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CAPÍTULO 08 - O PODER JUDICIÁRIO - O MINISTÉRIO PÚBLICO

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Enviado por Waldeck Lemos de Arruda Junior em

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Fonte: CRETELLA JUNIOR, J. e CRETELLA NETO, J. - 1.000 Perguntas e Respostas de Direito Constitucional – Editora Forense Jurídica (Grupo GEN).
CAPÍTULO VIII - O PODER JUDICIÁRIO - O MINISTÉRIO PÚBLICO
VIII.1. O PODER JUDICIÁRIO E SUAS GARANTIAS
529) Qual a função do Poder Judiciário?
R.: De acordo com o clássico princípio da separação dos poderes, cabe ao Poder Judiciário, primordialmente, o desempenho da função jurisdicional, isto é, a aplicação da lei a casos concretos e particulares, sempre que houver pretensões resistidas, a ele submetidas, dentro de um sistema preestabelecido de composição de conflitos de interesses, a que se denomina, genericamente, "processo judicial". Também atua nos chamados "Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária", disciplinados pelo CPC, no Título II do Livro IV.
530) Além da função jurisdicional, sua função precípua, como desempenha o Poder Judiciário funções administrativas e legislativas?
R.: O Poder Judiciário exerce funções administrativas sempre que pratica qualquer ato referente ao autogovemo da Magistratura; exerce funções legislativas quando, por exemplo, os Tribunais elaboram seus regimentos internos.
531) Como se distingue a função jurisdicional da função administrativa do Estado?
R.: Embora tanto o Judiciário quanto o Executivo apliquem a lei, o que distingue as funções de um e de outro poder é seu modo de aplicação: o Poder Judiciário aplica a lei contenciosamente, e por provocação, enquanto o Poder Executivo aplica a lei de ofício, colocando em prática decisões anteriores, de caráter geral, considerando a moderna doutrina que o Judiciário exerce "atividade de substituição".
532) Como se distingue a função legislativa da função jurisdicional do Estado?
R.: A função legislativa consiste em elaborar normas jurídicas de caráter abstrato e impessoal, vale dizer, que conferem a todos, indistintamente, um Direito Subjetivo público ao objeto da tutela; a função jurisdicional dirige-se a pessoa determinada, ao ser proferido comando específico e concreto sobre certo bem, válido para uma situação fática, à qual juiz aplica a norma adequada.
533) Que diploma legal deverá regular a Magistratura?
R.: O Estatuto da Magistratura deverá ser promulgado por meio de lei complementar, de iniciativa do STF (art. 93 da CF). Enquanto isso não ocorre, continua em vigor a atual Lei Orgânica da Magistratura Nacional - LOMN, de 14.03.1979, naquilo que não contrariar a atual CF.
534) Citar 5 princípios que devem ser observados pelo Estatuto da Magistratura.
R.: Devem ser observados os seguintes princípios: a) o ingresso na carreira será feito por concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; b) promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento; c) acesso aos tribunais de segundo grau por critérios de antigüidade e merecimento; d) previsão de cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira; e e) o juiz titular residirá na comarca (art. 93, incisos, I, II, III, IV e VII, respectivamente).
535) O que é entrância?
R.: Entrância é a unidade administrativa, na organização judiciária estadual, que designa as comarcas e os graus de carreira dos juízes e membros do MP na primeira instância - ou primeiro grau de jurisdição - e a classificação escalonada das comarcas, e que indica a importância da Comarca.
536) Como se classificam as Comarcas, nos Estados?
R.: As Comarcas são classificadas, segundo a população local e a intensidade dos serviços forenses, em Comarcas de primeira, de segunda e de terceira entrâncias, e também, no caso de algumas Capitais de Estado, em Comarcas de entrância especial.
537) Que normas devem ser obedecidas para a promoção de entrântia para entrância?
R.: Além dos critérios de antiguidade e merecimento, as seguintes normas devem ser atendidas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe 2 anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a quinta parte da lista de antiguidades desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) a aferição do merecimento pelos critérios de presteza e segurança no exercício da jurisdição e pela freqüência de aproveitamento em cursos reconhecidos de aperfeiçoamento; e d) na apuração da antigüidade, o Tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
538) O que é instância? 
R.: Instância designa grau de jurisdição dos órgãos da Magistratura, tanto na Justiça Federal quanto nas Justiças Estaduais; a Magistratura Estadual organiza-se em carreiras, integradas por cargos de primeira instância (onde estão os juízes substitutos e os titulares) e segunda instância (onde estão os desembargadores dos Tribunais de Justiça e os juízes dos Tribunais de Alçada).
539) Desembargador é cargo hierarquicamente superior ao de juiz titular?
R.: Não. O desembargador ocupa posto mais graduado na carreira da Magistratura do que o juiz titular, mas não existe, entre eles, hierarquia funcional, nos moldes das Forças Armadas, ou do Poder Executivo, por exemplo.
540) De que forma devem ser fixados os vencimentos dos magistrados? 
R.: Os vencimentos dos magistrados devem ser fixados com diferença não superior a dez por cento de uma para outra das categorias da carreira, não podendo, a título nenhum, exceder os dos Ministros do STF (art. 93, V).
