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THE MARSHALL PLAN: HISTORY’S MOST SUCCESSFUL STRUCTURAL ADJUSTMENT PROGRAM (J. Bradford De Long e Barry Eichengreen) I. Introdução O plano é anunciado no final de 1947 e os recursos começam a chegar em 1948. O plano Marshall é quase que indissociavel do fenômeno da época de ouro do capitalismo. Para os autores, o grande mérito do plano foi desenvolver um grande ajuste da estrutura economica dos países recebedores do auxílio norte-americano A ideia dos autores de que o plano foi importante para reestruturar a economia política dos países que estavam saíndo da guerra difere da visão popular sobre o assunto. “A reconstrução das economias e das políticas da Europa Ocidental durante o pós Segunda Guerra foi um sucesso extraordinário. O crescimento foi rápido, conflitos de distribuição foram – em grande parte – extinguidos e o comércio internacional aumentou muito.” “Nossa conclusão central é a de que o plano Marshall foi importante, mas não pelas razões popularmente citadas. Milward (1948) está correto ao argumentar que a ajuda do Plano Marshall não era grande o suficiente para estimular o crescimento da Europa Ocidental acelerando a substituição e a expansão de seu estoque de capital. O Plano Marshall não foi importante por financiar a reconstrução de uma infraestrutura devastada, pois a reconstrução foi feita –quase que completamente- antes do programa começar efetivamente. Contudo, ele foi importante para aliviar a escassez de recursos (como dólar e alimentos). Mas esse canal não era forte o suficiente para justificar a eficácia do programa.” O Plano Marshall acelerou significativamente o crescimento da Europa Ocidental, pois alterou o ambiente em que a política econômica desses países era feita. Durante sua existência, ocorreu um rápido desmantelamento do controle sobre os mercados de produto e de fatores de produção na Europa Ocidental, bem como uma restauração da estabilidade dos preços e das taxas de câmbio. Em certa medida, os administradores do Plano Marshall pressionaram os governos europeus a liberalizar as economias, mesmo quando esses governos queriam seguir no caminho contrário. “No pós Segunda Guerra Mundial, na Europa Ocidental, as condições impostas pelos EUA (equilibrio orçamental) para que os países recebessem sua ajuda encorajou esses países a reduzirem seus gastos para manter uma estabilidade financeira, a diminuírem os controles que impediam os mercados de alocar adequadamente os recursos e a abrirem mais suas economias ao comércio internacional. O Plano Marshall incentivou os gvernos a adotarem uma economia mista que fosse mais voltada para o mercado do que para o planejamento central.” “O texto é feito em uma série de seções que examinam sucessivamente canais alternativos, através dos quais o Plano Marshall poderia ter acelerado a recuperação econômica. Em primeiro lugar, a ajuda do Plano Marshall poderia ter acelerado o ritmo de investimento privado. Em segundo lugar, poderia ter apoiado o investimento público em infra-estrutura. Em terceiro lugar, poderia ter eliminado estrangulamentos. Em quarto lugar, poderia ter facilitado a negociação de um "contrato social" pró-crescimento que forneceu a estabilidade política e clima necessário para suportar o boom do pós-guerra. Argumenta-se que os dois primeiros foram de importância insignificante, que o terceiro tinha algum significado, mas não esmagadora durante os anos do Plano Marshall, e que o quarto foi vital, mas é difícil de quantificar. “ Países da Europa Ocidental cresceram acima de de suas têndencias dos anos pré-1913, ao passo que a Argentina cresceu menos. O plano marshall pode ajudar a explicar essse fenômeno. II.O Plano Marshall: Imagem e Realidade Os EUA, antes do plano marshall, já estavam dando auxílio para uma agência de refugiados da onu, em um volume (medido em dólar) pouco menor do que o do próprio plano. A diferença é que o Plano era diferente, era um compromisso pluri-anual e planejado e não uma doação ad hoc. A ideia de contrapartida dos países era que eles desenvolvessem projetos locais bem estruturados, com viabilidade econonômica e que precisassem de gastos do governo local para receberem aqueles recursos. Essa era uma forma que o governo norte-americano tinha de garantir que as economias dos Estados europeus passassem por transformações estruturais que retirassem as amarras que viessem a impedir o bom funcionamento dos