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66230833-PLANEJAMENTO E GEST+âO DO TURISMO II -T+ëCNICO EM TURISMO

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e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 5
Meta da aula
•	 Apresentar	a	importância	do	planejamento	estratégico	para	
as	políticas	de	turismo	no	Brasil.
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:	
1.	 reconhecer	 a	 importância	 do	 planejamento	 estratégico	 do	
turismo;
2.	identificar	o	papel	das	principais	políticas	públicas	de	turismo	
no	Brasil;
3.	identificar	as	responsabilidades	do	poder	público,	da	inicia-
tiva	privada	e	da	sociedade	na	formulação	das	políticas	de	
turismo.
Pré-requisitos
Para	um	melhor	aproveitamento	desta	aula,	você	deve	rever:	
•	o	processo	de	construção	de	um	plano	de	desenvolvimento	tu-
rístico	de	um	destino	e	de	um	empreendimento,	assunto	visto	
na	Aula	4	da	disciplina	Planejamento	e	Gestão	do	Turismo;
•	os	conceitos	de	planejamento,	sustentabilidade,	gestão	e	de-
senvolvimento	turístico,	tema	estudado	na	Aula	1	da	discipli-
na	Planejamento	e	Gestão	do	Turismo.
Aula 1 | O desafio de planejar 
e elaborar políticas de 
turismo
Turismoe-Tec Brasil 6
A arte da política
O	escritor	Rubem	Alves	certa	vez	mencionou	em	um	de	seus	belos	escritos	
que	os	povos	são	movidos	pelos	seus	sonhos	e	que	para	administrar	esses	
sonhos	temos	a	política,	dessa	forma	entendida	como	“a	arte	de	se	adminis-
trar	os	sonhos	de	um	povo”.		
As	pessoas,	quando	se	reúnem	para	viver	em	um	determinado	espaço,	seja	
na	cidade,	seja	no	campo,	criam	regras	para	que	possam	conviver	melhor	e	
desfrutar	daquele	espaço.	Essas	regras	crescem	de	importância	quanto	maior	
a	população,	uma	vez	que	são	muitos	os	interesses	e	objetivos	envolvidos.	
A	criação	dessas	regras	acontece	por	meio	da	política,	que	no	dicionário	tem	
os	seguintes	significados:	
“Sistema	de	 regras	 respeitantes	 à	direção	dos	negócios	públicos.	Arte	de	
bem	governar	o	povo.	Conjunto	de	objetivos	que	formam	um	determinado	
programa	de	ação	governamental	e	condicionam	sua	execução”	(FERREIRA,	
2009,	p.	1.358).	
Entender	um	pouco	de	política	é	importante,	já	que	todos	somos	submeti-
dos	às	leis.	Temos	que	ter	claro	que	é	por	meio	dessa	arte	de	debater,	trocar,	
encontrar	 soluções,	 atender	 a	maioria	 que	 são	 elaboradas	 as	 regras	 e	 os	
meios	pelos	quais	o	coletivo	vive.	
Figura 1.1: A formulação de políticas deve representar a força e a união de um grupo. 
Nesta	aula,	você	irá	aprender	a	importância	do	planejamento	para	a	formu-
lação	de	políticas	para	o	turismo	e	como	o	poder	público,	a	iniciativa	privada	
e	a	sociedade	participam	desse	processo.	Vamos	lá!	
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 7
Glossário
A importância do planejamento estraté-
gico do turismo
O	processo	de	planejamento	é	longo	e	complexo,	e	depende	de	uma	série	
de	ações	e	etapas	para	se	concretizar.	Dessa	forma,	para	o	planejamento	e	a	
gestão	do	turismo,	são	indispensáveis	trabalhos	técnicos	que	consigam:	
•	 levantar	informações,	por	exemplo,	sobre	a	demanda	e	a	oferta	turística;
•	 subsidiar	os	gestores	da	atividade	turística,	tanto	ligados	ao	poder	público,	
quanto	à	iniciativa	privada	de	informações,	que	vão	facilitar	a	tomada	de	
decisão;	
•	 apoiar	a	inserção	da	população	nos	processos	de	tomada	de	decisão.
St
ep
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n	
St
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http://www.sxc.hu/photo/875412
Figura 1.2: É muito importante manter o equilíbrio entre os objetivos do poder pú-
blico, da iniciativa privada e da comunidade para que o planejamento e a gestão do 
turismo tenham êxito. 
O	desenvolvimento	da	atividade	turística	deve	acontecer	de	forma	gradual.	
De	preferência,	pensando	no	longo	prazo,	e	muitos	gestores	preocupados,	
por	exemplo,	com	as	questões	eleitorais	não	investem	no	planejamento	es-
tratégico.	
Para	esses	gestores,	o	período	de	quatro	anos	não	é	suficiente	para	mos-
trar	os	resultados	e	investimentos	na	atividade	turística.		Com	isso,	muitos	
concluem	que	não	há	reconhecimento	da	população.		Diante	disso,	a	cons-
trução	de	uma	base	sólida	para	o	correto	desenvolvimento	do	turismo	é	pre-
judicada.	Aqueles	que	possuem	pensamentos	mais	estratégicos	conseguem	
promover	o	desenvolvimento	da	atividade.	
O	trabalho	de	planejamento	deve	ser	iniciado	pela	análise	da	realidade	da	
atividade	turística,	 identificando	suas	deficiências,	 seus	valores,	suas	voca-
ções	e	os	impactos	possíveis.	É	fundamental	que	a	comunidade	e	a	iniciativa	
Subsidiar
Fornecer	insumos,	
suprimentos,	informações	
e	conhecimentos	que	
permitam	tomar	uma	
decisão,	escolher	a	melhor	
alternativa.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 8
privada	participem	e	contribuam	com	o	trabalho	de	gestão	do	turismo,	am-
pliando	a	participação	social	no	processo	de	tomada	de	decisões	do	setor.	
B	
S	
K
http://www.sxc.hu/photo/835200
Figura 1.3: A participação e a contribuição da comunidade e da iniciativa privada são 
fundamentais para a gestão do turismo.
O	planejamento	estratégico	de	longo	prazo	e	a	gestão	eficiente	da	atividade	
turística	aumentam	a	possibilidade	de	se	construir	políticas	consistentes	e	con-
dizentes	com	as	necessidades	do	país,	de	seus	estados,	regiões	e	municípios.
Para	assegurar-se	do	verdadeiro	valor	dos	resultados	alcançados	pelas	ações	
executadas,	será	preciso	monitorar	em	tempo	real	os	resultados	em	termos	
qualitativos	e	quantitativos,	o	que	garante	ao	gestor	a	segurança	de	estar	
caminhando	na	direção	correta,	a	possibilidade	de	alteração	da	rota	em	caso	
de	problemas,	a	eficiência	e	a	transparência	para	a	população.	
Veremos,	no	entanto,	que	para	garantir	que	o	desenvolvimento	do	turismo	
aconteça	de	forma	contínua,	é	necessário	construir	políticas	que	incentivem,	
regulem,	aprimorem	a	gestão	do	turismo.	
Benefício e impactos positivos
O	planejamento	estratégico	do	turismo	traz	diversos	benefícios	e	impactos	
positivos,	tais	como:
1. Atividade turística mais organizada e produtiva
Exemplo:	o	 sistema	de	voucher	único	de	Bonito,	no	Mato	Grosso	do	Sul.	
Este	sistema	permite	controlar	e	distribuir	os	pagamentos	para	todos	aqueles	
que	são	envolvidos	na	comercialização	do	destino	(agências	de	turismo	e	de	
receptivo,	guias,	proprietários	de	atrativos,	Prefeitura).	
Vale	a	pena	visitar	o	portal	
da	cidade	de	Bonito,	para	
tanto	acesse	http://www.
portalbonito.com.br
Mídias 
integradas
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 9
2. Controle de impactos ambientais e sociais
Quando	o	destino	turístico	consegue	estabelecer	alguns	limites	e	organizar	o	
uso	do	espaço	pela	atividade	turística.	Isto	é	feito	por	meio	de	planejamento,	
definição	de	metas	e	gestão	de	resultados.	
3. Maior fluxo de visitantes
O	objetivo	de	todo	destino	é	aumentar,	ordenadamente,	o	número	de	visi-
tantes,	pois	são	eles	que	vão	gastar	dinheiro,	utilizando	serviços	e	equipa-
mentos	de	fins	turísticos,	como	hospedagem,	alimentação,	transporte	etc.
4. Aumento da geração de ocupação e renda dentro do município
O	crescimento	do	fluxo	de	visitantes	ao	destino	faz	aumentar	o	número	de	
equipamentos	e	serviços.	Diante	disso,	é	preciso	contratar	mais	funcionários	
para	atender	os	turistas.	
5. Comunidade e turistas satisfeitos
Se	um	turista	viaja	e	sai	satisfeito	com	o	que	vivenciou,	com	certeza	irá	falar	
bem	do	destino	e	poderá	até	voltar.	O	turista	gasta	dinheiro	nas	cidades	que	
visita,	e	é	importante	que	esses	gastos	possam	ser	distribuídos	nos	mais	di-
versos	serviços	de	turismo,	que	empregam	e	sustentam	muitas	famílias.	
6. Melhor aproveitamento de esforços e recurso
É	importante	que	o	turismo	seja	uma	atividade	planejada	e	regulamentada	
como	 estratégica	 ao	 desenvolvimento	 de	 diversos	 destinos,	 estados	 e	 do	
país.	Para	isso,	é	preciso	formular	políticas	públicas,	como	veremos	adiante.
Prejuízos e impactos negativos
Já	a	falta	de	planejamento	estratégico	do	turismo	pode	ter	como	consequência	
prejuízos	e	impactosnegativos,	tais	como:
Turismoe-Tec Brasil 10
1. Especulação imobiliária
Quando	um	destino	começa	a	ficar	conhecido	e	frequentado,	muitos	se		in-
teressam	 em	 	 investir,	 em	 especular	 e	 em	 inflacionar	 o	 local,	 valorizando	
terrenos,	casas,	lotes	etc.	
Esse	processo	de	valorização,	em	muitos	casos,	está	fora	dos	padrões	daque-
les	que	vivem	no	lugar.	A	população	local,	que	não	pode	arcar	com	despesas	
tão	altas,	acaba	sofrendo	com	condições	ruins	de	moradia.		
2. Perda de identidade cultural
É	um	processo	em	que	há	uma	mudança	dos	valores,	costumes	e	hábitos	de	
consumo,	alterando	as	referências	culturais	da	população.	
3. Degradação ambiental
O	excesso	de	visitação	em	determinados	atrativos,	principalmente	os	natu-
rais,	como	cachoeiras,	trilhas	e	praias,	aumenta	o	acúmulo	de	lixo,	polui	as	
águas,	desmata	áreas	de	matas	e	florestas.
4. Recursos do município (das localidades) mal aproveitados
Quando	não	se	sabe	o	que	fazer,	não	se	sabe	com	o	que	gastar,	em	muitos	
casos	 sendo	desperdiçados	 recursos	financeiros	em	projetos	que	não	 têm	
sustentação	ao	longo	do	tempo.
5. Aumento da criminalidade
Sem	o	devido	planejamento	e	gestão,	pode	ocorrer	o	aumento	da	violência	
em	lugares	antes	tranquilos,	pois	quando	estes	se	tornam	conhecidos	pas-
sam	a	ser	visados	por	criminosos.		
6. Inflação de produtos e serviços
O	processo	de	valorização	fora	dos	padrões	de	consumo	da	população	local	
torna	o	acesso	a	produtos	de	necessidade	básica	difícil.
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 11
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1	
Tendo	como	base	o	que	você	aprendeu	sobre	planejamento	estratégico,	co-
loque	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso.	
a)	 (	 	 	 	 )	Diminui	as	chances	de	aumentar	os	 impactos	negativos	causados	
pelo	turismo.
b)	 (				)	Aumenta	os	números	da	criminalidade	em	um	destino	turístico.
c)	 (				)	Procura	distribuir	os	benefícios	ao	maior	número	possível	de	cidadãos.
d)	 (				)		Deve	ser	participativo	e	envolver	a	comunidade	de	destino.
e)	 (				)	Deve	ser	pensado	apenas	no	curto	prazo,	devido	à	urgência	de	orga-
nização	da	atividade	turística.
f)	 (				)	Traz	resultados	a	médio	e	longo	prazo.
g)	 (				)	Pode	aumentar	o	número	de	empregos	gerados	e	a	renda	da	popu-
lação	local.
Entendendo as políticas públicas de 
turismo no Brasil
O	Brasil	é	uma	república,	que,	de	forma	geral,	está	relacionada	com	o	povo	
no	poder,	onde	os	governos	representam	os	interesses	do	povo.	No	caso	bra-
sileiro,	somos	também	uma	federação,	cujo	território	é	dividido	em	estados	
e	municípios.	Por	isso	temos	três	níveis	de	governo,	o	federal,	o	estadual	e	o	
municipal,	sendo	que	a	todos	cabe	a	responsabilidade	de	promover	o	bem-
estar	da	população	e	o	desenvolvimento.	
Essa	estrutura	de	governo	amplia	a	participação	da	população	no	processo	
político,	possibilitando	ao	 cidadão	participar	do	processo	de	escolha	para	
todos	os	níveis	de	governo.	Todas	as	cidades	brasileiras	possuem	eleições,	no	
entanto,	a	participação	política	não	está	vinculada	única	e	exclusivamente	
ao	voto.	
Turismoe-Tec Brasil 12
As	políticas	públicas	 são	 elaboradas	de	 acordo	 com	o	ambiente	 econômico,	
social	e	cultural	no	qual	estão	inseridos	determinados	grupos	de	pessoas.	Resul-
tam,	assim,	do	somatório	dos	pensamentos	de	uma	época,	dos	valores	vigentes,	
da	forma	de	organização	dessa	população,	dos	elementos	institucionais	e	das	
relações	de	poder.
Por	políticas	públicas	entendemos	as	formas	de	regulamentar	determinado	
assunto,	como	turismo,	educação,	saúde,	habitação	etc.;	as	 formas	como	
deverá	funcionar	e	de	onde	provêm	os	recursos	financeiros	para	a	execução	
de	um	planejamento	para	cada	um	desses	assuntos.
A	formulação	de	políticas	para	um	setor	específico	como	o	turismo	depende	
da	sua	representatividade	para	a	população	e	para	o	desenvolvimento	do	
país,	estado	ou	município.	Essas	políticas	definem	as	diretrizes	que	promo-
vem	o	desenvolvimento	da	atividade	de	modo	a	gerar	mais	benefícios	às	
populações	locais	e	minimizar	os	impactos	negativos.		
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http://www.sxc.hu/photo/469075
Figura 1.4: As políticas públicas em turismo definem as diretrizes de forma que a 
atividade turística seja realizada sem gerar impactos negativos ao local. 
A	definição	e	a	efetivação	das	políticas	públicas	dependem	das	formas	como	o	
governo,	as	instituições	e	as	organizações	tomam	suas	decisões.	Para	elaborar	
políticas	públicas,	é	preciso	levar	em	consideração	alguns	elementos	como:
•	 os	mecanismos	de	participação	e	representação	das	pessoas	e	dos	grupos	
de	interesse;	
•	 as	características	físicas	do	local;
•	 as	questões	demográficas;
•	 a	história	do	local.
Elementos institucionais 
São	as	representações	dos	
diversos	interesses	existentes	
em	uma	sociedade	de	forma	
organizada,	sejam	eles	da	
sociedade	civil,	do	poder	
público	ou	da	iniciativa	
privada.
Diretrizes
Conjunto	de	instruções	ou	
indicações	para	se	tratar	
e	levar	a	termo	um	plano,	
uma	ação,	um	negócio.
Demográficas	
Relativas	à	demografia.	
A	demografia	é	o	estudo	
estatístico	das	populações,	
no	qual	se	descrevem	as	
características	de	uma	
coletividade,	sua	natalidade,	
suas	migrações	e	sua	
mortalidade	(FERREIRA,	
2009).
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 13
Agora	vamos	estudar	um	breve	histórico	das	principais	políticas	de	turismo	
implantadas	no	Brasil.
Vamos	viajar	um	pouco	no	tempo?
As políticas de turismo ao longo do tempo
Ainda	encontramos	muitas	dificuldades	para	encaixar	o	turismo	dentro	das	
políticas	públicas	produzidas	no	país.	O	 turismo	é	um	 fenômeno	 relativa-
mente	novo,	que	cresceu	de	importância	para	os	países	e	destinos,	principal-
mente	após	a	Segunda	Guerra	Mundial.		Sendo	assim,	ainda	precisa	ser	mais	
bem	estudado	e	analisado.	
A	evolução	das	políticas	públicas	de	turismo	no	Brasil	é	marcada	por	alte-
rações	de	direcionamento,	que	refletem	o	momento	em	que	foram	formu-
ladas.	 Existe	 uma	descontinuidade,	 notadamente	marcada	 pelo	 cenário	 e	
pelas	formas	de	governo.	
A	primeira	iniciativa	de	uma	política	de	turismo	no	país	tem	como	marco	o	
Decreto-Lei	nº	3.688,	de	2	de	outubro	de	1941,	quando	foram	cassadas	as	
concessões	para	funcionamento	dos	cassinos	no	Brasil.	Isso	trouxe	um	enor-
me	impacto	sobre	a	atividade	turística	em	pelo	menos	71	cidades	brasileiras	
que	possuíam	esses	estabelecimentos.
Em	1966,	por	meio	do	Decreto-Lei	nº	55/66	de	18	de	novembro,	criaram-se	
a	Empresa	Brasileira	de	Turismo	–	Embratur	–	e	o	Conselho	Nacional	de	Tu-
rismo	–	CNTUR.	A	Embratur	tinha	como	função	a	formulação	das	diretrizes,	
metas	e	 	 regras	que	administram	o	setor	turístico	 (função	executiva).	 Já	o	
CNTUR	era	responsável	por	garantir	o	cumprimento	das	diretrizes	e	metas	
estabelecidas	pela	Embratur	(função	executiva).	
No	entanto,	era	difícil	para	a	Embratur	fiscalizar,	pois	não	estavam	definidas	
as	atividades	consideradas	turísticas,	fato	que	veio	acontecer	10	anos	depois	
da	criação	da	empresa,	com	a	Lei	6.505,	de	1977.		
Com	o	fim	do	período	de	ditadura	e	o	 início	dos	governos	civis,	o	turismo	
passou	por	 uma	enorme	e	 radical	 transformação.	O	Decreto-Lei	 2.294,	 de	
novembro	de	1986,	determinava	que	os	serviços	 turísticos	 fossem	 livres	no	
exercício	de	suas	atividades,	acabando	com	o	poder	de	fiscalização	e	punição	
Turismoe-Tec Brasil 14
da	Embratur.	Esse	fato	trouxe	uma	avalanche	de	novas	agências	de	viagens	e	
outras	empresas	de	turismo	que,	por	não	serem	fiscalizadas,	pioraram	a	qua-
lidade	de	seus	serviços.	
Com	o	governo	de	Fernando	Collor	(1990	a	1992),	a	Embratur	sofreu	nova	
mudança	de	suas	 funções	e	atribuições	com	a	Lei	nº	8.181,	de	março	de	
1991.	Essa	lei	mudou	a	sede	da	empresa	do	Rio	de	Janeiro	para	Brasília	e	o	
perfil	jurídico	do	órgão,que	passou	de	Empresa	para	Instituto	Brasileiro	de	
Turismo,	sendo	transformado	em	autarquia.
Ao	 ser	 transformada	 em	 Instituto,	 a	 Embratur	 passou	 a	 ser	 vinculada	 ao	
Ministério	da	Indústria	e	Comércio,	sendo	seu	orçamento	vinculado	a	este.	
Enquanto	era	empresa	pública,	ela	 tinha	maior	 liberdade	de	arrecadação,	
por	meio	de	taxas,	contribuições,	multas	etc.	Já	como	Instituto,	suas	ações	
ficavam	limitadas	aos	objetivos	e	interesses	do	Ministério	da	Indústria	e	Co-
mércio,	que	pouco	investiu	na	Embratur.		
Foi	no	governo	Collor	que	o	país	teve	a	sua	primeira	política	nacional	de	turis-
mo,	por	meio	do	Decreto	448/92.	O	turismo	foi	considerado	como	uma	forma	
de	promoção	e	valorização	do	patrimônio	natural	e	cultural	brasileiro,	sendo	
incorporada	pela	Embratur	a	ideia	proposta	pela	Organização	Mundial	de	Tu-
rismo	de	que	este	ocorre	efetivamente	nos	destinos,	ou	seja,	nos	municípios.
A	Embratur	começou	a	repassar	as	diretrizes	de	desenvolvimento	diretamen-
te	às	prefeituras.	Dessa	forma,	ela	incentivava	a	participação	comunitária	e	a	
formação	de	conselhos,	o	que	nortearia	as	políticas	de	turismo	do	governo	
Fernando	Henrique	Cardoso	(1995-2002).	
A	Embratur,	vinculada	ao	Ministério	da	Indústria,	do	Comércio	e	do	Turismo,		
desenvolveu	uma	nova	política	nacional	de	turismo.	Esta	política	tinha	uma	
orientação	para	investimentos	em	infraestrutura	(Prodetur)	e	a	descentrali-
zação	das	ações	(PNMT).	
O	Prodetur	(Programa	de	Desenvolvimento	do	Turismo)	foi	um	programa	de	
investimentos	do	Governo	Federal	financiado	pelo	Banco	Interamericano	de	
Desenvolvimento	–	BID.	Esse	programa	promoveu	a	melhoria	de	aeroportos,	
rodovias,	equipamentos	turísticos	e	a	preservação	de	monumentos	históricos	
e	da	natureza.	
Autarquia	
Entidade	autônoma,	
auxiliar	e	descentralizada	da	
Administração	Pública.		Seu	
patrimônio	e	sua	receita	são	
próprios,	porém,	fiscalizados	
pelo	governo,	cujo	fim	é	
executar	serviços	de	caráter	
estatal	ou	interessantes	à	
coletividade.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 15
O	Programa	Nacional	 de	Municipalização	 do	 Turismo	 –	 PNMT	 –	 teve	 por	
objetivo	implantar	uma	gestão	do	turismo	descentralizada,	uniformizada	e	
integrada.	Com	esse	programa,	o	governo	federal	distribuiu	responsabilida-
des	para	o	setor	privado,	os	estados	e	os	municípios.	
O	Programa	Nacional	de	Municipalização	do	Turismo	foi	o	princípio	norteador	
da	política	de	turismo	no	Brasil	até	o	ano	de	2002.	Seu	objetivo	foi	fortalecer	
o	poder	público	municipal	para	que,	de	forma	conjunta	à	iniciativa	privada	e	
à	sociedade,	definissem	as	políticas	locais	de	turismo.
Em	2003,	no	governo	Lula	(2003-2010),	foi	criado	o	Ministério	do	Turismo	e	
lançado	o	Plano	Nacional	de	Turismo	–	PNT.	A	elaboração	do	PNT	aconteceu	
de	forma	participativa,	e	nela	colaboraram	representantes	do	setor	privado,	
secretários	estaduais	de	turismo,	pesquisadores	e	entidades	de	classe	e	cor-
porativas.	O	PNT	foi	elaborado	com	o	objetivo	de	diversificar	e	ampliar	os	
produtos	 turísticos	 brasileiros,	 prezando	 a	 qualidade,	 a	 competitividade	 e	
contemplando	as	diversidades	regionais.	
A
ut
or
	d
es
co
nh
ec
id
o
http://portaldoprofessor.mec.gov.br:8080/discovirtual/22005769860/img/Lulua.jpg
Figura 1.5: No governo de Lula foi criado o Ministério do Turismo.
Em	2004	foi	apresentado	o	Programa	de	Regionalização	do	Turismo	–	Rotei-
ros	do	Brasil,	como	instrumento	organizador	do	território	da	gestão	das	po-
líticas	de	turismo,	em	substituição	à	municipalização	até	então	desenvolvida.	
O	processo	de	regionalização	passa	pela	implantação	de	instâncias	de	gover-
nança	regionais	e	pela	formação	de	arranjos	produtivos	locais	e	regionais.	
Turismoe-Tec Brasil 16
O	objetivo	desse	projeto	é	melhorar	a	capacidade	gerencial	dessa	nova	esfe-
ra	de	governança	(a	região	turística)	que	ainda	não	dispõe	de	representantes	
tradicionais.	Conferir	legitimidade	e	poder	de	decisão	a	elas	é	um	dos	desa-
fios	do	Ministério	do	Turismo	desde	a	implantação	do	programa.	Essas	inicia-
tivas	são	novas	e	precisam	ser	aceitas	pela	sociedade	e	pelos	governos.	
	Em	2008,	para	consolidar	a	atividade	turística	como	estratégica	ao	país,	foi	
promulgada	a	Lei	nº	1.171/08,	conhecida	como	Lei	Geral	do	Turismo.	Nes-
ta	lei	estão	definidas	as	responsabilidades	para	organização,	planejamento,	
gestão	e	fiscalização	da	atividade	 turística	no	Brasil.	 É	a	primeira	vez	que	
uma	legislação	ampla	sobre	a	atividade	turística	é	formulada	e	aprovada.
Vejamos,	então,	um	pouco	mais	do	que	trata	essa	lei?	
A Lei Geral do Turismo
A	Lei	Geral	do	Turismo	(nº	1.171/08)	dispõe	sobre	a	política	de	turismo,	defi-
nindo	as	atribuições	do	Governo	Federal	no	planejamento,	desenvolvimento	
e	estímulo	ao	setor	turístico.	Também	disciplina	a	prestação	de	serviços,	o	
cadastro,	a	classificação	e	a	fiscalização	dos	serviços	turísticos.	
Os	princípios	da	Lei	Geral	do	Turismo	são:		
•	 a	livre	iniciativa;
•	 a	descentralização;
•	 a	regionalização;		
•	 o	desenvolvimento	econômico	e	social	justo	e	sustentável.	
O	Sistema	Nacional	de	Turismo	deve	ser	composto	por:
•	 Ministério	do	Turismo;
•	 Conselho	Nacional	de	Turismo;
•	 Embratur;
•	 Fórum	Nacional	de	Secretários	e	Dirigentes	de	Turismo;
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 17
•	 Órgãos	estaduais	de	turismo;
•	 Fóruns	e	Conselhos	Estaduais	de	Turismo;
•	 Instâncias	de	governança	regionais.
O	Ministério	do	Turismo	é	o	órgão	responsável	pela	elaboração	e	execução	
do	Plano	Nacional	de	Turismo.		Para	montar	o	PNT,	os	diversos	segmentos	
públicos	e	privados	interessados	devem	ser	ouvidos.	Isso	ocorre	por	meio	do	
Conselho	Nacional	de	Turismo	e	do	Fórum	Nacional	de	Secretários	e	Dirigen-
tes	de	Turismo.	
Essa	legislação	regulamenta	também	a	criação	do	Fundo	Geral	do	Turismo	
–Fungetur.	Este	fundo	tem	por	objetivo	criar	mecanismos	de	financiamento,	
apoio	e	participação	financeira	em	planos,	programas,	projetos,	ações	e	em-
preendimentos	reconhecidos	pelo	Ministério	do	Turismo	como	de	interesse	
turístico.	
A
fo
ns
o	
Li
m
a
http://www.sxc.hu/photo/784493	
Figura 1.6: O Fungetur é a garantia financeira à execução das políticas de turismo.
Além	dos	aspectos	relacionados	à	gestão	do	turismo	brasileiro,	a	Lei	Geral	do	
Turismo	trata	também	da	regulação,	fiscalização	e	punição	aos	prestadores	
de	serviços	turísticos	em:
•	 meios	de	hospedagem;
•	 agências	de	turismo;
•	 organizadores	de	eventos;
•	 transportadoras	turísticas;
Turismoe-Tec Brasil 18
•	 parques	temáticos;
•	 acampamentos	turísticos.
A	Lei Geral do Turismo é	um	marco	legal	que	coloca	para	o	setor	o	desafio	
de	se	profissionalizar	e	a	necessidade	de	melhor	organizar	a	sua	gestão	e	o	
tratamento	técnico.	Assim,	é	possível	ter	maior	continuidade	entre	as	ações	
de	governo	e	maior	garantia	de	qualidade	na	prestação	dos	serviços	turísti-
cos	em	todo	o	país.	
