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Título Psicologia Aplicada ao Direito Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 4 Tema A família: relações afetivas e tipos de famílias na contemporaneidade Objetivos Ao final desta aula, o aluno será capaz de: · Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; · Descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; · Diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica 1- A respeito das configurações familiares no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA. (a) Vem diminuindo o percentual de famílias compostas pelo casal e filhos e paralelamente crescendo as formadas por apenas um dos pais e seus filhos; (b) Em nossa realidade, estudos têm apontado que nas famílias de classe média permanece uma hierarquia de papéis, organizados a partir de uma visão tradicional do homem como provedor material e moral do núcleo familiar; (c) Assiste-se à transferência da autoridade familiar para a escola, organizações assistenciais e Estado, o que institui um domínio público em questões antes consideradas privadas; (d) A violência endêmica, com a consequente diminuição da utilização dos espaços públicos, vem comprometendo as relações de vizinhança, privando as famílias de uma rede de apoio social antes disponível; (e) Nem todas as formas de constituição de famílias são reconhecidas pela legislação brasileira que não reconhece, por exemplo, o casamento homossexual. (AGENTE DE DEFESA CIVIL ? PSICÓLOGO ? RECIFE / 2007) 2- As pesquisas sobre famílias no Brasil têm mostrado a diversidade na sua organização, tanto no que se refere à composição quanto no que diz respeito às formas de sociabilidade que vigoram no seu interior. Essa variedade segundo Romanelli ( inCARVALHO, 2003), não elimina o predomínio da família nuclear constituída por: (a)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro, permanente ou ocasional; (b)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro permanente; (c)Marido, esposa e filhos biológicos; (d)Marido, esposa e filhos biológicos ou adotivos; (e)Marido, esposa, filhos e outros parentes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO) 3- Leser (inCARVALHO, 2003) afirma que é comum considerar-se a desorganização familiar observada em muitas famílias que se encontram em condições de pobreza, como responsável pelo fracasso escolar. Entretanto, as pesquisas com famílias das favelas e periferias das grandes cidades apontam para o fato de que o que existe não é desorganização familiar, mas poliformismo familiar. A partir do texto acima responda: a) Como pode ser explicado o poliformismo familiar? b) Esta questão, do poliformismo familiar, teria consequências no fracasso escolar? Fundamente sua resposta. (ADAPTAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS ? PSICÓLOGO/2004) 4- A família é o primeiro grupo social do qual o individuo faz parte. A observação e a análise das estruturas familiares permitem-nos identificar melhor a posição do individuo no grupo e os jogos que aí se produzem e podem se reproduzir na modalidade de sua articulação com todo o campo social.Exemplifique estas posições do indivíduo. (ADAPTAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ ? PSICÓLOGO/2008) ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO A proposta desta aula é chamar a atenção do aluno para a formação das relações afetivas e a estruturação de afetos entre as pessoas. A partir daí, explicar a formação e função da família. Conteúdos : · Relações afetivas; · Formação da família; · Funções da família. . Tipos de famílias Conceitos: Relações afetivas - É preciso lembrarmos a importância dos vínculos, ou seja, a importância do outro para nos estruturarmos. Refletir sobre os vínculos é possibilitar novos significados para essa experiência primitiva; e para superar entraves precisamos falar das dificuldades. O afeto que não conseguimos administrar nos empobrece. Quando estamos em crise afetiva, é como se ficássemos menos atentos à percepção de um novo conteúdo, à percepção dos outros; é como se ficássemos embotados. Formação da família ? o professor deve iniciar a discussão com: O que é uma família? A dificuldade começa pela própria definição. Se fizermos uma pequena pesquisa com os mil participantes de uma Assembleia, vamos encontrar quase mil maneiras diferentes de estruturação do grupo familiar. Na nossa sociedade, o modelo vigente é mãe, pai, filhos; de preferência um casal, com divisões (rígidas) do trabalho etc. e tal. As exceções, segundo Eunice Durham, In Família e Reprodução Humana (1983), acabam sendo maiores do que a representação social que temos de família. Mas, esse é o modelo que acaba permeando a nossa demanda afetiva. Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma, considerando -a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, em que os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. Funções da família - As famílias, como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas c i rcunstânc ias sem, no entanto, perder a cont inu idade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros . Existe, consequentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade. Apresentação, de forma breve, dos tipos de família na contemporaneidade. Sugestão de Conteúdo: Tipos de família na contemporaneidade ? cada família assume uma estrutura característica. Por estrutura, entende -se, ?uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter- relacionam de maneira específica e recorrente? (WHALEY e WONG, 1989, p. 21). Deste modo, a estrutura familiar compõe -se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental , tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar ou adoção de crianças por uma só pessoa. A família, ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas , sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homoafetivas. As famílias comunitárias , ao contrário dos sistemas familiares tradicionais , em que a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se relaciona aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros. Quanto ao t ipo de relações pessoais que se apresentam numa família, podemos apresentar três tipos de relação. São elas a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais que se geram os filhos. NOME DA DISCIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CÓDIGO: CCJ0004 TÍTULO DA ATIVIDADE: A Construção da Família Contemporânea OBJETIVO: Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: Analisar as relações afetivas na contemporaneidade e os papéis de gênero nestas relações DESENVOLVIMENTO: A Construção da Família Contemporânea Tatiana Vasconcelos Cordeiro Proponho uma discussão com as contribuições de Philippe Áries; este autor sugere entre outras coisas que a família, tal qual a conhecemos hoje não foi sempre organizada dessa forma. A mudança para o modo de produção industrial (capitalista) e na própria concepção de trabalho trouxe alterações em relação ao espaço público e privado e em relação à organização familiar. Na virada do séc. XIX para o séc. XX a rua passa a ser vista como espaço público, de trabalho e da indústria; local onde se realizavam negócios e onde se transitava com objetivos comerciais. A casa que antes abrigava o trabalho dos que nela moravam, agora transforma-se em local de convivência privada; um refúgio para a família nuclear frente às mudanças sociais, políticas e econômicas que estavam acontecendo, como, por exemplo, a diminuição das distâncias hierárquicas, já que a ascensão dava -se não mais através de heranças, mas cada vez mais através de conquistas e o espaço da rua cada vez mais pertencente ao Estado e ao trabalho, o que fez com que a família se voltasse mais e mais para si, se fechando.A família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valor atribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta das altas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção de infância agora tornam -se o centro da família, que passa a ter como características a troca afetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos. Nesse sentido, como diria Mizhari “... o cuidado infantil torna -se um dos organizadores do sentimento moderno de família.”