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65855093-1 _AÿÿO_DE_INDENIZAÿÿO_POR_DANOS_MORAIS_-_Noelia (1)

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Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS;
Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
 
 
 
 
Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 
71.99139 5616 / 79.99916 4916 
santosearaujo.adv@gmail.com 
EXMO(A) SR(A) DR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR DA COMARCA DE SALVADOR – BAHIA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOELIA SANTOS SILVA, brasileira, casada, portadora do RG nº 
03.744.999-00 SSP/BA, inscrita no CPF sob o nº 407.962.485-91, residente no 
Lot. Ladeira da Terezinha, n°334, Escada, 40.711-024, Salvador/BA, vêm, à 
presença de V. Exa., por meio de sua advogada in fine assinada (instrumento de 
procuração anexo), propor a presente 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
 
Em face da COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA 
BAHIA – COELBA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 
15.139.629/0001-94, localizado na Avenida Edgard Santos,300, Cabula VI, 
41.181-900, Salvador/BA, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir: 
 
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I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIARIA 
 
Requer o direito ao benefício da assistência judiciária gratuita, 
tendo em vista que não é possível a requerente custear processo judicial, sem 
prejuízo do sustento próprio, por ser carente de recursos financeiros, nos termos 
da lei 1.060/50, e suas alterações posteriores. 
 
II. DOS FATOS 
 
A Requerente é consumidora dos serviços de fornecimento de 
energia elétrica prestado pela Empresa Ré, consoante comprova a fatura anexa. 
Todavia, em 17/11/2016, ao retornar à sua residência para o 
almoço, deparou-se com situação absurdamente humilhante: estava afixada no 
protetor do medidor de energia elétrica uma etiqueta adesiva com fundo 
branco e letras garrafais vermelhas com os dizeres “UNIDADE 
DESCONECTADA”. 
A suspensão ocorreu por conta de fatura em atraso, SEM 
QUALQUER AVISO PRÉVIO. Tal ausência de aviso prévio bem como a falta de 
ordem de corte, contudo, não é o único ato ilícito perpetrado pela empresa. 
Valido ressaltar a conduta ilícita perpetrada pela Ré, pois, o corte 
foi feito sem nenhum tipo de aviso prévio e sem nenhuma ordem de corte, não 
o bastante, a Ré também promoveu uma demonstração pública de humilhação 
para Autora, deixando uma etiqueta adesiva de cores vermelha com os 
seguintes dizeres, “UNIDADE DESCONECTADA”, tendo com único intuito de 
chamar atenção dos vizinhos e demais pedestres que trafegam na via pública 
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onde reside a autora, sobre o desligamento do serviço de energia elétrica em 
sua residência. 
Diante do ocorrido, alguns dos vizinhos ficaram revoltados com a 
atitude que, diga-se, jamais ocorrera naquela rua, porém, outros vizinhos, 
naturalmente, não se compadeceram com a situação e a Requerente foi alvo 
das mais desumanas zombarias sendo taxada como mal pagadora o que desde 
então vem sendo ridicularizada. 
Diante desse cenário injusto e lamentável, não restou alternativa à parte 
Autora, senão buscar o amparo do Poder Judiciário. 
 
III. DO DIREITO 
 
Conforme se pode facilmente verificar, a conduta, no mínimo, 
ilícita da Demandada, quanto à prestação deficitária de seus serviços geraram 
danos à autora, tendo a mesma indignamente suportado e arcado com todos 
os transtornos, ainda que tenha tomado todos os cuidados necessários. 
 A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5°, consagra a tutela 
do direito à indenização por dano material ou moral decorrente da violação de 
direitos fundamentais: 
 
“Art.5°(...) 
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional 
ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem; 
 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
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direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;(...).” (grifo nosso) 
 
Nestas condições, cumpre invocar a lei substantiva na qual afirma, 
categoricamente, que aquele que causar dano a outrem, ficará obrigado a 
repará-lo. É o que se depreende do artigo 927 do Código Civil, in verbis: 
 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo”, (grifo nosso). 
 
Nesse mesmo contexto, é o que dispõe o artigo 186 do CC, senão 
vejamos: 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. (grifo 
nosso) 
 
Diante do exposto, não restam dúvidas, que toda e qualquer 
pessoa que cause danos a outrem, devem ser responsabilizadas pela sua 
conduta. No caso em tela, a empresa Ré deve reparar o dano indignamente 
suportados pela autora, pois, além de interromper o serviço de energia elétrica 
sem nenhuma comunicação previa, imputou a esta, humilhação perante todos 
os seus vizinhos e demais que trafegavam pela rua onde reside a Autora 
deixando no medidor de energia situado na sua residência a placa com a 
informação sobre o corte, gerando assim grandes transtornos. 
 
