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Anatomia Sistêmica 2009 Atualizada, revista e ampliada Professor Dr. Nader Wafae Titular de Anatomia Descritiva e Topográfica por Concurso Público Especialista pela Escola Paulista de Medicina Doutor pela Escola Paulista de Medicina Livre Docente Pela Universidade Federal de São Paulo Observação: Os direitos autorais desta apostila pertencem exclusivamente ao Professor Dr. Nader Wafae. É terminantemente proibida a reprodução e utilização desta apostila em seu todo ou em partes sem a autorização expressa (por escrito) do autor. � Índice Orientações sobre o Curso de Anatomia. Bibliografia. Normas. 3 Introdução ao Estudo da Anatomia Descritiva: conceito, divisão, métodos 5 de estudo, posição anatômica, terminologia anatômica, planos e eixos. Tipos Constitucionais. Normal e Variação. Fatores Gerais de Variações 9 Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano 10 História da Anatomia 11 Aparelho Locomotor: Sistema ósseo 15 Aparelho Locomotor: Sistema Articular 38 Aparelho Locomotor: Sistema Muscular 45 Sistema Circulatório: Funções. Composição. Circulações 74 Sistema Circulatório: Coração 75 Sistema Circulatório: Artérias 83 Sistema Circulatório: Veias 95 Sistema Circulatório: Linfáticos 106 Sistema Circulatório: Vascularização do Coração 110 Sistema Circulatório: Complexo Estimulante 112 Sistema Circulatório: Fatores Biodinâmicos das Circulações Venosa e Linfática 115 Sistema Respiratório 125 Sistema Respiratório: Mecânica Respiratória 134 Sistema Digestório 138 Sistema Digestório: Glândulas anexas 145 Peritônio 148 Sistema Urinário 156 Sistema Genital Feminino 161 Glândula mamária 166 Sistema Genital Masculino 167 Bulbo do olho 174 Orelhas 177 Tegumento Comum 181 Sistema Endócrino 186 Soalho da pelve 194 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A DISCIPLINA DE ANATOMIA Normas Avental Nas aulas práticas de laboratório é obrigatório o uso de avental, branco, longo, manga comprida. Esta exigência longe de ser autoritária é uma providência primordial de higiene, limpeza, prevenção e de proteção a saúde do aluno e de seus familiares. A sua utilidade é tão grande que caracteriza a figura do médico. Respeito para com as peças de estudo Nossas peças de laboratório, em sua grande maioria, são de seres humanos que em vida, muitas vezes, apresentaram incertezas, indefinições, infortúnios e até mesmo se tornaram um ônus para a sociedade, mas ao morrerem e seus corpos serem utilizados para estudo se redimiram totalmente da indigência oferecendo-se para a nobre missão de salvar outras vidas através do ensino e da pesquisa, são dignos, portanto, de todo o nosso respeito e nossa gratidão. Segundo o professor Renato Locchi, “A anatomia é uma disciplina informativa na medida que fornece novos conhecimentos que serão de essencial aplicação na atividade profissional. É normativa na medida que impõe a disciplina de estudo e a metodologia e precisão de linguagem. É principalmente estético-moral, pela natureza do material de estudo, o cadáver. Essencialmente, porém, lição de ética e de humildade.” Inicia, assim, desde o primeiro ano o respeito pelo ser humano que deverá caracterizar as atitudes do médico. Desta forma, não será admitido qualquer tipo de atitude de desrespeito com material humano de estudo. Luva cirúrgica Embora nosso material não ofereça risco evidente de contaminação é importante que o aluno manuseie as peças com luvas cirúrgicas principalmente para proteger suas mãos da ação de substâncias químicas. Atualmente, estão disponíveis no mercado as luvas descartáveis para procedimentos acondicionadas em caixas. Manuseio das peças Preserve as peças anatômicas com muito cuidado, já que, por serem humanas são difíceis de obter e renovar. A qualidade do nosso ensino depende do cuidado que você tiver ao estudar nessas peças. Não arranque, não puxe, não fure. Preserve-as. Gerais Por determinação da justiça não é permitido levar material cadavérico (ossos, órgãos, etc.) para estudo fora do laboratório da Faculdade (residência, biblioteca, etc.) os infratores estão sujeitos às penas da lei. Da mesma forma não é permitido fotografar ou filmar as peças a não ser para trabalhos científicos ou preparação de aulas. Telefones celulares durante as aulas Durante as aulas teóricas, (e aulas teórico-práticas se o professor estiver expondo matéria) e nas provas os proprietários de telefones celulares são obrigados a desligar seus aparelhos para não perturbar a aula, e em respeito ao professor. A presença do aluno às aulas práticas é registrada em todos os dias do curso, esteja absolutamente convicto de ter respondido a chamada ou assinado a lista de presença no mesmo período em que é feita ou passada. Não serão possíveis correções posteriores. Bibliografia Atlas 1- Rohen, J. W; Yokochi, C; Lütjen-Drecoll, E. - Anatomia Humana. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional. Editora Manole. 6ª ed. 2- Tillmann B. N. Atlas de anatomia humana. Editora manole 1ª Ed. 2006. 3- Netter, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Editora Artes Médicas 4- Drake RL, Vogl AW e outros. Gray’s Atlas de Anatomia – Elsevier. 5- Putz R., Pabst R. Sobotta Atlas de Aanatomia Humana – 22ª ed. Guanabara Koogan. 2006. Livro texto 1- Van de Graaff, K.M. Anatomia Humana. Editora Manole, 6ª ed. 2003. 2- Moore, K. L & Dalley, A.D. - Anatomia Orientada para a Clínica - 4ª ed. Guanabara Koogan Neuroanatomia 1- Machado, A. Neuroanatomia funcional - 2ª ed. - Atheneu 2- Martin J. H. Neuroanatomy – 3ª ed - Mc Graw Hill. Anatomia da imagem 1- Fleckenstein P., Tranum- Jensen J. Anatomia em Diagnóstico por imagem. 2ª ed. Ed Manole. Observação: Os direitos autorais desta apostila pertencem exclusivamente ao Professor Dr. Nader Wafae. É terminantemente proibida a reprodução e utilização desta apostila em seu todo ou em partes sem a autorização expressa (por escrito) do autor. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA DESCRITIVA Professor Dr. Nader Wafae Anatomia Conceito É a ciência que estuda a constituição, a conformação, o desenvolvimento e vários aspectos funcionais do ser organizado. Etimologia A palavra Anatomia é de origem grega, ana - significa em partes e tome quer dizer - cortar, o correspondente em latim é dissecar na qual dis - em partes e secare - cortar. Em tempos passados anatomizar e dissecar eram sinônimos, atualmente anatomia é o nome da ciência e dissecar o seu principal método de estudo. Divisão O ser organizado pode ser estudado de várias maneiras, sob vários enfoques e com a utilização de vários métodos de estudo. Assim sendo, originaram-se as várias divisões da anatomia. Sistêmica ou descritiva - estuda as estruturas que contribuem para uma função comum e que são reunidas em sistemas ex. sistema circulatório (coração, artérias, veias e linfáticos). Topográfica ou regional - estuda as estruturas próximas situadasnuma determinada região do corpo, mesmo que pertencentes a sistemas diferentes. ex. pescoço. É importante no exame físico do paciente e na cirurgia. Imagem - estuda as estruturas através de suas imagens projetadas por meios físicos. ex. radiografia, ultra-sonografia. É importante no diagnostico de enfermidades. Comparada - estuda uma mesma estrutura em diferentes espécies animais. ex. comparar o coração de peixe, batráquio, mamífero etc. Importante para a genética e embriologia. Pediátrica - estuda as particularidades das estruturas no corpo de crianças. Importante em pediatria e cirurgia pediátrica. De superfície - procura identificar as estruturas anatômicas através da pele. É importante no exame físico do paciente, aplicação de injeções, tomada de pressão arterial e pulsação, enfim tem enorme aplicação para todos os profissionais que trabalham em saúde. Mais recentemente estão se desenvolvendo a anatomia em cortes subsídio para tomografias e para ressonância magnética e anatomia geriátrica Métodos de estudo Cada uma dessas divisões utiliza, comumente, métodos de estudo próprios orientados para a sua especialidade, assim temos a dissecação para a anatomia topográfica; a inspeção, palpação e ausculta para a anatomia de superfície, filmes radiográficos, tomográficos e de ressonância magnética na anatomia da imagem, e peças isoladas de diferentes espécies animais na anatomia comparada. Para conservar e evitar a decomposição, as peças anatômicas são fixadas em formol e conservadas em formol e fenol ou em glicerina e para facilitar o estudo podemos injetar as estruturas tubulares como artérias e veias com substâncias plásticas coloridas. Nas radiografias podemos utilizar meios de contraste para expor órgãos com densidades semelhantes. Nas peças de sistema nervoso, em cortes, usamos métodos de coloração que mostram as diferenças entre substância branca e substância cinzenta. Mas o principal método de estudo em anatomia é sem dúvida, a dissecação. Normas de padronização para estudo e descrições do corpo humano. Como já foi exposto, a anatomia é uma ciência normativa isto é, determina normas que devem ser seguidas pelos profissionais da área da saúde para que haja uma padronização universal de comunicação e de descrições. Assim sendo, temos: a posição anatômica; a terminologia anatômica; e os planos e eixos do corpo humano. Posição anatômica Por convenção é a posição em que se coloca o corpo humano com a finalidade de padronizar as descrições a terminologia e as relações de suas estruturas. Indivíduo ereto, cabeça voltada para frente, olhar no horizonte, membros superiores pendentes lateralmente ao corpo, palmas das mãos voltadas para frente, membros inferiores justapostos com os calcanhares ligeiramente afastados e os dedos dos pés para frente. Terminologia anatômica É uma tendência natural do ser humano dar nomes as coisas para facilitar a comunicação entre as pessoas. Como em determinado momento histórico a anatomia se desenvolveu em centros universitários situados em cidades isoladas umas das outras, as comunicações entre os pesquisadores eram difíceis, pelas distâncias que os separavam, pela lentidão dos meios de transporte e pelas diferenças de idiomas. Desta forma, determinadas estruturas recebiam nomes e descrições diferentes nas diferentes escolas anatômicas da época. As vezes, a escola anatômica de uma localidade homenageava um eminente anatomista dando seu nome a uma estrutura julgando que ele tinha sido o primeiro a descrevê-la e no entanto, o mesmo ocorria em outra cidade a respeito da mesma estrutura. A medida que as dificuldades de comunicações representadas pelas distâncias, pelos meios de transporte, pela diversidade de línguas iam sendo superados através do progresso tecnológico, das publicações científicas, dos Congressos, e dos intercâmbios entre as Escolas Anatômicas, constatou-se, no final do século XIX, que existiam 50.000 nomes para designar apenas as 5.000 estruturas do corpo humano (cada estrutura tinha em média 10 nomes). A primeira tentativa concreta de simplificação da nomenclatura ocorreu em 1895, durante o encontro de anatomistas de vários países europeus na cidade da Basiléia - Suíça. A relação que resultou dessa reunião chamou-se - Basle Nomina Anatomica mais conhecida por BNA. Lançada pelos alemães esse esforço de unificação se foi bem sucedido em países de influência científica alemã, não conseguiu unanimidade entre franceses e ingleses. Estes últimos, em 1933, lançariam uma revisão denominada Birmingham Revision (BR). Nova tentativa de unificação e simplificação dos termos verificou-se por iniciativa dos alemães na cidade de Yena, Alemanha em 1935 com a Nomenclatura Anatômica de Yena (YNA), mas ainda desta vez não se conseguiu a pretendida globalização. Em 1939 com a deflagração da segunda guerra mundial o assunto foi relegado. Finalmente a reunião decisiva e concreta realizou-se durante o VI Congresso de Anatomia na cidade de Paris em 1955 ocasião em que foi aprovada a PNA, Nomenclatura Anatômica de Paris que apesar de algumas modificações introduzidas nos Congressos de Anatomia subseqüentes é a nomenclatura atualmente adotada universalmente. Ela foi ratificada na cidade de São Paulo em 1997 pela Comissão Federativa da Terminologia Anatômica. Sendo editada em língua portuguesa em 2001 e será a que adotaremos em nosso curso.. Critérios históricos: a grande maioria dos termos anatômicos são de origem grega e latina, sendo que os critérios mais usados para dar nomes às estruturas foram: pela forma (deltóide, estribo), pela função (supinador, flexor dos dedos), pelo número de partes (bíceps braquial), pela posição (subclávio), pelos locais de fixação (coracobraquial), junção de critérios - mistos (função e forma - pronador redondo). Princípios normativos: que devem orientar a nomenclatura de cada estrutura: ter um só nome - a língua oficial é o latim (a tradução é permitida) - deve ser curto, simples e fácil de memorizar - não usar epônimos (nomes de pessoas) - adotar nomes semelhantes para estruturas vizinhas. Planos e eixos do corpo humano A fim de padronizar a comunicação, o entendimento e o aprendizado nas descrições dos órgãos e dos sistemas, além da posição anatômica e da terminologia anatômica foram traçados planos e eixos convencionais ao longo do corpo humano que permitiram essa importante uniformidade descritiva. Com o corpo humano em posição anatômica, tracemos planos rentes às suas superfícies em todos os seus lados. Assim fazendo, podemos imaginar o corpo humano contido no interior de um paralelepípedo ou de retângulo, onde tornam-se evidentes os 6 planos de referências: 1) Plano anterior: é vertical passando pela frente do corpo, também chamado ventral ou frontal anterior, ou coronal anterior. 2) Plano posterior: é vertical passando pelas costas do corpo, também chamado dorsal ou frontal posterior, ou coronal posterior. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados planos frontais ou coronais. 3) Plano superior: é horizontal passando rente ao couro cabeludo, também chamado cranial. 4) Plano inferior: é horizontal passando pela planta do pé, também chamado podálico. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados transversais. 5) Plano lateral direito: é vertical tangencial ao lado direito do corpo. 6 Plano lateral esquerdo: é vertical tangencial ao lado esquerdo do corpo. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados planos sagitais. O plano sagital que passa exatamente pelo meio do corpo dividindo-o em duas metades direita e esquerda chama-se plano sagital mediano. Unindo-se os dois pontos que ocupam os centros de planos paralelos obtemos 3 eixos. 1) Eixo sagital: é o eixo que une o centro do plano frontal anterior ao centro do plano frontal posterior. Todos os eixos paralelos a ele são ditos sagitais em qualquerparte, órgão ou articulação do corpo. É heteropolar pois em suas extremidades temos porções diferentes do corpo. 2) Eixo longitudinal: é o eixo que une o centro do plano transversal superior ao centro do plano transversal inferior. Todos os eixos paralelos a ele são ditos longitudinais em qualquer parte, órgão ou articulação do corpo . É heteropolar pois em suas extremidades temos porções diferentes do corpo. 3) Eixo transversal: é o eixo que une o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo. Todos os eixos paralelos a ele são ditos transversais em qualquer parte, órgão ou articulação do corpo. É homopolar pois em suas extremidades temos porções semelhantes do corpo. Esses eixos podem ser transferidos para qualquer parte do corpo desde que sua orientação seja mantida. Termos de posição Amparados por normas anatômicas padronizadas: de posição, de terminologia e dos planos e eixos podemos entender os termos de posição mais usados em anatomia: Medial = mais próximo do plano sagital mediano Lateral = mais afastado do plano sagital mediano Mediano = situado ao longo do plano sagital mediano Intermédio = entre uma estrutura lateral e uma estrutura medial Superior = mais próximo do plano transversal superior Inferior = mais próximo do plano transversal inferior Anterior = mais próximo do plano frontal anterior Posterior = mais próximo do plano frontal posterior Interno = no interior de uma cavidade Externo = no exterior de uma cavidade Proximal = mais próximo da raiz (origem) do membro Distal = mais afastado da raiz (origem) do membro Médio = entre proximal e distal, ou entre superior e inferior Cranial ou cefálico = mais próximo do plano transversal superior Podálico ou caudal = mais próximo do plano transversal inferior Superficial = externamente à fáscia muscular (tecido conjuntivo que envolve os músculos) ou mais próximo da superfície do corpo Profundo = internamente à fáscia muscular ou mais afastado da superfície do corpo. Tipos constitucionais Os indivíduos humanos apresentam, durante o desenvolvimento, diferenças físicas em sua conformação, geralmente, de causas hereditárias, endócrinas e ambientais conciliando genótipos e fenótipos, resultando naquilo que denominamos de tipos constitucionais ou biótipos, e que são 3: longilíneo, brevilíneo e mediolíneo. Principais características : Longilíneo: apresenta pescoço longo, tórax achatado ântero-posteriormente, existe predominância do tórax sobre o abdome, o tamanho dos membros predomina em relação ao tronco. Em geral, mas não necessariamente, são altos e magros. Brevilíneo: apresenta pescoço curto, tórax cilíndrico, existe predominância do abdome sobre o tórax, o tamanho do tronco predomina em relação aos membros. Em geral, mas não necessariamente, são baixos e obesos. Mediolíneo: características intermediárias entre os dois tipos anteriores. Conceitos de normal, variação e anomalia em anatomia Conceito de normal: é um conceito estatístico e funcional. Uma estrutura é normal em anatomia quando sua apresentação é a mais freqüente e está apta para a função. Conceito de variação: uma estrutura é considerada variação quando sua apresentação não é a mais freqüente na população mas está apta para a função. (ex. feixes musculares supranumerários). Conceito de anomalia: é a estrutura pouco freqüente e não está apta para a função (ex. dedos e costelas supranumerários). Conceito de monstruosidade: é a estrutura que apresenta, várias e graves anomalias que, em geral, no conjunto tornam a vida impossível (ex. anencefalia). Pertence a outro campo de estudo chamado Teratologia. Fatores Gerais de Variação O aparecimento de variações (estruturas pouco freqüentes, mas aptas para a função) no ser humano é de grande aplicação na atuação profissional principalmente no exame físico dos pacientes, cirurgias, processos invasivos de diagnóstico e de tratamento. As variações podem ser individuais e condicionadas. Individuais são aquelas que aparecem em determinadas pessoas não estando relacionadas com os fatores gerais que predispõem o aparecimento de variações. Condicionadas são aquelas que aparecem influenciadas pelos fatores gerais de variação, que passaremos a expor. Idade: modificações anatômicas influenciadas pela idade, ex. a presença do timo em crianças e a sua regressão nos adultos condicionam um rearranjo das estruturas (vasos, nervos) entre o pescoço e o tórax; modificações ósseas no idoso podem contribuir para o aparecimento de variações. Sexo: Não são consideradas as diferenças oriundas do evidente dimorfismo sexual (caracteres sexuais primários e secundários). Mas a diferente disposição da tela subcutânea, a presença de genitais diferentes podem, em alguns indivíduos, favorecer o aparecimento de variações em estruturas que habitualmente são semelhantes de ambos os sexos, exemplo: a proeminência laríngea, mais saliente nos homens, as evidentes diferenças anatômicas entre as pelves dos dois sexos podem condicionar diferenças de trajeto de nervos e de vasos. Grupo étnico: brancos, negros e amarelos podem apresentar variações relacionadas ao seu grupo étnico, exemplo: músculo piramidal na parede abdominal é mais freqüente em brancos. Biótipo: a forma de determinados órgãos pode estar relacionada ao biótipo ex. estômago em J dos longilíneos, o pescoço curto dos brevilíneos pode condicionar diferenças de situação e trajeto em estrutura anatômicas.. Lado: podem aparecer diferenças de trajeto de algumas estruturas em função do lado ex. o nervo laríngeo recorrente no pescoço apresenta diferenças de trajeto nos dois lados, o que pode condicionar diferenças em outras estruturas próximas. Evolução: diante de sucessivas mudanças na civilização, podem surgir novas adaptações anatomofuncionais, ex. a margem supra-orbital apresentou muitas diferenças, a mandíbula, pode sofrer modificações pela mudança dos hábitos alimentares. Meio ambiente: clima, alimentação, altitude, latitude etc. podem também ser condicionantes de variações. São freqüentes as publicações científicas comparando povos que vivem em regiões diferentes, exemplos: índios, esquimós, caucasianos. Princípios gerais de construção do corpo humano Célula é a unidade anatomofuncional do ser vivo, uma reunião de células semelhantes constitui um tecido, a reunião de tecidos diferentes forma um órgão, o conjunto de órgãos afins chama-se sistema e a reunião de sistemas afins forma um aparelho, exemplos osteócito (célula), tecido ósseo (tecido), osso (órgão), o conjunto dos ossos (sistema), ossos, articulações e músculos esqueléticos (aparelho) O corpo humano apresenta alguns princípios de construção que constituem verdadeiras normas gerais observadas na formação de seus diversos componentes. Antimeria: é o princípio pelo qual o corpo humano é constituído por duas metades chamadas antímeros, aparentemente simétricas externamente mas de evidente assimetria interna. A aparente simetria externa pode ser avaliada observando separadamente as duas metades de uma fotografia da face. A evidente assimetria interna é comprovada pela situação do coração, fígado, pulmões, colo sigmóide etc. Metameria: é o princípio de construção pelo qual o tronco é constituído pela superposição de segmentos transversais semelhantes chamados metâmeros, pe. vértebras, costelas. Paquimeria: é o princípio de construção pelo qual o tronco é constituído ântero-posteriormente por dois tubos contíguos chamados paquímeros, o tubo anterior é maior contém as vísceras daí o nome paquímero ventral ou visceral, o tubo posterior é menor contem o sistema nervoso central daí o nome paquímero dorsal ou neural. Estratificação: é o princípio de construção pelo qual o corpo humano (e seus órgãos) é constituído pela superposição de camadas de tecidos. Segmentação: é o princípio observado em muitos órgãosdo corpo humano pelo qual um órgão é subdivido em partes chamados segmentos dotadas de certa autonomia anatômica e funcional. História da Anatomia Prof. Dr. Nader Wafae Preliminarmente, devemos dividir a História da Anatomia em duas fases: 1ª fase: Pré-história, ou pré-científica ou da anatomia fortuita Nesta fase, as relações ou identificações de estruturas anatômicas não visavam o conhecimento já que tinham três objetivos básicos: 1- a sobrevivência através do consumo de carne animal, para a qual o conhecimento da constituição do corpo do animal era importante para a caça bem sucedida. 2 - a proteção do seu próprio corpo, para se defender dos ataques inimigos; 3- religiosos, na preparação do corpo para a vida futura em que acreditavam. Para sobreviver, para se defender ou atacar e para preservar o corpo após a morte utilizava-se a anatomia, mas nessa fase, esse processo de identificação de órgãos vitais não tinha o interesse em adquirir, desenvolver, esclarecer ou melhorar conhecimentos. Estes objetivos foram comprovados por: Desenhos rupestres encontrados em cavernas (Pindal -Espanha) representando o animal que deverá ser abatido para servir de alimento com flecha ou lança apontando o lugar ideal para sacrificar o animal com maior sucesso. Utilização de armaduras e escudos para proteger determinados locais do corpo considerados vitais. Preparação de múmias na qual se indicava a retirada das vísceras para se evitar a decomposição. 2ª fase: História ou científica Cuja característica essencial consistia na identificação dos órgãos, inicialmente, para relacioná-los com doenças visando o tratamento e mais tarde também para o aprimoramento do conhecimento científico. Período Grego A história da anatomia ou fase científica se inicia na Grécia com o trabalho de atendimento aos doentes desenvolvido por Asclepio no século XIV AC. Este médico reconhecia que para atender melhor os doentes necessitava conhecer a constituição do corpo humano. Iniciava-se assim o primeiro período da fase científica – o período grego - que se estenderia até a morte do imperador Alexandre Magno (323 AC). As dúvidas sobre a existência de Asclépio enquanto ser humano fez com que alguns autores marcassem o início desse período pelas descrições anatômicas contidas na Ilíada de Homero (século VIII a.C). Nesse período destacaram-se: Alcmeon (500 AC) – escreve a primeira obra anatômica conhecida, era uma relação de nomes de estruturas anatômicas, principalmente nomes dos ossos. Empedocles (500-430 AC) relaciona os princípios da natureza: ar, terra, água e fogo com os humores do corpo (bile (baço), sangue (fígado), fleuma (pulmões) etc.) e com doenças lançando a teoria dos humores. Hipocrates (460-377 AC) é o pai da medicina. Suas obras: Corpus hipocraticus e Da natureza do homem, oferecem boa descrição dos ossos, mas ele não distinguia bem os músculos e confundia ligamentos com tendões. Descreve as cavidades cardíacas, partes do sistema digestório e do respiratório (traquéia e brônquios), já conhecia algumas glândulas e estruturas do sistema nervoso. Destaca-se mais como médico do que como anatomista. Aristoteles (384-322 AC) criador da biologia, zoologia e da anatomia comparada, estuda o coração e os grandes vasos, dando os nomes: aorta e carótida, porém, como os demais cientistas da época acreditava que nas artérias circulava o ar que respiramos. Distingue os nervos dos tendões e dos ligamentos . Período Alexandrino Com a morte de Alexandre Magno, incentivador das ciências, o período grego entra em declínio. O império é dividido entre seus generais que não tinham o mesmo interesse científico do imperador, a não ser um deles, o general Ptolomeu. Este general, a quem coube o Egito no norte da África, demonstrou grande interesse em desenvolver a ciência e deu início ao segundo período da era científica – o período alexandrino que vai de 300 AC a 100 DC. Nesse período destacaram-se: Herofilo (330 – 270 AC) a quem é permitido realizar a primeira dissecação em cadáver humano. Descreve grande parte do sistema nervoso central, muitos aspectos do sistema vascular, já conhecia os linfáticos e dos órgãos dos sentidos, amplia o conhecimento das vísceras em geral e dá o nome de duodeno à primeira porção do intestino, é o fundador da escola alexandrina. Erasistrato (310-250) dedica-se mais a fisiologia da qual é fundador. Especializa-se na pesquisa do sistema circulatório estudando as valvas do coração, é quem denomina as valvas tricúspide e as sigmóideas, veias pulmonares, sabe diferenciar artérias das veias, e já demonstra um esboço da pequena circulação. A única nódoa e crítica que se faz a este período é a prática da vivisecção (dissecação em organismos vivos) em condenados com a justificativa de ver os órgãos em funcionamento Marino é o último nome importante deste período, reformula a escola e é chamado de restaurador da anatomia. A conquista do Egito pelos romanos, a censura imposta, o incêndio parcial da Biblioteca de Alexandria com 400.000 volumes e provavelmente o desinteresse dos imperadores com a ciência fazem a Escola Anatômica de Alexandria entrar em decadência. Período Romano Um dos períodos mais longos e mais pobres para a anatomia. De fato, os imperadores romanos tendo mais interesse em conquistas, guerras e cobranças de impostos não impulsionaram a ciência. De 100 DC até o declínio do império romano no século V, apenas um grande nome despontou nesse período. Muito mais por sua genialidade e interesse pessoal do que pelo apoio Institucional - Claudio Galeno. Surpreendentemente, apesar das dificuldades enfrentadas, esse homem torna-se um dos maiores anatomistas de todos os tempos, cujos ensinamentos prevaleceram por mais de 1000 anos. Nascido na Ásia menor (129-201 DC) demonstrou interesse pessoal pela anatomia e pela medicina, foi para a Alexandria para estagiar com os anatomistas da época, e na volta à Roma, escreve: Da utilidade das partes do corpo e Manipulações anatômicas. Este anatomista reunia 3 características importantes: habilidade manual para dissecar (animais), interesse pela pesquisa anatômica e reconhecimento da importância do conhecimento científico. Diferencia nervos, tendões e ligamentos, dedica-se bastante ao estudo do sistema nervoso, a maior parte dos nervos periféricos já eram de seu conhecimento, descreve muitas veias principalmente do encéfalo, os ossos do crânio, o globo ocular etc. Apresenta um esboço para a pequena circulação, cujo único erro consistia na passagem do sangue do ventrículo direito para o esquerdo. Com a divisão do império romano em oriental e ocidental, destaca-se em Constantinopla, Oribase, em torno de 325 a 403 DC, mas que se limita a retransmitir os ensinamentos de Galeno. Período Árabe A queda do império romano invadido pelos bárbaros durante o século V, a ascensão do cristianismo que condenava as pesquisas sobre o corpo humano e a dispersão bárbara sem nenhum interesse científico, paralisam o desenvolvimento do conhecimento anatômico - é a idade das trevas. Este teve, então, dois destinos: ou refugiar-se nos mosteiros com a simples repetição das descrições de Galeno pelos monges ou prosperar em outro continente, e foram exatamente as duas realidades que ocorreram. Na Europa, as descrições de Galeno prevaleceram por cerca de 1000 anos guardados e traduzidos nos mosteiros. No norte da África e na Ásia a ciência se desenvolveu com os árabes a partir do século VII, embora o Corão também proibisse dissecação em cadáveres. Destacaram-se nesse período: Rhaze em Bagdá (840-920) que escrevei a primeira obra de anatomia em árabe. Hali Abbas, cujo tratado com descrições anatômicas importantes foi traduzido para o latim. Avicenas (980-1037) é o grande nome desse período, o príncipe da medicina escreve Canon medicinae e acrescenta contribuições pessoais aos escritos de Galeno, nomes comoveia safena, basílica, cefálica, nuca são desse período e muitos outros que foram substituídos quando a Europa retomou o domínio do conhecimento científico. Várias obras árabes foram traduzidas para o latim. Período das Escolas Européias A partir do século XII a Europa começa a readquirir o domínio científico da anatomia com o aparecimento das escolas européias isoladas, nas quais a associação de pesquisadores interessados e o apoio de senhores feudais da localidade possibilitavam o avanço da anatomia como, por exemplo, em Salermo onde Frederico II (1240) decretou que só poderiam exercer a cirurgia quem tivesse estudado anatomia, em Montpellier aonde é permitido dissecar o cadáver de um condenado, anualmente, ou em cidades como Bolonha e Pádua onde o papa Sisto IV permitia dissecações desde que tivessem autorização para tanto, ou Clemente VII permitia a dissecação para fins de ensino da medicina. Sylvius em Paris apesar de alquimista estimula o estudo da anatomia em cadáveres. A descoberta da imprensa por Gutemberg também viria dar grande impulso à anatomia pela facilidade de comunicação e transmissão escrita dos conhecimentos. Mas em outras cidades em que a dissecação humana era condenada, as dificuldades enfrentadas por anatomistas eram enormes e muitos anatomistas foram condenados a morte pela Inquisição. Apesar disso, nessas Escolas isoladas foram surgindo bons anatomistas como Leonardo da Vinci (1452-1519) em Florença cujos desenhos se aproximavam muito da realidade, várias estruturas foram desenhadas e descritas por ele ao desejar atingir a perfeição em suas obras de arte. No entanto havia um problema ainda a ser resolvido era a influência e a servidão que os anatomistas da época ainda demonstravam ao seguirem cegamente os ensinamentos de Galeno. Este pesquisador fora muito competente, mas havia trabalhado com a anatomia de animais e sua época já estava defasada de um milênio em termos de conhecimento científico. É neste ambiente que aparece Andre Vesalius (1514-1564) anatomista nascido em Bruxelas, mas Professor em Pádua, que iria confrontar-se com os adeptos de Galeno, reformar a anatomia e tornar-se o pai da anatomia moderna através de sua coragem se inicia o período moderno da anatomia. Período da Anatomia Moderna Em 1543, Andre Vesalius publica sua obra “De Humanis Corporis Fabrica” que se transforma em importante marco de transição porque: liberta-se dos dogmas de Galeno, sua descrição é de cadáveres humanos, dá novo impulso às investigações anatômicas, introduz novas técnicas de preparação de peças e de dissecação. Todos os sistemas são objetos de reformulação, ratificando alguns aspectos e retificando outros, acima de tudo dando credibilidade à anatomia. Caluniosamente acusado por seus inimigos de vivissecção, Vesalius é condenado pela inquisição a fazer uma peregrinação ao santo sepulcro em Jerusalém, no retorno o navio em que se encontrava afunda no Mediterrâneo e Vesalius morre. Libertados da obediência aos cânones de Galeno, outros anatomistas do mesmo período de Vesalius se aliam a este no processo de modernização é o que ocorre com Gabriel Falópio (1523-1562) em Pisa, escrevendo “Observações Anatômicas” focalizando principalmente os genitais, e com Bartolomeu Eustáquio (1520-1574) em “Opuscula Anatomica”. Juntos formam o triunvirato reformador da Anatomia. Ainda neste século XVI aparecem outros anatomistas: Colombo, Botal, Aquapende, Paré, Servet, Bahuin, Varoli, Spiegel Arancio e outros. No século XVII a grande contribuição é dada por Willian Harvey (1578-1657) ao descrever a circulação sangüínea em sua obra de 1628: “Exercitatio Anatomica De Motu Cordis Et sanguinis in Animalibus” embora sem conhecer os capilares sangüíneos sua descrição é correta. Neste século grandes avanços são feitos no estudo dos linfáticos com Pecquet, Aselli, Bartholinus e mesmo com Tulp (professor flamengo imortalizado na tela de Rembrant "aula de anatomia do professor Tulp"). Ainda neste século começa a se desenvolver a anatomia microscópica com o aperfeiçoamento técnico do microscópio, Malpighi em 1666 descobre os capilares sangüíneos. No século XVIII, além da consolidação da histologia, assistimos avanços na anatomia patológica com Morgagni, na fisiologia e o início da embriologia. Na anatomia predominam os autores alemães: Meckel, Henle, Luscka, e os neuroanatomistas Wrisberg e Reil. No século XIX, assistimos ao desenvolvimento da anatomia cirúrgica ou topográfica com Palfin, Hesselbach, Scarpa entre outros. Na Histologia temos Schwam (pai da histologia), Purkinge, Bichat e outros. No século XX aparecem as extensas obras anatômicas escritas e os grandes estudos em neuroanatomia onde se destaca o espanhol Ramon Y Cajal que além de sua contribuição anatômica consolida as normas para a realização de pesquisas científicas na área biológica. Aparelho Locomotor O aparelho locomotor é constituído por três sistemas: ósseo, articular e muscular. Primordialmente tem por função dar conformação e sustentação ao corpo e tornar possível a locomoção, mas como cada um dos seus sistemas apresenta atribuições específicas, elas serão abordadas nos respectivos capítulos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA ÓSSEO Prof. Dr. Nader Wafae Esqueleto Conceito: É o conjunto de estruturas rígidas e resistentes chamadas ossos e de estruturas menos rígidas chamadas cartilagens que se articulam para dar conformação e sustentação ao corpo humano. Funções do esqueleto: proteção de órgãos (caixa craniana); produção de células sangüíneas (medula óssea vermelha); depósito de ions Ca e P; sustentação e conformação do corpo; conjunto de alavancas que sob a ação dos músculos torna possível o movimento. Divisão do esqueleto: divide-se em axial (cabeça, pescoço e tronco) e apendicular (membros superiores e inferiores). OSSOS Número de ossos: 206 a 208 Tipos de ossos Longos: em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. ex. fêmur, úmero, metacarpais. Possuem duas extremidades chamadas epífises e uma parte média, corpo ou diáfise onde se encontra a cavidade medular. No período de crescimento do osso distinguem-se entre as epífises e a diáfise, a lâmina epifisial contendo a cartilagem de crescimento. Planos: em que o comprimento e a largura predominam sobre a espessura. ex. ossos da calvária no crânio, escápula. Curtos: em que não há predomínio de uma das dimensões sobre as outras. ex. ossos do carpo e do tarso. Pneumáticos: são ossos que contêm cavidades em seu interior cheias de ar. ex. maxila, esfenóide, frontal. Alongados: em que o conceito de osso longo não se aplica perfeitamente porque faltam as extremidades alargadas é o caso das costelas. Irregulares: em que os conceitos anteriores não se aplicam. ex. vértebras, ossos da base do crânio. Sesamóides: ossos curtos porém incluídos em tendões ou cápsulas de certas articulações. Supranumerários: não presentes habitualmente. ex. ossos suturais, entre os ossos occipital e parietais. Osso heterotópico é aquele que se forma em lugar onde não existe normalmente. Descrição dos ossos Na descrição da maioria dos ossos podemos distinguir: faces, margens e extremidades Faces: são partes da superfície do osso perfeitamente delimitadas principalmente no corpo. Margens: são linhas agudas que delimitam as faces. Extremidades: são os locais dos ossos onde se encontra a maior parte dos seus pontos de reparos consistindo de saliências e depressões. Saliências: são os relevos que se sobressaem na superfície do osso podem ser articulares e não articulares e que de acordo com sua forma e tamanho podem ser: cabeça – extremidade articular semelhante a uma esfera (cabeça do fêmur). capítulo – uma cabeça pequena (capítulo do úmero). côndilo – extremidade articular arredondada com forma ovóide ou em espira. (côndilos dofêmur). epicôndilo – saliência não articular situada acima do côndilo (epicôndilo lateral do fêmur). tubérculo - saliência não articular de pequeno tamanho e superfície menos rugosa ( tubérculo maior do úmero). tuberosidade – saliência não articular de tamanho médio e superfície rugosa (tuberosidade para o músculo deltóide). túber – saliência não articular de maior tamanho e superfície rugosa (túber isquiático). trocanter - saliência não articular de maior tamanho e superfície menos rugosa (trocanter maior no fêmur) . processo – saliência que se destaca acentuadamente na superfície do osso, vem do latim avançar (processo mastóide do temporal). protuberância – espinha – saliência fina e aguçada (espinha isquiática) crista – saliência estreita, geralmente linear e de extremidade livre (crista etmoidal) linha – saliência linear (linha áspera do fêmur). eminência – saliência cônica ou arredondada que se destaca na superfície do osso semelhante ao proceeso ((eminência intercondilar na tíbia). tróclea – saliência em forma de carretel (tróclea do úmero). Depressões: são escavações na superfície do osso articulares e não articulares e que de acordo com sua forma e tamanho podem ser: cavidade - escavação articular arredondada e menos profunda (cavidade glenoidal na escápula). fossa - escavação de profundidade intermediária (fossa mandibular no osso temporal). fóvea - escavação rasa pouco profunda fóvea da cabeça do fêmur). acetábulo – escavação mais profunda – (acetábulo do osso do quadril). colo: escavação circular situada abaixo da cabeça. incisura: depressão em forma de arco na superfície do osso entre projeções ósseas. (incisura isquiática maior). sulco: depressão linear ou curva pouco profunda (sulco do nervo radial). canal: depressão linear ou curva formando um túnel (canal carótico) Aberturas: são buracos delimitados adaptados para a passagem de estruturas. forame: orifício circular que dá passagem, em geral para, vasos e nervos meato: ducto com abertura nas extremidades (meato acústico externo) poro: as aberturas que delimitam o meato (poro acústico externo) Estrutura do osso Quanto à estrutura os ossos podem ser de dois tipos: compactos e esponjosos. Substância compacta: as células ósseas (osteócitos) se dispõem em camadas chamadas lamelas concêntricas em torno de um canal central, formando cilindros aderidos entre si e dispostos de acordo com o maior eixo do osso. É resistente e densa sendo encontrada na diáfise dos ossos longos em torno da cavidade medular e envolvendo o osso esponjoso das epífises, dos ossos curtos e planos. Substância esponjosa: as células ósseas se dispõem em pequenas trabéculas que se entrecruzam formando uma rede, é encontrada nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos. Confere força ao osso. O osso é um tecido, assim além das células ósseas possui sais inorgânicos (fosfato e cálcio) que lhe dão dureza e parte orgânica (fibras colágenas) que lhe confere flexibilidade. Um osso submetido ao ácido acético perde a dureza pela falta dos sais inorgânicos, mas mantém a flexibilidade, quando exposto ao fogo perde a matéria orgânica e se esfacela. A disposição das trabéculas dos ossos esponjosos resulta da interação entre as linhas de maior tensão para resistir às tensões e as de compressão (peso do corpo) visando à manutenção da posição ereta (teoria trajetorial). Os ossos longos são mais adaptáveis para possibilitar movimentos pela ação dos músculos. Além das forças a que são submetidos e da função a que se destinam a forma dos ossos depende também da hereditariedade, nutrição, hormônios e substâncias bioquímicas. Medula óssea É a parte do esqueleto que elabora células sanguíneas. Encontra-se na cavidade medular do osso compacto e nos espaços entre as trabéculas do osso esponjoso. Pode ser vermelha quando está ativa na produção células sanguíneas e amarela quando não produz células sanguíneas substituída por células gordurosas. No recém nascido a medula óssea é do tipo vermelho, mas no adulto encontra-se apenas no esterno, vértebras, costelas. As medulas das epífises do fêmur e do úmero são as últimas a se tornarem amarelas. Partes de um osso longo O osso longo apresenta duas extremidades chamadas epífises e um corpo entre as epífises chamado diáfise. No osso em crescimento, entre a epífise e a diáfise há um espaço preenchido por cartilagem hialina chamado lâmina epifisial, através da qual o osso cresce em comprimento. O local onde as células cartilagíneas da lâmina epifisial são substituídas por células ósseas chama-se metáfise, é a parte da lâmina mais próxima da diáfise. Ossificação Dois tipos: a partir da transformação de cartilagens hialinas (a grande maioria): ossificação endocondral. Inicialmente a cartilagem hialina se modifica, os condrócitos se hipertrofiam, morrem e são substituídos por osteoblastos e a matriz cartilagínea é substituída por minerais (cálcio). a partir de tecido conjuntivo fibroso (ossos da calvária, clavícula): ossificação intramembranácea, pela transformação de células mesenquimatosas do tecido conjuntivo em osteoblastos (centro de ossificação). mista em que ocorrem os dois tipos de ossificação. (esfenóide) Periósteo É a camada de tecido conjuntivo que envolve o osso, a parte superficial é fibrosa com fibras colágenas e fibroblastos, a parte profunda é osteogênica. O periósteo é contínuo com a cápsula articular e não reveste as superfícies articulares onde é substituído por cartilagem. Funções: crescimento do osso em espessura, nutrição, inervação (sensibilidade), proteção do osso e auxiliar nas fixações de músculos e tendões. Endósteo É uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste o osso internamente: as trabéculas, a cavidade medular, o canal central. Vascularização Os ossos são irrigados pela artéria nutrícia que perfura o osso compacto pelo forame nutrício, por ramos das artérias do periósteo e por vasos das articulações. Roteiro prático de Anatomia radiológica – introdução ao estudo do sistema ósseo : 1- Epífise 2- Diáfise 3- Lâmina epifisial 4- Linha epifisial (de conjugação ou de condensação) 5- Cartilagem epifisial 6- Cavidade medular 7- Substância esponjosa 8- Substância compacta 9- Espaço articular radiológico 10- Sesamóide 11- Osso pneumático OSSOS DO ESQUELETO APENDICULAR O esqueleto apendicular é constituído pelos ossos dos membros superior e inferior incluindo os cíngulos dos membros superior e inferior. O cíngulo do membro superior é formado pelos ossos clavícula e escápula. O cíngulo do membro inferior é formado pelos dois ossos do quadril. Inicialmente devemos identificar os ossos do esqueleto apendicular pelos seus nomes: Membro superior: clavícula, escápula, úmero, ulna, rádio, pisiforme, piramidal, semilunar, escafóide, trapézio, trapezóide, hamato, capitato, metacarpais (I a V contados a partir do polegar ) , falanges ( proximal, média e distal, o polegar tem apenas proximal e distal) Membro inferior: osso do quadril (com três partes: ílio, ísquio e púbis), fêmur, patela, tíbia, fíbula, tálus, calcâneo, navicular, cubóide, cuneiformes (medial, intermédio e lateral), metatarsais (I a V contados a partir do hálux), falanges (proximal, média e distal, o hálux tem apenas proximal e distal). Em seguida devemos saber identificar a que lado pertencem esses ossos (se direito ou esquerdo). Para tanto escolha um ou dois acidentes do osso e oriente-os nos 3 planos do espaço (superior ou inferior, lateral ou medial e anterior ou posterior) por exemplo, no caso da escápula observe que a espinha da escápula é posterior e superior e sua extremidade, o acrômio, é lateral. Assim agindo procure identificar o lado dos ossos: escápula, clavícula, úmero, ulna, rádio, osso do quadril, fêmur, tíbia e fíbula.Finalmente procure identificar os acidentes (saliências e depressões) dos ossos grifados no texto e listados no final: A identificação desses acidentes é importante para conhecer inserções musculares, diagnósticos de fraturas, reparo de fraturas e no diagnóstico de várias doenças ósseas. Membro Superior Escápula: A escápula é um dos dois ossos do cíngulo do membro superior, é plano, com duas faces: costal e posterior, três margens: medial, lateral e superior e três ângulos: inferior, superior e lateral. A face posterior está dividida pela espinha da escápula, saliência plana, perpendicular à face e de direção oblíqua, em duas fossas a superior, menor é a fossa supra-espinal e a inferior, maior é a fossa infra-espinal. A extremidade lateral da espinha da escápula é achatada e constitui o acrômio. A face costal em contato com as costelas é côncava com saliências lineares oblíquas, e forma a fossa subescapular; em sua margem superior destaca-se uma saliência curva que lembraria o bico de corvo daí o seu nome processo coracóide. O ângulo lateral da escápula apresenta uma escavação rasa que se articula com o úmero é a cavidade glenoidal, superiormente a ela encontra-se uma pequena saliência puntiforme é o tubérculo supraglenoidal e inferiormente outra pequena saliência, o tubérculo infraglenoidal. A pequena depressão em curva na margem superior por onde passam nervo e vasos é a incisura da escápula. Clavícula: Clavícula cujo nome vem do latim - pequena chave - é o outro osso do cíngulo do membro superior, é osso alongado, com a convexidade maior voltada para frente e medialmente, apresenta: extremidade esternal, medial, mais abaulada e extremidade acromial mais achatada, na face inferior próximo a esta última extremidade encontra-se o tubérculo conóide. ÚMERO: O úmero (do latim: ombro) é o osso longo do braço, apresenta três faces: ântero-medial, ântero-lateral e posterior e três margens: anterior, medial, lateral. Na extremidade superior destacamos: medialmente, a cabeça do úmero que se assemelha a uma esfera, o colo anatômico, ligeira depressão que contorna a cabeça; anteriormente duas saliências, a maior lateral é o tubérculo maior e a outra é o tubérculo menor separados pelo sulco intertubercular. Na transição entre a epífise e a diáfise encontra-se o colo cirúrgico. No corpo do úmero, a saliência da margem lateral é a tuberosidade para o músculo deltóide, e a depressão em espiral da face posterior é o sulco do nervo radial. Na extremidade inferior, o côndilo do úmero se desdobra em: pequena saliência redonda, o capítulo do úmero e uma depressão em forma de carretel, a tróclea do úmero. Superiormente ao côndilo, duas importantes saliências para inserções musculares: a medial e maior é o epicôndilo medial no qual passa o sulco do nervo ulnar e a lateral menor, é o epicôndilo lateral. Completando a extremidade inferior, duas escavações a anterior, menor é a fossa coronóidea e a posterior, maior é a fossa do olécrano. Rádio: O rádio é o osso longo lateral do antebraço, seu nome deriva do latim, raio de uma roda, apresenta três faces: anterior, posterior e lateral delimitadas por três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior destacamos: a cabeça do rádio com a circunferência articular e uma ligeira depressão, a fóvea articular, a área estreita abaixo da cabeça é o colo do rádio. A saliência medial na parte superior do corpo é a tuberosidade do rádio. Na extremidade inferior destacamos: a saliência pontiaguda lateral, processo estilóide do rádio, uma leve depressão medial em arco, a incisura ulnar e uma pequena proeminência na face posterior, o tubérculo dorsal. Ulna: A ulna (do latim: antebraço) é o outro osso longo do antebraço, o medial, três faces: anterior, posterior e medial e três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior destacamos: o olécrano, a proeminência posterior em forma de arco cuja face anterior é escavada, a incisura troclear cuja ponta anterior é o processo coronóide, lateralmente, a pequena depressão em arco que se articula com o rádio é a incisura radial. A extremidade distal constitui a cabeça da ulna, a circunferência articular e o processo estilóide. Mão: A mão é formada pela sucessão de três camadas de ossos: carpais, metacarpais e falanges: Os ossos carpais são ossos curtos, em número de oito dispostos em duas séries, a proximal, seguindo na direção medial para lateral estão; pisiforme, piramidal, semilunar e escafóide; a série distal indo na mesma direção estão: hamato com uma saliência chamada hâmulo, capitato, o maior, trapezóide e trapézio. Os ossos metacarpais são ossos longos e numerados de I a V a partir do polegar. As falanges também ossos longos são em número de três para os dedos II ao V, proximal perto dos metacarpais, média e distal e duas para o polegar, proximal e distal. A falange distal apresenta uma dilatação em sua extremidade é a tuberosidade da falange distal. Roteiro Prático de Esqueleto apendicular: membro superior Escápula: 1- espinha da escápula 2- acrômio 3- fossa supra-espinal 4- fossa infra-espinal 5- fossa subescapular 6- processo coracóide 7- cavidade glenoidal 8- tubérculo supraglenoidal 9- tubérculo infraglenoidal 10- incisura da escápula Clavícula: 11- extremidade esternal 12- extremidade acromial 13- tubérculo conóide ÚMERO: 14- cabeça do úmero 15- colo anatômico 16- tubérculo maior 17- tubérculo menor 18- sulco intertubercular 19- colo cirúrgico 20- tuberosidade para o músculo deltóide 21- sulco do nervo radial côndilo do úmero 22- capítulo do úmero 23- tróclea do úmero 24- epicôndilo medial 25- sulco do nervo ulnar 26- epicôndilo lateral 27- fossa coronóidea 28- fossa do olécrano Rádio: 29- cabeça do rádio 30- colo do rádio 31- tuberosidade do rádio 32- processo estilóide do rádio 33- incisura ulnar 34- tubérculo dorsal. Ulna: 35- olécrano 36- incisura troclear 37- processo coronóide 38- incisura radial 39- cabeça da ulna 40- processo estilóide. Mão: Ossos carpais 41- pisiforme 42- piramidal 43- semilunar 44- escafóide 45- hamato 46- capitato 47- trapezóide 48- trapézio. 