(Mizhari, 2004, p.30). A crise na família começa a ocorrer quando esta se vê sobrecarregada e temerosa de sua capacidade para suprir todas as demandas impostas, pois cabia à família acolher, amar, tranqüilizar, mas também preparar para o trabalho e para a vida e manter a harmonia nuclear, ou seja, cabia à família tarefas muito difíceis de serem desempenhadas. Essa crise passou por diversos estágios, mais em nenhum momento a família deixou de ser importante para a socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento. Ainda hoje quando a família atribui a outros – os especialistas, a função de educação e mesmo socialização primária de seus filhos, é vista na maioria de seus arranjos, como determinante, pois mesmo quando essa socialização é dada por um outro, este foi escolhido – e não um outro possível – pela família.Continuamos em nosso percurso histórico citando Lasch; este autor chama atenção para o fato de que nas sociedades americanas existia (ou ainda existe?) uma divisão, uma cisão entre afeto e autoridade, na medida em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentos dos filhos. Corrigir, chamar atenção, ensinar, pôr de castigo, tudo isso ficaria sob responsabilidade das instituições educacionais e do social de uma maneira geral. Ou seja, os pais não querem ter que suportar o fato de ás vezes serem vistos como autoritários, repressores, caretas ou coisas do tipo, o que também faz parte de um desenvolvimento saudável. É sabido por nós que as crianças precisam não apenas de amor e atenção, mas também de limites e esse limite que se estende para a fase da puberdade não é nada mais do que a reafirmação do amor dos pais. Essa relação sem conflitos, sem limites ou regras severas, traz uma sensação de perfeição, de harmonia que em nada corresponde à verdade dos fatos. Mizhari aponta ainda para vários caminhos interessantes que podemos considerar neste artigo, como por exemplo: * O tempo do trabalho ser mais valorizado do que o tempo da família. * A liberdade ser pensada como algo individual e não político – reivindicação feminina por igualdade. Quanto mais os pais estão ausentes, mais as crianças ficam entregues à TV. Muitas vezes são formadas e educadas pela mídia. Dessa forma, o seu desenvolvimento não é pautado em valores familiares e/ou fraternos, não se aponta com isso para uma ausência de valores e sim para uma formação pautada em valores de mercado, a formação de pequenos consumidores.Os pais carregam dentro de si uma enorme culpa por estarem ausentes de casa desde muito cedo (idade dos filhos) e durante tanto tempo num dia. ".(Mizhari, 2004, p.32 ). A mídia, sobretudo a televisiva que é a de maior entrada entre as crianças e jovens, sabe disso e lucra jogando com a culpa e o medo de milhares de pais em seus comerciais, vendendo produtos e programas infantis.Lasch fala ainda da reivindicação feminina por igualdade e liberdade, porém é preciso ter cuidado para não se considerar que as resoluções para esses impasses estariam no plano individual, como bem lembra a autora: “(...) Sem transformar o trabalho, o consumo e a busca imediata por satisfação, geramos simplesmente uma indiferença frente à necessidade de jovens e crianças, passando eles a serem vistos como um simples peso à liberdade de mulher". (Mizhari, 2004, p.32 ). Uma organização do trabalho que não considera as diferenças de necessidades entre homens e mulheres, que não respeite o seu período de gestação, amamentação e primeiros meses de vida do bebê, onde este precisa necessariamente de cuidados especiais e de carinho e atenção da mãe, é uma organização desumana, que tem acima do homem e da mulher e das suas necessidades de afeto e relações interpessoais, o lucro imediato. Diferente do que se pensa ou se propaga, não é a família que sobrecarrega a mulher e a faz escolher entre o desejo de ser mãe e ser bem -sucedida profissionalmente. Uma situação não interfere ou anula a outra. O que faz com que as mulheres tenham que escolher entre ter filhos jovens, construir uma família ou serem independentes são as exigências do mercado de trabalho, que não acompanham as mudanças familiares que ocorrem na sociedade. É o trabalho, e não a família que faz com que a mulher faça sacrifícios, renúncias, dedique -se dia e noite e sofra por se sentir ausente e culpada por sua ausência. Essa questões podem ser ampliadas para a paternidade, ou seja, quando será possível uma paternidade mais participante, mais ativa, com divisão de tarefas e de responsabilidades sem que com isso ponha -se em risco a estabilidade no trabalho como por vezes acontece com as mulheres?Lasch aponta para a cisão entre vida pública e privada ao falar da origem da família moderna e o paradoxo instaurado a partir de então. Embora os assuntos “de família” ou domésticos como a educação das crianças da casa sejam apontados como de responsabilidade da vida privada, - portanto dos pais -, esse mesmos pais são atropelados por uma série de regras e normas para essa criação, de acordo com as necessidades do trabalho, ou seja, da esfera pública.Sendo assim, ao pensarmos na construção da família contemporânea a partir da industrialização das cidades podemos ter como pontos fundamentais algumas características dessa última, como por exemplo, a retirada das atividades de produção da casa, ou seja, do espaço doméstico, a apropriação do conhecimento do trabalhador de seu trabalho e de suas ferramentas a partir da gerência e da administração nas fábricas e talvez o mais importante deles, a perda de sentido do trabalho que cada vez menos é feito como algo que diz respeito a uma herança, tradição e socialização da família. Perde-se esse sentido quando o processo de produção passa a ser feito de modo desmembrado, onde cada trabalhador é responsável por uma etapa da fabricação e não domina mais todo o processo. Mudanças que foram feitas visando agilidade para o aumento de produção e de lucro e que trouxeram conseqüências no núcleo familiar. Referências ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1973] LASCH, C. Refúgio num mundo sem coração. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991 [1977] MIZRAHI, Beatriz Gang - A relação pais e filhos hoje - a parentalidade e as transformações no mundo do trabalho, RJ, Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004. Disponível em : http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=202 PRODUTO/RESULTADO: Resposta as perguntas da leitura dirigida Questões sobre o texto : 1- Segundo a autora , quando é iniciada a crise da família ? 2- A posição dos pais em relação aos filhos , atualmente , sofreu modificações . De que forma elas são descritas pela autora ? 3- A mídia desenvolve um papel importante para crianças e adolescentes , segundo a autora. Cite alguns exemplos que justificam esta afirmativa. 