541) De que formas podem aposentar-se os magistrados? 
R.: Os magistrados podem aposentar-se: a) compulsoriamente, por invalidez ou ao atingirem 70 anos de idade; ou b) facultativamente, após 30 anos de serviço, dos quais, no mínimo 5, no exercício efetivo da judicatura (art. 93, VI).
542) Quais as garantias funcionais asseguradas aos juízes?
R.: Os juízes gozam das seguintes garantias funcionais: a) vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após 2 anos de exercício; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público; e c) irredutibilidade de vencimentos.
543) Adquirirá o magistrado vitaliciedade a partir de sua nomeação?
R.: Sim, exceto no primeiro grau de jurisdição, que somente será adquirida após 2 anos de exercício.
544) De que forma poderá o juiz de primeiro grau perder o cargo? 
R.: A perda do cargo de juiz de primeiro grau dependerá de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado (art. 95, I).
545) De que forma poderá o juiz ser removido?
R.: O juiz somente poderá ser removido (ou aposentado, ou, ainda, colocado em disponibilidade) por motivo de interesse público, em decisão tomada por dois terços dos membros do Tribunal a que estiver vinculado, após processo em que lhe será assegurada ampla defesa (arts. 93, VIII e 95, II).
546) Em que consiste a colocação em disponibilidade dos magistrados?
R: Colocação em disponibilidade é uma das formas de inatividade do magistrado (a outra é a aposentadoria), penalidade de cunho administrativo, imposta pelo Tribunal a que estiver vinculado, por motivo de interesse público, devendo a decisão ser tomada por dois terços, no mínimo, de seus membros.
547) Qual a diferença entre as acepções da palavra "disponibilidade" em Direito Público, e em relação à Magistratura?
R.: Em Direito Público, disponibilidade é o status do funcionário público cujo cargo foi extinto, embora continue a receber vencimentos; com relação à Magistratura, disponibilidade consiste em punição, imposta ao juiz, por interesse público.
548) Quais as conseqüências da colocação em disponibilidade?
R.: O juiz colocado em disponibilidade não mais atuará na Magistratura; continuará, no entanto, a receber proventos integrais, inclusive o padrão e as vantagens que tinha quandoem atividade.
549) Qual a diferença entre "juiz substituto" e "substituto de juiz"?
R.: Juiz substituto é aquele que está se iniciando na Magistratura, e que não goza, ainda, da garantia da vitaliciedade (art. 95, I), isto é, poderá perder o cargo por decisão do Tribunal ao qual estiver vinculado; substituto de juiz é juiz titular, que substitui outro juiz, na mesma ou em outra Comarca, ao qual é assegurada a garantia da vitaliciedade, isto é, somente perderá o cargo após sentença judicial condenatória transitada em julgado.
550) Quando poderá ser criado Órgão Especial em qualquer tribunal?
R.: A CF dispõe que, nos tribunais com número superior a 25 julgadores, será permitida (e não obrigatória) a criação de Órgão Especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do tribunal pleno.
551) Quais as vedações impostas aos juízes, como forma de garantir a imparcialidade dos órgãos judiciários?
R.: As vedações impostas aos juízes são: a) o exercício, ainda que em disponibilidade, de outro cargo ou função, salvo uma de magistério; b) o recebimento, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo; e c) a dedicação à atividade político-partidária (art. 95, parágrafo único).
552) Quais as garantias institucionais asseguradas ao Poder Judiciário?
R.: As garantias institucionais asseguradas ao Poder Judiciário são de 2 tipos: a) autonomia orgânico-administrativa (por exemplo, os tribunais podem eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, art. 96, I, a); e b) autonomia financeira (os tribunais podem elaborar propostas para seu próprio orçamento, art. 99, § 1.º).
VIII.2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
553) Quais são os órgãos do Poder Judiciário encarregados de exercer a função jurisdicional?
R.: Compõem a ordem judiciária do Brasil, segundo o art. 92 da CF, os seguintes órgãos do Poder Judiciário, encarregados de exercer a função jurisdicional: a) Supremo Tribunal Federal - STF; b) Superior Tribunal de Justiça - STJ; c) Tribunais Regionais Federais - TRF's e Juízes Federais; d) Tribunais e Juízes do Trabalho; e) Tribunais e Juízes Eleitorais; f) Tribunais e Juízes Militares; e g) Tribunais de Justiça - TJ's e Juízes dos Estados e do Distrito Federal (Justiça Comum).
554) Quais as atribuições do STF?
R.: Ao STF cabe, precipuamente, a guarda da Constituição, isto é, de manter o respeito à Carta Magna e sua unidade substancial em todo o país, além de encabeçar o Poder Judiciário, inclusive em causas sem conotação constitucional; o art. 102 da CF estipula sua competência para: a) processar e julgar originariamente (isto é, como foro único e definitivo) as questões relacionadas no inciso I, letras a até q; b) julgar, em recurso ordinário constitucional, em única ou última instância, as causas relacionadas no inciso II, letras a e b; e c) julgar, em recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, nas hipóteses relacionadas no inciso III, a, b e c.
555) Qual a estrutura funcional do STF?