49- ossos metacarpais numerados de I a V a partir do polegar. 50- falange proximal 51- falange média 52- falange distal. Osso do quadril: O osso do quadril com o seu homônimo do outro lado formam o cíngulo do membro inferior, classificado como irregular, originalmente é formado pela fusão de três ossos: o superior é o ílio, o anterior é o púbis e o posterior é o ísquio. Ílio: Forma a parte superior do osso do quadril. O corpo do ílio é plano ligeiramente côncavo em seu lado medial onde se encontra a asa do ílio ou fossa ilíaca. Seu contorno superior constitui a crista ilíaca que nas extremidades apresenta quatro proeminências, duas anteriores: espinha ilíaca ântero-superior e espinha ilíaca ântero-inferior e duas posteriores: espinha ilíaca póstero-superior e espinha ilíaca póstero-inferior. Por ser relativamente larga tem lábios interno e externo e uma linha intermédia no meio, a parte mais espessa do lábio externo chama-se tubérculo ilíaco. Abaixo da fossa ilíaca encontramos uma saliência em forma de arco que participa da delimitação da abertura superior da pelve é a linha arqueada, parte do arco total formado pela linha terminal. A parte rugosa posterior à fossa ilíaca é a face sacropélvica onde encontramos a face auricular para se articular com o sacro e atrás desta a tuberosidade ilíaca. A face convexa do ílio é a face glútea onde se observam as linhas glúteas: anterior, posterior e inferior. Ísquio: Forma a parte posterior do osso do quadril. É constituído pelo corpo (posterior) e pelo ramo (inferior).A parte posterior do ramo larga e volumosa denomina-se túber isquiático, continuando pela margem posterior encontramos uma saliência aguda é a espinha isquiática, importante ponto de referência em obstetrícia, e o pequeno arco entre a espinha isquiática e o túber isquiático é a incisura isquiática menor, e o arco maior da margem posterior do osso do quadril entre a espinha isquiática e espinha ilíaca póstero-inferior é a incisura isquiática maior. . Púbis Forma a parte anterior do osso do quadril. É constituído pelo corpo do púbis (anterior) e pelos ramos superior do púbis e inferior do púbis. A extremidade anterior do corpo articula-se com a do outro lado é a face sinfisial que apresenta em sua parte superior duas pequenas saliências, a lateral é o tubérculo púbico e a medial é a crista púbica. O ramo superior apresenta duas linhas bem evidentes: a medial é a linha pectínea do púbis e a lateral é a crista obturatória. A parte saliente limite entre o púbis e o ílio constitui a eminência iliopúbica. Acetábulo Escavação circular em forma de “xícara” ponto de encontro dos três ossos que formam o osso do quadril. É lateral e apresenta uma margem semicircular, o limbo do acetábulo, uma parte mais profunda, a fossa do acetábulo e uma descontinuidade da margem na parte inferior, a incisura do acetábulo, a parte lisa que contorna a fossa é a chamada face semilunar Forame obturado É o grande orifício situado abaixo do acetábulo. Na realidade é recoberto por músculos nos dois lados daí o seu nome. A cavidade pélvica formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix é dividida em pelve maior, mais larga e pelve menor, mais estreita. A separação entre as duas é feita pela abertura superior da pelve ou linha terminal (estreito superior) delimitada pela linha pectínea, linha arqueada e completada pelo seu prolongamento na asa do sacro. O limite inferior da cavidade pélvica constitui a abertura inferior da pelve que da margem inferior da sínfise púbica vai aos túberes isquiáticos e termina no cóccix. A identificação dos diâmetros da pelve é de importância para a obstetrícia. Diâmetro transverso: une a parte mais larga da abertura superior da pelve Diâmetro oblíquo: une a extremidade inferior da articulação sacroilíaca de um lado com o centro do forame obturado do outro lado. Diâmetro anatômico: une a margem superior da sínfise púbica com o ponto mediano do promontório. Diâmetro verdadeiro: une a parte mais saliente do dorso da sínfise púbica ao ponto mediano do promontório. Diâmetro diagonal: une a margem inferior da sínfise púbica ao ponto mediano do promontório. Fêmur: O fêmur é o osso longo da coxa, em sua extremidade superior apresenta: a cabeça do fêmur, estrutura semelhante a uma esfera voltada medialmente com uma pequena escavação, a fóvea da cabeça do fêmur, a grande área estreita abaixo da cabeça constitui o colo do fêmur e a rugosidade que o contorna embaixo e por diante é a linha intertrocantérica. Ainda na extremidade superior, porém posteriormente, observam-se duas proeminências: a maior e superior é o trocanter maior e a menor inferior é o trocanter menor, ambos estão ligados pela crista intertrocantérica. Na parte posterior do corpo do fêmur destaca-se uma rugosidade linear é a linha áspera que se continua superiormente com duas saliências também lineares: a linha pectínea, medialmente, e a tuberosidade glútea, lateralmente. A linha áspera também se divide inferiormente em duas, as linhas supracondilares lateral e medial que delimitam uma área triangular: a face poplítea. A extremidade distal do fêmur apresenta duas proeminências bem evidentes: côndilo lateral e côndilo medial, encimados respectivamente pelos epicôndilos lateral e medial. Pouco acima da parte posterior do côndilo medial vê-se uma ligeira proeminência é o tubérculo do adutor. O espaço profundo existente entre as partes posteriores dos côndilos constitui a fossa intercondilar cujo contorno superior é a linha intercondilar. Completando a extremidade inferior observa-se na frente e entre os côndilos uma superfície lisa, a face patelar. Denomina-se ângulo de inclinação do fêmur, o ângulo formado entre o eixo que passa pelo colo e o eixo do corpo do fêmur e mede em média 125°. O corpo do fêmur é encurvado e sua convexidade é anterior. Patela: É osso sesamóide, por estar incluído no tendão do músculo quadríceps femoral, significa pequeno prato, está situado na região anterior do joelho e articula-se com a face patelar do fêmur. Como é triangular, o seu ápice é inferior e a base superior, apresenta duas faces: articular e anterior. Tíbia: É o osso longo e medial da perna, a origem do nome é latina e significa flauta, apresenta três faces: medial, lateral e posterior e três margens: anterior (canela), medial e interóssea. A extremidade superior larga é formada pelo côndilo lateral e pelo côndilo medial em cuja parte superior plana ou face articular superior apresenta no centro uma proeminência, a eminência intercondilar com os tubérculos intercondilar lateral e intercondilar medial. O côndilo lateral apresenta uma pequena área lisa é a face articular fibular A saliência rugosa na parte superior da margem anterior, próxima aos côndilos, é a tuberosidade da tíbia. A linha oblíqua situada na parte superior da face posterior é a linha para o músculo sóleo. Na extremidade inferior da tíbia destaca-se a proeminência, maléolo medial atrás do qual encontra-se o sulco maleolar. Fíbula É o osso longo lateral da perna deriva do latim, alfinete, apresenta três faces: lateral, medial, posterior e três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior encontramos a cabeça da fíbula cuja ponta é o ápice da cabeça da fíbula e a pequena face articular da cabeça da fíbula. A área estreita abaixo da cabeça é o colo da fíbula. A extremidade inferior apresenta uma expansão terminada em ponta, maléolo lateral, uma área lisa, face articular do maléolo lateral para a tíbia, atrás da qual a pequena depressão constitui a fossa do maléolo lateral. Complertando com o sulco póstero-lateral, o sulco maleolar. Pé O pé é formado pela sucessão de três camadas de ossos: tarsais, metatarsais e falanges: Os ossos tarsais são ossos curtos, em número de sete, de trás para diante estão: calcâneo, tálus e navicular e anteriormente: cubóide, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. Os ossos metatarsais são ossos longos e numerados de I a V a partir do hálux. As falanges também ossos longos são em número de três para os dedos II ao V, proximal perto dos metatarsais, média e distal e duas para o hálux, proximal e distal. A falange distal apresenta uma dilatação em sua extremidade é a tuberosidade da falange distal. A face plantar do pé apresenta dois arcos importantes para a marcha e para a sustentação da posição bípede e que são: longitudinal e transversal de acordo com o a direção que apresentam, longitudinal no eixo maior e transversal no eixo menor. Quando esses arcos encontram-se alterados temos os distúrbios conhecidos por pé chato (arco longitudinal diminuído) e pé cavo (arco longitudinal aumentado). Roteiro Prático de Esqueleto apendicular: membro inferior Osso do quadril Ílio 1- fossa ilíaca (asa do ílio) 2- linha arqueada 3- crista ilíaca 4- espinha ilíaca ântero-superior 5- espinha ilíaca ântero-inferior 6- espinha ilíaca póstero-superior 7- espinha ilíaca póstero-inferior 8- linhas glúteas 9- tuberosidade ilíaca 10- face auricular Ísquio 11- corpo 12- ramo 13- túber isquiático 14- espinha isquiática 15- incisura isquiática menor 16- incisura isquiática maior Púbis 17- face sinfisial 18- tubérculo púbico 19- linha pectínea do púbis 20- eminência iliopúbica Acetábulo 21- fossa do acetábulo 22- Incisura do acetábulo 23- face semilunar 24- Forameobturado Fêmur: 25- cabeça do fêmur 26- fóvea da cabeça do fêmur 27- colo do fêmur 28- trocanter maior 29- trocanter menor 30- crista intertrocantérica 31- linha intertrocantérica 32- linha áspera 33- linha pectínea 34- tuberosidade glútea 35- côndilo medial 36- tubérculo do adutor 37- epicôndilo medial 38- côndilo lateral 39- epicôndilo lateral 40- fossa intercondilar 41- face poplítea 42- face patelar Patela Tíbia: 43- côndilo lateral 44- côndilo medial 45- eminência intercondilar 46- tubérculo intercondilar medial 47- tubérculo intercondilar lateral 48-tuberosidade da tíbia 49- maléolo medial Fíbula 50- cabeça da fíbula 51- ápice da cabeça da fíbula 52- colo da fíbula 53- maléolo lateral Pé: Ossos tarsais 54- calcâneo 55- tálus 56- navicular 57- cubóide 58- cuneiforme medial 59- cuneiforme intermédio 60- cuneiforme lateral 61- ossos metatarsais numerados de I a V a partir do hálux. 62- falange proximal 63- falange média 64- falange distal. OSSOS DO ESQUELETO AXIAL O esqueleto axial é constituído pelos ossos da cabeça, da coluna vertebral, do tórax e do pescoço. CABEÇA No desenvolvimento dos ossos da cabeça destacamos três características: 1- Neurocrânio, de origem membranácea consiste nos ossos que formam a calvária e parte da face. 2- Condrocrânio, de origem cartilagínea é constituído principalmente pelos ossos da base do crânio 3- Viscerocrânio, de onde derivam: mandíbula, ossículos da audição, maxila, zigomático, palatino, vômer. Crânio - oito ossos Vista anterior - osso frontal - ímpar - osso etmóide - ímpar Vista lateral - osso parietal - par - osso temporal - par Vista posterior- osso occipital - ímpar Vista inferior - osso esfenóide – ímpar O osso frontal (do latim frontalis = testa) constitui a parte anterior da calvária e a parte superior da face, sua convexidade denomina-se escama frontal e tem duas faces: externa e interna. Na face externa destacam-se as protuberâncias laterais, túberes frontais, o contorno superior da órbita com o arco superciliar e a margem supra-orbital. Na face interna temos uma lâmina sagital mediana, a crista frontal e as partes nasal e orbital. O osso etmóide (do grego ethmos = peneira), muito frágil, constitui, principalmente, o esqueleto da cavidade nasal, na parte superior está a lâmina cribriforme, nas partes laterais encontram-se os labirintos etmoidais formados pelas células etmoidais (cavidades cheias de ar), lâminas orbitais (paredes mediais das órbitas) e as conchas nasais superior e média (saliências para dentro da cavidade nasal), sagitalmente temos a lâmina perpendicular. Os ossos parietais (do latim parietalis = parede) constituem as partes laterais e superiores da calvária, convexos têm faces externa e internas. Na face externa distinguimos saliências lineares em arcos, as linhas temporais, a proeminência, túber parietal. A face interna apresenta sulcos nos quais se colocam vasos. Os ossos temporais (do latim temporalis = tempo) constituem a parte inferior e lateral da calvária mas são importantes participantes da base do crânio. Osso de conformação complexa apresenta três partes: petrosa, timpânica e escamosa. A parte petrosa é interna, afunilada, entra na constituição da base do crânio e é muito rígida e compacta, alberga importantes estruturas da audição e do equilíbrio. A parte timpânica, a menor das três é inferior e contorna o meato acústico externo. A parte escamosa é a que participa da calvária tem a forma de arco e de sua parte anterior projeta-se um prolongamento, o processo zigomático facilmente palpável. O osso occipital (do latim occipitum = parte póstero-inferior da cabeça) constitui a parte posterior da calvária e posterior da base do crânio. Tomando-se o forame magno como referência divide-se em três partes: parte basilar por diante, liga-se ao esfenóide e sua superfície interna é o clivo, parte lateral em cada lado onde se encontram os côndilos occipitais e escama occipital atrás. Às vezes pode estar subdivido pela presença do osso interparietal (Inca) na porção mais elevada da escama. O osso esfenóide (do grego sphen = cunha ou sphein = mariposa) é tipicamente irregular em sua forma, ocupa a maior parte da fossa média do crânio, sua parte central é o corpo e os prolongamentos laterais correspondem às asas maior e menor e o inferior ao processo pterigóide. Face - 14 ossos Vista anterior - lacrimal - par - osso nasal - par - maxila - par - zigomático - par Vista inferior - palatino - par - vômer - ímpar - concha nasal inferior - par - mandíbula – ímpar Orelha média Martelo Bigorna Estribo Lacrimal (do latim lacrima = lágrima), pequeno osso colocado na parte ântero-medial da órbita atrás do processo frontal da maxila. Osso nasal ( do latim nasal = nariz), pequeno osso situaado por diante do processo frontal da maxila correspondendo à parte significativa do dorso do nariz. maxila (do latim maxilla = queixada) é formado pelo corpo com as faces: orbital, anterior, infratemporal e nasal e pelos processos: frontal, zigomático, palatino e alveolar, este último contém o arco alveolar com os alvéolos dentais e as eminências alveolares. zigomático (do grego zygomatikos = ligado) é o osso que forma a conhecida “maçã do rosto” e portanto saliente apresenta faces: lateral, temporal e orbital e os processos temporal e frontal. palatino (do latim palatinum = palato) vômer (do latim vomer = lâmina do arado) osso ímpar que corresponde ao septo nasal ósseo que se completa pela lâmina perpendicular do etmóide. concha nasal inferior, encontra-se na parte ínfero-lateral da cavidade nasal. mandíbula ( do latim mandere = mastigar), é o único osso dotado de movimento da cabeça apresenta o corpo da mandíbula cuja parte inferior é a base e a parte superior corresponde à parte alveolar com o arco alveolar, alvéolos dentais e as eminências alveolares e os ramos da mandíbula, verticais, que do ângulo da mandíbula se prolonga até o processo condilar, a incisura da mandíbula e o processo coronóide Os ossos da orelha média serão estudados em orelhas. Suturas São as linhas de ligação entre ossos, que no caso do crânio recebem nomes especiais. Tendem a desaparecer com a idade. Sutura coronal entre os ossos frontal e parietais. Sutura sagital entre os ossos parietais. Sutura lambdóidea entre os ossos parietais e occipita.l Sutura metópica quando o osso frontal está dividido na linha mediana (ausente na maioria das vezes). Pontos craniométricos: gnátio: ponto mais saliente do mento. próstio: ponto ósseo situado entre os dois dentes incisivos. násio: o ponto de encontro da sutura frontonasal. glabela: o ponto mais saliente entre os arcos superciliares bregma: ponto de encontro das suturas coronal e sagital. lambda: ponto de encontro das suturas sagital e lambdóidea. vértice: o ponto mais elevado co crânio obélio: cruzamento da linha que une os forames parietais com a sutura sagital ínio: o ápice da protuberância occipital externa gônio: ângulo formado pela margem posterior do ramo e a base da mandíbula. ptério: ponto de encontro das suturas fronto-esfeno-temporal astério: ponto de encontro dos ossos, parietal, temporal e occipital. Fontículos Por ocasião do nascimento, os ossos da calvária não estão totalmente ossificados existem membranas de tecido fibroso interpostas entre ossos de origem membranácea e que se ossificam progressivamente até os dois anos de idade aproximadamente. Fontículo anterior: ímpar, o maior, entre frontal e os parietais,corresponde ao bregma, tem importância em obstetrícia para identificar a posição do feto. Fontículo posterior: ímpar, entre o occipital e os parietais corresponde ao lambda. Fontículos anterolaterais: par, entre o frontal, o temporal e o parietal (ptério). Fontículos posterolaterais: par, entre o occipital, o temporal e parietal (astério). Diferenças sexuais presentes no crânio Masculino: mais volumoso, linhas de inserções musculares mais evidentes, túberes frontais e parietais mais salientes, fronte oblíqua, mais alta e larga, arcos superciliares visíveis, glabela marcada, órbitas baixas e quadrangulares. Feminino: menos volumoso, linhas de inserções musculares pouco evidentes, túberes frontais e parietais menos salientes, fronte vertical, mais baixa e estreita, arcos superciliares imperceptíveis, glabela apagada, órbitas altas e arredondadas. Tipos de crânios Sem entrarmos em especificidades técnicas de mensuração podemos dizer que os crânios se classificam em dolicocéfalos quando alongados, braquicéfalos quando alargados e mesocéfalos os de equilíbrio entre largura e comprimento. Roteiro prático do Sistema ósseo - esqueleto axial Os pontos de referência e forames selecionados para identificação na cabeça são, efetivamente, locais por onde passam vasos e nervos importantes, dão inserções para músculos cujas ações são essenciais ou são locais aonde se posicionam estruturas de real aplicação prática. Identificar os seguintes acidentes dos ossos do crânio: Vista inferior Forame magno Forame e fossa jugular Canal carótico Processo mastóide Forame estilomastóideo Processo pterigóide (lâminas medial e lateral) Fossa pterigóidea Forame lacerado Forame incisivo Processo estilóide Forame palatino maior Espinha nasal posterior Canal do nervo hipoglosso Côndilo occipital Vista interna Fossa anterior do crânio Crista etmoidal (galli) Lâmina cribriforme com forames Seio frontal Fossa média do crânio Parte petrosa do temporal Poro acústico interno (saída do meato) Sela turca Fossa hipofisial Asa maior do esfenóide Asa menor do esfenóide Canal óptico Sulco carótico Forame oval Forame espinhoso Forame redondo Dorso da sela Tubérculo da sela Processo clinóide anterior Processo clinóide posterior Sulco da artéria meníngea média Fossa posterior do crânio Protuberância occipital interna Crista occipital interna Sulco do seio transverso Eminência cruciforme Vista anterior Órbita Lâmina perpendicular do etmóide Abertura piriforme Espinha nasal anterior Margens supra-orbital e infra-orbital Forame supra-orbital Forame infra-orbital Fissura orbital superior Forame mentual Protuberância mentual Forame da mandíbula (língula e canal) Vista lateral Arco zigomático Poro acústico externo (entrada do meato) Fossa mandibular Processo condilar (cabeça e colo da mandíbula) Ramo da mandíbula Processo coronóide Incisura da mandíbula Ângulo da mandíbula Vista posterior Protuberância occipital externa Crista occipital externa Linha nucal superior e inferior Escama occipital Vista superior Sutura coronal Sutura sagital Sutura lambdóidea Observação: Não podem ser vistos através dessas vistas porque se encontram no interior dos respectivos ossos, caso esses ossos estiverem abertos podemos distinguir: Seio frontal Seio esfenoidal Seio maxilar Células etmoidais anteriores e posteriores A fim de demonstrar a importância prática dos forames do crânio vamos citar alguns deles com as principais estruturas que constituem os seus conteúdos: Vista inferior e interna Forame magno: medula e bulbo, nervo acessório, artérias vertebrais Canal condilar: veia emissária Canal do nervo hipoglosso: nervo hipoglosso Forame jugular: veia jugular interna, nervos glossofaríngeo, vago e acessório Canal carótico: artéria carótida interna Forame espinhoso: vasos meníngeos médios Forame oval: nervo mandibular Forame redondo: nervo maxilar Forame lacerado: parte do trajeto da artéria carótida interna Forame estilomastóideo: nervo facial Lâmina cribriforme: nervo olfatório Canal óptico: nervo óptico, artéria oftálmica Meato acústico interno: nervos facial e vestibulococlear Forame mastóideo: veia emissária Fossa incisiva: nervo nasopalatino Forame palatino maior: nervos palatinos Forame da mandíbula nervos e vasos alveolares inferiores Vista anterior: Fissura orbital superior: nervos oculomotor, troclear, abducente e ramos do oftálmico Fissura orbital inferior: nervo maxilar Forame supra-orbital: nervos e vasos supra-orbitais Forame infra-orbital: nervos e vasos infra-orbitais Forame mentual: nervos e vasos mentuais COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é uma estrutura axial metamérica constituída por 33 segmentos ósseos semelhantes e superpostos chamados vértebras e classificadas quanto à forma, pela maioria dos autores, como ossos irregulares. Pela semelhança que podem apresentar e pela região em que se encontram, as vértebras foram divididas em: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas. Curvaturas: a coluna vertebral consiste em 4 curvaturas, melhor vistas na posição lateral: duas primárias por conservarem a posição fetal - torácica e sacral - de convexidade posterior, também chamadas cifoses e duas secundárias por se formarem após o nascimento - cervical e lombar - de convexidade anterior, também chamadas lordoses. A curvatura cervical forma-se quando a criança sustenta a cabeça ereta e a curvatura lombar, quando se mantém na posição bípede. Escolioses são os desvios laterais da coluna vertebral. É discutível se os termos cifose e lordose devam ser aplicados como sinônimos de curvaturas primária e secundária ou apenas quando essas curvaturas são acentuadas. Apesar de classificadas por suas características em tipos diferentes podemos distinguir elementos anatômicos que são comuns à maioria delas. Identificar as partes comuns de uma vértebra típica: Corpo vertebral - parte anterior, arredondada e volumosa. Arco vertebral - parte posterior confluente que delimita o forame vertebral. É formado pelos pedículos e pelas lâminas do arco vertebral Lâmina - partes do arco vertebral que confluem atrás para formar o processo espinhoso Pedículo - parte do arco vertebral que une o corpo vertebral à lâmina do corpo vertebral e aos processos transverso e articular. Os seus contornos superior e inferior formam as incisuras vertebrais superior e inferior. Processo espinhoso - extremidade formada pela união das lâminas, é um dos pontos de reparo para distinguir a parte da coluna a que a vértebra pertence. Processo transverso - expansões laterais da vértebra, e um dos pontos de reparo para distinguir a parte da coluna a que a vértebra pertence. Processo articular - lâminas planas que articulam e encaixam a vértebra superior à inferior tendem a ocupar as posições: transversal nas cervicais, frontal nas torácicas e sagital nas lombares Forame vertebral - central, formado pelos contornos posterior do corpo vertebral e mediais dos arcos vertebrais. O conjunto dos forames vertebrais forma o canal vertebral. Os forames intervertebrais formam-se entre as incisuras vertebrais superior e inferior de vértebras adjacentes. Características que identificam a região da coluna a qual a vértebra pertence: Cervical: processo espinhoso bífido, processo transverso com forame transversário, corpo com expansão lateral chamada unco do corpo, processoarticular tendendo à posição transversal, forame vertebral tende para a forma triangular. Torácica: processo espinhoso em ponta, processo transverso com fóvea costal (articular com as costelas), corpo com fóveas costais superior e inferior (articular com as costelas), processo articular tendendo à posição frontal, forame vertebral tende para a forma circular. Lombar: processo espinhoso quadrado (em forma de machado), processo transverso em ponta chamado costiforme, corpo grande em forma de rim, processo articular tendendo à posição sagital, forame vertebral tende para a forma triangular. Os processos mamilares são saliências arredondadas e posteriores dos processos articulares superiores. Sacral: as vértebras sacrais estão fundidas formando um osso triangular. Os processos espinhosos formam a crista sacral mediana, os discos intervertebrais, as linhas transversas, os forames intervertebrais os forames sacrais anteriores e posteriores, os processos transversos as partes laterais (asa do sacro), a ligação das lâminas com os corpos, a crista sacral medial. A parte superior do sacro é a sua base e a extremidade inferior é o ápice do sacro, a margem saliente da extremidade superior da primeira vértebra sacral é o promontório. Hiato sacral é a abertura inferior em seqüência ao canal sacral circunscrito pelos cornos sacrais e a face articular para o osso do quadril denomina-se face auricular. Identifique no osso sacro: base, promontório, asa, cristas sacrais (mediana, medial e lateral), hiato, forames sacrais anteriores e posteriores, canal, ápice. Cóccix: Vestígio de uma cauda primitiva é o conjunto das últimas 4 vértebras cuja forma lembra o bico de um pássaro (cuco) daí o seu nome. Identificar as vértebras com nomes específicos: Atlas - é a 1ª vértebra cervical suas características são: não possui o corpo vertebral e apresenta dias massas laterais com forames transversários, não possui processo espinhoso mas apenas o tubérculo posterior fazendo saliência no arco posterior. O arco anterior possui também um tubérculo anterior mais saliente. Áxis - é a 2ª vértebra cervical e nela destaca-se o dente com seu ápice para cima já apresenta arco vertebral e processo espinhoso Proeminente - é a sétima vértebra cervical, mas em vértebras isoladas é difícil identificá-la. TÓRAX Esterno ( do grego sternon = peito) é o osso plano da parede anterior do tórax, a sua extremidade superior mais larga é o manúbrio do esterno, seguido pelo corpo do esterno e pelo processo xifóide, a extremidade inferior. O manúbrio do esterno, apresenta em seu contorno superior, a incisura jugular e nos contornos laterais as incisuras claviculares O corpo do esterno é formado pela união de placas chamadas esternebras. O processo xifóide, algumas vezes, apresenta-se como cartilagem. Identifique o ângulo do esterno (saliência na união do manúbrio do esterno com o corpo do esterno). e o ângulo infra-esternal formado pelas margens inferiores das costelas. Costelas São ossos alongados que no conjunto formam a caixa torácica Número: 12 para cada lado. Classificação: verdadeiras (1 a 7) articulam-se diretamente com o esterno através de cartilagens próprias; falsas (8, a 10) articulam-se com o esterno através da cartilagem da última verdadeira; flutuantes (11 e 12) não se articulam com o esterno. Partes de uma costela típica: cabeça da costela, extremidade posterior ligeiramente alargada, apresenta faces articulares separadas por uma crista, colo da costela, a parte estreita logo após a cabeça, corpo da costela a parte restante que apresenta o tubérculo da costela pequena rugosidade com face articular para o processo transverso da vértebra, ângulo da costela, nível em que se verifica a mudança de orientação do corpo da costela de transversal para sagital e o sulco da costela depressão na margem inferior do corpo onde se encontra o feixe vasculonervoso intercostal. Identifique as costelas: a primeira, a segunda, e uma flutuante. PESCOÇO Osso hióide (do grego hyo (letra U) situado na região anterior do pescoço acima da laringe é formado pelo corpo, anterior e pelos cornos menor e maior, posteriores. Roteiro prático do Sistema ósseo - esqueleto axial Identificar os seguintes acidentes ósseos da coluna vertebral: Elementos comuns: Corpo vertebral Arco vertebral Lâmina Pedículo Incisuras vertebrais superior e inferior. Processo espinhoso Processo transverso Processo articular superior e inferior Forames: Forame transversário Forame intervertebral Forame vertebral Forames sacrais anteriores e posteriores Vértebras cervicais: Unco do corpo Atlas: massa lateral; arco anterior, tubérculo anterior; arco posterior tubérculo posterior Áxis: dente Vértebras torácicas: Fóveas costais no corpo vertebral e nos processos transversos Vértebras lombares: Processo costiforme, processo mamilar Sacro: Base, promontório, asa, face auricular, cristas sacrais (mediana, medial), corno, hiato Cóccix Identificar os seguintes acidentes ósseos do esqueleto do tórax: Costelas: Verdadeira, flutuante, cabeça, colo, corpo, tubérculo, ângulo, sulco Esterno Manúbrio do esterno, ângulo do esterno, corpo do esterno, processo xifóide Caixa torácica Arco costal, ângulo infra-esternal Hióide Corpo, corno maior e menor Doenças do sistema ósseo FRATURAS Definição: É a ruptura da integridade de um osso. Causas: traumas ou quedas, mas pode ocorrer também espontaneamente se o osso tiver alguma patologia que o enfraqueça. Sintomas: Dor local, inchaço, deformidade, hematoma, dificuldade para movimentar o local e crepitação (ruído ao movimentar local). Tipos Fratura exposta ou composta Ruptura do osso associada com lesão da pele e tela subcutânea. O fragmento ósseo pode estar passando através da lesão. A ferida cutânea pode resultar do traumatismo que ocasionou a fratura ou aberta pelo fragmento ósseo. Fratura simples Na qual não há comunicação com o meio exterior. Fratura direta É a que ocorre no local do trauma Fratura indireta É a que ocorre em ponto distante do local do trauma. Fratura incompleta Na qual a descontinuidade entre os fragmentos não é total. Fratura completa Na qual a descontinuidade entre os fragmentos é total. Fratura complicada Além da fratura óssea ocorreu lesão de outro órgão interno. Fratura linear A ruptura se apresenta como uma linha fina sem desvio dos fragmentos. Fratura por arrancamento ou avulsão Um fragmento do osso, geralmente no ponto de inserção muscular, é separado do restante durante a contração muscular. Fratura cominutiva Na qual resultam pelos menos três fragmentos ósseos e apresenta desvios. Fratura acavalada Na qual um dos fragmentos se superpõe a outro. Fratura transversal Na qual o nível da lesão é perpendicular ao maior eixo do osso. Fratura espiral Na qual o nível da lesão é oblíquo Fratura com luxação Na qual além da fratura ocorreu também deslocamento articular. Fratura de Colles É fratura dos ossos do antebraço próximo ao punho com desvio dos fragmentos. Fratura em galho verde Na qual não há desvio dos fragmentos e a fratura não é completa. Fratura patológica Ocorre por enfraquecimento do osso por alguma outra doença óssea, por exemplo metástases ou osteoporose. Fratura por achatamento Na qual o fragmento é deslocado internamente. Fratura por compressão Resulta do aumento da pressão sobre o osso. por exemplo vértebras Fratura por explosão Na qual fragmentos ósseos são projetados Fratura impactada Na qual um dos fragmentos entra no interior do osso. Fraturade tensão Pequena fratura linear para a qual não ficou evidenciado o trauma ou a queda. Fraturas mais freqüentes: punho, escafóide, colo do fêmur. Osteomielite Definição: É a infecção do osso e da medula óssea. Causa: invasão do osso por germes infectantes (estafilococo ou estreptococo p.e.) que se instalam no osso diretamente nas fraturas expostas, a partir de uma ferida nas proximidades ou por via sanguínea a partir de infecções em outros locais. Sintomas: dor local, febre e comprometimento da função. Locais mais freqüentes: fêmur, úmero, tíbia, rádio Osteoporose Definição: É a redução da massa óssea e conseqüente desestruturação do tecido ósseo, tornando os ossos mais fracos e assim mais sujeitos às fraturas. Causas: idade, medicamentos (corticóides), endócrinas (glândulas), sedentarismo, imobilização, fumo. Sintomas: depende dos ossos mais atingidos, maior tendência à fraturas espontâneas. Locais mais freqüentes: vértebras Tumores ósseos malignos a- metastáticos, são tumores em que a origem encontra-se em outro órgão e cujas células atingem o osso por via sanguínea ou linfática e passam a crescer em seu interior. b- mieloma plasmocitário, tumor generalizado, apresenta células plasmáticas e proteínas anormais no sangue que lhe são características (Bence-Jones). c- osteossarcoma, tumor localizado em metáfises de ossos longos provocado por osteoblastos malignos d- condrossarcoma, tumor de origem cartilagínea, volumosos e de crescimento lento. Sintomas característicos de neoplasias malignas: dor progressiva, tumoração, sinais de compressão, metástases. Tumores ósseos benignos: Osteoma, osteoblastoma, condroma, condroblastoma Sinais de compressão de estruturas vizinhas, tumoração e dor. ARTICULAÇÕES Prof. Dr. Nader Wafae Conceito: É a conexão ou junção que existe entre as partes do esqueleto. Sinônimos: juntas, junturas. Classificação: Critério usado atualmente considera o tipo de tecido ou a substância que se interpõe entre as partes que se articulam. Tipos: Fibrosas: O tecido interposto é conjuntivo fibroso, são pouco móveis, só admitem vibrações e grande parte delas tende a desaparecer com o envelhecimento formando as sinostoses. - Tipos: sutura, sindesmose, esquindelese e gonfose. a) Suturas: são as que possuem pouco tecido fibroso interposto. Os subtipos consideram a forma das partes dos ossos que se articulam são: Plana - superfícies retilíneas, exemplo: entre os ossos nasais. Serrátil - em forma de serra, exemplo: entre frontal e parietais. Escamosa - superposição de um osso sobre o outro em bisel, exemplo: temporal e parietal. b) Sindesmose: são as possuem muito tecido fibroso interposto, exemplo: tibiofibular distal. c) Esquindelese são articulações fibrosas em que uma das superfícies ósseas tem a forma de calha, exemplo entre vômer e esfenóide. d) Gonfose: são articulações entre os dentes e os alvéolos da mandíbula e da maxila. Cartilagíneas: o tecido interposto é cartilagem, tem pouca mobilidade e apenas algumas delas tendem a desaparecer. Tipos: sincondrose e sínfise. a) Sincondrose: a cartilagem interposta é do tipo hialino; pode ser interóssea exemplos entre os ossos da base do crânio (occipital e esfenóide), formando no conjunto a chamada cruz de Santo André de importância em obstetrícia; ou intra-óssea, exemplos, a lâmina epifisial dos ossos longos em idade de crescimento. Sínfise: a cartilagem interposta é do tipo fibroso, exemplo entre os corpos vertebrais, entre os ossos púbis. Sinoviais: a interposição entre os ossos não é feita por um tecido e sim por um liquido chamado líquido sinovial. Admitem movimentos que são mais amplos de acordo com o tipo considerado; não podem desaparecer. Características: Líquido sinovial: lubrifica e protege a articulação. Cápsula articular: envolve as extremidades dos ossos que se articulam. Membrana sinovial: reveste a cápsula articular por dentro, produz e reabsorve o líquido sinovial. Cartilagem articular: reveste as superfícies articuláveis dos ossos. Ligamentos: reforçam a cápsula. Meniscos ou discos: complementam as superfícies articulares dos ossos. Movimentos: se realizam em torno dos eixos permitidos pela articulação de acordo com a forma das superfícies que se articulam. O número de eixos permitidos denomina-se grau de liberdade. Os movimentos permitidos recebem nomes de acordo com o eixo em torno do qual esses movimentos se realizam: em torno do eixo longitudinal - rotação; em torno do eixo transversal - flexão e extensão; em torno do eixo sagital - adução e abdução. Tipos: Plana: Superfícies Articulares: planas Graus de Liberdade: não possui. Eixos - Movimentos: deslizamento Exemplos : processos articulares das vértebras, ossos do carpo b) Gínglimo: Superfícies Articulares: um dos ossos em forma de carretel, o outro é um arco escavado que gira em torno do outro Graus de liberdade: Um Eixo: movimento em torno do eixo transversal Movimentos: Flexão e Extensão Ex. cotovelo (umeroulnar), talocrural c) Trocóidea: Superfícies Articulares: um dos ossos apresenta cabeça circular, o outro um arco ósseo escavado menos acentuado. Graus de liberdade: Um. Eixo: movimento em torno do eixo longitudinal; Movimento: rotação Ex.: rádio e ulna proximal e distal, atlas e áxis. d) Elipsóidea ou Condilar: Superfícies Articulares: um dos ossos apresenta superfície arredondada em dois planos e achatada no terceiro plano, outro se encaixa nessa superfície. Graus de liberdade: Dois, Eixos: movimentos em torno dos eixos transversal e sagital Movimentos: flexão e extensão; adução e abdução Ex.: radiocarpal e) Selar: Superfícies Articulares: um dos ossos em forma de sela (côncava), outro em forma de cavaleiro (convexo) Graus de liberdade: Dois Eixos: movimentos em torno dos eixos: transversal e sagital Movimentos: flexão e extensão, adução e abdução Ex. trapézio e primeiro metacarpal f) Esferóidea: Superfícies Articulares: um dos ossos é uma esfera arredondada nos três planos, o outro uma cavidade esférica Graus de liberdade: Três Eixos: movimentos em torno dos eixos transversal, sagital e longitudinal. Movimentos: flexão e extensão, adução e abdução, rotação e a somatória de todos, é a circundução. Existem outros critérios de caráter histórico utilizados para classificar as articulações e que apresentam certa correspondência entre si, por exemplo: A- pelo tipo do contato: a)por continuidade (fibrosas e cartilagíneas); b) por contiguidade (sinoviais). B- pelo número de superfícies articulares: a) simples (duas); b) composta (mais de duas); c) complexa (com interposição de discos). C- pela posição: a) concordantes (bem justapostas) b) discordantes (contato incompleto). D- pela função: a) dependentes (temporomandibular); b) independentes. E- pelo movimento: a) diartroses (móveis); b) anfiartroses (pouco móveis); c) sinartroses (imóveis) Roteiro prático: Classifique as seguintes articulações: entre os ossos nasais internasal 1 fibrosa sutura plana entre os ossos parietais sutura sagital 2 fibrosa sutura serrátil entre o frontal e o parietal sutura coronal 3 fibrosa sutura serrátil entre o occipital e os parietasi sutura lambdóidea 4 fibrosa sutura serrátil entre o temporal e o parietal temporoparietal 5 fibrosa sutura escamosa entre o dente e o alvéolo dental dentoalveolar 6 fibrosa gonfose entre o vômer e o esfenóide esfenovomeral 7 fibrosa esquindelese entre a tíbia e a fíbula distal tibiofibular distal 8 fibrosa sindesmose entre o occipital e o esfenóide esfenoccpital 9 cartilagínea sincondrose entre o occipital e temporal petrooccipital 10cartilagínea sincondrose entre o esfenóide e temporal esfenopetrosa 11 cartilagínea sincondrose entre costelas e cartilagens costais costo condral 12 cartilagínea sincondrose entre cartilagens costais e o esterno costesternal 13 cartilagínea sincondrose entre os corpos vertebrais intervertebral 14 cartilagínea sínfise entre os ossos púbis do quadril sínfise púbica 15 cartilagínea sínfise entre manúbrio e corpo do esterno manubrioesternal 16 cartilagínea sincondrose entre a clavícula e a escápula acromioclavicular 17 sinovial plana entre os processos articulares das vértebras 18 sinovial plana entre as costelas e as vértebras costovertebral 19 sinoviais planas entre o úmero e a ulna no cotovelo umeroulnar 20 sinovial gínglimo entre a tíbia e o tarso talocrural 21 sinovial gínglimo entre a ulna e o rádio radiulnar 22 sinovial trocóidea entre o áxis e o atlas atlantoaxial mediana 23 sinovial trocóidea entre o rádio e o carpo radiocarpal 24 sinovial elipsóidea entre o trapézio e o 1º metacarpal carpometacarpal do polegar 25 sinovial selar entre o úmero e a escápula ombro (glenoumeral) 26 sinovial esferóidea entre o fêmur e o osso do quadril quadril (coxofemoral) 27 sinovial esferóidea entre os ossos do carpo 28 sinovial plana entre os metacarpais e as falanges metacarpofalângica 29 sinovial elipsóidea Entre as falanges interfalângicas 30 sinovial gínglimo As articulações; do joelho, esternoclavicular, temporomandibular são exemplos de articulações sinoviais complexas e de difícil classificação, daí a não uniformidade entre os autores. Por coincidência apresentam a interposição de discos ou meniscos. Identifique os elementos de uma articulação sinovial cápsula articular membrana sinovial cartilagem articular ligamento menisco articular disco articular Ligamentos são estruturas geralmente em forma de fita constituídas de tecido conjuntivo denso que reforçam as articulações sinoviais. Podem ser intracapsulares quando se encontram no interior da cápsula articular, por exemplo, ligamentos cruzados do joelho, extracapsulares, quando se encontram por fora da cápsula articular, constituem a maioria e capsulares quando se encontram na própria cápsula. Identificar os seguintes ligamentos: Esqueleto apendicular Articulação esternoclavicular Ligamento interclavicular Ligamento esternoclavicular anterior O ligamento interclavicular situado sobre a incisura jugular do esterno une as duas extremidades das clavículas. O ligamento esternoclavicular anterior está situado na superfície anterior da articulação entre o esterno e a clavícula. Articulação acromioclavicular Ligamento coracoclavicular (ligs. conóide + trapezóide) O ligamento coracoclavicular é formado por duas partes: a) conóide, menor, mais medial, vai do tubérculo conóide da face inferior da clavícula à parte superior e posterior do processo coracóide e b) trapezóide, maior, vai da linha trapezóidea da face inferior da clavícula até o processo coracóide por diante e lateralmente ao conóide. Articulação do ombro Ligamento coracoumeral Ligamento coracoacromial O ligamento coracoumeral situado na parte superior da articulação do ombro é uma fita que liga o tubérculo maior do úmero à extremidade do processo coracóide. O ligamento coracoacromial embora ligue duas partes da escápula é importante na estabilização do ombro é largo, fixando-se na maior parte do processo coracóide atrás e lateralmente ao coracoclavicular e na extremidade do acrômio. Articulação do cotovelo Ligamento colateral ulnar Ligamento colateral radial Ligamento anular do rádio O ligamento colateral ulnar vai do epicôndilo medial do úmero à parte medial do processo coronóide e do olécrano da ulna. O ligamento colateral radial vai do epicôndilo lateral do úmero à parte lateral do processo coronóide e