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7_LigacaoCovalente_OM.pdf LIGAÇÃO COVALENTE: TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES (TOM) TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES (OM) COMBINAÇÃO LINEAR DOS ORBITAIS ATÔMICOS (CLOA) DOS ÁTOMOS QUE FORMAM A LIGAÇÃO FORMAÇÃO DE ORBITAIS MOLECULARES Combinação Linear dos Orbitais Atômicos s Duas Possibilidades de Combinação Diagrama de Energia para os Orbitas Moleculares s OA 1s OA 1s Orbitais Moleculares Energia Diagrama de Orbitais Moleculares para a Molécula de H2 OA 1s OA 1s Orbitais Moleculares Energia Combinação Linear dos Orbitais Atômicos p A: Formação de Ligações σ Combinação Linear dos Orbitais Atômicos p A: Formação de Ligações π Diagrama de Energia para os Orbitais Moleculares p 2p 2p πx πy σ2p π*x π*y σ*2p 2p 2p πx πy σ2p π*x π*y σ*2p Boro/Carbono/Nitrogênio Energia 2p 2p πx πy σ2p π*x π*y σ*2p Diagrama de Energia para os Orbitas Moleculares p Oxigênio/Fluor/Neônio Energia π*x π*y σ*2p π*yπ*x σ*2p X Achtung!!! Attenzione!!! Caution!!! Ordem de Energia dos Orbitais Anti-Ligantes Exemplos OM: H2 He2 Li2 Be2 B2 C2 N2 O2 F2 Exemplos OM: Moléculas diatômicas hetero- atômicas: NO basicaOM.pdf 1 - Introdução Os elementos mais importantes para a química orgânica são C, H, N e O. Estes elementos estão nos dois primeiros períodos da tabela periódica e os seus elétrons estão distribuídos próximos ao núcleo. Cada camada de elétrons está associada a certa quantidade de energia, quanto mais próximo ao núcleo está o elétrons, menor a sua energia e mais difícil de removê-lo em uma reação química. Elétrons (e-) localizados na primeira camada (1s) terão menor energia (E), diz-se que aprimeira camada é a de menor E, enquanto que na segunda camada (2s) os elétrons terão maior E que na primeira e menor E que na terceira camada. - Orbital Atômico Não podemos determinar precisamente a posição de um e- em relação ao núcleo, mas podemos localizá-lo. Cada camada eletrônica é subdividida em orbitais atômicos Orbital: É a região de máxima probabilidade de encontrar o e- (95%). Densidade Eletrônica: Outro termo que descreve a probabilidade de encontrar o e- maior densidade eletrônica, maior a probabilidade. A primeira camada eletrônica é composta de um único orbital, tem a forma esférica (1s). A segunda camada, de maior energia que a primeira e mais afastada do núcleo, contém um orbital 2s (esférico) e três orbitais p. Gráfico da densidade e- X distância para os orbitais 1s e 2s não têm superfícies definidas, mas a densidade aumenta - diminui, resulta que a densidade de 1s e 2s se sobrepõe. O orbital 2s indica duas regiões de alta densidade separada pôr um ponto zero, que é chamado nó, nesta região a probabilidade de encontrar o e (no caso e- 2s) é muito pequena. Os orbitais 2p (3 orb p = px + py + pz ) estão na segunda camada energética, portanto mais afastados que o orbital esférico 2s, logo mais energético. 2 Os orbitais p tem a forma de lóbulos, dois lóbulos separados por um nó ( plano nodal que passa no núcleo). A densidade eletrônica acima do plano é oposta a inferior. O orbital s é não direcional, ou seja, é o mesmo visto de qualquer direção. O orbital p assume ângulo reto entre si o que leva a um maior afastamento entre eles. Como os 3 orbitais são equivalentes em forma e equivalentes do núcleo, eles tem a mesma energia. Orbitais que tem a mesma E são chamados Orbitais degenerados. (como exemplo os 3 orbitais 2p) Vamos abordar como as ligações covalentes são produzidas a partir dos orbitais moleculares. Teoria do orbital molecular: É a descrição matemática de orbitais, sua energia e sua interação. A teoria de valência da repulsão do par de elétrons (VSEPR), está baseado que os e - de valência se repelem, o que se utiliza para explicar ângulos de ligação e geometria molecular. A teoria de ligação de valência é usada para descrever estruturas e as interações entre as ligações covalentes. Valence bond Indicar graficamente ao lado como caracterizar a teoria VSEPR Propriedades da onda: Fio (corda) : seu batimento apresenta movimento em uma só direção Batida bumbo : “ “ “ “ duas direções Elétron: : “ “ “ “ três direções Cada orbital atômico de um átomo tem uma função de onda com amplitude + ou – (1s). Se o orbital tiver ambas ele terá um nó 2s, 2p. 3 Um orbital atômico pode se sobrepor ao orbital atômico de outro átomo. As funções de onda dos orbitais envolvidos são adicionadas juntas. Estes cálculos são referidos como: LCAO – linear combination of atomic orbital. Quando os orbitais que se sobrepõe estão em fase, há um reforço e temos um Orbital Molecular Ligante. Se as interações entre os orbitais atômicos estiverem fora de fase, temos interferência, há um nó entre os núcleos – Orbital Molecular Antiligante . Estado fundamental: os e- estão nos orbitais moleculares de menor energia. Quando uma molécula no estado fundamental absorve energia, promove e- de um orbital de menor E para um de maior e passará a ser Estado Excitado. Orbital Molecular 4 HIBRIDIZAÇÃO Hibridização do Carbono. Diagrama de Orbitais – colocar os elétrons e comparar a energia e a geometria adquirida em cada caso Fundamental Excitado Hibridizado Fazer Diagrama para hibridização sp 2 Fazer Diagrama para hibridização sp Fazer Diagrama para o Nitrogênio (cuidar Energia dos e - não ligantes) Fazer Diagrama para o Oxigênio (cuidar Energia dos e - não ligantes) Ligação do Etileno Ligação σ - Formado pela interpenetração de orbitais atômicos, segundo um mesmo eixo, (de frente) é simétrica, cilíndrica. Ligação π - Formado pela interpenetração de orbitais atômicos paralelos entre si, tem um nó. - fases diferentes acima e abaixo do plano perpendicular ao plano da ligação π. A ligação π é mais fraca que a ligação σ, pouca interpenetração por ser paralela, tem mais Energia, mesmo porque o orbital 2p tem mais Energia que o sp 2 , os elétrons pi, são mais polarizáveis que os sigmas.. 5 Aproximação de orbitais atômicos sp 2 formando o OM pi.(π) Indicar os orbitais pi anti-ligante Indicar os orbitais pi ligantes Relacionar E dos OM Com isto podemos construir o diagrama do OM para o Etileno Um orbital 2s tem menor E que o 2p. Os elétrons do orbital 2s estão mais próximos ao núcleo que os elétrons 2p. Quanto maior o caráter s do orbital menor a Energia Ligação hibridização % caráter s dist. C-C dist. C-H C ≡ C C = C C – C sp sp 2 sp 3 50 33 25 1,20 1,34 1,54 1,06 1,08 1,09 6 Energia – Luz – Ligação Orbital Molecular Quanto maior o overlap dos orbitais atômicos, mais abaixo se localiza no diagrama de Energia. Sigma (σ) é mais abaixo que π, menos energético, mais próximo ao núcleo (s). Desenhar os orbitais atômicos e Indicar no gráfico os orbitais antiligantes. Quanto mais eletronegativo o núcleo mais baixa a E do orbital. Elétrons não ligantes, elétrons n, não têm alterada a sua energia no diagrama de orbital molecular em relação ao orbital atômico. Relacionar o diagrama OM com o espectro Ultravioleta. Relacione comprimento Relacione comprimento de onda com Energia Qual a transição estaria mais próxima do visível? No diagrama da ligação C=O qual a transição está mais próxima ao visível? Quais os elétrons mais polarizáveis? 7 Exercícios (1) Título........................... Nomes: .................................. Tempo resolução .................... ................ 1-Definir : Orbital Densidade eletrônica Nó (Plano nodal) Orbitais degenerados 2-Colocar em ordem de Energia 1) Orbitais 1s 2s 2px, 2py, 2pz 2) Orbitais sp, sp 2 , sp 3 3) Orbitais sp 2 , 2p 3-Quais os exemplos que caracterizam a) Teoria da ligação de Valência b) Teoria da Repulsão do par de elétrons 4-Fazer um diagrama de orbitais para dois dos átomos citados abaixo representando o estado fundamental, excitado e hibridizados. a) Boro b) Csp 3 c) Csp 3 d) N 5- Exercícios (2) Título: Introdução em OM 1- Dois átomos de Hidrogênio interagem para formar a molécula H 2 Faça um diagrama indicando os orbitais atômicos e moleculares. Mostre os e - . 2- O sistema H 2 (molécula) é mais ou menos estável que os dois átomos de H. (Qual a relação entre E e estabilidade) 3- Faça o diagrama dos orbitais moleculares da molécula He 2 + . Mostre os e - nos orbitais. 