Justifique, por favor.
Paulo Oliveira
há 12 anos
Essa pergunta não é tão simples quanto parece, precisa de bastante atenção e leitura, e entenderá a sua resposta conforme o texto abaixo:
Em primeiro lugar digo que a resposta é sim, diante dos argumentos a seguir: O Município não é um fenômeno exclusivo do Estado Federal. A organização local existe nas diversas formas de Estado. Varia, conforme a experiência concreta de Estado, a natureza jurídica de cada entidade. Mas na Federação brasileira o Município ocupa hoje uma posição de destaque.
É no âmbito da administração municipal que se apresentam os problemas mais recorrentes no cotidiano das pessoas. Por ser o ente estatal mais próximo dos destinatários de suas ações, o Município conhece uma fiscalização mais direta da sociedade. São diversas, pois, as virtudes da organização municipal, que justificam a ampliação de seu âmbito de atuação.
É complexa a posição do Município dentro da nossa Federação. Com a Constituição Federal de 1988 o Município atingiu um grau de importância impensável nos sistemas constitucionais anteriores. Não há dúvida de que ao Município foi atribuída uma ampla competência legislativa.
A forma de definição da competência do Município foi diversa da utilizada para prever as competências dos Estados e da União. Enquanto para Estados e União foram definidas as matérias a serem objeto de legislação, para os Municípios foi prevista uma competência genérica para "legislar sobre assuntos de interesse local" e "suplementar a legislação federal e a estadual no que couber".
Cabe lembrar que: Disso resulta uma primeira e, talvez, mais marcante característica do federalismo: só o Estado Federal é dotado de soberania; os Estados-membros dispõem, tão somente, de autonomia. O constituinte de 1988, portanto, dotou o Município brasileiro de tamanha autonomia que sua existência, como uma terceira esfera de poder, tornou-se indissociável da noção de federalismo em vigor no país.
Realmente, se o Texto Constitucional proclama como cláusula pétrea a forma federativa do Estado (art. 60, § 4º, inciso I), não se admite a reforma da Constituição com vistas a excluir o Município do rol de entes federados, tampouco se permite a redução de suas competências legislativas e administrativas a ponto de inviabilizar um governo local autônomo, pois tal medida consistiria em uma alteração indireta do sistema federativo concebido constitucionalmente.
Sendo assim, diante da autonomia concedida e assegurada aos Municípios Brasileiros, tem-se que a Constituição de 1988 institucionalizou um federalismo tridimensional ou federalismo de três níveis, do qual fazem parte não só os entes clássicos – União e Estados-membros – mas, também, de forma inovadora, os Municípios.
Espero ter ajudado, se gostou da resposta não deixe de aprová-la, Bons Estudos Jackeline!
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