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Para J. Stuart Mill, a economia política se preocupa com o homem enquanto um “ser que deseja riqueza e que é capaz de julgar a eficácia relativa dos meios para obter tal fim”; porém em situações na qual essa busca ocorre em sociedade. O método de investigação nessa ciência seria o dedutivo direto, no qual parte-se de uma abstração sobre a natureza humana e deduzem-se os resultados sociais que dela decorreriam em um dado estado de sociedade. As conclusões obtidas desse modo seriam verdadeiras se (e somente se) as causas consideradas fossem as únicas a operar; elas seriam verdades abstratas. As verdades da economia política só podem, portanto, aspirar a representar o que de fato ocorre depois de completadas com verdades de outras ciências. Consensus social: há uma grande interligação entre os diversos elementos da sociedade. “Não existe nenhum fenômeno que não seja mais ou menos influenciado por todas as outras partes da condição dessa sociedade e, portanto, por todas as causas que estejam influenciando qualquer dos fenômenos sociais contemporâneos deste”. O método da ciência social geral não pode ser o dedutivo, porque, mesmo havendo conhecimento de todas as motivações humanas e de suas interações com a situação natural e institucional existente, não seria possível chegar, dedutivamente, à complexidade empírica do fenômeno social. – Problema dos três corpos gravitando. Como saber com precisão o resultado dos mais variados conflitos nas mais variadas direções na sociedade? O método para as ciências sociais gerais seria o dedutivo inverso (ou histórico) -> a partir da realidade empírica são obtidas leis empíricas que são, por fim, “verificadas” ao serem ligadas aos princípios etológicos e psicológicos. Entretanto, alguns ramos da ciência social podem ser desenvolvidos de modo dedutivo. São “os fatos sociais que, apesar de influenciados, como todas as outras, por todos os agentes sociológicos, estão sob a influência imediata, ou pelo menos principal, de somente alguns.” Aí entram a economia e a etologia. Para que a economia política chegue às suas proposições, ela demanda informações a respeito do estado de sociedade em questão (organização social, regras de distribuição do produto etc). A economia política não teria condições de derivar todas as conclusões apenas da motivação de riqueza. A economia política poderia tomar como ponto de partida outro estado de sociedade e, a partir de suas circunstanciais gerais, utilizar a abstração do “homem econômico’ para chegar a verdades abstratas a ele referentes.