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Aula 9: Enfermidades no grupo geriátrico - Parte4 Profª MSc Renata Reis DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam uma carga elevada de morbimortalidade no Brasil e no mundo. PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA As DCNT são resultado de diversos fatores, determinantes sociais e condicionantes, além de fatores de risco individuais. DCNT Tabagismo Alimentação inadequada Álcool Sedentarismo DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ESTRATÉGIA MUNDIAL PARA ALIMENTAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA/2004 Segundo a Estratégia Global em Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde (2004), a mortalidade, morbidade e incapacidade são consequências das principais DCNT e representam atualmente em torno de 60% de todas as disfunções e 47% da carga de morbidade mundial. Há uma previsão para 2020 de um aumento respectivamente de 73% e 60%. Esse cenário tem como causas as tendências demográficas e o estilo de vida. ESTRATÉGIA MUNDIAL PARA ALIMENTAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA/2004 Com o conhecimento desses fatores de risco comportamentais e ambientais, deve ser realizada uma ação de saúde pública, com o objetivo de prevenção e controle integrados das DCNT. • Apoioaoestilodevidasaudável • Transmissãodeinformaçõesàcomunidade • Equipemultiprofissionaldesaúde Redução dos riscos de DCNT OBESIDADE No processo de envelhecimento ocorrem diversas modificações na composição corporal, associadas ao aumento da massa gorda e diminuição da massa magra no padrão de distribuição corporal. Os idosos de idade mais avançada apresentam menor prevalência de obesidade. OBESIDADE A abordagem deve ser individual, para que as pessoas aumentem o seu conhecimento sobre o problema e tenham motivação para ajudar no combate aos fatores obesogênicos ambientais. Pode-se afirmar que para o sucesso do tratamento em longo prazo deve haver constante vigilância na adequação do nível de atividade física e de ingestão alimentar, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. OBESIDADE De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (2016), o tratamento da obesidade é muito complexo e precisa da interação de uma equipe multidisciplinar. DOENÇA CARDIOVASCULAR No Brasil as doenças cardiovasculares representam os maiores índices de mortalidade e há percentual maior em indivíduos de 30 a 69 anos de idade. A mortalidade e as incapacidades, consequências das doenças cardiovasculares parciais ou totais, podem repercutir na qualidade de vida e no grupo social de cada indivíduo, além de impactar nos gastos dos sistemas de saúde. DOENÇA CARDIOVASCULAR DISLIPIDEMIA Esse aumento do perfil lipídico agride a camada endotelial, principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a dislipidemia é definida como o aumento de lipídios no sangue, como o colesterol e triglicérides. Esses índices elevados predispõem os indivíduos ao risco elevado para o infarto. DISLIPIDEMIA A dislipidemia em idosos deve-se a uma má alimentação com elevado consumo de lipídios saturados, baixa ingestão de fibras e gorduras insaturadas, o que contribui para o aumento dos diferentes tipos de dislipidemia nessa parcela populacional. O monitoramento das alterações do perfil lipídico torna-se cada vez mais importante, para evitar consequências que podem tornar o idoso incapacitante. IAM O infarto agudo do miocárdio (IAM) é causado por uma interrupção ou redução do fluxo sanguíneo por um período de tempo suficiente para provocar a morte das células do músculo cardíaco que perdem a sua função. IAM Os fatores de risco para o IAM são classificados como modificáveis (HAS, dislipidemia, diabetes, obesidade) e não modificáveis (idade e história familiar). IAM Os sintomas relacionados para sugerir o diagnóstico do IAM são: • Precordialgia no tórax; • Sudorese e transpiração excessiva; • Náuseas e vômitos. Exames específicos são necessários para o fechamento do diagnóstico, como eletrocardiograma (ECG) e marcadores de necrose do miocárdio (MNM). A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença com elevada prevalência nos indivíduos idosos que pode elevar a morbidade e mortalidade dessa população. A explicação de como acontece o mecanismo da pressão sistólica no idoso é observada com a perda da distensabilidade e elasticidade dos vasos de grande capacitância. HAS Osidosos que evoluem com: • O aumento da pressão sistólica e diastólica; • Menores débito cardíaco, volume intravascular e fluxo renal quando comparados a adultos jovens. • A aterosclerose diminui o calibre dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. • O aumento da resistência periférica é uma consequência da aterosclerose, processo patológico e multifatorial que provoca disfunçãoendotelial. HAS Com o avançar da idade, os vasos aumentam o seu calibre e ocorre uma deposição de lipídios e cálcio que resulta na perda da elasticidade. Para o tratamento da HAS no indivíduo idoso, não se deve apenas observar os níveis pressóricos, mas os fatores de risco cardiovasculares e/ou lesão em órgãos alvo. HAS Todas essas alterações podem estar associadas a outros fatores de risco, como: dislipidemia, obesidade e diabetes implicam na patogênese de doenças cardiovasculares. HAS O tratamento não medicamentoso preza mudanças no estilo de vida, como: Redução do peso corporal Redução na ingestão de sódio Maior consumo dos alimentos fontes de K Redução na ingestão alcoólica Exercício físico regular “O declínio das doenças infecciosas e o aumento das doenças crônicas obrigaram os epidemiologistas a dirigir um novo olhar para o processo saúde/doença e cuidado. Desta forma, o „estilo de vida‟ dos indivíduos e seus perfis de adoecimento passam a ser o foco.” HAS SÍNDROME METABÓLICA Segundo a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome metabólica (2005), a Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por uma associação de um conjunto de fatores de risco cardiovascular relacionados à deposição central de gordura e resistência à insulina. Acredita-se que alguns fatores de risco (aumento da pressão arterial, distúrbios do metabolismo dos carboidratos e lipídios e o excesso de peso) estão associados ao aumento de morbimortalidade de doenças cardiovasculares, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. SÍNDROME METABÓLICA SÍNDROME METABÓLICA SÍNDROME METABÓLICA • Avaliaçãonutricional; • O plano alimentar deve ser individualizado e tem como objetivo a redução ponderal de 5 a 10% do inicial. CASO CLÍNICO Paciente M.A.M., sexo feminino, 66 anos, foi admitida em um hospital cardiológico referência em Recife-PE com diagnóstico clínico de Infarto Agudo do Miocárdio. Antecedentes patológicos: HAS, DM. Dados antropométricos: peso atual = 88Kg, Altura referida = 1,65m, CC 120cm. Exames laboratoriais: colesterol total = 259mg/dL, LDL-c 239mg/dL, HDL-c 20mg/dL, triglicerídeos = 220mg/dL, glicemia de jejum = 159mg/dL. 1- Determine o diagnóstico nutricional. 2 – A paciente possui SM? Justifique. 3 – Quais os objetivos da terapia nutricional. 4 – Determine sua conduta nutricional. 5 – Elabore orientações para a alta hospitalar da paciente.