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Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com EXMO(A) SR(A) DR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE SALVADOR – BAHIA. NOELIA SANTOS SILVA, brasileira, casada, portadora do RG nº 03.744.999-00 SSP/BA, inscrita no CPF sob o nº 407.962.485-91, residente no Lot. Ladeira da Terezinha, n°334, Escada, 40.711-024, Salvador/BA, vêm, à presença de V. Exa., por meio de sua advogada in fine assinada (instrumento de procuração anexo), propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Em face da COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA – COELBA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 15.139.629/0001-94, localizado na Avenida Edgard Santos,300, Cabula VI, 41.181-900, Salvador/BA, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir: Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIARIA Requer o direito ao benefício da assistência judiciária gratuita, tendo em vista que não é possível a requerente custear processo judicial, sem prejuízo do sustento próprio, por ser carente de recursos financeiros, nos termos da lei 1.060/50, e suas alterações posteriores. II. DOS FATOS A Requerente é consumidora dos serviços de fornecimento de energia elétrica prestado pela Empresa Ré, consoante comprova a fatura anexa. Todavia, em 17/11/2016, ao retornar à sua residência para o almoço, deparou-se com situação absurdamente humilhante: estava afixada no protetor do medidor de energia elétrica uma etiqueta adesiva com fundo branco e letras garrafais vermelhas com os dizeres “UNIDADE DESCONECTADA”. A suspensão ocorreu por conta de fatura em atraso, SEM QUALQUER AVISO PRÉVIO. Tal ausência de aviso prévio bem como a falta de ordem de corte, contudo, não é o único ato ilícito perpetrado pela empresa. Valido ressaltar a conduta ilícita perpetrada pela Ré, pois, o corte foi feito sem nenhum tipo de aviso prévio e sem nenhuma ordem de corte, não o bastante, a Ré também promoveu uma demonstração pública de humilhação para Autora, deixando uma etiqueta adesiva de cores vermelha com os seguintes dizeres, “UNIDADE DESCONECTADA”, tendo com único intuito de chamar atenção dos vizinhos e demais pedestres que trafegam na via pública Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com onde reside a autora, sobre o desligamento do serviço de energia elétrica em sua residência. Diante do ocorrido, alguns dos vizinhos ficaram revoltados com a atitude que, diga-se, jamais ocorrera naquela rua, porém, outros vizinhos, naturalmente, não se compadeceram com a situação e a Requerente foi alvo das mais desumanas zombarias sendo taxada como mal pagadora o que desde então vem sendo ridicularizada. Diante desse cenário injusto e lamentável, não restou alternativa à parte Autora, senão buscar o amparo do Poder Judiciário. III. DO DIREITO Conforme se pode facilmente verificar, a conduta, no mínimo, ilícita da Demandada, quanto à prestação deficitária de seus serviços geraram danos à autora, tendo a mesma indignamente suportado e arcado com todos os transtornos, ainda que tenha tomado todos os cuidados necessários. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5°, consagra a tutela do direito à indenização por dano material ou moral decorrente da violação de direitos fundamentais: “Art.5°(...) V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;(...).” (grifo nosso) Nestas condições, cumpre invocar a lei substantiva na qual afirma, categoricamente, que aquele que causar dano a outrem, ficará obrigado a repará-lo. É o que se depreende do artigo 927 do Código Civil, in verbis: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, (grifo nosso). Nesse mesmo contexto, é o que dispõe o artigo 186 do CC, senão vejamos: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. (grifo nosso) Diante do exposto, não restam dúvidas, que toda e qualquer pessoa que cause danos a outrem, devem ser responsabilizadas pela sua conduta. No caso em tela, a empresa Ré deve reparar o dano indignamente suportados pela autora, pois, além de interromper o serviço de energia elétrica sem nenhuma comunicação previa, imputou a esta, humilhação perante todos os seus vizinhos e demais que trafegavam pela rua onde reside a Autora deixando no medidor de energia situado na sua residência a placa com a informação sobre o corte, gerando assim grandes transtornos. Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com 1. DA NECESSIDADE DA PRÉVIA COMUNICAÇÃO FORMAL AO CONSUMIDOR Sabemos que, para a interrupção do fornecimento de energia elétrica, independentemente do motivo, é necessária a notificação prévia do consumidor, o que não se verificou no caso em comento. A comunicação prévia está prevista na Lei nº 8.987/1995: “Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2º. (...). § 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. ”. Ademais, a ANEEL editou o art. 91 da Resolução nº 456/00, com a seguinte redação, verbis: "art. 91. A concessionária poderá suspender o fornecimento, após prévia comunicação formal ao consumidor, nas seguintes situações: Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio doPROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com I - Atraso no pagamento da fatura relativa a prestação do serviço público de energia elétrica; (...). § 1º a comunicação deverá ser por escrito, específica e de acordo com a antecedência mínima a seguir fixada: A) 15 (quinze) dias para os casos previstos nos incisos I, II, III, IV e V; (...)”