do olécrano e à cabeça do rádio onde se une ao ligamento anular do rádio, O ligamento anular do rádio envolve a cabeça do rádio unindo-a à incisura da ulna. Articulações da mão Ligamentos radiocarpais palmar e dorsal O ligamento radiocarpal palmar, direção oblíqua, vai do processo estilóide do rádio ao osso capitato. O ligamento radiocarpal dorsal, também oblíquo vai da margem inferior do rádio ao osso piramidal. Observação - A mão apresenta um número elevado de ligamentos, a maioria deles é de difícil visualização e dissecção, citamos estes por serem maiores e de melhor visualização. Articulação sacroilíaca Ligamento sacrotuberal Ligamento sacroespinal Ligamento sacrotuberal é uma faixa larga que vai da margem lateral e inferior do sacro ao túber isquiático. Ligamento sacroespinal vai da margem do sacro por dentro do ligamento sacrotuberal até a espinha isquiática. Articulação do quadril Ligamento da cabeça do fêmur Ligamentos iliofemoral, isquiofemoral, pubofemoral (é difícil individualiza-los) Ligamento da cabeça do fêmur é intracapsular liga à fóvea da cabeça do fêmur ao acetábulo. Ligamentos iliofemoral (superior), isquiofemoral (posterior) e pubofemoral (anterior) envolvem e reforçam a cápsula articular seus nomes indicam o trajeto que seguem Articulação do joelho Ligamento cruzado anterior - Ligamento cruzado posterior Ligamento colateral tibial - Ligamento colateral fibular Ligamento transverso do joelho Ligamentos meniscofemoral (anterior e posterior) Ligamento poplíteo (oblíquo e arqueado) Ligamento da patela Ligamento cruzado anterior é intracapsular cruza a fossa intercondilar vai do côndilo lateral do fêmur à parte medial e anterior do platô da tíbia. Ligamento cruzado posterior é intracapsular cruza a fossa intercondilar, mais largo, vai do côndilo medial do fêmur à parte lateral e posterior do platô da tíbia. Ligamento colateral tibial é uma faixa que vai do epicôndilo medial do fêmur até a parte superior da face medial da tíbia. Ligamento colateral fibular, mais estreito e menor, vai do epicôndilo lateral do fêmur à cabeça da fíbula. Ligamento transverso do joelho, intracapsular, é uma fita estreita horizontal que liga os meniscos pela frente. Ligamento meniscofemoral posterior, intracapsular, estreito, oblíquo liga a parte posterior do menisco lateral ao ligamento cruzado posterior. Ligamento meniscofemoral anterior também ligado ao menisco lateral situa-se entre os dois ligamentos cruzados. Ligamento da patela é a continuação do tendão do músculo quadríceps femoral que se fixa à tuberosidade anterior da tíbia. Ligamento poplíteos (arqueado e oblíquo) extracapsulares, inferiores e posteriores situam-se nas proximidades do tendões dos músculos semimembranáceo e poplíteo. Reforçam a superfície posterior da cápsula Funções dos meniscosna articulação do joelho 1- Dá estabilidade à articulação evitando sobrecarga nos ligamentos 2- Melhora a distribuição das pressões 3- Ameniza as pressões funcionando como almofada 4- Auxilia a nutrição da cartilagem 5- Melhora a distribuição do liquido sinovial. Articulação tibiofibular Ligamento tibiofibular (anterior, posterior) Ligamentos tibiofibulares anterior e posterior unem as extremidades inferiores dos dois ossos. O interior dessa articulação é ocupada por forte tecido fibroso interósseo que forma a sindesmose tibiofibulardistal Articulação do pé Ligamento colateral medial ou deltóideo Ligamento colateral lateral Ligamento deltóide liga o maléolo medial aos ossos tálus, navicular e cubóide, na realidade é uma reunião de pequenos ligamentos. Ligamento colateral lateral liga o maléolo lateral aos ossos tálus e calcâneo também é um conjunto de ligamentos Esqueleto axial Crânio: Os principais ligamentos da articulação temporomandibular são: lateral (para o processo zigomático, estilomandibular (para o processo estilóide), e esfenomandibular (para a espinha do esfenóide). Coluna vertebral Ligamento nucal Ligamento longitudinal anterior Ligamento longitudinal posterior Ligamento amarelo Ligamento interespinal Ligamento supra-espinal O ligamento nucal é uma larga faixa situada na linha mediana da região cervical posterior entre os músculos da nuca de ambos os lados. O ligamento longitudinal anterior é uma larga faixa que adere às faces anteriores dos corpos vertebrais e discos intervertebrais ao longo da coluna vertebral. O ligamento longitudinal é uma larga faixa que adere às faces posteriores dos corpos vertebrais e discos intervertebrais no interior do canal vertebral. O ligamento amarelo situa-se entre lâminas vertebrais vizinhas, ao longo da coluna vertebral. Os ligamentos interespinais encontram-se os processos espinhosos seqüenciais, ao longo da coluna vertebral. Os ligamentos supra-espinais ligam as extremidades dos processos espinhosos. Doenças articulares Artrite é a inflamação de uma articulação pode ser infecciosa (estafilococo), traumática, degenerativa, metabólica (ácido úrico). A sintomatologa característica é a presença de tumor (edema), calor, rubor e dor. As mais comuns são: Artrite reumatóide de causa auto-imune apresenta espessamento da membrana sinovial, aumento do líquido sinovial, desgaste da cartilagem articular e conseqüente incapacitação. Artrite gotosa de causa metabólica com aumento do ácido úrico no sangue que sob a forma de sais passa a se depositar nas articulações principalmente do pé, apresenta irritação da cartilagem articulae e membrana sinovial e conseqüente dor e inchaço. Osteoartrite é característica do envelhecimento articular com progressivo desgaste das cartilagens articulares. A limitação de movimentos e a dor são os principais achados. As articulações do joelho e do quadril são mais atingidas Artrose é a degeneração progressiva de uma articulação. As artroses mais comuns são: espondiloartrose da coluna vértebra, coxartrose do quadril e gonartrose do joelho. Os sintomas são: dor, rigidez articular, limitação dos movimentos e incapacidade funcional. Bursite é a inflamação de uma bolsa sinovial. A mais freqüente é a retroolecraniana. Apresenta dor que piora com a movimentação, rigidez do cotovelo e tumoração flácida atrás do cotovelo. Luxação é o deslocamento de superfícies articulares. Pode ser congênita, traumática ou espontânea por fragilidade ligamentar. Sintomas: Dor, dilacerante, que aumenta com o movimento. No local há deformidade. As mais freqüentes são: do quadril, do ombro e do cotovelo. Entorse é a lesão articular na qual os ligamentos podem estar mais ou menos atingidos. Os sintomas são: dor, pequeno inchaço, e incapacidade articular. Genu varum no qual os côndilos da tíbia se afastam um em relação ao outro “O”. Genu valgum no qual os côndilos da tíbia se aproximam um em relação ao outro “X”. MIOLOGIA Prof. Dr. Nader Wafae Miologia é o capítulo da anatomia que estuda os músculos. Conceito: Músculo é um conjunto de células especializadas, chamadas fibras musculares, cuja característica essencial é a contratilidade sob a ação de um estímulo, gerando um movimento. Etimologia: grego = mys - mio - músculo latim = mus - rato Classificação dos músculos: A) Esqueléticos (voluntários, estriados, vida de relação) B) Viscerais (involuntários, lisos, vida vegetativa) C) Cardíaco (involuntário e estriado) Características Esquelética Visceral Célula Alongada, multinucleada, citoplasma estriado fusiforme, uninucleada, citoplasma liso Inervação Sistema Nervoso Somático Sistema Nervoso Autônomo Localização Relação com o esqueleto Relação com as vísceras Função Locomoção movendo os ossos Movimento peristáltico visceral Contração Brusca Lenta Apresentação Isolados Camadas Músculos esqueléticos: Número de músculos do corpo: 501, mas varia de acordo com o critério para músculos pares ou ímpares. Partes: Ativa é a parte central carnosa avermelhada que se contrai (ventre, corpo) e Passiva são as partes periféricas esbranquiçadas não se contraem (tendínea ou tendão). Esta parte passiva compreende: Origem (é o ponto fixo, geralmente proximal, cabeça) e inserção (é o ponto móvel, geralmente distal, cauda) Critérios utilizados para dar nomes os músculos: Forma (trapézio); função (flexores dos dedos); localização (braquial); fixações: (coracobraquial) número de cabeças (bíceps); misto (pronador quadrado). Classificação dos músculos baseada no número de suas partes: Pelo número de origens: uníceps (maioria) bíceps, tríceps, quadríceps. Pelo número de ventres: univentre (maioria), biventre (digástrico), poliventre (reto do abdome). Pelo número de inserções: unicaudado ( maioria), bicaudado, policaudado (flexores dos dedos). Classificação dos músculos quanto à situação: Superficiais: quando situados sob a pele, afastados dos ossos; ex. músculos da expressão facial Profundos: quando situados sob a fáscia muscular, mais próximos dos ossos. ex. músculos dos membros. Classificação quanto à direção: Retilíneos: (a maioria) Reflexos: quando inicialmente seguem uma direção e depois formam um ângulo e mudam de direção (oblíquo superior do olho) Classificação quanto à forma: Longos: nos quais predomina o comprimento (bíceps); planos: nos quais predomina a largura (oblíquo externo do abdome); curtos: nos quais não há predomínio de dimensões (alguns músculos profundos da coluna vertebral). Classificação quanto à relação entre tendão e ventre do músculo: término-terminal: o tendão é plano e continuação direta da parte carnosa de músculos planos (oblíquo externo do abdome); término-lateral: o tendão e a parte carnosa formam um ângulo pode ser de apenas um lado do tendão (semipeniforme), ou nos dois lados (peniforme), ou o tendão envolve a parte final da parte carnosa ( fusiforme). intermediário: o músculo apresenta três tendões sendo um deles no meio do músculo (digástrico). Classificação quanto à função do músculo: Agonista ( é o músculo que realiza o movimento desejado); Antagonista (é o músculo que realiza o movimento contrário ao desejado); Sinergista ( é o músculo que auxilia o movimento desejado anulando movimentos indesejáveis de outros músculos que também participam do movimento); Fixadores (fixam articulações). Envolturas: Endomísio (tecido conjuntivo que envolve uma fibra muscular); Perimísio (tecido conjuntivo que envolve um fascículo - conjunto de fibras musculares); Epimísio (tecido conjuntivo que envolve todo o músculo); Fáscia profunda (tecido conjuntivo fibroso denso que envolve os músculos ligando os músculos entre si. Unidade motora: conjunto de fibras musculares estimuladas pela mesma célula nervosa. O músculo de movimentos mais delicados possui mais unidades motoras isto é menos fibras musculares por célula nervosa. O músculo de movimentos mais grosseiros possui menos unidades motoras isto é mais fibras musculares dependem de uma célula nervosa. MÚSCULOS DO ESQUELETO APENDICULAR Prof. Dr. Nader Wafae Músculos do ombro que atuam na articulaçãodo ombro e no braço DELTÓIDE Origem: parte clavicular - Terço lateral da clavícula parte acromial - Acrômio parte espinal - Espinha da escápula Inserção: Tuberosidade para o músculo deltóide (úmero) Inervação Nervo axilar, C5-C6 Ação: Abdução (parte acromial) - Adução e rotação medial (parte clavicular) - Extensão e rotação lateral (parte espinal) SUPRA-ESPINAL Origem: Fossa supra-espinal Inserção: Tubérculo maior Inervação: Nervo supra-escapular, C4-C6 Ação: Abdução INFRA-ESPINAL Origem: Fossa infra-espinal, margem inferior da espinha da escápula, Inserção: Tubérculo maior Inervação: Nervo supra-escapular, C5-C6 Ação: Rotação lateral SUBESCAPULAR Origem: Fossa subescapular Inserção: Tubérculo menor Inervação: Nervo subescapular, C5-C6 Ação: Rotação medial REDONDO MENOR Origem: Terço superior da margem lateral da escápula, Inserção: Tubérculo maior Inervação: Nervo axilar, C5-C6 Ação: Rotação lateral REDONDO MAIOR Origem: Ângulo inferior e margem lateral da escápula. Inserção: Tubérculo menor Inervação: Nervo subescapular, C5-C6 Ação: Adução BRAÇO Músculo do compartimento anterior do braço CORACOBRAQUIAL Origem Processo coracóide Inserção Face medial na parte média do úmero Inervação Nervo musculocutâneo, C5-C7 Ação: Flexão e adução BÍCEPS BRAQUIAL Origem Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal Cabeça curta: processo coracóide Inserção Tuberosidade do rádio Inervação Nervo musculocutâneo C5-C6 Ação: Flexão do braço, flexão e supinação do antebraço BRAQUIAL Origem: Dois terços distais da face anterior do úmero Inserção: Tuberosidade da ulna, processo coronóide Inervação: Nervo musculocutâneo, C5-C7, nervo radial, C5-C6 Ação: Flexão do antebraço Compartimento posterior do braço TRÍCEPS BRAQUIAL Origem Cabeça longa: tubérculo infraglenoidal Cabeça curta: superfície posterolateral do úmero Cabeça medial: dois terços distais e posteromedial do úmero Inserção Olécrano Inervação Nervo radial, C6-C8 Ação: Extensão do braço e do antebraço ANCÔNEO Origem: Superfície posterior do epicôndilo lateral do úmero. Inserção: Superfície lateral do olécrano, quarto posterior e proximal da ulna. Inervação: Nervo radial, C6-C8 Ação: Auxiliar do tríceps braquial na extensão do antebraço ANTEBRAÇO Compartimento anterior do antebraço PRONADOR REDONDO Origem: Cabeça umeral: epicôndilo medial do úmero. Cabeça ulnar: processo coronóide. Inserção: Tuberosidade para o músculo pronador, face lateral do rádio. Inervação: Nervo mediano C6-C7 Ação: Pronação e flexão do antebraço FLEXOR RADIAL DO CARPO Origem Epicôndilo medial do úmero. Inserção Face ventral das bases dos ossos metacarpais II e III. Inervação Nervo mediano, C6-C8. Ação: Flexão e abdução da mão PALMAR LONGO (inconstante, presente em 69% dos antebraços) Origem Epicôndilo medial do úmero. Inserção Aponeurose palmar. Inervação Nervo mediano, C7-T1. Ação irrelevante FLEXOR ULNAR DO CARPO Origem: Cabeça umeral: epicôndilo medial do úmero. Cabeça ulnar: olécrano, dois terços proximais da ulna. Inserção: Osso hamato, osso pisiforme, osso metacarpal V. Inervação: Nervo ulnar, C7-T1. Ação: Flexão e adução da mão FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS Origem Cabeça umeroulnar: epicôndilo medial, processo coronóide da ulna Cabeça radial: face anterior do rádio Inserção Base da falange média dos dedos II ao V Inervação Nervo mediano, C7-T1 Ação: Flexão da falange média FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS Origem Parte proximal da face anterior da ulna Inserção Face palmar da base das falanges distais dos dedos II ao V Inervação Nervo mediano (ramo interósseo anterior) - parte lateral, C5-T1 Nervo ulnar - parte medial, C8-T1. Ação: Flexão das falanges distais FLEXOR LONGO DO POLEGAR Origem: Face anterior da parte média do rádio, processo coronóide da ulna Inserção: Face anterior (palmar) da base da falange distal do polegar. Inervação: Nervo interósseo anterior do nervo mediano, C7-T1. Ação: Flexão da falange distal do polegar PRONADOR QUADRADO Origem: Quarto distal da face anterior da ulna. Inserção: Quarto distal da face anterior do rádio. Inervação: Nervo interósseo anterior, ramo do nervo mediano C6-T1 Ação: Pronação do antebraço Compartimento lateral do antebraço BRAQUIORRADIAL Origem Crista supracondilar lateral do úmero Inserção Face lateral do rádio, base do processo estilóide do rádio Inervação Nervo radial, C5-C6 Ação: Flexão do antebraço EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO Origem Crista supracondilar lateral. Inserção Face dorsal da base do osso metacarpal II . Inervação Nervo radial C6-C7 Ação: Extensão e abdução da mão EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO Origem Epicôndilo lateral do úmero. Inserção Face dorsal da base do osso metacarpal II . Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C7. Ação: Extensão e abdução da mão Compartimento posterior do antebraço SUPINADOR Origem: Epicôndilo lateral do úmero, Crista do músculo supinador. Inserção: Terço proximal do rádio . Inervação: Nervo radial, ramo profundo C5-C6 Ação: Supinação do antebraço ABDUTOR LONGO DO POLEGAR Origem Terço médio da face posterior do rádio, dois terços distais da face posterior da ulna Inserção Face lateral da base do osso metacarpal I. Inervação Nervo radial, ramo profundo C6-C8. Ação: Abdução do metacarpal I EXTENSOR CURTO DO POLEGAR Origem Terço distal da face posterior do rádio Inserção Face dorsal da base da falange proximal do polegar Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação: Estende a falange proximal do polegar EXTENSOR LONGO DO POLEGAR Origem Parte média da face dorsal da ulna Inserção Face dorsal da base da falange distal do polegar Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação Estende a falange distal do polegar EXTENSOR ULNAR DO CARPO Origem Cabeça umeral: epicôndilo lateral do úmero Cabeça ulnar: parte dorsal da ulna. Inserção Face dorsal do osso metacarpal V. Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação: Abdução e adução do antebraço EXTENSOR DOS DEDOS Origem Epicôndilo lateral do úmero, ligamento colateral ulnar Inserção Os quatro tendões se separam no dorso da mão e se inserem nas faces dorsais dos dedos II ao V - uma parte na base das falanges médias, outra parte na base da falange distal. Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação: Extensão das falanges proximais dos dedos EXTENSOR DO INDICADOR Origem Metade distal da face posterior da ulna Inserção Face medial da aponeurose dorsal do indicador Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação: Extensão da falange proximal do dedo indicador EXTENSOR DO DEDO MÍNIMO Origem Epicôndilo lateral do úmero Inserção Aponeurose dorsal do dedo mínimo Inervação Nervo radial, ramo profundo, C6-C8. Ação: Extensão da falange proximal do dedo mínimo Mão LUMBRICAIS 1 A 4 Origem Tendões do flexor profundo dos dedos Inserção Expansões extensoras na face lateral (radial) de cada dedo Inervação Mm. lumbricais 1 e 2: nervo mediano, C8-T1 Mm. lumbricais 3 e 4: nervo ulnar, C8-T1 Ação: Flexão das falanges proximais, extensão das falanges médias e distais. INTERÓSSEOS PALMARES 1 A 3 Origem M. interósseo palmar 1: face medialdo osso metacarpal II. M. interósseo palmar 2: face lateral do osso metacarpal IV M. interósseo palmar 3: face lateral do osso metacarpal V Inserção Expansões extensoras das falanges proximais dos dedos II, IV e V Inervação Nervo ulnar, ramo profundo, C8 - T1. Ação: Adução dos dedos, Flexão das falanges proximais, extensão das falanges médias e distais. INTERÓSSEOS DORSAIS 1 A 4 Origem Faces mediais e laterais de dois ossos metacarpais contíguos. Inserção Face lateral da base da falange proximal do indicador. Faces lateral e medial do dedo III Face medial do dedo IV Expansões extensoras dos dedos II - IV Inervação Nervo ulnar, ramo profundo, C8 - T1. Ação: Abdução dos dedos, flexão das falanges proximais, extensão das falanges médias e distais. Eminência Tenar ABDUTOR CURTO DO POLEGAR Origem Tubérculo do escafóide, osso trapézio Inserção Face lateral da base da falange proximal do polegar. Inervação Nervo mediano C7-T1. Ação: Abdução do polegar FLEXOR CURTO DO POLEGAR Origem Cabeça superficial: osso trapézio Cabeça profunda: osso trapezóide, osso capitato. Inserção Face lateral da base da falange proximal do polegar. Inervação Cabeça superficial: Nervo mediano, C7-T1 Cabeça profunda: Nervo ulnar, C7-T1. Ação: Flexão da falange proximal do polegar OPONENTE DO POLEGAR Origem Osso trapézio, retináculo dos músculos flexores. Inserção Face lateral da diáfise do osso metacarpal I. Inervação Nervo mediano, C7 - T1. Ação: Oposição do polegar aos demais dedos ADUTOR DO POLEGAR Origem Cabeça oblíqua: osso capitato, base do osso metacarpal II e III. Cabeça transversa: dois terços proximais da face palmar do osso metacarpal III. Inserção Osso sesamóide medial na articulação carpometacarpal do polegar Inervação Nervo ulnar, ramo profundo, C8 - T1. Ação: Adução do polegar Eminência hipotenar FLEXOR CURTO DO DEDO MÍNIMO Origem Osso hamato Inserção Margem medial da base da falange proximal V. Inervação Nervo ulnar, ramo profundo, C8-T1. Ação: Flexor da falange proximal ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO Origem Osso pisiforme, tendão do músculo flexor ulnar do carpo Inserção Margem medial da base da falange proximal V e expansão extensora do dedo mínimo. Inervação Nervo ulnar, ramo profundo, C8 - T1. Ação: Abdução do dedo mínimo OPONENTE DO DEDO MÍNIMO Origem Hâmulo do osso hamato, retináculo dos músculos flexores. Inserção Face medial do osso metacarpal V. Inervação Nervo ulnar, ramo profundo C8 - T1. Ação: Oposição juntamente com o polegar PALMAR CURTO Origem Aponeurose palmar, retináculo dos músculos flexores. Inserção Pele do lado medial (ulnar) da palma da mão. Inervação Nervo ulnar, ramo superficial C7 - T1. Ação irrelevante Roteiro prático: Identificar os músculos do membro superior Ombro: Deltóide Supra-espinal Infra-espinal Subescapular Redondo maior Redondo menor Braço: Anteriores: Bíceps braquial Coracobraquial Braquial Posteriores: Tríceps braquial Ancôneo Antebraço: Anteriores: Pronador redondo Flexor radial do carpo Palmar longo Flexor ulnar do carpo Flexor superficial dos dedos Flexor profundo dos dedos Flexor longo do polegar Pronador quadrado Laterais Braquiorradial Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do carpo Posteriores: Extensor ulnar do carpo Extensor dos dedos Extensor do indicador Extensor do dedo mínimo Supinador Abdutor longo do polegar Extensor longo do polegar Extensor curto do polegar Mão: Eminência tenar : Abdutor curto do polegar, Flexor curto do polegar, Oponente do polegar e Adutor do polegar Eminência hipotenar : Abdutor do dedo mínimo, Flexor curto do dedo mínimo e Oponente do dedo mínimo Palma da mão: 3 interósseos palmares e 4 lumbricais Dorso da mão: 4 interósseos dorsais Principais ações dos músculos do membro superior Flexão do braço: deltóide (parte clavicular), bíceps braquial, coracobraquial Extensão do braço: deltóide (parte espinal), tríceps braquial, redondo maior Adução do braço: redondo maior, redondo menor, coracobraquial Abdução do braço: deltóide (parte acromial), supra-espinal Rotação medial: subescapular, redondo maior, Rotação lateral: redondo menor, infra-espinal, supra-espinal Flexão do antebraço: braquial, bíceps braquial, braquiorradial, pronador redondo Extensão de antebraço: tríceps braquial, ancôneo Pronação (rotação medial) pronador redondo, pronador quadrado Supinação (rotação lateral) supinador, bíceps braquial Flexão da mão: flexor ulnar do carpo, flexor radial do carpo Extensão da mão: extensores radiais longo e curto do carpo, extensor ulnar do carpo Adução da mão: flexor ulnar do carpo, extensor ulnar do carpo Abdução da mão: flexor radial do carpo, extensores radiais longo e curto do carpo Flexão da falange proximal: interósseos (palmares e dorsais) e lumbricais Flexão da falange média: flexor superficial dos dedos Flexão da falange distal: flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar Extensão das falanges média e distal: interósseos (palmares e dorsais) e lumbricais Extensão da falange proximal dos dedos: extensor dos dedos Extensão da falange distal do polegar: extensor longo do polegar Extensão da falange proximal do polegar: extensor curto do polegar Adução dos dedos: interósseos palmares Abdução dos dedos: interósseos dorsais Músculos do membro inferior Músculos do quadril GLÚTEO MÁXIMO Origem Face posterior do sacro, aponeurose toracolombar, ligamento sacrotuberal, face glútea do ílio, espinha ilíaca póstero-superior Inserção Parte superior: trato iliotibial Parte inferior: tuberosidade glútea Inervação Nervo glúteo inferior, L5-S2 Ação Extensão do quadril e da coxa, rotação lateral da coxa GLÚTEO MÉDIO Origem Asa do ílio entre as linhas glúteas anterior e posterior Inserção Trocanter maior Inervação Nervo glúteo superior, L4-S1 Ação Abdução e rotação medial da coxa GLÚTEO MÍNIMO Origem Asa do ílio entre as linhas glúteas anterior e posterior Inserção Trocanter maior Inervação Nervo glúteo superior, L4-S1 Ação Abdução e rotação medial da coxa PIRIFORME Origem Face pélvica do sacro Inserção Limite superior do trocanter maior Inervação Nervo isquiático ou ramos diretos do plexo sacral, L5-S2 Ação Rotação lateral e abdução da coxa GÊMEO SUPERIOR Origem Espinha isquiática Inserção Fossa trocantérica Inervação Ramos diretos do plexo sacral, L5-S2 Ação Rotação lateral da coxa OBTURADOR INTERNO Origem Margem do forame obturado (face medial) Inserção Fossa trocantérica Inervação Nervo do músculo obturador interno, L5-S2 Ação Rotação lateral da coxa GÊMEO INFERIOR Origem Tuberosidade isquiática Inserção Fossa trocantérica Inervação Nervo do músculo obturador interno ou nervo do músculo quadrado femoral ou nervo pudendo ou nervo isquiático, L5-S2 Ação Rotação lateral da coxa QUADRADO FEMORAL Origem Margem lateral do túber isquiático Inserção Crista intertrocantérica Inervação Nervo do músculo quadrado femoral, raramente também pelo nervo isquiático, L5-S2 Ação Rotação lateral da coxaTENSOR DA FÁSCIA LATA Origem Crista ilíaca, próximo à espinha ilíaca ântero-superior Inserção Trato iliotibial, altura do terço médio do fêmur Inervação Nervo glúteo superior, L4-L5 Ação Flexão e rotação medial da coxa Compartimento anterior da coxa ILIOPSOAS Origem M. ilíaco: fossa ilíaca, espinha ilíaca ântero-inferior, ligamento iliolombar, ligamento sacroilíaco anterior. M. psoas maior: faces laterais dos corpos vertebrais TXII à LV, processo costiforme LI à LV Inserção Parte distal do trocanter menor Inervação M. ilíaco: nervo femoral, L2-L3. M. psoas: ramos ventrais do plexo lombar, L2-L4. Ação Flexão da coxa PECTÍNEO Origem Eminência iliopúbica Inserção Linha pectínea do fêmur, parte distal do trocanter menor Inervação Nervo femoral, L2-L3 Nervo obturatório, ramo anterior, L3 Ação Adução e flexão da coxa QUADRÍCEPS FEMORAL Origem M. reto femoral, cabeça reta: espinha ilíaca ântero-inferior M. reto femoral, cabeça reflexa: sulco supra-acetabular M. vasto lateral: linha áspera, trocanter maior, linha intertrocantérica. M. vasto medial: linha áspera, linha intertrocantérica. M. vasto intermédio: dois terços superiores da diáfise do fêmur. Inserção Tuberosidade da tíbia através do ligamento da patela. Inervação Nervo femoral, L2-L4. Ação Extensão da perna, o reto femoral é também flexor da coxa SARTÓRIO Origem Espinha ilíaca ântero-superior. Inserção Face medial proximal da tíbia através da pata de ganso (pes anserinus). Inervação Nervo femoral, L2-L3. Ação Flexão da coxa e da perna Compartimento Medial da Coxa GRÁCIL Origem Ramo inferior do púbis Inserção Extremidade proximal da tíbia, logo abaixo do epicôndilo medial. Inervação Nervo obturatório, ramo anterior, L2-L4 Ação Adução da coxa ADUTOR LONGO Origem Ramo superior do púbis Inserção Lábio medial da linha áspera (terço médio) Inervação Nervo obturatório, ramo anterior, L2-L4 Ação Adução da coxa ADUTOR CURTO Origem Ramo inferior do púbis Inserção Lábio medial da parte superior da linha áspera Inervação Nervo obturatório, ramo anterior, L2-L4 Ação Adução da coxa ADUTOR MAGNO Origem Ramo inferior do púbis, ramo do ísquio, túber isquiático Inserção Parte anterior: linha áspera do fêmur Parte posterior: tubérculo do adutor Inervação Parte anterior: nervo obturatório, L2-L4 Parte posterior: nervo isquiático, L4-S1 Ação Adução da coxa, a parte extensora estende a coxa Compartimento posterior da coxa BÍCEPS FEMORAL Origem Cabeça longa: túber isquiático e ligamento sacrotuberal. Cabeça curta: linha áspera, septo intermuscular lateral. Inserção Face lateral da cabeça da fíbula, côndilo lateral da tíbia. Inervação Cabeça longa: nervo isquiático, parte tibial, L5-S2 Ação Extensão da coxa e flexão da perna; rotação lateral SEMIMEMBRANÁCEO Origem Túber isquiático, parte proximal e lateral do tendão comum. Inserção Parte póstero-medial do côndilo medial da tíbia. Inervação Nervo isquiático, parte tibial, L5-S2 Ação Extensão da coxa e flexão da perna SEMITENDÍNEO Origem Túber isquiático Inserção Face medial proximal da tíbia através da pata de ganso (pes anserinus). Inervação Nervo isquiático, parte tibial, L5-S2 Ação Extensão da coxa e flexão da perna; rotação medial POPLÍTEO Origem Côndilo lateral do fêmur, Menisco lateral Inserção Face posterior do terço proximal da tíbia. Inervação Nervo tibial, L5-S1 Ação Flexão da perna, rotação medial da perna Compartimento anterior da perna TIBIAL ANTERIOR Origem Côndilo lateral da tíbia, metade proximal lateral da tíbia, septo intermuscular lateral. Inserção Face medial e plantar do osso cuneiforme medial Base do osso metatarsal I. Inervação Nervo fibular profundo, L4-L5 Ação Dorsiflexão e inversão do pé EXTENSOR LONGO DO HÁLUX Origem Terço médio da face anterior da fíbula Inserção Face dorsal da falange distal do hálux Inervação Nervo fibular profundo, L5-S1 Ação Extensão do hálux. EXTENSOR LONGO DOS DEDOS Origem Epicôndilo lateral da tíbia, três quartos proximais da face anterior da fíbula, septo intermuscular anterior Inserção Por quatro tendões sobre as aponeuroses dorsais dos dedos II - V (falanges média e distal) Inervação Nervo fibular profundo, L5-S1 Ação Extensão dos dedos. Dorsiflexão e inversão do pé FIBULAR TERCEIRO (presente em 90% das pernas) Origem Terço distal da fíbula Inserção Face dorsal da base do osso metatarsal V. Inervação Nervo fibular profundo, L5-S1. Ação Dorsiflexão e eversão do pé Compartimento lateral da perna FIBULAR LONGO Origem Côndilo lateral da tíbia, dois terços distais da fíbula. Septo intermuscular da perna. Inserção Base do osso metatarsal I, osso cuneiforme medial Inervação Nervo fibular superficial L5-S1. Ação Flexão plantar e eversão do pé FIBULAR CURTO Origem Dois terços distais da fíbula, septo intermuscular da perna. Inserção Tuberosidade do osso metatarsal V. Inervação Nervo fibular superficial, S1. Ação Eversão do pé Compartimento posterior da perna GASTROCNÊMIOS Origem Côndilos medial e lateral do fêmur. Inserção Partes superior e medial da tuberosidade do calcâneo. Inervação Nervo tibial, S1-S2 Ação Flexão da perna e plantar do pé; inversão do pé SÓLEO Origem Terço posterior e proximal da fíbula, terço médio da tíbia. Arco tendíneo do músculo sóleo Inserção Parte superior e medial da tuberosidade do calcâneo. Inervação Nervo tibial, S1-S2 Ação Flexão plantar do pé; inversão do pé PLANTAR Origem Face poplítea e epicôndilo lateral do fêmur . Inserção Partes superior e medial da tuberosidade do calcâneo. Inervação Nervo tibial, S1-S2 Ação Irrelevante FLEXOR LONGO DO HÁLUX Origem Dois terços distais da face posterior da fíbula. inserção Falange distal do hálux. Inervação Nervo tibial, L5-S2 Ação Flexão da falange distal do hálux TIBIAL POSTERIOR Origem Dois terços proximais da face posterior da tíbia e medial da fíbula. Inserção Osso navicular, osso cuneiforme, osso cubóide, osso metatarsal II-IV Inervação Nervo tibial, S1-S2 Ação Inversão do pé FLEXOR LONGO DOS DEDOS Origem Face dorsal da tíbia. Inserção Falange distal dos dedos II-V. Inervação Nervo tibial, L5-S2 Ação Flexão das falanges distais dos dedos Dorso do pé EXTENSOR CURTO DOS DEDOS Origem Face súpero-lateral do calcâneo Inserção Aponeurose dorsal dos dedos II - IV Inervação Nervo fibular profundo, L5-S1 Ação Extensão dos dedos EXTENSOR CURTO DO HÁLUX Origem Face dorsolateral do calcâneo, seio do tarso Inserção Falange proximal do hálux Inervação Nervo fibular profundo, L5-S1 Ação Extensão da falange proximal do hálux Planta do pé ABDUTOR DO HÁLUX Origem Parte medial da tuberosidade do calcâneo Inserção Falange proximal do hálux. Inervação Nervo plantar medial, S1-S2 Ação Abdução do hálux FLEXOR CURTO DOS DEDOS Origem Face plantar da tuberosidade do calcâneo. Inserção Falange média dos dedos II-V. Inervação Nervo plantar medial, S1-S2 Ação Flexão das falanges média e proximal dos dedos ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO Origem Processo lateral da tuberosidade do calcâneo Inserção Face lateral da falange proximal do dedo mínimo. Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Abdução do dedo mínimo QUADRADO PLANTAR Origem Face plantar do calcâneo, ligamento plantar longo Inserção Margem lateral domúsculo flexor longo a frente da divisão de seus tendões terminais. Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Flexão falanges proximais MÚSCULOS LUMBRICAIS DO PÉ 1 A 4 Origem Tendões do músculo flexor longo dos dedos Inserção Falanges proximais dos dedos II ao IV, aponeuroses dorsais desses dedos Inervação M. lumbrical I: nervo plantar medial, S1-S2 Mm. lumbricais II ao IV: nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Flexão dos dedos FLEXOR CURTO DO HÁLUX Origem Cabeça medial e cabeça lateral: face plantar dos ossos cuneiformes, ligamento calcaneocubóideo plantar, ligamento plantar longo, tendão do músculo tibial posterior. Inserção Cabeça medial: base da falange proximal do hálux, osso sesamóide medial. Cabeça lateral: base da falange proximal do hálux, osso sesamóide lateral. Inervação Cabeça medial: nervo plantar medial, S1-S3 Cabeça lateral: nervo plantar lateral, S1-S3 Ação Flexão da falange proximal do hálux ADUTOR DO HÁLUX Origem Cabeça oblíqua: osso cubóide, osso cuneiforme lateral, ligamento calcaneocubóideo plantar, ligamento plantar longo. Cabeça transversa: cápsula das articulações metatarsofalângicas III e V, ligamento metatarsal transverso profundo. Inserção Falange proximal e osso sesamóide lateral do hálux. Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Adução e flexão do hálux FLEXOR CURTO DO DEDO MÍNIMO Origem Base do osso metatarsal V, Ligamento plantar longo Inserção Falange proximal do dedo mínimo Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Flexor da falange proximal do dedo mínimo INTERÓSSEOS PLANTARES 1 A 3 Origem Base da face medial dos ossos metatarsais III-V Inserção Parte medial da falange proximal dos dedos III-V Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Flexão e adução dos dedos INTERÓSSEOS DORSAIS 1 A 4 Origem Cada músculo se insere em ossos metatarsais adjacentes Inserção Face lateral da falange proximal dos dedos II ao IV, face medial do dedo II Inervação Nervo plantar lateral, S2-S3 Ação Flexão e abdução dos dedos Roteiro prático: identificar os músculos do membro inferior Quadril: Glúteo máximo Glúteo médio, Glúteo mínimo Tensor da fáscia lata Piriforme Gêmeo superior Obturador interno (tendão) Gêmeo inferior Quadrado femoral. Coxa: Anteriores: Iliopsoas Sartório Quadríceps femoral (reto femoral, vasto intermédio, vasto lateral, vasto medial) Pectíneo Mediais: Grácil Adutor longo Adutor curto Adutor magno Posteriores: Semitendíneo Semimembranáceo Bíceps femoral Perna: Anteriores: Tibial anterior Extensor longo dos dedos, Extensor longo do hálux Fibular terceiro Laterais: Fibular longo Fibular curto Posteriores: Tríceps sural (gastrocnêmios medial e lateral, sóleo) Tibial posterior Flexor longos dos dedos Flexor longo do hálux plantar Pé: Dorsais: extensor curto dos dedos, extensor curto do hálux, interósseos dorsais Plantares: camada inferior: abdutor do dedo mínimo, flexor curto dos dedos abdutor do hálux; camada média inferior: quadrado plantar, lumbricais; camada média superior: flexor curto do hálux, adutor do hálux, flexor curto do dedo mínimo; camada superior: interósseos plantares. ação dos músculos do membro inferior Flexão da coxa: iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata, reto femoral, pectíneo Extensão da coxa: glúteo máximo, bíceps femoral, semitendíneo, semimembranáceo, parte extensora do adutor magno. Adução da coxa: adutores longo, curto e magno (parte adutora), grácil, pectíneo Abdução da coxa: glúteos médio e mínimo, piriforme Rotação medial da coxa: glúteos médio e mínimo, tensor da fáscia lata, semitendíneo Rotação lateral da coxa: glúteo máximo, piriforme, obturador interno, gêmeos, quadrado femoral. Flexão da perna: bíceps femoral, semitendíneo, semimembranáceo, sartório, poplíteo Extensão da perna: quadríceps femoral Flexão dorsal do pé: tibial anterior, extensores longos dos dedos, fibular Flexão plantar do pé: tríceps sural, fibular longo Inversão do pé: tibiais anterior e posterior Eversão do pé: fibulares longo, curto e terceiro Extensão das falanges: extensores longos e curtos dos dedos e do hálux Flexão das falanges: flexores longos e curtos dos dedos e do hálux, lumbricais, interósseos plantares e dorsais. quadrado plantar Adução dos dedos: adutor do hálux, interósseos plantares Abdução dos dedos: abdutores do hálux e do dedo mínimo, interósseos dorsais Músculos do Esqueleto Axial: Professor Dr. Nader Wafae MÚSCULOS DA CABEÇA Os músculos da cabeça dividem-se em vários grupos: músculos da expressão facial, músculos da mastigação, músculos extrínsecos do bulbo do olho, músculos dos ossículos da audição, músculos do couro cabeludo, músculos da orelha, músculos da faringe, músculos da língua e músculos da nuca. Músculos da expressão facial: Características: são músculos superficiais situados sob a pele da face tendo pelo menos uma fixação na pele e outra podendo ser óssea ou muscular, portanto não se destinam a gerar movimentos e são os responsáveis pelas expressões faciais de dor, alegria, angústia, satisfação, e etc. Podemos dividi-los em patamares superior, médio e inferior. No patamar superior encontram-se os músculos da órbita e do nariz : ORBICULAR DO OLHO, osso frontal, músculo esfinctérico, circular, que circunda a órbita, fecha as pálpebras. CORRUGADOR DO SUPERCÍLIO, osso frontal, situado acima do anterior, aproxima os supercílios. PRÓCERO, osso nasal, pele entre os supercílios, enruga a testa NASAL, contorna o dorso do nariz transversalmente; auxilia a dilatar as narinas No patamar médio encontram-se os músculos da boca ORBICULAR DA BOCA, músculo esfinctérico, fecha os lábios ZIGOMÁTICOS MAIOR E MENOR, osso zigomático, levam o ângulo da boca para cima e lateralmente LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR E DA ASA DO NARIZ: maxila, levanta o lábio superior e dilata a narina. LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR: maxila, levanta e everte o lábio superior LEVANTADOR DO ÂNGULO DA BOCA: eleva o ângulo da boca RISÓRIO: masseter, leva o ângulo da boca lateralmente BUCINADOR, mandíbula e maxila. Tensor das bochechas durante a mastigação impede que o alimento saia do interior da boca e fique entre os dentes e a bochecha. No patamar inferior encontram-se os músculos mais inferiores ABAIXADOR DO ÂNGULO DA BOCA: mandíbula, leva o ângulo da boca para baixo e para o lado. ABAIXADOR DO LÁBIO INFERIOR: mandíbula, abaixa o lábio inferior MENTUAL: mandíbula e pele do mento, eleva a pele do mento. Músculos da mastigação: MASSETER: arco zigomático, ramo da mandíbula. Levanta a mandíbula TEMPORAL: fossa temporal, processo coronóide da mandíbula. Levanta a mandíbula PTERIGÓIDEO MEDIAL: processo pterigóide do esfenóide, ramo da mandíbula. Levanta a mandíbula. PTERIGÓIDEO LATERAL: processo pterigóide do esfenóide, processo condilar da mandíbula. Protrai e movimenta lateralmente a mandíbula. Músculos extrínsecos do bulbo do olho RETO MEDIAL, RETO LATERAL, RETO SUPERIOR, RETO INFERIOR, OBLÍQUO SUPERIOR, OBLÍQUO INFERIOR E LEVANTADOR DA PÁLPEBRA SUPERIOR, serão estudados juntamente com o bulbo do olho, Músculos dos ossículos da audição TENSOR DO TÍMPANO e MÚSCULO DO ESTAPÉDIO, serão estudados juntamente com as orelhas. Músculos do couro cabeludo MÚSCULO EPICRÂNICO formado pelos músculos OCCIPITOFRONTAL (occipital e frontal), Temporoparietal e pela aponeurose epicrânica.O m. occipital ocupa a escama do osso occipital, o m. frontal não tem inserção óssea. Movimentam o couro cabeludo. O temporoparietal, pequeno insere-se na pele e fáscia temporal acima e na frente da orelha externa. Músculos da orelha São os pequenos músculos superficiais: AURICULARES ANTERIOR, POSTERIOR e SUPERIOR. Músculos da faringe Podem ser constritores e levantadores. Serão estudados no sistema digestório. Músculos da língua Podem ser intrínsecos (longitudinais superior e inferior, transverso, vertical) e extrínsecos (genioglosso, hioglosso, condroglosso, estiloglosso, palatoglosso). Serão estudados no sistema digestório. Músculos da nuca Serão vistos ainda neste capítulo no estudo dos músculos do dorso. MÚSCULOS DO PESCOÇO: PLATISMA é um músculo superficial que ocupa grande parte do pescoço se insere na pele sobre os músculos deltóide e peitoral maior e na mandíbula. Ação: eleva e puxa a pele do pescoço para a frente ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO: Origem: Cabeça esternal: manúbrio do esterno Cabeça clavicular: terço medial da clavícula Inserção: Processo mastóide Inervação: Nervo acessório (XI), plexo cervical, C2 Ação: Juntos: flexionam a coluna cervical e a cabeça. Isoladamente: inclinam a cabeça e a coluna cervical para o mesmo lado e rodam a cabeça para o lado oposto. São acessórios da inspiração forçada. Músculos supra-hióideos, de modo geral elevam o osso hióide: DIGÁSTRICO: Origem: Ventre posterior: processo mastóide Inserção: Ventre anterior: margem inferior da mandíbula Inervação: Ventre anterior: nervo mandibular. Ventre posterior: nervo facial. Ação: abaixam a mandíbula quando se abre a boca e levantam o hióide quando se deglute. MILO-HIÓIDEO: Origem: Linha milo-hióidea na face interna da mandíbula Inserção: Margem superior do corpo do osso hióide Inervação: Nervo milo-hióideo, ramo do nervo mandibular. Ação: abaixam a mandíbula e levantam o soalho da boca e a língua ajudando a deglutição. GENIO-HIÓIDEO: Origem: Espinha geniana na mandíbula Inserção: Face anterior do corpo do osso hióide Inervação: Alça cervical, C1-C2 Ação: semelhante ao milo-hióideo ESTILO-HIÓIDEO: Origem: Processo estilóide do osso temporal Inserção: Margem lateral do corpo do osso hióide Inervação: Nervo facial. Ação: puxam o osso hióide para trás. Músculos infra-hióideos em forma de fita, de modo geral abaixam o osso hióide. OMO-HIÓIDEO: Origem: Margem superior da escápula Inserção: Corpo do osso hióide Inervação: Alça cervical, C1-C4 ESTERNO-HIÓIDEO: Origem: Parte medial da clavícula, face posterior do manúbrio do esterno. Inserção: Corpo do osso hióide Inervação: Alça cervical, C1-C4 Ação: Abaixa o osso hióide. TIREO-HIÓIDEO: Origem: Linha oblíqua da cartilagem tireóidea Terminação: Corno maior do osso hióide Inervação: Alça cervical, C1-C4 Ação: Levanta a laringe ESTERNOTIREÓIDEO: Origem: Face posterior do manúbrio do esterno, face posterior da 1ª cartilagem costal Terminação: Linha oblíqua da cartilagem tireóidea Inervação: Alça cervical, C1-C4 Ação: Abaixa a laringe e o soalho da boca concluída a deglutição Músculos escalenos: Flexão lateral da coluna cervical (pescoço), acessórios da inspiração forçada. ESCALENO ANTERIOR: Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos da 3ª à 6ª vértebra cervical Inserção: Tubérculo do músculo escaleno anterior sobre a 1ª costela Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinais C5-C8 ESCALENO MÉDIO: Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos da 2ª à 7ª vértebra cervical Inserção: 1ª costela, posteriormente ao sulco da artéria subclávia Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinais, C4-C8 ESCALENO POSTERIOR: Nem sempre está presente. Origem: Tubérculos anteriores dos processos transversos da 5ª e 6ª vértebras cervicais Inserção: Margem superior da 2ª costela Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinais, C7-C8 MÚSCULOS PRÉ-VERTEBRAIS: Ação flexão da coluna cervical (pescoço) e da cabeça. MÚSCULOS LONGOS DA CABEÇA E DO PESCOÇO: occipital; vértebras cervicais (corpos e processos transversos). MÚSCULOS RETOS ANTERIORES: occipital; atlas. MÚSCULOS DO TÓRAX PEITORAL MAIOR: Origem Esterno, 6 costela e cartilagens costais superiores, metade medial da clavícula Inserção Crista do tubérculo maior Inervação Nervos peitorais medial e lateral, C8-T1 Ação: Flexão, adução e rotação medial do braço. PEITORAL MENOR: Origem 3ª à 5ª costela Inserção Processo coracóide Inervação Nervos peitorais medial e lateral, C6-C8 Ação: Abaixa a escápula. SERRÁTIL ANTERIOR: Origem 1ª à 9ª costela Inserção Margem medial da escápula Inervação Nervo torácico longo, C5-C7 Ação: abdução do braço Obs. A atrofia do músculo serrátil anterior o afasta da parede torácica, consequentemente a escápula se desloca lateralmente constituindo o que chamamos de escápula alada pela semelhança com uma asa. SUBCLÁVIO: Origem e inserção: clavícula e primeira costela Os músculos que atuam na respiração: transverso do tórax, intercostais internos e externos, diafragma, subcostais e levantadores das costelas (serão estudados no sistema respiratório) MÚSCULOS DO ABDOME RETO DO ABDOME: Origem Face anterior da 5ª à 7ª cartilagem costal, processo xifóide. Terminação Crista púbica Sínfise púbica Inervação Nervos intercostais, T5-T11; Nervo subcostal, T12; Nervo ilio-hipogástrico, T12-L1; Nervo ilioinguinal, L1 Ação Flexão da parte torácica da coluna vertebral. Estabiliza a pelve. OBLÍQUO EXTERNO DO ABDOME: Origem Margem inferior e face anterior da 5ª à 12ª costelas. Terminação Tubérculo púbico, crista púbica, lábio externo a crista ilíaca, ligamento inguinal, linha alba. Inervação Nervos intercostais, T5-T11; Nervo subcostal, T12; Nervo ilio-hipogástrico, T12-L1; Nervo ilioinguinal, L1 Ação Rotação do tórax em relação à pelve do lado oposto, flexão da coluna vertebral na contração bilateral. Juntamente com os outros músculos do abdome, promove a compressão da parede abdominal em particular durante o parto, a micção, vômito, tosse e a defecação. Na contração bilateral, a parte superior abaixa as costelas na expiração forçada. OBLÍQUO INTERNO DO ABDOME: Origem Ligamento inguinal, crista ilíaca, aponeurose toracolombar. Terminação Crista púbica, cartilagens costais da 9ª à 12ª costelas, linha alba através da bainha dos músculos retos do abdome. Inervação Nervos intercostais, T5-T11; Nervo subcostal, T12; Nervo ilio-hipogástrico, T12-L1; Nervo ilioinguinal, L1 Ação Na contração unilateral, rotação do tórax para o mesmo lado, na contração bilateral, flexão da coluna vertebral. o bilateral. Juntamente com os outros músculos do abdome, promove a compressão da parede abdominal em particular durante o parto, a micção, vômito, tosse e a defecação. Na contração bilateral, a parte superior abaixa as costelas na expiração forçada. MÚSCULO CREMASTER Origem Fibras mais inferiores do músculo oblíquo interno do abdome e algumas fibras do músculo transverso. Terminação Face interna da bolsa testicular . Inervação Nervo genitofemoral, ramo genital L1-L2 Ação Levanta a bolsa testicular. O reflexo cremastérico consiste na contração do músculo pelo toque na parte súpero-medial da coxa. Pode colaborar no controle térmico da bolsa testicular junto com o dartos (túnica de músculo liso). TRANSVERSO DO ABDOME: Origem Cartilagens costais da 6ª à 12ª costelas. Terminação Linha alba Inervação Nervos intercostais, T5-T11; Nervo subcostal, T12; Nervo ilio-hipogástrico, T12-L1; Nervo ilioinguinal, L1 Ação: Na contração unilateral,rotação do tórax para o mesmo lado, na contração bilateral, flexão da coluna vertebral. o bilateral. Juntamente com os outros músculos do abdome, promove a compressão da parede abdominal em particular durante o parto, a micção, vômito, tosse e a defecação. Na contração bilateral, a parte superior abaixa as costelas na expiração forçada. PIRAMIDAL: Origem linha alba Inserção púbis Inervação Nervo ilio-hipogástrico Ação Insignificante Bainha do músculo reto do abdome