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Capítulo 37 Gravadores de CDs Estudaremos neste capítulo os drives e mídias CD-R (CD Recordable) e CD- RW (CD Rewriteable). Os discos são similares aos CD-ROMs, podendo ser lidos em qualquer drive de CD-ROM (exceto em modelos antigos). O CD-R pode ser gravado pelo usuário apenas uma vez e o CD-RW pode ser gravado e regravado inúmeras vezes. *** 35% *** Figura 37.1 Sistema ótico para leitura de dados em um CD. Apesar de utilizarem processos de gravação diferentes, os discos CD-R e CD- RW são lidos de forma idêntica aos CD-ROMs e CDs de áudio. A figura 1 mostra o funcionamento do sistema de leitura. Um feixe LASER é emitido em direção à superfície do disco, sobre a qual é focalizado através de um sistema de lentes. Os pontos de menor e de maior reflexividade na superfície do disco enviam a luz de volta pelo mesmo caminho, porém no sentido oposto. Neste caminho de volta, a luz passa por um prisma que desvia para uma célula foto elétrica, parte da luz refletida. Desta forma as variações de 37-2 Hardware Total reflexividade na superfície do disco (que representam os bits gravados) são convertidos em voltagem digital, obtendo assim os bits gravados. Um disco CD-R pode ser lido em praticamente qualquer drive de CD-ROM, novo ou antigo, com algumas poucas exceções. Drives de CD-ROM mais antigos, com velocidades de rotação entre 8x e 16x, podem apresentar dificuldades ao ler CD-Rs, dependendo da mídia utilizada. Mesmo assim existem métodos para facilitar a leitura de CD-Rs também nesses drives, como mostraremos posteriormente neste capítulo. Já os discos CD-RW, apesar de utilizarem o mesmo sistema de leitura, apresentam uma reflexividade muito menor que a dos demais discos. Desta forma, o feixe LASER refletido tem intensidade muito fraca, e muitos drives de CD-ROM antigos não conseguem realizar a leitura. Apenas os drives de CD-ROM do tipo multiread (é o caso de todos os drives modernos, com velocidades superiores a 32x) são capazes de detectar corretamente o feixe de baixa intensidade refletido pela superfície de uma mídia CD-RW. Para saber previamente se um determinado modelo de drive de CD-ROM é multiread, basta consultar as especificações técnicas do seu manual. Discos CD-R O CD-R é um disco similar ao CD-ROM, exceto pelo fato de ser adquirido vazio (ou virgem) e poder ser gravado pelo usuário, através de um drive especial chamado CD-R Recorder (gravador de CD-R). Um disco CD-R, uma vez gravado, não pode ser apagado. A sua gravação é portanto feita uma única vez. Este tipo de disco é ideal para arquivar dados em quantidades razoavelmente elevadas (até 650 MB), e também é excelente para transportar dados para outros computadores, já que praticamente qualquer drive de CD-ROM pode ler um CD-R. Existe entretanto um pequeno problema de compatibilidade na leitura de mídias CD-R em alguns drives de CD-ROM. Drives com velocidades entre 8x e 16x muitas vezes apresentam erros de leitura ao lerem certos CD-Rs. Já os drives de CD-ROM mais novos (20X e superiores) não apresentam este problema de compatibilidade. Os drives de CD-R utilizam um feixe LASER de alta potência para gravar os bits na superfície da mídia. Essas mídias são baseadas em substâncias especiais (cyanine e phtalocyanine), cujo índice de reflexão pode ser alterado de forma permanente pelo feixe LASER. Áreas nas quais o feixe tem maior intensidade perdem a reflexividade e passam a representar um bit 1. Áreas Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-3 nas quais o feixe LASER ficou desligado mantém a reflexividade e passam a representar um bit 0. A gravação dos bits é portanto feita pela variação da intensidade do feixe LASER durante o processo de gravação. Já o processo de leitura é similar ao dos drives de CD-ROM. Um feixe LASER de baixa intensidade incide sobre a mídia, onde é refletido. A variação na reflexividade de mídia provocará variações na intensidade do feixe LASER refletido. Um sensor LASER captará o feixe refletido pela superfície do disco e identificará os bits gravados. Fisicamente as mídias de CD-R são muito parecidas com os CD-ROMs, exceto pela cor. Enquanto os CD-ROMs usam mídia prateada, os CD-Rs possuem mídias douradas, verdes e azuis. O CD-R também é uma opção barata para transportar dados. Se precisarmos enviar para outro usuário, digamos, 10 MB de dados, é mais barato usar um CD-R que utilizar disquetes. Se precisamos enviar 100 MB de dados, o CD-R ainda é uma opção melhor que usar, por exemplo, um ZIP Disk, que custa em torno de 15 dólares. Parece um desperdício gravar 10 MB em um CD-R que comporta 650 MB, mas o custo da mídia é bem inferior ao dos disquetes e ao do ZIP Disk. Os disquetes passam a ser uma solução interessante apenas quando a quantidade de dados é suficientemente pequena para caber em dois ou três disquetes. O uso de CD-Rs só não é ainda tão difundido devido ao preço do seu gravador. Por volta de 1994 custava em torno de 5.000 dólares. Em 1996 chegou a 2.000 dólares (muitos diziam então “finamente ficou com preço acessível...”). A partir de 1999 passamos a encontrar diversos modelos, com preços entre 300 e 600 dólares, dependendo da velocidade de gravação. Em 2001 o preço já chegava à faixa dos 100 a 150 dólares. Discos CD-RW Um disco CD-RW (CD Rewriteable) pode ser lido na maioria dos drives de CD-ROM modernos (os que são multiread, praticamente todos aqueles com velocidades a partir de 32x), e sua gravação é feita em um drive especial, um gravador de CD-RW. O processo de gravação dos bits é totalmente ótico. O material que forma a sua mídia pode ter o índice de refração alterado de acordo com a temperatura. Um feixe LASER de alta potência realiza o aquecimento de minúsculos pontos da superfície, visando delimitar áreas com índices maiores e menores, resultando na gravação de bits “0” e “1”. O processo pode ser revertido por nova aplicação de LASER, e as regravações podem ser feitas até 1000 vezes. Em breve os fabricantes produzirão mídias 37-4 Hardware Total capazes de serem gravadas mais de 10.000 vezes, utilizando os gravadores atuais. Inicialmente os gravadores de CD-RW eram mais caros que os gravadores de CD-R. Com o aumento da produção, os custos se igualaram, e os gravadores de CD-R deixaram de ser fabricados. Todos os modelos atuais gravam tanto CD-R quanto CD-RW. Quanto às mídias, existe uma grande diferença de preços. Um disco CD-RW custa cerca de 10 vezes mais caro que um disco CD-R. Sendo assim, devemos utilizar mídias CD-RW apenas quando for necessário regravar várias vezes. É o caso por exemplo da utilização para Backup. Muitos usuários fazem backup de dados importantes