. (grifo nosso) Pelos dispositivos legais acima citados, a ré deveria notificar por escrito a autora, com antecedência mínima de 15 dias, dando-lhe oportunidade de regularizar o pagamento da conta, antes de interromper o fornecimento de energia elétrica, fato que não ocorreu. 2. DA COBRANÇA VEXATÓRIA / DO DANO MORAL De acordo com o previsto no artigo 42 do CDC, é vedada a exposição do consumidor inadimplente ao ridículo ou qualquer outra espécie de constrangimento ou de ameaça para cobrar-lhe dívida, sob pena de responsabilidade civil pelos danos provocados. “Art. 42. Na cobrança de debito, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.” Ora, Excelência é a exata situação encontrada neste processo. O fato de a Requerida ter, instalado no medidor que fica localizado na frente da residência da autora, adesivo informando sobre o corte Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com de energia elétrica, com o objetivo de expô-la a irrisão de seus vizinhos, parentes e todos os demais que trafegaram na rua da Autora no dia do fato, tipifica verdadeiro exercício irregular de direito ou, por outra, exercício arbitrário das próprias razões, tudo visando que a Autora pagasse, sob pressão, e a qualquer custo, a dívida que jamais negou existir. Entretanto, frise-se que o corte deve ser feito pelos meios legais, regulares e discretos, devendo o credor enviar notificação previa com 15 dias de antecedência o que não fez. Para evitar excessos e abusos, recomenda SÉRGIO CAVALIERI (Programa de Responsabilidade Civil – 2ª Edição – Ed. Malheiros – São Paulo – 1998), com razão, que só se deve reputar como dano moral: “a dor, o vexame, o sofrimento e a humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar.” É inegável, data vênia, o profundo sentimento de frustração e tristeza experimentado pela parte Autora pelo fato de estar sendo julgada ou, ao menos, sendo considerada má pagadora, quando na verdade, não o é, e sempre honrou rigorosamente com os seus pagamentos, pois presa pelo zelo da sua imagem e honra. Ocorre que, por motivos alheio a sua vontade, encontrava-se, naquele momento, em débito de uma fatura, o que, em hipótese alguma, autoriza ou permite, que a Ré a exponham a situações vexatórias. Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com Para o iminente jurista CARLOS ROBERTO GONÇALVES (Responsabilidade Civil – 8ª edição – Ver. de acordo com o nosso Código Civil – Editora Saraiva – 2003): “o dano moral, salvo casos especiais, como o de inadimplemento contratual, por exemplo, em que se faz mister a prova da perturbação da esfera anímica do lesado, dispensa prova em concreto, pis se passa no interior da personalidade e existe in re ipsa. Trata-se de presunção absoluta. Desse modo, não precisa a mãe comprovar que sentiu a morte do filho; ou o agravado em sua honra demonstrar em juízo que sentiu a lesão; ou o autor provar que ficou vexado com a não- inserção de seu nome no uso público da obra, e assim por diante”. Sendo assim, a reparação pelos danos sofridos pela Autora reside no pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada pelo juiz, que possibilita ao lesado uma satisfação compensatória de sua dor íntima e dos dissabores sofridos, em virtude do constrangimento sofrido em razão da conduta, arbitrária e ilegal, perpetrada pela Demandada. Sobre a matéria aqui debatida e, em casos similares, os Tribunais tem decidido: RECURSO INOMINADO. COBRANÇA VEXATÓRIA. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE ANOS MORAIS. PROVA TESTEMUNHAL QUE ATESTA A EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR DEVEDOR À TERCEIROS (VIZINHOS). DANOS MORAIS CONFIGURADOS NO CASO CONCRETO. Hipótese em que recorre a parte ré da sentença que julgou procedente a ação para condená-la ao pagamento de R$ 6.000,00, a Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com título de indenização por danos morais em razão da realização de cobrança vexatória. Em suas razões recursais sustenta a inexistência de prova dos danos morais. Alternativamente, postula pela redução do valor da indenização. Não há que se falar em ausência de prova da cobrança vexatória, uma vez que conforme a prova testemunhal produzida à fl. 26, restou comprovado que o autor, na qualidade de consumidor devedor, teve sua vida exposta a terceiros, o que configura a cobrança vexatória. Recurso improvido no ponto. (TJ-RS - Recurso Cível: 71005283262 RS, Relator: Fabiana Zilles, Data de Julgamento: 28/07/2015, Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 29/07/2015) Portanto, o direito não repara qualquer padecimento, dor ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente. Tal interesse corresponde ao direito de manter sua reputação e idoneidade, conduta cautelosamente cuidada pela Requerente. Diante dos abusos aqui relatados e cometido pela Requerida, busca-se, ainda, a tutela deste MM. Juízo para que seja a partes Ré condenada na OBRIGAÇÃO DE FAZER, qual seja, a se retratar formalmente através de carta destinada a Autora pelos danos sofridos, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por descumprimento da obrigação, o que desde já fica requerido. 