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 Plano de Aula: 7 - O DIREITO NA REPÚBLICA VELHA HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO TÃtulo 7 - O DIREITO NA REPÚBLICA VELHA Número de Aulas por Semana 1 Número de Semana de Aula 7 Tema O DIREITO NA REPÚBLICA VELHA Objetivos Ao final da semana 6, o aluno deverá ser capaz de: ·  Compreender o surgimento da República a partir da crise final do Império; ·  Reproduzir um retrato da sociedade brasileira do perÃodo, identificando nas elites econômicas locais e nas altas patentes militares, a nova elite polÃtica do paÃs; ·  Entender a necessidade de um novo Código Penal no âmbito de uma sociedade recém-saÃda do sistema escravagista; ·  Compreender a estrutura do novo Estado republicano brasileiro a partir da Constituição de 1891; ·  Identificar a estrutura de organização do Estado brasileiro, bem como o sistema de participação polÃtica estabelecida pela Carta de 1891; ·  Perceber o caráter exclusivamente liberal dos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição de 1891; ·  Compreender a nova ordem jurÃdica civilista estabelecida pelo Código Civil de 1916. Estrutura do Conteúdo Compreensão da Proclamação da República como um golpe de natureza civil e militar.  Neste Ãtem inicial da aula devem ser retomados as principais questões que marcaram a crise do Segundo Reinado e que resultaram na Queda da Monarquia.  É importante enfatizar que a implantação da República não "pegou" a sociedade de surpresa, especialmente a população do Rio de Janeiro. A afirmação de Aristides Lobo de que o povo assistiu bestificado a Proclamação da República, não procede. Pode-se afirmar que o regime republicano se instalou com o consentimento de significativas parcelas da sociedade brasileira. Identificação de uma nova elite polÃtica na República. Nesse ponto é importante analisar que, concomitantemente à decadência das elites escravistas, passam a ocupar o espaço de liderança do processo polÃtico os militares de alta patente e, principalmente, a nova elite cafeeira paulista, favorável à utilização de mão de obra assalariada para execução do trabalho nas lavouras de café. Se, por um lado, o projeto de centralidade e unidade do poder está presente no ideal militar, os ideais descentralizadores que irão influenciar na assunção de uma república federativa é capitaneado por uma nova elite agroexportadora, a nova burguesia do café, que, mesmo conservadora, encontrava-se mais afinada à s concepções capitalistas do mundo moderno.  Apresentação das caracterÃsticas sociais, econômicas e mentais que formam o quadro em que se aplicará o direito do perÃodo Mesmo que se tenha em mente que o perÃodo apresenta fases distintas, o interesse neste ponto é enfocar, sinteticamente, fatores sociais, econômicos, polÃticos e mentais da sociedade brasileira no perÃodo, que ajudam a traçar um quadro do perÃodo. Neste sentido, temas como descrição do predominante modelo agroexportador (principalmente o café), imigração europeia, ideias anarco-sindicalistas em um contexto de débil processo de industrialização  devem ser suscitados, ainda que de forma não aprofundada.  O novo Código Penal no âmbito de uma sociedade recém-saÃda do sistema escravagista Faz-se importante nesse ponto relacionar o surgimento de um novo Código Penal com a nova realidade social que se descortina, principalmente, com a Abolição da Escravatura. Nesta via, é interessante que sejam analisadas as suas caracterÃsticas, com especial destaque para aquelas normas passÃveis de maior crÃtica, como por exemplo, a que estabelece a possibilidade de se criminalizar condutas de crianças de nove  anos.  O republicanismo federativo aplicado na Constituição de 1891 Este ponto do programa tem por propósito analisar o tipo de Estado que se constrói a partir da Constituição de 1891, principalmente no que se refere à assunção pelo, então denominado, Estados Unidos do Brasil, de um tipo de republicanismo federativo que tem no modelo americano sua inspiração e em Rui Barbosa seu principal mentor. Importante, nesse sentido, fazer com que o discente compreenda que, apesar da adesão a este modelo, a tradição centralista brasileira de exercÃcio do poder não conseguiu, a partir deste modelo de organização descentralizada do poder, nem mesmo se aproximar do paradigma a que supostamente objetivava, ou seja, aquele aplicado nos Estados Unidos da América.  