O músculo reto do abdome encontra-se no interior da bainha do músculo reto do abdome formada pelas lâminas anterior e posterior. A parte superior da lâmina anterior é formada pela aponeurose do músculo oblíquo externo juntamente com uma subdivisão anterior da aponeurose do músculo oblíquo interno do abdome. A parte superior da lâmina posterior é formada pela subdivisão posterior da aponeurose do músculo oblíquo interno do abdome juntamente com a aponeurose do músculo transverso do abdome. A parte inferior da bainha do músculo reto do abdome abaixo do umbigo é de constituição diferente: a lâmina anterior passa a ser formada pelas aponeuroses dos músculos oblíquo externo do abdome, oblíquo interno do abdome e transverso do abdome juntas e a lâmina posterior apenas pela fáscia transversal. O nível de transição entre essas duas partes é marcada na lâmina posterior pela linha arqueada. Abaixo dessa linha, todas as aponeuroses passam por diante do músculo reto do abdome, deixando a lâmina posterior da bainha do reto formada apenas pela frágil fáscia transversal. Esta fragilidade da fáscia transversal, nesse nível, favorece o aparecimento das hérnias inguinais. Esta diferença de comportamento das aponeuroses na bainha do músculo reto do abdome acima e abaixo da linha arqueada resultou da mudança de posição do ser humano em bípede. Linha alba é a linha mediana da parede abdominal formada pelo entrecruzamento de aponeuroses de ambos lados. Linha semilunar é a linha formada pelas aponeuroses dos músculos abdominais ao atingirem a margem lateral do músculo reto do abdome. Chama-se aponeurose, o tendão plano dos músculos planos como são os casos: oblíquo externo do abdome, oblíquo interno do abdome e transverso do abdome. QUADRADO DO LOMBO: Origem Crista ilíaca Inserção Décima segunda costela, processos costiformes Ação: Na contração unilateral inclina o tórax para o mesmo lado e auxilia os músculos do quadril impedindo o abaixamento da pelve durante o movimento. Na contração bilateral seu desempenho na respiração é discutível. PSOAS MAIOR, PSOAS MENOR E ILÍACO. Foram estudados no esqueleto apendicular sob a denominação de músculo iliopsoas. MÚSCULOS DO DORSO Os músculos do dorso se dispõem em 3 camadas superpostas da superfície em direção à profundidade: camada superficial, camada média e camada profunda. CAMADA SUPERFICIAL: TRAPÉZIO Origem parte ascendente: processos espinhosos da 4ª à 12ª vértebras torácicas parte transversa: Ligamento nucal, processos espinhosos da 3ª à 5ª vértebras torácicas. parte descendente: Protuberância occipital externa, da linha nucal superior, processo espinhoso da 1ª à 4ª vértebra cervical. Inserção espinha da escápula, acrômio, terço lateral da clavícula Inervação Nervo acessório (XI) Ação Eleva, retrai e fixa o ombro LATÍSSIMO DO DORSO Origem Aponeurose toracolombar, terço posterior da crista ilíaca, 9ª - 12ª costela Inserção Crista do tubérculo menor Inervação Nervo toracodorsal, C6-C8 Ação Estende, aduz e roda medialmente o braço CAMADA MÉDIA LEVANTADOR DA ESCÁPULA Origem Tubérculo posterior dos processo transversos da 1ª à 4ª vértebra cervical Inserção Ângulo superior e parte da margem medial da escápula. Inervação Nervo dorsal da escápula, C3-C5. Ação Levanta a escápula ROMBÓIDE MAIOR Origem Processos espinhosos da 1ª à 5ª vértebras torácicas Inserção Margem medial da escápula entre a espinha e o ângulo inferior Inervação Nervo dorsal da escápula, C4-C5 Ação Levanta e retrai a escápula ROMBÓIDE MENOR Origem Processo espinhoso da 6ª e 7ª vértebra cervical. Inserção Margem medial da escápula no nível da espinha. Inervação Nervo dorsal da escápula, C4 Ação Levanta e retrai a escápula SERRÁTIL POSTERIOR SUPERIOR Origem Processos espinhosos das duas últimas vértebras cervicais e duas primeiras vértebras torácicas Inserção 2ª à 5ª costela Inervação Ramos anteriores dos nervos espinais, C6-T2 Ação Levanta as costelas SERRÁTIL POSTERIOR INFERIOR Origem Processos espinhosos das duas últimas vértebras torácicas e das duas primeira vértebras lombares Inserção Margem inferior da 9ª à 12ª costela Inervação Ramos anteriores dos nervos espinais, C11-L2 Ação Abaixa as costelas CAMADA PROFUNDA: ESPLÊNIO da CABEÇA Origem Metade inferior do ligamento nucal. Processos espinhosos da 7ª vértebra cervical à 3ª vértebra torácica. Terminação Processo mastóide. Linha nucal superior Inervação Ramos posteriores dos nervos espinais C3-C5. Ação Extensão da cabeça e pescoço na contração bilateral. Rotação e inclinação para o mesmo lado na contração unilateral ESPLÊNIO do PESCOÇO Origem Processos espinhosos da 3ª à 6ª vértebra torácica. Terminação Tubérculos posteriores dos processos transversos da 2ª à 5ª vértebras cervicais. Inervação Ramos posteriores dos nervos espinais C5-C7. Ação Extensão do pescoço na contração bilateral. Rotação e inclinação para o mesmo lado na contração unilateral ERETOR DA ESPINHA, é o principal extensor da coluna vertebral, formado por 3 partes longitudinais dispostas no sentido transversal: ESPINAIS - a parte mediana, inserida nos processos espinhosos. LONGUÍSSIMOS - a parte intermédia, inserida nos processos transversos. ILIOCOSTAIS - a parte lateral, inserida nas costelas e processos transversos. Transverso-espinais, são músculos curtos que vão de uma vértebra a outra ou de uma costela a uma vértebra e se colocam ao longo da coluna vertebral. A direção de suas fibras determina a função. Os oblíquos em geral ligam os processos transversos aos processos espinhosos e destinam-se principalmente à rotação. Os longitudinais em geral ligam processos espinhosos entre si ou processos transversos entre si e destinam-se principalmente à extensão do segmento em que se encontram. Pertencem a este grupo: MULTÍFIDOS, são oblíquos, vão de processos transversos inferiores para processos espinhosos superiores, suas fixações pulam pelo menos duas vértebras (2 a 5). São encontrados no lombo, tórax e pescoço. ROTADORES, são oblíquos, vão do processo transverso inferior para o processo espinhoso imediatamente superior (rotador curto) ou pulam uma vértebra (rotador longo). São encontrados no lombo, tórax e pescoço SEMI-ESPINAIS, são oblíquos, porém mais longos que os anteriores, (em geral, pulam mais de 5 vértebras) localizam-se na parte superior da coluna vertebral: tórax, pescoço e cabeça. INTERESPINAIS, são longitudinais, fixam-se em processos espinhosos de vértebras adjacentes. INTERTRANSVERSÁRIOS, são longitudinais, fixam-se em processos transversos de vértebras adjacentes. Suboccipitais: RETO POSTERIOR MAIOR DA CABEÇA Origem Processo espinhoso do atlas. Terminação Parte média da linha nucal inferior. Inervação Nervo suboccipital C1-C2. Ação Extensor, inclinação lateral da cabeça RETO POSTERIOR MENOR DA CABEÇA: Origem Tubérculo posterior do atlas. Terminação Parte medial da linha nucal inferior, osso occipital Inervação Nervo suboccipital C1 Ação: Extensor, inclinação lateral da cabeça . OBLÍQUO SUPERIOR DA CABEÇA OrigemTubérculo posterior do atlas. Terminação Osso occipital acima e lateralmente à linha nucal inferior Inervação Nervo suboccipital C1. Ação Extensor, inclinação lateral da cabeça, fraco rotador OBLÍQUO INFERIOR DA CABEÇA: Origem Processo espinhoso do áxis. Terminação Parte posterior do processo transverso do atlas. Inervação Nervo suboccipital, C2. Ação: Rotador, extensor, inclinação lateral da cabeça. Ação dos músculos do dorso: De modo geral os músculos do dorso destinam-se à movimentação da coluna vertebral e da cabeça, participando da extensão, rotação e inclinação lateral conforme o sentido de suas fibras. Inervação: em geral, pelos ramos posteriores dos nervos espinais. Roteiro prático dos músculos do esqueleto axial Músculos da expressão facial: 1-Prócero 2-Nasal 3-Orbicular do olho 4-Orbicular da boca 5-Bucinador 6-Zigomático maior 7-Abaixador do ângulo da boca 8-Mentual Músculos da mastigação: 9-Masseter 10-Temporal 11-Pterigóideo medial 12-Pterigóideo lateral Músculos do pescoço 13-Platisma 14-Esternocleidomastóideo 15-Escaleno anterior 16-Escaleno médio 17-Digástrico 18-Milo-hióideo 19-Omo-hióideo 20-Esternotireóideo 21-Esterno-hióideo Músculos do tórax: 22-Peitoral maior 23-Peitoral menor 24-Serrátil anterior Músculos do abdome: 25-Reto do abdome 26-Oblíquo externo do abdome 27-Oblíquo interno do abdome 28-Transverso do abdome 29- Piramidal 30- Lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome 31- Lâmina posterior da bainha do músculo reto do abdome 32- Linha arqueada 33- Fáscia transversal Músculos do dorso: 34- Trapézio 35- Latíssimo do dorso 36- Levantador da escápula 37- Rombóide menor 38- Rombóide maior 39- Eretor da espinha 40- Espinal 41- Longuíssimo 42- Iliocostal 43- Esplênio 44- Semi-espinal 45- Reto posterior maior da cabeça 46- Reto posterior menor da cabeça 47- Oblíquo superior da cabeça 48- Oblíquo inferior da cabeça 49- Quadrado do lombo 50- Psoas maior 51- Multífido 52- Rotador 53- Serrátil posterior superior 54- Serrátil posterior inferior Doenças musculares Câimbra: Contração muscular dolorosa e involuntária. Traumatismos musculares Geralmente decorrentes de práticas desportivas que provocam o estiramento brusco do músculo contraído. Pode ser um estiramento das fibras musculares, uma dilaceração das fibras musculares até a ruptura do músculo ou tendão. Sintomas: dor súbita no nível lesado, incapacidade menor ou maior para usar o músculo, pode apresentar hematoma. Torcicolo Contratura dos músculos do pescoço, na qual a cabeça permaneça inclinada para o lado atingido. Sintomas: é a permanência da cabeça inclinada e dor intensa ao tentar movimentar o pescoço. Epicondilite (cotovelo do tenista) Inflamação no nível da inserção comum dos músculos extensores e supinadores do antebraço. Sintomas: dor no nível do epicôndilo lateral do cotovelo. Tendinite Inflamação dos tendões. As lesões por esforços repetitivos são as causas mais freqüentes. Sintomas: dor ao acionar o tendão lesado. Tendinite do manguito rotador ou “ombro doloroso” A tendinite se deve a pequenos traumatismos repetitivos principalmente no tendão do supra-espinal. Sintomas dificuldade e dor ao levantar o braço. Fibromialgia Enfermidade não inflamatória caracterizada por dor muscular generalizada, rigidez e fadiga. Sintomas: dor generalizada e rigidez do tronco. Distrofia muscular As distrofias musculares caracterizam-se pela perda progressiva da força e da integridade muscular. Sintomas: progressiva perda da força muscular. Miastenia grave Doença da junção neuromuscular na qual o impulso nervoso não pode passar ao músculo, embora a produção da acetilcolina não esteja alterada. Tenossinovite estenosante Retração inflamatória estenosante da bainha comum dos tendões do extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar ao passarem pelo rádio. Sintomas: dor sobre o processo estilóide do rádio e ruído ao movimento. Botulismo Doença causada pelo Clostridium botulinum, em que sua toxina bloqueia a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular. Sintomas: enfraquecimento muscular generalizado, distúrbios visuais. SISTEMA CIRCULATÓRIO Prof. Dr. Nader Wafae O sistema circulatório da mesma forma que os sistemas nervoso e endócrino é um sistema de integração no nosso organismo. Assim sendo, seus componentes encontram-se em todas as partes do corpo. Composição: o sistema circulatório desempenha suas funções através de meios líquidos (sangue e linfa). Assim sendo, sua composição pode ser comparada a de um sistema hidráulico com uma bomba hidráulica que o dinamiza e um conjunto de tubos no interior dos quais o líquido circula. A bomba hidráulica é o coração e os tubos chamados vasos são as artérias, as veias e os vasos linfáticos. Os vasos microscópicos de paredes permeáveis através das quais ocorrem as permutas com o líquido intersticial constituem os capilares. Funções: O sistema circulatório desempenha suas funções principalmente através da rede capilar interposta entre artérias e veias. O sangue chega à rede capilar proveniente das artérias sob uma pressão suficiente para que parte de seu componente líquido atravesse as paredes permeáveis dos capilares, como os elementos figurados e as moléculas maiores principalmente de proteínas e gorduras não conseguem atravessar a membrana aumentam a pressão osmótica no interior do capilar que agora recupera o líquido que forneceu em sua parte inicial para neutralizar a pressão osmótica . 1- Nutrição: quando o componente líquido do sangue atravessa a parede do capilar trás consigo material nutritivo químico como glicose e aminoácidos que alimenta nossas células e o oxigênio para o metabolismo celular. 2- Excreção: quando o líquido intersticial retorna para o interior do capilar trás consigo os resíduos químico (uréia, creatinina) e gasoso (gás carbônico) resultantes do trabalho celular e que devem ser retirados das células e do interstício por serem tóxicos. Para completar esta função o sistema circulatórios conduz esses resíduos até o rim e pulmão para serem eliminados. 3- Defesa do nosso organismo: o sistema circulatório através de mecanismos imunológicos (anticorpos) e dos próprios glóbulos brancos promove a nossa defesa contra agressões de microrganismos. 4- Correlação humoral: transporta substâncias químicas produzidas em certos órgãos (glândulas endócrinas, por exemplo) para que atuem em outros órgãos situados a distância do local em que são produzidos. 5- Regulação térmica: atua mediante mecanismos de vasoconstrição e vasodilatação na pele, para auxiliar a manter nossa temperatura constante. Principalmente na pele antes de chegarmos a rede capilar existem pequenos vasos que comunicam as artérias menores (arteríolas) com as veias menores (vênulas) são as anastomoses arteríolo-venulares e cujos funcionamentos são reguláveis. Caso a temperatura ambiente esteja baixa (frio) essas comunicações se dilatam e são postas a funcionar evitando, em grande parte, que o sangue passe pelo capilar o que levaria o corpo a ceder calor para o ambiente. Caso a temperatura ambiente esteja alta (quente), as anastomoses se contraem e o sangue passa predominantemente pelos capilares para devolver ao ambiente o calor que o corpo está recebendo desse mesmo ambiente. Circulação Sangüínea: Grande circulação, sistêmica ou de nutrição: o sangue passa do ventrículo esquerdo para o interior da aorta que distribui o sangue pelas redes capilares dos tecidos, e retorna através das veias cavas para o átrio direito. Pequena circulação, coração-pulmão ou funcional: o sangue passa do ventrículo direito para o interior do tronco pulmonar e artériaspulmonares daqui para a rede capilar pulmonar, e retorna pelas veias pulmonares para o átrio esquerdo. ANATOMIA DO CORAÇÃO Conceito: é um órgão predominantemente muscular com cavidades e válvulas em seu interior, cuja função principal é movimentar o sangue mediante mecanismos de aspiração e propulsão semelhantes a uma bomba hidráulica. Sua função endócrina é representada pela produção do hormônio atrial natriurético que estimula a excreção de sódio. Situação: é órgão impar situado na cavidade torácica atrás do esterno e das cartilagens costais, por diante da coluna vertebral (5ª à 8ª vértebras) e do esôfago, em cima do diafragma e entre os dois conjuntos pleuropulmonares. A região onde se situa denomina-se mediastino médio. Forma: no vivo, sua forma é de um cone de base superior, após a morte e a conseqüente fixação passa a se apresentar como uma pirâmide triangular com base, três faces e um ápice. Dimensões: em média o peso do coração situa-se em torno de 5 gramas por quilo de peso na pessoa adulta, a altura entre 13 e 15 cm, a largura entre 9 e 10 cm e a espessura em torno de 6 cm. No entanto, essas medidas médias podem ser alteradas por influências de vários fatores como: idade, sexo, biotipo e desenvolvimento muscular, não considerando, é claro, os fatores patológicos. Orientação: o eixo cardíaco que se estende do centro da base ao ápice orienta-se de cima para baixo, da direita para a esquerda e de trás para diante. É o ápice que toca na parede torácica no nível do 4º ou 5º espaço intercostal esquerdo ("choque da ponta") por estar em posição mais anterior. Estática: o coração é mantido em posição, apesar de seu dinamismo, pela continuidade com os grandes vasos da base. A cruz venosa, formada pelas veias cavas superior e inferior que constituem o tirante vertical e pelas veias pulmonares que formam o tirante horizontal é o principal meio de fixação. Justifica-se, assim o alongamento vertical do átrio direito e o alongamento horizontal do átrio esquerdo. Este meio de fixação situado posteriormente garante a livre movimentação dos ventrículos situados anteriormente. Já a artéria aorta é importante meio de suspensão do coração. É a tendência de retificação de seu arco que ocorre pela entrada do sangue durante a sístole que leva o coração, particularmente a ponta, contra a parede do tórax. DESCRIÇÃO EXTERNA Externamente o coração apresenta: três faces, um ápice, uma margem, uma base e quatro sulcos. As faces são três: esternocostal (anterior), pulmonar (esquerda) e diafragmática (inferior). Face esternocostal ou anterior, pouco abaulada, é onde o tecido adiposo, em geral, se deposita em maior quantidade, apresenta um sulco oblíquo, o sulco interventricular anterior que separa as paredes dos ventrículos direito e esquerdo que constituem esta face, sendo a parede do ventrículo direito, a predominante. A parte da parede do ventrículo direito que antecede a artéria pulmonar chama-se cone arterial. Face esquerda ou pulmonar, é a mais abaulada, pouco tecido adiposo e não apresenta sulcos é portanto constituída somente pela parede do ventrículo esquerdo, formou-se em função da maior espessura da parede do ventrículo esquerdo. Face diafragmática ou inferior é plana por colocar-se sobre o centro tendíneo do músculo diafragma, o tecido adiposo está ausente ou em pequena quantidade, as paredes dos dois ventrículos entram em sua formação sem predomínio evidente de uma delas e estão separadas por um sulco verticalizado o sulco interventricular posterior. O ápice ou ponta do coração é predominantemente constituído pela parede do ventrículo esquerdo separado da pequena porção do ventrículo direito por um sulco chamado incisura do ápice que representa a continuidade entre os sulcos interventriculares anterior e posterior. Margem direita, aguda, formada pelo encontro das faces esternocostal e diafragmática é constituída unicamente pela parede do ventrículo direito que, por ser pouco espessa, não chegou a formar uma face como aconteceu no lado esquerdo. Base: embora não haja uniformidade na sua delimitação, consideramos como a parte do coração situada acima e atrás do sulco coronário que separa externamente as paredes dos átrios e dos ventrículos. Assim definida, entram na constituição da base: os átrios direito e esquerdo, as aurículas direita e esquerda, o sulco interatrial e os grandes vasos. Parte inicial da aorta e do tronco pulmonar e as terminações das veias cava superior e cava inferior e das veias pulmonares direitas superior e inferior e esquerdas superior e inferior. Os átrios são as câmaras receptoras do sangue proveniente das circulações, o átrio direito recebe o sangue das veias cavas superior e inferior e do seio coronário e o átrio esquerdo recebe das quatro veias pulmonares (duas de cada pulmão). As aurículas são apenas apêndices que prolongam os átrios anteriormente envolvendo parcialmente as artérias aorta e pulmonar. O sulco interatrial que indica o local da separação interna dos átrios é pouco pronunciado e se situa ao lado das desembocaduras das veias pulmonares direitas. Na parede do átrio direito, entre os óstios das veias cavas, encontramos o sulco terminal representação externa da crista terminal e que indica a separação entre as partes do átrio que derivam do seio venoso e do átrio primitivo. Sulcos: representam, externamente, a separação interna que existe entre as câmaras cardíacas que pode ocorrer através dos septos, como os existentes entre os átrios e entre os ventrículos, ou através dos óstios dotados de valvas como os que existem entre os átrios e os ventrículos do mesmo lado. O sulco interventricular anterior situado na face esternocostal separa as paredes dos ventrículos, é oblíquo, vai do ápice às proximidades da origem da artéria pulmonar e aurícula esquerda, é ocupado por gordura, pela artéria interventricular anterior e pela veia cardíaca magna ou interventricular anterior. O sulco interventricular posterior situado na parte média da face diafragmática é verticalizado e contém a artéria interventricular posterior e a veia cardíaca média ou interventricular posterior. O sulco coronário separa os átrios dos ventrículos, contorna o coração, sua parte anterior é ocupada à direita pela artéria coronária direita e à esquerda pela artéria circunflexa. A parte posterior é ocupada, à direita pela continuação da artéria coronária direita e à esquerda, pelo seio coronário, a maior veia do coração. O sulco interatrial que indica a separação entre os átrios encontra-se na base e já foi descrito. ARQUITETURA DO CORAÇÃO O coração é um vaso diferenciado, assim sendo apresenta em sua arquitetura três camadas, a mais interna é o endocárdio, a média e mais desenvolvida é o miocárdio e a externa é o epicárdio ou lâmina visceral do pericárdio seroso. O endocárdio forra toda a parte interna das paredes atriais e ventriculares é formado por células endoteliais e um extrato subendotelial de tecido conjuntivo frouxo com fibroblastos, fibras colágenas, elásticas e musculares lisas. Miocárdio é a camada média muscular formada principalmente por fibras musculares cardíacas. Antes de analisá-lo temos que descrever o esqueleto fibroso do coração no qual direta ou indiretamente as fibras cardíacas se inserem. Esqueleto fibroso do coração: é um conjunto de anéis e feixes de tecido conjuntivo fibroso e fibrocartilagíneo interligados que dão sustentação à musculatura cardíaca às valvas atrioventriculares e contribuem para a preservação da forma do coração. É formado por componentes horizontais e verticais. Os componentes horizontais são: anel fibroso direito que contorna o óstio atrioventricular direito entre átrio e ventrículo direitos, anel fibroso esquerdo que contorna o óstio atrioventricular esquerdo entre átrio e ventrículo esquerdos, anel fibroso pulmonar que contorna o óstio do tronco pulmonar entre ventrículo direito e tronco pulmonar, anel fibroso aórtico que contorna o óstioda aorta entre ventrículo esquerdo e aorta, trígono fibroso direito, feixe triangular situado na confluência dos anéis fibrosos direito, esquerdo e aórtico, trígono fibroso esquerdo, feixe triangular situado na confluência esquerda dos anéis fibrosos esquerdo e aórtico e o tendão do cone, feixe oblíquo que liga o anel fibroso aórtico ao anel fibroso pulmonar. O componente vertical é representado pela porção membranácea do septo interventricular. O esqueleto fibroso funciona como um centro tendíneo, já que direta ou indiretamente toda a musculatura cardíaca se insere nele. A musculatura dos átrios se insere em sua parte superior e lateral e a musculatura ventricular, na parte inferior e lateral, são portanto independentes tendo no esqueleto fibroso o ponto comum de inserção. O coração assemelha-se, assim, a um músculo digástrico em que átrios e ventrículos são os feixes musculares e o esqueleto fibroso, o tendão intermediário. As cúspides das valvas atrioventriculares direita e esquerda se inserem na parte interna dos anéis fibrosos. As fibras musculares cardíacas se dispõem segundo um trajeto preferencial e fundamental que é helicoidal tridimensional, predominantemente no sentido horário e de cima para baixo, desta forma uma mesma fibra pode em um ponto ocupar a superfície do órgão e em outro ponto estar no meio da musculatura ou até mesmo em sua parte interna. Pericárdio É uma membrana fibrosserosa em forma de bolsa que recobre o coração. É formado por duas partes distintas, uma externa, fibrosa e outra interna, serosa. O pericárdio fibroso de tecido conjuntivo denso fibroelástico é externo, opaco, espesso, resistente e inextensível quando solicitado subitamente. O pericárdio seroso de tecido conjuntivo frouxo e mesotélio é fino, brilhante e frágil costuma-se dividi-lo em duas lâminas embora sejam contínuas, a lâmina visceral também denominada epicárdio reveste e adere ao miocárdio, portanto é a própria camada externa do coração, a lâmina parietal reveste internamente o pericárdio fibroso. Entre essas lâminas forma-se um espaço chamado cavidade do pericárdio que contém pequena quantidade de líquido pericardíaco, protetor e lubrificante A reflexão que dá continuidade a essas lâminas ocorre ao nível dos grandes vasos da base, e que no adulto forma recessos chamados seios. Aquele situado entre o tronco pulmonar e a aorta ascendente por diante e pelas paredes dos átrios e aurículas, por trás chama-se seio transverso. O recesso que se forma entre a face posterior do átrio esquerdo e as veias pulmonares é o seio oblíquo. Funções do pericárdio. Sabe-se hoje que o pericárdio atua como superfície de deslizamento diminuindo a resistência provocada pelo atrito, dá ao coração a contenção fibro-elástica necessária para impedir a distensão excessiva da fibra miocárdica e conseqüente lesão, protege contra traumas em choques por súbita diminuição da velocidade (princípio da inércia) e impede a deformação do coração que os movimentos do diafragma ou que a aspiração torácica pela pressão negativa poderiam provocar. DESCRIÇÃO INTERNA As câmaras cardíacas são separadas entre si ou por septos que no indivíduo normal impedem qualquer tipo de comunicação ou por óstios que sendo providos de valvas permitem a comunicação entre as câmaras do mesmo lado ou não, de acordo com a fase do ciclo cardíaco. Septos Septo interatrial é uma parede predominantemente muscular, (há locais apenas com tecido conjuntivo) revestida de endocárdio que separa os átrios. Participam de sua formação duas expansões: o septum primum e o septum secundum Em ambos os lados, apresenta vestígios da primitiva comunicação que existia entre os átrios durante o período fetal intra-uterino. Septo atrioventricular é a porção do septo que separa o átrio direito do ventrículo esquerdo. O átrio direito mais longo em virtude da tração vertical exercida pelas veias cavas e a formação da valva atrioventricular esquerda em ponto mais superior devem interferir para esse desnível. Septo interventricular é a parede que separa os ventrículos, apresenta duas partes bem diferenciadas: uma inferior, larga e maior é a parte muscular e outra superior, pequena e estreita é a parte membranácea. Óstios Óstios atrioventriculares: são passagens arredondadas existentes entre átrios e ventrículos correspondentes, podendo estar fechados pelas valvas constituídas por cúspides quando estas se fecham ou abertos quando as valvas se abrem, dependendo da fase do ciclo cardíaco, sístole ou diástole. O óstio atrioventricular direito é maior que o esquerdo. ÁTRIO DIREITO A parede posterior do átrio direito é lisa, nela se encontram os óstios das veias cavas e do seio coronário deriva portanto do seio venoso sendo chamada de seio intervenoso ou entrecavas, onde pode-se observar uma saliência denominada tubérculo intervenoso, vestígio de um dos feixes musculares do primitivo seio venoso. Os óstios da veia cava inferior e do seio coronário são dotados de válvulas, vestígios da válvula direita de separação entre seio venoso e átrio primitivo, em geral insuficientes ou até mesmo ausentes. A parede lateral apresenta numerosos relevos musculares: a crista terminal e os músculos pectíneos. A crista terminal também vestígio da válvula direita do seio venoso constitui importante feixe muscular e marca a transição entre seio venoso e o átrio primitivo. Os músculos pectíneos formam diversos feixes musculares que se destacam perpendicularmente da crista terminal semelhante a um pente e correspondem à parede rugosa da parte direita do átrio primitivo. A parede medial ou parte direita do septo interatrial deriva do septum secundum, e apresenta em sua parte central uma depressão oval de consistência fina chamada fossa oval, vestígio do forame oval da circulação fetal através do qual o sangue proveniente da veia cava inferior passava para o átrio esquerdo. A fina membrana que forra a fossa deriva do septum primum situado à esquerda. Contornando superiormente a fossa oval encontra-se o saliente feixe límbico superior, formando o limbo da fossa oval que, pelo menos em parte, procede da válvula esquerda do seio venoso. ÁTRIO ESQUERDO A parede posterior do átrio esquerdo, como as demais, é lisa, apresenta os quatro óstios das veias pulmonares: 2 das veias direitas e 2 das veias esquerdas. A parede medial ou parte esquerda do septo interatrial deriva do septum primum, mais fino do que o septum secundum, também mostra vestígios da primitiva passagem que existia na circulação fetal, a válvula do forame oval, uma prega em meia lua simples ou dupla situada no quadrante ântero-superior do septo (85%) por diante da fossa oval, e que em nosso meio é permeável em cerca de 25% dos casos (Wafae). ELEMENTOS COMUNS AOS VENTRÍCULOS DIREITO E ESQUERDO Os dois ventrículos possuem estruturas que são encontradas tanto no lado direito como no lado esquerdo, embora com as especificidades próprias de cada lado, são as trabéculas cárneas e as estruturas que compõem o aparelho valvar. As trabéculas cárneas são feixes musculares que se distribuem pelas paredes dos ventrículos, costuma-se classificá-las em 3 tipos: cristas, presas às paredes dos ventrículos em toda extensão; pontes, presas às paredes dos ventrículos apenas pelas extremidades e músculos papilares, presos às paredes dos ventrículos apenas por uma extremidade e ligados às cúspides pela outra extremidade. As trabéculas cárneas em conjunto orientam a corrente sangüínea para circular da via de entrada para a via de saída do ventrículo; aumentam a força de contração do ventrículo sem a necessidade de hipertrofiar ainda mais a parede ventricular e auxiliam na nutrição do miocárdio por serem revestidas de endocárdio. Aparelho valvar atrioventricular é o conjunto de estruturas que funcionam harmonicamente tornando possível a abertura e o fechamento do óstio atrioventricular de acordo com a fase do ciclo cardíaco. É constituído pelo anel fibroso, pelas cúspides, pelas cordastendíneas e pelos músculos papilares. O anel fibroso de tecido conjuntivo fibroso e fibrocartilagem faz parte do esqueleto fibroso, sustenta o óstio atrioventricular e em sua parte interna dá inserção às cúspides das valvas. As cúspides são membranas de tecido conjuntivo denso revestidas de endocárdio, possuem 2 faces: atrial e ventricular e 2 margens: a aderente se insere no anel fibroso e a livre que se aproxima das demais durante o fechamento do óstio. Para desempenhar sua função são necessárias mais de uma cúspide, ao conjunto delas damos o nome de valvas. Cordas tendíneas são filamentos de tecido conjuntivo tendíneo que prendem as cúspides aos músculos papilares ou à parede ventricular. Desta forma, contribuem para evitar a eversão das cúspides durante a sístole. Músculos papilares são trabéculas cárneas cônicas presas às paredes ventriculares pela parte inferior, mais larga, e as cúspides através de cordas tendíneas. Impedem a eversão das cúspides e tracionam o plano valvar em direção ao ápice durante a sístole ventricular. Além do óstio atrioventricular, os ventrículos possuem outro óstio através do qual o sangue é enviado para o interior das grandes artérias. Estes óstios são providos de valvas constituídas por válvulas, que são expansões de endocárdio com tecido fibroso, em forma de meia lua daí serem chamadas semilunares. São três válvulas para cada valva. As margens livres dessas válvulas, que se aproximam quando a valva fecha, denominam-se lúnulas e o espessamento que apresenta em seu ponto médio é o nódulo. Tudo indica que os três nódulos se imbricam ao se encontrarem durante o fechamento da valva, reforçando-o. O espaço entre a parede da artéria e a válvula denomina-se seio. VENTRÍCULO DIREITO A cavidade do ventrículo direito é mais ampla, porém suas paredes são menos espessas, cerca de um terço menor, que as paredes do ventrículo esquerdo. Funcionalmente, podemos dividi-lo em duas partes: uma póstero-inferior ou via de entrada próximo a valva atrioventricular direita e outra ântero-superior ou via de saída, próximo à origem do tronco pulmonar. Limitando estas duas partes encontra-se o óstium bulbi formado por: crista supraventricular, trabécula septomarginal, músculo papilar anterior e parte da valva atrioventricular. A crista supraventricular é um volumoso feixe muscular situado na parte superior do ventrículo direito interposto entre as vias de entrada (óstio atrioventricular) e de saída (óstio do tronco pulmonar) é constante. Sua contração na sístole ajuda a direcionar o sangue para a via de saída. A trabécula septomarginal, outro feixe muscular bem desenvolvido, procede da parte medial do anel fibroso direito, entra na composição do septo muscular, e se prolonga formando uma ponte até o músculo papilar anterior e parede anterior. Citada, inicialmente, por Leonardo da Vinci em seus desenhos, a trabécula delimita em grande parte o ostium bulbi, sendo portanto importante no direcionamento do sangue para a via de saída, além de conduzir o ramo direito do complexo estimulante para as partes do ventrículo direito com as quais se relaciona. Aparelho valvar atrioventricular direito Anel fibroso tem em média um perímetro de 10,45 cm as variações de seu tamanho não se associam com o número de cúspides da valva nem com o número de músculos papilares. Embora tradicionalmente aceito que a valva atrioventricular direito possua três cúspides daí o nome tricúspide, pesquisas tem demonstrado que o número de cúspides é variável principalmente na metade lateral da valva. Wafae et alli utilizando critérios morfométricos e morfológicos encontraram de 2 até 6 cúspides nesta valva, sendo 3 e 4 os mais freqüentes. Denominam-se, septal, anterior e posterior nos casos com 3 cúspides. Podem ser encontradas pequenas cúspides comissurais entre as cúspides habituais. O ventrículo direito possui músculos papilares distribuídos pelas três paredes: anterior, posterior e septal, exceto na parede anterior na qual, com maior freqüência, encontramos um único músculo papilar, nas demais costuma-se encontrar mais de um músculo papilar. A parte lisa da via de saída denomina-se cone arterial onde encontramos além do músculo papilar septal, as três válvulas semilunares da valva do tronco pulmonar: anterior, direita e esquerda. VENTRÍCULO ESQUERDO É mais longo por ocupar área maior no ápice do coração e pela valva atrioventricular esquerda situar-se em nível mais alto e as paredes são mais espessas do que o ventrículo direito, sua cavidade tende mais para a forma oval, e as vias de entrada e de saída estão bem mais próximas separadas por uma septo fibroso. Aparelho valvar atrioventricular esquerdo O anel fibroso esquerdo que delimita o óstio atrioventricular esquerdo é menor que o do lado direito. A valva atrioventricular esquerda classicamente denominada de valva mitral ou bicúspide, apresenta na realidade, número variável de cúspides mas com maior freqüência são duas anterior e posterior. Os músculos papilares também variam em número, são bem mais volumosos e maiores do que aqueles do ventrículo direito e suas situações no ventrículo costumam ser mais constantes, denominam-se músculo papilar anterior e músculo papilar posterior, embora, em geral, sejam encontrados em número variável, na realidade temos, grupos de músculos papilares anteriores e grupos de músculos papilares posteriores. O músculo papilar anterior se destaca da porção lateral da parede anterior. O músculo papilar posterior origina-se na parte da parede posterior próximo ao septo. Além do óstio atrioventricular esquerdo, este ventrículo apresenta o óstio da aorta guarnecido por três válvulas semilunares: posterior, direita e esquerda. roteiro prático do coração 1-Face esternocostal 2-Face esquerda 3-Face diafragmática 4-Sulco coronário 5-Ventrículo direito 6-Ventrículo esquerdo 7-Átrio direito 8-Átrio esquerdo 9-Aurícula direita 10-Aurícula esquerda 11-Veia cava superior 12-Veia cava inferior 13-Uma das veias pulmonares (4) 14-Aorta 15-Tronco pulmonar 16-Sulco interatrial 17-Margem direita 18-Ápice 19-Sulco interventricular anterior 20-Sulco interventricular posterior 21-Pericárdio fibroso 22-Lâmina visceral do pericárdio seroso 23-Lâmina parietal do pericárdio seroso 24-Miocárdio 25-Endocárdio 26-Trígono fibroso (direito e esquerdo) 27-Músculos pectíneos 28-Crista terminal 29-Fossa oval 30-Válvula do forame oval 31-Crista 32-Ponte 33-Músculo papilar 34-Crista supraventricular 35-Trabécula septomarginal 36-Valva atrioventricular direita (Tricúspide) 37-Valva atrioventricular esquerda (Mitral) 38-Cordas tendíneas 39-Septo interatrial 40-Septo interventricular 41-Válvula semilunar Principais Artérias Artérias: artérias são vasos que se originam nos ventrículos do coração através da artéria aorta e do tronco pulmonar e que se ramificando distribuem o sangue a todas as partes do corpo humano. Portanto, são vasos no interior dos quais o sentido do fluxo sangüíneo é centrífugo ou divergente em relação ao coração. Diferenças com as veias, além do sentido da corrente: No vivo: pressão sangüínea maior, sua parede pulsa, cor é avermelhada . No vivo e no cadáver: paredes mais resistentes, forma: regularmente cilíndrica, localização: sempre profundas, não possuem válvulas. No cadáver: vazias, esbranquiçadas. Os ramos arteriais podem ser terminais quando a artéria que originou os ramos deixa de existir e ramos colaterais quando a artéria que os originou continua presente. Artéria aorta A artéria aorta origina-se no ventrículo esquerdo, inicialmente apresenta trajeto ascendente, ligeiramente para a direita é a parte ascendente da aorta. Desta porção originam-se as artérias coronárias direita e esquerda. Em seqüência a aorta descreve um arco para a esquerda e para trás é o arco da aorta, desta porção originam-se as artérias(da direita para a esquerda) tronco braquiocefálico, artéria carótida comum e artéria subclávia. A seguir a aorta assume direção descendente colocando-se por diante da coluna vertebral, posição essa que irá manter até sua terminação no nível da 4ª vértebra lombar ao se dividir em artérias ilíacas comuns direita e esquerda e emitir a artéria sacral mediana. Neste trajeto a parte descendente da aorta divide-se em: parte torácica da aorta e parte abdominal da aorta, o nível de separação é a passagem pelo hiato aórtico do diafragma. A parte torácica da aorta emite vários ramos de pequeno calibre: 2 a 3 ramos bronquiais, 4 a 5 ramos esofágicos, 9 pares de ramos intercostais posteriores e um par subcostal, e uma série de ramos inconstantes: frênicas superiores, mediastinais e pericárdicas. A parte abdominal da aorta emite importantes ramos uns pares e outros impares nesta seqüência: frênica inferior (par), tronco celíaco (ímpar), mesentérica superior (ímpar), supra-renal média (par), renal (par), gonadal (par), lombares (pares), mesentérica inferior (ímpar). Parte ascendente da aorta Artérias coronárias direita e esquerda serão estudadas em aula específica. Arco da aorta Tronco braquiocefálico Origem: primeiro ramo do lado direito do arco da aorta. Terminação: após um trajeto de 5 a 7 cm emite seus ramos terminais: carótida comum direita e subclávia direita Trajeto: para cima, para a direita, contornando a traquéia. Órgãos irrigados: é o conjunto dos órgãos de seus ramos terminais, subclávia e carótida comum. Ramos: Carótida comum direita, subclávia direita. Eventualmente (+-8%) a tireóidea ima. Artéria carótida comum Origem: no lado direito é um dos ramos terminais do tronco braquiocefálico, no lado esquerdo é o segundo ramo do arco da aorta. Terminação: No nível de um plano transversal passando pelo osso hióide divide-se em seus ramos terminais: carótida externa e carótida interna. Trajeto: coloca-se ao lado da traquéia e laringe, medialmente à veia jugular interna e nervo vago, ligeiramente por trás da glândula tireóide. Órgãos irrigados: como não emite ramos colaterais sua área de irrigação é o conjunto das áreas de irrigação de seus ramos terminais carótidas interna e externa. Ramos: carótida externa e carótida interna Artéria carótida interna Origem: é ramo terminal mais lateral e posterior da artéria carótida comum, não emite ramos no pescoço, sobe em direção ao crânio no qual penetra pelo canal carótico. Terminação: próximo à sela turca emite seus ramos terminais: cerebral anterior e cerebral média. Trajeto: apresenta 4 partes: cervical (no pescoço), petrosa (no canal carótico), cavernosa (no seio cavernoso) e cerebral nas proximidades da sela turca. Órgãos irrigados: encéfalo, estruturas nervosas, meninges, olho e anexos Ramos principais: oftálmica, etmoidais, cerebral anterior, cerebral média Artéria carótida externa Origem: é ramo terminal mais medial e anterior da artéria carótida comum emite vários ramos para o pescoço e face. Terminação: atrás do ramo da mandíbula divide-se em artérias temporal superficial e maxilar. Trajeto; sobe por dentro do ramo da mandíbula até às proximidades da glândula parótida. Órgãos irrigados: pescoço, face, couro cabeludo, meninges, crânio Ramos principais: tireóidea superior (glândula tireóide, laringe), lingual (língua, soalho da boca), facial (parte externa da face, faringe, glândula submandibular), maxilar (parte interna da face, boca, dentes, faringe) temporal superficial (parótida, couro cabeludo, orelha crânio) auricular posterior, occipital. Artéria subclávia: Origem: no lado direito é um dos ramos terminais do tronco braquiocefálico, no lado esquerdo é o terceiro ramo do arco da aorta. Terminação: na margem lateral da primeira costela muda de nome para artéria axilar. Trajeto; em ambos os lados dirige-se lateralmente por trás da clavícula, e dos músculo esternocleidomastóideo e escaleno anterior formando um arco sobre a primeira costela por trás da veia subclávia. Ao passar por trás do músculo escaleno anterior costuma ser dividida em três partes: primeira parte: antes do músculo, segunda parte: atrás do músculo, e terceira parte: depois do músculo. Órgãos irrigados: Parte posterior do encéfalo, medula espinal, parede e órgãos torácicos, pescoço, ombro, membro superior. Ramos principais: vertebral (parte posterior do encéfalo e medula espinal); torácica interna (parede torácica, pleura, pericárdio, diafragma); tronco tireocervical - tireóidea inferior (glândula tireóide, laringe, traquéia, esôfago); cervical ascendente (pescoço); cervical transversa e supra-escapular (ombro); tronco costocervical - intercostal suprema (parede torácica); cervical profunda (pescoço); dorsal da escápula (ombro) Artéria axilar: Origem: continuação da artéria subclávia a partir da margem lateral da primeira costela. Terminação: margem inferior do músculo redondo menor Trajeto: passa pela axila por trás do músculo peitoral menor que a divide em três partes: primeira - antes do músculo, segunda atrás do músculo e terceira depois do músculo. Órgãos irrigados: parede torácica, ombro, membro superior Ramos principais: subescapular - circunflexa da escápula (ombro) toracodorsal (parede torácica); tóraco-acromial (ombro), torácica lateral, circunflexa do úmero anterior e posterior. Artéria braquial: Origem: continuação da artéria axilar a partir da margem inferior do músculo redondo menor. Terminação: região anterior do cotovelo ao emitir seus ramos terminais: ulnar e radial. Trajeto: segue pela região braquial anterior desviada medialmente, o nervo mediano, que a acompanha, cruza por diante, no cotovelo ocupa o seu centro. Órgãos irrigados: membro superior Ramos principais: braquial profunda (principal artéria do braço) colaterais ulnar e radial, radial e ulnar. Artéria radial: Origem: é um dos ramos terminais da artéria braquial no cotovelo. Terminação: no punho emitindo os ramos palmar superficial que se une à artéria ulnar parar formar o arco palmar superficial, carpal dorsal que se une com o ramo carpal dorsal da ulnar para formar a rede dorsal da mão e arco palmar profundo que se une ao ramo palmar profundo da artéria ulnar. Trajeto: é lateral no antebraço, sob o músculo braquiorradial e lateralmente ao flexor radial do carpo. Órgãos irrigados: mão e antebraço Ramos principais: recorrente radial, palmar superficial, carpal dorsal, principal do polegar, arco palmar profundo. Artéria ulnar: Origem: é um dos ramos terminais da artéria braquial no cotovelo. Terminação: no punho emitindo os ramos palmar profundo que se une à artéria radial parar formar o arco palmar profundo, carpal dorsal que se une com o ramo carpal dorsal da radial para formar a rede dorsal da mão e o arco palmar superficial que se une ao ramo palmar superficial da artéria radial. Trajeto: sobre o músculo flexor profundo dos dedos, distalmente ao lado do nervo ulnar sob o músculo flexor ulnar do carpo. Ramos principais: interóssea comum que se divide em interóssea anterior e interóssea posterior (principal artéria do antebraço), arco palmar superficial, carpal dorsal, palmar profunda Arco palmar superficial Formação: artéria ulnar unida ao ramo palmar superficial da artéria radial Ramos: artéria digitais palmares comuns que originam as artérias digitais palmares próprias. Arco palmar profundo Formação: artéria radial unida ao ramo palmar profundo da artéria ulnar . Ramos: artérias metacarpais palmares Rede carpal dorsal Formação ramo carpal dorsal da artéria radial unida ao ramo carpal dorsal da artéria ulnar. Ramos: artéria metacarpais dorsais.] Parte descendente da aorta Parte torácica da aorta Artérias bronquiais Origem: a artéria bronquial direita é de origem variável; as artérias bronquiais esquerdas, geralmente duassão ramos diretos da parte torácica da aorta próximas ao brônquio esquerdo que acompanham Órgãos irrigados: brônquios, pulmões e pleuras Terminação e trajeto penetram nos pulmões juntamente com os brônquios principais Ramos: subdividem-se no interior dos pulmões Artérias intercostais posteriores: Origem: destacam-se do contorno posterior da artéria aorta a partir do terceiro espaço intercostal, são 9 pares Terminação: nos espaços intercostais dividem-se em ramos ventrais e dorsais. Trajeto: passam pelo sulco da costela na margem inferior da costela Órgãos irrigados: os espaços intercostais correspondentes Artérias esofágicas: Origem: destacam-se do contorno anterior da aorta, em número de 4 a 5 Terminação: no esôfago Trajeto: é muito curto, oblíquo em direção ao esôfago Órgão irrigado: esôfago Ramos pericárdicos: alguns ramos pequenos que se destinam ao pericárdio. Ramos mediastinais: pequenos e vários que se destinam ao tecido conjuntivo frouxo e linfonodos. Artéria frênicas superiores são inconstantes, quando presentes destinam-se ao diafragma Parte abdominal da aorta Artéria frênica inferior: Origem: contorno lateral da aorta, pouco acima do tronco celíaco, é par Terminação: ramificando-se na cúpula diafragmática correspondente Trajeto: de início seguem os respectivos pilares do diafragma, a seguir cruzam-os e se distribuem pela