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Em	relação	às	políticas	de	turismo	no	Brasil,	é	correto	afirmar:
a)	 (				)	Como	o	turismo	tem	crescido	de	importância	para	a	economia	do	
país,	verifica-se	maior	preocupação	em	formular	políticas	públicas	sobre		
o	assunto.
b)	 (				)	A	lei	geral	do	turismo	é	um	marco	negativo	para	o	desenvolvimento		
do	setor,	pois	ela	coloca	a	necessidade	de	fiscalizar	os	estabelecimentos,		
o	que	torna	os	negócios	inviáveis.
c)	 (				)	As	políticas	de	turismo	tiveram	início	ainda	na	década	de	1940,	mas		
foi	principalmente	depois	da	redemocratização	do	país,	no	fim	da	década		
de	1980,	que	o	turismo	ganhou	importância	e	políticas	nacionais.
d)	 (				)	A	Lei	Geral	do	Turismo	é	um	mecanismo	que	diminui	as	possibili-
dades	de	se	mudar	radicalmente	a	política	de	turismo,	conferindo	maior	
continuidade	às	mesmas.	
e)	 (				)	O	principal	Programa	do	Ministériodo	Turismo	entre	2003	e	2010	é	
o	Programa	Nacional	de	Municipalização	do	Turismo.
f)	 (	 	 	 	 )	O	Programa	de	Regionalização	do	Turismo	divide	o	território	bra-
sileiro	em	regiões	turísticas,	mas	não	estabelece	a	necessidade	de	instituir	
instâncias	de	governança.
Lei Geral do Turismo 
Para	ler	toda	a	Lei	Geral	do	
Turismo.	acesse	http://www.
turismo.gov.br/turismo/
legislacao/legislacao_
geral/11771_lei.html.	Nesta	
página,	você	pode		baixar	a	
lei	na	íntegra.
Ilk
er
http://www.sxc.hu/
photo/1105360
Mídias 
integradas
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 19
g)	 (				)	O	Programa	de	Municipalização	do	Turismo	incentivou	os	municípios	
a	investirem	na	atividade	turística	como	fator	de	desenvolvimento	local.
h)	 (				)	As	políticas	públicas	são	elaboradas	de	acordo	com	o	ambiente	eco-
nômico,	social	e	cultural	no	qual	estão	inseridos	determinados	grupos	de	
pessoas.
Os papéis do poder público, da iniciativa 
privada e da comunidade 
Para	o	 sucesso	da	atividade	 turística,	é	 fundamental	que	o	poder	público	
desempenhe	seu	papel	com	responsabilidade	e	ética.	
Neste	sentido	o	papel	do	poder	público	deve	ser	mais	glo-
bal,	não	focado	apenas	no	turismo,	mas	também	direcio-
nado	para	a	formação	de	mão-de-obra	qualificada,	grupos	
de	gestores	locais,	preservação	da	fauna,	flora,	educação	
formal,	cultura,	esporte,	lazer.	O	trabalho	de	inclusão	pas-
sa,	assim,	por	uma	regulação	e	encaminhamento	dados	
pelo	poder	público	(BRASIL,	2009,	p.	109).
Assim	 colocado,	 percebe-se	 a	 importância	do	poder	público;	 no	 entanto,	
essa	atuação	é	ampla,	e	apenas	ela	não	garante	o	sucesso	do	turismo	em	um	
destino.	As	responsabilidades	devem	ser	divididas	entre	os	principais	grupos	
de	atores:	poder	público,	 iniciativa	privada	e	comunidade	(sociedade).	 	Se	
cada	um	cumprir	o	seu	papel,	as	possibilidades	de	sucesso	do	planejamento	
e	das	políticas	de	turismo	aumentam.	
Vamos	ver	quais	são	as	principais	obrigações	desses	grupos	de	atores?
O	poder	público	deve:
•	 estabelecer	as	diretrizes	políticas	para	o	desenvolvimento	do	turismo;	
•	 estabelecer	as	normas	e	os	regulamentos	de	preservação	do	patrimônio;	
•	 criar	uma	legislação	que	fiscalize	e	monitore	o	desenvolvimento	do	turismo;
•	 promover	o	desenvolvimento	da	infraestrutura	básica;	
Turismoe-Tec Brasil 20
•	 promover	o	desenvolvimento	turístico	nacional,	estadual	e	municipal;	
•	 captar	recursos	e	facilitar	a	obtenção	de	créditos	e	financiamentos;	
•	 realizar	pesquisas	e	estatísticas	sobre	o	turismo;	
•	 incentivar	a	capacitação	profissional.
A	iniciativa	privada	deve:
•	 atuar	no	desenvolvimento	dos	serviços	turísticos;	
•	 planejar	 o	 funcionamento	de	 atividades	 e	 equipamentos	para	 atender	
com	qualidade	o	turista;	
•	 organizar-se	em	associações,	cooperativas	etc.	
•	 gerar	empregos;
•	 manter-se	atualizada	quanto	às	tendências	do	turismo;
•	 sugerir	ao	poder	público	políticas,	estratégias	e	ações	que	beneficiem	a	
atividade	turística;
•	 pagar		impostos;
•	 realizar	pesquisas	com	turistas;	
•	 capacitar	seus	funcionários.
A	comunidade	deve:
•	 cobrar	a	atuação	efetiva	do	poder	público	no	desenvolvimento	do	turismo;
•	 ter	 consciência	 da	 importância	 da	preservação	do	patrimônio	 cultural,	
histórico	e	natural	do	local	e	contribuir	para	que	ela	ocorra;	
•	 sensibilizar	 o	 turista	 sobre	 a	 importância	de	 conservação	dos	 atrativos	
turísticos;	
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 21
•	 sugerir	ao	poder	público	políticas,	estratégias	e	ações	que	beneficiem	a	
atividade	turística;
•	 trabalhar	na	prestação	de	serviços	turísticos;	
•	 ser	ativa	politicamente.
Sendo	assumidas	essas	 responsabilidades,	 teremos	uma	atividade	 turística	
organizada,	que	minimize	os	impactos	negativos	e	traga	benefícios	à	socie-
dade,	ao	país,	ao	estado	e	ao	município.	
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
Relacione	os	grupos	de	atores	sociais	com	as	suas	respectivas	responsabilidades:
1.	 Poder	público.
2.	 Iniciativa	privada.
3.	 Sociedade/comunidade.
(				)	Planejar	o	funcionamento	de	atividades	e	equipamentos	para	atender	
com	qualidade	o	turista.
(	 	 	 	 )	Criar	uma	 legislação	que	fiscalize	e	monitore	o	desenvolvimento	do	
turismo.	
(				)	Ter	consciência	da	importância	da	preservação	do	patrimônio	cultural,	
histórico	e	natural	do	local	e	contribuir	para	que	ela	ocorra.
(				)	Atuar	no	desenvolvimento	dos	serviços	turísticos.
(				)	Sugerir	ao	poder	público	políticas,	estratégias	e	ações	que	beneficiem	a	
atividade	turística.
(				)	Estabelecer	as	diretrizes	políticas	para	o	desenvolvimento	do	turismo.
Turismoe-Tec Brasil 22
Conclusão
Para	o	desenvolvimento	do	turismo,	é	fundamental	a	formulação	e	o	plane-
jamento	de	políticas	públicas	que	incentivem	e	regulamentem	esse	processo.	
Para	tanto,	é	preciso	planejar	estrategicamente	a	atividade.		Atualmente,	há	
uma	preocupação	maior	nesse	sentido	no	Brasil.	O	envolvimento	das	 três	
esferas	de	governo,	da	iniciativa	privada	e	da	comunidade	é	essencial	para	
que	esse	processo	tenha	êxito.	
Resumo
•	 O	planejamento	estratégico	é	condição	para	a	formulação	das	políticas	
de	turismo.	É	um	processo	longo	e	complexo,	que	depende	de	uma	série	
de	ações	para	se	concretizar.	
•	 O	desenvolvimento	da	atividade	turística	deve	acontecer	de	forma	gradual,	
e	deve-se	pensar	nos	resultados	que	serão	obtidos	a	longo	prazo.
•	 É	fundamental	que	a	comunidade	e	a	iniciativa	privada	participem	e	con-
tribuam	com	o	trabalho	de	gestão	do	turismo,	ampliando	a	participação	
social	no	processo	de	tomada	de	decisões	do	setor.
•	 O	planejamento	estratégico	do	turismo	pode	trazer	diversos	benefícios,	
como	tornar	essa	atividade	mais	organizada	e	produtiva	e	aumentar	a	
geração	de	renda	dentro	do	município.	
•	 O	planejamento	estratégico	do	turismo	deve	evitar	os	impactos	negati-
vos,	como	a	especulação	imobiliária,	a	perda	de	identidade	cultural,	entre	
outros.
•	 As	 primeiras	 iniciativas	 de	 elaboração	 de	 políticas	 públicas	 de	 turismo	
aconteceram	a	partir	da	década	de	1960,	com	a	criação	da	Embratur.
•	 A	partir	da	década	de	1990	o	turismo	passou	a	ser	visto	como	estratégico	
para	o	país,	com	a	definição	e	implantação	de	programas	de	desenvol-
vimento.
•	 Os	principais	programas	de	desenvolvimento	do	 turismo	entre	1994	e	
2002	foram	o	Programa	de	Desenvolvimento	do	Turismo	(Prodetur)	e	o	
Programa	Nacional	de	Municipalização	do	Turismo	(PNMT).
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 23
•	 O	Prodetur	 tinha	como	objetivo	 investir	em	 infraestrutura	de	apoio	ao	
turismo,	como	estradas,	aeroportos,	saneamento	etc.
•	 O	PNMT	teve	como	objetivo	descentralizar	as	políticas	de	turismo,	incen-
tivando	os	municípios	a	investir	na	atividade	turística.
•	 Em	2003	foi	criado	o	Ministério	do	Turismo,	que	assumiu	o	planejamento	
e	a	organização	do	turismo	no	Brasil.
•	 O	principal	programa	do	Ministério	do	Turismo	entre	2003	e	2010	é	o	
Programa	de	Regionalização,	que	divide	o	território	brasileiro	em	regiões	
turísticas.
•	 Com	a	 criação	das	 regiões	 turísticas,	 são	 constituídas	 as	 instâncias	 de	
governança	regionais,	com	o	objetivo	de	melhorar	a	gestão	do	turismo	
nas	mesmas.	
•	 A	Lei	Geral	do	Turismo	define	as	responsabilidades	das	esferas	de	gover-
no	e	o	funcionamento	do	sistema	turístico	nacional.	Ela	estabelece	para	
o	setor	uma	base	legal	que	permite	definir	planos	de	desenvolvimento	
com	cenários	de	longo	prazo.	
•	 Os	três	níveis	de	governo	(federal,	estadual	e	municipal)	têm	a	respon-
sabilidade	 de	 promover	 o	 desenvolvimento	 e	 a	 proteção	 dos	 recursos	
turísticos.	
•	 O	poder	público,	a	iniciativa	privada	e	a	comunidade	possuem	responsa-
bilidades	específicas,	que	devem	ser	cumpridas	para	que	hajasucesso	no	
planejamento	e	nas	políticas	de	turismo.	
Informação sobre a próxima aula 
Na	próxima	aula,	você	irá	aprender	sobre	o	Sistema	Nacional	de	Turismo,	seu	
funcionamento	e	 seus	participantes,	 e	poderá	entender	 como	está	 sendo	
conduzido	o	turismo	no	país	na	atualidade.
Turismoe-Tec Brasil 24
Respostas das atividades
Atividade 1
a)	 V
b)	 F
c)	 V
d)	 V
e)	 F
f)	 V
g)	 V
Atividade 2	
a)	 (X)
b)	 (		)
c)	 (X)
d)	 (X)	
e)	 (		)
f)	 (		)
g)	 (	X	)
h)	 (	X	)
Atividade 3	
(2)
e-Tec BrasilAula 1 | O desafio de planejar e elaborar políticas de turismo 25
(1)
(3)
(2)
(3)
(1)
Referências bibliográficas
BOULLON, Roberto. Planejamento do espaço turístico. Tradução Josely Vianna Baptista. 
Bauru: EDUSC, 2002.
BRASIL. Lei n.º 11.771, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre a Política Nacional de 
Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e 
estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o Decreto-
Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março 
de 1991; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 18 set. 2008. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
legislacao/legislacao_geral/11771_lei.html >. Acesso em: 25 set. 2009.
BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento 
do Turismo: formação de gestores das políticas públicas de turismo. Florianópolis: SEAD/
FAPEU/UFSC, 2009.
FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo dicionário Aurélio: versão 5.0. 4.ed. Curitiba: 
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GOMES, Bruno; SILVA, Valdir; SANTOS, Antônio. Políticas públicas de turismo: uma análise 
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ROCHA, Jhonatan; ALMEIDA, Noslim. Políticas públicas federais de turismo: Uma análise 
circunstancial do Plano Nacional de Turismo 2003-2007. Revista Turismo & Sociedade, 
Curitiba, v.1, n.2, p. 105-116, out. 2008.
SILVEIRA, Carlos; PAIXÃO, Dario; Cobos, Valdir. Políticas públicas de turismo e a política no 
Brasil: singularidades e (des)continuidade. Revista Ciência e Opinião, Curitiba, v. 3. n. 1. 
Jan./ jun. 2006.
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 27
Aula 2 | O sistema nacional 
de turismo 
Meta da aula
•	 Apresentar	a	composição	do	Sistema	Nacional	de	Turismo,	des-
tacando	as	atribuições	dos	órgãos	que	o	compõem.	
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	 reconhecer	as	funções	do	Ministério	do	Turismo,	do	Conselho	
Nacional	de	Turismo	e	do	Fórum	de	Dirigentes	e	Secretários	de	
Turismo;
2.	 identificar	a	importância	do	processo	de	regionalização	do	turismo.
Organizando a gestão do turismo no Brasil
Você	já	parou	para	pensar	quantos	destinos	turísticos	temos	no	Brasil?	São	
muitos,	não	é	mesmo?	O	turismo	é	um	setor	muito	importante	para	o	nosso	
país,	e	organizá-lo	não	é	uma	tarefa	fácil.
Para	que	a	atividade	turística	tenha	êxito,	precisamos	contar	com	leis	e	ins-
tituições	que	estejam	voltadas	para	o	desenvolvimento	sustentável	do	turis-
mo.	São	muitos	os	fatores	envolvidos	no	processo	de	gestão	do	turismo.
Turismoe-Tec Brasil 28
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http://www.sxc.hu/photo/68918
Figura 2.1: As leis são fundamentais para que possamos desenvolver o turismo de 
forma sustentável.
Nesta	aula,	conheceremos	como	são	distribuídas	as	responsabilidades	entre	
os	diferentes	atores	sociais.	Aprenderemos	sobre	os	órgãos	colegiados	e	sua	
importância	na	tomada	de	decisão,	principalmente	após	a	instituição	do	Mi-
nistério	do	Turismo	e	da	promulgação	da	Lei	Geral	do	Turismo.
Sistema nacional de gestão do turismo
A	atual	política	nacional	de	turismo	tem	por	princípios	a	descentralização	e	
a	participação	na	construção	do	Plano	Nacional	de	Turismo.	Para	tanto,	foi	
promulgada	a	Lei	Geral	do	Turismo,	que	direciona	e	estabelece	um	sistema	
nacional	para	a	gestão	do	turismo.
O	Sistema	Nacional	de	Turismo	permite	a	diversos	grupos	de	atores	interes-
sados	no	turismo	a	colocação	de	demandas	e	interesses.	Além	disso,	possi-
bilita	a	articulação	e	definição	de	políticas	e	de	planos	de	desenvolvimento	
do	 turismo,	 de	 acordo	 com	 os	 objetivos	 do	maior	 número	 de	 atores.	 As	
responsabilidades	são	bem	definidas.
O	desenvolvimento	do	turismo	no	país	por	meio	desse	sistema	de	gerencia-
mento	deixa	as	responsabilidades	sociais	dos	diferentes	atores	bem	defini-
das.	Além	disso,	esse	tipo	de	gestão	permite	que	os	interesses	dos	envolvidos	
(em	sua	maioria)	sejam	atendidos.
O	Sistema	Nacional	de	Turismo	é	constituído	por:
•	 Ministério	do	Turismo;
•	 Conselho	Nacional	de	Turismo;
•	 Fórum	de	Secretários	e	Dirigentes	Estaduais.
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 29
A	cada	um	desses	órgãos	cabe	uma	tarefa	específica,	e	eles	devem	represen-
tar	os	diversos	interesses	que	fazem	parte	da	atividade	turística.
Agora	vamos	conhecer	as	funções	e	os	objetivos	desses	órgãos.
Ministério do Turismo – MTUR
O	Ministério	do	Turismo	–	MTUR	–	é	um	órgão	da	administração	do	Governo	
Federal,	que	tem	como	função	elaborar	políticas,	organizar	 informações	e	
disponibilizar	 recursos	 tanto	de	 capital	 quanto	de	 conhecimento	no	 setor	
turístico.	Esse	órgão	é	o	mais	importante	na	gestão	do	turismo	brasileiro.	É	a	
partir	dele	que	ações,	projetos	e	programas	de	desenvolvimento	da	atividade	
são	organizados	e	executados.
É	o	Ministério	do	Turismo	que	articula	a	elaboração	do	Plano	Nacional	de	
Turismo	e,	depois,	quem	o	executa	e	monitora.	Por	ser	um	órgão	da	admi-
nistração	direta,	é	influenciado	pelas	questões	políticas	e	ideológicas	defen-
didas	pelos	partidos	que	o	compõem.	
A	missão	do	Ministério	do	Turismo	é	desenvolver	o	turismo	como	uma	ativi-
dade	econômica	sustentável	com	papel	relevante	na	geração	de	empregos	e	
renda,	proporcionando	a	inclusão	social.
Fonte:	http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/multimidia/logotipos_marcas/galeria_imagens_
logotipos/logoMtur.jpg_1565885039.jpg
Figura 2.2: O Ministério do Turismo é o órgão mais importante na gestão do turismo 
brasileiro.
A	atual	estrutura	do	Ministério	do	Turismo	é	composta	por:
•	 Secretaria	Nacional	de	Políticas	de	Turismo,	responsável	pelo	planejamen-
to	e	pela	articulação	em	nível	nacional.	Esse	órgão	determina	as	diretrizes	
que	possibilitam	implantar	os	programas	de	desenvolvimento	definidos	
no	Plano	Nacional	de	Turismo.
Turismoe-Tec Brasil 30
•	 Secretaria	Nacional	de	Programas	de	Desenvolvimento	de	Turismo,	respon-
sável	pela	implantação	da	infraestrutura	turística,	pelo	fomento	ao	finan-
ciamento	e	investimento	e	pela	capacitação	e	qualificação	profissional.
•	 Instituto	Brasileiro	de	Turismo	–	Embratur	–,	responsável	pela	promoção	
e	marketing	do	produto	turístico	brasileiro.
Conselho Nacional de Turismo – CNTUR
O	Conselho	Nacional	de	Turismo	tem	por	objetivo	sugerir	o	aprimoramento	
de	procedimentos	relativos	à	execução	da	política	nacional	de	turismo,	vi-
sando	à	ética	e	à	sustentabilidade	da	atividade	turística.	Esse	órgão	também	
é	muito	importante	para	a	gestão	do	turismo	no	país.	
Para	aplicar	a	estratégia	operacional	de	descentralização	e	promover	a	orga-
nização,	estruturação,	integração	e	articulação	para	a	gestão	do	turismo	nos	
diferentes	níveis	e	setores	institucionais	e	empresariais,	foi	preciso	formar	os	
órgãos	colegiados.	
O	Conselho	Nacional	de	Turismo	é	um	órgão	colegiado	que	possui	vários	
membros,	os	quais	representam	os	mais	diversos	setores	envolvidos	com	a	
atividade	turística,	ligados	ao	setor	público,	ao	setor	privado	e	à	sociedade.	
“Os	colegiados	congregam	instituições,	entidades,	associaçõese	agentes	da	
sociedade	civil	organizada	que	atuam	para	o	desenvolvimento	sustentável	
do	turismo	nos	diversos	territórios	das	macrorregiões	turísticas	brasileiras”	
(BRASIL,	2006,	p.	9).
Os	 órgãos	 colegiados	 são	 espaços	 representados	 por	 diferentes	
grupos	institucionais,	empresariais	e	sociais	para	construir	acordos	
e	consensos	com	o	objetivo	de	realizar	uma	missão	comum.
O	Conselho	Nacional	de	Turismo é	um	órgão	fundamental	para	a	elabora-
ção,	a	discussão	e	a	decisão	a	respeito	dos	rumos	que	o	turismo	deve	seguir.	
Ele	tem	por	função	auxiliar	e	fiscalizar	o	Ministério	do	Turismo	na	gestão	do	
turismo	brasileiro,	no	cumprimento	das	metas	acordadas.	
O	Conselho	Nacional	
de	Turismo	é	composto	
por	diversas	entidades	
públicas	e	privadas.	Para	
ver	quais	são	elas,	visite	o	
site	http://www.turismo.
gov.br/turismo/conselhos/
conselho_nacional/	.
Mídias 
integradas
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 31
Si
gu
rd
	D
ec
ro
os
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1131288
Figura 2.3: Os colegiados auxiliam o crescimento do turismo no cenário econômico 
e social brasileiro.
O	Conselho	Nacional	de	Turismo	é	formado	por	Câmaras	Temáticas,	que	são	
espaços	para	que	assuntos	específicos	possam	ser	estudados	e	analisados.	
São	dez	as	Câmaras	Temáticas:
1.	Legislação;
2.	Regionalização;
3.	Financiamento	e	investimento;
4.	Qualificação	profissional;
5.	Segmentação;
6.	Infraestrutura;
7.	Promoção	e	apoio	à	comercialização;
8.	Qualificação	da	superestrutura;
9.	Turismo	sustentável	e	infância;
10.	Tecnologia	da	Informação.
Em	 cada	 uma	 dessas	Câmaras	 Temáticas	 são	 discutidos	 os	 assuntos	 rele-
vantes	aos	temas	apresentados,	agrupando	os	conselheiros	e,	assim,	aper-
feiçoando	seus	trabalhos.	Dessa	forma,	produzem	discussões,	sugestões	e	
documentos	que	possam	orientar	e	monitorar	a	execução	das	políticas	de	
turismo	definidas	no	Plano	Nacional	de	Turismo.	
Turismoe-Tec Brasil 32
O	Plano	Nacional	de	Turismo	é	o	instrumento-síntese	que	define	as	metas	
para	o	turismo	brasileiro	para	um	período	de	quatro	anos,	respeitando	os	
orçamentos	do	Governo	Federal.	Na	próxima	aula,	você	verá	com	detalhes	
como	ele	é	definido	e	implantado	pelo	Ministério	do	Turismo.
A	composição	dessas	câmaras	se	dá	de	acordo	com	o	interesse	dos	membros	
do	Conselho,	de	 forma	que	cada	um	participe	onde	considere	que	possa	
contribuir	da	melhor	forma	para	o	turismo	brasileiro.	
Fórum de Dirigentes e Secretários de Tu-
rismo – Fonatur
Esse	Fórum	tem	por	objetivo	reunir	os	secretários	e	dirigentes	estaduais	de	
turismo	 para	 discussão	 das	 políticas	 estaduais	 e	 elaboração	 de	 propostas	
pertinentes	aos	temas	relevantes	do	turismo	brasileiro.	Isto	deve	ser	feito	em	
articulação	com	o	Ministério	e	o	Conselho	Nacional	de	Turismo.	
O	Fórum	analisa,	discute	e	define	como	as	políticas	nacionais	de	turismo	po-
dem	ser	aplicadas	e	desenvolvidas	nos	estados	e	Distrito	Federal.	O	Fonatur	
é	um	importante	instrumento	de	aplicação	da	descentralização	das	políticas	
de	turismo.	
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
A	gestão	do	turismo	no	Brasil	se	faz	a	partir	de	três	órgãos:	o	Ministério	do	
Turismo,	o	Conselho	Nacional	de	Turismo	e	o	Fórum	de	Secretários	e	Diri-
gentes	Estaduais.	Complete	as	afirmações	a	seguir	de	acordo	com	a	função	
de	cada	um.	
a)	 ___________________________________	auxilia	 e	fiscaliza	o	Ministério	
do	Turismo	na	gestão	do	turismo	brasileiro,	no	cumprimento	das	metas	
acordadas.
b)	 ____________________________________	discute	e	define	como	as	po-
líticas	nacionais	de	turismo	podem	ser	aplicadas	e	desenvolvidas	nos	es-
tados	e	no	Distrito	Federal.
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 33
c)	 ____________________________________	elabora	as	políticas,	organiza	
as	informações	a	respeito	da	área	e	disponibiliza	recursos	tanto	de	capital	
quanto	de	conhecimento.
Regionalizando o território
A	política	nacional	de	turismo	tem	como	base	a	descentralização	do	poder.	
Para	que	isso	ocorra,	é	preciso	que	a	gestão	e	a	execução	dessas	políticas	
sejam	aplicadas	em	todas	as	partes	do	território.	
	A	política	do	atual	Governo	Federal,	em	relação	à	organização	do	território	
turístico	brasileiro,	ocorre	por	meio	da	regionalização.	Isso	significa	que	os	
municípios	com	afinidade	e	proximidade	se	organizam	e	formam	as	regiões	
turísticas.	 Essas	 organizações	 possuem	 denominações	 diversas	 de	 acordo	
com	cada	estado:	podem	ser	circuitos,	rotas,	regiões,	polos	etc.	
A	aplicação	das	políticas	acontece	efetivamente	nos	municípios	e	destinos	
turísticos	que	estão	 inseridos	nas	Unidades	 Federativas	 (estados	e	Distrito	
Federal).	Os	estados	devem	criar	os	Fóruns	ou	Conselhos	Estaduais,	que	são	
espaços	colegiados	formados	por	entidades	do	setor	público	e	do	setor	pri-
vado	e	também	da	sociedade,	assim	como	no	Conselho	Nacional.	
Vamos	entender	isso	melhor?	Os	Fóruns	e	Conselhos	Estaduais	são	espaços	
para	que	os	atores	regionais	do	turismo	possam	contribuir	e	definir	a	aplica-
ção	das	políticas	de	turismo	no	seu	território.	
Os	Fóruns	e	Conselhos	Estaduais	de	Turismo	têm	por	objetivos:
•	 a	consolidação	e	continuidade	das	políticas	Nacional	e	Estadual	de	Turismo;
•	 o	apoio	na	definição	e	execução	da	Política	de	Desenvolvimento	Turístico	
do	estado,	da	região	e	dos	municípios;
•	 a	promoção,	a	coordenação,	o	monitoramento,	o	incentivo	e	a	avaliação	
da	execução	dos	programas	da	política	de	turismo;
•	 integração	e	articulação	das	políticas	públicas	e	privadas	do	setor;
•	 fortalecimento	da	cadeia	produtiva	do	turismo	integrando	os	setores	pú-
blico	e	privado	e	o	Terceiro	Setor; 
Terceiro Setor
São	aquelas	entidades	que	
representam	os	interesses	da	
sociedade	civil	organizada,	
não	fazem	parte	do	setor	
público	e	da	iniciativa	
privada.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 34
•	 constituição	de	canal	de	ligação	entre	o	Governo	Federal	e	os	destinos	
turísticos;
•	 atuação	junto	a	outros	órgãos	e	entidades	que	exercem	atividades	rela-
cionadas	ao	turismo.
Para	cada	uma	das	regiões	constituídas	devem-se	estabelecer	as	instâncias	
de	governança	regionais,	que	são	espaços	de	concertação	e	de	execução	das	
políticas	de	turismo	nacionais	e	estaduais.	Essas	instâncias	devem	ser	com-
postas	pela	gestão	pública	dos	municípios	que	compõem	a	região	turística,	
bem	como	da	iniciativa	privada	e	sociedade	civil.	
É	nessas	instâncias	regionais	de	gestão	do	turismo	que	se	processa	efetiva-
mente	a	 implantação	das	políticas.	É	uma	forma	de	possibilitar	aos	atores	
locais	colocarem	as	dificuldades	e	limitações	de	um	determinado	projeto	a	
ser	implantado	na	região,	ao	mesmo	tempo	que	sugerem	adaptações,	con-
tribuindo	para	aprimorá-lo.
Para	Beni,	é	importante	disseminar	entre	os	diversos	níveis	de	governo	e	de	
representação	a	 capacidade	 técnica	de	 realizar	 e	gerenciar	 as	políticas	de	
turismo.	Dessa	forma,	os	resultados	do	processo	de	descentralização	serão	
positivos	ao	desenvolvimento	do	turismo.
Pe
tr
	V
in
s
http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=view&id=1251997	
Figura 2.4: Os rumos do desenvolvimento do turismo passam pela necessidade de 
um corpo técnico qualificado em todo o país. 
Concertação
Processo	de	equilibrar	as	
demandas	e	interesses	
de	forma	que	os	
diversos	interessados	em	
determinado	assunto	
cheguem	a	acordos	e	
consentimentos.	
