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Trabalho de Formação Econômica do Brasil Nome : Carlos Roberto M Marmello Luis Phillipe de Mello Pedro Sgura Victor Henrique F. Mamede Questão 4) Explique porque apesar dos diferentes ciclos de produção pelo qual passou no período de colonia, não houve mudanças significativas nas estruturas da economia colonial. Para melhor compreender o motivo dos diferentes ciclos não terem tido capacidade de mudar a Estrutura da Economia Colonial, se faz necessário definir a Estrutura da Economia Colonial. Segundo Celso Furtado, a Economia Colonial estava baseada em um tripé: a grande propriedade rural, a monocultura e a escravidão. Como podemos evidenciar através da seguinte citação: “Na agricultura o elemento fundamental será a grande propriedade monocultural trabalhada por escravos.” (Prado Jr, 1969, p.119). Cabe Destacar também o conceito de “sentido colonial” apresentado primeiramente por Caio Prado Jr, segundo o qual a essência da colonia seria a produção de mercadorias “tropicais” para o comércio europeu e promover a acumulação de capitais pela metrópole. É interessante analisar a maneira com que cada fator do tripé referido anteriormente afeta a Estrutura da Economia Colonial. Iniciando-se pela grande propriedade, esta é capaz de responder a determinação que se colocava para Economia Colonial, ou seja, a colônia deveria preencher a necessidade de expansão colonial Europeia e atender a motivação do colono português que se dispôs a aventura colonial, pois o colono português via sua vinda como uma oportunidade para grandes negócios. O segundo fator do tripé a ser abordado é a monocultura, que acompanha a grande propriedade, já que esta tem o objetivo de obter um produto altamente lucrativo destinado ao mercado externo: “Não há razões para diversificar a produção, fugindo ao “sentido da colonização””. E por fim, o terceiro e ultimo fator do tripé da Estrutura da Economia Colonial é o escravismo, este: “é a própria forma de produção tipica da colônia – a plantagem ou o plantation, que exige a escravidão”. Através dessa citação, podemos perceber que o escravismo é o terceiro integrante do tripé da Economia Colonial. Cabe também se destacar a escassez populacional, e a pouca disposição portuguesa de vir ao Brasil para trabalhar. Segundo Fernando Novais, a colônia é uma peça do processo de acumulação primitiva do capital e, como tal, é explorado em proveito do capital mercantil metropolitano. O excedente colonial é transferido para a metrópole, principalmente por meio do “exclusivismo metropolitano” que era um regime de comércio sendo para Novais o “sentido profundo da colonização” um mecanismo essencial pois através deste poder de monopólio, os preços eram impostos pela metrópole sempre se favorecendo. Estabelecendo preços baixos dos itens coloniais e preços altos dos produtos metropolitanos permitindo o sobrelucro dos dois lados, na compra e na venda. A Forma essencial de acumulação de capital pela metrópole. O escravismo pode ser considerado como um ponto chave para a questão. Como forma de aumentar a dominação sobre a metrópole, foi instituído o trafico negreiro que impedia o acumulo de capital na colônia, pois a utilização de indígenas permitira um acumulo de capital na colônia. Com a inclusão do trafico negreiro, os grandes proprietários tinham de comprar escravos dos portugueses permitindo um acumulo cada vez maior de capital pela metrópole. Como o capital na colonia estava investido na forma de escravos, portando sem o acúmulo de capital, isto impedia o investimento em desenvolver novas tecnologias como Novais cita: “nem havia capitais disponíveis, nem a estrutura escravista era favorável ao progresso tecnológico. Resultado: a economia colonial é de baixa produtividade. Decorrência: ela cresce como o notou Celso Furtado, extensivamente”. O que permitia o crescimento econômico da colônia era a abundância de terras. Com base no que foi exposto até agora, podemos desenvolver de melhor forma a questão proposta. A metrópole não tinha qualquer estímulo ao desenvolvimento de uma produção colonial voltada para o mercado interno, somado à mão de obra escrava que produzia seus produtos de subsistência e representava um mercado interno limitado que não possuía renda relativa e não estimulava o comércio interno. Este era representado majoritariamente pelos senhores de engenho que consumiam basicamente artigos de luxo vindos da colônia. Portanto a própria estrutura da economia colonial, tenderia a se reproduzir sem qualquer alteração significativa sem criar circuitos internos de acumulação que possibilitaria o desenvolvimento autônomo. Por isso, mesmo durante as mudanças entre os ciclos do açúcar, da mineração e a volta para a produção do açúcar não houve mudanças significativas na produção durante o período colonial.