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66150401-Processo Civil III Prof Stela Marlene Schwerz

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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
2º BIMESTRE 
SENTENÇA 
CONCEITO (ART. 203, §1): É o ato do juiz singular que tem por conteúdo as matérias do art. 
485 e 487 (resolução de mérito), e além disso, esta decisão encerra a fase cognitiva do 
processo. Qualquer decisão do juiz é decisão interlocutória, estiver encartada no art. 1.015 
desafia o recurso de agravo de instrumento. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO: 
1. TERMINATIVAS OU PROCESSUAIS (ART. 485): São sentenças que o juiz não 
consegue analisar o mérito, portanto, são sentenças que o sistema não aceita, as 
sentenças processuais que o juiz reconhece um vício processual gravíssimo não 
podendo assim, julgar o mérito, portanto assim, extingue o processo. Todas as 
sentenças terminativas, originam uma sentença que não tem aptidão para transitar em 
julgado. 
Quando há litisconsórcio unitário ou necessário, ou seja, se o autor não indica 
o endereço o do litisconsorte ou não integra no litisconsórcio, poderá ocorrer a extinção 
do processo. 
As matérias de ordem pública processuais são aquelas matérias que tem um 
regime diferente das demais, sendo elas: 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo 
e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
As matérias públicas não precluem e podem ser conhecidas a qualquer 
momento. E o juiz poderá reconhecer de ofício. 
O Juiz não poderá voltar atrás da decisão, pois há a preclusão pró-judicato, via 
de rega, mas nos casos do art. 485, nessas decisões terminativas, poderá o juiz retrata- 
se da sua decisão. E se parte não recorre da decisão, não poderá. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 
5 (cinco) dias para retratar-se. 
2. MÉRITO OU DEFINITIVAS (ART. 487): São aquelas que o juiz dirá que é perfeita, ou 
seja, que acabará com o litígio, assim, resolvendo o mérito; 
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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
Impede a repropositura e impede qualquer discussão após o mérito. E só ficam 
de ser revistas, excepcionalmente, entrando com uma ação rescisória para rever um 
vício em algum determinado processo. 
3. REPROSITURAS DAS AÇÕES EXTINTAS PROCESSUAIS (ART. 486): A parte só 
poderá repropor se corrigir o vício que levou a extinção. 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo 
a ação. 
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 
485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução 
do mérito. 
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das 
custas e dos honorários de advogado. 
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não 
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a 
possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EFICÁCIA: A sentença produz efeitos as partes, e esses efeitos 
nas relações jurídicas da sentença especificamente referem-se ao que é o objeto do pedido. 
Será uma relação entre pedido e sentença. 
1. DECLARATÓRIA: O juiz declara alguma matéria, inclusive quando julga uma ação 
improcedente, podendo ser, declaração de paternidade, p. ex. 
2. CONDENATÓRIA: A sentença terá o efeito condenatório. Sendo obrigação de fazer, 
não fazer ou dar, quando se quer uma conduta. 
3. CONSTITUTIVA: São aquelas que modificam extinguem, modificam ou criam uma 
relação jurídica, podendo ser, divorcio, p. ex. 
4. MANDAMENTAL: Será uma questão de ordenar algo, mandado de segurança, p. ex. 
ELEMENTOS (ART. 489): A sentença precisa ter alguns elementos/requisitos sob pena de 
nulidade. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I - O relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e 
da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - Os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - O dispositivo (decisório), em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe 
submeterem. Será a parte final que diante disso o juiz acolherá ou rejeitará o pedido do autor. 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I - Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação 
com a causa ou a questão decidida; 
II - Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência 
no caso; 
III - Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão adotada pelo julgador; 
V - Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
SENTENÇAS PROCESSUAIS: 
1. CARACTERÍSTICA: MODO CONCISO E FALSAS SENTENÇAS DE MÉRITO: Se o 
juiz não vai resolver o mérito, o modo conciso significa que, o juiz não precisa analisar 
a questão de mérito. As falsas sentenças de mérito, será quando por exemplo, ocorrer 
decadência ou prescrição 
2. MOMENTOS DE PROLAÇÃO DA SENTENÇA: Poderá ser proferida em um único 
caso, quando já há o mérito (Ex: liminar), o juiz em vez de determinar a citação do réu, 
o mesmo julgará improcedente liminarmente (EXEMPLO: quando há súmula, busca e 
apreensão etc.). 
Depois da contestação, na parte saneadora, se o juiz verificar que não precisa 
de realizar mais provas, poderá solicitar a antecipação de mérito. Quando houver 
necessidade de prova, ao final do processo, o juiz poderá resolver o mérito. 
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3. VÍCIOS DA SENTENÇA: A sentença pelo princípio da Correlação e da 
Correspondência, o juiz atrelara o pedido a sentença (art. 492): 
a. Extra petita: a natureza do que se pediu foi diferente, (apelação) 
b. Ultra petita: ganhou mais do que pediu (apelação) 
c. Cita/ infra petita: pediu x e y, mas o juiz só concedeu x, assim, caberá embargos 
de declaração 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte 
em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. 
4. PRECLUSÃO PRO-JUDICATO (ART. 494): Impossibilidade de o juiz decidir o que já 
foi objeto de decisão. 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - Para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; 
II - Por meio de embargos de declaração. 
5. COISA JULGADA: Definição (art. 502) 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão 
de mérito não mais sujeita a recurso. 
REEXAME NECESSÁRIO: 
1. CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA DECISÃO DO MÉRITO (ART. 496): O reexame é uma 
condição de eficácia das decisões de mérito contra o Estado dentro dos limites legais 
estabelecidos conforme o art. 496. A condenação do Estado de forma errônea, poderá 
acarretar um prejuízo ao Estado. Será estabelecido de ofício pelo juiz e não tem prazo. 