superfície inferior do diafragma. Órgão irrigado: músculo diafragma, glândula supra-renal Ramos: supra-renal superior e ramos diafragmáticos Tronco celíaco Origem: face anterior da aorta é impar Terminação: emite três ramos terminais: artéria gástrica esquerda, artéria esplênica e artéria hepática comum. Trajeto é curto de um a 2 cm dirige-se anteriormente é envolvido pelos nervos do plexo celíaco autônomo. Órgãos irrigados: esôfago abdominal, estômago, pâncreas, baço, duodeno, fígado, vesícula biliar. Ramos: gástrica esquerda, esplênica e hepática comum. Artéria gástrica esquerda: Origem: tronco celíaco Terminação: na curvatura menor do estômago emitindo ramos para o esôfago abdominal e para a curvatura menor do estômago Trajeto: de início ascendente até o cárdia e depois desce pela curvatura menor do estômago. Órgãos irrigados: esôfago abdominal e estômago Ramos: esofágicos e gástricos Artéria esplênica: Origem: tronco celíaco Terminação: no hilo do baço Trajeto: segue para a esquerda, pela margem superior do pâncreas Órgãos irrigados: baço, pâncreas, estômago Ramos: pancreática dorsal, pancreática inferior, pancreática magna, pancreática caudal, gastromental esquerda, gástricas curtas, ramos esplênicos. Artéria hepática comum Origem: tronco celíaco Terminação: artéria hepática própria, artéria gastroduodenal Trajeto: segue para a direita e para cima em direção ao fígado Órgãos irrigados: fígado, estômago, duodeno, pâncreas, vesícula biliar. Ramos: Hepática própria e gastroduodenal Artéria hepática própria Origem: hepática comum Terminação: ramos hepática direita e hepática esquerda Trajeto: à esquerda do ducto colédoco Órgãos irrigados: fígado, vesícula biliar e estômago Ramos: gástrica direita para a curvatura menor do estômago e cística ramo da hepática direita. Artéria gastroduodenal Origem: hepática comum Terminação: gastromental direita para a curvatura maior do estômago e pancreaticoduodenal superior para o duodeno e cabeça do pâncreas. Trajeto: descendente por trás da primeira porção do duodeno Órgãos irrigados: estômago, duodeno e pâncreas Ramos: pancreaticoduodenal superior, gastromental direita, retroduodenal Artéria supra-renal média Origem: contorno lateral da aorta, é par Terminação: na glândula supra-renal anastomosando-se com as supra-renais superior e inferior Trajeto: cruzam os pilares do diafragma em direção lateral Órgãos irrigados: glândula supra-renal Ramos: terminais na glândula Artéria mesentérica superior Origem: face anterior da aorta Terminação: ramos jejunais, ileais, pancreático duodenal inferior, ileocólica, cólica direita, cólica média. Trajeto: desce por trás do pâncreas entre a cabeça e o colo entra no mesentério onde emite seus ramos: jejunais e ileais para à esquerda, ileocólica e cólica direita para à direita e os demais para cima. Órgãos irrigados: duodeno, pâncreas, jejuno, íleo, lado direito do intestino grosso Ramos: jejunais e ileais de 12 a 17; ileocólica (2 cecais, apendicular, ileal, cólica) cólica direita (saindo diretamente da mesentérica só em 20% das artérias) ramos ascendente e descendente, cólica média, ramos direito e esquerdo pancreaticoduodenal inferior. Artéria renal: Origem: contorno lateral da aorta é par Terminação: no interior do rim divide-se em ramos segmentares, interlobares, interlobulares Trajeto: transversal, entrando pelo hilo do rim atrás da veia renal Órgãos irrigados: rim, supra-renal, ureter Ramos: supra renal inferior, ramos renais segmentares Artéria gonadal: (testicular ou ovárica de acordo com o sexo) Origem: face anterior da aorta é par e de pequeno calibre Terminação: testículo ou ovário de acordo com o sexo Trajeto: descendente, sobre o músculo psoas maior, entram no ligamento suspensor do ovário ou no funículo espermático Órgãos irrigados: gônadas, ureter (cremaster, tuba uterina) Ramos: genitais externos, gônadas e genitais internos, ureteres. Lombares: Origem: face posterior da aorta em geral 4 para cada lado Terminação: na parede posterior do abdome Trajeto: transversal correspondem as vértebras lombares Órgãos irrigados: parede abdominal posterior, medula espinal Ramos: posteriores para o dorso, espinais para a medula, musculares Mesentérica inferior Origem: lado esquerdo da aorta próximo à sua terminação Terminação: quando emite os ramos retal superior, sigmóideas e cólica esquerda Trajeto: de início é descendente até dividir-se em seus ramos terminais Órgãos irrigados: lado esquerdo do intestino grosso, reto Ramos: retal superior, sigmóideas, cólica esquerda com ramos ascendente e descendente. Observação: As artérias ileocólica, cólica direita, cólica média ramos da mesentérica superior anastomosam-se com as artérias cólica esquerda e sigmóideas da mesentérica inferior formando o arco justacólico (artéria marginal, de Rioland, de Drummond). Terminação da aorta - artéria ilíacas comuns direita e esquerda e sacral mediana Ao colocar-se por diante da quarta vértebra lombar a artéria aorta divide-se em seus dois ramos terminais as artérias ilíacas comuns direita e esquerda, de sua face posterior pouco antes de se dividir destaca-se um ramo mediano de diâmetro muito pequeno, é a artéria sacral mediana. Esta artéria destinava-se à cauda e quando o ser humano a perdeu, grande parte de seu comprimento regrediu permanecendo a pequena porção que se destina ao reto e provavelmente à parede sacral. Artérias ilíacas comuns Origem: são ramos terminais da artéria aorta Terminação: ramos ilíacas interna e externa Trajeto: divergem como se dirigissem aos membros inferiores (5 a 7 cm) entre as pelves menor e maior. Órgãos irrigados: correspondem ao conjunto de seus ramos terminais Ramos: geralmente não emitem ramos colaterais, só os terminais: ilíacas interna e externa Ilíaca interna Origem: um dos ramos terminais da artéria ilíaca comum Terminação: variável, em geral, os ramos pudenda interna e glútea inferior Trajeto: dirige-se à pelve menor encostada à parede da pelve Órgãos irrigados: órgãos e paredes da pelve Ramos: glútea superior, umbilical, obturatória, vesical inferior, retal média, pudenda interna, glútea inferior, uterina, vaginal, iliolombar, sacral lateral Observações: A glútea superior e a glútea inferior apresentamtrajeto paralelo de direção lateral; a glútea superior é o primeiro ramo tão volumoso quanto a própria ilíaca interna, a obturatória atravessa junto com o nervo obturatório o músculo obturador interno, a umbilical possui duas partes distintas: a patente até emitir a vesical superior e a oclusa que sobe pela parede anterior do abdome em direção ao umbigo, a pudenda interna é o ramo mais profundo. Ilíaca externa Origem: uma dos ramos terminais da artéria ilíaca comum Terminação: ao passar pelo ligamento inguinal continua como artéria femoral Trajeto: é a continuação da artéria ilíaca comum entre as pelves menor e maior Órgãos irrigados: parede abdominal, membro inferior Ramos: epigástrica inferior, circunflexa ilíaca profunda Femoral Origem: continuação da artéria ilíaca externa Terminação: ao sair do canal dos adutores passa se chamar poplítea Trajeto: Continuação da ilíaca externa a partir do ligamento inguinal, desce pela região femoral anterior por diante da veia e penetra no canal dos adutores de onde sairá com o nome de poplítea Órgãos irrigados: membro inferior, partes dos genitais externos e parede abdominal Ramos: epigástrica superficial, circunflexa ilíaca superficial, pudenda externa, circunflexa femoral lateral, circunflexa femoral medial, femoral profunda, descendente do joelho Poplítea Origem: continuação da femoral a partir do canal dos adutores na região genicular posterior Terminação: divide-se nos ramos terminais: tibial anterior e tronco tibiofibular Trajeto: região genicular posterior ao lado da veia poplítea Órgãos irrigados: joelho, perna e pé Ramos: superior, média e inferior do joelho e ramos terminais: tibial anterior e tronco tibiofibular Tibial anterior Origem: divisão da poplítea na parte superior da perna Terminação: continua no dorso do pé com o nome de dorsal do pé Trajeto: de início entre os músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos e depois entre os extensores longos dos dedos e do hálux. Órgãos irrigados: perna e pé Ramos: musculares e dorsal do pé Dorsal do pé Origem: continuação da artéria tibial anterior no dorso do pé Terminação: continua como artéria arqueada Trajeto: entre os tendões dos extensores longos Órgãos: pé Ramos: arqueada de onde saem as artérias metatarsais dorsais e destas as digitais dorsais para os dedos Tibial posterior Origem: uma das divisões da artéria poplítea Terminação: ramos na planta do pé: plantar medial e plantar lateral Trajeto: de início sobre o tibial posterior no final margem medial do tendão do calcâneo Órgãos irrigados: perna e pé Ramos: fibular, plantar medial e plantar lateral Plantar lateral Origem: um dos ramos terminais da artéria tibial posterior Terminação: ao emitir o arco plantar profundo Trajeto: entre os músculos flexor curto dos dedos e quadrado plantar Órgãos irrigados: planta do pé e dedos Ramos: arco plantar profundo de onde saem as artérias metatarsais plantares das quais se destacam as artérias digitais plantares e destas as artérias digitais plantares próprias. Plantar medial Origem: um dos ramos terminais da artéria tibial posterior Terminação: ramos digitais Trajeto: próximo ao músculo abdutor do hálux Órgãos irrigados: planta do pé e dedos Ramos: superficial e profundo Roteiro prático: Artérias 1. Parte ascendente da aorta 2. Arco da aorta 3. Parte descendente da aorta (torácica0 4. Parte descendente da aorta (abdominal) 5. Artéria coronária direita 6. Ramo marginal direito 7. Ramo interventricular posterior 8. Artéria coronária esquerda 9. Ramo interventricular anterior 10. Ramo circunflexo 11. Tronco braquiocefálico 12. Artéria subclávia 13. Artéria carótida comum 14. Artéria torácica interna 15. Artéria vertebral 16. Tronco tireocervical 17. Artéria tireóidea inferior 18. Artéria cervical transversa 19. Artéria carótida externa 20. Artéria carótida interna 21. Artéria tireóidea superior 22. Artéria lingual 23. Artéria facial 24- Artéria maxilar 25. Artéria temporal superficial 26. Artéria intercostal posterior 27. Artéria frênica inferior 28. Tronco celíaco 29. Artéria gástrica esquerda 30. Artéria hepática comum 31. Artéria esplênica 32. Artéria hepática própria 33. Artéria gastroduodenal 34. Artéria mesentérica superior 35. Artéria renal 36. Artéria gonadal (testicular ou ovárica) 37. Artéria lombar 38. Artéria mesentérica inferior 39. Artéria ilíaca comum 40. Artéria sacral mediana 41. Artéria ilíaca externa 42. Artéria ilíaca interna 43. Artéria glútea superior 44. Artéria glútea inferior 45. Artéria pudenda interna 46. Artéria obturatória 47. Artéria dorsal do pé 48. Artéria femoral 49. Artéria femoral profunda 50. Artéria poplítea 51. Artéria tibial anterior 52. 53. Artéria tibial posterior 54. Artéria fibular 55. Artéria axilar 56. Artéria subescapular 57. Artéria braquial 58. Artéria braquial profunda 59. Artéria radial 60. Artéria ulnar 61. Artéria circunflexa da escápula 62. Artéria toracodorsal 63. Artéria supra-escapular 64. Artéria umbilical – parte oclusa 65. Artéria epigástrica inferior 66. Arco palmar superficial Principais veias Veias: são vasos que recolhem o sangue dos tecidos, confluem uns com outros até a formação das veias cavas através das quais o sangue é levado de volta ao coração. Portanto nas veias, o sentido da corrente sangüínea é centrípeto em relação ao coração. As veias se diferenciam das artérias pela pressão sangüínea mais baixa, não pulsam e possuem válvulas ao longo de suas paredes, suas paredes são mais finas, frágeis e transparentes, por isso parecem azuladas (cor escura do sangue em seu interior) e achatadas, estão cheias de sangue e podem ser superficiais (usadas para aplicação de injeções) e profundas. Veias que drenam para a veia cava superior Cabeça Veias superficiais e profundas do encéfalo drenam para um tipo especial de vasos que são canais abertos na dura-máter chamados seios venosos. Seio sagital superior na margem superior da foice do cérebro Seio sagital inferior na margem inferior da foice do cérebro Seio reto continuação do seio sagital inferior em direção posterior Seio occipital que percorre a foice do cerebelo Os seios sagital superior, reto e occipital juntam-se na confluência dos seios (altura da protuberância occipital interna do occipital) de onde saem lateralmente os seios transversos que percorrem os sulcos dos seios transversos do osso occipital na inserção da tenda do cerebelo seguem como seios sigmóideos recebendo os seios petrosos antes de chegar à fossa jugular onde terminam como veia jugular interna. Esses seios drenam o encéfalo, o crânio, as meninges e o couro cabeludo. Veia temporal superficial Localização: fossa temporal acima da orelha Drenagem: crânio, couro cabeludo Terminação: une-se à veia maxilar para formar a veia retromandibular Veia auricular posterior Localização: nuca, atrás da orelha Drenagem: crânio, couro cabeludo, orelha Terminação: une-se à veia retromandibular para formar a veia jugular externa Veia facial Localização: sulco nasogeniano Drenagem: estruturas superficiais da face Terminação: variável pode abrir-se na jugular interna ou na jugular externa Veia maxilar Localização: internamente ao ramo da mandíbula Drenagem: estruturas profundas da face Terminação: une-se à veia temporal superficial para formar a veia retromandibular Veia retromandibular Localização: interior da glândula parótida, por trás do ramo da mandíbula Drenagem: conjunto das veias: temporal superficial, maxilar e facial Terminação: une-se à veiaauricular posterior para formar a jugular externa Pescoço Veia jugular externa (veia superficial) Localização: cruza superficialmente o músculo esternocleidomastóideo Drenagem: face, pescoço, crânio, ombro Tributárias: jugular anterior, arco jugular, cervical transversa Terminação: desemboca na junção das veias jugular interna e subclávia Veia jugular interna Localização: no pescoço lateralmente à artéria carótida comum e nervo vago Drenagem: crânio, encéfalo, pescoço, face Tributárias: facial, tireóidea superior, tireóidea média, lingual, faríngea Terminação: une-se à veia subclávia para formar a veia braquiocefálica Veia vertebral Localização: forames transversários da coluna cervical Drenagem: plexo venoso vertebral, pescoço Terminação: veia braquiocefálica Veia tireóidea inferior Localização: diante da traquéia Drenagem: glândula tireóide e demais estruturas inferiores do pescoço Terminação: veia braquiocefálica Parede torácica Veia torácica interna Formação: veias epigástrica superior e frênica Localização: ao lado do esterno Drenagem: parede torácica Tributárias: intercostais anteriores Terminação: veia braquiocefálica Veia braquiocefálica Localização: mediastino superior, atrás do manúbrio do esterno e cartilagens costais superiores Drenagem: cabeça, pescoço, membro superior, parede torácica Tributárias: torácica interna, vertebral, tireóidea inferior, jugular externa, subclávia e jugular interna Terminação: une-se à veia braquiocefálica do outro lado para formar a veia cava superior. Tórax Veia ázigo Formação: junção das veias subcostal e lombar ascendente do lado direito Localização parede torácica ao lado direito da coluna vertebral: Drenagem: parede e órgãos torácicos Tributárias: intercostais posteriores direitas, hemiázigo, hemiázigo acessória Terminação: veia cava superior Veia hemiázigo Formação: junção das veias subcostal e lombar ascendente do lado esquerdo Localização: parede torácica ao lado esquerdo da coluna vertebral, parte inferior Drenagem: parede torácica esquerda Tributárias: intercostais posteriores do lado esquerdo Terminação: veia ázigo no nível da 7ª vértebra torácica Veia hemiázigo acessória Formação: a partir da 4ª veia intercostal posterior esquerda Localização: parede torácica ao lado esquerdo da coluna vertebral Drenagem: parede torácica esquerda Tributárias: intercostais posteriores do lado esquerdo Terminação: veia ázigo no nível da 7ª vértebra torácica Veias intercostais posteriores Localização: parte posterior do espaço intercostal, no sulco das costelas Drenagem: parede torácica Terminação: veia ázigo (lado direito) veias hemiázigo e hemiázigo acessória (lado esquerdo) Veia bronquiais Localização: (2) brônquios Drenagem: brônquios e pulmões Terminação: ázigo (lado direito) hemiázigo (lado esquerdo) Veias subcostais Localização: sob a última costela Drenagem: parede abdominal Terminação: formam as veias ázigo e hemiázigo Esofágicas Localização: parede do esôfago (número variável) Drenagem: esôfago Terminação: veia ázigo Veia intercostal suprema Localização: 2 ou 3 espaços intercostais superiores Drenagem: parede torácica Tributárias: intercostais posteriores Terminação: ázigo e hemiázigo Membro Superior Veias superficiais do membro superior Rede venosa dorsal da mão Localização: dorso da mão Drenagem: mão Terminação: forma a veia cefálica (lateralmente) e veia basílica (medialmente) Veia cefálica Formação: veias laterais da rede venosa dorsal da mão Localização: lado lateral do antebraço, cotovelo e braço, sulco deltopeitoral Drenagem: lado lateral do membro superior Tributárias: numerosas mas sem nomes definidos Terminação: aprofunda-se no sulco deltopeitoral e desemboca na veia axilar Veia basílica Formação: veias mediais da rede venosa dorsal da mão Localização: lado medial do antebraço, cotovelo e braço, perfura a fáscia dois dedos acima do cotovelo Drenagem: lado medial do membro superior Tributárias: numerosas mas sem nomes definidos Terminação: Após perfurar a fáscia no início do braço acompanha a veia braquial e se une a ela na axila para formar a veia axilar Veia intermédia do cotovelo Localização: região anterior do cotovelo unindo as veias basílica e cefálica, é muito variável Drenagem: é uma anastomose das veias cefálica e basílica Tributárias: veia intermédia do antebraço Terminação: unindo as veias basílica e cefálica pode ser em m ou transversal Veia intermédia do antebraço Localização: no centro da região antebraquial anterior Drenagem: superficial do antebraço Terminação: em geral, na intermédia do cotovelo. Veias profundas do membro superior As veias profundas recebem os mesmos nomes das artérias que acompanham, em geral são duas veias para uma artéria e são conhecidas como veias satélites. Veias digitais palmares próprias Veias digitais palmares comuns Arco venoso palmar superficial Veiasmetacarpais palmares Arco venoso palmar profundo Veias metacarpais dorsais Veias ulnares Veias radiais Veias braquiais Veia axilar Localização: na axila Formação: união da veia braquial com a basílica Drenagem: membro superior e parede torácica Tributárias: subescapular, torácica lateral, toracoepigástrica Terminação: margem lateral da primeira costela Veia subclávia Formação: continuação da veia axilar a partir da margem lateral da 1ª costela Localização: pescoço em trono da primeira costela, atrás da clavícula Drenagem: membro superior, parede torácica, ombro, pescoço Tributárias: jugular externa, arco jugular Terminação: junta-se à veia jugular interna formando a veia braquiocefálica Veia cava Superior Formação: união das duas veias braquiocefálicas direita e esquerda Localização: mediastino superior, lado direito Drenagem: Cabeça, pescoço, ombros, membros superiores, tórax. Tributárias: veias braquiocefálicas e ázigo Terminação: Átrio direito. Veias que drenam para a veia cava inferior Membro Inferior Veias superficiais do membro inferior Veias digitais dorsais Veias intercapitulares Rede venosa dorsal do pé Veia safena parva Formação: veia marginal lateral da rede venosa dorsal Localização: lado lateral do pé, por trás do maléolo lateral, sobe pelo centro da região posterior da perna. Drenagem: pé Tributárias: várias sem nome definidos Terminação: em geral na veia poplítea no joelho Veia safena magna Formação: veia marginal medial da rede venosa dorsal Localização: lado medial do pé, passa por diante do maléolo medial sobe pelo lado medial da perna, joelho e coxa Drenagem: membro inferior Tributárias: safena acessória, pudenda externa, epigástrica superficial, circunflexa ilíaca superficial Terminação: veia femoral atravessando hiato safeno Veias profundas do membro inferior As veias profundas recebem os mesmos nomes das artérias que acompanham, em geral são duas veias para uma artéria e são conhecidas como veias satélites. Veias digitais plantares Veias metatarsais plantares Arco venoso plantar profundo Veias plantares mediais e laterais Veias tibiais posteriores Veias fibulares Veias tibiais anteriores Veia poplítea Formação: fossa poplítea pela reunião das fibulares, tibiais posteriores e tibiais anteriores Localização: região genicular posterior Drenagem: membro inferior Tributárias: veias do joelho Terminação: ao entrar no canaldos adutores sai como veia femoral Veia femoral Formação: continuação da veia poplítea a partir do canal dos adutores Localização: trígono femoral (anterior da coxa) Drenagem: membro inferior parte da parede abdominal e dos genitais externos Tributárias: circunflexa femoral medial, circunflexa femoral lateral, femoral profunda, safena magna Terminação: ao passar pelo ligamento inguinal passa a se chamar ilíaca externa Veia ilíaca externa Formação: continuação da veia femoral a partir do ligamento inguinal Localização: entre a pelve menor e a pelve maior Drenagem: parede abdominal, membro inferior, genitais externos Tributárias: epigástrica inferior, circunflexa ilíaca profunda Terminação: ao se unir com a veia ilíaca interna no nível da articulação sacroilíaca forma a veia ilíaca comum Veia ilíaca interna Formação: reunião da veia glútea superior com o tronco da reunião das demais Localização: parede lateral da pelve menor Drenagem: alguns órgãos e parede da pelve Tributárias: glútea inferior, pudenda interna, uterina, vaginal, obturatória, vesical, retal média, glútea superior Terminação: une-se com a veia ilíaca externa para formar a veia ilíaca comum Veia ilíaca comum Formação: no nível da articulação sacroilíaca pela união das veias ilíacas interna e externa de cada lado Localização: convergem uma em direção à outra para se encontrarem por diante da 5ª vértebra lombar Drenagem: membro inferior, pelve e parede abdominal Tributárias: sacral lateral, iliolombar e sacral mediana (esquerda) Terminação: unem-se para formar a veia cava inferior. Veia sacral mediana Formação: principalmente veia retal posterior Localização: face anterior do sacro Drenagem: reto parte da parede da pelve Tributárias: pode ser uma, duas, ou duas fundidas em uma Terminação: junção das veias ilíacas comuns ou na ilíaca esquerda Veia cava inferior Formação: junção das veias ilíacas comuns direita e esquerda no nível da quinta vértebra lombar Localização: por diante da coluna vertebral à direita da artéria aorta Drenagem: membros inferiores, pelve, abdome abaixo do diafragma Tributárias: lombares, gonadal direita, supra-renal direita, frênicas inferiores hepáticas Terminação: átrio direito após atravessar o diafragma pelo óstio da veia cava. Veias lombares (4 pares) Localização: região lombar Drenagem: músculos e parede da região lombar Tributárias: pequenas veias do dorso Terminação: veia cava inferior Veia gonadal (testicular ou ovárica) Formação: plexo pampiniforme - plexo ovárico - ligamento suspensor do ovário, psoas maior Localização: funículo espermático, psoas maior Drenagem: Gônadas e anexos Terminação: veia cava inferior no lado direito e veia renal esquerda no lado esquerdo Veia renal Formação: veias intra-renais Localização: pedículo renal por diante da artéria renal Drenagem: lado direito: rim, ureteres - lado esquerdo: rim ureteres, gônada, supra-renal, lado esquerdo do diafragma Tributárias: lado esquerdo: supra-renal, frênica inferior, gonadal Terminação: veia cava inferior Veia supra-renal Formação: glândula supra-renal Localização: acima da veia renal Drenagem: glândula supra-renal Terminação: lado direito: veia cava inferior - lado esquerdo: veia renal esquerda Veia frênica inferior Formação: diafragma Localização: superfície inferior das cúpulas do diafragma Drenagem: diafragma Terminação: lado direito na veia cava inferior - lado esquerdo - na veia renal Veia hepáticas Formação: no interior do fígado Localização: face diafragmática do fígado Drenagem: fígado Tributárias: veias dos lobos do fígado Terminação: veia cava inferior Veias que drenam para a veia porta Veia mesentérica superior Formação: veias do intestino delgado, intestino grosso, pâncreas e estômago Localização: mesentério Drenagem: intestino delgado, lado direito do intestino grosso, pâncreas, estômago Tributárias: veias jejunais, ileais, gastromental direita, pancreáticas, pancreaticoduodenais, ileocólica, cólica direita, cólica média. Terminação: une-se à veia esplênica para formar a veia porta Veia esplênica Formação: veias do baço em número de 5 a 7 Localização: margem superior do pâncreas Drenagem: baço, pâncreas, estômago Tributárias: veias pancreáticas, gástricas curtas, gastromental esquerda Terminação: une-se à veia mesentérica superior para formar a veia porta Veia mesentérica inferior Formação: veias do lado esquerdo do colo e do reto Localização: ao lado da artéria e depois ao lado do m. psoas maior Drenagem: reto, lado esquerdo colo (sigmóide, colo descendente flexura esquerda Tributárias: retal superior, sigmóideas, cólica esquerda Terminação: geralmente na veia esplênica, mas pode terminar na veia mesentérica superior ou na junção das veias mesentérica superior e esplênica. Veia porta Formação: no nível da segunda vértebra lombar, atrás do colo pâncreas e do duodeno, na maioria das vezes pela união das veias mesentérica superior e esplênica Localização: omento menor atrás do ducto colédoco e artéria hepática própria Drenagem: Intestino delgado, Intestino grosso, estômago, baço, pâncreas, umbigo, esôfago abdominal Tributárias: mesentérica superior, esplênica, mesentérica inferior, gástrica direita, gástrica esquerda, cística e paraumbilicais. Terminação: ramos direito e esquerdo no interior do fígado Veia gástrica esquerda Formação: curvatura menor do estômago e esôfago abdominal Localização: curvatura menor do estômago Drenagem: estômago e esôfago abdominal Tributárias: ramos venosos da curvatura menor e do esôfago abdominal Terminação: veia porta Gástrica direita Formação: curvatura menor do estômago Localização: omento menor Drenagem: estômago e duodeno Terminação: veia porta Veia cística Formação: vesícula biliar Localização: ao dado do ducto cístico Drenagem: vesícula biliar Terminação: ramo direito da veia porta Veias paraumbilicais (4) Formação: umbigo Localização: ligamento redondo Drenagem: umbigo Tributárias: parede abdominal em torno do umbigo Terminação: ramo esquerdo da veia porta Roteiro Prático: Principais Veias Rede venosa dorsal da mão Veia cefálica Veia basilica Veia mediana do cotovelo Veia radial Veia ulnar Veia braquial Veia axilar Veia subclavia Seio sagital superior Seio reto Seio transverso Veia jugular interna Veia facial Veia tireóidea superior Veia jugular externa Veia tireóidea inferior Veia braquiocefalica Veia ázigos Veia cava superior Rede venosa dorsal do pé Veia safena parva Veia safena magna Veia tibial anterior Veia tibial posterior Veia poplítea Veia femoral Veia ilíaca externa Veia ilíaca interna Veia sacral mediana Veia cava inferior Veias lombares Veia gonadal Veia renal Veia mesenterica inferior Veia mesenterica superior Veia esplenica Veia porta Veia hepatica Seio coronário Veia ilíaca comum Veia interventricular anterior Veia interventricular posterior Veias intercostais posteriores Veia jugular anterior Seio sigmóideo Veia profunda da coxa Veias cardíacas anteriores Veia marginal esquerda Veia posterior do ventrículo esquerdo Veia epigástrica superficial Veia circunflexa superficial do ílio Veia pudenda externaVeia safena acessoria Veia fibular Veia hemiazigos Veia hamiazigos acessoria Veia torácica interna Veia epigástrica inferior Veia temporal superficial Veia maxilar Veia retromandibular � SISTEMA LINFÁTICO Prof. Nader Wafae Conceito É o conjunto de estruturas responsáveis pela formação e pelo transporte da linfa e pela defesa do nosso organismo mediante mecanismos imunológicos. Histórico: Aselli 1622 (vasos linfáticos), Pecquet 1651 (cisterna do quilo), Malpighi 1661 (capilares). Funções: Absorção e transporte de moléculas grandes de proteínas e gorduras. Limpeza do interstício celular. Produção, maturação ou transformação de linfócitos, plasmócitos e macrófagos d- Defesa do organismo através de linfócitos, filtração e anticorpos. e- Drenagem do excesso de líquido do espaço intersticial. Constituição: Continente - conjunto de condutos de diferentes calibres. Conteúdo - líquido chamado linfa Órgãos linfáticos - estruturas anexas ou interpostas ao continente. Continente: São os condutores encarregados de recolher a linfa a partir dos espaços intercelulares nos tecidos e transportar e lançá-la nas grandes veias do pescoço. Componentes: Capilar linfático: podem ser abertos na extremidade intersticial com fibras elásticas regulando a entrada da linfa ou fechados “em dedo de luva”. Rede capilar de origem: é o entrecruzamento de capilares que estão anastomosados e imersos no espaço intersticial. Pré coletor: pequenos condutores interpostos entre a rede capilar de origem e os vasos linfáticos. Vasos Linfáticos: paredes mais finas do que as veias, possuem as três camadas (íntima, média e adventícia), e numerosas válvulas. Podem ser aferentes quando penetram em um linfonodo o que fazem por sua curvatura maior (convexidade) ou eferentes quando saem de um linfonodo que é feito pela curvatura menos (concavidade). Troncos Linfáticos: condutos de calibre maior, formados pela reunião de vasos linfáticos. Coletores Linfáticos: são os condutos de maior calibre formados pela reunião de troncos e vasos linfáticos e através deles a linfa é lançada nas grandes veias do pescoço. No organismo humano existem 2 coletores linfáticos: o ducto torácico e o ducto linfático direito. Ducto torácico: Formação: na cisterna do quilo, que é uma dilatação linfática situada por diante e do lado direito da segunda vértebra lombar formada pela reunião dos troncos: lombares direito e esquerdo e intestinal. Trajeto: diante da coluna vertebral, de início no lado direito, atravessa o diafragma através do hiato aórtico, coloca-se entre a veia ázigo, o esôfago e a aorta; no nível da 5a vértebra torácica, cruza a linha mediana e se coloca no lado esquerdo da coluna vertebral lateralmente ao esôfago, em seguida passa por trás da artéria subclávia e da veia braquiocefálica esquerdas e já no lado esquerdo do pescoço recebe os troncos jugular e subclávio, dilata-se e forma o arco do ducto torácico. Terminação: como arco do ducto torácico desemboca na junção das veias: subclávia e jugular interna do lado esquerdo. Tributários: os troncos provenientes do tórax apresentam comportamento variável em relação ao ducto torácico. Drenagem: os dois lados do corpo situados abaixo do diafragma, mais os lados esquerdos do tórax, pescoço, cabeça e membro superior esquerdo. Ducto Linfático Direito: Formação: na base do lado direito do pescoço, posteriormente às inserções inferiores do músculo esternocleidomastóideo, pela reunião dos troncos subclávio, jugular e torácico do lado direito. Trajeto: é muito curto (1 a 2 cm) Terminação: junção das veias subclávia e jugular interna do lado direito. Drenagem: lado direito do tórax, pescoço, cabeça e membro superior direito. Conteúdo O líquido que circula no interior dos condutos linfáticos é a linfa que procede do líquido intersticial assimilado pelos capilares linfáticos. É de cor levemente amarelada ou transparente, faz exceção a linfa intestinal que é branca e leitosa pelo alto teor em gorduras e se chama quilo. A composição química da linfa é semelhante a do sangue, mas os elementos celulares são diferentes, pela quantidade insignificante de hemácias e pelo número maior de linfócitos. Órgãos linfáticos: Completando o sistema linfático temos estruturas macroscópicas que se intercalam entre os vasos linfáticos, são os linfonodos ou estão anexos como o baço, o timo, as tonsilas e a medula óssea. Linfonodos: São estruturas pequenas com a forma e o tamanho de feijão, interpostos entre os vasos linfáticos, dispostos em grupos de número variável porém de localização e distribuição constante pelo corpo. Timo: É órgão linfático situado no mediastino superior por diante da traquéia e acima do coração. Muito desenvolvido no recém nascido diminui de crescimento com a idade reduzindo-se a uma pequena quantidade vestigial a partir da puberdade. Está constituído por dois lobos (direito e esquerdo). Baço: Está situado embaixo da cúpula esquerda do diafragma (hipocôndrio esquerdo), apresenta 2 faces: visceral (côncava, relaciona-se com o estômago, colo, rim e pâncreas) e diafragmática (convexa, em relação com o diafragma); é irrigado pela artéria esplênica e drenado pela veia esplênica. Além das funções próprias do sistema linfático é também órgão hemocaterético (destruição de hemácias que completaram seus ciclos). Tonsilas: Situadas principalmente no início dos sistemas respiratório e digestivo (onde serão estudadas) encontramos as tonsilas: faríngea, tubárias, palatinas e lingual formando o anel linfático da faringe (de Waldeyer). Apêndice vermiforme: O apêndice vermiforme do sistema digestório possui estruturas semelhantes aos linfonodos apenas se diferenciam por não possuir cápsula e são denominados nódulos linfáticos agregados. Agrupamentos linfonodulares Prof. Dr. Nader Wafae Cabeça: Occipital - inserção do m. trapézio Mastóideo - inserção do m. esternocleidomastóideo na mastóide Auricular - trago Parotídeo - interior da parótida Faciais - mm bucinador e masseter, vasos faciais Mandibulares- profundamente ao ramo da mandíbula Linguais - soalho da boca Retrofaríngeo - atrás da parte nasal da faringe Pescoço: Submandibular - embaixo da porção lateral da mandíbula Submentual - entre os ventres anteriores do músculo digástrico. Cervical Superficial - veia jugular externa Cervical Anterior - jugular anterior e traquéia Cervical Profundo - veia jugular interna Membro Superior: Superficiais: Supra-troclear - epicôndilo medial do úmero Deltopeitoral - sulco deltopeitoral, veia cefálica Profundos: Axilares - Lateral: veia axilar Anterior: borda lateral do m. peitoral menor Posterior: artéria subescapular Intermédio: centro da axila Medial: sob a clavícula Tórax: Parietais: Paraesternais - artéria torácica interna Intercostais - ao lado da coluna vertebral Frênicos - Anteriores - Médios e Posteriores Viscerais: Traqueobronquiais traqueais - bronquiais - broncopulmonar e pulmonares Braquiocefálicos - mediastino superior, veias braquiocefálicas Justaesofágicos - esôfago e aorta descendente Abdome: Parietais: Aórticos: Laterais, Pré e Retroaórticos Lombares: direitos, esquerdos Epigástricos - vasos epigástricos inferiores Viscerais: Gástricos: curvaturas maior e menor Hepáticos: hilo do fígado Esplênicos: artéria esplênica Mesentéricos superiores Mesentéricos inferiores Pancreáticos Pancreaticoduodenais Pilóricos Pelve: Parietais: Ilíacos - externos, internos e comuns Sacrais Viscerais: Pararretais Vesicais parauterinos, paravaginaisMembro Inferior Tibiais Anterior e posterior - vasos tibiais anterior e posterior Poplíteo - Fossa poplítea Inguinais - Superficiais - ligamento inguinal; Profundos - vasos femorais Roteiro Prático: Sistema Linfático Cisterna do quilo Tronco lombar Ducto torácico Arco do ducto torácico Ducto linfático direito Linfonodo Vaso linfático Tonsila faríngea Tonsila palatina Tonsila lingual Baço Timo ARTÉRIAS DO CORAÇÃO Prof. Dr. Nader Wafae As artérias do coração procedem das artérias coronárias que mais freqüentemente são duas: artéria coronária direita e artéria coronária esquerda. Há relatos excepcionais na literatura de uma e até quatro coronárias As artérias coronárias se originam no início da parte ascendente da aorta em regiões chamadas seios da aorta situados entre as paredes da artéria e as partes livres das válvulas semilunares. Artéria coronária esquerda A artéria coronária esquerda origina-se no seio da aorta esquerdo, é única, excepcionalmente seus ramos terminais podem se originar separadamente no mesmo seio. Seu comprimento varia de 2 a 40 mm. De início coloca-se superficialmente no sulco coronário para terminar, após curto trajeto, dividindo-se em dois ramos, três ramos ou quatro ramos. Seus ramos terminais são: interventricular anterior e circunflexa. Nos demais casos com 3 e 4 ramos temos as artérias diagonais. Artéria interventricular anterior (descendente anterior) É um dos ramos terminais da artéria coronária esquerda, contorna lateralmente o tronco pulmonar para se colocar no sulco interventricular anterior que percorrerá até o ápice, podendo terminar em sua parte anterior, ou em sua parte posterior, ou no terço final do sulco interventricular posterior. Seus ramos laterais distribuem-se pelas paredes dos ventrículos e os ramos septais penetram no septo. As anastomoses com ramos da artéria coronária direita ocorrem na região do cone arterial, do ápice, do septo e em alguns outros pontos da parede anterior. Artéria circunflexa É o outro ramo terminal constante da artéria coronária esquerda, após sua origem coloca-se no lado esquerdo do sulco coronário posteriormente à aurícula esquerda, sua terminação é variável: é considerada curta quando termina na face esquerda ou antes da cruz do coração (cruzamento dos sulcos interatrial, coronário e interventricular posterior) é longa quando ultrapassa a cruz do coração (10%). Seus ramos são atriais e ventriculares, marginal esquerda e em 10% dos casos termina como artéria interventricular posterior. Quando a coronária esquerda é a dominante. As anastomoses com ramos da artéria coronária direita ocorrem no nível do ápice, e da parede posterior e com a artéria interventricular anterior na parede anterior. Artéria coronária direita A artéria coronária direita origina-se no seio da aorta direito, geralmente é uma só mas pode ser dupla. Logo após sua origem ocupa o lado direito do sulco coronário, contorna a margem direita e continua na parte posterior do sulco podendo terminar aí, continuar até a cruz do coração, descer pelo sulco interventricular posterior ou continuar pelo lado esquerdo do sulco coronário. Desta forma, a artéria coronária direita pode terminar na margem direita, entre a margem direita e o cruzamento dos septos, no cruzamento, entre este e a face esquerda ou em plena face esquerda do coração. A artéria coronária direita apresenta ramos ventriculares anteriores para a parede anterior do ventrículo direito, o ramo para o cone arterial, a artéria marginal direita, ramos ventriculares posteriores para a parede posterior dos ventrículos, ramos septais, ramos atriais entre os quais a artéria do nó sinoatrial (58%) e ramo para o nó atrioventricular (86%). As anastomoses com ramos da artéria interventricular anterior ocorrem no cone arterial, na parede anterior, e no ápice; com ramos da artéria circunflexa, na parede posterior e face esquerda e entre as marginais, no ápice. Artéria interventricular posterior (descendente posterior) A artéria interventricular posterior, é ramo terminal da artéria coronária direita em 90% dos casos, emite ramos ventriculares posteriores e ramos septais, pode terminar na metade superior do sulco interventricular posterior, na metade inferior desse sulco ou no ápice. As anastomoses com a artéria interventricular anterior ou com as marginais ocorrem no ápice. Artéria dominante A identificação da artéria dominante no coração tem importante aplicação clínica. Aceita-se como artéria dominante entre as coronárias direita e esquerda àquela que ultrapassa a cruz do coração (cruzamento dos sulcos interatrial, coronário e interventricular posterior) e constitui o ramo interventricular posterior. Assim a coronária direita é a dominante em 70 a 80% dos corações, a coronária esquerda através de seu ramo circunflexo é a dominante em 10% e nos restantes 10% a 20% há equilíbrio e dizemos que é do tipo balanceada. VEIAS DO CORAÇÃO A drenagem venosa do coração é efetuada de três formas: Através do seio coronário: A maior veia do coração localiza-se na parte posterior e esquerda do sulco coronário, seu início é apontado de diversas maneiras pelos autores, a mais natural é a que indica como origem o encontro das veias interventricular anterior (cardíaca magna) e marginal esquerda. A veia interventricular anterior (cardíaca magna) que começa em torno do ápice do coração coloca-se no sulco interventricular anterior juntamente com a artéria interventricular anterior, entra no sulco coronário, caminha junto à artéria circunflexa até se unir à veia marginal esquerda que ascende, em geral, pelo centro da face esquerda. Há autores que colocam o início do seio coronário quando a veia cardíaca magna entra no sulco coronário. Tributárias: veia posterior do ventrículo esquerdo, na parede posterior do ventrículo esquerdo entre as veias marginal e interventricular posterior (cardíaca média), veia oblíqua do átrio esquerdo, vestígio da veia cardinal esquerda, veia interventricular posterior (cardíaca média) no sulco interventricular posterior desemboca no seio coronário próximo ao seu término. Terminação: o seio coronário desemboca no átrio direito próximo à desembocadura da v. cava inferior e da cúspide septal da valva atrioventricular direita, onde se observa a presença da válvula do seio coronário, em geral insuficiente. Através das veias cardíacas anteriores: São pequenas veias no lado direito da face esternocostal em número de 3 a 4 que oriundas da parede anterior do ventrículo direito desembocam diretamente no átrio direito. Uma destas veias, a cardíaca parva ou pequena do coração, situada na margem direita pode comportar-se como cardíaca anterior e desembocar diretamente no átrio ou percorrer o sulco coronário e terminar no seio coronário. Através das veias cardíacas mínimas: São veias diminutas formadas nas paredes internas das 4 câmaras cardíacas e que desembocam na cavidade em cuja parede se encontram. São melhor visíveis no átrio esquerdo pela paredes lisas que apresenta . Roteiro Prático sobre vascularização do coração 1-a. coronária esquerda 2-a. interventricular anterior 3- a. circunflexa 4. a. marginal esquerda 5. a. coronária direita 6. a. do cone arterial 7. a. marginal direita 8. a. interventricular posterior 9. a. do nó sinoatrial 10. v. cardíaca magna (interventricular anterior) 11. v. marginal esquerda 12. v. posterior do ventrículo esquerdo 13. v. cardíaca média (interventricular posterior) 14. seio coronário 15. v. cardíaca parva 16. v. cardíaca mínima COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO Prof. Dr. Nader Wafae É o conjunto de estruturas responsáveis pela origem e pela condução do estímulo necessário para a contração do músculocardíaco. O interesse em esclarecer a causa dos batimentos cardíacos motivou os pesquisadores desde a antigüidade. Assim, tivemos uma fase inicial na qual se considerava o aquecimento do coração como a origem e a dilatação cardíaca (diástole) como o movimento ativo. Pertencem a esta fase as teorias: fogo vestal de Hipócrates, calor natural de Aristóteles pela presença da alma no coração; a força vital de Galeno e a reação química exotérmica de Silvius. A segunda fase é científica e se caracteriza pelas controvérsias entre os que defendiam a teoria neurogênica pela qual a origem e a condução do estímulo seriam determinados pelo sistema nervoso e os adeptos da teoria miogênica que atribuía essas funções ao próprio músculo cardíaco, ambas concordavam em que a sístole seria o movimento ativo. Willis (1644) relaciona o funcionamento do coração com as demais vísceras dependentes do sistema nervoso autônomo, é provavelmente o primeiro a falar em teoria neurogênica. Diante das experiências em animais, demonstrando que o coração mantinha seus batimentos, por algum tempo, mesmo depois de retirado do corpo e portanto com suas conexões com o sistema nervoso cortadas, deu margem a que surgissem os defensores da teoria miogênica entre os quais Von Haller (1754) para o qual a distensão da fibra muscular devido ao enchimento da câmara cardíaca pelo sangue provocaria sua contração. A grande dificuldade para aceitar a teoria miogênica consistia em como explicar a seqüência de estimulação que passava dos átrios para os ventrículos, pois se sabia que as musculaturas dos átrios e dos ventrículos eram independentes e as estruturas do esqueleto fibroso interpostas entre átrios e ventrículos não tinham capacidade para condução de estímulos. Mas o decisivo avanço contra a teoria neurogênica foi dado por His Jr. que em 1890, através de seus estudos embriológicos demonstrou que o coração já apresenta movimentos antes que qualquer fibra nervosa fosse encontrada no coração. O mesmo His Jr. em 1893 descobre, finalmente, a ligação entre as musculaturas do átrio e do ventrículo ao identificar o feixe atrioventricular de origem muscular que atravessava o trígono fibroso direito e unia as musculaturas. Descoberta a conexão e o tipo de célula muscular encontrada seguiu-se a identificação das demais estruturas do complexo estimulante. Tawara (1906) descreve o nó atrioventricular na extremidade superior do feixe atrioventricular e os ramos direito e esquerdo na extremidade inferior. Keith & Flack (1907) estudando a região junto à desembocadura da veia cava superior no átrio direito conhecida por ultimus moriens por ser o último local do coração a parar de contrair descobrem o marcapasso do coração, a origem dos estímulos, o nó sinoatrial. A rede subendocárdica dispersa pelas trabéculas cárneas de ambos os ventrículos já era conhecida desde Purkinge. Restava demonstrar como o estímulo originado no nó sinoatrial chegaria ao nó atrioventricular. Lewis (1910) sugere que a condução atrioventricular se daria por propagação radial, passando do nó sinoatrial para as células comuns dos átrios até alcançar o nó atrioventricular quando então retomava o trajeto do sistema condutor especializado, mas em 1963, o conceituado pesquisador James revelou ter encontrado, mediante dissecação e cortes histológicos seriados, três feixes do complexo estimulante ligando o nó sinoatrial ao nó atrioventricular e os denominou de feixes internodais. Mahain já havia esclarecido em 1932 que a parte inicial do septo interventricular muscular era estimulado diretamente pelo feixe atrioventricular por fibras que levam o seu nome. Desta forma, todos os eventos elétricos mostrados pelo eletrocardiograma estavam explicados anatomicamente. . Nó sinoatrial (marcapasso, pacemaker, nó de Keith & Flack). Local: junção ântero-lateral da veia cava superior com o átrio direito no ponto de encontro de três linhas que passam pela margem lateral da veia cava superior, margem superior da aurícula direita e pelo sulco terminal (crista terminal) sob o pericárdio. Forma: variável (fusiforme, oval, ferradura) Tamanho: comprimento (10-30mm) largura (1,8-5mm) espessura (1-1,5mm) Cor: branco amarelado. Irrigação: artéria do nó sinoatrial ramo da artéria coronária D (58%) ou da artéria coronária esquerda ou de seu ramo circunflexo (42%). Condução interatrial e internodal Embora ainda haja controvérsias de como se realizaria essa propagação nos átrios o que mais se aceita é que seja feita através de feixes especiais de tecido condutor contínuos ou descontínuos. São 3 feixes internodais: anterior, médio e posterior Feixe internodal anterior: origina-se no nó sinoatrial passa por diante da desembocadura da veia cava superior, continua pela parede superior do átrio direito até encontrar o septo interatrial, quando se divide em dois feixes, um se dirige ao átrio esquerdo e o outro segue pela parte mais anterior do septo interatrial até encontrar o nó atrioventricular. Feixe internodal médio: origina-se no nó sinoatrial passa por trás da desembocadura da veia cava superior, cruza o seio entre as veias cavas e alcança o septo interatrial no qual se situa logo adiante da fossa oval seguindo até encontrar o nó atrioventricular. Feixe internodal posterior: origina-se no nó sinoatrial, penetra na crista terminal que segue até o fim, passando depois entre o óstio do seio coronário e o óstio da veia cava inferior até alcançar o nó atrioventricular. Nó Atrioventricular (nó de Aschoff & Tawara, nó AV). Local: parte inferior do lado direito do septo interatrial no centro de um triângulo formado pelo óstio do seio coronário, pelo óstio da veia cava inferior e pela inserção da cúspide septal da valva AV direita no anel fibroso. Forma: ovóide Tamanho: comprimento 5 mm, largura 3 mm, espessura 1 mm. Irrigação: artéria coronária direita (90%). Fascículo Atrioventricular (feixe atrioventricular, feixe de His Jr, / Kent) Local: parte inferior e anterior do lado direito do septo interatrial, atravessa o trígono fibroso direito e em seguida ocupa a parte inferior e direita do septo interventricular membranáceo. Forma: cordão Tamanho: comprimento 5-20 mm largura 2,5 mm espessura 1,5 mm. Divisões: ramos direito e esquerdo. Condução Ventricular Ramo direito do fascículo atrioventricular: Local: Lado direito do septo interventricular muscular, em sua porção alta é intramuscular tornando-se subendocárdico a partir do terço médio do septo quando, às vezes, torna-se visível acompanhando a trabécula septomarginal. Forma: cordão arredondado Divisões: ramos anterior, posterior e septais Ramo esquerdo do fascículo atrioventricular: Local: Lado esquerdo do septo interventricular muscular, é subendocárdico em toda sua extensão o que o torna visível, na maioria das vezes. Forma: fita achatada Divisões: anterior e posterior, possivelmente septais e aórtico Ramos subendocárdicos (rede subendocárdica, rede de Purkinge). Local: incluídos nas trabéculas cárneas de ambos os ventrículos, é possível encontrá-los também isolados formando falsas cordas tendíneas. Vias acessórias como bases morfológicas da pré-excitação ventricular. Possíveis desvios da propagação do estímulo no nível da junção atrioventricular contornando o nó atrioventricular e assim evitando sua ação provocando a aceleração dos batimentos (taquicardia) podem ser devidas a: conexões atrioventriculares acessórias conexões entre o nó sinoatrial e o fascículo atrioventricular . by-pass entre o feixe internodal e o fascículo atrioventricular. Roteiro prático de complexo estimulante do coração 1. nó sinoatrial 2. nó atrioventricular 3. fascículo atrioventricular 4. ramo direito do fascículo 5. ramo esquerdo do fascículo FATORES BIODINÂMICOS DA CIRCULAÇÃO VENOSA Prof. Dr. Nader WafaeA circulação do sangue no lado arterial é facilitada por vários fatores: a) a força da contração do ventrículo; b) a elasticidade da aorta e das artérias de maior calibre que distendidas durante a sístole voltam ao seu calibre durante a diástole mantendo a continuidade da corrente sangüínea também durante a diástole ventricular; c) a musculatura das artérias menores estimuladas pela inervação autônoma; d) além da gravidade que favorece a maior parte das artérias. No entanto, no lado venoso o sangue encontra dificuldades para retornar ao coração principalmente por ter que circular em sentido contrário ao da gravidade na maior parte das veias. Assim sendo, existem diversos fatores que auxiliam o retorno venoso que isoladamente podem parecer de pequena grandeza e por isso devem ser considerados no local e no momento em que atuam colaborando no conjunto para a progressão do sangue. 