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1. DA NECESSIDADE DA PRÉVIA COMUNICAÇÃO FORMAL AO 
CONSUMIDOR 
Sabemos que, para a interrupção do fornecimento de energia elétrica, 
independentemente do motivo, é necessária a notificação prévia do consumidor, o 
que não se verificou no caso em comento. 
 
A comunicação prévia está prevista na Lei nº 8.987/1995: 
 
“Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a 
prestação de serviço adequado ao pleno 
atendimento dos usuários, conforme estabelecido 
nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo 
contrato. 
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições 
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, 
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas. 
§ 2º. (...). 
§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do 
serviço a sua interrupção em situação de emergência 
ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de 
segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o 
interesse da coletividade. ”. 
 
Ademais, a ANEEL editou o art. 91 da Resolução nº 456/00, com a 
seguinte redação, verbis: 
 
"art. 91. A concessionária poderá suspender o 
fornecimento, após prévia comunicação formal ao 
consumidor, nas seguintes situações: 
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I - Atraso no pagamento da fatura relativa a 
prestação do serviço público de energia elétrica; (...). 
§ 1º a comunicação deverá ser por escrito, 
específica e de acordo com a antecedência 
mínima a seguir fixada: 
A) 15 (quinze) dias para os casos previstos nos 
incisos I, II, III, IV e V; (...)”. (grifo nosso) 
 
Pelos dispositivos legais acima citados, a ré deveria notificar 
por escrito a autora, com antecedência mínima de 15 dias, dando-lhe 
oportunidade de regularizar o pagamento da conta, antes de interromper 
o fornecimento de energia elétrica, fato que não ocorreu. 
 
2. DA COBRANÇA VEXATÓRIA / DO DANO MORAL 
 
De acordo com o previsto no artigo 42 do CDC, é vedada a 
exposição do consumidor inadimplente ao ridículo ou qualquer outra espécie 
de constrangimento ou de ameaça para cobrar-lhe dívida, sob pena de 
responsabilidade civil pelos danos provocados. 
 
“Art. 42. Na cobrança de debito, o consumidor 
inadimplente não será exposto a ridículo, nem 
será submetido a qualquer tipo de 
constrangimento ou ameaça.” 
 
Ora, Excelência é a exata situação encontrada neste processo. 
O fato de a Requerida ter, instalado no medidor que fica 
localizado na frente da residência da autora, adesivo informando sobre o corte 
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de energia elétrica, com o objetivo de expô-la a irrisão de seus vizinhos, 
parentes e todos os demais que trafegaram na rua da Autora no dia do fato, 
tipifica verdadeiro exercício irregular de direito ou, por outra, exercício 
arbitrário das próprias razões, tudo visando que a Autora pagasse, sob pressão, 
e a qualquer custo, a dívida que jamais negou existir. Entretanto, frise-se que o 
corte deve ser feito pelos meios legais, regulares e discretos, devendo o credor 
enviar notificação previa com 15 dias de antecedência o que não fez. 
Para evitar excessos e abusos, recomenda SÉRGIO CAVALIERI 
(Programa de Responsabilidade Civil – 2ª Edição – Ed. Malheiros – São Paulo – 
1998), com razão, que só se deve reputar como dano moral: 
 
“a dor, o vexame, o sofrimento e a humilhação 
que, fugindo à normalidade, interfira 
intensamente no comportamento psicológico do 
indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e 
desequilíbrio em seu bem estar.” 
 
É inegável, data vênia, o profundo sentimento de frustração 
e tristeza experimentado pela parte Autora pelo fato de estar sendo 
julgada ou, ao menos, sendo considerada má pagadora, quando na 
verdade, não o é, e sempre honrou rigorosamente com os seus 
pagamentos, pois presa pelo zelo da sua imagem e honra. Ocorre que, por 
motivos alheio a sua vontade, encontrava-se, naquele momento, em 
débito de uma fatura, o que, em hipótese alguma, autoriza ou permite, 
que a Ré a exponham a situações vexatórias. 
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Para o iminente jurista CARLOS ROBERTO GONÇALVES 
(Responsabilidade Civil – 8ª edição – Ver. de acordo com o nosso Código Civil 
– Editora Saraiva – 2003): 
“o dano moral, salvo casos especiais, como o de 
inadimplemento contratual, por exemplo, em que 
se faz mister a prova da perturbação da esfera 
anímica do lesado, dispensa prova em concreto, 
pis se passa no interior da personalidade e existe 
in re ipsa. Trata-se de presunção absoluta. Desse 
modo, não precisa a mãe comprovar que sentiu a 
morte do filho; ou o agravado em sua honra 
demonstrar em juízo que sentiu a lesão; ou o 
autor provar que ficou vexado com a não- 
inserção de seu nome no uso público da obra, e 
assim por diante”. 
 