Somentedepois do reexame que se pode executar esta decisão contra o 
Estado, assim, só terão efeitos depois de confirmadas pelo Tribunal. O juiz quando 
profere uma decisão contra o Estado só podem ser executadas ou exigidas depois da 
confirmação do Tribunal, será feito automaticamente e independentemente de recurso. 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada 
pelo tribunal, a sentença: 
I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a 
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. 
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária. 
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na 
causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias 
e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: 
I - Súmula de tribunal superior; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio 
ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
2. LIMITES DE DECISÃO QUE SE SUBMETEM CONDENAÇÃO SUPERIOR: Exclui do 
reexame necessário as ações cuja condenação obtida for de valor certo e líquido, 
inferior a: 
a. União em 1.000 salários-mínimos 
b. Estados em 500 salários-mínimos 
c. Municípios 100 salários-mínimos 
3. NÃO SE SUBMETEM DECISÕES FUNDADAS: Em alguns casos, não se submetem, 
súmulas, recursos repetitivos e IRDR (Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas). O IRDR, não precisa julgar o único recurso várias vezes. 
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4. JULGAMENTO PARCIAL DO MÉRITO: É uma “sentença”, porque tem conteúdo de 
sentença, pois ela resolve uma parte do mérito, mas não é em si, a sentença. Se esta 
“sentença” condenou ao Estado em um valor superior, poderão ser submetidos aos 
reexames necessários, se for o valor maior estabelecido no art. 496. 
a. Sumula 45 (STJ) e reexame: A parte se quiser terá que recorrer, porque se tem o 
princípio dos recursos, que é chamado, princípio da proibição da reforma para pior 
(reformatue in pejus), ou seja, se só uma parte recorre em virtude do próprio recurso 
a situação não pode ser piorada. 
b. Sumula 44: A situação da Fazenda não pode ser piorada em virtude do reexame 
necessário. 
c. Reexame não é recurso: É uma condição de eficácia da sentença, ou seja, a 
decisão do Estado não transita em julgado enquanto não transitar em julgado. 
Existe assim critica a súmula 45 onde não se pode aplicar o princípio da proibição 
da reforma para pior para o recorrente, porque não existe recurso. O entendimento 
atual é de que, havendo reexame necessário mesmo que o tribunal verifique que a 
decisão está errada para favorecer a parte (não é o Estado), o Tribunal não pode 
reforma, ou seja, só pode efetuar o reexame para beneficiar o Estado, verificando 
se a decisão contra o estado estaria correta. 
5. COISA JULGADA (art. 502 a 508): Se da mesma forma de um recurso. Só ocorrendo 
das decisões proferidas de Juiz de 1º Grau, o acórdão não cabe, p. ex. A coisa julga 
então será uma decisão imutável e se não tiver recurso, a sentença não poderá mais 
ser discutida (transito em julgado). Esta decisão tem duas características: 
a. Coisa julgada Formal: O juiz proferiu uma sentença, a parte não ingressou com 
recurso dentro daquele processo se transitou em julgamento, a parte discutir aquela 
questão (endo processual). 
b. Coisa julgada Material: Nenhum outro juiz ou Tribunal poderá realizar esta questão 
se já transitou em julgado. 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão 
de mérito não mais sujeita a recurso. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. 
Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I - Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
II - A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: 
I - Se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato 
ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; 
II - Nos demais casos prescritos em lei. 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se 
operou a preclusão. 
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as 
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. 
A coisa julgada formal e material são no mesmo momento. 
6. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL (ART. 5º, XXXVI) 
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
COISA JULGADA 
LIMITES OBJETIVOS: Trata de definir “o que” se torna indiscutível pela coisa julgada. 
Art. 504. Não fazem coisa julgada: 
I - Os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
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II - A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
Exceção (art. 503): É a possibilidade de a relação prejudicial fazer coisa julgada, ou seja, 
relação que é admitida pelo juiz existente ou não na fundamentação. É narrada pelo autor na 
inicial e negada pelo réu na contestação. 
Há contraditório sobre esta questão, ou seja, o juiz comunica as partes, assim ampliando 
os limites da coisa julgada. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão 
principal expressamente decidida. 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: 
I - Dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - A seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo,não se aplicando no caso de revelia; 
III - O juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão 
principal. 
LIMITES SUBJETIVOS: Diz respeito aos sujeitos, ou seja, quem será atingido pela coisa 
julgada: apenas as partes que participaram do processo (nas ações individuais). 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
1. PRECLUSÃO (ART. 507) – Averbação para que o juiz decida sobre questões que já 
foram anteriormente decididas, as partes também não pode arguir questões que são 
acobertadas pela preclusão. 
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se 
operou a preclusão. 
2. PRINCIPIO DO DEDUZIDO E DEDUTÍVEL – Significa que, quando a parte ré ingressa 
com sua defesa ela tem uma obrigatoriedade, alegar toda a matéria de defesa na 
contestação, sob pena de preclusão, não terá outra oportunidade quanto o autor da 
ação não pode fazê-lo: se tem vários fundamentos para que o juiz acolha a pretensão, 
deverá indicar todos na inicial, não podendo indicar em outra ação e nem em outra 
oportunidade os outros fundamentos que não foram apresentados na atual (art. 508): 
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as 
alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS: O recurso é um remédio jurídico idôneo que busca 
ou que visa a reforma, invalidação, esclarecimento ou a integração da decisão impugnada. 
Deverá ser voluntário. Um remédio é uma invocação para correção de um erro, e a parte deverá 
arguir os vícios. O recurso precisa ser correto e previsto em lei. 
O inconformismo do próprio ser humano e controle das decisões (decisões 
corretas), são estes dois fundamentos que propiciam os recursos. 