mercados. Contudo, não é como se os EUA quissessem acabar com a presença do Estado nesses países, a ideia era só que o sistema de preços pudesse funcionar mais livremente, de forma a melhorar a alocação de recursos naquelas economias. A recuperação no pós Segunda Guerra foi mais rápida do que no pós Primeira Guerra, tanto no agregado do PIB quanto em setores específicos como o de aço e o de cimento. Não obstante, a Segunda Guerra mundial foi muita mais destrutiva do que a Primeira. OBS: Embedded Liberalism vs. Liberalismo Vitoriano https://en.wikipedia.org/wiki/Embedded_liberalism III. O Plano Marshall e o Investimento Privado "Investimento é um canal óbvio através do qual o Plano Marshall pode ter acelerado o crescimento econômico na Europa Ocidental, pós Segunda Guerra. A Europa do pós-Guerra era pobre e com escassez de capital. Manter os padrões de vida a um nível da cidadania considerado minimamente tolerável consumiu uma grande parte do produto total, deixando pouco para a substituição de estradas de ferro, edifícios e máquinas danificadas pela guerra. O Plano Marshall poderia ter relaxado esta limitação. É difícil atribuir os grandes efeitos a este canal. Visto em relação ao investimento total nos países beneficiários, o Plano Marshall não era grande. " "Os efeitos de investimento da ajuda do Plano Marshall foram simplesmente muito pequenos para provocar um milagre econômico. A ajuda dos EUA no valor de três por cento da produção da Europa Ocidental por ano elevou a participação do investimento privado na renda nacional em um ponto percentual. Um aumento de um ponto percentual na proporção de investimento para a renda nacional sobre aumentaria o crescimento econômico pela metade de um ponto percentual. " IV. O Plano Marshall e o Investimento Público Villela falou pouco. V. Bottlenecks and Foreing Constrains Falou pouco também. VI. A Economia Política da Reconstrução Europeia Compara com a argentina, que teve um caminho bastante distinto do europeu. "Do ponto de vista de 1947, a economia política da Europa Ocidental levaria a pensar que era pelo menos tão vulnerável como a da Argentina em relação a estagnação econômica induzida pelo excesso de regulamentação populista. A guerra tinha dado a Europa mais experiência do que Argentina com planejamento econômico e racionamento. " A grande vítima da Grande Depressão foi a crença no livre funcionamento dos mercados. https://en.wikipedia.org/wiki/Embedded_liberalism "O nacionalismo econômico havia sido alimentado por uma década e meia de Depressão, autarquia e guerra. Partidos políticos europeus haviam sido divididos substancialmente ao longo de linhas de classe econômica para uma geração. Contudo, a Europa evitou essa armadilha. Depois da Segunda Guerra Mundial, economias mistas da Europa Ocidental construíram substanciais sistemas de redistribuição, mas eles foram construídos em cima de não como substitutos para alocação de mercado dos bens e fatores." VII. O Papel do Plano Marshall "Para orçamentos serem equilibrados e a inflação ser interrompida, no entanto, um compromisso político foi exigido. Os consumidores tiveram que aceitar preços afixados mais elevados dos géneros alimentícios e necessidades. Os trabalhadores tiveram que moderar suas demandas por maiores salários. Proprietários tinham que moderar suas demandas por lucros. Os contribuintes tiveram de arcar com responsabilidades adicionais. Destinatários dos serviços sociais tiveram que aceitar limites às redes de segurança. Rentistas tiveram que aceitar que a guerra havia destruído sua riqueza. Tinha que haver um amplo acordo sobre uma distribuição "justa"de renda, ou pelo menos sobre uma distribuição dos encargos que não fosse tão injusta ao ponto de ser intolerável." Foi necessário a construção de um pacto político na Europa, em que cada um teve que ceder um pouco. "Aqui o Plano Marshall pode ter desempenhado um papel crítico. Ele não evitaria a necessidade de sacrifício. Mas aumentou o tamanho do bolo disponível para divisão entre os grupos de interesse ". O texto desconstrói a imagem popular de que o Plano Marshall foi imprescindivel para a recuperação da europa por conta dos recursos que foram enviados para o continente. Contudo, os autores argumentam que com recursos próprios os países teriam conseguido fazer a recuperação. O Plano Marshall fez com que a Europa conseguisse escapar das armadilhas que causaram a estagnação argentina no pós segunda guerra. Quais