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Fisiologia do Sistema Nervoso Prof. Dr. Julio Hermann Leonhardt Departamento de Ciências Fisiológicas Centro de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Londrina MECANOCEPTORES • Terminações nervosas livres • Discos de Merkel : Term. nervosas alargadas • Terminações de Ruffini : Term. em buquê • Corpúsculos de Meissner : Term. encapsuladas • Corpúsculos de Krause : Term. encapsuladas • Corpúsculo de Paccini :Term. encapsuladas • Fusos neuromusculares • Receptores tendinosos de Golgi • Audição : Receptores de som da cóclea • Equilíbrio : Receptores vestibulares • Pressão arterial : Baroceptores dos seios carotídeos e aorta TERMOCEPTORES: Receptores para o frio-dor, frio, calor, calor-dor: terminações nervosas livres NOCICEPTORES: Receptores para dor : Terminações nervosas livres FOTOCEPTORES: Cones da retina :visão diurna Bastonetes da retina : visão noturna QUIMIOCEPTORES: Gustação : Receptores dos corpúsculos gustativos Olfato : Receptores do epitélio olfatório Oxigênio arterial : Receptores dos corpúsculos aórticos e carotídeos Osmolaridade : Osmosódioceptores CO2 sangüíneo : SNC e corpúsculos aórticos e carotídeos Glicose, aminoácidos e ácidos graxos : Receptores no hipotálamo Vias Sensoriais Somáticas SISTEMA DA COLUNA DORSAL • Tato refinado ( epicrítico). • Sensações vibratórias, de movimento contra a pele, de posição e de pressão refinada. • Alto grau de localização. • Finas graduações de intensidade. • Fibras mielínicas espessas. • Velocidade de condução de 30 a 110 m/s. Sistema da Coluna Dorsal: Corpo neuronal no gânglio da raiz dorsal Passa pelo fascículo grácil e cuneiforme (medula espinhal) Faz sinapse no núcleo grácil e cuneiforme bulbar NEURÔNIO 2: Cruza a linha média no bulbo (decussação dos lemniscos) Forma o lemnisco medial Faz sinapse no núcleo ventral póstero-lateral do tálamo NEURÔNIO 3: Faz projeção na área sensorial somática primária, no giro pós - central do córtex. NEURÔNIO 1: 1. As funções sensoriais da cabeça são levadas pelo nervo trigêmio. • Faz sua primeira sinapse no núcleo sensorial do trigêmio. Fibras deste segundo neurônio cruzam a linha média e se incorporam ao lemnisco medial. • 2. Sistema quase que totalmente cruzado • 3. Representação somatotópica medular (porções inferiores do corpo se colocam em situação medial), talâmica (porções inferiores do corpo são representadas pelas porções laterais do complexo ventrobasal e as superiores pela porção medial do complexo ventrobasal) e cortical (representado pelo homúnculo sensorial no giro pós central) • 4. Apresentam arranjos neuronais peculiares: • 4.1. Os neurônios da coluna dorsal emitem colaterais que fazem sinapses com interneurônios inibitórios que se projetam em neurônios vizinhos (permite ao SNC discriminar a procedência dos estímulos sensoriais) • 4.2. Fibras talâmicas descendentes inibem neurônios de segunda ordem ou estimulam interneurônios inibitórios (facilita a discriminação dos impulsos) • 4.3. Fibras reticulares descendentes e colaterais piramidais controlam aferentes nos núcleos grácil e cuneiforme bulbares (facilita localização do estímulo e graduação de intensidade) SISTEMA ÂNTERO - LATERAL • Dor; calor; frio; tato grosseiro (protopático); cócegas; coceira; sensações sexuais. • Pequena capacidade de localização. • Graduações grosseiras de intensidade. • Fibras mielínicas delgadas. • Velocidade de condução: 8 a 40 m/s. NEURÔNIO 1: Corpo neuronal - gânglio da raiz dorsal Sinapse com segundo neurônio no corno dorsal da medula SISTEMA ÂNTERO - LATERAL NEURÔNIO 2: Cruza o plano mediano na comissura anterior da medula Sobe pelo funículo ântero-lateral da medula espinhal Divide - se em dois sistemas: SISTEMA NEOESPINOTALÂMICO: Segundo neurônio faz sinapse com o terceiro neurônio nos núcleos do complexo ventobasal do tálamo e seus axônios fazem projeção no córtex