4- Do ponto de vista energético pode se formar a molécula He 2 . Porque? 5- Faça um diagrama de OM das moléculas A 2 e B 2 . Na molécula de A 2 a interação entre os: orbitais atômicos é maior. (todos os orbitais são s) . 8 Exercícios(3) Título: Introdução em OM 1- Adicione 4 e- no diagrama do exercício anterior e assinale o tipo de OM. 2-As transições dos e- n são duas: n →π∗ e n →σ∗ Qual requer mais energia? Qual requer maior comprimento de onda? 3- Considerando os OM do ciclopenteno; qual a transição que requer menor E? 4- O espectro de U.V do acetaldeído apresenta as absorções em 160, 180 e 290nm. Quais os tipos de transições são responsáveis para cada absorção? 5- Em qual composto molécula A ou B, há maior “overlap” (sobrposição) entre orbitais p? Qual ligação é maior (distância entre centros)? Qual transição tem maior energia? 6- Observaram-se três absorções; 172, 204, 258mm e tínhamos os compostos CH 3 –Cl, CH 3 -I e CH 3 -Br. A quem pertence cada absorção? 7- Faça o diagrama energético, indique os OM envolvidos. orbmol_01.pdf Teoria dos Orbitais Moleculares Princípios e aplicações Fundamentos da Prof. Norberto Gonçalves I) Introdução A Teoria dos Orbitais Moleculares surgiu como um modelo aprimorado de ligação química, dentro do contínuo esforço para explicar de forma adequada certas propriedades moleculares (p.e., paramagnetismo do O2). •• Teoria dos Orbitais MolecularesTeoria dos Orbitais Moleculares •• Robert Robert MullikenMulliken;; •• Os elétrons de valência são Os elétrons de valência são deslocalizadosdeslocalizados;; •• Os elétrons de valência estão Os elétrons de valência estão em orbitais (chamados de em orbitais (chamados de orbitais moleculares) que se orbitais moleculares) que se espalham pela molécula inteira.espalham pela molécula inteira. •• Teoria de Ligação pela Teoria de Ligação pela ValênciaValência •• LinusLinus Pauling;Pauling; •• Os elétrons de valência estão Os elétrons de valência estão localizados entre os átomos (ou localizados entre os átomos (ou são pares isolados);são pares isolados); •• Orbitais atômicos semiOrbitais atômicos semi-- preenchidos sobrepõepreenchidos sobrepõe--se para se para formar ligações.formar ligações. Veja as principais diferenças: H1sbH1sa Orbitais Moleculares H1sa + H1sb Ha Hb HbHA Combinação de orbitais atômicos dos átomos constituintes formação de novos orbitais, deslocalizados em parte ou por toda molécula. Princípio básico Níveis de energia Vamos supor dois átomos de hidrogênio: H1sa e H1sb, formando uma molécula de hidrogênio, H2. A função aproximada do sistema H2 pode ser escrita da seguinte maneira: Método CLOA: Combinação Linear de Orbitais Atômicos Ψ= N (1sa + 1sb) eq1 (N = constante de normalização) Ψ*= N*(1sa – 1sb) eq2 (* = conjugado, i � -i) Lembrando que Ψ* Ψ = | Ψ |2, e integrando por todo o espaço, temos: ∫Ψ2dτ = ∫[N(1sa + 1sb)]2dτ ={N2( ∫(1sa)2dτ + ∫(1sb)2d τ + 2 ∫(1sa)(1sb)dτ )} ∫Ψ2dτ=N2(2+2S)=1 portanto, N= 1/ [2(1+S)]1/2 Como S< 1, N~ (1/2)1/2 (analogamente, N*~ (1/2)1/2) As seguintes definições são úteis: ∫(1sa)2dτ = ∫(1sb)2d τ = 1 � condição de normalização ∫(1sa)(1sb)dτ = S integral de recobrimento ou “overlap” substituindo, temos que: Para se obter a energia do sistema, aplica-se a equação de Schrödinger: HΨ=EΨ (operador Hamiltoniano aplicado na função de onda Ψ retorna a função de onda vezes uma constante, a energia do sistema). multiplicando-se ambos os lados por Ψ e integrando: ∫ΨH Ψdτ = E ∫Ψ2dτ como ∫Ψ2dτ = 1 E= ∫ΨH Ψdτ ………..eq3 Substituindo-se a eq1 na eq3, temos: E= N2 ∫ (1sa + 1sb)H(1sa + 1sb)dτ E= N2[ ∫(1saH1sa)dτ + 2∫(1saH1sb)dτ + ∫(1sbH1sb)dτ qa = ∫(1saH1sa)dτ qb = ∫(1sbH1sb)dτ β= ∫(1saH1sb)dτ integrais de Coulomb � energias orbitais Integral de ressonância� mede a interação entre dois átomos Como qa= qb= q, então já temos uma solução: E= ½(q + 2β +q)= q + β mais algumas definições úteis: E= N2 ∫ (1sa - 1sb)H(1sa - 1sb)dτ E= q-β Substituindo a eq2 em eq3, temos a outra solução: Esquematizando as energias em um diagrama, observamos então que um dos valores estabiliza, ao passo que o outro desestabiliza: 1sa 1sb q + β q - β )2q2( )S1(2 1 E b β+ + = )2q2( )S1(2 1 E b β− − = Conseqüências para a formação da ligação química: sobreposição Orbital molecular ligante Orbital molecular anti-ligante reforço na densidade eletrônica da região internuclear diminuição na densidade eletrônica da região internuclear Conseqüências para a formação da ligação química: energia curva de energia potencial (para um estado ligado) (para estado não-ligado) Simetria cilíndrica Orbitais σ Os orbitais se encontram frontalmente: Ha HbHa Hb um ponto de contato Tipos de orbitais moleculares planos nodais: Regiões onde a densidade eletrônica (ψ2) é nula, pois ψ é nula (troca de sinal da função de onda) - + plano nodal Importantes para definir as energias dos orbitais moleculares. Quanto mais planos nodais � maior compartimentalização da carga maior a energia . . 1sa 1sb Ψ1b Entre orbitais s Orbitais σ ligante: σg anti-ligante: σu* . . a b Ψ2a um plano nodal E Ha Hb sa - sb sa + sb Observe o princípio da conservação: N orbitais atômicos � N orbitais moleculares Entre orbitais p pya pyb Ψ3b pza + pzb dois planos nodais pya pyb Ψ4a pza - pzb três planos nodais Eanti-ligante: σu* ligante: σg (observe novamente a conservação do no. de orbitais) Os orbitais se combinam lateralmente, paralelamente aos eixos de simetria, com dois pontos de contato. Orbitais pi z y x pib x y z pza + pzb pia y z x x y z pza - pzb Orbitais pi E anti-ligante: pig* ligante: piu dois planos nodais um plano nodal II) Aplicações a sistemas simples Moléculas diatômicas homonucleares do 2o período da Tabela Periódica: Li, Be, B, C, N, O, F Orbitais envolvidos: 1s, 2s, 2px, 2py e 2pz x y z a b Orbitais normalizados de simetria σ, obtidos por CLOA: Ψ1b = N(2sa + 2sb) Ψ2a = N(2sa-2sb) Ψ3b = N(2pya + 2pyb) Ψ4a = N(2pya – 2pyb) orientação 2 s2 s 2py 2py σ pi σ σ* σ* pi* Sem interações entre os orbitais σ Diagrama de orbitais moleculares envolvendo os orbitais s e 2py 2 s 2py σ pi σ σ* σ* pi* σ* σ* σ σ Com interação Sem interação pi* pi resultado: troca de posições entre σ e pi ocorre perturbação E após a obtenção do diagrama, preencher com o número de elétrons disponíveis, pelo princípio de Aufbau. B2 σ* σ* σ σ pi* pi C2 σ* σ* σ σ pi* pi N2 O2 F2 σ* σ* σ σ pi* pi σ* σ* σ σ pi* pi σ* σ* σ σ pi* pi O2 e F2: alta carga nuclear efetiva � orbital σ é estabilizado aumento da carga nuclear efetiva ParamagnetismoParamagnetismo do Odo O22 Ordem de Ligação OL= (No elétrons nos orbitais ligantes – No elétrons orbitais antiligantes)/2 OL(Li2)= (2-0)/2=1 OL(Be2)= (2-2)=0 OL(B2)= (2-0)/2=1 OL(C2)= (4-0)/2=2 OL (N2)= (6-0)/2=3 OL(O2)= (6-2)/2=2 OL(O2 +)= (6-1)/2=2,5 OL(O2 -)= (6-3)/2= 1,5 OL(O2 2-)= (6-4)/2=1 OL(F2)= (6-4)/2=1 molécula de He2 OL = (2-2)/2 = zero � instável Moléculas diatômicas heteronucleares LiH Li σs σs* σp* pi 2s 2p OL=1 Orbitais não ligantes 1s H Moléculas diatômicas isoeletrônicas CO, NO+, CN- C 1s2 2s22p2 N 1s2 2s22p3 O 1s2 2s22p4 2s 2p idêntico preenchimento mesma OL Molécula triatômica linear Ha Be Hb x y z Be: 1s22s22p1 camada de valência Neste exemplo, veremos o conceito de GOL: Grupo de Orbitais Ligantes combinação linear de orbitais atômicos que se comporta com se fosse um só orbital. - + ++ Be2p Hb1sHa1s Ψ2(σu) = c32px + c4(1sa – 1sb) Ψ2* (σu*) = c32px - c4(1sa – 1sb)- + -+ - +- + Be2s Hb1sHa1s Ψ1(σg) = c12s + c2(1sa + 1sb) Ψ1* (σg*) = c12s - c2(1sa + 1sb)+ -- + ++ + + + as funções de onda serão dadas pela combinação linear dos orbitais atômicos do berílio com os GOL formados pelos orbitais 1s dos hidrogênios: 2s 2p OL=1 Ψ1(σg) Ψ2(σu) Ψ1* (σg*) Ψ2* (σu*) um provável diagrama de O.M. seria o seguinte: Molécula triatômica linear: CO2 C ObOa y z x Orbitais do C: 2py(ligações σ), C2px e C2pz (ligações pi) Orbitais do O: 2s (ligações σ); 2py(ligações σ), 2px e 2pz (ligações pi) C 2s22p2 O 2p4 Ligações σ*: Ψ1= C2s + (Opya + Opyb) Ψ2= C2py + (Opya + Opyb) Ψ1a= C2s – (Opxa + Opyb) Ψ2a= C2py – (Opxa + Opxb) + + - +- COa Ob +- + - +- + +- + - + - + - + - +- - + -- + + +- + - + - + - + - Oa-C-Ob *coeficientes de normalização omitidos Ligações pi*: Π1 = Cpx + (Opxa + Opxb) Π2 = Cpz + (Opza + Opzb) Π1a= Cpx – (Opxa + Opxb) Π2a = Cpz - (Opza + Opzb) + - + - + - COa Ob + - + - + - + - + - + - + - Oa-C-Ob *Coeficientes de normalização omitidos O2p C2p C2s σs σs* σp σp* Πb Πb* ñ lig OM CO2 CO2: d C-O 1,16 Å OL= (8-0)/4= 2 CO: d CO 1,13 Å OL = 3 comparação entre ligação dupla e tripla 39 em resumo, T.O.M: • 1) Conservação do no. de orbitais; • 2)E(o.mol) ligante < Eo.atom < Eo.mol.anti-lig. • 3)ocupação do O.M. segue regra de Hund e princípio de Pauli; • 4) a combinação é mais eficaz quando as energias dos orbitais é similar; Exercício • 1) Esquematize os orbitais moleculares, σ e pi, ligantes e anti-ligantes, que podem ser formados a partir da interação entre dois orbitais d. Ordene-os pela energia estimada e classifique-os quanto à simetria com respeito ao centro de inversão. teoria_orbital_molecular.pdf 17 2.2. Teoria do Orbital Molecular (TOM) 2.2.1 Introdução Hoje em dia quase todos os cálculos em moléculas inorgânicas são realizados com a estrutura da teoria do orbital molecular (teoria OM). Entretanto, certos conceitos da teoria de ligação de valência (LV) são algumas vezes necessários em discussões qualitativas. Vamos começar nosso estudo aplicando os conceitos desta teoria em moléculas diatômicas homonucleares e íons diatômicos e depois estenderemos para moléculas diatômicas heteronucleares. Esta teoria considera a molécula como formada de um conjunto de núcleos positivos orbitais que se estendem por toda a molécula. Os elétrons que ocupam estes orbitais moleculares não pertencem a qualquer dos átomos individuais, mas à molécula como um todo. Tratamento qualitativo da teoria: discutir a estrutura eletrônica de uma molécula e características relacionadas a ela. Orbitais Moleculares (OM): semelhante em muitos aspectos aos orbitais atômicos, porem são policêntricos, devido a presença de mais de um núcleo. Uma descrição aproximadamente mais correta desses orbitais moleculares é considerá-los uma combinação linear de orbitais atômicos (CLOA) que cercam os núcleos constituintes da molécula. CLOA é a soma ponderada dos orbitais atômicos participantes. Obtém-se fazendo a adição ou a subtração das funções de onda (Ψ) correspondentes aos orbitais atômicos que se superpõem. Na maioria da forma elementar da TOM, somente os orbitais atômicos da camada de valência são usados para formar os orbitais moleculares. Assim, os OMs do H2 são aproximados usando-se dois orbitais 1s do hidrogênio, um de cada átomo: Ψ = cAфA + cBфB ф e´a base fixa, isto é, os orbitais atômicos dos quais o OM é formado e consiste de dois orbitais H1s, um do átomo A e o outro do átomo B. c é um coeficiente que na combinação linear mostra a extensão da contribuição de cada orbital atômico para o OM: quanto maior o valor de c2, maior a contribuição daquele orbital para o OM. 18 A combinação linear que fornece a energia mais baixa para a molécula de H2 tem contribuições iguais de cada orbital 1s (cA2 = cB2). Como resultado, os elétrons neste orbital são igualmente prováveis de ser encontrado próximo de cada núcleo. Especificamente, os coeficientes são cA = CB = 1 e Ψ+ = фA + фB A combinação linear que fornece a energia mais alta para a molécula de H2 tem também igual contribuição do orbital 1s (cA2 = cB2), mas os coeficientes têm sinais opostos (cA = +1, cB = -1): Ψ-- = фA - фB Os sinais relativos dos coeficientes na CLOA têm um papel muito importante na determinação das energias dos orbitais. Eles determinam se os orbitais atômicos interferem construtiva ou destrutivamente em diferentes regiões da molécula e, portanto, conduz a um acúmulo ou a uma redução da densidade eletrônica nessas regiões. N orbitais moleculares são construídos a partir de combinações lineares de N orbitais atômicos. Como em átomos, o princípio de exclusão de Pauli implica que cada orbital molecular pode ser ocupado por até dois elétrons; se os dois elétrons estão presentes, seus spins devem ser emparelhados. Orbital Molecular Ligante (OML) • Representado pela interferência construtiva dos orbitais atômicos (Ψ+); • Se ocupado por elétrons têm menor energia que os orbitais atômicos que lhe deram origem e por isso chamado ligante; • Apresenta maior probabilidade de encontrar o elétron na região internuclear e interagem com ambos os núcleos logo maior força de ligação; • Tem uma forma que concentra a densidade eletrônica entre os dois núcleos, logo é um orbital do tipo σ. Orbital Molecular Antiligante (OMAL) • Representado pela interferência destrutiva dos orbitais atômicos (Ψ-); • Tem sua densidade eletrônica máxima fora da região entre os dois núcleos, e ao longo da linha que passa através dos dois núcleos e é, assim, um orbital σ; • Tem maior energia que os orbitais que lhe deram origem, e por isso é chamado antiligante. Orbital Molecular não ligante (OMNLS) Formado por orbitais que não se combinam, isto é, os orbitais não se superpõem apreciavelmente ou não se superpõem de modo algum em virtude de não apresentarem simetria apropriada. Temos assim: Ligação σ (orbital σ): formada pela sobreposição de orbitais atômicos que possuem simetria cilíndrica ao redor do eixo internuclear(z). σOs orbitais podem ser formados de várias maneiras, as quais incluem (a) sobreposição s,s, (b) sobreposição s,p e (c) sobreposição p,p, com os orbitais p dirigidos ao longo do eixo internuclear em cada caso. Ligação π (orbital π): formada pela sobreposição dos orbitais atômicos px e py e que contém um plano nodal no eixo interplanar. A densidade eletrônica aumenta paralelamente ao eixo z. Dois orbitais p podem se sobrepor para formar um orbital π. O orbital tem um plano nodal que passa através do eixo internuclear. 19 As energias dos orbitais moleculares para a molécula do H2 são descritas na fig.abaixo, a qual é um exemplo de um diagrama de nível de energia de orbital molecular. Diagrama de nível de energia do orbital molecular para o H2 e moléculas análogas. Diagrama de nível de energia: representação das energias relativas dos orbitais atômicos e moleculares. Obtidos através de medidas experimentais (espectroscopia fotoeletrônica ultravioleta) e cálculos computacionais detalhados. Da combinação de OA’s resultam, pois, os OM’s, cada qual com uma energia característica. O mesmo processo de edificação utilizado para a estrutura eletrônica dos átomos pode ser introduzido aqui para as moléculas. Isso significa que, como os orbitais atômicos, os orbitais moleculares são ocupados pelos elétrons segundo a ordem crescente de suas energias, respeitados o princípio de Pauli e a regra de Hund. Observa-se no diagrama acima que: • a molécula do H2 tem uma menor energia do que a dos átomos separados, porque os dois elétrons podem ocupar o orbital Ψ+ e ambos podem contribuir para o abaixamento de sua energia. • Se um elétron está presente em um orbital ligante, como em H2+, uma ligação mais fraca pode ser esperada. Logo, H2+ é menos estável que H2 • Três elétrons em uma molécula são menos efetivos do que dois elétrons, porque o terceiro elétron deve ocupar um orbital antiligante Ψ- e conseqüentemente desestabilizar a molécula. Assim, H2- é menos estável que H2. 20 • Com quatro elétrons, o efeito antiligante de dois elétrons em Ψ- supera o efeito ligante de dois elétrons em Ψ+ . Assim, a molécula de He2 não existe. 