãoclaramentediferenciadodosdemaistiposderenda, que os economistasconseguiramcaptar todo o seusignificadoe delinearsuascaracterísticas básicas.33 Em 1776,AdamSmithpublicousuafamosaobra,intituladaA RiquezadasNações. .Estafui ~m~ sistemáticae ampladocapitalismo,ernqueestamaneiradeentendero ucrosobreo capit(ll[oi.Pkn~menteelaboradj!,Nopróximocapítulo,exami- naremosasidéiasdeSmith.Mas,antesdefazê-Io,é precisofazerumbreveresumodas idéiasdosfisiocratas,umaescolafrancesadeeconomistasdoséculoXVIII, cujasobras deveriamexercerumainfluênciaconsiderávelsobreo desenvolvimentosubseqüentedas doutrinaseconômicas. OSFISIOCRATASCOMOREFORMADORESSOCIAIS Os fisiocrataseramumgru.EQde reformadoressociaisfranceses,discípulosintelec- tuaisdeFrançoisQ~nay (1694-1774YQuasetod;;a~~su'!.sidéiasseorigill~a.mdireta-ou.. ~ir~tamente_do Ta_blff!.!!.Économim.JJ:.>-d~_Ouesnay.34Suainfluênciaimediatasobreos 31 Citadopor fURNtSS. Positionof theLaborer,p. 19. 32 HAY, William.Op. cit. 33 MEEK. Labollr T71eoryof ValI/e,p. 24-25. ..I QUESNAY, Fran<:ois.Tahleal/l,'conomiql/e.Londres,11.lIiggs,1894;originalÍllIpn'sso1'111parti. l'ulan's.Versalhes.1758. I' 1111\11tkf,'sll I11I1ISl'ol1\pil'la tll-sta afirl11ativapode ser encontrada el11RO(;IN. Ll'O, '17/1'""'/11""/1 "l1d ValidU)' 111/o.'C'/IIIOII/;('7111'/1'1'Nov:t InrqlH', I Ia 11'('1',~ Row, I C)57. p, 14.50, C,h ASml~IASECONÚMICASDEQUESNAY fO f'ahleauE;;;,~;;;;Pleé,basicamente,ummodelodt.111111I('!'IlI1omia.O modelo mostraosprocessosdeprõãtiçao,~éifêurãçãodamoedaedasI1H'lC'uclorias('adistribuição darenda.Omodelopressupõequeaproduçãoocorraemciclos:ll1llats('qllctudooqueé produzidoemumanoéconsumidonaqueleanoousetransforma110S111811mOSnecessários paraayroduçãodoanose~uinte.o ce-nhó-óeatençãoé a,'".&.'"icIIHllra.Porexemplo,em detem1inadoano,o setoragrícolaproduz5 bilhões.36O setor1IHI1I81rialproduzumbi- lhão.O produtobrutoé de6 bilhões.Umbilhãovaiimediatam(,111l'slIhslituiroativodu- rávelusadopelaagriculturanaprodução.deixandoumprodutoIíql1ldodt'5bilhões. Doprodutoagrícola,2 bilhõesficamcomosprodutores.Inclucmasscmentesparao períodoseguinteeossaláriosdaadministração(lucro)paraosfazendeiroscapitalistaseos agricultores.Todooestoquedemoeda(2bilhões)estánasmãosdosfazendeiroscapitalis- tas,no início do período.Elespagam2 bilhõesemmoedaà classedosproprietários rurais,comoarrendamento.Estaé a rendaexcedentenosistema.Osproprietáriosdeter- rasnãodesempenhamqualquerfunçãoeconômicaemtrocadestepagamento. Estes2 bilhõesrepresentamumexcedenteproduzidonosetor.agrícola,queultrapas- sao consumodosagricultorese oscustosdereposiçãodosativosconsumidosnaprodu- çãoagrícola.Osfisiocratasconsideravamesteexcedenteumpresentedanaturezaeacha-<- vamquesóatravésdocOQtlltogiretocomanatureza,naproduçãoextrativaouagrícófa,e- "q~'~traball10h~~anopoderiaprO'õi1ztT-trrI1eX:ceoerrte:OsagriCuItoreseram,põrbmto, c~amadosdedirsscvroduWla..9~~~ll"r~esde,!TIercádoriasindustrializadaseramcha- madosdeclasseestéril,nãoporquenãoproduzissem,masporqueo valordoqueprodu- iiamera,presumivelinente,igualaoscustosnecessáriosdematérias-primasmaisosneces- sáriossaláriosdesubsistênciadosprodutores.t!iioseachavaque'pudessesobrarqual- ~er excedenteou lucro na atividad~.!!19U~~.!:.!.<Jl-Havia,portanto. três classe.s..:...a.