R.: Os órgãos do STF são o Plenário, as Turmas, e o Presidente; a competência de seus órgãos, o ano judiciário, o regulamento dos processos, o julgamento dos feitos que lhe são atribuídos pela CF e a disciplina de seus serviços, estabelecidos pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal - RISTF que contém 369 artigos, e entrou em vigor em 01.12.1980.
556) Qual a composição do STF?
R.: De acordo com a CF, art. 101 e seu parágrafo único, compõe-se o STF de 11 Ministros, escolhidos dentre os cidadãos brasileiros natos (art. 12, § 3.º, IV) com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada; as Turmas são compostas por 5 Ministros, e o Ministro mais antigo, integrante da Turma, é seu Presidente (art. 4.º, caput e § 1.º do RISTF). São nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
557) O STF é o único órgão competente para apreciar matéria constitucional?
R.: Não. O sistema de controle da constitucionalidade no Brasil é difuso, isto é, pode ser exercido por via direta, junto ao STF, ou por via indireta, mediante exceção, perante qualquer juiz competente, desde que o julgamento da causa dependa de norma que contrarie a Constituição.
558) Todas as atribuições do STF envolvem matéria de jurisdição constitucional?
Não. Dentre as competências outorgadas ao STF, nas seguintes situações (art. 102, I, h e n), não ocorre matéria envolvendo jurisdição constitucional: a) homologação de sentenças estrangeiras; b) concessão de exequatur às cartas rogatórias; e c) ação em que todos os membros da Magistratura sejam diretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados, quando não suscitar problemas constitucionais (quando isso ocorrer, exercerá o STF jurisdição constitucional).
559) Por que não é correto denominar o STF de Corte Constitucional?
R.: Porque: a) o nome "Corte Constitucional", como na França, é o órgão único, encarregado de exercer exclusivamente jurisdição constitucional, o que não é o caso, obviamente, do STF, dado que nosso sistema de controle de constitucionalidade não é concentrado, e sim, difuso; b) o STF aprecia, de forma técnico-jurídica, recurso extraordinário, nos casos do art. 102, III, isto é, sua decisão se orienta no sentido de resolver a lide, e, somente de modo secundário, pronunciar-se a respeito de inconstitucionalidade, o que não implica, obrigatoriamente, exercício de jurisdição constitucional. No Brasil, o STF é a corte constitucional por excelência, mas não deixa de ser autêntico órgão judiciário.
560) Quais as atribuições do STJ?
R.: Ao STJ cabe, conforme estipula o art. 105, da CF: a) processar e julgar originariamente (isto é, como foro único e definitivo) as questões relacionadas no inciso I, letras a até h; b) julgar, em recurso ordinário as causas relacionadas no inciso II, letras a, b, e c; e c) julgar, em recurso especial, as causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, quando a decisão recorrida se enquadrar nos casos relacionados no inciso III, a, b e c. Dentre suas atribuições, a que lhe confere feição mais marcante é a do controle da efetividade da lei federal, e da uniformidade de sua interpretação, na qualidade de mais alta instância no plano processual.
561) Qual o critério fundamental para a distinção entre a competência do STF e a do STJ?
R.: O critério fundamental para distinguir entre as competências de um e de outro, reside na atribuição do STF para resolver questões exclusivamente constitucionais (relativas à CF) e, ao STJ, para resolver questões federais infraconstitucionais.
562) Qual a composição do STJ?
R.: De acordo com o art. 104 e seu parágrafo único, compõe-se o STF de, no mínimo, 33 Ministros, escolhidos dentre os cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. São nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal; dentre os Ministros do STJ, um terço serão escolhidos dentre juízes dos TRF's e um terço entre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal, e o terço restante, entre advogados e membros do MP Federal, Estadual e do Distrito Federal, alternadamente indicados na forma do art. 94.
563) Qual a estrutura funcional do STJ? 
R.: O Regimento Interno do STJ-RISTJ, contendo 344 artigos, foi promulgado em 22.06.1989, entrando em vigor 15 dias após sua publicação, e estipula que o Tribunal funciona em Plenário e pelo seu órgão especial (conforme a CF, art. 93, XI), denominado Corte Especial, em Seções Especializadas e em Turmas Especializadas; o Plenário, constituído da totalidade dos Ministros, é presidido pelo Presidente do STJ; a CorteEspecial é constituída de 25 Ministros e é, também, presidida pelo Presidente do STJ; as Seções Especializadas (Direito Público, Direito Privado, Direito Penal) compreendem seis Turmas, e cada Turma é composta por cinco Ministros (art. 2.º do RISTJ).
564) Quais as garantias de que gozam, e os impedimentos a que estão sujeitos os Ministros do STF e do STJ?
R.: Os Ministros de ambos gozam de todas as garantias e estão sujeitos a todos os impedimentos dirigidos aos juízes togados, e que constam da CF, art. 95; os Ministros do STF são processados e julgados pelo próprio STF no caso de crimes comuns (CF, art. 102, I, b) e pelo Senado Federal, no caso de crimes de responsabilidade (art. CF, art. 52, II); os Ministros do STJ são processados e julgados, tanto nos crimes comuns, quanto nos crimes de responsabilidade, pelo STF (art. 102, I, c).