1- VIS A TERGO: Força que vem de trás, que empurra. É o resquício, o vestígio da pressão que tendo impulsionado o sangue no lado arterial ainda sobrou para dar o impulso inicial ao sangue no lado venoso. A pressão arterial no arco da aorta que está em torno de 180 mm de Hg, passa para 120 mm de Hg nas artérias menores, e para 32 mm de Hg nas arteríolas. Nas vênulas, início do lado venoso a pressão encontra-se em torno de 12 mm. Este valor é o vis a tergo. Estabelece-se assim um diferencial decrescente na circulação do sangue pois nas veias cavas a pressão do sangue é de 1 mm de Hg ou mesmo zero. 2- VÁLVULAS: São expansões da camada interna das veias em direção à luz do vaso, apresentam forma semilunar e cada uma de suas unidades podem ser chamadas de cúspides. Podem ser ostiais quando situadas na desembocadura de uma veia menor em outra maior ou parietais ao longo da parede veia. As válvulas impedem o refluxo do sangue porque ao se encherem de sangue encostam na outra cúspide ou na parede do vaso e impedem o refluxo, mas também orientam a corrente sanguínea porque há veias cuja circulação é favorecida pela gravidade mas possuem válvulas. Quanto mais sofrem a resistência da gravidade maior é o número de válvulas que apresentam. As veias abdominais de grande calibre e as próximas do coração não apresentam válvulas. Quando as válvulas tornam-se insuficientes podem desencadear a estase do sangue e até mesmo as varizes. 3- VIS A LATERALIS (pulsação das artérias): Significa a força que vem dos lados. As artérias de menor calibre são acompanhadas de duas veias que se colocam aos lados da artéria e as de maior calibre em geral são acompanhadas por uma artéria, mas o que é importante é que os vasos são envolvidos por uma bainha comum de tecido conjuntivo que envolve artérias e veias em conjunto de modo que, quando a pulsação da artéria passa, bate na parede da veia que por ser fina cede e se transmite portanto ao sangue do seu interior movimentando-o já que a bainha é muito pouco distensível e este movimento do sangue só pode ocorrer no sentido permitido pelas válvulas. 4- CONTRAÇÃO MUSCULAR: Parte das veias encontra-se situada profundamente, envolvida por músculos principalmente dos membros. De maneira que, quando estes músculos contraem comprimem as veias impulsionando o sangue no sentido das válvulas. As veias abdominais também recebem esta ação muscular através dos movimentos peristálticos. Comparando-se a medida do diâmetro da perna de uma pessoa que permanece em pé durante determinado tempo e quando a mesma pessoa anda no mesmo tempo observaremos que o diâmetro diminui quando anda porque o movimento determinado pelas contrações musculares restringe a estase no líquido intersticial que aumenta o diâmetro. 5- VIA A FRONTE: Força que vem da frente, que suga o sangue para os átrios. É representado por dois fatores: 1- a pressão negativa intratorácica durante a inspiração se transmite às paredes das veias atuando como uma força de sucção aspirando o sangue. 2- Durante a sístole ventricular o plano que passa pelas valvas atrioventriculares desloca-se em direção à ponta do coração distendendo os átrios que são fixos pelas veias cavas e pulmonares. Essa distensão dos átrios exerce uma força de sucção sobre as veias próximas do coração. 6- ANASTOMOSES ARTERÍOLO-VENULARES Há partes no corpo, principalmente na pele, em que arteríolas se comunicam diretamente com vênulas antes da rede capilar através de anastomoses que desviam a corrente sanguínea chamadas metarteríolas. Desta forma, o sangue nas arteríolas que se encontra sob pressão de 32 mm de Hg passa para as vênulas onde a pressão é muito menor e portanto recebe um impulso maior. 7- GRAVIDADE A gravidade que dificulta o retorno do sangue nas veias situadas abaixo do coração, auxilia a circulação do sangue nas veias acima do coração. 8- MUSCULATURA LISA DA PAREDE DAS VEIAS Nos locais onde o demais fatores estão prejudicados, as veias apresentam uma adaptação na qual a musculatura lisa da túnica média que, em geral é discreta, apresenta-se aumentada às custas da transformação de tecido mesenquimal compensando a falta de outros fatores. É o que ocorre com o segmento da veia femoral situado no trígono femoral não envolvido por músculos. 9- CORAÇÃO VENOSO DO PÉ As veias da planta do pé são comprimidas quando pisamos durante a caminhada e o sangue dessas veias sobe para as veias da perna, quando levantamos o pé para dar o próximo passo essas veias se enchem de sangue que será deslocado na próxima pisada e assim sucessivamente. Esta seqüência de esvaziamento e de enchimento assemelha-se as fases do ciclo cardíaco de sístole e diástole e por isso foi chamado de coração venoso do pé descrito inicialmente por Lejars. 10- FÁSCIA MUSCULAR A fáscia muscular que envolve os músculos é pouco distensível e assim funciona como uma meia compressiva que limita a estase de sangue nas veias ou o acúmulo de líquido no espaço intersticial. Desta forma, o líquido não podendo acumular no interstício porque a fáscia não cede é obrigado a entrar nos capilares e circular no interior das veias. Biodinâmica da circulação linfática: A linfa, da mesma forma que o sangue nas veias, enfrenta dificuldades para circular diante do obstáculo oferecido pela gravidade. Assim sendo, vários fatores biodinâmicos que auxiliam o retorno venoso também o fazem para os linfáticos: vis a tergo, pulsação arterial, contrações dos músculos extrínsecos, vis a fronte, etc. No entanto, os fatores que mais auxiliam a circulação linfática são a substancial musculatura lisa de suas paredes e as numerosas válvulas. O segmento compreendido entre dois conjuntos de válvulas subsequentes constitui o linfônio que é a unidade de movimento da circulação linfática, pois a musculatura lisa desse segmento impulsiona a linfa para o segmento seguinte que não reflui pela presença das válvulas que o limitam. Doenças do sistema circulatório Arritmias. São os distúrbios de formação ou de condução do estímulo produzindo alterações no ritmo e na freqüência cardíaca. Podem ser bradiarritimias ou taquiarritmias. Nas bradiarritmias a freqüência é inferior à normal (menos de 60 batimentos por minuto). A bradicardia sinusal pode ser observada em indivíduos atletas. Distúrbios sinusais estão localizados nó sinoatrial e podem ser: bradicardia sinusal, os bloqueios sino-atriais e parasinusais. As alterações de condução entre o átrio e o ventrículo podem localizar-se no nó atrioventricular, no fascículo atrioventricular (feixe de His) ou nos ramos subendocárdicos (rede de Purkinje). Os bloqueios atrioventriculares, são classificados em três graus de acordo com a gravidade. Nas taquiarritmias a freqüência é superior a 100 batimentos por minuto. As causas dependem de alterações na formação ou na condução do impulso. Na taquicardia sinusal a freqüência está alta mas o comando continua com o nó sinoatrial. Pode verificar-se em situações deestresse, febre, hipotensão, ansiedade, exercício, etc. Na taquicardia atrial ou supraventricular a freqüência está acima de 130, apresenta-se, em geral, como paroxística (aparece e desaparece repentinamente) gerada nos átrios ou no nó atrioventricular. Taquicardia por via acessória (Wolff-Parkinson-White) ocorre quando a condução entre os átrios e os ventrículos realiza-se mediante uma via acessória (contornando o nó atrioventricular), trata-se de uma síndrome de pré-excitação Taquicardia ventricular é a que se inicia no ventrículo. É uma arritmia grave que pode gerar problemas hemodinâmicos e morte. A fibrilação ventricular é uma arritmia extremamente grave, que produz desorganização da atividade ventricular e morte. No quadro clínico das taquicardias, o paciente pode apresentar palpitações, sensação de aceleração cardíaca, tonturas, hipotensão arterial e perda de consciência e pode ir até a insuficiência cardíaca. Fibrilação atrial é arritmia na qual a atividade atrial está desorganizada, as contrações são incompletas e de alta freqüência, que se transmite ao ventrículo de forma irregular. Há o risco de formação de trombos e embolias. O paciente costuma apresentar palpitações irregulares e rápidas. A transmissão de uma freqüência atrial elevada ao ventrículo pode gerar sintomas de insuficiência cardíaca ou hipotensão arterial. Cardiopatia congênita Resulta de alterações do desenvolvimento intra-uterino do sistema circulatório. A incidência é 6 casos para mil nascidos vivos. Podem ser cianóticas e acianóticas. Os fatores causais podem ser genéticos e ambientais: hereditariedade, alterações cromossômicas, teratógenos (talidomida), idade materna, doenças maternas, rubéola materna, alcoolismo, altitude, etc. Comunicação interatrial, comunicação interventricular, persistência do canal arterial, estenose pulmonar, estenose aórtica, coartação da aorta, tetralogia de Fallot (comunicação interventricular, obstrução do fluxo na saída do ventrículo direito, acavalamento da aorta sobre o septo com defeito e hipertrofia do ventrículo direito), transposição dos grandes vasos, ventrículo único. Doença reumática Doença inflamatória de caráter auto-imune secundária à infecção faríngea por estreptococo beta hemolítico do grupo A de Lancefield para o qual forma anticorpos. Além do coração atinge articulações, tela subcutânea e sistema nervoso central. Quadro clínico: atinge com maior freqüência a valva mitral e em seguida a valva da aorta levando à insuficiência valvar com aparecimento dos sopros característicos. Insuficiência cardíaca e aumento da área cardíaca na radiografia aparecem posteriormente. Edema agudo do pulmão Forma grave e aguda de insuficiência cardíaca caracterizada pelo acúmulo anormal de líquidos no parênquima pulmonar, comprometendo os alvéolos e consequentemente o intercambio gasoso com hipoxemia. É emergência e pode ser mortal se não tratada com rapidez. Quadro clínico: paciente agitado ansioso membros pendentes, insuficiência respiratória grave, sudorese, com sensação de morte iminente. Pode apresentar tosse com expectoração espumosa e rosada. Hipertensão arterial Considera-se hipertenso o paciente que apresenta pressão sistólica acima de 140 mm/hg ou pressão diastólica acima de 90 mm/hg. Na maioria dos casos a causa é desconhecida (hipertensão essencial primária), embora se reconheça a influencia de fatores hereditários e ambientais como dietas ricas sal e ácidos graxos polissaturados, elevado consumo de álcool, tabagismo, obesidade, estresse, sedentarismo, etc. Em certos casos a hipertensão é secundária as enfermidades renais, distúrbios endócrinos (excessiva produção de mineralocorticóides, síndrome de Cushing, transtornos tireóideos) e cardiovasculares (coartação da aorta, insuficiência aórtica, etc.) ou ações de medicamentos (ciclosporinas, corticóides, antiinflamatórios, antidepressivos, etc.). A hipertensão é um importante fator de risco para a aterosclerose. No sistema nervoso pode provocar cefaléia, acidente vascular encefálico, encefalopatia hipertensiva. No bulbo do olho, alterações graves dos vasos da retina que podem se tornar irreversíveis. No rim observa-se arteriosclerose das arteríolas aferentes e eferentes e do glomérulo com alterações da filtração glomerular e insuficiência renal. Infarto agudo do miocárdio É a oclusão aguda, total e prolongada, de uma ou varias artérias coronárias, determinando a necrose (morte celular) do músculo cardíaco dependente dessas artérias. É a mais grave das manifestações das síndromes coronárias agudas. A trombose coronária que se segue à ruptura de uma placa ateroesclerótica é a causa mais freqüente. Embolia coronária, espasmo coronário e dissecação espontânea de uma artéria coronária são causas menos frequentes. No quadro clínico o paciente apresenta dor torácica tipo angina de peito e sintomas neurovegetativos como: sudorese fria, náuseas e vômitos, etc. As complicações mais graves são: arritmias ventriculares (taquicardia ou fibrilação ventricular), insuficiência cardíaca, ruptura cardíaca. Insuficiência cardíaca É uma síndrome caracterizada pela incapacidade do coração em propiciar suprimento sanguíneo adequado para manter as necessidades metabólicas do organismo. As causas mais freqüentes são: síndrome coronária aguda, hipertensão arterial, valvopatias cardíacas, miocardiopatias. Pode apresentar-se em forma aguda, secundária a um infarto do miocárdio ou ruptura valvar ou na forma crônica. Os sintomas são devidos à incapacidade do coração em dinamizar a circulação dos líquidos e a diminuição da irrigação sangüínea para o resto do organismo. Quadro clínico: dispnéia (falta de ar) progressiva pelo acúmulo de líquidos no pulmão, dispnéia noturna acompanhada de tosse (asma cardíaca), edema de membros inferiores, dor no lado direito do abdome (estase no fígado). Miocardiopatia Doença primária do músculo cardíaco (miocárdio). Pode ser de vários tipos: A miocardiopatia dilatada apresenta dilatação das cavidades ventriculares e alteração da função sistólica (ejeção). Na miocardiopatia chagásica é comum o bloqueio de ramo direito e os sintomas de insuficiência ventricular direito. Na miocardiopatia hipertrófica há aumento da rigidez secundária à hipertrofia ventricular, com alteração da função diastólica (relaxamento). Na miocardiopatia restritiva observa-se infiltração, fibrose e hipertrofia do miocárdio ventricular. Geralmente, observam-se sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Miocardite Doença inflamatória do miocárdio. A causa mais freqüente é a infecção viral, embora possa também ser causada por reações de hipersensibilidade, radiações ou fármacos. A miocardite viral pode apresentar-se como uma miopericardite com predomínio dos sintomas de inflamação do pericárdio ou como miocardite isolada com sintomas de insuficiência cardíaca e arritmias. Morte súbita cardíaca Geralmente, definida como uma forma de morte natural, inesperada no tempo e na forma de sua apresentação, de causa cardiovascular, precedida de perda súbita de consciência. Geralmente, se produz em conseqüência de arritmias ventriculares (taquicardia ou fibrilação ventricular) desencadeadas por cardiopatias isquêmicas. Pericardite É a inflamação do pericárdio. Pode ser idiopática ou causada por organismos infecciosos (vírus, bactérias, fungos ou parasitas). Também pode ser secundária ao infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal, metástases, processos auto-imunes, traumatismos, etc. A tuberculose é uma das principais causas de pericardite constritiva resulta da fibrose, formação de tecido de granulação e calcificação do pericárdio, que se transforma em uma espécie de couraça rígida, que comprime ambos os ventrículos, impedindo seu correto enchimento na diástole. O principal sintoma é a dor retroesternal, que caracteristicamente aumenta com a inspiraçãoprofunda, a tosse e o exercício e diminui ao inclinar a paciente para frente. Pode haver febre e dispnéia. Síndrome coronária aguda É a redução crítica do fluxo sanguíneo e portanto de oxigênio ao músculo cardíaco. A causa mais freqüente é a ruptura de uma placa aterosclerótica das artérias coronárias. Outras causas podem ser: espasmo arterial, embolia ou aumento da demanda por hipertrofia do miocárdio. A diminuição de fornecimento de oxigênio (isquemia) produz desde alterações mínimas da função ventricular, que aparecem somente durante o esforço (angina crônica estável), até lesão severa e irreversível da parede ventricular (infarto agudo do miocárdio). Angina de peito é a dor em opressão retrosternal da síndrome coronária aguda, pode propagar-se para o pescoço, ombro e braço esquerdo, epigástrio ou no dorso que aumenta com os esforços e desaparece com repouso. Tumor cardíaco Os tumores primários do coração são raríssimos porque as células musculares permanentes não se multiplicam e assim não apresentam a característica para se desenvolverem tumores. O mais freqüente é o mixoma proveniente do endocárdio do átrio esquerdo e não é metastático. outros muito raros são o rabdomioma e o angiosarcoma. Os tumores secundários ou metastáticos podem ser assintomáticos ou produzir pericardite, tamponamento cardíaco, insuficiência cardíaca e arritmias. Os mais encontrados são carcinomas brônquico, mamário, linfomas, e melanoma maligno. Valvopatias Endocardite infecciosa É a Infecção do endocárdio, geralmente valvar, por microrganismos. Embora possa ser causada por qualquer germe, o estreptococo é o mais freqüente. A localização mais freqüente é na valva atrioventricular esquerda (mitral), mas dependentes de drogas endovenosas verifica-se na valva atrioventricular direita (tricúspide). No quadro clínico temos febre, sopro cardíaco e esplenomegalia, manchas de Roth na retina, nódulos de Osler nos dedos, embolias. Podem apresentar ainda arritmias e bloqueios do complexo estimulante, pericardite ou insuficiência cardíaca. Estenose valvar aórtica Diminuição da vazão ventricular esquerda por estreitamento na área da valva aórtica. Pode ocorrer em três níveis: na própria valva por fusão de seus folhetos em processos de cicatrização defeituosa; abaixo e acima da valva, nos estreitamentos congênitos. Em qualquer dessas eventualidades há hipertrofia compensadora do ventrículo esquerdo. Habitualmente, as causas se relacionam com alterações em nível valvar: congênita (valva bicúspide), reumática, degenerativa ou calcificada, etc. Os sintomas mais importantes são: angina de peito, síncope e dispnéia. Estenose mitral É a diminuição da área da valva atrioventricular esquerda (mitral) aberta, em diástole. A causa mais freqüente é a febre reumática. À medida que se reduz a área mitral, se gera um gradiente de pressão diastólica entre o átrio e o ventrículo esquerdos produzindo um aumento de pressão no átrio esquerdo, que se transmite de forma retrograda para o território venoso e capilar pulmonar (hipertensão pulmonar). O paciente apresenta dispnéia aos exercícios, dispnéia paroxística noturna, tosse, hemoptise, palpitações, edema de membros inferiores, e até edema agudo de pulmão e embolias de origem cardíaca. Insuficiência valvar aórtica É o fechamento incompleto da valva da aorta na diástole, assim ocorre refluxo do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo. Este refluxo aumenta a pressão no ventrículo esquerdo dilatando-o. Quadro clínico: assintomática por muito tempo quando se complica com a insuficiência ventricular esquerda aparece dispnéia e alguns sinais decorrentes da diferença entre as pressões sistólica e distólica (sinal de Musset – movimentação da cabeça, sinal de Quincke – pulsação nas extremidades, sinal de Durozies – sopro na artéria femoral) Insuficiência valvar mitral É o fechamento incompleto da valva atrioventricular esquerda (mitral). Em conseqüência há refluxo do sangue para o átrio esquerdo. Esse volume regressa ao ventrículo esquerdo na diástole seguinte produzindo uma sobrecarga de volume, tanto no átrio como no ventrículo esquerdo, que se dilatam. A causa mais freqüente é a febre reumática. Outras causas são: prolapso de valva mitral, cardiopatias congênitas, endocardites. Assintomática durante anos pode apresentar: dispnéia progressiva, fadiga, fraqueza muscular, edema de membros inferiores e anorexia. Prolapso da valva mitral Ocorre por uma deficiente coaptação das válvulas da valva mitral, com deslocamento de uma ou ambas as válvulas para o átrio na sístole. Em determinadas ocasiões pode gerar insuficiência mitral. Observa-se muito frequentemente na população geral, sobre tudo no sexo feminino. Em geral, transcorre de forma assintomática. Em certos casos pode produzir dor torácica, palpitações, dispnéia e perda de consciência. Valvopatia pulmonar A estenose do tronco pulmonar em geral é congênita. Há aumento de pressão e hipertrofia ventricular, sinais de congestão venosa e hipofluxo pulmonar. A insuficiência pulmonar pode ser congênita ou secundária à dilatação do ventrículo direito na hipertensão pulmonar, no quadro clínico predominam os sinais de congestão venosa. Valvopatia tricúspide A estenose é rara, em geral, associada à febre reumática. O obstáculo ao esvaziamento do átrio direito sobrecarrega às veias cavas superior e inferior produzindo congestão jugular, hepática e edema nos membros inferiores. No quadro clínico temos: hepatomegalia, alteração da função hepática, esplenomegalia, ascite e edemas nos membros inferiores. A insuficiência tricúspide pode ser funcional (secundária à dilatação do ventrículo direito) ou orgânica (seqüela de endocardite por febre reumática ou uso endovenoso de drogas). Há sobrecarga de volume nas cavidades direitas e assim predominam os sintomas de congestão venosa sistêmica. Aneurisma da aorta Dilatação anormal (maior de 50%) da aorta. A causa mais freqüente é a aterosclerose. São atingidas as três camadas da parede arterial e pode complicar-se com trombose e embolismo, compressão das estruturas vizinhas ou dissecação e ruptura. Pode apresentar-se ao longo de toda a extensão da aorta, embora a maioria localiza-se na parte abdominal da aorta próximo à bifurcação. Aterosclerose Distúrbio das artérias caracterizado pelo endurecimento e espessamento de suas paredes. É um processo crônico inflamatório que afeta a maioria das artérias. A deposição de colesterol, cálcio, macrófagos e a formação do processo inflamatório completam a placa aterosclerótica. O crescimento da placa vai diminuindo a luz das artéria, conseqüentemente diminui o aporte de oxigênio e nutrientes ao tecido irrigado. A placa pode se romper induzindo a formação de trombose. A aterosclerose da circulação coronária é a principal causa de cardiopatia isquêmica e infarto agudo do miocárdio. O comprometimento da artéria carótida interna pode provocar um acidente isquêmico transitório ou um acidente vascular encefálico (ave). Dores nos membros inferiores ao se caminhar distâncias variáveis obrigando a parada é a manifestação da aterosclerose na circulação dos membros inferiores e denomina-se claudicação intermitente. Dissecação da aorta A ruptura da camada íntima da aorta propicia a entrada do sangue na camada média, separando a íntima da média e formando um canal de sangue dentro da parede da aorta. Esta patologia é devida à degeneração da camada média e o descolamento da íntima. Com a ruptura da adventícia produz-se hemorragia maciça. Linfedema Edema (inchaço) decorrente da obstrução de linfáticos. Ocorre com mais freqüência nos membros inferiores. O linfedema pode ser congênito ou secundário causado por invasão cancerígena de vasos ou gânglios, extirpação cirúrgica ou irradiação no tratamento de certas neoplasias (câncer de mama) ou infecções (filariose).Obstrução arterial aguda Interrupção brusca do fluxo arterial geralmente causada por embolismo ou trombose. Os êmbolos, em geral, são trombos de origem cardíaca, em pacientes com fibrilação atrial ou outra patologia cardíaca embolígena, Há dor, esfriamento, palidez e desaparecimento da pulsação. Obstrução arterial crônica Causada principalmente pela aterosclerose e pela tromboangeite obliterante que levam à obstrução arterial após evolução relativamente longa. Habitualmente, se localiza na região femoropoplítea (artérias femoral e poplítea), tronco tibiofibular ou aortoilíaca. Moléstia de Raynaud Distúrbio vascular funcional de vasoespasmos de etiologia desconhecida caracterizada por episódios recorrentes de palidez e cianose seguida de rubor dos dedos secundários à exposição ao frio ou emoções intensas. É mais freqüente nas mãos. Fenômeno de Raynaud é o quadro clínico de palidez e cianose intermitente especialmente nos dedos. Trombose venosa profunda Formação e desenvolvimento de um trombo produzindo obstrução parcial ou total das veias profundas. Existem fatores que predispõem à trombose venosa, pós-operatório, gravidez, imobilização prolongada, ou neoplasias. A complicação mais grave é a migração do trombo e embolia pulmonar. Varizes Veias superficiais permanentemente dilatadas e tortuosas. Ocorrem com freqüência nos membros inferiores. Podem ser primárias, por debilidade congênita da parede, ou secundarias por incompetência das válvulas nas veias comunicantes ou perfurantes que comunicam as veias superficiais às veias profundas. Componentes familiar e profissional podem estar presentes. SISTEMA RESPIRATÓRIO Prof. Dr. Nader Wafae É o conjunto de órgãos responsáveis pelo transporte de gases e pelas trocas gasosas entre nosso corpo e o meio ambiente, fornece oxigênio para ser distribuído as células e elimina o gás carbônico resultante da atividade celular. Tem atuação ativa na fonação. Partes: vias aéreas (superiores: nariz, cavidade nasal, seios paranasais, partes nasal e oral da faringe e laringe; inferiores: traquéia e brônquios) e parte respiratória (pulmões e pleuras). Vias aéreas superiores Nariz: Externamente o esqueleto do nariz é formado por ossos e cartilagens. Os ossos são: parte nasal do osso frontal, ossos nasais e processos frontais da maxila que delimitam a abertura piriforme. As cartilagens são: cartilagem do septo nasal com seus prolongamentos no dorso do nariz, os processos laterais que dão continuidade aos ossos nasais, as cartilagens alares maiores que formam os contornos das narinas e um número variável de cartilagens alares menores ocupando os espaços entre as cartilagens principais. Partes externas: raiz é o ponto de implantação do nariz na face; dorso é o contorno superior; ápice é a extremidade anterior do dorso, narinas, os orifícios contornados pelas asas do nariz e parcialmente cobertas pelas vibrissas (pêlos) e separadas pela cartilagem do septo nasal. Partes internas: vestíbulo do nariz é a área que se estende, internamente das narinas até uma prega oblíqua, o limiar do nariz. Cavidade nasal: Internamente o esqueleto da cavidade nasal também é formado por ossos e cartilagens. Os ossos são: partes do osso etmóide: (lâmina cribriforme, em cima, lâmina perpendicular, no centro e as conchas superior e média, lateralmente), o vômer (septo ósseo), a concha nasal inferior, maxila e palatino (estes dois últimos formando o palato duro). A cartilagem é a própria cartilagem do septo nasal que se interpõe entre lâmina perpendicular do etmóide e o vômer, formando o septo nasal. Limites: O limite anterior corresponde a prega limiar do nariz e o limite posterior é um orifício chamado coano que separa a cavidade nasal da parte nasal da faringe. Conformação da cavidade nasal: Teto: Lâmina cribriforme do etmóide, parte do esfenóide, revestidos por mucosa olfatória. Soalho: palato duro (processo palatino da maxila e lâmina horizontal do palatino) e palato mole revestidos por mucosa respiratória. Parede medial: divisão mediana da cavidade em duas metades pelo septo nasal constituído por: cartilagem do septo, lâmina perpendicular do etmóide e vômer, revestidos por mucosa olfatória superiormente e respiratória inferiormente. Parede lateral: apresenta as seguintes estruturas de cima para baixo: recesso esfenoetmoidal com a abertura do seio esfenoidal concha nasal superior que pertence ao osso etmóide meato nasal superior, envolvido pela concha nasal superior contém a abertura da parte posterior do seio etmoidal concha nasal média que pertence ao osso etmóide meato nasal médio, envolvido pela concha nasal média contém: uma elevação redonda cheia de ar a bolha etmoidal com a abertura da parte anterior do seio etmoidal; um sulco em forma de meia lua embaixo da bolha, o hiato semilunar, o qual contém a abertura do seio maxilar; este sulco prolonga-se anteriormente e superiormente com o nome de infundíbulo etmoidal onde se encontra a abertura do seio frontal concha nasal inferior é um osso isolado meato nasal inferior com a abertura do ducto lacrimonasal que é a comunicação com a órbita através do saco lacrimal. Divisões da cavidade nasal: Região olfatória: reveste o teto da cavidade nasal, parte das conchas nasais superiores e parte superior do septo. Região respiratória: reveste o restante Seios paranasais: Conceito: são cavidades no interior dos ossos: maxila, etmóide, esfenóide e frontal que se comunicam com a cavidade nasal, contém ar e são revestidos por mucosa similar à mucosa respiratória da cavidade nasal. Quando essa mucosa inflama constitui a sinusite. Funções: regular a temperatura, a umidade e filtrar o ar inspirado, proteger contra infecções, tornar mais leve a cabeça e possivelmente funcionam também como caixa de ressonância para a produção da voz. Denominações: Seio frontal; seio maxilar; seio esfenoidal e seio etmoidal, este último formado por um conjunto de pequenas cavidades chamadas células etmoidais anteriores e posteriores (suas aberturas já foram vistas na parede lateral da cavidade nasal). Parte nasal da faringe: situada atrás da cavidade nasal. Limites: anterior – coano; inferior - istmo da garganta (formado por: arco palatofaríngeo, palato mole e parede posterior da faringe) que a separa da parte oral da faringe . Paredes: Parede superior: tonsila faríngea (adenóide) é um dos órgãos linfáticos de proteção imunológica. Parede posterior: recesso faríngeo que pode conter uma pequena tonsila tubária. Parede lateral: contém as seguintes estruturas: óstio faríngeo da tuba auditiva que é a comunicação com a orelha média para equilibrar a pressão sobre a membrana timpânica. Acima do óstio encontra-se uma cartilagem chamada toro tubário para inserção musculares, na frente do óstio está a prega salpingopalatina que contém o músculo salpingopalatino, atrás do óstio está a prega salpingofaríngea que contém o músculo salpingofaríngeo e embaixo do óstio encontra-se o toro do levantador que contém o músculo levantador do véu palatino. Os músculos que formam essas pregas levantam o palato ou a própria faringe na deglutição impedindo o refluxo do alimento para a cavidade nasal. Parte oral da faringe: é a parte da faringe que continua a parte nasal e sendo comum aos sistemas: respiratório e digestório, será estudada com o sistema digestório. Laringe: Conceito: é um tubo constituído por cartilagens, ligamentos, músculos e revestida de mucosa situado por diante da coluna vertebral cervical, entre a faringe e a traquéia. Além da função respiratória é o órgão da fonação e auxiliar na deglutição. Cartilagens: 3 ímpares: tireóidea, cricóidea e epiglótica e 3 pares: aritenóidea, corniculada e cuneiforme. Cartilagem Tireóidea: em forma de escudo, é anterior e a maior delas. Está constituída, anteriormente por: duas lâminas direita e esquerdacom incisuras medianas (incisuras tireóideas superior e inferior), a superior projeta-se para frente como proeminência laríngea, mais saliente nos homens. Posterioremente, a cartilagem apresenta 4 prolongamentos: 2 cornos superiores e dois cornos inferiores. Cartilagem Cricóidea: é inferior à cartilagem tireóidea, em forma de anel com a lâmina posterior e o arco anterior. Sua margem inferior é o limite com a traquéia. Cartilagem Epiglótica: em forma de folha, a parte larga para cima e a parte afunilada chamada pecíolo para baixo. Importante na deglutição quando a laringe se eleva e sua abertura é ocluída por ela. Cartilagem Aritenóidea: em forma triangular, é par e se articulam com a margem superior da cartilagem cricóidea, situam-se portanto atrás da cartilagem tireóidea, são importantes principalmente na fonação. Cartilagem Corniculada, Cartilagem Cuneiforme: ambas pares, estão sobre as cartilagens aritenóideas, são pequenas e de menor expressão funcional. A corniculada situa-se no ápice da cartilagem aritenóidea, e a cuneiforme, ao seu lado. Ligamentos: contribuem para manter o esqueleto da laringe, ligando as cartilagens entre si e estas aos órgãos vizinhos, podem ser: Externos: membrana tireo-hióidea, (entre a cartilagem tireóidea e o osso hióide) com espessamento no centro (ligamento tireo-hióideo mediano) e nas laterais (ligamentos tireo-hióideos laterais) ; ligamento cricotireóideo, (entre as cartilagens tireóidea e cricóidea); ligamento cricotraqueal (entre a cartilagem cricóidea e a traquéia). Internos: membrana quadrangular (da prega ariepiglótica ao ligamento vestibular) , ligamento vestibular (internamente à prega vestibular), ligamento vocal (internamente à prega vocal), cone elástico (da cartilagem cricóidea ao ligamento vocal). Cavidade da laringe: É revestida por mucosa e divide-se em 3 partes: Superior ou Vestíbulo: vai do ádito da laringe (margem que delimita a entrada da laringe) à prega vestibular (falsa corda vocal). Média ou Glote: vai da prega vestibular à prega vocal (verdadeira corda vocal), nesta parte observamos o ventrículo, o espaço em forma de sulco entre as pregas vestibular e vocal do mesmo lado; Rima da glote é o espaço entre as duas pregas vocais. Rima do vestíbulo é o espaço entre as duas pregas vestibulares. Inferior ou infraglótica: vai da prega vocal à margem inferior da cartilagem cricóidea Músculos: Grupo A - músculos que aproximam as pregas vocais (adução) e portanto são fonadores: aritenóideos (oblíquo e transverso) - situado sobre as cartilagens aritenóideas; tireoaritenóideo e cricoaritenóideo lateral situados lateralmente sob as lâminas da cartilagem tireóidea. Grupo B - músculos que afastam as pregas vocais (abdução) e portanto respiratórios: cricoaritenóideo posterior - situados posteriormente sobre a lâmina da cartilagem cricóidea Grupo C - Músculos que distendem a prega vocal (tensores): cricotireóideo situado anteriormente, em cada lado, sobre as cartilagens tireóidea e cricóidea e músculo vocal, este situado no interior da prega vocal. Inervação: nervos laríngeos inferiores (recorrentes) ramos do nervo vago. Irrigação: artérias tireóideas superior e inferior Vias aéreas inferiores Traquéia: é um tubo formado por cerca de 16 arcos de cartilagem sobrepostos, as cartilagens traqueais, interrompidos na parte de trás e ligados entre si pelos ligamentos anulares. É continuação da laringe, tem cerca de 15 cm e se estende até a sexta vértebra torácica quando se divide, (bifurcação da traquéia) nos brônquios principais direito e esquerdo. Situa-se, portanto, parte no pescoço (porção cervical) e parte no tórax (porção torácica). Internamente no nível da bifurcação da traquéia encontramos uma crista mediana chamada carina da traquéia que separa os brônquios principais direito e esquerdo e orienta a corrente de ar para ambos os brônquios. Roteiro prático do Sistema Respiratório (1ª parte a identificar) Nariz 1-raiz 2-dorso 3-cartilagem do septo e processos laterais 4-cartilagem alar maior Cavidade nasal 5- vestíbulo do nariz 6- limiar do nariz 7- coano 8- vômer 9- lâmina perpendicular do osso etmóide 10 - recesso esfenoetmoidal 11- concha nasal superior 12- meato nasal superior 13- concha nasal média 14- meato nasal médio 15- bolha etmoidal 16- hiato semilunar 17- infundíbulo etmoidal 18- concha nasal inferior 19- meato nasal inferior (com ducto lacrimonasal) Parte nasal da faringe 20 tonsila faríngea 21 óstio faríngeo da tuba auditiva 22 recesso faríngeo 23 toro tubário 24 prega salpingopalatina 25 prega salpingofaríngea 26 toro do levantador Seios paranasais 27 seio frontal 28 seio maxilar 29 seio etmoidal 30 seio esfenoidal Laringe 31 proeminência laríngea 32 cartilagem tireóidea (lâmina) 33 cartilagem tireóidea (corno) 34 cartilagem cricóidea 35 cartilagem epiglótica 36 cartilagem aritenóidea 37 ádito da laringe 38 vestíbulo da laringe 39 prega vestibular 40 prega vocal 41 ventrículo 42 músculo cricotireóideo 43 músculo cricoaritenóideo posterior 44 músculos aritenóideos (oblíquo e transverso) 45 músculos cricoaritenóideo lateral e tireoaritenóideo (juntos) Traquéia 46 cartilagem traqueal 47 ligamento anular 48 carina da traquéia Anatomia Funcional da Laringe A laringe é um órgão auxiliar da deglutição porque ao proteger a via respiratória impedindo que alimentos e líquidos ingeridos entrem nessa via está colaborando para que esses elementos se dirijam efetivamente para os órgãos do sistema digestório a que se destinam. Ela desempenha essa função através do fechamento em três níveis: a) epiglote, b) pregas vestibulares, c) pregas vocais. a) epiglote Durante a deglutição a laringe é elevada principalmente pelos músculos supra-hióideos, com a conseqüente elevação da epiglote o alimento é desviado em direção ao esôfago, além disso a epiglote abaixa pela ação da base da língua e suas margens se aproximam das pregas ariepiglóticas as quais delimitam a entrada da laringe reduzindo o seu espaço. b) pregas vestibulares Simultaneamente o corpo adiposo pré-epiglótico é empurrado para trás causando a aproximação e fechamento das pregas vestibulares. c) pregas vocais Durante a deglutição os músculos adutores aproximam as pregas vocais completando o terceiro esfíncter de fechamento. A laringe é o nosso órgão fonador responsável pela emissão dos sons e se assemelha a um instrumento de sopro ou daqueles quer funcionam com foles. O ar expirado proveniente dos pulmões ao encontrar as pregas vocais em adução, isto é próximas uma da outra, produz a vibração das mesmas. Essa vibração se exterioriza através de sons. A adução ou aproximação das pregas vocais é determinada pelos músculos: tireoaritenóideo poderoso adutor, aritenóideos que aproximam as partes posteriores das pregas vocais e cricoaritenóideo lateral que giram as cartilagens aritenóideas levando as pregas vocais medialmente. O músculos cricotireóideo ao se contrair modifica o ângulo entre as cartilagens cricóidea e tireóidea distendendo e aumentando as pregas vocais. Também desempenham funções no papel fonador, o ventrículo da laringe semelhante ao boquim ou lingüeta dos instrumentos de sopro e os diferentes espaços da via aérea atuando como caixa de ressonância. É evidente que não estando participando da deglutição ou da fonação a laringe com as pregas vocais abduzidas ou afastadas permite a livre passagem do ar atuando como via da respiração. Neste caso mecanismos reflexos regulam a coordenação entre a laringe e o diafragma. Brônquios principais: Os brônquios principais resultam da divisão da traquéia no nível da 6ª vértebra torácica, são dois: direito e esquerdo, da mesma forma que a traquéia são tubos com arcos de cartilagem, entram pelo hilo dopulmão e ramificam-se no interior do pulmão formando a árvore bronquial. Diferenças: O brônquio principal direito é mais curto, mais vertical e mais grosso que o brônquio principal esquerdo que é mais longo, mais horizontal e mais fino. Por causa dessas diferenças é mais comum que corpos estranhos que entram na via aérea, predominantemente, se alojem no lado direito. Brônquios lobares: Resultam da divisão do brônquio principal no nível do hilo, são: 3 no lado direito brônquios lobar superior, lobar médio e lobar inferior; e 2 no lado esquerdo: brônquios lobar superior e lobar inferior Brônquios segmentares: Resultam de divisões dos brônquios lobares e se dirigem aos segmentos broncopulmonares. São 10 no pulmão direito sendo 3 no lobo superior (apical, anterior, posterior), 2 no lobo médio (medial e lateral) e 5 no lobo inferior (superior e 4 basilares: anterior, posterior, medial e lateral). São 9 no pulmão esquerdo sendo 4 no lobo superior (apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior), e 5 no lobo inferior (superior e 4 basilares: anterior ( anterior, posterior, medial e lateral). Brônquios intrassegmentares: São ramificações menores dos brônquios segmentares contidas no interior dos segmentos broncopulmonares. Pulmões: Partes Cada pulmão apresenta: um ápice, superior, uma base, inferior, 3 faces: costal (lateral), mediastinal (medial) e diafragmática (inferior) e 3 margens: anterior, posterior e inferior. A face costal, maior de todas está voltada para as costelas que deixam suas impressões nessa face, a face diafragmática, inferior sobre a cúpula do diafragma é também sua base, a mediastinal, voltada para o mediastino em relação com o coração. A margem anterior é fina e aguda, a margem posterior é romba e a margem inferior contorna a face diafragmática ou base. Lobos e Fissuras O pulmão direito consiste em 3 lobos: superior, médio e inferior, separados por 2 fissuras: oblíqua e horizontal. O pulmão esquerdo consiste em 2 lobos: superior e inferior separados pela fissura oblíqua. No local do lobo médio, o pulmão esquerdo apresenta um prolongamento chamado língula do pulmão esquerdo. Impressões: Ambos os pulmões apresentam na face costal, as impressões das costelas. O pulmão direito apresenta na face mediastinal a impressão da veia ázigo e uma imperceptível impressão cardíaca. O pulmão esquerdo apresenta na mesma face evidentes impressões para a artéria aorta e para o coração, cardíaca, além da incisura cardíaca em sua margem anterior Diferenças Pulmão direito: mais pesado, mais curto, mais largo, tem 3 lobos: superior, médio e inferior, 2 fissuras: oblíqua e horizontal, impressão da veia ázigos, 10 segmentos broncopulmonares. Pulmão esquerdo: menos pesado, mais longo, menos largo, tem 2 lobos: superior e inferior, 1 fissura: oblíqua, impressão cardíaca e da aorta, língula no lugar de lobo médio e incisura cardíaca na margem anterior, 9 segmentos broncopulmonares. Cada segmento broncopulmonar é uma parte do pulmão dotado de certa individualidade pois recebe um ramo da artéria pulmonar e uma ramificação de brônquio segmentar. Isto tem sua importância clínica pois permite condutas terapêuticas segmentares. Hilo é uma fenda plana na face mediastinal do pulmão por onde entram e saem os elementos do pedículo. Pedículo é o conjunto dos elementos que entram (artéria pulmonar e brônquio principal) ou saem (veias pulmonares) do pulmão. A disposição dos elementos do pedículo no hilo não é constante mas a mais freqüente de diante para trás é a seguinte: veias, artéria e brônquios. O conceito de raiz do pulmão não é unanimidade mas podemos considerar como o conjunto do hilo com o pedículo A unidade funcional da parte respiratória dos pulmões é formada pelo bronquíolo respiratório, ducto alveolar, saco alveolar e alvéolo pulmonar. Pleuras: São membranas serosas brilhantes (películas finas e transparentes) que envolvem os pulmões (pleura visceral) e as paredes torácicas e o diafragma (pleura parietal). Cavidade pleural é o espaço virtual que existe entre a pleura visceral e a pleura parietal e contem uma pequena quantidade de líquido é o líquido pleural. A pleura parietal é formada pelas partes: costal, diafragmática e mediastinal seus nomes correspondem às partes que revestem. A aderência entre folhetos da pleura mediastinal abaixo do hilo forma o ligamento pulmonar. Recesso costomediastinal é a reflexão da pleura parietal costal em mediastinal e recesso costodiafragmático é a reflexão da pleura parietal costal em diafragmática. Músculos da respiração: Os movimentos respiratórios compreendem 2 fases: inspiração (quando o ar entra pelas vias aéreas), expiração (quando o ar sai pelas vias aéreas). A freqüência média em condições normais é de 12 a 14 movimentos respiratórios por minuto. Os músculos que interferem na respiração podem ser divididos em 3 grupos: A- Músculos que atuam direta e ativamente nos movimentos respiratórios: Diafragma, Intercostais