4- Quais as consequências do trabalho feminino para a família contemporânea , de acordo com o texto ? Estácio de Sá Página 1 / 4 Título Psicologia Aplicada ao Direito Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 4 Tema A família: relações afetivas e tipos de famílias na contemporaneidade Objetivos Ao final desta aula, o aluno será capaz de: · Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; · Descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; · Diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica 1- A respeito das configurações familiares no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA. (a) Vem diminuindo o percentual de famílias compostas pelo casal e filhos e paralelamente crescendo as formadas por apenas um dos pais e seus filhos; (b) Em nossa realidade, estudos têm apontado que nas famílias de classe média permanece uma hierarquia de papéis, organizados a partir de uma visão tradicional do homem como provedor material e moral do núcleo familiar; (c) Assiste-se à transferência da autoridade familiar para a escola, organizações assistenciais e Estado, o que institui um domínio público em questões antes consideradas privadas; (d) A violência endêmica, com a consequente diminuição da utilização dos espaços públicos, vem comprometendo as relações de vizinhança, privando as famílias de uma rede de apoio social antes disponível; (e) Nem todas as formas de constituição de famílias são reconhecidas pela legislação brasileira que não reconhece, por exemplo, o casamento homossexual. (AGENTE DE DEFESA CIVIL ? PSICÓLOGO ? RECIFE / 2007) 2- As pesquisas sobre famílias no Brasil têm mostrado a diversidade na sua organização, tanto no que se refere à composição quanto no que diz respeito às formas de sociabilidade que vigoram no seu interior. Essa variedade segundo Romanelli ( inCARVALHO, 2003), não elimina o predomínio da família nuclear constituída por: (a)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro, permanente ou ocasional; (b)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro permanente; (c)Marido, esposa e filhos biológicos; (d)Marido, esposa e filhos biológicos ou adotivos; (e)Marido, esposa, filhos e outros parentes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO) 3- Leser (inCARVALHO, 2003) afirma que é comum considerar-se a desorganização familiar observada em muitas famílias que se encontram em condições de pobreza, como responsável pelo fracasso escolar. Entretanto, as pesquisas com famílias das favelas e periferias das grandes cidades apontam para o fato de que o que existe não é desorganização familiar, mas poliformismo familiar. A partir do texto acima responda: a) Como pode ser explicado o poliformismo familiar? b) Esta questão, do poliformismo familiar, teria consequências no fracasso escolar? Fundamente sua resposta. (ADAPTAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS ? PSICÓLOGO/2004) 4- A família é o primeiro grupo social do qual o individuo faz parte. A observação e a análise das estruturas familiares permitem-nos identificar melhor a posição do individuo no grupo e os jogos que aí se produzem e podem se reproduzir na modalidade de sua articulação com todo o campo social.Exemplifique estas posições do indivíduo. (ADAPTAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ ? PSICÓLOGO/2008) ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO A proposta desta aula é chamar a atenção do aluno para a formação das relações afetivas e a estruturação de afetos entre as pessoas. A partir daí, explicar a formação e função da família. Conteúdos : · Relações afetivas; · Formação da família; · Funções da família. . Tipos de famílias Conceitos: Relações afetivas - É preciso lembrarmos a importância dos vínculos, ou seja, a importância do outro para nos estruturarmos. Refletir sobre os vínculos é possibilitar novos significados para essa experiência primitiva; e para superar entraves precisamos falar das dificuldades. O afeto que não conseguimos administrar nos empobrece. Quando estamos em crise afetiva, é como se ficássemos menos atentos à percepção de um novo conteúdo, à percepção dos outros; é como se ficássemos embotados. Formação da família ? o professor deve iniciar a discussão com: O que é uma família? A dificuldade começa pela própria definição. Se fizermos uma pequena pesquisa com os mil participantes de uma Assembleia, vamos encontrar quase mil maneiras diferentes de estruturação do grupo familiar. Na nossa sociedade, o modelo vigente é mãe, pai, filhos; de preferência um casal, com divisões (rígidas) do trabalho etc. e tal. As exceções, segundo Eunice Durham, In Família e Reprodução Humana (1983), acabam sendo maiores do que a representação social que temos de família. Mas, esse é o modelo que acaba permeando a nossa demanda afetiva. Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma, considerando -a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, em que os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. Funções da família - As famílias, como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas c i rcunstânc ias sem, no entanto, perder a cont inu idade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros . Existe, consequentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade. Apresentação, de forma breve, dos tipos de família na contemporaneidade. Sugestão de Conteúdo: Tipos de família na contemporaneidade ? cada família assume uma estrutura característica. Por estrutura, entende -se, ?uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter- relacionam de maneira específica e recorrente? (WHALEY e WONG, 1989, p. 21). Deste modo, a estrutura familiar compõe -se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental , tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar ou adoção de crianças por uma só pessoa. A família, ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas , sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homoafetivas. As famílias comunitárias , ao contrário dos sistemas familiares tradicionais , em que a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se relaciona aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros. Quanto ao t ipo de relações pessoais que se apresentam numa família, podemos apresentar três tipos de relação. São elas a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais que se geram os filhos. NOME DA DISCIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CÓDIGO: CCJ0004 TÍTULO DA ATIVIDADE: A Construção da Família Contemporânea OBJETIVO: Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: Analisar as relações afetivas na contemporaneidade e os papéis de gênero nestas relações DESENVOLVIMENTO: A Construção da Família Contemporânea Tatiana Vasconcelos Cordeiro Proponho uma discussão com as contribuições de Philippe Áries; este autor sugere entre outras coisas que a família, tal qual a conhecemos hoje não foi sempre organizada dessa forma. A mudança para o modo de produção industrial (capitalista) e na própria concepção de trabalho trouxe alterações em relação ao espaço público e privado e em relação à organização familiar. Na virada do séc. XIX para o séc. XX a rua passa a ser vista como espaço público, de trabalho e da indústria; local onde se realizavam negócios e onde se transitava com objetivos comerciais. A casa que antes abrigava o trabalho dos que nela moravam, agora transforma-se em local de convivência privada; um refúgio para a família nuclear frente às mudanças sociais, políticas e econômicas que estavam acontecendo, como, por exemplo, a diminuição das distâncias hierárquicas, já que a ascensão dava -se não mais através de heranças, mas cada vez mais através de conquistas e o espaço da rua cada vez mais pertencente ao Estado e ao trabalho, o que fez com que a família se voltasse mais e mais para si, se fechando.A família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valor atribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta das altas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção de infância agora tornam -se o centro da família, que passa a ter como características a troca afetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos. Nesse sentido, como diria Mizhari “... o cuidado infantil torna -se um dos organizadores do sentimento moderno de família.”