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Waldeck Lemos
Perguntas & Respostas
Disciplina:
Direito Constitucional
Folha:
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Perguntas & Respostas/WLAJ/DP
QUESTÕES
Fonte: CRETELLA JUNIOR, J. e CRETELLA NETO, J. - 1.000 Perguntas e Respostas de Direito
Constitucional – Editora Forense Jurídica (Grupo GEN).
CAPÍTULO 01 - INTRODUÇÃO - PRINCÍPIOS - GENERALIDADES
01) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da sexta Constituição do Brasil, e quinta da
República, de 1967?
R.: Jânio Quadros, democraticamente eleito em 1960, renunciou sete meses depois, em 25.08.1961, sendo
sucedido pelo Vice-Presidente eleito (pelo sistema vigente então, não precisavam, os candidatos a presidente e
Vice, pertencer à mesma chapa), João ("Jango") Goulart. Visando transformar o Brasil em uma República
Sindicalista, de feição socialista, embora admirador do peronismo argentino e do caudilhismo de Getúlio Vargas
(seu "pai político"), chocou-se Jango com o forte sentimento e orientação nacionalista das Forças Armadas, que o
depuseram em 31.03.1964, assumindo o Governo o Marechal Humberto de Alencar Castello Branco; seu
sucessor, eleito indiretamente pelo Congresso, Gen. Arthur da Costa e Silva, incumbiu um corpo de juristas da
elaboração do projeto de nova Constituição, que entrou em vigor em 15.03.1967, contendo 189 artigos e reflete o
caráter autoritário do Governo Militar.
02) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da sétima Constituição do Brasil, e sexta da
República, de 1969?
R.: Resultado da conturbação política da época, que culminou com discurso injurioso às Forças Armadas,
proferido no Plenário da Câmara Federal por um Deputado, em setembro de 1968, foi editado o Ato Institucional
n.º 5, em 13.12.1968, que implantou nítido regime de força no país, abolindo as garantias para o cidadão e para a
Magistratura. Falecendo o Presidente Costa e Silva, após enfermidade que o afastou do poder, a Junta Militar que
governava em seu lugar editou a Emenda Constitucional n.º 1, em 17.10.1969, que reiterava o caráter autoritário
da CF de 1967, alterando-a. A nova Constituição, com 217 artigos (embora denominada "Emenda", deve ser
considerada verdadeira Carta Constitucional), e os Atos Institucionais editados, consagraram o mais autoritário
regime da História do Brasil, dispondo, por exemplo que: a) seria autorizado o banimento do brasileiro que se
tornasse inconveniente, nocivo ou perigoso à segurança nacional; b) passavam a existir as penas de prisão
perpétua e pena de morte, em hipóteses de guerra externa, psicológica, adversa, revolucionária ou subversiva; c)
era vedado o emprego de mandado de segurança e de habeas corpus, relativamente a atos do Estado; d) ficava
suspensa a vitaliciedade e a inamovibilidade dos magistrados; e e) era permitida a cassação de mandatos
eletivos, nas três esferas de Poder.
03) Como foi elaborada e quais as mais marcantes características da oitava Constituição do Brasil, e sétima da
República, de 1988?
