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65835902-Os protozoários

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A malária, a amebíase (ou disenteria amebiana), a doença de Chagas, a leishmaniose, a giardíase e a toxoplasmose são 
algumas doenças causadas por protozoários. As quatro primeiras têm grande incidência no Brasil. Protozoários são 
protistas unicelulares, heterótrofos, isto é precisam buscar alimentos, no caso de doenças que acometem humanos, o 
alimento são nossas células ou os produtos de nossas células. Dá uma olhada no vídeo abaixo pra você ter uma noção 
geral, depois continue com a leitura. Você vai ficar fera no assunto. 
A transmissão de doenças provocadas por protozoários pode ocorrer de diferentes formas: ingestão de água ou alimentos 
contaminados, caso da amebíase e da giardíase; transmissão por meio de vetores, como na doença de Chagas, na malária 
e na leishmaniose. Neste caso, os vetores são insetos que picam animais contaminados e, posteriormente, podem 
transmitir a doença ao picar um organismo saudável. 
O tratamento da amebíase e da giardíase é feito com uso de medicamentos específicos. Embora existam tratamentos para 
os portadores da doença de Chagas, da malária e da leishmaniose, ainda não existe cura para essas doenças. 
Para entender melhor os protozoários, seria interessante você ver uma aula aqui no Planeta Biologia relacionada 
ao Reino Protista, pois os protozoários fazem parte desse reino. Outro artigo interessante relacionada a esse assunto é a 
aula Os protozoários – caraterísticas, classificação – resumo. 
Vamos estudar em detalhes três delas: 
  Doença de chagas 
  Amebíase 
  Malária 
  Giardéase 
  Balantidiose 
  Leishmaniose visceral 
  leishmaniose cutâneo mucosa 
Antes de seguir para as doenças veja um vídeo abaixo mostrando curiosidades e vários exemplos de protozoários. 
Doença de Chagas 
A doença de Chagas é causada por um protozoário 
chamado Trypanosoma cruzi (Foto ao Lado), que ataca seres humanos e outros animais, como cães, gatos, roedores, 
tatus e gambás. O protozoário é transmitido pela picada de um inseto popularmente conhecido como barbeiro ou 
chupança, que se alimenta de sangue. 
Ao picar uma pessoa ou um animal infectado, um barbeiro pode ser contaminado com os tripanossomos e se tornar 
transmissor da doença. 
Quando um barbeiro pica uma pessoa, ele geralmente defeca próximo ao local da picada. Como o barbeiro se alimenta 
principalmente à noite, a pessoa acaba se coçando de forma involuntária durante o sono, levando as fezes do inseto até o 
local da picada. 
As fezes do barbeiro contaminado contêm os protozoários que, chegando ao sangue da pessoa, começam a se reproduzir 
e a migrar para órgãos como fígado e baço. Depois, em um período que pode levar de 10 a 20 anos, os protozoários se 
alojam no coração, prejudicando seu funcionamento, podendo causar a falência do órgão. 
Essa doença está intimamente relacionada às condições de habitação: moradias que não são de alvenaria podem 
favorecera proliferação do barbeiro. Políticas adequadas de habitação, de responsabilidade dos governos, se fazem 
necessárias para conter essa e outras doenças. 
A contaminação pelos tripanossomos também pode ocorrer por meio da ingestão de alimentos mal lavados ou mal 
preparados. O barbeiro contaminado pode estar alojado, por exemplo, na cana-de-açúcar ou no açaí e pode ser moído, 
liberando os tripanossomos nos alimentos. 
Ainda não existe tratamento definitivo para os portadores da doença de Chagas. A melhor forma de prevenção é impedir 
a picada do barbeiro, possibilitando que todos tenham acesso às casas de alvenaria. Outra medida é instalar cortinados 
(mosquiteiros) nas casas. A higienização adequada de alimentos também pode prevenir o contágio via ingestão. 
CARLOS CHAGAS 
A doença de Chagas foi descoberta pelo médico brasileiro Carlos Justiniano Ribeiro 
das Chagas (Fotos ao lado) que descreveu o agente causador – o protozoário Trypanosoma cruzi, o agente transmissor – 
o barbeiro ou chupança – e o modo de transmissão da doença. O médico também comprovou a existência de animais 
silvestres e domésticos que servem como reservatórios do parasita. Durante uma campanha contra a malária na região 
Norte de Minas Gerais, ao fazer exames em uma menina doente, Carlos Chagas encontrou tripanossomos em seu 
sangue. Posteriormente, ao examinar as fezes do barbeiro e o sangue de mamíferos da mesma região, constatou a 
presença dos mesmos parasitas. Dessa forma, Chagas conseguiu estabelecer o ciclo da doença, que era passada de certos 
vertebrados para o ser humano pelo vetor, o inseto conhecido como barbeiro. 