Sendo assim, a reparação pelos danos sofridos pela Autora reside 
no pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada pelo juiz, que possibilita ao 
lesado uma satisfação compensatória de sua dor íntima e dos dissabores 
sofridos, em virtude do constrangimento sofrido em razão da conduta, 
arbitrária e ilegal, perpetrada pela Demandada. 
Sobre a matéria aqui debatida e, em casos similares, os Tribunais 
tem decidido: 
 
RECURSO INOMINADO. COBRANÇA VEXATÓRIA. 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE ANOS MORAIS. PROVA 
TESTEMUNHAL QUE ATESTA A EXPOSIÇÃO DO 
CONSUMIDOR DEVEDOR À TERCEIROS 
(VIZINHOS). DANOS MORAIS CONFIGURADOS 
NO CASO CONCRETO. Hipótese em que recorre a 
parte ré da sentença que julgou procedente a ação 
para condená-la ao pagamento de R$ 6.000,00, a 
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título de indenização por danos morais em razão da 
realização de cobrança vexatória. Em suas razões 
recursais sustenta a inexistência de prova dos danos 
morais. Alternativamente, postula pela redução do 
valor da indenização. Não há que se falar em 
ausência de prova da cobrança vexatória, uma vez 
que conforme a prova testemunhal produzida à fl. 
26, restou comprovado que o autor, na qualidade de 
consumidor devedor, teve sua vida exposta a 
terceiros, o que configura a cobrança vexatória. 
Recurso improvido no ponto. 
(TJ-RS - Recurso Cível: 71005283262 RS, Relator: 
Fabiana Zilles, Data de Julgamento: 28/07/2015, 
Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 
Diário da Justiça do dia 29/07/2015) 
 
Portanto, o direito não repara qualquer padecimento, dor ou 
aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação de um bem jurídico 
sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente. Tal interesse 
corresponde ao direito de manter sua reputação e idoneidade, conduta 
cautelosamente cuidada pela Requerente. 
Diante dos abusos aqui relatados e cometido pela Requerida, 
busca-se, ainda, a tutela deste MM. Juízo para que seja a partes Ré condenada 
na OBRIGAÇÃO DE FAZER, qual seja, a se retratar formalmente através de carta 
destinada a Autora pelos danos sofridos, sob pena de multa diária no valor de 
R$ 200,00 (duzentos reais), por descumprimento da obrigação, o que desde já 
fica requerido. 
 
3. DOS DANOS MORAIS 
 
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O art. 5º, X, da Constituição da República assegura que são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação. 
O art. 186 do Código Civil, que é a base legal da responsabilidade 
extracontratual, prevê que: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Em se tratando de relação de consumo, a responsabilidade do 
prestador de serviço é objetiva, na forma do art. 14 do CDC, senão vejamos: 
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos. (grifo 
nosso) 
 
Assim, toda e qualquer conduta, seja ela, positiva ou omissiva, que 
moleste a personalidade do indivíduo, violando, assim, sua intimidade, vida 
privada, honra, imagem, produzindo, sofrimento, dor, humilhação e abalo 
psíquico gera dano de natureza moral. 
Cumpre destacar que, o dano moral, por se tratar de algo 
imaterial, encontra-se ínsito na própria ofensa, sendo desnecessária para sua 
configuração a prova de prejuízo de ordem material, já que possui natureza 
compensatória, atenuando de maneira indireta as consequências da conduta 
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culposa praticada pelo réu, motivo pelo qual afigura-se inviável a exigência da 
prova do efetivo dano, pois esse decorre do próprio fato ocorrido, é o chamado 
dano in re ipsa, resultante da simples conduta gravosa do agente ofensor, sendo 
presumíveis os prejuízos existente e já mencionados. 
No ensinamento de Sérgio Cavalieri Filho tem-se a compreensão 
da desnecessidade de prova quando se trata de dano moral puro (in Programa 
de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 2ª tiragem, 2004, p. 100): 
 
“...por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do 
dano moral não pode ser feita através dos mesmos 
meios utilizados para a comprovação do dano 
material. Seria uma demasia, algo até impossível 
exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza ou a 
humilhação através de depoimentos, documentos 
ou perícia; não teria ela como demonstrar o 
descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos 
meios probatórios tradicionais, o que acabaria por 
ensejar o retorno à fase da irreparabilidade do dano 
moral em razão de fatores instrumentais. 
 