em discos CD-R. Como esses discos só podem ser gravados uma vez, a cada backup teremos um disco “inutilizado”. Se usarmos discos CD-RW e um esquema rotativo (por exemplo, um disco para cada dia da semana), a regravação acabará compensando o custo mais elevado. Após 10 semanas de backups diários, o custo resultante do uso de discos CD-RW começará a compensar em relação ao uso de discos CD-R. Figura 37.2 Um drive de CD-RW. Pontos comuns entre drives de CD-R e CD-RW Drives de CD-R e de CD-RW apresentam muitas características em comum. Até mesmo os programas usados para gravação, em sua maioria, suportam ambos os tipos de drive. Atualmente são fabricados apenas gravadores de CD-RW, que também gravam CD-R. São oferecidas várias opções de velocidade e de interface. Abordaremos nesta seção alguns tópicos que são comuns a ambos os equipamentos. Os drives de CD-R e CD-RW são bastante parecidos com os drives de CD- ROM. Na figura 3 vemos um drive de CD-R modelo CDU-920S, produzido Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-5 pela Sony. Podemos encontrar modelos que utilizam interfaces SCSI, IDE, paralela, USB e Firewire. Figura 37.3 Um drive de CD-R SCSI. A figura 4 mostra a parte traseira de um gravador SCSI. Encontramos o conector de alimentação, o conector de 50 vias para o cabo SCSI, resistores de terminação e jumpers para programação do SCSI ID. Figura 37.4 Parte traseira de um drive de CD-R SCSI. Muitos gravadores possuem uma bandeja para a colocação do disco, idêntica à encontrada em drives de CD-ROM. Alguns modelos antigos não possuem bandeja. O disco era colocado dentro de um caddy que era inserido no drive. A principal vantagem do caddy é que o disco fica mais protegido da poeira (figura 5). 37-6 Hardware Total Figura 37.5 Um CD-R dentro do caddy. Gravadores padrão IDE possuem aparência idêntica à de um drive de CD- ROM. São inclusive reconhecidos pelo Windows como drives de CD-ROM. Apenas após a instalação do software de gravação que os acompanham, podem passar a ser usados também para as gravações. Figura 37.6 Um drive de CD-R /CD-RW padrão IDE. A figura 6 mostra um drive de CD-RW IDE e a figura 7 mostra a parte tra- seira do mesmo drive. Observe como é idêntico a um drive de CD-ROM IDE. Figura 37.7 Parte traseira de um drive de CD-RW IDE. A gravação em discos CD-R e CD-RW não é tão simples como em outros meios removíveis. É feita mediante o software de gravação que o acompanha. Ao usar este software devemos decidir de uma só vez quais são os arquivos que serão transferidos para este CD. O software cria um grande Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-7 arquivo com a imagem do que será gravado e a seguir faz a transferência. Existem entretanto alguns softwares que fazem com que discos CD-R e CD- RW aceitem gravações usuais, da mesma forma como copiamos arquivos para um disquete ou disco rígido. Este método de gravação chama-se packet write, e apesar de mais fácil de usar, possui como grande desvantagem a redução da a capacidade total do disco. Mais adiante apresentaremos este método de gravação. Velocidades de leitura e gravação Drives de CD-R possuem uma indicação dupla e drives de CD-RW possuem uma indicação tripla de velocidade, ao contrário dos drives de CD-ROM, que possuem uma indicação única. Durante as operações de gravação, a velocidade é sempre menor que nas operações de leitura. A razão desta diferença é que durante as leituras, esses drives utilizam o mesmo método encontrado nos drives de CD-ROM, que é relativamente simples. Já as operações de gravação utilizam métodos mais elaborados, necessitando de mais tempo, o que resulta em menor velocidade. É preciso de tempo suficiente para a gravação dos bits, muito maior que o necessário para a leitura. Drives de CD-R apresentam especificações de velocidade como 2x4, 2x6, 2x8, 4x8, etc. Uma especificação de por exemplo, 4x8, indica que gravações podem ser feitas com velocidade de até 4x (600 kB/s) e leituras em 8x (1200 kB/s). Já os drives de CD-RW possuem uma tripla indicação de velocidade, como 4x2x32. Essas velocidades são relativas às operações Write (gravação de CD- R), Rewrite (gravação de CD-RW) e Read (leitura de qualquer tipo de CD). Utilização como drive de CD-ROM Tanto os drives de CD-R como os drives de CD-RW podem funcionar como drives de CD-ROM. Se instalarmos por exemplo, um drive de CD-RW padrão IDE, o Windows o reconhecerá automaticamente como um drive de CD-ROM. Nesse caso, poderíamos deixar de utilizar um drive de CD-ROM comum, deixando instalado no computador, apenas um drive de CD-R ou CD-RW. Este procedimento, apesar de funcionar e de economizar espaço possui duas grandes desvantagens: 1) Os drives de CD-R e CD-RW, ao realizarem operações de leitura, são normalmente mais lentos que os drives de CD-ROM comuns. Quando foram lançados drives de CD-ROM com velocidades superiores a 50x, os 37-8 Hardware Total gravadores faziam leituras no máximo a 24x. Muito mais vantagem é deixar instalado, além do gravador, um drive de CD-ROM rápido. 2) Drives de CD-RW e CD-R são mais caros que um drive de CD-ROM. Se um computador não possui drive de CD-ROM, o drive de CD-RW ou CD-R será usado de forma exagerada. Quanto maior é o número de horas de uso, maior é a probabilidade da ocorrência de um defeito. Para reduzir o número de horas de uso, é melhor utilizar este tipo de drive apenas quando for necessário realizar gravações, deixando as leituras comuns para serem feitas por um drive de CD-ROM, rápido e barato. Pelo exposto, é recomendável deixar o gravador instalado em conjunto com um drive de CD-ROM. Se ambos forem do tipo IDE podem ser instalados na mesma interface IDE, um como Master e outro como Slave. Interfaces utilizadas Podemos encontrar drives de CD-R e CD-RW com 5 modalidades de interface: IDE, SCSI, paralela, USB e Firewire. Os modelos com interfaces IDE são os mais comuns, e em geral mais baratos. Muitos fabricantes oferecem modelos dotados de interfaces SCSI, apesar de serem usados em escala bem menor. Em geral tratam-se de dispositivos SCSI internos. Já os modelos que utilizam a interface paralela, USB e Firewire são externos, e mais caros que os de interface IDE. Observe que como a porta paralela é mais lenta que as interfaces IDE e SCSI, drives de CD-R e CD-RW que usam a porta paralela são mais lentos. Além disso são mais susceptíveis a problemas durante a gravação. O problema mais comum é o buffer underrun, que ocorre quando o computador não é capaz de enviar dados na velocidade necessária. Tanto são problemáticos que muitos fabricantes não oferecem modelos que se conectam na porta paralela. Recomendamos a interface IDE como melhor opção entre os tipos de interface. Modelos USB e Firewire também são externos e apresentam desempenho melhor que o dos modelos paralelos. Seu preço também é superior ao dos modelos IDE internos. Modos de gravação Existem várias modalidades de gravação de CDs, bem como diversos formatos possíveis. Os formatos mais usados são o CD-ROM e CD Audio. Ao ser executado um programa para gravação de CDs, temos a opção de escolher o tipo de disco a ser criado. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-9 O sistema de arquivos usado nos CD-ROMs antigos era o ISO 9660. Este sistema define uma estrutura de arquivos e diretórios nos quais os nomes dos arquivos utilizam o padrão 8.3 (8 caracteres para o nome e 3 caracteres para a extensão), utilizando caracteres maiúsculos. Nomes de diretórios não podem ter extensões e só é permitido o uso de até 8 níveis de diretórios aninhados. A Microsoft criou o padrão “Joliet”, uma extensão da ISO 9660. São permitidos nomes com até 64 caracteres, além de ser possível utilizar le- tras minúsculas (além de outros caracteres da tabela UNICODE). Os gravadores de CD-R e CD-RW podem utilizar os seguintes métodos de gravação: Disk at once - O disco é criado de uma só vez, sendo o feixe LASER mantido ligado o tempo todo. O uso desta modalidade é importante apenas na geração de CDs de áudio, quando o CD resultante é usado como matriz para a produção em escala industrial. Se for utilizado o outro método (track at once), serão captados ruídos durante a pausa existente entre trilhas consecutivas. Track at once - Esta modalidade de gravação permite que trilhas consecutivas sejam gravadas de forma independente. É possível desligar o feixe LASER, parar a rotação do disco e obter novos dados para serem transferidos para o disco. Assim como na modalidade Disk at once, só é relevante levar em conta um método ou outro na gravação de CDs de áudio. Packet Writing - Nesta modalidade de gravação, os dados são gravados em pacotes de 64 kB cada. É usado por programas que simulam o funcionamento de drives de CD-R ou CD-RW como se fossem o disco rígido. É possível acrescentar arquivos pouco a pouco, até o disco ficar cheio. Quando um disco é formatado para utilizar este método, a capacidade total é reduzida para cerca de 500 MB, pois para cada bloco de 64 kB é adicionada uma área de separação (GAP) equivalente a 14 kB. Para formatar e gravar dados nesta modalidade é preciso utilizar programas como o Adaptec Direct CD e o CeQuadrat Packet CD. Apesar de ser mais fácil gravar discos usando este método, a sua compatibilidade com PCs antigos não é assegurada. Apenas os drives de CD-ROM mais modernos (aqueles que são multiread) são capazes de ler discos formatados para packet writing. Para que drives de CD-ROM mais antigos possam ler esses discos (apenas CD-R, já que os que não são multiread não podem ler mídias CD-RW) é necessária a instalação de um driver apropriado. Este driver (UDF reader) é fornecido pelos produtores de programas que gravam em packet writing. 37-10 Hardware Total Instalações de software e de hardware Não existe diferença entre a instalação de um gravador de CD-R e de um gravador de CD-R/CD-RW. Existe sim, diferença nas instalações de hardware nos diferentes tipos de interfaces. Por isso apresentaremos inicialmente as instalações de hardware de gravadores para as várias interfaces disponíveis no mercado. Terminada a instalação de hardware, o gravador normalmente passará a constar no sistema como um drive de CD- ROM, aceitando todas as operações de leitura. Podem entretanto ocorrer casos em que o gravador só funciona como CD-ROM depois que são instalados os seus drivers, ou o software de gravação. Terminada a instalação de hardware, devemos instalar os softwares de gravação e utilizar esses softwares. Esta etapa é similar para todos os gravadores, não importa a interface utilizada. Apenas existem alguns comandos que no caso de mídias de CD-RW são diferentes, como veremos mais adiante. Mostraremos portanto como fazer a instalação de hardware de gravadores que utilizam os diversos tipos de interface. Instalação de um gravador SCSI A instalação de gravadores de CDs SCSI requer que a placa de interface SCSI esteja previamente instalada e configurada. Para verificar se esta instalação está correta, consulte o Gerenciador de Dispositivos. Na figura 8 vemos que a controladora SCSI está corretamente instalada, já que não existe sobre o seu ícone aquela indesejável marca que indica problemas (ponto de exclamação amarelo). Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-11 Figura 37.8 A placa de interface SCSI está corretamente instalada. A seguir desligamos o computador e fazemos a instalação de hardware do gravador. É preciso programar o seu SCSI ID e utilizar terminadores, caso necessário. O gravador do nosso exemplo é um Sony CDU920S. Trata-se de um drive de CD-R, mas note que a instalação de dispositivos CD-RW SCSI é feita exatamente da mesma forma. Quando ligamos o computador, o Windows irá detectar o gravador, porém não fará a instalação de drivers apropriados. Esses drivers serão instalados juntamente com o software para gravação. Portanto o gravador poderá constar no Gerenciador de Dispositivos com uma marca indicando que existem problemas (figura 9). Na verdade o problema é apenas a ausência de driver, o que será resolvido após a instalação do software de gravação. 37-12 Hardware Total Figura 37.9 O gravador ainda requer a instalação do seu driver. Note que para o correto funcionamento do drive não adianta instalar softwares como o EZ-SCSI, que acompanha as placas controladoras SCSI da Adaptec. Este software dá suporte a vários tipos de dispositivos SCSI (Scanners e unidades de fita, por exemplo), mas não dá suporte a gravadores de CDs. A instalação deste software faz apenas com que o gravador passe a constar no Gerenciador de Dispositivos como CD-Recordable/Worm, mas não faz ainda com que seja reconhecido como um drive, e nem permite que sejam realizadas gravações. Devemos portanto instalar o software de gravação existente no CD que acompanha o gravador. Existem vários desses softwares no mercado. Um deles, bastante utilizado, é o Easy CD Creator, produzido pela Adaptec. Após a instalação do software de gravação, são instalados também os drivers que fazem com que o gravador funcione como um drive de CD-ROM comum. O gravador passará a constar no Gerenciador de Dispositivos na seção CD-ROM (figura 10). Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-13 Figura 37.10 Após a instalação do software de gravação, o gravador passa a constar como CD-ROM no Gerenciador de Dispositivos. O gravador constará também como CD-ROM na janela Meu Computador (figura 11). A partir daí todas as operações usuais envolvendo leituras que podem ser feitas em um CD-ROM, poderão ser também feitas através do gravador. Figura 37.11 O gravador constará como CD-ROM na janela Meu Computador. Convém fazer um pequeno ajuste através do Gerenciador de Dispositivos. Aplicamos um clique duplo sobre o ícone do gravador (figura 10) e no quadro apresentado selecionamos a guia de Configurações (figura 12). Sendo um modelo SCSI, provavelmente suporta transferências de dados no modo síncrono (apenas dispositivos SCSI muito antigos não suportam esta modalidade). A transferência síncrona resulta em maior taxa de transferência de dados. Se quisermos podemos marcar neste quadro, a opção “Inserir notificação automaticamente” (tradução mal feita, deveria ser “Notificação automática de inserção”, serve para que os recursos Autoplay e Autorun 37-14 Hardware Total possam ser usados neste drive). Podemos ainda escolher neste quadro a letra que será usada para designar o drive. Figura 37.12 Configurações do gravador SCSI. O gravador estará então instalado. Podemos agora utilizar o software de gravação que o acompanha para gravar discos. Mostraremos mais adiante neste capítulo como operar este tipo de software. Instalando um gravador IDE Um drive de CD-R ou CD-RW padrão IDE apresenta uma instalação de hardware idêntica à de um drive de CD-ROM. Devemos conectá-lo preferencialmente na interface IDE secundária, o que é uma recomendação geral para qualquer drive de CD-ROM, para não correr o risco de prejudicar o desempenho do disco rígido. Utilizamos jumpers Master/Slave como nos drives de CD-ROM. Se o drive de CD-R ou CD-RW está instalado sozinho nesta interface, devemos configurá-lo como Master. Se estiver conectado em conjunto com um drive de CD-ROM, escolhemos um para operar como Master e o outro como Slave. A figura 13 mostra as conexões a serem feitas na parte traseira de um drive de CD-R / CD-RW IDE. A conexão do cabo de áudio liga o drive à entrada CD-IN da placa de som. Deve ser usada para ouvir CDs musicais, caso o computador não possua um drive de CD-ROM instalado. Caso exista um drive de CD-ROM operando em conjunto com o drive de CD-R / CD-RW, é Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-15 recomendável ouvir CDs musicais no drive de CD-ROM, poupando assim o uso do gravador. Figura 37.13 Conexões na parte traseira de um drive de CD-R/CD-RW IDE. Assim que o computador for ligado, você verá que o drive será reconhecido pelo BIOS, sendo identificado na tela logo após a contagem de memória. Após a partida do Windows, você verá o drive indicado na janela Meu Computador. Também aparecerá no Gerenciador de Dispositivos, na seção CD-ROM (figura 14). Neste exemplo, optamos por não instalar um drive de CD-ROM convencional. Fizemos apenas a instalação de um drive de CD- R/RW modelo CD-4802TE, fabricado pela Mitsumi. Figura 37.14 O gravador de CD-RW aparece no Gerenciador de Dispositivos, na seção CD-ROM. A partir daqui podemos utilizar no gravador, todos os comandos que se aplicam a drives de CD-ROM. Podemos ainda fazer uma pequena alteração nas configurações visando melhorar o desempenho. Aplicamos um clique duplo sobre o gravador no Gerenciador de Dispositivos, e no quadro 37-16 Hardware Total apresentado selecionamos a guia Configurações (figura 15). Caso esteja presente no quadro, marcamos a opção DMA. As transferências de dados passarão a ser feitas por DMA, o que resulta no aumento do desempenho do computador, já que o processador poderá executar outras tarefas durante as transferências de dados do gravador. Observe que neste quadro temos também a opção Transferência de dados síncrona. Esta configuração é aplicada apenas para modelos SCSI, não tendo portanto efeito em modelos IDE. Figura 37.15 Configurações do gravador. Observe no quadro da figura 15 que podemos também escolher a letra a ser usada pelo drive. Por default é usada a primeira letra disponível, mas podemos aqui escolher outra letra subseqüente. Devemos agora testar se as funções do drive de CD-ROM estão operacionais no gravador. Podemos acessar CD-ROMs e ouvir CDs de áudio para checar o seu funcionamento. A próxima etapa é instalar o software de gravação, o que será abordado mais adiante neste capítulo. Instalando um gravador USB O gravador que usaremos como exemplo neste artigo é um modelo da QPS (Quality Performance Service), gentilmente cedido por www.gravador.com.br, uma empresa situada em Belo Horizonte que tem contribuído com o nosso site e nosos livros, emprestando equipamentos para avaliação e elaboração de artigos técnicos. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-17 Figura 37.16 Gravador de CD-R/CD-RW USB. A figura 16 mostra o gravador. Trata-se de um drive produzido pela Mitsumi, modelo 4802TE. A QPS adquire este drive da Mitsumi e adiciona a interface USB e o gabinete, software, manuais e adaptador de alimentação (figura 17). Figura 37.17 Gravador e acessórios. Todos os PCs modernos possuem interfaces USB. Infelizmente muitos deles (modelos AT) possuem esta interface mas não são fornecidos com os conectores que dão acesso a ela. Nesses casos a interface USB fica inacessível e inutilizada. Para casos como este, o gravador deve ser comprado juntamente com uma placa de expansão PCI, dotada de interfaces USB, permitindo assim a conexão deste gravador e outros dispositivos USB. Já é possível encontrar essas placas no comércio, com relativa facilidade. A figura 18 mostra os conectores presentes no cabo USB que acompanha este drive. O conector da esquerda deve ser ligado ao drive, e o da direita, de aspecto mais "achatado", deve ser ligado na interface USB. 37-18 Hardware Total *** 35% *** Figura 37.18 Conectores USB. Ligamos o cabo USB em uma das interfaces USB disponíveis no computador, como mostra a figura 19. Figura 37.19 Ligando o drive em uma interface USB do computador. No drive devemos ligar o outro conector do cabo USB, e ainda o conector de alimentação, como vemos na figura 20. Figura 37.20 Conexões no drive. Ao ligarmos o computador, o Windows detectará o gravador e passará à instalação dos seus drivers. Vemos na figura 21 que foi detectado o "Que! Drive USB". Clicamos em Avançar. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-19 Figura 37.21 O Windows detectou o gravador. No quadro da figura 22, devemos marcar a opção "Especificar um local" e usar o botão Procurar para selecionar o drive e diretório onde os drivers estão localizados. No caso deste gravador, os drivers estão no diretório QUE!