(Mizhari, 2004, p.30). A crise na família começa a ocorrer quando esta se vê sobrecarregada e temerosa de sua capacidade para suprir todas as demandas impostas, pois cabia à família acolher, amar, tranqüilizar, mas também preparar para o trabalho e para a vida e manter a harmonia nuclear, ou seja, cabia à família tarefas muito difíceis de serem desempenhadas. Essa crise passou por diversos estágios, mais em nenhum momento a família deixou de ser importante para a socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento. Ainda hoje quando a família atribui a outros – os especialistas, a função de educação e mesmo socialização primária de seus filhos, é vista na maioria de seus arranjos, como determinante, pois mesmo quando essa socialização é dada por um outro, este foi escolhido – e não um outro possível – pela família.Continuamos em nosso percurso histórico citando Lasch; este autor chama atenção para o fato de que nas sociedades americanas existia (ou ainda existe?) uma divisão, uma cisão entre afeto e autoridade, na medida em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentos dos filhos. Corrigir, chamar atenção, ensinar, pôr de castigo, tudo isso ficaria sob responsabilidade das instituições educacionais e do social de uma maneira geral. Ou seja, os pais não querem ter que suportar o fato de ás vezes serem vistos como autoritários, repressores, caretas ou coisas do tipo, o que também faz parte de um desenvolvimento saudável. É sabido por nós que as crianças precisam não apenas de amor e atenção, mas também de limites e esse limite que se estende para a fase da puberdade não é nada mais do que a reafirmação do amor dos pais. Essa relação sem conflitos, sem limites ou regras severas, traz uma sensação de perfeição, de harmonia que em nada corresponde à verdade dos fatos. Mizhari aponta ainda para vários caminhos interessantes que podemos considerar neste artigo, como por exemplo: * O tempo do trabalho ser mais valorizado do que o tempo da família. * A liberdade ser pensada como algo individual e não político – reivindicação feminina por igualdade. Quanto mais os pais estão ausentes, mais as crianças ficam entregues à TV. Muitas vezes são formadas e educadas pela mídia. Dessa forma, o seu desenvolvimento não é pautado em valores familiares e/ou fraternos, não se aponta com isso para uma ausência de valores e sim para uma formação pautada em valores de mercado, a formação de pequenos consumidores.Os pais carregam dentro de si uma enorme culpa por estarem ausentes de casa desde muito cedo (idade dos filhos) e durante tanto tempo num dia. ".(Mizhari, 2004, p.32 ). A mídia, sobretudo a televisiva que é a de maior entrada entre as crianças e jovens, sabe disso e lucra jogando com a culpa e o medo de milhares de pais em seus comerciais, vendendo produtos e programas infantis.Lasch fala ainda da reivindicação feminina por igualdade e liberdade, porém é preciso ter cuidado para não se considerar que as resoluções para esses impasses estariam no plano individual, como bem lembra a autora: “(...) Sem transformar o trabalho, o consumo e a busca imediata por satisfação, geramos simplesmente uma indiferença frente à necessidade de jovens e crianças, passando eles a serem vistos como um simples peso à liberdade de mulher". (Mizhari, 2004, p.32 ). Uma organização do trabalho que não considera as diferenças de necessidades entre homens e mulheres, que não respeite o seu período de gestação, amamentação e primeiros meses de vida do bebê, onde este precisa necessariamente de cuidados especiais e de carinho e atenção da mãe, é uma organização desumana, que tem acima do homem e da mulher e das suas necessidades de afeto e relações interpessoais, o lucro imediato. Diferente do que se pensa ou se propaga, não é a família que sobrecarrega a mulher e a faz escolher entre o desejo de ser mãe e ser bem -sucedida profissionalmente. Uma situação não interfere ou anula a outra. O que faz com que as mulheres tenham que escolher entre ter filhos jovens, construir uma família ou serem independentes são as exigências do mercado de trabalho, que não acompanham as mudanças familiares que ocorrem na sociedade. É o trabalho, e não a família que faz com que a mulher faça sacrifícios, renúncias, dedique -se dia e noite e sofra por se sentir ausente e culpada por sua ausência. Essa questões podem ser ampliadas para a paternidade, ou seja, quando será possível uma paternidade mais participante, mais ativa, com divisão de tarefas e de responsabilidades sem que com isso ponha -se em risco a estabilidade no trabalho como por vezes acontece com as mulheres?Lasch aponta para a cisão entre vida pública e privada ao falar da origem da família moderna e o paradoxo instaurado a partir de então. Embora os assuntos “de família” ou domésticos como a educação das crianças da casa sejam apontados como de responsabilidade da vida privada, - portanto dos pais -, esse mesmos pais são atropelados por uma série de regras e normas para essa criação, de acordo com as necessidades do trabalho, ou seja, da esfera pública.Sendo assim, ao pensarmos na construção da família contemporânea a partir da industrialização das cidades podemos ter como pontos fundamentais algumas características dessa última, como por exemplo, a retirada das atividades de produção da casa, ou seja, do espaço doméstico, a apropriação do conhecimento do trabalhador de seu trabalho e de suas ferramentas a partir da gerência e da administração nas fábricas e talvez o mais importante deles, a perda de sentido do trabalho que cada vez menos é feito como algo que diz respeito a uma herança, tradição e socialização da família. Perde-se esse sentido quando o processo de produção passa a ser feito de modo desmembrado, onde cada trabalhador é responsável por uma etapa da fabricação e não domina mais todo o processo. Mudanças que foram feitas visando agilidade para o aumento de produção e de lucro e que trouxeram conseqüências no núcleo familiar. Referências ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1973] LASCH, C. Refúgio num mundo sem coração. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991 [1977] MIZRAHI, Beatriz Gang - A relação pais e filhos hoje - a parentalidade e as transformações no mundo do trabalho, RJ, Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004. Disponível em : http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=202 PRODUTO/RESULTADO: Resposta as perguntas da leitura dirigida Questões sobre o texto : 1- Segundo a autora , quando é iniciada a crise da família ? 2- A posição dos pais em relação aos filhos , atualmente , sofreu modificações . De que forma elas são descritas pela autora ? 3- A mídia desenvolve um papel importante para crianças e adolescentes , segundo a autora. Cite alguns exemplos que justificam esta afirmativa. 