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seria capital), o que o leva a chocar-se numa frente geral, periodica-
mente, com as barreiras que a própria valorização cria para o desen-
volvimento das forças produtivas. Tais barreiras inexistiriam se o ca-
pital não precisasse valorizar-se e conduzir a acumulação ilimitada a
colidir com a forma capitalista de sua concretização.
Quatro aspectos primordiais do movimento cíclico foram aborda-
dos por Marx.
O primeiro consistiu na definição das barreiras principais que o
próprio capital ergue à sua expansão. Duas são estas barreiras prin-
cipais: a) a desproporcionalidade do crescimento dos vários ramos da
produção, em particular a desproporcionalidade entre os Departamen-
tos I (produtor de bens de produção) e II (produtor de bens de consumo);
b) a exploração dos trabalhadores que rebaixa o nível de consumo das
massas ou impede sua elevação nas proporções de uma demanda sol-
vente compatível com a ampliação da oferta. Ambas as barreiras não
constituem contingências elimináveis, porém surgem inexoravelmente
da contradição entre o impulso à acumulação do capital e o envoltório
cada vez mais estreito das relações de produção capitalistas.
O segundo aspecto refere-se ao descolamento e à autonomização
da esfera bancária com relação à esfera produtiva de atuação do capital.
A possibilidade de o capital bancário criar moeda escritural dá ensejo
à expansão do crédito em ritmo mais veloz do que o da produção real.
Daí se exacerbarem as tendências especulativas que, por fim, já nada
têm a ver com as condições viáveis de realização das mercadorias pro-
duzidas e, portanto, de sua conversão em capital dinheiro.
O terceiro aspecto foi o da caracterização da base técnico-material
para o movimento cíclico. Segundo Marx, essa base se encontraria na
periodicidade da renovação do capital fixo, por exigência do desgaste
físico e da obsolescência tecnológica. No século XIX, tal periodicidade
era aproximadamente decenal, ou seja, a renovação em grande escala
do capital fixo fornecia, a cada dez anos, o ponto de partida de um
novo ciclo. Embora Marx não houvesse apresentado uma demonstração
técnica-empírica da sua tese, é inegável que nela expôs uma idéia
depois detalhada e aprofundada nos estudos da função do investimento
nos ciclos econômicos.
O último aspecto diz respeito às crises, tomadas como fase de
desenlace do ciclo econômico.
É por demais claro e incontestável que Marx recusou a idéia de
que a crise cíclica se desencadeasse por efeito da insuficiência da de-
manda solvente (ou demanda efetiva). Frisou que, justamente na fase
de auge, antecedendo a crise de maneira imediata, a oferta de empregos
se amplia ao máximo e os salários sobem ao patamar mais alto possível.
Por conseqüência, a crise não se segue a uma queda do consumo, porém,
muito ao contrário, à sua elevação mais acentuada nas condições es-
pecíficas do capitalismo.
OS ECONOMISTAS
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