2.2.2 Moléculas diatômicas homonucleares do 2° período. Para as moléculas diatômicas do período 2 o conjunto de base consiste de um orbital de valência s e de três orbitais de valência p em cada átomo, dando ao todo oito orbitais atômicos Veremos agora como o conjunto de oito orbitais atômicos da camada de valência (quatro de cada átomo, isto é, 1s e 3p) é usado para construir oito orbitais moleculares. Como visto, os orbitais atômicos que podem formar orbitais σ incluem os orbitais 2s e 2pz para os dois átomos. Destes quatro orbitais (os orbitais 2s e 2pz do átomo A e os orbitais correspondentes do átomo B) com simetria cilíndrica, podemos construir quatro orbitais moleculares σ. Dois dos orbitais moleculares serão ligantes e dois serão antiligantes. Suas energias assemelham-se àquelas mostradas na fig.1. Os dois orbitais p remanescentes em cada átomo, os quais têm plano nodal através do eixo z sobrepõe para formar orbitais π. Os orbitais π ligantes e antiligantes podem ser formados da sobreposição mútua dos dois orbitais 2px e, também, da sobreposição mutua dos dois orbitais 2py. Este padrão de sobreposição origina os dois pares de níveis de energia duplamente degenerados, mostrados na fig.1. Fig.1 Diagrama de nível de energia de orbital molecular para as últimas moléculas diatômicas homonucleares do Período 2. Este diagrama deve ser usado para as moléculas O2 e F2. A espectroscopia fotoeletrônica e a computação detalhada permitem-nos construir esquemas de energia do orbital mostrado na fig.2. Como veremos, do Li2 ao N2 o arranjo dos orbitais é aquele mostrado na fig.3, enquanto que para o O2 e o F2, a ordem dos orbitais 2σ e 1π é invertida, e o arranjo é aquele mostrado na fig.1. 21 Fig.3 Ordenamento alternativo das energias dos orbitais em moléculas diatômicas homonucleares do Li2 ao N2. Fig. 2 Variação nas energias dos orbitais para moléculas diatômicas homonucleares do Período 2 até o F2. A ordem inversa é uma conseqüência do aumento da separação dos orbitais 2s e 2p que ocorre indo para a direita ao longo do Período 2. Um princípio geral da mecânica quântica é que a mistura das funções de onda é mais forte se suas energias são similares. Deste modo, à medida que a separação de energia s e p aumenta, os orbitais moleculares tornam-se mais puramente iguais a s e iguais a p. Quando a separação de energia s e p é pequena, cada orbital molecular é uma mistura mais extensiva de caráter s e p para cada átomo. Para moléculas diatômicas homonucleares, é conveniente (particularmente para discussões espectroscópicas) representar a simetria dos orbitais moleculares com respeito a seu comportamento sobre inversão através do centro da molécula. A operação de inversão consiste em iniciar em um ponto arbitrário da molécula, viajando numa linha reta ao centro da molécula, e então percorrendo uma distância igual do outro lado do centro. 22 O orbital é designado g (simétrico, par) se ele é idêntico sobre a inversão, e u (para assimétrico, impar) se ele muda de sinal. Assim, uma ligação σ é g e um orbital antiligante σ é u. 23 Por outro lado, um orbital ligante π é u e um orbital antiligante π é g. O princípio da construção para moléculas Usamos o princípio da construção em conjunto com o diagrama de nível de energia da mesma forma como fizemos para os átomos. A ordem de ocupação dos orbitais é a ordem de aumento da energia, como descrito e nas fig. 1 e 3. Cada orbital pode acomodar até dois elétrons emparelhados; se mais do que um orbital esta disponível para ocupação (porque eles possuem energias idênticas, como no caso de pares de orbitais π), então os orbitais são ocupados separadamente e os elétrons nos orbitais semipreenchidos adotam spins paralelos (↑↑), justamente como é exigido pela regra de Hund para os átomos. Com poucas exceções, essas regras conduzem à configuração real do estado fundamental das moléculas diatômicas do Período 2. Exemplos: a configuração eletrônica do N2, com 10 elétrons de valência, é: N2: 1σg2 1σu21πu42σg2 A configuração eletrônica do Li2, com 2 elétrons de valência, é: Li2: 1σg2 A configuração eletrônica do B2, com 6 elétrons de valência, é : B2: 1σg21σu21πu2, os últimos dois elétrons entram nos orbitais 1πu separadamente e têm spins paralelos. Orbitais σg e σu Orbitais π g e πu 24 O orbital molecular ocupado mais alto (HOMO) é o orbital molecular que, de acordo com o princípio de construção, é o último a ser ocupado. O orbital molecular vazio mais baixo (LUMO) é o próximo orbital molecular de maior energia. Na fig.2, o HOMO de F2 é 1πg e seu LUMO é 2σg; para o N2 o HOMO é 2σg e o LUMO é 1πg. 2.2.3 Moléculas diatômicas heteronucleares do 2° período. A CLOA é semelhante ao das moléculas diatômicas homonucleares. Ψ = cAфA + cBфB Em contraste aos orbitais das espécies homonucleares, os coeficientes cA e cB não são necessariamente iguais em magnitude (cA ≠ cB). Os orbitais atômicos de cada átomo terão energias diferentes. Em moléculas diatômicas heteronucleares, o elemento mais eletronegativo apresenta uma maior contribuição aos orbitais ligantes, e o elemento menos eletronegativo apresenta a maior contribuição aos orbitais antiligantes. Exemplo 1: A configuração eletrônica da molécula do CO. Os orbitais de valência disponíveis para a formação do orbital molecular são os orbitais 2s e 2p do C e os orbitais 2s e 2p do O, logo, 8 AO’s = 8 OM’s ; há 4 + 6 = 10 elétrons de valência para acomodar nos orbitais moleculares. O diagrama de nível de energia é mostrado na fig.4. A configuração do estado fundamental é: CO: 1σ22σ21π43σ2 Fig.4 Diagrama de nível de energia do orbital molecular para o CO Exemplo 2: A configuração eletrônica da molécula do HF. Os orbitais de valência disponíveis para a formação do orbital molecular são o orbital 1s do H e os orbitais 2s e 2p do F: há 1 + 7 = 8 elétrons de valência para acomodar nos orbitais moleculares. Os orbitais σ para HF podem ser formados, permitindo a um orbital H1s se sobrepor aos orbitais 2s e 2pz do F. Estes três orbitais atômicos se combinam para originar três orbitais moleculares σ da forma Ψ = c1фH1s + c2фF2s + c3фF2pz Este procedimento deixa os orbitais F2px e F2py inalterados à medida que eles têm simetria π e não há orbitais de valência de H desta simetria. Os orbitais π são deste modo orbitais não ligantes e que (em uma molécula diatômica) estão confinados ao átomo simples. σπ O diagrama de nível de energia resultante é mostrado na fig.5. O orbital ligante 1σ tem predominantemente o caráter F2s (de acordo com a eletronegatividade alta do F), porque aquele orbital encontra-se em energia baixa e tem um papel maior nos orbitais ligantes que ele forma 25 O orbital 2σ é em grande parte antiligante e confinado principalmente ao átomo de F e praticamente não contribui para a ligação. O orbital 3σ é antiligante e tem principalmente o caráter H1s: o orbital 1s tem uma energia relativamente alta (comparada com os orbitais do F) e desta forma contribui predominantemente para um orbital molecular antiligante de alta energia. Fig.5 Diagra de nível de energia do orbital molecular para o HF. Dois dos oito elétrons entram no orbital 1σ, formando uma ligação entre os dois átomos. Os outros seis entram nos orbitais 2σ e 1π; estes dois orbitais são em grande parte antiligantes e confinados principalmente no átomo de F. Assim, a configuração da molécula do HF é 1σ2 2σ2 1π4. Uma característica importante de observar é que todos os elétrons ocupam os orbitais que são predominantemente do átomo de F. 2.2.4 Propriedades das ligações (a) Ordem de ligação, OL, avalia o número de ligações totais entre dois átomos no formalismo do orbital molecular. É definida como: OL = 2 1 (n – n*) onde, n = número de elétrons nos orbitais ligantes; n* = número de elétrons nos orbitais antiligantes. Exemplos: 1) Determinar a ordem de ligação da molécula do N2? 26 Resposta: N2 tem uma configuração 1σg2 1σu21πu42σg2 e, devido ao fato de os orbitais 1σg e 1πu serem ligantes, mas 1σu ser antiligante a OL será: OL = 2 1 (2 + 4 + 2 – 2 ) = 3. Uma OL = 3 corresponde a uma molécula com uma ligação tripla, que está em concordância com a estrutura de Lewis :N≡N: . A ordem de ligação alta é refletida na entalpia de ligação alta da molécula (+946 KJ mol-1), uma das mais altas para qualquer molécula. 2) Determinar a ordem de ligação do íon molecular N2+? Resposta: A perda de um elétron do N2 conduz à formação da espécie N2+ cuja configuração é: N2+: 1σg2 1σu21πu42σg1, e a OL = 2 1 (2 + 4 + 1 – 2 ) = 2,5. Esta redução na OL é acompanhada por um decréscimo na força de ligação (para 855 KJ mol-1) e um aumento no comprimento da ligação de 1,09 Å para o N2 a 1,12 Å para o N2+. 