Em um caso hipotético, um casal de policiais militares (marido e mulher), no âmbito doméstico, absolutamente fora do contexto da "Administração Pública Militar", envolvem-se em uma discussão que culmina em agressão física e lesão corporal perpetrada pelo marido em detrimento da esposa. Nesse caso, haveria antinomia entre a Lei 11340/06 (Lei "Maria da Penha") e o Código Penal Militar? Qual a aplicação mais pertinente ao caso em questão?
Jardel Luciano
há 11 anos
Agradeço pela resposta/ participação. No entanto, acredito que o tema careça de uma análise mais detida sob a ótica do art. 9º do CPM. O Código Penal Militar é especial em relação ao Código Penal Comum, da mesma forma que a Lei 11340/06 é legislação penal especial. No caso, o crime de "lesão corporal" é cometido por um policial militar contra outro militar da ativa (alargada a hipótese em comento), o que seria crime militar impróprio. A isso se soma a previsão de mecanismos mais afetos à Lei "Maria da Penha" ofertados à pessoa da vítima, sendo mulher, tais como as medidas protetivas, que são inovações impensadas no CPM. São singularidades que podem desencadear maior aprofundamento.
Bruno Ferreira Barbosa
há 11 anos
Olha eu queria pedir desculpas pela minha resposta que foi errada. Em casos de PMs, Soldados e entre outros cargos militares, não importa se o soldado está fora ou dentro do trabalho, só dele ter si vinculado ao serviço militar, o código militar passa a ser aplicado nele, neste caso, será agregado os dois códigos (civil e militar). Não havendo nenhum tipo de antinomia, talvez possa ocorrer um conflito de normas, nada mais do que isso.
Jardel Luciano
há 11 anos
Não precisa pedir desculpas, meu amigo. Acredito que a questão por mim apresentada foi de certa forma mal formulada. Ademais, a seara do Direito Penal Militar fenece a cada dia mais, justamente pelo pouco interesse que desperta, tanto nos incipientes, bem como nos já calejados operadores do Direito. É uma temática bastante restrita ao contexto da caserna. Em uma análise mais detida, creio que se pode valer de um mecanismo garantista para assegurar uma aplicação híbrida dentre o que seja mais benéfico - no esteio de ambas as normas. No entanto, não se deve "levar a ferro e fogo" a aplicação do CPM, somente por se tratarem de militares da ativa (forças militares estaduais). Nesse caso, houve um lapso teorético, mas depreende-se que se trata de desentendimento totalmente afeto à intimidade e do âmbito familiar. Seria o caso de se aplicar um Direito tão específico à atividade policial militar, somente se levando em conta a condição do funcionário público militar, mesmo tão distante e exterior das "cercanias da caserna"... Perdoe-me pelas minúcias, talvez sejam debaldes filigranas... Porém agradeço pela oportunidade de estabelecer tão profícuo processo dialético.