VICIOS DOS RECURSOS: 
1. ERRO DE JULGAMENTO (REFORMA) /ERRO DE PROCESSO (INVALIDAÇÃO) 
(error in judicando): Quando o juiz avalia errado o arsenal probatório para que o fato 
existiu ou não existiu, aplicando errado a lei sobre um fato. Quando há erro de 
julgamento o Tribunal reforma a decisão e aplica a lei correta e quando a erro de 
processo, tem que se ter uma declaração de invalidação do processo em 1º grau. 
2. ERRO DE ESCLARECIMENTO OU INTEGRAÇÃO: Somente para embargos de 
declaração em caso de obscuridade, erro material etc. 
PRINCIPIOS QUE REGEM OS RECURSOS 
1. CORRESPONDÊNCIA/CORRELAÇÃO DA DECISÃO DA SENTENÇA E RECURSO: 
Para cada decisão se tem um recurso correto para impugnar a mesma decisão. 
2. UNICIDADE (SINGULARIDADE): Para cada decisão só cabe um único recurso. 
3. Exceção: acórdão proferido pelo tribunal de 2º grau, quando ocorrer a apelação e o 
acórdão ferir lei federal e a constituição caberá o recurso especial (STJ) e extraordinário 
(STF). 
4. TAXATIVIDADE: Só existem os recursos previstos no CPC e a competência será da 
União. 
5. FUNGIBILIDADE 
6. PROIBIÇÃO DA REFORMA 
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7. DUPLO GRAU 
RECURSO DE APELAÇÃO: 
CABIMENTO – Toda sentença, não interessa em qual processo a mesma foi proferida caberá 
o recurso de apelação. Decisões interlocutórias que não estão no rol do art. 1.015 serão objeto 
de impugnação como preliminar. 
APELANTES – A parte sucumbente (autor ou réu), ou os dois se ambos forem sucumbentes, 
Ministério Público e terceiro prejudicado. 
FATOS NOVOS – Podem ser arguidos fatos novos, mas somente fatos que decorreram depois 
da sentença ou se a parte ignorava ou desconhecia o fato na época de produção de provas, 
poderá ser arguido. Também, poderá ocorrer fato novo quando a parte não fala tudo para o 
advogado, e só no final em grau recursal, a parte quer revelar este fato. E até o terceiro 
prejudicado poderá trazer fatos novos. 
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se 
a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. 
REQUISITOS – São requisitos da admissibilidade da petição da apelação: 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
I - Os nomes e a qualificação das partes; 
II - A exposição do fato e do direito; 
III - As razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - O pedido de nova decisão. 
Apelação é um recurso que exige o preparo. 
PRAZO – O prazo para o recurso será de 15 dias uteis a partir da intimação da publicação da 
sentença. 
JUÍZO DE RETRATAÇÃO – Há a possibilidade de juízo de retratação, ou seja, é excepcional, 
do próprio juiz em virtude de o recurso de apelação voltar atrás na sua decisão. De ofício 
(competência dele) o juiz não poderá alterar, mas em virtude da Apelação o juiz poderá voltar 
atrás. 
Se o que se pede é parcial, há transito e julgado parcial, nesse caso o recurso é 
impugnado em apenas algumas partes e não toda a decisão do juiz. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - Indeferir a petição inicial; 
II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais 
de 30 (trinta) dias; 
IV - Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
V - Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral 
reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e 
X - Nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a 
falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto 
ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo 
e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende 
de requerimento do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 
5 (cinco) dias para retratar-se. 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR (ART. 332) 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
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III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a 
ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos 
do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação,o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, 
e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo 
de 15 (quinze 
PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL: Interpõe a Apelação perante o juiz de 1º grau e se for o caso 
de retratação, o mesmo se retrata e se não for caso de retratação ele mandará para o Tribunal 
de Justiça e lá terá o “Juízo de Admissibilidade”. Chegando lá, será distribuído a um Relator 
(Desembargador). O Tribunal é um Órgão Colegiado e lá dentro possuem várias Câmaras 
Cíveis. É o Relator que tem o primeiro contato com o Recurso de Apelação. 
1. REGRA GERAL – são os três julgadores (Relator + dois julgadores) e se pede que o 
Recurso seja incluído em uma Sessão de Julgamento (um dia da semana se reúnem 
para julgar), os dois julgadores terão apenas contato com o Recurso no dia desta 
Sessão. E esses dois julgadores podem ou não concordar com o relator. 
2. Se ocorrer algum vício no “Juízo de Admissibilidade”, o mesmo abre prazo para 
regularização (5 dias) se for sanável. Se for insanável, como intempestividade, abriu 
oportunidade para sanar o vício e a parte ficou inerte, neste caso o “Juízo de 
Admissibilidade é negativo”, portanto NÃO CONHECE O RECURSO. Quando o Relator 
não conhece o recurso, denominará “DECISÃO MONOCRÁTICA” do Relator, assim, 
nem irá o Recurso para a decisão colegiada, é uma decisão unipessoal, não dependerá 
do julgamento dos dois julgadores. 
3. A DECISÃO MONOCRÁTICA está sujeita ao “agravo interno”. O Agravo tem o objetivo 
de levar ao Órgão Colegiado a revisão da decisão monocrática. 
Não tendo decisão monocrática, terá o conhecimento do Recurso, assim será 
necessário abrir o contraditório e também o prazo para que o apelado apresente 
contrarrazões, neste momento poderá entrar com o recurso adesivo. Se for dar 
provimento também precisa abrir o contraditório. 
4. DECISÃO DE MÉRITO: O julgador poderá julgar o MÉRITO pela Súmula (consolidação 
objetiva da jurisprudência, ou seja, o tribunal reconhecendo já tendo formado um 
entendimento majoritário sobre determinada matéria, tem o dever de formalizar o 
entendimento por meio de um enunciado) ou precedente (qualquer julgamento que 
venha ser utilizado como fundamento de outro julgamento posteriormente proferido). Os 
juízes e os Tribunais são obrigados a aplicar o Precedente. 