Glossário
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 35
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
De	acordo	com	o	que	você	aprendeu	sobre	regionalização	de	território,	mar-
que	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso.	
a)	 A	 formação	de	 circuitos	 e	 rotas	 turísticas	ocorre	 entre	municípios	que	
têm	afinidades	e	são	próximos.	(				)
b)	 A	descentralização	do	poder	ocorre	quando	há	gestão	e	aplicação	das	
políticas	nos	municípios.	(				)
c)	 As	instâncias	regionaisde	gestão	do	turismo	dificultam	a	participação	de	
atores	locais.	(				)
d)	 Um	dos	objetivos	dos	Fóruns	e	Conselhos	Estaduais	de	turismo	é	fazer	
uma	ligação	entre	o	Governo	Federal	e	os	destinos	turísticos.	(				)
e)	 As	instâncias	regionais	de	gestão	de	turismo	são	formadas	exclusivamen-
te	pelo	poder	público	dos	estados	e	municípios.	(				)
Conclusão
A	integração	entre	os	vários	setores	que	compõem	o	sistema	turístico	nacio-
nal	é	determinante	no	processo	de	desenvolvimento	da	atividade	turística	no	
país.	O	estabelecimento	de	diretrizes,	por	meio	da	participação	coletiva	e	de-
mocrática,	possibilita	que	os	recursos	e	esforços	sejam	mais	bem	investidos,	
favorecendo	a	solidificação	da	cadeia	produtiva	do	turismo.
Resumo
•	 O	Sistema	Nacional	de	Turismo	possibilita	a	articulação	e	definição	de	
políticas	e	de	planos	de	desenvolvimento	do	turismo,	de	acordo	com	os	
interesses	do	maior	número	de	atores.
•	 O	Sistema	Nacional	de	Turismo	é	formado	pelo	Ministério	do	Turismo,	
pelo	Conselho	Nacional	de	Turismo	e	pelo	Fórum	dos	Secretários	e	Diri-
gentes	de	Turismo.
Turismoe-Tec Brasil 36
•	 O	Ministério	do	Turismo	–	MTUR	–	tem	a	função	de	elaborar	as	políticas	do	
setor	e	disponibilizar	os	recursos	tanto	de	capital	quanto	de	informação.	
•	 A	atual	estrutura	do	Ministério	do	Turismo	é	composta	pela	Secretaria	
Nacional	de	Políticas	de	Turismo,	pela	Secretaria	Nacional	de	Programas	
de	Desenvolvimento	de	Turismo	e	pelo	Instituto	Brasileiro	de	Turismo	–	
Embratur.	
•	 O	Conselho	Nacional	de	Turismo	–	CNTUR	–	é	um	órgão	colegiado,	em	
que	diversos	atores	 representantes	dos	 setores	públicos,	privados	e	da	
sociedade	se	reúnem	para	tratar	de	assuntos	relacionados	ao	turismo	e	
a	suas	políticas.
•	 O	Conselho	Nacional	de	Turismo	é	dividido	em	10	Câmaras	Temáticas.	
Nelas	são	produzidos	discussões,	sugestões	e	documentos	que	possam	
orientar	e	monitorar	a	execução	de	políticas	de	turismo	definidas	no	Pla-
no	Nacional	de	Turismo.
•	 O	Fórum	dos	Dirigentes	e	Secretários	de	Turismo	–	Fonatur	–	é	uma	en-
tidade	 formada	exclusivamente	pelos	 secretários	estaduais	de	 turismo,	
representantes	do	setor	público	dos	estados.	Esse	órgão	tem	como	ob-
jetivo	debater	e	contribuir	para	que	as	políticas	de	turismo	possam	ser	
aplicadas	nos	estados.
•	 A	regionalização	do	turismo	é	o	processo	estruturador	do	território	bra-
sileiro	para	o	turismo.	
•	 No	processo	de	regionalização,	os	municípios	se	agrupam	por	afinidades	
e	proximidade	e	criam	instâncias	de	governança.	Essas	instâncias	são	me-
canismos	de	aplicação	das	políticas	do	Governo	Federal	e	do	estadual.	
•	 Os	Fóruns	e	Conselhos	Estaduais	são	espaços	para	que	os	atores	regio-
nais	do	turismo	possam	contribuir	e	definir	a	aplicação	das	políticas	de	
turismo	em	seu	território.	
Informação sobre a próxima aula
Na	próxima	 aula,	 você	 conhecerá	mais	 a	 respeito	 da	 Política	Nacional	 de	
Turismo	e	do	Plano	Nacional	de	Turismo.	Até	lá!
e-Tec BrasilAula 2 | O sistema nacional de turismo 37
Respostas das atividades
Atividade 1
a)	Conselho	Nacional	de	Turismo
b)	Fórum	Nacional	dos	Secretários	e	Dirigentes	Estaduais	de	Turismo
c)	Ministério	do	Turismo
Atividade 2	
a	–	V
b	–	V
c	–	F
d	–	V
e	–	F
Referências bibliográficas 
BENI, Mario Carlos. Política e planejamento de turismo no Brasil. São Paulo: Aleph, 
2006.
BRASIL. Ministério do Turismo. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Departamento 
de Planejamento e Avaliação do Turismo. Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo: no 
modelo do programa da gestão descentralizada do plano nacional de turismo 2003/2007. 
Brasilia, nov. 2006. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/forum_
conselho/>. Acesso em: 20 jan. 2010.
______. Conselho Nacional de Turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/
turismo/conselhos/conselho_nacional/>. Acesso em: 20 jan. 2010.
ROCHA, Jhonatan; ALMEIDA, Noslim. Políticas públicas federais de turismo: Uma análise 
circunstancial do Plano Nacional de Turismo 2003-2007. Revista Turismo & Sociedade, 
Curitiba, v.1, n.2, p. 105-116, out. 2008.
TRIGO, Luiz G. G. ; PANOSSO NETTO, A. ; SILVA, F. J. P . Programa de qualificação a 
distância para o desenvolvimento do turismo: formação de gestores das políticas públicas 
do turismo. Florianópolis: SEAD/FAPEU/UFSC, 2009. v. 1. 
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 39
Aula 3 | Os desafios de um país
Meta da aula
•	 Apresentar	 as	 responsabilidades	 e	 os	 desafios	 da	 gestão	 do	
turismo	em	âmbito	nacional.
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	 reconhecer	os	desafios	que	devem	ser	vencidos	para	que	a	ati-
vidade	turística	se	torne	competitiva	em	âmbito	global;
2.	 relacionar	os	macroprogramas	do	Plano	Nacional	de	Turismo	às	
suas	linhas	de	ação.
É difícil agradar a todos!
Estabelecer	políticas	públicas	é	uma	tarefa	muito	difícil.	Cada	região	do	país	
se	preocupa	com	um	aspecto	e	possui	uma	necessidade	específica.	Como	
fazer	para	 instituir	diretrizes	e	metas	que	atendam	a	um	país	 tão	grande	
como	o	Brasil?
Turismoe-Tec Brasil 40
Fonte:	http://www.anvisa.gov.br/imagens/mapa_br2.gif
Figura 3.1: A gestão de um território extenso é uma tarefa muito difícil, pois cada 
região possui uma exigência diferente. 
A	prática	correta	da	gestão	de	um	território	extenso	é	um	grande	desafio.	É	
preciso	respeitar	as	diferenças	econômicas,	sociais,	estruturais	e	ambientais,	bus-
cando	sempre	a	qualidade	e	a	sustentabilidade	da	oferta	turística	nacional.
Nesta	aula,	você	vai	aprender	quais	são	as	responsabilidades	e	os	desafios	
dos	 gestores	 de	 turismo.	 Verá	 que	 é	 fundamental	 que	 suas	 ações	 sejam	
planejadas	 estrategicamente	 para	 que	 o	 turismo	 se	 desenvolva	 de	 forma	
sustentável.	
Planejando estratégias
O	planejamento	estratégico	é	fundamental	para	que	o	turismo	se	desenvolva	
de	forma	consistente	e	sustentável.	Essa	é	uma	ferramenta	muito	importante	
para	que	se	alcancem	os	resultados	esperados.	Vamos	entender	isso	melhor?
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 41
O	planejamento	 turístico	 de	 um	país	 é	 traduzido	 pelo	 Plano	Nacional	 de	
Turismo.	Este	documento	é	o	instrumento	que	orienta	as	tomadas	de	decisões	
referentes	ao	desenvolvimento	da	atividade	turística.
Para	elaborar	o	Plano	Nacional	de	Turismo,	os	órgãos	responsáveis	devem	reali-
zar	um	diagnóstico	técnico	da	situação	da	atividade	turística	no	país.	Para	isso,	
devem	contar	com	a	participação	dos	órgãos	colegiados	do	setor	turístico.
O	diagnóstico	da	situação	é	muito	importante,	pois	mostrará	quais	são	os	
próximos	passos	para	se	atingir	o	resultado	esperado.	A	partir	do	levanta-
mento,	serão	determinados:	
•	 objetivos;	
•	 metas	de	curto,	médio	e	longo	prazos;	
•	 macroprogramas;	
•	 projetos;	
•	 ações;
•	 investimentos;
•	 resultados	a	serem	alcançados.	
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1152637
Figura 3.2: O levantamento de dados para realizar o diagnóstico da situação é a pri-
meira etapa do Plano Nacional de Turismo. 
A
rie
l	d
a	
Si
lv
a	
Pa
rr
ei
ra
Turismoe-Tec Brasil 42
Quando	o	Plano	Nacional	de	Turismo	estiver	concluído,	os	 integrantes	do	
Sistema	Nacional	de	Turismo	devem	partir	para	a	ação.	A	partir	desse	mo-
mento,	cada	um	vai	exercer	o	seu	papel	no	processo	de	desenvolvimento	
da	atividade	turística	no	país.	Os	diferentes	atores	sociais	vão	participar	com	
ações	de	fomento,	realização	de	investimentos,	contratação	de	mão	de	obra,	
recolhimento	de	impostos	etc.
Desafios para a gestão do turismo nacional
O	planejamento	e	a	gestão	do	turismo	no	país	apresentam	alguns	desafios/
entraves	que	devem	ser	vencidos	para	que	a	atividade	turística	se	torne	com-
petitiva	em	âmbito	global.	
Esses	desafios	estão	relacionados	a:	
1.	 políticas	públicas	de	turismo;
2.	 infraestruturabásica	e	turística;
3.	 preservação	dos	recursos	naturais	e	culturais;
4.	 mão	de	obra	qualificada;
5.	 pesquisa	e	monitoramento	do	setor;
6.	 posicionamento	estratégico	de	mercado;
7.	 captação	de	investimentos	nacionais	e	estrangeiros.	
Políticas públicas de turismo
É	fundamental	estabelecer	leis	e	normas	eficientes	para	o	turismo,	pois	ape-
nas	dessa	forma	a	atividade	pode	ter		seu	crescimento	regulado	e	pautado	
pelos	princípios	da	sustentabilidade.	
Atualmente,	 a	 atividade	 turística	 no	 Brasil	 necessita	 de	 políticas	 públicas	
eficazes,	que	proporcionem	resultados	positivos.	Para	tanto,	é	fundamental	
que	a	atividade	turística	seja	entendida	como	uma	área	estratégica	para	o	
desenvolvimento	do	país.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 43
Nesse	contexto,	os	gestores	devem	promover,	junto	aos	integrantes	do	Sis-
tema	Nacional	de	Turismo,	a	discussão	dos	temas	vitais	para	a	atividade	tu-
rística,	como	infraestrutura	e	qualificação	de	mão	de	obra.	Assim,	poderão	
ser	criadas	as	políticas	que	construirão	uma	base	sólida	para	o	crescimento	
equilibrado	do	turismo.
Infraestrutura básica e turística
A	infraestrutura	básica	e	turística	consiste	no	oferecimento	de	condições	mí-
nimas	para	que	o	turismo	possa	se	desenvolver	em	um	determinado	local.	
Fazem	parte	dessas	condições:	saneamento,	vias	de	acesso,	energia	elétrica,	
sistema	de	telecomunicações,	sinalização,	aeroportos,	portos	e	terminais	ro-
doviários	de	qualidade.	Esses	são	pontos	determinantes	para	o	sucesso	ou	o	
insucesso	da	atividade	turística	em	determinado	local.	
É	fato	que	o	Brasil	há	muito	tempo	necessita	de	grandes	investimentos	em	
infraestrutura,	pois	são	elevadíssimos	os	prejuízos	decorrentes	das	deficiên-
cias	estruturais	do	país.	Basta	um	pequeno	exercício	de	memória	para	que	
avaliemos	as	infraestruturas	existentes:	quantos	destinos	turísticos	têm	seu	
acesso	interrompido	em	épocas	de	chuvas?	Como	ficam	os	aeroportos	em	
períodos	de	alta	temporada?	As	nossas	estradas	são	seguras	para	viagens	
em	família?	Os	esgotos	recebem	tratamento	antes	de	serem	despejados	nos	
rios	e	no	mar?
Essa	não	é	uma	tarefa	fácil,	mas	cabe	ao	gestor	identificar	e	tomar	as	medi-
das	necessárias	para	resolver	os	problemas.	Ele	deverá	apontar	as	principais	
deficiências	de	cada	estado	e	região	e,	a	partir	daí,	determinar	onde	são	ne-
cessárias	as	intervenções	do	governo	para	resolver	os	problemas	existentes.	
O	Brasil	ainda	apresenta	muitos	problemas	de	 infraestrutura,	e	 isso	acaba	
limitando	o	crescimento	do	turismo.	É	preciso	investir	mais	nessa	área	para	
que	o	setor	turístico	tenha	maiores	possibilidades	de	consolidação	como	ati-
vidade	econômica	e	social.	
Turismoe-Tec Brasil 44
le
ov
dw
or
p
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1196523
Figura 3.3: O turismo precisa de infraestrutura para se desenvolver. Disponibilizar 
vias de acesso em boas condições é parte das condições necessárias de uma boa 
infraestrutura. 
Cristo Redentor
Em	abril	de	2010	as	chuvas	castigaram	severamente	a	cidade	do	
Rio	de	Janeiro.	A	infraestrutura	básica	da	cidade	foi	bastante	abala-
da,	e	o	turismo	também	sofreu	consequências.	O	Cristo	Redentor,	
principal	atrativo	carioca,	ficou	isolado.	O	bondinho	do	Corcovado	
e	as	principais	vias	de	acesso	ao	monumento	foram	interditados	
devido	à	queda	de	barreiras	no	Parque	Nacional	da	Tijuca.
Ti
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ar
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Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/526392	 	Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/569172
Preservação dos recursos naturais e culturais
O	Brasil	é	um	país	que	possui	grande	diversidade	tanto	em	recursos	naturais	
como	culturais.	Alguns	dos	recursos	naturais	que	possuímos	são:	praias,	rios,	
lagos,	cachoeiras,	florestas,	matas,	serras,	vales,	dentre	outros.	Já	como	recursos	
culturais	podemos	citar:	música,	dança,	artesanato,	religião,	gastronomia	etc.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 45
Os	recursos	naturais	e	culturais	são	aspectos	que	moldam	nossa	história	e	
nosso	modo	de	ser;	são	a	matéria-prima	da	ocorrência	do	turismo	no	Brasil.	
É	importante	que	todo	o	trabalho	de	gestão	do	turismo	esteja	direcionado	
para	o	uso	sustentável	desses	recursos.	A	atividade	turística	deve	proteger	o	
patrimônio	natural	e	cultural	brasileiro.
Logo,	é	função	do	gestor	utilizar	o	planejamento	e	trabalhar	para	o	esta-
belecimento	de	políticas	e	ações	que	promovam	a	preservação	da	grande	
diversidade	de	recursos	existentes	no	país.
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ik
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ch
el
A
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ré
	V
ia
na
	d
e	
Pa
ul
a
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1239438
Figura 3.4: Recursos naturais e culturais são a matéria-prima do turismo.
Mão de obra qualificada
A	atividade	turística	tem	alta	capacidade	de	geração	de	empregos,	o	que	lhe	
confere	um	grande	potencial	para	a	inclusão	social,	em	especial	no	Brasil.	No	
entanto,	o	setor	necessita	de	mão	de	obra	preparada.	
O	 investimento	em	qualificação	e	 formação	de	mão	de	obra	é,	portanto,	
fundamental.	Cabe	aos	responsáveis	pela	gestão	do	turismo	trabalhar	com	
os	estados,	os	municípios	e	o	setor	privado	para	que	as	necessidades	de	cada	
região	sejam	atendidas.
Pesquisa e monitoramento do setor
Para	a	gestão	eficiente	do	 turismo,	é	de	 suma	 importância	o	 trabalho	de	
pesquisa	e	análise	do	setor.
Turismoe-Tec Brasil 46
Informações	sobre	fluxos,	ocupação	e	renda,	recolhimento	de	tributos,	 in-
vestimentos,	satisfação	de	visitantes,	avaliação	de	serviços,	infraestrutura	e	
atrativos	são	fundamentais	para	a	gestão	do	setor.	A	produção	e	os	resul-
tados	de	pesquisas	 fornecem	a	base	para	a	 tomada	de	decisões	e	para	a	
correção	de	imperfeições	no	planejamento	turístico.
No	Brasil,	ainda	são	escassos	os	trabalhos	de	pesquisa	no	setor	turístico,	então,	
não	há	grande	quantidade	de	dados	confiáveis	que	auxiliem	a	gestão	do	setor.	
Logo,	o	trabalho	de	gestão	deve	direcionar	esforços	e	recursos	para	essa	área,	
tendo	em	vista	sua	situação	precária	e	o	potencial	para	geração	de	benefícios.
Posicionamento estratégico de mercado
O	desenvolvimento	turístico	depende	diretamente	da	elaboração	de	um	pla-
no	de	marketing	turístico	com	estratégias	que	orientem	a	correta	promoção	
turística	e	definam	as	ações	para	a	divulgação	e	comercialização	do	produto	
turístico.	Dessa	forma,	é	possível	atrair	visitantes	e	investimentos	ao	país.	Es-
sas	medidas	têm	como	objetivo	estabelecer	o	posicionamento	estratégico	do	
país	no	mercado	do	turismo	global,	possibilitando	a	competição	em	situação	
de	equilíbrio	com	os	outros	países.
Entretanto,	o	posicionamento	apenas	se	consolidará	se	todos	os	outros	 itens	
descritos	anteriormente	estiverem	funcionando	perfeitamente.	Atualmente,	é	
inaceitável	que	se	promova	ou	venda	algo	fantasioso,	como,	por	exemplo,	divul-
gar	belas	praias	que	sejam	na	verdade	depósito	de	esgoto	da	população.	Sendo	
assim,	o	dever	dos	gestores	é	garantir	que	o	país	apresente	uma	oferta	turística	
qualificada	que	possa	ser	objeto	de	uma	promoção	turística	eficiente.
Figura 3.5: A gestão eficiente favorece o aumento do fluxo de visitantes e de entrada 
de divisas no país.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 47
Captação de investimentos nacionais e estrangeiros
As	empresas,	 de	pequeno	ou	grande	porte,	 apenas	 investem	em	um	país,	
estado	ou	município	quando	há	condições	mínimas	para	a	realização	dos	seus	
negócios	com	segurança,	credibilidade	e	perspectiva	de	crescimento	e	lucro.	
É	fundamental	que	um	país	tenha	infraestrutura	básica,	leis	que	regulamen-
tem	o	setor,	recursos	naturais	e	culturais	protegidos	e	mão	de	obra	quali-
ficada.	 São	essas	 características	que	atraem	os	 investimentos	da	 iniciativa	
privada	em	serviços	e	em	infraestrutura	relacionada	ao	turismo.	
É	importante	perceber	que,	ao	captar	investimentos	para	o	país,	serão	ge-
rados	empregos	(formais	e	informais),	novas	fontes	de	renda	para	ascomu-
nidades,	 tributos	 nas	 esferas	municipal,	 estadual	 e	 federal,	 dentre	 outras	
coisas.	Tudo	isso	beneficia	a	sociedade	e	a	economia	promovendo	desenvol-
vimento	real	e	sustentável,	e	esse	é	um	grande	desafio	para	os	gestores.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
A	partir	da	leitura	das	situações	a	seguir,	relacione	cada	uma	delas	aos	desa-
fios/entraves	discutidos	anteriormente.
a)	 Estradas	com	grande	número	de	buracos	e	sem	sinalização	adequada.
b)	 Falta	de	recursos	em	determinada	localidade	para	a	implantação	de	ser-
viços	e	produtos	turísticos.
c)	 Destino	pouco	conhecido	e	que	não	consegue	atrair	visitantes.
d)	 Gestores	públicos	sem	acesso	a	informações	sobre	o	mercado	de	turismo.
e)	 Degradação	de	áreas	de	proteção	ambiental.
f)	 Dificuldade	para	empresas	de	turismo	encontrarem	profissionais	capaci-
tados	para	a	atuação	no	setor.
g)	 Inexistência	de	incentivos	fiscais	ou	tributários	para	a	realização	de	inves-
timentos	em	turismo.
Turismoe-Tec Brasil 48
1	–	(			)	Políticas	públicas	de	turismo.
2	–	(			)	Infraestrutura	básica	e	turística.
3	–	(			)	Preservação	dos	recursos	naturais	e	culturais.
4	–	(			)	Mão	de	obra	qualificada.
5	–	(			)	Pesquisa	e	monitoramento	do	setor.
6	–	(			)	Posicionamento	estratégico	de	mercado.
7	–	(			)	Captação	de	investimentos	nacionais	e	estrangeiros.	
Da teoria à prática
Para	que	o	turismo	se	desenvolva	de	forma	sustentável,	a	cada	dia	mais	pre-
cisamos	de	planos	que	direcionem	as	ações	e	as	tomadas	de	decisão.	Vamos	
conhecer	os	principais	planos	implantados	pelo	Ministério	do	Turismo	entre	
2003	e	2010:
•	 Plano	Nacional	de	Turismo	(PNT);
•	 Plano	Aquarela;
•	 Plano	Cores.
Plano Nacional de Turismo 2007-2010
O	Plano	Nacional	de	Turismo	–	PNT	2007/2010	–	uma	Viagem	de	Inclusão	
foi	desenvolvido	pelo	Ministério	do	Turismo	a	partir	de	discussões	entre	os	
segmentos	turísticos.	Além	disso,	contribuíram	para	o	seu	desenvolvimento	
o	Conselho	Nacional	de	Turismo	e	o	Fórum	de	Dirigentes.	Esse	plano	tem	
como	objetivo	transformar	a	atividade	turística	em	relevante	mecanismo	de	
melhoria	do	Brasil,	usando	o	turismo	como	importante	incentivador.
Segundo	o	Ministério	do	Turismo,	o	plano	é	um	instrumento	de	planejamen-
to	e	gestão	que	coloca	o	turismo	como	ferramenta	para	o	desenvolvimento	
e	a	geração	de	emprego	e	renda	no	país.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 49
1.	 	O	PNT	2007/2010	tem	a	função	de	ser	um	instrumento	de	ação	estratégica,	
fundamentado	em	seus	macroprogramas	e	metas.	Algumas	das	diretrizes	
que	compõem	o	Plano	Nacional	do	Turismo	2007/2010	são:
•	 Fortalecer	o	turismo	interno,	promover	o	turismo	como	fator	de	desen-
volvimento	regional.
•	 Assegurar	o	acesso	de	aposentados,	trabalhadores	e	estudantes	a	paco-
tes	de	viagens	em	condições	facilitadas.
•	 Investir	na	qualificação	profissional	e	na	geração	de	emprego	e	renda.
•	 Assegurar	ainda	mais	condições	para	a	promoção	do	Brasil	no	exterior.
O	PNT	2007/2010	tem	como	metas	estipuladas	a	partir	de	sua	elaboração:	
•	 Promover	e	atingir	a	realização	de	217	milhões	de	viagens	no	mercado	
interno,	até	2010;
•	 Criar	1,7	milhão	de	novos	empregos	e	ocupações	em	turismo	em	4	anos;
•	 Estruturar	65	destinos	turísticos	com	padrão	de	qualidade	internacional;
•	 Gerar	7,7	bilhões	de	dólares	em	investimentos.
Para	assegurar	o	cumprimento	das	metas	do	PNT,	foram	estabelecidos	oito	
macroprogramas	 que	 orientam	 a	 execução	 dos	 projetos	 e	 aplicação	 de	
investimentos.
Turismoe-Tec Brasil 50
Para	cada	um	desses	macroprogramas	existem	as	linhas	de	atuação	em	que	
efetivamente	são	aplicados	os	recursos	técnicos	e	financeiros,	ou	seja,	onde	
são	definidas	as	ações.	Vamos	ver	alguns	deles?
1.	 informação	e	estudos	turísticos:
•	 sistema	de	informações	do	turismo;
•	 competitividade	do	turismo	brasileiro.
2.	 Planejamento	e	gestão:
•	 implementação	e	descentralização	da	Política	Nacional	de	Turismo;
•	 avaliação	e	controle	do	PNT;
•	 relações	internacionais.
3.	 Logística	e	transporte:
•	 ampliação	da	malha	aérea	internacional;
•	 integração	da	América	do	Sul;
•	 integração	entre	os	modais	de	transporte	nas	regiões	turísticas.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 51
4.	 Regionalização	do	turismo:
•	 planejamento	e	gestão	da	regionalização;
•	 estruturação	dos	segmentos	de	turismo;
•	 estruturação	da	produção	associada	ao	turismo;
•	 apoio	ao	desenvolvimento	regional	do	turismo.
5.	 Fomento	à	iniciativa	privada:
•	 atração	de	investimentos;
•	 financiamento	para	o	turismo.
6.	 Infraestrutura	pública:
•	 articulação	interministerial	para	a	infraestrutura	turística;
•	 apoio	à	infraestrutura	turística.
7.	 Qualificação	de	equipamentos	e	serviços	turísticos:
•	 normatização	do	turismo;
•	 certificação;
•	 qualificação	profissional.
8.	 Promoção	e	apoio	à	comercialização:
•	 promoção	nacional	do	turismo	brasileiro;
•	 apoio	à	comercialização	nacional;
•	 promoção	internacional;
•	 apoio	à	comercialização	internacional.
Turismoe-Tec Brasil 52
A	atuação	do	Governo	Federal	em	todas	essas	áreas	é	 tarefa	complexa	e	
desafiante.	Conhecer	as	particularidades	e	os	interesses	dos	diversos	atores	
do	turismo	em	cada	região	depende	do	esforço	e	da	qualidade	técnica	dos	
promotores	do	Plano	Nacional	de	Turismo.
O	Plano	Nacional	de	Turismo	2007/2010	deverá	ser	revisto	ao	término	do	
ano	de	2010,	quando	será	elaborado	o	Plano	para	os	próximos	quatro	anos,	
ou	seja,	2011/2014.	Esse	plano	terá	importância	singular,	pois	em	2014	o	
Brasil	sediará	a	Copa,	um	dos	maiores	eventos	mundiais	de	futebol	e	com	
grande	 força	na	geração	de	fluxos	 turísticos.	 Então,	 é	 importante	que	 as	
estratégias	e	os	esforços	estejam	direcionados	a	uma	evolução	de	grande	
impacto	para	o	turismo	brasileiro.
Plano Aquarela
O	Plano	Aquarela	é	o	plano	de	marketing	 internacional	brasileiro	em	que	
estão	definidas	as	metas	de	promoção	e	o	posicionamento	do	Brasil	como	
destino	turístico.	Ele	foi	elaborado	com	base	em	uma	série	de	pesquisas	e	
análises	das	características	e	percepções	dos	turistas	estrangeiros	que	visita-
ram	o	país.	O	primeiro	Plano	Aquarela	foi	o	de	2003/2006.	Atualmente,	está	
em	vigor	o	Plano	Aquarela	2007/2010.
Plano Aquarela 
www.embratur.gov.br/marcabrasil
Para	 conhecer	melhor	 o	 Plano	Aquarela,	 acesse	www.embratur.
gov.br/marcabrasil	e	clique	em	“Conceito	Marca	Brasil”.	Lá,	você	
verá	com	mais	detalhes	como	foi	o	processo	de	construção	do	pla-
no	que	divulga	o	Brasil	no	exterior.
Plano Cores
O	Plano	Cores	é	o	programa	de	marketing	e	promoção	do	turismo	domésti-
co	brasileiro	em	que	estão	descritas	as	ações	de	incentivo	à	demanda	interna	
e	tem	como	objetivo	incentivar	as	viagens	turísticas	dentro	do	Brasil.	Para	a	
elaboração	desse	plano	foram	feitas	algumas	pesquisas,	tais	como:
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 53
•	 Estudos	da	competitividade	do	turismo	brasileiro
Esses	estudos	buscam	determinar	o	nível	de	competitividade	dos	destinos	tu-
rísticos	brasileiros,	apontando	as	principais	potencialidades	e	os		de	cada	um.
•	 Estudos	dos	hábitos	de	consumo	do	turismo	brasileiro
Esses	estudos	apresentam	as	características	de	viagem,	as	preferências	e	o	
perfil	entre	outras	informações	a	respeito	da	demanda	turística	nacional.
