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Livro Sistemas Biologicos20

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Sistemas Biológicos 29
corriqueiras, a abreviatura é utilizada sem maiores esclarecimentos. A técnica 
para abreviar um nome científico é simples: escrever a primeira letra do epíteto 
genérico seguida de um ponto e grafar o epíteto específico inteiro. Mesmo 
abreviado, o nome deve aparecer destacado no texto, como explicado ante-
riormente. Exemplificando, os nomes científicos do homem e do cão domésti-
co são, respectivamente, Homo sapiens e Canis familiaris, abreviando, temos 
H. sapiens e C. familiaris.
O nome específico pode ser acrescido do nome de seu primeiro autor, 
grafado com caracteres iguais ao do texto como um todo (não destacado) 
e iniciado com letra maiúscula. Alguns cientistas foram importantes autores 
dentro da nomenclatura científica e seus nomes têm abreviaturas aceitas uni-
versalmente, como é o caso de L., que significa Lineu. Caso o nome de uma 
espécie sofra alterações, a citação do primeiro autor deve ficar entre parênte-
sis, sucedida pela citação do segundo autor.
Também existem regras de nomenclatura para alguns dos outros tá-
xons. Contudo, essas regras são mais simples, consistindo apenas no acrés-
cimo de desinências (sufixos) aos nomes, de forma que seja possível reco-
nhecer o táxon que está sendo referido. Verifique alguns exemplos dessas 
terminações características na tabela abaixo (Tabela 1):
Tabela 1
Exemplos de desinências para táxons superiores a espécie
Táxon Desinência / Exemplo
Plantas Animais
Divisão / Filo - phyta / Anthophyta -
Classe - opsida / Lycopodiopsida -
Ordem - ales / Asparagales -
Família - aceae / Cactaceae - idae / Hominidae
2. Classificação atual dos seres vivos
A classificação biológica atual tem suas raízes nos trabalhos desenvol-
vidos por Lineu, que se baseou nas características físicas dos organismos 
para agrupá-los em diferentes categorias ou táxons. Embora as categorias 
hierárquicas mais tradicionais sejam Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gê-
nero e Espécie, é comum que o termo Filo seja substituído por Divisão na no-
menclatura dos vegetais. Além disso, um táxon superior a Reino, o Domínio, 
tem sido cada vez mais aceito e utilizado, e as categorias Subespécie e Va-
riedade ainda não são consideradas táxons inferiores a espécie, mas também 
possuem ampla utilização.
Observe o diagrama a seguir para compreender melhor como foram 
idealizadas e quais são as mais importantes classificações propostas. Diante 
Leitão, A. M. F.; Vilar, J. L.; Almeida R. de.30
da diversidade de seres vivos existentes, é fácil admitir que não exista um 
consenso sobre como eles devem ser agrupados, e, portanto, não há uma 
classificação perfeita e definitiva. Agregados a essa diversidade, temos os 
avanços da ciência, que permitem a comparação dos seres vivos não apenas 
através de suas características físicas, mas também pela semelhança entre 
o material genético.
Principais classificações dos seres vivos.
* As dimensões das quadrículas que representam cada categoria
 correspondem à diversidade de seres vivos que elas englobam.
A comunidade científica ainda recebe com melhores olhos a classifi-
cação dos cinco Reinos (de Whittaker, 1969), embora já admita que o Reino 
Monera necessite ser divido. Esta divisão foi proposta por Woese e colabora-
dores em dois momentos, 1977 e 1990, quando sugeriu, respectivamente, a 
criação de um sexto Reino, dividindo Monera em Bacteria e Achaebacteria; e 
a criação de três Domínios, dividindo o Reino Monera nos Domínios Bacteria 
e Archaea e agrupando todos os seres eucariontes em um grande Domínio 
chamado Eucarya.