5. NEGAR OU DAR PROVIMENTO (ART. 932, IV E V) 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
IV - Negar provimento ao recurso que for contrário a: 
a) Súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
V - Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
RECURSO ADESIVO: no momento das contrarrazões o apelado tem a oportunidade de entrar 
com recurso adesivo, onde poderá recorrer sobre alguma matéria da sentença. 
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EFEITOS DA APELAÇÃO: 
1. REGRA GERAL – tem efeito SUSPENSIVO “OPE LEGIS”, ou seja, a lei confere. 
Suspende os efeitos da decisão recorrida. 
2. EXCEÇÕES – Apenas no EFEITO DEVOLUTIVO, nos casos do artigo 1.012; 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua 
publicação a sentença que: 
I - Homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - Condena a pagar alimentos; 
III - Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV - Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - Decreta a interdição. 
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de 
publicada a sentença. 
3. CUMPRIMENTO PROVISORIO: Nessas hipóteses – EFEITO SUSPENSIVO “OPE 
JUDICIS”. O cumprimento desta decisão será provisório, pois ficará pendente. 
Cumprimento em 1º grau e o procedimento da apelação em 2º grau. Precisa-se 
demonstrar que o recurso será acolhido, e demonstrar que se houver o cumprimento 
provisório se terá um prejuízo irreparável. 
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por 
requerimento dirigido ao: 
I - Tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o 
relator designado para seu exame prevento para julgá-la; 
II - Relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4º Nas hipóteses do § 1º a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante 
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, 
houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
HIPOTESES E CABIMENTO (ART. 1.015): Cabíveis de decisões interlocutórias proferidas pelo 
juiz de 1º grau que estão taxativamente elencadas no art. 1.015: 
As decisões interlocutórias (esclarecimento, obscuridade) não se enquadram no conceito 
de sentença e que tem conteúdo decisório. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - Tutelas provisórias; 
II - Mérito do processo; 
III - Rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - Exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - Exclusão de litisconsorte; 
VIII - Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; 
XIII - Outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas 
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no 
processo de inventário. 
PROCEDIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO – PRAZO: O agravo é interposto 
diretamente no Tribunal de 2º grau no prazo de 15 dias úteis da intimação da decisão. 
Deverá ser interposto mediante petição escrita; 
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de 
petição com os seguintes requisitos: 
I - Os nomes das partes; 
II - A exposição do fato e do direito; 
III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; 
IV - O nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. 
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REGIME PARA INSTRUIR: 
1. AUTOS FÍSICOS (art. 1.017) – peças obrigatórias: comunicação ao juízo de 1º grau; 
precisa instruir. 
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: 
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão 
agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento 
oficialque comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante 
e do agravado; 
II - Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo 
advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. 
2. AUTOS ELETRÔNICOS – sem instrução e sem comunicação 
INSTIUIÇÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
1. EFEITO SUSPENSIVO: Quando a decisão foi positiva em 1º grau. Depois da análise o 
efeito suspensivo o Relator abre prazo para as CONTRARRAZÕES (contraditório), 
tendo o prazo de 15 dias. 
Se for o caso da intervenção do Ministério Público, o Relator intima o órgão 
para se manifestar com ou sem contrarrazões fluindo o prazo, tendo assim, 30 dias 
para incluir o seu Agravo na “Sessão de Julgamento”. Sendo três julgadores, podendo 
também ter voto vencido. 
2. EFEITO ATIVO OU ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL: A decisão é negativa, 
ou seja, o juiz não concedeu a antecipação de tutela, pode-se pedir a antecipação da 
tutela recursal, ou seja, o tribunal pode conceder a decisão que o juiz de 1º grau negou. 
Nem sempre o efeito suspensivo é suficiente para reformar a decisão anterior. 
3. VÍCIOS SANÁVEIS E INSANÁVEIS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO: O juízo de 
admissibilidade pode constatar a presença de vícios e o Relator decretará havendo 
vícios sanáveis com base no art. 932, determinar que a parte sane os vícios. Vícios 
insanáveis o Relator neste caso, irá INADMITIR o recurso, por ausência de requisito. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: 
CABIMENTO: Cabem em toda e qualquer decisão. Só caberá embargos de declaração ao 
próprio juiz porque só ele poderá sanar os vícios. Tem fundamentação vinculada, ou seja, a 
parte só pode alegar que o juiz ao sentenciar/decidir foi OMISSO, CONTRADITORIO, 
OBSCURO OU ERRO MATERIAL. O erro material poderá ser de ofício ou provocada, pois não 
há preclusão. 
EFEITO: Os embargos de declaração INTEMRROMPE O PRAZO PARA OUTROS 
RECURSOS. 
EFEITO INFRINGENTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Nos casos de Embargos não 
infringir na modificação da decisão, não terá contrarrazões, pois após esse Embargo terá o 
recurso para o prejudicado se impor. Ao corrigir o vício o juiz corrige sua decisão. 
Quando há “modificação da decisão” há necessidade de CONTRARRAZOES 
(contraditório), assim, o juiz fará um prognostico e abrirá prazo para outra parte, no prazo de 5 
dias. 
PREPARO: Os Embargos não há custas (preparo). 
TRIBUNAIS – EM MESA: Interposto o Embargo é o mesmo órgão julgado que o julga, no prazo 
de 5 dias (prazo impróprio), ou seja, não tem nenhuma consequência se o juiz não cumprir este 
prazo. 
Para os Tribunais, se entrar com Embargos contra um Acórdão, este Embargo será 
julgado na próxima “Sessão de Julgamento”, pois o Acórdão é proferido por órgão colegiado. 
O prazo assim para ingressar com os Embargos, se dá a partir da publicação do Acórdão. 
DECISÃO MONOCRÁTICA: A decisão monocrática fica sujeita também em Embargos, e quem 
julgará será sempre o órgão que proferiu a decisão, com prazo de 5 dias. 