4- Quais as consequências do trabalho feminino para a família contemporânea , de acordo com o texto ? Estácio de Sá Página 2 / 4 Título Psicologia Aplicada ao Direito Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 4 Tema A família: relações afetivas e tipos de famílias na contemporaneidade Objetivos Ao final desta aula, o aluno será capaz de: · Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; · Descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; · Diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica 1- A respeito das configurações familiares no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA. (a) Vem diminuindo o percentual de famílias compostas pelo casal e filhos e paralelamente crescendo as formadas por apenas um dos pais e seus filhos; (b) Em nossa realidade, estudos têm apontado que nas famílias de classe média permanece uma hierarquia de papéis, organizados a partir de uma visão tradicional do homem como provedor material e moral do núcleo familiar; (c) Assiste-se à transferência da autoridade familiar para a escola, organizações assistenciais e Estado, o que institui um domínio público em questões antes consideradas privadas; (d) A violência endêmica, com a consequente diminuição da utilização dos espaços públicos, vem comprometendo as relações de vizinhança, privando as famílias de uma rede de apoio social antes disponível; (e) Nem todas as formas de constituição de famílias são reconhecidas pela legislação brasileira que não reconhece, por exemplo, o casamento homossexual. (AGENTE DE DEFESA CIVIL ? PSICÓLOGO ? RECIFE / 2007) 2- As pesquisas sobre famílias no Brasil têm mostrado a diversidade na sua organização, tanto no que se refere à composição quanto no que diz respeito às formas de sociabilidade que vigoram no seu interior. Essa variedade segundo Romanelli ( inCARVALHO, 2003), não elimina o predomínio da família nuclear constituída por: (a)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro, permanente ou ocasional; (b)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro permanente; (c)Marido, esposa e filhos biológicos; (d)Marido, esposa e filhos biológicos ou adotivos; (e)Marido, esposa, filhos e outros parentes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO) 3- Leser (inCARVALHO, 2003) afirma que é comum considerar-se a desorganização familiar observada em muitas famílias que se encontram em condições de pobreza, como responsável pelo fracasso escolar. Entretanto, as pesquisas com famílias das favelas e periferias das grandes cidades apontam para o fato de que o que existe não é desorganização familiar, mas poliformismo familiar. A partir do texto acima responda: a) Como pode ser explicado o poliformismo familiar? b) Esta questão, do poliformismo familiar, teria consequências no fracasso escolar? Fundamente sua resposta. (ADAPTAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS ? PSICÓLOGO/2004) 4- A família é o primeiro grupo social do qual o individuo faz parte. A observação e a análise das estruturas familiares permitem-nos identificar melhor a posição do individuo no grupo e os jogos que aí se produzem e podem se reproduzir na modalidade de sua articulação com todo o campo social.Exemplifique estas posições do indivíduo. (ADAPTAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ ? PSICÓLOGO/2008) ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO A proposta desta aula é chamar a atenção do aluno para a formação das relações afetivas e a estruturação de afetos entre as pessoas. A partir daí, explicar a formação e função da família. Conteúdos : · Relações afetivas; · Formação da família; · Funções da família. . Tipos de famílias Conceitos: Relações afetivas - É preciso lembrarmos a importância dos vínculos, ou seja, a importância do outro para nos estruturarmos. Refletir sobre os vínculos é possibilitar novos significados para essa experiência primitiva; e para superar entraves precisamos falar das dificuldades. O afeto que não conseguimos administrar nos empobrece. Quando estamos em crise afetiva, é como se ficássemos menos atentos à percepção de um novo conteúdo, à percepção dos outros; é como se ficássemos embotados. Formação da família ? o professor deve iniciar a discussão com: O que é uma família? A dificuldade começa pela própria definição. Se fizermos uma pequena pesquisa com os mil participantes de uma Assembleia, vamos encontrar quase mil maneiras diferentes de estruturação do grupo familiar. Na nossa sociedade, o modelo vigente é mãe, pai, filhos; de preferência um casal, com divisões (rígidas) do trabalho etc. e tal. As exceções, segundo Eunice Durham, In Família e Reprodução Humana (1983), acabam sendo maiores do que a representação social que temos de família. Mas, esse é o modelo que acaba permeando a nossa demanda afetiva. Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma, considerando -a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, em que os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. Funções da família - As famílias, como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas c i rcunstânc ias sem, no entanto, perder a cont inu idade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros . Existe, consequentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade. Apresentação, de forma breve, dos tipos de família na contemporaneidade. Sugestão de Conteúdo: Tipos de família na contemporaneidade ? cada família assume uma estrutura característica. Por estrutura, entende -se, ?uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter- relacionam de maneira específica e recorrente? (WHALEY e WONG, 1989, p. 21). Deste modo, a estrutura familiar compõe -se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental , tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar ou adoção de crianças por uma só pessoa. A família, ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas , sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homoafetivas. As famílias comunitárias , ao contrário dos sistemas familiares tradicionais , em que a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se relaciona aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros. Quanto ao t ipo de relações pessoais que se apresentam numa família, podemos apresentar três tipos de relação. São elas a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais que se geram os filhos. NOME DA DISCIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CÓDIGO: CCJ0004 TÍTULO DA ATIVIDADE: A Construção da Família Contemporânea OBJETIVO: Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: Analisar as relações afetivas na contemporaneidade e os papéis de gênero nestas relações DESENVOLVIMENTO: A Construção da Família Contemporânea Tatiana Vasconcelos Cordeiro Proponho uma discussão com as contribuições de Philippe Áries; este autor sugere entre outras coisas que a família, tal qual a conhecemos hoje não foi sempre organizada dessa forma. A mudança para o modo de produção industrial (capitalista) e na própria concepção de trabalho trouxe alterações em relação ao espaço público e privado e em relação à organização familiar. Na virada do séc. XIX para o séc. XX a rua passa a ser vista como espaço público, de trabalho e da indústria; local onde se realizavam negócios e onde se transitava com objetivos comerciais. A casa que antes abrigava o trabalho dos que nela moravam, agora transforma-se em local de convivência privada; um refúgio para a família nuclear frente às mudanças sociais, políticas e econômicas que estavam acontecendo, como, por exemplo, a diminuição das distâncias hierárquicas, já que a ascensão dava -se não mais através de heranças, mas cada vez mais através de conquistas e o espaço da rua cada vez mais pertencente ao Estado e ao trabalho, o que fez com que a família se voltasse mais e mais para si, se fechando.A família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valor atribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta das altas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção de infância agora tornam -se o centro da família, que passa a ter como características a troca afetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos. Nesse sentido, como diria Mizhari “... o cuidado infantil torna -se um dos organizadores do sentimento moderno de família.”