565) O que é o Conselho da Justiça Federal?
R.: O Conselho da Justiça Federal é um órgão criado pela atual CF, que funciona junto ao STJ, e ao qual cabe, na forma da lei, exercer a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus (CF, art. 105, § único, e RISTJ, art. 6º).
566) Qual a composição do Conselho da Justiça Federal?
R.: O Conselho da Justiça Federal, presidido pelo Presidente do STJ, é composto, também, pelo Vice-Presidente, por 3 membros efetivos, e igual número de suplentes, eleitos pelo Tribunal (RISTJ, art. 7.º e Lei n.º 7.746/89, que regula seu funcionamento).
567) Qual a divisão da Justiça Federal?
R.: A Justiça Federal compreende: a) Justiça Federal Comum; b) Justiça Militar Federal; c) Justiça Eleitoral; e d) Justiça do Trabalho, todas mantidas pela União.
568) Quais os órgãos da Justiça Federal Comum?
R.: De acordo com o art. 106, são órgãos da Justiça Federal Comum: a) os Tribunais Regionais Federais - TRF's; e b) os Juízes Federais.
569) O que ocorreu com o Tribunal Federal de Recursos?
R.: O Tribunal Federal de Recursos (do Distrito Federal), o único dos três previstos que chegou a ser criado pela Constituição Federal de 1946 (previa-se a criação de mais dois, em São Paulo e Recife), foi suprimido pela CF de 1988; parte de sua competência passou para os Tribunais Regionais Federais, e parte, para o Superior Tribunal de Justiça.
570) Qual a composição dos TRF's?
R.: De acordo com o art. 107, os TRF's compõem-se de, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: a) um quinto dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do MP Federal com mais de 10 anos de carreira; e b) quatro quintos, mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
571) Quais as atribuições dos TRF's?
R.: Segundo o art. 108, I, da CF, compete aos TRF's processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do MP da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; e e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal. Segundo o inciso II do mesmo artigo, compete, também, aos TRF's, julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
572) Quais as atribuições dos juízes federais?
R.: As atribuições dos juízes federais (singulares ou monocráticos) são enumeradas na CF, art. 109, I a XII, consistindo, de modo geral, em decisão, em primeira instância, das causas de competência da Justiça Federal (representada pelos juízos federais, um em cada Estado e no Distrito Federal, correspondendo a seções judiciárias, agrupadas em 5 regiões), enquanto que, aos TRF's, cabe o julgamento dos recursos, exceto quando sua competência é originária.
573) Qual a competência da Justiça do Trabalho?
R.: A Justiça do Trabalho, instituída pela CF de 1934, foi criada em 1942, porém como órgão subordinado ao Ministério do Trabalho; somente em 1946, por força de dispositivo constitucional, foi incorporada ao Poder Judiciário, sendo dotada de função jurisdicional, com competência para (CF, art. 114) conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de Direito Público externos (isto é, as relações de trabalho entre os empregados brasileiros e as representações diplomáticas estrangeiras) e da Administração Pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
574) Quais os órgãos da Justiça do Trabalho?
R.: Segundo a CF, art. 111, são órgãos da Justiça do Trabalho: a) Tribunal Superior do Trabalho - TST, órgão de cúpula; b) Tribunais Regionais do Trabalho - TRT's; c) Juntas de Conciliação e Julgamento - JCJ.
575) Qual a composição do TST?
R.: O TST é composto por 27 Ministros, dos quais 17 togados e vitalícios (dos quais, 11 escolhidos dentre juízes de carreira da Magistratura trabalhista, 3 dentre advogados e 3 dentre os membros do MP do Trabalho), e 10 classistas e temporários (CF, art. 111, § 1.º), todos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. O TST funciona em Plenário (CLT, art. 699) ou em Turmas, em número de 5, compostas por 5 Ministros cada uma.
576) Em que casos será possível recorrer das decisões do TST?
R.: Como órgão máximo da Justiça do Trabalho, são as decisões do TST, em princípio, irrecorríveis; no entanto, nos casos de decisões contrárias à Constituição Federal ou denegatórias de mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção, ou ainda, que declararem a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal caberá, conforme o caso, recurso ordinário constitucional ou recurso extraordinário, que deverão ser dirigidos ao STF, que tem competência para processá-los e julgá-los; para o STJ, não caberá recurso para a reapreciação de qualquer questão decidida pelo TST.
577) Qual a composição dos TRT's?
R.: De acordo com o disposto na CF, art. 112, deverá haver pelo menos 1 (um) TRT em cada Estado e no Distrito Federal, sendo compostos por juízes nomeados pelo Presidente da República, sendo dois terços de juízes togados vitalícios (mantida a proporção do art. 111, § 1.º, isto é, 17 juízes de carreira, 3 advogados e 3 do MP do Trabalho) e um terço de juízes classistas temporários.
578) Como podem os juízes do trabalho, os advogados e os membros do MP do Trabalho ascender ao TRT?