FUNGIBILIDADE COM AGRAVO INTERNO – COMPLEMENTAÇÃO EM 5 DIAS (ART. 1.024): 
Se o relator entender que é caso de Agravo Interno e não de Embargos, mesmo assim, o mesmo 
recebe os Embargos de Declaração como um Agravo. Mas, como a fundamentação dos dois é 
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diferente, o relator aplica o princípio da fungibilidade, e precisará dar prazo de 5 dias para o 
embargante adaptar o instrumento como um Agravo de Interno. 
COMPLEMENTAÇÃO DO RECURSO (ART. 1024, 4): Tem uma decisão PROCEDENTE e um 
IMPROCEDENTE, um ingressa com APELAÇÃO e outro ingressa com EMBARGOS, o juiz 
precisa primeiro julgar o EMBARGOS, assim, o juiz muda sua decisão para PROCEDENTE, 
pois algo estava errado no processo. A outra parte que entrou com a apelação poderá 
complementar desta decisão. 
Art. 1.024 
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, 
o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) 
dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. 
RATIFICAÇÃO (ART. 1024, 5): Além de complementar é necessário RATIFICAR o recurso 
anterior ou se não quiser recorrer se houver alteração é necessário ratificar o recurso anterior. 
Art. 1.024 
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento 
anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação. 
PREQUESTIONAMENTO E EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Refere-se a um requisito 
especifico para os Recursos Especial e Extraordinário, é um requisito constitucional. Diz respeito 
a necessidade de o Tribunal enfrentar matéria de lei federal e constitucional na sua decisão. 
Assim, o Tribunal no Acórdão precisa analisar questão federal e constitucional para os Recursos 
Especiais e Extraordinários, e só cabem estes de Acórdão de Tribunal de 2º grau, quando a 
decisão do Tribunal ofende a lei federal (especial) e constitucional (extraordinário). Precisa 
assim, arguir estas ilegalidades e o Tribunal analisará estas questões. 
Se o Tribunal não o analisar, precisa-se ingressar com o Embargo de Declaração para 
pré-questionamento. 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de 
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o 
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
OS EFEITOS DO RECURSO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
1. INTERRUPTO: Interrompe prazos para outros recursos para impugnar a decisão. 
2. SUSPENSIVO: A decisão não produz efeitos, o único recurso que tem efeito 
suspensivo automático é o Recurso de Apelação, mas os Embargos não possuem 
efeitos suspensivos ope judicis. 
MULTA DO EMBARGOS: Em razão dos efeitos interruptivos dos Embargos, que pode 
transformar em um mecanismo para prejudicar a parte, atrasar o julgamento etc. Os Embargos 
podem ser impugnados várias vezes, mas se o juiz considerar protelatório e se a parte 
apresentar os mesmos embargos a multa poderá ser elevada até 10%. 
EMBARGOS PROTELATÓRIOS: Se o juiz ou o Tribunal perceber que há “Embargos 
Protelatórios” (para ganhar prazo), instaurará uma multa conforme o art. 1.026. E proibirá por 
mais de duas vezes o ingresso de Embargos. 
Art. 1.026 
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em 
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 
dois por cento sobre o valor atualizado da causa. 
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada 
a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará 
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário 
de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. 
VEDAÇÃO DO EMBARGOS: Se estiver por 2x considerados pelo juiz Embargos Protelatórios, 
ficasse proibido de ingressar com Embargos naquele processo. 
Art. 1.026 
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido 
considerados protelatórios. 
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AGRAVO INTERNO: 
CABIMENTO: Caberá agravo interno de qualquer decisão proferida pelo Relator. Fazendo com 
que o ÓrgãoColegiado confirme a decisão proferida pelo Relator. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão 
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 
PRAZO: Prazo de 15 dias. 
PROCEDIMENTO: É dirigido ao Relator e o mesmo poderá reformar sua decisão (juízo de 
retratação). Se reformar a decisão haverá a possibilidade da outra parte agravar, pois muda a 
decisão, ou seja, profere nova decisão (decisão monocrática). Se não se retrata haverá o 
julgamento colegiado, ou seja, que o Relator pedirá o dia de julgamento na “Cessão de 
Julgamento”. 
A decisão do Relator precisa utilizar novos argumentos, analisando a fundamentação 
do recurso de Agravo Interno. 
AGRAVO PROTELATÓRIO: Se a decisão do Relator está correta e mesmo assim se entra com 
o Agravo Interno e se considerar que o recurso de Agravo é protelatório, terá multa de 1% a 5% 
do valor da causa atualizada. Se os três julgadores considerarem inadmissíveis sobre o Recurso 
de Agravo. E para entrar com um próximo Recurso deverá pagar as custas desta multa. 
RECURSO ORDINÁRIO: 
CABIMENTO: Caberá sob decisões proferidas pelos Superior Tribunal de Justiça, Superior 
Tribunal Militar, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Superior do Trabalho para sentenças em 
1º grau. 
1. STF - Se for Sentença Negativa (delegatória) caberá o Recurso Ordinário para o STF; 
O STF atuará como órgão de 2ª instância. 
2. STJ - Quando for em relação ao Estado Estrangeiro ou competência internacional a 
competência será do STJ. 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - Pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de 
injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; 
II - Pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou 
pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a 
decisão; 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional 
e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
FUNÇÃO DO STF E STJ INTERPRETATIVA: Sendo uma função interpretativa, ou seja, estes 
Tribunais filtram para o julgamento para que não tenha um acumulo incabível para estes 
Tribunais, por isso se tem alguns requisitos para que estes recursos sejam julgados, assim, é 
uma interpretação da Lei Federal e da Constituição. 
