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CAPÍTULO XI - INTERFACES DE COMUNICAÇÃO 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade vamos analisar as interfaces de comunicação normalmente utilizadas para interligar os DTEs (Data Terminal Equipaments) aos DCEs (Data Communication Equipaments). Das interfaces padronizadas a mais utilizada e por isso tratada com mais detalhe é a RS-232, que está em conformidade com o padrão V.24 do CCITT. Enxergando a estrutura de protocolo da rede dividida em 07 camadas, como definido no modelo OSI (Open Systems Interconnections) da ISO (International Organization for Standardization), podemos afirmar que as definições relacionadas à interface de comunicação DTE/DCE fazem parte do nível físico do modelo OSI de 7 camadas. As principais funções definidas no nível físico são: - Prover transferência de dados entre o DTE e o DCE. - Prover sinais de controle entre esses dispositivos. - Prover sinais de clock para sincronizar o fluxo de dados e regular a taxa de bits. - Definir os níveis dos sinais elétricos utilizados. - Definir os conectores mecânicos. Agora que fizemos uma pequena introdução ao nível físico do modelo OSI, vamos passar a analisar os protocolos comumente utilizados neste nível, enfatizando, como já dissemos, o protocolo RS-232-C. 2. RS-232-C O padrão RS-232-C é largamente utilizado na interconexão de DTEs (como um terminal ou um computador, por exemplo) a DCEs (como um Modem por exemplo). As figuras a seguir ilustram esta concexão, bem como o conector mecânico comumente usado neste padrão, que é o DB-25. Este padrão pode ser utilizado para troca de dados a até 20.000 bps, com distâncias normalmente inferiores a 100[m] (recomenda-se uma distância máxima 15[m]. A distância máxima está relacionada à máxima capacitância de carga fixada para o padrão, que é de 2.500 pF.[1] � Figura 1 2.1. PRINCIPAIS SINAIS DO PADRÃO RS-232-C A cada um dos 25 pinos do conector DB-25 temos associada uma função. Na nomenclatura CCITT (padrão V.24) associa-se a cada pino um circuito. A seguir mostramos a função de cada um dos principais pinos, bem como a nomenclatura correspondente no padrão V.24. Na descrição da função a referência tomada é o conector localizado no DTE. PINO 2 (CT 103)� TRANSMITTED DATA (TD)� � FUNÇÃO� TRANSMITIR SERIALMENTE OS DADOS GERADOS PELO DTE� � CATEGORIA� DADOS� � SENTIDO� DTE ( DCE � � PINO 3 (CT 104)� RECEIVED DATA (RD)� � FUNÇÃO� RECEBER OS DADOS SERIAIS PELO DCE� � CATEGORIA� DADOS� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 4 (CT 105)� REQUEST TO SEND (RTS)� � FUNÇÃO� REQUISIÇÃO FEITA PELO DCE PARA TRANSMISSÃO DE DADOS� � CATEGORIA� CONTROLE� � SENTIDO� DTE ( DCE � � PINO 5 (CT 106)� CLEAR TO SEND (CTS)� � FUNÇÃO� SINAL DO DCE PARA O DTE INDICANDO QUE ESTE PODE INICIAR A TRANSMISSÃO DOS DADOS� � CATEGORIA� CONTROLE� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 6 (CT 107)� DCE READY (DSR)� � FUNÇÃO� INDICA QUE O MODEM ESTÁ OPERACIONAL� � CATEGORIA� CONTROLE� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 8 (CT 109)� CARRIER DETECT (DCD)� � FUNÇÃO� INDICA QUE O MODEM ESTÁ DETECTANDO UMA PORTADORA E QUE ESTE ESTÁ PRONTO PARA INICIAR A DEMODULAÇÃO DOS DADOS� � CATEGORIA� CONTROLE� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 15 (CT 114)� TRANSMIT CLOCK (TCK)� � FUNÇÃO� SINAL DE CLOCK ENVIADO DO MODEM AO TERMINAL, PARA QUE ESTE CONTROLE A TAXA DE TRANSMISSÃO ADEQUADAMENTE. UTILIZADO APENAS EM MODEMS SÍNCRONOS� � CATEGORIA� SINCRONISMO� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 17 (CT 115)� RECEIVE CLOCK (RCK)� � FUNÇÃO� SINAL DE CLOCK ENVIADO DO MODEM AO TERMINAL, PARA QUE ESTE CONTROLE A TAXA DE RECEPÇÃO DOS DADOS ADEQUADAMENTE. UTILIZADO APENAS EM MODEMS SÍNCRONOS� � CATEGORIA� SINCRONISMO� � SENTIDO� DCE ( DTE � � PINO 20 (CT 118)� DATA TERMINAL READY (DTR)� � FUNÇÃO� INDICA QUE O TERMINAL ESTÁ OPERACIONAL. APTO A RECEBER OU TRANSMITIR DADOS.