R.: Para ascender ao TRT, devem os juízes do trabalho ser promovidos segundo critérios alternativos de antigüidade e merecimento; os advogados devem constar em lista sêxtupla organizada pela OAB (Conselho Estadual ou do Distrito Federal) que serve de base para lista tripla organizada pelo Tribunal, e os membros do MP devem constar de lista sêxtupla organizada pela Associação do Ministério Público do Trabalho.
579) Qual a composição das Juntas de Conciliação e Julgamento?
R.: De acordo com o art. 116, da CF, as JCJ, instituídas por lei, compõem-se de 1 (um) juiz do trabalho, que será seu Presidente, e de 2 juízes classistas temporários, que terão suplentes (mandato de 3 anos - CF, art. 117), um dos classistas representando os empregados e o outro, os empregadores; os classistas são nomeadas pelo Presidente do TRT, na forma da lei, permitida uma recondução.
580) Quem terá jurisdição em comarcas onde não houver Juntas de Conciliação e Julgamento?
R.: A lei que instituiras JCJ poderá, nas comarcas onde não existirem as Juntas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito da Justiça Estadual.
581) Qual a finalidade da Justiça Eleitoral?
R.: A Justiça Eleitoral é uma peculiaridade do sistema constitucional brasileiro, pois, em lugar de fiscalização e controle do sistema político por meio de órgãos legislativos (situação vigente até 1932, quando foi promulgado o Código Eleitoral), criou-se um órgão do Poder Judiciário, destinado à jurisdição contenciosa eleitoral.
582) Qual a organização e a competência da Justiça Eleitoral?
R.: A atual CF remete a organização e a competência dos Tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais à lei complementar (art. 121), dispondo, no entanto, sobre sua estrutura básica.
583) Quais são os órgãos da Justiça Eleitoral?
R.: De acordo com a CF, art. 118, são órgãos da Justiça Eleitoral: a) o Tribunal Superior Eleitoral - TSE; b) os Tribunais Regionais Eleitorais - TRE's; c) os Juízes Eleitorais; e d) as Juntas Eleitorais.
584) Qual a composição do Tribunal Superior Eleitoral?
R.: Segundo a CF, art. 119, o TSE compõe-se de, no mínimo, 7 membros, escolhidos: a) mediante eleição, pelo voto secreto, 3 juízes dentre os Ministros do STF e 2 dentre os Ministros do STJ: b) por nomeação do Presidente da República, 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF; o Presidente e o Vice-Presidente do TSE serão eleitos dentre os Ministros do STF e o Corregedor eleitoral, dentre os Ministros do STJ.
585) Qual a composição dos TRE's?
R.: Os TRE's, dos quais haverá um em cada Capital e um no Distrito Federal, compor-se-ão de 7 juízes, escolhidos (CF, art. 120): a) mediante eleição, pelo voto secreto, 2 juízes, dentre os desembargadores do TJ, e 2 juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; b) 1 juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo TRF respectivo; c) 2 juízes, nomeados pelo Presidente da República, escolhidos dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ. O Presidente e o Vice-Presidente dos TRE's serão eleitos dentre os desembargadores.
586) Quais as garantias concedidas aos membros dos tribunais, aos juízes de direito e aos integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções?
R.: A eles são concedidas todas as garantias dadas aos funcionários públicos, além da inamovibilidade (art. 121, § 1.º).
587) Quem são os juízes eleitorais?
R.: Os juízes eleitorais são juízes de direito pertencentes à Magistratura de cada Estado ou do Distrito Federal, e presidem as juntas eleitorais.
588) Qual o período de tempo em que servirão os juízes eleitorais? 
R.: Os juízes eleitorais deverão servir por 2 anos, no mínimo, salvo motivo justificado, e por, no máximo, 2 biênios consecutivos; seus substitutos serão escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria (art. 121, § 2.º).
589) Quais as hipóteses de cabimento de recurso contra decisão dos TRE's?
R.: Somente se admitem recursos contra decisões dos TRE's (CF, art. 121, § 4.º) quando: a) forem proferidas contra disposição expressa da CF ou de lei; b) ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; c) versarem sobre a inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; d) anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; e e) denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
590) Quais as hipóteses de cabimento de recurso contra decisão do TSE?
R.: De modo geral, as decisões do TSE são irrecorríveis; serão admitidos recursos somente quando a decisão contrariar a CF, ou for denegatória de habeas corpus ou de mandado de segurança (art. 121, § 3.º), ou ainda, de habeas data e de mandado de injunção.
591) Quais os recursos admitidos contra as decisões do TSE, quando cabíveis?
R.: Quando satisfeitas as condições objetivas de admissibilidade, poderá o interessado interpor recurso ordinário constitucional ou recurso extraordinário, conforme o caso, sempre para o STF; a CF não prevê hipótese de recurso dirigido a STJ.
592) Quais os órgãos da Justiça Militar?
R.: Os órgãos da Justiça Militar são (art. 122): a) o Superior Tribunal Militar - STM; e b) os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
593) Quais as funções da Justiça Militar?
R.: Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei (art. 124, caput).
594) O que são Auditorias Militares?
R.: Auditorias Militares são órgãos da Justiça Militar (Tribunais e Juízes Militares) criados por lei (Decreto-Lei n.º 1.003/69, a Lei de Organização Judiciária Militar), existentes nas circunscrições judiciárias do país.