R.: O Governo Militar, após a enfermidade de Costa e Silva (que culminou com seu falecimento, em dezembro de
1969), substituído por uma Junta, passou para as mãos do Gen. Emílio Garrastazu Médici, precisamente na data
da entrada em vigor da EC n.º 1/69, 17.10.1969; foram reabertas as Assembléias Legislativas dos Estados e
prometida gradativa abertura do regime; sucedeu-o, em 1974, o Gen. Ernesto Geisel, que também passou a
promover um programa de abertura política, "lenta, gradual e segura", segundo o critério alardeado pelo governo,
na época; sucedeu-o, por sua vez, por meio de nova eleição indireta, o Gen. João Baptista Figueiredo, durante
cujo mandato ocorreram amplas manifestações populares, que visavam à redemocratização do país e a realização
de eleições diretas (movimento "Diretas Já !"). Ainda uma vez, foram realizadas eleições indiretas, ganhando o
candidato Tancredo Neves, que deveria tomar posse em 15.03.1985; acometido de grave moléstia, assumiu a
Presidência, de forma irregular, José Sarney, seu Více (a rigor, deveria assumir o Presidente da Câmara dos
Deputados, pois o Vice somente sucede o Presidente, quando afastado; como não chegou a tomar posse,
Tancredo não era, ainda, Presidente), dando início à era chamada de "Nova República". Convocada para se reunir
unicameralmente a Assembléia Nacional Constituinte, em 01.02.1987, culminaram os trabalhos com a
promulgação da Nova Constituição, a 05.10.1988, com 245 artigos e mais 70 artigos constantes do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, cuja mais significativa característica é seu cunho democrático,
que firma o Brasil como Estado de Direito; algumas inovações merecem destaque: a) mandado de segurança
coletivo; b) mandado de injunção; c) habeas data; d) proteção a direitos difusos e coletivos; e e) consagração do
STF como Corte predominantemente constitucional, criação do Superior Tribunal de Justiça - STJ e extinção do
Tribunal Federal de Recursos - TFR.
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04) Qual a estrutura da atual Constituição do Brasil, de 1988?
R.: A Constituição brasileira abre com um Preâmbulo, que consiste em declaração solene dos membros da
Assembléia Nacional Constituinte, sintetizando o pensamento que norteou o trabalho de elaboração, e afirmando
que, reunidos para instituir um Estado Democrático, a promulgam; os 245 artigos e centenas de incisos da Lei
Magna distribuem-se em 10 capítulos, denominados Títulos, que são: I - Dos Princípios Fundamentais (arts. 1.º a
4.º); II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5.º a 17); III - Da Organização do Estado (arts. 18 a 43); IV -
Da Organização dos Poderes (arts. 44 a 135); V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (arts. 136
a 144); VI - Da Tributação e do Orçamento; VII - Da Ordem Econômica e Financeira (arts. 170 a 192); VIII - Da
Ordem Social (arts. 193 a 232); IX - Das Disposições Constitucionais Gerais (arts. 233 a 245). Além disso, ao final,
70 artigos (numerados de 1.º a 70), compõem o ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
05) Como pode ser classificada a atual Constituição brasileira?
R.: A atual Constituição brasileira pode ser classificada como formal, escrita, dogmática, popular e rígida.
06) Qual o importante princípio político consagrado no art. 1.º da CF de 1988?
R.: O art. 1.º consagra o princípio da democracia direta, isto é, o poder político pode ser exercido não apenas por
meio dos representantes do povo (democracia indireta), mas também por qualquer cidadão que, por meio de
mecanismos previstos, poderá submeter projeto de lei ao Congresso.
07) Quais os fundamentos democráticos do poder, constitucionalmente assegurados?
R.: Os fundamentos democráticos do poder, estabelecidos no art. 1.º da CF são: a) a soberania; b) a cidadania; c)
a dignidade da pessoa humana; e d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
08) Quais os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, estabelecidos na CF?
R.: Os objetivos fundamentais, estabelecidos pelo art. 3.º da CF, são: a) construir uma sociedade livre, justa e
solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; e d) promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
09) Que espécies de direitos e garantias fundamentais constam da CF de 1988?
R.: A atual CF estabelece garantias e direitos fundamentais que podem ser agrupados em quatro espécies: a)
direitos individuais e coletivos (art. 5.º, contendo 77 incisos; b) direitos sociais (arts. 6.º a 12); c) nacionalidade (art.
12); e d) direitos políticos (arts. 14 a 17).
10) As regras
constitucionais informais significam a dissolução das Constituições tradicionais?
R.: Não. O acolhimento de regras constitucionais informais, pelos sistemas jurídicos, somente ocorre quando
essas regras obedecem a determinados requisitos, tais como se constituírem em expectativas regulares de
comportamentos e decisões, terem conexão imediata com as normas jurídico-constitucionais (como regras
complementares), terem um fundamento de validade jurídica e se situarem dentro dos limites dos princípios e das
normas do Direito Constitucional formal. As Constituições tradicionais não perdem seu papel fundamental, apenas
incorporam essas normas, o que lhes confere nova ótica legal.
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