externos, Levantadores das costelas e partes intercondrais dos intercostais internos. São músculos inspiratórios que atuam aumentando os eixos da caixa torácica longitudinal, transversal e sagital e assim diminuem a pressão intratorácica em relação à atmosférica possibilitando a entrada do ar. B- Músculos que auxiliam diretamente nos movimentos respiratórios: Intercostais internos (menos a parte intercondral), Transverso do tórax e Subcostais. São expiratórios cuja atividade é sobrepujada pela própria elasticidade do pulmão em se retrair e portanto promover a expiração. C- Músculos acessórios que somente atuam nos movimentos respiratórios forçados: escalenos (anterior, médio e posterior), peitorais maior e menor, serrátil anterior, esternocleidomastóideo, latíssimo do dorso, oblíquos do abdome (externo e interno) e eretor da espinha. Diafragma: o músculo diafragma situa-se entre o tórax e o abdome, tem a forma de um guarda chuva com duas cúpulas, direita (mais alta por causa do fígado) e esquerda. A porção tendínea localiza-se no centro do músculo e se chama centro tendíneo (de cor branca, abaixo do coração). A porção muscular fica em torno do centro tendíneo e se insere nas últimas costelas, na parte inferior do esterno e na coluna vertebral. Quando se contrai durante a inspiração o músculo diafragma abaixa suas cúpulas, aumenta o eixo longitudinal do tórax, abaixa a pressão no interior do tórax. É portanto músculo inspiratório. Divide-se em 3 partes: esternal, costal e lombar. A parte esternal muito pequena fixa-se ao processo xifóide do esterno. A parte costal procede das cartilagens costais e costelas inferiores. A parte lombar se insere sobre o músculo quadrado do lombo através do ligamento arqueado lateral, sobre o músculo psoas pelo ligamento arqueado medial, mas principalmente nos corpos vertebrais das primeiras vértebras lombares através de dois pilares: o direito, maior, contorna o esôfago e o esquerdo que formam o ligamento arqueado mediano sobre a aorta. O diafragma apresenta 3 orifícios para passagens de estruturas: na parte muscular temos: o hiato esofágico para o esôfago e o hiato aórtico para a aorta; no centro tendíneo: o forame para a veia cava por onde passa a veia cava inferior. O diafragma é inervado pelo frênico e irrigado pelas artérias frênicas. Intercostais externos: são músculos situados entre as costelas. Características: a) constituem a camada mais externa, b) suas fibras musculares estão orientadas de cima para baixo e de trás para diante, c) na parte anterior, não chegam até o osso esterno, próximo a ele são substituídos por uma película transparente chamada membrana intercostal externa ou anterior, d) na parte posterior, chegam até a coluna vertebral. São inervados pelos nervos intercostais e irrigados pelas artérias intercostais. Esses músculos elevam as costelas e portanto, são inspiratórios. Levantadores das costelas: são músculospequenos, profundos e posteriores que vão das vértebras para as costelas vizinhas. Elevam as costelas e portanto são inspiratórios. Intercostais internos: são músculos situados entre as costelas. Características: a) constituem a camada interna, b) suas fibras musculares estão orientadas de cima para baixo e de diante para trás, c) na parte anterior, chegam até o osso esterno, d) na parte posterior, não chegam até a coluna vertebral, próximos a ela são substituídos por uma película transparente chamada membrana intercostal interna ou posterior. São inervados pelos nervos intercostais e irrigados pelas artérias intercostais. São auxiliares da expiração, abaixando as costelas, menos a parte intercondral que é inspiratória. Esta camada muscular interna costuma ser subdividida em duas camadas: intercostais internos e intercostais íntimos separados pelos trajetos de nervos e vasos . Subcostais: músculos pequenos, posteriores, vão de costela para costela, porém alternadas e não subseqüentes são encontrados apenas na parte superior e inferior do tórax. Transverso do tórax: músculo em forma radiada situado atrás do esterno. Volumes respiratórios: Volume corrente é o volume de ar que entra e sai em cada respiração normal Volume inspiratório de reserva é o volume de ar que pode ser inspirado em inspiração forçada Volume expiratório de reserva é o volume de ar que pode ser expirado em expiração forçada Volume residual é o volume de ar que permanece nos pulmões após expiração forçada Mecânica Respiratória Prof. Dr. Nader Wafae A freqüência respiratória média é de 12 a 14 movimentos respiratórios por minuto e compreende a inspiração com a entrada do ar e a expiração, a sua saída. O volume médio de ar em cada movimento respiratório gira em torno de 500 ml. Durante a inspiração o ar penetra pelas vias aéreas até chegar aos alvéolos pulmonares onde em contato com os capilares sangüíneos provenientes da artéria pulmonar são realizadas as trocas gasosas ou hematose. A penetração do ar nas vias aéreas pode ser feita com pressão positiva através de aparelhos como ocorre durante os atos cirúrgicos. Mas em nosso organismo em situação normal, a entrada do ar submetido a pressão atmosférica é feita através da negatividade da pressão no interior do tórax, tornado possível a entrada do ar pela diferença de pressões com o meio ambiente. Para tonar a pressão negativa no interior do tórax principalmente na inspiração a caixa torácica deve ser ampliada em seus três eixos: longitudinal, sagital e transversal, promovendo assim uma pressão aspirativa. O aumento do eixo ou diâmetro longitudinal ou súpero-inferior é determinado pela contração do músculo diafragma que devido a posição especial de seu centro tendíneo central abaixa unicamente suas cúpulas em direção ao abdome, aumentando, assim o diâmetro ou eixo longitudinal. É o movimento predominante no sexo masculino (respiração abdominal) O aumento do diâmetro sagital ou ântero-posterior é determinado pelo movimento das costelas na articulação costovertebral em torno de um eixo transversal formado pela parte posterior das costelas, em conseqüência deste movimento ocorre a elevação da parte anterior das costelas que levantam o esterno e assim aumentam o diâmetro ântero-posterior. Esse movimento denominado BRAÇO DE BOMBA, pela semelhança com o movimento das alavancas que puxavam água, ocorre principalmente da 2ª a 6ª costela. É o movimento predominante me mulheres (respiração torácica). O aumento do diâmetro transversal ou látero-lateral é determinado pelo movimento das costelas principalmente nas articulações costotransversárias da 7ª a 10ª costela em torno de um eixo ântero-posterior das costelas, levantando sua parte média e lateral e assim aumentando a distância transversal do tórax. Esse movimento denomina-se ALÇA DE BALDE pela semelhança do movimento da costela com o levantamento da alça de um balde. As paredes da caixa torácica dilatadas e o diafragma abaixado levam com eles a pleura parietal aderida às paredes e ao diafragma, a pleura visceral acompanha a pleura parietal à qual esta aderida pela pequena quantidade de líquido pleural (experiência dos vidros planos com água), e como o pulmão está ligado à pleura visceral também irá se expandir negativando a pressão em seu interior e assim permitindo a entrada do ar. A expiração poderia até dispensar os músculos expiratórios uma vez que atingido o ápice da inspiração, o pulmão normalmente tenderia a voltar à sua situação anterior pela sua elasticidade. Roteiro prático do Sistema. Respiratório (2ª parte a identificar) Brônquios 1 Brônquio principal direito 2 Brônquio principal esquerdo 3 Brônquio lobar 4 Brônquio segmentar Pulmões 5 Ápice 6 Base ou face diafragmática 7 Face costal 8 Face mediastinal 9 Margem anterior 10 Margem posterior 11 Margem inferior 12 Lobo superior do pulmão direito 13 Lobo médio do pulmão direito 14 Lobo inferior do pulmão direito 15 Lobo superior do pulmão esquerdo 16 Lobo inferior do pulmão esquerdo 17 Fissura oblíqua do pulmão direito 18 Fissura horizontal do pulmão direito 19 Fissura oblíqua do pulmão esquerdo 20 Hilo / Raiz 21 Pedículo (artéria, veias, brônquios) 22 Impressão da veia ázigos 23 Impressão da aorta 24 Impressão cardíaca 25 Impressões das costelas 26 Incisura cardíaca (margem anterior do pulmão esquerdo) 27 Língula do pulmão esquerdo Pleuras 28 Pleura parietal 29 Pleura visceral ou pulmonar 30 Recesso costodiafragmático Músculos da respiração 31 Diafragma 32 Centro tendíneo 33 Pilar direito 34 Pilar esquerdo 35 Óstio da veia cava 36 Hiato esofágico 37 Hiato aórtico 38 Intercostal externo 39 Intercostal interno 40 Membrana intercostal externa 41 Transverso do tórax 42 Subcostais 43 Levantador da costela Doenças do sistema respiratório Rinite Inflamação da mucosa nasal. Decorre de infecções virais (resfriado comum), alergia, secura no ar e atrofia (ozena). Sintomas: gotejamento nasal (rinorréia), diminuição do olfato, espirros, obstrução nasal. Na rinite por ar seco pode aparecer crostras (descamação) e sangramento. A ozena é rinite atrófica que apresenta crostras, mau cheiro e anosmia (ausência de olfato). Laringite aguda É a inflamação aguda da laringe pode ser infecciosa provocada por vírus ou bactérias provenientes de infecções superiores, ou por utilização inadequada da voz. Apresenta disfonia, tosse seca e dor de “garganta”. Sinusite Inflamação da mucosa que recobre os seios paranasais, em geral de natureza infecciosa: pneumococo, haemophyllus influenzae, estafilococo. Cefaléia, rinorréia purulenta e dor à palpação dos pontos sinusais. Bronquite Inflamação da mucosa dos brônquios e de suas ramificações geralmente de causa infecciosa. Pode ser aguda: curta evolução, febre, tosse e escarro purulento ou crônica se os sintomas tosse e catarro persistirem por mais tempo três meses a dois anos. Neste caso pode levar à doença pulmonar obstrutiva crônica com a diminuição de área pulmonar ativa. Pneumonia É a inflamação do parênquima pulmonar associada a um processo infeccioso bacteriano ou virótico. Os germes que com maior freqüência produzem pneumonia são Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e Haemophylus influenzae. As crianças, os idosos e os imunodeficientes são mais suscetíveis e com maior gravidade. Pode ser lobar se estiver restrita a um lobo do pulmão ou broncopneumonia se estiver disseminada pelos pulmões. Apresenta febre, dor no peito, tosse com escarro purulento Enfisema pulmonar Aumento anormal de espaços aéreos após o bronquíolo terminal com destruição das paredes alveolares. Na maioria das vezes decorre de bronquite crônica e seussintomas se confundem e assim também pode levar à doença pulmonar obstrutiva crônica. Sarcoidose Doença granulomatosa sistêmica de causa desconhecida que geralmente atinge o pulmão formando fibroses.. Sintomas nem sempre presentes: tosse seca, dispnéia. Pneumoconiose Doença pulmonar decorrente da inalação de partículas de pó, por exemplo, de sílica quando denomina-se silicose. Ao ser inalada provoca reação do organismo caracterizada por fibrose pulmonar. Pode ser assintomática ou apresentar tosse e dispnéia leve nas fase iniciais mas quando a fibrose aumenta apresenta dispnéia grave e tosse. Embolia pulmonar. Obstrução da artéria pulmonar por êmbolos. Estes podem ser trombos de veias de membros inferiores que se desprenderam, êmbolos de gordura ou de medula óssea em fraturas. Sintomatologia: dispnéia, taquipnéia (aumento da freqüência respiratória) súbitos. Pode apresentar cianose (coloração azulada da pele) e síncope (perda súbita da consciência) nos casos mais graves. Tuberculose pulmonar Infecção pulmonar provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, a contaminação ocorre pelo ar através de bacilos provenientes de enfermos ao tossir, cuspir ou mesmo pela fala. Sintomatologia: tosse, escarro, febre baixa, emagrecimento e fraqueza. Pneumotórax É a presença de ar no espaço pleural. Pode ser: traumático quando resulta de um trauma, espontâneo nas rupturas de cistos pulmonares ou hipertensivo, quando ar penetra na cavidade pleural durante a inspiração por um mecanismo que funciona como válvula. Os sintomas são dor no peito, falta de ar (dispnéia), tosse seca, palidez. Quando a quantidade de ar ´´e grande pode colapsar o pulmão (atelectasia) e apresentar cianose. Derrame pleural Consiste na presença de líquidos em quantidade anormal na cavidade pleural. Pode ser: Transudato: o líquido passa através da parede capilar em quantidade maior que o normal e apresenta pequena quantidade de células. Exsudato, o acúmulo de líquido ocorre pelo aumento da permeabilidade capilar e apresenta maior quantidade de células. O líquido pode ser purulento (empiema), hemorrágico, fibrinoso. No exsudato a pleura deve apresentar algum distúrbio. Sintomatologia: dor que aumenta com a inspiração, falta de ar (dispnéia). SISTEMA DIGESTÓRIO Prof. Dr. Nader Wafae Funções: O sistema digestório é responsável pela mastigação, redução no tamanho e na consistência dos alimentos; pela deglutição, passagem do alimento da boca para os órgãos internos; pela digestão, transformação dos alimentos da forma como são ingeridos em substâncias mais simples e solúveis; pela absorção, uma vez transformados, os produtos da alimentação são introduzidos em nosso organismo pelas células do tubo digestório, pela excreção aquilo que não é selecionado para ser absorvido ou excedente é eliminado pelas fezes. Utiliza para o desempenho dessas funções processos mecânicos e químicos. Constituição: O sistema digestório é um tubo muscular e mucoso que assume diferenças de diâmetro desde seu início na cavidade oral até o seu término no ânus. Suas partes são: cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso e glândulas anexas (salivares, fígado e pâncreas). Cavidade oral: Compreende o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca. Vestíbulo da boca: é a parte da cavidade oral situada entre a arcada dentária e os lábios e a bochecha Cavidade própria da boca: e a parte da cavidade oral situada por dentro das arcadas dentárias. Parede anterior - rima da boca com os lábios Parede posterior - comunicação com a faringe através do istmo das fauces formado por: palato mole com a úvula palatina, arco palatoglosso e dorso da língua Paredes laterais - dentes e gengivas Teto - palato duro e palato mole Soalho - dorso da língua, frênulo da língua e carúncula sublingual (abertura da glândula salivar submandibular) Conteúdo: Dentes implantados nos alvéolos dentais da maxila e da mandíbula Partes do dente: coroa, colo e raiz. Tipos: Incisivos: coroa em bisel, margem superior cortante, uma raiz, situação anteriores, função: cortam o alimento, número total 8 Caninos: coroa em ponta, uma raiz, situação: anterolaterais, função: perfuram e arrancam o alimento, número total 4 Pré-molares: coroa com dois tubérculos, uma ou duas raízes, situação: laterais, função: moem o alimento, número total 8 Molares: coroa com quatro tubérculos, duas ou três raízes, situação: posteriores, moem o alimento, número total 12. A primeira dentição possui 20 – a dentição definitiva, 32 Língua: órgão muscular atua na mastigação, deglutição, percepção do gosto e na fonação. Partes: raiz, ligada ao osso hióide; corpo que apresenta: ápice, margens, dorso e face inferior. No dorso estão as papilas linguais com os corpúsculos gustativos para percepção do gosto: amargo, na parte posterior, doce, em torno do ápice, azedo nas margens laterais e salgado em toda margem incluindo o ápice. Papilas linguais, tipos – circunvaladas são as maiores, com forma circular e circunscritas por uma depressão também circular, estão dispostas em V e localizam-se entre o dorso e a raiz; – folhadas em forma de estrias como se fossem rachaduras ou sulcos longitudinais, localizam-se nas margens da língua; – fungiformes, são pequenas saliências dispersas no dorso em forma de cogumelo; – filiformes as mais numerosas ocupam todo o dorso e o ápice. Ainda no dorso mas já próximo da raiz, atrás do V lingual encontramos a tonsila lingual, um aglomerado de tecido linfático com aberturas em forma de criptas. Pertencendo ao sistema linfático é um órgão de defesa imunológica que compõe o chamado anel linfático. Entre as papilas circunvaladas e a tonsila lingual existe um sulco em forme de V chamado sulco terminal Músculos da língua: podem ser intrínsecos, situados na própria língua e extrínsecos ligando a língua às estruturas vizinhas. Os músculos intrínsecos, são vistos na língua seccionada sagitalmente e se dispõem em camadas: longitudinal superior (logo abaixo das papilas), longitudinal inferior (no contorno inferior das margens da língua), transverso da língua (abaixo do longitudinal superior) e vertical da língua (mesclados entre o longitudinal superior e o transverso). Os músculos extrínsecos são: hioglosso estende-se do osso hióide à margem lateral da língua; genioglosso, da face interna do mento à face inferior da língua; estiloglosso, do processo estilóide à parte lateral da língua; palatoglosso, do palato mole à margem lateral da língua delimitando o arco palatoglosso. Os músculos da língua intrínsecos e extrínsecos atuam em conjunto adaptando a forma da língua visando o melhor desempenho das funções iniciais do sistema digestório, mastigação e deglutição. Valécula epiglótica é uma depressão, par, situada entre a epiglote e o dorso da língua, é delimitada pela prega glossoepiglótica mediana e pela prega glossoepiglótica lateral de cada lado. Faringe: Das três partes da faringe, duas atuam no sistema digestório: a parte oral e a parte laríngea. Parte oral: apresenta a fossa tonsilar delimitada pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo que contem a tonsila palatina também chamada amígdala em seu interior.. A parte oral e a parte nasal comunicam-se através do istmo da garganta delimitado pelo palato mole, arco palatofaríngeo e parede posterior da faringe Parte laríngea: apresenta, lateralmente, duas escavações os recessos piriformes. Os músculos da faringe podem ser constritores que comprimem o alimento: constritor superior da faringe, constritor médio da faringe e constritor inferior da faringe e levantadores, que levantam a faringe fazendo o alimento passar para o esôfago e impedindo o refluxo para a cavidade nasal: estilofaríngeo, palatofaríngeo, salpingofaríngeo, levantador do véu palatino Esôfago: Continuaçãoda faringe antecede o estômago, essencialmente é um tubo para passagem do bolo alimentar, apresenta três partes: cervical, torácica (a maior de todas) e a abdominal. Atravessa o diafragma pelo hiato esofágico. Tem cerca de 25 cm, situa-se sucessivamente atrás da traquéia e do átrio esquerdo que lhe deixa uma impressão, tendo a coluna vertebral em seu contorno posterior. Apresenta estreitamentos considerados normais que são determinados pelo músculo cricofaríngeo, pelo arco da aorta, pelo brônquio esquerdo e pelo diafragma. Na sua transição com o estômago encontra-se o cárdia. Estômago: É o segmento mais dilatado do tubo digestório interposto entre o esôfago e o intestino delgado, situa-se na cavidade abdominal logo abaixo do diafragma nas regiões denominadas epigastro e hipocôndrio esquerdo. Entre as funções do sistema digestório, o estômago se destina mais à digestão através do suco gástrico (HCl, muco, enzimas) e à transformação do alimento em quimo (massa semilíquida) principalmente pelos movimentos peristálticos e produção de muco para facilitar a digestão e a absorção no intestino. Orifícios: óstio cárdico (transição com o esôfago), óstio pilórico (transição com o duodeno). Faces ou paredes: anterior e posterior Curvaturas: gástrica maior e gástrica menor Partes: Cárdia - em torno de sua continuação com o esôfago abdominal. Fundo - acima de um plano passando pela transição com o esôfago Corpo - entre o fundo e a parte pilórica Parte pilórica - próxima ao duodeno, pode ser avaliada traçando uma linha oblíqua a partir do ponto em há mudança de orientação da curvatura gástrica menor de vertical para horizontal (incisura angular). Essa região divide-se em antro pilórico (próximo ao corpo) e canal pilórico (próximo ao duodeno). A dificuldade em se delimitar anatomicamente as partes do estômago procede já que se trata de divisão de caráter histológico. Piloro (significa portão) é uma concentração de fibras musculares circulares esfinctéricas entre o estômago e o duodeno e que regula a passagem do bolo alimentar para o duodeno. O estômago é peritonizado e a parte do omento menor que liga o estômago ao fígado chama-se ligamento hepatogástrico e a parte do omento maior entre o estômago e o colo transverso é o ligamento gastrocólico. Vascularização do estômago: A irrigação arterial do estômago se faz através de dois círculos anastomóticos situados nas curvaturas. Na curvatura menor entre as artérias gástrica esquerda ramo do tronco celíaco e a gástrica direita, ramo da artéria hepática própria, (na maioria das vezes), e na curvatura maior entre as artérias gastromental direita ramo da artéria gastroduodenal e gastromental esquerda ramo da artéria esplênica e a região do fundo gástrico recebe ainda as artérias gástricas curtas ramos da artéria esplênica. Em alguns casos ocorre a presença de uma artéria gástrica posterior ramo da a. esplênica para a face posterior do estômago. Variações anatômicas do tronco celíaco são freqüentes. A drenagem venosa é feita pelas veias gástricas direita e esquerda tributárias da veia porta do fígado que se encontram na curvatura menor do estômago, pelas veias gastromental direita ramo da v. mesentérica superior e gastromental esquerda ramo da v. esplênica que se encontram na curvatura maior do estômago e pelas veias gástricas curtas do fundo gástrico, ramos da v. esplênica. Inervação do estômago e do esôfago O estômago recebe inervação autônoma parassimpática através dos nervos vagos e simpática através do plexo celíaco para o estômago e esplâncnicos e tronco simpático para o esôfago. Os nervos vagos direito e esquerdo descem do pescoço para o tórax onde confluem por diante do esôfago para formar o plexo esofágico, ao se aproximar da parte abdominal do esôfago as fibras do plexo se separam para formar o tronco vagal anterior no qual predominam fibras do vago esquerdo e o tronco vagal posterior formado principalmente pelo vago direito. O vago anterior coloca-se na frente do esôfago abdominal, próximo ao cárdia divide-se em ramo maior, gástrico anterior e outros dois menores: hepático e celíaco. O vago posterior coloca-se atrás do esôfago abdominal, (freqüentemente um pouco à direita do esôfago) emite três ramos o menor é o gástrico posterior, o maior é o celíaco e o terceiro é o hepático. O nervo gástrico anterior emite vários ramos curtos e no nível do antro encontramos o ramo principal (nervo de Latarjet). Intestinos: É a parte final do tubo digestório, compreende o intestino delgado e o intestino grosso. Intestino delgado: Tem em torno de 6 metros de comprimento e compreende o duodeno, o jejuno e o íleo. Entre as funções do tubo digestório, a parte inicial participa ativamente da digestão mas o intestino delgado como um todo é o grande responsável pela absorção alimentar. Duodeno: É a parte inicial do intestino delgado, vai do piloro à transição com o jejuno na flexura (ângulo) duodenojejunal. Apresenta a forma da letra C que contorna a cabeça do pâncreas Partes: 1ª ou superior é a parte que segue o estômago, seu início chama-se bulbo duodenal, importante em clínica por apresentar características internas semelhantes ao estômago. 2ª ou descendente é onde desembocam os ductos, colédoco trazendo a bile da vesícula biliar e do fígado e o pancreático trazendo o suco pancreático do pâncreas, na junção dos dois ductos forma-se a ampola hepatopancreática que se abre na papila maior do duodeno desta parte do duodeno. Em alguns casos podemos encontrar um pouco acima a papila menor do duodeno onde se abre o ducto pancreático acessório. 3ª ou horizontal ou inferior. 4ª ou ascendente que se continua com o jejuno a partir da flexura duodenojejunal fixa por uma estrutura muscular lisa chamada músculo suspensor do duodeno (Treitz). O duodeno é retroperitoneal, mas o início da primeira parte e o final da quarta parte são peritonizados. O duodeno está ligado ao fígado pelo ligamento hepatoduodenal, a parte livre do omento menor. Vascularização do duodeno A irrigação arterial do duodeno procede da artéria hepática comum ramo do tronco celíaco através das artérias gástrica direita e gastroduodenal e da a. mesentérica superior através das artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior. Aqui também formam-se círculos anastomóticos entre as artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior ramos da a. gastroduodenal e as artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior, ramos da a. mesentérica superior. Roteiro prático do Sistema Digestório - 1ª parte Cavidade oral 1 Vestíbulo da boca 2 Cavidade própria da boca 3 Palato duro 4 Palato mole 5 Úvula palatina Língua 6 Papila circunvalada 7 Papila folhada 8 Papila fungiforme 9 Papila filiforme (revestem todo o dorso da língua, difíceis de individualizar) 10 Tonsila lingual 11 Valécula epiglótica 12 Prega glossoepiglótica mediana 13 Prega glossoepiglótica lateral 14 Músculo longitudinal superior da língua 15 Músculo transverso da língua 16 Músculo genioglosso 17 Músculo palatoglosso Dentes 18 Incisivo 19 Canino 20 Pré-molar 21 Molar Parte oral da faringe 22 Arco palatoglosso 23 Arco palatofaríngeo 24 Tonsila palatina na fossa tonsilar Parte laríngea da faringe 25 Recessopiriforme Esôfago 26 Parte cervical 27 Parte torácica 28 Parte abdominal Estômago 29 Cárdia 30 Fundo gástrico 31 Corpo gástrico 32 Parte pilórica - antro pilórico 33 Parte pilórica - canal pilórico 34 Curvatura menor 35 Curvatura maior 36 Piloro Duodeno 37 Parte superior 38 Parte descendente 39 Parte horizontal 40 Parte ascendente 41 Papila maior do duodeno 42 Músculo suspensor do duodeno Intestinos (continuação) Jejuno e íleo: Constituídos por grande número de alças intestinais que ocupam a área central do abdome, macroscopicamente é difícil diferenciá-las como pertencentes ao jejuno ou ao íleo. É evidente que as alças próximas ao duodeno são jejunais e aquelas próximas ao intestino grosso são ileais. Tem importância prática saber identificar a primeira alça do jejuno o que possível pois sabemos que a mesma esta presa à parede posterior juntamente com a última porção do duodeno pelo músculo suspensor do duodeno. Vascularização: irrigação - ramos jejunais e ileais da artéria mesentérica superior, drenagem - da veia mesentérica superior para a veia porta, pois sabemos que o material proveniente da absorção intestinal deve passar antes pelo fígado para só depois entrar na corrente circulatória. Intestino grosso: Funções: formação, transporte e eliminação das fezes, absorção de água e ferro, produção de muco. Identificação: pela presença de: 1- apêndices omentais do colo (pequenas formações saculares de gordura); 2- tênias do colo que são faixas de musculatura lisa longitudinal concentrada em 3 fitas ao longo do intestino (tênia mesocólica, tênia omental e tênia livre) e 3- saculações (provavelmente musculatura lisa circular concentrada em pregas circulares delimitando formações em bolsas). Partes: Ceco, parte inicial que se comunica com o íleo, ao nível da transição encontra-se uma saliência a papila ileal com uma abertura no centro o óstio ileal ( a existência de uma valva ileocecal não é unanimidade entre os autores). Apêndice vermiforme, encontra-se na parte inferior do ceco no encontro das 3 tênias, mas sua posição é variável. Colo ascendente: no lado direito, continuação do ceco até a flexura direita, próximo ao fígado. Colo transverso, vai da flexura direita, próximo ao fígado à flexura esquerda, próximo ao baço. A direita é mais baixa do que a esquerda devido à presença do fígado no lado direito. Colo descendente: no lado esquerdo vai da flexura esquerda até o início do colo sigmóide. Colo sigmóide, como possui o mesossigmóide, é identificável por estar mais livre (solto) que o colo descendente que está preso à parede posterior. Tem várias curvas o que lhe dá a forma da letra S. Reto é a parte terminal, sua parte mais dilatada chama-se ampola, a disposição de sua musculatura é diferente daquela do colo restante por isso não apresenta tênias ou saculações. No seu interior observamos as pregas transversas do reto cuja função é discutível. Canal anal: vai do reto ao ânus apresenta em seu contorno saliência longitudinais, as colunas anais ligadas nas extremidades inferiores pelas válvulas anais, estas delimitam com a parede anal espaços chamados seios anais. Contornado a parte inferior do canal temos os músculos que atuam na defecação: esfíncter externo do ânus, estriado sob controle voluntário, esfíncter interno do ânus, liso sob controle autônomo. Pécten anal é o espaço situado abaixo das válvulas e das colunas até o ânus. Vascularização do intestino grosso: irrigação – A artéria mesentérica superior emite os ramos: ileocólica, cólica direita e cólica média para o lado direito do intestino grosso. A artéria ileocólica se dirige para a transição entre o íleo e colo ascendente através dos ramos: ileal, cecais anterior e posterior, apendicular e cólico. A artéria cólica direita enquanto ramo direto da mesentérica superior está presente em cerca de 20% dos indivíduos. A artéria mesentérica inferior emite os ramos: cólica esquerda, sigmóideas e retal superior para o lado esquerdo do intestino grosso. As artérias: ileocólica, cólica direita, cólica média, cólica esquerda e sigmóideas estão interligadas pelo arco justacólico (artéria de Riolan). O reto, parte final do intestino grosso, recebe ramos retais (média e inferior) da artéria ilíaca interna. A drenagem venosa é efetuada por ramos das veias mesentéricas superior e inferior para a veia porta e das veias retais média e inferior para a veia ilíaca interna. Glândulas anexas ao tubo digestório: São órgãos que produzem substâncias químicas ricas em enzimas que se comunicam com o tubo digestório através de ductos (tubos) por meio dos quais suas secreções vão atuar no processo de digestão dos alimentos. As glândulas anexas são: glândulas salivares que se abrem na cavidade oral, fígado e pâncreas que se abrem no duodeno. Glândulas salivares: Produzem uma secreção chamada saliva cujas funções são umedecer e lubrificar o alimento, participa assim da formação do bolo alimentar e ainda iniciam a digestão dos hidratos de carbono pois contem a enzima chamada ptialina que atua sobre o amido. Dividem-se em dois grupos: maiores e menores, todas se comunicam com a cavidade oral. As glândulas salivares maiores são 3 pares: parótida, submandibular e sublingual; as menores são numerosas, distribuídas pela cavidade da boca e reunidas de acordo com a localização em: labiais, palatinas, linguais, da bochecha e molares. Glândulas salivares maiores: Parótida é a maior de todas, localiza-se na frente da orelha, sob a pele e sobre o ramo da mandíbula, guarda importante relação com o nervo facial que se encontra em seu interior e se abre através do ducto parotídeo, na mucosa do vestíbulo da cavidade da boca, no nível do 2º dente molar superior. Sua inflamação é conhecida pelo nome de caxumba (parotidite epidêmica). Submandibular localiza-se embaixo da cavidade da boca envolvida pela mandíbula, abre-se através do ducto submandibular, no soalho da boca ao lado do frênulo da língua em uma pequena saliência chamada carúncula sublingual. Sublingual também situada embaixo do soalho da boca, porém acima da glândula submandibular, forma uma saliência no soalho da boca, a prega sublingual e em lugar de um único ducto possui vários ductos (de 8 a 17) que se abrem diretamente no soalho da boca, nas proximidades do frênulo da língua. Fígado: É a maior glândula do corpo humano, localiza-se na cavidade abdominal, embaixo da cúpula direita do diafragma, nas regiões do hipocôndrio direito e epigastro. É ímpar, e está protegido pelas últimas costelas do lado direito. Apresenta duas faces: diafragmática, superior envolvida pelo diafragma e a visceral, inferior voltada para as demais vísceras abdominais que a marcam com suas impressões: esofágica, gástrica, duodenal, cólica e renal. É constituído por 4 lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado separados pelas seguintes estruturas: vesícula biliar, veia cava inferior (à direita), ligamento redondo, ligamento venoso (à esquerda) e hilo hepático ou porta do fígado (ao centro). Ao nível do hilo temos o pedículo hepático representado pelas estruturas que entram e saem do fígado. Entram, a veia porta (posterior) que traz o sangue dos locais onde houve absorção alimentar (estômago, intestinos), a artéria hepática própria (à esquerda) e saem os ductos hepáticos (à direita) das vias biliares conduzindo a bile com sais biliares. Os sais biliares atuam sobre as gorduras quebrando suas moléculas para que as lipases possam atuar melhor. Atualmente o fígado é dividido em 8 segmentos que desfrutam de certa autonomia funcional com aplicação cirúrgica. O fígadoé envolvido por peritônio visceral menos em uma pequena parte da face diafragmática chamada área nua. O comportamento do peritônio em relação ao fígado será estudado posteriormente. Vias biliares: É o conjunto de ductos (tubos) que conduzem a bile desde a sua formação no tecido hepático até a desembocadura na 2a porção do duodeno. Podem ser intra-hepáticas situadas dentro do fígado e extra-hepáticas quando saem do fígado pelo hilo. Compreendem os ductos hepáticos direito e esquerdo que se unem para formar o ducto hepático comum que ao receber o ducto cístico proveniente da vesícula biliar formam o ducto colédoco que vai se unir ao ducto pancreático proveniente do pâncreas para juntos desembocarem através da ampola hepatopancreática na papila maior do duodeno na 2a porção do duodeno. A vesícula biliar é um reservatório de bile que se contrai estimulada pela presença de alimento gorduroso no duodeno, eliminando bile para o duodeno através dos ductos cístico e colédoco. Pâncreas: É também abdominal, situado por trás do estômago, por diante da coluna vertebral é envolvido em parte pelo duodeno e se estende até o baço no lado esquerdo. Suas partes, partindo do duodeno em direção ao baço, são: cabeça, colo, corpo e cauda. A parte posterior da cabeça ao contornar os vasos mesentéricos superiores apresenta um prolongamento em ponta chamado processo uncinado. o corpo também apresenta uma proeminência em sai margem superior, é o túber omental, ambos sem maior significado funcional. É órgão retroperitoneal, isto é coloca-se posteriormente ao peritônio. Sua secreção para o duodeno chama-se suco pancreático e contém as enzimas: amilase para os hidratos de carbono, lipase para as gorduras e tripsina para digestão das proteínas. Contém ainda o bicarbonato de sódio para neutralizar o ácido clorídrico do estômago. O suco pancreático escoa principalmente por um ducto chamado ducto pancreático que desemboca na papila maior do duodeno, na 2a porção juntamente com o ducto colédoco, na ampola hepatopancreática. Em alguns indivíduos podemos ter um segundo ducto chamado acessório que desemboca também no duodeno, um pouco acima do outro na papila menor do duodeno. Vascularização: a cabeça do pâncreas é irrigada pelas artérias pancreaticoduodenais superiores anterior e posterior, ramos da artéria gastroduodenal e ramos anterior e posterior da artéria pancreaticoduodenal inferior ramo da artéria mesentérica inferior. Essas artérias se anastomosam, respectivamente, nas partes anterior e posterior da cabeça. O corpo é irrigado por ramos da artéria esplênica (pancreática magna, pancreática inferior, pancreática dorsal) e a cauda pela pancreática caudal também ramo da artéria esplênica. A drenagem venosa é efetuada pelas veias pancreáticas da veia esplênica Roteiro prático do Sistema Digestório - 2ª parte 1 Alça do jejuno 2 Alça do íleo Intestino Grosso 3 Ceco 4 Apêndice vermiforme 5 Colo ascendente 6 Colo transverso 7 Colo descendente 8 Colo sigmóide 9 Tênia do colo 10 Saculação 11 Apêndice omental 12 a. ileocólica 13 a. cólica média 14 a. cólica esquerda 15. a. retal superior Reto 16 Ampola do reto 17 Prega transversa Canal anal 18 Coluna anal 19 Válvula anal 20 Seio anal 21 M. esfíncter externo do ânus 22 M. esfíncter interno do ânus Glândulas salivares maiores 23 Parótida 24 Ducto parotídeo 25 Submandibular 26 Ducto submandibular 27 Sublingual Fígado 28 Face diafragmática Face visceral compreende: 29 Lobo direito 30 Lobo esquerdo 31 Lobo quadrado 32 Lobo caudado 33 Porta do fígado 34 Veia cava inferior 35 Ligamento redondo 36 Ligamento venoso 37 Veia porta 38 Artéria hepática própria 39 Impressões de órgãos vizinhos (renal) Vias biliares 40 Vesícula biliar 41 Ducto cístico 42 Ducto hepático (direito e esquerdo) 43 Ducto hepático comum 44 Ducto colédoco Pâncreas 45 Cabeça do pâncreas 46 Colo do pâncreas 47 Corpo do pâncreas 48 Cauda do pâncreas 49 Processo uncinado 50 Ducto pancreático PERITÔNIO Prof. Nader Wafae Conceito: é uma membrana serosa, fina, lisa, quase transparente que reveste as paredes e os órgãos das cavidades abdominal e pélvica. Divisão: Embora seja uma membrana contínua, o peritônio é dividido em duas folhas: peritônio visceral que recobre as vísceras (órgãos) e o peritônio parietal que recobre as paredes do abdome, pelve e diafragma. Entre o peritônio parietal e o peritônio visceral existe uma cavidade vazia (na mulher contém o ovário) chamada cavidade peritoneal, no entanto como os órgãos estão muito próximos uns dos outros e das paredes, a cavidade não aparece (potencial) embora exista. Nessa cavidade existe uma pequena quantidade de líquido chamado líquido peritoneal. Função: a) superfície de deslizamento para as vísceras permitindo os seus pequenos movimentos sem grandes desgastes por atrito, conta para tanto com a ação lubrificante do líquido peritoneal. b) manutenção das vísceras em posição, já que de alguma maneira fixam as vísceras nas paredes. c) proteção das vísceras mediante mecanismos de secreção e absorção. Constituição: apresenta uma camada de mesotélio, uma camada basal de sustentação e uma camada conjuntiva de fibras colágenas, elásticas e células gordurosas principalmente Tamanho: 2 a 7 metros quadrados. Formação: o peritônio visceral deriva da esplancnopleura (parede do celoma próxima ao endoderma); o peritônio parietal deriva da somatopleura (parede do celoma próxima ao ectoderma). Desenvolvimento: o peritônio se desenvolve acompanhando as vísceras que recobre, as etapas mais importantes são: a) crescimento simples (multiplicação celular), b) mudanças de forma e de posição por torções e deslocamentos c) coalescência (lâminas peritoneais próximas, em contato e desprovidas de movimento são reabsorvidas pelo organismo e desaparecem. Definições: a) folhas: cada uma das divisões do peritônio (visceral e parietal); b) meso: porção do peritônio que vai da parede à víscera contendo vasos em seu interior; c) omento: porção do peritônio que vai de uma víscera à outra víscera e contem vasos em seu interior; d) ligamento: porção do peritônio que vai da parede à víscera ou de uma víscera à outra e não contem vasos em seu interior; e) prega: saliência linear de peritônio ao contornar uma estrutura pequena ;f) fossa: uma escavação rasa revestida por peritônio; g) recesso: uma escavação profunda revestida por peritônio; bolsa: uma formação sacular revestida por peritônio. Disposições especiais em órgãos do sistema digestório: o peritônio parietal após revestir as paredes abdominais ântero-laterais (parte vem da direita e parte vem da esquerda) e o diafragma, desprendem-se deste para revestir o fígado tornando-se visceral, no trajeto do diafragma e parede ântero-lateral para o fígado formam-se dois ligamentos: a) o coronário (cujas extremidades constituem os triangulares) e b) o falciforme. Após revestir o fígado as duas lâminas (direita e esquerda.) se encontram no hilo do fígado e se colocam uma na frente e outra atrás para se dirigirem à curvatura menor do estômago, nesse trajeto formam o omento menor, ao atingir a curvatura menor separam-se para revestir as faces anterior e posterior do estômago até a curvatura maior, onde se juntam novamente e descem até um plano passando pelas cristas ilíacas, nesse momento voltam-se sobre si mesmas e sobem em direção ao colo transverso pelo mesmo trajeto por onde desceram e forma o omento maior (4 lâminas, duas que descem e duas que sobem) envolvem o colo transverso e se dirigem a parede posterior como mesocolo transverso. As duas margens do omento menor são espessadas e são chamadas de ligamentos a) hepatogástrico; b) hepatoduodenal na margem livre do omento menor sob o qual existe uma passagem chamada forame omentalpor onde se introduz o dedo para alcançar a bolsa omental. Bolsa omental é um espaço sacular peritoneal cuja parede anterior é formada pelo omento menor, parede posterior do estômago, 2 lâminas anteriores do omento maior e a parede posterior pelo peritônio parietal posterior e pelas 2 lâminas posteriores do omento maior. O peritônio que recobre o cólo sigmóide o faz a uma certa distância da parede formando o mesossigmóide. O peritônio que recobre os colos ascendente e descendente somente o fazem pela frente e pelos lados, são portanto parcialmente peritonizados. O ceco é peritonizado mas não possui meso que se restringe ao apêndice (mesoapêndice). O pâncreas é um órgão secundariamente retroperitoneal isto é, no início de sua formação é peritonizado mas deixa de sê-lo durante o desenvolvimento por coalescência. De fato, inicialmente o pâncreas é sagital isto é colocado no sentido ântero-posterior durante seu desenvolvimento e por acompanhar o estômago desloca-se para a esquerda, fazendo com que a parte esquerda do peritônio que o reveste encoste no peritônio parietal posterior, lâminas próximas sem movimento são reabsorvidas por coalescência, sobra apenas o revestimento anterior deixando o pâncreas atrás do peritônio. A parte do duodeno ligada à cabeça do pâncreas sofre o mesmo processo e a cauda do pâncreas pode estar parcialmente peritonizada. Como o intestino (delgado e grosso) necessita de grande crescimento para atingir sua extensão completa (6 metros) irá apresentar durante o desenvolvimento embrionário uma torção de 270° tendo como eixo a artéria mesentérica superior. Assim sendo, o ponto que vai formar a flexura direita do colo colocado, inicialmente, na linha mediana próximo à pelve vai se colocar, em sua posição definitiva, no lado direito embaixo do fígado mediante essa rotação de 270º. O mesmo ocorre com a flexura duodeno jejunal, de início à direita e no alto coloca-se mais a esquerda e embaixo. Esta rotação vai permitir o crescimento do jejuno e íleo que se liga à parede posterior pelo mesentério cuja base oblíqua tem em torno de 15 cm mas o suficiente para alcançar na borda livre todo o jejuno e íleo Os únicos órgãos situados no interior da cavidade peritoneal são o ovário e partes da tuba uterina (infundíbulo com as fímbrias). O peritônio restringe-se à margem anterior do ovário. Roteiro prático de peritônio 1 Peritônio parietal 2 Peritônio visceral 3 Omento maior 4 Omento menor 5 Mesentério 6 Mesocolo 7 Prega umbilical mediana 8 Prega umbilical medial 9 Escavação retovesical ou retouterina 10 Ligamento coronário 11 Ligamento falciforme 12 Ligamento triangular 13 Forame omental Doenças do sistema digestório Acalasia É distúrbio no relaxamento do esfíncter esofágico gerando obstrução funcional do esôfago durante a deglutição. É primária quando o distúrbio encontra-se na inervação da musculatura lisa. É secundária quando é conseqüência de outras doenças como: tumores gástricos e esofágicos, linfomas, doença de Chagas. No quadro clínico apresentam: disfagia (dificuldade em deglutir), dor torácica e regurgitação. Esofagite, aspiração e carcinoma esofágico são as principais complicações. Câncer do esôfago Em 90% é do tipo carcinoma epidermóide (revestimento epitelial) localizado no terço médio e em 10% é adenocarcinoma (glandular). Fumo e consumo de álcool podem estar associados. No quadro clínico é comum a disfagia, vômitos e emagrecimento. Refluxo gastroesofágico Quando o conteúdo gástrico reflui para o esôfago provocado por excesso de suco gástrico, pela gravidade na posição deitada e pelo aumento da pressão abdominal. Também pode ocorrer por falha dos fatores que normalmente impedem o refluxo: incompetência do esfíncter esofágico, integridade do ligamento frenicoesofágico e manutenção do ângulo entre esôfago e estômago. Pode ocorrer esofagite de refluxo com inflamação e mudanças do epitélio. Ardor retroesternal (pirose), regurgitação, dor torácica e disfagia. Esôfago de Barrett Formação de epitélio mais resistente na parte do esôfago próximo ao estômago provavelmente readaptação nos casos de refluxo gastroesofágico. Aoresentam tendência para adenocarcinoma. Espasmo esofágico Contrações múltiplas do esôfago que podem ser espontâneas ou durante a deglutição. No quadro clínico predomina a disfagia não progressiva e ardor retroesternal. Divertículos do esôfago Evaginações da parede do esôfago formando pequenas bolsas. Podem ser de propulsão quando a pressão é interna e de tração quando a força é externa ao órgão. O divertículo faringoesofágico de Zenker forma-se na transição entre a faringe e o esôfago no nível do músculo cricofaríngeo.. No quadro clínico apresentam halitose (mau hálito), regurgitação de alimentos e disfagia. Úlcera péptica Lesão erosiva e circunscrita das mucosas do estômago ou do duodeno. Ocorre quando fatores agressores da mucosa como o ácido clorídrico e as enzimas digestivas predominam sobre os fatores defensivos da mucosa – a barreira mucosa. É comum sua associação com infecção por Helicobacter pylori. Pela semelhança com a mucosa do estômago as úlceras duodenais ocorrem no início da parte superior. As úlceras gástricas podem estar localizadas no corpo, na curvatura menor ou nas proximidades do piloro. O quadro clínico característico é a dor epigástrica em queimação, ou de fome, nas úlceras gástrica o ritmo é – dói – come – dói – passa - enquanto que úlceras duodenais o ritmo é – dói – come – passa. Adenocarcinoma gástrico É o tumor maligno glandular do estômago. São importantes os antecedentes de incidência familiar, dieta com alimentos salgados, defumados e crus e fumantes. No quadro clínico apresentam: dor epigástrica e emagrecimento. Estenose hipertrófica do piloro Obstrução do canal pilórico devido à hipertrofia congênita da camada muscular. Etiologia desconhecida porém apresenta componente familiar. No quadro clínico predomina o vômito nas primeiras semanas de vida, desnutrição e desidratação. Gastrite Inflamação da mucosa gástrica. Pode ser aguda ou crônica. A gastrite aguda pode ser desencadeada pela ingestão de aspirina, antiinflamatórios, corticóides e álcool. A gastrite crônica, em geral está associada à infecção por Helicobacter pylori. Sintomas: dor no epigástrio, dispepsia, náuseas e vômitos, nos casos graves pode apresentar hemorragia. Hérnia de hiato É a passagem de parte do estômago para o interior do tórax através do hiato esofágico. Pode ser: a- por deslizamento quando ocorre apenas pela junção esofagogástrica; b- paraesofágica quando é o estômago que se desloca. Os sintomas são comuns ao refluxo gastroesofágico. Gastrenterite