somato sensorial primário. Distribuição somatotópica definida com precisão na discriminação sensorial da dor epicrítica. SISTEMA PALEOESPINOTALÂMICO: Segundo neurônio emite colaterais na formação reticular e em núcleos inespecíficos do tálamo, onde faz sinapse com o terceiro neurônio. Sistema neoespinotalâmico O segundo neurônio faz sinapse com o terceiro neurônio em núcleos do complexo ventrobasal do tálamo e seus axônios fazem projeção no córtex somato sensorial primário. Este sistema apresenta distribuição somatotópica bem definida, o que lhe confere precisão na discriminação sensorial dos estímulos. Sistema paleoespinotalâmico O segundo neurônio emite colaterais a formação reticular e chega a núcleos inespecíficos no tálamo, onde faz sinapse com o terceiro neurônio. A partir das projeções reticulares e talâmicas do feixe, as informações são levadas ao hipotálamo, sistema límbico e ao córtex. Determinam respostas autonômicas, endócrinas e comportamentais que acompanham a dor do tipo lenta. NEUROFISIOLOGIA DA DOR • Definição de dor: Uma sensação desagradável e uma experiência emocional associada a um dano tissular real ou potencial (Sociedade Internacional para o estudo da dor). • Dor: Um mecanismo de proteção do corpo, ocorrendo sempre que qualquer tecido estiver sendo lesado. Sintoma mais comum da prática médica. Responsável por 70% das consultas médicas. • Dor Rápida: Também chamada de dor aguda, dor em pontada, dor em alfinetada, dor elétrica. É sentida em cerca de 0,1 s depois que o estímulo doloroso é aplicado. É um sinal de alarme rápido que indica uma lesão do organismo. É sentida quando uma agulha é enfiada na pele, quando a pele é cortada com uma faca, quando a pele é submetida a um choque elétrico, quando a pele sofre uma queimadura aguda. A dor rápida não é sentida na maioria dos tecidos mais profundos do corpo. • Dor lenta: Também chamada de dor crônica, dor surda, dor em queimação lenta, dor latejante e dor nauseante. É sentida apenas após 1 s ou mais depois de aplicado o estímulo doloroso, pode aumentar lentamente durante muitos segundos e até minutos. Este tipo de dor está geralmente associado à destruição dos tecidos. Pode levar a sofrimento insuportável e prolongado. Pode ocorrer tanto na pele quanto em qualquer tecido ou órgão profundo. • Receptores para a Dor: São terminações nervosas livres. Estão presentes na pele, periósteo, paredes arteriais, superfícies articulares, foice e tentório da abóboda craniana, e, em menor quantidade em outros tecidos profundos. A bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas são fortes estímulos químicos para a dor. As prostaglandinas e a substância P acentuam a sensibilidade das terminações da dor, mas não as excitam diretamente. Os estímulos químicos são especialmente importantes na dor lenta. Os receptores de dor dificilmente se adaptam ou se adaptam pouco. Em alguns casos de dor lenta ocorre um aumento da sensibilidade dos receptores da dor (hiperalgesia). • Sistema neo-espinotalâmico (sistema da dor rápida): Os sinais geralmente são provocados por estímulos dolorosos mecânicos ou térmicos agudos, os nociceptores são constituídos por terminações nervosas livres, os estímulos são conduzidos nos nervos periféricos para a medula espinhal por fibras delgadas aferentes A- (delta), em velocidades entre 6 a 30 m/s. Os neurônios de primeira ordem fazem sinapse principalmente na lâmina I da coluna dorsal da substância cinzenta da medula espinhal. O segundo neurônio cruza o plano mediano na comissura anterior e sobe pelas colunas ântero- laterais da medula espinhal. A maioria dos neurônios de segunda ordem fazem sinapse no complexo ventro-basal do tálamo e algumas terminam em áreas reticulares do tronco cerebral ou no núcleo posterior do tálamo. A maior parte dos neurônios de terceira ordem terminam no córtex somato-sensorial. Ocorre uma discriminação