Plano Cores
Para	entender	melhor	o	Plano	Cores	e	ver	como	os	estudos	de	com-
petitividade	e	os	estudos	sobre	os	hábitos	de	consumo	do	turista	
são	 importantes	para	a	promoção	do	 turismo	doméstico,	acesse	
http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Relacione	cada	um	dos	macroprogramas	do	Plano	Nacional	de	Turismo	(PNT)	
às	linhas	de	ação	correspondentes:
1.	 Informação	e	estudos	turísticos (				)	Ampliação	da	malha	aérea	
internacional
2.	 Planejamento	e	gestão (				)	Competitividadedo	turismo	
brasileiro
3.	 Logística	e	transporte (				)	Estruturação	da	produção	
associada	ao	turismo
4.	 Regionalização	do	turismo (				)	Qualificação	profissional
5.	 Fomento	à	iniciativa	privada (				)	Avaliação	e	controle	do	PNT
Turismoe-Tec Brasil 54
6.	 Infraestrutura	pública (				)	Promoção	nacional	do	turismo	
brasileiro
7.	 Qualificação	de	equipamentos	
e	serviços	turísticos
(				)	Apoio	à	infraestrutura	turística
8.	 Promoção	e	apoio	à		
comercialização
(				)	Atração	de	investimentos
Conclusão
As	estratégias	e	ações	da	gestão	pública	em	âmbito	nacional	 têm	grande	
força	 no	 processo	 de	 desenvolvimento	 do	 turismo	 no	 país.	 Para	 que	 sua	
influência	seja	positiva,	é	preciso	levar	em	consideração	as	diferenças	entre	
regiões	e	localidades	que	formam	o	país.	Além	disso,	é	fundamental	que	os	
desafios	à	gestão	do	turismo	sejam	superados,	para	que,	com	o	Plano	Nacio-
nal	do	Turismo,	possamos	implementar	as	ações	necessárias.	
Resumo
•	 O	planejamento	estratégico	é	fundamental	para	que	o	turismo	se	desen-
volva	de	forma	consistente	e	sustentável.	O	planejamento	turístico	de	um	
país	é	traduzido	pelo	Plano	Nacional	de	Turismo.
•	 O	Plano	Nacional	de	Turismo	é	o	instrumento	que	orienta	as	tomadas	de	
decisão	referentes	ao	desenvolvimento	da	atividade	turística.
•	 O	Plano	Nacional	de	Turismo	deve	 ser	elaborado	a	partir	de	um	diag-
nóstico	técnico	da	situação	da	atividade	turística	no	país	e	contar	com	a	
participação	dos	órgãos	colegiados	do	setor	turístico.
•	 O	planejamento	e	a	gestão	do	turismo	no	país	apresentam	alguns	de-
safios/entraves	que	devem	ser	vencidos	para	que	a	atividade	turística	se	
torne	competitiva	em	âmbito	global.	Esses	estão	relacionados	a:
•	 políticas	públicas	de	turismo;	
•	 infraestrutura	básica	e	turística;	
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 55
•	 preservação	dos	recursos	naturais	e	culturais;	
•	 mão	de	obra	qualificada;	
•	 pesquisa	e	monitoramento	do	setor;	
•	 posicionamento	estratégico	de	mercado;		
•	 captação	de	investimentos	nacionais	e	estrangeiros.
•	 O	Plano	Nacional	de	Turismo	vigente	foi	desenvolvido	pelo	Ministério	do	
Turismo	a	partir	de	discussões	entre	os	segmentos	turísticos	e	tem	a	fun-
ção	de	ser	um	instrumento	de	ação	estratégica,	fundamentado	em	seus	
macroprogramas	e	metas.
•	 Os	macroprogramas	que	compõem	o	PNT	são:	
•	 informação	e	estudos	turísticos;	
•	 planejamento	e	gestão;	
•	 logística	e	transporte;	
•	 regionalização	do	turismo;	
•	 fomento	à	iniciativa	privada;	
•	 infraestrutura	pública;	
•	 qualificação	de	equipamentos	e	serviços	turísticos;	
•	 promoção	e	apoio	à	comercialização.
•	 O	 Plano	Aquarela	 é	 o	 plano	 de	marketing	 internacional	 brasileiro	 em	
que	estão	definidas	as	metas	de	promoção	e	o	posicionamento	do	Brasil	
como	destino	turístico.	
•	 O	Plano	Cores	é	o	programa	de	marketing	e	promoção	do	turismo	do-
méstico	brasileiro	em	que	estão	descritas	as	ações	de	incentivo	à	deman-
da	interna.	
Turismoe-Tec Brasil 56
Informação sobre a próxima aula
Na	próxima	aula,	você	vai	aprender	modelos	e	estratégias	para	a	gestão	do	
turismo	em	âmbito	estadual.
Respostas das atividades
Atividade 1
1	–	(	g	)	Políticas	públicas	de	turismo.
2	–	(	a	)	Infraestrutura	básica	e	turística.
3	–	(	e	)	Preservação	dos	recursos	naturais	e	culturais.
4	–	(	f	)	Mão	de	obra	qualificada.
5	–	(	d	)	Pesquisa	e	monitoramento	do	setor.
6	–	(	c	)	Posicionamento	estratégico	de	mercado.
7	–	(	b	)	Captação	de	investimentos	nacionais	e	estrangeiros.	
Atividade 2
(	3	)	Ampliação	da	malha	aérea	internacional.
(	1	)	Competitividade	do	turismo	brasileiro.
(	4	)	Estruturação	da	produção	associada	ao	turismo.	
(	7	)	Qualificação	profissional.
(	2	)	Avaliação	e	controle	do	PNT.
(	8	)	Promoção	nacional	do	turismo	brasileiro.
(	6	)	Apoio	à	infraestrutura	turística.
(	5	)	Atração	de	investimentos.
e-Tec BrasilAula 3 | Os desafios de um país 57
Referências bibliográficas
BENI, Mario Carlos. Política e planejamento de turismo no Brasil. São Paulo: Aleph, 
2006.
BRASIL. Ministério do Turismo. Plano Nacional de Turismo. Disponível em <http://www.
turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/plano_nacional/>. Acesso em 22 de janeiro de 
2010.
______. Estudo de Competitividade do Turismo brasileiro. Disponível em: <http://www.
turismo.gov.br>. Acesso em: 22 jan. 2010.
______. Plano Aquarela. Disponível em <http://www.turismo.gov.br>. Acesso em: 22 
jan. 2010.
______. Plano Cores do Brasil. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br>. Acesso em: 
22 jan. 2010.
______. Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento do Turismo: 
formação de gestores das políticas públicas de turismo. Florianópolis: SEAD/FAPEU/UFSC, 
2009.
ROCHA, Jhonatan; ALMEIDA, Noslim. Políticas públicas federais de turismo: uma análise 
circunstancial do Plano Nacional de Turismo 2003-2007. Turismo & Sociedade, Curitiba, v. 
1, n. 2, p. 105-116, out. 2008.
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 59
Aula 4 | Gestão de políticas de 
turismo nos estados 
brasileiros
Meta da aula
•	 Apresentar	modelos	e	estratégias	para	a	gestão	do	turismo	em	
âmbito	estadual.
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	identificar	como	foram	implantadas	as	políticas	estaduais	rela-
cionadas	ao	turismo	no	Brasil;
2.	 identificar	as	 responsabilidades	e	a	organização	dos	governos	
estaduais	na	elaboração	e	execução	das	políticas	de	turismo;	
3.	reconhecer	as	ações	da	Secretaria	Estadual	de	Turismo	de	Minas	
Gerais	na	gestão	do	turismo	no	estado.
Os níveis de governo
Definir	o	papel	dos	governos	é	um	grande	desafio	em	uma	república	fede-
rativa	como	o	Brasil.	É	preciso	conhecer	as	responsabilidades	dos	governos	
federal,	estadual	e	municipal	para	que	não	haja	sobreposição	de	políticas.	E	
o	que	é	isso?
Imagine	que	o	Governo	Federal	elabora	um	programa	que	tem	como	objeti-
vo	qualificar	a	mão	de	obra	em	todo	o	país.	Acontece	que,	em	um	determi-
nado	estado,	já	havia	um	projeto	semelhante	e,	por	isso,	o	Governo	Federal	
decide	não	participar	da	ação.		Nesse	caso,	o	estado	poderia	ter	investido	os	
recursos	gastos	em	outra	ação,	aproveitando	melhor	as	oportunidades	e	a	
gestão	dos	recursos.	
Turismoe-Tec Brasil 60
Fonte:	http://www.info.planalto.gov.br/imagens/Fotografia_imagens/foto_pequena/	
15042005P00002.JPG	
Figura 4.1: Definir o papel dos governos é um grande desafio em uma república fe-
derativa como o Brasil.
Nesta	aula,	você	vai	aprender	os	modelos	e	as	estratégias	para	a	gestão	do	
turismo	em	âmbito	estadual	e	verá	como	isso	é	importante	e	quais	são	os	
desafios	a	serem	superados.
Histórico das políticas estaduais
Para	gerenciar	o	turismo,	os	governos	estaduais	devem	acreditar	nessa	ativi-
dade	para	o	desenvolvimento	do	estado.	Ao	perceber	essa	importância,	eles	
devem	estabelecer	uma	estrutura	administrativa	e	legal	que	favoreça	o	plane-
jamento	e	a	gestão,	nomeando	pessoal	técnico	capacitado	e	competente.
Como	o	Brasil	 é	 formado	por	26	estados	e	o	Distrito	Federal,	existe	uma	
grande	competição	entre	essas	unidades	para	desenvolver	o	turismo	e	atrair	
investimentos.	Essa	competição	demanda	dos	estados	uma	grande	necessi-
dade	de	articulação	política	e	certa	ousadia	e	agressividade	na	promoção	de	
seus	destinos	turísticos.	
Historicamente,	houve	preocupações	dos	estados	em	criar	alguma	estrutura	
administrativa	que	respondesse	pelo	turismo.	Isso	ocorreu	na	época	da	dita-
dura	(1964-1985),	quando	a	Embratur	captava	recursos	do	Governo	Federal	
para	investir	no	turismo.	
Entre	1990	e	2003,	as	estruturas	públicas	estaduais	de	turismo	precisaram	
adotar	posturas	mais	profissionais,	pois	a	principal	fonte	de	recursos	finan-
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estadosbrasileiros 61
ceiros	nesse	período	era	o	Banco	Interamericano	de	Desenvolvimento	–	BID.	
Para	conseguir	a	captação	de	recursos,	era	necessário	apresentar	estudos	e	
relatórios	técnicos	relativos	aos	repasses.	O	Programa	de	Desenvolvimento	
Turístico	–	Prodetur	I	e	II	–	beneficiou	principalmente	as	regiões	Norte	e	Nor-
deste	do	país.
Sv
ile
n	
M
ile
v
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1162220
Figura 4.2: Entre 1990 e 2003 houve uma grande captação de recursos dos governos 
estaduais por meio do Programa de Desenvolvimento Turístico, Prodetur, que bene-
ficiou principalmente as regiões Norte e Nordeste. 
Em	2003	foi	criado	o	Ministério	do	Turismo	e	foram	elaborados	os	Planos	
Nacionais	de	Turismo	2003/2006	e	2007/2010.	Com	isso,	as	Secretarias	de	
Turismo	dos	estados	foram	convidadas	a	participar	de	forma	efetiva	da	cons-
trução	da	política	nacional	de	turismo.	Essa	participação	ocorreu	por	meio	
do	Fórum	dos	Dirigentes	e	Secretários	Estaduais	de	Turismo	–	Fonatur.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Complete	o	texto	a	seguir	de	acordo	com	o	que	você	viu	nesta	seção:
As	políticas	estaduais	de	turismo	dependem	da	articulação	do	governo	do	es-
tado	com	o	Governo	Federal,	principalmente	devido	à	maior	disponibilidade	
de	recursos	financeiros.	Durante	a	ditadura	militar,	a	principal	fonte	de	recur-
sos	era	a	_________________.	Já	na	década	de	1990	até	o	ano	de	2003,	esses	
recursos	passaram	a	ser	captados	junto	ao	_____________________________.	
Isso	fez	com	que	as	gestões	estaduais	tivessem	necessidade	de	uma	maior	
___________________,	pois	precisavam	elaborar	projetos	e	relatórios	técni-
cos.	A	partir	de	2003,	com	a	criação	do	___________________,	abre-se	uma	
Turismoe-Tec Brasil 62
nova	 etapa	 na	 formulação	 das	 políticas	 de	 turismo	do	país.	Os	 governos	
estaduais	são	chamados	a	participar	do	processo	de	elaboração	dessas	polí-
ticas	por	meio	do	_________________________.
Gestão do turismo nos estados brasileiros 
Com	a	criação	do	Ministério	do	Turismo	e	a	consequente	definição	da	polí-
tica	nacional	de	turismo,	coube	aos	estados	a	tarefa	de	se	adequar	às	metas	
gerais	estabelecidas	pelo	Governo	Federal.	Os	estados	devem	definir	como	
aplicar	as	diretrizes	de	gestão	descentralizada	e	de	regionalização,	conside-
rando	as	especificidades	e	características	do	seu	território.
Atualmente,	todos	os	estados	brasileiros	possuem	um	órgão	responsável	pelo	tu-
rismo.	Esse	órgão	pode	ser	uma	fundação,	uma	coordenadoria,	uma	companhia,	
um	departamento,	uma	agência,	uma	empresa	pública	ou	uma	secretaria.	
De	acordo	com	o	Ministério	do	Turismo	(2009,	p.	115-116),	as	funções	dos	
estados	são:
•	 elaborar	o	planejamento	turístico;
•	 financiar	empreendimentos	turísticos;
•	 evitar	distorções	nos	 investimentos	turísticos	e	forma-
ção	de	cartéis;
•	 primar	 pelo	 não-comprometimento	 de	 características	
culturais	e	naturais;
•	 buscar	preservar	a	soberania	nacional;
•	 auxiliar	na	pesquisa,	organização	e	interpretação	de	da-
dos	turísticos;
•	 estabelecer	políticas	locais	de	turismo;
•	 divulgar	seus	atrativos,	bens	e	serviços	turísticos;
•	 incentivar	a	formação	e	capacitação	de	gestores	e	profis-
sionais	de	turismo;
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 63
•	 implantar	infra-estrutura	básica	e	turística;
•	 apoiar	projetos.
Conselho ou Fórum Estadual de Turismo
De	forma	geral,	as	orientações	da	atual	política	nacional	colocam	a	necessi-
dade	de	formação	do	Conselho	ou	Fórum	Estadual	de	Turismo.	Neste	órgão	
devem	estar	representados	os	principais	grupos	de	atores	ligados	ao	poder	
público,	ao	poder	privado	e	à	sociedade	civil.	Sua	função	é	auxiliar	a	elabo-
ração	das	estratégias	do	estado,	agrupar	e	mediar	os	interesses	e	demandas	
das	diversas	regiões.
As	preocupações	estaduais	referentes	ao	turismo	devem	
ser	orientadas	de	acordo	com	as	funções	dos	Conselhos	e	
Fóruns.	Os	Estados	não	podem	criar	leis	que	se	sobrepo-
nham	às	leis	nacionais	sobre	o	turismo	(...).	O	Estado	pode	
ter	estatuto	próprio	de	turismo	e	Plano	Estadual	de	Turis-
mo,	mas	nem	todos	os	estados	brasileiros	na	atualidade	
possuem	esses	documentos	já	elaborados	e	em	execução	
(BRASIL,	2009,	p.	118).	
Para	que	o	 Fórum	ou	Conselho	dos	 estados	 seja	 realmente	um	espaço	de	
debate	e	decisão,	é	preciso	que	haja	uma	participação	efetiva	dos	representan-
tes	locais	e	das	regiões	turísticas.	Esses	oferecem	importantes	“contribuições	
sobre	as	possibilidades	e	limitações	do	desenvolvimento	turístico	regional,	e	
sobre	formas	práticas	para	superar	problemáticas	operacionais	e	estratégicas”	
(MINISTÉRIO	DO	TURISMO,	2008,	p.	93).	
A	participação	fortalece	a	capacidade	de	inovação	e	melhora	o	poder	de	ne-
gociação,	seja	com	o	poder	público,	seja	com	os	representantes	do	mercado.	
Entretanto,	a	participação	deve	acontecer	de	forma	organizada,	na	qual	as	
estratégias	 sejam	reflexos	de	um	equilíbrio	de	 interesses.	 	É	preciso	haver	
cooperação	e	ela	deve	estimular	ganhos	e	 responsabilidades.	No	entanto,	
esse	não	é	um	trabalho	simples	ou	de	fácil	aplicação,	mas	deve	ser	buscado	
e	estimulado.
Quando	empresários,	 agentes	 locais	 e	gestores	públicos	
trabalham	em	projetos	de	responsabilidade	compartilha-
da,	a	confiança	entre	eles	se	fortalece,	criando	o	ambien-
Turismoe-Tec Brasil 64
te	propício	para	discussões	produtivas	sobre	políticas	de	
desenvolvimento,	que	por	sua	vez	estimulam	a	inovação	
e	a	sustentabilidade	político-institucional	(MINISTÉRIO	DO	
TURISMO,	2008,	p.	95).	
A	cooperação,	no	setor	turístico,	permite:
•	 Transformar	o	diálogo	em	ações	concretas;
•	 Compartilhar	 a	 responsabilidade	pela	 implantação	dos	
programas,	projetos	desenhados	para	estimularem	o	de-
senvolvimento	do	turismo;
•	 Solucionar	 problemas	 operacionais	 e	 estratégicos	 das	
regiões,	podendo	destacar	questões	vinculadas	à	segu-
rança,	à	qualidade	das	estruturas	públicas	e	privadas	e	
à	promoção	(MINISTÉRIO	DO	TURISMO,	2008,	p.	97).
Fonte:	http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=	download	
&id=1194017.
Figura 4.3: A gestão do turismo é construída pelos diversos atores que fazem parte 
do sistema turístico.
Instâncias de governança regionais
Além	do	Fórum	ou	Conselho,	os	estados	devem	incentivar	a	criação	das	ins-
tâncias	de	governança	regionais,	onde	os	atores	locais	do	turismo	se	reúnem	
para	executar	as	diretrizes	da	política	nacional	e	dos	estados.	Essas	instâncias	
são	orgãos	colegiados	onde	ocorrem	debates	e	promoção	do	turismo	mais	
próximo	à	sociedade.	Por	meio	delas,	percebemos	com	mais	clareza	os	pro-
cedimentos	para	o	desenvolvimento	da	atividade	turística.
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 65
A	 instância	 de	 governança	 regional	 é	 uma	organização	 com	participação	
do	poder	público	e	dos	atores	privados	dos	municípios	 componentes	das	
regiões	turístIcas.	Essa	organização	deve	encarregar-se	da	coordenação,	do	
acompanhamento	e	da	gestão	das	ações	planejadas.
A	cooperação	entre	os	diversos	atores	do	turismo	deve	acontecer	por	meio	
da	 participação	 destes	 nas	 instâncias	 de	 governança	 regionais.	 Essas	 ins-
tâncias,	quando	bem	organizadas,	são	fatores	de	vantagem	competitiva	da	
região	e	dos	municípios	que	dela	fazem	parte.
Fonte:	Ministério	do	Turismo	
Figura 4.4: Uma instância de governança regional é um local e/ou espaço onde dife-
rentes atores sociais podem discutir diversos interesses relacionados ao turismo.
Regionalização do turismo
O	Programa	de	Regionalização	do	Turismo	–	Roteiros	do	Brasil	de-
fine	as	diretrizes	de	organização	de	território	brasileiro	em	regiões	
turísticas	com	uma	instância	de	governança	definida	e	instalada.
O	 objetivo	 da	 regionalização	 é	 aumentar	 a	 competitividade	 dos	
destinos	 turísticos	brasileiros,	possibili-
tando	maior	articulação	entre	o	Minis-
tério	 do	 Turismo,	 a	 gestãoestadual	 e	
os	municípios.	 Alguns	 exemplos	 disso	
são:	a	região	da	uva	e	do	vinho,	no	Rio	
Grande	do	Sul;	 o	 Polo	das	Dunas,	no	
Rio	Grande	do	Norte	e	o	circuito	turísti-
co	do	ouro,	em	Minas	Gerais.
Fonte:	Ministério	do	Turismo
Turismoe-Tec Brasil 66
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Os	governos	 estaduais	possuem	papel	 fundamental	 na	 elaboração	e	 exe-
cução	das	políticas	de	turismo.	Essa	importância	pode	ser	atribuída	à	maior	
proximidade	com	as	esferas	locais	e	ao	maior	conhecimento	da	realidade	das	
mesmas.	Para	tanto,	os	governos	estaduais	são	orientados	a	criar	espaços	
que	facilitem	a	gestão.	
a)	 Quais	são	esses	espaços?
(				)	Ministério	do	Turismo
(				)	Instâncias	de	governança	regionais
(				)	Fórum	Nacional	de	Dirigentes	e	Secretários	de	Turismo
(				)	Fórum	Nacional	de	Turismo
(				)	Fóruns	ou	Conselhos	Estaduais	de	Turismo
b)	 Quais	as	suas	atribuições?
(				)	Reunir	os	atores	locais	e	regionais	de	turismo,	com	o	objetivo	de	discutir	
e	verificar	a	aplicação	das	políticas	nacionais	de	turismo.
(				)	Definir	estratégias	locais	de	desenvolvimento	turístico.
(				)	Definir	a	política	nacional	de	turismo.
(				)	Obstruir	a	aplicação	de	políticas	de	turismo	na	região.
Ações da Secretaria Estadual de Turismo – 
caso: Minas Gerais 
Para	o	desenvolvimento	do	turismo	nos	estados,	é	preciso	que	as	Secretarias	
e	órgãos	de	turismo	criem	mecanismos	de	incentivo	à	gestão	profissional	do	
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 67
turismo.	Essas	ações	devem	possibilitar	a	fiscalização	e	o	controle	da	gestão	
das	instâncias	de	governança,	de	forma	que	essas	instâncias	sejam	capazes	
de	implantar	as	políticas	de	turismo.
O	estado	de	Minas	Gerais,	na	região	Sudeste	do	país,	possui	uma	Secretaria	
de	Estado	do	Turismo	desde	1999,	portanto	anterior	à	criação	do	Ministério	
do	Turismo,	sendo	orientada	para	uma	estratégia	de	regionalização	para	o	
desenvolvimento	do	turismo.	
O	estado	mineiro	foi	dividido	em	circuitos	turísticos	nos	quais	os	municípios	
se	agruparam	e	formaram	associações	que	mais	tarde	se	tornariam	as	ins-
tâncias	de	governança	regionais	do	estado.	O	objetivo	dessas	instâncias	era	
elaborar	as	estratégias	e	organizar	as	demandas	turísticas	das	regiões	para	o	
governo	do	estado.	
Para	transformar	as	associações	de	município	em	instâncias	de	governança,	
era	preciso	criar	algumas	regras.	Uma	delas	foi	o	processo	de	certificação	ao	
qual	a	cada	dois	anos	as	instâncias	de	governança	são	submetidas.		Quem	
define	os	critérios	e	os	benefícios	desse	processo	é	a	Secretaria	de	Turismo	
de	Minas	Gerais.	Ela	fiscaliza	e	exige	das	instâncias	o	cumprimento	das	me-
tas	de	gestão	de	cada	uma	e	condiciona	o	repasse	de	recursos	financeiros	
àquelas	que	são	certificadas.	
Entre	os	 critérios	 de	 certificação	do	Governo	do	 Estado	de	Minas	Gerais,	
estão:
•	 a	formalização	jurídica	da	instância	(se	é	uma	associação,	fundação,	con-
selho	etc.);
•	 a	realização	de	reuniões	e	assembleias;
•	 a	contratação	de	pessoal	técnico	responsável	pela	gestão	da	instância;
•	 a	 regularização	das	 certidões	negativas	de	débito	da	 instância	 com	os	
órgãos	de	arrecadação	de	impostos	e	contribuições	(Receita	Federal,	Re-
ceita	Estadual,	Prefeitura,	INSS,	Caixa	Econômica	Federal,	entre	outros);
•	 a	realização	de	projetos	e	estudos,	pactuados	a	cada	processo	de	certifi-
cação.	Por	exemplo:	em	2009,	a	Secretaria	de	Turismo	de	Minas	Gerais	
exigiu	que	todos	os	Circuitos	realizassem	o	Inventário	da	Oferta	Turística	
dos	municípios	que	faziam	parte	da	região.	
Turismoe-Tec Brasil 68
Além	desses	critérios,	a	Secretaria	pode	requerer	que	as	 instâncias	partici-
pem	do	Conselho	 Estadual	 de	 Turismo,	 entre	 outras	 solicitações	 que	 são	
acordadas	entre	as	partes.	Esses	instrumentos	exigem	que	as	instâncias	se	
profissionalizem	e	que	contribuam	para	que	o	turismo	no	estado	seja	mais	
bem	gerenciado.	Isso,	contudo,	não	garante	o	sucesso	da	atividade	turística;	
outros	fatores	precisam	ser	trabalhados,	como	um	maior	orçamento	para	o	
setor	e	a	elaboração	de	um	Plano	Estadual	de	Turismo.	
Como	forma	de	incentivar	as	regiões	e	os	municípios	turísticos	foi	criado,	em	
2009,	o	ICMS	turístico.	A	estratégia	do	governo	do	estado	é	destinar	uma	
parte	dos	recursos	do	Imposto	sobre	Circulação	de	Mercadorias	e	Serviços	
–	ICMS	–,	para	aqueles	municípios	que	desenvolverem	ações	e	projetos	de	
desenvolvimento	turístico.	Com	isso,	os	municípios	se	sentiram	estimulados	
a	investir	em	ações	como	o	planejamento	estratégico,	o	inventário	da	oferta	
turística	e	a	pesquisa	de	demanda.
Com	o	exemplo	de	Minas	Gerais,	percebemos	que	cada	estado	pode	desen-
volver	sua	estratégia	de	fomento	e	apoio	ao	desenvolvimento	do	turismo.	
Para	 tanto,	é	preciso	observar	 suas	particularidades,	 seus	 interesses	e	 sua	
organização,	sendo	necessário	a	todos	que	haja	criatividade	e	comprometi-
mento	com	a	atividade	turística.	
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
O	incentivo	e	o	fomento	à	atividade	turística	podem	acontecer	de	diversas	
formas	dentro	dos	estados.	Para	exemplificar,	mostramos	Minas	Gerais,	que	
empreendeu	ações	e	adotou	princípios,	exceto:
(				)	O	investimento	na	criação	de	Circuitos	Turísticos,	como	forma	de	orga-
nizar	o	território.
(				)	a	criação	de	um	incentivo	fiscal	para	as	gestões	municipais	de	turismo.
(				)	A	obtenção	de	recursos	do	Prodetur.
(	 	 	 	 )	A	criação	de	processos	de	certificação	das	 instâncias	de	governança	
regionais.	
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 69
Conclusão
Para	a	gestão	do	 turismo	nos	estados,	é	preciso	obedecer	e	estar	em	co-
municação	com	a	Política	Nacional	de	Turismo,	o	que	implica	um	processo	
de	gestão	descentralizada	e	participativa.	As	 instâncias	de	governança	es-
taduais	e	regionais	têm	papel	fundamental	nessa	gestão,	pois	representam	
os	interesses	da	sociedade	civil	e	do	poder	público	nos	destinos	turísticos	e	
do	estado.	Mecanismos	de	incentivo,	de	planejamento	e	de	fiscalização	da	
atividade	turística	também	são	essenciais	nesse	processo.
Resumo
•	 A	participação	dos	governos	estaduais	na	elaboração	da	política	de	turis-
mo	é	muito	importante	e	relativamente	recente.
•	 A	participação	do	governo	na	elaboração	de	políticas	de	turismo	come-
çou	na	época	da	ditadura	(1964-1985),	quando	a	Embratur	captava	re-
cursos	do	Governo	Federal	para	investir	no	turismo.	
•	 Entre	1990	e	2003,	a	principal	fonte	de	recursos	financeiros	era	o	Banco	
Interamericano	de	Desenvolvimento	–	BID.	O	Programa	de	Desenvolvi-
mento	Turístico	–	Prodetur	 I	e	 II	–	beneficiou	principalmente	as	regiões	
Norte	e	Nordeste	do	país.	
•	 Com	a	criação	do	Ministério	do	Turismo	em	2003,	criaram-se	mecanismos	
de	organização	e	participação	dos	governos	estaduais.	Os	estados	tiveram	
que	instituir	os	Fóruns	ou	Conselhos	Estaduais	de	Turismo	(Fonatur).	
•	 Atualmente,	todos	os	estados	brasileiros	possuem	um	órgão	responsável	
pelo	 turismo.	As	 funções	 desses	 órgãos	 são:	 elaborar	 o	 planejamento	
e	financiar	empreendimentos	turísticos,	implantar	infraestrutura	básica,	
buscar	preservar	a	soberania	nacional,	entre	outros.	
•	 Para	o	sucesso	da	gestão	do	turismo	em	um	estado,	é	preciso	criar	me-
canismos	de	participação	e	cooperação	entre	os	atores	do	turismo	e	o	
poder	público.