3. DOS DANOS MORAIS Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com O art. 5º, X, da Constituição da República assegura que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. O art. 186 do Código Civil, que é a base legal da responsabilidade extracontratual, prevê que: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Em se tratando de relação de consumo, a responsabilidade do prestador de serviço é objetiva, na forma do art. 14 do CDC, senão vejamos: Art. 14. O fornecedor de serviços responde,independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (grifo nosso) Assim, toda e qualquer conduta, seja ela, positiva ou omissiva, que moleste a personalidade do indivíduo, violando, assim, sua intimidade, vida privada, honra, imagem, produzindo, sofrimento, dor, humilhação e abalo psíquico gera dano de natureza moral. Cumpre destacar que, o dano moral, por se tratar de algo imaterial, encontra-se ínsito na própria ofensa, sendo desnecessária para sua configuração a prova de prejuízo de ordem material, já que possui natureza compensatória, atenuando de maneira indireta as consequências da conduta Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com culposa praticada pelo réu, motivo pelo qual afigura-se inviável a exigência da prova do efetivo dano, pois esse decorre do próprio fato ocorrido, é o chamado dano in re ipsa, resultante da simples conduta gravosa do agente ofensor, sendo presumíveis os prejuízos existente e já mencionados. No ensinamento de Sérgio Cavalieri Filho tem-se a compreensão da desnecessidade de prova quando se trata de dano moral puro (in Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 2ª tiragem, 2004, p. 100): “...por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano material. Seria uma demasia, algo até impossível exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através de depoimentos, documentos ou perícia; não teria ela como demonstrar o descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos meios probatórios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno à fase da irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais. Nesse ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. (...) Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti que decorre das regras de experiência comum”. No caso em tela, a parte autora além de ter o serviço o corte de energia elétrica interrompido sem nenhuma comunicação prévia, foi vítima de pratica abusivas e vexatórias perpetrada pela Ré, o que Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com intensifica os desgastes psicológicos sofridos. Ressalta-se que, o CDC em seu art. 42, vedada expressamente a exposição ao constrangimento ou a situação vexatória na cobrança de dívida, sob pena de responsabilidade civil pelos danos provocados. “Art. 42. Na cobrança de debito, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.” Ora, Excelência, a Ré além de efetua o corte de energia elétrica da residência da Autora sem nenhum aviso prévio, pregou o informativo sobre o corte, na frente da residência da Autora com o único objetivo de expô-la a irrisão de seus familiares, vizinhos e todos que ali passavam, o que tipifica verdadeiro exercício irregular de direito, ou mesmo, exercício arbitrário das próprias razões, pois esta conduta abusiva de não ter notificado a autora quanto ao corte, retirou a oportunidade da Requerente de regularizar o pagamento da conta, ressaltasse ainda que a Ré fez questão de expor a Autora ao ridículo para seus parentes, amigos, vizinhos e todos os demais que passaram trafegaram pela rua da Autora no dia do fato. Assim, a reparação, em tal caso reside no pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada pelo juiz, que possibilita a lesada uma satisfação compensatória de sua dor íntima e os dissabores sofridos, em virtude dos constrangimentos sofridos. Destaca-se, por oportuno, que a correção monetária no que tange Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com a indenização por danos morais deverá incidir desde a data do arbitramento, como assim estabelece a sumula 362 do STJ, in verbis: “Sumula 362 STJ: “A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.”