(Mizhari, 2004, p.30). A crise na família começa a ocorrer quando esta se vê sobrecarregada e temerosa de sua capacidade para suprir todas as demandas impostas, pois cabia à família acolher, amar, tranqüilizar, mas também preparar para o trabalho e para a vida e manter a harmonia nuclear, ou seja, cabia à família tarefas muito difíceis de serem desempenhadas. Essa crise passou por diversos estágios, mais em nenhum momento a família deixou de ser importante para a socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento. Ainda hoje quando a família atribui a outros – os especialistas, a função de educação e mesmo socialização primária de seus filhos, é vista na maioria de seus arranjos, como determinante, pois mesmo quando essa socialização é dada por um outro, este foi escolhido – e não um outro possível – pela família.Continuamos em nosso percurso histórico citando Lasch; este autor chama atenção para o fato de que nas sociedades americanas existia (ou ainda existe?) uma divisão, uma cisão entre afeto e autoridade, na medida em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentos dos filhos. Corrigir, chamar atenção, ensinar, pôr de castigo, tudo isso ficaria sob responsabilidade das instituições educacionais e do social de uma maneira geral. Ou seja, os pais não querem ter que suportar o fato de ás vezes serem vistos como autoritários, repressores, caretas ou coisas do tipo, o que também faz parte de um desenvolvimento saudável. É sabido por nós que as crianças precisam não apenas de amor e atenção, mas também de limites e esse limite que se estende para a fase da puberdade não é nada mais do que a reafirmação do amor dos pais. Essa relação sem conflitos, sem limites ou regras severas, traz uma sensação de perfeição, de harmonia que em nada corresponde à verdade dos fatos. Mizhari aponta ainda para vários caminhos interessantes que podemos considerar neste artigo, como por exemplo: * O tempo do trabalho ser mais valorizado do que o tempo da família. * A liberdade ser pensada como algo individual e não político – reivindicação feminina por igualdade. Quanto mais os pais estão ausentes, mais as crianças ficam entregues à TV. Muitas vezes são formadas e educadas pela mídia. Dessa forma, o seu desenvolvimento não é pautado em valores familiares e/ou fraternos, não se aponta com isso para uma ausência de valores e sim para uma formação pautada em valores de mercado, a formação de pequenos consumidores.Os pais carregam dentro de si uma enorme culpa por estarem ausentes de casa desde muito cedo (idade dos filhos) e durante tanto tempo num dia. ".(Mizhari, 2004, p.32 ). A mídia, sobretudo a televisiva que é a de maior entrada entre as crianças e jovens, sabe disso e lucra jogando com a culpa e o medo de milhares de pais em seus comerciais, vendendo produtos e programas infantis.Lasch fala ainda da reivindicação feminina por igualdade e liberdade, porém é preciso ter cuidado para não se considerar que as resoluções para esses impasses estariam no plano individual, como bem lembra a autora: “(...) Sem transformar o trabalho, o consumo e a busca imediata por satisfação, geramos simplesmente uma indiferença frente à necessidade de jovens e crianças, passando eles a serem vistos como um simples peso à liberdade de mulher". (Mizhari, 2004, p.32 ). Uma organização do trabalho que não considera as diferenças de necessidades entre homens e mulheres, que não respeite o seu período de gestação, amamentação e primeiros meses de vida do bebê, onde este precisa necessariamente de cuidados especiais e de carinho e atenção da mãe, é uma organização desumana, que tem acima do homem e da mulher e das suas necessidades de afeto e relações interpessoais, o lucro imediato. Diferente do que se pensa ou se propaga, não é a família que sobrecarrega a mulher e a faz escolher entre o desejo de ser mãe e ser bem -sucedida profissionalmente. Uma situação não interfere ou anula a outra. O que faz com que as mulheres tenham que escolher entre ter filhos jovens, construir uma família ou serem independentes são as exigências do mercado de trabalho, que não acompanham as mudanças familiares que ocorrem na sociedade. É o trabalho, e não a família que faz com que a mulher faça sacrifícios, renúncias, dedique -se dia e noite e sofra por se sentir ausente e culpada por sua ausência. Essa questões podem ser ampliadas para a paternidade, ou seja, quando será possível uma paternidade mais participante, mais ativa, com divisão de tarefas e de responsabilidades sem que com isso ponha -se em risco a estabilidade no trabalho como por vezes acontece com as mulheres?Lasch aponta para a cisão entre vida pública e privada ao falar da origem da família moderna e o paradoxo instaurado a partir de então. Embora os assuntos “de família” ou domésticos como a educação das crianças da casa sejam apontados como de responsabilidade da vida privada, - portanto dos pais -, esse mesmos pais são atropelados por uma série de regras e normas para essa criação, de acordo com as necessidades do trabalho, ou seja, da esfera pública.Sendo assim, ao pensarmos na construção da família contemporânea a partir da industrialização das cidades podemos ter como pontos fundamentais algumas características dessa última, como por exemplo, a retirada das atividades de produção da casa, ou seja, do espaço doméstico, a apropriação do conhecimento do trabalhador de seu trabalho e de suas ferramentas a partir da gerência e da administração nas fábricas e talvez o mais importante deles, a perda de sentido do trabalho que cada vez menos é feito como algo que diz respeito a uma herança, tradição e socialização da família. Perde-se esse sentido quando o processo de produção passa a ser feito de modo desmembrado, onde cada trabalhador é responsável por uma etapa da fabricação e não domina mais todo o processo. Mudanças que foram feitas visando agilidade para o aumento de produção e de lucro e que trouxeram conseqüências no núcleo familiar. Referências ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1973] LASCH, C. Refúgio num mundo sem coração. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991 [1977] MIZRAHI, Beatriz Gang - A relação pais e filhos hoje - a parentalidade e as transformações no mundo do trabalho, RJ, Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004. Disponível em : http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=202 PRODUTO/RESULTADO: Resposta as perguntas da leitura dirigida Questões sobre o texto : 1- Segundo a autora , quando é iniciada a crise da família ? 2- A posição dos pais em relação aos filhos , atualmente , sofreu modificações . De que forma elas são descritas pela autora ? 3- A mídia desenvolve um papel importante para crianças e adolescentes , segundo a autora. Cite alguns exemplos que justificam esta afirmativa. 