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cipação do trabalhador em seu produto, mas a dificuldade está em conseguir trabalho combinado a qualquer preço.”789 Visto que nas colônias a separação do trabalhador das condições de trabalho e de sua raiz, a base fundiária, não existe ainda, ou apenas esporadicamente ou em escala limitada demais, não existe também a separação entre a agricultura e a indústria, nem a destruição da in- dústria doméstica rural, de onde deve então provir o mercado interno para o capital? “Nenhuma parte da população da América é exclusivamente agrícola, com exceção dos escravos e de seus empregadores, que combinam o capital e o trabalho para grandes obras. Americanos livres, que cultivam eles próprios a terra, exercem ao mesmo tempo muitas outras ocupações. Parte dos móveis e ferramentas que utilizam é feita por eles mesmos. Freqüentemente, constroem suas próprias casas e levam o produto de sua própria indústria ao mercado, por mais distante que seja. Eles são fiandeiros e tecelões, fabricam sabão e velas, sapatos e roupas para seu próprio uso. Na América, a agricultura constitui freqüentemente negócio subsidiário de um ferreiro, de um moleiro ou de um merceeiro.”790 Onde fica entre gente tão esquisita o “campo de abstinência” para o capitalista? A grande beleza da produção capitalista consiste em que ela não apenas reproduz constantemente o trabalhador assa- lariado como trabalhador assalariado, mas produz, em relação à acu- mulação do capital, sempre uma superpopulação relativa de trabalha- dores assalariados. Assim, a lei da oferta e procura de trabalho é man- tida nos trilhos certos, a oscilação salarial é confinada em limites con- venientes à exploração capitalista e, finalmente, a dependência social tão indispensável do trabalhador em relação ao capitalista é assegu- rada, uma relação absoluta de dependência que o economista político em casa, na metrópole, pode mentirosamente disfarçar em uma relação contratual livre entre comprador e vendedor, entre possuidores igual- mente independentes de mercadorias, entre possuidores da mercadoria capital e da mercadoria trabalho. Mas nas colônias essa bela fantasia se despedaça. A população absoluta cresce aqui muito mais rapida- mente que na metrópole, pois muitos trabalhadores já chegam adultos ao mundo, e mesmo assim o mercado de trabalho está sempre suba- bastecido. A lei da oferta e procura de trabalho desmorona. Por um lado, o velho mundo introduz constantemente capital desejoso de ex- ploração e necessitado de abstinência; por outro lado a reprodução MARX 387 789 Op. cit., v. I, p. 247. 790 Op. cit., pp. 21-22.