3) Determinar a ordem de ligação para a molécula de CO? Resposta: CO tem configuração 1σ22σ21π43σ2 e sua OL = 2 1 (2 + 4 + 2 – 2 ) = 3. Que está de acordo com a estrutura de Lewis: C≡O: . Entretanto, este método de avaliar a ligação é primitivo, especialmente para espécies heteronucleares. Por exemplo, a inspeção dos orbitais moleculares computados na fig.4 sugere que 2σ e 3σ são mais facilmente considerados orbitais nãoligantes em grande parte localizados no O e no C, e por isso realmente seriam desconsiderados no cálculo de OL. (b) Correlações de ligação As forças e os comprimentos de ligações correlacionam-se muito bem (um com o outro) e com a ordem de ligação: 27 • A entalpia de ligação para um dado par de átomos aumenta à medida que a ordem de ligação aumenta. • O comprimento da ligação decresce à medida que a ordem de ligação aumenta. Estas tendências estão ilustradas na fig.6 e na fig. 7. A força da dependência varia de acordo com os elementos. 28 No Período 2, a correlação é relativamente fraca nas ligações CC, resultando que uma ligação dupla C=C é menos do que duas vezes mais forte que uma ligação simples C―C. Esta diferença tem profundas conseqüências em química orgânica, particularmente para as reações de compostos insaturados. Fig.7 Correlação do comprimento de ligação e ordem de ligação. Fig.6 Correlação de força de ligação e ordem de ligação. Já para as ligações NN, uma dupla ligação N=N (409 KJ mol-1) é mais do que duas vezes mais forte do que uma ligação simples N―N (163 KJ mol-1), e uma ligação tripla N≡N (945 KJ mol-1) é mais do que cinco vezes mais fortes. É por causa desta tendência que os compostos NN conectados por ligações múltiplas são estáveis em relação aos polímeros ou compostos tridimensionais, tendo somente ligações simples. 29 Assim, para um dado par de elementos, a entalpia de ligação aumenta à medida que o comprimento da ligação decresce. O comprimento da ligação também diminui à medida que a carga positiva aumenta. Exemplos: O2 OL = 2 comp./pm = 120,7 O2- OL = 1,5 comp./pm = 126 Nesse caso, tanto a carga negativa quanto a OL menor contribuem para o aumento do comprimento da ligação no O2-. N2 OL = 3 comp./pm = 109,8 N2+ OL = 2,5 comp./pm = 111,6 A carga positiva em N2+ provoca uma diminuição no comprimento da ligação, mas o fato de sua ordem de ligação ser menor tem efeito inverso. TOM.pdf TOM (Teoria das Orbitais Moleculares) Este texto pretende ilustrar a aplicação da Teoria das Orbitais moléculares, de forma simplificada, à molécula de O2 e a duas espécies iónicas: O2- e O2+. Por fim far-se-á o estudo da molécula de ozono (O3). Oxigénio Molecular (O2) Em primeiro lugar vamos fazer o estudo acerca do número de orbitais moleculares, número de electrões ligantes e antiligantes, e ordem de ligação. O número atómico (Z) do átomo de oxigénio é 8 sendo a seguinte a sua configuração electrónica: 8O - 1s2 2s2 2p4 Assim o número total de electrões de valência é 12 (2x2 da orbital 2s e 2x4 das orbitais 2p). O número total de Orbitais Atómicas (OA) é 8 (2x1 das orbital 2s e 2x3 das orbitais 2p) ao qual irão igualmente corresponder o mesmo número de Orbitais Moleculares (OM). Destas orbitais moleculares fazemos a distribuição em Ligantes (OML) e Antiligantes(OMAL). Consideramos então 4 OML e 4 OMAL. Dado que possuímos um total de 12 electrões temos de proceder à sua distribuição por estas orbitais moleculares, em que temos de considerar que cada orbital comporta apenas dois electrões no máximo. Desta forma teremos 8 dos 12 electrões nas Orbitais Moleculares Ligantes e os restantes 4 nas Orbitais Moleculares Antiligantes. Desta forma pode calcular-se, agora, a Ordem de Ligação (OL) nesta molécula. 2 2 48 2 .º.º. = − = − = esAntiligantelectnLiganteselectnOL Este resultado indica que a ligação entre os átomos de oxigénio, na molécula de O2, é dupla. No entanto como deverá ser a representação de Lewis para esta molécula? Dado que se têm, 8 electrões ligantes e 4 electrões antiligantes, pode-se calcular o número de electrões efectivamente ligantes. 448..º...º....º. =−=−= antiligelecnligelecnligefectelecn Deste cálculo resulta que são quatro os electrões que efectivamente estabelecem a ligação entre os átomos de oxigénio. Desta forma a representação de Lewis para a molécula de O2 será: Mas e se se pretender concluir acerca do paramagnetismo ou diamagnetismo desta molécula? Uma molécula diz-se diamagnética caso tenha todos os electrões emparelhados e paramagnética caso não tenha todos os electrões emparelhados. A análise dos dados acima não permite obter essa informação de forma segura, pelo que vamos recorrer ao uso de diagramas. 8 OM 4 OMAL 4 OML 8 electrões ligantes 4 electrões antiligantes De cada lado deste diagrama representam-se os átomos de oxigénio e no centro a molécula O2. O aumento energético é de baixo para cima, o que indica, por exemplo que as Orbitais Moleculares Antiligantes têm maior energia que as respectivas Orbiatis Moleculares Ligantes. Isto faz com que tenha de se obedecer ao princípio de energia mínima. A aplicação da regra de Hund (primeiro coloca-se um electrão em cada orbital com a mesma energia e só depois se procede ao emparelhamento) é fundamental, pois é a partir daqui que podemos determinar o diamagnetismo ou paramagnetismo da molécula em estudo. Veja-se então como resulta o diagrama para este caso: O2 O O 2p4 2p4 2s2 2s2 σs2 σs* σx 2 πy 2 πz 2 σx * 0 πy * 1 πz * 1 E A sequência das orbitais moleculares, obtida apenas a partir das orbitais atómicas de valência, é a seguinte: σs2 σs*2 σx2 πy2 πz2 πy*1 πz*1 σx*0 Note-se então que as orbitais π antiligantes têm apenas um único electrão que, naturalmente se encontram desemparelhados. Desta forma esta molécula é paramagnética. espécie O2 - Neste caso devemos começar por considerar o número total de electrões de valência. No exemplo acima verificou-se que esse número era de 12. Agora, uma vez que se trata de uma espécie negativa, o número de electrões é 13. Este electrão extra irá ocupar uma orbital π antiligante de forma que se passará a ter a seguinte configuração: σs2 σs*2 σx2 πy2 πz2 πy*2 πz*1 σx*0 Novamente pode verificar-se que esta espécie iónica também é paramagnética uma vez que possui um electrão desemparelhado. A ordem de ligação é igual a 1.5, 5.1 2 58 = − =OL e o número de electrões efectivamente ligantes: 358...º. =−=ligefecelecn A representação de Lewis para esta espécie resulta ligeiramente diferente da anterior: espécie O2 + Para esta espécie o número de electrões de valência é de 11 uma vez que tem um défite de um electrão relativamente à molécula de O2. A configuração que se tem para esta espécie será: σs2 σs*2 σx2 πy2 πz2 πy*1 πz*0 σx*0 Conclui-se novamente que esta espécie é, igualmente, paramagnética. Neste caso a ordem de ligação é igual a 2,5 e que o número de electrões efectivamente ligantes igual a 5, pelo que a representação de Lewis vem: Molécula de ozono (O3) O número atómico (Z) do átomo de oxigénio é 8 sendo a seguinte a sua configuração electrónica: 8O - 1s2 2s2 2p4 • • Assim o número total de electrões de valência é 18 (3x2 da orbital 2s e 3x4 das orbitais 2p). O número total de Orbitais Atómicas (OA) é 12 (3x1 das orbital 2s e 3x3 das orbitais 2p) ao qual irão igualmente corresponder o mesmo número de Orbitais Moleculares (OM). Destas orbitais moleculares fazemos a distribuição em Ligantes (OML) e Antiligantes(OMAL). Consideramos então 6 OML e 6 OMAL. Dado que possuímos um total de 18 electrões temos de proceder à sua distribuição por estas orbitais moleculares, em que temos de considerar que cada orbital comporta apenas dois electrões no máximo. Desta forma teremos 12 dos 18 electrões nas Orbitais Moleculares Ligantes e os restantes 6 nas Orbitais Moleculares Antiligantes. Dado que o número de electrões efectivamente ligantes é igual a 6, a estrutura de Lewis desta molécula será semelhante a: Texto composto por Fernando Caetano, assistente da Universidade Aberta tom_1.pdf Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 1 - TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR ORBITAIS NAS MOLÉCULAS A teoria dos orbitais moleculares (MO) constitui uma alternativa para se ter uma visão da ligação. De acordo com este enfoque, todos os elétrons de valência têm uma influência na estabilidade da