CARACTERISTICAS COMUNS: 
1. São chamados de “Recursos Excepcionais” por que não há 3º grau, então a 
interpretação destes Tribunais é a última. Precisa-se esgotar todas as possibilidades 
dos recursos anteriores, para assim, poder ingressar com os recursos extremos 
(excepcionais). 
2. Não se discute matéria fática, se o fato está comprovado ou não, isto não pode ser 
objeto de discussão, e sim de discussão de uma súmula. 
SUMULA 7: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 
3. Não se discute clausula contratual, se é somente uma questão de cumprimento de 
cláusula de contrato, não se discute em Recurso Ordinário ou Extraordinário, pois não 
ofende nem Lei Federal e nem constitucional. Mas, poderá impugnar se não está de 
acordo com Lei Federal ou Constitucional. 
4. No prequestionamento, a matéria precisa ser enfrentada a tese sobre a Lei Federal ou 
Constituição no Acordão (decisão colegiada). E não for acatada pelo Órgão Colegiado 
caberá Embargos de Declaração. 
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5. Terão EFEITOS DEVOLUTIVOS, ou seja, não impede recebido o recurso e remetido 
aos Tribunais Superiores, executar a decisão em 1º grau, a parte beneficiada pode 
requerer a execução provisória em 1º grau (cumprimento provisório da sentença), pois 
não impede que a decisão gere efeitos. 
6. A regra, será o devolutivo e excepcionalmente o efeito suspensivo “ope judicis” contendo 
os requisitos de fumo boni iuris e periculum in mora. 
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS: 
1. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- 
lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, 
quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
• Repercussão geral, onde o STF só pode julgar matérias relevantes para a sociedade, 
tendo reflexos sociais, jurídicos e econômicos 
2. RECURSO ESPECIAL 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a 
decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
• Nos casos dos JECRIM caberá Recurso Extraordinário, mas não cabe Recurso 
Especial, pois lá não tem um Tribunal, e sim, os próprios juízes se reúnem para decidir 
sobre o Recurso, não tendo assim, um Tribunal que se exige para o Recurso Especial. 
PROCEDIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL: 
1. Se um acórdão ofende Lei Federal e Constituição será necessário arguir os dois 
recursos, esta interposição será perante o TRIBUNAL “A QUO” 
2. Prazo de 15 dias; 
3. Petição dirigida ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de 2º grau, por que são 
eles que farão o JUIZO DE ADMISSIBILIDADE PROVISÓRIO. 
4. Precisa-se apontar no Recurso qual é a hipótese de cabimento da Constituição e nas 
razões precisa expor o fato, o direito e especificamente necessita demonstração de 
ofensa a Lei Federal ou a Constituição. 
5. Efetua-se o pedido de anulação do Acórdão ou de rejulgamento da causa e haverá a 
abertura de prazo para o contraditório no prazo de 15 dias, antes do Juízo de 
Admissibilidade e depois disso os autos serão levados ao Presidente ou ao Vice- 
Presidente para que se verifique os requisitos de Admissibilidade (Juízo de 
Admissibilidade). Este juízo será provisório, porque esta decisão ficará sujeita a 
REVISÃO PELO STJ E PELO STF. É provisório porque se o Tribunal negou 
seguimento, ingressa com um Agravo fazendo com que o Tribunal Superior analisando 
a decisão, se está realmente correta ou não. 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para 
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao 
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: 
I – negar seguimento: 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal 
não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto 
contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal 
exarado no regime de repercussão geral: 
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em 
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, 
respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; 
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II – encaminharo processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão 
recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça 
exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo 
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria 
constitucional ou infraconstitucional; 
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, 
nos termos do § 6º do art. 1.036; 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal 
ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: 
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de 
recursos repetitivos; 
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
§1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal 
superior, nos termos do art. 1.042. 
§2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do 
art. 1.021. 
6. Depois do recurso recebido são distribuídos e terá um julgamento colegiado (três 
julgadores), terá a figura do Relator que posteriormente incluirá na Sessão de 
Julgamento e o recurso é julgado, porém a parte ingressa com o recurso no Tribunal 
Superior errado, assim distribuindo os autos ao competente. 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO: 
1. FINALIDADE – tem como finalidade de impugnar o JUÍZO NEGATIVO (ausência de 
admissibilidade) sobre o Recurso Especial e Extraordinário. Poderá também ingressar 
com Agravo no JUIZO “A QUO” (2º grau), quando o Presidente ou o Vice-Presidente 
nega. 
2. PRAZO – 15 dias, bastando a petição de solicitação e sem recolhimento de custas. 
3. NEGAÇÃO AO SEGUIMENTO – em hipótese negar seguimento a este Recurso, por 
que a competência para julgar este tipo de Recurso é o STJ e o STF. 
4. JUIZO DE RETRATAÇÃO – Este Agravo permite o juízo de retratação pelo Presidente 
ou Vice-Presidente e da mesma forma será distribuído, definido o Relator se ele 
reformar a decisão do Presidente ou Vice-Presidente não só determinar que o Recurso 
prossiga, mas sim também, de fazer o julgamento ao mérito do Recurso Especial e 
Extraordinário, se houver obviamente ADMISSIBILIDADE DO RECURSO, ou seja, se 
houver a reformar da decisão do Presidente ou Vice-Presidente. 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: 
CABIMENTO: Só cabem no âmbito dos Tribunais Superiores e só caberá no âmbito interno 
quando houver a divergência entre os órgãos fracionados (turmas). Assim, unifica 
entendimentos quando ocorrem divergências entre as turmas. 
1. STJ - no STJ será a Sessão que julgará os embargos (junção de duas turmas). Se 
houver divergência irá para uma Corte Especial (mais velhos), assim, esta Corte julgará 
divergência entre turma e Sessão. 
2. STF – No STF, tem-se só duas turmas e o órgão máximo é o Plenário. O Plenário reunirá 
e gerar Sumula de jurisprudência ou um Precedente. 
