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Título 12 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 12 Tema Função argumentativa da narração: a questão do ponto de vista (2). Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Compreender a importância do fato para a produção dos argumentos na fundamentação; - Reconhecer a validade persuasiva da organização de um bom conjunto probatório; - IdenƟficar quais argumentos usam o fato como seu principal elemento de construção; - Produzir parágrafos coesos e coerentes. Estrutura do Conteúdo 1. Produção da narraƟva jurídica e seleção do conjunto probatório argumentaƟvo 2. Argumentação pelo fato 3. Implícitos, pressupostos e defesa de teses 4. Argumento pró-tese Aplicação Prática Teórica Escreveu Errico Malatesta, teórico italiano, que, sendo a prova o meio objeƟvo pelo qual o espírito humano se apodera da verdade, sua eficácia será tanto maior, quanto mais clara, mais plena e mais seguramente ela induzir no espírito a crença de estarmos de posse da verdade. Para se conhecer, portanto, a eficácia da prova, é preciso conhecer como se refleƟu a verdade no espírito humano, é preciso conhecer, assim, qual o estado ideológico, relaƟvamente à coisa a ser verificada, que ela induziu no espírito com sua ação. Assim, o profissional do direito, diante de um caso concreto, analisa e interpreta os fatos para, em seguida, valorar tais elementos de acordo com as alternaƟvas oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, evidente a importância da narraƟva dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários para que se compreenda o caso, interprete-o e concreƟze essa interpretação mediante a argumentação. Caso concreto Dijanira Baptista foi fumante inveterada por trinta anos. Ela era casada com Mauro Costa e tinha dois filhos: Mauro Costa Jr. e Paulo Baptista Costa. Seus familiares alegam que a companhia de cigarros sempre ocultou informações e dados sobre a nocividade do cigarro à saúde. A víƟma fumava dois maços de cigarro por dia, cerca de 500.000 cigarros em trinta anos, e que tal fato, aliado à falta de informações sobre o produto nocivo, teria sido o responsável pelo contraimento da doença. Além do mais, só recentemente as companhias são obrigadas a restringir o horário de veiculação de propagandas e a emiƟr comunicado de que o fumo é prejudicial à saúde. Isso, infelizmente, não chegou a impedir que Dijanira se tornasse viciada em cigarros, uma vez que era fumante de longa data, moƟvo pelo qual a família pleiteia indenização por dano. Após a descoberta do câncer, lutou duramente contra o vício: "Minha mãe tentou parar de fumar, mas as crises horríveis de absƟnência e a depressão atrapalharam muito. Quando conseguiu vencer o vício, a metástase estava diagnosƟcada". Em 28 de setembro de 1999, faleceu em decorrência de câncer pulmonar, provocado pelo fumo excessivo do cigarro de marca Hollywood, da companhia Souza Cruz S.A. Paulo Gomes, advogado representante da Souza Cruz, afirma que a empresa cumpre as determinações legais e que seu produto apresenta todas as informações aos consumidores. Em relação às propagandas, sustenta que a apresentação de jovens saudáveis em ambientes paradisíacos não é práƟca apenas da indústria tabagista: "Desconheço a existência de publicidade que vincule produtos a modelos desgraciosos ou cenários deprimentes, que causem repulsa ao público-alvo. Ademais, os consumidores têm o livre-arbítrio de escolher o que consumir e o quanto consumir". Segundo o advogado da família, os estudos comprovam a nocividade do cigarro, que contêm mais de quatro mil substâncias químicas: "Entre elas está o formol usado na conservação de cadáver, o fósforo, uƟlizado como veneno para ratos e o xileno, uma substância cancerígena que atrapalha o crescimento das crianças. Se o cigarro não mata de câncer, há 56 outras doenças causadas por seu uso e exposição. É óbvio que a propaganda é indutora de seu consumo". Noơcia de jornal (adaptação) Questão 1 Faça breve pesquisa jurisprudencial e idenƟfique se existe condenação transitada em julgado para empresas tabagistas cujos consumidores morreram ou ficaram com doenças graves decorrentes desse produto. Cite as fontes de sua pesquisa. Questão 2 ConƟnue sua pesquisa a fim de esclarecer se há como demonstrar nexo causal entre a conduta e o resultado. JusƟfique sua resposta. Questão3 Na impossibilidade ou na dificuldade de recorrer às fontes citadas nas questões anteriores, como você propõe que seja defendida a tese de que a empresa Souza Cruz tem responsabilidade civil com os consumidores ou com seus sucessores? Plano de Aula: 12 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA Estácio de Sá Página 1 / 2 Título 12 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 12 Tema Função argumentativa da narração: a questão do ponto de vista (2). Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Compreender a importância do fato para a produção dos argumentos na fundamentação; - Reconhecer a validade persuasiva da organização de um bom conjunto probatório; - IdenƟficar quais argumentos usam o fato como seu principal elemento de construção; - Produzir parágrafos coesos e coerentes. Estrutura do Conteúdo 1. Produção da narraƟva jurídica e seleção do conjunto probatório argumentaƟvo 2. Argumentação pelo fato 3. Implícitos, pressupostos e defesa de teses 4. Argumento pró-tese Aplicação Prática Teórica Escreveu Errico Malatesta, teórico italiano, que, sendo a prova o meio objeƟvo pelo qual o espírito humano se apodera da verdade, sua eficácia será tanto maior, quanto mais clara, mais plena e mais seguramente ela induzir no espírito a crença de estarmos de posse da verdade. Para se conhecer, portanto, a eficácia da prova, é preciso conhecer como se refleƟu a verdade no espírito humano, é preciso conhecer, assim, qual o estado ideológico, relaƟvamente à coisa a ser verificada, que ela induziu no espírito com sua ação. Assim, o profissional do direito, diante de um caso concreto, analisa e interpreta os fatos para, em seguida, valorar tais elementos de acordo com as alternaƟvas oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, evidente a importância da narraƟva dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários para que se compreenda o caso, interprete-o e concreƟze essa interpretação mediante a argumentação. Caso concreto Dijanira Baptista foi fumante inveterada por trinta anos. Ela era casada com Mauro Costa e tinha dois filhos: Mauro Costa Jr. e Paulo Baptista Costa. Seus familiares alegam que a companhia de cigarros sempre ocultou informações e dados sobre a nocividade do cigarro à saúde. A víƟma fumava dois maços de cigarro por dia, cerca de 500.000 cigarros em trinta anos, e que tal fato, aliado à falta de informações sobre o produto nocivo, teria sido o responsável pelo contraimento da doença. Além do mais, só recentemente as companhias são obrigadas a restringir o horário de veiculação de propagandas e a emiƟr comunicado de que o fumo é prejudicial à saúde. Isso, infelizmente, não chegou a impedir que Dijanira se tornasse viciada em cigarros, uma vez que era fumante de longa data, moƟvo pelo qual a família pleiteia indenização por dano. Após a descoberta do câncer, lutou duramente contra o vício: "Minha mãe tentou parar de fumar, mas as crises horríveis de absƟnência e a depressão atrapalharam muito. Quando conseguiu vencer o vício, a metástase estava diagnosƟcada". Em 28 de setembro de 1999, faleceu em decorrência de câncer pulmonar, provocado pelo fumo excessivo do cigarro de marca Hollywood, da companhia Souza Cruz S.A. Paulo Gomes, advogado representante da Souza Cruz, afirma que a empresa cumpre as determinações legais e que seu produto apresenta todas as informações aos consumidores. Em relação às propagandas, sustenta que a apresentação de jovens saudáveis em ambientes paradisíacos não é práƟca apenas da indústria tabagista: "Desconheço a existência de publicidade que vincule produtos a modelos desgraciosos ou cenários deprimentes, que causem repulsa ao público-alvo. Ademais, os consumidores têm o livre-arbítrio de escolher o que consumir e o quanto consumir". Segundo o advogado da família, os estudos comprovam a nocividade do cigarro, que contêm mais de quatro mil substâncias químicas: "Entre elas está o formol usado na conservação de cadáver, o fósforo, uƟlizado como veneno para ratos e o xileno, uma substância cancerígena que atrapalha o crescimento das crianças. Se o cigarro não mata de câncer, há 56 outras doenças causadas por seu uso e exposição. É óbvio que a propaganda é indutora de seu consumo". Noơcia de jornal (adaptação) Questão 1 Faça breve pesquisa jurisprudencial e idenƟfique se existe condenação transitada em julgado para empresas tabagistas cujos consumidores morreram ou ficaram com doenças graves decorrentes desse produto. Cite as fontes de sua pesquisa. Questão 2 ConƟnue sua pesquisa a fim de esclarecer se há como demonstrar nexo causal entre a conduta e o resultado. JusƟfique sua resposta. Questão3 Na impossibilidade ou na dificuldade de recorrer às fontes citadas nas questões anteriores, como você propõe que seja defendida a tese de que a empresa Souza Cruz tem responsabilidade civil com os consumidores ou com seus sucessores? Plano de Aula: 12 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA Estácio de Sá Página 2 / 2