A estrutura de organização do Estado brasileiro e o sistema de participação polÃtica estabelecida pela Carta de 1891 Neste momento, é importante abordar a assunção de um modelo de tripartição de poderes, superando o modelo imperial que, além dos tradicionais poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), reconhecia o Poder Moderador como um poder superior. Outra questão fundamental é tratar a questão das regras eleitorais que acabavam por incentivar a existência de “currais eleitoraisâ€� e a prática do “voto de cabrestoâ€�, em uma “democraciaâ€� que estabelecia o voto universal (mesmo que o significado do termo, na época, não abrangesse a participação das mulheres no processo eleitoral), porém aberto. Outro ponto de grande importância a ser analisado é a separação de direito havida entre Estado e Igreja, que, lenta e progressivamente, vai se transformando em separação de fato.  Os direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição de 1891. Trata-se, nesse ponto, de identificar quais os direitos estabelecidos como fundamentais em uma Constituição liberal que abole a pena de morte, constitucionaliza o habeas corpus, mas não salvaguarda nenhum direito social, inclusive o único estabelecido pela Carta de 1824, o direito à educação primária, por temor de que a massa de ex-escravos passasse a possuir direito à cidadania.  A nova ordem jurÃdica civilista estabelecida pelo Código Civil de 1916 O tema a ser tratado reflete um importante momento da história do Direito pátrio, que é o surgimento do nosso primeiro Código Civil, produzido por Clóvis Beviláqua, revogando, definitivamente, as Ordenações Filipinas. Importante ressaltar que, anterior a este Código, foram feitas alguns esboços como tentativa de implantar uma legislação civil no paÃs, sendo o de Teixeira de Freitas considerado não apenas o de maior notoriedade, mas também reconhecido como de grande tecnicidade, não só por juristas pátrios, mas também estrangeiros. De qualquer forma, o Código Civil de 1916 acabou por bem retratar os anseios e a mentalidade de uma época.  Bibliografia Sugerida: 1.  ANGELOZZI, Gilberto. História do Direito no Brasil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2009 CapÃtulo 6 2.  Outras indicações (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponÃveis na biblioteca): 3.  CASTRO, Flávia Lages. História do Direito Geral e Brasil. 6.ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2008. CapÃtulo XVI. 4.  LOPES, José Reinaldo de Lima; QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo; ACCA, Thiago dos Santos. Curso de História do Direito. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. CapÃtulo VIII. 5.  FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. CapÃtulo Aplicação Prática Teórica Tendo por fim cooperar no desenvolvimento das aulas, apresentamos os exercÃcios que contribuirão para o processo de construção e avaliação dos conhecimentos ministrados na semana.  Caso 1  Leia a notÃcia abaixo (extraÃda de http://www.pjmaringa.com.br/v9/nacional/406-florianopolis-lanca-campanha-contra-reducao-da-idade-penal.html ) e, após, responda as questões que seguem: Florianópolis lança campanha contra redução da idade penal -Qua, 10 de Junho de 2009, 20:26 (extraÃdo de http://www.pjmaringa.com.br/v9/nacional/406-florianopolis-lanca-campanha-contra-reducao-da-idade-penal.html ) A Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Florianópolis lançou ontem (9) a campanha contra a Redução da Maioridade Penal no Brasil. A articulação começou com um apelo à s autoridades instituÃdas, em especial aos Senadores catarinenses, para que não aprovem os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional objetivando reduzir a idade penal de 18 para 16 anos. No Senado Federal, na noite da última segunda-feira (8), a Senadora Ideli