595) Qual a composição do Superior Tribunal Militar?
R.: O Superior Tribunal Militar compõe-se de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo: a) 3 dentre oficiais-generais da Marinha; b) 4 dentre oficiais-generais do Exército; c) 3 dentre oficiais-generais da Aeronáutica; e d) 5 civis.
596) Como deverão ser escolhidos os militares e os civis?
R.: Todos os militares deverão ser da ativa e do posto mais elevado da carreira; os civis deverão ser brasileiros maiores de 35 anos, sendo: a) 3 dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional; e b) 2, por escolha partidária, dentre juízes auditores e membros do MP da Justiça Militar.
597) Como é a organização da Justiça Estadual?
R.: A Justiça Estadual deve ser organizada segundo as regras constitucionais (arts. 93 a 100 e 125), a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (e, quando promulgado, o Estatuto da Magistratura) e as Constituições Estaduais; no Estado de São Paulo, por exemplo, vigora, ainda, o Código Judiciário do Estado de São Paulo (Decreto-Lei Complementar Estadual n.º 3, de 27.08.1969), nas Resoluções n.ºs 1 e 2 do Tribunal de Justiça e na Lei Complementar n.º 225, de 13.11.1979, no que não foram, ainda, revogados, além do Regimento de Custas do Estado de São Paulo, Lei n.º 4.476, de 20.12.1984.
598) Quais os Tribunais da Justiça Estadual de São Paulo?
R.: A Justiça de São Paulo conta com os seguintes Tribunais: a) de Justiça; b) de Alçada Criminal; c) de Alçada Civil (2 Tribunais, o primeiro e o segundo); e d) de Justiça Militar Estadual.
599) Quais as competências de cada um?
R.: Os Tribunais da Justiça Estadual de São Paulo são os juízos de segundo grau de jurisdição no Estado; os Tribunais de Alçada, instituídos por Constituições anteriores, têm sua competência fixada pela natureza dos crimes ou das causas cíveis e não pelo valor da causa; o Tribunal de Justiça tem competência residual, isto é, aprecia todas as causas, cíveis e criminais, que a lei não remete aos Tribunais de Alçada; o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo é competente para apreciar os crimes militares de que sejam acusados os integrantes da Polícia Militar, inclusive bombeiros.
600) Qual a estrutura orgânica dos Tribunais, no Estado de São Paulo?
R.: Inexiste hierarquia entre os Tribunais de Alçada e o de Justiça, mas a administração da Justiça no Estado compete ao Tribunal de Justiça, especialmente por meio do Conselho Superior da Magistratura, órgão disciplinar do Tribunal; cada Tribunal é dividido em Câmaras, cada uma composta por 5 juízes (Alçada) ou desembargadores (Justiça); a reunião de todas as Câmaras constitui o Tribunal Pleno; uma vez que o TJ de São Paulo tem mais de 25 desembargadores, existe o órgão especial, composto pelos 25 membros mais antigos.
601) Qual a estrutura do TJ de São Paulo e as competências de cada Câmara?
R.: Há 3 Seções no TJ: a) de Direito Privado, com 12 Câmaras; b) de Direito Público, com 7 Câmaras; e c) de Direito Criminal, com 6 Câmaras; cada Câmara é compostapor 5 desembargadores e a competência de cada uma é estabelecida por lei estadual, observada a lei que rege a Magistratura nacional; compõem o TJ, sem compor as Câmaras comuns, ainda: Presidente, Corregedor-Geral, 4 Vice-Presidentes e o "decano" (desembargador mais antigo, excluídos os 6 anteriores).
602) Qual o cargo inicial da carreira da Magistratura?
R.: O cargo inicial da carreira da Magistratura é o de juiz substituto.
603) Como é o ingresso na carreira da Magistratura, na Justiça Comum?
R.: O sistema de ingresso é o heterogêneo: para o primeiro grau, no cargo de juiz substituto, é sempre por meio de concurso público de provas e títulos; para o segundo e último grau, o processo é a nomeação de advogados ou membros do MP, ou de promoção de juízes de carreira, por critérios de antigüidade e merecimento.
604) O que é promoção?
R.: Promoção é a passagem do agente público de uma classe (ou grau) inferior para outra superior, posto mais graduado, ao qual corresponde maior responsabilidade e maior padrão de vencimentos.
605) Como são feitas as promoções na Justiça Comum do Estado de Paulo?
R.: Após 2 anos como juiz substituto, deverá o juiz requerer inscrição no concurso de provas e títulos, apreciado pelo Tribunal de Justiça ou por seu órgão especial; aprovado, será nomeado em caráter vitalício; reprovado, cessa a investidura. Após a aprovação, poderá o juiz ser promovido, de entrância a entrância, e da entrância mais elevada aos Tribunais de Alçada, e destes, ao Tribunal de Justiça, sempre segundo critérios alternados de antigüidade e merecimento.
606) Quais são os órgãos da Justiça Militar do Estado de São Paulo? 