Nesse ponto a razão se coloca ao lado daqueles que 
entendem que o dano moral está ínsito na própria 
ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. (...) Em 
outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva 
inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal 
modo que, provada a ofensa, ipso facto está 
demonstrado o dano moral à guisa de uma 
presunção natural, uma presunção hominis ou facti 
que decorre das regras de experiência comum”. 
 
No caso em tela, a parte autora além de ter o serviço o corte 
de energia elétrica interrompido sem nenhuma comunicação prévia, foi 
vítima de pratica abusivas e vexatórias perpetrada pela Ré, o que 
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intensifica os desgastes psicológicos sofridos. 
Ressalta-se que, o CDC em seu art. 42, vedada expressamente a 
exposição ao constrangimento ou a situação vexatória na cobrança de dívida, 
sob pena de responsabilidade civil pelos danos provocados. 
 
“Art. 42. Na cobrança de debito, o consumidor 
inadimplente não será exposto a ridículo, nem 
será submetido a qualquer tipo de 
constrangimento ou ameaça.” 
 
Ora, Excelência, a Ré além de efetua o corte de energia elétrica da 
residência da Autora sem nenhum aviso prévio, pregou o informativo sobre o 
corte, na frente da residência da Autora com o único objetivo de expô-la a irrisão 
de seus familiares, vizinhos e todos que ali passavam, o que tipifica verdadeiro 
exercício irregular de direito, ou mesmo, exercício arbitrário das próprias razões, 
pois esta conduta abusiva de não ter notificado a autora quanto ao corte, retirou 
a oportunidade da Requerente de regularizar o pagamento da conta, ressaltasse 
ainda que a Ré fez questão de expor a Autora ao ridículo para seus parentes, 
amigos, vizinhos e todos os demais que passaram trafegaram pela rua da Autora 
no dia do fato. 
 
Assim, a reparação, em tal caso reside no pagamento de uma soma 
pecuniária, arbitrada pelo juiz, que possibilita a lesada uma satisfação 
compensatória de sua dor íntima e os dissabores sofridos, em virtude dos 
constrangimentos sofridos. 
 
Destaca-se, por oportuno, que a correção monetária no que tange 
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a indenização por danos morais deverá incidir desde a data do arbitramento, 
como assim estabelece a sumula 362 do STJ, in verbis: 
 
“Sumula 362 STJ: “A correção monetária do valor 
da indenização do dano moral incide desde a data 
do arbitramento.”(grifo nosso). 
 
Assim, em face dos danos morais indignamente amargados, 
requer seja a ré condenada à indenizar, a autora, a título de dano moral, o valor 
de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) acrescido de correção monetária, 
conforme Súmula 362, do STJ. 
 
4. APLICAÇÃO DO CDC – INVERSÃO DO ONUS DA PROVA 
 
O Código de Defesa do Consumidor prescreve, em seu art. 2°, ser 
consumidor: “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final”. 
Sendo assim, inexistem maiores dificuldades em se concluir pela 
aplicabilidade do referido Código no caso em tela, visto que este corpo de 
normas pretende aplicar-se a todas as relações desenvolvidas no mercado 
brasileiro que envolva um consumidor e um fornecedor. 
Desse modo, é disposto no Código de Defesa do Consumidor, 
quanto a responsabilização do fornecedor de produtos e serviços pelos danos 
causados ao consumidor em decorrência de defeitos relativos à prestação de 
serviços, conforme se pode verificar. 
 
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“Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos.” (grifo 
nosso) 
 
No caso presente, é cabível a inversão do ônus da prova, em 
virtude de estarem devidamente satisfeitos os requisitos para a sua ocorrência. 
A verossimilhança está comprovada através dos indícios apresentados 
nessa exordial e a hipossuficiência é evidente, tendo em vista que a 
requerida possui maior condições técnicas de trazerem aos autos 
elementos fundamentais para resolução da lide. Nesse sentido disciplina o 
Código de Defesa do Consumidor ao preceituar: 
 
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu 
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, 
for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências.” (grifo nosso). 
 