Salvati pediu aos demais senadores para que possam “levar em consideração aquilo que a própria juventude está nos alertando: o risco, e não a solução para a questão da violência, que seria a redução da maioridade penalâ€�. (...) O aumento da violência é um grande temor nos nossos tempos. Quando se vislumbra a possibilidade de aumento da violência, as soluções sugeridas passam sempre pelas mesmas propostas: aumento de pena ou diminuição da maioridade penal. Nesse sentido, pesquise e responda: a)  O Código Penal de 1890 admite penas perpétuas? b)  Qual a maioridade penal prevista no Código Penal de 1890? c)  Pelo que você tem lido na imprensa, a maioridade penal aos 18 anos é um consenso na sociedade brasileira? O que você pensa acerca do tema?  Questão Objetiva 1  Após a leitura do texto abaixo, responda o solicitado. “A Nação Brasileira adota como forma de governo, sob o regime representativo, a República Federativa proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas provÃncias, em Estados Unidos do Brasilâ€�. (Art. 1º da Constituição Republicana de 24 de fevereiro de 1891).  Tomando o artigo, transcrito, como referência, a República implantada no Brasil em 15 de novembro de 1889:  a)  Resultou de grande participação do povo, especialmente nos primeiros anos do novo regime; b)  Rompeu com a estrutura socioeconômica existente no Império; c)  Contou com o apoio do Exército brasileiro, ligado ao advento e à consolidação da forma republicana de governo; d)  Instituiu um governo social-democrático, como pretendiam todos os envolvidos no movimento republicano.  Caso Concreto 2  Leia a notÃcia a seguir e, depois, responda as questões propostas. Ensino Religioso continua obrigatório na Rede Pública - São Paulo - Enquanto escolas particulares têm garantida a liberdade de oferecer ou não ensino religioso, a rede pública se vê obrigada a incluir a disciplina no currÃculo do ensino fundamental. A determinação é prevista na Constituição Federal de 1988, que obriga a oferta por parte do Estado e garante ao aluno a opção de frequentar ou não essas aulas. Resultados preliminares de estudo feito pela ONG (...), apontam os problemas da contradição de um Estado laico financiar esse tipo de ensino em suas escolas públicas. (...) o problema é que a mesma Constituição que traduz o Brasil em um Estado laico prevê ensino religioso na escola pública e financiamento do governo à s instituições religiosas. "A presença do ensino religioso, além de contrariar a laicidade do Estado, dá margem a toda problemática das diferentes regulamentações", avalia. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, os municÃpios e Estados são responsáveis por determinar as normas do ensino religioso nas suas redes de ensino. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo online, em 18/08/2008). Como se vê na notÃcia acima, a discussão acerca da laicidade do Estado não se esgotou. Sendo assim: Consulte a bibliografia indicada e também o site http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11457, e explique a diferença entre Estado confessional e Estado laico. Utilizando as categorias acima (laico e confessional), como podemos classificar o Estado no perÃodo Imperial? E no perÃodo republicano? Analisando a notÃcia acima, é possÃvel afirmar que laicidade do Estado estabelecida pela Constituição de 1988 importa em concluir uma completa superação da relação Igreja/Estado? Justifique sua resposta.  Questão objetiva 2  Leia a bibliografia indicada e, após analisar as afirmativas abaixo, que, supostamente, tratam da Constituição de 1891, responda a questão: I.    Estabeleceu-se pelo art. 1º que  o Brasil adotaria a forma de governo republicana; II.    O voto aberto (não secreto) proporcionou a possibilidade de ampliação do exercÃcio democrático; III.  O sistema presidencialista instaurado pressupunha que o Imperador exerceria o Poder Executivo; IV.   Assumiu-se, pela primeira vez, que o poder seria tripartido entre os seguintes Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.  Estão corretas as seguintes opções: a) I e II; b) II e III; c) III e IV; d) I e IV.