R.: São órgãos da Justiça Militar do Estado de São Paulo: a) Conselhos de Justiça (primeiro grau de jurisdição); e b) Tribunal de Justiça Militar. Nos Estados onde o efetivo da Polícia Militar for inferior a 20.000 homens, não existe Tribunal de Justiça Militar, competindo ao Tribunal de Justiça do Estado os julgamentos em segundo grau de jurisdição.
607) O que são os Juizados Especiais?
R.: Os Juizados Especiais são órgãos do Poder Judiciário, criados pela CF de 1988 (art. 98, I), providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para conciliação, julgamento e execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo.
608) Qual o diploma legal que criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais?
R.: O diploma legal que os criou é a Lei n.º 9.099, de 26.09.1995, que revogou a Lei n.º 7.244, de 07.11.1984.
609) O que é a Justiça de paz?
R.: Justiça de paz é o ramo do Poder Judiciário, não dotado de atribuições jurisdicionais, composto por cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de 4 anos, remunerados e competentes para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, além de outras previstas na legislação (art. 98, II).
VIII.3. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
610) O que se entende por funções essenciais à justiça?
R.: Entende-se por funções essenciais à Justiça o conjunto de atividades profissionais jurídicas (exceto a Magistratura), públicas ou privadas, encarregadas de promover o funcionamento da máquina do Poder Judiciário.
611) Quais as atividades previstas pela CF para o exercício de funções essenciais à Justiça?
R.: A CF prevê as seguintes atividades: Ministério Público (arts. 127 a 130), Advocacia-Geral da União (arts. 131 e 132), Advocacia e Defensoria Pública (arts. 133 a 135).
612) Qual a função do Ministério Público?
R.: Ao MP, instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado (art. 127, caput), incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais, individuais e coletivos indisponíveis.
613) Por que o Ministério Público não pertence ao Poder Judiciário, se é órgão público e a lei diz que é "essencial à função jurisdicional"? 
R.: No Brasil, não pertence o MP ao Poder Judiciário, por determinação de nossa Constituição, que não o vincula a qualquer dos poderes; poderia ser vinculado ao Judiciário, o que ocorre em outros países, como a Itália, onde as funções do MP (que não existe como instituição) são desempenhadas pelo Poder Judiciário; lá, os juízes ora desempenham a função de julgadores (magistratura judicante) ora as funções do MP (magistratura requerente).
614) Qual o diploma legal ao qual está sujeito o Ministério Público? 
R.: O Ministério Público sujeita-se à Lei n.º 8.625, de 12.02.1993, denominada Lei Orgânica do Ministério Público.
615) Quais os princípios institucionais do MP?
R.: Os princípios institucionais do MP são (arts. 127 e 128): a) unidade; b) indivisibilidade; c) independência funcional; e d) autonomia funcional e administrativa.
616) Em que consiste o princípio da unidade do MP? 
R.: O princípio da unidade do MP consiste em considerar o Ministério Público como uma só corporação, em todo o país, sendo aplicáveis os correspondentes dispositivos legais a todos os Ministérios Públicos (órgãos) abrangidos pelo MP; evidencia-se, por exemplo, na possibilidade de o chefe da Instituição substituir membros do MP em suas funções, ou de delegar funções.
617) Em que consiste o princípio da indivisibilidade do MP?
R.: O princípio da indivisibilidade consiste em considerar o MP como corpo único, hierarquizado; isso, no entanto, não pode ocorrer num sistema federativo, não hierarquizado, onde existem relações funcionais de coordenação e de igualdade entre os diversos parquets; o princípio deve ser entendido como aplicável, isoladamente, ao MP Federal, aos MP's em cada Estado, e aos MP's que funcionam em jurisdições especiais, mas sempre relativamente a cada parquet, onde existe hierarquia funcional em cada instituição.
618) Em que consiste o princípio da independência funcional do MP?
R.: O princípio da independência funcional do MP consiste em que, cada membro do MP age segundo sua própria consciência jurídica, sem aceitar interferência de outros órgãos do próprio MP, de juízes ou do Poder Executivo, além da proibição de prestar serviços a entidades públicas (CF, art. 129, IX).
619) Em que consiste o princípio da autonomia funcional e administrativa do MP?
R.: O princípio da autonomia funcional e administrativa do MP consiste em sua competência para propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas e títulos (art. 127, § 2.º) e para elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (art. 127, § 3.º).
620) A que regras estão submetidos os integrantes do MP, com relação às promoções na carreira e à aposentadoria?
R.: Aos representantes do MP aplicam-se os mesmos dispositivos constitucionais referentes às promoções na carreira e à aposentadoria dos magistrados, isto é, as constantes do art. 93, II e VI.
621) Como é feito o ingresso no Ministério Público?
R.: O ingresso no MP é feito mediante concurso de provas e títulos, observada, na nomeação, a ordem de classificação.
622) Como se dá a promoção dos membros do MP?
R.: A promoção dos membros do MP segue os critérios de antigüidade e merecimento, alternadamente, de uma entrância ou categoria para outra, e da entrância mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça, aplicando-se, por analogia, o disposto na CF, art. 93, incisos III e VI (que se refere ao Poder Judiciário).
623) Quais as garantias concedidas aos membros do MP?