•	 As	 instâncias	de	governança	regionais	são	órgãos	colegiados,	que	per-
mitem	aos	destinos	turísticos	participar	da	política	nacional	de	turismo	e	
também	dos	estados.	
Turismoe-Tec Brasil 70
•	 O	objetivo,	ao	se	instituir	as	instâncias	de	governança	regionais,	é	possi-
bilitar	a	formatação	de	roteiros	turísticos	integrados	e	aumentar	a	com-
petitividade	dos	destinos.
•	 É	preciso	que	os	estados	criem	mecanismos	de	fiscalização	e	controle	so-
bre	a	gestão	das	instâncias	de	governança.	Em	Minas	Gerais,	foi	adotadaa	estratégia	de	certificação.
•	 Devem	ser	elaborados	mecanismos	de	incentivo	financeiro	à	gestão	pro-
fissional	do	turismo.	Em	Minas	Gerais,	a	estratégia	do	estado	consiste	em	
repassar	recursos	do	ICMS	aos	municípios	que	investem	no	turismo.
Informação sobre a próxima aula 
Na	próxima	aula,	você	verá	como	são	definidas	as	políticas	municipais	de	
turismo.	Até	lá!
Respostas das Atividades
Atividade 1
As	políticas	 estaduais	 de	 turismo	dependem	da	 articulação	do	governo	do	
estado	com	o	Governo	Federal,	principalmente	devido	à	maior	disponibilidade	
de	recursos	financeiros.	Durante	a	ditadura	militar,	a	principal	fonte	de	recur-
sos	era	a	Embratur.	Já	na	década	de	1990	até	o	ano	de	2003,	esses	recursos	
passaram	a	ser	captados	junto	ao	Banco	Interamericano	de	Desenvolvimento	
ou	BID.	Isso	fez	com	que	as	gestões	estaduais	tivessem	necessidade	de	uma	
maior	profissionalização,	pois	precisavam	elaborar	projetos	e	relatórios	técni-
cos.	A	partir	de	2003,	com	a	criação	do	Ministério	do	Turismo,	abre-se	uma	
nova	etapa	na	formulação	das	políticas	de	turismo	do	país.	Os	governos	es-
taduais	são	chamados	a	participar	do	processo	de	elaboração	dessas	políticas	
por	meio	do	Fórum	Nacional	de	Dirigentes	e	Secretários	de	Turismo.
Atividade 2
a)	
(X)	Instâncias	de	governança	regionais.
e-Tec BrasilAula 4 | Gestão de políticas de turismo nos estados brasileiros 71
(X)	Fóruns	ou	Conselhos	Estaduais	de	Turismo.
b)	
(X)	Reunir	os	atores	locais	e	regionais	de	turismo,	com	o	objetivo	de	discutir	
e	verificar	a	aplicação	das	políticas	nacionais	de	turismo.
(X)	Definir	estratégias	locais	de	desenvolvimento	turístico.
Atividade 3
(X)	Obteve	recursos	do	Prodetur.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério do Turismo. Institucionalização da Instância de Governança Regional. 
Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/instancia_
governanca/>. Acesso em: 20 jan. 2010.
______. Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento do Turismo: 
formação de gestores das políticas públicas de turismo. Florianópolis: SEAD/FAPEU/UFSC, 
2009.
______. Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento do Turismo: 
Turismo e sustentabilidade, formação de redes e ação municipal para a regionalização do 
turismo. Florianópolis: SEAD/UFSC, 2008.
MOLINA, Sérgio; Rodriguez, Sérgio. Planejamento integral do turismo: um enfoque para a 
América Latina. Tradução Carlos Valero. Bauru: EDUSC, 2001.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 73
Meta da aula
Apresentar as principais características e funções da administra-
ção do turismo em âmbito municipal, além dos instrumentos de 
planejamento e gestão dessa atividade.
Objetivos da aula
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar pontos positivos e negativos do desenvolvimento 
do turismo municipal;
2. reconhecer as competências dos Conselhos Municipais de 
Turismo;
3. identificar as áreas de investimento do Fundo Municipal de 
Turismo;
4. distinguir as etapas de elaboração de um Plano Municipal de 
Turismo;
5. identificar os desafios das administrações municipais para a 
gestão do turismo. 
Aula 5 | A gestão municipal e o 
turismo 
Turismo na minha cidade
O turismo não se constrói em poucos dias nem a partir de uma única pessoa 
ou de um único grupo. É necessário o esforço em conjunto, envolvendo de-
cisões nas esferas do poder público, da iniciativa privada e da comunidade. 
É importante que a discussão, o debate, o intercâmbio de ideias e conheci-
mentos sejam ações diárias. É por meio desse trabalho contínuo que ocorre 
o fortalecimento da atividade turística nos municípios.
A organização, o desenvolvimento e o funcionamento sustentável da ativi-
dade turística nos municípios são os principais desafios do gestor municipal. 
Turismoe-Tec Brasil 74
Ele deve sempre buscar a participação efetiva da sociedade no processo de 
planejamento e fomento do turismo.
http://www.flickr.com/photos/rama_miguel/3485095631/
Figura 5.1: É preciso um esforço conjunto para desenvolver a atividade turística. A 
troca de ideias e informações entre o poder público, a iniciativa privada e a comuni-
dade é fundamental.
Nesta aula, você vai aprender as principais características e funções da admi-
nistração do turismo em âmbito municipal e verá quais são os instrumentos 
de planejamento e gestão necessários para que o turismo se desenvolva de 
forma sustentável. 
A administração do turismo
Os órgãos responsáveis pela atividade turística nos municípios geralmente 
são as Secretarias Municipais. Elas podem ser especificamente direcionadas 
ao turismo ou abranger outras áreas como cultura, meio ambiente e desen-
volvimento econômico. Quando a Secretaria Municipal inclui outras áreas, o 
turismo geralmente possui uma diretoria, um departamento ou uma divisão 
responsável pelas políticas e pela gestão do setor.
Esses órgãos devem ser agentes eficazes de mudanças no sistema turístico 
municipal, atuando no planejamento, na estruturação, na organização, na 
normalização, na fiscalização e na promoção do destino turístico. 
É importante ressaltar a necessidade do diálogo entre órgãos gestores, em-
presas, Conselhos de Turismo e as associações comerciais, e também com a 
comunidade, para que o turismo se desenvolva de forma sustentável. 
Normalização
Atividade que visa à 
elaboração e implantação 
de normas que contribuam 
para o desenvolvimento e o 
funcionamento ordenado da 
atividade turística.
Glossário
Ra
m
a 
M
ig
ue
l
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 75
Planejamento: início do caminho para a susten-
tabilidade
É fundamental que haja planejamento para que o turismo possa se desen-
volver de forma adequada. Uma vez que as ações são executadas, é essen-
cial que sejam avaliadas periodicamente. É preciso ainda que haja integração 
entre os diversos elementos participantes do sistema turístico, com o envolvi-
mento do setor público, da iniciativa privada e da comunidade. 
Por um lado, a atividade turística detém grande capacidade de gerar diversos 
aspectos positivos para as localidades em que ocorre. O turismo pode favo-
recer o desenvolvimento social e econômico ao promover a valorização da 
cultura local e a preservação patrimonial. Essa atividade também favorece o 
aumento da circulação de divisas e os investimentos públicos e privados. O 
município é beneficiado por meio do crescimento da oferta de empregos, da 
geração de renda e do aumento da arrecadação de impostos.
Por outro lado, apesar do desenvolvimento que o turismo pode proporcio-
nar, há também uma série de possíveis consequências negativas que podem 
ocorrer. O município pode ser prejudicado de diversas formas, tais como: 
•	 inflação de preços sobre os produtos e serviços turísticos; 
•	 especulação imobiliária; 
•	 dependência econômica do turismo; 
•	 degradação do ambiente natural; 
•	 descaracterização do patrimônio histórico e das manifestações culturais.
O que determina se a atividade turística terá impactos positivos ou negativos 
é a eficiência no planejamento e na gestão do turismo. Portanto, os órgãos 
gestores devem buscar o desenvolvimento sustentável dos sistemas turísticos 
municipais. Para tanto, o trabalho deverá ser fundamentado em um plane-
jamento tecnicamente elaborado, que possibilite a otimização da utilização 
da oferta turística e minimize possíveis impactos de ordem econômica, cul-
tural, social e ambiental.
Especulação imobiliária
Processo caracterizado 
pela valorização monetária 
excessiva de áreas urbanas 
ou rurais.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 76
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Marcos quer estudar Turismo quando terminar a escola.Leia o diálogo dele 
com a amiga Carla.
Carla: – Por que você quer estudar turismo?
Marcos: – Porque quero implementar o turismo aqui no nosso município. O 
turismo vai melhorar muito a nossa vida.
Carla: – Melhorar como?
Marcos: – Ainda não sei muito bem, mas as cidades que têm atividade turís-
tica são mais ricas.
Carla: – Mas será que não há aspectos negativos se estimularmos o turismo 
aqui?
Marcos: – Acho que não...
Imagine que você, técnico em turismo, está participando dessa conversa. 
O que você diria para Marcos e Carla? Quais são os aspectos positivos e os 
negativos que o desenvolvimento da atividade turística pode trazer? 
Conselho Municipal de Turismo – Comtur 
Os Conselhos Municipais de Turismo são entidades que têm geralmente por 
objetivos estimular e promover a atividade turística. Eles visam ao correto 
aproveitamento dos recursos naturais e culturais e à consolidação do turismo 
como uma alternativa de desenvolvimento econômico e social.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 77
•	 O Comtur tem sua formação definida por lei e é dividido entre poder públi-
co, iniciativa privada e comunidade. Suas principais competências são:
•	 formular as diretrizes básicas a serem obedecidas na política municipal 
de turismo;
•	 opinar sobre projetos de lei que se relacionem com o turismo ou adotem 
medidas que neste possam ter implicações; 
•	 elaborar e implantar projetos de interesse turístico visando incrementar o 
fluxo de turistas no município;
•	 estabelecer diretrizes para o trabalho coordenado entre os serviços públi-
cos municipais e os prestados pela iniciativa privada;
•	 monitorar periodicamente o mercado turístico do município;
•	 realizar eventos, como seminários e debates, sobre temas de interesse 
turístico;
•	 direcionar os investimentos a serem feitos com os recursos destinados ao 
Fundo Municipal de Turismo – Fumtur;
•	 fiscalizar a captação, o repasse e a destinação dos recursos de competên-
cia do Fumtur.
Tendo em vista seus objetivos, formação e atribuições, percebe-se a impor-
tância dos Conselhos Municipais de Turismo para os municípios e o desen-
volvimento da atividade.
Atividade 2 
Atende ao Objetivo 2
São competências dos Conselhos Municipais de Turismo, exceto:
a) ( ) Formular as diretrizes básicas a serem obedecidas na política muni-
cipal de turismo.
Turismoe-Tec Brasil 78
b) ( ) Apresentar posicionamento sobre projetos de lei que se relacionem 
com o turismo ou adotem medidas que neste possam ter implica-
ções.
c) ( ) Estabelecer diretrizes para o trabalho coordenado entre os serviços 
públicos.
d) ( ) Direcionar os investimentos a serem feitos com os recursos destinados 
ao Fundo Municipal de Turismo para ações particulares e de interesse 
de poucos no turismo local.
e) ( ) Fiscalizar a captação, o repasse e a destinação dos recursos de com-
petência do Fumtur. (NP)
Fundo Municipal de Turismo – Fumtur
O Fundo Municipal de Turismo – Fumtur – é um instrumento legal para o 
investimento de recursos na atividade turística. Geralmente, esse fundo é 
administrado pelo Conselho Municipal de Turismo, mas os recursos são alo-
cados em uma conta da Prefeitura. 
As áreas de investimento do Fumtur devem ser definidas por lei municipal. É 
importante destacar que os recursos devem atender ao objetivo de alcançar 
o desenvolvimento da atividade turística. O enfoque deve ser para o bem 
coletivo da atividade e nunca para o benefício individual ou privado de uma 
pessoa ou empresa específica. Algumas das possibilidades a serem atendidas 
pelo Fumtur são:
•	 infraestrutura: sinalização turística, vias de acesso, etc.;
•	 fiscalização: avaliação da atividade turística e seus impactos nos municípios;
•	 promoção turística: participação do município em eventos turísticos, di-
vulgação em mídias impressa, TV, rádio etc.;
•	 pesquisa: realização de pesquisas de demanda turística;
•	 qualificação: cursos de qualificação de mão de obra para o setor turístico.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 79
Os investimentos devem atender a objetivos coletivos e que visem ao de-
senvolvimento do turismo. É proibida a utilização de recursos do Fundo em 
despesas pessoais ou de empresas privadas.
M
au
ro
 S
ak
am
ot
o
http://www.sxc.hu/photo/535521
Figura 5.2: O Fundo Municipal de Turismo é um instrumento legal para o investimen-
to de recursos na atividade turística. 
Para a captação de recursos para o Fundo Municipal de Turismo, podem ser 
utilizadas diversas fontes como:
•	 taxas cobradas pela cessão de espaços públicos para eventos de cunho 
turístico e de negócios;
•	 taxas de turismo cobradas em meios de hospedagem;
•	 percentual na cobrança de bilheterias de atrativos turísticos;
•	 créditos orçamentários ou especiais que lhe sejam destinados.
•	 doações de pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas;
•	 contribuições de qualquer natureza, sejam públicas ou privadas;
•	 recursos provenientes de convênios.
Turismoe-Tec Brasil 80
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
Quais das áreas de investimento citadas devem ser contempladas por recur-
sos do Fumtur?
a) ( ) Compra de alimentos para atender à merenda escolar.
b) ( ) Instalação de sinalização turística.
c) ( ) Compra de máquinas e equipamentos para um hotel-fazenda da 
região.
d) ( ) Custeio do material de divulgação de uma agência de turismo local.
e) ( ) Participação do município em eventos turísticos.
f) ( ) Realização de cursos de qualificação de mão de obra para o setor 
turístico. 
Plano Municipal de Turismo: a principal 
ferramenta de trabalho
O Plano Municipal de Turismo é a ferramenta orientadora do planejamento 
da gestão do turismo para a evolução qualitativa do setor turístico. A elabo-
ração do Plano deve ser dividida em etapas:
•	 diagnóstico;
•	 prognóstico;
•	 objetivos e metas a serem alcançados;
•	 programas de desenvolvimento;
•	 projetos a serem implantados;
•	 indicadores de desenvolvimento.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 81
Vamos entender cada uma delas?
Diagnóstico
A construção dos Planos Municipais de Turismo deve partir de um processo 
sistemático de debates e análises técnicas que serão traduzidas no diagnós-
tico da situação atual do município. O diagnóstico deve contemplar: 
•	 a avaliação dos atrativos, da infraestrutura e dos serviços locais cataloga-
dos e descritos no inventário da oferta turística municipal; 
•	 a análise dos ambientes interno e externo do turismo do município; 
•	 a análise da demanda turística observando as forças e oportunidades do 
município em contraste com suas fraquezas e ameaças; 
•	 a avaliação das políticas públicas existentes. 
 
INVENTÁRIO 
 DA
 
 
Atrativos turísticos 
Infra-estrutura 
Serviços turísticos e em geral 
Ambientes interno e externo 
Demanda turística 
Forças/Oportunidades vs. Fraquezas/Ameaças 
Políticas públicas de Turismo (federal e estadual) 
 
 
A
N
Á
LI
S
E 
 
OFERTA TURÍSTICA 
Figura 5.3: O diagnóstico de um Plano Municipal de Turismo é um processo que passa 
por várias etapas. 
Ambiente interno do 
turismo do município 
É o conjunto de elementos 
presentes no município 
que compõem e influenciam 
o turismo local. São 
integrantes do ambiente 
interno toda a oferta de 
atrativos, as agências de 
viagens, as empresas de 
transportes, os hotéis, o 
poder público municipal, 
as associações ligadas à 
atividade, entre outros.
Ambiente externo do 
turismo do município
É o conjunto de elementos 
que, mesmo fora do 
município, podem 
influenciar o turismo 
local. Podem compor esse 
ambiente as empresas 
de turismo e os meiosde 
comunicação com atuação 
regional, o poder público 
estadual, as empresas de 
transporte intermunicipais, 
entre outros.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 82
Prognóstico
É a definição de possíveis cenários futuros, positivos ou negativos, para a ati-
vidade turística. Essa etapa é de fundamental importância, pois é nela que se 
estabelece o cenário ideal para o turismo, ou seja, a situação desejada para a 
atividade turística pelos envolvidos no processo de sua gestão. Portanto, essa 
etapa é decisiva para a elaboração dos objetivos, das metas, dos programas, 
dos projetos e das ações, os quais deverão estar sempre direcionados para a 
construção do cenário ideal do turismo.
Objetivos e metas a serem alcançados
Essa etapa deve apresentar com clareza quais são os objetivos que nos apro-
ximam da situação futura desejada. Quando os objetivos são quantificados 
ou quando se estabelece um determinado período de tempo para que sejam 
alcançados, eles se transformam em metas (ROSE, 2002). 
As metas são os objetivos quantificados e com prazos estabelecidos para o 
seu cumprimento.
Programas de desenvolvimento
São o conjunto de ações setoriais necessárias que direcionam a implantação 
do Plano Municipal. Os programas são elaborados e divididos a partir da de-
finição das áreas de atuação dos Planos. Por isso, não existe um mínimo ou 
um máximo de programas contidos em um Plano Municipal. 
Projetos a serem implantados
São o conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o obje-
tivo de alcançar objetivos específicos; eles são o meio mais direto para que 
esses objetivos se concretizem ou se materializem (DIAS, 2003). 
Indicadores de desenvolvimento
São as ferramentas que irão monitorar a eficiência do Plano Municipal e o 
desenvolvimento do turismo. Os indicadores podem ser divididos em cinco 
áreas de análise: 
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 83
•	 gestão;
•	 econômica;
•	 social;
•	 ambiental;
•	 turística. 
Essa divisão permitirá a observação ampla da atividade turística e do seu 
andamento ao longo do período determinado para a execução do Plano 
Municipal de Turismo.
Atividade 4
Atende ao Objetivo 4
A elaboração do Plano Municipal de Turismo deve ser dividida em etapas 
como visto nesta aula. Nesta atividade, você deve completar as lacunas de 
forma a dar o sentido correto ao texto conforme o conteúdo trabalhado.
A construção dos Planos Municipais de Turismo deve partir de ____________ 
_______que serão traduzidas no diagnóstico da situação atual do município. 
A partir daí, dá-se início à elaboração do prognóstico da atividade turís-
tica, quando ocorre a definição de _______________________________. 
Essa etapa é de fundamental importância, pois é onde se estabelece. ____
_________________________________.Essa etapa é decisiva para a elabo-
ração dos ________________________. Os programas de desenvolvimetno 
são o ____________________________do Plano Municipal. Os programas 
são elaborados e divididos a partir da definição das áreas de atuação dos 
Planos. Já os indicadores de desenvolvimento são as ferramentas que irão 
__________________________e o desenvolvimento do turismo. 
Turismoe-Tec Brasil 84
Desafios da gestão municipal
A gestão em âmbito nacional deve ter visão e atuação ampla. Já a gestão 
municipal está bem próxima do seu foco de ação e, portanto, pode direcio-
nar seus esforços para a solução dos desafios.
Os principais desafios que a gestão municipal do turismo encontra estão 
relacionados a:
•	 fomento à atividade turística;
•	 estruturação da oferta turística;
•	 exercício de uma gestão participativa;
•	 qualificação do produto turístico;
•	 implantação de um Sistema de Informações Turísticas;
•	 promoção turística;
•	 geração de empregos;
•	 aumento da demanda turística.
Fomento à atividade turística
A gestão municipal tem papel determinante no crescimento da atividade tu-
rística e no desenvolvimento econômico e social. O seu êxito está diretamen-
te ligado ao trabalho em parceria com a iniciativa privada, as associações de 
classe e a comunidade. 
Os Sistemas Turísticos Municipais devem ser fortalecidos no sentido de atin-
gir um índice adequado de qualidade na oferta de serviços, infraestrutura e 
atrativos turísticos.
Portanto, os gestores devem atuar de forma integrada e estar atentos às 
necessidades do setor produtivo. Um exemplo quase sempre muito bem-
sucedido no fomento da atividade econômica é a oferta de incentivos fiscais 
que estimulem a criação ou a instalação de novas empresas no município. 
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 85
Além disso, a gestão deve propiciar estrutura adequada, promover estudos e 
fornecer informações e apoio técnico a empresas e comunidade.
Estruturação da oferta turística
Os municípios devem sempre se preocupar em melhorar a oferta turística. A 
otimização dos atrativos turísticos deixará o visitante ainda mais satisfeito. 
Isso inclui utilizar bem os recursos naturais, urbanos e culturais existentes. 
Os atrativos turísticos devem ser preservados. Problemas como lixo exposto, 
pichações, depredações do patrimônio podem ser muito negativos para a 
imagem de um destino turístico.
A
nd
ré
 V
ia
na
Fonte: acervo do autor
Figura 5.4: Lixo depositado na passagem de turistas na praça 22 de Abril, local da 
primeira missa realizada no Brasil, em Santa Cruz de Cabrália (BA). 
O apoio para a criação de novos produtos turísticos de qualidade, buscando 
a diversificação da oferta turística local, deve ser uma ação constante, pois 
poderá proporcionar melhor desempenho do destino.
Entretanto, a viabilidade da utilização da oferta turística passa pela boa con-
dição da infraestrutura geral, daí a necessidade da integração entre os ór-
gãos municipais de turismo, obras, urbanismo e meio ambiente e a Secreta-
ria de Obras e Urbanismo, a qual permitirá que recursos sejam utilizados de 
maneira eficiente e segura. 
Turismoe-Tec Brasil 86
Exercer gestão participativa
A participação e a colaboração da população local para o crescimento do 
turismo são fundamentais. O envolvimento da comunidade facilita a aceita-
ção e compreensão da atividade turística no município, além de favorecer o 
melhor aproveitamento de oportunidades geradas.
O setor privado também deve estar sintonizado com a gestão do turismo, 
participando e investindo, para se consolidar como cogestor da atividade e 
também como instrumento do desenvolvimento econômico.
Outro fator decisivo para o desenvolvimento sustentável da atividade turís-
tica é a participação das organizações não governamentais. Elas atuam as-
sumindo funções de parceiros, mobilizadores, observadores e fiscalizadores 
das ações do poder público e da iniciativa privada no município.
Portanto, a gestão do turismo deve ser resultado da comunhão de objetivos 
e ações dos atores envolvidos com a atividade.
Fe
rn
an
do
 O
tt
on
i
Fonte: acervo do autor
Figura 5.5: Oficina de trabalho para elaboração do Plano Municipal de Turismo, Dores 
do Indaiá (MG).
Qualificação do produto turístico
É fundamental que haja uma postura rígida em relação à capacitação técnica 
e moral dos profissionais envolvidos com o turismo no início do processo de 
desenvolvimento dessa atividade. Outros pontos importantes são a criação 
de um conjunto de normas e a estruturação do processo de fiscalização dos 
serviços prestados aos visitantes. Isso deve ocorrer por meio da parceria entre 
poder público, comunidade e empresários. 
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 87
Tomando essas medidas, será mais simples alcançar uma boa relação entre 
o destino turísticoe seus visitantes. Sem dúvida, tanto os turistas como os 
moradores ficarão mais satisfeitos ao encontrar os atrativos de um município 
bem cuidados. Oferecer segurança, confiabilidade, respeito, além de quali-
dade nos serviços, nos atrativos turísticos e no atendimento ao público, é 
fundamental para que o produto turístico seja de boa qualidade. 
A
nd
ré
 V
ia
na
Fonte: acervo do autor
Figura 5.6: Cachorro circula pela praia em meio a vendedores irregulares e banhistas. Fis-
calização e normas de uso dos atrativos são fundamentais para o sucesso do turismo.
Implantação de um sistema de informações turísticas
Um sistema de informações turísticas é essencial para que a gestão do turismo 
seja eficiente. Por meio desse sistema, é possível planejar e analisar melhor a 
atividade turística. Além disso, torna-se mais fácil promover e vender o produ-
to turístico municipal, melhorando, ainda, o atendimento ao visitante.
Para elaborar um sistema de informações turísticas é preciso basear-se no 
estudo sistemático e metódico da atividade turística local. Por meio de pes-
quisa e reflexão crítica da situação da atividade turística do município, é 
possível definir as ações prioritárias para sua viabilização. 
Esse sistema deverá dispor de diversas informações sobre o município, tais 
como: 
•	 atrações turísticas naturais, históricas e culturais que o distinguem dos 
demais municípios;
•	 serviços, equipamentos e infraestrutura que compõem a oferta turística 
municipal;
•	 características do fluxo de visitantes e seus impactos sobre o município. 
Turismoe-Tec Brasil 88
Todo o acervo de informações desse sistema deverá ser colocado à disposi-
ção da comunidade, de visitantes, de empresários, de instituições de ensino 
e pesquisa e demais interessados.
Promoção turística
A promoção do município deverá utilizar-se de todas as atrações que com-
põem a oferta turística. O potencial turístico local, a partir da sua estrutura-
ção e qualificação, deverá denotar credibilidade, segurança, por meio da sua 
qualidade e diversidade.
A promoção turística de um município deve estar amparada por um plano 
de marketing turístico que apresente estratégias e defina as ações para a 
divulgação e comercialização do produto turístico. A partir daí, o destino po-
derá estabelecer um posicionamento estratégico de mercado, que favoreça 
o surgimento de oportunidades para o turismo local.
Além da promoção, a distribuição do produto turístico deve ser fomentada. 
Os laços para a comercialização do produto deverão ser fortalecidos. Agên-
cias de viagens e operadoras deverão tornar-se parceiros próximos, bem 
como outros integrantes do arranjo produtivo turístico regional. 
Geração de empregos
O desenvolvimento da atividade turística nos municípios propicia o cresci-
mento do número de postos de trabalho. Os empregos são oferecidos pelos 
meios de hospedagem, bares e restaurantes, serviços de entretenimento e 
demais integrantes do sistema turístico municipal.
Lu
iz
 B
al
ta
r
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/489889
Figura 5.7: O desenvolvimento das atividades turísticas nos municípios gera empre-
gos relacionados ao setor.
Posicionamento 
estratégico de mercado 
ou posicionamento de 
mercado
O posicionamento de 
mercado é o trabalho de 
adequação e aproximação 
de um produto aos 
interesses de sua demanda 
potencial. 
Glossário
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 89
Esse é um desafio a ser alcançado com muito esforço e com a sólida inte-
gração do sistema turístico municipal. Gerar postos de trabalho na atividade 
turística pode ser uma arma contra o desemprego.
Aumento da demanda turística
Para que haja aumento da demanda turística em determinado município, é 
preciso:
•	 oferecer produtos e serviços de qualidade;
•	 dispor de infraestrutura necessária à ocorrência do turismo no município;
•	 contar com a sólida integração da sociedade com a atividade turística;
•	 promover e comercializar bem o destino turístico. 
•	 oferecer atrações turísticas que tenham força na captação de visitantes.
O crescimento da demanda turística deverá ser fundamentada no bom de-
sempenho das ações propostas e no cumprimento das metas estabelecidas 
no Plano Municipal. Isso determinará se o município ganhará uma posição 
de destaque no cenário turístico, recebendo um fluxo organizado e constan-
te de visitantes.
Fe
rn
an
do
 O
tt
on
i
Fonte: acervo do autor
Figura 5.8: Caminhada ecoliterária, Cordisburgo (MG), grande concentração de de-
manda turística.
Turismoe-Tec Brasil 90
Atividade 5
Atende ao Objetivo 5
Relacione os desafios da gestão municipal do turismo às ações necessárias 
para o seu atendimento:
a) fomento à atividade turística;
b) estruturação da oferta turística;
c) exercer gestão participativa;
d) qualificação do produto turístico;
e) implantação de um Sistema de Informações Turísticas;
f) promoção turística;
g) geração de empregos;
h) aumento da demanda.
( ) Realização de obras de melhoria nas estradas que dão acesso aos atra-
tivos turísticos.
( ) Captação de novas empresas turísticas para o município.
( ) Divulgação do município junto a agências de viagens da região.
( ) Realização de debates para a definição de projetos e ações para o cres-
cimento do turismo.
( ) Melhoria da estrutura e da promoção dos eventos realizados no mu-
nicípio.
( ) Diminuição de tributos municipais sobre empresas turísticas.
( ) Realização de pesquisas sobre a oferta e a demanda turística do município. 
( ) Realização de treinamentos para profissionais de turismo.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 91
Conclusão
A gestão do turismo em nível nacional é bastante complexa, pois há muitas 
particularidades que devem ser atendidas. Já a gestão municipal está muito 
mais próxima do seu foco de trabalho e voltada para as necessidades locais. 
Apesar disso, a gestão do município enfrenta diversos desafios. É fundamen-
tal que os integrantes do sistema turístico municipal participem da administra-
ção municipal, auxiliando a tomada de decisões que propiciarão o desenvolvi-
mento da atividade turística. Além disso, o Plano Municipal de Turismo é uma 
importante ferramenta para o desenvolvimento do turismo local.