Portanto, requer a autora seja aplicado na integralidade o quanto 
disposto no Código de Defesa do Consumidor, devendo ser determinado a 
inversão do ônus da prova,tendo em vista a verossimilhança das alegações e a 
hipossuficiência das partes Demandantes. 
 
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5. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA E DA OBRIGAÇÃO DE 
FAZER 
A antecipação da tutela está prevista no art. 300 do NCPC, 
e em especial, para casos como o presente, no art. 84 do Código de Proteção e 
Defesa do Consumidor senão vejamos: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida 
quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o 
risco ao resultado útil do processo. 
 
Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o 
cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, 
o Juiz concederá a tutela específica da obrigação 
ou determinará providências que assegurem o 
resultado prático equivalente ao do 
adimplemento. 
§ 1º - A conversão da obrigação em perdas e danos 
somente será admissível se por elas optar o autor ou 
se impossível a tutela específica ou a obtenção do 
resultado prático correspondente. 
§ 2º - A indenização por perdas e danos se fará sem 
prejuízo da multa (artigo 287 do Código de Processo 
Civil). 
§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e 
havendo justificado receio de ineficácia do 
provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela 
liminarmente ou após justificação prévia, citado o 
réu. 
§ 4º - O Juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na 
sentença, impor multa diária ao réu, 
independentemente de pedido do autor, se for 
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando 
prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
 
Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS;
Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
 
 
 
 
Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 
71.99139 5616 / 79.99916 4916 
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São requisitos para a concessão da tutela antecipada o 
fundamento da demanda e o justificado receio de ineficácia do provimento final, 
em síntese o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. 
 
No que se refere ao “fumus boni iuris”, os fatos acima elencados 
e as provas carreada aos autos indicam a presença do bom direito e a 
verossimilhança das alegações da Autora, não tendo as Ré respeitado e 
obedecido os ditames legais, sendo despiciendo cita-los novamente. 
 
Por sua vez o “periculum in mora”, se consubstancia no fundado 
receio de dano irreparável ou de difícil reparação, que poderá ocorrer em 
decorrência da demora do procedimento que se cumprirá na presente 
demanda, perpetuando o sofrimento da Autora e ampliando os danos aqui 
denunciados. 
 
Assim, requer que seja concedida a antecipação da tutela 
específica, OBRIGAÇÃO DE FAZER, no sentido de que A RÉ SE RETRATE 
FORMALMENTE ATRAVÉS DE CARTA DESTINADA A AUTORA PELOS 
DANOS CAUSADOS, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00 
(duzentos reais), no caso de descumprimento da ordem. 
 
I. DO PEDIDO 
 
Isto posto, requer: 
 
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Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
 
 
 
 
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I. seja citada a Ré, na pessoa do seu representante legal, em 
endereço fornecido nesta exordial, para que tenha ciência de todos os termos 
da presente ação, e, assim, comparecer à audiência de conciliação, instrução e 
julgamento a ser designada por este MM. Juízo para, querendo, apresentar 
defesa, sob pena de revelia e confissão; 
II. seja concedida a antecipação da tutela específica 
OBRIGAÇÃO DE FAZER, para que a Ré se retrate formalmente através de carta 
destinada a Autora pelos danos causados, sob pena de multa diária no valor de 
R$ 200,00 (duzentos reais), por descumprimento da obrigação. 
 
III. Seja, a Ré condenada ao pagamento de indenização por 
DANOS MORAIS indignamente suportados pela autora, no montante de R$ 
20.000,00 (vinte mil reais) acrescido de correção monetária, conforme 
Súmula 362, do STJ; 
 
IV. seja deferida a inversão do ônus da prova, por força do art. 
6º, inciso VIII, do CDC; 
 
V. sejam, as empresas Rés condenadas ao pagamento de 
honorários advocatícios, no percentual de 20% sobre o valor total da 
condenação, além de custas processuais; 
 
VI. seja julgada a total procedência da presente ação; 
 
Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS;
Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
 
 
 
 
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Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente pelos documentos colacionados, depoimento pessoal das partes 
rés, oitivas de testemunhas, sem prejuízo de quaisquer outros que se fizerem 
necessários no curso da instrução processual. 
 
 Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para 
meros efeitos fiscais. 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento, 
 
 
Salvador/BA 02 de dezembro de 2016 
 
 
p.p. 
 Grayce Kelly Santos de Jesus 
 OAB/BA: 49.099