(grifo nosso). Assim, em face dos danos morais indignamente amargados, requer seja a ré condenada à indenizar, a autora, a título de dano moral, o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) acrescido de correção monetária, conforme Súmula 362, do STJ. 4. APLICAÇÃO DO CDC – INVERSÃO DO ONUS DA PROVA O Código de Defesa do Consumidor prescreve, em seu art. 2°, ser consumidor: “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Sendo assim, inexistem maiores dificuldades em se concluir pela aplicabilidade do referido Código no caso em tela, visto que este corpo de normas pretende aplicar-se a todas as relações desenvolvidas no mercado brasileiro que envolva um consumidor e um fornecedor. Desse modo, é disposto no Código de Defesa do Consumidor, quanto a responsabilização do fornecedor de produtos e serviços pelos danos causados ao consumidor em decorrência de defeitos relativos à prestação de serviços, conforme se pode verificar. Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com “Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.” (grifo nosso) No caso presente, é cabível a inversão do ônus da prova, em virtude de estarem devidamente satisfeitos os requisitos para a sua ocorrência. A verossimilhança está comprovada através dos indícios apresentados nessa exordial e a hipossuficiência é evidente, tendo em vista que a requerida possui maior condições técnicas de trazerem aos autos elementos fundamentais para resolução da lide. Nesse sentido disciplina o Código de Defesa do Consumidor ao preceituar: “Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.” (grifo nosso). Portanto, requer a autora seja aplicado na integralidade o quanto disposto no Código de Defesa do Consumidor, devendo ser determinado a inversão do ônus da prova,tendo em vista a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência das partes Demandantes. Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com 5. DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA E DA OBRIGAÇÃO DE FAZER A antecipação da tutela está prevista no art. 300 do NCPC, e em especial, para casos como o presente, no art. 84 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor senão vejamos: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1º - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. § 2º - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (artigo 287 do Código de Processo Civil). § 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu. § 4º - O Juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com São requisitos para a concessão da tutela antecipada o fundamento da demanda e o justificado receio de ineficácia do provimento final, em síntese o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. No que se refere ao “fumus boni iuris”, os fatos acima elencados e as provas carreada aos autos indicam a presença do bom direito e a verossimilhança das alegações da Autora, não tendo as Ré respeitado e obedecido os ditames legais, sendo despiciendo cita-los novamente. Por sua vez o “periculum in mora”, se consubstancia no fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, que poderá ocorrer em decorrência da demora do procedimento que se cumprirá na presente demanda, perpetuando o sofrimento da Autora e ampliando os danos aqui denunciados. Assim, requer que seja concedida a antecipação da tutela específica, OBRIGAÇÃO DE FAZER, no sentido de que A RÉ SE RETRATE FORMALMENTE ATRAVÉS DE CARTA DESTINADA A AUTORA PELOS DANOS CAUSADOS, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), no caso de descumprimento da ordem. I. DO PEDIDO Isto posto, requer: Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com I. seja citada a Ré, na pessoa do seu representante legal, em endereço fornecido nesta exordial, para que tenha ciência de todos os termos da presente ação, e, assim, comparecer à audiência de conciliação, instrução e julgamento a ser designada por este MM. Juízo para, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão; II. seja concedida a antecipação da tutela específica OBRIGAÇÃO DE FAZER, para que a Ré se retrate formalmente através de carta destinada a Autora pelos danos causados, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por descumprimento da obrigação. III. Seja, a Ré condenada ao pagamento de indenização por DANOS MORAIS indignamente suportados pela autora, no montante de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) acrescido de correção monetária, conforme Súmula 362, do STJ; IV. seja deferida a inversão do ônus da prova, por força do art. 6º, inciso VIII, do CDC; V. sejam, as empresas Rés condenadas ao pagamento de honorários advocatícios, no percentual de 20% sobre o valor total da condenação, além de custas processuais; VI. seja julgada a total procedência da presente ação; Assinado eletronicamente por: GRAYCE KELLY SANTOS DE JESUS; Código de validação do documento: 57ba21c2 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. Rua Frederico Simões, 85, Caminho das Árvores, Salavador/BA 71.99139 5616 / 79.99916 4916 santosearaujo.adv@gmail.com Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos colacionados, depoimento pessoal das partes rés, oitivas de testemunhas, sem prejuízo de quaisquer outros que se fizerem necessários no curso da instrução processual. Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para meros efeitos fiscais. Termos em que, pede deferimento, Salvador/BA 02 de dezembro de 2016 p.p. Grayce Kelly Santos de Jesus OAB/BA: 49.099