armadilhas: governo muito interventor, classe trabalhadora (sindicatos) muito atuante que conseguiam aumentos dos salários reais acima dos ganhos em produtividade e governo com tendências estatizantes (nacionalismo econômico). Uma das condições impostas para o recebimento das ajudas do Plano Marshall foi que os governos fizessem uma estabilização de suas economias e impediram que os governos fossem adiante com projetos de nacionalização de certas indústrias. Note que hoje em dia, tal influência de uma nação soberana é impensável, mas demonstra o quanto era apreciada a ajuda do governo norte-americano pelos países europeus. Perceba que o FMI faz imposições parecidas com as que os EUA fez durante o Plano Marshall, contudo o FMI é um órgão internacional e não uma nação hegemônica. Efeitos do Plano Marshall: " A integração econômica europeia foi perseguida intensamente pela administração Plano. Mesmo onde os mercados nacionais eram altamente concentrados, eles acreditavam que a concorrência poderia ser injetada através do comércio intra-europeu e internacional. A intervenção do governo e outros esforços para interferir com o funcionamento das forças de mercado seriam disciplinados pela concorrência estrangeira. Como condição para receber ajuda do Plano Marshall, cada país foi obrigado a desenvolver um programa para a remoção de cotas e outros controles comerciais. Em 1950, as discussões culminaram com a União de Pagamentos Europeu, um sistema de créditos para promover o comércio multilateral entre os países europeus." Contrato social e crescimento de longo prazo: na Alemanha, as empresas se comprometiam a não demitir os trabalhadores, a investir adequadamente os lucros e não somente distribuí-los entre os acionistas e treinar seus funcionários, os trabalhadores se comprometiam a não fazer exigências estapafurdias e o governo se comprometia a não fazer cobranças excessivas de impostos e a não fazer uma regulação prejudicial ao bom funcionamento das empresas. "Na prática, acreditamos que os efeitos indiretos do Plano Marshall foram importantes. Uma maneira de pensar sobre o acordo feito durante o pós-Segunda Guerra Mundial, e o contraste com o período entre guerras, é como um problema de coordenação. Trabalho, gestão e governo na Europa poderiam, com efeito, escolher tentar maximizar a sua cota atual de renda nacional, como fizeram após a Primeira Guerra Mundial. Inflação, greves, desordem financeira, problemas de instabilidade e de produtividade cíclicos podem ser vistos como corolários desse equilíbrio. Alternativamente, as partes poderiam negociar a compensação atual de um crescimento a longo prazo mais rápido e padrões de vida mais elevados, mesmo em termos de valor presente. Os trabalhadores moderaram suas reivindicações salariais, gestores de suas demandas por lucros. O governo concordou em usar o gerenciamento de demanda para manter o emprego em troca de moderação salarial por parte dos sindicatos. O aumento do investimento e um crescimento mais rápido da produtividade poderiam resultar desse acordo, eventualmente, tornando todo mundo melhor. O Plano Marshall gerou incentivos imediatos para a moderação salarial no final dos anos 1940. A política dos EUA encorajou os governos europeus a buscarem políticas favoráveis ao investimento. As vantagens do equilíbrio cooperativo de repente clara. " SISTEMA DE BRETTONWOODS Atlantic Charter � Em resumo, os oito pontos eram: 1. Nenhum ganho territorial seria buscado pelos Estados Unidos ou pelo Reino Unido; 2. Os ajustes territoriais devem estar de acordo com os desejos dos povos interessados; 3. Os Povos têm direito à auto-determinação; 4. Barreiras comerciais devem ser excluídas; 5. Há de haver uma cooperação econômica global e avanço do bem-estar social; 6. the participants would work for a world free of want and fear; 7. the participants would work for freedom of the seas; 8. there was to be disarmament of aggressor nations, and a post-war common disarmament. A agenda agora é de cooperação, nada de “políticas de empobrecer o vizinho”. Procura-se evitar os erros cometidos ao final da Primeira Guerra Mundial e busca prover o bem-estar das pessoas ao invés de enfatizar o equilibrio do balanço de pagamentos a qualquer custo. O que os EUA pretendiam com o Bretton Woods: que os países europeus tornassem suas moedas conversíveis. https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido https://en.wikipedia.org/wiki/Freedom_of_the_seas