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a quantidade de dinheiro em curso diminui e aumenta infatigavelmen- te. É necessário, portanto, que seja capaz de contrair-se e expandir-se. Ora dinheiro tem de ser atraído como moeda; ora moeda tem de ser repelida como dinheiro. Para que a massa de dinheiro realmente cir- culante corresponda, a todo momento, ao grau de saturação da esfera de circulação, é necessário que o quantum de ouro e prata existente num país exceda o quantum absorvido pela função monetária. Essa condição é satisfeita por meio do dinheiro em forma de tesouro. As reservas de tesouro servem, ao mesmo tempo, de canais de adução e de derivação do dinheiro circulante, o qual, por isso, nunca transborda os canais de seu curso.199 b) Meio de pagamento Na forma direta de circulação de mercadorias, que vimos até agora, a mesma grandeza de valor está sempre presente duplamente, mercadoria num pólo e dinheiro no pólo oposto. Os possuidores de mercadorias portanto entravam em contato apenas como representan- tes de equivalentes reciprocamente presentes. Com o desenvolvimento da circulação de mercadorias, porém, desenvolvem-se condições em que a alienação da mercadoria separa-se temporalmente da realização de seu preço. Basta indicar aqui a mais simples dessas condições. Uma classe de mercadorias requer mais, outra menos, tempo para ser pro- duzida. A produção de diversas mercadorias depende das diversas es- tações do ano. Uma mercadoria nasce no lugar de seu mercado, outra OS ECONOMISTAS 254 199 "Para comerciar, cada nação precisa de uma soma determinada de specifick money * que varia, sendo uma vez maior, outra vez menor, conforme exijam as circunstâncias. (...) Esses fluxos e refluxos de dinheiro regulam-se por si mesmos, sem nenhuma ajuda dos políticos. (...) Os baldes trabalham alternadamente: quando é escasso o dinheiro, amoedam-se barras; sendo escassas as barras, fundem-se moedas." (NORTH, Sir D. Op. cit. [postscript.], p. 3.) John Stuart Mill, durante muito tempo funcionário da Companhia das Índias Orientais,** confirma que na Índia os ornamentos de prata funcionam ainda diretamente como tesouro. Os “ornamentos de prata são levados à cunhagem quando há uma alta taxa de juros; eles voltam quando a taxa de juros cai”. ("J. St. Mill’s Evidence." In: Repts. on Bankacts. 1857, nº 2 084, 2 101.) Segundo um documento parlamentar de 1864 sobre a importação e ex- portação de ouro e prata na Índia,*** em 1863, a importação de ouro e prata ultrapassou a exportação em 19 367 764 libras esterlinas. Nos últimos oito anos antes de 1864, o excedente da importação sobre a exportação dos metais preciosos montou a 109 652 917 libras esterlinas. No curso deste século, cunharam-se na Índia bem mais de 200 milhões de libras esterlinas. * Dinheiro metálico. (N. dos T.) ** Companhia das Índias Orientais — companhia comercial inglesa que existiu de 1600 a 1858. Ela era um instrumento da política colonial de roubo da Inglaterra na Índia, China e em outros países asiáticos. Por meio dela, os colonizadores ingleses conseguiram a pau- latina conquista da Índia. A Companhia das Índias Orientais dispôs por muito tempo do monopólio do comércio com a Índia e tinha em suas mãos as funções administrativas mais importantes, nesse país. O levante para a libertação nacional na Índia (1857/59) forçou os ingleses a mudarem as formas de seu domínio colonial; a Companhia das Índias Orientais foi dissolvida e a Índia declarada posse da Coroa inglesa. (N. da Ed. Alemã.) *** “East India (Bullion). Return to an address of the Honourable House of Commons, dated 8 February 1864.” (N. da Ed. Alemã.)