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AS REFORMAS EDUCACIONAIS DOS GOVERNOS MILITARES A partir de 1964 iniciam-se as reformas, cujas propostas eram: dotar todos os níveis de ensino de maior racionalidade, através da constituição de um sistema educacional que diminuísse a demanda pelo ensino superior e substituísse o caráter acadêmico da formação profissional. Para tanto surge a Lei 5540/68 (reforma do ensino superior) e a Lei 5.692/71 (reforma da educação básica) CARACTERISITCAS: As Reformas objetivavam: atender a demanda da economia por mão-de-obra qualificada. No caso da Lei 5692/71 (criação do 1º e 2º graus): A finalidade: era a preparação dos filhos da classe trabalhadora para atuarem no sistema produtivo, nos níveis baixos e médios da hierarquia ocupacional, através de cursos profissionais de curta duração, que vão desde os cursos de aprendizagem aos cursos técnicos. BASE TEÓRICA: TEORIA DO CAPITAL HUMANO Educação investimento: do Estado e da empresa. Objetivo: treinar para as demandas produção, de acordo com as necessidades do mercado. No caso da 5692/71, dada a fragilidade da educação profissional oferecida poucos estudantes foram aproveitados nas empresas. PROPOSTA LEGAL: A Lei 5.692/71 pretendeu romper com a dualidade, substituindo os antigos ramos propedêutico e profissionalizante por um sistema único, cuja finalidade é qualificação para o trabalho através da habilitação profissional conferida pela escola. PRÁTICA CONCRETA: Condições desiguais de acesso à escola Falta de profissionais qualificados Dificuldades metodológicas de articulação entre teoria e prática Baixo nível de absorção de mão-de-obra qualificada Desinteresse do capital de regulamentar as carreiras de nível técnico Em fim, precariedade de recursos financeiros, materiais e humanos. TENTATIVAS DE SOLUÇÃO: Pareceres 45/72 e 76/75 do CFE Inicia-se o processo de descompromisso da escola com a generalização da formação profissional. Propõe a educação profissionalizante em substituição à habilitação profissional. O 2º grau deixa de ter como função a preparação específica para o trabalho, em nível técnico ou auxiliar técnico, para comprometer-se com o preparo básico, para a iniciação em uma área de atividade. Passam a coexistir duas habilitações: as plenas e parciais, voltadas para a formação de técnicos e auxiliares e as básicas, de caráter mais geral. Em fim, as escolas que atendiam as classes média e alta reassumem sua função propedêutica – preparando os filhos da classe dominante para o ensino superior. As escolas públicas estaduais que atendem as classes baixas e trabalhadores fazem um arremedo de profissionalização não dando conta da formação geral nem tão pouco da formação profissional. Só as escolas técnicas continuam a oferecer habitação profissional em nível técnico. O desenvolvimento do processo produtivo, acrescidas das precárias condições de funcionamento da escola de 2º grau, acabou por inviabilizar completamente a proposta da 5.692/71. Em 1982 a Lei 7.044 extingue a nível formal a escola única de profissionalização obrigatória, que na realidade nunca chegou a existir.