REQUISITOS PARA OS EMBARGOS DE DIVERGENCIA: 
1. Interpõe perante o Relator que analisou o Especial ou Extraordinário que efetuará o 
Juízo de Admissibilidade no prazo de 15 dias 
2. Precisa ter a prova da divergência entre julgados do mesmo Tribunal por transcrição ou 
indicando a fonte para que o Tribunal possa conferir. 
3. Precisa demonstrar o cotejo analítico, que os fatos são os mesmos, porém a aplicação 
da lei foi diferente. 
4. A regulação deste procedimento está no Regulamento Interno de cada Tribunal. 
5. Possibilidade de interposição de recurso extraordinário de ações originárias, em que o 
STJ julga pela primeira vez, como os mandados de segurança. Caberá assim, se 
ofender a Constituição. 
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a. EXCEÇÃO: Embargos de divergência têm efeitos DEVOLUTIVOS, e podem ter 
efeitos SUSPENSIVOS “OPE JUDICIS” assim, tem efeitos interruptivos. Antes 
do recurso extraordinário, precisaria impugnar os embargos de divergência, por 
isso fica interrompido. 
INCIDENTES: 
CABIMENTO: ocorrem durante os recursos. Quando o processo chega em fase recursal ou 
originaria se submete a distribuição mediante sorteio para definir quem será o Relator (art. 932). 
Será ele que fará o Juízo de Admissibilidade, e se tiver algum vicio sanável, deverá abrir prazo 
de 05 dias para este vicio ser corrigido. 
Se não for o caso de julgamento monocrático do Relator, o mesmo levará este processo 
para a Sessão de Julgamento (Sessão colegiada). Ele pede para o Presidente da Câmara para 
inclusão na pauta e as partes precisam ser intimadas sobre esta Sessão, e elas podem 
participar, também elas podem realizar até sustentação oral sobre as razões que estão no 
recurso, não poderá sustentar prova nova. Esta sustentação oral, poderá ser realizada via 
conferência. 
ALTERAÇÃO DO JULGAMENTO POR AMPLIAÇÃO DO QUORUM DO JULGAMENTO (ART. 
942): De acordo com o art. 942 do novo CPC, será aplicada a técnica de julgamento consistente 
na convocação de novos julgadores em número suficiente para garantir a possibilidade de 
inversão do resultado inicial, com nova sustentação oral, quando: 
1. Em apelação, pouco importa se de mérito ou meramente extintiva, se confirmou ou 
reformou a sentença recorrida, desde que o primeiro julgamento seja por maioria; 
2. Em ação rescisória, quando o resultado, por maioria, for no sentido da rescisão da 
sentença; 
3. Em agravo de instrumento interposto contra decisão que julga parcialmente o mérito, 
houver reforma da decisão do juiz de primeiro grau. 
Esse mecanismo, conquanto não tenha natureza recursal, faz lembrar os embargos 
infringentes. Por não ser recurso, no entanto, não depende de interposição, constituindo apenas 
uma fase do julgamento da apelação, do agravo de instrumento contra decisão de mérito e da 
ação rescisória, não unânime. 
Quando houver voto vencido, o próprio Tribunal amplia o quórum de julgamento para se 
alterar a decisão. 
Aplica-se também este procedimento, na AÇÃO RESCISÓRIA, mas apenas se esta ação 
for julgada procedente, assim, um dos julgadores diz que está correta. 
Poderá também ampliar a figura do AGRAVO DE INSTRUMENTO quando houver o mérito, 
assim, mesmo sendo julgado em 1º grau, poderá instaurar incidentes. 
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA (ART. 947): Na pendência de julgamento de 
recurso, reexame necessário, ações originarias, e havendo também questão relevante de direito 
ou social e que essa demanda não seja repetitiva, mas ela é relevante. Assim, pressupõe que 
se não terá repetição de processos, porém o assunto é muito importante. 
Poderá arguir pelos julgadores, pelas partes, pelo Ministério Público e pela Defensoria 
Pública (quando atuar no processo). 
A decisão tomada neste incidente ela terá o poder de vincular ou de tornar obrigatória a 
adoção do entendimento deste julgamento a todos os outros entendimentos desta matéria, ou 
seja, deverá ser repetido nos demais casos, torna-se assim, um precedente. 
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR): quando o juiz de 1º 
grau verifica que há a possibilidade de repetição de demandas, ele mesmo enviará oficio para o 
Tribunal e instaura essa demanda. Havendo a instauração do incidente a iniciativa poderá ser 
do juiz de 1º grau, das partes, do Ministério Público. 
Da decisão do IRDR caberá recurso Especial e Extraordinário. 
O contraditório do IRDR se faz por audiências públicas e intervenção do “amicus curiae”. 
Caso já tenha um incidentee deste foi feito uma tese para todos os recursos da mesma 
matéria e juiz de 1º grau não concorda e julgue diferente terá reclamação (art. 988). 
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RECURSOS REPETITIVOS (ARTS. 1.036 a 1.041): para recurso Especial e Extraordinário. 
Detectado a multiplicidade de recursos com o mesmo tema no âmbito do Tribunal de 2º 
grau, ou caso, não tenha detectado em 2º grau o próprio STJ ou STF poderá detectar esta 
multiplicidade, para instaurar o julgamento do recurso repetitivo. 
O cabimento se encontra na REPETIÇÃO de recursos especial e extraordinário no 
mesmo tema. 
Sendo assim, a IDENTIFICAÇÃO DESTA MULTIPLICIDADE é, portanto, uma fase 
anterior a instauração e identifica-se qual é o tema que se repete e faz a SELEÇÃO DE 
RECURSOS, e esta seleção poderá ocorrer tanto no Tribunal de 2º grau como também, pelo 
STJ ou STF, sendo esta técnica chamada de TÉCNICA POR AMOSTRAGEM. Esta técnica 
seleciona alguns recursos que serão julgados. 