4- Quais as consequências do trabalho feminino para a família contemporânea , de acordo com o texto ? Estácio de Sá Página 3 / 4 Título Psicologia Aplicada ao Direito Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 4 Tema A família: relações afetivas e tipos de famílias na contemporaneidade Objetivos Ao final desta aula, o aluno será capaz de: · Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; · Descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; · Diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. Estrutura do Conteúdo Aplicação Prática Teórica 1- A respeito das configurações familiares no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA. (a) Vem diminuindo o percentual de famílias compostas pelo casal e filhos e paralelamente crescendo as formadas por apenas um dos pais e seus filhos; (b) Em nossa realidade, estudos têm apontado que nas famílias de classe média permanece uma hierarquia de papéis, organizados a partir de uma visão tradicional do homem como provedor material e moral do núcleo familiar; (c) Assiste-se à transferência da autoridade familiar para a escola, organizações assistenciais e Estado, o que institui um domínio público em questões antes consideradas privadas; (d) A violência endêmica, com a consequente diminuição da utilização dos espaços públicos, vem comprometendo as relações de vizinhança, privando as famílias de uma rede de apoio social antes disponível; (e) Nem todas as formas de constituição de famílias são reconhecidas pela legislação brasileira que não reconhece, por exemplo, o casamento homossexual. (AGENTE DE DEFESA CIVIL ? PSICÓLOGO ? RECIFE / 2007) 2- As pesquisas sobre famílias no Brasil têm mostrado a diversidade na sua organização, tanto no que se refere à composição quanto no que diz respeito às formas de sociabilidade que vigoram no seu interior. Essa variedade segundo Romanelli ( inCARVALHO, 2003), não elimina o predomínio da família nuclear constituída por: (a)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro, permanente ou ocasional; (b)Uma mulher, seus filhos resultantesde uma ou mais uniõese um companheiro permanente; (c)Marido, esposa e filhos biológicos; (d)Marido, esposa e filhos biológicos ou adotivos; (e)Marido, esposa, filhos e outros parentes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO) 3- Leser (inCARVALHO, 2003) afirma que é comum considerar-se a desorganização familiar observada em muitas famílias que se encontram em condições de pobreza, como responsável pelo fracasso escolar. Entretanto, as pesquisas com famílias das favelas e periferias das grandes cidades apontam para o fato de que o que existe não é desorganização familiar, mas poliformismo familiar. A partir do texto acima responda: a) Como pode ser explicado o poliformismo familiar? b) Esta questão, do poliformismo familiar, teria consequências no fracasso escolar? Fundamente sua resposta. (ADAPTAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS ? PSICÓLOGO/2004) 4- A família é o primeiro grupo social do qual o individuo faz parte. A observação e a análise das estruturas familiares permitem-nos identificar melhor a posição do individuo no grupo e os jogos que aí se produzem e podem se reproduzir na modalidade de sua articulação com todo o campo social.Exemplifique estas posições do indivíduo. (ADAPTAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ ? PSICÓLOGO/2008) ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA Plano de Aula: Psicologia Aplicada ao Direito PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO A proposta desta aula é chamar a atenção do aluno para a formação das relações afetivas e a estruturação de afetos entre as pessoas. A partir daí, explicar a formação e função da família. Conteúdos : · Relações afetivas; · Formação da família; · Funções da família. . Tipos de famílias Conceitos: Relações afetivas - É preciso lembrarmos a importância dos vínculos, ou seja, a importância do outro para nos estruturarmos. Refletir sobre os vínculos é possibilitar novos significados para essa experiência primitiva; e para superar entraves precisamos falar das dificuldades. O afeto que não conseguimos administrar nos empobrece. Quando estamos em crise afetiva, é como se ficássemos menos atentos à percepção de um novo conteúdo, à percepção dos outros; é como se ficássemos embotados. Formação da família ? o professor deve iniciar a discussão com: O que é uma família? A dificuldade começa pela própria definição. Se fizermos uma pequena pesquisa com os mil participantes de uma Assembleia, vamos encontrar quase mil maneiras diferentes de estruturação do grupo familiar. Na nossa sociedade, o modelo vigente é mãe, pai, filhos; de preferência um casal, com divisões (rígidas) do trabalho etc. e tal. As exceções, segundo Eunice Durham, In Família e Reprodução Humana (1983), acabam sendo maiores do que a representação social que temos de família. Mas, esse é o modelo que acaba permeando a nossa demanda afetiva. Podemos então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma, considerando -a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, em que os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. Funções da família - As famílias, como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, como resposta às necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo a atender às novas c i rcunstânc ias sem, no entanto, perder a cont inu idade, proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros . Existe, consequentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade. Apresentação, de forma breve, dos tipos de família na contemporaneidade. Sugestão de Conteúdo: Tipos de família na contemporaneidade ? cada família assume uma estrutura característica. Por estrutura, entende -se, ?uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter- relacionam de maneira específica e recorrente? (WHALEY e WONG, 1989, p. 21). Deste modo, a estrutura familiar compõe -se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular e recorrente também ela, socialmente aprovada. A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental , tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar ou adoção de crianças por uma só pessoa. A família, ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Para além destas estruturas, existem também as denominadas de famílias alternativas , sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homoafetivas. As famílias comunitárias , ao contrário dos sistemas familiares tradicionais , em que a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se relaciona aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros. Quanto ao t ipo de relações pessoais que se apresentam numa família, podemos apresentar três tipos de relação. São elas a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais que se geram os filhos. NOME DA DISCIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CÓDIGO: CCJ0004 TÍTULO DA ATIVIDADE: A Construção da Família Contemporânea OBJETIVO: Compreender a formação dos afetos entre as pessoas; descrever a formação e função da família em seus aspectos psicossociais; diferenciar os tipos de famílias na contemporaneidade. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: Analisar as relações afetivas na contemporaneidade e os papéis de gênero nestas relações DESENVOLVIMENTO: A Construção da Família Contemporânea Tatiana Vasconcelos Cordeiro Proponho uma discussão com as contribuições de Philippe Áries; este autor sugere entre outras coisas que a família, tal qual a conhecemos hoje não foi sempre organizada dessa forma. A mudança para o modo de produção industrial (capitalista) e na própria concepção de trabalho trouxe alterações em relação ao espaço público e privado e em relação à organização familiar. Na virada do séc. XIX para o séc. XX a rua passa a ser vista como espaço público, de trabalho e da indústria; local onde se realizavam negócios e onde se transitava com objetivos comerciais. A casa que antes abrigava o trabalho dos que nela moravam, agora transforma-se em local de convivência privada; um refúgio para a família nuclear frente às mudanças sociais, políticas e econômicas que estavam acontecendo, como, por exemplo, a diminuição das distâncias hierárquicas, já que a ascensão dava -se não mais através de heranças, mas cada vez mais através de conquistas e o espaço da rua cada vez mais pertencente ao Estado e ao trabalho, o que fez com que a família se voltasse mais e mais para si, se fechando.A família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valor atribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta das altas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção de infância agora tornam -se o centro da família, que passa a ter como características a troca afetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos. Nesse sentido, como diria Mizhari “... o cuidado infantil torna -se um dos organizadores do sentimento moderno de família.”