� � CATEGORIA� CONTROLE� � SENTIDO� DTE ( DCE � � PINO 24 (CT 113)� TRANSMIT CLOCK (TCKE)� � FUNÇÃO� SINAL DE CLOCK ENVIADO DO TERMINAL PARA O MODEM DE MODO A DEFINIR A TAXA DE TRANSMISSÃO. ESTA FORMA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SINCRONISMO NA TRANSMISSÃO NÃO É USUAL.� � CATEGORIA� SINCRONISMO� � SENTIDO� DTE ( DCE � � 2.2. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS As principais características elétricas especificadas são: - A tensão não deve ultrapassar 25[V]. - A resistência de carga deve estar entre 3000 e 7000 ohms. - O sinal recebido será interpretado como nível 0 se sua tensão estiver entre -3 e -15[V] e como nível 1 se a tensão estiver entre +3 e +15[V]. Entre -3 e +3[V] existe uma região de transição em que o nível não é definido. 2.3. TROCA DE SINAIS ENTRE DTE E DCE EM UMA COMUNICAÇÃO A 2 FIOS A seqüencia abaixo ilustra a troca de sinais de controle entre um terminal e um modem em uma comunicação a 2 fios. 1) Operador entra dados e autoriza a transmissão. 2) Terminal envia RTS ao modem. Se o terminal for “polled” isto ocorrerá após o polling. 3) Modem Tx coloca a portadora na linha. 4) O Modem Rx sinaliza ao terminal Rx a recepção da portadora através de DCD. Entre o instante em que a portadora chega ao Modem Rx e este levanta o DCD ocorre um intervalo de tempo denominado DCD ON delay. 5) De forma a garantir que o Modem Rx já está pronto para receber os dados, o Modem Tx espera um tempo (RTS/CTS delay) maior que DCD ON delay antes de enviar CTS para o terminal. 6) Terminal transmite o bloco de dados. 7) Após terminar de transmitir os dados, o terminal retira RTS. 8) Modem Tx então retira a portadora e também retira CTS. 9) Modem Rx sente a ausência da portadora e, após um pequeno intervalo DCD OFF delay, leva o DCD ao nível baixo. (DCD OFF delay é introduzido para que ausências momentâneas de portadora não sejam sinalizadas ao DTE Rx). 10) O computador de destino processa a mensagem recebida e prepara a resposta para o terminal de origem. Este processo demanda um tempo denominado tempo de processamento, ou tempo de CPU. 11) Para o computador transmitir a resposta todo o processo descrito se repete, agora com o computador funcionando como transmissor. A figura a seguir ilustra este procedimento. � Figura 2 2.4. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SINCRONISMO Como já vimos em capítulos anteriores, em uma transmissão assíncrona os requisitos de sincronismo são menos severos, uma vez que a comunicação é ressincronizada a cada start bit. Assim, neste tipo de comunicação o terminal normalmente possui seu próprio clock. Já nas comunicações síncronas o requisito de sincronismo é bem mais severo, e a forma mais usual de implementação é aquela em que o Modem fornece o sinal de clock para os terminais de recepção e transmissão como mostrado na figura abaixo. � Figura 3 3. OUTROS PADRÕES DE INTERFACE A interface RS 232-C analisada anteriormente apresenta algumas limitações quanto a taxa de bits transmitida e as distâncias permitidas. Buscando contornar essas limitações desenvolveu-se o padrão RS 449, que se faz acompanhar de duas outras especificações, os padrões RS-422-A e RS-423-A. O padrão RS 449 possui 37 circuitos para troca de informações (37 pinos) e permite taxas de transmissão de até 2 Mbps. A RS 422 é uma interface balanceada, compatível com X.27, que é menos sensível a ruído e que pode transmitir sobre distâncias maiores a taxas mais elevadas que o padrão RS 423, que é desbalanceado. Por exemplo, considerando um cabo de 60[m], podemos transmitir a taxas de 2 Mbps com RS 422 e a taxas de até 138 Kbps com o padrão RS 423. � 4. BIBLIOGRAFIA 1) SINNEMA, Willian e McGOVERN, Tom. Digital Analog, and Data Communication (second edition). Prentice-Hall International Editions. Englewood Cliffs, 1986. 2) BLACK, Uyless D. Data Networks - Concepts, Theory, and Practice. Prentice-Hall International Editions. Englewood Cliffs, 1989. 3) MONTORO, Fábio de Azevedo. Modem e Transmissão de Dados. Editora Érica. São Paulo, 1990. 4) HOUSLEY, Trevor. Data Communications and Teleprocessing Systems. Prentice- Hall, Inc. CEDETEC � PÁGINA �7