\WinDrivers. Clicamos agora em Avançar. Note que este gravador é capaz de ler CDs, mas não podemos usá-lo neste momento para fazer a instalação dos seus drivers, já que ainda não está operacional. O PC precisa portanto ter um outro drive de CD-ROM em funcionamento. Uma opção para PCs que não possuem drive de CD-ROM é copiar os drivers para um disquete, utilizando um outro computador que possua drive de CD-ROM. Figura 37.22 Indicando a localização dos drivers. Terminada a instalação dos drivers, o drive USB passará a constar no Gerenciador de Dispositivos, na chave "Universal serial bis controller", como vemos na figura 23. 37-20 Hardware Total Figura 37.23 Drive USB no Gerenciador de Dispositivos. O drive também aparecerá no Windows Explorer e na janela Meu Computador. No nosso exemplo, o drive de CD-ROM já existente no computador recebe a letra E, e o gravador USB recebe a letra F. Neste momento podemos usar o gravador para todas as operações normalmente realizadas por um drive de CD-ROM. Para fazer gravações de CD-R e CD- RW temos que instalar os utilitários apropriados para este fim. O próximo passo é a instalação do software de gravação que acompanha o produto, o Adaptec Easy CD Creator. A partir daí, a utilização deste gravador é idêntica à de qualquer outro gravador. Instalando um gravador Firewire Veremos agora a instalação de um típico gravador Firewire. O modelo usado como exemplo é da marca EZQuest (figura 24). Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-21 Figura 37.24 Gravador de CD-R / CD-RW Firewire da EZQuest (cortesia www.gravador.com.br). Na parte traseira do gravador temos a conexão para alimentação (possui fonte própria) e duas conexões Firewire, utilizadas para a ligação com o dispositivo anterior e o posterior da cadeia. Figura 37.25 Conexões na parte traseira do gravador. O gravador é acompanhado de uma placa de interface Firewire padrão PCI, com três portas (figura 26). Esta placa é normalmente necessária, pois as placas de CPU atuais ainda não possuem interfaces Firewire embutidas. Figura 37.26 Placa de interface IEEE-1394 PCI. 37-22 Hardware Total Em linhas gerais, a instalação é simples. Conectamos a placa e o Windows irá reconhecê-la e instalar seus drivers nativos. Podemos agora conectar o gravador, que será automaticamente reconhecido como drive de CD-ROM. Para utilizar as funções de gravação devemos instalar um software apropriado. Este aparelho é acompanhado do Adaptec CD Creator para este fim. Figura 37.27 O Windows detecta inicialmente a placa de interface IEEE- 1394 e pede seus drivers. O Windows, a partir da versão 98, já é acompanhado de drivers para interfaces Firewire. Para que seja utilizado basta responder ao Assistente para adicionar novo hardware com “Procurar o melhor driver” e a seguir marcar a opção “Unidade de CD-ROM”. Será feita a instalação do driver a partir do arquivo C:\Windows\INF\1394.INF. Podemos agora checar a presença e o correto funcionamento da placa de interface 1394 através do Gerenciador de Dispositivos (figura 28). A instalação não difere da de outra placa PnP qualquer, portanto raramente precisamos nos preocupar com conflitos de hardware. A placa utiliza como recursos de hardware, duas faixas de endereços de E/S e uma linha de interrupção. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-23 Figura 37.28 A interface IEEE 1394 consta corretamente no Gerenciador de Dispositivos. A partir do instante em que a interface consta no Gerenciador de Dispositivos, podemos fazer a conexão do gravador, bem como de qualquer outro dispositivo Firewire. Como sabemos, este barramento possui o recurso hot swapping, ou seja, podemos conectar e desconectar dispositivos sem desligar e sem reinicializar o computador. Basta então conectar o drive através do cabo apropriado que o acompanha, e será automaticamente reconhecido. No nosso exemplo, o drive de CD-ROM estava configurado como E, e o gravador entrou com a primeira letra disponível (F), como vemos na figura 29. Figura 37.29 O drive de CD-R / CD-RW foi reconhecido como “F”. Já podemos neste momento utilizar todas as funções normais de um drive de CD-ROM. Podemos acessar CD-ROMs e CDs de áudio. Entretanto para 37-24 Hardware Total ouvir a música temos que ligar a saída de áudio do gravador na entrada Line In da placa de som. Note que este gravador não vai necessariamente substituir o drive de CD-ROM, apesar de ser perfeitamente capaz. Entretanto é recomendável utilizá-lo em um PC que já possua um drive de CD-ROM instalado. Sem um drive de CD-ROM não poderíamos, por exemplo, acessar o CD-ROM de instalação do Windows, que não possui driver de modo real para reconhecer a interface e drives Firewire na ocasião da instalação. Entretanto se tivéssemos um disco rígido apenas formatado e com o diretório de instalação do Windows, em um PC sem drive de CD-ROM, poderíamos instalar o Windows e utilizar este gravador como drive de CD-ROM, que estaria disponível depois do Windows instalado. Assim como ocorre com qualquer gravador de CDs, os drivers do Windows ou do fabricante dão acesso às funções de leitura (no nosso caso, CD-ROM e CD-Audio). Para ter acesso às funções de gravação, precisamos instalar o utilitário de gravação de CDs que o acompanha. No caso desta unidade é usado um dos softwares mais famosos deste tipo, o Adaptec Easy CD Creator. A questão da versão do software é muito importante. As funções de gravação são de responsabilidade do utilitário de gravação de CDs, e não do sistema operacional. Portanto é preciso que o software a ser usado reconheça a unidade de gravação instalada. Como regra geral, em caso de dificuldades no reconhecimento de um gravador, devemos utilizar uma versão mais nova do do software de gravação. Existem vários outros modelos de gravadores Firewire, e o método de instalação é semelhante. A figura 30 mostra um gravador bem interessante. Além de gravar CD-R e CD-RW, também opera como leitor de DVD. Figura 37.30 Um drive Fireware que funciona com CD- ROM, CD-R, CD-RW e DVD. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-25 Usando o Adaptec Easy CD Passaremos agora a apresentar a operação de alguns programas de gravação de CDs, começando por um dos mais famosos, o Adaptec Easy CD. Este é um típico programa para gravação de CD-R e CD-RW que acompanha muitos gravadores. Vamos exemplificar o seu uso para a gravação de um CD compatível com CD-ROM. Este programa pode também gravar CDs compatíveis com Audio CD e vários outros tipos. Ao ser executado é apresentado o quadro mostrado na figura 31. Escolhemos a opção New para dar início a um novo projeto de CD. Figura 37.31 Abertura do Adaptec Easy CD. A seguir é apresentado o quadro da figura 32, no qual escolhemos o tipo de disco que queremos gravar. Note que a mídia será do tipo CD-R ou CD-RW, mas os dados gravados podem ser compatíveis com diversos tipos de CD. Usaremos neste exemplo a opção CD-ROM. Figura 37.32 Escolhendo o tipo de CD a ser criado. Os tipos de CD que podem ser criados com o Adaptec Easy CD são: Multisession CD-ROM 37-26 Hardware Total CD-ROM Audio CD CD Copy Mixed mode CD Mixed mode CD from image CD From na imagem file CD Extra mode Será apresentada uma janela com várias guias, entre as quais selecionamos a Data Track. Usamos agora a janela Meu Computador para selecionar as pastas e arquivos a serem gravados. No nosso exemplo gravaremos no CD o conteúdo das pastas 500DIC1, 500DIC2, CM200500 e MANUT, todas fazendo parte da pasta C:\LIVROS. Colocamos lado a lado na área de trabalho do Windows, a janela na qual estão os arquivos a serem gravados e a janela do Easy CD Pro. Usamos agora o comando arrastar e soltar para “transferir” para a janela do Easy CD Pro os nomes das pastas a serem gravadas. Esta operação é mostrada na figura 33. *** 75% *** Figura 37.33 Indicando o que deve ser gravado. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-27 Figura 37.34 Opções de gravação. As opções de gravação Selecionamos agora a guia General (figura 34). Nesta guia existem várias op- ções importantes relacionadas com a gravação. a) Writing Speed Indicamos a velocidade de gravação a ser utilizada. Devemos a princípio usar a velocidade máxima suportada pelo gravador, mas se o computador e o disco rígido não forem suficientemente rápidos poderá ser necessário utilizar uma velocidade de gravação menor. Gravadores tipo 2x podem operar nas velocidades 1x e 2x. Gravadores 4x podem operar em 4x, 2x e 1x. É conveniente usar o botão Speed Test, visando checar se o computador tem condições de operar na velocidade selecionada. b) Write on the fly Evite utilizar esta opção. Quando a deixamos desmarcada, o programa criará no disco rígido, uma imagem dos dados a serem gravados no CD. Esta imagem é formada por um grande arquivo, armazenado no diretório temporário do Windows (podemos alterar este diretório, bastando indicá-lo no campo Temporary directory). O acesso a este arquivo de imagem na ocasião da transferência dos dados para o CD é muito mais rápido que acessar arquivos individuais. Durante a gravação, é preciso transferir para o CD, um fluxo contínuo de dados. Se este fluxo for interrompido ocorrerá o que chamamos de buffer underrun. O resultado é a falha na gravação. Se for um CD-R, estará estragado. Se for um CD-RW, devemos reiniciar a gravação. O uso do arquivo de imagem minimiza os movimentos com as cabeças de leitura e gravação do disco rígido para acessar os arquivos a 37-28 Hardware Total serem transferidos. A opção Write on the fly pode ser usada quando queremos gravar uma pequena quantidade de arquivos grandes (por exemplo, 10 arquivos AVI com 60 MB cada um). Na maioria das vezes entretanto, a gravação on the fly resulta no risco da ocorrência do buffer underrun. Para minimizar a chance de ocorrer este tipo de problema, deixe esta opção desmarcada. c) Test before writing Se você tiver problemas de buffer underrun, além de desabilitar a gravação on the fly, deve usar esta opção ativada. Ele faz com que, antes de gravar definitivamente os dados na mídia, seja feita uma gravação simulada. Nesta gravação são realizadas exatamente as mesmas operações que ocorrem na gravação verdadeira, exceto que o feixe LASER do gravador terá sua potência reduzida, não conseguindo desta forma, gravar os dados no disco. d) Start writing if test completes OK Indicamos aqui se a gravação será feita, e quanto tempo depois será dado o seu início, ao término do teste de gravação. As opções são do not start (a gravação não será feita, ficará apenas no teste), after 10/30/60 seconds (terminado o teste, será feita uma pausa antes do início da gravação) e immediately (é dado início à gravação imediatamente após o teste). e) CD format É escolhido aqui o formato a ser utilizado na gravação. O formato mais comum é o Mode 1 (650 MB). A opção Close Disk faz com que o disco seja finalizado, não permitindo gravações adicionais posteriores. Iniciando a gravação Terminada a programação desses parâmetros, damos início ao processo de gravação (formação da imagem, teste e transferência para a mídia). Para fazer isto, usamos o comando CD-Writer / Write, ou então clicamos no botão Write na barra de ferramentas. A figura 35 mostra as várias etapas da gravação. Inicialmente temos a formação do arquivo de imagem. O tempo necessário para esta operação dependerá da taxa de transferência do disco rígido. A seguir começará o teste de gravação do CD. Os dados do arquivo de imagem são “gravados” na mídia, porém o feixe LASER permanece com baixa potência, e a gravação não tem efeito. Terminado o teste começará a gravação definitiva. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-29 *** 100% *** Figura 37.35 As etapas da gravação. Usando o WinOnCD Mostraremos a seguir um outro software para gravação de CD-R e CD-RW, o WinOnCD. Veremos que a operação deste software é bem similar à do Easy CD, e também aos demais programas para gravação disponíveis no mercado. Após a instalação do programa, o Windows deve ser reiniciado. É apresentado automaticamente o quadro da figura 36. Trata-se de um programa para checar a velocidade do gravador e a velocidade do disco rígido. O teste mostra as velocidades que podem ser utilizadas na gravação. Podemos saber por exemplo, se um determinado gravador 4x pode ser usado seguramente na velocidade 4x, em função do desempenho global do computador. A figura mostra que para transferir dados do disco rígido para o gravador, a máxima velocidade segura é 2x quando operando no modo on the fly, ou 8x quando fazendo a gravação a partir de uma imagem no disco rígido. Concluímos então que é perfeitamente seguro, para um gravador 4x, gravar dados a partir da imagem no disco rígido. Figura 37.36 Teste de velocidade. 37-30 Hardware Total Ao usarmos o programa WinOnCD, é apresentado um quadro para o selecionamento do tipo de disco a ser criado (figura 37). No nosso exemplo faremos a gravação de um CD-ROM (ISO9660 / Joliet). Figura 37.37 Escolhendo o tipo de disco a ser criado. Na figura 38 vemos a janela principal do WinOnCD. A partir de uma lista de pastas e arquivos, similar à do Windows Explorer, selecionamos o que deve ser gravado. Na parte inferior da janela, clicamos sobre o botão Editor. Podemos agora arrastar para esta área, as pastas e arquivos a serem gravados. Figura 37.38 O programa WinOnCD. Uma vez definidos os arquivos a serem gravados, clicamos sobre o botão Disc. A parte inferior da janela assumirá o aspecto mostrado na figura 39. Podemos escolher aqui algumas opções de gravação, já explicadas quando apresentamos o programa Easy CD. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-31 Figura 37.39 Opções de gravação do WinOnCD. Clicamos então sobre o botão Record. O programa pedirá a colocação de um CD em branco e determinará se trata-se de um CD-R ou CD-RW. Será criado o arquivo de imagem, a seguir será feito o teste de gravação (caso tenha sido selecionado), e finalmente começará a gravação (figura 40). Figura 37.40 Gravação em andamento. Durante as gravações é conveniente monitorar o indicador Write Buffer Status. Deve ficar preferencialmente o mais próximo possível da marca Full. Este medidor indica a quantidade de dados existentes no buffer interno do gravador. Este buffer tem o objetivo de compatibilizar a velocidade do gravador com a velocidade de transferência de dados provenientes do disco rígido. Em uma gravação na velocidade 4x (600 kB/s), um buffer de 1 MB pode armazenar dados para cerca de 1,6 segundos de gravação. Isto significa que o computador pode fazer pausas de até 1,6 segundos durante o processo de gravação. Essas pausas podem corresponder a tempos de movimentação das cabeças para a busca de arquivos fragmentados em uma gravação on the fly. Se o marcador mostrar que o buffer não permanece cheio durante a gravação, providências devem ser tomadas para evitar o buffer underrun. Podemos por exemplo desabilitar a gravação on the fly e/ou reduzir a velocidade de gravação. Apagando uma mídia de CD-RW Os programas para gravação de CDs permitem fazer o apagamento de mídias CD-RW que já contenham dados. O WinOnCD, por exemplo, apresenta após o pressionamento do botão Record, um quadro com 37-32 Hardware Total informações e controles sobre a mídia. Neste quadro selecionamos a guia Blank (figura 41), na qual podemos comandar este apagamento. Figura 37.41 Apagamento do CD-RW. Packet Write Os gravadores atuais são acompanhados de mais de um tipo de software de gravação. Programas como o WinOnCD e o Easy CD Pro permitem gravar discos a partir do selecionamento das pasta e arquivos desejados, seguidos da criação de um arquivo de imagem, teste e finalmente a gravação. Existem outros softwares que permitem o uso de discos CD-R e CD-RW como se fosse um disco rígido. Obviamente no caso do CD-R não poderemos apagar dados já gravados. Um desses programas é o Packet CD, produzido pela CeQuadrat, a mesma produtora do WinOnCD. Quando o Packet CD está instalado e inserimos um CD-R ou CD-RW em branco, é automaticamente apresentado um quadro como o da figura 42. Figura 37.42 Detecção de um CD em branco pelo Packet CD. Podemos então formatar o disco CD-R ou CD-RW. A figura 43 mostra a formatação de um CD-RW em andamento. Esta operação demora cerca de Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-33 50 minutos em um drive 2x. Já a “formatação” de um CD-R é bem mais rápida, durando menos de 1 minuto. Terminada a formatação podemos gravar dados no disco sem utilizar programas especiais como o WinOnCD ou o Easy CD. Bastará utilizar comandos usuais de cópia, como se estivéssemos gravando em um disco rígido. Figura 37.43 Formatação de um disco CD-RW pelo Packet CD. Note que o Packet CD permite gravar apenas 512 MB por disco, ao invés dos usuais 650 MB. Além disso é preciso que o sustema operacional tenha capacidade de ler discos no sistema UDF, usado pelo Packet Write. É o caso do Windows 98 e superiores. Compatibilidade de mídias Muito desagradável é a situação em que gravamos um CD e ao tentarmos fazer sua leitura em um drive de CD-ROM ocorrem erros de leitura, ou mesmo o não reconhecimento do disco. Este problema pode ser evitado se soubermos escolher o tipo correto de mídia. O processo de gravação em CD-R foi patenteado pela Mitsui Chemicals, e é baseado em uma substância chamada phtalocyanine. A mídia apresenta o aspecto dourado (gold media). CD-Rs com este tipo de mídia são fabricados pela Kodak e pela Mitsui. Outras empresas desenvolveram outro tipo de mídia, na cor verde (green media), baseada em uma substância chamada cyanine. Esses discos são produzidos pela Sony e TDK, entre outras. A Verbatim patenteou um outro tipo de mídia, na cor azul (blue media), também baseada no cyanine. A mídia dourada (phtalocyanine) apresenta vantagens sobre as mídias verde e azul (cyanine), apesar do seu preço ser discretamente superior. Uma delas é a sua maior vida útil, estimada em cerca de 100 anos, contra cerca de 15 anos obtidos com as outras mídias (a vida útil é estimada por processos de aceleração de envelhecimento, baseados em stress térmico e aplicação de vários tipos de radiação). 37-34 Hardware Total A outra vantagem são os melhores resultados obtidos nas gravações em alta velocidade. Podemos encontrar gravadores de CD-R capazes de ler em altas velocidades, tão rápidos quanto os drives de CD-ROM modernos, mas bastante lentos ao fazer as gravações (1X, 2X, 4X e 8X são os tipos mais comuns). Ao gravar em 1X (uma gravação demora cerca de 1 hora), todos os tipos de mídia apresentam resultados semelhantes, com baixas taxas de erro (ou seja, os CDs que você grava podem ser lidos com sucesso em praticamente qualquer drive de CD-ROM), mas a situação poderá ser diferente nas velocidades de gravação superiores. Por exemplo, ao gravar em velocidade 2X (uma gravação completa dura cerca de meia hora), você poderá obter maiores taxas de erro (impossibilidade de leitura em certos drives) nas mídias verde e azul que na mídia dourada. Mais crítica ainda é a gravação em 4X. Na verdade, muitos fabricantes de gravadores de CD-R nesta velocidade recomendam o uso exclusivo de mídia dourada. Os problemas de leitura em mídias de CD-R são mais comuns quando tentamos ler esses discos em drives de CD-ROM antigos, com velocidades entre 8x e 16x. Para velocidades inferiores, em drives ainda mais antigos, problemas de compatibilidade não ocorriam. Nos drives de CD-ROM mais novos, com velocidades superiores a 20x, os fabricantes tomaram o cuidado de garantir que o sistema ótico opere corretamente nas leituras de mídias CD-R. A questão da compatibilidade com as mídias CD-RW é bem mais séria. A maioria dos drives de CD-ROM antigos não podem ler mídias CD-RW, pois o feixe LASER refletido possui intensidade muito fraca. Apenas os drives de CD-ROM multiread (consulte as especificações no manual) podem fazer leitura nessas mídias. Por isso sua aplicação é bem mais restrita que a das mídias CD-R. Se você pretende enviar para outro usuário um CD gravado e não sabe se o drive de CD-ROM é multiread, utilize então uma mídia CD-R. Leve em conta também que a mídia CD-RW é 10 vezes mais cara que a mídia CD-R, e esta deve ser usada preferencialmente para transporte de dados. Evitando o buffer underrun O mais sério problema que um gravador de CDs pode apresentar é o buffer underrun, que ocorre quando o gravador deixa de receber, mesmo que por uma fração de segundo, a seqüência de dados a serem gravados. Isto resulta na perda do CD-R que estava sendo gravado. No caso de uma mídia de CD- RW, é preciso reiniciar o processo de gravação. Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-35 Durante o processo de gravação de um CD-R ou CD-RW, o seu drive precisa receber um fluxo constante de dados. Como é muito difícil a manutenção de um fluxo constante, os gravadores de CDs possuem um buffer interno que consiste em uma área de memória (em geral 1 MB ou menos) suficiente para manter os dados que deverão ser gravados nos próximos segundos. A velocidade na qual os dados são retirados deste buffer e transferidos para a mídia é absolutamente constante, mas a velocidade na qual o computador coloca dados neste buffer poderá variar, e até mesmo fazer pequenas pausas por uma fração de segundo, desde que o buffer não fique vazio. Quando o PC realiza pausas na transferência dos dados para a mídia em um período suficiente para que os dados do buffer sejam consumidos, ocorre o buffer underrun. A gravação em curso é perdida, e o CD-R fica inutilizado. O CD-RW não fica inutilizado mas precisamos reco- meçar do início o processo de gravação. Podemos tomar algumas providências para evitar este problema: 1) Teste antes de gravar Os programas para gravação de CD-R e CD-RW possuem um comando para gravação simulada, na qual os dados são transferidos, porém o feixe laser que faz a gravação na mídia é mantido com baixa potência, não efeti- vando a gravação. Se não ocorrerem erros, você poderá realizar a gravação efetiva. Se ocorrerem erros, você deverá investigar as suas causas e tentar fazer com que não ocorram. Por exemplo, você pode tentar uma velocidade de gravação mais baixa. Repita a simulação para checar se você conseguiu resolver o problema, e só então faça a gravação definitiva. Isso evitará que você estrague vários CDs virgens enquanto estiver tentando resolver os problemas. 2) Reduza a velocidade O buffer underrun ocorre porque os dados do buffer do CD-R são consumidos muito rapidamente. Dependendo da velocidade e do tamanho do buffer, uma pequena pausa de um segundo que o processador precise fazer para executar outras atividades fará com que o buffer underrun ocorra. As velocidades de gravação determinam a velocidade na qual os dados do buffer são consumidos: Velocidade Taxa 1X 150 kB/s 2X 300 kB/s 4X 600 kB/s 8X 1200 kB/s 12X 1800 kB/s 16X 2400 kB/s 37-36 Hardware Total Digamos que o seu gravador tenha um buffer de 1 MB e seja capaz de operar em 4X, ou seja, 600 kB/s. Se o processador fizer uma pausa de 1,7 segundos, todos os dados do seu buffer serão consumidos, e ocorrerá o buffer underrun. Já com a velocidade 2X, este problema só ocorreria se o processador parasse de enviar dados por 3,4 segundos, e com a velocidade 1X o problema só ocorreria com uma pausa de 6,8 segundos. Observe que a situação é mais crítica quando o buffer do gravador tem menor tamanho. Portanto, se você está tendo este tipo de problema, reduza a velocidade de gravação. 3) Desabilite a leitura antecipada O Windows realiza operações de leitura antecipada no disco rígido, o que em geral aumenta o seu desempenho médio. Quando um programa solicita a leitura de uma parte de um arquivo, é feita a leitura desta parte e de uma área posterior, mantendo a seqüência. Apesar do desempenho global do acesso a disco ser aumentado, são realizadas pequenas pausas para a leitura dessas áreas de forma antecipada. Figura 37.44 Desabilitando a leitura antecipada. Para desabilitar este recurso, clique em Meu Computador com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolha a opção Propriedades. No quadro apresentado selecione a guia Desempenho e clique sobre o botão Sistema de Arquivos. Selecione a guia Disco rígido e você terá acesso ao quadro da Figura 44. Coloque totalmente para a esquerda o controle indicado como Otimização de leitura antecipada, como mostra a figura. 4) Verifique o desempenho do disco rígido Capítulo 37 – Gravadores de CDs 37-37 O disco rígido pode não estar sendo suficientemente veloz para transferir os dados na velocidade exigida pelo gravador. Acesse o CMOS Setup e habilite a opção Ultra DMA. 5) Desabilite outros programas Não deixe que outros programas fiquem em execução ao mesmo tempo em que usa o programa para gravar CDs. Esses programas poderão fazer acesso a disco, deixando o buffer do CD-R temporariamente sem receber dados. 6) Interface IDE Se tanto o disco rígido como o gravador (no caso de modelos IDE) estiverem ligados na mesma interface IDE, você provavelmente terá problemas. Instale o gravador na outra interface IDE. Problemas também podem ocorrer quando o drive de CD-ROM e o disco rígido estão ligados na mesma interface IDE. Instale então o drive de CD-ROM na interface IDE secundá- ria, mesmo que seja junto com o gravador. Note que nesta configuração você não poderá transferir arquivos diretamente de um CD-ROM para um CD- R/CD-RW (ou então terá muitos problemas de buffer underrun). Será preciso antes copiar para o disco rígido os dados que você deseja gravar. Outros problemas Mesmo com esses cuidados, outros problemas não relacionados com o buffer underrun podem ocorrer. Vejamos algumas providências que podem ser tomadas: 1) Interfaces SCSI Os drives de CD-R e CD-RW conectados em interfaces SCSI estão sujeitos a todos os tipos de erro de configuração típicos dos dispositivos SCSI. Verifique se as terminações estão corretas e confira o SCSI ID. 2) Interface paralela Gravadores de CDs estão expostos aos problemas e incompatibilidades que podem ocorrer quando ligamos vários dispositivos na porta paralela. A solução para os problemas poderá ser a instalação de uma caixa comutadora, ou então uma segunda interface paralela. Não deixe ainda de verificar se a porta paralela está configurada como EPP ou ECP. 3) Caddy defeituoso Muitos gravadores utilizam o caddy, uma espécie de estojo para a colocação do CDs. Se você estiver tendo problemas, experimente usar um caddy novo. 37-38 Hardware Total Se este dispositivo sofrer algum tipo de choque mecânico, poderá afetar o processo de gravação. 4) Limpeza do sistema ótico Discos de limpeza para drives de CD-ROM também podem ser usados para gravadores de CD-R e CD-RW. Este sistema ótico pode ficar sujo, principalmente por poeira. /////////// FIM ///////////