temporo-espacial do estímulo doloroso. • Sistema paleo-espinotalâmico (sistema da dor lenta): Os sinais geralmente são provocados por estímulos químicos, mas também às vezes por estímulos mecânicos ou térmicos persistentes, os nociceptores são constituídos por terminações nervosas livres, os estímulos são conduzidos nos nervos periféricos para a medula espinhal por fibras delgadas aferentes do tipo C, em velocidades entre 0,5 a 2 m/s. O neurônio de primeira ordem faz sinapse principalmente na lâmina II e III da coluna dorsal da substância cinzenta da medula espinhal (região chamada de substância gelatinosa). A maioria dos sinais passam então através de um ou mais neurônios de fibras curta adicionais, dentro da coluna dorsal e fazem sinapse nas lâminas V a VIII com o neurônio de terceira ordem. O neurônio de terceira ordem cruza o plano mediano na comissura anterior e sobe pelas colunas ântero-laterais da medula espinhal. Os neurônios de terceira ordem terminam principalmente no tronco encefálico (núcleos reticulares do bulbo, área tectal do mesencéfalo e na substância cinzenta periaquedutal). A partir dessas áreas, múltiplos neurônios de fibra curta retransmitem os sinais para os núcleos intralaminares e laterais do tálamo e também para o hipotálamo e outras regiões basais do cérebro. Está relacionado a respostas vegetativas com integração afetiva e emocional. • OBS: Devido a esse duplo sistema de inervação da dor, o início súbito de um estímulo doloroso frequentemente dá uma "dupla" sensação de dor: uma dor rápida e aguda que é transmitida para o cérebro pela via das fibras A delta , seguida, 1 s depois, por uma dor lenta que é transmitida pela via das fibras C. A dor aguda informa o indivíduo sobre a lesão, e faz a pessoa reagir imediatamente ao estímulo. Enquanto a dor lenta dá ao indivíduo o sofrimento da dor. • CLASSIFICAÇÃO DAS DORES • 1) Estimulação excessiva dos nociceptores. • Produzida por infecções somáticas e viscerais • 2) Dor neurológica • Determinada por lesões das fibras aferentes grossas e das vias lemniscais (neuropatias periféricas, neuralgia pós-herpética, neuralgia do trigêmio, causalgia, dor do membro fantasma, lesões dos cordões posteriores da medula) • Explicada pela perda da inibição normalmente exercida pelas fibras aferentes grossas e vias lemniscais sobre as fibras aferentes finas. • 3) Dor piscogênica • O córtex cerebral e o sistema límbico devido a fatores emocionais geram estímulos que são interpretados como dor. ABORDAGENS NO TRATAMENTO DA DOR • 1) Dor por estimulação excessiva dos nociceptores Controlável por bloqueios farmacológicos ou destruição cirúrgica das vias aferentes • 2) Dor por lesão das fibras grossas (liberação do sistema antero- lateral) Controlável por estimulação da fibras grossas obtido pela massagem, eletroestimulação, aplicações de calor (raios infravermelhos e ondas curtas) e acupuntura • 3) Dor psicogênica Controlável pela auto-sugestão, hipnose, treinamento autógeno e psicoterapia TIPOS DE TRATAMENTO DA DOR MEDICAMENTOSO 1. Não narcóticos e antiinflamatórios ex: aspirina, paracetamol, fenilbutazona 2. Narcóticos: atuam em receptores para as encefalinas; ex: codeína, pentazocina, meperidina, morfina. 3. Fenotiazinas: bloqueiam receptores noradrenérgicos e serotoninérgicos; ex: levopromazina 4. Agonistas alfa-adrenérgicos ex: xilazina, clonidina, detomidine. FISIOTERÁPICO Utilizado como tratamento coadjuvante 1. Massagem 2. Tração, manipulação 3. Aplicações de calor (infravermelho, ondas curtas) TIPOS DE TRATAMENTO DA DOR • PISCOTERÁPICO • Indicado em pacientes portadores de dores crônicas, especialmente na dor psicogênica • RADIOTERÁPICO • Aplicações em metástases ósseas, massas nodulares linfáticas, plexos nervosos, parede torácica, infiltração de partes moles • BLOQUEIOS NERVOSOS PERIFÉRICOS • Interrupção temporária ou permanente dos impulsos nociceptivos conduzidos da