1. CRITÉRIOS PARA ESTA SELEÇÃO DOS RECURSOS 
a. Serão selecionados os que tiverem a maior diversidade de fundamentação, ou 
seja, quando este recurso for julgado ele representará vários recursos, então 
quanto mais aspectos para o julgamento melhor será. 
b. Selecionados estes recursos terá a figura da SUSPENSÃO destes processos 
que possuem esta controvérsia que vão ficar aguardando o julgamento por 
amostragem. Também tem a possibilidade do RECORRIDO PEDIR A 
EXCLUSÃO DA SUSPENSÃO, assim, o processo foi suspenso em razão da 
identificação deste tema com outro que vai ser julgado pelo STJ ou STF, porém, 
verificando-se que o tema não é idêntico poderá a exclusão da suspensão. 
c. Não havendo requisito de Suspensão, nos tribunais Superiores detectarão 
quais são os temas que são afetados, assim, se tem uma DECISÃO DE 
AFETAÇÃO. A Decisão de Afetação é quando o Tribunal identifica a tese que o 
mesmo julgará e essa tese que se repete nos recursos repetitivos, e, portanto, 
esta decisão decidirá qual será o objeto de recurso. 
d. Há possibilidade na instrução de se ter a designado AUDIENCIAS PÚBLICAS 
e nestas audiências públicas todos aqueles que têm recurso suspenso podem 
participar se houver interesse e também, tem a intervenção do AMICUS 
CURAE. 
e. Poderá ser mudado este precedente, quando houver um novo argumento que 
não foi considerado no julgamento anterior, assim, se pode pedir a REVISÃO. 
Porém, se já estiver este fundamento analisado e rejeitado, não se pode pedir 
a revisão do precedente. 
f. Depois da instrução terá o julgamento do recurso, e este julgamento que gerará 
o precedente. 
O julgamento do recurso repetitivo se dá no Órgão Especial (composição qualificada), 
porque são eles que tem a competência para fixar precedente e para julgar por meio de 
precedente. Este julgamento único será repetido em todos os recursos suspensos e norteará os 
julgamentos das decisões futuramente, e assim, estes recursos quando estiverem presentes a 
figura do precedente, o Relator poderá julgar o mérito do recurso. 
AÇÕES AUTONOMAS DE IMPUGNAÇÃO: Os recursos são interpostos na mesma 
relação jurídica onde a decisão é proferida, aliás, o recurso evita o trânsito em julgado para que 
se pode neste mesmo processo tenha a possibilidade de discussão. As ações autônomas, 
cabem quando o processo já está encerrado, ou seja, se tem o transito julgado da decisão, mas 
mesmo assim se pode impugnar esta decisão. 
Assim, estes “Sucedâneos Recursais” fazem as vezes do RECURSO, mas não são 
recursos, e sim, ações autônomas. 
É uma relação jurídica nova processual, portanto se tem a petição inicial é um 
procedimento diferenciado daquele processo anterior onde a decisão foi proferida. 
AÇÃO RESCISÓRIA: Visa a desconstituição de uma decisão com transito em julgado e, além 
disso, via de regra, que se pede é a retirada da decisão do mundo jurídico e o rejulgamento da 
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Giovanna de Freitas Maciel - Processo Civil III – Prof. Stela Marlene Schwerz 
 
causa, ou seja, se pede uma nova solução jurídica para aquela lide. É uma ação de natureza 
descontitutiva negativa; 
1. PRESSUPOSTOS 
a. Se precisa de uma decisão de mérito (quando o juiz julga o pedido) - nos casos 
das decisões que não tem mérito, a ação rescisória não é o remédio correto, 
visto que o processo não transita em julgado. Sendo assim, pode-se repropor a 
demanda, visto que, só faz coisa julgada formal e não material. 
b. Se tem alguma hipótese do art. 966 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de 
simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - Ofender a coisa julgada; 
V - Violar manifestamente norma jurídica; 
VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser 
demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou 
de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - For fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
2. NATUREZA – a natureza do PRAZO DECADENCIAL, pois extingue o direito de 
rescindir. As ações que já decorreram o prazo de 02 anos denominarão de coisa 
soberanamente julgada, porque mesmo que, estas decisões, tenham o vício do art. 966, 
estas decisões ficam imunes a ataques, não se podendo entrar mais com a ação. 
3. PROCEDIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA: Poderá ingressar com a ação rescisória 
que participe da relação jurídica anterior (art. 319). Se tem a possibilidade de ter o 
pedido JUDICIS RESCINDENS E JUDICIUM RESCISSORIUM 
4. NÃO SE TEM O REJULGAMENTO A APENAS A RESCISÃO 
a. Quando se pede quando se retire do mundo jurídico apenas uma das coisas 
julgada 
b. Casos em que se tem o reconhecimento de incompetência absoluta (II e IV). 
5. AÇÃO PARCIAL – poderá ser PARCIAL, ou seja, se na petição inicial se tem três 
pedidos e o juiz acolhe os três pedidos e pode ser que a rescisória só impugne uma 
parte, e o VALOR DA CAUSA será somente o valor que se está impugnando deste 
pedido parcial e não a soma de todos os pedidos que ocorreram na petição inicial, 
assim, só contará o valor da causa que foi objeto de ação rescisória. E para a 
impugnação rescisória deverá depositar o valor de 5% do valor da causa da rescisória. 
Este valor se reverterá ao réu da ação rescisória se esta ação for julgada por 
unanimidade e inamissível e caso seja julgada procedente ou voto vencido este valor 
será levantado pelo autor da rescisória. 
6. COMPETÊNCIA – sempre será dos Tribunais (competência ABSOLUTA). Recursos 
cabíveis da decisão de acordão da Ação Rescisória também poderá ser objeto de 
Embargos de declaração, especial ou extraordinário.