Resumo
•	 As Secretarias Municipais geralmente são os órgãos responsáveis pelas 
atividades turísticas nos municípios. Elas atuam no planejamento, estru-
turação, organização, normalização, fiscalização e promoção do destino 
turístico.
•	 É fundamental que haja planejamento para que o turismo possa se de-
senvolver de forma adequada e que as ações sejam avaliadas periodica-
mente.
•	 A atividade turística tem a capacidade de gerar tanto impactos positivos 
quanto negativos para os destinos. O que faz a diferença é a eficiência 
no planejamento e na gestão do turismo.
•	 Os Conselhos Municipais de Turismo têm por objetivos estimular e pro-
mover a atividade turística. Eles visam ao correto aproveitamento dos 
recursos naturais e culturais e à consolidação do turismo como uma al-
ternativa de desenvolvimento econômico e social.
•	 O Fundo Municipal de Turismo é um instrumento legal para o investimen-
to de recursos na atividade turística, os quais devem atender o objetivo 
de alcançar o desenvolvimento da atividade turística.
•	 O Plano Municipal de Turismo é a ferramenta orientadora do planeja-
mento da gestão do turismo para a evolução qualitativa do setor turísti-
co. É composto pelas seguintes etapas:
Turismoe-Tec Brasil 92
•	 diagnóstico; 
•	 prognóstico; 
•	 objetivos e metas; 
•	 programas de desenvolvimento; 
•	 projetos; 
•	 indicadores de desenvolvimento.•	 Os principais desafios que a gestão municipal do turismo encontra estão 
relacionados:
•	 ao fomento à atividade turística; 
•	 à estruturação da oferta turística; 
•	 a exercer uma gestão participativa; 
•	 à qualificação do produto turístico; 
•	 à implantação de um sistema de informações turísticas; 
•	 à promoção turística; à geração de empregos; 
•	 ao aumento da demanda turística.
Informação sobre a próxima aula 
Na próxima aula, você irá aprender as principais características e funções da 
administração de empresas prestadoras de serviços turísticos de pequeno e 
médio porte.
e-Tec BrasilAula 5 | A gestão municipal e o turismo 93
Respostas das atividades
Atividade 1
Dentre os aspectos positivos, você poderia citar: a valorização da cultura lo-
cal e a preservação patrimonial; o aumento da circulação de divisas e investi-
mentos públicos e privados; o crescimento da oferta de empregos e geração 
de renda e o aumento da arrecadação de impostos.
Você deveria dizer a Marcos e Carla que também pode haver aspectos ne-
gativos na implementação do turismo. Deveria apontar que podem existir 
problemas como: inflação de preços dos produtos e serviços turísticos; es-
peculação imobiliária; dependência econômica do turismo; degradação do 
ambiente natural e descaracterização do patrimônio histórico e das manifes-
tações culturais. 
Atividade 2 
d – ( X ) Direcionar os investimentos a serem feitos com os recursos destina-
dos ao Fundo Municipal de Turismo para ações particulares e de interesse de 
alguns poucos interessados no turismo local.
Atividade 3 
b – ( X ) Instalação de sinalização turística.
e – (X ) Participação do município em eventos turísticos.
f – (X) Realização de cursos de qualificação de mão de obra para o setor 
turístico.
Atividade 4 
A construção dos Planos Municipais de Turismo deve partir de um processo 
sistemático de debates e análises técnicas que serão traduzidas no diagnós-
tico da situação atual do município. 
A partir daí, dá-se início à elaboração do prognóstico da atividade turística, 
quando ocorre a definição de possíveis cenários futuros, positivos ou negati-
vos, para a atividade turística. Essa etapa é de fundamental importância, pois 
Turismoe-Tec Brasil 94
é onde se estabelece o cenário ideal para o turismo, ou seja, a situação de-
sejada para a atividade turística pelos envolvidos no processo de sua gestão. 
Essa etapa é decisiva para a elaboração dos objetivos, metas, programas, 
projetos e ações.
Os programas de desenvolvimento são o conjunto de ações setoriais neces-
sários que direcionam a implantação do Plano Municipal. Os programas são 
elaborados e divididos a partir da definição das áreas de atuação dos Planos. 
Já os indicadores de desenvolvimento são as ferramentas que irão monitorar 
a eficiência do Plano Municipal e o desenvolvimento do turismo. 
Atividade 5
( b ) 
( g ) 
( f ) 
( c )
( h )
( a )
( e )
( d )
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério do Turismo, Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento 
do turismo: turismo e sustentabilidade, formação de redes e ação municipal para a 
regionalização do turismo. Florianópolis: SEAD/UFSC, 2008.
DIAS, Reinaldo. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. 
São Paulo: Atlas, 2003.
MOLINA, Sérgio; Rodriguez, Sérgio. Planejamento integral do turismo: um enfoque para a 
América Latina. Tradução Carlos Valero. Bauru/SP: EDUSC, 2001.
PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo. Futura, 1998.
ROSE, AlexandreTuratti de. Turismo: planejamento e marketing. Barueri: Manole, 2002.
RUSCHMANN, Doris. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 
Campinas, SP: Papirus, 1997. (Coleção Turismo.).
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 95
Aula 6 | A gestão privada do 
turismo
Meta da aula
•	 Apresentar	as	principais	características	e	funções	da	gestão	de	
empresas	de	turismo	de	pequeno	e	médio	porte.
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	 identificar	 as	 principais	 características	 de	 uma	 empresa	 de	
serviços	com	foco	no	turismo;	
2.	 reconhecer	as	estratégias	para	a	solução	dos	erros	comuns	das	
empresas	de	turismo.
Pré-requisitos
Para	um	melhor	aproveitamento	desta	aula,	é	importante	você	re-
lembrar	a	Aula	6	da	disciplina	Planejamento	e	Gestão	do	Turismo	–	I.	
Nela,	você	estudou	sobre	a	demanda	turística	e	as	características	da	
prestação	de	serviços	em	turismo.	Veja	novamente	esse	conteúdo!
Vendendo serviços
No	mercado	 turístico,	 temos	uma	característica	muito	especial:	 vendemos	
serviços.	Quando	vamos	comprar	uma	roupa,	por	exemplo,	podemos	vê-la,	
tocá-la	e	até	experimentá-la.	Mas	quando	compramos	uma	excursão	para	o	
Nordeste,	não	podemos	avaliar	o	produto	antes	de	pagar,	não	é	mesmo?
Podemos	perguntar	a	alguém	que	já	viajou	para	o	nosso	destino	se	há	algum	
hotel	para	indicar	ou	confiar	que	a	agência	de	viagens	nos	venderá	serviços	
de	qualidade.
Turismoe-Tec Brasil 96
Vender	serviços	não	é	uma	tarefa	fácil.	Gerenciar	uma	empresa	de	serviços	
exige	muitos	cuidados	e	estratégias	para	que	se	tenha	sucesso	no	ramo.	O	
gestor	tem	um	papel	muito	importante!
http://www.sxc.hu/photo/1106018
Figura 6.1: O gestor tem um papel muito importante nas empresas que trabalham 
com prestação de serviços do setor turístico. 
Nesta	aula,	você	verá	algumas	características	do	setor	de	prestação	de	servi-
ços	tendo	como	foco	empresas	de	turismo.	Você	estudará	os	erros	gerenciais	
identificados	com	frequência	e	as	possíveis	estratégias	para	solucioná-los.	
Turismo: setor em expansão
Existem	muitas	empresas	particulares	de	pequeno	e	médio	porte	vinculadas	
ao	setor	turístico.	Entre	elas,	podemos	citar	hotéis,	pousadas,	agências	de	
viagens,	transportadoras	etc.	
As	empresas	de	turismo	têm	hoje	a	sua	frente	um	setor	em	expansão,	com	
grande	potencial	para	a	geração	de	negócios.	A	demanda	por	serviços	turís-
ticos	tem	crescido	apoiada	em	alguns	fatores	como:
•	 aumento	do	poder	de	compra	da	população;
•	 mais	tempo	e	interesse	no	lazer;
C
lix
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 97
•	 maiores	facilidades	de	deslocamento;
•	 inovações	tecnológicas;
Diante	da	maior	demanda	pela	atividade	turística,	é	fundamental	investir	em	
infraestrutura,	qualificação	profissional	em	todos	os	níveis,	promoção	mais	
efetiva.	Além	disso,	devemos	considerar	fatores	que	influenciam	diretamen-
te	o	desempenho	dessas	atividades	turísticas,	como	a	segurança	pública	e	a	
alta	carga	tributária praticada	no	país.	
O	aumento	da	demanda	turística	também	faz	com	que	os	gestores	devam	
ter,	cada	vez	mais,	competências,	habilidades	e	conhecimentos	técnicos.	Eles	
são	os	responsáveis	por	propor	soluções	para	a	melhoria	e	o	crescimento	das	
empresas,	devendo	ser	capazes	de	driblar	os	problemas	externos.
Prestação de serviços – características
O	setor	de	serviços	representa	grande	parte	do	Produto	Interno	Bruto	–	PIB	
do	Brasil.	A	atividade	turística	tem	participação	relevante	no	setor	de	serviços,	
pois	gera	milhões	de	reais	todos	os	dias	com	a	venda	de	hospedagens,	bilhe-
tes	aéreos,	excursões,	pacotes	e	passeios.	Segundo	o	Ministério	do	Turismo,	
foram	deixados	no	país	mais	de	5	bilhões	de	dólares	pelos	4	milhões	e	meio	de	
turistas	estrangeiros	que	visitaram	o	Brasil	em	2009.	Portanto,	o	turismo	pode	
ser	considerado	um	importante	setor	da	economia	do	nosso	país.	
Como	o	setor	turístico	é	importante	para	nossa	economia,	devemos	enten-
der	 algumas	 características	 específicas	 do	 setor	 de	 serviços	 para	 que	 sua	
gestão	seja	 realizada	de	 forma	correta.	As	empresas	prestadoras	de	servi-
ços	apresentam	características	específicas	que	as	diferem	das	empresas	comfoco	em	produtos.	Veja	a	seguir	quais	são	elas:	
Intangibilidade
Ex.:	Na	compra	de	um	carro	você	pode	tocá-lo,	senti-lo.	Um	pacote	turístico	
não	pode	ser	tocado.
Impossibilidade	de	estocar	
Ex.:	Uma	diária	de	pousada	não	vendida	em	uma	noite	é	perdida,	não	po-
dendo	mais	ser	comercializada.
Carga tributária 
Volume	total	de	impostos,	
contribuições	e	encargos	
que	uma	empresa	paga	ao	
governo	de	acordo	com	
o	seu	tipo,	tamanho	e	
faturamento.
Produto Interno Bruto 
(PIB)
Conjunto	da	soma	de	todas	
as	riquezas	produzidas	em	
um	país	ou	região.
Glossário
Turismoe-Tec Brasil 98
Participação	e/ou	acompanhamento	de	perto	do	processo	de	serviço	
Ex.:	Na	realização	de	uma	excursão,	os	clientes	estão	junto	aos	prestadores	
de	serviços,	e	qualquer	erro	é	perceptível.
Dificuldade	de	avaliar	a	qualidade	antes	do	fornecimento	do	serviço
Ex.:	O	serviço	de	um	guia	somente	pode	ser	avaliado	após	a	realização	do		
passeio	por	esse	profissional,	e	existirá,	na	avaliação	de	cada	um	dos	partici-
pantes,	um	alto	grau	de	subjetividade.
	http://www.sxc.hu/photo/396966
Figura 6.2: O turista só poderá saber a qualidade do guia depois da excursão. 
A	partir	das	características	apresentadas	é	possível	perceber	as	particularida-
des	da	atuação	de	gestores	de	empresas	turísticas	em	relação	a	profissionais	
que	trabalham	em	empresas	direcionadas	a	produtos.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Letícia,	uma	adolescente	de	quinze	anos,	quer	viajar	à	Disney	com	as	amigas	
em	uma	excursão.		Seus	pais	estão	muito	preocupados	porque	não	conhe-
cem	a	agência	de	viagens	com	a	qual	as	amigas	da	filha	contrataram	a	excur-
são.	Letícia	insiste,	dizendo	que	quer	muito	ir.	Os	pais	dela	decidem	telefonar	
Ti
m
	&
	A
nn
et
te
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 99
para	os	pais	das	amigas	para	obter	mais	informações.	Você	acha	que	os	pais	
de	Letícia	têm	razão	de	se	preocupar?	Que	tipo	de	informação	os	pais	das	
amigas	de	Letícia	poderiam	fornecer	para	tranquilizá-los?
Responda	levando	em	consideração	as	características	de	uma	empresa	que	
vende	serviços,	como	uma	agência	de	viagens.
Desafios da gestão de empresas de turismo
Os	gestores	de	empresas	privadas	do	setor	turístico	enfrentam	desafios	diaria-
mente,	sejam	eles	provenientes	da	empresa	ou	do	mercado	em	que	ela	atua.	
A	certeza	do	gestor	deve	ser	a	de	que	os	desafios	podem	ser	ultrapassados,	
visando	ao	crescimento	sustentável	da	empresa	e	a	geração	de	benefícios	
para	a	sociedade,	como	empregos	e	impostos.
A	seguir	serão	apresentados	alguns	equívocos	identificados	com	frequência	
e	também	as	estratégias	de	soluções	para	eles.
Erros comuns identificados nas empresas
•	 iniciar	 suas	 atividades	 sem	 contar	 com	 um	 plano	 estratégico	 ou	 de	
negócios;
•	 atuar	 no	mercado	 de	 forma	 semelhante	 ou	 igual	 à	 concorrência,	 não	
oferecendo	qualquer	singularidade	no	serviço	prestado;
•	 oferecer	produtos	e	serviços	semelhantes	aos	da	concorrência;
•	 possuir	profissionais	sem	qualificação	específica	para	atuação;
•	 divulgar	a	empresa	nos	mesmos	meios	de	comunicação	que	os	
concorrentes;	
Turismoe-Tec Brasil 100
•	 não	se	importar	com	a	opinião	dos	clientes;
•	 não	se	importar	com	o	entorno/ambiente	onde	a	empresa	está	situada	
e/ou	atua.
Como corrigir esses erros
Nº Erros Estratégias
1
Iniciar suas atividades sem contar 
com um plano de negócios
Elaborar um plano de negócios que 
oriente a gestão e o funcionamento 
da empresa
2
Atuar no mercado de forma seme-
lhante ou igual à concorrência, não 
oferecendo qualquer singularidade 
no serviço prestado
Implantar estratégias e ações que 
diferenciem a empresa dos seus 
concorrentes
3
Oferecer produtos e serviços seme-
lhantes aos da concorrência
Criar novos serviços e abertura de 
mercados para a empresa
4
Possuir profissionais sem qualificação 
específica para atuação
Buscar parcerias com centros forma-
dores de mão de obra e investir em 
treinamentos dentro da empresa
5
Divulgar a empresa nos mesmos 
meios de comunicação que os 
concorrentes
Identificar as melhores estratégias de 
promoção para alcançar o público- 
alvo da empresa
6
Não se importar com a opinião dos 
seus clientes
Avaliar e mensurar a opinião e 
satisfação dos clientes
7
Não se importar com o entorno/am-
biente onde a empresa está situada 
e/ou atua
Desenvolver práticas sustentáveis na 
relação com a comunidade e o meio 
ambiente
Vamos	ver	agora	com	detalhes	cada	uma	dessas	estratégias?
Estratégia 1: elaborar um plano de negócios que oriente 
a gestão e o funcionamento da empresa
Conforme	visto	na	Aula	10	de	PGT-I,	o	plano	de	negócios	é	um	instrumento	
que	permite	aos	empreendedores	aprimorarem	suas	ideias,	transformando-
as	em	verdadeiros	negócios.	Nele	estão	contidos	o	conceito	da	empresa,	os	
riscos,	 o	 perfil	 da	 clientela,	 os	 concorrentes,	 as	 estratégias	 de	marketing,	
assim	como	o	plano	financeiro	do	negócio.
Sem	um	plano	de	negócios,	o	empreendedor	 investe	recursos	humanos	e	
financeiros	sem	os	conhecimentos	necessários.	Ele	não	possui	qualquer	in-
formação	que	lhe	permita	confiar	no	sucesso	do	seu	empreendimento.
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 101
O	plano	de	negócios	é	construído	por	etapas,	e	cada	uma	delas	tem	fun-
damental	importância.	Ao	passar	por	todas	as	etapas,	o	empreendedor	irá	
estudar	a	fundo	todas	as	características	referentes	à	empresa	que	pretende	
iniciar,	o	que	permitirá	que	faça	um	bom	trabalho.
http://www.sxc.hu/photo/1212912
Figura 6.3: É preciso elaborar o plano de negócios para que a empresa possa crescer.
Estratégia 2: implantar estratégias e ações que diferen-
ciem a empresa dos seus concorrentes
Para	gerir	uma	empresa,	é	importante	agir	com	inteligência.	É	preciso	ela-
borar	planos	estratégicos	de	longo	prazo	que	definam	as	metas	da	empresa	
para	o	período	determinado.	Esses	planos	devem	ser	revistos	periodicamente	
e	corrigidos	ou	adequados	conforme	a	necessidade.
Um	fator	que	pode	auxiliar	no	êxito	do	plano	estratégico	é	a	observação	do	
mercado	para	a	identificação	de	serviços	que	não	estejam	sendo	oferecidos	
e	que	sejam	reconhecidamente	necessários.	Outro	fator	é	a	descoberta	de	
serviços	que	não	tenham	sido	criados,	mas	que	possam	se	tornar	necessá-
rios	e/ou	desejados	pelo	mercado.	A	partir	daí,	o	gestor	poderá	utilizar	as	
informações	levantadas	para	desenvolver	vantagens	competitivas	para	a	sua	
empresa.	
É	fundamental	que	todos	os	colaboradores	estejam	cientes	dos	objetivos	da	
empresa,	para	que	eles	possam	se	comprometer	em	melhorar	continuamen-
te	os	processos	e	se	dediquem	a	alcançar	os	resultados	planejados.
C
hr
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Fe
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ar
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Turismoe-Tec Brasil 102
http://www.sxc.hu/photo/1007993
Figura 6.4: Assim como em jogo de futebol teremos sempre concorrentes com os 
mesmos objetivos que a empresa, para ganhar desses, é preciso conhecê-los e fazer 
melhor.
Estratégia 3: criar novos serviços e abertura de mercados 
para a empresa
No	livro	A estratégia do oceano azul,	publicação	de	grande	sucesso	mun-
dial,	Kim	e	Mauborgne	(2005,	p.	38),	defendem	que	“quando	a	estratégia	
é	formulada	de	forma	reativa,	como	tentativa	da	empresa	de	acompanhar	
a	concorrência,	ela	perde	sua	singularidade”.	Uma	empresa	que	não	apre-
sente	 singularidade	 em	 sua	 oferta	 de	 serviços	 não	 demonstrará	 qualquer	
vantagem	ou	diferencial	ao	seu	cliente	para	que	este	a	escolha	em	meio	a	
tantas	outras	existentes.
Que	produtos	ou	serviços	ainda	não	são	ofertados	no	mercado	e	poderiam	
ser	sucesso?	Quais	mercados	ainda	não	foram	devidamente	compreendidos	
ou	explorados	pelas	empresas	de	turismo?	Essas	são	algumas	das	perguntas	
que	devem	estar	na	cabeça	do	gestor	em	seu	dia	a	dia	de	trabalho.	O	ques-
tionamento	constante	da	atuação	da	empresapossibilita	a	criação	de	um	
ambiente	favorável	à	inovação.
Empresas	que	incentivam	e	investem	em	inovação	geralmente	ganham	posi-
ção	de	vantagem	frente	à	concorrência.
Je
lle
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nt
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e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 103
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1010755
Figura 6.5: É preciso seguir o caminho do sucesso, e este deve ser trilhado com cria-
tividade e trabalho.
Estratégia 4: buscar parcerias com centros formadores de 
mão de obra e investir em treinamentos dentro da empresa
As	empresas	devem	buscar	parcerias	com	centros	formadores	de	mão	de	obra,	
onde	exista	a	formação	de	técnicos,	tecnólogos	ou	bacharéis	em	turismo	e	
áreas	correlatas.	Esta	aproximação	permitirá	às	empresas	selecionar	bem	os	
profissionais	que	irão	compor	o	quadro	de	colaboradores,	o	que	possibilitará	a	
melhoria	dos	serviços	prestados	e	por	consequência	aumento	de	ganhos.
Uma	vez	na	empresa	os	profissionais	devem	passar	por	 avaliações	 e	 reci-
clagens	constantemente,	pois	 isso	facilitará	a	 identificação	de	falhas	e,	ao	
mesmo	tempo,	a	sua	correção.
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1027447
Figura 6.6: Parcerias com centros formadores de mão de obra possibilitam maior ca-
pacitação de funcionários e melhoria dos serviços ofertados pela empresa.
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do
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Turismoe-Tec Brasil 104
Estratégia 5: identificar as melhores estratégias de pro-
moção para alcançar o público-alvo da empresa
Para	ganhar	espaço	no	mercado	as	empresas	devem	se	tornar	conhecidas	do	
seu	público-alvo,	e	devem	demonstrar	credibilidade	para	ofertar	os	seus	ser-
viços.	Muitas	estratégias	e	meios	podem	ser	utilizados	para	promover	uma	
empresa,	 entretanto,	 não	 existe	 uma	 receita	 de	 sucesso.	 Cada	 segmento	
e	 empreendimento	 possui	 público	 e	 orçamento	 específico	 e,	 por	 isso,	 as	
estratégias	devem	ser	elaboradas	de	forma	particular.	Reproduzir	e	utilizar	
os	mesmos	meios	e	estratégias	que	a	concorrência	utiliza,	somente	permi-
tem	que	a	empresa	se	torne	uma	cópia,	muitas	vezes	sem	graça,	dos	seus		
concorrentes.
Kim	e	Mauborgne	(2005,	p.	39)	afirmam	que	“a	boa	estratégia	tem	uma	
mensagem	consistente	e	convincente”,	e	concluem	dizendo	que	“uma	boa	
mensagem	não	só	deve	ser	clara,	mas	também	anunciar	uma	oferta	verda-
deira,	para	que	os	clientes	não	percam	a	confiança	e	o	interesse”.
Figura 6.7: É preciso encontrar a melhor e mais criativa forma de promover o serviço 
para se ter sucesso no mercado.
Estratégia 6: avaliar e mensurar a opinião e satisfação 
dos clientes
As	empresas	que	têm	foco	em	excelência	na	prestação	de	serviços	preocu-
pam-se	com	o	que	os	clientes	têm	a	dizer	ou	pensam	sobre	a	organização	e	
o	seu	trabalho.
Instrumentos	como	pesquisas	de	mercado	e	ações	de	pós-venda	podem	ser	
boas	fontes	de	informações	que	contribuam	para	a	gestão	e	melhoria	cons-
tante	da	empresa.
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 105
As	ações	de	pós-venda	são	processos	de	contato	junto	ao	consumidor	pos-
teriormente	à	utilização	de	determinado	serviço.	Neste	processo	a	empresa	
pode	perceber	como	os	seus	serviços	são	avaliados	pelo	seu	cliente	e	identi-
ficar	pontos	positivos	ou	negativos	do	seu	trabalho.
Estratégia 7: desenvolver práticas sustentáveis na rela-
ção com comunidade e o meio ambiente
Toda	empresa	gera	impactos	positivos	ou	negativos	junto	à	comunidade	e	ao	
meio	ambiente.	Exemplos	destes	impactos	podem	ser	notados	em	destinos	
turísticos	que	 sofrem	com	o	 lixo	deixado	por	 turistas	ou	 com	o	aumento	
de	preços	de	produtos	gerado	pelo	crescimento	da	atividade	turística.	Com	
isso,	o	que	faz	as	empresas	diferentes	neste	aspecto,	é	a	forma	como	elas	
gerenciam	os	impactos.
Não	adianta	a	empresa	apenas	divulgar	que	é	preocupada	com	o	meio	am-
biente.	Ela	deve	implantar	ações	que	favoreçam	a	sustentabilidade	da	orga-
nização	e	contribuam	de	forma	eficaz	para	a	conservação	e	qualidade	de	
vida	no	meio	em	que	ela	está	inserida.	
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Faça	a	correlação	entre	os	erros	comuns	nas	empresas	de	turismo	e	as	possí-
veis	estratégias	para	sua	solução:
1.	 Iniciar	suas	atividades	sem	contar	com	um	plano	de	negócios.
2.	 Atuar	no	mercado	de	 forma	semelhante	ou	 igual	à	concorrência,	não	
oferecendo	qualquer	singularidade	no	serviço	prestado.
3.	 Oferecer	produtos	e	serviços	semelhantes	à	concorrência.
4.	 Possuir	profissionais	sem	qualificação	específica	para	atuação.
5.	 Promover	 em	 pequena	 escala	 e	 utilizar	 os	 mesmos	 meios	 que	 os	
concorrentes.
Turismoe-Tec Brasil 106
6.	 Não	se	importar	com	a	opinião	dos	clientes.
7.	 Não	se	importar	com	o	entorno/ambiente	onde	a	empresa	está	situada	
e/ou	onde	atua.
(				)	Desenvolver	práticas	sustentáveis	na	relação	com	a	comunidade	e	o	
meio	ambiente.
(				)	Criar	novos	serviços	e	abertura	de	mercado	para	a	empresa.
(				)	Avaliar	e	mensurar	a	opinião	e	satisfação	dos	clientes.
(				)	Implantar	estratégias	e	ações	que	diferenciem	a	empresa	dos	seus	
concorrentes.
(				)	Buscar	parcerias	com	centros	formadores	de	mão	de	obra	e	investir	em	
treinamentos	dentro	da	empresa.
(				)	Elaborar	um	plano	de	negócios	que	oriente	a	gestão	e	o	funcionamen-
to	da	empresa.
(				)	Identificar	as	melhores	estratégias	de	promoção	para	alcançar	o	público-
alvo	da	empresa.
Conclusão
As	empresas	e	os	gestores	de	turismo	têm	a	sua	frente	um	país	e	um	setor	
em	expansão,	mas	apenas	isso	não	é	garantia	de	sucesso	para	as	empresas.	É	
preciso	identificar	problemas	e	entraves	que	existem	na	gestão	de	empresas	
particulares	do	setor	turístico.	Conhecendo	estes	problemas	é	possível	apli-
car	as	estratégias	pertinentes	para	que	essas	empresas	se	sustentem	e	atuem	
de	forma	competente	e	sustentável.
Resumo
•	 A	demanda	por	serviços	turísticos	tem	crescido	devido	a	diversos	fatores.	
Entre	eles	podemos	citar	o	aumento	do	poder	de	compra	da	população,	
o	maior	tempo	e	interesse	no	lazer,	maiores	facilidades	de	deslocamento	
e	inovações	tecnológicas.	
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 107
•	 O	aumento	da	demanda	turística	faz	com	que	os	gestores	devam	ter	cada	
vez	mais	competências	e	habilidades	e	conhecimentos	técnicos.		Eles	são	
os	responsáveis	por	propor	soluções	para	a	melhoria	e	o	crescimento	das	
empresas	e	devem	ser	capazes	de	driblar	os	problemas	externos.	
•	 A	atividade	turística	tem	uma	participação	relevante	no	setor	de	serviços,	
pois	gera	milhões	de	reais	todos	os	dias	com	a	venda	de	hospedagens,	
bilhetes	aéreos,	excursões,	pacotes	e	passeios.	Esse	setor	é	considerado	
importante	para	a	economia	do	Brasil.
•	 As	empresas	de	 serviços	apresentam	características	 específicas	em	 sua	
atuação,	tais	como:
 – intangibilidade	daquilo	que	vendem;	
 – impossibilidade	de	estocar;	
 – participação	do	cliente	na	execução	do	serviço;	
 – dificuldade	de	avaliar	a	qualidade	antes	do	fornecimento	do	serviço.
•	 A	certeza	do	gestor	deve	ser	a	de	que	os	desafios	devem	ser	ultrapas-
sados	 visando	 ao	 crescimento	 sustentável	 da	 empresa	 e	 à	 geração	de	
benefícios	para	a	sociedade	como	empregos	e	impostos.		
•	 Alguns	dos	erros	comuns	identificados	nas	empresas	são:	
 – iniciar	 as	 atividades	 sem	 contar	 com	 um	 plano	 estratégico	 ou	 de	
negócios;	
 – atuar	no	mercado	de	forma	semelhante	ou	igual	à	concorrência;
 – oferecer	produtos	e	serviços	semelhantes	à	concorrência;	
 – possuir	profissionais	sem	qualificação	específica	para	atuação;	
 – divulgar	 a	 empresa	 nos	 mesmos	 meios	 de	 comunicação	 que	 os	
concorrentes;		
 – não	se	importar	com	a	opinião	dos	clientes;	
 – não	se	importar	com	o	entorno/ambiente	onde	a	empresa	está	situada	
e/ou	onde	atua.