região onde se localiza a dor. Podem ser bloqueados nervos cranianos, espinhais e autonômicos • Bloqueios temporários: anestésicos locais • Bloqueios permanentes: álcool absoluto, fenol • TIPOS DE TRATAMENTO DA DOR • NEUROESTIMULAÇÃO • Estimulação transcutânea de fibras grossas • Acupuntura: estimulação nervosa periférica • OPIACEOTERAPIA PERIDURAL OU INTRATECAL • Morfina: alívio por aproximadamente 24 horas • Implantação de dispositivo peridural ou intratecal • Complicações: depressão respiratória, retenção urinária • LESÕES CIRÚRGICAS PERIFÉRICAS • Neurotomia: secção de nervos sensitivos somáticos por radiofrequência • Simpatectomia: secção de nervos viscerais • Rizotomia espinhal posterior: secção intra-raquidiana das raízes posteriores dos nervos espinhais (radiofrequência e termocoagulação) • LESÕES CIRÚRGICAS CENTRAIS • Comissurotomia espinhal: secção da comissura branca anterior, através do qual cruzam os tractos espino-talâmicos. • Cordotomia: secção do quadrante antero-lateral da medula após abertura da dura- máter Córtex Cerebral Córtex Cerebral • 1. Área Somatosensorial primária: • Áreas 1, 2 e 3 no giro pós-central, Camada IV, Orientação espacial muito bem definida • Recebe informações quase que totalmente do lado oposto do corpo • O tamanho das áreas são proporcionais ao número de unidades sensitivas nas várias partes do corpo: 1o) Lábios; 2o) Face e 3o) Polegar • Recebem fibras provenientes dos núcleos ventral póstero lateral e ventral póstero medial do tálamo • Integra impulsos de dor, temperatura, tato, pressão, cinestesia (consciência da posição de um membro no espaço sem pistas visuais) e propriocepção consciente • A extensão da representação cortical de uma parte do corpo depende da importância funcional desta parte para a biologia da espécie. • 1.1. Lesões da Área Somatosensorial primária: • Perda da sensibilidade discriminativa para dois pontos • Incapacidade em reconhecer movimentos de partes do corpo • Incapacidade em reconhecer diferentes intensidades de estímulo • Incapacidade em localizar partes do corpo tocada • Incapacidade em distinguir diferentes temperaturas • Perda da estereognosia, ou seja, incapacidade de reconhecer objetos colocados à mão • Mantêm tato grosseiro, sensações térmicas e dolorosas; pois tornam-se conscientes a nível talâmico 2. Área de Associação Somática • Área 5 e 7, Camada II e III • Recebe estímulos do sistema lemniscal medial e espino talâmico antero lateral • Decifra o significado da sensação somática • Analisa padrões presentes da experiência sensorial • Proporciona um nível mais alto de interpretação das experiências sensoriais – Lesões da área de associação somática • Perda da capacidade de reconhecimento da forma dos objetos • Perda da percepção espacial para a localização das diferentes partes do corpo 3. Área motora primária • Área 4 no giro pré-central, camada V, chamada de área piramidal, contém 68.000 células gigantes de Betz • Relacionada com a capacidade voluntária de iniciar movimentos de controle delicado • A estimulação elétrica de determinadas áreas resulta em contrações musculares de partes definidas do corpo • A representação cortical de cada parte do corpo é de tamanho proporcional à destreza com que a parte realiza movimento voluntário delicado • Representação: 1o) vocalização (lábios, língua, laringe e cordas vocais); 2o) lábios; 3o) polegar e 4o) maõs 4. Área de associação motora • Área 6 • Quando estimulada provoca respostas motoras complexas de grupos musculares (vocalização, movimentos dos olhos, mastigação e outros) • A destruição leva a perda de coordenação dos movimentos Controle Encefálico do Movimento CONTROLE CORTICAL DA FUNÇÃO MOTORA • O córtex motor pode ser dividido em três subáreas, cada uma tendo sua própria representação topográfica de grupos musculares e funções motoras específicas. São elas: 1) Córtex motor (área 4); 2) a