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quérito etc. em rubricas. Lembro que, nos Blue Books ingleses, pergunta e resposta obrigatória estão numeradas e que as testemunhas, cujos depoimentos são aqui citados, são trabalhadores em minas de carvão. 1. Ocupação nas minas de jovens a partir dos 10 anos. O trabalho, junto com o percurso obrigatório de ida até as minas e volta, dura em regra 14 a 15 horas, excepcionalmente mais, das 3, 4, 5 horas da manhã até 4 ou 5 horas da tarde. (nº 6, 452, 83.) Os trabalhadores adultos trabalham em dois turnos ou 8 horas, mas nenhuma alternância é feita para os jovens para poupar despesas. (nº 80, 203, 204.) As crianças pequenas, empregadas principalmente para abrir e fechar as portas de ventilação nas diversas seções da mina; as mais velhas, em trabalho pesado no transporte de carvão etc. (nº 122, 739, 740.) As longas horas de trabalho debaixo da terra duram até os 18 ou 22 anos, quando ocorre a passagem para o trabalho de mineração propriamente dito. (nº 161.) As crianças e os adolescentes são hoje mais esfalfados do que em qualquer período anterior. (nº 1663-1667.) Os trabalhadores das minas reivindicam quase unanimemente uma lei parlamentar que proíba o trabalho em minas até os 14 anos de idade. E então pergunta Hussey Vivian (ele mesmo explorador de minas):316 “Não depende essa reivindicação da maior ou menor pobreza dos pais?” — E Mr. Bruce: “Não seria duro onde o pai está morto ou mutilado etc. tirar da família esses recursos? E é preciso mesmo haver uma regra geral. Quereis proibir em todos os casos a ocu- pação das crianças até os 14 anos debaixo da terra?” — Resposta: MARX 123 316 Há algumas diferenças entre a versão de Marx e o texto inglês original relativo às perguntas e respostas entre o comitê de membros da Câmara dos Comuns e os mineiros. Para que o leitor possa ter noção dessas diferenças, após termos apresentado uma versão a partir do texto de Marx, portanto a versão de uma versão (sendo impossível o acesso ao diálogo efetivamente travado entre os parlamentares e os operários), apresentamos aqui uma versão do texto inglês do tópico 1: “Será que a opinião do trabalhador não depende da pobreza da família do trabalhador?” Mr. Bruce: “Os Senhores (you) não acham que seria muito duro, onde um pai tivesse sido mutilado, ou onde ele estivesse doente, ou onde o pai estivesse morto e só houvesse a mãe, impedir uma criança entre 12 e 14 anos de ganhar l xelim e 6 pence por dia para o bem da família? (...) Os Senhores (you) precisam de uma regra geral? (...) Os Senhores estão preparados para recomendar uma legislação que vá impedir o emprego de crianças com menos de 12 e 14 anos, qualquer que seja a situação dos pais delas?” “Sim.” (nº 107-110.) Vivian: “Supondo que fosse passada uma lei impedindo o emprego de crianças com menos de 14 anos, não seria provável que (...) os pais procurassem emprego para seus filhos em outros endereços, por exemplo, em fábricas?” “Acho que geralmente não.” (nº 174.) Kinnaird: “Alguns dos garotos são encarregados de vigiar as portas?” “Sim.” “Não há geralmente grande corrente de ar toda vez que se abre ou se fecha a porta?” “Sim, geralmente há.” “Parece uma coisa muito fácil, mas é, de fato, antes uma coisa muito penosa. Ele está preso lá como se estivesse na cela de uma cadeia.” O burguês Vivian: “Caso o garoto esteja provido de uma lâmpada, não pode ele ler?” “Sim, pode ler se ele mesmo compra as velas. (...) Suponho que ele seria considerado em falta se fosse descoberto lendo; ele está lá para cuidar de seu negócio, tem uma obrigação para cumprir e tem de atender a ela em primeiro lugar e eu não acredito que isso seria permitido lá embaixo na mina.” (nº 139, 141, 143, 158, 160.) (N. dos T.)