Amebíase 
A amebíase ocorre pela ingestão de cistos da ameba Entamoeba histolytica. Por serem muito resistentes, os cistos podem 
sobreviver no ambiente e contaminar água e alimentos por longos períodos. 
Cistos: formas infestantes (que contaminam) de certos agentes causadores de doenças. 
Após serem ingeridos por uma pessoa que consumiu água ou alimentos contaminados, os cistos liberam as amebas no 
intestino, onde elas causam lesões e, em alguns casos, dolorosas diarreias. As amebas podem ser transportadas pelo 
sangue para outros órgãos, como fígado, pulmões e encéfalo, onde causam sérias lesões e podem levar à morte. Os cistos 
formados no intestino são liberados nas fezes e podem, assim, contaminar água e alimentos, continuando o ciclo do 
parasita. 
 
A principal forma de prevenção é adotar medidas de saneamento básico, as quais são responsabilidade do Estado, como 
a construção de redes de esgoto. A higiene individual também é fundamental: lavar as mãos antes de se alimentar e após 
usar o banheiro, lavar bem frutas e hortaliças e consumir apenas água tratada ou fervida. 
O tratamento dos doentes é feito com o uso de medicamentos específicos; em alguns casos, o médico receita 
antibióticos, os quais atuam no material genético, impedindo a reprodução desses microrganismos. 
Malária 
Doença causada pelo protozoário do gênero Plasmodium, é transmitida ao ser humano pela picada da fêmea do 
mosquito-prego, do gênero Anopheles. 
Acompanhe o ciclo desse parasita no esquema da imagem abaixo: se um mosquito contaminado picar uma pessoa 
saudável, os plasmódios são introduzidos na corrente sanguínea e invadem as células do fígado (2), onde se multiplicam. 
Essas células se rompem e os plasmódios voltam para a corrente sanguínea, invadindo algumas de suas células, os 
glóbulos vermelhos, onde também se multiplicam (3). Ao destruir os glóbulos vermelhos, os plasmódios causam febre e 
calafrios na pessoa doente. Se um mosquito picara pessoa doente, contamina-se e pode transmitir a doença para outra 
pessoa (4),fechando o ciclo. 
Os principais sintomas da malária são ciclos de febre alta e de calafrios, e dores de cabeça e no corpo. No Brasil, 
existem três espécies de plasmódios, e os efeitos da doença de cada um deles são diferentes. Veja na tabela a seguir: 
Plasmodium 
vivax 
Febre, em média, a cada 48 horas. 
Plasmodium 
malariae 
Febre, em média, a cada 72 horas. 
Plasmodium 
falciparum 
Febre em intervalos irregulares. É a forma mais grave da doença e pode levar à morte. 
O tratamento da malária consiste no uso de medicamentos específicos e a prevenção ocorre da mesma forma que na 
dengue: impedindo a picada do mosquito transmissor e sua proliferação. Apesar dos recentes avanços da ciência em 
busca de vacinas para a malária e para a doença de Chagas, as vacinas já desenvolvidas até o momento mostraram 
eficácia reduzida. 
Giardíase 
É causada pelo protozoário binucleado multiflagelado da espécie Giardia intestinalis ou Giardia lamblia, parasita 
monoxênico que se adquire pela ingestão de cistos presentes na água e em alimentos (principalmente verduras). Os 
cistos, que suportam dois meses fora do hospedeiro, toleram até o cloro colocadona água tratada. Essa resistência torna 
possível que sejam veiculados por baratas, moscas e pelas mãos (uma vez que podem se alojar sob as unhas). Todavia, a 
fervura pode inativá-los. 
Normalmente o parasita aloja-se na mucosa do intestino delgado e dificulta a absorção de nutrientes. Infecções maciças 
ocasionam diarreia, dor abdominal, perda de peso, anemia e inapetência (falta de apetite). 
A profilaxia requer medidas de saneamento ambiental, preparo adequado dos alimentos (incluindo lavagem cuidadosa e 
cozimento), higiene pessoal e tratamento das pessoas infectadas. 
