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Processo Civil IV - Execução - Aula dia 05/11/2012 Professora Maria Carolina - e-mail : mariacarolinaprof@gmail.com Aula 13 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS Quando se fala em alimentos, não se limita aqueles in natura, que é a alimentação do corpo, mas também o direito a saúde, lazer, cultura, tudo que seja necessário para a dignidade da pessoa humana, isto é, do alimentando. A Ação de Revisão de Alimentos tem por objetivo adequar o pagamento dos alimentos a nova situação do alimentante. OBS: Se um alimentante que na época da estipulação do valor da pensão estava empregado, porém hoje se encontra desempregado, deverá para de pagar a obrigação? Não, ele deverá continuar pagando porém com base em outros fatos. I- ALIMENTOS Provisórios Estabelecido no art. 4º da lei 5.478/68 Provisionais modalidade prevista no art. 852 CPC e inserido no capítulo das medidas cautelares. Definitivos estabelecido através de sentença transitada em julgado Decorrentes de reparação de ato ilícito Art 927 CC – ato ilícito civil. Convencionais vem de um acordo em que se estabelece pagar alimentos a outra pessoa (irmão, ex-cônjuge, tio, primo, etc) Gravídico Decorre da lei 11804/08 II- Competência para execução Art 100, II CPC Prerrogativa de foro é do alimentando, para fins de conveniência., então nesse caso a ação deve ser proposta em seu domicílio. Art. 100 - É competente o foro: II - do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III- Legitimidade Executando quem tem direito aos alimentos Executado quem tem o dever de prestar os alimentos. IV- Art 733 CPC ou art. 475 J CPC? Vide Súmula 309 STJ Art. 733 - Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. Súmula309 STJ Débito Alimentar - Prisão Civil - Prestações Anteriores ao Ajuizamento da Execução e no Curso do Processo O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. O art. 733 CPC será aplicado somente para o débito de alimentos recentes, isto é, relativo ao inadimplemento dos últimos 3 meses. Este procedimento permite a prisão civil do alimentante, mas lembrando que isso não é pena, mas sim, uma medida coercitiva para obrigar o devedor a realizar o pagamento. Caso ultrapasse os 3 meses a medida perde sua natureza coercitiva e deverá ser aplicado o art 475J CPC, conforme ratificado pela súmula 309 STJ. V- Prisão Civil art 5º LXVII CRFB/88 Prazo LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; O art. 733 CPC diz que o prazo da prisão será de 01 a 3 meses O art. 19 da lei 5478/68 diz que são de até 60 dias O entendimento predominante é que como o CPC é mais atualizado que a lei específica, entendeu-se que o legislador quis alterar esse prazo e prevalece o prazo do CPC. PRISÃO DOMICILIAR Ela pode ocorrer, porém ser observado caso a caso, mas não poderá ser fundamentada na LEP (lei de Execução Penal), pois a prisão civil não é pena, mas sim medida coercitiva. EXECUÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS. Art. 52 da lei 9099/95 Um título extrajudicial pode ser executado no juizado especial até o teto de 40 SM. Se for um valor superior também poderá ser executado, desde que, a parte abra mão do excedente. O acordo homologado pode ser realizado com valor superior a 40 SM no juizado, e se o devedor não pagar poderá ser executado no juizado. O enriquecimento ilícito sobre as multas cobradas, não tem fundamento, pois as multas só ocorrem quando o devedor deixa de efetuar pagamento estipulado em juízo no tempo previsto. OBs: O STJ tem reconhecido o dever dos avós em pagar a pensão alimentícia, desde que, o alimentante (devedor principal) não tenha condições de fazê-lo, porém o farão de forma subsidiária. Já se tem decisão jurisprudencial para que o dever de alimentar que recaia sobre os avós sejam devidamente divididos entre os paternos e maternos, de forma igualitária. O Pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, proíbe a prisão civil, por isso desde de 2005 não pode ser aplicada no Brasil, conf. Súmula 25 STF. Súmula 25 STF - Ilicitude - Prisão Civil de Depositário Infiel - Modalidade do Depósito É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. O STJ autoriza, através de jurisprudências, a penhora do único bem do alimentante, caso ele esteja devendo pensão alimentícia.