R.: Aos membros do MP, assegura a CF (art. 128, I, II e III), garantias equivalentes às dos magistrados: a) vitaliciedade, após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do MP, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa; ec) irredutibilidade de seus vencimentos.
624) Quais as vedações constitucionais impostas aos membros do MP?
R.: Aos membros do MP, impõe a CF (art. 128, § 5.º, II) as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei; e f) representação judicial e consultoria jurídica às entidades públicas (art. 129, IX).
625) Citar 5 funções institucionais do MP, determinadas pela atual CF?
R.: Conforme dispõe a CF (art. 129), são funções institucionais do MP (incisos I, II, III, IV e V): a) promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; b) zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na CF, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; c) promover o inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; d) promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados nos casos previstos na CF; e e) defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas.
626) Quais os órgãos do MP?
R.: Segundo os arts. 128 e 130, são órgãos do MP: a) na esfera da União, o MP Federal, o MP do Trabalho, o MP Militar e o MP do Distrito Federal; b) nos Estados, os MP's Estaduais; c) na esfera do Poder Legislativo, MP's junto aos Tribunais de Contas.
627) Quem é a autoridade máxima do MP na esfera da União?
R.: A autoridade máxima do MP da União (que integra todos os MP's federais) é o Procurador-Geral da República.
628) Como é escolhido o Procurador-Geral da República?
R.: O Procurador Geral da República é nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos, após aprovação pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução (art. 128, II, § 1.º).
629) Como poderá ser destituído o Procurador-Geral da República? 
R.: O Procurador-Geral da República poderá ser destituído mediante ato complexo, que se integra pela iniciativa do Presidente da República, precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal (art. 128, II, § 2.º).
630) Como são escolhidos os Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal?
R.: Os Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal serão nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de 2 anos, permitida uma recondução, escolhidos de uma lista tríplice formada por integrantes da carreira, e elaborada pelos Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal, na forma da lei respectiva (art. 128, II, § 3º).
631) É correta a denominação "mandato", relativamente à nomeação dos Procuradores-Gerais?
R.: Não, pois não se trata de representação, nem mesmo nos casos de eleição dos Procuradores-Gerais pelos procuradores dos Estados e do Distrito Federal; a denominação apropriada é investidura (os Procuradores-Gerais são "investidos" no cargo) por tempo determinado.
632) Como poderão ser destituídos os Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal?
R.: Poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva (art. 128, II, § 4.º).
633) Quais os órgãos do Ministério Público do Estado de São Paulo? 
R.: Segundo a Lei Complementar n.º 734, de 26.11.1993 (Lei Orgânica do MP no Estado de São Paulo), são órgãos do MP paulista: a) de administração superior: Procuradoria-Geral da Justiça, Colégio de Procuradores, Conselho Superior e Corregedoria-Geral; b) de administração: Procuradorias de Justiça e Promotorias de Justiça; c) de execução: Procurador-Geral, Colégio de Procuradores da Justiça; e d) auxiliares: Comissão de Concurso, Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Profissional, órgãos de apoio técnico-administrativo, centros de apoio operacional, estagiários (acadêmicos do 4.º e 5.º anos das Faculdades de Direito).
634) Em que consiste a Advocacia-Geral da União?
R.: A Advocacia-Geral da União é instituição criada pela atual CF (arts. 131 e 132), e instituída pela Lei Complementar n.º 73, de 10.02.1993, e que tem por finalidade representar a União em juízo e extrajudicialmente, diretamente ou por meio de órgão vinculado, atividade anteriormente exercida pelo Ministério Público, por meio de procuradores, além de prestar atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
	
635) Quem é o chefe da Advocacia-Geral da União, e como é nomeado?
R.: O chefe da Advocacia-Geral da União é o Advogado-Geral da União, nomeado livremente pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 131, § 1.º) que não goza, no entanto, das mesmas garantias de que dispõe o Procurador-Geral da República.
	
636) Como se ingressa na carreira da Advocacia-Geral da União?
R.: O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição é feito mediante concurso público de provas e títulos (art. 131, § 2.º).
637) Deverá a Advocacia-Geral da União representar a União na execução da dívida ativa de natureza tributária?
R.: Não. Embora a União seja titular do direito ao crédito tributário, na esfera federal, dispõe o art. 131, § 3.º, expressamente, que a titularidade da representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
638) Quem deverá representar judicialmente e prestar consultoria jurídica às unidades federadas?
R.: Segundo o art. 132, cabem a representação judicial e a consultoria jurídica às unidades federadas, aos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos.
639) Em que consiste a Defensoria Pública?
R.: A Defensoria Pública, criada pela CF de 1988, é instituição considerada essencial à função jurisdicional do Estado (art. 134), e se destina à orientação jurídica e à defesa judicial, de forma integral e gratuita, em todos os graus, dos economicamente necessitados, permitindo colocar em prática a garantia individual assegurada pelo art. 5.º, LXXIV, da CF.
640) De que modo deverá funcionar a Defensoria Pública?
R.: Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal, prescrevendo normas gerais para sua organização e funcionamento nos Estados; o ingresso na classe inicial da carreira, deverá ser feito mediante concurso de provas e títulos; aos integrantes da carreira será assegurada a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais (art. 134, parágrafo único).