~ produtiva(capitalistase trabalhadoresgedic_adosàproduçãoagrícola),a clas~e~éril capitalistase trabalhadoresligadosà indústria)e aclasseociosa"(osdonosdeterras,que cónstliTIfamo-exc:.dé'ílt~ciuzid~~~classeprod-utiva). - Apóso recebimentodesuarendapelaclassedosproprietáriosdeterras,o Tableau prosseguiacomumalongalistadetransaçõesquemostravamcomoosprodutosdosseto- resagrícolae industrialeramdistribuídosoualocadosecomoeranecessáriohaveraper- feitacirculaçãodamoedaparaestaalocação.No fimdetodoo processo,seastransações fossemagregadas,veríamosqueaeconomiavoltariaaoseuestadoinicial.Emcadaperío- do,o setorindustrialreproduziao mesmovalorquetivesseusadoeminsumos(matérias- primaseconsumodesubsistênciadosetoragrícola);o setoragrícolareproduziaovalor deseusinsumos(sementes,consumodesubsistênciae ativosagrícolasduráveisusados)e umvalorexcedentede2bilhões.queeraapropriadopelaclassedosproprietáriosdeterras econsumidosobaformadeprodutosagrícolaseprodutosindustriais." - -, Estemodeloilustrao fatode.5lue,9sdoissetoresdeproduçãosãoJnterdep,~ndeJlte.s...e queo produtodecadaunfdeieSé uminsumonecessárioparao outro.Estainterdepen- dênciatecnológicade diferentesindústriasdeveriaservir(conformediscutiremosmais .Idlante,emoutrocapítulo)debaseparaasfuturasversõesdateoriadovalor-trabalho.O IllOdelotambémilustrao fatodequeaalocaçãodeinsumoseprodutosrequera<1i.!cu~ ,-,!locontínuadamoeda.OsfisiocratasseanteciparamaT. R. Malthus,KarlMarx,J. . I\.('ynesemuitosoutroseconomistasposteriores,quemostraramcomoo entesouramento llumoedaou a criaçãodepontosdeestrangulamentooudesequilíbriosnoprocessode llrculaçãomonetáriapoderiaatrapalharaalocaçãodeinsumosedeprodutos,provocan- docrisesoudepressõeseconômicas. Finalmente,muitoemboravirtualmentetodosos economistasposteriorestenham Il'jcitadoanoçãodequeo excedenteeconômicoeraumdomdanatureza,aclassificação (Iostrabalhadorescujaforçadetrabalhocriavalorexcedentecomoprodutivosedaqueles IIlJ:! forçadetrabalhonãocriaexcedentecomoimprodutivosdeveriatornar-seumele- lII~ntoimportantenaanáliseeconômicadoséculoXIX. CONCLUSÃO Emgeral,deve-sedizerquemuitopoucoseconomistasanterioresaAdamSmithapre- ;f!nlaramo mesmotipo deanálisescoerentesebemelaboradasdosprocessoseconômicos Itll capitalismo,queencontraremosnoscapítulosqueseseguem.Istonãoocorreupor se- 1(111Ielesintelectualmenteinferioresaosseussucessores,masporqueestavamescrevendo 1111111:1épocadetransiçãosócio-econômicaemqueasçaracterísticasdosistemacapitalista C'1I11!rgenteestavampermeadasde muitosvestígiosdo antigosistema.Em fins do século \ VIII, ascaracterísticasmaisgeraisdo capitalismojá setinhamtornadomuitomaisvisí- y.l~ Daquelaépocaemdiante,ospensadoreseconômicospuderampercebermuitasdestas ( ill'aet('rísticas,comumaclarezacadavezmaior.Além do mais,depoisdeo capitalislllo "'! aparecidoclaramentecomoo sistemaeconômicodominantedaEuropaOcidental,ca. ti,.~I!raçãodeeconomistasquepassavapodiaaproveitare refinarasidéiasdeseuspredc 1'I'\SlIrcs. N:loobstante,o leitorveráquemuitasdasidéiasdiscutidasnestecapítulotêmreapa ti I'Hh) váriasvezesatéosdiasdehoje.Apesardasenormesmudançasocorridasdesdeo '11'l'uloXVI, o capitalismocontinuabaseando-seemmuitosdosmesmosfundamentosso. I IIW,políticos,jurídicose econômicosqueerampercebidosapenasporalto,naépocaClll '111,("tavamcomeçandoadominarasociedadedaEuropaOcidental. ,1,1) Estouadotandoa tl'rminologiadeRoginemHcollomicTheory,p. 20,e n:ioli de()IH"";I~' ~x '1