área pré-motora (área 6) e 3) a área motora suplementar (área 4S). • Os sinais motores são transmitidos diretamente do córtex para a medula espinhal pelo feixe corticoespinhal ou feixe piramidal e, indiretamente, por múltiplas vias acessórias que compreendem os gânglios da base, o cerebelo e vários núcleos do tronco cerebral. • Cerca de 30% do feixe corticoespinhal originam-se do córtex motor primário, 30% das áreas pré-motora e motora suplementar e 40 % a partir das áreas sensoriais somáticas. • Este feixe deixa o córtex, passa através do ramo posterior da cápsula interna, passa pelo tronco cerebral, formando as pirâmides bulbares, cruzam para o lado oposto e descem nos feixes corticoespinhais laterais da medula. Terminam fazendo sinapses em neurônios da substância cinzenta medular e com os neurônios motores. CONTROLE CORTICAL DA FUNÇÃO MOTORA • As fibras mais notáveis do feixe piramidal são uma população de grandes fibras mielinizadas que se originam das células piramidais gigantes, também chamadas de células de Betz, que são encontradas apenas no córtex motor primário. • O núcleo rubro, localizado no mesencéfalo, funciona em associação próxima com o feixe corticoespinhal. A porção magno-celular do núcleo rubro tem uma representação somatográfica de todos os músculos do corpo, como acontece no córtex motor. A via corticorrubroespinhal serve como uma rota acessória para a transmissão de sinais relativamente discretos do córtex motor para a medula espinhal. • O termo sistema extrapiramidal é amplamente usado nos meios clínicos para denotar todas as porções do cérebro e do tronco cerebral que contribuem para o controle motor e que não são parte do sistema direto corticoespinhal piramidal. Este inclui vias através dos gânglios da base, da formação reticular do tronco cerebral, os núcleos vestibulares e do núcleo rubro. No entanto, em função do seu tamanho está deixando de ser usada pelos fisiologistas. 5. Área visual primária • Área 17, camada IV • Integra estímulos originados no corpo geniculado lateral • A estimulação elétrica resulta em alucinações visuais (círculos brilhantes) • Estimulação em pontos específicos da retina com um jato de luz filiforme leva à formação de potenciais elétricos evocados em partes específicas da área 17 • Ablação bilateral causa cegueira completa na espécie humana 6. Área de associação visual • Área 18 e 19, camada II e III • Sua lesão leva a perda da capacidade de se interpretar o que se vê. 7. Área auditiva primária • Área 41, camada IV • Integra estímulos do corpo geniculado medial • Estimulação elétrica resulta em alucinações auditivas (zumbidos) • Lesão bilateral leva a surdez completa • Apresenta tonotopia: sons de determinada frequência projetam-se em partes específicas da área 8. Área de associação auditiva • Área 21 e 22, camada II e III • Proporciona a audição de palavras ou outros sons complexos 9. Área da fala ou de Broca • Processa a informação recebida da área de Wernicke em um padrão detalhado e coordenado para a vocalização • Projeta este padrão ao córtex motor que inicia os movimentos dos lábios, língua, laringe e cordas vocais • Lesão leva a afasia não fluente (fala lenta, paciente limitado a duas ou três palavras com as quais expressam toda série de intenções e emoções) 10. Área pré-frontal • Importante para a escolha de opções comportamentais para cada situação física ou social • Importante na manutenção das funções mentais dirigidas aos seus objetivos • Importante na elaboração do pensamento • A lobectomia frontal leva a deficiência na ordenação temporal dos acontecimentos. 11. Área interpretativa geral • Área de Wernicke, área gnóstica • Importante para a ordenação do pensamento • É especialmente desenvolvida no hemisfério cerebral dominante • Para esta área encontramos uma confluência de diversas áreas de associação • Importante nas funções intelectuais do cérebro e a perda desta área leva a uma vida com existência quase demencial • Lesões nesta área torna o paciente deficiente em compreender o significado da palavra escrita ou falada. 