•	 	Algumas	das	estratégias	para	corrigir	erros	de	gestão	nas	empresas	po-
dem	ser:	a	elaboração	do	plano	de	negócios,	a	implantação	de	ações	que	
diferenciem	a	empresa	dos	seus	concorrentes,a	criação	de	novos	serviços	
e	a	abertura	de	mercados,	entre	outros.	
Turismoe-Tec Brasil 108
Informação sobre a próxima aula
Na	próxima	aula,	você	irá	aprender	sobre	metodologias	de	envolvimento	e	
participação	dos	atores	locais	do	turismo	e	compreender	a	importância	da	
integração	entre	os	setores	que	compõem	a	atividade.	
Respostas das atividades 
Atividade 1
Os	 pais	 de	 Letícia	 têm	 razão	 de	 se	 preocupar.	 Entre	 as	 características	 da	
venda	de	um	serviço,	podemos	destacar	a	intangibilidade	e	a	dificuldade	de	
avaliar	a	qualidade	de	um	serviço	antes	de	obtê-lo.	Os	pais	das	amigas	de	
Letícia	podem	dizer	que	já	utilizaram	outras	vezes	os	serviços	dessa	agên-
cia	de	viagens	e	que	sempre	foram	muito	bem	atendidos.	Outra	precaução	
que	pode	e	deve	ser	 tomada	são	os	cuidados	no	momento	da	compra.	É	
importante	que	solicitem	o	máximo	de	informações	sobre	os	itens	inclusos	
no	pacote	a	ser	comprado	e	que	avaliem	atentamente	o	contrato	de	compra	
na	agência.
Atividade 2
(	7	 )	Desenvolver	práticas	 sustentáveis	na	 relação	com	a	 comunidade	e	o	
meio	ambiente.
(	3	)	Criar	novos	serviços	e	abertura	de	mercados	para	a	empresa.
(	6	)	Avaliar	e	mensurar	a	opinião	e	satisfação	dos	clientes.
(	2	)	Implantar	estratégias	e	ações	que	diferenciem	a	empresa	dos	seus	con-
correntes.
(	4	)	Buscar	parcerias	com	centros	formadores	de	mão	de	obra	e	investir	em	
treinamentos	dentro	da	empresa.
(	1	)	Elaborar	um	plano	de	negócios	que	oriente	a	gestão	e	o	funcionamento	
da	empresa.
e-Tec BrasilAula 6 | A gestão privada do turismo 109
(	5	)	Identificar	as	melhores	estratégias	de	promoção	para	alcançar	o	público-
alvo	da	empresa.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério do Turismo. Dados e fatos: estudos, pesquisas e dados sobre o setor de 
Turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/dadosefatos/>. Acesso em: 19 jul. 
2010.
______. Programa de qualificação à distância para o desenvolvimento do Turismo: 
Turismo e sustentabilidade, formação de redes e ação municipal para a regionalização do 
turismo. Florianópolis: SEAD/UFSC, 2008.
DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. 
São Paulo: Atlas, 2003.
KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée; A estratégia do oceano azul: como criar novos 
mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998.
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 111
Aula 7 | Mobilizando e envolvendo 
os atores locais do turismo
Meta da aula
•	 Apresentar	 a	 importância	 e	 as	metodologias	 de	mobilização,	
sensibilização	e	participação	dos	atores	locais	de	turismo.	
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	 identificar	as	 ferramentas	utilizadas	para	 incentivar	o	envolvi-
mento	e	a	participação	dos	atores	locais	na	atividade	turística;
2.	 reconhecer	 as	 funções	 dos	 Conselhos	Municipais	 de	 Turismo	
como	mecanismos	de	participação	das	comunidades.	
Pré-requisitos
Para	um	melhor	aproveitamento	desta	aula,	é	importante	você	re-
lembrar:
•	 os	conceitos	de	instância	de	governança	e	sua	importância	para	
a	gestão	eficiente	da	atividade	turística	em	um	destino,	presen-
tes	na	Aula	1	de	PGT-2;
•	 os	papéis	dos	diversos	atores	envolvidos	e	interessados	no	de-
senvolvimento	da	atividade	turística,	presentes	nas	Aulas	1	e	2	
de	PGT-2.	
Por que apoiar o turismo?
Você	já	viu	na	televisão	ou	leu	no	jornal	notícias	sobre	o	que	o	turismo	traz	
de	bom	para	a	sua	cidade?	Leia	a	seguir	um	trecho	da	reportagem	que	foi	
publicada	em	um	site	de	notícias:
Turismoe-Tec Brasil 112
Depois	da	escolha	do	Rio	como	uma	das	sedes	da	Copa	
de	2014	começa	agora	a	etapa	de	pôr	em	prática	os	pro-
jetos	na	área	de	transportes	e	de	reforma	do	Maracanã.	
Na	quinta-feira,	o	governo	do	estado	e	a	prefeitura	do	Rio	
assinam	um	termo	de	compromisso	de	R$	10	bilhões,	para	
garantir	as	obras	de	infraestrutura	na	cidade.	(...)	Nas	ruas,	
o	entusiasmo	é	grande. “Eu	acho	uma	boa,	porque	gera	
emprego	e	turismo”,	ressalta	uma	senhora.	“Se	melhorar	
a	infraestrutura	e	os	transportes,	todas	essas	coisas,	como	
menos	violência,	acho	legal.	Se	o	ingresso	for	baixo	tam-
bém,	eu	vou	querer	ir	aos	jogos”,	comenta	um	jovem.
Fonte:	Obras	(2009).
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1193753
Ru
y	
A
le
xa
nd
re
Figura 7.1: Habitantes do Rio de Janeiro apoiam a Copa do Mundo no Brasil, pois 
acreditam que a cidade terá melhorias com esse evento.
Publicar	notícias	é	uma	forma	de	informar	a	sociedade	sobre	o	desenvolvi-
mento	das	atividades	turísticas.	A	participação	e	o	apoio	dos	atores	locais	é	
um	ponto	muito	importante	para	que	o	turismo	cresça	e	seja	sustentável.	No	
entanto,	a	adesão	das	pessoas,	dos	grupos	e	entidades	a	esse	processo	nem	
sempre	ocorre	de	forma	espontânea	e	construtiva.	
Nesta	aula,	você	vai	aprender	diferentes	formas	de	sensibilizar	a	comunidade	
a	participar	do	desenvolvimento	turístico.	Verá	como	o	envolvimento	dos	ato-
res	locais	e	dos	órgãos	colegiados	é	importante	para	o	crescimento	do	setor.	
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 113
Convencendo os atores locais a participar 
do turismo
Quando	um	lugar	propõe-se	a	tratar	o	turismo	como	estratégia	de	desen-
volvimento,	é	preciso	identificar	as	potencialidades,	conhecer	a	demanda	e	
traçar	cenários	futuros.	Para	que	isso	ocorra,	é	preciso	contar	com	a	partici-
pação	e	o	envolvimento	das	pessoas	da	comunidade.
Os	atores	 locais	 têm	papel	 fundamental	na	atividade	turística.	Eles	são	os	
responsáveis	por	receber	os	visitantes,	seja	diretamente,	como	prestadores	
de	 serviço,	 seja	 indiretamente,	 como	moradores,	 responsáveis	 pelo	 lugar,	
os	anfitriões.	Se	a	população	local	não	estiver	consciente	e	preparada	para	
esse	contato,	ele	tende	a	ser	conflituoso	e	pouco	sadio	para	ambas	as	partes	
(morador	e	visitante).	
Quando	visitamos	a	casa	de	um	amigo	ou	parente,	esperamos	ser	bem	rece-
bidos,	bem	tratados.	Isso	também	acontece	no	turismo.	Quando	uma	pessoa	
viaja,	ela	está	saindo	de	sua	casa	e	visitando	a	de	outras	pessoas,	esperando	
ser	bem	recebida	ao	chegar.	Essa	tarefa	é	de	toda	a	população	e	não	apenas	
daqueles	que	prestam	os	serviços	turísticos.
E	como	podemos	estimular	a	comunidade	a	aceitar	o	turismo?	O	primeiro	e	
mais	comum	argumento	para	convencer	os	moradores	a	aceitar	e	acreditar	
no	turismo	como	fator	de	desenvolvimento	são	as	possibilidades	de	geração	
de	emprego	e	renda.	
O	fato	de	o	 turismo	trazer	uma	série	de	novas	ocupações	que	se	somam	
àquelas	que	já	existem	no	lugar	atrai	o	interesse	da	comunidade.	Principal-
mente	se	a	localidade	encontrar-se	em	processo	de	estagnação	econômica	
ou	se	vive	de	atividades	econômicas	que	demandam	menor	qualificação	e	
uma	baixa	remuneração.	No	entanto,	esse	argumento	deve	ser	usado	com	
cuidado,	por	dois	motivos:
1.	 A	comunidade	deve	entender	que	o	turismo	é	uma	atividade	que	gera	
benefícios	a	médio	e	longo	prazo	e,	por	isso,	esse	retorno	não	será	ime-
diato.	Além	disso,	caso	haja	problemas	de	planejamento	e	gestão,	pode	
ser	que	os	benefícios	nunca	cheguem.	
2.	 Boa	parte	das	ocupações	geradas	pelo	turismo	não	possui	remuneração	
elevada,	nem	exige	grande	qualificação	dos	trabalhadores.	
Turismoe-Tec Brasil 114
O	turismo	é,	sem	dúvida,	uma	oportunidade	de	geração	de	emprego	e	renda	
para	a	localidade.	Mas	devemos	enfatizar	que	o	uso	desse	argumento	deve	
ser	feito	de	forma	a	não	criar	falsas	expectativas	para	a	população.	O	proces-
so	de	desenvolvimento	da	atividade	turística	deve	ser	lento,	e	a	comunidade	
precisa	ter	consciência	disso.
Outro	argumento	comumente	usado	para	mostrar	as	vantagens	do	turismo	
é	o	status	e	a	visibilidade	que	o	município	ganha.	A	atividade	valoriza	o	local,	
que	passa	aser	conhecido,	falado,	fato	que	aumenta	a	autoestima	de	cada	
um	dos	habitantes.	Vamos	ver	um	exemplo	disso?
É	comum	em	conversas	entre	amigos,	parentes,	clientes	que	uma	pessoa	que	
more	em	uma	cidade	turística,	como	Foz	do	Iguaçu	ou	Fernando	de	Noronha,	
escute	os	seguintes	comentários:	“Que	privilégio	o	seu,	morar	em	um	lugar	
tão	bonito”,	“Que	inveja,	como	deve	ser	bom	morar	nesse	paraíso”.	Isso	traz	
orgulho	ao	morador,	faz	com	que	ele	se	sinta	privilegiado,	mesmo	que	a	vida	
nesses	lugares	seja	cheia	de	desafios	e	problemas,	comuns	a	todos.
Realmente,	a	estima	coletiva	e	o	status	podem	ter	um	lado	bastante	posi-
tivo,	mas	esse	argumento	deve	ser	usado	com	cautela.	Esse	processo	pode	
ter	como	consequência	uma	transformação	cultural	nem	sempre	positiva.	
Outro	efeito	que	a	popularização	de	um	local	pode	causar	é	a	inflação	de	
produtos	e	serviços.
O	 fluxo	 constante	 de	 turistas	 a	 um	 destino,	 com	padrões	 de	 consumo	 e	
costumes	diferentes	dos	moradores,	pode	causar	transformações	nos	hábi-
tos	de	consumo	desses	moradores,	mudando	padrões	tradicionais.	Além	de	
elevar	o	preço	dos	produtos,	os	turistas,	de	forma	geral,	tendem	a	controlar	
pouco	o	gasto	em	viagens,	pagando	mais	caro	pelos	produtos.
Formas de participação dos atores locais
Como	fazer	para	que	a	comunidade	se	envolva	e	apoie	o	desenvolvimento	
da	atividade	turística	em	um	local?	Quais	ferramentas	podemos	usar	para	
estimular	 essa	 participação?	Você	 consegue	 pensar	 em	 alguma	 forma	 de	
fazer	isso?
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 115
O	processo	de	sensibilização	dos	atores	locais	deve	utilizar-se	das	mais	va-
riadas	ferramentas	e	técnicas,	e	irá	variar	de	lugar	para	lugar.	É	importante	
destacar	que	a	utilização	dessas	ferramentas	deve	estar	diretamente	ligada	
aos	objetivos	e	metas	estabelecidos	no	planejamento	da	região	ou	localidade	
de	atuação.	A	seguir,	você	verá	quais	são	as	principais	ferramentas	utilizadas	
para	esse	fim.
Seminários
São	eventos	promovidos	normalmente	pelo	poder	público,	mas	também	por	
entidades	como	associações	comerciais,	associações	de	moradores	e	organi-
zações	não	governamentais.		Os	seminários	têm	como	objetivo	discutir	deter-
minados	assuntos	relevantes	à	atividade	turística,	nos	quais	são	apresentados	
experiências,	estudos	e	pesquisas.	Ao	final,	o	público	presente	pode	partici-
par	fazendo	perguntas	e	tirando	dúvidas	a	respeito	do	que	foi	exposto.
Oficinas
São	atividades	em	que	os	participantes	são	convidados	a	discutir	assuntos	
relevantes	à	atividade	turística.	As	oficinas	são	indicadas	para	elaboração	dos	
diagnósticos	e	prognósticos	da	localidade.	É	comum	que	as	oficinas	gerem	
documentos,	como	diagnósticos,	prognósticos,	diretrizes,	que	podem	e	de-
vem	ser	usados	na	construção	do	planejamento	turístico.	
É	 recomendável	que	nesses	encontros	sejam	convidados	a	participar	as	 li-
deranças	da	localidade,	como	os	representantes	do	poder	público	(prefeito,	
secretários,	corpo	técnico);	os	representantes	das	entidades	de	classe	e	da	
iniciativa	privada	(associações	comerciais	e	industriais,	câmara	de	dirigentes	
lojistas	(CDL),	associações	de	empresários	de	turismo)	e	também	represen-
tantes	da	sociedade	civil	(associações	de	moradores,	ONGs,	conselhos).
Turismoe-Tec Brasil 116
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/990755
Si
gu
rd
	D
ec
ro
os
Figura 7.2: Quando os atores locais se reúnem para trabalhar em grupo, como nas 
oficinas, o resultado do planejamento turístico é melhor. 
Palestras
São	 apresentações	 sobre	determinado	 assunto	para	 as	 quais	 é	 convidada	
uma	pessoa	que	o	domine	e	que	seja	respeitada	pela	população.	Palestras	
normalmente	são	feitas	por	apenas	um	expositor.	Esses	encontros	devem	ser	
gratuitos	e	abertos	a	todas	as	pessoas	da	comunidade.	
Fonte:	Ceditur/Newton	Paiva
Fe
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do
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Figura 7.3: Palestras são eventos em que acontece a atualização das informações, 
deixando as pessoas da comunidade a par das novidades. 
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 117
 
Qual a diferença entre um seminário e uma palestra?
O	seminário	normalmente	conta	com	a	participação	de	mais	de	
um	expositor,	e	é	altamente	recomendável	que	haja	debate	entre	
eles	e	a	participação	do	público.	Já	a	palestra	é	feita	por	apenas	um	
expositor,	que	deve	interagir	com	o	público,	atualizando-o	sobre	o	
assunto	abordado.	
 
Intervenções diretas junto à população
São	ações	em	que	existe	contato	direto	entre	a	equipe	de	sensibilização	e	as	
pessoas	da	comunidade.	Quando	falamos	em	contato	direto,	nos	referimos	
às	abordagens	corpo	a	corpo.	Por	exemplo:	distribuição	de	folhetos	expli-
cativos	 sobre	um	assunto,	“blitz”	educativa	 com	motoristas,	 intervenções	
teatrais	em	espaços	públicos,	entre	outras.	
Esse	 tipo	de	campanha	tem	por	objetivo	chamar	a	atenção	da	população	
para	determinado	assunto.	O	instrumento	de	abordagem	principal	é	o	con-
tato	direto	com	o	morador,	em	que	este	visualiza	quem	é	o	promotor	da	
ação,	que	pode	ser	uma	prefeitura,	uma	associação,	uma	entidade	de	classe,	
uma	organização	não	governamental	etc.
Normalmente,	essas	campanhas	acontecem	em	um	período	curto	de	tempo,	
em	locais	de	grande	concentração	de	pessoas	e	com	um	foco	bem	defini-
do.	Por	exemplo,	“Receba	bem	o	turista”,	“Arrume	a	casa	que	vem	visita”,	
“Não	jogue	lixo	nas	ruas,	afinal	esta	é	a	sua	casa”,	entre	outros	temas.
Reuniões com representantes de moradores 
Conversar	com	os	representantes	dos	moradores	 (lideranças	 locais)	é	uma	
das	ações	principais	de	uma	equipe	de	sensibilização.		Por	meio	dessas	reu-
niões,	é	possível	saber	a	opinião	e	os	interesses	da	comunidade	em	relação	
ao	desenvolvimento	da	atividade	turística	em	seu	município.	
Turismoe-Tec Brasil 118
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/484189
Zi
	M
ur
g
Figura 7.4: Reuniões com representantes e lideranças são importantes para levantar 
demanda e identificar oportunidades.
Campanhas de mídia
Há	 campanhas	 educativas	 sobre	 o	 desenvolvimento	 da	 atividade	 turística	
que	 são	 transmitidas	no	 rádio,	publicadas	no	 jornal	ou	que	aparecem	na	
televisão.	Essas	notícias	são	formas	de	promover	o	entendimento	do	coletivo	
e	de	divulgar	amplamente	o	que	está	sendo	feito	na	comunidade.
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1079846
M
oi
	C
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y
Figura 7.5: Utilizar as mídias de massa amplia o alcance das informações e o número 
de pessoas atingidas. 
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 119
Pesquisas de percepção e opinião com os 
moradores
As	pesquisas	realizadas	diretamente	com	os	moradores	são	importantes	ins-
trumentos	de	conhecimento	do	perfil	e	da	opinião	da	comunidade	de	forma	
geral.	 Essa	 etapa	 é	 fundamental	 para	 a	 tomada	de	decisão,	 pois	 fornece	
informações	importantes	sobre	o	diagnóstico	da	localidade.
Projetos de educação para o turismo – escolas 
formais
É	 importante	 tratar	o	 tema	 turismo	dentro	das	 escolas.	Como	esse	 é	um	
assunto	que	tem	relação	com	diversas	áreas	de	conhecimento,	sendo	viven-
ciado	pelas	crianças	e	pelos	adolescentes	dos	municípios,	deve-se	elaborar	
estratégias	para	inseri-lo	nas	grades	curriculares	das	escolas.	
Os	Parâmetros	Curriculares	Nacionais	–	PCN	–	incentivam	as	escolas	a	utilizar	
temas	considerados	transversais	para	relacionar	um	conteúdo	como	a	histó-
ria	do	Brasil,	por	exemplo,	com	seu	potencial	turístico.	O	objetivo	é	colocar	
o	tema	turismo	e	suas	ramificações	na	grade	de	formação	dos	alunos.	Dessa	
forma,	é	possível	conscientizar	as	crianças	e	os	adolescentes	sobre	a	impor-
tância	e	a	dinâmica	do	turismo.
Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/594813
W
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m
	G
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rg
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Figura 7.6: Entendendo o turismo na escola – uma forma de consolidar o conheci-
mento sobre o tema. 
Turismoe-Tec Brasil120
Cursos de qualificação técnica
Os	cursos	de	qualificação	técnica	preparam	a	mão	de	obra	local	para	o	tra-
balho	com	o	turismo.	Eles	 informam	e	mostram	à	população	quais	são	as	
ocupações	e	como	deve	ser	a	prestação	de	serviços	nessa	atividade.	
Além	das	ferramentas	que	estudamos,	ainda	podem	existir	outras.	A	realida-
de	das	localidades	varia	muito,	e	a	criatividade	da	equipe	técnica	responsável	
pela	sensibilização	pode	promover	outras	formas	de	estimular	a	participação	
da	comunidade.	Essas	ferramentas	e	ações	devem	fazer	parte	de	um	proces-
so,	ou	seja,	devem	ser	contínuas.	Quando	agimos	de	forma	isolada,	pode-
mos	até	chamar	a	atenção	de	algumas	pessoas,	mas	não	conseguimos	sensi-
bilizar	a	comunidade	em	relação	à	dinâmica	do	turismo	de	forma	efetiva.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Leia	as	situações	a	seguir	e	identifique	qual	ferramenta	está	sendo	utilizada	
para	promover	a	participação	dos	atores	locais	no	desenvolvimento	da	ativi-
dade	turística.
(	 )	 Ana	chegou	em	casa	e	mostrou	para	a	sua	mãe	um	folheto	que	explica	
as	melhorias	que	o	turismo	vai	trazer	à	sua	cidade.
(	 )	 Ontem	escutei	no	 rádio	que	 vão	ampliar	o	 calçadão	da	praia	para	a	
Copa	do	Mundo	que	será	no	Brasil.
(	 )	 Ontem	convidaram	a	Norma	Aguiar	para	falar	no	auditório	da	Prefei-
tura,	ela	é	especialista	em	Turismo	e	Meio	Ambiente	e	vai	falar	sobre	o	
potencial	do	município	para	o	turismo	ecológico.		
(	 )	 Hoje	João	chegou	muito	feliz	da	escola.	Ele	contou	para	o	seu	pai	que	
foi	um	moço	na	aula	e	explicou	como	o	turismo	está	relacionado	com	a	
história	do	Brasil	e	que	por	isso	sua	cidade	pode	se	desenvolver.		
(	 )	 Marco	Antônio	e	Pedro	são	moradores	muito	atuantes	na	área	ambien-
tal	da	sua	cidade,	enquanto	Taís	e	Paulo	estão	interessados	na	conser-
	
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 121
vação	do	patrimônio	histórico.	Todos	eles	possuem	suas	opiniões	sobre	
como	 o	 turismo	 pode	 acontecer	 na	 cidade,	 por	 isso	 os	 responsáveis	
pelo	planejamento	do	turismo	na	cidade	foram	se	encontrar	com	eles.
(	 )	 Miriam	adorou	ser	entrevistada	por	uma	moça	muito	simpática,	ela	se	
sentiu	 importante,	pois	quiseram	saber	a	opinião	dela	sobre	o	que	a	
cidade	precisa	para	desenvolver	o	turismo.
(	 )	 João	comentou	lá	na	rua	que	a	partir	da	próxima	semana	começará	um	
curso	para	 trabalhar	com	turismo,	ele	estava	superempolgado	com	a	
oportunidade.
(	 )	 No	próximo	mês	acontecerá	na	cidade	um	encontro,	em	que	diversos	
especialistas	vão	participar	e	debater	o	turismo	sustentável	na	cidade.	
(	 )	 Paula	contou	a	Maria	que	ontem	estava	em	um	trabalho	realizado	por	
uma	equipe	de	pessoas	que	estão	fazendo	o	planejamento	turístico	da	
cidade.	Ela	disse	que	gostou	muito	de	participar	e	poder	opinar	a	res-
peito	de	como	gostaria	de	ver	sua	cidade	no	futuro.
a)	 Seminários;
b)	 Oficinas;
c)	 Palestras;
d)	 Intervenções	diretas	junto	à	população;
e)	 Reuniões	com	representantes	de	moradores;
f)	 Campanhas	de	mídia;
g)	 Pesquisas	de	percepção	e	opinião	com	os	moradores;
h)	 Projetos	de	educação	para	o	turismo	–	escolas	formais;
i)	 Cursos	de	qualificação	técnica.
Turismoe-Tec Brasil 122
O importante papel dos Conselhos Munici-
pais de Turismo 
Ao	falar	das	políticas	nacionais,	estaduais	e	municipais	de	turismo,	vimos	a	
importância	de	 formar	os	órgãos	colegiados.	A	 formação	destes	deve	 ser	
incentivada	pelo	poder	público	e	eles	não	devem	ser	órgãos	políticos;	pelo	
contrário,	devem	ser	uma	possibilidade	de	ligação	entre	o	governo	e	a	socie-
dade	e	também	entre	uma	gestão	e	outra,	evitando	descontinuidades.	
Os	órgãos	colegiados	têm	por	finalidade	organizar	as	demandas	e	os	interes-
ses	da	iniciativa	privada,	da	sociedade	e	do	poder	público.	Eles	contribuem	
para	a	definição	e	o	cumprimento	das	responsabilidades	dos	diversos	atores	
interessados	no	turismo.	
No	âmbito	do	município,	o	principal	colegiado	são	os	Conselhos	Municipais	
de	Turismo.	É	importante	ressaltar	a	importância	desses	Conselhos,	pois	eles	
estimulam	e	promovem	a	atividade	turística,	visando	ao	correto	aproveita-
mento	dos	recursos	naturais	e	culturais.	
A	existência	do	Conselho	Municipal	de	Turismo	independe	da	existência	de	
uma	Secretaria	de	Turismo	no	município	e	do	partido	político	ao	qual	per-
tencem	o	prefeito	e	os	vereadores.	O	Conselho	deverá	existir	e	continuar	
atuando	mesmo	se	os	quadros	políticos	forem	mudados	nas	eleições	muni-
cipais.	O	Conselho	é	participativo	e,	por	isso,	fundamental	para	o	sucesso	do	
planejamento	turístico	de	um	destino.
O	Conselho	Municipal	de	Turismo	é	o	espaço	do	debate	e	da	consulta	à	so-
ciedade.	Nesse	espaço	devem	sair	definições	e	políticas	que	sejam	efetivas	e	
contínuas	para	o	desenvolvimento	do	turismo.	
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Os	Conselhos	Municipais	de	Turismo	são	muito	importantes	para	o	desenvol-
vimento	turístico	de	uma	localidade.	Leia	as	informações	a	seguir	sobre	esses	
Conselhos	e	marque	a	alternativa	incorreta:
(	 )	 Promovem	a	participação	dos	diversos	grupos	de	atores	interessados	no	
desenvolvimento	turístico	do	município.
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 123
(	 )	 Ampliam	e	promovem	a	disputa	política	no	município,	travando	a	for-
mulação	de	políticas	públicas.
(	 )	 São	espaços	de	debates	e	levantamento	de	demandas	da	sociedade.
(	 )	 Articulam	a	correta	utilização	dos	recursos	naturais	e	históricos	do	mu-
nicípio	para	o	turismo.
Conclusão
Para	o	desenvolvimento	do	turismo	em	uma	localidade,	é	importante	que	a	
comunidade	seja	envolvida.	Para	que	isso	ocorra,	devemos	tomar	alguns	cui-
dados,	evitando	criar	falsas	expectativas	na	população.	Podemos	estimular	
a	participação	dos	atores	sociais	na	atividade	turística	por	meio	de	diversas	
ferramentas.	As	ações	empreendidas	com	o	objetivo	de	sensibilizar	e	infor-
mar	a	comunidade	devem	ser	contínuas,	e	o	Conselho	Municipal	de	Turismo	
deve	colaborar	nesse	sentido.	
Resumo
•	 O	turismo	é	importante	fator	de	desenvolvimento	para	uma	localidade.	
No	entanto,	para	que	ele	gere	resultados	efetivos,	deve	ser	bem	planeja-
do	e	monitorado.
•	 O	planejamento	e	o	monitoramento	do	turismo	devem	passar	por	etapas	
de	informação	e	sensibilização	da	comunidade,	sendo	para	tanto	neces-
sária	a	execução	de	ações	nesse	sentido.
•	 Os	atores	locais	têm	papel	fundamental	na	atividade	turística,	pois	são	os	
responsáveis	por	receber	os	visitantes.
•	 A	comunidade	pode	 ter	 interesse	no	desenvolvimento	 turístico	devido	
às	novas	ocupações	que	a	atividade	traz	para	o	local.	Mas	é	importante	
saber	que	os	benefícios	são	gerados	a	longo	prazo	e	que	a	remuneração,	
de	forma	geral,	não	é	elevada.
•	 Um	argumento	comumente	usado	para	mostrar	as	vantagens	do	turismo	
é	o	status	e	a	visibilidade	que	o	município	ganha.	Mas	é	preciso	ter	cui-
Turismoe-Tec Brasil 124
dado,	pois	isso	pode	ter	como	consequência	uma	transformação	cultural	
e	a	inflação	de	produtos	e	serviços.
•	 Existem	diversas	formas	de	sensibilizar	a	comunidade	em	relação	ao	turis-
mo.	Entre	as	principais	estão:	seminários,	palestras,	oficinas,	intervenções	
diretas	junto	à	população,	campanhas	na	mídia,	reuniões	com	lideranças	
e	projetos	de	educação	e	qualificação.
•	 Os	seminários	e	palestras	são	importantes	para	o	repasse	de	informações	
sobre	temas	relacionados	ao	turismo.