aguda Inflamação da mucosa do intestino delgado, em geral, infecciosa provocada por bactérias (Salmonela), parasitas (giárdia) e vírus presentes em alimentos e água contaminados. No quadro clínico temos: diarréia líquida, vômitos, dor abdominal, e febre. Doença celíaca Doença de má absorção pelo intestino delgado com diarréia e desnutrição desencadeada pela ingestão de glúten em pessoas que tem intolerância ao glúten (trigo, centeio, aveia e cevada). Associa-se com fatores genéticos e auto-imunológicos. Parasitose intestinal Infestação intestinal causada por parasitas. Alguns são microscópicos como a giárdia lamblia e amebas) e outros são maiores como ascaris e tênias. Alimentos contendo ovos ou larvas são os principais responsáveis pela transmissão. Diarréia, dores abdominais fracas, prurido anal, anemia são alguns sintomas. Síndrome de má absorção É a absorção desordenada ou inadequada de nutrientes pela mucosa intestinal. Várias são as causas: doenças que atingem a mucosa intestinal, infecções, insuficiência pancreática, deficiência de lactase, falta de sais biliares, diminuiçãoda superfície de absorção. Os sintomas mais comuns são: diarréia, emagrecimento, distensão abdominal, e desnutrição. Doença de Crohn Doença inflamatória do intestino de causa provavelmente auto-imune. Mais frequentemente atinge o íleo terminal e colo direito é descontínua. No quadro clínico o paciente apresenta: dor abdominal e diarréia, emagrecimento. Pode complicar com formação de fístulas (comunicação anormal entre vísceras ou cavidades) e perfuração e favorecer a formação de tumores. Diverticulite aguda Inflamação de um ou mais divertículos (evaginações da parede do colo formando pequenas bolsas). Em geral aparece colo sigmóide de idosos com dietas pobres em fibras. A inflamação decorre, em geral, de infecção que ocorre após obstrução do divertículo com matéria fecal. Apresenta risco de perfuração. No quadro clínico observa-se: febre, dor abdominal localizada na região inguinal esquerda, diarréia ou prisão de ventre. Obstrução intestinal É a parada na progressão do conteúdo intestinal. As causas são muitas: obstrução por corpo estranho (bolo de ascaris), compressão externa (tumores em órgãos vizinhos), estenoses (tumores intrínsecos), aderências (bridas peritoneais aderindo alças), torção de alça intestinal (volvo intestinal), invaginação intestinal ( pedaço de alça intestinal entrando dentro da própria alça). No quadro clínico, o paciente apresenta: dor em torno do umbigo, náuseas, vômitos, eliminação de gases e de fezes suspensas, distensão abdominal. Diarréia Define-se como o aumento de peso das fezes, do número de evacuações ou diminuição da consistência das fezes. A diarréia aguda, em geral, é infecciosa proveniente de alimentos contaminados ou a vírus. A diarréia crônica pode ser provocada por estimulação da secreção intestinal, alteração da motilidade intestinal ou inflamação desencadeada por laxantes. Apendicite aguda É a inflamação do apêndice vermiforme. Em geral é a infecção do apêndice que segue à sua obstrução. As causas mais comuns da obstrução são: aumento dos folículos linfáticos, fecalitos (fragmento endurecido de fezes), corpos estranhos ou tumores. No quadro clínico, em geral, começa com dor periumbilical, que depois se localizana região inguinal direita é dor contínua e forte, vômitos e febre são freqüentes. Colite ulcerativa Doença inflamatória da mucosa do colo de causa desconhecida. Atinge toda a mucosa e no quadro clínico temos: sangramento, diarréia, contendo muco e pus, febre, dor abdominal e pode complicar perfurando. Constipação (prisão de ventre) É a eliminação de fezes em períodos irregulares, em geral devido à falta de fibras na dieta. Além do mal estar apresenta dificuldades para defecar e dor abdominal. Pólipo intestinal Tumor, em geral benigno, com pedículo. Os pólipos do intestino grosso merecem cuidado pois podem se tornar tumores malignos. Há componente familiar. Assintomáticos, podem apresentar sangramentos. Síndrome do colo irritável É o distúrbio funcional e desordenado da motilidade intestinal. É a afecção mais freqüente do sistema digestório. Não são encontradas evidências bioquímicas, microbiológicas ou anatômicas para explicar a sintomatologia O paciente apresenta dor abdominal acompanhada de diarréia ou constipação intestinal ou alternância de ambas, gases, distensão abdominal, intolerância por alguns alimentos.. Transtornos psicológicos como ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e estresse emocional estão associados com freqüência. Adenocarcinoma colorretal É o tumor maligno glandular do colo e o mais freqüente do sistema digestório. São importantes os antecedentes de dieta gordurosa, inflamações freqüentes e incidência familiar. Os tumores do colo ascendente apresentam sangramento e anemia, os do colo sigmóide, sintomas obstrutivos, perfuração e enterorragia (sangramento nas fezes). Fissura anal Ulceração benigna localizada no canal anal. provocada por infecção das colunas anais e traumatismos pelas dificuldades em evacuar. Apresenta dor intensa ao defecar, podendo ocorrer sangramento retal. Hemorróidas Dilatações de veias anorretais. Podem ser internas, externas e mistas. As internas podem ser de primeiro grau quando não se exteriorizam, de segundo grau quando se exteriorizam mas podem ser reduzidas e de terceiro grau quando são permanentes; as externas localizam-se nas margens do ânus. Sintomas: dor ao defecar, sangramentos, pode ocorrer trobose. Hepatites a vírus Infecção do fígado provocada por vírus que se classificam em: A, B, C, D, E. As hepatites A e E são transmitidas pelas fezes, em água e alimentos contaminados pelo vírus. As hepatites B, C e D são transmitidas principalmente pelo sangue. O quadro clínico apresenta: anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza, icterícia, colúria, (urina escura) e acolia (fezes claras). Pode haver complicações e cronicidade. Hepatopatia alcoólica São as lesões apresentadas pelo fígado em função do consumo de álcool. Podem ser: esteatose (degeneração gordurosa), hepatite e cirrose. Na esteatose há aumento do fígado, na hepatite e na cirrose os quadros clínicos comuns às hepatites e à cirrose. Cálculos biliares (litíase) É a presença de cálculos (pedras) nas vias biliares, mais comumente na vesícula biliar. Os cálculos podem ser de colesterol, de bilirrubina ou de proteínas. É mais freqüente em mulheres obesas. No quadro clínico predominam a dor em cólica no hipocôndrio direito e os vômitos biliares. Carcinoma hepatocelular É o tumor maligno do fígado. O paciente apresenta dor e massa abdominal palpável no hipocôndrio direito. Cirrose hepática Fibrose do tecido hepático, alterações degenerativas e estruturais, infiltração gordurosa, e presença de nódulos. São importantes os antecedentes de: alcoolismo, hepatite a vírus, drogas, deficiência nutricional. No quadro clínico podemos ter: hemorragia digestiva por varizes esofágicas, icterícia, ascite (líquido na cavidade peritoneal). Colecistite aguda É a inflamação da vesícula biliar. Na maioria dos casos é obstrutiva por cálculo seguida de infecção bacteriana. O paciente apresenta dor em cólica no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos biliosos e febre e sinal de Murphy (dor a palpação no hipocôndrio direito). Pancreatite É a inflamação do pâncreas, pode ser aguda ou crônica. Costuma-se associá-la à obstrução por cálculos biliares e ao alcoolismo, medicamentos, vírus e aos traumatismos abdominais. Os sintomas mais freqüentes são: forte dor abdominal em faixa que se irradia para as costas, e vômitos. Fibrose cística do pâncreas Doença sistêmica hereditária ligada a gene recessivo que atinge à parte exócrina do pâncreas e a maioria das glândulas de secreção externa (sudoríferas, brônquicas). No quadro clínico temos: dor abdominal, diarréia, emagrecimento e associação com sintomas respiratórios. Câncer de pâncreas Em geral é adenocarcinoma do ducto, na cabeça do pâncreas. No quadro clínico temos dor epigástrica constante, emagrecimento e icterícia (coloração amarela da pele e das mucosas). Síndrome de Zollinger-Ellison É presença de tumores pancreáticos secretores de gastrina, em resposta o estômago secreta grandes quantidades de ácido clorídrico e pepsina e conseqüente aparecimento de úlceras no estômago e no intestino delgado. No quadro clínico o paciente apresenta dor abdominal e diarréia. Hérnia inguinal É a passagem de conteúdo abdominal através de um ponto fraco da parede muscular do abdome. Podem ser diretas e indiretas. Nas diretas o conteúdo abdominal passa para parede através do anel inguinal profundo (fáscia transversal). Nas diretas o conteúdo abdominal passa pela parede posterior do canal inguinal (fáscia transversal). Em geral, observa-se ou palpa-se uma tumoração mole no nível inguinal ou no escroto. Quando não se consegue reduzir (empurrar ahérnia para dentro) pode ocorrer a hérnia estrangulada com o comprometimento da irrigação do saco herniado. Peritonite Inflamação do peritônio. A causa mais freqüente é a propagação de infecções em vísceras peritonizadas (secundária), perfurações ou rupturas de vísceras ocas, através dos genitais internos femininos. Apresenta dor e distensão abdominal, suspensão dos ruídos intestinais, febre, taquicardia, rigidez da parede abdominal (abdome em tábua)e pode chegar ao choque. Há vários tipos de peritonite: asséptica (substâncias químicas), biliar (presença de bile), circunscrita (localizada), difusa (generalizada), encapsulada (abscessos) gasosa (presença de gases). SISTEMA URINÁRIO Prof. Dr. Nader Wafae Funções: O rim depura o sangue e mantém o equilíbrio eletrolítico. Essas funções são desenvolvidas através dos seguintes mecanismos: 1-Filtração do sangue pelos glomérulos renais (um litro por minuto) para os túbulos renais 2-Reabsorção desse filtrado depurado nos túbulos renais (a maior parte) 3-Excreção pequena parte desse filtrado com resíduos químicos é eliminado pela urina (um a um litro e meio por dia). 4-Secreção do hormônio renina que atua na regulação da pressão arterial e eritropoetina, na produção de glóbulos vermelhos. . Constituição: O sistema urinário se compõe de um órgão par chamado rim e das vias urinárias: cálice menor, cálice maior, pelve renal, ureter, bexiga urinária e uretra. Rim: Número: dois, direito e esquerdo Localização: parede posterior da cavidade abdominal ao lado da coluna vertebral, entre 12a vértebra torácica e 3a lombar, sendo que o direito se encontra um pouco mais baixo. Descrição externa: faces: anterior e posterior; pólos: superior e inferior; margens: lateral (convexa) e medial (côncava); forma: de um feijão; Hilo Renal é uma abertura na margem medial do rim Seio Renal é uma escavação que continua o hilo para dentro do rim e que contem parte das vias urinárias, gordura e vasos. Pedículo Renal é o conjunto dos elementos que entram no rim como a artéria renal ou saem veia renal e pelve renal (um dos componentes das vias urinárias). A disposição mais freqüente desses elementos no hilo renal é de diante para trás: veia, artéria e pelve renal. Cápsula renal fibrosa: é a membrana fina e transparente que envolve os rins. Relações com outros órgãos: Rim direito = fígado, duodeno, colo Rim esquerdo = estômago, baço, pâncreas, colo Relações com o peritônio: os rins são retroperitoneais, portanto sem relação com o peritônio. São envolvidos por tecido conjuntivo frouxo que deriva do tecido extraperitoneal, a fáscia renal, contínua na parte superior que envolve as glândulas supra-renais e disponde de abertura na parte inferior. Entre a fáscia renal e a cápsula renal existe gordura no espaço perirrenal. Descrição interna: Mediante um corte frontal do rim identificamos as partes: Medula renal, mais interna, formada por estruturas triangulares escuras chamadas pirâmides onde predominam os túbulo renais e ductos coletores, alternadas com estruturas retangulares claras chamadas colunas renais. Córtex renal, mais externa e clara, onde predominam os glomérulos renais, das bases das pirâmides destacam-se pequenos prolongamentos, os raios medulares. Os vértices das pirâmides estão voltados medialmente e denominam-se papilas e se encaixam no início das vias urinárias ou seja nos cálices menores. Cada pirâmide associada a córtex e as colunas que a envolvem constituem o lobo renal que são em número de 7 a 14 por rim. O rim apresenta estrutura segmentar totalizando cinco segmentos. Vascularização: O rim é irrigado pela artéria renal que se divide em 5 artérias segmentares, estas formam, em seqüência: as artérias interlobares situadas nas colunas renais, artérias arqueadas na base das pirâmides, artérias interlobulares entre os raios medulares, arteríolas glomerulares aferentes, arteríolas glomerulares eferentes, arteríolas retas. A drenagem é feita pela veia renal. Vias urinárias: Cálices menores: adaptam-se às papilas das pirâmides recolhendo a urina formada nos túbulos coletores. Cálices maiores: em número de 2 a 3 por rim são formados pela reunião de número variável de cálices menores. Pelve renal: Formada pela confluência dos cálices maiores, conduz a urina para o ureter já fora do rim, Ureter: é um tubo longo que une a pelve renal à bexiga urinária. Divide-se em 3 partes conforme sua localização: abdominal, pélvica e intramural (esta na parede da bexiga). Sua desembocadura na bexiga urinária chama-se óstio do ureter. Apresenta em sua extensão três estreitamentos onde costumam encravar cálculos: 1- na junção com a pelve renal, 2- ao passar sobre os vasos ilíacos e 3- na parede da bexiga, intramural. Bexiga urinária: é uma estrutura sacular situada na pelve que funciona como reservatório de urina (cerca de 1 a 1,5 litro). O ápice está voltado para cima e para diante, e a base e o colo estão situados inferiormente. Internamente destaca-se o trígono da bexiga que é uma área triangular situada na base da bexiga, delimitado por 2 óstios do ureter unidos pela prega interuretérica e pelo óstio interno da uretra. A maior parte que compõe a musculatura da bexiga denomina-se detrusor e nas proximidades do óstio interno situa-se a musculatura esfinctérica lisa e estriada. A bexiga é revestida por mucosa pregueada, menos a do trígono que é lisa. No início e atrás do óstio interno da uretra há uma pequena saliência chamada úvula da bexiga. Uretra: é a parte final das vias urinárias que comunica a bexiga urinária ao meio exterior. em seu início apresenta uma linha saliente na parede posterior: a crista uretral. Há diferenças acentuadas entre a uretra feminina e a masculina: Uretra feminina é curta, retilínea, exclusivamente urinária. Uretra masculina é longa, sinuosa pertencente aos sistema urinário e genital. Divide-se em três partes: prostática que atravessa a próstata, membranácea que atravessa o períneo e esponjosa incluída no corpo esponjoso do pênis com uma dilatação inicial: fossa bulbar e outra terminal: fossa navicular que se abre no exterior pelo óstio externo da uretra. Roteiro prático do Sistema Urinário 1 Rim: face anterior 2 Rim: face posterior 3 Rim: margem medial 4 Rim: margem lateral 5 Rim: extremidade (pólo) superior 6 Rim: extremidade (pólo) inferior 7 Hilo renal 8 Seio renal 9 Pedículo renal 10 Cápsula renal (fibrosa) 11 Fáscia renal 12 Córtex renal 13 Medula renal 14 Pirâmide renal 15 Papila renal 16 Artéria segmentar 17 Coluna renal 18 Cálice menor 19 Cálice maior 20 Pelve renal 21 Ureter: parte abdominal 22 Ureter: parte pélvica 23 Bexiga urinária 24 Músculo detrusor 25 Úvula da bexiga 26 Trígono da bexiga 27 Prega interuretérica 28 Óstio do ureter 29 Óstio interno da uretra 30 Uretra masculina: parte prostática 31 Colículo seminal 32 Utrículo prostático 33 Seio prostático 34 Uretra masculina: parte membranácea 35 Uretra masculina: parte esponjosa 36 Fossa navicular da uretra 37 Óstio externo da uretra Doenças do sistema urinário Carcinoma renal. Adenocarcinoma das células do túbulo contorcido proximal é o tumor renal mais freqüente. No quadro clínico observa-se: hematúria, dor e tumor no local. Glomerulonefrite Inflamação dos glomérulos renais de caráter auto-imune pois em geral ocorre após infecções do sistema respiratório por estreptococos. Pode ser aguda, subaguda e crônica. No quadro clínico observa-se: proteinúria, hematúria, hipertensão arterial, edemas e eventualmente insuficiência renal. Antecedente de amidalite é importante. Hidronefrose. Distensão e retenção de urina na pelve renal e ou ureter em decorrência de obstrução do fluxo da urina principalmente na junção pieloureteral. As causas mais comunssão: cálculo ureteral, estenose do ureter, bexiga neurogênica, malformações congênitas, estenoses cicatriciais, compressões extrínsecas. (vasculares, tumores, gravidez, infecções). Quadro clínico depende da causa e da evolução pode ir ata insuficiência renal por compressão do parênquima pela urina. Infecção urinária Pode ser alta ou pielonefrite quando atinge o rim e baixa, quando atinge a bexiga (cistite) ou a uretra (uretrite). A via de infecção mais comum é pela uretra. É mais freqüente em mulheres, idosos, pacientes sondados e gestantes. Quadro clínico: na cistite apresenta disúria, polaciúria, hematúria, micção urgente, dor no hipogástrio; na pielonefrite apresenta febre, dor lombar e outros sintomas de infecção urinária. Insuficiência renal aguda É a incapacidade do rim em excretar normalmente as substâncias tóxicas resultantes do metabolismo celular. O quadro clínico apresenta oligúria, diminuição da quantidade de urina (oligúria), edema nos membros inferiores, arritmias por hiperpotassemia, culminado com a uremia e seus sintomas toxêmicos. Insuficiência renal crônica É a incapacidade continuada do rim em excretar normalmente as substâncias tóxicas resultantes do metabolismo celular. Resulta de lesão renal não superada no decorrer do tempo levando a um progressivo distúrbio da função renal, é o que ocorre na diabete, hipertensão arterial ou em doenças renais. A uremia é caracterizada por sintomas nos diferentes sistemas: anorexia, vômitos, insuficiência cardíaca, hipertensão, polineurite (inflamação de nervos periféricos), encefalopatias (confusão mental, convulsões) e endócrinos. Litíase É a presença de cálculos (pedras) nas vias urinárias. Resultam de distúrbios metabólicos com acúmulo de cristais nas vias urinárias como oxalato de cálcio, fosfato de cálcio e ácido úrico. O quadro clínico característico é a cólica renal, dor forte descontínua na região lombar que se propaga para os genitais externos. Policisto renal É a presença de cisto (coleção líquida envolvida por uma cápsula), em geral, congênito que pelo crescimento vão ocupando espaço no rim podendo levar à insuficiência renal. O quadro clínico apresenta hematúria (sangue na urina), nictúria (eliminação aumentada duante a noite) e hipertensão arterial. Síndrome nefrítico Caracteriza-se pela tríade: hematúria, proteinúria e insuficiência renal aguda, em geral, conseqüente de glomerulonefrites.A lesão do glomérulo acarreta a passagem de glóbulos vermelhos e proteínas na urina. Síndrome nefrótico Perda excessiva de proteínas pela urina, com diminuição de proteínas no sangue e edema como conseqüência de doenças renais como glomerulonefrites, nefropatia diabética. No quadro clínico temos: edema de face e de membros inferiores podendo generalizar-se (anasarca). Incontinência urinária É a incapacidade para controlar voluntariamente a micção. As causas mais freqüentes são: de esforço, provenientes de fatores anatômicos musculares ou nervosos, de urgência, causada por contrações do músculo detrusor, de transbordamento, quando excede a capacidade da bexiga e funcionais decorrentes dos hábitos. Bexiga neurogênica Alteração do funcionamento normal da bexiga urinária em decorrência de distúrbios do sistema nervoso ou dos nervos que controlam a bexiga urinária. Distúrbios funcionais da bexiga urinária como contração exagerada ou diminuída, alterações no esfíncter ou de sua coordenação com o detrusor. O quadro clínico apresenta incontinência urinária; nas bexigas neurogênicas por hiporreflexia há dilatação e são freqüentes as infecções, nos casos hiperrefléxicos temos perda de urina, polaciúria, urgência miccional e infecções urinárias. Carcinoma da bexiga Em geral é proveniente das células do epitélio de revestimento. No quadro clínico observa-se: hematúria (sangue na urina), disúria (dor ao urinar), polaciúria (aumento do número de micções). SISTEMA GENITAL FEMININO Prof. Dr. Nader Wafae O sistema genital feminino participa a) da reprodução humana pela produção da célula genital feminina, o óvulo; pela fecundação, encontro do óvulo com o espermatozóide; pela implantação, fixação do ovo na mucosa uterina; pela gestação (desenvolvimento do feto) e pelo parto. b) da definição dos caracteres sexuais secundários da mulher pela secreção de hormônios sexuais. Constituição: os órgãos genitais classificam-se em internos e externos. Os órgãos genitais internos são: ovário, útero, tuba uterina e vagina. Os órgãos genitais externos são: monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores, o conjunto destas estruturas denomina-se vulva ou pudendo feminino. Órgãos genitais internos: Ovário: Conceito: glândula endócrina em forma irregularmente oval. Etimologia: do latim, ovarius que carrega ovos. Número: 2, direito e esquerdo Função: produção de óvulos e de hormônios – estrógeno responsável pela formação dos caracteres sexuais secundários (voz, disposição dos pêlos, forma da pelve, mama etc.) e pela reconstrução da mucosa do endométrio após a menstruação; progesterona responsável pelo amadurecimento e preparação da mucosa do endométrio, implantação do ovo e preservação da gravidez; relaxina que durante a gestação flexibiliza as articulações da pelve. Situação: fossa ovária na parte lateral e posterior da pelve entre a parte oclusa da artéria umbelical e a artéria ilíca interna. Descrição externa: O ovário apresenta: duas faces - medial em relação com a tuba uterina (tubária) e lateral em relação com parede da pelve; duas extremidades – tubária (superior) encoberta pela tuba uterina e uterina (inferior) com o ligamento útero-ovárico que prende o ovário ao útero; duas margens – mesovárica situada anteriormente e ligada ao mesovário e livre (posterior) emrelação com a tuba uterina. Ligamentos: suspensor do ovário que fixa a extremidade superior do ovário à parede lateral da pelve), útero-ovárico que fixa a extremidade inferior do ovário ao útero) e mesovário que fixa a margem meosvárica à lâmina posterior do ligamento largo. Estrutura: O ovário é formado por uma sucessão de camadas que da externa para a interna são: epitélio geminativo, túnica albugínea, córtex com os folículos ovarianos e estroma ovário e finalmente a medula do ovário. O hilo localiza-se na margem mesovárica. Vascularização: artérias: ovárica, ramo da aorta e um ramo da uterina, ramo da artéria ilíaca interna; veias: ováricas, a direita é tributária da veia cava inferior e a esquerda desemboca na veia renal esquerda. Linfáticos: drenam para os linfonodos pré-aórticos e aórticos laterais Inervação: plexos ovárico e hipogástrico. Tuba uterina: Conceito: é um tubo alargado na extremidade lateral que se estende do fundo do útero em direção à parede da pelve para recobrir partes do ovário. Etimologia: do latim, trombeta, o termo salpinge usado em ginecologia deriva do grego, trombeta. Número: 2, direita e esquerda Função: transporte do óvulo e dos espermatozóides, fecundação. Situação: disposta transversalmente, na parte superior da pelve menor Comprimento: 10 a 12 cm Partes: são 4, a porção inicial da tuba localiza-se no interior da parede uterina, é a parte uterina, seguida por um segmento estreito fora do útero, o istmo da tuna uterina, em seguida a porção mais longa, a ampola e a parte mais larga, o infundíbulo que termina em prolongamentos que se assemelham a uma franja, as fímbrias. Óstios: nas extremidades da tuba uterina situam-se os orifícios: um deles é medial e se abre na cavidade uterina, o óstio uterino da tuba e outro, lateral, que se abre na cavidade abdominal, o óstio abdominal da tuba uterina. Ligamento: possui apenas o mesossalpinge que liga a tuba uterina ao ligamento largo. Estrutura: é formada por três camadas: mucosa, mucular e serosa. Vascularização: pela artériase veias ovárica e uterina. Linfáticos: linfonodos pré-aórticos e aórticos laterais Inervação: plexos ovárico e hipogástrico. Útero: Conceito: órgão predominantemente muscular em forma de pêra com a parte dilatada para cima. Etimologia: do latim uterus – saco de pele para levar líquidos, do grego histerus – que vem depois. Número: 1 Função: receber o ovo e desenvolver a gestação. Localização: no centro da cavidade pélvica Posição: para posicionar corretamente o útero devemos afirmar que ele está em anteversão: o ângulo de inclinação para frente formado entre os eixos da vagina e do útero, em anteflexão: o ângulo de inclinação para frente formado entre o colo do útero e o corpo do útero e destrotorção, a leve inclinação e torção do útero para a direita. Faces e margens: descrevemos duas faces no útero: anterior (vesical) e posterior (intestinal) que se encontram nas laterais pelas margens do útero. Partes: fundo, corpo, istmo, e colo. O fundo do útero é sua parte mais superior, globosa, a partir da emergência das tubas uterinas. O corpo do útero é a parte maior, achatada anteroposteriormente,estreitando-se inferiormente. O istmo é a parte estreita entre o colo e o corpo a partir do qual se forma durante a gravides o segmento inferior dos obstetras que pela quantidade menor de fibras musculares é o local indicado para incisões nas cesáreas. O colo do útero é aextremidade inferior apresenta duas partes: uma supra vaginal situada na pelve e outra vaginal localizada no interior da vagina; dois óstios, o óstio anatômico interno do útero em sua parte superior e outro na vagina o óstio do útero dotado de lábios anterior e posterior. A distância entre os dois óstios denomina-se canal do colo do útero, mais estreito nas extremidades e no interior do qual estão as pregas palmadas e as glândulas cervicais. A pregas palmadas são oblíquas e se encaixam de modo a ocluir as paredes do colo. Ligamentos – Os ligamentos presos às partes do útero são importantes para sua suspensão e sustentação. O ligamento redondo do útero prende o fundo do útero ao monte do púbis passando pelo canal inguinal. O ligamento largo é o prolongamento do peritônio que após revestir o útero estende-se para ambos os lados do útero, formado pela união das lâminas anterior e posterior e liga as margens laterais do corpo do útero às paredes laterais da pelve menor. O ligamento redondo eleva-se na folha anterior do ligamento largo enquanto o mesossalpinge e o mesovário o fazem em sua folha posterior Os ligamentos retouterinos, ligam o colo do útero ao sacro e delimitam a escavação retouterina ou fundo de saco de Douglas, importante recesso para diagnóstico em ginecologia pela sua proximidade com a vagina. Os ligamentos transversos do colo (cardinais, ou de Mackenrodt;), prendem o colo do útero à parede lateral da pelve. Estrutura: Endométrio é o revestimento interno da cavidade do útero, sua camada interna ou mucosa uterina. Miométrio, a camada média constitui a musculatura do útero Perimétrio é o peritônio que envolve o útero, a camada externa. A esses conceitos devemos acrescentar: Mesométrio localiza-se na lâmina posterior do ligamento largo ligando o útero à parede da pelve. A lâmina posterior do ligamento largo divide-se em três partes: mesossalpinge para cima, mesovário para trás e mesométrio para baixo, assim mesossalpinge e mesovário se encontram formando uma angulação. Paramétrio é o espaço entre as duas lâminas do ligamento largo contendo vasos, linfonodos, gordura e os ligamentos transversos do colo. Vascularização: artéria uterina, ramo da artéria ilíaca interna. A artéria uterina encontra-se próximo ao ligamento transverso do colo, ao atingir a parte supravaginal do colo emite ramos para o colo e para o copro do útero. Nesse ponto a artéria uterina mantem importante relação com o ureter. As veias pertencem ao plexo uterino. Linfáticos: os do colo do útero drenam para os linfonodos ilíacos e os do corpo e do fundo para os pré-aórticos e aórticos laterais. Inervação: plexos hipogástrico e ovárico. Vagina Conceito: É o tubo que comunica o meio exterior, atravês do pudendo feminino com o útero, e dotado de pregas transversais, as rugas vaginais. Etimologia: do latim bainha para guardar a espada romana chamada gládio. Função: é o órgão da cópula. Entre a parte vaginal do colo do útero e as paredes da vagina formam-se espaços denominados fórnices: anterior, laterais e posterior. O fórnice posterior é o maior porque a parede posterior é mais longa e utilizado para recolher secreções e análise de células e pela proximidade com a escavação retouterina também usado para punções diagnósticas. Óstio da vagina – abertura para o meio exterior situado no pudendo feminino. Hímen – membrana que veda parcialmente a vagina, substituída posteriormente pelas carúnculas himenais. Órgãos genitais externos: Monte do púbis: é a saliência situada na parte anterior da vulva coberta por pêlos. Lábios maiores do pudendo são 2 dobras de pele livres que convergem nas extremidades formando as comissuras anterior e posterior dos lábios e que delimitam entre si um espaço, a rima do pudendo. Lábios menores do pudendo são 2 dobras de pele por dentro dos lábios maiores e que delimitam entre si um espaço menor, o vestíbulo da vagina. Nas proximidades do clitóris os lábios menores do pudendo se delaminam e contornam o clitóris formando superiormente o prepúcio do clitóris e inferiormente o frênulo do clitóris. . Clitóris é um dos órgãos erécteis femininos, mediano, corresponde aos corpos cavernosos do homem e como estes apresenta as partes: dois ramos, corpo e glande do clitóris. É envolvido por prolongamentos dos lábios menores que formam o prepúcio do clitóris, superiormente e frênulo do clitóris, inferiormente. Vestíbulo da vagina: é o espaço entre os lábios menores do pudendo contendo de cima para baixo: óstio externo da uretra, clitóris, óstio da vagina e os óstios das glândulas vestibulares maiores. Bulbo do vestíbulo é outro órgão eréctil da mulher, par situados em torno do óstio da vagina, corresponde ao corpo esponjoso masculino. Glândulas vestibulares maiores, par, situadas por trás do bulbo do vestíbulo lubrificam a parte inferior da vagina, quando infectadas constituem a bartolinite, abrem-se entre a margem do óstio e o lábio menor do pudendo. Glândulas vestibulares menores estão dispersas pelas paredes do vestíbulo da vagina. Correspondência entre os sexos: Lábios maiores do pudendo - escroto Clitóris - corpos cavernosos Bulbo do vestíbulo - corpo esponjoso Ovário - testículo Útero - utrículo (colículo seminal) Glândulas vestibulares maiores - glândulas bulbouretrais. Roteiro prático de sistema genital feminino 1- Ovário 2- Istmo da tuba uterina 3- Ampola da tuba uterina 4- Infundíbulo da tuba uterina 5- Fímbrias da tuba uterina 6- Fundo do útero 7- Corpo do útero 8- Istmo 9- Colo do útero 10- Óstio do útero 11- Ligamento redondo do útero 12- Ligamento largo 13- Ligamento útero-ovárico 14- Ligamento suspensor do ovário 15- Mesovário 16- Mesossalpinge 17- Ligamento retouterino 18- Endométrio 19- Miométrio 20- Perimétrio 21- Paramétrio 22- Mesométrio 23- Vagina 24- Fórnice da vagina 25- Monte do púbis 26- Lábio maior do pudendo 27- Lábio menor do pudendo 28- Prepúcio do clitóris 29- Clitóris 30- Frênulo do clitóris 31- Prepúcio do clitóris 32- Óstio externo da uretra 33- Bulbo do vestíbulo 34- Óstio da vagina 35- Glândula vestibular maior 36- Escavação retouterina Glândula mamária Prof. Dr. Nader Wafae A glândula mamária é uma glândula de secreção externa de origem sudorífera modificada para a produção de leite e que se encontra nointerior da mama. A mama situa-se na parede torácica anterior, por diante dos músculos: peitoral maior, serrátil anterior e oblíquo externo do abdome, é formada pela glândula mamária que ocupa sua parte central, por tecido adiposo que se concentra na periferia e por feixes fibrosos que a atravessam servindo de fixação, os chamados ligamentos suspensores da mama. Estrutura interna: É constituída por 15 a 20 unidades funcionais chamadas lobos da glândula mamária com um ducto lactífero que se abre na papila mamária, esses ductos podem apresentar uma dilatação na extremidade ou pouco antes do final e que são os seios lactíferos. Cada lobo é constituído por unidades ainda menores, os lóbulos da glândula mamária que por sua vez são constituídos pela reunião de alvéolos em forma de cachos e cujos ductos se unem para formar os ductos maiores. A glândula mamária situa-se entre as camadas da tela subcutânea, as fáscias superficial e profunda. Estrutura externa: A papila mamária (mamilo) é uma saliência central cônica, mais pigmentada onde se abrem os ductos lactíferos ou seios lactíferos, apresenta fibras musculares lisas circulares e radiadas. A aréola é um círculo pigmentado que circunda a papila mamária, rica em glândulas sudoríferas e sebáceas estas últimas são volumosas e formam os tubérculos. Durante a gravidez a sua pigmentação fica mais acentuada O endurecimento da papila mamária que facilita a amamentação é devido à contração das fibras musculares lisas circulares que entram em sua constituição a que damos o nome de telotismo e não se deve a presença de estrutura erétil sangüínea como ocorre com os órgãos genitais. Desenvolvimento Sua formação se inicia na sexta semana a partir do ectoderma. Por ocasião do nascimento não apresenta diferenças marcantes entre os sexos, mas na puberdade essa diferença se acentua às custas do desenvolvimento do tecido glandular e deposição de tecido adiposo. Irá crescer mais durante a gravidez e regredir na menopausa. Vascularização A glândula mamária recebe seu fornecimento arterial das artérias: torácica interna e torácica lateral. Drena para as veias: torácica interna, axilar e intercostais. Através das comunicações com as veias intercostais é que entra em conexão com o plexo vertebral o que explica as metástases para o sistema nervoso central. Linfáticos A drenagem linfática, muito importante em função das metástases, pode ser feita pelos linfonodos axilares, deltopeitorais e cervicais profundos. Os linfonodos axilares são numerosos e dividem-se em cinco agrupamentos: lateral, medial, anterior, posterior e intermédio. O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática da glândula mamária quando esta apresenta tumor ou câncer. Baseia-se na progressão ordenada das células tumorais através dos linfáticos e é por onde se inicia a disseminação das metástases. Situa-se predominantemente no agrupamento axilar. Serve de parâmetro para os procedimentos cirúrgico, quimioterápico e radioterápico e para avaliação do prognóstico. Caso a biópsia revele o seu não comprometimento a cirurgia será menos ampla e o prognóstico melhor. Estando comprometido com células tumorais indica que o processo de disseminação do tumor já está em desenvolvimento. Como o câncer de mama leva de 6 a 8 anos para atingir um centímetro, o diagnóstico precoce é fundamental para a cura e aí reside a importância do auto exame e dos meios de diagnóstico por imagem. Roteiro prático de glândula mamaria 1- Glândula mamária 2- Papila mamária 3- Aréola 4- Tubérculo 5- Ligamento suspensor SISTEMA GENITAL MASCULINO Prof. Dr. Nader Wafae O sistema genital masculino é responsável a) pela produção dos espermatozóides b) pela sua condução e eliminação c) pelos caracteres sexuais secundários. É constituído por órgãos externos e internos. Os órgãos genitais externos são: o escroto (bolsa testicular) e pênis. Os órgãos genitais internos são: testículo, epidídimo, ducto deferente, glândula seminal, ducto ejaculatório, próstata, glândulas bulbouretrais e glândulas uretrais. Diferentemente do sistema genital feminino que é especificamente genital, no sistema genital masculino há órgãos comuns aos sistemas urinário e genital. Órgão genitais externos: Escroto: É a bolsa situada atrás do pênis que contém os testículos, os epidídimos e parte dos ductos deferentes. Em geral, é possível distinguir suas partes direita e esquerda porque a esquerda é mais baixa que a direita e pela rafe do escroto que é uma prega na pele que separa as duas partes. O escroto é constituído por pele e pelo dartos. O dartos é uma camada de fibras musculares lisas aderida à pele e que ajuda a manter a temperatura ideal do testículo, contrai-se em temperaturas frias e se relaxa quando estiver quente. Pênis: É o órgão erétil da cópula. Apresenta duas partes: a raiz e o corpo. A raiz é a parte fixa e oculta, compreende dois ramos e o bulbo. Os ramos inseridos no ísquio de cada lado irão constituir os corpos cavernosos; o bulbo, de origem mediana entre os dois ramos não tem inserção óssea e irá constituir o corpo esponjoso abaixo dos dois corpos cavernosos. Tanto os corpos cavernosos como o corpo esponjoso são preenchidos por pequenos espaços (os do corpo esponjoso são menores) chamados cavernas e contornados por trabéculas. Esses espaços, através de mecanismo nervoso, se enchem de sangue proveniente das artérias helicinas durante a ereção nessa fase a entrada de sangue sobrepuja a saída, irá ocorrer o contrário na fase de flacidez. O corpo do pênis é a parte externa propriamente dita constituído por dois corpos cavernosos, superiores e um corpo esponjoso, inferior. O corpo esponjoso contém em seu interior, a uretra esponjosa comum aos sistemas urinário e genital, apesar de ser mais estreito do que os corpos cavernosos, a extremidade anterior do corpo esponjoso é dilatada e se chama glande do pênis. A margem posterior da glande do pênis, mais saliente é a coroa da glande atrás da qual se encontra um estreitamento, o colo da glande, na parte anterior da glande do pênis está o óstio externo da uretra. A glande é coberta por uma dobra de pele chamada prepúcio e na parte inferior uma prega mediana que prende a pele à glande é o frênulo do prepúcio. Pequenas glândulas sebáceas presentes no prepúcio (glândulas prepuciais) secretam o esmegma. O pênis é envolvido por várias túnicas identificadas na sequência de sua parte interna para a externa por: túnica albugínea dos corpos cavernosos e do corpo esponjoso de tecido fibroso denso, da qual deriva o septo do pênis situado entre os dois corpos cavernosos; fáscia do pênis que é a continuação da fáscia profunda do períneo; tela subcutânea ou fáscia superficial do pênis e pele. Suprimento sanguíneo: As artérias: profunda do pênis, dorsal do pênis e do bulbo do pênis originam os ramos que vão preencher as cavernas dos corpos cavernosos e do corpo esponjoso. Órgãos genitais internos: Testículo: É o órgão que produz espermatozóides e testosterona, o hormônio sexual masculino, responsável pelos caracteres sexuais secundários masculinos. Situação: no escroto, o esquerdo em nível mais baixo. Embora originários das proximidades do rim, os testículos precisam migrar até o escroto para ter neste local a temperatura ideal para a formação de espermatozóides sadios. Esta temperatura ideal é aproximadamente1,5 ºC abaixo da temperatura do corpo (em torno de 35ºC). Quando o descenso não se completa temos a criptorquidia. Número: par (2) Forma e partes: oval com extremidades polo superior e polo inferior, margens anterior e posterior e faces medial e lateral. Estrutura: constituído por grupos de túbulos seminíferos contorcidos e retos separados por septos e envolvidos por uma capa resistente chamada albugínea. Próximo ao epidídimo os túbulos tornam-se ductos eferentes. Todas as camadas que constituem a parede do abdome têm prolongamentosenvolvendo o testículo que este levou consigo durante seu descenso. Assim sendo, identificamos indo de interno para externo: túnica vaginal de origem peritoneal com dois folhetos o visceral colado à albugínea e o parietal separado, fáscia espermática interna; prolongamento da fáscia transversal, cremaster e fáscia cremastérica; extensão do músculo oblíquo interno do abdome e fáscia espermática externa continuação do músculo oblíquo externo do abdome. Epidídimo: É a parte do sistema genital masculino onde os espermatozóides ficam depositados. Situação: na margem posterior do testículo Número: par (2) Forma e partes: semilunar ou da letra C subdivide-se em cabeça (superior), corpo e cauda. Estrutura: na cabeça e parte corpo estão os ductos eferentes que formam depois o ducto do epidídimo. Ducto deferente: É o tubo que continua o ducto do epidídimo e vai entrar na formação do ducto ejaculatório.. Trajeto: escroto, canal inguinal, cavidade abdominal, pelve. Em seu curso no escroto e no canal inguinal o ducto deferente forma um conjunto com os vasos do ducto, artéria testicular, plexo vensoso (pampiniforme), linfáticos e nervos e as túnicas que envolvem o testiculo denominado funículo espermático. Número: par (2) Partes: sua parte terminal alargada chama-se ampola do ducto deferente, é ela que se une ao ducto da glândula seminal para formarem o ducto ejaculatório. Glândula seminal: É a glândula que secreta o líquido tônico e nutritivo para os espermatozóides que vai contribuir na composição do líquido seminal. Forma: enovelada que converge para a formação de um ducto que se une à ampola do ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. Número: par (2) Situação: atrás da bexiga urinária na frente do reto e sobre a próstata. Ducto ejaculatório: É o ducto formado pela união do ducto deferente com o ducto da glândula seminal. Trajeto: atravessa a próstata e se abre na uretra prostática através de 2 óstios situados ao lado do utrículo no colículo seminal. Número: par (2) Próstata: É outra glândula cuja secreção nutritiva entra na composição, e no cheiro do líquido seminal. Situação: na parte inferior da cavidade pélvica, atrás e abaixo da bexiga, na frente do reto. Estrutura: elevada concentração de musculatura lisa e tecidos glandular e fibroso. Número: ímpar (1) Forma: triangular, semelhante a uma castanha. Partes: ápice para baixo, base junto à bexiga urinária e 3 lobos: direito, esquerdo e mediano. Ductos: não possui um único ducto de escoamento e sim vários que se abrem na uretra prostática ao lado do colículo seminal nas regiões chamadas seios prostáticos. O colículo seminal é uma elevação situada na uretra prostática que apresenta no seu centro um orifício em fundo cego chamado utrículo aos lados do qual se abrem os ductos ejaculatórios. Glândulas bulbouretrais: Duas pequenas glândulas situadas próximo à uretra membranácea, abrem-se no início da uretra esponjosa, a secreção produzida se antecipa a ejaculação e vai lubrificar e lavar a uretra mudando seu Ph e preparando-a para a passagem do esperma. Glândulas uretrais: Numerosas e diminutas se abrem ao longo da uretra esponjosa com função semelhante às bulbouretrais. Roteiro Prático do Sistema Genital Masculino 1- Escroto 2- Dartos 3- Corpo esponjoso 4- Corpo cavernoso 5- Glande 6- Coroa da glande 7- Colo da glande 8- Prepúcio do pênis 9- Frênulo do prepúcio 10- Testículo 11- Túnica albugínea 12- Túnica vaginal (lâmina parietal) 13- Fáscia espermática interna 14- Cremaster 15- Fáscia espermática externa 16- Cabeça do epidídimo 17- Corpo do epidídimo 18- Cauda do epidídimo 19- Ducto deferente 20- Ampola do ducto deferente 21- Glândula seminal 22- Ducto ejaculatório 23- Próstata 24- Colículo seminal 25- Seio prostático 26- Funículo espermático 27- Raiz do pênis 28- Corpo do pênis 29- Bulbo do pênis 30- Óstio externo da uretra Doenças do sistema genital Amenorréia É a falta de menstruação. É primária quando a mulher nunca menstruou até os 16 anos, ocorre nas anomalias de desenvolvimento dos genitais como: na síndrome de Turner, ausência do cromossomo X; na síndrome de Rokitanski, alterações de permeabilidade dos ductos de Muller a partir dos quais se desenvolvem os genitais internos; na síndrome de Morris ou pseudo-hermafroditismo masculino com cariótipo masculino (XY), testículos intra-abdominais e diminuição ou ausência de ação dos andrógenos. Pode ocorrer também nos casos de hímen imperfurado, a hiperplasia supra-renal congênita, anorexia nervosa, exercício intenso e nos distúrbios psíquicos. É secundária quando a mulher já menstruou e está ausente durante três meses seguidos. As causas mais freqüentes são: insuficiência ovariana, menopausa precoce, tumores de ovário, medicamentos, doenças consumptivas, anorexia nervosa, doenças da tireóide, supra-renal. Câncer do colo do útero Mais frequentemente é do tipo epidermóide. Hemorragias após a relação sexual é um dos sinais, dissemina por via linfática daí a importância do exame do paramétrio. Os fatores predisponentes são vários. O exame de Papanicolau é importante como prevenção. Câncer do endométrio Adenocarcinoma é o câncer de útero mais freqüente. Hemorragia genital em mulheres em menopausa é um indicativo. As metástases ocorrem por via linfática e hematogênica assim como propagação aos órgãos vizinhos. Câncer da glândula mamária Com maior freqüência são carcinomas epiteliais dos ductos (ductal) ou glandulares (lobares) mas pode ocorrer sarcomas também. Tumor maligno responsável pelo maior número de mortes em mulheres. A incidência anterior em familiares é importante fator predisponente. A principal via de disseminação é a linfática para os gânglios axilares, deltopeitorais e cervicais profundos. O auto exame é muito importante e a palpação de pequenos nódulos é motivo para esclarecimento diagnóstico. Câncer do ovário Pode originar-se do epitélio (maioria), das células germinativas, do estroma ovárico ou dos tubos embrionários. A propagação para o peritônio é muito freqüente, ou por via linfática. Na maioria das vezes os sintomas já são devidos às metástases, dor abdominal, distensão e ascite, fraqueza. . Câncer do pudendo feminino Geralmente é carcinoma epidermóide dos lábios maiores do pudendo e o prurido local é o sintoma mais comum. Displasia do colo do útero. A transição entre o epitélio cilíndrico e o epitélio estratificado presentes no colo do útero pode originar tecidos anormais e cancerizar. Gravidez ectópica É o desenvolvimento da gravidez fora do útero, em geral na tuba uterina. A distensão que ocorre na tuba acaba em sua ruptura e hemorragia abdominal grave, quadro de abdome agudo, forte dor abdominal, músculos abdominais contraídos e choque hemorrágico. Endometriose É o desenvolvimento do tecido endometrial além de seu local habitual na camada interna do útero, como no peritônio, ovário, ligamentos e até nas paredes do intestino e bexiga urinária. A paciente pode apresentar dor pélvica e durante a menstruação (dismenorréia). Causa desconhecida. Infecções nos órgãos genitais internos da mulher Na maioria das vezes são provocadas por via ascendente a partir dos genitais externos. Doenças sexualmente transmissíveis por chlamydia e neisseria gonorrhoeae são freqüentes mas podem ser causadas por outras bactérias que passam pelo colo do útero (cervicite), útero (endometrite), tuba uterina (salpingite) e ovário (ooforite). A paciente apresenta dor pélvica e corrimento (escoamento de secreção pela vagina). Esterilidade É a impossibilidade de se realizar a gravidez. As causas masculina mais freqüentes