12. Aprendizado • Aprendizado: capacidade de se alterar o comportamento baseado em experiências passadas • Os tipos mais avançados de aprendizado são, em grande parte, fenômenos corticais, mas o tronco cerebral também está implicado nestes processos • Alguns tipos de aprendizado determinam mudanças estruturais do córtex cerebral • Os reflexos condicionados constituem importante tipo de aprendizado 13. Memória • Memória: habilidade de se lembrarem experiências passadas em nível consciente ou inconsciente • A memória estável pode ser arquivada como uma mudança bioquímica nos neurônios. A síntese protéica está implicada nos processos de memória • Três mecanismos interagem na produção da memória: 1o) Recordação imediata de fatos do momento 2o) Memória dos acontecimentos que ocorreram minutos a horas ou dias antes e 3o) Memória do passado remoto • Consolidação da memória: processo que codifica a memória de forma resistente, geralmente persiste na presença de graves lesões cerebrais • Há um período de codificação ou consolidação da memória durante o qual o traçado da memória é vulnerável • A destruição bilateral do hipocampo ventral causam sérios problemas de memória recente Reflexos Musculares VIAS VESTIBULARES Receptores Mácula e crista ampular Neurônio 1 Bipolar - corpo nuclear no gânglio vestibular O axônio forma a porção vestibular do nervo vestíbulo-coclear Neurônio 2 Corpo nuclear nos núcleos vestibulares (lateral, medial, superior e inferior; assoalho do IV ventrículo) O axônio forma ou entra na composição do: Fascículo vestíbulo-cerebelar: termina no córtex do arquicerebelo Vias vestíbulo-oculomotoras: envolvidas em reflexos que permitem ao olho ajustar-se aos movimentos da cabeça Tracto vestíbulo-espinhal: pertence ao sistema extra-piramidal; levam impulsos aos neurônios motores espinhais Fibras vestíbulo-talâmicas: levam impulsos ao tálamo e posteriormente ao córtex Conexões neurovegetativas: hipotálamo, substância reticular bulbar e mesencefálica, nervo vago. TEORIA DO EQUILÍBRIO • O córtex interpreta o estímulo do sistema vestibular como um movimento de direção e velocidade específica • Os núcleos dos músculos oculares movem os olhos compensatoriamente (ajuste visual) • Os neurônios motores espinhais ajustam o tônus dos músculos do tronco e membros • O cerebelo ajusta o tônus para a nova situação ORGÃOS OTOLÍTICOS DA MÁCULA • Enviam informações que provocam movimentos reflexos que permitem adaptação da posição do tronco e dos membros com relação à posição da cabeça, mantendo assim o equilíbrio. • O sistema otolítico associado aos proprioceptores musculares e articulares, receptores cutâneos e visuais permitem a regulação do equilíbrio estático do corpo CRISTAS AMPULARES • São estimuladas por acelerações angulares e desencadeiam reflexos estato-cinéticos para a regulação da postura • Apresentam uma função preditiva, ou seja, informam ao Sistema Nervoso da necessidade de ajuste das diferentes partes do corpo para manter o equilíbrio. O Hipotálamo e Sistema Nervoso Autônomo Sistema Límbico e o comportamento Áreas relacionadas ao comportamento 1. Sistema límbico • Formado pelas áreas corticais (lobo límbico, filogeneticamente antigo): giro do cíngulo, istmo do giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo e por estruturas sub-corticais: núcleos anteriores do tálamo, epitálamo, área septal, corpo amigdalóide e fórnix. • O sistema límbico está ligado à expressão das emoções por meio de reações motoras, autônomas e endócrinas. • O sistema límbico está envolvido no aspecto afetivo das emoções 2. Hipotálamo • Principal via de saída do sistema límbico • Envolvido no comportamento alimentar, sexual, controle térmico e emocional 3. Tálamo • O núcleo dorso medial mantêm conexões com o córtex pré-frontal e o hipotálamo • Os núcleos anteriores mantêm conexão com o corpo mamilar e com o giro do cíngulo • Lesões ou estimulações elétricas demonstraram alterações de reatividade emocional 4. Córtex pré-frontal • A leucotomia pré-frontal foi utilizada como tratamento de doentes psiquiátricos com quadros de depressão e ansiedade. O paciente deixa de reagir a circunstâncias que normalmente determinam alegria ou tristeza (tamponamento psíquico) e podem levar a uma grave deficiência intelectual. O método foi amplamente utilizado até a descoberta das drogas antidepressivas. 5. Tronco encefálico • Principalmente efetuador, recebe fibras descendentes telencefálicas e diencefálicas • Contêm núcleos envolvidos nas manifestações de choro, alterações fisionômicas, sudorese, salivação, taquicardia, taquipnéia, etc. Sistema límbico • Circuito de PAPEZ: Representa a direção predominante dos impulsos nervosos: giro do cíngulo giro parahipocampal hipocampo fórnix corpo mamilar fascículo mamilo- talâmico núcleos anteriores do tálamo capsula interna giro do cíngulo • O sistema límbico mantêm conexões com o hipotálamo, tálamo, formação reticular mesencefálica, corpo estriado e córtex temporal • A influência do sistema límbico sobre as funções somáticas, autonômicas e endócrinas é indireta e se faz por intermédio do hipotálamo e mesencéfalo • KLÜVER & BUCY : ablação bilateral da parte anterior dos lobos temporais (no macaco Rhesus lesa o hipocampo, giro parahipocampal e corpo amigdalóide) leva a: domesticação, perversão do apetite, cegueira psíquica, conduta oral, tendência hipersexual Sistema límbico • Giro do Cíngulo: cingulectomia leva a domesticação e a cingulotomia interrompe o circuito de PAPEZ e melhora quadros de depressão e ansiedade • Corpo amigdalóide: a lesão bilateral diminui excitabilidade emocional e agressividade no homem. A lesão nos animais leva a hipersexualidade que desaparece no animal castrado. • Hipocampo: destaca-se na participação da memória, atividades viscerais e endócrinas • Área septal: experiências de auto estimulação sugere estar envolvido no centro do prazer e da recompensa. A lesão leva a hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante situações que normalmente não modificam o comportamento do animal. Hipotálamo • Região pré-óptica: área pré-óptica medial e posterior, núcleo supra-óptico, núcleo para-ventricular, área hipotalâmica anterior • Região tuberal: núcleo ventro medial, núcleo dorso medial, área hipotalâmica lateral, núcleo perifornical • Região mamilar: núcleos mamilares, núcleo hipotalâmico posterior Comportamento emocional: estimulação elétrica da região mamilar leva a reação de ira com descarga simpática adrenal intensa. Há evidências que não se pode sentir a emoção a nível hipotalâmico Comportamento alimentar: área hipotalâmica lateral (destruição: afagia e adipsia; estimulação: hiperfagia; Conclusão: centro da fome) • Núcleos ventro mediais (lesão: hiperfagia e obesidade, estimulação em animal faminto: interrompe a ingestão dos alimentos; conclusão: centro da saciedade) • Núcleo pré-óptico (estimulação ou injeção de solução hipertônica leva a ingestão de grandes quantidades de água; conclusão: centro da sede) Regulação de temperatura: região próxima do quiasma óptico (centro do calor, envolvido em respostas parassimpáticas) • Região justamamilar (centro do frio, envolvido em respostas simpáticas) Comportamento sexual: envolvido em fatores hormonais (LHRH) e sensoriais (visão, olfato, tato) e ambientais Ritmos do Encéfalo Reprodutor Referências Bibliográficas LENT, ROBERTO. Cem bilhões de neurônios, conceitos fundamentais de neurociências, São Paulo, Editora Atheneu, 2.005. BEAR, MARK F.; CONNORS, BARRY W. & PARADISO, MICHAEL A. Neurociências, desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre, Editora Artmed, 2002.