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Medida de seguranca.rtf
Medida de Segurança
FICHAMENTO
Mais que sancionar o indivíduo, a pena tem objetivo de reintegrar o delinqüente ao convívio social. Nesta ótica contamos com as medidas de segurança, que são – ou tentam ser - capazes de substituir as penas tradicionais.
Na legislação brasileira o Código Criminal do Império, de 1830, foi um dos primeiros a tratar o assunto. Abordava ele que os insanos deveriam ser internados em casas especialmente destinadas a acolhê-los.
As medidas de segurança (CP 1940) se dividiam em:
PESSOAIS 
detentivas ( internação em manicômio judiciário, casa de custódia e tratamento, colônia agrícola, institutos de trabalho e reeducação
não-detentivas ( liberdade vigiada, proibição de freqüentar determinados lugares e exílio local
PATRIMONIAIS
interdição de estabelecimento ou de sede de sociedade ou associação
confisco
Vieram alterações no CP e o que nos resta hoje é a internação em hospital de custódia e o tratamento ambulatorial.
	Algumas diferenças entre as penas e as medidas de segurança são as seguintes:
 Pena Medida de Segurança Fundamento culpabilidade do agente Periculosidade Limite pela gravidade do delito intensidade da periculosidade Sujeito Imputáveis e semi-imputáveis inimputáveis e semi-imputáveis Objetivo Reafirmação do ordenamento jurídico prevenção especial 
	Três são os sistemas aplicativos das medidas de segurança:
sistema dualista – (ou do duplo binário) que associam pena e medida de segurança, sucessivamente
sistema monista – pena absorvida pela medida de segurança, medida de segurança pela pena ou unificação de ambas
sistema vicariante – pena ou medida de segurança ao semi-imputável, vedada aplicação cumulativa ou sucessiva
O princípio da legalidade atua nas medidas de segurança tal qual como nas penas – ao menos que em tese, isto porque muitas vezes tal preceito não foi tido como válido. Elas também não são proporcionais à gravidade dos delitos, mas sim à periculosidade do delinqüente.
Para aplicação de medidas de segurança obedece-se aos pressupostos da existência de um fato punível, periculosidade do autor (que independe do fato punível – no entanto, tem-se optado apenas no uso da medida nos pós-delito), e ausência de imputabilidade plena.
As medidas de segurança devem ser cumpridas em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico ou com tratamento ambulatorial – neste caso, a pena tem sentido restritivo.
Tais locais devem ser dotados de dependência médica adequada e características hospitalares. Muito se usa dos velhos manicômios, já extintos como comentado anteriormente.
A execução das medidas de segurança só pode se dar após o trânsito em julgado da sentença – STJ – HC – RT 664;330 entende diferente: na sua opinião, o paciente pode ser encaminhado à hospital de custódia e tratamento psiquiátrico antes do trânsito em julgado. Tal decisão se baseou no seguinte ponto: muitos que se enquadravam em medidas de segurança iam antes para cadeias – sem assistência nem ambiente adequado para o tratamento - enquanto a sentença não transitasse em julgado.
O prazo mínimo é de um a três anos, variando de acordo com a periculosidade do agente. O prazo máximo é indeterminado, o que muitos consideram como inconstitucional, uma vez que viola a proibição das penas perpétuas (posição esta de Régis Prado). Outros autores discordam, alegando ter a medida de segurança o caráter penal e não de pena em si, o que não a enquadraria na impossibilidade de perpetuidade.
Ao submetido à medida de segurança é necessário que se repita a cada ano, após o fim do prazo mínimo fixado, um exame para verificar a cessação da periculosidade.
Com a cessação, pode o juiz executor suspender a medida de segurança, que só será revogada se após um ano o réu não praticar fato indicativo da existência de periculosidade.
Encontramos ainda o tópico da medida de segurança substitutiva. Ela se dá no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela medida de segurança no caso dos semi-imputáveis que necessitem de especial tratamento curativo. Outra possibilidade se dá no caso da superveniência de doença mental no caso do condenado necessitar de tratamento psiquiátrico.
Extinta a punibilidade, não se pode impor medida de segurança nem subsistir a que tenha sido imposta. Ou seja: extinta a punição, não mais cabe impor medida de segurança. É o que aconteceu com o Bandido da Luz Vermelha, por exemplo. Alegando periculosidade, o MP pediu uma medida de segurança para ele. No entanto, os juizes entenderam como não cabível por já ter ele cumprido a pena a qual havia sido submetido.
Conceituando, a medida de segurança é uma sanção penal orientada à prevenção especial em relação à periculosidade criminal revelada pelo delinqüente após a prática delitiva.
 Régis Prado ainda traz o termo ‘manicômio judiciário’. Tal termo e tal instituição foi extinta neste ano de 1999, por não mais cumprir os fins aos quais se destinava.

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