(Mizhari, 2004, p.30). A crise na família começa a ocorrer quando esta se vê sobrecarregada e temerosa de sua capacidade para suprir todas as demandas impostas, pois cabia à família acolher, amar, tranqüilizar, mas também preparar para o trabalho e para a vida e manter a harmonia nuclear, ou seja, cabia à família tarefas muito difíceis de serem desempenhadas. Essa crise passou por diversos estágios, mais em nenhum momento a família deixou de ser importante para a socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento. Ainda hoje quando a família atribui a outros – os especialistas, a função de educação e mesmo socialização primária de seus filhos, é vista na maioria de seus arranjos, como determinante, pois mesmo quando essa socialização é dada por um outro, este foi escolhido – e não um outro possível – pela família.Continuamos em nosso percurso histórico citando Lasch; este autor chama atenção para o fato de que nas sociedades americanas existia (ou ainda existe?) uma divisão, uma cisão entre afeto e autoridade, na medida em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentos dos filhos. Corrigir, chamar atenção, ensinar, pôr de castigo, tudo isso ficaria sob responsabilidade das instituições educacionais e do social de uma maneira geral. Ou seja, os pais não querem ter que suportar o fato de ás vezes serem vistos como autoritários, repressores, caretas ou coisas do tipo, o que também faz parte de um desenvolvimento saudável. É sabido por nós que as crianças precisam não apenas de amor e atenção, mas também de limites e esse limite que se estende para a fase da puberdade não é nada mais do que a reafirmação do amor dos pais. Essa relação sem conflitos, sem limites ou regras severas, traz uma sensação de perfeição, de harmonia que em nada corresponde à verdade dos fatos. Mizhari aponta ainda para vários caminhos interessantes que podemos considerar neste artigo, como por exemplo: * O tempo do trabalho ser mais valorizado do que o tempo da família. * A liberdade ser pensada como algo individual e não político – reivindicação feminina por igualdade. Quanto mais os pais estão ausentes, mais as crianças ficam entregues à TV. Muitas vezes são formadas e educadas pela mídia. Dessa forma, o seu desenvolvimento não é pautado em valores familiares e/ou fraternos, não se aponta com isso para uma ausência de valores e sim para uma formação pautada em valores de mercado, a formação de pequenos consumidores.Os pais carregam dentro de si uma enorme culpa por estarem ausentes de casa desde muito cedo (idade dos filhos) e durante tanto tempo num dia. ".(Mizhari, 2004, p.32 ). A mídia, sobretudo a televisiva que é a de maior entrada entre as crianças e jovens, sabe disso e lucra jogando com a culpa e o medo de milhares de pais em seus comerciais, vendendo produtos e programas infantis.Lasch fala ainda da reivindicação feminina por igualdade e liberdade, porém é preciso ter cuidado para não se considerar que as resoluções para esses impasses estariam no plano individual, como bem lembra a autora: “(...) Sem transformar o trabalho, o consumo e a busca imediata por satisfação, geramos simplesmente uma indiferença frente à necessidade de jovens e crianças, passando eles a serem vistos como um simples peso à liberdade de mulher". (Mizhari, 2004, p.32 ). Uma organização do trabalho que não considera as diferenças de necessidades entre homens e mulheres, que não respeite o seu período de gestação, amamentação e primeiros meses de vida do bebê, onde este precisa necessariamente de cuidados especiais e de carinho e atenção da mãe, é uma organização desumana, que tem acima do homem e da mulher e das suas necessidades de afeto e relações interpessoais, o lucro imediato. Diferente do que se pensa ou se propaga, não é a família que sobrecarrega a mulher e a faz escolher entre o desejo de ser mãe e ser bem -sucedida profissionalmente. Uma situação não interfere ou anula a outra. O que faz com que as mulheres tenham que escolher entre ter filhos jovens, construir uma família ou serem independentes são as exigências do mercado de trabalho, que não acompanham as mudanças familiares que ocorrem na sociedade. É o trabalho, e não a família que faz com que a mulher faça sacrifícios, renúncias, dedique -se dia e noite e sofra por se sentir ausente e culpada por sua ausência. Essa questões podem ser ampliadas para a paternidade, ou seja, quando será possível uma paternidade mais participante, mais ativa, com divisão de tarefas e de responsabilidades sem que com isso ponha -se em risco a estabilidade no trabalho como por vezes acontece com as mulheres?Lasch aponta para a cisão entre vida pública e privada ao falar da origem da família moderna e o paradoxo instaurado a partir de então. Embora os assuntos “de família” ou domésticos como a educação das crianças da casa sejam apontados como de responsabilidade da vida privada, - portanto dos pais -, esse mesmos pais são atropelados por uma série de regras e normas para essa criação, de acordo com as necessidades do trabalho, ou seja, da esfera pública.Sendo assim, ao pensarmos na construção da família contemporânea a partir da industrialização das cidades podemos ter como pontos fundamentais algumas características dessa última, como por exemplo, a retirada das atividades de produção da casa, ou seja, do espaço doméstico, a apropriação do conhecimento do trabalhador de seu trabalho e de suas ferramentas a partir da gerência e da administração nas fábricas e talvez o mais importante deles, a perda de sentido do trabalho que cada vez menos é feito como algo que diz respeito a uma herança, tradição e socialização da família. Perde-se esse sentido quando o processo de produção passa a ser feito de modo desmembrado, onde cada trabalhador é responsável por uma etapa da fabricação e não domina mais todo o processo. Mudanças que foram feitas visando agilidade para o aumento de produção e de lucro e que trouxeram conseqüências no núcleo familiar. Referências ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1973] LASCH, C. Refúgio num mundo sem coração. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991 [1977] MIZRAHI, Beatriz Gang - A relação pais e filhos hoje - a parentalidade e as transformações no mundo do trabalho, RJ, Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2004. Disponível em : http://www.redepsi.com.br/portal/modules/soapbox/article.php?articleID=202 PRODUTO/RESULTADO: Resposta as perguntas da leitura dirigida Questões sobre o texto : 1- Segundo a autora , quando é iniciada a crise da família ? 2- A posição dos pais em relação aos filhos , atualmente , sofreu modificações . De que forma elas são descritas pela autora ? 3- A mídia desenvolve um papel importante para crianças e adolescentes , segundo a autora. Cite alguns exemplos que justificam esta afirmativa. 4- Quais as consequências do trabalho feminino para a família contemporânea , de acordo com o texto ? Estácio de Sá Página 4 / 4