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DIREITO CIVIL
10/09
1. Divórcio
a) Histórico
No Brasil o divórcio só foi introduzido em 1977, pela lei 6.515/77. Antes o casamento era indissolúvel. Desquite era o procedimento antes de 1977 que permitia que as pessoas dissolvessem sua convivência, resolvessem a questão dos patrimônios e pensão alimentícia para os filhos. Desquite colocava fim a sociedade conjugal, mas não colocava fim ao vínculo conjugal, isto é, ao casamento. A função disso era não permitir que as pessoas casassem de novo. 
Divórcio foi introduzido com uma série de requisitos/obstáculos, para que não banalizassem o casamento, de acordo com a igreja, ao se casar e divorciar várias vezes. Ex: no começo um dos requisitos era que a pessoa só poderia se divorciar uma vez.
O divórcio foi introduzido por um procedimento duplo, isso só desapareceu em 2010. Em que para se divorciar seria preciso de dois processos. Primeiro, antes do casal se divorciar o casal tinha de entrar com um processo prévio que era a separação judicial. A separação judicial poderia resolver toda a pendência do casal. Depois da sentença de separação judicial tinha de esperar 1 ano para daí entrar com ação de conversão da separação para divórcio. A separação, então, colocava fim a sociedade conjugal e o divórcio colocava fim ao vínculo conjugal. Havia exceção para o divórcio direto, que só poderia ocorrer para o casal separado de fato há, no mínimo, dois anos. 
Defesa: esse um ano seria para o casal pensar bem se realmente queria se divorciar mesmo. E o casal separado judicialmente para se casar novamente é permitido a reconciliação mediante simples petição na separação judicial. Mas se o casal se tiver se divorciado é possível se reconciliar, é só casar de novo. Sempre houve essa crítica de precisar de dois processos para fazer uma coisa só.
b) Emenda Constitucional nº 66 de 2010, art. 226, parágrafo sexto da CF.
Com essa redação o único requisito para se divorciar é: estar casado. 
Contudo, a Emenda Constitucional não revogou expressamente os artigos de separação no Código. Discussão: e se alguém quiser antes se separar? Como regra, Judiciário extinguiu a possibilidade do procedimento pela separação. Mas a doutrina diz que com base na autonomia da vontade o sujeito poderia escolher a separação. A maior parte da doutrina afirma: a separação, algo que só existe no Brasil, criado para agrado o discurso da igreja e criar obstáculos para as pessoas; e no ponto de vista jurídico: qual é a função da separação? A função não existe. 
c) Separação de corpos (art. 1575, art. 1576): 
É o fim da convivência / relação do casal. Para o Código Civil esses deveres de fidelidade e coabitação só se encerram com a sentença de separação. Daí que nasce medida cautelar de separação de corpos: pedido do juiz para que o casal possa conviver separadamente antes de sentença da separação. Então, acabam sendo três processos, demorados. Isso não tem mais sentido hoje, essa medida cautelar de separação de corpos: fim da convivência, coabitação, é escolha da pessoa e ela não pode ser sancionada por isso, e, hoje, qualquer provimento provisório se pode pedir na ação judicial.
d) Divórcio consensual x litigioso
	Divórcio consensual é um acordo, consenso. Litigioso ausência de consenso. Há quatro pontos que tem de ser objetos de acordo no divórcio consensual:
1- divisão do patrimônio comum
2- manutenção ou não do nome de casado
3- pensão alimentícia
4- guarda dos filhos
Se tiver consenso desses quatro, o divórcio é consensual. EXCEÇÃO: em casas suspensivas, entra com a ação de partilha de bens em ação separado e mesmo assim o divórcio é consensual.
Sem consenso, divórcio litigioso, necessariamente na vara de família.
e) Divórcio judicial x extrajudicial
Até 2007 só ocorria divórcio na vara de família, em 2007 alteração no CPC Art. 1124 A o qual introduziu o divórcio extrajudicial.
Requisitos para o divórcio extrajudicial: consensual (acordo) e não pode ter filhos menores ou incapazes, porque o interesse do menor ou incapaz tem de ser verificado pelo juiz ou pelo Ministério Público. Com os requisitos, faz o divórcio no cartório, mas é preciso de um advogado para assinar. Crítica: não é necessário de advogado para casar, não deveria ser necessário de advogado para divórcio.

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