molécula. (Elétrons dos níveis inferiores também podem contribuir para a ligação, mas para muitas moléculas simples o efeito é demasiado pequeno.) Além disso, a teoria MO considera que os orbitais atômicos, AOs, do nível de valência, deixam de existir quando a molécula se forma, sendo substituídos por um novo conjunto de níveis energéticos que correspondem a novas distribuições da nuvem eletrônica (densidade de probabilidade). Esses novos níveis energéticos constituem uma propriedade da molécula como um todo e são chamados, conseqüentemente de orbitais moleculares. O cálculo das propriedades dos orbitais moleculares é feito comumente assumindo que os AOs se combinam para formar MOs. As funções de onda dos orbitais atômicos são combinados matematicamente para produzir as funções de onda dos MOs resultantes. O processo é remanescente da mistura de orbitais atômicos puros para formar orbitais híbridos, exceto que, na formação de orbitais moleculares, orbitais atômicos de mais de um átomo são combinados ou misturados. No entanto, como no caso da hibridização, o número de orbitais novos formados é igual ao número de orbitais atômicos originários da combinação. Da mesma maneira que nos orbitais atômicos, estamos interessados em dois aspectos moleculares: 1) as formas de suas distribuições espaciais da densidade de probabilidade; 2) suas energias relativas. O diagrama usual de ψ x r para o orbital 1s de um átomo A (Figura 1a) deve, porém ser modificado para levar em conta a variação de r entre -∞ e +∞, resultando no diagrama mostrado na Figura 1b. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 2 - Figura 1 - Diagramas de ψ x r para o orbital 1s. DISTRIBUIÇÕES ESPACIAIS DOS ORBITAIS MOLECULARES Iniciaremos observando os MOs que são formados quando dois átomos idênticos se ligam numa molécula diatômica. Usando um enfoque simples, consideremos que um AO de um átomo se combina com um AO de um segundo átomo para formar dois MOs. Para que esse processo seja efetivo, duas condições devem ser introduzidas: 1) os AOs devem ter energias comparáveis; 2) eles devem se sobrepor de maneira significativa. Os cálculos da mecânica quântica para a combinação dos AOs originais consistem em: 1) uma adição das funções de onda do AO; 2) uma subtração das funções de onda do AO. Quando os dois átomos são diferentes, é incluído um fator que leva em conta o fato de que os dois AOs não contribuem igualmente para a formação dos MOs. Os resultados, então, são duas novas funções de onda MO, uma de adição e outra de subtração. Como sempre, o quadrado da função de onda para um elétron nos dá informações acerca da probabilidade de encontrar este elétron em Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 3 - várias regiões do espaço. Quando isto é feito para um MO, resultam informações sobre a densidade de probabilidade para um elétron ocupando aquele MO e, a partir dessas informações, as superfícies limites correspondentes (e também os níveis energéticos) podem ser encontradas. Este método é conhecido como a combinação linear de orbitais atômicos, ou método LCAO (Linear Combinations Atomic Orbitals) (Figuras 2 e 3) Figura 2 - Formação de orbitais moleculares ligantes e antiligante pela adição e subtração de orbitais atômicos Quando duas funções 1s são adicionadas, elas se reforçam entre si por toda parte e principalmente na região entre os dois núcleos. Esta redistribuição de densidade eletrônica entre os núcleos ajuda a abaixar a energia potencial coulômbica. (Figura 3 - linha cheia superior). Como a) b) Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 4 - resultado, este orbital tem características ligantes e denomina-se 1s. Quando um orbital atômico é subtraído do outro, eles se cancelam exatamente entre si em um plano que está situado a meio caminho entre os núcleo, produzindo, portanto, um plano nodal. A função de onda molecular é de sinal oposto em cada lado deste plano nodal (Figura 2b). Quando se eleva a função de onda ao quadrado (Figura 3 - linha cheia inferior), a densidade de probabilidade resultante é obviamente positiva em todos os lugares, exceto no plano nodal, onde é zero. Esta deficiência de densidade eletrônica na região internuclear ajuda a aumentar a energia potencial coulômbica do siatema e o nó na função de onda produz um aumento na energia cinética do elétron. A energia total é. consequentemente, alta, e molécula não está ligada e o orbital é descrito como antiligante. Deve-se ter em mente que as representações dos orbitais moleculares são análogas às representações dos AO e podem ser interpretadas de duas maneiras equivalentes, elas mostram: 1) a(s) região(ões) na(s) qual(is) o elétron passa a maior parte do tempo, isto é, a(s) região(ões) de maior probabilidade de encontrar o elétron ou, alternativamente, 2) a(s) região(ões) na(s) qual(is) a densidade da carga eletrônica é alta. Na Figura 4 são mostradas as superfícies limites de dois orbitais moleculares que são formados pela combinação de dois orbitais atômicos ls. Vemos à esquerda a sobreposição dos AOs ls e, à direita, os MOs resultantes. O MO formado pela subtração de funções de onda AO é representado por *sσ (leia: "sigma asterisco"), enquanto o formado pela adição é representado por σs. O contraste entre esses dois MOs é gritante. Há obviamente um aumento da densidade eletrônica de carga entre os núcleos no orbital σs, mas um decréscimo na mesma região no orbital *sσ . Por essa razão, o orbital, σs é chamado orbital ligante, e o *sσ , de orbital antiligante. O primeiro tende a estabilizar a ligação, enquanto o último tende a desestabilizá-la. Ambos são chamados orbitais σ porque estão centrados e são simétricos ao redor do eixo de ligação. Uma secção de cada orbital feita perpendicularmente ao eixo de ligação apresenta um formato circular. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 5 - Pela combinação linear de um orbital 2s de um átomo A com um orbital 2s do átomo B, obtemos aproximações dos orbitais moleculares σ2s, Ligante e antiligante: [ ])s2(B)s2(As2 N ψ+ψ≅σ [ ])s2(B)s2(A**s2 N ψ−ψ≅σ O processo é completamente análogo aquele empregado para s1σ e *s1σ . As quantidades N e N* são fatores de normalização. O orbital *s2σ possui um plano nodal entre os dois núcleos, consequentemente ele é antiligante e tem energia maior do que o orbital σ2s que não possui este plano nodal e é Ligante (Figura 5). Observa-se que há uma superfície nodal rodeando os núcleos tanto no orbital σ2s como no orbital *s2σ , o que os distingue dos orbital s1σ e *s1σ . Na Figura 6, estão indicados os sinais das funções de onda de acordo com a convenção usual. Pode ser observado que os lóbulos positivos dos orbitais estão orientados na direção positiva dos eixos, dando-se preferência para o eixo x. Para os orbitais s, o lóbulo externo é sempre considerado positivo (Figura 5). Se dois orbitais estão a uma distância infinita um do outro, a sua superposição é nula. Quando se aproximam, eles se superpõem e formam um orbital molecular Ligante (superposição positiva) e um antiligante (superposição negativa). Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 6 - Figura 7 - Exemplo de superposição negativa e positiva de orbitais atômicos A superposição será positiva se corresponder à combinação de funções de onda de mesmo sinal e será negativa se os sinais forem opostos. A Figura 7 mostra estes resultados. Notamos que, na Figura 7a, o orbital 2pz da direita tem seu lóbulo negativo orientado segundo a direção positiva do eixo z, o que significa que ele foi multiplicado por menos 1. Isso eqüivale a dizer que, em vez de soma, foi feita uma subtração dos AO, enquanto que a Figura 7b mostra uma soma dos AO, pois ambos AO estão orientados na mesma direção do eixo z. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 7 - A combinação de dois orbitais p pode produzir resultados diferentes dependendo de quais orbitais p são usados. Se o eixo x é o eixo de ligação, então dois orbitais 2px podem se sobrepor apropriadamente se eles se aproximarem segundo um único eixo, como é mostrado na Figura 8. Os MOs resultantes constituem, como antes, um orbital ligante (σx) com carga eletrônica acumulada entre os núcleos e um MO antiligante ( *xσ ) com decréscimo de carga entre os núcleos. Esses orbitais são também classificados como σ, porque são simétricos ao redor do eixo de ligação. Eles são designados σx e *xσ para indicar que derivaram de orbitais atômicos px. Quando orbitais 2py e 2pz se sobrepõem para formar MOs, eles o fazem lado a lado, como é apresentado na Figura 9. Em cada caso, o resultado é um orbital antiligante com quatro lóbulos e um orbital ligante com dois lóbulos. Esses orbitais não são simétricos em relação ao eixo de ligação; em vez disso, existem duas regiões, em lados opostos ao eixo da ligação, nas quais a densidade da nuvem de carga é alta. Isto é característico de um orbital π. Observe que, como antes, o orbital ligante permite uma alta concentração da carga eletrônica na região entre os núcleos, enquanto o orbital antiligante mostra uma diminuição da densidade de carga nessa região. (Na realidade, cada orbital antiligante tem um plano nodal entre os dois núcleos). Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 8 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 9 - Quando orbitais atômicos se combinam, eles passam a compartilhar uma região do espaço. Se a superposição entre os orbitais é positiva, os lóbulos envolvidos se fundem e formam um lóbulo único no orbital molecular resultante. Se a superposição entre os orbitais é negativa, não ocorre a fusão dos lóbulos, aparecendo um plano nodal entre eles e a densidade eletrônica na região internuclear diminui. A Figura 10 ilustra, de modo esquemático, as formas de diversos MO obtidos por combinações lineares de AO. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 10 - ENERGIAS DOS ORBITAIS MOLECULARES Consideremos, como exemplo, a formação da molécula H2 a partir dos dois átomos a uma distância infinita um do outro. Inicialmente, seus orbitais não se superpõem e a energia potencial do sistema é considerado igual a zero. À medida que eles se aproximam, começa a haver interações entre seus orbitais, formando-se um MO Ligante e um MO antiligante. Os elétrons ocupam o orbital molecular Ligante, em que é maior a densidade eletrônica na região internuclear. Dessa foram, será favorecida a atração núcleo-elétron e minimizada a repulsão núcleo-núcleo, com a conseqüente diminuição da energia potencial do sistema (Figura 11). Quanto mais próximos os núcleos dos átomos de hidrogênio ficam um do outro, tanto mais se superpõem os orbitais e menor torna-se a energia. Há, todavia, um limite para a aproximação, a partir do qual passa a dominar a repulsão entre os núcleos. Existe, pois, uma separação de equilíbrio, que é denominada comprimento de ligação, ao qual corresponde uma energia mínima, a energia de ligação. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 11 - Quando dois orbitais atômicos se combinam para formar dois orbitais moleculares, a energia do MO ligante é sempre menor do que a dos AOs, enquanto a energia do MO antiligante é maior. Nas Figuras 12 e 13 aparecem as relações de energias entre os AOs ls e os resultantes MOs σs e *sσ para o caso de uma molécula diatômica homonuclear, na qual os dois átomos são iguais. Na Figura 13, à esquerda e à direita estão os níveis de energia ls de dois átomos do elemento A (identificados com A e A'). No centro encontram-se os níveis de energia σs e *sσ da molécula A-A'. As linhas tracejadas diagonais mostram que os MOs se formaram dos AOs indicados. A Figura 13 poderá ser usada para mostrar a formação dos MOs de um par de qualquer orbital s (2s, 3s, 4s, etc.). Em cada caso, um orbital antiligante (de energia mais alta) e um orbital ligante (de energia mais baixa) são formados. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 12 - Consideremos a seguir a formação dos orbitais moleculares de um par de orbitais 2px cujos lóbulos estão dirigidos para o eixo de ligação. (Ver Figura 14). Novamente, temos a formação de um par de MOs, um ligante (σx) e um antiligante ( *xσ ). Em seguida observe os AOs 2py e 2pz, que se sobrepõem lado a lado. Os MOs formados a partir deles são mostrados na Figura 15. A sobreposição py-py é exatamente igual à sobreposição pz- pz (exceto pela orientação) e assim os MOs formam dois conjuntos de orbitais de mesma energia: os orbitais πy e πz (ligantes) e os orbitais *yπ e *zπ (antiligantes). Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 13 - PREENCHIMENTO DOS ORBITAIS MOLECULARES Tendo-se em mente o procedimento Aufbau, pelo qual os elétrons são adicionados um a um ao diagrama de energia dos AOs com o objetivo de construir a configuração eletrônica dos átomos, usaremos agora uma técnica semelhante para preencher os níveis energéticos do diagrama de MO; desejamos construir a configuração eletrônica de moléculas diatômicas homonucleares no estado fundamental. Como antes, adicionaremos elétrons a partir da base do diagrama para cima, para os orbitais de maior energia. H2 e He2. O preenchimento do diagrama MO para as primeiras duas moléculas é mostrado na Figura 13. H2. A molécula mais simples é a de hidrogênio. A Figura 16 mostra, à esquerda e à direita, elétrons colocados em dois átomos de H não-ligados e, no meio do diagrama, a molécula de H2 no estado fundamental. Os dois elétrons ls vão constituir um par (spins opostos) no orbital σs (ligante) da molécula. Este par constitui uma ligação simples. A configuração eletrônica da molécula de hidrogênio pode ser escrita como: H2: (σs)2 He2. Consideremos, a seguir, a molécula que poderia ser formada por dois átomos de hélio, cada um dos quais é capaz de fornecer dois elétrons para a molécula. O total é de quatro elétrons, dois a mais que no H2, de maneira que a distribuição no MO será a da Figura 17. A configuração eletrônica no estado fundamental na molécula de He2 deverá ser: He2: (σs)2 ( )*sσ 2 Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 14 - Dizemos "deverá ser" devido ao fato de que o * sσ (antiligante) está agora preenchido e seu efeito desestabilizador cancela o efeito estabilizador do orbital σs. O resultado é que não há uma força de atração entre os átomos de hélio devido ao número igual de elétrons ligantes e antiligantes e, assim, He2 não existe. Na teoria dos orbitais moleculares a ordem de ligação é definida como: 2 esantiligant.elétrons.de.númeroligantes.elétrons.de.númeroligação.de.Ordem −= Assim, a ordem de ligação na molécula de H2 é: 1 2 02ligação.de.Ordem =−= enquanto na molécula hipotética de He2 é: 0 2 22ligação.de.Ordem =−= Li2 e Be2. Desde que o preenchimento de dois MOs σ formados de orbitais ls está completo, passa- se para os dois MOs σ formados a partir dos orbitais 2s. Estes MOs são similares àqueles que já foram preenchidos. Li2. Essa molécula possui um total de seis elétrons, mas quatro deles estão na "camada" K (interna) dos átomos de Li. Os elétrons de valência dos dois átomos de Li são usados para preencher um novo MO σs, como mostrado na Figura 18. Os orbitais atômicos ls estão praticamente não perturbados e não são mostrados no diagrama. A configuração é muito semelhante à do H2, e a ordem de ligação, que somente pode ser determinada com os elétrons de valência, é igual a 2 02 − , ou seja, l. Representando cada um dos orbitais ls preenchidos por K (para a camada K), a configuração eletrônica do Li2 pode ser escrita como: Li2: KK(σs)2 Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 15 - Com uma ordem de ligação igual a 1 é possível prever a existência da molécula Li2. Moléculas de lítio não existem no estado líquido ou sólido, mas sem dúvida as moléculas diatômicas são encontradas no lítio gasoso. A energia de ligação do Li2 é 105 kJ mol-l. Ela é menor do que a do H2 (432 kJ mol-l) porque há uma blindagem do núcleo pela "camada" K completa de cada átomo. Be2. Indo para a molécula hipotética Be2, encontraremos uma situação semelhante à do He2. O número atômico do berílio é 4 e o "sétimo" e o "oitavo" elétrons na molécula irão para o orbital *sσ (veja Figura 18). A desestabilização efetuada pelo *sσ preenchido, cancela o efeito de estabilização do orbital σs, a ordem da ligação é zero e, portanto, a molécula de Be2 não deve ser estável. Realmente, Be2 estável no estado fundamental não existe. Se existir, a configuração eletrônica no estado fundamental seria: Be2 : KK(σs)2( *sσ )2 B2 até Ne2. A seguir consideraremos a seqüência B2, C2, N2, O2, F2 e Ne2, percorrendo, assim, as demais moléculas diatômicas homonucleares do segundo período. Os MOs a serem preenchidos são os orbitais ligantes e antiligantes σ e π que são representados nas Figuras 14 e 15. Entretanto, quando tentamos combinar esses dois diagramas em um, encontramos uma pequena dificuldade. A energia relativa dos orbitais πy e πz (Figura 15) é menor do que a do orbital σs (Figura 14) do B2 ao N2, mas maior para o resto da seqüência, O2 até Ne2. Assim, as energias dos MOs para B2, C2 e N2 são mostradas na Figura 19a e para O2, F2 e Ne2 na Figura 19b. A diferença principal nas Figuras 19.25a e b é a energia relativa de σs comparada com as energias dos orbitais πy e πz. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 16 - A mudança na seqüência das energias MO entre N2 e O2 ocorre porque πy e πz, neste caso, algum caráter s, fato que ignoramos quando decidimos usar a simplificação, combinação de AOs para formar dois MOs. ("Um AO mais um AO fornece dois Mos"). O caráter s nesses orbitais decresce à medida que a carga cresce no período, por causa disso a energia de σx fica abaixo da energia πy e πz no O2. B2. A Figura 20 mostra o preenchimento dos MOs para B2 ,C2 e N2. Na primeira molécula, B2, há somente um elétron em cada orbital πy e πz. Como são orbitais ligantes, e como em todos os níveis de energia mais baixos os elétrons antiligantes compensam exatamente os elétrons ligantes, a ordem de ligação é 1. (Podemos chamar a ligação de ligação simples, mas talvez ela seja melhor descrita como duas meias ligações.) Note que os orbitais πy e πz têm igual energia, e assim, os dois elétrons Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 17 - não se emparelham no mesmo orbital. Por ocuparem diferentes orbitais, os elétrons podem ocupar regiões diferentes do espaço, evitando um ao outro e reduzindo a repulsão inter-eletrônica. A configuração eletrônica no B2 é escrita como: B2: KK(σs)2( *sσ )2(πy)1(πz)1 A base experimental para essa configuração provém das medidas magnéticas: B2 é paramagnético, e as medidas indicam que dois elétrons desemparelhados estão presentes na molécula. Como o Li2, o B2 não é uma molécula que você possa encontrar em um frasco, nas prateleiras do almoxarifado. O boro elementar é encontrado como um sólido, no qual o arranjo dos átomos de B é complexo. A temperaturas muito altas, entretanto, as moléculas de B2 podem ser detectadas no estado gasoso. C2. Adicionando mais dois elétrons (um para cada átomo), obteremos a configuração para o C2 vista na Figura 20. Esses elétrons são adicionados aos orbitais πy e πz, preenchendo-os. Todos os elétrons estão agora emparelhados e, assim, C2 não é paramagnético. A ordem da ligação no C2 é 2, porque há quatro elétrons ligantes a mais na molécula. A configuração eletrônica no C2 é: Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 18 - C2: KK(σs)2( *sσ )2(πy)2(πz)2 Como a ordem de ligação é diferente de zero, o C2 deve existir e na verdade foi detectado a altas temperaturas. (A temperatura ambiente, o carbono existe principalmente em duas formas sólidas, grafite e diamante, cada um em retículo covalente). N2. O último preenchimento do diagrama de MO na Figura 20 é o da molécula de nitrogênio, N2. Ela tem um conjunto de seis elétrons de ligação, que corresponde a uma ordem de ligação igual a 3. Estes elétrons ocupam os orbitais πy e πz e σx, dando ao N2 a configuração: N2 : KK(σs)2( *sσ )2(πy)2(πz)2(σx)2 O N2 é, sem dúvida, muito estável e comum, e nós o inalamos toda vez que respiramos. As medidas magnéticas indicam que todos os elétrons estão emparelhados no N2. (Não é paramagnético). O modelo MO da molécula N2 está muito bem correlacionado com aquele apresentado pela Teoria da Ligação de Valência. Os seis elétrons dos orbitais πy e πz e σx correspondem aos seis elétrons da estrutura de Lewis: ( :N:::N: ). É um pouco arriscado tentar correlacionar o modelo MO com a estrutura de Lewis. Isto vai bem com o N2 , mas não com todas as moléculas. Mesmo no N2 podemos tirar conclusões erradas, se os seis pontos do meio da estrutura de Lewis representam a tripla ligação; então o par isolado do átomo N deve ser um ligante, enquanto o outro seria um antiligante. Isso tem pouco sentido. Estruturas de Lewis são limitadas, como se pode ver. O2. A adição de mais dois elétrons à configuração do N2 leva ao preenchimento dos níveis do O2, como aparece à esquerda na Figura 21 e na Figura 22. Observe que esses dois elétrons devem ir para orbitais antiligantes, resultando em um decréscimo na ordem de ligação (de 3, no N2) para 2. O valor mais baixo da ordem de ligação é consistente com o fato de O2 ter uma energia de ligação menor e uma distância de ligação maior que o N2. A configuração eletrônica do O2 é: O2 : KK(σs)2( *sσ )2(σx)2(πy)2(πz)2( * yπ )1( *zπ )1 Um dos primeiros triunfos da teoria MO foi a sua capacidade de mostrar que a molécula de O2 é paramagnética. (Sua configuração eletrônica mostra que ele tem dois elétrons desemparelhados). Este é o grande contraste com a TLV, que leva à estrutura de Lewis (:Ö::Ö: ). Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 19 - F2. A adição de mais dois elétrons nos dá o diagrama que é mostrado no centro da Figura 21. Como os orbitais π* (antiligantes) estão ambos preenchidos, a ordem da ligação no F2 é somente 1. Isto está de acordo com os dados experimentais determinados para a energia e o comprimento da ligação, pois ambos são aqueles esperados para uma ligação simples. Além disso, F2 mostra ser diamagnético, o que é consistente com a ausência de elétrons desemparelhados. A configuração do F2 é: F2: KK(σs)2( *sσ )2(σx)2(πy)2(πz)2( * yπ )2( *zπ )2 Ne2. A adição de mais dois elétrons preenche o orbital *xσ , reduzindo a ordem de ligação para zero. O estado fundamental para Ne2 nunca foi observado. Se existisse, sua configuração eletrônica seria: Ne2: KK(σs)2( *sσ )2(σx)2(πy)2(πz)2( * yπ )2( *zπ )2( *xσ )2 Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 20 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 21 - Como se pode observar na Figura 22, temos uma outra nomenclatura para os orbitais, onde o subscrito g ("gerade") se refere às funções de ondas dos orbitais simétricos em relação ao eixo, enquanto que o subscrito u ("ungerade") se refere as funções de ondas dos orbitais assimétricas em relação ao eixo. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 22 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 23 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 24 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 25 - ORBITAIS NAS MOLÉCULAS A teoria dos orbitais moleculares (MO) constitui uma alternativa para se ter uma visão da ligação. De acordo com este enfoque, todos os elétrons de valência têm uma influência na estabilidade da molécula. (Elétrons dos níveis inferiores também podem contribuir para a ligação, mas para muitas moléculas simples o efeito é demasiado pequeno.) Além disso, a teoria MO considera que os orbitais atômicos, AOs, do nível de valência, deixam de existir quando a molécula se forma, sendo substituídos por um novo conjunto de níveis energéticos que correspondem a novas distribuições da nuvem eletrônica (densidade de probabilidade). Esses novos níveis energéticos constituem uma propriedade da molécula como um todo e são chamados, conseqüentemente de orbitais moleculares. Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 26 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 27 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 28 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 29 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 30 - Ligações π em esécies planas do tipo AB3 Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 31 - Teoria do Orbital Molecular - Prof. J. D. Ayala - 32 -