Whittaker baseou sua classificação na organização do corpo dos seres 
vivos, de forma que eles poderiam ser procariontes ou eucariontes, unice-
lulares ou pluricelulares, e ainda subdividiu os eucariontes pluricelulares de 
acordo com as formas de nutrição, quais fossem fotossíntese, absorção ou 
ingestão de alimentos.
Woese e sua equipe desenvolveram seus trabalhos a partir da década 
de 70, o que lhes permitiu utilizar uma série de recursos tecnológicos que não 
estavam disponíveis para os seus antecessores, especialmente, as técnicas 
de manipulação e análise do material genético dos seres vivos. Então, com-
parando o RNA que compõe os ribossomos (RNAr), eles puderam determinar 
Autor principal Lineu Haeckel Chatton Copeland Whittaker Woese Margullis Woese
Ano 1735 1866 1925 1938 1969 1977 1988 1990
Nº de catego-
rias*
2 Reinos 3 Reinos 2 Impérios 4 Reinos 5 Reinos 6 Reinos 5 Reinos 3 Domínios
Se
re
s 
viv
os
(Não inclusos 
na classifi-
cação)
Protista
Prokaryota Monera Monera
Eubacteria
Monera
Bacteria
Archaebacteria Archaea
Eukaryota
Protista
Protista Protista Protoctista
Eucarya
Fungi Fungi Fungi
Vegetabilia Plantae Plantae Plantae Plantae Plantae
Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia
Sistemas Biológicos 31
a semelhança genética existente entre os principais representantes dos seres 
vivos, criando a classificação em três Domínios. Com base nos dados obti-
dos, esse grupo de pesquisadores propôs ainda a reorganização dos Reinos, 
dividindo o Domínio Eucarya nos reinos Fungi, Animalia, Plantae, Strameno-
pila e Alveolata.
As subdivisões de Woese não foram bem recebidas pelos taxonomis-
tas e estimularam Lynn Margullis e Karlene Schwartz a defender, em 1988, a 
retomada do sistema de cinco Reinos de Whittaker, com uma única modifica-
ção, a substituição do Reino Protista pelo Protoctista, que passaria a incluir, 
além dos seres eucarióticos unicelulares heterotróficos, as algas (eucarióticos 
autotróficos fotossintetizantes, unicelulares ou multicelulares) e os fungos uni-
celulares flagelados.
As informações sobre os seres pertencentes ao Reino Protista ainda 
são bastante controversas, existindo propostas de subdivisão dos Protistas 
em até doze Reinos diferentes. É muito provável que as pesquisas científicas 
nos próximos anos determinem profundas mudanças de classificação para 
essa categoria.
Na classificação atual mais utilizada dos seres vivos temos, portanto, 
os Reinos:
• Monera: todos os procariontes (unicelulares heterótrofos e autótrofos).
• Protista: protozoários (eucariontes unicelulares heterótrofos) e algas (eu-
cariontes, unicelulares ou multicelulares, fotossintetizantes não formadores 
de tecidos).
• Fungi: fungos em geral (eucariontes heterótrofos, unicelulares ou multice-
lulares, de nutrição por absorção).
• Plantae: algas superiores e plantas (eucariontes pluricelulares autótrofos 
formadores de tecidos verdadeiros).
• Animalia: todos os animais (eucariontes pluricelulares heterótrofos de nu-
trição por ingestão).
Os sistemas de classificação biológica moderna têm sofrido alterações 
motivadas por estudos genéticos e, também, por estudos evolucionistas, prin-
cipalmente baseados nos pensamentos darwinianos sobre seleção natural. 
Os cientistas acreditam que a maneira mais comum para a criação de novas 
espécies se dá pelo aumento da diversidade entre os indivíduos ao longo do 
tempo, até o momento em que as diferenças são tão pronunciadas a ponto 
de caracterizar uma nova espécie. A esse tipo de especiação, damos o nome 
de cladogênese (do grego kládos = ramo + génesis = origem). Essa diferen-
ciação entre os indivíduos de mesma espécie seria determinada por um iso-
lamento geográfico ou distanciamento físico entre grupos ou populações de

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