•	 As	oficinas	e	reuniões	com	lideranças	são	importantes	instrumentos	de	
participação	da	comunidade	na	definição	de	ações	e	planos.
•	 As	 intervenções	e	 campanhas	de	mídia	 são	eficientes	 instrumentos	de	
informação	da	sociedade.
•	 Os	 treinamentos	 e	 os	 projetos	 de	 educação	 são	 fundamentais	 para	 a	
melhor	qualificação	dos	moradores.
•	 Os	Conselhos	Municipais	de	Turismo	são	órgãos	colegiados	fundamentais	
para	que	o	desenvolvimento	do	turismo	aconteça	de	forma	participativa.Informação sobre a próxima aula 
Na	próxima	aula,	você	irá	aprender	sobre	o	marketing	de	lugares	e	destinos	
turísticos,	bem	como	a	mostrar	as	riquezas	e	belezas	de	forma	a	atrair	visi-
tantes.	Até	lá!
Respostas das atividades
Atividade 1
(d)	 Ana	chegou	em	casa	e	mostrou	para	a	sua	mãe	um	folheto	que	explica	
as	melhorias	que	o	turismo	vai	trazer	à	sua	cidade.
e-Tec BrasilAula 7 | Mobilizando e envolvendo os atores locais do turismo 125
(f)	 Ontem	escutei	no	 rádio	que	 vão	ampliar	o	 calçadão	da	praia	para	a	
Copa	do	Mundo	que	será	no	Brasil.
(c)	 Ontem	convidaram	a	Norma	Aguiar	para	falar	no	auditório	da	Prefei-
tura,	ela	é	especialista	em	Turismo	e	Meio	Ambiente	e	vai	falar	sobre	o	
potencial	do	município	para	o	turismo	ecológico.		
(h)	 Hoje	João	chegou	muito	feliz	da	escola.	Ele	contou	para	o	seu	pai	que	
foi	um	moço	na	aula	e	explicou	como	o	turismo	está	relacionado	com	a	
história	do	Brasil	e	que	por	isso	sua	cidade	pode	se	desenvolver.		
(e)	 Marco	Antônio	e	Pedro	são	moradores	muito	atuantes	na	área	ambien-
tal	da	sua	cidade,	enquanto	Taís	e	Paulo	estão	interessados	na	conser-
vação	do	patrimônio	histórico.	Todos	eles	possuem	suas	opiniões	sobre	
como	 o	 turismo	 pode	 acontecer	 na	 cidade,	 por	 isso	 os	 responsáveis	
pelo	planejamento	do	turismo	na	cidade	foram	se	encontrar	com	eles.
(g)	 Miriam	adorou	ser	entrevistada	por	uma	moça	muito	simpática,	ela	se	
sentiu	 importante,	pois	quiseram	saber	a	opinião	dela	sobre	o	que	a	
cidade	precisa	para	desenvolver	o	turismo.
(i)	 João	comentou	lá	na	rua	que	a	partir	da	próxima	semana	começará	um	
curso	para	 trabalhar	com	turismo,	ele	estava	superempolgado	com	a	
oportunidade.
(a)	 No	próximo	mês	acontecerá	na	cidade	um	encontro,	em	que	diversos	
especialistas	vão	participar	e	debater	o	turismo	sustentável	na	cidade.	
(b)	 Paula	contou	a	Maria	que	ontem	estava	em	um	trabalho	realizado	por	
uma	equipe	de	pessoas	que	estão	fazendo	o	planejamento	turístico	da	
cidade.	Ela	disse	que	gostou	muito	de	participar	e	poder	opinar	a	res-
peito	de	como	gostaria	de	ver	sua	cidade	no	futuro.
Atividade 2 
(X)	 Ampliam	e	promovem	a	disputa	política	no	município,	travando	a	for-
mulação	de	políticas	públicas.
Turismoe-Tec Brasil 126
Referências bibliográficas
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do turismo: turismo e sustentabilidade, formação de redes e ação municipal para a 
regionalização do turismo. Florianópolis: SEAD/UFSC, 2008. 
DIAS, Reinaldo. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. 
São Paulo: Atlas, 2003.
MOLINA, Sérgio; Rodriguez, Sérgio. Planejamento integral do turismo: um enfoque para a 
América Latina. Bauru: Edusc, 2001.
OBRAS de infraestrutura preparam o Rio para receber a Copa de 2014: a Copa do Mundo 
promete atrair melhorias e muitos turistas para o Rio de Janeiro. Estão previstos 
investimentos que podem chegar a R$ 400 milhões. Comente esta reportagem! Portal 
Bom Dia Rio, Rio de Janeiro, 2 jun. 2009. Disponível em: <http://rjtv.globo.com/Jornalismo/
RJTV/0,,MUL1179292-9101,00.html>. Acesso em: 28 ago. 2010.
PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998.
ROSE, AlexandreTuratti de. Turismo: planejamento e marketing. Barueri: Manole, 2002.
RUSCHMANN, Doris. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 
Campinas, SP: Papirus, 1997 (Coleção Turismo).
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 127
Aula 8 | Marketing de lugares
Meta da aula
•	 Apresentar	a	utilização	do	marketing	para	o	desenvolvimento	
turístico.	
Objetivos da aula
Ao	final	desta	aula,	você	deverá	ser	capaz	de:
1.	 reconhecer	os	fatores	que	influenciam	na	escolha	de	destinos	
e	nas	estratégias	de	captação	de	visitantes;
2.	 definir	o	processo	de	elaboração	e	implantação	de	um	plano	
de	marketing	turístico.	
Pré-requisitos
•	 Para	um	melhor	aproveitamento	desta	aula,	você	deve	relem-
brar	as	informações	sobre	a	gestão	do	turismo	em	âmbito	mu-
nicipal,	assunto	visto	na	Aula	5	da	disciplina	Planejamento	e	
Gestão	do	Turismo	2.	
Marketing e relacionamento – receita de 
sucesso
Você	já	deve	ter	ouvido	falar	em	marketing.	Também	já	deve	ter	ouvido	este	
ditado,	que	tem	tudo	a	ver	com	o	marketing:	“Quem	não	é	visto,	não	é	lem-
brado.”	Marketing	é	a	ferramenta	que	trabalha	a	organização	e	execução	
das	estratégias	de	relacionamento	com	clientes,	fornecedores	e	parceiros	de	
uma	organização.
O	bom	relacionamento	das	organizações	com	clientes,	fornecedores	e	par-
ceiros	é	muito	importante	para	o	sucesso	de	suas	ações.	Para	tanto,	o	mar-
Turismoe-Tec Brasil 128
keting	utiliza	uma	série	de	ferramentas	como:	pesquisas	junto	aos	consumi-
dores;	campanhas	publicitárias	no	rádio,	na	televisão,	na	internet;	eventos	
como	feiras,	palestras	e	seminários;	e-mails;	políticas	de	fidelização	de	clien-
tes,	dentre	outras.	Essas	ferramentas	são	muito	importantes	e	têm	um	papel	
fundamental	na	divulgação	de	produtos,	marcas	e	até	lugares.
Muitas	vezes,	os	destinos	turísticos	se	desenvolvem	graças	a	uma	boa	cam-
panha	de	marketing.	Não	adianta	 termos	um	 lugar	cheio	de	atrativos	 tu-
rísticos,	com	uma	ótima	infraestrutura	para	receber	visitantes,	se	ninguém	
souber	disso.
M
ic
ha
l	Z
ac
ha
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Fonte:	http://www.sxc.hu/photo/1213464
Figura 8.1: Divulgar os destinos turísticos é muito importante para atrair visitantes. 
Nesta	aula,	você	irá	aprender	conceitos	e	ferramentas	ligadas	ao	marketing	
de	lugares	e	verá	como	a	divulgação	de	um	destino	turístico	é	importante	
para	 que	 ele	 se	 torne	 conhecido	 e	 quais	 são	 os	 órgãos	 envolvidos	 nesse	
processo.	
O marketing e os lugares
Conforme	vimos	na	Aula	4	de	Planejamento	e	Gestão	do	Turismo	2,	os	dife-
rentes	 destinos	 turísticos	 trabalham	em	parceria	 com	outros	municípios	 ou	
regiões	nas	políticas	e	ações	de	regionalização.	No	entanto,	eles	também	são	
concorrentes	entre	si	na	captação	de	 investimentos	e	visitantes.	Uma	ferra-
menta	poderosa	no	desenvolvimento	dos	destinos	é	o	marketing	de	lugares.
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 129
O	marketing	de	lugares	é	uma	forma	de	fortalecer	um	destino	turístico.	Os	
principais	objetivos	desse	marketing	são:	
•	 estruturar	os	produtos	e	serviços	que	serão	oferecidos;
•	 identificar	os	públicos	consumidores;	
•	 posicionar	no	mercado	cidades,	regiões	ou	estados;	
•	 gerar	a	atração	de	investidores,	moradores	e	visitantes.
Em	marketing,	a	 segmentação	e	o	posicionamento	andam	 juntos.	A	 seg-
mentação	identifica	grupos	homogêneos	de	clientes	potenciais,	ou	seja,	de-
termina	se	um	destino	terá	o	seu	turismo	orientado	para	um	grupo	especial	
de	turistas.	Já	o	posicionamento	faz	a	adequação	do	produto	e	sua	imagem	
aos	interesses	de	sua	demanda	potencial.	Veja	um	exemplo	de	segmentação	
e	posicionamento:
Um	município	identifica	deter	um	grande	número	de	atrativos	naturais.	Dian-
te	disso,	os	gestores	iniciam	o	trabalho	de	organização	da	oferta	de	atrati-
vos.	Começa	então	o	processo	de	segmentação,	no	qual	serão	identificados	
quem	são	os	consumidores/turistas	que	poderão	se	 interessar	em	visitar	o	
município.	Após	isso,	o	município	inicia	um	trabalho	de	posicionamento	que	
definirá	as	ferramentas	que	serão	utilizadas	para	convencer	o	público	poten-
cial	a	visitar	seus	atrativos	naturais.
O	marketing	de	lugares	é	uma	ferramenta	muito	importante,	que	deve	ser	
utilizada	para	atrair	visitantes.	Ela	funciona	como	um	facilitador	no	processo	
de	desenvolvimento	do	turismo.
Segundo	Kotler	 (2006,	p.	228),	devemos	 fazer	algumas	perguntas	para	a	
construção	do	marketing	turístico:
•	 Qual	é	a	importância	do	turismo	para	a	economia	da	cidade?
•	 Que	tipos	de	estratégias	e	investimentos	as	comunidades	e	as	empresas	
precisam	fazer	para	serem	competitivas	no	turismo?
•	 Que	tipo	de	mensagense	meios	de	comunicação	são	eficazes	para	atrair	
e	manter	turistas?
Turismoe-Tec Brasil 130
A	identificação	das	respostas	dessas	perguntas	será	a	orientação	para	a	de-
terminação	de	estratégias	e	ações	de	gestão	e	marketing.	Elas	aproximarão	
a	oferta	turística	de	um	estado,	região	ou	município	dos	objetivos	dos	visi-
tantes.	Essas	estratégias	são	concebidas	de	forma	a	promover	e	fortalecer	
o	produto	turístico	e	fazer	com	que	este	seja	conhecido	e	atraente	ao	seu	
público-alvo.	O	marketing	possibilita	a	melhoria	da	informação	e	o	interesse	
do	visitante,	ocasionando	o	aumento	do	fluxo	turístico.
Figura 8.2: A oferta turística deve estar em sintonia com os objetivos de investidores 
e visitantes.
Necessidade x desejo
Para	entender	bem	o	marketing	de	 lugares,	 é	 importante	que	 você	 saiba	
como	ocorre	o	processo	de	compra	por	parte	dos	visitantes.	Para	isso,	você	
deve	aprender	dois	conceitos:	
•	 Necessidade:	é	um	estado	em	que	se	percebe	que	algo	é	imprescindível	
ou	urgente.	No	turismo,	a	necessidade	está	relacionada	a	viagens	com	
motivações	ligadas	a	negócios	e	saúde.	
•	 Desejo:	é	a	necessidade	moldada	pela	cultura	e	pelo	ambiente	onde	uma	
pessoa	está	 inserida,	e	 também	por	suas	características	 individuais.	No	
turismo,	o	desejo	está	relacionado	a	viagens	com	motivações	ligadas	ao	
lazer,	ao	descanso	ou	à	cultura.
Oferta	
turística
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 131
Kotler	(2006,	p.	92)	afirma	que	
os	compradores	sempre	passam	por	um	processo	decisório	
–	seja	alguma	empresa	planejando	um	investimento,	uma	
família	tomando	a	decisão	de	se	mudar	ou	visitantes	pla-
nejando	suas	férias.	Vendedores	de	lugar	bem-sucedidos	
precisam	prever	as	etapas	nesse	processo	decisório	e	criar	
uma	estratégia	prática	para	 satisfazer	às	necessidades	e	
aos	requisitos	que	elas	representam.	
O	processo	de	compra	sofre	a	influência	de	vários	fatores	internos	e	externos	
que	podem	ser	determinantes	na	escolha	do	comprador.	Veja	alguns	deles:
•	 Fatores	internos:	personalidade,	atitude,	valores	pessoais,	crenças	religio-
sas	e	tradições	culturais,	condição	financeira,	saúde,	dentre	outros.
•	 Fatores	externos:	propaganda	de	um	destino,	o	status	social	gerado	por	
uma	determinada	viagem,	o	local	de	moradia	que	pode	facilitar	ou	difi-
cultar	um	deslocamento,	dentre	outros.
O	quadro	a	seguir	demonstra	o	processo	de	compra	e	os	fatores	de	influên-
cia	para	a	decisão.	O	comprador	ou	visitante	em	potencial	parte	de	uma	ne-
cessidade	ou	desejo.	Na	etapa	seguinte,	ele	avalia	a	sua	disponibilidade	para	
viajar	e	após	isso	toma	a	decisão	da	compra.	É	importante	notar	que	todo	
esse	processo	sofre	influência	de	uma	série	de	fatores	internos	e	externos.
Necessidades	e	
desejos
Predisposição	em	
viajar
Decisão	da	compra		
da	viagem
Fonte:	O	autor.
Figura 8.3: O processo e os fatores que influenciam na decisão de uma compra.
	
Fatores internos: 
personalidade, atitude, valores, 
condição financeira, etc.
Fatores externos: 
propaganda, status social, local de 
moradia e trabalho, etc.
Turismoe-Tec Brasil 132
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
A	partir	da	leitura	das	situações	a	seguir,	relacione	cada	uma	delas	aos	fato-
res	internos	e	externos	que	foram	determinantes	na	escolha	do	comprador/
visitante	de	uma	localidade	ou	produto	turístico.
a)	 A	sra.	Carla	Pena	precisa	viajar	uma	vez	por	semana	para	o	município	
vizinho	ao	dela	para	realizar	hemodiálise.
b)	 Ricardo	decidiu	fazer	um	cruzeiro	marítimo	com	os	amigos,	mesmo	es-
tando	com	as	finanças	no	vermelho,	pois	não	queria	ser	o	único	da	turma	
a	ficar	de	fora.
c)	 Todos	os	finais	de	semana,	Marcos	sai	de	São	Paulo	e	vai	a	Santos	para	
curtir	a	praia.	Como	a	distância	entre	as	cidades	é	curta,	ele	vai	e	volta	
de	carro	no	mesmo	dia.
d)	 Manuel	e	Eliana	todos	os	anos	participam	das	comemorações	festivas	e	
religiosas	do	Jubileu	do	Bom	Jesus	do	Matosinhos	da	cidade	de	Concei-
ção	do	Mato	Dentro.
e)	 Carlos	mora	em	Fortaleza	e	três	vezes	ao	ano	vai	à	Europa	e	se	hospe-
da	nos	melhores	hotéis	de	Paris,	 Londres,	 Istambul,	 Praga,	Budapeste,	
Roma,	dentre	outras	cidades.	Ele	diz	não	se	importar	com	os	custos	da	
viagem,	que,	segundo	ele,	não	são	altos.
f)	 Após	 assistir	 a	 diversas	 propagandas	 de	 TV	 e	 rádio	 sobre	 os	 atrativos	
culturais	 da	 cidade	 de	Curitiba,	Márcia	 decidiu	 viajar	 para	 conhecer	 a	
capital.
1	(				)	Condição	financeira.
2	(				)	Crenças	religiosas	e	tradições	culturais.
3	(				)	Status	social	gerado	por	uma	determinada	viagem.
4	(				)	Local	de	moradia	que	pode	facilitar	viagens.
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 133
5	(				)	Saúde.
6	(				)	Propaganda	de	um	destino.
Plano de marketing turístico
Segundo	Kotler	(2006,	p.	1),	
o	planejamento	estratégico	de	marketing	não	é	um	esfor-
ço	que	visa	 simplesmente	 solucionar	uma	eventual	 crise	
ou	um	fracasso	financeiro.	Ao	contrário,	é	um	processo	
em	andamento,	flexível	e	amplo	o	bastante	para	permitir	
que	um	lugar	se	adapte	às	novas	exigências	do	mercado	
mundial.	
Quando	elaboramos	o	plano	de	marketing	de	um	destino,	buscamos	pro-
mover	o	lugar	tornando-o	competitivo.	O	papel	do	marketing	é	conduzir	ini-
cialmente	um	diagnóstico	para	avaliar	o	potencial	turístico	do	lugar,	para	em	
seguida	promover	ações	que	possibilitem	“vender	um	produto	turístico”.
Segundo	Cobra	(2001),	para	realizar	um	diagnóstico	de	um	destino	turístico	
é	importante	identificar:
•	 a	diferenciação	da	localidade	turística,	ou	seja,	os	fatores	que	fazem	de	
determinado	lugar	um	destino	único	ou	singular.
•	 a	demanda	 turística,	ou	 seja,	o	público	visitante	de	uma	determinada	
localidade;
•	 a	infraestrutura	disponível;
•	 a	oferta	de	serviços	básicos	ao	turismo;
•	 a	imagem	que	se	tem	da	cidade,	ou	seja,	como	o	público	visitante	enxer-
ga	determinado	local	turístico;
•	 o	potencial	do	calendário	de	eventos,	ou	seja,	se	a	programação	de	even-
tos	possui	força	para	atrair	visitantes	para	o	destino	onde	elas	ocorrerão.
Turismoe-Tec Brasil 134
Uma	vez	que	esses	aspectos	forem	identificados,	eles	deverão	ser	organiza-
dos	em	um	plano	de	marketing	e	turismo.	Nesse	plano,	será	possível	definir	
os	objetivos	estratégicos	e	a	melhor	alocação	de	recursos,	posicionando	o	
destino	no	mercado	turístico	de	forma	que	possa	se	desenvolver.
Conteúdo de um plano de marketing 
turístico
A	construção	e	as	etapas	de	um	plano	de	marketing	turístico	não	são	muito	
diferentes	de	um	plano	de	desenvolvimento	turístico.	Vamos	a	elas:
1.	 Sumário	executivo:	apresenta	uma	visão	geral	abreviada	do	plano	pro-
posto,	facilitando	a	compreensão	mais	imediata	dos	principais	aspectos.
2.	 Situação	do	ambiente:	apresenta	dados	relevantes	sobre	o	mercado,	os	
produtos	e	a	concorrência.
3.	 Análise	de	forças/oportunidades/fraquezas/ameaças:	apresenta	as	prin-
cipais	forças/oportunidade/fraquezas	e	ameaças	relativos	ao	produto	tu-
rístico	em	questão	no	plano.	
4.	 Objetivos:	apresenta	os	principais	objetivos	que	deverão	ser	alcançados.
5.	 Estratégia	de	marketing:	 apresenta	a	abordagem	ampla	de	marketing	
a	ser	utilizada	para	atingir	os	objetivos	do	plano.		Define	mercado-alvo,	
posicionamento,	produtos	 a	 serem	ofertados,	 canais	de	distribuição	e	
linhas	de	promoção	e	propaganda.
6.	 Programa	de	ação:	definição	das	ações	a	serem	realizadas,	seus	respon-
sáveis	e	custos	decorrentes.
7.	 Projeção	de	lucros	e	perdas:	resumo	do	resultado	financeiro	esperado.
8.	 Controles:	 definição	dos	 indicadores	que	 irão	monitorar	o	desenvolvi-
mento	do	plano.	
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 135
Quem participa do processo de construção 
do marketing turístico?
O	marketing	de	lugares	não	pode	nem	deve	ser	construído	por	um	grupo	pe-
queno	de	pessoas.	O	processo	de	elaboração	deve	contar	com	representantes	
de	todos	os	segmentos	envolvidoscom	o	desenvolvimento	do	turismo.
Em	seguida	apresentamos	alguns	dos	setores	que	devem	participar	em	maior	
ou	menor	escala	da	elaboração	do	plano	de	marketing	turístico.
Setor público
•	 gabinete	do	prefeito;
•	 Secretarias	ou	órgãos	responsáveis	pelo	turismo;
•	 Secretarias	de	Comunicação/Eventos;
•	 Secretarias	de	Desenvolvimento;
•	 empresas	públicas.
Setor privado
•	 empresas	turísticas;
•	 bares	e	restaurantes;
•	 fornecedores	de	empresas	turísticas;
•	 associações	comerciais;
•	 instituições	financeiras;
•	 transportadoras;
•	 imprensa.
Turismoe-Tec Brasil 136
Comunidade
•	 cidadãos;
•	 associações	comunitárias;
•	 ONGs.
Âmbito regional
•	 governo	estadual;
•	 órgãos	de	fomento;
•	 instâncias	de	governança.
Âmbito nacional
•	 Ministério	do	Turismo;
•	 Embratur;
•	 Conselho	Nacional	de	Turismo	–	CNTUR;
•	 Fórum	Nacional	de	Dirigentes	e	Secretários	Estaduais	de	Turismo.
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Maurício,	um	secretário	de	 turismo	de	um	pequeno	município	do	 interior	
da	Bahia,	quer	desenvolver	um	plano	de	marketing	turístico	para	o	local.	Ele	
não	tem	muitas	informações	sobre	como	proceder	ou	sobre	quem	deve	par-
ticipar	da	elaboração	do	plano.	O	turismo	no	município	é	bem	desenvolvido	
devido	à	proximidade	da	Chapada	Diamantina	e	conta	com	uma	série	de	
prestadores	de	serviços.	Dentre	eles	estão	empresas	de	hospedagem,	guias,	
restaurantes	e	empresas	de	transporte	que	fazem	passeios	ecológicos,	que	
por	sua	vez	contratam	serviços	de	supermercados,	padarias,	postos	de	ga-
solina,	açougues,	dentre	outros.	O	município	passa	por	dificuldades	na	área	
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 137
ambiental	devido	ao	conflito	entre	ONGs	que	defendem	o	meio	ambiente	e	
empresários	que	exploram	os	recursos	naturais.
Quem	você	sugeriria	que	ele	convidasse	para	participar	desse	processo?	E	
como	você	orientaria	Maurício	na	definição	das	etapas	a	serem	trabalhadas	
para	a	elaboração	do	plano	de	marketing?	Responda	levando	em	considera-
ção	o	conteúdo	discutido	nesta	aula.
	
Plano	Aquarela	–	exemplo	de	marketing	turístico	do	Brasil
O	 chamado	 Plano	 Aquarela	 é	 o	 plano	
de	Marketing	 Internacional	 do	 Brasil	 e	
foi	elaborado	em	2004.	Esse	plano	pode	
ser	 um	 bom	 objeto	 de	 pesquisa	 para	
você	 desenvolver	 seus	 conhecimentos	
sobre	marketing	de	lugares.
Para	conhecer	esse	plano,	acesse	a	página	do	Ministério	do	Turis-
mo	no	link:
http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/ca-
dernos_publicacoes/06planos_mkt.html
Fonte:	http://www.sxc.hu/
photo/1105360
Ilk
er
Turismoe-Tec Brasil 138
Conclusão
O	marketing	de	lugares	tem	papel	fundamental	no	desenvolvimento	do	tu-
rismo	em	diferentes	localidades.	O	sucesso	desse	trabalho	está	diretamente	
ligado	à	elaboração	de	um	plano	de	marketing	competente.	Tal	plano	deve	
reunir	estratégias	capazes	de	motivar	fluxos	de	visitantes	a	escolherem	de-
terminado	local	como	destino	de	suas	viagens.	
Resumo
•	 O	marketing	é	a	ferramenta	que	trabalha	a	organização	e	execução	das	
estratégias	de	relacionamento	com	clientes,	fornecedores	e	parceiros	de	
uma	organização.
•	 O	marketing	de	 lugares	é	uma	 forma	de	 fortalecer	um	destino	 turísti-
co.	Os	principais	objetivos	desse	marketing	são:	estruturar	os	produtos	
e	 serviços	 que	 serão	 oferecidos;	 identificar	 os	 públicos	 consumidores;	
posicionar	no	mercado	cidades,	regiões	ou	estados;	gerar	a	atração	de	
investidores,	moradores	e	visitantes.
•	 Em	marketing	de	lugares	a	segmentação	e	o	posicionamento	são	muito	
importantes.	A	segmentação	identifica	grupos	homogêneos	de	clientes	
potenciais	e	o	posicionamento	faz	a	adequação	do	produto	e	sua	ima-
gem	aos	interesses	de	sua	demanda	potencial.
•	 Dois	conceitos	muito	importantes	no	marketing	de	lugares	são	o	de	ne-
cessidade	e	desejo.
•	 O	processo	de	compra	sofre	a	influência	de	vários	fatores	internos,	como	
a	personalidade,	a	atitude,	os	valores	pessoais,	a	condição	financeira	e	a	
saúde;	e	de	fatores	externos,	como	propaganda,	status	social	e	local	de	
moradia.
•	 O	plano	de	marketing	de	um	destino	deve	promover	o	lugar	tornando-o	
competitivo.	Inicialmente,	é	feito	um	diagnóstico	para	avaliar	o	potencial	
turístico	do	 lugar;	em	seguida,	 são	promovidas	ações	que	possibilitem	
“vender	um	produto	turístico”.
e-Tec BrasilAula 8 | Marketing de lugares 139
•	 A	construção	e	as	etapas	de	um	plano	de	marketing	turístico	não	são	
muito	 diferentes	 de	 um	 plano	 de	 desenvolvimento	 turístico.	 São	 elas:	
sumário	executivo;	situação	do	ambiente;	análise	de	forças/oportunida-
des/fraquezas/ameaças;	objetivos;	estratégia	de	marketing;	programa	de	
ação;	projeção	de	lucros	e	perdas;	controles.	
•	 O	marketing	de	lugares	não	pode	nem	deve	ser	construído	por	um	grupo	
pequeno	de	pessoas.	O	processo	de	elaboração	deve	contar	com	repre-
sentantes	de	todos	os	segmentos	envolvidos	com	o	desenvolvimento	do	
turismo.
Informação sobre a próxima aula
Na	próxima	aula,	você	irá	analisar	um	estudo	de	caso	de	um	destino	turístico	
e	poderá	verificar	como	foram	utilizadas	as	ferramentas	de	gestão	do	turis-
mo	apresentadas	nesta	disciplina.
Respostas das atividades
Atividade 1
1)	 (e)	Condição	financeira.
2)	 (d)	Crenças	religiosas	e	tradições	culturais.
3)	 (b)	Status	social	gerado	por	uma	determinada	viagem.
4)	 (c)	Local	de	moradia	que	pode	facilitar	viagens.
5)	 (a)	Saúde.
6)	 (f)	Propaganda	de	um	destino.
Atividade 2
O	secretário	Maurício	deverá	convidar	para	reuniões	de	elaboração	do	plano	
de	marketing	todos	os	representantes	de	empresas	e	entidades	ligadas	ao	
turismo	como	hotéis,	restaurantes	e	guias.	Também	deverão	ser	convidadas	
Turismoe-Tec Brasil 140
empresas	de	outras	áreas	que	trabalham	no	fornecimento	de	serviços	e/ou	
produtos	para	as	empresas	 turísticas.	As	ONGs	e	pessoas	da	comunidade	
que	tenham	atividade	relacionada	ou	interesse	na	atividade	turística	também	
deverão	ser	convidadas.	Por	fim,	deve	haver	a	participação	maciça	dos	ór-
gãos	municipais	para	demonstrar	a	importância	dada	pela	gestão	municipal	
ao	turismo.
Nas	reuniões	deverão	ser	trabalhados	o	diagnóstico	ou	situação	do	ambien-
te;	a	análise	de	forças/oportunidades/fraquezas/ameaças	do	turismo	local;	os	
objetivos	a	serem	alcançados;	a	estratégia	de	marketing	que	será	adotada;	
os	programas	de	ação;	a	projeção	de	lucros	e	perdas	e	os	controles	que	ga-
rantirão	o	monitoramento	dos	resultados.
Referências bibliográficas
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gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/06planos_mkt.html>. 
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São Paulo: Atlas, 2003.
KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée. A estratégia do oceano azul: como criar novos 
mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
KOTLER, Philip. Marketing de lugares: como conquistar crescimento de longo prazo na 
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PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 1998.
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