Veja uma aula sobre DST – Doenças sexualmente transmissíveis. 
Balantidiose 
O agente etiológico é o protozoário ciliado da espécie Balantidium coli, parasita heteroxênico transmitido pela ingestão 
de cistos que contaminam água, alimentos e mãos. Frequentemente os cistos são encontrados em fezes de suínos. O 
parasita afeta o intestino grosso, no qual provoca lesões semelhantes às da Entamoeba histolytica. Algumas de suas 
manifestações são dores abdominais e diarreia. Saneamento ambiental, higienização e cozimento dos alimentos, higiene 
pessoal e tratamento dos infectados são as medidas profiláticas mais adequadas. 
Leishmaniose Cutaneomucosa 
Também chamada úlcera de Bauru, é causada por protozoário flagelado do gênero Leishmania (no Brasil, L. 
braziliensis é a espécie mais comum). Trata-se de um parasita heteroxênico transmitido pela picada de fêmeas de 
mosquitos do gênero Lutzomyia (principalmente Lutzomyia whitmani), conhecidos como flebótomos, mosquitos-palha 
ou birigui. Roedores silvestres, gambás e canídeos, entre outros organismos, servem de reservatórios. 
O parasita provoca lesões na pele e em mucosas, além de destruição da cartilagem nasal, levando ao desabamento do 
nariz (condição conhecida como “nariz de anta”). Laringe e faringe podem ser afetadas, o que dificulta a fala e a 
alimentação. 
A prevenção consiste em combater os mosquitos com inseticidas, usar telas, mosquiteiros e repelentes, além de tratar as 
pessoas infectadas. 
Leishmaniose viceral 
Também chamada calazar, seu agente etiológico é o protozoário flagelado do gênero Leishmania (em toda a América 
Latina, inclusive no Brasil, L. chagasiéa espécie predominante). É um parasita heteroxênico transmitido por picada de 
mosquitos do gênero Lutzomyia(principalmente Lutzomyia longipalpis). O cão e a raposa são seus principais 
reservatórios. 
Os órgãos atingidos por essa moléstia, muitas vezes fatal, são o fígado, o baço e a medula óssea. Entre as manifestações 
notam-se febre, anemia, emagrecimento, ascite (distensão abdominal por acúmulo de líquido), aumento do fígado e do 
baço. A profilaxia inclui combate aos mosquitos por meio de inseticidas, eliminação de cães infectados, tratamento dos 
doentes e uso de telas, mosquiteiros e repelentes. 
O CIDADÃO E A SAÚDE 
A manutenção da saúde passa pelo nível individual, quer dizer, cada um deve buscar, em seu dia a dia, hábitos 
saudáveis, preventivos, para a manutenção de sua boa saúde. Por exemplo, no caso das doenças causadas por 
protozoários, a prevenção da amebíase e da giardíase se dá, principalmente, pela adoção de hábitos de higiene, como 
lavar as mãos após o uso do banheiro e antes das refeições. Já a doença de Chagas, a malária e a leishmaniose podem ser 
prevenidas evitando o contato com os vetores ou provocando sua eliminação. 
No entanto, não devemos nos esquecer que a manutenção da saúde individual passa pela saúde coletiva. A saúde é um 
direito de todo o cidadão que depende não só de seus hábitos, mas também de suas ações. Por exemplo, é preciso cobrar 
dos governos, em suas diferentes esferas (municipais, estaduais e federal) medidas como saneamento básico, política 
adequada de habitação, política de lazer etc., todas voltadas para a manutenção da saúde do cidadão. Uma das formas 
que temos de exigir essas ações é cobrando que os políticos trabalhem em prol do direito à saúde que é fundamental de 
todo cidadão. 
Internações confirmadas de malária no Brasil (Grandes Regiões) em 2011 
Região Número de internações Proporção (em %) 
Norte 4468 90,8 
Nordeste 98 2,0 
Centro-Oeste 163 3,3 
Sudeste 138 2,8 
Sul 53 1,1 
Resumo de Doenças causadas por protozoários 
  Amebíase, Doença de Chagas, Malária, leishmaniose, a giardíase e a toxoplasmose são causadas por protozoários 
  Há doenças que podem ser transmitidas através da alimentação e algumas transmitas por agentes transmissores. 
Fontes: 
https://www.youtube.com/watch?v=6iaQPfgqGwI